Ano1 – N 1 Dezembro de 2016 Prefeitura Municipal de Pinhais Prefeito: Luiz Goularte Alves Vice Prefeito: Marli Paulino Secretária Municipal de Saúde Adriane da Silva Jorge Carvalho Diretora do Departamento de Vigilância em Saúde Vanessa Loyola Fontoura Gerência de Vigilância Sanitária Maria Thereza Johnsson Campos Vicentine Gerência de Vigilância Ambiental Cristiane da Conceição de Barros Gerência de Infectologia e Vigilância Epidemiológica Dielli Cristine Bondan dos Reis
Elaboração: Textos: Dielli Cristine Bondan dos Reis Figuras e Tabelas: Karolyne Gaio Ribeiro
Equipe do Departamento de Vigilância em Saúde
Adilson José de Barros Adriano Piccolomini Dias Alair Josiane de Santana Ana Carolina Damas Padilha Zonato Ana Eliza Zoldan Ana Maria Rohrsetzer Ana Paula Von Rainer ZuHarbach Angela Maria Amaral Carlos Renato Negrao Dias Claudia Alexandra de Andrade Claudia Vera Neirdert Cristiano Fagundes Rodrigues Elisangela Dutra Correia Francisco AntonioZpevak Helen Francine Greboggi Ignácio Alejandro Borges Cuevas Iria Aparecida Noli Ruon Janaína Katiucia de Souza DziurkoskiCasero Joel Albari Rodrigues Garcia Jone Aldo Posnik Jose Moacir Machado de Freitas Karolyne Gaio Ribeiro Khennya Suely Carreiro Rodrigues da Luz Leocádio Camilo de Medeiros Loisi Alves de Oliveira Madalena Aparecida Ganancio MarleteTerumiHonjoMaruyama Michele Garcia M. T. de Castro Pedro Giovani Schlizinski Ricardo Cesar Cardoso Pinto Roselene Martins da Silva Simone Mateus Barboza Siomara da Silva Saddock de Sá Sonia Maria Pereira Tatiana da Silva Lopes Telma Regina de Sene Vagner Langoski Viviane Rolim Madeira
SUMÁRIO
1. Apresentação..................................................................................................... 12 2. Introdução........................................................................................................... 13 3. Acidente de Trabalho Grave............................................................................ 15 4. AIDS.................................................................................................................... 18
Aids.................................................................................................................... 19
HIV em Gestantes........................................................................................... 20
8. Animais Peçonhentos....................................................................................... 22
Escorpiões e Aranhas....................................................................................... 22
Serpentes........................................................................................................... 22
9. Arboviroses........................................................................................................ 25
Dengue............................................................................................................... 25
Febre de Chikungunya...................................................................................... 29
Zika...................................................................................................................... 32
10. Atendimento Antirrábico Humano.................................................................... 34 11. Coqueluche........................................................................................................ 38 12. Doenças e Agravos não Transmissíveis........................................................ 42 13. Doenças Crônicas não Transmissíveis.......................................................... 44
Diabetes............................................................................................................. 45
Doenças do Aparelho Circulatório.................................................................. 45
Doenças do Aparelho Respiratório................................................................. 46
Neoplasias......................................................................................................... 47
Violência Interpessoal / Autoprovocada......................................................... 48
Intoxicação Exógena......................................................................................... 52
13. Doenças Exantemáticas.................................................................................. 55
Sarampo............................................................................................................. 55
Rubéola............................................................................................................... 57
14. Hanseníase........................................................................................................ 59 15. Hepatites Virais................................................................................................. 66
Hepatite A........................................................................................................... 67
Hepatite B........................................................................................................... 69
Hepatite C.......................................................................................................... 72
16. Influenza.............................................................................................................. 75 17. Leptospirose...................................................................................................... 80 18. Meningites.......................................................................................................... 84
Doença Meningocócica.................................................................................... 84
Outras Meningites Bacterianas........................................................................ 86
Meningites Virais............................................................................................... 88
Meningites por outras etiologias...................................................................... 88
19. Mortalidade Materna......................................................................................... 92 20. Mortalidade Infantil............................................................................................. 94 21. Mortalidade Fetal............................................................................................... 97 22. Sífilis.................................................................................................................... 100
23. Tuberculose........................................................................................................ 106
Tuberculose todas as formas........................................................................... 108
Tuberculose Pulmonar...................................................................................... 112
Tuberculose Extrapulmonar.............................................................................. 114
23. Referências........................................................................................................ 116
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS
AIDS Síndrome da imunodeficiência adquirida (do inglês, Acquired Immunodeficiency Syndrome) AIH Autorização de internação hospitalar APS Atenção primária em saúde ARV Antirretrovirais CCA Centro de controle de agravos CCZ Centro de controle de zoonoses
CDC Centro de prevenção e controle de doenças (do inglês, Centers for disease control and prevention)
CHIKV COAP
Chikungunya Caderno Organizativo de Ação Pública da Saúde
DATASUS Departamento de informática do SUS DANT Doenças e agravos não transmissíveis DC Dengue Clássico DCC Dengue Com Complicação DCNT Doenças Crônicas Não Transmissíveis DDAHV Departamento de vigilância, prevenção e controle das DST, aids e hepatites virais DENV Dengue vírus DST Doenças sexualmente transmissíveis
DTP Vacina contra a difteria, tétano e coqueluche (do inglês, Diphtheria, Pertussisand Tetanus Vaccine)
dTpa Vacina tríplice bacteriana acelular do adulto - difteria, tétano e coqueluche ELISA Ensaio de imunoabsorção enzimática (do inglês, enzyme linked immunono sorbentassay) ESF Estratégia saúde da família GAL Gerenciador de ambiente laboratorial H Hemaglutinina Hib Haemophilus influenzae tipo b HIV Vírus da imunodeficiência humana (do inglês, human immunodeficiency virus) IBGE Instituto brasileiro de geografia e estatística LACEN Laboratório central do estado MB Meningite bacteriana MCC Meningococcemia MH Meningite por Haemophilus influenzae MM Meningite meningocócica MM+MCC Meningite meningocócica + meningococcemia MNE Meningite não especificada MOE Meningite por outras etiologias MP Meningite por Streptococcus pneumoniae MS Ministério da saúde MTBC Meningite tuberculosa MV Meningite viral N Neuraminidase OMS Organização mundial da saúde OPAS Organização panamericana da saúde PCDT Protocolo clínico e diretrizes terapêuticas PVHA Pessoa vivendo com HIV / AIDS SE Semana epidemiológica SG Síndrome gripal
SICLOM Sistema de controle logístico de medicamentos SIH Sistema de informações hospitalares SIM Sistema de informação sobre mortalidade SINAN Sistema de informação de agravos de notificação SIPNI Sistema de informação do programa nacional de imunização SISCEL SISPACTO
Sistema de controle de exames laboratoriais Pactuação de Diretrizes, Objetivos, Metas e Indicadores
SRAG Síndrome respiratória aguda grave SUS Sistema único de saúde T. pallidum Treponema Pallidum TARV Terapia antirretroviral TB-DR Tuberculose droga resistente TMF Taxa de mortalidade fetal TMI Taxa de mortalidade infantil UESF Unidade de estratégia saúde da família
Unaids Programa conjunto das Nações Unidas sobre HIV/Aids (do inglês, united nations programme on HIV/AIDS).
VHB Vírus de Hepatite B VHC Vírus de Hepatite C
Tabelas
Tabela 01 Número de casos notificados de Acidente de Trabalho Grave, segundo sexo, por ano. Pinhais, 2009 a 2015.
16
Tabela 02 Número de casos notificados de Acidente de Trabalho Grave, segundo faixa etária, por ano. Pinhais, 2013 a 2015.
17
Tabela 03 Número de casos notificados em outros municípios de Acidente de Trabalho Grave. Pinhais, 2009 a 2015.
17
Tabela 04 Casos de AIDS notificados no SINAN, declarados no SIM e registrados no SISCEL/SICLOM por ano de diagnóstico.
20
Tabela 05 Taxa de detecção (por 100.000 hab.) de casos de AIDS notificados no SINAN, declarados no SIM e registrados no SISCEL / SICLOM, por ano de diagnóstico. Pinhais, 2009 a 2015.
20
Tabela 06 Tabela 06 - Gestantes Infectadas pelo HIV (casos e taxa de detecção por 1.000 nascidos vivos) por ano do parto. Pinhais, 2009 a 2015.
21
Tabela 07 Número de casos de acidentes por animais peçonhentos, por tipo de acidente. Pinhais, 2009 a 2015.
24
Tabela 08 Número de casos de acidentes por animais peçonhentos, por sexo. Pinhais, 2009 a 2015.
24
Tabela 09 Número de casos de acidentes por animais peçonhentos, por faixa etária. Pinhais, 2009 a 2015.
24
Tabela 10 Número de casos de Dengue por classificação final. Pinhais, 2009 a 2015. 27
Tabela 11 Número de casos de Chikungunya por classificação final. Pinhais, 2009 a 2015. 31
Tabela 12 Número de atendimentos antirrábicos humanos, segundo faixa etária, por ano de notificação. Pinhais, 2009 a 2015.
35
Tabela 13 Número de atendimentos antirrábicos humanos, segundo Unidade de Saúde Notificadora, por ano de notificação. Pinhais, 2009 a 2015.
36
Tabela 14 Número de casos de Atendimento antirrábico humano, por sexo. Pinhais, 2009 a 2015.
36
Tabela 15 Número de atendimentos antirrábicos humanos, segundo espécie animal, por ano de notificação. Pinhais, 2009 a 2015.
37
Tabela 16 Número de casos notificados de agressão animal, segundo possibilidade de observação, por ano de notificação. Pinhais, 2009 a 2015.
37
Tabela 17 Número de casos de coqueluche confirmados e coeficiente de incidência (por 100.000 hab). Pinhais 2009 a 2015.
40
Tabela 18 Número de casos confirmados de coqueluche por doses de vacina antipertussis. Pinhais 2009 a 2015
40
Tabela 19 Número de casos confirmados de coqueluche por faixa etária. Pinhais 2009 a 2015.
41
Tabela 20 Cobertura Vacinal das vacinas DTP, Tetra Bacteriana, Tríplice Bacteriana e dTpa Gestante. Pinhais 2009 a 2015.
41
Tabela 21 Número de óbito prematuro por Diabetes. Pinhais 2009 a 2015. 45
Tabela 22 Número de óbito prematuro por Doenças do Aparelho Circulatório. Pinhais 2009 a 2015.
45
Tabela 23 Número de óbito prematuro por Doenças do Aparelho Respiratório. Pinhais 2009 a 2015.
46
Tabela 24 Número de óbito prematuro por neoplasias. Pinhais 2009 a 2015. 47
Tabela 25 Número de casos de violência notificados por faixa etária. Pinhais 2009 a 2015. 49
Tabela 26 Número de casos de violência notificados, segundo ocorrência de violência sexual, sexo feminino e faixa etária. Pinhais 2009 a 2015.
50
Tabela 27 Número de casos de intoxicação exógena notificados, segundo contaminação. Pinhais 2009 – 2015.
52
Tabela 28 Número de casos de tentativas de suicídios notificados, segundo sexo. Pinhais 2009 a 2015.
52
Tabela 29 Número de casos de tentativas de suicídios notificados, segundo sexo feminino, por faixa etária. Pinhais 2009 a 2015.
53
Tabela 30 Número de casos de intoxicação exógena notificados, segundo agente tóxico. Pinhais 2009 a 2015.
53
Tabela 31 Número de casos de intoxicação exógena por medicamentos notificados, segundo sexo. Pinhais 2009 a 2015.
53
Tabela 32 Número de casos de intoxicação exógena por medicamentos notificados, segundo sexo feminino por faixa etária. Pinhais 2009 a 2015.
54
Tabela 33 Número de casos de Doenças Exantemáticas notificados e confirmados. Pinhais, 2009 a 2015.
58
Tabela 34 Cobertura vacinal Tríplice Viral e Tetra Viral. Pinhais, 2009 a 2015. 58
Tabela 35 Número de casos de Hanseníase segundo a faixa etária e ano de diagnóstico. Pinhais, 2009 a 2015.
62
Tabela 36 Número e índice de casos de Hanseníase segundo o sexo e ano de diagnóstico. Pinhais, 2009 a 2015.
62
Tabela 37 Número e índice de casos novos de Hanseníase segundo a classificação operacional na notificação e ano de diagnóstico. Pinhais, 2009 a 2015.
63
Tabela 38 Número e percentual de todos os casos de Hanseníase segundo o modo de entrada e ano de diagnóstico. Pinhais, 2009 a 2015.
64
Tabela 39 Número e índice de todos os casos de Hanseníase segunda a forma clínica notificada e ano de diagnóstico. Pinhais, 2009 a 2015.
64
Tabela 40 Número e índice de todos os casos de Hanseníase segundo o grau de incapacidade física no diagnóstico e ano de diagnóstico. Pinhais, 2009 a 2015.
65
Tabela 41 Número e índice de casos novos de Hanseníase segundo todos os tipos de saídas e ano de diagnóstico. Pinhais, 2009 a 2015.
65
Tabela 42 Distribuição de casos de hepatite A por sexo. Pinhais, 2009 a 2015. 68
Tabela 43 Distribuição de casos de Hepatite A por faixa etária. Pinhais, 2009 a 2015. 69
Tabela 44 Distribuição de casos de Hepatite B por classificação final. Pinhais, 2009 a 2015. 70
Tabela 45 Distribuição de casos com confirmação laboratorial de Hepatite B por faixa etária. Pinhais, 2009 a 2015.
70
Tabela 46 Distribuição de casos com confirmação laboratorial de Hepatite B por sexo. Pinhais, 2009 a 2015.
71
Tabela 47 Cobertura Vacinal Hepatite A e Hepatite B. Pinhais 2009 a 2015. 72
Tabela 48 Distribuição de casos de Hepatite C por classificação final. Pinhais, 2009 a 2015. 73
Tabela 49 Distribuição de casos com confirmação laboratorial de Hepatite C por sexo. Pinhais, 2009 a 2015.
74
Tabela 50 Distribuição de casos com confirmação laboratorial de Hepatite C por faixa etária. Pinhais, 2009 a 2015.
74
Tabela 51 Número de casos de Influenza por ano, segundo classificação final por Ficha de Investigação Antiga e Nova. Pinhais, 2009 a 2015.
77
Tabela 52 Número de casos de Influenza por critério de classificação. Pinhais, 2009 a 2015. 78
Tabela 53 Número de Óbitos registrados no SIM segundo CID J09, J10 e J11. Pinhais, 2009 a 2015.
78
Tabela 54 Cobertura Vacinal da Influenza. Pinhais, 2009 a 2015. 79
Tabela 55 Número de casos de Leptospirose confirmados por classificação final. Pinhais, 2009 a 2015.
82
Tabela 56 Número de casos de Leptospirose confirmados por faixa etária. Pinhais, 2009 a 2015.
83
Tabela 57 Número de Óbitos registrados no SIM segundo CID A27. Pinhais, 2009 a 2015. 83
Tabela 58 Número de casos e incidência de Meningite por 100.000 hab., segundo tipo, Pinhais 2009 a 2015.
90
Tabela 59 Número de casos de Meningite por faixa etária, Pinhais 2009 a 2015. 90
Tabela 60 Cobertura Vacinal Meningite C. Pinhais, 2009 a 2015. 91
Tabela 61 Número de óbitos maternos e Razão de Mortalidade Materna, por 100.000 nascidos vivos, Pinhais 2009 a 2015.
93
Tabela 62 Número de óbitos maternos, segundo faixa etária. Pinhais 2009 a 2015. 94
Tabela 63 Número de óbitos Infantis, segundo taxa de mortalidade, por 1.000 nascidos vivos, Pinhais 2009 a 2015.
97
Tabela 64 Número de óbitos Fetais, segundo taxa de mortalidade, por 1.000 nascidos vivos, Pinhais 2009 a 2015.
99
Tabela 65 Número de casos de sífilis em gestante notificados por faixa etária. Pinhais 2009 a 2015.
102
Tabela 66 Número de casos de sífilis em gestante notificados segundo esquema de tratamento. Pinhais 2009 a 2015.
103
Tabela 67 Número de casos de sífilis em gestante notificados segundo período gestacional. Pinhais 2009 a 2015.
103
Tabela 68 Número de casos de sífilis congênita notificados, segundo diagnóstico final. Pinhais 2009 a 2015.
104
Tabela 69 Número de casos de sífilis congênita notificados, segundo diagnóstico de Sífilis Materna. Pinhais 2009 a 2015.
105
Tabela 70 Número de casos de Tuberculose (todas as formas), segundo ano de diagnóstico e faixa etária. Pinhais, 2009 a 2015.
108
Tabela 71 Número e índice de casos de Tuberculose (todas as formas) caso novo, segundo ano de diagnóstico e sexo. Pinhais, 2009 a 2015.
108
Tabela 72 Número e índice de casos de Tuberculose (todas as formas), segundo ano de diagnóstico e tipo de entrada. Pinhais, 2009 a 2015.
109
Tabela 73 Número e índice de casos de Tuberculose (todas as formas), segundo ano de diagnóstico e forma de entrada. Pinhais, 2009 a 2015.
109
Tabela 74 Número e índice de casos de Tuberculose (todas as formas), segundo ano de diagnóstico e resultado da sorologia de HIV. Pinhais, 2009 a 2015.
111
Tabela 75 Número e índice de casos de Tuberculose (todas as formas), segundo ano de diagnóstico e situação de encerramento. Pinhais, 2009 a 2015.
111
Tabela 76 Número e índice de casos de Tuberculose Pulmonar, segundo ano de diagnóstico e tipo de entrada. Pinhais, 2009 a 2015.
113
Tabela 77 Número e índice de casos de Tuberculose Pulmonar, segundo ano de diagnóstico e resultado da sorologia de HIV. Pinhais, 2009 a 2015.
113
Tabela 78 Número e índice de casos de Tuberculose Pulmonar, segundo ano de diagnóstico e situação de encerramento. Pinhais, 2009 a 2015.
114
Tabela 79 Número e índice de casos de Tuberculose Extrapulmonar, segundo ano de diagnóstico e localização. Pinhais, 2009 a 2015.
115
Tabela 80 Cobertura Vacinal da vacina BCG. Pinhais, 2009 a 2015. 115
Figuras
Figura 01 Focos do vetor Aedes Aegypti e Aedes Albopictus. Pinhais, 2007 a 2014. 28
Figura 02 Focos do vetor Aedes Aegypti e Aedes Albopictus. Pinhais, 2015 29
Figura 03 Números de atendimentos antirrábicos humanos por ano de notificação. Pinhais, 2009 2015.
35
Figura 04 Proporção das 04 principais doenças crônicas não transmissíveis. Pinhais 2009 a 2015.
44
Figura 05 Número de casos de violência notificados, segundo ocorrência de violência física por sexo. Pinhais 2009 a 2015.
50
Figura 06 Número de casos de violência notificados, segundo ocorrência de violência psicológica/moral por sexo. Pinhais 2009 a 2015.
51
Figura 07 Número de casos de violência notificados, segundo lesão autoprovocada por sexo. Pinhais 2009 a 2015.
51
Figura 08 Número e Coeficiente de Detecção dos Casos Novos de Hanseníase por 100.000 habitantes. Pinhais, 2009 a 2015.
61
Figura 09 Número e índice de casos novos de Hanseníase segundo a classificação operacional na notificação e ano de diagnóstico. Pinhais, 2009 a 2015.
63
Figura 10 Casos confirmados de Hepatite B, segundo forma clínica. Pinhais, 2009 a 2015.
71
Figura 11 Número de casos de Leptospirose por sexo. Pinhais, 2009 a 2015. 82
Figura 12 Razão de Mortalidade Materna, por 100.000 nascidos vivos, Pinhais 2009 a 2015.
94
Figura 13 Taxa de mortalidade Infantil, Pinhais 2009 a 2015. 97
Figura 14 Taxa de mortalidade Fetal, Pinhais 2009 a 2015. 99
Figura 15 Número de Sífilis em Gestante notificadas, Pinhais 2009 a 2015. 102
Figura 16 Taxa de incidência de casos de Tuberculose (todas as formas). Pinhais, 2009 a 2015.
110
Figura 17 Taxa de incidência de casos novos de Tuberculose Pulmonar. Pinhais, 2005 a 2015.
112
12
APRESENTAÇÃO
O Perfil Epidemiológico foi elaborado pela Gerência de Infectologia e
Vigilância Epidemiológica da Diretoria de Vigilância em Saúde do município de
Pinhais. Este documento vem cumprir o objetivo de consolidar e dar
publicidade às informações sobre as doenças e agravos de notificação
compulsória de relevância no município.
As informações aqui divulgadas foram coletadas nos Sistemas de
Informação do Ministério da Saúde, Secretaria Estadual de Saúde do Paraná e
Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística - IBGE.
Diante do exposto espera-se que o Perfil Epidemiológico seja utilizado
como um importante instrumento de informação aos gestores e técnicos do
Sistema de Saúde Municipal fornecendo subsídios para o planejamento e
construção das Políticas Públicas de Saúde municipais, adequadas à
especificidade da situação de saúde local.
Vanessa Loyola Fontoura Diretora do Departamento de Vigilância em Saúde
13
INTRODUÇÃO
Entendendo que a informação em saúde é um instrumento estratégico e
o ponto de partida para muitas ações, elaboramos o Perfil Epidemiológico do
Município de Pinhais 2016, assumindo um importante papel, o de servir de
base para diagnóstico, planejamento, visando a (re)organização de serviços,
sejam assistenciais, preventivos ou de cura/reabilitação.
Segundo a Lei 8.080 o conceito de Vigilância Epidemiológica é o
“conjunto de ações que proporciona o conhecimento, a detecção ou prevenção
de qualquer mudança nos fatores determinantes e condicionantes de saúde
individual ou coletiva, com a finalidade de recomendar e adotar as medidas de
prevenção e controle das doenças ou agravos.”
A definição das doenças e agravos analisados neste Perfil
Epidemiológico levou em consideração os dados de maior relevância no
município de Pinhais e no Brasil, dados utilizados rotineiramente para avaliação
dos indicadores do SISPACTO/COAP, Vigiasus, dentre outros. Os dados
referentes à cobertura vacinal foram incluídos nas doenças imunopreveníveis
correspondente.
Ao se analisar os dados apresentados, visualiza-se as diversas
conquistas adquiridas ao longo do tempo, como exemplo a redução da taxa de
mortalidade infantil e dos casos de tuberculose, indicadores que demonstram
os resultados das ações de saúde integradas com ações sociais e de
educação, melhoria de condição de vida, acesso a quesitos básicos, como
alimento, saneamento básico, dentre outros. Muito ainda precisamos
conquistar para atingirmos os índices de países desenvolvidos.
No município de Pinhais, o acesso ao diagnóstico precoce e ao
acompanhamento especializado das PVHA é facilitado, porém precisamos
buscar alternativas e realizar ações para a redução da taxa de incidência do
HIV/Aids que apresenta-se historicamente acima da média nacional e estadual.
Globalmente, observa-se a mudança do perfil de morbimortalidade da
população, com redução dos casos de doenças infectocontagiosas e ascensão
dos casos de doenças e agravos crônicos não transmissíveis, que incluem as
doenças cardiovasculares, neoplasias, violência, dentre outras. Para controle e
melhoria desses indicadores necessitamos não apenas de ações de
14
prevenção, mas também de ações de promoção a saúde de forma contínua,
para vislumbrarmos em longo prazo resultados favorável.
Neste cenário, esperamos que a leitura atenta do Perfil Epidemiológico,
a análise de seus dados, tabelas e sua plena utilização sirvam de instrumento
para a melhoria dos indicadores de saúde do município de Pinhais.
15
ACIDENTE DE TRABALHO GRAVE
Os acidentes de trabalho são agravos que representam importante
problema de saúde pública, pelo seu expressivo impacto na morbimortalidade
da população. Constitui-se em objeto importante das ações do Sistema Único
de Saúde, que, em conjunto com outros segmentos dos serviços públicos e da
sociedade civil, deve buscar formas efetivas para o seu enfrentamento
(BRASIL, 2016).
O termo acidente é utilizado por assumir que em maior ou menor grau é
perfeitamente previsível e prevenível. O conceito de risco “inerente” traz
consigo a ideia, amplamente difundida, da necessária presença de fatores de
risco, considerados inseparáveis de determinadas atividades de trabalho. Estes
fatores existem por outros determinantes, que não a impossibilidade técnica de
sua eliminação ou controle (BRASIL, 2016).
Os prejuízos econômicos e sociais desses acidentes como, por exemplo,
seus impactos na vida familiar das vítimas têm sido menos estudados, mas já
estão parcialmente revelados para a sociedade. Também são pouco estudadas
as sequelas crônicas e de instalação tardia de acidentes adequadamente
reconhecidos como de trabalho e aquelas que só tardiamente são relacionadas
aos acidentes inicialmente não registrados, identificando-as como de trabalho
(BRASIL, 2016).
Os acidentes de trabalho graves são de notificação obrigatória no
SINAN, são aqueles que acarretam mutilação, física ou funcional, e que levam
a lesão cuja natureza implique em comprometimento extremamente sério e
preocupante, capaz de consequências nocivas ou fatais (KALINKE et al, 2013).
Em 2008, foram registrados no mundo cerca de 317 milhões de
acidentes de trabalho que acarretaram até quatro dias de afastamento laboral,
indicando a ocorrência de mais de 868 mil acidentes de trabalho por dia. A
maioria desses acidentes ocorreu no Sudeste da Ásia e nos países do Pacífico
Ocidental. Este dado é preocupante, considerando-se que os acidentes de
trabalho são de caráter prevenível (KALINKE et al, 2013).
Um dos aspectos já amplamente discutidos em relação aos acidentes de
trabalho é a inexistência de sistemas de informação, que permitam estimar e
acompanhar o real impacto do trabalho sobre a saúde da população brasileira.
16
Há evidências de grande quantidade de casos de não-diagnóstico e ou não-
registro de acidentes que resultam em consequências consideradas menos
graves para a saúde das vítimas (KALINKE et al, 2013).
Uma das consequências do desconhecimento do impacto do trabalho
sobre a saúde é a inexistência de respostas organizadas por parte do SUS em
relação à sua prevenção e ao seu controle. O princípio da integralidade, que
deveria ser assumido como um dos pilares da estruturação dos sistemas de
saúde locais, regionais e nacional, é atingido de modo frontal (KALINKE et al,
2013).
No período de 2007 a 2010 foram notificados 4.354 casos acidentes de
trabalho grave no estado do Paraná. No período, a taxa de incidência
aumentou de 12 casos por 100.000 habitantes em 2007, para 35,8/100.000
habitantes em 2012. Do total de casos, 88,4% ocorreram no sexo masculino
(KALINKE et al, 2013).
A Tabela 01 apresenta dados do SINAN referente a acidentes de
trabalho grave de residentes no município de Pinhais, por sexo, de 2009 a
2015. Neste período foram registrados 11 casos, sendo a maioria no sexo
masculino e na faixa etária de 20-39 anos (Tabela 02).
Faz-se importante ressaltar que a maioria dos hospitais que atendem os
acidentes graves situa-se no município de Curitiba, os dados não retornam ao
município de origem, pois este agravo não permite habilitar o fluxo de retorno
no SINAN. Dados do CEREST da 2ª Regional de Saúde Metropolitana indicam
30 casos notificados em residentes de Pinhais, no período de 2009 a 2015
(Tabela 03).
Muitas ações devem ser incorporadas visando diminuir a subnotificação
dos casos, como exemplo a capacitação profissional e o rastreamento dos
casos que passam por atendimento médico no município com CID sugestivo de
acidente de trabalho.
Tabela 01 – Número de casos notificados de Acidente de Trabalho Grave,
segundo sexo, por ano. Pinhais, 2009 a 2015.
