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Apostila 08

SEMINRIO EVANGLICO TEOLGICO PARA OBREIROS

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Apostila 12

Estudo Sobre a Escatologia

Parte I

ESPERANA ESCATOLGICA

I -- Que princpios norteiam a pesquisa teolgica?

A) O princpio arquitetnico > revelao = base e eixo da teologia > f objetiva.B) O princpio hermenutico > interpretao dos aspectos histricos da salvao = produto da razo. Da razo ordinria, que a universalidade do senso comum; da razo filosfica, que produz ordenao; e da razo cientfica, ligada aos fenmenos.

A utilizao de tais princpios possibilitam diferentes verses da revelao. Por que?Porque o princpio arquitetnico depende do que colocamos como base da estruturao geral de nosso estudo: a graa e a f, no caso de Lutero; a soberania de Deus, no caso de Calvino; ou o amor, a justia, a liberdade, etc.?

E porque o princpio hermenutico depende do uso de uma ou de vrias das mltiplas vises filosficas que podem ser utilizadas como instrumento de interpretao da histria da salvao. por isso que se diz: a ideologia define a hermenutica.Aqui reside a dificuldade. A revelao universal e plena, mas toda teologia transitria, pois reflete um momento de compreenso da revelao e da histria da salvao.

II -- Jrgen Moltmann, telogo da esperana

Depois de uma criativa ruptura com a modernidade, enquanto pensamento, tradio e histria, necessrio sentir de novo a alegria da esperana escatolgica, para compreender a natureza do terreno sobre o qual pisamos.H um momento de ciso no qual modificou-se, de modo essencial, a concepo do que significa teologia. Esse momento foi assinalado a partir dos anos 60 com a teologia da esperana, de Jrgen Moltmann.Trata-se de uma reflexo prodigiosamente proftica, pois enuncia, no somente a queda do muro de Berlim, mas o processo de aglutinao vivido por alemes, em primeiro lugar, por europeus, na seqncia, e agora muito possivelmente por parte da humanidade. sem dvida, uma das elaboraes mais impressionantes, se entendermos sua abordagem epistemolgica. Sugere um campo normativo, a ser percorrido pelos movimentos e comunidades que abririam aguerridamente, a golpes de machado, a senda ps-moderna.A expresso abordagem epistemolgica no exagerada. Conforme, Bachelard, "os filsofos justamente conscientes do poder de coordenao das funes espirituais consideram suficiente uma mediao deste pensamento coordenado, sem se preocupar muito com o pluralismo e a variedade dos fatos (...). No se filsofo se no se tomar conscincia, num determinado momento da reflexo, da coerncia e da unidade do pensamento, se no se formularem as condies de sntese do saber. E sempre em funo desta unidade, desta sntese, que o filsofo coloca o problema geral do conhecimento". G. Bachelard, Filosofia do Novo Esprito Cientfico, Lisboa, Presena, 1972, pp. 8-9.

Assim, abordagem epistemolgica, aqui utilizada, refere-se ao projeto teolgico, de herdadas estruturas hegelianas e marxistas, relidas e traduzidas por ele e Ernest Bloch. sobre a questo da identidade histrica, entendida como processo a realizar-se, que recai a crtica da teologia realizada por Moltmann.Usando a leitura de Roberto Machado, diramos com ele que "a histria arqueolgica nem evolutiva, nem retrospectiva, nem mesmo recorrente; ela epistmica; nem postula a existncia de um progresso contnuo, nem de um progresso descontnuo; pensa a descontinuidade neutralizando a questo do progresso, o que possvel na medida em que abole a atualidade da cincia como critrio de um saber do passado". Roberto Machado, Cincia e saber. A trajetria arqueolgica de Foucault, Rio de Janeiro, Graal, 1982, p. 152.

justamente a experincia de viver, enquanto comunidade que se realiza no futuro, que realada por Moltmann. No nvel antropolgico, trabalha os elementos dessa esperana, a partir da qual se produz saber e praxis crist. Suas heranas so translcidas:

"Por meio de subverter e demolir todas as barreiras -- sejam da religio, da raa, da educao, ou da classe -- a comunidade dos cristos comprova que a comunidade de Cristo. Esta, na realidade, poderia tornar-se a nova marca identificadora da igreja no mundo, por ser composta, no de homens iguais e de mentalidade igual, mas, sim, de homens dessemelhantes, e, na realidade, daqueles que tinham sido inimigos... O caminho para este alvo de uma nova comunidade humanista que envolve todas as naes e lnguas , porm, um caminho revolucionrio". Jrgen Moltmann, "God in Revolution", em Religion, Revolution and the Future, NY, Scribner, 1969, p. 141.

Como num laboratrio, o telogo da esperana extrai o fato teolgico de sua contingncia histrica, tratada sob condies de extrema pureza escatolgica. Muito claramente afirma a escatologia como essncia da histria da redeno e leva concluso de que essa mesma essncia seja a expresso maior da ressurreio, enquanto metfora da cruz de Cristo. Essa cruz repousa sobre o esvaziamento da desesperana, enquanto praesumptio e desperatio, na relao que mantm com o mundo.

A teologia, vida crist em movimento, numa permanente autoformao, advm das pulsaes criadoras da prpria esperana, cujo sentido volta-se para ela prpria. Essa construo, que se nos apresenta como caleidoscpio, belo, mas aparentemente ilgico, traz em si a fora combinatria do devir cristo. Assim, a teologia de Moltmann quebra os grilhes do presente eterno da neo-ortodoxia, e nos oferece um conceito realista da histria, que tem por base um futuro real, lanando dessa maneira as bases para uma teologia que responda s reais necessidades do homem ps-moderno.

