“Linha de Cuidados às Pessoas vítimas de Violências Autoprovocadas:
Automutilações e Tentativas de Suicídio”
Marta Maria Alves da Silva
Goiânia/GO, 02 de outubro de 2018.
Secretaria Municipal de Saúde de GoiâniaSuperintendência de Vigilância em Saúde
Diretoria de EpidemiologiaNúcleo de Vigilância de Violências e Promoção da Saúde
SUICÍCIOÉ um fenômeno complexo,
multifacetado e de múltiplas determinações;
Pode afetar indivíduos de diferentes origens, classes sociais, idades, orientações sexuais e identidades de gênero;
Pode ser prevenido! Saber reconhecer os sinais alerta
em si mesmo ou em alguém próximo a você pode ser o primeiro e mais importante
OMS estabelece uma tipologia de três grandes grupos , conforme quem comete o ato violento
2. Violência interpessoal (intrafamiliar, doméstica e comunitária)
Violência: Tipologia
1. Violência contra si mesmo (autoprovocada ou autoinfligida)
3. Violência coletiva (grupos políticos, organizações terroristas, milícias).
Fonte: Relatório Mundial sobre Violência e Saúde (OMS, 2002)
� 2001: Política Nacional de Redução da Morbimortalidade por Acidentes e Violências
� 2004: Rede Nacional de Núcleos de Prevenção de Violências e Promoção da Saúde
� 2006: Política Nacional de Promoção da Saúde (revisada em 2014)
� 2006: Vigilância de Violências e Acidentes (VIVA)
Marcos Legais SUS:
Diretrizes Nacionais para Prevenção do SuicídioMinistério da Saúde, 2006
I. Estratégias de promoção de qualidade de vida, de educação, de proteção e de recuperação da saúde e de prevenção de danos;
II. Estratégias de informação, de comunicação e de sensibilização da sociedade de que o suicídio é um problema de saúde pública que pode ser prevenido;
III. Organizar linha de cuidados integrais (promoção, prevenção, tratamento e recuperação) em todos os níveis de atenção, garantindo o acesso às diferentes modalidades terapêuticas;
IV. Identificar a prevalência dos determinantes e condicionantes do suicídio e tentativas, assim como os fatores protetores;
V. Projetos estratégicos fundamentados em estudos de custo-efetividade, eficácia e qualidade, bem como em processos de organização da rede de atenção e intervenções nos casos de tentativas de suicídio;
VI. Desenvolvimento de métodos de coleta e análise de dados, permitindo a qualificação da gestão, a disseminação das informações e dos conhecimentos;
VII. Promover intercâmbio entre o Sistema de Informações do SUS e outros sistemas de informações setoriais afins; e
VIII. Promover a educação permanente dos profissionais de saúde das unidades de atenção básica, inclusive do PSF, dos serviços de saúde mental, das unidades de urgência e emergência, de acordo com os princípios da integralidade e da humanização.
SETEMBRO AMARELO:
Ministério da Saúde reforça ações de prevenção
Lançamento da Agenda de Ações Estratégicas para a vigilância e prevenção do
suicídio e promoção da saúde no Brasil 2017-2020
Ampliação do Acordo de Cooperação Técnica com o Centro de Valorização da
Vida (CVV)*
Materiais direcionados aos profissionais de saúde, população e jornalistas
Discussão permanente de Grupo de Trabalho envolvendo as Secretarias de
Vigilância, de Atenção à Saúde e de Saúde Indígena
META ATÉ 2020
Ampliar e fortalecer as ações de promoção da saúde, vigilância, prevenção e
atenção integral relacionados ao suicídio, para a redução de tentativas e mortes
por suicídio por meio da construção do Plano Nacional de Prevenção do Suicídio
Agenda Estratégica para Prevenção do SuicídioMinistério da Saúde, 2018
Agenda de Ações Estratégicas: melhoria de notificações, ampliação e qualificação da assistência
Eixo I: Vigilância e Qualificação da Informação• Qualificação da notificação de tentativa de suicídio, do registro de óbitos • Estudos/pesquisas e disseminação de informações
Eixo II: Prevenção do Suicídio e Promoção da Saúde • Comunicação Social • Articulação inter e intrasetorial de ações de promoção de saúde
Eixo III: Gestão e Cuidado • Pactuação de fluxos para os serviços de saúde locais com vistas à
prevenção do suicídio e integralidade do cuidado • Educação Permanente para qualificação das práticas dos profissionais de
saúde na prevenção do suicídio
VIVA
Notificação Compulsória de Violências
Notificação Compulsória
Lei nº 8.069/1990
Estatuto da Criança e
Adolescente
Lei n o 10.778/2003
Notificação de Violência contra
Mulher
Lei nº 10.741/2003
Estatuto do Idoso
Lei nº 12.461, de 26 de julho de
2011
Fichas de Notificação compulsória de violências