2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 Total
Masculino 00 00 00 00 01 03 04 08 Feminino 00 00 00 00 00 01 02 03
Total 00 00 00 00 01 04 06 11 Fonte: Sistema de Informação de Agravos de Notificação - SINAN
17
Tabela 02 – Número de casos notificados de Acidente de Trabalho Grave,
segundo faixa etária, por ano. Pinhais, 2013 a 2015.
Faixa etária
2013 2014 2015 Total
20 - 39 01 03 06 10
40 - 59 00 01 00 01
Total 01 04 06 11 Fonte: Sistema de Informação de Agravos de Notificação - SINAN
Tabela 03– Número de casos notificados em outros municípios de Acidente de
Trabalho Grave. Pinhais, 2009 a 2015.
2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 Total
01 00 03 03 02 09 12 30 Fonte: CEREST / 2ª Regional.
18
AIDS
A síndrome da imunodeficiência adquirida (Aids) é uma doença que
representa um dos maiores problemas de saúde da atualidade, em função do
seu caráter pandêmico e de sua gravidade (Brasil, 2010).
A Infecção pelo vírus da imunodeficiência humana (HIV) evolui para uma
grave disfunção do sistema imunológico, à medida que os linfócitos T CD4+
(uma das principais células alvo do vírus) vão sendo destruídos. A contagem
de linfócitos T CD4+ é um importante marcador dessa imunodeficiência, sendo
utilizada tanto para estimar o prognóstico quanto para definição de casos de
aids, com fins epidemiológicos (Brasil, 2010).
O monitoramento clínico das pessoas vivendo com HIV/Aids (PVHA)
é,atualmente, uma das mais importantes ferramentas para o acompanhamento
dos avanços e esforços necessários para a melhoria da atenção às
PVHA.Nesse contexto, foram acordadas, no México, em reunião da
Organização Panamericana de Saúde (Opas), por países da América Latina e
Caribe, com a participação da sociedade civil desses países, três metas para o
monitoramento de etapas fundamentais da cascata de cuidados. Tais metas,
reconhecidas pelo Unaids em 2014, ficaram conhecidas como metas 90-90-90,
nas quais os países devem atingir, até2020: 90% das PVHA diagnosticadas;
90% das PVHA diagnosticadas em terapia antirretroviral (TARV); e 90% das
PVHA em TARV com supressão viral (Brasil, 2015).
Estima-se que, ao fim de 2014, aproximadamente 781 mil indivíduos
viviam com HIV/Aids no Brasil, representando uma taxa de prevalência de HIV
de 0,39%. Dessas PVHA, 83% (649 mil) haviam sido diagnosticadas.
Aproximadamente 80% destas foram vinculadas ao serviço de saúde em algum
momento depois do diagnóstico; no entanto, apenas 66% continuavam retidas
nesses serviços (Brasil, 2015).
Mais da metade (52%) das PVHA estavam em TARV (405 mil), sendo
que 46% (356 mil) delas apresentavam supressão viral pelo menos seis meses
após o início da TARV. Considerando-se apenas PVHA em TARV, a proporção
de supressão viral atinge aproximadamente 88% (Brasil, 2015).
Em dezembro de 2013, o Brasil publicou o “Protocolo Clínico e Diretrizes
Terapêuticas para o Manejo da Infecção pelo HIV em Adultos” (PCDT),dando
mais um passo de vanguarda para a resposta à epidemia, ao se tornar o
19
primeiro país em desenvolvimento e o terceiro do mundo a recomendar o início
imediato da TARV para todas as PVHA, independentemente da contagem
deCD4. Vários estudos demonstraram que o início cada vez mais precoce da
TARV não só melhora a qualidade de vida das PVHA, mas também reduz o
risco da transmissão e essa recomendação foi posteriormente adotada por
diversos outros países e pela Organização Mundial da Saúde (OMS) (BRASIL,
2015).
Engajados na luta pelo cumprimento da meta 90-90-90, o município de
Pinhais realiza atendimento integral às PVHA seguindo os protocolos do MS,
sendo realizado o atendimento das PVHA acima de 13 anos de idade no
Centro de Controle de Agravos (CCA) e o atendimento pediátrico referenciado
para o Hospital das Clínicas e Pequeno Príncipe, no município de Curitiba
devido à baixa demanda.
Aids Nos últimos cinco anos, o Brasil tem registrado anualmente, uma média
de 40,6 mil casos novos de aids. A taxa de detecção de aids no Brasil tem
apresentado estabilização nos últimos dez anos, com uma média de 20,5
casos para cada 100 mil habitantes. Observa-se estabilização da taxa na
região Sul, com uma média de 31,1 casos para cada 100 mil habitantes
(BRASIL, 2015).
Na região sul, as maiores taxas de detecção de aids são observadas nos
estados de Rio Grande do Sul e Santa Catarina. O estado do Paraná apresenta
taxa de detecção abaixo da média nacional, em 2005 apresentou 17,4
casos/100.000 habitantes e em 2014 18,5 casos/100.000 hab.
No município de Pinhais de 2009 a 2015 foram notificados 310 casos de
aids em maiores de 13 anos e 04 casos em menores de 05 anos. Do total de
casos, 64% foram no sexo masculino e 36% no sexo feminino (Tabela 04).
Enquanto o Brasil comemora taxa de detecção de 19,7 casos/100.000
habitantes em 2014, Pinhais registrou no mesmo ano taxa de 35,8
casos/100.000 hab. (Tabela 05).
20
Tabela 04 - Casos de AIDS notificados no SINAN, declarados no SIM e
registrados no SISCEL/SICLOM por ano de diagnóstico. Pinhais, 2009 a 2015.
2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 Total Homens 35 35 35 32 17 31 15 200 Mulheres 22 16 16 17 13 14 12 110 Menores de 05 anos 01 00 01 01 00 01 00 04 Entre 15 e 24 anos 07 06 08 05 02 04 05 37
Total 65 57 60 55 32 50 32 351 Fonte: MS/SVS/Departamento de DST, AIDS e Hepatites Virais
Notas: (1) SICLOM utilizado para validação dos dados do SISCEL; (2) SINAN de 1980 até
junho/2015 e SIM de 2000 a 2014; (3) Dados preliminares para os últimos 5 anos. Tabela 05 - Taxa de detecção (por 100.000 hab.) de casos de AIDS notificados
no SINAN, declarados no SIM e registrados no SISCEL / SICLOM, por ano de
diagnóstico. Pinhais, 2009 a 2015.
Taxa de Detecção 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 Homens 60,2 61,6 60,9 55,2 29,3 53,5 11,8 Mulheres 36,5 26,6 26,3 27,7 21,2 22,8 9,4 Menores de 05 anos 11,3 0,0 11,7 11,6 0,0 11,6 0,0 Entre 15 e 24 anos 32,7 28,8 38,0 23,6 9,4 18,9 3,9 Geral 49,0 43,6 43,1 41,0 24,1 35,8 22,0
Fonte: MS/SVS/Departamento de DST, AIDS e Hepatites Virais.
Notas: (1) SICLOM utilizado para validação dos dados do SISCEL; (2) SINAN de 1980 até
junho/2015, SISCEL de 2000 a junho/2015 e SIM de 2000 a 2014; (3) Dados preliminares para
os últimos 5 anos.
HIV em Gestantes
De 2009 a junho de 2015 foram notificados 44.807 casos de HIV em
gestante no Brasil, a taxa de detecção em 2009 foi de 2,2 casos por 1.000
nascidos vivos e em 2015 foram 2,6 casos/1.000 nascidos vivos. Do total, a
região sul representa 30% dos casos, sendo as maiores taxas no estado do Rio
Grande do Sul. No mesmo período, o estado do Paraná registrou 2.484 casos,
a taxa de detecção em 2009 foi de 2,8 casos/1000 nascidos vivos,
apresentando leve redução nos anos seguintes atingindo em 2015 a taxa de
2,5 casos/ 1000 nascidos vivos (BRASIL, 2015).
21
O município de Pinhais, diferentemente do cenário nacional e da média
estadual, teve um aumento significativo na taxa de detecção de HIV em
gestantes como pode ser observado na Tabela 06. Em 2009, a taxa de
detecção foi a mesma da média nacional com 2,2 casos/ 1000 nascidos vivos,
a maior taxa foi observada em 2012 com 5,5 casos/1000 nascidos vivos.
Tabela 06 - Gestantes Infectadas pelo HIV (casos e taxa de detecção por
1.000 nascidos vivos) por ano do parto. Pinhais, 2009 a 2015.
Gestantes 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 HIV em gestantes 04 08 09 11 07 06 09
Taxa de detecção em gestantes 2,2 4,2 4,7 5,5 3,5 2,8 4,1
Fonte: MS/SVS/Departamento de DST, AIDS e Hepatites Virais
Notas: (1) Casos notificados no SINAN até 30/06/2015; (2) Dados preliminares para os últimos
05 anos.
22
ANIMAIS PEÇONHENTOS
Animais peçonhentos são reconhecidos como aqueles que produzem ou
modificam algum veneno e possuem algum aparato para injetá-lo na sua presa
ou predador. Os principais animais peçonhentos que causam acidentes no
Brasil são algumas espécies de serpentes, de escorpiões, de aranhas, de
lepidópteros (mariposas e suas larvas), de himenópteros (abelhas, formigas e
vespas), de coleópteros (besouros), de quilópodes (lacraias), de peixes, de
cnidários (águas-vivas e caravelas), entre outros.
Os acidentes com animais peçonhentos estão classificados pela
Organização Mundial de Saúde como doenças tropicais negligenciadas e são
bastante comuns nas áreas rurais e nos ambientes onde a população vive em
condições precárias de habitação ou higiene, contudo eles também acontecem
com certa frequência em áreas urbanas se estas estiverem próximas a alguma
área verde ou for vítima de infestações.
As serpentes, escorpiões e aranhas são os principais agentes
causadores de envenenamento.
Escorpiões e Aranhas
Apresentam hábitos noturnos, escondendo-se durante o dia sob pedras,
troncos, entulhos, telhas ou tijolos. Muitas espécies vivem em áreas urbanas,
onde encontram abrigo dentro e próximo das casas, bem como alimentação
farta. Os escorpiões podem sobreviver vários meses sem alimento e mesmo
sem água, o que torna seu combate muito difícil (BRASIL, 2009).
Serpentes
No Brasil, as serpentes peçonhentas de interesse em saúde pública são
representadas por quatro gêneros – com dezenas de subespécies
reconhecidas – da família Viperidae: Bothrops e Micrurus (jararacas e corais)
podem ser encontrados em todo o território nacional, enquanto o gênero
Crotalus (cascavéis) se distribui preferencialmente pelo Sudeste e Sul e as
Lachesis(surucucus), na Região Amazônica. Aproximadamente 46% do total de
acidentes ofídicos com os que procuram as unidades de emergência são
causados por cobras não venenosas (AZEVEDO-MARQUES et al, 2003).
23
Todas as serpentes são carnívoras, comendo pequenos animais
(incluindo lagartos e outras cobras), aves, ovos ou insetos.
Segundo o informe epidemiológico sobre animais peçonhentos de 2014
do Ministério da Saúde, no Brasil, entre 2010 e 2014 foram notificados 691.307
acidentes por animais peçonhentos no SINAN, dos quais 1.282 evoluíram para
óbito. O escorpionismo foi, entre os acidentes com animais peçonhentos, o que
apresentou o maior aumento no número de casos no período, passando de
51.576 notificações em 2010 para 88.435 em 2014, um aumento de 71,5%
(Brasil, 2014).
No referido informe epidemiológico, observa-se que para todos os tipos
de acidentes há uma maior frequência entre os meses de outubro a abril, nesse
período, há uma maior movimentação dos animais ocasionada pelo período de
reprodução de alguns e pelo desalojamento causado pelas chuvas, obrigando-
os a buscar abrigo em locais secos, como as proximidades e até o interior das
residências (BRASIL, 2014).
No Paraná, em 2014, foram notificados 13.733 casos de acidentes com
animais peçonhentos, dos quais 9.063 foram causados por aranhas. No
período ocorreram 18 casos que resultaram em óbito, dos quais 12 causados
por abelhas (Paraná, 2014).
Em Pinhais, diferentemente da epidemiologia nacional, e seguindo o
padrão estadual, o maior número de acidentes foi causado por aranhas, como
pode ser observado na tabela 07. Tal fenômeno pode ser observado devido a
grande ocorrência de aranhas-marrons (Loxoscelessp) em Curitiba e região
metropolitana. AsLoxocelessaem em busca de alimento à noite, e é neste
momento que podem se esconder em roupas, toalhas, roupas de cama e
calçados. Os acidentes acontecem quando a pessoa, ao se vestir, ou mesmo
durante o sono, comprime a aranha contra a pele.
As tabelas 08 e 09 demonstram que os acidentes com animais
peçonhentos ocorrem predominantemente em pessoas do sexo feminino e
entre a faixa etária de 20 a 34 anos.
24
Tabela 07– Número de casos de acidentes por animais peçonhentos, por tipo
de acidente. Pinhais, 2009 a 2015.
Ano da Notificação
Ign / Branco Serpente Aranha Escorpião Lagarta Abelha Outros Total
2009 02 00 26 00 02 01 02 33 2010 01 00 11 00 00 00 00 12 2011 03 00 48 00 02 01 00 54 2012 09 01 64 00 01 03 00 78 2013 05 01 38 00 01 02 02 49 2014 03 04 70 00 02 04 00 83 2015 05 01 67 01 01 04 00 79 Total 28 07 324 01 09 15 04 388
Fonte: Sistema de Informação de Agravos de Notificação – SINAN – TABWIN
Tabela 08– Número de casos de acidentes por animais peçonhentos, por sexo.
Pinhais, 2009 a 2015.
Ano Masculino Feminino Total 2009 16 17 33 2010 03 09 12 2011 25 29 54 2012 31 47 78 2013 19 30 49 2014 37 46 83 2015 29 50 79 Total 160 228 388
Fonte: Sistema de Informação de Agravos de Notificação – SINAN – TABWIN
Tabela 09 – Número de casos de acidentes por animais peçonhentos, por faixa
etária. Pinhais, 2009 a 2015.
Ano Faixa Etária (anos)
Total < 1 1 - 4 5 - 9 10 - 14 15 - 19 20 - 34 35 - 49 50 - 64 65 - 79 ≥ 80 2009 02 01 02 03 01 08 07 07 01 01 33 2010 01 01 02 01 01 02 03 01 00 00 12 2011 01 01 02 03 01 16 26 03 01 00 54 2012 00 02 07 03 06 26 18 13 09 00 78 2013 01 03 06 01 05 17 06 06 03 01 49 2014 01 05 04 05 07 32 17 10 01 01 83 2015 04 06 02 05 04 23 24 09 02 00 79 Total 10 19 25 21 25 124 101 49 11 03 388
Fonte: Sistema de Informação de Agravos de Notificação – SINAN – TABWIN
25
ARBOVIRORES
Dentre as doenças infecciosas emergentes e reemergentes, os
arbovírus transmitidos por mosquitos, como dengue (DENV), chikungunya
(CHIKV) e Zika vírus, são considerados importantes desafios para a saúde
pública. Além do cenário causado pelo DENV, endêmico em quase todo o país
E causando epidemias há décadas, a introdução do CHIKV e do Zika no
território brasileiro traz grande preocupação. Ambos são transmitidos por
mosquitos do gênero Aedes, particularmente Ae. Aegypti e Ae. Albopictus,
duas espécies invasoras e cosmopolitas. A primeira é encontrada com maior
frequência em locais de aglomeração humana, realizando o repasto sanguíneo
e o repouso no interior de habitações. Já a segunda, exibe comportamento
alimento diverso, com maior frequência em áreas de menor aglomeração
humana, alimentando-se e repousando preferencialmente no peridomicílio
(BRASIL et. al., 2015).
Dengue
Doença febril aguda, que pode apresentar um amplo espectro clínico:
enquanto a maioria dos pacientes se recupera após evolução clínica leve e
autolimitada, uma pequena parte progride para doença grave. Ocorre e é
disseminada especialmente nos países tropicais e subtropicais, onde as
condições do meio ambiente favorecem o desenvolvimento e a proliferação dos
vetores (BRASIL, 2016).
Até o ano de 2013, foram elencados 4 sorotipos conhecidos: DENV1,
DENV2, DENV3 e DENV4. A transmissão se faz pela picada dos mosquitos no
ciclo: homem – A. aegypti – homem. Foram registrados casos de transmissão
vertical e por transfusão sanguínea. O período de incubação varia de 4 a 10
dias, sendo em média de 5 a 6 dias (BRASIL, 2016).
A transmissibilidade compreende dois ciclos: um intrínseco, que ocorre
no homem, e outro extrínseco, que ocorre no vetor. Quando o vírus da dengue
circulante no sangue de um humano em viremia (geralmente um dia antes do
aparecimento da febre até o 6º dia da doença) é ingerido pela fêmea do
mosquito durante o repasto, o vírus infecta o intestino médio e depois se
26
espalha sistemicamente ao longo de um período de 8 a 12 dias. Após esse
período de incubação extrínseca, o vírus pode ser transmitido para humanos
durante futuros repastos. Este período de incubação é influenciado por fatores
ambientais, especialmente temperatura. Em seguida o mosquito permanece
infectante até o final da sua vida (6 a 8 semanas) (BRASIL, 2016).
A suscetibilidade ao vírus da dengue é universal. A imunidade é
permanente para um mesmo sorotipo (homóloga). Entretanto, a imunidade
cruzada (heteróloga) existe temporariamente por 2 a 3 meses. Fatores de risco
individuais determinam a gravidade da doença e incluem idade, etnicidade e,
possivelmente, comorbidades (asma brônquica, diabetes mellitus, anemia
falciforme) e infecção secundária. Crianças mais novas, particularmente,
podem ser menos capazes que adultos de compensar o extravasamento
capilar e estão consequentemente em maior risco do choque da dengue
(BRASIL, 2016).
O tratamento é baseado principalmente na hidratação adequada,
levando em consideração o estadiamento da doença, segundo os sinais e
sintomas apresentados pelo paciente, para decidir condutas, bem como o
reconhecimento precoce dos sinais de alarme (BRASIL, 2016).
A dengue apresenta grande importância epidemiológica por ser a
doença viral transmitida por mosquito que se espalha mais rapidamente no
mundo. Nos últimos 50 anos, a incidência aumentou 30 vezes, com aumento
da expansão geográfica para novos países e, na presente década, para
pequenas cidades e áreas rurais. Estima-se que 50 milhões de infecções por
dengue ocorram anualmente, e que aproximadamente 2,5 bilhões de pessoas
vivam em países onde a dengue é endêmica (BRASIL, 2016).
No Brasil, há referências de epidemias desde o século XIX. A primeira
epidemia, documentada clínica e laboratorialmente, ocorreu em 1981-1982, em
Boa Vista, Roraima, causada pelos sorotipos 1 e 4. Em 1986, ocorreram
epidemias, atingindo o Rio de Janeiro e algumas capitais da região Nordeste.
Desde então, a dengue vem ocorrendo no Brasil de forma continuada,
intercalando-se com a ocorrência de epidemias, geralmente associadas com a
introdução de novos sorotipos em áreas anteriormente indenes ou alteração do
sorotipo predominante (BRASIL, 2016).
27
No período entre 2002 e 2011, a dengue se consolidou como um dos
maiores desafios de saúde pública no Brasil. Nele, a epidemiologia da doença
apresentou alterações importantes, destacando-se o maior número de casos e
hospitalizações, com epidemias de grande magnitude, o agravamento do
processo de interiorização da transmissão, com registro de casos em
municípios de diferentes portes populacionais e a ocorrência de casos graves
acometendo pessoas em idades extremas (crianças e idosos). Ao longo desses
10 anos, foram registrados, aproximadamente, 4,8 milhões de casos prováveis
de dengue, o que representa um número quatro vezes maior em relação aos
10 anos anteriores. A tendência de crescimento nos casos de dengue também
é observada em relação às hospitalizações, com cerca de 555.000 pacientes
internados nesse mesmo período (BRASIL, 2016).
O Boletim epidemiológico nº36/2015 do Ministério da Saúde demonstra
que em 2015 foram notificados 1.534.932 casos de dengue no Brasil, quase o
triplo de casos notificados em 2014 que foram 555.462 casos. A maior
incidência nacional ocorreu nas regiões nordeste e sudeste. A região sul
apresentou 51.784 casos notificados em 2015, dos quais 45.694 ocorreram no
estado do Paraná, com uma taxa de incidência de 412,3 casos/100.000
habitantes.
Como observado na Tabela 10, em 2015, o município de Pinhais teve 86
casos notificados, sendo confirmados 11 casos de dengue, todos importados.
Tabela 10 – Número de casos de Dengue por classificação final. Pinhais, 2009
a 2015.
Classificação Final 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 Total
Ign/Branco 03 00 00 00 00 00 00 03
Dengue Clássico 01 02 01 00 07 01 00 12
Descartado 04 02 13 05 17 10 73 124
Inconclusivo 00 00 01 00 06 05 02 14
Dengue 00 00 00 00 00 00 11 11
Total 08 04 15 05 30 16 86 164 Fonte: SINAN ONLINE – DENGUE.
28
A tendência de aumento das formas graves da doença se reflete
diretamente no registro dos 2.797 óbitos, sendo que cerca de 80% deles estão
concentrados entre os anos de 2006 e 2011 (BRASIL, 2016).
O processo de interiorização da transmissão já observado desde a
segunda metade da década de 1990 mantém-se no período de 2002 a 2011.
Aproximadamente 90% das epidemias ocorreram em municípios com até
500.000 habitantes, sendo que quase 50% delas em municípios com
população menor que 100.000 habitantes (BRASIL, 2016).
O vetor é o único elo vulnerável da cadeia de transmissão da doença.
Assim, o controle da incidência de dengue está centrado na redução da
densidade de infestação dos seus vetores, as atividades de rotina (visita casa a
casa, mobilização da população, mutirões de limpeza) devem ser intensificadas
(BRASIL, 2016).
A Figura 01 apresenta o mapa dos focos dos vetores identificados no
município de Pinhais no período de 2007 a 2014 onde se observa o grande
destaque em número de focos identificados no Bairro Emiliano Perneta. Em
2015, o Bairro Vargem Grande apresentou grande número de focos (Figura
02).
Figura 01 – Focos do vetor Aedes Aegypti e Aedes Albopictus. Pinhais, 2007 a
2014.
Fonte: Centro de Controle de Zoonoses – CCZ.
29
Figura 02 – Focos do vetor Aedes Aegypti e Aedes Albopictus. Pinhais, 2015.
Fonte: Centro de Controle de Zoonoses – CCZ.
Febre de Chikungunya
Doença produzida pelo vírus chikungunya (CHIKV), que cursa com
enfermidade febril aguda, subaguda ou crônica. A enfermidade aguda se
caracteriza, principalmente, por início súbito de febre alta, cefaleia, mialgias e
dor articular intensa, afetando todos os grupos etários e ambos os sexos. Em
uma pequena porcentagem dos casos a artralgia se torna crônica, podendo
persistir por anos. As formas graves e atípicas são raras, mas quando ocorrem
podem, excepcionalmente, evoluir para óbito (BRASIL, 2016).
A febre de chikungunya é uma enfermidade endêmica nos países do
Sudeste da Ásia, África e Oceania. Emergiu na região das Américas no final de
2013. O nome chikungunya deriva de uma palavra do idioma makonde, falado
no sudeste da Tanzânia, que significa “curvar-se ou tornar-se contorcido”,
descrevendo a postura adotada pelos pacientes devido à artralgia intensa
(BRASIL, 2016).
O período de incubação intrínseco, que ocorre no homem, é em média
de 3 a 7 dias (podendo variar de 1 a 12 dias). O extrínseco, que ocorre no
vetor, dura em média 10 dias. Os mosquitos adquirem o vírus a partir de um
30
hospedeiro virêmico. Depois do período de incubação extrínseca, o mosquito é
capaz de transmitir o vírus a um hospedeiro suscetível, como o homem. Em
seguida, o mosquito permanece infectante até o final da sua vida (6 a 8
semanas). O período de viremia no homem pode perdurar por até 10 dias e,
geralmente, inicia-se 2 dias antes da apresentação dos sintomas. Todos os
indivíduos não previamente expostos ao CHIKV (suscetíveis) têm risco de
adquirir infecção e manifestar a doença, desenvolvendo imunidade duradoura e
protetora contra novas infecções (BRASIL, 2016).
Geralmente, os sintomas iniciam-se entre 3 e 7 dias após a picada do
mosquito (podendo variar de 1 a 12 dias). O CHIKV causa enfermidade aguda,
que pode evoluir para quadros subagudos e crônicos, com persistência dos
sintomas por meses e até anos. Nem todos os indivíduos infectados pelo
CHIKV desenvolvem sintomas. Estudos mostram que 3 a 28% apresentam
infecção assintomática. Quando comparada a outras arboviroses, a taxa de
assintomáticos é baixa, no entanto o número de pacientes que necessitam de
atendimento é elevado (BRASIL, 2016).
Até o momento, não há tratamento antiviral específico para febre de
chikungunya. A terapia utilizada é analgesia e suporte às descompensações
clínicas causadas pela doença (BRASIL, 2016).
Historicamente, as epidemias de chikungunya têm se apresentado
como cíclicas, com períodos interepidêmicos que oscilam entre 4 e 30 anos. No
século XXI, a primeira epidemia por CHIKV ocorreu em 2004, em Lamu, no
Quênia, com 13.500 casos. Desde então, o vírus tem expandido sua
distribuição geográfica mundial, provocando grandes epidemias na Ásia e
África. Em 2005-2006, nas Ilhas da Reunião, no Oceano Índico, ocorreu uma
epidemia, com 266.000 pessoas infectadas, com mais de 200 óbitos. Em 2006,
a epidemia propagou-se do Oceano Índico para a Índia, onde se alastrou por
17 estados do país, infectando 1,39 milhões de pessoas antes do final daquele
ano. Em 2010, foram identificados casos importados em Taiwan, na França,
nos Estados Unidos e no Brasil, trazidos por viajantes advindos,
respectivamente, da Indonésia, da Ilha da Reunião, da Índia e do Sudoeste
Asiático. A partir de dezembro de 2013, uma epidemia por CHIKV afetou
diversas ilhas do Caribe. Até a primeira metade de setembro de 2014, a
transmissão autóctone da doença foi identificada em diversos países e
31
territórios do continente americano, no Caribe, América Central, América do Sul
e América do Norte, com a notificação de 706.093 casos suspeitos e 9.803
confirmados em laboratório (BRASIL, 2016).
Em 2015, no Brasil, até a SE 45, foram notificados 17.131 casos
autóctones suspeitos de febre de chikungunya. Destes, 6724 foram
confirmados, sendo 6350 por critério laboratorial e 374 por critério clínico
epidemiológico; 8926 continuavam em investigação, sendo importante ressaltar
que uma vez caracterizada a transmissão sustentada em uma determinada
área, com a confirmação laboratorial dos primeiros casos, o ministério da
Saúde recomenda que os demais casos sejam confirmados por critério clínico-
epidemiológico (BRASIL, 2015).
No município de Pinhais, como pode ser observado na Tabela 11, de
2009 a 2015foi notificado apenas um caso suspeito de febre de Chikungunya
sendo descartado.
Tabela 11 – Número de casos de Chikungunya por classificação final. Pinhais,
2009 a 2015.
Classificação Final
2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015
Notificados A/C A/C A/C A/C A/C A/C 01
Confirmados A/C A/C A/C A/C A/C A/C 00
Fonte: SINAN
Como se trata de um vírus emergente nas Américas, cuja população
encontra-se inteiramente suscetível e onde a ampla distribuição de mosquitos
transmissores está estabelecida, fatores que favorecem a rápida transmissão
do vírus, considera-se que existe o risco iminente de que o CHIKV continue se
espalhando para outras áreas da América do Norte, América Central e América
do Sul. Destaca-se que a taxa de ataque da doença, durante epidemias, pode
variar de 38% a 63%, atingindo rapidamente grande parte da população
(BRASIL, 2016).