"O passado e o futuro no esto dissolvidos num presente eterno. A realidade contm mais do que o presente. Ao desenvolver sua teologia futurista, Moltmann realmente tem o peso considervel da histria bblica do lado dele, e faz bom uso dela. (...) Ao enfatizar o futuro, desenvolveu um pensamento bblico legtimo que jazia profundamente enterrado na teologia tica e existencial dos sculos XIX e XX". Stanley Gundry, Teologia Contempornea, SP, Mundo Cristo, 1987, p.167.

A teologia de Moltmann nasce enquanto reao ao existencialismo e absoro do revisionismo de Bloch. A descontruo do marxismo, realizada por esse filsofo, no agradou ao mundo comunista, mas estabeleceu uma ponte, diferente daquela da teologia da libertao, entre o hegelianismo de esquerda e o cristianismo. Substituiu a dialtica pelo ainda-no, enquanto espao que no est fechado diante de ns, e definiu uma antropologia que no mais est calcada no imprio dos fenmenos econmicos, mas na esperana.

Os escritos filosficos do jovem Marx serviram de ponto de partida para o vo de Bloch. A alienao do homem um fato inquestionvel, no como determinao econmica, mas enquanto determinao ontolgica. Afinal, o universo em que vive essencialmente incompleto. Mas a importncia do incompleto que suceptvel de complemento. Por isso, o possvel, o ainda-no, o futuro traduz de fato a realidade.

Nesse processo esto presentes a subjetividade humana e sua potncia inacabada e permanente em busca de soluo e a mutabilidade do mundo no quadro de suas leis. Dessa maneira, o ainda-no do subjetivo e do objetivo a matriz da esperana e da utopia. A esperana traduz a certeza da busca e a utopia nos d as figuras concretas desse possvel.

Para Bloch, o homem impelido, assim, ao esforo permanente de transcender a alienao presente, em busca de uma ptria de identidade'. no vermelho quente' do futuro que est a razo fundamental da existncia humana.

Nenhum marxista chegou to prximo da escatologia crist!

"Deus -- enquanto problema do radicalmente novo, do absoluto libertador, do fenmeno da nossa liberdade e do nosso verdadeiro contedo -- torna-senos presente somente como um evento opaco, no objetivo, somente como conjunto da obscuridade do omomento vivido e do smbolo no acabado da questo suprema. O que significa que o Deus supremo, verdadeiro, desconhecido, superior a todas as outras divindades, revelador de todo o nosso ser, vive' desde j, embora ainda no coroado, ainda no objetivado (...) Aparece claro e seguro agora que a esperana exatamente aquilo em que o elemento obscuro vem luz. Ela tambm imerge no elemento obscuro e participa da sua invisibilidade. E como o obscuro e o misterioso esto sempre unidos, a esperana ameaa desaparecer quando algum se avizinha muito dela ou pe em discusso, de modo muito presunoso, este elemento obscuro". Ernst Bloch, Geist der Utopie, Franckfurt, 1964, p. 254 in Battista Mondin, Curso de Filosofia, So Paulo, Paulinas, 1987, vl. 3, pp. 246-7.

Bloch realiza uma penetrante releitura da cosmoviso judaico-crist. Entende o clamor proftico do mundo bblico e da proclamao crist no como alienao e pio, mas como fermentos explosivos de esperana, protestos contra o presente em nome da realidade futuro, a utopia.

Talvez por isso possamos dizer que nos anos 60, os caminhos de Moltmann e Bloch no apenas cruzaram-se na universidade de Tbingen, mas abriram espao para o mais enriquecedor dilogo cristo-marxista que conhecemos.

interessante lembrar que em 1968, quando manifestaes estudantis varriam Tbingen, Heidelberg, Mnster e Berlim Ocidental, grande parte dos lderes estudantis eram oriundos das faculdades de teologia. Sua Theologie der Hoffnung (Jrgen Moltmann, Teologia della Speranza, Queriniana, Brscia, 1969), publicada no incio da dcada na Alemanha, estava na oitava edio, e no ano seguinte, ele lanaria Religion, Revolution and the Future nos Estados Unidos.

Agora, a partir da escatologia da esperana de Jrgen Moltmann apresentamos um rpido esboo de sermo que tem por base o texto de Apocalipse 22.6-21.

III -- Fiel a Palavra

Introduo1. No Apocalipse, o futuro define o presente.O Apocalipse inverte a nossa noo de tempo. O futuro modela e estrutura o presente.

2. Saber como a histria termina nos ajuda a entender como devemos nos encaixar nela, agora. Por isso, j estamos vivendo os ltimos dias.

3. As vises de Joo mostram a realidade do juzo divino, quando cada um de ns dar conta de sua existncia diante de Deus. Deus recompensar aqueles que, s vezes, ao custo de sua prpria vida "guardaram as palavras da profecia deste livro".

4. Profecia proclamao da Palavra de Deus. E no Novo Testamento proclamao das boas novas.

Trs blocos de textos10 blocoVers. 6 > As palavras so fiis e verdadeiras.Vers. 7 > feliz quem guarda as palavras daquilo que proclamado (profecia) neste livro.

20 blocoVers. 10 > No feche este livro. O futuro hoje.Vers. 11 e 12 > O futuro deve definir o que voc faz. E voc dar conta disso. E receber o troco.

30 blocoO que Cristo diz queles que obedecem s palavras desse livro?Vers. 18 > Quem acrescentar = sofrer os flagelosVers. 19 > Quem tirar = fica fora. Sem acesso rvore da vida, fora da cidade santa e sem as benes prometidas no livro.

Concluso

A Palavra fielVers. 20 > Jesus, a Palavra que reina, garante: Estou chegando! naiv, evvrcomai tacuv.

Parte II

O APOCALIPSE - Estudo 12"Eis que vem com as nuvens..."

Autor(a): PR. WALTER SANTOS BAPTISTA

Pastor da Igreja Batista Sio em Salvador, BA - E-Mail: [email protected]

O Apocalipse hoje

O inspirador livro do Apocalipse foi escrito, como vimos ao longo de todo o estudo, para dar foras espirituais aos crentes que sofriam a perseguio das autoridades polticas, e eram alvo de ataques dos hereges dentro da Igreja dos dias apostlicos.