Portaria MS nº 204, 17 de fevereiro de 2016
• Idade
• Gênero
• Motivação
• Depressão e outros transtornos mentais
• Ideação suicida
• Planejamento suicida
• Reincidência (tentativas prévias)
• Vínculos frágeis ou inexistente (familiares, amigos, sociais) – ausência de rede protetiva
• Antecedentes de suicídio na família
• Uso de substâncias psicoativas (drogas/álcool)
• Pessoas em situação de maior vulnerabilidade social
• Ter sofrido outras violências, a exemplo da violência sexual na infância e do bullying
FATORES DE RISCOCRITÉRIOS DE GRAVIDADE
AUTOMUTILAÇÕES TENTATIVAS DE SUICÍDIO
VIOLÊNCIAS AUTOPROVOCADAS / AUTOINFLINGIDAS
Portas de entradaUNIDADES DE SAÚDE
Urgência e Emergência• UPA
• CAIS
• CIAMS
• SAMU
• PS/Hospitais Públicos: HC, HUGO, HUGOL, Wassily Chuc
• PS/Hospitais Privados: SAU/Unimed, outros
• PS/Hospitais Filantrópicos: Santa Casa
Ambulatório• USF/PSF
• CENTROS DE SAÚDE
• CAIS
• CIAMS
• CAPS
• NASF
• Ambulatórios de Hospitais Públicos: HC, HGG, Santa Casa
• Consultórios particulares
• Hospitais Privados
• Hospitais Filantrópicos: Santa Casa
AUTOMUTILAÇÕES
Portas de entradaUNIDADES DE SAÚDE
Atribuições da US
• Acolhimento
• Atendimento clínico multiprofissional
• Notificação de violência imediata (até 24 horas a VE/NVPS deverá ser informado)
• Encaminhamento, se necessário, para atendimento especializado na Rede de Atenção Psicossocial (Ambulatórios de Saúde Mental e CAPS)
• Acompanhamento e monitoramento dos casos pelas equipes das UBS/ESF
• Acompanhamento e monitoramento dos casos pela Rede de Atenção e Proteção às Pessoas em Situação de Violências no território: US, CRAS/CREAS, Escolas, Conselho Tutelar (Criança e Adolescente), outros
RISCO DE MORTE
SIM
Portas de entradaUNIDADES DE SAÚDE
Urgência e Emergência
Suporte Avançado de Vida
(SAMU, UPA/CAIS, PS)
Urgência e Emergência
Ambulatório
TENTATIVAS DE SUICÍDIO
NÃO
RISCO DE MORTE
SIM
Portas de entradaUNIDADES DE SAÚDE
Urgência e Emergência
Suporte Avançado de Vida (SAMU, UPA/CAIS, PS)• Acolhimento – Classificação de Risco (Vermelha)
• Atendimento multiprofissional
• Estabilização clínica na US Urgência/Emergência
• Internação hospitalar (própria US ou transferência para outra US, se necessário)
• Notificação de violência imediata (até 24 horas)
• Encaminhamento para Hospital de Referência – PS Psiquiátrico Wassily Chuc
• Alta hospitalar: deverá ser feita atrelada ao agendamento de consulta na Rede de Atenção Psicossocial até 3 dias
• Encaminhamento e acompanhamento pela Rede de Atenção Psicossocial (CAPS, Ambulatório de Saúde Mental)
• Acompanhamento e monitoramento dos casos pela Rede de Atenção e Proteção às Pessoas em Situação de Violências no território: USB/ESF, CRAS/CREAS, Escolas, Conselho Tutelar (Criança e Adolescente), outros
TENTATIVAS DE SUICÍDIO
RISCO DE MORTE
Portas de entradaUNIDADES DE SAÚDE
Urgência/Emergência
Ambulatório
• Acolhimento – Classificação de Risco (Vermelha)
• Atendimento multiprofissional
• Internação hospitalar, se necessário
• Notificação de violência imediata (até 24 horas)
• Alta hospitalar: deverá ser feita atrelada ao agendamento de consulta na Rede de Atenção Psicossocial até 3 dias
• Encaminhamento e acompanhamento pela Rede de Atenção Psicossocial (CAPS, Ambulatório de Saúde Mental)
• Acompanhamento e monitoramento dos casos pela Rede de Atenção e Proteção às Pessoas em Situação de Violências no território: USB/ESF, CRAS/CREAS, Escolas, Conselho Tutelar (Criança e Adolescente), outros
NÃO
TENTATIVAS DE SUICÍDIO
RISCO DE MORTE
SIM
Portas de entradaUNIDADES DE SAÚDE
Urgência e Emergência
Suporte Avançado de Vida
(SAMU, UPA/CAIS, PS)
Urgência e Emergência
Ambulatório
TENTATIVAS DE SUICÍDIO
NÃO
PS Hospital Wassily Chuc
Rede de Atenção Psicossocial (CAPS, Ambulatório de Saúde Mental)
• Pactuar com Regulação: prioridade nas internações com risco de morte e
agendamentos para Rede de Atenção Psicossocial (RAPS) e hospitais
públicos e conveniados aos SUS
• Apresentar no Conselho Municipal de Saúde (CMS
• Publicar e divulgar o protocolo: “Linha de Cuidados às Pessoas em Situação
de Violências Autoprovocadas (Automutilações e Tentativas de Suicídio)”
• Definir cronograma de sensibilizações e capacitações de gestores e
profissionais de saúde
• Implantação de protocolo de atendimento no PS Wassily Chuc
• Campanhas educativas e educação permanente em saúde sobre prevenção
de suicídio
• Oficina com jornalistas
Próximos passos:
Notifique as Violências! Faça a sua parte, não interrompa a Linha do Cuidado