32
Zika
O Zika é um vírus transmitido pelo Aedes aegypti e identificado pela
primeira vez no Brasil em abril de 2015. O vírus Zika recebeu a mesma
denominação do local de origem de sua identificação em 1947, após detecção
em macacos sentinelas para monitoramento da febre amarela, na floresta Zika,
em Uganda (BRASIL, 2016).
Cerca de 80% das pessoas infectadas pelo vírus Zika não desenvolvem
manifestações clínicas. Os principais sintomas são dor de cabeça, febre baixa,
dores leves nas articulações, manchas vermelhas na pele, coceira e
vermelhidão nos olhos. Outros sintomas menos frequentes são inchaço no
corpo, dor de garganta, tosse e vômitos. No geral, a evolução da doença é
benigna e os sintomas desaparecem espontaneamente após 3 a 7 dias. No
entanto, a dor nas articulações pode persistir por aproximadamente um mês.
Formas graves e atípicas são raras, mas quando ocorrem podem,
excepcionalmente, evoluir para óbito, como identificado no mês de novembro
de 2015, pela primeira vez na história (BRASIL, 2016).
O principal modo de transmissão descrito do vírus é pela picada do
Aedes aegypti. Outras possíveis formas de transmissão do vírus Zika precisam
ser avaliadas com mais profundidade, com base em estudos científicos. Não há
evidências de transmissão do vírus Zika por meio do leite materno, assim como
por urina e saliva. Conforme estudos aplicados na Polinésia Francesa, não foi
identificada a replicação do vírus em amostras do leite. Também não há
descrição de transmissão por saliva. É crescente a evidência de que o vírus
pode ser sexualmente transmissível. Em maio de 2016, a OMS, divulgou o guia
interino de prevenção da transmissão sexual do vírus Zika (BRASIL, 2016).
Não existe tratamento específico para a infecção pelo vírus Zika.
Também não há vacina contra o vírus. Os casos suspeitos devem ser tratados
como dengue devido à sua maior frequência entre pessoas infectadas pelo
vírus Zika (adulto e criança), cerca de 80% não desenvolveram sintomas,
sejam adultos ou crianças.
Dentre essas pessoas, apenas uma pequena parcela pode vir a
desenvolver algum tipo de complicação, que deverá ser avaliada pelos
médicos, uma vez que o Zika é uma doença nova e suas complicações e
gravidades ainda não foram totalmente descritas e conhecidas (BRASIL, 2016).
33
O Ministério da Saúde confirmou a relação entre o vírus Zika e a
microcefalia. O Instituto Evandro Chagas, órgão do ministério de Belém (PA),
encaminhou o resultado de exames realizados em um bebê, nascida no Ceará,
com microcefalia e outras malformações congênitas. Em amostras de sangue e
tecidos, foi identificada a presença do vírus Zika. Essa é uma situação inédita
na pesquisa científica mundial. A Organização Mundial da Saúde (OMS) e
Centro de Prevenção e Controle de Doenças (CDC) dos Estados Unidos
também confirmam relação (BRASIL, 2016).
As investigações sobre o tema, entretanto, continuam em andamento
para esclarecer questões como a transmissão desse agente, a sua atuação no
organismo humano, a infecção do feto e período de maior vulnerabilidade para
a gestante. Em análise inicial, o risco está associado aos primeiros três meses
de gravidez. O achado reforça o chamado para uma mobilização nacional para
conter o mosquito transmissor, o Aedes aegypti, responsável pela
disseminação da doença (BRASIL, 2016).
Foi confirmada transmissão autóctone de febre pelo vírus Zika no país a
partir de abril de 2015. Até a semana epidemiológica (SE) 45, 18 Unidades da
federação confirmaram laboratorialmente a autoctonia da doença, incluindo o
estado do Paraná (BRASIL, 2016).
Dados do SINAN demonstram que até o ano de 2015, não foram
notificados casos suspeitos de Zika vírus no município de Pinhais.
34
ATENDIMENTO ANTIRRÁBICO HUMANO
A raiva é uma antropozoonose causada por vírus, que se caracteriza
como uma encefalite de progressão aguda e letal. Todos os mamíferos são
suscetíveis ao vírus da raiva e são, portanto, possíveis transmissores. A
transmissão da raiva ocorre pela penetração do vírus contido na saliva do
animal infectado, principalmente pela mordedura e, menos comumente, por
arranhadura e lambedura (Brasil, 2014).
Apesar de conhecida desde a antiguidade, a raiva continua sendo um
problema de saúde pública em vários países. Há quatro ciclos epidemiológicos
na transmissão da raiva: ciclo aéreo (que envolve morcegos); ciclo rural
(relacionado aos animais de produção); ciclo urbano (representado pelos cães
e gatos); e ciclo silvestre (formado por saguis, cachorros do mato, raposas,
guaxinins, além de outros animais silvestres) (Brasil, 2014).
A prevenção da raiva humana se baseia no esquema profilático
antirrábico, com o uso de soro e vacina segundo normas do Ministério da
Saúde. Na vigilância da raiva, os dados epidemiológicos são fundamentais
tanto para os profissionais de saúde – para tomada de decisão e profilaxia pós-
exposição em tempo oportuno –, como para os veterinários, que devem adotar
medidas de bloqueio do foco e controle ambiental (Brasil, 2014).
O atendimento antirrábico está entre os três agravos de maior número
de notificações do país. No período de 2009 a 2013, foram registradas
2.959.356 notificações no SINAN, apresentando uma média de 591.871 ao ano
(Brasil, 2014).
Conforme se observa na Figura 03, no município de Pinhais, o número
de notificações de atendimento antirrábico aumentou 267% no período de 2009
a 2015. Os atendimentos são registrados em todas as faixas etárias, com
menor número de casos em menores de 01 ano e maiores de 80 anos (Tabela
12).
35
Figura 03- Números de atendimentos antirrábicos humanos por ano de
notificação. Pinhais, 2009 a 2015.
Fonte: Sistema de Informação de Agravos de Notificação – SINAN Tabela 12- Número de atendimentos antirrábicos humanos, segundo faixa
etária, por ano de notificação. Pinhais, 2009 a 2015
Fonte: Sistema de Informação de Agravos de Notificação - SINAN
As notificações de atendimento antirrábico eram realizadas de maneira
uniforme entre as Unidades de Saúde até 2014, a partir do ano de 2015 com a
redução no fornecimento de vacina antirrábica pelo Ministério da Saúde, a
vacinação foi concentrada na Unidade de Pronto Atendimento, fato que pode
justificar o aumento do registro (Tabela 13).
243
420
344
475 460489
650
2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015
36
Tabela 13- Número de atendimentos antirrábicos humanos, segundo Unidade
de Saúde Notificadora, por ano de notificação. Pinhais, 2009 a 2015.
Fonte: Sistema de Informação de Agravos de Notificação - SINAN
A distribuição dos casos notificados, não apresenta diferença
significativa entre os sexos, sendo 51,48% (n=1.586) registrado no sexo
masculino e 48,42% (n=1.495) no sexo feminino (Tabela 14).
Tabela 14– Número de casos de Atendimento antirrábico humano, por sexo.
Pinhais, 2009 a 2015.
Ano da Notificação
Masculino Feminino Total
Nº % Nº %
2009 125 51,44 118 48,56 243
2010 222 52,86 198 47,14 420
2011 176 51,16 168 48,84 344
2012 248 52,21 227 47,79 475
2013 238 51,74 222 48,26 460
2014 217 44,38 272 55,62 489
2015 360 55,38 290 44,62 650
Total 1586 51,48 1495 48,52 3081
Fonte: Sistema de Informação de Agravos de Notificação - SINAN
Como podemos observar na Tabela 15, a maioria das notificações
referem-se a acidentes com a espécie canina 93,83%, seguido da felina com
Unidade Saúde Notificadora 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 Total
FUNDACAO HOSPITALAR PINHAIS 00 01 02 00 00 00 01 04
HOSPITAL MUNICIPAL N. S. DA LUZ DOS PINHAIS 17 13 14 55 29 20 03 151
UNIDADE DE PRONTO ATENDIMENTO 24 HORAS 46 136 83 13 00 94 202 574
UNIDADE DE SAUDE DA FAMILIA ANA NERY 00 00 00 14 41 34 30 119
UNIDADE DE SAUDE DA FAMILIA ESPLANADA 05 22 13 26 16 06 19 107
UNIDADE DE SAUDE DA FAMILIA MARIA ANTONIETA 25 45 26 43 55 48 27 269
UNIDADE DE SAUDE DA FAMILIA PERDIZES 12 24 19 21 24 32 26 158
UNIDADE DE SAUDE DA FAMILIA PERNETA 28 35 43 56 49 40 40 291
UNIDADE DE SAUDE DA FAMILIA TARUMA 12 15 13 21 09 23 17 110
UNIDADE DE SAUDE DA FAMILIA TEBAS 06 26 30 26 12 11 30 141
UNIDADE DE SAUDE DA FAMILIA VARGEM GRANDE 54 31 17 07 34 26 55 224
UNIDADE DE SAUDE DA FAMILIA VILA AMELIA 28 26 24 43 51 48 36 256
UNIDADE DE SAUDE DA FAMILIA WEISSOPOLIS 07 44 36 35 40 55 64 281
Total 240 418 320 360 360 437 550 2685
OUTROS 03 02 24 115 100 52 100 396 Total 243 420 344 475 460 489 650 3081
37
5,45%. Cerca de 70% dos animais envolvidos eram passíveis de observação
(Tabela 16).
Tabela 15 - Número de atendimentos antirrábicos humanos, segundo espécie
animal, por ano de notificação. Pinhais, 2009 a 2015.
Ano da Notificação
Canina Felina Quiróptera (morcego)
Primata (macaco)
Raposa Herbívoro Doméstico
Outra Total
2009 237 05 00 00 00 00 01 243 2010 397 22 00 01 00 00 00 420 2011 320 21 00 01 00 01 01 344 2012 447 26 00 01 00 00 01 475 2013 441 15 00 01 00 00 03 460 2014 447 37 00 00 02 00 03 489 2015 602 42 01 00 00 00 05 650 Total 2891 168 01 04 02 01 14 3081 Fonte: Sistema de Informação de Agravos de Notificação – SINAN
Tabela 16 - Número de casos notificados de agressão animal, segundo
possibilidade de observação, por ano de notificação. Pinhais, 2009 a 2015.
Ano da Notificação
Ign/Branco Sim Não Total
2009 12 199 32 243
2010 24 346 50 420
2011 39 252 53 344
2012 66 327 82 475
2013 47 317 96 460
2014 73 303 113 489
2015 67 412 171 650
Total 328 2156 597 3081 Fonte: Sistema de Informação de Agravos de Notificação - SINAN
38
COQUELUCHE
A coqueluche é uma doença infecciosa aguda, transmissível, de
distribuição universal, causada pelo bacilo gram-negativo Bordetella pertussis,
A Infecção compromete especificamente o aparelho respiratório (traqueia e
brônquios) e se caracteriza por paroxismos de tosse seca. Ocorre sob as
formas endêmica e epidêmica. Em lactentes, pode resultar em número elevado
de complicações e até em morte (BRASIL, 2010).
O homem é o único reservatório natural. Ainda não foi demonstrada a
existência de portadores crônicos; entretanto, podem ocorrer casos
oligossintomáticos, com pouca importância na disseminação da doença
(BRASIL, 2010).
A transmissão ocorre, principalmente, pelo contato direto de pessoa
doente com pessoa suscetível, através de gotículas de secreção da orofaringe
eliminadas por tosse, espirro ou ao falar. Em casos raros, pode ocorrer a
transmissão por objetos recentemente contaminados com secreções do
doente, porém é pouco frequente, pela dificuldade do agente sobreviver fora do
hospedeiro. Em média, de 5 a 10 dias, podendo variar de 1 a 3 semanas e,
raramente, até 42 dias (BRASIL,2010).
Para efeito de controle, considera-se que o período de transmissão se
estende de 5 dias após o contato com um doente (final do período de
incubação) até 3 semanas após o início dos acessos de tosse típicos da
doença (fase paroxística). Em lactentes menores de 6 meses, o período de
transmissibilidade pode prolongar-se por até 4 a 6 semanas após o início da
tosse. A maior transmissibilidade da doença ocorre na fase catarral (BRASIL,
2010).
A suscetibilidade é geral. O indivíduo torna-se imune nas seguintes
situações:
• após adquirir a doença: imunidade duradoura, mas não permanente;
• após receber vacinação básica (mínimo de 3 doses) com DTP ou dTpa:
imunidade por alguns anos. Em média, de 5 a 10 anos após a última dose da
vacina, a proteção pode ser pouca ou nenhuma.
No século XX, antes da introdução da vacina da coqueluche, houve
várias epidemias, com distribuição universal. A partir da ocorrência dessas
39
epidemias, surgiu a necessidade de pesquisar e desenvolver mecanismos de
prevenção e controle para a coqueluche. A Organização Mundial da Saúde
(OMS) estima a ocorrência de 50 milhões de casos e 300 mil óbitos
anualmente, na população mundial, com letalidade em torno de 4% (BRASIL,
2015).
O Brasil, desde a década de 1990, apresentou importante redução na
incidência dos casos, mediante a ampliação das coberturas vacinais de
Tetravalente (Difteria, Tétano, Pertussis e Haemophilus infuenzae b – DTP +
Hib) e DTP. Naquela década, a cobertura vacinal alcançada era de cerca de
70%, e a incidência, de 10,6/100 mil hab. À medida que as coberturas
elevaram-se a valores próximos entre 95 e 100%, no período de 1998 a 2000,
a incidência reduziu-se para 0,9/100 mil hab. Com a manutenção das altas
coberturas vacinais, na década de 2000, a incidência variou de 0,7/100 mil em
2004, a 0,3/100 mil hab., em 2010. Naquela década, a letalidade média foi de
1,7% (195/11.401), variando entre 1,1% (10/883), em 2001, e 3,0% (18/605),
em 2010 (BRASIL, 2015).
Uma das características da coqueluche é a ciclicidade. A coqueluche
apresenta picos epidêmicos a cada três e cinco anos. As manifestações
clínicas típicas da doença evoluem em três fases sucessivas: catarral,
paroxística e de convalescença. A apresentação clínica da doença sofre
mudanças induzidas pela vacina, e frequentemente se manifesta sem os
sintomas clássicos e exuberantes, principalmente entre crianças maiores,
adolescentes e adultos. A coqueluche é uma das doenças de notificação
compulsória em todo o território nacional, de acordo com a Portaria N° 1.271,
de 06 de junho de 2014 (BRASIL, 2015).
No Brasil, observou-se aumento considerável do número de casos, a
partir da semana epidemiológica (SE) 30 de 2011, em comparação ao ano de
2010. No período analisado, foram confirmados 22.426 casos de coqueluche. A
incidência de casos da doença no período variou entre 0,3 e 4,0/100 mil
habitantes. A maioria dos casos e óbitos por coqueluche concentrou-se nos
menores de 1 ano de idade, especialmente nos menores de 6 meses (BRASIL,
2015).
No Boletim Epidemiológico nº39 de 2015 do Ministério da Saúde, consta
os dados de notificações de coqueluche por unidade de federação. O Estado
40
do Paraná apresenta ascensão significativa no número de casos no período de
2010 a 2014, partindo de um total de casos em 2010 de 17 com coeficiente de
incidência de 0,2/100 mil habitantes, para 841 casos notificados em 2014 com
um coeficiente de incidência de 8,0/100 mil habitantes.
No município de Pinhais, como demonstrado na Tabela 17, a incidência
dos casos mantém a ciclicidade típica da doença, o que podemos observar no
reduzido número de notificações de 2009 a 2011 e a exacerbação nos anos de
2012 a 2014, chegando ao maior coeficiente de incidência em 2012 com 15,08
casos por 100 mil habitantes.
Tabela 17 – Número de casos de coqueluche confirmados e coeficiente de
incidência (por 100.000 hab.). Pinhais 2009 a 2015.
Nº de Casos Confirmados
População Coeficiente de Incidência
2009 01 118.321 0,85 2010 00 117.008 0,00 2011 01 118.334 0,85 2012 18 119.379 15,08 2013 11 124.528 8,83 2014 14 125.808 11,13 2015 01 127.045 0,79
Fonte: Sistema de Informação de Agravos de Notificação - SINAN
Ao analisarmos os casos confirmados de coqueluche em relação à
vacinação antipertussis, 26% dos casos estavam sem informação no registro
ou com registro ignorado, 28% dos casos foram registrados com 03 doses de
vacina mais 01 reforço (Tabela 18).
Tabela 18 – Número de casos confirmados de coqueluche por doses de vacina
antipertussis. Pinhais 2009 a 2015.
Ign /
Branco Uma Duas Três Três +
Reforço Três + 2 Reforços Total
2009 00 00 01 00 00 00 01 2010 00 00 00 00 00 00 00 2011 00 00 00 00 01 00 01 2012 05 02 01 03 04 03 18 2013 04 02 00 00 03 02 11 2014 03 03 02 02 04 00 14 2015 00 00 00 00 01 00 01 Total 12 07 04 05 13 05 46
Fonte: Sistema de Informação de Agravos de Notificação - SINAN
41
A faixa etária com maior número de casos de coqueluche notificados em
Pinhais é a de menor de um ano, totalizando 48% dos casos registrados no
período de 2009 a 2015 (Tabela 19).
Tabela 19 – Número de casos confirmados de coqueluche por faixa etária.
Pinhais 2009 a 2015.
Ano da Notificação
Menor 01 ano
1 a 4 anos
5 a 9 anos
10 a 14 anos
15 a 19 anos
20 a 29 anos
30 a 39 anos
60 a 69 anos
Total
2009 01 00 00 00 00 00 00 00 01 2011 01 00 00 00 00 00 00 00 01 2012 10 01 03 01 01 01 01 00 18 2013 02 02 01 02 01 01 01 01 11 2014 07 03 01 00 01 00 02 00 14 2015 01 00 00 00 00 00 00 00 01 Total 22 06 05 03 03 02 04 01 46
Fonte: Sistema de Informação de Agravos de Notificação - SINAN
A cobertura vacinal no município de Pinhais foi adequada de 2009 a
2012, com redução nos anos de 2013 e 2015 das doses em menores de 1 ano.
Visando reduzir os casos de coqueluche em recém nascido, o MS introduziu a
vacinação dTpa em gestantes a partir de 2014 (Tabela 20).
Tabela 20 – Cobertura Vacinal das vacinas DTP, Tetra Bacteriana, Tríplice
Bacteriana e dTpa Gestante. Pinhais 2009 a 2015.
Imunobiológico 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 DTP (Tetra\Penta) ... ... ... ... 90,17 97,66 90,7 Tetra Bacteriana (DTP+Hib) 105,1 105,2 95,79 101,3 ... ... ... Tríplice Bacteriana (DTP)(1º ref) ... ... ... ... 139,8 91,33 96,44 dTpa gestante ... ... ... ... ... 5,08 19,58
Fonte: TABNET
42
DOENÇAS E AGRAVOS NÃO TRANSMISSÍVEIS
Seguindo a tendência mundial, o Brasil, tem passado por processos de
transição demográfica, epidemiológica e nutricional desde a década de 60. A
transição demográfica pode ser claramente observada pelos indicadores de
fecundidade, mortalidade e envelhecimento da população. Dados do IBGE
apontam uma queda acentuada da fecundidade, que em 1980 era de 4,4
crianças por mulher e em 2000 de 2,3 filhos por mulher, sendo que o declínio
ocorreu em todas as regiões brasileiras. Ao analisar a mortalidade proporcional
entre os anos de 1930 e 2003, observa-se acentuada transformação no perfil
de morte da população brasileira. As mortes por doenças infecciosas e
parasitárias caíram de 46% para 5% no período e ao contrário, as relacionadas
às Doenças Crônicas Não Transmissíveis (DCNT) tiveram um aumento
substancial chegando em 2003 a dois terços da totalidade das causas
conhecidas de morte, sendo que as outras causas de morte mantiveram seus
percentuais ao longo do período. A população com idade superior a 65 anos
aumentou 45,9% entre os anos de 1980 e 2000 (BRASIL, 2006).
A transição epidemiológica é marcada pelas mudanças nos padrões de
morbimortalidade de uma comunidade. Como exemplos, temos as doenças
cardiovasculares respondendo por cerca da metade das DCNT, contribuindo
para a mortalidade precoce, perda de qualidade de vida e despesas médico
hospitalares, os acidentes e as violências que geram grande número de vítimas
e influem de modo negativo na expectativa de vida e, ainda, as prevalências de
DCNT que são diretamente proporcionais ao envelhecimento da população
(BRASIL, 2006).
Por sua vez, a transição nutricional no Brasil, é resultante das mudanças
na alimentação e na redução da atividade física consequentes da difusão
rápida de hábitos e padrões comportamentais advindos da globalização. As
mudanças na alimentação se devem, entre outros motivos, pela oferta
crescente de alimentos industrializados, redução do tamanho da família
aumentando a disponibilidade de alimento, facilidade de acesso da população
inclusive a de baixa renda a alimentos muito calóricos contendo altas
concentrações de açúcares e gorduras (BRASIL, 2006).
Tal cenário coloca ao país, o desafio de encontrar mecanismos para o
enfrentamento de doenças de etiologia incerta e marcadas pela complexa
43
relação entre a saúde e seus determinantes. Os estudos apontam que os
mecanismos mais efetivos na redução da vulnerabilidade da população a essas
“novas epidemias” e na defesa da vida saudável são aqueles que operam na
prevenção das doenças e na promoção da saúde (Brasil, 2006).
Conjuntamente, o mundo e o país assistiram também ao crescimento
assustador da morbimortalidade por violências. As violências tornaram-se um
grave problema de saúde pública, afetando a saúde individual e coletiva e
atingindo patamares constrangedores como, por exemplo, ser a primeira causa
de óbito em adolescentes e adultos jovens (Brasil, 2006).
O caderno de diretrizes, objetivos, metas e indicadores de 2016, do
Ministério da Saúde apresenta o indicador 13 que mede a taxa de mortalidade
prematura (de 30 a 69 anos) pelo conjunto das quatro principais doenças
crônicas não transmissíveis (DCNT – doenças do aparelho circulatório, câncer,
diabetes e doenças respiratórias crônicas). A diretriz visa reduzir e prevenir os
riscos e agravos à saúde da população, considerando os determinantes
sociais, por meio das ações de vigilância, promoção e proteção, com foco na
prevenção de doenças crônicas não transmissíveis, acidentes e violências, no
controle das doenças transmissíveis e na promoção do envelhecimento
saudável. A meta estipulada é a redução 2% da taxa em relação ao ano
anterior.
44
DOENÇAS CRÔNICAS NÃO TRANSMISSÍVEIS
As doenças crônicas não transmissíveis (DCNT) são a principal causa
de mortalidade na maioria dos países do mundo e no Brasil. Em 2013, após
efetuar a correção para sub-registro e a redistribuição das causas mal definidas
de óbitos, observou-se que 72,6% do total de óbitos registrados no país foram
por DCNT e, dentre esses, 79,4% foram devido às quatro principais DCNT:
doenças cardiovasculares, neoplasias, doenças respiratórias crônicas e
diabetes mellitus (Brasil, 2016).
Em 2013 no Brasil, a distribuição dos óbitos corrigidos por grupo de
causas dentro do total de óbitos por DCNT, aponta como principal responsável
pelos óbitos as doenças do aparelho circulatório com 41% dos casos, seguido
das neoplasias com 23,3%. Os óbitos por diabetes correspondem a 7,0 % do
total e as doenças respiratórias por 8,2%. OS dados indicam 20,6% de óbitos
por outras doenças crônicas que não foram detalhadas (BRASIL, 2016).
No município de Pinhais, de 2009 a 2015, foram registrados 1363 óbitos
por DCNT. As doenças do aparelho circulatório, igualmente aos dados
nacionais, respondem por 41% dos óbitos. As neoplasias representam 40% do
total de casos, quase o dobro dos dados nacionais, diabetes representa 11% e
doenças do aparelho respiratório 8% dos óbitos.
Figura 04 – Proporção de óbito pelas 04 principais doenças crônicas não
transmissíveis. Pinhais 2009 a 2015.
Fonte: SIM/TABNET
11%
41%
8%
40%
Diabetes
Doenças do Aparelho Circulatório
Doenças do Aparelho Respiratório
Neoplasias
45
Diabetes
A Tabela 21 apresenta o número absoluto de morte prematura por
diabetes no município de Pinhais de 2009 a 2015. Dos casos 76% foram
registrados como diabetes mellitus não especificada. De 2013 a 2015 observa-
se redução do número de óbitos.
Tabela 21 – Número de óbito prematuro por Diabetes. Pinhais 2009 a 2015.
2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 Total
E10 Diabetes mellitus insulinodependente 01 02 02 00 06 06 03 20
E11 Diabetes mellitus não-insulino-dependente 01 01 01 01 02 05 03 14
E13 Outros tipos espec de diabetes mellitus 00 00 00 00 00 00 01 01
E14 Diabetes mellitus NE 21 20 17 17 17 12 09 113
TOTAL 23 23 20 18 25 23 16 148 Fonte: SIM / TABNET
Doenças do Aparelho Circulatório
A Tabela 22 apresenta o número absoluto de morte prematura por
doenças do aparelho circulatório no município de Pinhais de 2009 a 2015. Das
causas mais relevantes, 24,46% foram causados por infarto agudo do
miocárdio, 11,60% por acidente vascular cerebral, 7,5% por insuficiência
cardíaca, 8,92% por hipertensão. No período avaliado apresenta parâmetro
constante no número de casos, com redução significativa apenas no ano de
2012.
Tabela 22 – Número de óbito prematuro por Doenças do Aparelho Circulatório.
Pinhais 2009 a 2015.