As vises e suas lies So sete as vises que ocorrem nos seus vinte e dois captulos. Mas a mensagem a mesma: a Igreja de Jesus Cristo, apesar de sofrer perseguio, apesar das tribulaes, do martrio, tem um glorioso destino: A VITRIA! A condenao atingir o sistema deste mundo, e Jesus Cristo reinar para todo o sempre como Rei dos reis e Senhor dos senhores! Procuremos, ento, ser prticos, e extrair lies de todo o livro do Apocalipse. Como o livro formado por vises, sete ao todo, um plano adequado para a nossa pesquisa partir de cada uma.

E por falar em vises...A primeira viso (1-5)Seu tema "Jesus Cristo e a Igreja Militante no mundo e na vida celeste". Apropriadssimo como abertura para todo o livro.

A primeira lio que devemos aprender que, visto que Jesus Cristo o comeo e o fim de todas as coisas, o "Alfa e o mega" (1.8), "o autor e consumador da nossa f" (Hb 12.2), nossa esperana deve estar unicamente nEle. Ele o "que vem sobre as nuvens" e Aquele "que todo olho ver" (Ap 1.7).

Isso significa que inadmissvel para o discpulo de Jesus abraar qualquer movimento ou idia que no reflita a atitude e a mente de Cristo. vigiar como se Jesus estivesse para retornar a qualquer momento (o que, alis, verdade), sem facilitar as coisas para o Tentador, aguardando a suprema alegria de louvar o Cristo vitorioso!

Outra importante lio aprendemos nas cartas as igrejas da sia (captulos 2 e 3). Algumas falam de deslealdade, verdade. Outras, no entanto, mencionam a fraternidade e a comunho que existiam ou deveriam existir na comunidade de f que se chama igreja. Voc tem vivido isso? Ou quando cantamos:

"No te irrites mas tolera com amor, com amor.Tudo sofre, tudo espera pelo amor.Desavenas e rancores no convm a pecadores,No convm a pecadores salvos pelo amor."

Ou, ainda, Como precioso, irmo, estar bem junto a ti;E juntos, lado a lado, andarmos com Jesus,E expressarmos o amor que um dia Ele nos deu,Pelo sangue no Calvrio Sua vida trouxe a ns.

Aliana no Senhor eu tenho com voc:No existem mais barreiras em meu ser.Eu sou livre pra te amar, pra te aceitare para te pedir: "Perdoa-me, irmo";Eu sou um com voc no amor do nosso Pai,Somos um no amor de Jesus!

Isso verdade, ou apenas uma linda figura de linguagem?

As cartas tambm exaltam a pessoa de Jesus Cristo, o Qual concede o dom da vida e compartilha a Sua glria, razo porque est no meio dos candelabros como ressaltam os versos 12 e 13 do captulo 1.

Outras preciosas lies esto nas cartas: o cuidado para no perder "o primeiro amor", ou seja, o doutrinamento, o ardor evangelstico, e a j destacada comunho. O lugar especial da fidelidade, lealdade e sinceridade uma questo de honra e de carter do cristo.

Mais uma lio: receber um novo nome ter o carter restaurado. O nome para o povo hebreu era a personalidade e o carter de algum, era seu carto de visita. Receber um novo nome igual a ter o carter reajustado luz da graa de Deus (2.17).

Um evangelho sem compromissos com Jesus Cristo, Cuja mente devemos ter, insensatez. Cuidado, portanto, com os falsos ensinos (2.20)! Isso significa um compromisso total com Cristo, o que se chama tambm testemunho, a confisso pblica de f (3.4), o zelo com o amor entre os irmos na graa de Cristo, significado da palavra Filadlfia (cf. 3.7ss), e o culto em esprito e em verdade, abandonado pela igreja de Laodicia (cf. 3.15ss).

A segunda viso: "Os sete selos" (6, 7) medida que os selos vo sendo abertos, preciosas lies so ensinadas. Com certeza, a primeira delas sobre o que acontece quando o Cordeiro de Deus governa. Os sete selos apresentam as caractersticas e princpios do governo de Cristo.

Uma das caractersticas que o Inimigo no descansa. A representao dos quatro cavaleiros com seus coloridos corcis evidncia do que estamos dizendo. Satans no dorme, por isso, no facilita as coisas para o crente. O sofrimento uma terrvel caracterstica, mas no maior que a consolao, amparo e abrigo que vm do Senhor. O apstolo Paulo expressou muito bem esse fato ao dizer, "tenho para mim que as aflies deste tempo presente no se podem comparar com a glria que em ns h de ser revelada" (Rm 8.18), e chamou as aflies de "leve e momentnea tribulao" (leia 2Co 4.17, 18).

A terceira viso: "As sete trombetas" (8-11)Se a segunda viso o que acontece quando Cristo reina, a seguinte fala do que acontece quando o Salvador rejeitado.

A descrio do que sucede aps o toque das trombetas tremenda. O evangelho anunciado com zelo e amor pelas vidas fora de Cristo, por isso, perdidas, deve, como o livrinho deglutido, nos alimentar, sustentar, nutrir, apesar de ter uma palavra de justia, representada pelo amargo no ventre (leia 10.10b). Esse evangelho comunicado aos perdidos, apesar de ser doce na boca, amargo no ventre. Quando pregamos o evangelho uma delcia. Particularmente, sinto muito prazer em pregar. Minha esposa me recomenda, quando samos de frias, a no levar palet. Com isso, quer me preservar de pregar nas igrejas visitadas, para s descansar. Mas, h tantas igrejas, atualmente, nas quais o pastor no usa palet?! Preguei numa igreja pastoreada por um ex-aluno que vai bastante informalmente para o plpito. Fui de traje completo. Inusitadamente, o pastor estava tambm de traje completo, e disse que era em homenagem ao ex-professor. Quando entramos no santurio, todo auditrio fez, "U-u-u-u-m-m-m..." A igreja no esperava que o seu pastor estivesse formalmente tragado.

O fato que aprecio pregar, mas a amargura toma conta de mim quando a mensagem rejeitada, desprezada. Esse o amargo do evangelho que sente o pregador.Como trombeta sinal de aviso, alerta, voz de comando, mostra a viso a pacincia de Deus no chamado ao arrependimento. Importante lio deste livro.

Ainda as visesA quarta viso: "A luta contra a trindade satnica" (12, 13)A pardia da Santssima Trindade a "trindade satnica", maligna, formada pelo Drago, a Besta e o Falso Profeta (veja 12.3ss; 13.1ss; 16.13). Por essa razo, o crente em Jesus Cristo reconhece que enfrenta uma guerra espiritual. Em Efsios 6.12, o apstolo Paulo nos alerta acerca dessa batalha no reino do esprito. O cristo atacado por todos os lados. Na sua vida emocional, por exemplo.

Tenho visto crente salvo pelo sangue de Jesus arrastando atrs de si uma misria de vida, ansiedade, medo, depresso. No entendo... Uma irm bem idosa numa das igrejas que pastoreei pediu-me: "Pastor, fale sobre a morte: tenho muito de morrer". Preparei o sermo, preguei-o, e na despedida do culto, porta da igreja, ela disse: "Muito obrigada pela mensagem, mas ainda estou com medo..." No mais precisamos mais desse tipo de fardo. Isso guerra, batalha espiritual, porque dentro de ns h uma grande luta. Nosso esprito se torna um verdadeiro campo de batalha. Emoes, feridas (e Satans se aproveita disso...) e o consolo de Deus do outro lado. De um lado, O Senhor e Seus exrcitos; do outro, o Inimigo e seus batalhes num campo de batalha que dentro de ns.

Fico muito impressionado quando leio a histria da viva da vila de Naim. Tinha apenas um filho que era seu arrimo. E ele morreu, e como costume no Oriente Prximo, levaram o seu corpo num esquife aberto. Vinha o fretro saindo da cidade para sepultar o corpo do moo. No havia nas cidades hebrias cemitrios urbanos, mas sempre na periferia. Herdamos isso: o Campo Santo, nosso primeiro cemitrio em Salvador situava-se h 250 anos na periferia. O centro da cidade era o Pelourinho, o Carmo, Santo Antnio, o Terreiro de Jesus. O cemitrio estava bem distante do Centro, onde hoje o bairro da Federao, perto de nosso templo (que centro de Salvador).

O corpo do jovem estava sendo levado para fora da cidade. Nesse momento, porm, vinha entrando na cidade Jesus, os discpulos, admiradores e curiosos. Encontram-se as duas multides. Uma a morte, outra a da vida: o exrcito da Morte e o exrcito da Suprema Vida. E o moo foi ressuscitado pelo toque do Salvador. Essa mesma batalha em que Jesus restituiu um jovem s lgrimas de sua me dentro de ns, e est nos captulos 12 e 13 do Apocalipse. vitria garantida. sobre isso todo o livro do Apocalipse (leia 12.11).

A quinta viso: "Sete flagelos" (14-16)No verso 13 do captulo 14, h uma linda bem-aventurana que diz, "Bem-aventurados os mortos que desde agora morrem no Senhor. Sim, diz o Esprito, para que descansem dos seus trabalhos, pois as suas obras os acompanham". Conhecemos em geral bem-aventuranas para a vida. O Sermo da Montanha apresenta algumas delas (Mateus 5.3-12): "Bem-aventurados os que choram, porque eles sero consolados" (v.4); "bem-aventurados os misericordiosos, porque eles alcanaro misericrdia (v.7); "bem-aventurados os pacificadores, porque eles sero chamados filhos de Deus" (v.9). Todas de vida. Porm, bem-aventurana para a morte?!

Pois ; a diferena Cristo quem faz. No simplesmente "bem-aventurados os mortos", e ponto final: , sim, "... que desde agora morrem no Senhor". Cristo a medida de todas as coisas. O filsofo grego Protgoras afirmava que "O homem a medida de todas as coisas". No , no. S Cristo faz a diferena entre o flagelo atingindo o cristo e o amparo e abrigo dos cus. O outro, vive no seu flagelo e na sua dor se no tem Cristo e o Consolador.

A sexta viso: "A destruio do mal" (17-19)Encontramos na sexta viso outra extraordinria bem-aventurana. Est em 19.9: "Bem-aventurados aqueles que so chamados ceia das bodas do Cordeiro". Em outras palavras, e de modo bem contemporneo, abenoado quem chamado para o ch-de-cozinha ou para a recepo do casamento de Jesus e Sua noiva, a Igreja. Sabemos que o "Cordeiro" Jesus Cristo; "bodas" festa de casamento. Temos um convite assegurado para a recepo do casamento de Cristo com a Igreja. Em alguns convites de casamento, vem um cartozinho dizendo que a recepo ser no local X, e exclusiva de quem recebeu o convite individual. A cerimnia de casamento de Jesus e a Igreja, ou seja, Sua Parousia,Segunda Vinda, todos vero. Todos esto convidados. Mas para a recepo, a Ceia, s quem tem nome de Jesus gravado no corao; s quem confessa a Jesus como Salvador e Senhor. E l estaremos! E os alicerces da fortaleza do Mal sero abalados, derrubados e destrudos. a queda da Babilnia (representao da malignidade) nos trs captulos citados 17, 18 e 19).