2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 Total I05 Doencreumaticas da valva mitral 1 1 0 3 1 1 0 7 I08 Doenc de mult valvas 1 0 1 0 0 1 0 3 I09 Outrdoencreumaticas do coracao 1 0 0 0 0 0 0 1 I10 Hipertensao essencial 3 3 8 3 7 14 12 50 I11 Doenccardiaca hipertensiva 3 3 8 1 1 4 8 28 I12 Doenc renal hipertensiva 1 3 1 0 2 4 1 12 I13 Doenccardiaca e renal hipertensiva 1 0 1 0 1 0 1 4 I20 Angina pectoris 0 0 1 0 0 1 1 3 I21 Infarto agudo do miocardio 24 20 17 16 23 18 19 137 I24 Outrdoencisquemicas agudas do coracao 2 0 2 0 0 0 1 5 I25 Doencisquemicacronica do coracao 7 7 4 6 3 4 3 34 I26 Embolia pulmonar 2 4 0 0 1 1 2 10 I27 Outrform de doenccardiaca pulmonar 1 0 2 0 0 0 0 3 I33 Endocardite aguda e subaguda 0 0 0 0 2 0 1 3
46
I34 Transtnao-reumaticos da valva mitral 0 0 0 0 0 0 1 1 I35 Transtnao-reumaticos da valva aortica 1 0 2 0 0 1 1 5 I38 Endocardite de valva NE 1 0 0 0 1 1 0 3 I40 Miocardite aguda 0 1 0 0 0 0 1 2 I42 Cardiomiopatias 1 1 4 1 0 2 0 9 I44 Bloqueio atrioventricular e do ramo esquerdo 1 0 0 0 0 0 0 1 I46 Parada cardíaca 0 0 1 0 1 1 1 4 I47 Taquicardia paroxística 0 0 0 0 0 1 0 1 I48 Flutter e fibrilação atrial 0 0 1 0 1 0 0 2 I49 Outr arritmias cardíacas 1 0 0 1 0 1 1 4 I50 Insuf cardíaca 6 6 11 3 5 6 5 42 I51 Complic cardiopatias doenccardiacas mal def 2 1 0 0 1 1 3 8 I60 Hemorragia subaracnóide 2 1 3 2 6 2 2 18 I61 Hemorragia intracerebral 4 6 6 3 1 3 1 24 I62 Outr hemorragias intracranianas nao-traum 0 0 2 0 1 0 1 4 I63 Infarto cerebral 2 1 2 0 0 0 1 6 I64 Acidvasccerebr NE como hemorragisquêmico 9 9 12 9 8 10 8 65 I67 Outrdoenc cerebrovasculares 3 7 7 2 1 1 4 25 I69 Sequelas de doenc cerebrovasculares 3 3 0 3 3 3 2 17 I70 Aterosclerose 1 0 0 1 0 1 0 3 I71 Aneurisma e dissecção da aorta 1 1 2 1 0 1 0 6 I73 Outrdoenc vasculares perifericas 1 0 1 0 0 0 0 2 I74 Embolia e trombose arteriais 0 1 0 0 0 1 0 2 I77 Outrafecções das arterias e arteríolas 0 0 0 0 0 1 0 1 I80 Flebite e tromboflebite 0 0 1 1 1 0 1 4 I85 Varizes esofagianas 0 0 1 0 0 0 0 1 TOTAL 86 79 101 56 71 85 82 560
Fonte: SIM / TABNET
Doenças do Aparelho Respiratório A Tabela 23 apresenta o número absoluto de morte prematura por
doenças do aparelho respiratório no município de Pinhais de 2009 a 2015. A
principal causa é a doença obstrutiva crônica que responde por 59,43% dos
óbitos, seguido do enfisema com 9,43% dos óbitos. No período avaliado
apresenta parâmetro constante no número de casos, com aumento significativo
no ano de 2014.
Tabela 23 – Número de óbito prematuro por Doenças do Aparelho Respiratório. Pinhais 2009 a 2015.
2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 Total J40 Bronquite NE como aguda ou crônica 0 0 0 0 0 1 0 1 J43 Enfisema 1 0 4 2 0 2 1 10 J44 Outrdoenc pulmonares obstrutivas crônicas 5 12 8 4 9 14 11 63
J45 Asma 3 0 0 1 4 1 0 9 J46 Estado de mal asmático 0 0 0 0 0 0 1 1 J69 Pneumonitedevsólidos e líquidos 0 0 1 0 0 0 1 2 J81 Edema pulmonar NE de outrform 0 0 1 1 0 1 2 5
47
J84 Outrdoenc pulmonares intersticiais 0 1 1 1 0 3 3 9 J90 Derrame pleural 0 1 0 0 1 0 0 2 J96 Insufrespirat 0 0 1 0 3 0 0 4 TOTAL 9 14 16 9 17 22 19 106
Fonte: SIM / TABNET Neoplasias
A Tabela 24 apresenta o número absoluto de morte prematura por
neoplasias no município de Pinhais de 2009 a 2015. A principal causa é a
neoplasia de pulmão que responde por 12,20% dos óbitos, seguido
daneoplasia de mamacom 8,74% dos óbitos. No período avaliado apresenta
parâmetro constante no número de casos, com maior número de óbitos
observado no ano de 2013.
Tabela 24 – Número de óbito prematuro por neoplasias. Pinhais 2009 a 2015.
2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 Total C01 Neoplmalig da base da lingua 0 1 0 1 1 0 0 3 C02 Neoplmaligoutr partes e NE da lingua 2 0 0 2 0 1 0 5 C04 Neoplmalig do assoalho da boca 1 0 0 1 0 0 0 2 C05 Neoplmalig do palato 0 0 0 0 0 0 1 1 C06 Neoplmaligoutr partes e partes NE da boca 0 1 0 0 1 0 0 2 C08 Neoplmaligoutrglandsaliv maiores e NE 0 0 1 0 1 0 0 2 C09 Neoplmalig da amigdala 0 0 0 0 0 0 1 1 C10 Neoplmalig da orofaringe 2 0 1 1 0 0 2 6 C11 Neoplmalig da nasofaringe 0 0 0 1 0 0 0 1 C12 Neoplmalig do seio piriforme 0 0 0 0 0 0 1 1 C13 Neoplmalig da hipofaringe 0 2 0 0 0 0 0 2 C14 Neop mal out loc mal deflabiocav oral far 0 0 0 0 0 0 1 1 C15 Neoplmalig do esofago 2 3 5 2 8 5 5 30 C16 Neoplmalig do estomago 7 5 4 4 8 3 7 38 C18 Neoplmalig do colon 6 3 6 7 3 6 4 35 C19 Neoplmalig da juncaoretossigmoide 0 2 0 0 0 0 1 3 C20 Neoplmalig do reto 2 5 3 3 5 2 2 22 C21 Neoplmalig do anus e do canal anal 0 1 0 0 0 0 0 1 C22 Neoplmaligfigado vias biliares intra-hepat 4 2 1 6 3 5 2 23 C23 Neoplmalig da vesicula biliar 1 0 0 1 0 0 0 2 C24 Neoplmaligoutr partes e NE vias biliares 0 1 1 1 1 2 0 6 C25 Neoplmalig do pancreas 5 1 4 4 6 3 3 26 C26 Neoplmaligoutr mal def aparelho digestivo 1 0 1 4 0 0 3 9 C30 Neoplmalig cavidade nasal e do ouvido medio 0 1 0 0 0 0 0 1 C31 Neoplmalig dos seios da face 0 0 0 0 0 1 0 1 C32 Neoplmalig da laringe 1 2 1 1 1 1 3 10 C34 Neoplmalig dos bronquios e dos pulmoes 6 9 11 6 13 11 11 67 C38 Neoplmalig do coracao mediastino e pleura 0 0 1 0 0 1 0 2 C39 Neop mal out loc mal defapresporgintrat 0 0 0 0 1 0 0 1 C40 Neoplmalig ossos/cartilagartic membros 1 0 0 0 0 0 0 1
48
C41 Neoplmalig ossos/cartilarticoutrloc e NE 0 2 1 0 1 1 0 5 C43 Melanoma malig da pele 0 4 2 2 2 1 1 12 C44 Outrneoplmalig da pele 0 0 1 0 0 0 0 1 C47 Neoplmalig nervos perif e sistnervautonom 1 0 0 0 0 0 0 1 C48 Neoplmaligtec moles retro- e peritonio 1 0 0 0 0 0 0 1 C49 Neoplmaligtec conjuntivo e outrtec moles 0 1 0 0 1 0 2 4 C50 Neoplmalig da mama 6 11 6 3 10 5 7 48 C53 Neoplmalig do colo do utero 4 7 6 2 5 3 1 28 C55 Neoplmalig do uteroporcao NE 1 0 1 1 1 0 0 4 C56 Neoplmalig do ovario 1 1 3 1 4 4 1 15 C57 Neoplmaligoutrorg genitais femin e NE 0 0 0 1 0 0 0 1 C60 Neoplmalig do penis 0 0 0 0 0 1 0 1 C61 Neoplmalig da prostata 3 2 1 0 3 0 1 10 C62 Neoplmalig dos testiculos 0 0 0 1 0 1 0 2 C64 Neoplmalig do rim exceto pelve renal 1 0 2 2 1 0 2 8 C65 Neoplmalig da pelve renal 0 1 0 0 0 0 0 1 C67 Neoplmalig da bexiga 0 2 2 1 1 2 1 9 C70 Neoplmalig das meninges 1 0 0 0 0 1 1 3 C71 Neoplmalig do encefalo 1 2 2 2 1 2 7 17 C72 Neop mal med espnervcran out sistnervcen 0 0 0 2 0 1 0 3 C73 Neoplmalig da gland tireoide 0 1 1 0 0 0 0 2 C74 Neoplmalig da gland supra-renal 0 0 0 0 0 0 1 1 C76 Neoplmaligoutrlocaliz e mal definidas 2 1 1 0 1 0 0 5 C78 Neoplmaligsecundorgrespirat e digestivos 0 0 1 0 0 0 0 1 C79 Neoplmaligsecund de outrlocaliz 0 0 0 0 0 0 1 1 C80 Neoplmalig s/especificacao de localiz 8 3 1 2 1 2 4 21 C81 Doenc de Hodgkin 1 0 0 1 0 0 0 2 C82 Linfoma nao-Hodgkin folicular 0 0 0 0 1 0 0 1 C83 Linfoma nao-Hodgkin difuso 1 1 0 1 1 1 0 5 C85 Linfoma nao-Hodgkin de outr tipos e tipo NE 0 1 3 1 2 3 0 10 C90 Mielomamult e neoplmalig de plasmocitos 0 4 2 0 0 1 1 8 C91 Leucemia linfóide 0 1 1 0 0 0 0 2 C92 Leucemia mielóide 0 0 1 0 1 0 3 5 C95 Leucemia de tipo celular NE 1 1 1 2 0 1 0 6 TOTAL 74 85 79 70 89 71 81 549
Fonte: SIM / TABNET
Violência Interpessoal / Autoprovocada
A violência tem sido apontada como uma das principais causas de morte
no mundo de pessoas na faixa etária de 15 a 44 anos. E merece destaque a
violência doméstica como maior causa de ferimentos femininos e principal
causa de morte de mulheres entre 14 a 44 anos. Este cenário impulsionou a
49ª Assembleia Mundial de Saúde, realizada em 1996, a declarar a violência
como um dos principais problemas mundiais de saúde pública (VELOSO et. al.,
2013).
49
Estimativas apontam que um em cada cinco dia sem que as mulheres
faltam ao trabalho é motivado pela violência doméstica e que 80% dos abusos
sexuais cometidos contra crianças e adolescentes acontecem na casa da
própria vítima.Os perpetradores de abuso sexual, tanto para as vítimas do sexo
feminino quanto do sexo masculino,são predominantemente homens. Os casos
fatais de abuso físico são muito encontrados entre crianças muito novas e a
maioria das vítimas tem menos de dois anos de idade (VELOSO et. al., 2013).
Na maioria dos países, as meninas correm mais riscos em relação a
infanticídio,abuso sexual, negligência educacional, nutricional e prostituição
forçada. Porém, quando são consideradas apenas as punições físicas
severas,em muitos países os meninos são mais vulneráveis, talvez devido a
uma crença relacionada à preparação para os papéis e responsabilidades do
adulto, ou ainda, por se considerar que os meninos precisam de mais disciplina
física(VELOSO et. al., 2013).
No Brasil, os agravos causados pelas causas externas (acidentes e
violências), representam a terceira causa de morte na população geral e a
primeira na população de 1 a 39 anos. Dados do Ministério da Saúde
revelaram, no período de1980 a 2006, um total de 2.824.093 óbitos por causas
externas. Entre o inicio e o fim desse período, houve um aumento de 78% na
frequência das causas externas, passando de 70.212 óbito sem 1980 para
125.237 óbitos em 2006 (VELOSO et. al., 2013).
No período de 2009 a 2015 foram notificados no município de Pinhais
um total de 718 casos de violência, a faixa etária de 10 a 39 corresponde a
54,31% dos casos (Tabela 25).
Tabela 25 – Número de casos de violência notificados por faixa etária. Pinhais
2009 a 2015.
Faixa Etária 2011 2012 2013 2014 2015 Total <1 Ano 00 09 08 21 27 65
1-4 00 16 21 22 28 87 5-9 00 17 15 17 22 71
10-19 02 29 49 53 86 219 20-39 04 18 40 35 74 171 40-59 04 09 12 16 33 74 60 e + 01 06 08 07 09 31 Total 11 104 153 171 279 718
Fonte: Sistema de Informação de Agravos de Notificação - SINAN
50
No município de Pinhais, dos casos de violência notificados no período
de 2009 a 2015, 16,15 % referem-se à violência sexual, a faixa etária com o
maior registro de casos é a de 05 a 09 anos, seguida da faixa etária de 15 a 19
anos (Tabela 26).
Tabela 26 – Número de casos de violência notificados, segundo ocorrência de
violência sexual, sexo feminino e faixa etária. Pinhais 2009 a 2015.
Faixa Etária 2011 2012 2013 2014 2015 Total < 1 ano 00 02 00 00 01 03
1 -4 00 01 03 06 05 15 5 - 9 00 06 05 03 11 25
10 - 14 01 01 05 10 01 18 15 - 19 00 01 12 07 03 23 20 - 29 00 03 03 02 05 13 30 - 39 01 01 04 00 03 09 40 - 49 00 01 02 00 01 04 50 - 59 00 01 01 01 01 04 60 - 69 00 01 00 00 01 02 Total 02 18 35 29 32 116
Fonte: Sistema de Informação de Agravos de Notificação - SINAN A Figura 05 demonstra o número de casos de violência física notificados
de 2009 a 2015 no município de Pinhais por sexo. Em 2015, houve um
aumento significativo no número de notificações, e durante toda a série
histórica destaca-se a violência contra mulher.
Figura 05 – Número de casos de violência notificados, segundo ocorrência de
violência física por sexo. Pinhais 2009 a 2015.
Fonte: Sistema de Informação de Agravos de Notificação - SINAN
2
15 18 15
497
38
66 63
101
2011 2012 2013 2014 2015
Masculino Feminino
51
A Figura 06 demonstra o número de notificações de violência psicológica/moral
notificados no período de 2009 a 2015 no município de Pinhais, a maioria dos
casos foram registrados no sexo feminino, sendo que em 2011 foi
exclusivamente. As notificações por lesões autoprovocadas podem ser
observadas na Figura 07, também se evidenciando o sexo feminino.
Figura 06 – Número de casos de violência notificados, segundo ocorrência de
violência psicológica/moral por sexo. Pinhais 2009 a 2015.
Fonte: Sistema de Informação de Agravos de Notificação – SINAN
Figura 07– Número de casos de violência notificados, segundo lesão
autoprovocada por sexo. Pinhais 2009 a 2015.
Fonte: Sistema de Informação de Agravos de Notificação – SINAN
0
1810
511
8
42
46
34
38
2011 2012 2013 2014 2015
Masculino Feminino
21
2
102
9 7
22
2012 2013 2014 2015
Masculino Feminino
52
Intoxicação Exógena
A vigilância em saúde de populações expostas a contaminantes
químicos tem como objetivo o desenvolvimento de ações que visam adotar
medidas de promoção e prevenção.
Do total de casos de notificação de intoxicação exógena, realizadas no
município de Pinhais de 2009 a 2015, a maioria corresponde a tentativa de
suicídio 48,33%, seguida da acidental com 21,03% e 8,48% a automedicação.
(Tabela 27)
Tabela 27 – Número de casos de intoxicação exógena notificados, segundo
contaminação. Pinhais 2009 – 2015.
2010 2011 2012 2013 2014 2015 Total
Ign/Branco 00 01 02 03 01 01 08
Uso Habitual 00 06 05 00 05 05 21
Acidental 01 03 15 14 09 15 57
Ambiental 00 00 00 01 00 00 01
Uso terapêutico 00 00 00 00 00 04 04
Erro de administração 00 01 02 00 00 00 03
Automedicação 00 03 08 02 03 07 23
Abuso 00 03 01 02 06 07 19
Ingestão de alimento 00 01 00 00 01 01 03
Tentativa de suicídio 00 19 31 29 23 29 131
Violência/homicídio 00 00 00 00 00 01 01
Total 01 37 64 51 48 70 271 Fonte: Sistema de Informação de Agravos de Notificação - SINAN
Dos casos notificados como tentativas de suicídio no município de
Pinhais no período de 2009 a 2015, 70,9% (n=93) foram registrados no sexo
feminino conforme demonstra a Tabela 28. A maioria dos casos foram
registrados na faixa etária de 15 a 49 anos (Tabela 29).
Tabela 28– Número de casos de tentativas de suicídios notificados, segundo
sexo. Pinhais 2009 a 2015.
2011 2012 2013 2014 2015 Total
Masculino 07 08 03 10 10 38
Feminino 12 23 26 13 19 93
Total 19 31 29 23 29 131 Fonte: Sistema de Informação de Agravos de Notificação - SINAN
53
Tabela 29 – Número de casos de tentativas de suicídios notificados, segundo
sexo feminino, por faixa etária. Pinhais 2009 a 2015.
2011 2012 2013 2014 2015 Total
10 a 14 anos 01 00 01 02 00 04
15 a 19 anos 01 05 05 02 02 15
20 a 29 anos 03 06 09 03 08 28
30 a 39 anos 04 09 10 02 02 27
40 a 49 anos 02 03 01 04 07 17
50 a 59 anos 01 00 00 00 00 01
Total 12 23 26 13 19 93 Fonte: Sistema de Informação de Agravos de Notificação - SINAN
O principal agente tóxico mencionado nas notificações de intoxicação
exógena foi o medicamento, que corresponde a 63% (n=171) dos casos
(Tabela 30). Do total dos casos 71% ocorreram no sexo feminino (Tabela 31).
A faixa etária com o maior número de casos concentra-se nos 10 a 59 anos
(Tabela 32).
Tabela 30– Número de casos de intoxicação exógena notificados, segundo
agente tóxico. Pinhais 2009 a 2015.
2010 2011 2012 2013 2014 2015 Total Ign/Branco 00 01 04 02 00 06 13 Medicamento 01 29 34 31 33 43 171 Agrotóxico doméstico 00 01 01 01 03 02 08 Raticida 00 02 09 07 04 05 27 Prod. veterinário 00 01 00 00 00 00 01 Prod. uso domiciliar 00 01 06 05 02 04 18 Prod. químico 00 00 04 00 00 03 07 Drogas de abuso 00 02 01 02 04 03 12 Planta tóxica 00 00 01 00 01 00 02 Alimento e bebida 00 00 00 00 01 00 01 Outro 00 00 04 03 00 04 11 Total 01 37 64 51 48 70 271
Fonte: Sistema de Informação de Agravos de Notificação - SINAN
Tabela 31 – Número de casos de intoxicação exógena por medicamentos
notificados, segundo sexo. Pinhais 2009 a 2015.
2010 2011 2012 2013 2014 2015 Total
Masculino 00 09 05 09 13 14 50
Feminino 01 20 29 22 20 29 121
Total 01 29 34 31 33 43 171 Fonte: Sistema de Informação de Agravos de Notificação - SINAN
54
Tabela 32 – Número de casos de intoxicação exógena por medicamentos
notificados, segundo sexo feminino por faixa etária. Pinhais 2009 a 2015.
Faixa Etária 2010 2011 2012 2013 2014 2015 Total <01 ano 00 00 01 01 00 01 03 01 -04 00 00 01 01 03 00 05 05 -09 00 00 01 00 00 00 01 10 - 14 00 05 00 01 02 02 10 15 - 19 00 02 05 04 01 04 16 20 - 29 00 04 05 06 05 08 28 30 - 39 01 05 09 07 03 07 32 40 - 49 00 02 03 01 05 05 16 50 - 59 00 02 03 01 01 01 08 70 - 79 00 00 00 00 00 01 01 80 e + 00 00 01 00 00 00 01 Total 01 20 29 22 20 29 121
Fonte: Sistema de Informação de Agravos de Notificação - SINAN
55
DOENÇAS EXANTEMÁTICAS
Sarampo Doença viral, infecciosa aguda, potencialmente grave, transmissível,
extremamente contagiosa e bastante comum na infância. A viremia provoca
uma vasculite generalizada, responsável pelo aparecimento das diversas
manifestações clínicas. A transmissão ocorre de forma direta, por meio de
secreções nasofaríngeas expelidas ao tossir, espirrar, falar ou respirar. Por
isso, a elevada contagiosidade da doença. Também tem sido descrito o
contágio por dispersão de aerossóis com partículas virais no ar, em ambientes
fechados, como escolas, creches e clínicas (BRASIL, 2016).
Apresenta período de incubação geralmente de 10 dias, podendo variar
entre 7 e 18 dias, desde a data da exposição até o aparecimento da febre, e
cerca de 14 dias até o início do exantema. A transmissibilidade inicia-se de 4 a
6 dias antes do exantema e dura até 4 dias após seu aparecimento (BRASIL,
2016).
De um modo geral, todas as pessoas são suscetíveis ao vírus do
sarampo. Lactentes, cujas mães já tiveram sarampo ou foram vacinadas,
possuem imunidade passiva conferida por anticorpos transmitidos pela via
transplacentária. Essa imunidade é transitória e pode perdurar até o final do 1o
ano de vida, razão pela qual pode haver interferência na resposta à vacinação
em menores de 12 meses de vida. No Brasil, cerca de 85% das crianças
perdem esses anticorpos maternos por volta dos 9 meses de idade (BRASIL,
2016).
A doença manifesta-se por febre alta, acima de 38,5°C, exantema
máculo-papular generalizado, tosse, coriza, conjuntivite e manchas de Koplik
(pequenos pontos brancos na mucosa bucal, antecedendo o exantema
(BRASIL, 2016).
O sarampo é uma das principais causas de morbimortalidade entre
crianças menores de 5 anos de idade, sobretudo as desnutridas e as que
vivem nos países em desenvolvimento. Tem distribuição universal, com
variação sazonal. O comportamento endêmico-epidêmico do sarampo varia de
um local para outro, e depende basicamente da relação entre o grau de
56
imunidade e a suscetibilidade da população, bem como da circulação do vírus
na área (BRASIL, 2016).
No Brasil, o sarampo é uma doença de notificação compulsória desde
1968. Até 1991, o país enfrentou nove epidemias, sendo uma a cada 2 anos
em média. O maior número de casos notificados foi registrado em 1986
(129.942), representando uma taxa de incidência de 97,7/100.000 hab. Até o
final dos anos 70, essa virose era uma das principais causas de óbito dentre as
doenças infectocontagiosas, sobretudo em menores de 5 anos, em decorrência
de complicações, especialmente a pneumonia. Na década de 1980, houve um
declínio gradativo no número de óbitos, com 15.638 registros. Essa redução foi
atribuída ao aumento da cobertura vacinal e à melhoria da assistência médica
ofertada às crianças com complicações pós-sarampo. Na década de 1990,
ocorreram 822 óbitos, ou seja, cerca de 20 vezes menos que o valor registrado
na década anterior (BRASIL, 2016).
Em 1992, o Brasil adotou a meta de eliminação do sarampo para o ano
2000, com a implantação do Plano Nacional de Eliminação do Sarampo, cujo
marco inicial foi a realização da primeira campanha nacional de vacinação
contra a doença. Entre 2001 e 2005, foram confirmados 10 casos de sarampo
no Brasil, 4 deles classificados como casos importados (do Japão, Europa e
Ásia). Já em 2006, foram confirmados 57 casos em dois surtos isolados, no
estado da Bahia, embora não fosse identificada a fonte primária da infecção.
Entre os anos de 2007 e 2009, foram notificados 4.517 casos suspeitos, sem
registro de caso confirmado. No período de 2010 a 2012, foram notificados
4.380 casos suspeitos, dos quais 2,6% foram confirmados, todos relacionados
a casos importados ou secundários a estes (BRASIL, 2016).
Além disso, 1096 casos de sarampo foram confirmados nos anos de
2013 e 2014, com maior registro de confirmados nos estados de Pernambuco e
Ceará. Com o aumento da sensibilidade e especificidade da vigilância do
sarampo, é importante a manutenção do sistema de vigilância epidemiológica
da doença, com o objetivo de detectar oportunamente todo caso de sarampo
importado, para adoção de medidas de controle em tempo oportuno (BRASIL,
2016).
57
Rubéola Doença exantemática aguda, de etiologia viral, que apresenta alta
contagiosidade e acomete principalmente crianças. Sua importância
epidemiológica está relacionada ao risco de abortos, natimortos e
malformações congênitas, como cardiopatias, catarata e surdez. Quando a
infecção ocorre durante a gestação, o recém-nascido poderá apresentar a
síndrome da rubéola congênita (SRC) (BRASIL, 2016).
A transmissão ocorre por meio de contato com secreções nasofaríngeas
de pessoas infectadas. O vírus é disseminado por gotículas ou pelo contato
direto com pessoas infectadas. A transmissão indireta, que é pouco frequente,
ocorre mediante contato com objetos contaminados com secreções
nasofaríngeas, sangue e urina (BRASIL, 2016).
O período de incubação em geral, varia de 14 a 21 dias, com média de
17 dias. A variação máxima observada é de 12 a 23 dias. A transmissibilidade
ocorre de 5 a 7 dias antes do início do exantema e até 7 dias após o exantema.
A suscetibilidade é geral. A imunidade ativa é adquirida por meio da infecção
natural ou por vacinação. Os filhos de mães imunes podem apresentar
imunidade passiva e transitória durante 6 a 9 meses de idade (BRASIL, 2016).
O quadro clínico é caracterizado por exantema máculo-papular e
puntiforme difuso, com início na face, couro cabeludo e pescoço, espalhando-
se posteriormente para o tronco e membros. Febre baixa e linfoadenopatia
retroauricular, occipital e cervical posterior também são possíveis de ocorrer.
Geralmente, antecedem o exantema no período de 5 a 10 dias e podem
perdurar por algumas semanas (BRASIL, 2016).
A vigilância e o combate da rubéola foram impulsionados pela
implantação do Plano de Erradicação do Sarampo no país, desde 1999. Em
2002, foram registrados 1.480 casos no Brasil, o que corresponde a um
decréscimo de 95% quando comparado a 1997. Entre 2000 e 2012, foram
confirmados 37.663 casos de rubéola. Nesse período, foram detectadas
mudanças significativas no comportamento da doença. Em 2005, houve um
surto no estado do Rio Grande do Sul, com 44 casos confirmados. Em 2006 e
2007, verificaram-se incrementos no número de casos confirmados e surtos
nos estados do Rio de Janeiro, Minas Gerais, Ceará e São Paulo. Em 2008,
58
com a intensificação da vigilância epidemiológica e a ampliação da vacinação
de bloqueio, o número de casos reduziu 273,6%, quando comparado com o
ano de 2007. Também em 2008 ocorreu no Brasil a maior Campanha de
Vacinação contra Rubéola do mundo, com 65,9 milhões de pessoas vacinadas.
Diante dos esforços realizados para controlar essa doença, o Brasil cumpriu a
meta de eliminação da rubéola e da SRC, até o ano de 2010. Entre 2010 e
2014, não se registraram casos da doença (BRASIL, 2016).
No município de Pinhais, no período de 2009 a 2015 foram notificados
37 casos suspeitos de doenças exantemáticas, a maioria nos anos de 2014 e
2015, sendo descartados todos os casos (Tabela 33).
Tabela 33- Número de casos de Doenças Exantemáticas notificados e
confirmados. Pinhais, 2009 a 2015.
Ano da Notificação
Casos Notificados
Casos Confirmados
2009 2010
00 04
00 00
2011 05 00 2012 04 00 2013 03 00 2014 10 00 2015 11 00 Total 37 00
Fonte: Sistema de Informação de Agravos de Notificação – SINAN
A Vacina Tríplice Viral confere proteção contra sarampo, caxumba e
rubéola, a partir de 2013 foi inserida no calendário vacinal do PNI a vacina
Tetra Viral que incorporou a vacina contra varicela. No período de 2009 a 2015,
como podemos observar na Tabela 34, a cobertura vacinal para os dois
imunobiológicos atingiu excelente cobertura da população, não atingindo 100%
apenas em 2015.
Tabela 34– Cobertura vacinal Tríplice Viral e Tetra Viral. Pinhais, 2009 a 2015.
2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015
Tríplice Viral Dose 1 108,43 121,84 121,29 108,59 140,22 102,24 97,58
Tetra Viral Dose 2 ... ... ... ... 114,91 108,13 97,13
Fonte: TABNET
59
HANSENÍASE
A hanseníase é uma das mais antigas doenças que acomete o homem.