E para terminar: a stima viso (20-22)O tema da viso culminante do livro do Apocalipse "o Juzo e a vitria final". Verificamos que o livro um crescendo de emoes, de sentimentos, mas, sobretudo, de conhecimento do Cristo revelado. como um poema sinfnico, um poema em cano. Comea com msica suave, bem leve e vai crescendo cada vez mais e mais, at culminar numa exploso de sons, numa arrebatadora sinfonia! Assim o Apocalipse: vai crescendo e crescendo, falando de dor, sofrimento e perseguies, para da a pouco alertar para o julgamento e uma conseqente priso, at que, finalmente, chega a esse clima de vitria ltima! O Apocalipse um crescendo de emoes, de sentimentos, e, ainda mais, de crescimento na graa e no conhecimento do Cristo que se revelou! Suas promessas desde o captulo primeiro tiveram cumprimento ao longo de toda a obra.

A glria da Nova Jerusalm, eterna morada de Deus com os Seus faz lembrar o final do Salmo 23: "certamente que a bondade e a misericrdia (cf. Ap 21.4, 5, 7) me seguiro todos os dias da minha vida, e habitarei na casa do Senhor por longos dias (Ap 21.3)". Que abenoada consolao saber que no haver mais dor, nem morte, nem pranto, nem vestgio de uma lgrima sequer porque estamos com o Senhor em permanente comunho!

O verso 20 do ltimo captulo apresenta uma expresso que foi o grito de anseio da Igreja apostlica, como continua a ser a exclamao da Igreja de todos os tempos: "MARANATA!!!" Quando dizemos "Maranata", oramos pedindo a volta de Cristo, pois na lngua aramaica, "Vem, Senhor Jesus", significa "Volta, Senhor, para o nosso meio!" A orao est em ordem inversa, pois precedida por um "Amm!". Esse amm veio antecipado porque representa uma afirmao cheia de f e de certeza na promessa que Cristo fez: "Certamente cedo venho!" Essa a graa de Jesus Cristo (leia 22.21), o amor que no merecemos, mas que Ele nos concede e levou-O ao Calvrio.

LEITURAS SUGERIDASCONYERS, A. J. O Fim do Mundo. SP, Mundo Cristo, 1997. Trad. O. Olivetti.

MCALISTER, R. O Apocalipse - uma interpretao. Rio, Carisma, 1983.

PATE, C. Marvin (Org.). As Interpretaes do Apocalipse - 4 pontos de vista. SP, Vida, 2003. Trad. V. Deakins.

SILVA, Mauro Clementino da. Anlise Escatolgica do Apocalipse de Joo. Campo Grande, 1994.

Parte III

O APOCALIPSE - Estudo 11"Eis que vem com as nuvens..."

Autor(a): PR. WALTER SANTOS BAPTISTA

Pastor da Igreja Batista Sio em Salvador, BA - E-Mail: [email protected]

Um novo padro de vidaTexto Bblico: Apocalipse 20.1-10; 21.1-12; 22.1-5

A essa altura, j se tem percebido que as vises vieram num verdadeiro crescendo, e foram dirigidas para a vitria eterna de Jesus Cristo. Tudo o que foi dito no Apocalipse at este ponto vem demonstrar que Cristo tem domnio absoluto deste mundo: Ele vencedor! O mundo no est toa. Pelo que vem acontecendo neste mundo, at parece que est ao lu. A Bblia mostra que Jesus Cristo tem o Seu domnio, e Sua eterna vitria o tema dos restantes captulos do livro.

Viemos registrando e anotando os diversos ttulos de Jesus Cristo: Ele "o Alfa e o mega", "a Fiel Testemunha", "o Primognito dos mortos", "o Soberano dos reis da terra", "o que conserva na mo direita as sete estrelas", "o Cordeiro de Deus" e muitos outros que indicativos do Seu poder e senhorio.

O registro agora o da priso de Satans, o Juzo Final e a Nova Jerusalm. quando o Cristo Vitorioso vai estabelecer para sempre o Seu domnio para sempre e sempre, ou, para fazer uso da linguagem bblica, "pelos sculos dos sculos".

Aqui se inicia a stima e ltima viso do livro. Este captulo e, sobretudo, o trecho acima destacado, tem sido considerado como objeto de muito debate. No seu verso 3, aparece a palavra central nestas discusses. milnio, que significa um perodo de mil anos. A interpretao do que seja o "milnio" tem dado ocasio a que haja muita discusso e muitos artigos e livros sejam escritos por telogos e pseudotelogos.

Tem-se falado larga sobre pr-milenismo, ps-milenismo e amilenismo, palavras tcnicas que definem determinadas correntes de pensamento teolgico sobre o milnio. O pastor Herclio Arandas, veterano e experimentado pastor amigo e ex-ovelha, afirmou no discutir se seria pr-milenista, amilenista ou pr-milenista. Disse ele, um tanto jocosa, mas conciliadoramente, que preferia ser "pr-milenista", que dizer, "a favor do milnio". Estes termos no devem ser objeto de preocupao: eles no levam para o cu. No ponto de doutrina, pois no h uma doutrina batista sobre a escola milenarista abraada por algum. Excelentes e lindas personalidades crists, batistas e evanglicos de diversas denominaes, santos homens de Deus, devotadas e santas mulheres apiam as diversas posies. No ponto doutrinrio, mas teolgico.

Em pinceladas muito ligeiras explicamos: o pr-milenista admite que uma vinda de Cristo se dar antes da inaugurao do reino que durar mil anos (o milnio), haver um perodo de perturbao e finalmente uma terceira vinda de Cristo selar a vitria sobre o mal. Cristo volta, inaugura o milnio. Vamos entender: o pr-milenista acha que quando Cristo voltar antes do milnio (da pr = antes), inaugura mil anos de paz quando Ele estar na terra reinando. Depois desse prazo, uma grande batalha (a do Armagedon, que se dar no Vale, Har, de Megido Magedon), a vitria de Cristo e o Juzo Final.

O ps-milenista prega que a expanso do evangelho se dar em tal progresso que o milnio se instalar suave e normalmente, aps o que Jesus Cristo voltar. O evangelho vai sendo pregado em todo o mundo: na Armnia, na Sibria, na Oceania, na frica, na Amrica Central, etc., e vai tomando conta dos coraes fazendo toda a terra entrar no milnio. S depois dos mil anos, Cristo volta, de onde o nome ps-milnio, "depois dos mil anos".