Anteriormente motivo de estigma e exclusão, há mais de 20 anos, a doença
tem tratamento capaz de curar a totalidade dos casos. Doença crônica,
infectocontagiosa, causada por um bacilo capaz de infectar grande número de
indivíduos (alta infectividade), embora poucos adoeçam (baixa patogenicidade).
Essas propriedades não ocorrem em função apenas das características
intrínsecas do agente etiológico, mas dependem, sobretudo, da relação com o
hospedeiro e o grau de endemicidade do meio, entre outros aspectos (BRASIL,
2016).
Causada pelo Mycobacterium leprae, única espécie de micobactéria que
infecta nervos periféricos, o alto potencial incapacitante da hanseníase está
diretamente relacionado ao poder imunogênico do M. leprae. O homem é
reconhecido como a única fonte de infecção, embora tenham sido identificados
animais naturalmente infectados (tatu, macaco mangabei e chimpanzé). A
transmissão se dá por meio de uma pessoa com hanseníase, forma infectante
da doença MB, sem tratamento, que elimina o bacilo para o meio exterior,
infectando outras pessoas suscetíveis. Estima-se que 90% da população tenha
defesa natural que confere imunidade contra o M. leprae, e sabe-se que a
suscetibilidade ao bacilo tem influência genética (BRASIL, 2016).
Assim, familiares de pessoas com hanseníase possuem chances
maiores de adoecer. A principal via de eliminação do bacilo pelo doente e a
mais provável via de entrada deste no organismo são as vias aéreas superiores
(mucosa nasal e orofaringe), por meio de contato próximo e prolongado, muito
frequente na convivência domiciliar. Por isso, o domicílio é apontado como
importante espaço de transmissão da doença. O período de incubação dura em
média de 2 a 7 anos. As pessoas com a forma MB, no entanto, constituem o
grupo contagiante, mantendo-se como fonte de infecção enquanto o tratamento
específico não for iniciado (BRASIL, 2016).
As manifestações clínicas da doença estão diretamente relacionadas ao
tipo de resposta ao M. leprae:
60
• Hanseníase indeterminada – forma inicial, evolui espontaneamente para a
cura na maioria dos casos ou evolui para as formas polarizadas em cerca de
25% dos casos, o que pode ocorrer no prazo de 3 a 5 anos.
• Hanseníase tuberculóide – forma mais benigna e localizada que aparece em
pessoas com alta resistência ao bacilo. As lesões são poucas (ou única), de
limites bem definidos e pouco elevados, e com ausência de sensibilidade
(dormência).
• Hanseníase dimorfa (ou borderline) – forma intermediária, resultante de uma
imunidade também intermediária, com características clínicas e laboratoriais
que podem se aproximar do polo tuberculóide ou virchowiano. A variedade de
lesões cutâneas é maior e estas se apresentam como placas, nódulos
eritemato-acastanhados, em grande número, com tendência à simetria.
• Hanseníase virchowiana (ou lepromatosa) – nesse caso, a imunidade celular
é nula e o bacilo se multiplica com mais facilidade, levando a uma maior
gravidade, com anestesia dos pés e mãos. Esse quadro favorece os
traumatismos e feridas, que por sua vez podem causar deformidades, atrofia
muscular, inchaço das pernas e surgimento de lesões elevadas na pele
(nódulos).
O diagnóstico é essencialmente clínico e epidemiológico, realizado por
meio da análise da história e condições de vida do paciente, além do exame
dermatoneurológico para identificar lesões ou áreas de pele com alteração de
sensibilidade e/ou comprometimento de nervos periféricos (sensitivo, motor
e/ou autonômico).
A classificação operacional do caso de hanseníase, visando ao
tratamento poliquimioterápico (PQT), é baseada no número de lesões
cutâneas, de acordo com os seguintes critérios:
• PB – casos com até 5 lesões de pele;
• MB – casos com mais de 5 lesões de pele.
O encerramento da PQT deve acontecer segundo os critérios de
regularidade no tratamento: número de doses e tempo de tratamento, de
acordo com cada esquema mencionado anteriormente, sempre com avaliação
neurológica simplificada, avaliação do grau de incapacidade física e orientação
para os cuidados após a alta (BRASIL, 2016).
61
Segundo a OMS, 105 países tiveram casos de hanseníase notificados
em 2012. Aproximadamente 182.000 pessoas estavam em tratamento no início
do mesmo ano. O Brasil ocupa o 2º lugar no ranking mundial no número de
casos, foram registrados 49 mil na última década, perdendo apenas para a
Índia, país asiático com densidade populacional 15 vezes maior e duas vezes
mais pobre (PROHANSEN, 2016).
O Brasil apresenta situação muito preocupante, principalmente pelo
registro de caos em crianças e adolescentes com menos de 15 anos. De
acordo com dados do Ministério da Saúde, em 2012 foram detectados quase
29 mil casos no país com 1936 casos em menores de 15 anos.De 2001 a 2011
diminuíram 26 % dos casos no país, enquanto que mundialmente essa
porcentagem gira em torno de 40 % (PROHANSEN, 2016).
No Paraná, os casos de hanseníase apresentam tendência de redução
significativa, em 2003 foram registrados 1722 casos novos no SINAN e em
2012 foram 996 casos. Redução de aproximadamente 58% no período
(PROHANSEN, 2016).
Em Pinhais, a redução no número de casos foi expressiva, como pode
ser observado na Figura 06 e na Tabela 35, na série histórica de 2009 a 2015 a
redução chegou a 75% no número de casos.
Figura 08- Número e Coeficiente de Detecção dos Casos Novos de
Hanseníase por 100.000 habitantes. Pinhais, 2009 a 2015.
Fonte: Sistema de Informação de Agravos de Notificação - SINAN
0
1
2
3
4
5
6
7
8
9
2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015
Número
Coeficiente de
Detecção
62
Tabela 35 – Número de casos de Hanseníase segundo a faixa etária e ano de
diagnóstico. Pinhais, 2009 a 2015.
Faixa Etária (anos)
Ano de Diagnóstico Total
2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015
20-34 01 00 01 00 00 01 01 04 35-49 02 02 01 00 00 00 00 05 50-64 02 00 00 02 02 00 01 07 65-79 02 00 01 00 00 01 00 04 80 e + 01 00 00 00 00 00 00 01 Total 08 02 03 02 02 02 02 21
Fonte: Sistema de Informação de Agravos de Notificação - SINAN
Considerando as notificações realizadas no período de 2009 a 2015,
81% dos casos foram identificados no sexo masculino, sendo que de 2011 a
2015 não foram identificados casos no sexo feminino (Tabela 36).
Tabela 36 – Número e índice de casos de Hanseníase segundo o sexo e ano
de diagnóstico. Pinhais, 2009 a 2015.
Ano de Diagnóstico
Masculino Feminino Nº % Nº % Total
2009 05 62,5 03 37,5 08 2010 01 50 01 50 02 2011 03 100 00 00 03 2012 02 100 00 00 02 2013 02 100 00 00 02 2014 02 100 00 00 02 2015 02 100 00 00 02 Total 17 80,95 04 19,05 21
Fonte: Sistema de Informação de Agravos de Notificação – SINAN
De 2009 a 2015, foram notificados 21 casos de hanseníase no município
de Pinhais, destes 76 % foram classificados como MB. Com ausência de casos
PB de 2013 a 2015. (Tabela 37)
63
Tabela 37 – Número e índice de casos novos de Hanseníase segundo a
classificação operacional na notificação e ano de diagnóstico. Pinhais, 2009 a
2015.
Ano de Diagnóstico
Paucibacilar Multibacilar Total
Nº % Nº % 2009 03 37,5 05 62,5 08 2010 01 50 01 50 02 2011 00 00 03 100 03 2012 01 50 01 50 02 2013 00 00 02 100 02 2014 00 00 02 100 02 2015 00 00 02 100 02 Total 05 23,81 16 76,19 21
Fonte: Sistema de Informação de Agravos de Notificação – SINAN
Figura 09- Número e índice de casos novos de Hanseníase segundo a
classificação operacional na notificação e ano de diagnóstico. Pinhais, 2009 a
2015.
Fonte: Sistema de Informação de Agravos de Notificação – SINAN
A maioria dos casos notificados no município de Pinhais foram
cadastrados como caso novo, no período de 2009 a 2015 foi registrado 01
casos de recidiva (Tabela 38). Ao analisarmos a forma clínica mais incidente, a
Virchowiana corresponde a 37,5% dos casos no período, seguida da dimorfa
com 29,17% (Tabela 39). Do total de casos notificados 45,83% apresentaram
37,50
50,00
0,00
50,00
0,00 0,00 0,00
62,50
50,00
100,00
50,00
100,00 100,00 100,00
2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015
Paucibacilar
Multibacilar
64
Grau I de incapacidade e 29,17 Grau II, fato preocupante, pois implica na
demora do diagnóstico do agravo (Tabela 40).
Tabela 38 – Número e percentual de todos os casos de Hanseníase segundo o
modo de entrada e ano de diagnóstico. Pinhais, 2009 a 2015.
Modo de Entrada Ano do Diagnóstico
Total 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015
Caso Novo 8 2 3 2 2 2 2 21 % 88,89 100,00 75,00 100,00 100,00 66,67 100,00 87,50
Transferência 1 0 0 0 0 0 0 1 % 11,11 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 4,17
Recidiva 0 0 1 0 0 0 0 1 % 0,00 0,00 25,00 0,00 0,00 0,00 0,00 4,17
Outros Reingressos 0 0 0 0 0 1 0 1 % 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 33,33 0,00 4,17
Total 9 2 4 2 2 3 2 24 Fonte: Sistema de Informação de Agravos de Notificação – SINAN
Tabela 39– Número e índice de todos os casos de Hanseníase segunda a
forma clínica notificada e ano de diagnóstico. Pinhais, 2009 a 2015.
Forma Clínica Ano do Diagnóstico
Total 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015
Indeterminada 2 0 0 0 0 0 0 2 % 22,22 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 8,33
Tuberculóide 3 0 0 1 0 0 0 4 % 33,33 0,00 0,00 50,00 0,00 0,00 0,00 16,67
Dimorfa 0 1 2 0 2 1 1 7 % 0,00 50,00 50,00 0,00 100,00 33,33 50,00 29,17
Virchowiana 3 0 2 1 0 2 1 9 % 33,33 0,00 50,00 50,00 0,00 66,67 50,00 37,50
Não Classificada 1 1 0 0 0 0 0 2 % 11,11 50,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 8,33
Total 9 2 4 2 2 3 2 24 Fonte: Sistema de Informação de Agravos de Notificação – SINAN
65
Tabela 40 – Número e índice de todos os casos de Hanseníase segundo o
grau de incapacidade física no diagnóstico e ano de diagnóstico. Pinhais, 2009
a 2015.
Grau de Incapacidade
Ano do Diagnóstico Total
2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 Grau Zero 2 0 0 1 0 1 1 5
% 22,22 0,00 0,00 50,00 0,00 33,33 50,00 20,83 Grau I 5 0 4 1 1 0 0 11
% 55,56 0,00 100,00 50,00 50,00 0,00 0,00 45,83 Grau II 2 1 0 0 1 2 1 7
% 22,22 50,00 0,00 0,00 50,00 66,67 50,00 29,17 Não Avaliado 0 1 0 0 0 0 0 1
% 0,00 50,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 4,17 Total 9 2 4 2 2 3 2 24
Fonte: Sistema de Informação de Agravos de Notificação – SINAN
Do total de casos notificados no período de 2009 a 2015 no município de
Pinhais, 82,61% concluíram com cura. No período ocorreu 01 caso de óbito de
pessoa em tratamento, 01 caso de transferência e 02 casos apresentaram erro
de diagnóstico (Tabela 41).
Tabela 41 – Número e índice de casos novos de Hanseníase segundo todos os
tipos de saídas e ano de diagnóstico. Pinhais, 2009 a 2015.
An
o
Dia
gn
óst
ico
Tipo de Saída
Total Cura Transferência
(outro município)
Óbito Erro
diagnóstico
Nº % Nº % Nº % Nº %
2009 08 87,50 01 12,50 00 0,00 00 0,00 09 2010 02 100,00 00 0,00 00 0,00 00 0,00 02 2011 03 100,00 00 0,00 00 0,00 00 0,00 03 2012 02 100,00 00 0,00 00 0,00 00 0,00 02 2013 02 66,67 00 0,00 00 0,00 01 33,33 03 2014 02 100,00 00 0,00 00 0,00 00 0,00 02 2015 01 33,33 00 0,00 01 33,33 01 33,33 03 Total 19 82,61 01 4,35 01 4,35 02 8,70 24
Fonte: Sistema de Informação de Agravos de Notificação – SINAN
66
HEPATITES VIRAIS
Questão recorrente sobre as hepatites virais é a limitação em quantificar
e explicar com precisão a morbidade e mortalidade desses agravos.Tal
dificuldade resulta do fato que as hepatites virais são doenças causadas por
diferentes vírus hepatotrópicos que apresentam características
epidemiológicas,clínicas e laboratoriais distintas, com diferentes vias de
transmissão e, em alguns casos, com sinais e sintomas manifestos décadas
após o contágio (BRASIL, 2015).
Os mais relevantes para estudo epidemiológico local são os vírus A
(HAV), B (HBV) e C (HCV).As hepatite viral A é de transmissão fecal-oral e
está relacionada às condições de saneamento básico, higiene pessoal,
qualidade da água e dos alimentos.As hepatites virais B e C são transmitidas
pelo sangue (via parenteral, percutânea e vertical), esperma e secreção vaginal
(via sexual). A transmissão pode ocorrer pelo compartilhamento de objetos
contaminados, como lâminas de barbear e de depilar, escovas de dente,
alicates e acessórios de manicure e pedicure, materiais para colocação de
piercing e para confecção de tatuagens, materiais para escarificação da pele
para rituais, instrumentos para uso de substâncias injetáveis, inaláveis
(cocaína) e pipadas (crack). Pode ocorrera transmissão também em acidentes
com exposição a material biológico, procedimentos cirúrgicos, odontológicos,
hemodiálise, transfusão, endoscopia, entre outros, quando as normas de
biossegurança não são aplicadas (BRASIL, 2015).
Por representarem um problema de saúde pública no país, o sistema
nacional de vigilância epidemiológica estabeleceu a notificação compulsória
das hepatites desde o ano de 1996, para monitorar o comportamento desses
agravos e seus fatores condicionantes e determinantes, com a finalidade de
recomendar medidas de prevenção e controle e avaliar o seu impacto.
Contudo, em pouco menos de duas décadas da implantação da notificação
compulsória, os dados do sistema de vigilância ainda não são suficientemente
confiáveis para avaliar as taxas de infecção na população, devido às
características do agravo (subdiagnóstico) e à subnotificação de casos
diagnosticados no sistema de notificação (BRASIL, 2015).
No Brasil, de 1999 a 2015, foram notificados no SINAN 514.678 casos
confirmados de hepatites virais. Destes, 161.605 (31,4%) são referentes aos
67
casos de hepatite A, 196.701 (38,2%) de hepatite B, 152.712(29,7%) de
hepatite C e 3.660 (0,7%) de outras (BRASIL, 2015).
De 2000 a 2014 foram identificados, no Brasil, pelo SIM, 56.335 óbitos
associados às hepatites virais dos tipos A, B e C. Destes, 1,8% foram
associados à hepatite viral A; 21,9% à hepatite B; 75,2% à hepatite C e 1,1% à
outras (BRASIL, 2015).
As regiões Sudeste e Sul concentram 86% dos casos notificados de
hepatite C no Brasil, sendo a Região Sudeste responsável por 60% dos casos.
Do mesmo modo que na hepatite B, esse número expressivo de casos nas
regiões Sudeste e Sul em relação às demais regiões pode ser devido a
problemas com relação à notificação de casos nas regiões Norte e Nordeste
(BRASIL, 2015).
Hepatite A Para fins de vigilância epidemiológica no Brasil, define-se como caso
confirmado de hepatite Ao indivíduo que preencha as condições de caso
suspeito e que apresente anti-HAV IgM reagente, ou que preencha as
condições de caso suspeito e vínculo epidemiológico com caso confirmado.O
caso suspeito deve apresentar alguns dos seguintes sintomas: febre, mialgia,
artralgia, astenia,dispepsia, náuseas, diarreia, icterícia, colúria e acolia
(PARANÁ, 2015).
A notificação compulsória da hepatite A no país começou em 1996, e em
1999 a taxa de incidência por 100.000 habitantes era de 0,5. A partir desse
ano, foi observado incremento na notificação de casos até se atingir um pico de
incidência em 2005 (11,7). A partir de 2006, após a revisão da definição de
caso, a taxa de incidência por 100.000 habitantes diminuiu, chegando a3,6 em
2010. Além disso, como este agravo esta relacionado às condições de higiene
e veiculação hídrica, as melhorias de infraestrutura de saneamento básico
ocorridas concomitantemente impactaram na redução significativa da
incidência deste agravo (PARANÁ, 2015).
No Brasil, no período de 2000 a2014houve um decréscimo a partir de
2005 no número de casos diagnosticados de hepatite. Essa redução pode ser
atribuída à melhoria do sistema de saneamento básico e de oferta de água
68
tratada no país. Nesse período observou-se maior concentração de casos nas
idades de 5 e 6 anos e decréscimo nas demais faixas etárias (BRASIL, 2015).
As regiões Nordeste e Norte apresentam o maior número de casos,
porém sem grandes diferenças em relação à faixa etária dos casos
diagnosticados. Não há diferenças na ocorrência de hepatite A entre os sexos.
A infecção ocorre principalmente antes dos 10 anos de idade em todo o Brasil,
e o pico no número de casos, para ambos os sexos, se dá entre 5 e6 anos de
idade(BRASIL, 2015).
Destaca-se no Paraná a redução do número de casos de 4.458
(incidência de 46casos por 100 mil habitantes) em 2001 para 81 em 2011 (0,78
casos por 100 mil habitantes),devido ao novo critério de definição de caso
(2006) e também o melhor controle deste agravo (PARANÁ, 2015).
Em Pinhais, no período de 2009 a 2015, foram notificados no SINAN 05
casos de Hepatite A, predominantemente no sexo feminino, sendo que nos
anos de 2014 e 2015 não foram registrado casos (Tabela 42). Com faixa etária
variável, sendo 02 casos em menores de 5 anos, 01 caso na faixa etária de 20
a 34 anos e 02 casos acima de 35 anos (Tabela 43).
Importante destacar a introdução da vacina contra Hepatite A pelo PNI
no calendário vacinal da criança a partir de 2014, fator que favorece em muito
na redução dos casos associados as medidas de saneamento básico, higiene e
qualidade da água.
Tabela 42 - Distribuição de casos de hepatite A por sexo. Pinhais, 2009 a
2015.
Sexo 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 Total Feminino 01 00 00 03 01 00 00 05 Masculino 00 00 00 00 00 00 00 00
Total 01 00 00 03 01 00 00 05 Fonte: Sistema de Informação de Agravos de Notificação – SINAN
69
Tabela 43 - Distribuição de casos de Hepatite A por faixa etária. Pinhais, 2009
a 2015.
Faixa Etária
2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 Total
< 1 ano 00 00 00 00 01 00 00 01 1-4 01 00 00 00 00 00 00 01
20-34 00 00 00 01 00 00 00 01 35-49 00 00 00 02 00 00 00 02 Total 01 00 00 03 01 00 00 05
Fonte: Sistema de Informação de Agravos de Notificação – SINAN
Hepatite B A OMS estima que cerca de 2 bilhões de pessoas no mundo já tiveram
contato com o vírus da hepatite B (VHB) e que 325 milhões se tornaram
portadores crônicos. O Ministério da Saúde estima que no Brasil pelo menos
15% da população já esteve em contato com o VHB (definida pela presença de
antiHBc IgG reagente com antígeno Hbs negativo) e que 1% da população
apresenta doença crônica relacionada a esse vírus (definida pela persistência
de antígeno Hbs reagente por 6 meses ou mais) (PARANÁ, 2015).
A região Sul reponde por 29,6% dos casos de hepatite B (HB)
notificados no Brasil no ano de 2010, que totalizou 13.188 casos. Nesse
mesmo ano observa-se uma taxa de detecção de 14,3 casos de hepatite B por
100.000 habitantes na região Sul, acima da taxa de detecção nacional (6,9
casos por 100.000 habitantes). As notificações das regiões Sudeste e Sul
correspondem a mais de 65% dos casos do Brasil.Estudos epidemiológicos
mais detalhados são necessários para justificar tal discrepância de notificação
entre as regiões. Isso pode sugerir que a região Sul tenha um sistema de
vigilância mais sensível, porém talvez outros fatores possam estar
influenciando essa maior prevalência, como hábitos da população, acúmulos
de casos em famílias, sobretudo na região Oeste (PARANÁ, 2015).
Para fins de Vigilância Epidemiológica no Brasil, define-se como caso
confirmado de hepatite B o indivíduo que preenche as condições de caso
suspeito e que apresente um ou mais marcadores sorológicos reagentes
(HbsAg reagente, antiHBc IgM reagente, HbeAg reagente) ou exame de
biologia molecular para hepatite B (DNA do HBV detectável) (PARANÁ, 2015).
70
No período de 2007 a 2013 foram notificados 11.350 casos confirmados
de HB. Os dados do SINAN Web (entre 2004 a 2006) compilam 1.098 casos
em 2004, 1.222 casos em 2005 e 974casos em 2006, com um total de 3.294
casos acumulados neste período, perfazendo 14.644 casos acumulados no
estado de 2004 a 2013 (PARANÁ, 2015).
A 2ª Regional de Saúde Metropolitana apresentou 2.189 casos de 2007
a 2013 com taxa de detecção acumulada de 66,29 casos para cada 100.000
habitantes. Em 2010 foram registrados 393 casos e em 2013, 292 casos.
O município de Pinhais apresentou 171 casos de Hepatite B notificados
de 2009 a 2015, com intensificação na notificação de cicatriz sorológica nos
anos de 2011 e 2012. A taxa de detecção acumulada no período foi 55,09
casos para cada 100.000 habitantes, mantendo o padrão da Regional de
Saúde (Tabela 44).
Tabela 44- Distribuição de casos de Hepatite B por classificação final. Pinhais,
2009 a 2015.
Classificação Final 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 Total
Confirmação laboratorial 04 07 18 09 10 13 09 70 Cicatriz sorológica 02 08 48 18 12 10 03 101
Total 06 15 66 27 22 23 12 171 Fonte: Sistema de Informação de Agravos de Notificação – SINAN
Conforme podemos observar na Tabela 45 a faixa etária com maior
número de casos está entre 20 e 64 anos, com distribuição pouco significativa
entre os sexos (Tabela 46).
Tabela 45 - Distribuição de casos com confirmação laboratorial de Hepatite B
por faixa etária. Pinhais, 2009 a 2015.
Faixa Etária 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 Total < 1 ano 00 00 01 00 00 00 00 01 15-19 01 00 00 00 00 02 00 03 20-34 01 01 04 02 04 06 01 19 35-49 01 05 10 06 02 04 03 31 50-64 01 01 01 01 03 00 05 12 65-79 00 00 02 00 01 01 00 04 Total 04 07 18 09 10 13 09 70
Fonte: Sistema de Informação de Agravos de Notificação – SINAN
71
Tabela 46- Distribuição de casos com confirmação laboratorial de Hepatite B
por sexo. Pinhais, 2009 a 2015.
Sexo 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 Total Feminino 02 04 08 05 07 06 04 36 Masculino 02 03 10 04 03 07 05 34
Total 04 07 18 09 10 13 09 70 Fonte: Sistema de Informação de Agravos de Notificação – SINAN
A Figura 08 demonstra os casos notificados segundo a forma clínica, a
maior discrepância dos dados está na cicatriz sorológica em 2011, quando o
Centro de testagem e Aconselhamento (CTA) do município realizou busca dos
casos que apresentaram resultados reagentes nos exames AntiHBc e AntiHBs
simultaneamente, de 2009 a 2010 corrigindo os casos de subnotificação.
Figura 10 – Casos confirmados de Hepatite B, segundo forma clínica. Pinhais,
2009 a 2015.
Fonte: Sistema de Informação de Agravos de Notificação – SINAN
A Tabela 47 apresenta a cobertura vacinal de Hepatite A e Hepatite B no
município de Pinhais, no período de 2009 a 2015. A vacina contra Hepatite A
foi incorporada ao calendário vacinal em 2014, apresentando ótimos resultados
de cobertura vacinal em 2015. A vacinação contra Hepatite B apresentou 100%
de cobertura até 2012, declinando a partir de 2013, demonstrando a
2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015
Cicatriz 2 8 48 18 12 10 3
Agudos 0 2 2 1 1 0 0
Crônicos 4 5 16 8 9 13 9
0
10
20
30
40
50
60
72
necessidade de intensificação de trabalho e busca ativa para melhoria da
cobertura.
Tabela 47 - Cobertura Vacinal Hepatite A e Hepatite B. Pinhais 2009 a 2015.
Imunobiológico 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015
Hepatite A ... ... ... ... ... 64,56 106,08
Hepatite B em < 1mês ... ... ... ... ... 110,47 120,97
Hepatite B 107,15 118,85 106,32 100,22 90,17 97,61 90,7 Fonte: TABNET
Hepatite C
A hepatite C é na maioria das vezes assintomática, menos de 20% dos
casos têm sintomas intermitentes e inespecíficos, dificultando ou tardando o
seu diagnóstico. Os sintomas podem aparecer em média até 20 anos após a
infecção, sendo uma doença silenciosa. Geralmente o diagnóstico é realizado
em pesquisa do anti-HCV em doadores de sangue, em campanhas de
testagem rápida ou quando é feita avaliação de pacientes com elevação das
aminotransferases. Os diagnósticos tardios são feitos na fase de
descompensação de doença hepática. Na fase aguda, icterícia ocorre em
menos de 10% dos casos. A maioria dos casos (mais de 80%) cronifica
(PARANÁ, 2015).
Segundo estimativa da OMS, há 170 milhões de portadores de hepatite
C, aproximadamente 3% da população mundial. O Brasil é considerado um
país de endemicidade intermediária para hepatite C, com prevalência da
infecção situada entre 2,5% e 10% (PARANÁ, 2015).
No Brasil, a notificação compulsória dos casos de hepatite C começou
em 1996 e, em 1999, a taxa de detecção desse agravo no país era 0,1 por 100
mil habitantes. A partir desse ano, a taxa aumentou, alcançando 5,0 em 2006 e
5,4 em 2010. As regiões do Brasil que apresentam taxas de detecção maiores
que as nacionais são as regiões Sudeste e Sul. No período de 1999 a 2011,
foram notificados no SINAN 82.041 casos de hepatite C no Brasil, sendo 22,3%
na região Sul (PARANÁ, 2015).
Para fins de Vigilância Epidemiológica, define-se caso confirmado de
vírus hepatite C (HCV) o indivíduo que preenche as condições de caso
73
suspeito e que apresente anti-HCV reagente ou exame de biologia molecular
por HCV (RNA do HCV detectável) (PARANÁ, 2015).
Entre 2007 a 2013, o número de casos acumulados de Hepatite C no
Paraná foi 6.384. Os dados do SINAN Web (entre 2004 e 2006) compilam 790
casos em 2004, 752 casos em 2005 e 699 casos em 2006, com um total de
2.241 casos acumulados neste período. Sendo 8.625 casos acumulados no
estado de 2004 a 2013. O maior número de casos concentra-se na 2ª RS,
variando de 359 casos notificados em 2007 para 415 casos confirmados em
2013. O maior acúmulo de casos ocorre na idade de 30 anos ou mais,
representando a população nascida antes dos anos 70 e 80 e exposta ao risco
parenteral (PARANÁ, 2015).
Conforme podemos observar na Tabela 48, o município de Pinhais
apresenta um aumento do número de casos confirmados de Hepatite C no
período de 2009 a 2015. Os dados representam um aumento da taxa de
detecção de 7,60 casos para cada 100.000 habitantes em 2009 para
18,89casos para cada 100.000 habitantes em 2015, com destaque para o ano
de 2012 que apresentou taxa de detecção de 24,29 casos para cada 100.000
habitantes, três vezes a taxa de detecção do estado que para o ano foi de 8,61
casos para cada 100.000 habitantes. Os dados do ano de 2009 se
assemelham a taxa do estado do Paraná foi de 7,95 para cada 100.000
habitantes.
Tabela 48- Distribuição de casos de Hepatite C por classificação final. Pinhais,
2009 a 2015.
Classificação Final 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 Total
Confirmação laboratorial 09 17 18 29 18 18 24 133 Cicatriz sorológica 05 03 02 09 03 01 07 30
Total 14 20 20 38 21 19 31 163 Fonte: Sistema de Informação de Agravos de Notificação – SINAN
A tabela 49 demonstra a distribuição dos casos notificados no município
de Pinhais no período de 2009 a 2015 por sexo, como pode ser observado,
55% dos casos ocorreram no sexo feminino e 45% no sexo masculino. A faixa
etária com maior número de casos é acima de 20 anos, com destaque para
casos acima de 35 anos (Tabela 50).
74
Tabela 49- Distribuição de casos com confirmação laboratorial de Hepatite C
por sexo. Pinhais, 2009 a 2015.
Sexo 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 Total Feminino 03 11 13 16 08 08 14 73 Masculino 06 06 05 13 10 10 10 60
Total 09 17 18 29 18 18 24 133 Fonte: Sistema de Informação de Agravos de Notificação – SINAN
Tabela 50 - Distribuição de casos com confirmação laboratorial de Hepatite C
por faixa etária. Pinhais, 2009 a 2015.
Faixa Etária 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 Total < 1 ano 00 00 00 00 00 00 01 01 15-19 00 00 00 00 00 00 01 01 20-34 02 03 04 06 02 04 03 24 35-49 02 07 06 12 11 03 12 53 50-64 05 07 08 09 04 06 05 44 65-79 00 00 00 02 01 05 01 09 80 e + 00 00 00 00 00 00 01 01 Total 09 17 18 29 18 18 24 133
Fonte: Sistema de Informação de Agravos de Notificação – SINAN
75
INFLUENZA
A Influenza é uma infecção viral aguda do sistema respiratório, de
elevada transmissibilidade e distribuição global. Geralmente tem evolução
autolimitada, podendo, contudo, apresentar-se de forma grave (BRASIL, 2016).
O vírus influenza se subdivide em três tipos antigenicamente distintos: A,
B e C. O vírus tipo A é mais suscetível as variações antigênicas, o que contribui
para a existência de diversos subtipos. O vírus influenza tipo A infecta o
homem, suínos, cavalos, mamíferos marinhos e aves; o tipo B infecta
exclusivamente humanos; e o tipo C, humanos e suínos. Em geral, a
transmissão ocorre dentro da mesma espécie, exceto entre os suínos, cujas
células possuem receptores para os vírus humanos e aviários (BRASIL, 2016).
A transmissão direta (pessoa a pessoa) é mais comum e ocorre por
meio de gotículas, expelidas pelo indivíduo infectado com o vírus influenza, ao
falar, espirrar e tossir. Eventualmente, pode ocorrer transmissão pelo ar, pela
inalação de partículas residuais, que podem ser levadas a distancias maiores
que 1 metro. Também há evidencias de transmissão pelo modo indireto, por
meio do contato com as secreções de outros doentes, nesse caso, as mãos
são o principal veículo, ao propiciarem a introdução de partículas virais
diretamente nas mucosas oral, nasal e ocular (BRASIL, 2016).
O período de incubação em geral é de 1 a 4 dias. Indivíduos adultos
saudáveis infectados transmitem o vírus entre 24 e 48 horas antes do início dos
sintomas, porém em quantidades mais baixas do que durante o período
sintomático. Nesse período, o pico da excreção viral ocorre principalmente
entre as primeiras 24 até 72 horas do início da doença, e declina até níveis não
detectáveis por volta do 5º dia, após o início dos sintomas. Pessoas com alto
grau de imunodepressão podem excretar vírus por semanas ou meses. As
crianças, comparadas aos adultos, também excretam vírus mais
precocemente, com maior carga viral e por longos períodos (BRASIL, 2016).
A suscetibilidade é geral. A imunidade aos vírus influenza é adquirida a
partir da infecção natural ou por meio de vacinação, sendo que esta garante
imunidade apenas em relação aos vírus homólogos da sua composição. Assim,
um hospedeiro que tenha tido uma infecção com determinada cepa terá pouca
ou nenhuma imunidade contra uma nova infecção por uma cepa variante do
mesmo vírus. Isso explica, em parte, a grande capacidade deste vírus em
76
causar frequentes epidemias e a necessidade de atualização constante da
composição da vacina com as cepas circulantes(BRASIL, 2016).
Classicamente, o quadro clínico da influenza sazonal tem início abrupto,
com sintomas de síndrome gripal (SG), como febre, tosse seca, dor de
garganta, mialgia, cefaleia e prostração. Geralmente, tem resolução
espontânea em aproximadamente 7 dias, embora a tosse, o mal-estar e a
fadiga possam permanecer por algumas semanas e em alguns casos,
principalmente em indivíduos com fatores e/ou condições de risco, pode evoluir
para síndrome respiratória aguda grave (SRAG).
Epidemiologicamente, a influenza é uma doença sazonal, com a
ocorrência de epidemias quase que exclusivamente nos meses de inverno. No
século XX, ocorreram três importantes pandemias de influenza, a gripe
espanhola (1918-20), a gripe asiática (1957-60) e a de Hong Kong (1968-72),
que, juntas, resultaram em altas taxas de mortalidade, com quase 1 milhão de
óbitos. A importância da influenza como questão de saúde publica cresceu
após o ano de 2009, quando se registrou a primeira pandemia do século XXI,
devido ao vírus influenza A (H1N1) pdm09, com mais de 190 países notificando
milhares de casos e óbitos pela doença (BRASIL, 2016).
Como medida de prevenção, a vacina influenza trivalente, é realizada
anualmente, capaz de promover imunidade efetiva e segura durante o período
de circulação sazonal do vírus. A composição e a concentração de antígenos
são atualizadas a cada ano, em função dos dados epidemiológicos que
apontam o tipo e cepa do vírus influenza que está circulando de forma
predominante nos hemisférios Norte e Sul. A estratégia de vacinação no país é
direcionada para grupos prioritários com predisposição para complicações da
doença e a vacina e administrada anualmente (BRASIL, 2016).
Em abril de 2009, o Centro de Prevenção e Controle de Doenças
(CDC/EUA) identificou o vírus da influenza pandêmica A/H1N1 2009 e, em
julho, a Organização Mundial da Saúde (OMS) declarou pandemia por esse
novo subtipo viral. A partir da SE 28 de 2009, o Ministério da Saúde passou a
priorizar os casos de SRAG e aquelas pessoas que apresentassem fatores de
risco para complicação da doença mesmo após a fase pandêmica da influenza
A/H1N1, declarada em agosto de 2010. O monitoramento e as ações
preventivas continuam, considerando que o vírus permanece circulando junto a
77
outros vírus sazonais. Em 2010, passaram a ser notificados apenas os casos
de SRAG hospitalizados (BRASIL, 2012).
Em 2009, o estado do Paraná registrou 40.015 casos de SRAG, das
quais 76,6 % foram causadas pelo vírus A/H1N1. Em 2010, foram registrados
1.573 casos de SRAG sendo 21,9 % causadas pelo vírus A/H1N1. Em 2011,
814 casos de SRAG sendo 0,2% causados pelo vírus A/H1N1 (BRASIL, 2012).
No Brasil, os casos de SRAG hospitalizados confirmados para influenza
A/H1N1 acometeu faixas etárias mais jovens, com maior incidência nos
menores de dois anos em ambos os sexos. As mulheres em idade fértil e as
gestantes foram 17% dos casos em 2009, 35,6% em 2010 e de 36,7% em
2011. Em 2009 e 2010, 33% dos casos relataram pelo menos uma
comorbidade. Em 2011, o percentual foi de 44% (BRASIL, 2012).
No país, 2.060 casos de SRAG confirmados para influenza A/H1N1
evoluíram para óbito em 2009, 113 em 2010 e 21 em 2011. A região sudeste
apresentou o maior número absoluto de óbitos em 2009, a região norte em
2010 e a região sul em 2011 (BRASIL, 2012).
No município de Pinhais, foram notificados 1176 casos de Influenza no
período de 2009 a 2015, seguindo o parâmetro da pandemia 2009 foi o ano
com maior número de casos respondendo por 82% dos casos do período
(Tabela 51).
Tabela 51 – Número de casos de Influenza por ano, segundo classificação final
por Ficha de Investigação Antiga e Nova. Pinhais, 2009 a 2015.
Classificação Final F.I. Antiga 2009 2010 2011 2012* 2013 2014 2015 Total
Ign/Branco 449 08 00 05 20 20 22 524 Influenza por novo subtipo viral 422 03 00 08 02 02 02 439 Outro agente infeccioso 07 00 05 08 16 11 20 67 Descartado 89 12 08 35 01 01 00 146 Total 967 23 13 56 39 34 44 1176
Fonte: SINAN Influenza Web
Classificação Final F.I. Nova 2009 2010 2011 2012* 2013 2014 2015 Total
Ign/Branco 449 08 00 00 00 00 00 457
SRAG por Influenza 422 03 00 08 02 02 02 439
SRAG por outros vírus respiratórios 07 00 05 08 16 11 20 67
SRAG por outros agentes etiológicos 89 12 08 35 01 01 00 146
SRAG não especificada 00 00 00 05 20 20 22 67
Total 967 23 13 56 39 34 44 1176 Fonte: SINAN Influenza Web / *Ficha de Registro Individual Nova implantada em 22/08/2012.
78
Do total de casos notificados no município de Pinhais no período de
2009 e 2015, 26% foram confirmados laboratorialmente e 33% com critérios
clínico – epidemiológico (Tabela 52).
Tabela 52– Número de casos de Influenza por critério de classificação. Pinhais,
2009 a 2015.
Critério confirmação 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 Total
Ign/Branco 456 07 00 00 00 00 00 463
Laboratorial 145 09 10 45 35 25 36 305
Clínico-epidemiológico 366 07 03 10 00 00 00 386
Clínico 00 00 00 01 04 09 08 22
Total 967 23 13 56 39 34 44 1176 Fonte: SINAN Influenza Web
No Sistema de Informação sobre Mortalidade (SIM) estão registrados 09
óbitos pelos CIDs J09 influenza devido ao vírus gripe aviária, J10Influenza
devido a outro vírus Influenza identificado e J11 Influenza (gripe) devido a vírus
não identificado. Destaca-se o ano da pandemia com 67% dos óbitos. No
acumulado, 2009 a 2015, a faixa etária de 20 a 29 anos prevalece com 44%
(Tabela 53).
Tabela 53 – Número de Óbitos registrados no SIM segundo CID J09,
J10 e J11. Pinhais, 2009 a 2015.
Faixa Etária 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 Total 15-19 01 00 00 00 00 00 00 01 20-29 03 00 00 01 00 00 00 04 30-39 01 00 00 00 00 00 01 02 40-49 01 00 00 00 00 00 00 01 70-79 00 00 00 01 00 00 00 01
TOTAL 06 00 00 02 00 00 01 09 Fonte: Sistema de Informação sobre Mortalidade SIM / TABNET.
A Tabela 54 apresenta a cobertura vacinal contra influenza no período
de 2009 a 2015. Nos anos de 2009 e 2010 a vacinação era direcionada aos
idosos, atingindo cobertura acima de 90% com queda nos anos seguintes. A
partir de 2011 foram incluídos na vacinação grupos prioritários, com maior
chance de desenvolver quadro de SRAG. O grupo de crianças apresentou
maior cobertura vacinal em 2012, com 90,24% do público alvo vacinado. O
79
grupo dos trabalhadores da área de saúde apresentou maior percentual de
cobertura em 2014 com 106,43% de vacinados. O grupo de gestantes
apresentou baixa cobertura na série histórica, sendo observada melhor taxa de
cobertura em 2014 com 89,04%. A vacinação em puérperas, iniciada em 2013,
atingiu cobertura acima de 85% no período analisado.
Tabela 54– Cobertura Vacinal da Influenza. Pinhais, 2009 a 2015.
Série Histórica Cobertura Vacinal Influenza 2009 a 2016
Grupo
2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015
M C M C M C M C M C M C M C
Crianças 0 0 2898 84,47% 2706 90,24% 2868 89,85% 8164 84,14% 8188 80,21%
Trabalhadores de saúde 0 0 1538 72,37% 1538 96,16% 1775 81,24% 1586 106,43% 1586 84,55%
Gestantes 0 0 1653 55,47% 1353 70,21% 1434 77,55% 1505 89,04% 1517 76,93%
Puérperas 0 0 0 0 236 86,44% 247 91,90% 249 110,04%
Idosos 9173 91,25% 9173 92,87% 9173 85,57% 9736 76,82% 9933 84,75% 9933 81,23% 9933 85,09%
Fonte: SIPNI
M - Meta
C - Cobertura
80
LEPTOSPIROSE
Doença infecciosa febril de início abrupto, cujo espectro clínico pode
variar desde um processo inaparente até formas graves. Causada por bactéria
gênero Leptospira, do qual se conhecem 14 espécies patogênicas, sendo a
mais importante a L. interrogans. Apresenta como reservatórios, animais
sinantrópicos domésticos e selvagens. Os principais são os roedores das
espécies Rattusnorvegicus(ratazana ou rato de esgoto), Rattusrattus (rato de
telhado ou rato preto) e Mus musculus (camundongo ou catita). Esses animais
não desenvolvem a doença quando infectados e albergam a leptospira nos
rins, eliminando-a viva no meio ambiente e contaminando água, solo e
alimentos. O homem é apenas hospedeiro acidental e terminal, dentro da
cadeia de transmissão (BRASIL, 2016).
A infecção humana resulta da exposição direta ou indireta a urina de
animais infectados. A penetração do microrganismo ocorre através da pele com
presença de lesões, pele íntegra imersa por longos períodos em água
contaminada ou através de mucosas. Outras formas de transmissão possíveis,
porém com rara frequência, são: contato com sangue, tecidos e órgãos de
animais infectados; transmissão acidental em laboratórios; e ingestão de água
ou alimentos contaminados. A transmissão pessoa a pessoa é rara, mas pode
ocorrer pelo contato com urina, sangue, secreções e tecidos de pessoas
infectadas (BRASIL, 2016).
O período de incubação varia de 1 a 30 dias (média entre 5 e 14 dias).
Os animais infectados podem eliminar a leptospira através da urina durante
meses, anos ou por toda a vida, segundo a espécie animal. A suscetibilidade é
geral. A imunidade adquirida pós-infecção é específica, podendo um mesmo
indivíduo apresentar a doença mais de uma vez se o agente etiológico de cada
episódio pertencer a um sorovar diferente (BRASIL, 2016).
As manifestações clínicas variam desde formas assintomáticas e
subclínicas até quadros clínicos graves, associados a manifestações
fulminantes. A fase precoce caracteriza-se pela instalação abrupta de febre,
comumente acompanhada de cefaleia, mialgia, anorexia, náuseas e vômitos,
dentre outros sintomas e pode não ser diferenciada de outras causas de
doenças febris agudas. Corresponde de 85 a 90% das formas clínicas, mas
81
poucos casos são identificados e notificados nessa fase da doença, em
decorrência das dificuldades inerentes ao diagnóstico clínico e a confirmação
laboratorial. Esta fase tende a ser autolimitada e regride entre 3 e 7 dias sem
deixar sequelas. Costuma ser diagnosticada como uma "síndrome gripal",
"virose" ou outras doenças que ocorrem na mesma época, como dengue ou
influenza. A fase tardia da doença em aproximadamente 15% dos pacientes
com leptospirose ocorre à evolução para manifestações clínicas graves, que se
iniciam após a primeira semana da doença, mas podem aparecer mais cedo,
especialmente em pacientes com apresentações fulminantes. A manifestação
clássica da leptospirose grave e a síndrome de Weil, caracterizada pela tríade
de icterícia, insuficiência renal e hemorragia, mais comumente pulmonar
(BRASIL, 2016).
A leptospirose tem distribuição universal. No Brasil, é uma doença
endêmica; torna-se epidêmica em períodos chuvosos, principalmente nas
capitais e áreas metropolitanas, devido as enchentes associadas a
aglomeração populacional de baixa renda, condições inadequadas de
saneamento e alta infestação de roedores infectados (BRASIL, 2016).
Nos últimos 10 anos vêm-se confirmando uma média anual de mais de
3.600 casos,no país. As regiões Sudeste e Sul concentram o maior número de
casos confirmados, seguidas pelo Nordeste. Nesse mesmo período, são
registrados 375 óbitos em média, a cada ano.Trata-se de uma zoonose de
grande importância social e econômica por apresentar elevada incidência em
determinadas áreas, alto custo hospitalar e perdas de dias de trabalho,como
também por sua letalidade, que pode chegar a 40% nos casos mais graves
(BRASIL, 2016).
Algumas ocupações facilitam o contato com as leptospiras, como
trabalhadores em limpeza e desentupimento de esgotos, garis, catadores de
lixo, agricultores, veterinários, tratadores de animais, pescadores, magarefes,
laboratoristas, militares e bombeiros, entre outras. Contudo, a maior parte dos
casos ainda ocorre entre pessoas que habitam ou trabalham em locais com
infraestrutura sanitária inadequada e expostos a urina de roedores (BRASIL,
2016).
A leptospirose é uma doença de notificação compulsória no Brasil. Tanto
a ocorrência de casos suspeitos isolados como a de surtos devem ser
82
notificadas, o mais rapidamente possível, para o desencadeamento das ações
de vigilância epidemiológica e controle.
No período de 2009 a 2015, o Brasil registrou 28.776 casos confirmados
de leptospirose, com 2.425 óbitos, apresentando letalidade de 8,42%. No
mesmo período o estado do Paraná registrou 2.259 casos confirmados de
leptospirose, com 283 óbitos registrados, apresentando letalidade de 12,52%
(BRASIL< 2016).
A Tabela 55 apresenta os dados sobre notificações de leptospirose no
município de Pinhais no período de 2009 a 2015. No período foram notificados
196 casos, sendo confirmados 32 casos confirmados, dos quais 87,5%
ocorreram no sexo masculino (Tabela 55), a maioria dos casos concentra-se na
faixa etária de 30 a 59 anos (Tabela 56).
Tabela 55 – Número de casos de Leptospirose por classificação final. Pinhais,
2009 a 2015.
Classificação Final
2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 Total
Confirmado 02 09 07 03 03 03 05 32
Descartado 07 12 31 17 34 30 33 164
Total 09 21 38 20 37 33 38 196 Fonte: Sistema de Informação de Agravos de Notificação - SINAN
Figura 11– Número de casos de Leptospirose por sexo. Pinhais, 2009 a 2015.
Fonte: Sistema de Informação de Agravos de Notificação – SINAN
1
8
6
3
2
3
5
1 1 1
0
1
0 0
2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015
Masculino Feminino
83
Tabela 56- Número de casos de Leptospirose confirmados por faixa etária.
Pinhais, 2009 a 2015.
Faixa Etária 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 Total
10 - 14 00 01 00 00 00 01 00 02
15 - 19 01 01 00 00 00 00 00 02
20 - 29 00 02 00 00 00 00 01 03
30 - 39 00 02 02 01 01 01 02 09
40 - 49 01 02 02 01 00 00 02 08
50 - 59 00 00 01 01 02 01 00 05
60 - 69 00 01 01 00 00 00 00 02
70 - 79 00 00 01 00 00 00 00 01
Total 02 09 07 03 03 03 05 32 Fonte: Sistema de Informação de Agravos de Notificação – SINAN
No Sistema de Informação sobre Mortalidade (SIM) estão registrados 06
óbitos pelo CID A27 Leptospirose. Destaca-se o ano de 2011 com 67% dos
óbitos. No acumulado, 2009 a 2015, a faixa etária de 30 a 69 anos prevalece
com 33% (Tabela 56).
Tabela 57 – Número de Óbitos registrados no SIM segundo CID A27.
Pinhais, 2009 a 2015.
Faixa Etária 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 Total 20-29 00 00 01 00 00 00 00 01 30-39 00 01 01 00 00 00 00 02 60-69 00 01 01 00 00 00 00 02 70-79 00 00 01 00 00 00 00 01
TOTAL 00 02 04 00 00 00 00 06 Fonte: Sistema de Informação sobre Mortalidade SIM / TABNET.
84
MENINGITES
Doença Meningocócica
A doença meningocócica é uma infecção bacteriana aguda. Quando se
apresenta na forma de doença invasiva, caracteriza-se por uma ou mais
síndromes clínicas, sendo a meningite meningocócica a mais frequente delas e
a meningococcemia a forma mais grave. Causada pela Neisseria meningitidis
(meningococo), classificada em 12 diferentes sorogrupos: A, B, C, E, H, I, K, L,
W, X, Y e Z. Os sorogrupos A, B, C, Y, W e X são os principais responsáveis
pela ocorrência da doença invasiva e, portanto, de epidemias (BRASIL,2016).
Apresenta como reservatório o homem, sendo a nasofaringe o local de
colonização do microrganismo. A colonização assintomática da nasofaringe
pela N. meningitidis caracteriza o estado de portador que ocorre
frequentemente, chegando a ser maior que 10% em determinadas faixas
etárias nos períodos endêmicos, podendo o indivíduo albergar o meningococo
por período prolongado. As taxas de incidência de portadores são maiores
entre adolescentes e adultos jovens e em camadas socioeconômicas menos
privilegiadas (BRASIL, 2016).
A transmissão ocorre pelo contato direto pessoa a pessoa, por meio de
secreções respiratórias de pessoas infectadas, assintomáticas ou doentes. A
transmissão por fômites não é importante. Com período de incubação médio de
3 a 4 dias, podendo variar de 2 a 10 dias (BRASIL, 2016).
Após a colonização da nasofaringe, a probabilidade de desenvolver
doença meningocócica invasiva dependerá da virulência da cepa, das
condições imunitárias do hospedeiro e da capacidade de eliminação do agente
da corrente sanguínea, pela ação de anticorpos séricos com atividade
bactericida mediada pela ativação do complemento. O baço também exerce um
importante papel na eliminação da bactéria na corrente sanguínea
(BRASIL,2016)
A transmissibilidade persiste até que o meningococo desapareça da
nasofaringe. Em geral, a bactéria é eliminada da nasofaringe após 24 horas de
antibioticoterapia adequada. A suscetibilidade é geral, entretanto, o grupo
etário de maior risco são as crianças menores de 5 anos, principalmente as
menores de 1 ano (BRASIL,2016).
85
A meningite meningocócica é a forma mais frequente de doença
meningocócica invasiva e associa-se, em cerca de 60% dos casos, à presença
de lesões cutâneas petequiais bastante características. Sua ocorrência, assim
como a presença de sinais neurológicos focais, é menos frequente que nas
meningites por pneumococo ou por Haemophilus influenzae sorotipo B. Nos
casos de meningococcemia, o coma pode sobrevir em algumas horas. Associa-
se a elevadas taxas de letalidade, geralmente acima de 40%, sendo a grande
maioria dos óbitos nas primeiras 48 horas do início dos sintomas (BRASIL,
2016).
A antibioticoterapia deve ser instituída o mais precocemente possível, de
preferência, logo após a punção lombar e a coleta de sangue para
hemocultura. O uso de antibiótico deve ser associado a outros tipos de
tratamento de suporte, como reposição de líquidos e cuidadosa assistência
(BRASIL,2016).
No Brasil, a doença meningocócica é endêmica, com ocorrência de
surtos esporádicos. O meningococo é a principal causa de meningite
bacteriana no país. Os coeficientes de incidência têm se mantido estáveis nos
últimos anos, com aproximadamente 1,5 a 2,0 casos para cada 100.000
habitantes. Acomete indivíduos de todas as faixas etárias, porém
aproximadamente 40 a 50% dos casos notificados ocorrem em crianças
menores de 5 anos de idade. Os maiores coeficientes de incidência da doença
são observados em lactentes, no primeiro ano de vida. A letalidade da doença
no Brasil situa-se em torno de 20% nos últimos anos. Na forma mais grave, a
meningococcemia, a letalidade chega a quase 50%. Desde a década de 1990,
os sorogrupos circulantes mais frequentes no Brasil foram o C e o B. Após um
período de predomínio do sorogrupo B, observa-se, a partir de 2005, um
aumento no número e na proporção de casos atribuídos ao sorogrupo C em
diferentes regiões do país. Em meados de 2010, devido ao aumento de
circulação do sorogrupo C e à alta incidência da doença observada em
crianças, a vacina meningocócica C (conjugada) foi introduzida no calendário
de vacinação da criança (BRASIL, 2016).
A quimioprofilaxia, embora não assegure efeito protetor absoluto e
prolongado, tem sido adotada como uma medida eficaz na prevenção de casos
secundários. Está indicada para os contatos próximos de casos suspeitos de
86
doença meningocócica. O antibiótico de escolha para a quimioprofilaxia é a
rifampicina, que deve ser administrada em dose adequada e simultaneamente
a todos os contatos próximos, preferencialmente até 48 horas da exposição à
fonte de infecção (doente), considerando o prazo de transmissibilidade e o
período de incubação da doença. A recomendação para uso preferencial e/ou
restrito da rifampicina, além do tratamento da tuberculose no país, visa evitar a
seleção de cepas resistentes de meningococos (BRASIL, 2016).
Outras Meningites Bacterianas
Caracteriza-se como meningite o processo inflamatório das meninges,
membranas que envolvem o cérebro e a medula espinhal, causado por
bactérias.Pode ser causada por uma grande variedade de bactérias. A
prevalência de cada bactéria está associada a um dos seguintes fatores: idade
do paciente, porta de entrada ou foco séptico inicial; tipo e localização da
infecção no sistema nervoso central (SNC); estado imunitário prévio; situação
epidemiológica local (BRASIL,2016).
Além da Neisseria meningitidis (meningococo), os principais agentes
bacterianos causadores de meningite são: Streptococcus pneumoniae
(pneumococo) possui mais de 90 sorotipos imunologicamente distintos, que
causam doença pneumocócica invasiva (meningite, pneumonia bacterêmica,
sepse e artrite) e não invasiva (sinusite, otite média aguda, conjuntivite,
bronquite e pneumonia); Haemophilus influenzae que pode ser classificado em
seis sorotipos (A, B, C, D, E, F), a partir da diferença antigênica da cápsula
polissacarídica. O H. influenzae, desprovido de cápsula, se encontra nas vias
respiratórias de forma saprófita, podendo causar infecções assintomáticas ou
doenças não invasivas, tais como bronquite, sinusites e otites, tanto em
crianças quanto em adultos; Mycobacterium tuberculosis; Streptococcus sp.
especialmente os do grupo B; Streptococcus agalactie; Listeria
monocytogenes; Staphylococcus aureus; Pseudomonas aeruginosa; Klebsiella
pneumoniae; Enterobacter sp.; Salmonella sp.; Proteus sp (BRASIL,2016).
O principal reservatório é o homem. Em geral a transmissão ocorre de
pessoa a pessoa, através das vias respiratórias, por gotículas e secreções da
nasofaringe. Geralmente o período de incubação é de 2 a 10 dias, em média 3
a 4 dias. Pode haver alguma variação em função do agente etiológico
87
responsável. O período de transmissibilidade é variável, dependendo do agente
infeccioso e da instituição do diagnóstico e tratamento. A suscetibilidade é
geral. As crianças menores de 5 anos, principalmente as menores de 1 ano, e
pessoas maiores de 60 anos são mais suscetíveis à doença. Em relação à
meningite pneumocócica, idosos e indivíduos portadores de quadros crônicos
ou de doenças imunossupressoras apresentam maior risco de adoecimento.