E o amilenista, prega o qu? Pode parecer que os adeptos da corrente amilenista ensinam que no existe o milnio, o que no real. O amilenista prega que quando Jesus venceu Satans na cruz, e mais ainda, na ressurreio, e ascendeu aos cus, o milnio comeou. O milnio, convenhamos, simblico, porque o reino de Deus j est entre ns. Alis, o ensino de Jesus esse mesmo: "O tempo est cumprido, chegado o reino de Deus. Arrependei-vos e crede no evangelho" (Mc 1.15 VIB). Como pode ser que Cristo j veio, exerceu Seu ministrio entre a humanidade, venceu a morte, foi vitorioso sobre Satans e no instala o reino? Ensinam, ento, os amilenistas que o reino de Deus est estabelecido, o milnio, portanto, comeou. , porm, o que telogos chamam de "j-ainda no", expresso que significa que o reino j chegou, mas ainda no est plenamente estabelecido. Cristo est em ns e ns estamos em Cristo. J chegou, Cristo est em nosso meio, pois "onde se acham dois ou trs reunidos em meu nome, a estou eu no meio deles" (Mt 18.20). E Cristo o Rei e o reino, o prprio reino de Deus.

Voc pergunta, se Cristo est entre ns, o reino j est estabelecido, por que ainda sofremos? Porque se passa fome, e h tanta perseguio? Por causa do ainda no. Estamos numa tenso no ponto em que os dois reinos esto paralelos:

2 Vinda

Presente sculo ///////////////////////////

///////////////////////// Reino de Deus >

O "Presente sculo" (reino do maligno) ainda est em operao, afinal, "o mundo inteiro jaz no Maligno", adverte a 1 Carta de Joo 5.19b. Um dia, esse reino do mal tem fim: quando Cristo retornar, permanecendo, eternamente, o reino de Deus. Essa a pregao amilenista, que entende o "milnio" como um termo simblico como outros tantos do Apocalipse, para dizer "plenitude, poderio, senhorio, exaltao plena, estabelecimento geral e total sem barreiras, sem reservas".

Entenda-se, portanto: o amilenista compreende que o nmero 1000 um nmero conceitual, visto que 10 um nmero de altssimo valor espiritual, e 1000, com mais propriedade ainda, por ser 10 elevado ao cubo (10). O milnio culminar no definitivo retorno (a Parusia) para arrebatar a Sua Igreja.

A vitria de Cristo sobre Satans deu-se em diversos campos: Jesus o venceu na tentao do deserto. Venceu-o, por sinal, trs vezes. A primeira tentao foi a da comida fcil e farta.

"Transforma estas pedras em pes..." (Mt 4.3). Bem que Jesus poderia transformado as pedras em brioches, baguetes, pes de seda, pes crioulos, pezinhos de banquete, ou, mesmo, no simples po rabe. Mas nada disso fez porque no iria entrar em acordo com Satans, visto que "nem s de po viver o homem, mas de toda palavra que sai da boca de Deus" (Dt 8.3; Mt 4.4).

Veio, ento, a segunda tentao: Satans mostra a cidade de Jerusalm do alto do templo de Herodes. A sugesto que Jesus salte do alto do templo para que os anjos o amparem. Para fundamentar, Satans usa o Salmo 91.11,12. Com isso, Satans quer sugerir que Jesus no precisa passar pelo Calvrio, pois, com esse espetculo pblico, veriam que Ele era o prometido Messias. Jesus tambm rechaou Satans.

o momento da terceira tentao: do alto do monte, Satans lhe mostra as cidades que Mateus chamou de "os reinos do mundo". Que cidades Jesus teria visto do monte da tentao? Se o monte foi o hoje denominado "monte da tentao", Ele viu Jeric, que fica bem prximo. Teria visto Jerusalm, Berseba, Betel, Hebrom, Belm. Satans diz: "eu lhe dou tudo isso, se voc me adorar de joelhos" (Mt 4.9). o supra-sumo do abuso satnico, querer que Jesus o adore?! Jesus o pe no seu lugar ao dizer "Ao Senhor teu Deus adorars, e s a ele servirs" (Mt 4.10).

Satans foi vencido tambm no Getsmani quando Jesus vendo iminente a cruz, a Sua humanidade falou bem alto. Ele, plenamente humano, tanto quanto ns, chegou a uma situao chamada em linguagem mdica de hematidrose, em que a pessoa verte sangue pelos poros. A Bblia registra este fato de tanta angstia que abrigava em Seu corao, e Satans podia ter aproveitado aquele momento. Jesus at disse, "Pai, se queres afasta de mim este clice...", "Passe de mim este clice", diz outra traduo (Lc 22.42). Mas, passar para quem? A misso de Jesus era precisamente ir para a cruz, morrer por ns para que tenhamos a eterna salvao. E Jesus completou o

pedido, "todavia no se faa a minha vontade, mas a tua", e com isso derrotou o Inimigo! Jesus foi vitorioso sobre Satans na cruz quando parecia estar derrotado, e tudo parecia absolutamente perdido. O que veio salvar o mundo, morreu estupidamente naquela horrorosa cruz como um criminoso qualquer?!... Na cruz, no entanto, Jesus declarou, "Est consumado" (J 19.30), ou seja "Nada deixei por fazer; tudo est plena e perfeitamente realizado".

Mas, especialmente, Ele o venceu quando ressuscitou na manh do primeiro dia da semana, que por isso, se tornou o "Dia [da ressurreio] do Senhor, o "Dia do Senhor", o Dies Dominica, o Domingo!