No caso do pneumococo, H. influenzae sorotipo b e M. tuberculosis a
imunidade é conferida por meio de vacinação específica (BRASIL, 2016).
O quadro clínico, em geral, é grave e caracteriza-se por febre, cefaleia,
náusea, vômito, rigidez de nuca, prostração e confusão mental, sinais de
irritação meníngea, acompanhadas de alterações do líquido cefalorraquidiano
(LCR). No curso da doença podem surgir delírio e coma. Dependendo do grau
de comprometimento encefálico (meningoencefalite), o paciente poderá
apresentar também convulsões, paralisias, tremores, transtornos pupilares,
hipoacusia, ptose palpebral e nistagmo. Casos fulminantes com sinais de
choque também podem ocorrer. As principais complicações são perda da
audição, distúrbio de linguagem, retardo mental, anormalidade motora e
distúrbios visuais.
No Brasil, as principais ocorrências de meningite bacteriana, de
relevância para a saúde pública, são as causadas por N. meningitidis
(meningococo), S. pneumoniae(pneumococo) e Hib. O pneumococo é a
segunda maior causa de meningite bacteriana no Brasil, no país as crianças de
até 2 anos de idade são as mais acometidas pela meningite pneumocócica. Em
2010, a vacina conjugada 10-valente, que protege contra dez sorotipos do
pneumococo, foi disponibilizada no calendário de vacinação da criança para
crianças menores de 1 ano de idade. Em 1999, foi introduzida no país a vacina
contra o Hib, responsável por várias doenças invasivas, como meningites e
pneumonias, sobretudo em crianças. O Hib era a segunda causa mais comum
de meningite bacteriana no Brasil, sendo responsável por uma incidência
média anual em menores de 1 ano de 23,4 casos/100.000 hab. até 1999.
Observou-se, após a introdução da vacina, redução de mais de 90% no
número de casos, incidência e número de óbitos por meningite por H.
influenzae (BRASIL,2016).
88
Meningites Virais
Os principais agentes etiológicos das meningites virais são os vírus do
gênero Enterovírus, que possui como principal reservatório o homem. A via de
transmissão nas infecções por enterovírus predomina a via fecal-oral, podendo
ocorrer também por via respiratória. O período de incubação, situa-se
comumente entre 7 e 14 dias, podendo variar de 2 a 35 dias. Os enterovírus,
podem ser eliminados nas fezes por diversas semanas e pelas vias aéreas
superiores por períodos que variam de 10 a 15 dias. As crianças constituem o
grupo mais vulnerável às infecções (BRASIL,2016).
As manifestações clínicas mais frequentes são: febre, mal-estar geral,
náusea e dor abdominal na fase inicial do quadro, seguidas, após cerca de 1 a
2 dias, de sinais de irritação meníngea, com rigidez de nuca geralmente
acompanhada de vômitos. É importante destacar que os sinais e sintomas
inespecíficos que mais antecedem e/ou acompanham o quadro da meningite
asséptica por enterovírus são: manifestações gastrointestinais (vômitos,
anorexia e diarreia), respiratórias (tosse, faringite) e ainda mialgia e erupção
cutânea. Em geral o restabelecimento do paciente é completo, mas em alguns
casos pode permanecer alguma debilidade, como espasmos musculares,
insônia e mudanças de personalidade. A duração do quadro é geralmente
inferior a uma semana. Em geral, nos casos de enterovírus não há
complicações, a não ser que o indivíduo seja portador de alguma
imunodeficiência (BRASIL, 2016).
As meningites virais têm distribuição universal. Podem ocorrer casos
isolados e surtos principalmente relacionados aos enterovírus. A frequência de
casos se eleva nos meses do outono e da primavera. O aumento de casos
pode estar relacionado a epidemias de varicela, sarampo, caxumba e também
a eventos adversos pós-vacinais (BRASIL,2016).
Meningites por outras etiologias
Destacam-se os fungos do gênero Cryptococcus, sendo as espécies
mais importantes a C. neoformanse a C. gattii. Entretanto, outros agentes,
como protozoários e helmintos, também podem ocasionar meningite.
89
Devido a importância epidemiológica, destacaremos as meningites
fúngicas (BRASIL, 2016).
A transmissão ocorre geralmente devido à inalação das formas
leveduriformes do ambiente. O período de incubação é em média entre 3
semanas e 3 meses antes da admissão, mas individualmente pode variar de 2
dias a 18 meses ou mais. A suscetibilidade é geral, o C. neoformanstem
caráter predominantemente oportunista e o C. gattiatinge prioritariamente
crianças e jovens hígidos. (BRASIL, 2016)
As manifestações clínicas variam de acordo com o estado imunológico
do paciente, apresentam-se mais frequentemente como meningite ou
meningoencefalite aguda ou subaguda, entretanto aparecem lesões focais
únicas ou múltiplas no SNC, simulando neoplasias, associadas ou não ao
quadro meníngeo. Nos pacientes com aids que apresentam cefaleia, febre,
demência progressiva e confusão mental, a meningite criptocócica deve ser
considerada. No indivíduo imunocompetente, o quadro é exuberante, e os
sintomas comumente descritos são: cefaleia, febre, vômitos, alterações visuais,
rigidez de nuca. Outros sinais neurológicos, como ataxia, alteração do sensório
e afasia, são comuns. Pode ocorrer evolução para torpor ou coma (BRASIL,
2016).
No município de Pinhais, foram notificados 103 casos de meningite no
período de 2009 a 2015. A Tabela 58 apresenta a distribuição dos casos
notificados por agente etiológico e taxa de incidência. Do total de casos 61,59%
dos casos foram meningite viral, 12,62% meningite bacteriana. No período
foram registrados apenas 01 caso de meningococcemia e 01 caso de
meningite por H. Influenzae. A meningite por S. pneumoniae representou
4,85% dos casos.
90
Tabela 58 – Número de casos e incidência de Meningite por 100.000 hab.,
segundo tipo, Pinhais 2009 a 2015.
Etiologia 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015
Nº Inc. Nº Inc. Nº Inc. Nº Inc. Nº Inc. Nº Inc. Nº Inc.
MCC 00 00 00 00 00 00 01 0,83 00 00 00 00 00 00
MTBC 00 00 00 00 00 00 01 0,83 00 00 01 0,79 01 0,78
MB 00 00 00 00 00 00 05 4,18 04 3,21 03 2,38 01 0,78
MNE 00 00 02 1,71 04 3,38 02 1,67 00 00 00 00 03 2,36
MV 00 00 02 1,71 06 5,07 11 10,05 12 9,63 17 13,51 14 11,01
MOE 01 0,84 00 00 02 1,69 00 00 03 2,38 01 0,79 00 00
MH 00 00 00 00 00 00 00 00 01 0,8 00 00 00 00
MP 00 00 01 0,85 01 0,84 02 1,67 00 00 01 0,79 00 00
Total 01 0,84 05 4,27 13 10,98 22 19,26 20 16,06 23 18,28 19 14,95 Fonte: SINAN / SEMAE
A Tabela 59 apresenta o número de casos de meningite notificados em
Pinhais no período de 2009 a 2015 por faixa etária. Observa-se que os casos
são distribuídos nas diversas faixas etárias com destaque para os menores de
05 anos que representa 35,92% dos casos.
Tabela 59– Número de casos de Meningite por faixa etária, Pinhais 2009 a
2015.
Faixa Etária 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 Total
<1 ano 00 00 00 04 03 00 03 10 1 - 4 00 00 01 05 09 06 06 27 5 - 9 00 00 02 04 03 02 05 16
10 - 14 00 01 00 01 01 02 02 07 15 - 19 00 00 01 00 00 00 01 02 20 - 29 00 02 02 00 00 01 01 06 30 - 39 01 00 04 06 01 04 01 17 40 - 49 00 00 02 00 00 02 00 04 50 - 59 00 00 00 00 02 03 00 05 60 - 69 00 02 01 02 00 03 00 08 70 - 79 00 00 00 00 01 00 00 01 Total 01 05 13 22 20 23 19 103
Fonte: SINAN / SEMAE
91
A Vacina menigocócica C está indicada no calendário do PNI para
prevenção da doença sistêmica causada pela N. meningitidis do sorogrupo C
em crianças menores 02 anos (BRASIL, 2014).
Introduzida no calendário vacinal a partir de 2010, apresentou cobertura
vacinal acima de 90% no município de Pinhais de 2011 a 2015 (Tabela 59).
A Vacina pneumocócica conjugada 10 valente, previne contra infecções
invasivas (sepse, meningite, pneumonia e bacteremia) e otite média aguda
causadas por 10 sorotipos de S. pneumoniae. Está indicada no calendário
vacinal do PNI para crianças menores de 02 anos de idade (BRASIL, 2014).
Introduzida no calendário vacinal a partir de 2010, apresentou cobertura
vacinal acima de 89% no município de Pinhais de 2011 a 2015 (Tabela 59).
As Vacinas adsorvidas tetravalente e pentavalente (incluída a Hepatite
B) protegem contra difteria, tétano, pertussis, e infecções causadas pelo
Haemophilus influenzae b, está indicada para crianças menores de 05 anos de
idade como dose do esquema básico do calendário de vacinação do PNI
(BRASIL, 2014).
No período de 2009 a 2012 a vacina Tetravalente apresentou cobertura
vacinal acima de 95%. Introduzida em 2013 a vacina Pentavalente, manteve a
cobertura vacinal acima de 90% até 2015 (Tabela 60).
Tabela 60 – Cobertura Vacinal Meningite C. Pinhais, 2009 a 2015.
Imunobiológico 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 Meningococo C ... 6,1 114,75 92,18 95,87 102,04 95,85
Meningococo C (1º ref) ... ... ... ... 83,37 84,55 91,54 Pneumocócica ... 16,19 89,91 94,84 92 104,59 92,33
DTP (Tetra\Penta) ... ... ... ... 90,17 97,66 90,7 Tetra Bacteriana (DTP+Hib) 105,1 105,16 95,79 101,27 ... ... ...
Fonte: SIPNI/TABNET
92
MORTALIDADE MATERNA
Os indicadores de saúde materna e, especialmente, a razão de
mortalidade materna são dados importantes do desenvolvimento social e da
equidade de gênero dos países, pois sinalizam se eles efetivamente promovem
e garantem a cidadania e os direitos reprodutivos das mulheres.
Em países que convivem com altas razões de óbitos maternos, a maioria
desses eventos é considerada evitável. A melhoria das condições de vida e
trabalho, a inserção na sociedade sem discriminações ou violências, o acesso
a serviços de saúde de qualidade e a uma assistência integral e digna
evitariam que mulheres perdessem suas vidas por complicações na gestação,
parto e puerpério (BITTENCOURT, 2013).
Por muito tempo, a mortalidade materna teve pouca visibilidade social,
talvez porque, pensando em números absolutos, é difícil dimensionar a
extensão do problema. Desde a década de 1980 são realizadas investigações
sobre a mortalidade materna e as suas repercussões sociais, com
comparações entre diferentes países e regiões. Dessa forma, tem sido possível
reconhecer a existência de uma situação dramática e injusta até então
silenciosa (BITTENCOURT, 2013).
Segundo a (CID-10), morte materna é:a morte de uma mulher durante a
gestação ou dentro de um período de 42 dias após o término da gestação,
independentemente da duração ou da localização da gravidez, devida a
qualquer causa relacionada ou agravada pela gravidez ou por medidas
tomadas em relação a ela, porém não devida a causas acidentais ou
incidentais (OMS, 1993).
Em 2008, a OMS estimou que aproximadamente 358.000 mulheres no
mundo perderam a vida durante a gravidez, o parto ou o puerpério,
representando cerca de mil mortes a cada dia. Quase 90% desses
óbitos(313.100) ocorreram na África e no sul da Ásia; apenas 0,5%, em países
de alta renda per capita (BITTENCOURT, 2013).
Analisando a situação da mortalidade materna mundial, observa-se que
países da Europa, apresentam uma razão de mortalidade materna entre 4 e 10
óbitos para cada100.000 nascidos vivos, demonstrando um resultado positivo
do desenvolvimento social e médico-científico.Na América Latina e no Caribe,
os menores níveis são da Costa Rica e do Chile, cuja mortalidade materna se
93
encontra entre 20 e 25 óbitos para 100.000 nascidos vivos, enquanto nos
demais países dessa região o risco chega a ser dez vezes maior do que em
países europeus. (BITTENCOURT, 2013).
No Brasil nas duas últimas décadas,foi implementada uma série de
medidas para melhorar a cobertura e completude dos dados do SINASC e do
SIM e das informações específicas dos óbitos durante a gravidez,parto ou
puerpério.Uma iniciativa importante foi a Portaria GM n.1.119/2008 do
Ministério da Saúde que determinou a investigação dos óbitos de mulheres em
idade fértil, para identificar se a mulher que morreu estava no período gravídico
puerperal (BITTENCOURT, 2013).
No Brasil a razão de mortalidade materna (RMM) apresentou redução
expressiva nas ultimas décadas, em 1990 a RMM era de 140/100.000 nascidos
vivos, em 2010 passou a 56/100.000 nascidos vivos e em 2015 a RMM foi de
35/100.000 nascidos vivos. A mesma redução foi observada no estado do
Paraná tendo em 1990 RMM de 90,80/100.000 nascidos vivos, em 2010
passou a 65,77/100.000 nascidos vivos e em 2015 a RMM foi de 23/100.000
nascidos vivos (Paraná, 2015).
No município de Pinhais, no período de 2009 a 2015, como pode ser
observado na Tabela 61, apresentou maior RMM em 2009. Em 2010 a RMM foi
abaixo da observada no Brasil e no estado do Paraná, com 51,89/100.000
nascidos vivos. Em 2014 a razão aumentou significativamente para
94,47/100.000 nascidos vivos e em 2015 não houve registro de óbitos materno.
Tabela 61 – Número de óbitos maternos e Razão de Mortalidade Materna, por
100.000 nascidos vivos. Pinhais, 2009 a 2015.
Ano Nº de Óbitos
Maternos Nº de Nascidos
Vivos Razão de Mortalidade Materna (100.000 NV)
2009 04 1.804 221,73 2010 01 1.927 51,89 2011 01 1.912 52,3 2012 00 2.006 00 2013 00 2.023 00 2014 02 2.117 94,47 2015 00 2.195 00
FONTE: SIM / SINASC / SEMAE
94
Figura 12 – Razão de Mortalidade Materna, por 100.000 nascidos vivos,
Pinhais 2009 – 2015.
FONTE: SIM / SINASC
Na série histórica 2009 a 2015, a faixa etária que se destaca é de 15 a
39 anos com 37,5% dos casos de 30 a 39 anos (Tabela 62). Todos os casos de
óbitos maternos foram investigados pelo Comitê Municipal.
Tabela 62 – Número de óbitos maternos, segundo faixa etária. Pinhais 2009 a
2015.
Faixa Etária 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 Total 15-19 02 00 00 00 00 00 00 02 20-29 00 00 00 00 00 02 00 02 30-39 02 00 01 00 00 00 00 03 40-49 00 01 00 00 00 00 00 01
TOTAL 04 01 01 00 00 02 00 08 FONTE: Sistema de Informação sobre Mortalidade / SIM.
Mortalidade Infantil
A mortalidade infantil apresenta-se como um marcador do nível de
desenvolvimento social e de garantia aos direitos humanos. As análises têm
como objetivo entender seus fatores determinantes e assim contribuir para o
221,73
51,89 52,3
0 0
94,47
00
50
100
150
200
250
2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015
95
conhecimento das ações de saúde implementadas com vistas à prevenção do
óbito infantil (BITTENCOURT, 2013)
Entendendo a infância como uma fase da vida em que o ser humano é
frágil e dependente e, por isso exige cuidados especiais. O sentimento de
proteção ao grupo etário, assim como o interesse em garantir o
desenvolvimento de gerações futuras saudáveis e socialmente adaptadas,
explica, em parte, por que as políticas que priorizam a atenção às crianças se
constituem,frequentemente, em políticas de consenso.Ao nascer e ao longo
dos primeiros meses de vida, as crianças apresentam imaturidade imunológica
que, associada às desigualdades de direitos, traduzidas por diferentes formas
de acesso aos serviços de saúde, às instalações sanitárias, à alimentação e
pelo nível socioeconômico materno, tem como consequência diferenças na
probabilidade de vir a morrer antes do primeiro ano de vida (BITTENCOURT,
2013).
Quando observamos altas taxas de mortalidade infantil, estas refletem
em geral, ausência de saneamento básico e de segurança alimentar e
nutricional; baixo grau de instrução materna; deficiência de acesso e na
qualidade dos serviços de saúde oferecidos. A taxa é sensível em identificar
injustiças sociais e por isso fornece importantes subsídios para a
implementação de políticas públicas adequadas às distintas realidades
(BITTENCOURT, 2013).
Nas últimas décadas, a taxa de mortalidade infantil configura-se como
uma das principais metas das políticas públicas em diversos países. Como
consequência, a análise das trajetórias das taxas de mortalidade infantil mede
os progressos e retrocessos alcançados em cada país para prevenir o óbito
infantil. A mortalidade infantil refere-se à morte de crianças menores de um
ano. Apresenta dois componentes principais: a mortalidade neonatal e a pós-
neonatal (BITTENCOURT, 2013).
Defini-se a taxa de mortalidade infantil (TMI) pelo número de mortes de
menores de 1 ano de idade para cada 1.000 crianças nascidas vivas. É uma
estimativa da probabilidade de uma criança nascida viva morrer antes de
completar 1 ano de idade. Países menos desenvolvidos ocupam as primeiras
posições, alcançando valores acima de 100, como é o caso de Afeganistão,
República Democrática do Congo, Chade, Serra Leoa e Guiné Bissau, situados
96
na África e Oriente Médio, nesses países destacam-se a alta prevalência de
HIV/Aids e a situação de conflito e pós-conflito (BITTENCOURT, 2013).
No Brasil, apenas a partir da década de 1970 se observou uma queda
mais acentuada na taxa de mortalidade infantil. Entre os anos 1930 e 1970
esse indicador passou de 162 para 115 óbitos por mil nascidos vivos, um
decréscimo de 29,01%, enquanto nas duas décadas seguintes a queda
apresentada foi de 58,3% (de 115 para 48 óbitos por mil nascidos vivos). No
período de 1990 a 2008, a velocidade da redução foi ainda maior: 63% (de 47,1
para 17,6 óbitos por mil nascidos vivos), classificada como uma das maiores
registradas no mundo, porém ainda alta comparada a alguns países da
América Latina, com renda per capita mais baixa e menores taxas de
crescimento econômico como Colômbia e Venezuela (BITTENCOURT, 2013).
Um dos maiores senão o maior desafio a ser superado na busca pela
redução da taxa de mortalidade infantil no Brasil diz respeito às diferenças
existentes entre as regiões brasileiras, apesar dos esforços para universalizar o
acesso aos serviços e das ações de saúde e políticas implementadas por
diversos setores do governo (BITTENCOURT, 2013).
Dados do IBGE (2016) demonstram a redução progressiva da taxa de
mortalidade infantil no país no período de 2009 a 2015, em 2009 o país
registrou taxa de 18,07/1000 nascidos vivos e em 2015 apresentou 13,82/1000
nascidos vivos. O estado do Paraná seguiu a mesma trajetória de redução no
período avaliado, em 2009 registrou 12,48/1000 nascidos vivos e em 2015 a
taxa de mortalidade infantil apresentou 10,88 casos para cada mil nascidos
vivos.
Analisando-se os dados do município de Pinhais, no período de 2009 a
2015, observamos redução expressiva na taxa de mortalidade infantil, em 2009
a TMI registrada foi de 13,30 óbitos para cada mil nascidos vivos, em 2011 o
município comemorou a taxa com apenas um dígito que foi de 9,94 óbitos para
cada mil nascidos vivos. Em 2015 a taxa foi de 6,83/1000 nascidos vivos,
representando metade da taxa observada no país (Tabela 63).
97
Tabela 63 – Número de óbitos Infantis, segundo taxa de mortalidade, por 1.000
nascidos vivos, Pinhais 2009 a 2015.
Infantis Nascidos Vivos TMI 2009 24 1.804 13,30 2010 24 1.927 12,45 2011 19 1.912 9,94 2012 20 2.006 9,97 2013 18 2.022 8,90 2014 18 2.117 8,50 2015 15 2.195 6,83
FONTE: SIM / SINASC / TABNET
Figura 13 – Taxa de mortalidade Infantil, Pinhais 2009 a 2015.
FONTE: SIM / SINASC / TABNET
Mortalidade Fetal
Os óbitos fetais estão associados às condições de saúde reprodutiva,
acesso e qualidade da assistência pré-natal e ao parto. Compartilha coma
mortalidade neonatal precoce os mesmos determinantes que influenciam o
resultado para o feto (no final da gestação) e para a criança (nas primeiras
horas e dias de vida). Por isso, o conhecimento disponível e as experiências
locais apontam a efetividade de ações para a sua redução, em conjunto com as
ações dirigidas à redução da mortalidade materna e neonatal. No entanto,
esses óbitos têm sido historicamente negligenciados pelos serviços de saúde,
que ainda não incorporaram na sua rotina de trabalho a análise de sua
ocorrência, tampouco destinaram investimentos específicos para a sua redução
(BITTENCOURT, 2013).
13,312,45
9,94 9,978,9 8,5
6,83
0
2
4
6
8
10
12
14
2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015
TMI
98
Anualmente, são estimados no mundo cerca de dois milhões de óbitos
fetais tardios (acima de 28 semanas de gestação) e 98% ocorrem nos países
menos desenvolvidos.As taxas de mortalidade fetal no mundo variam entre 2,0
óbitos para cada mil nascimentos na Finlândia até mais de 40 por mil
nascimentos em países da África e Ásia, como a Nigéria e o Paquistão
(BITTENCOURT, 2013).
Estimativas internacionais demonstram que o Brasil se encontra numa
faixa intermediária de taxa de mortalidade fetal de 5 a 14,9/mil nascimentos.
Entre os anos 1996 e 2001 houve uma tendência de aumento da taxa de
mortalidade fetal (TMF) no Brasil, o que pode ser atribuído à melhoria na
cobertura e na qualidade do registro de morte fetal do SIM, o que contribuiu
para maior captação e identificação de óbitos fetais. Desde 2001 a TMF vem se
mantendo em torno de 9,5 óbitos fetais por mil nascimentos (BITTENCOURT,
2013).
A OMS define morte fetal, óbito fetal, perda fetal ou natimorto como a
morte de um produto da concepção, antes da expulsão ou da extração
completa do corpo da mãe, independentemente da duração da gravidez; indica
o óbito, o fato do feto, depois da separação, não respirar nem apresentar
nenhum sinal de vida, como batimentos do coração, pulsações do cordão
umbilical ou movimentos efetivos dos músculos de contração voluntária (OMS,
1993).
A legislação brasileira determina a obrigatoriedade do fornecimento de
uma Declaração de Óbito Fetal. O registro civil do óbito fetal, em cartório, deve
ser feito no livro de Nascidos Mortos. A expulsão ou a extração de fetos com
menos de 22 semanas de gestação ou com menos de 500 gramas e/ou
estatura menor ou igual a 25 cm é considerado como abortamento, não sendo
obrigatório o registro da ocorrência na declaração de óbito (BITTENCOURT,
2013).
De 2009 a 2015, o município de Pinhais registrou 125 óbitos fetais. Em
2009 a taxa de mortalidade fetal (TMF) foi de 7,76/1000 nascidos vivos, em
2010 registrou taxa de 14,01/1000 nascidos vivos com redução nos anos
seguintes e aumentou novamente em 2015, com 10,48 casos para cada 1000
nascidos vivos (Tabela 64).
99
Tabela 64 – Número de óbitos Fetais, segundo taxa de mortalidade, por 1.000
nascidos vivos, Pinhais 2009 a 2015.
Fetais Nascidos Vivos TMF 2009 14 1.804 7,76 2010 27 1.927 14,01 2011 13 1.912 6,80 2012 13 2.006 6,48 2013 20 2.022 9,89 2014 15 2.117 7,09 2015 23 2.195 10,48
FONTE: SIM / SINASC / TABNET
Figura 14 – Taxa de mortalidade Fetal, Pinhais 2009 a 2015.
FONTE: SIM / SINASC / TABNET
7,76
14,01
6,8 6,48
9,89
7,09
10,48
0
2
4
6
8
10
12
14
16
2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015
TMF
100
SÍFILIS
A sífilis é uma infecção de caráter sistêmico, causada pelo Treponema
pallidum (T. pallidum), exclusiva do ser humano, e que, quando não tratada
precocemente, pode evoluir para uma enfermidade crônica com sequelas
irreversíveis em longo prazo. Durante a evolução natural da doença, ocorrem
períodos de atividade com características clínicas, imunológicas e
histopatológicas distintas, intercalados por períodos de latência, durante os
quais não se observa a presença de sinais ou sintomas (BRASIL, 2016).
A sífilis é um importante agravo em saúde pública, pois além de ser
infectocontagiosa e de poder acometer o organismo de maneira severa quando
não tratada, aumenta significativamente o risco de se contrair a infecção pelo
vírus HIV, uma vez que a entrada do vírus é facilitada pela presença das lesões
sifilíticas. A presença do T. pallidum no organismo também acelera a evolução
da infecção pelo HIV para a AIDS. Além disso, a sífilis congênita é responsável
por altas taxas de morbidade e mortalidade, podendo chegar a 40% a taxa de
abortamento, óbito fetal e morte neonatal (BRASIL, 2016).
A sífilis é transmitida predominantemente pelo contato sexual. O
contágio é maior nos estágios iniciais da infecção, sendo reduzido
gradativamente à medida que ocorre a progressão da doença. Não existe
vacina contra a sífilis, e a infecção pela bactéria causadora não confere
imunidade protetora. Isso significa que as pessoas poderão ser infectadas
tantas vezes quantas forem expostas ao T. pallidum. Outra forma de
transmissão da sífilis é a que ocorre através da placenta durante a gestação,
quando a gestante portadora de sífilis não é tratada ou quando realiza o
tratamento de maneira inadequada. A transmissão pelo contato do recém
nascido com lesões genitais no momento do parto também pode acontecer,
mas é menos frequente. A transmissão por transfusão sanguínea, embora
possível, é rara, devido à triagem rigorosa das bolsas de sangue quanto à
presença de agentes infecciosos, como o T. pallidum, e pelo pouco tempo de
sobrevivência da bactéria fora do organismo humano, especialmente em baixas
temperaturas, como as usadas para a conservação das bolsas de sangue
(BRASIL, 2016).
101
Classicamente, os estágios da sífilis não tratada são classificados como:
sífilis primária, sífilis secundária, sífilis latente (recente até um ano após
exposição e tardia com mais de um ano de evolução) e sífilis terciária. Quando
não tratadas, cerca de 35% das pessoas irão progredir para a cura
espontânea, cerca de 35% permanecerão em estado de latência por toda vida
e as restantes progredirão para sífilis terciária (BRASIL, 2016).
A sífilis na gestação leva a mais de 300 mil mortes fetais e neonatais por
ano no mundo, e coloca um adicional de 215 mil crianças em aumento do risco
de morte prematura. A notificação compulsória de gestante com sífilis em todo
o território nacional foi instituída por meio da Portaria nº 33 de 14 de julho de
2005. No Brasil, na última década, observou-se um aumento de notificação de
casos de sífilis em gestante que pode ser atribuído, em parte, ao
aprimoramento do sistema de vigilância epidemiológica e à ampliação da
distribuição de testes rápidos. Neste contexto, a política de saúde denominada
Rede Cegonha, instituída em 2011, contribuiu para a ampliação do acesso ao
diagnóstico de sífilis em gestante no país. Entre 2012 e 2015, aumentou em 5,5
vezes a distribuição de testes rápidos de sífilis, tendo sido verificada evolução
de 1.126.235 para 6.169.145 testes. No Brasil, assim como em outros países,
desde 2014 enfrenta-se o desabastecimento de penicilina benzatina, devido à
falta mundial de matéria prima para a sua produção (BRASIL, 2016).