Foi naquele momento, que o anjo, que tinha na mo a chave do abismo e uma grande corrente, segurou o diabo. Um ex-professor meu do Seminrio Batista do Recife, o grande mestre Harald Schaly, dizia que Satans era um enorme cachorro. Imagine um imenso fila brasileiro. Est amarrado numa corrente muito grande: seu campo de ao grande. Se algum entrar onde o co pode pegar, est perdido. Se ficar fora, no pega. Dr. Schaly dizia que Satans esse cachorro amarrado no abismo. chamado, at, de "a antiga serpente" e "o drago". Mas o feio e feroz drago virou lagartixa nas mos do anjo que o prendeu no abismo por mil anos. O que vemos no mundo hoje, o "j-ainda no", so os urros de uma fera acorrentada, que no tm comparao com o que pode fazer estando solto, como diz o verso 3, "por um pouco de tempo".

Graas Deus, tudo isso vai acabar. s olhar o que vem depois de Satans preso pelos mil anos: ele vencido para sempre (v. 10), vem o juzo final (vv. 11-15), e d-se a descida da Nova Jerusalm.

Este captulo traz uma encantadora e fascinante descrio da comunho entre Cristo e Seu povo.

Esse o modo apocalptico de falar de comunho, e como o povo de Deus e o Senhor estaro entrosados e unidos. quando o Apstolo, continuando a ltima viso, relata a descida da nova Jerusalm, a cidade santa, descendo da parte de Deus, gloriosamente iluminada, enfeitada, bonita, como uma noiva no dia do casamento.

A propsito, h viso mais bonita que uma noiva no dia do seu casamento? Nos dias de casamento, no olho tanto para a noiva, mas, sim, para o noivo. Seus olhos brilham quando v a noivinha chegando, a face se ilumina. Imagino Jesus Cristo e Sua noiva, a Igreja.

At agora viemos falando de noiva, agora, porm, ocorre o casamento. Entre os hebreus antigos e os rabes, os orientais de modo mais amplo, a situao interessante. Primeiro que a festa no dura s uma noite, mas, no mnimo, sete dias. Era uma semana de cama e mesa de graa. No dia do casamento, havia um cortejo formado pelos amigos do noivo que o acompanhavam, e, por outro lado, as companheiras da noiva, com muita msica e danas, e outras expresses festivas (cf. Mt 25.1ss). o que est retratado aqui: a nova Jerusalm vai chegar "adereada como uma noiva ataviada para o seu noivo".

Estamos, ento, chegando ao ponto culminante da histria humana: o Mal vencido e o Bem se estabelecendo de uma vez por todas. Na verdade, a histria fez um crculo completo. Com permisso dos professores de histria e de filosofia, a histria no to linear como parece, mas circular, por isso, faz uma volta completa para o tempo inicial de antes do pecado dos primeiros pais. Volta para o tempo quando tudo era pacfico, calmo, sereno, tranqilo, sem malcia, e Deus visitava os habitantes do jardim primitivo na "virao do dia"; quando ainda no havia chegado a noite, porm no existia mais o calor e a luz do dia. Era quando havia intensa e profunda comunho.

Joo ouviu uma voz que proclamava que o tabernculo (a tenda, a cabana, a casa, a habitao) de Deus estava sendo armado no meio das habitaes dos seres humanos (21.3, cf. Joo 1.14). E essa comunho perfeita de Deus conosco, baseada na misericrdia e favor divinos para com os homens e mulheres, afastando, como afasta, todo sinal de tristeza, de dor e sofrimento, porque tudo isso faz parte da antiga vida, no da vida em Cristo. Agora, porque estamos em Cristo, "as velhas coisas j passaram, e tudo se fez novo" (2Co 5.17). A palavra do que est no trono , por sinal, essa mesmo: "Eis que fao novas todas as coisas" (v. 5).

De agora em diante, no h mais cabimento em falar do Mal. O centro da viso o Cristo exaltado no Seu trono, Seu senhorio sobre todas as coisas, Sua autoridade e poder nos cus e na terra, Seu consolo e comunho com Seu povo.

A nova Jerusalm (Ap 21.9-22.5)

O Bem o Bem, mas o Mal o travesti do Bem, parece o Bem, mas no o . A Igreja a noiva de Cristo; a Grande Prostituta a noiva do Anticristo. De um lado, est a Nova Jerusalm, a cidade santa; do outro, Babilnia, a cidade da corrupo, pecado e blasfmias. Outro paralelo , do lado do mal, os cavalos branco, vermelho, amarelo e preto, seus cavaleiros e todo o catlogo de maldades, flagelos e desgraas; e da parte do Senhor, toda a consolao, as bnos e a Sua graa e misericrdia.

H uma curiosa arquitetura na Nova Jerusalm. Uma alta muralha com 12 portas com os nomes das tribos de Israel, guardada cada uma por um anjo. 12 eram os fundamentos da muralha e sobre eles os nomes dos 12 apstolos. Isso significa que a Igreja de Cristo est fundada sobre a pregao dos profetas, sobre o povo da Antiga Aliana, sobre os apstolos e sua pregao, e o povo de Deus da Nova Aliana.

A cidade quadrangular, sendo que o comprimento, altura e largura so iguais, ou seja, um cubo como o Lugar Santssimo descrito em 1Reis 6.20. E vem a descrio dos metais e pedras preciosas: de jaspe, a estrutura; de ouro puro, a cidade. Cada fundamento tem uma pedra preciosa; as portas so prolas; de ouro puro a praa da cidade. Mas no havia necessidade de construir um santurio, porque o El Shadday (Deus Todo-poderoso) e o Cristo so o prprio santurio desta cidade to magnificente.

A iluminao no fornecida pela COELBA, CELPE, ESCELSA, CEMIG ou pela Light mas sim pela prpria kavod (glria) e pelo Cordeiro de Deus. O abastecimento de gua no da EMBASA, COMPESA ou companhia de abastecimento, mas pelo rio da gua da vida.