A notificação compulsória de sífilis congênita em todo o território
nacional foi instituída por meio da Portaria nº 542, de 22 de dezembro de 1986;
a de sífilis em gestante foi instituída pela Portaria nº 33, de julho de 2005; e,
por último, a de sífilis adquirida, por intermédio da Portaria nº 2.472, publicada
em 31 de agosto de 2010 (BRASIL, 2016).
No Brasil, no período de 2005 a 2010, houve 39.789 casos de sífilis em
gestante e 36.000 casos de sífilis congênita. De 2011 a junho de 2016,
observou-se um aumento considerável no número de casos de sífilis em
gestantes em todo o país (129.757 casos), indicando uma melhora no sistema
de vigilância epidemiológica e uma possível ampliação no acesso ao
diagnóstico (BRASIL, 2016).
No estado do Paraná, esse aumento significativo também foi observado,
partindo de 1.397 casos de sífilis em gestante notificados no período de 2005 a
2010 para 6.419 casos no período de 2011 a 2016. A figura 15demonstra o
102
crescimento do número de casos no município de Pinhais no período de 2009 a
2015, partindo de 04 casos em 2010 a 33 casos em 2015.
Figura 15 – Número de Sífilis em Gestante notificadas, Pinhais 2009 a 2015.
Fonte: Sistema de Informação de Agravos de Notificação – SINAN – TABWIN
No Brasil, na série histórica de 2005 a 2016, 51,6% das gestantes com
sífilis eram da faixa etária de 20 a 29 anos. O que pode ser observado também
no município de Pinhais com 53% dos casos notificados nessa faixa etária no
período de 2009 a 2015 (Tabela 65).
Tabela 65 – Número de casos de sífilis em gestante notificados por faixa etária.
Pinhais 2009 a 2015.
Faixa Etária 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 Total
15 - 19 04 00 03 02 01 05 07 22
20 - 29 06 01 06 05 08 05 20 51
30 - 39 04 03 00 01 03 04 05 20
40 - 49 00 00 00 00 00 02 01 03
Total 14 04 09 08 12 16 33 96 Fonte: Sistema de Informação de Agravos de Notificação – SINAN – TABWIN
Em 2015, no Brasil, com relação ao esquema de tratamento prescrito à
gestante, para 86,2% foi prescrita penicilina benzatina (pelo menos 1 dose),
14
4
98
12
16
33
2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015
103
2,8% outro esquema, em 5,9% não foi realizada a prescrição, e em 5,1% não
há informação (ignorado). De 2012 a 2015, o percentual de gestantes que não
tiveram registro de prescrição de tratamento apresentou uma tendência de
queda (em 2012, -7,4%; e em 2015, - 5,9%) (BRASIL,2016).
Em Pinhais, no período de 2009 a 2015, 55% das gestantes foram
notificadas com Sífilis no terceiro trimestre de gestação, os dados anuais
podem ser observados na tabela 68.O esquema de tratamento com Penicilina
G Benzatina 7.200.000 foi o mais utilizado no período, sendo prescrito para
56% das gestantes (Tabela 67).
Tabela 66– Número de casos de sífilis em gestante notificados segundo
esquema de tratamento. Pinhais 2009 a 2015.
Esquema de Tratamento 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 Total
Penicilina G benzantina 2.400.000 UI 05 00 01 02 04 04 06 22
Penicilina G benzantina 4.800.000 UI 01 00 00 01 01 01 02 06
Penicilina G benzantina 7.200.000 UI 03 03 08 03 05 09 23 54
Outro esquema 02 00 00 00 00 02 00 04
Não realizado 03 01 00 02 02 00 02 10
Total 14 04 09 08 12 16 33 96 Fonte: Sistema de Informação de Agravos de Notificação – SINAN – TABWIN
Tabela 67– Número de casos de sífilis em gestante notificados segundo
período gestacional. Pinhais 2009 a 2015.
Gestante 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 Total
1º Trimestre 04 00 00 01 00 02 01 08
2º Trimestre 05 01 05 03 03 06 10 33
3º Trimestre 05 03 03 04 09 08 21 53
Idade gestacional Ignorada 00 00 01 00 00 00 01 02
Total 14 04 09 08 12 16 33 96
Fonte: Sistema de Informação de Agravos de Notificação – SINAN – TABWIN
No Brasil, de 1998 a junho de 2016, foram notificados no SINAN 142.961
casos de sífilis congênita em menores de 1 ano de idade. Houve um
104
progressivo aumento na taxa de incidência de sífilis congênita:em 2006, a taxa
era de 2,0 casos/mil nascidos vivos;e em 2015, subiu para 6,5 casos/mil
nascidos vivos. Em 2015, a região Sul apresentou uma das maiores taxas (6,9
casos/mil nascidos vivos). Dentre as capitais da região sul, destaca-se Curitiba-
PR que apresentou taxa de incidência abaixo da média nacional (6,5 casos/mil
nascidos vivos) e Porto Alegre-RS com taxa de incidência 4,7 vezes mais alta
que a taxa do Brasil (30,2 casos/mil nascidos vivos) (BRASIL,2016).
No estado do Paraná, de 1998 a junho de 2016, foram notificados no
SINAN 3550 casos de sífilis congênita. A taxa de incidência apresenta
crescimento progressivo, em 2009 apresentou 0,7 casos/mil nascidos vivos e
em 2015 chegou a 4,1 casos/mil nascidos vivos (BRASIL, 2016).
No município de Pinhais, conforme observado na tabela 69 o aumento
dos casos segue o parâmetro nacional. Em 2009 com taxa de incidência de
1,1/mil nascidos vivos e em 2015 apresentou 5,46 casos/mil nascidos vivos.
Dos casos notificados, 71% dos diagnósticos materno ocorreram durante o pré-
natal, o que deveria oportunizar o tratamento adequado e a prevenção da
transmissão vertical (Tabela 70).
Tabela 68– Número de casos de sífilis congênita notificados, segundo
diagnóstico final. Pinhais 2009 a 2015.
Diagnóstico Final 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 Total
Sífilis Congênita Recente 02 01 01 03 05 07 12 31
Aborto 00 00 00 01 00 00 00 01
Descartado 00 00 00 01 01 03 06 11
Total 02 01 01 05 06 10 18 43
Fonte: Sistema de Informação de Agravos de Notificação – SINAN – TABWIN
105
Tabela 69 – Número de casos de sífilis congênita notificados, segundo
diagnóstico de Sífilis Materna. Pinhais 2009 a 2015.
Sífilis materna 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 Total
Ign/Branco 00 00 00 01 00 00 00 01
Durante o pré-natal 02 00 01 01 03 05 10 22
No momento do parto/curetagem 00 00 00 02 01 00 01 04
Após o parto 00 01 00 00 00 01 01 03
Não realizado 00 00 00 00 00 01 00 01
Total 02 01 01 04 04 07 12 31 Fonte: Sistema de Informação de Agravos de Notificação – SINAN – TABWIN
A eliminação da sífilis congênita e da transmissão vertical do HIV
constitui uma prioridade para a região da América Latina e do Caribe. Em 2014,
a OPAS criou o Comitê Regional para Validação da Eliminação da
Transmissão Materno-Infantil de HIV e Sífilis, certificando os países que
alcançarem o seguinte:
• Taxa de transmissão vertical do HIV ≤2%, ou taxa de incidência de ate
0,3 caso/mil nascidos vivos;
• Taxa de incidência de sífilis congênita de ≤0,5 caso/mil nascidos vivos;
• Cobertura de pré-natal (pelo menos 1 consulta) ≥95%;
• Cobertura de testagem para HIV e sífilis em gestantes 95%;
• Cobertura de tratamento com antirretrovirais (ARV) em gestantes HIV+
≥95%;
• Cobertura de tratamento com penicilina em gestantes com sífilis ≥95%.
O alcance dos objetivos acima se apresenta como desafio para a saúde
pública, passível de acontecer porém necessitando de envolvimento e ações
em todas as esferas de governo.
A incidência de sífilis é o maior de todos os desafios, no município de
Pinhais, muitas ações já foram mobilizadas para o alcance dos objetivos, como
a disponibilização de testagem rápida em todas as UESF, a ampliação da
cobertura das equipes de ESF, a capacitação profissional e atualizações
frequentes sobre o tema.
106
TUBERCULOSE
Doença infecciosa e transmissível, causada pelo Mycobacterium
tuberculosis, que afeta prioritariamente os pulmões, embora possa acometer
outros órgãos e sistemas. O principal reservatório é o homem. Outros possíveis
reservatórios são gado bovino, primatas, aves e outros mamíferos (BRASIL,
2016).
A tuberculose é uma doença de transmissão aérea, ocorre a partir da
inalação de aerossóis, produzidos pela tosse, espirro ou fala de doentes com
tuberculose de vias aéreas (tuberculose pulmonar ou laríngea). Somente
pessoas com tuberculose ativa transmitem a doença. Os casos bacilíferos, ou
seja, que tem baciloscopia de escarro positivo são os principais responsáveis
pela manutenção da cadeia de transmissão. Durante um ano, numa
comunidade, uma pessoa com baciloscopia de escarro positiva infecta, em
geral, de 10 a 15 pessoas. Embora o risco de adoecimento seja maior nos
primeiros 2 anos após a primoinfecção,uma vez infectada, a pessoa pode
adoecer em qualquer momento da sua vida (BRASIL, 2016).
A transmissão ocorre enquanto o indivíduo estiver eliminando bacilos no
escarro, principalmente quando tem baciloscopia de escarro positiva. Com o
início do esquema terapêutico adequado, a transmissão tende a diminuir
gradativamente e, em geral, após 15 dias de tratamento chega a níveis
insignificantes. Crianças com tuberculose pulmonar geralmente são negativas a
baciloscopia e, por isso, costumam ter pouca participação na transmissão da
doença (BRASIL, 2016).
A suscetibilidade a infecção é praticamente universal. Porém, nem todos
os expostos se infectam. Se a quantidade de bacilos inalados for pequena, eles
podem ser destruídos antes de produzirem qualquer lesão ou de induzirem
resposta imune.A maioria dos infectados resiste ao adoecimento após a
infecção e desenvolve imunidade parcial a doença.Cerca de 5% dos infectados
não conseguem impedir a multiplicação inicial do bacilo e adoecem na
sequência da primoinfecção. Outros 5%, apesar de bloquearem a infecção
nesta fase, adoecem posteriormente por reativação dos bacilos ou por
exposição a nova fonte de infecção (BRASIL, 2016).
A forma pulmonar corresponde a 85,5% dos casos novos de
tuberculose, além de ser mais frequente, é também a de maior relevância para
107
a saúde pública, pois é a principal responsável pela manutenção da cadeia de
transmissão da doença. Entretanto, cerca 14,5% dos casos, a tuberculose
manifesta-se sob diferentes apresentações clínicas, que podem estar
relacionadas com idade, imunodepressão e órgão acometido. Desta forma,
outros sinais e sintomas, além da tosse, podem ocorrer e devem ser
valorizados na investigação diagnóstica individualizada (BRASIL, 2016).
Recomenda-se que todo sintomático respiratório, pessoa com tosse por
3 semanas ou mais, seja investigado para a tuberculose. Outros sinais e
sintomas comuns da tuberculose pulmonar são febre vespertina, sudorese
noturna, anorexia e emagrecimento. A tuberculose extrapulmonar tem sinais e
sintomas dependentes dos órgãos e/ou sistemas acometidos. As principais
formas diagnosticadas de tuberculose extrapulmonar no Brasil são pleural,
ganglionar, meningoencefálica, miliar, laríngea, pericárdica, óssea, renal, ocular
e peritoneal. Sua ocorrência aumenta em PVHA, especialmente entre aqueles
com imunocomprometimento grave (BRASIL, 2016).
Estima-se que em 2014, 9,6 milhões de pessoas adoeceram de
tuberculose no mundo, das quais 12% eram HIV- positivo. Houve ainda a morte
de 1,5 milhões de pessoas, sendo que 1,1 milhões eram HIV- negativo. No
mesmo ano foi aprovada na Assembleia mundial de Saúde a Estratégia Global
e Metas para Prevenção, Atenção e Controle da Tuberculose, com metas
partindo do ano 2015 a 2035 que visam: reduzir o coeficiente de incidência
para menos de 10 casos por 100 mil habitantes e reduzir o número de óbitos
por tuberculose em 95% (BRASIL, 2016).
O Brasil ocupa a 18ª posição em casos de tuberculose no mundo. De
1990 a 2014, o coeficiente de incidência reduziu 34,1%, em 1990 foram
registrados 51,8/100.000 hab. E em 2014 34,1/100.000hab. O coeficiente de
mortalidade também apresentou redução no período de 3,6/100.000 hab. em
1990 para 2,2/100.000 hab. em 2014. De 2012 a 2015, foram registrados 840
casos novos de tuberculose drogarresistentes, que são os casos que
apresentam qualquer tipo de resistência aos fármacos utilizados no tratamento
(BRASIL, 2016).
Em 2015, o estado do Paraná apresentou coeficiente de incidência de
18,1/100.000 hab., o coeficiente de mortalidade foi de 1,0/100.000 hab. Do total
108
de casos novo identificados, 85,7% realizaram testagem para HIV, 12,2%
apresentaram coinfecção HIV-TB (BRASIL, 2016).
Tuberculose todas as formas
A Tabela 70 apresenta o total de casos novos de tuberculose notificados
de 2009 a 2015 no município de Pinhais. No período foram registrados 04
casos em pessoas com 14 anos de idade ou menos e 363 casos em maiores
de 15 anos. Do total de casos registrados no período 79,83 % ocorreram no
sexo masculino (Tabela 71).
Tabela 70 – Número de casos novos de Tuberculose (todas as formas),
segundo ano de diagnóstico e faixa etária. Pinhais, 2009 a 2015.
Ano do Diagnóstico ≤ 14 Anos
% ≥ 15 Anos
% Total
2009 00 00 86 100 86 2010 01 1,66 59 98,33 60 2011 01 1,4 70 98,59 71 2012 01 1,49 66 98,5 67 2013 00 00 33 100 33 2014 01 04 24 96 25 2015 00 00 25 100 25
Total 04 1,08 363 98,91 367
Fonte: Sistema de Informação de Agravos de Notificação – SINAN – TABWIN
Tabela 71 – Número e índice de casos novos de Tuberculose (todas as
formas) caso novo, segundo ano de diagnóstico e sexo. Pinhais, 2009 a 2015.
Ano do Diagnóstico Masculino % Feminino % Total
2009 70 81,39 16 18,60 86 2010 54 90,00 06 10,00 60 2011 61 85,91 10 14,08 71 2012 52 77,61 15 22,38 67 2013 22 66,66 11 33,33 33 2014 15 60,00 10 40,00 25 2015 19 76,00 06 24,00 25 Total 293 79,83 74 20,16 367 Fonte: Sistema de Informação de Agravos de Notificação – SINAN – TABWIN
109
Do total de casos notificados no período de 2009 a 2015 no município de
Pinhais, 74,44% deram entrada como caso novo e 17,24% como transferência.
Recidiva representou 6,09 % dos casos e 2,23 foram abandono (Tabela 73). A
forma pulmonar foi responsável por 80,53% dos casos e 18,46% foram casos
de tuberculose extrapulmonar (Tabela 74).
Tabela 72 – Número e índice de casos de Tuberculose (todas as formas),
segundo ano de diagnóstico e tipo de entrada. Pinhais, 2009 a 2015.
Ano do Diagnóstico Caso Novo Recidiva
Reingresso após Abandono Transferência Total
2009 86 07 02 08
103 83,49% 6,79% 1,94% 7,76%
2010 60 05 02 06 73 82,19% 6,84% 2,73% 8,21%
2011 71 05 01 13
90 90,00% 5,55% 1,11% 14,44%
2012 67 3 03 25 98 68,36% 3,06% 3,06% 25,51%
2013 33 05 00 12
50 66,00% 10,00% 00 24,00%
2014 25 03 01 12 41 60,97% 7,31% 2,43% 29,26%
2015 25 02 02 9
38 65,79 5,26 5,26 23,68
Total 367 30 11 85
493 74,44 6,09 2,23 17,24
Fonte: Sistema de Informação de Agravos de Notificação – SINAN – TABWIN
Tabela 73– Número e índice de casos de Tuberculose (todas as formas),
segundo ano de diagnóstico e forma de entrada. Pinhais, 2009 a 2015.
Ano do Diagnóstico Pulmonar Extrapulmonar
Pulmonar + Extrapulmonar Total
2009 92 89,32 08 7,77 03 2,91 103
2010 65 89,04 08 10,96 00 0,00 73
2011 64 71,11 25 27,78 01 1,11 90
2012 83 84,69 15 15,31 00 0,00 98
2013 35 70,00 15 30,00 00 0,00 50
110
2014 32 78,05 09 21,95 00 0,00 41
2015 26 68,42 11 28,95 01 2,63 38
Total 397 80,53 91 18,46 05 1,01 493 Fonte: Sistema de Informação de Agravos de Notificação – SINAN – TABWIN
No município de Pinhais, o coeficiente de incidência de tuberculose em
2009 foi de 72,68 casos para cada 100 mil habitantes, seguindo a tendência
nacional, apresentou redução significativa na série histórica analisada de 2009
a 2015, sendo que em 2015 o coeficiente de incidência foi de 19,68 casos para
cada 100 mil habitantes (Figura 16).
Figura 16 – Taxa de incidência de casos de Tuberculose (todas as formas).
Pinhais, 2009 a 2015.
Fonte: Sistema de Informação de Agravos de Notificação – SINAN – TABWIN
Do total de casos notificados no período de 2009 a 2015 no município
de Pinhais, 16,02% apresentaram resultado reagente no exame Anti – HIV e
10,75% não realizaram o exame (Tabela 74).
2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015
Incidência 72,68 51,28 60,00 56,12 26,5 19,87 19,68
0
10
20
30
40
50
60
70
80
111
Tabela 74 – Número e índice de casos de Tuberculose (todas as formas),
segundo ano de diagnóstico e resultado da sorologia de HIV. Pinhais, 2009 a
2015.
Ano do Diagnóstico Positivo Negativo Não realizado Total
2009 18 17,48 75 72,82 10 9,71 103
2010 15 20,55 42 57,53 16 21,92 73
2011 14 15,56 70 77,78 06 6,67 90
2012 15 15,31 72 73,47 11 11,22 98
2013 09 18,00 32 64,00 09 18,00 50
2014 07 17,07 34 82,93 00 0,00 41
2015 01 2,63 36 94,74 01 2,63 38
Total 79 16,02 361 73,23 53 10,75 493 Fonte: Sistema de Informação de Agravos de Notificação – SINAN – TABWIN
A tabela 75 apresenta os casos de tuberculose notificados no município
de Pinhais por ano de diagnóstico e situação de encerramento. O
encerramento por cura se manteve acima de 73%. O abandono foi significativo
no período de 2009 a 2012. Os casos encerrados por óbito de 2009 a 2013 se
mantiveram acima de 8%.
Tabela 75 – Número e índice de casos de Tuberculose (todas as formas),
segundo ano de diagnóstico e situação de encerramento. Pinhais, 2009 a 2015.
Situação Ano diagnóstico
2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015
Cura 83 55 68 73 38 33 28
80,58% 75,34% 75,55% 74,48% 76,00% 80,48% 73,68%
Abandono 10 08 09 10 04 01 02
9,70% 10,95% 10% 10,20% 8% 2,43% 5,26%
Óbito por tuberculose
01 04 03 02 02 01 00
0,97% 5,47% 3,33% 2,04% 4,00% 2,43% 0,00%
Óbito por outras causas
05 03 04 07 05 02 04
4,85% 4,10% 4,44% 7,14% 10,00% 4,87% 10,52%
Transferência 04 03 05 04 01 03 03
3,88% 4,10% 5,55% 4,08% 2% 7,31% 7,89
112
TB-DR 00 00 01 02 00 00 01
0,00% 0,00% 1,11% 2,04% 0,00% 0,00% 2,63%
Mudança de esquema
00 00 00 00 00 01 00
0,00% 0,00% 0,00% 0,00% 0,00% 2,43% 0,00%
Total 103 73 90 98 50 41 38 Fonte: Sistema de Informação de Agravos de Notificação – SINAN – TABWIN
Tuberculose Pulmonar Ao analisarmos os casos de tuberculose pulmonar notificados no
município de Pinhais, observa-se um decréscimo no número de casos de 2009
a 2015 com um pico de elevação em 2012. A taxa de incidência de
Tuberculose casos novos em 2009 foi de 65,08/100 mil hab e em 2015 foi de
14,37/100mil hab (Figura 17).
Figura 17 – Taxa de incidência de casos novos de Tuberculose Pulmonar. Pinhais, 2005 a 2015.
Fonte: Sistema de Informação de Agravos de Notificação – SINAN – TABWIN
Do total de casos de tuberculose pulmonar notificados no período de
2009 a 2015 no município de Pinhais, 79,78% deram entrada como caso novo
e 11,59% como transferência. Recidiva representou 6,46 % dos casos e 2,15%
foram abandono (Tabela 76).
2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015
Incidência 65,08 46,09 42,25 54,45 21,68 18,10 14,37
0
10
20
30
40
50
60
70
Inci
dê
nci
a
113
Tabela 76 – Número e índice de casos de Tuberculose Pulmonar, segundo ano
de diagnóstico e tipo de entrada. Pinhais, 2009 a 2015.
Ano do Diagnóstico
Caso Novo Recidiva Reingresso
após abandono
Transferência Total
2009 77 7 2 6
92 83,69% 7,60% 2,17% 6,52%
2010 54 5 2 4
65 83,07% 7,69% 3,07% 6,15%
2011 50 5 1 8
64 78,12% 7,81% 1,56% 12,50%
2012 65 2 3 13
83 78,31% 2,40% 3,61% 15,66%
2013 27 2 0 6
35 77,14% 5,71% 0,00% 17,14%
2014 23 3 0 6
32 71,87% 9,37% 0,00% 18,75%
2015 18 1 2 5
26 69,23% 3,84% 7,69% 19,23%
Total 296 24 8 43
371 79,78% 6,46% 2,15% 11,59%
Fonte: Sistema de Informação de Agravos de Notificação – SINAN – TABWIN
Do total de casos de Tuberculose Pulmonar notificados no período de
2009 a 2015 no município de Pinhais, 11,59% apresentaram resultado
reagente no exame Anti – HIV e 10,58% não realizaram o exame (Tabela 77).
Tabela 77 – Número e índice de casos de Tuberculose Pulmonar, segundo ano
de diagnóstico e resultado da sorologia de HIV. Pinhais, 2009 a 2015.
Ano Diagnóstico
Positivo Negativo Não Realizado
Total N % N % N %
2009 16 17,39 67 72,83 9 9,78 92
2010 11 16,92 42 64,62 12 18,46 65
2011 6 9,38 52 81,25 6 9,38 64
2012 8 9,64 67 80,72 9 10,84 83
2013 3 8,57 26 74,29 6 17,14 35
2014 3 9,38 29 90,63 0 0,00 32
114
2015 0 0,00 26 100,00 0 0,00 26
Total 46 11,59 309 77,83 42 10,58 397 Fonte: Sistema de Informação de Agravos de Notificação – SINAN – TABWIN
A tabela 78 apresenta os casos de tuberculose pulmonar notificados no
município de Pinhais por ano de diagnóstico e situação de encerramento. O
encerramento por cura manteve-se acima de 72%. O abandono foi significativo
no período de 2009 a 2012 com taxas acima de 9%. Em 2010 a taxa de óbito
foi de 6,15% dos casos.
Tabela 78 – Número e índice de casos de Tuberculose Pulmonar, segundo ano
de diagnóstico e situação de encerramento. Pinhais, 2009 a 2015.
Situação Encerramento
Ano diagnóstico Total
2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015
Cura 73 48 51 60 28 29 20
309 79,34% 73,84% 79,68% 72,28% 80,00% 90,62% 6,47%
Abandono 9 8 6 9 1 1 2
36 9,78% 12,30% 9,37% 10,84% 2,85% 0,00% 5,55%
Óbito por Tuberculose
1 4 1 1 2 1 0 10
1,08% 6,15% 1,56% 1,20% 5,71% 3,12% 0,00%
Óbito por outras causas
5 2 3 7 3 0 1 21
5,43% 3,07% 4,68% 8,43% 8,57% 0,00% 4,76%
Transferência 4 3 2 4 1 1 2
17 4,34% 4,61% 3,12% 4,81% 2,85% 6,25% 11,76%
TB-DR 0 0 1 2 0 0 1
4 0,00% 0,00% 1,56% 2,40% 0,00% 0,00% 25,00%
Total 92 65 64 83 35 32 26 397 Fonte: Sistema de Informação de Agravos de Notificação – SINAN – TABWIN
Tuberculose Extrapulmonar Do total de casos de Tuberculose Extrapulmonar notificados no período
de 2009 a 2015 no município de Pinhais, 28,57% foram diagnosticados como
tuberculose pleural, 24,17% tuberculose miliar e 23,07% tuberculose ganglionar
(Tabela 79).
115
Tabela 79 – Número e índice de casos de Tuberculose Extrapulmonar,
segundo ano de diagnóstico e localização. Pinhais, 2009 a 2015.
Localização 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 Total
Pleural 03 01 07 05 04 03 03
26 37,50% 12,50% 28,00% 33,33% 26,66% 33,00% 27,27%
Ganglionar Perif. 03 00 05 03 03 02 05
21 37,50% 0,00% 20,00% 20,00% 20,00% 22,22% 45,45%
Genitourinária 00 01 01 01 01 00 00
04 0,00% 12,50% 4,00% 6,66% 6,66% 0,00% 0,00%
Óssea 01 00 00 01 01 00 01
04 12,50% 0,00% 0,00% 6,66% 6,66% 0,00% 25,00%
Ocular 01 01 01 00 00 00 00
03 12,50% 12,50% 4,00% 0,00% 0,00% 0,00% 0,00%
Miliar 00 04 08 03 004 03 00
22 0,00% 50,00% 32,00% 20,00% 26,66% 33,33% 0,00%
Meningoencefálica 00 01 02 01 02 01 00
07 0,00% 12,50% 8,00% 6,66% 13,33% 11,11% 0,00%
Cutânea 00 00 000 01 00 00 01
02 0,00% 0,00% 0,00% 6,66% 0,00% 0,00% 50,00%
Outra 00 00 01 00 00 00 01
02 0,00% 0,00% 4,00% 0,00% 0,00% 0,00% 50,00%
Total 08 08 25 15 15 09 11 91 Fonte: Sistema de Informação de Agravos de Notificação – SINAN – TABWIN
Tabela 80 – Cobertura Vacinal da vacina BCG. Pinhais, 2009 a 2015.
Imunobiológico 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015
BCG 104,99 121,73 109,04 103,99 104,65 109,32 101,34
No Brasil, está disponível pelo Sistema Único de Saúde (SUS), a vacina
BCG que é preparada com bacilos vivos atenuados, a partir de cepas do M.
bovis, e apresenta eficácia em torno de 75% contra as formas miliar e
meníngea da TB, em indivíduos não infectados pelo M. tuberculosis. A vacina
BCG é prioritariamente indicada para crianças de 0 a 4 anos de idade (BRASIL,
2016).
A cobertura vacinal da Vacina BCG no município de Pinhais, no período
de 2009 a 2015 apresentou taxa de cobertura acima de 100% (Tabela 80).
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