Pois ; o crculo est se fechando, porque tudo o que havia no relato inicial da histria teolgica da humanidade voltou. realmente encantador o relato do que nos aguarda! Toda essa linguagem simblica existe porque as palavras humanas so fracas demais para descrever a beleza da santidade de Deus e o novo padro de vida que nos aguarda! Por essa razo, o livro termina com um convite: "E o Esprito e a noiva dizem: Vem. E quem ouve, diga: Vem. E quem tem sede, venha, e quem quiser, receba de graa a gua da vida" (22.17), porque essa descrio encantadora no pode ficar fechada, mas tem que ser divulgada, exposta, aberta, colocada diante disposio de todos, e a Igreja tinha uma palavra de ordem: Maranata! (v. 20b). Ela quer dizer, "Vem, Senhor; volta, Senhor!" E voc pode, igualmente, dizer isso: "Vem, Senhor Jesus, para a minha vida! Toma-me e usa-me!".

Parte IV

O APOCALIPSE - Estudo 10"Eis que vem com as nuvens..."

Autor(a): PR. WALTER SANTOS BAPTISTA

Pastor da Igreja Batista Sio em Salvador, BA - E-Mail: [email protected]

A Vitria do BemTexto Bblico: Apocalipse 17.1-7; 18.1-5; 19.1-9

A nfase do livro do Apocalipse no outra seno a vitria do Bem! No esqueamos que Joo, o Vidente, tendo registrado a revelao de Jesus Cristo, estava levando o conforto e a esperana de Sua mensagem s sete igrejas da sia, as quais representam toda a Igreja Militante e perseguida de todos os tempos e em todos os lugares. uma mensagem para os cristos caados, aprisionados e vitimados pelo Imprio Romano, e para a chamada Igreja Subterrnea na China comunista, para a Igreja de Cristo em certos pases muulmanos onde a f crist igualmente hostilizada, e precisa desta mensagem de conforto.

Esta sexta viso, a da mulher montada numa besta, traz uma colorida e real descrio do sistema mpio que domina o mundo. Isso ocorreu no passado, mas ocorre igualmente nos dias de hoje. Todo o sistema governamental mpio, maligno, recebe o nome simblico de Babilnia, nome do antigo imprio que governou o Oriente Mdio. Era o Primeiro Mundo da poca, era quem dominava poltica e financeiramente o mundo antigo. Foi a Babilnia que tornou Israel submisso, destruiu Jerusalm e levou seu povo em cativeiro (587/586 a.C.), onde permaneceu por 70 anos.

Surgiram na Babilnia alguns fatos interessantes e relevantes. O primeiro deles o enorme senso de dependncia de Deus. J no havia o Beth haMikdash, o Templo; no mais havia sacrifcios, razo porque tiveram os exilados que realizar algo novo. Diante de uma situao inusitada, pode-se tomar uma de duas solues: ou algo novo criado ou a pessoa se adapta situao. Foi o que aconteceu com os judeus na Babilnia. L foi criada a sinagoga (Beth haSefer), j que no havia Templo, cuja funo era a da realizao de sacrifcios. S isso.

Assim, passaram a estudar bsica e sistematicamente a Torah. S como referncia presente, as terras da antiga Babilnia hoje so o Iraque e seu entorno.

Que fique na mente o nome destas duas cidades: Babilnia e Jerusalm: so importantes para o restante do nosso estudo. Babilnia, no cdigo do Apocalipse, a representao do mal, do pecado, da imoralidade, de tudo o que afasta de Deus; Jerusalm, por outro lado, o smbolo do bem, da vida pura, de tudo o que traz para mais perto do Criador. Lembrando esse fato, d para entender porque Babilnia, por si, smbolo de tudo o que no presta, no captulo 17, a "Grande Prostituta".

A Grande Prostituta (Ap 17.1-7)

Na abertura do captulo 12, apareceu uma mulher. Estava gloriosamente vestida de Sol, pisava no tapete que era a Lua, e portava uma coroa de 12 estrelas. Essa mulher a Igreja de Cristo.

Neste captulo 17, aparece outra mulher. Est sentada sobre muitas guas. No esqueamos que "mar, muitas guas" smbolo de naes. E essa mulher devassa, aqui chamada de "a grande prostituta", faz das naes o seu tapete, o que, alis, est dito no verso 15, "Ento o anjo me disse: As guas que viste, onde se assenta a prostituta, so povos, multides, lnguas e naes." Enquanto a Igreja de Jesus Cristo descrita como em glria, vestida de Sol, pisando a Lua e com uma coroa de 12 estrelas (tudo para dizer que ela "gloriosa, sem mcula nem ruga nem coisa semelhante", cf. Ef 5. 27), neste captulo , Joo fala de devassido. Ela h de ser julgada por prostituio, falta de carter.

O anjo transporta em esprito o apstolo Joo at um deserto. Nele, encontrada a referida mulher montada numa besta de cor vermelha. Esse monstro se caracterizava por ter 7 cabeas e 10 chifres, e estava carregado de blasfmias. A roupa da mulher era de prpura e escarlata (tecidos tingidos de finssima qualidade, de grife, diramos hoje), e estava enfeitada com jias de ouro, de prolas e pedras preciosas. Na sua mo, um clice de ouro que continha toda a corrupo e sujeira prprias da sua vida devassa e desavergonhada.

Havia um nome escrito na sua testa:

"BABILNIA, A GRANDE, A ME DAS MERETRIZES E DAS ABOMINAES DA TERRA".

Uma observao que todas as personagens destes ltimos contextos tm algo escrito na testa. Todos tm um "crach", o carto de visita:

os salvos tm o nome do Cordeiro que lhes trouxe o perdo e salvao;

os mpios tm o nmero 666, a marca da besta;

e a prostituta, Babilnia, a me de todas as corrupes.

A essa altura, a mulher apresenta-se embriagada com o sangue dos mrtires. Tantos irmos nossos foram mortos na Igreja Apostlica porque foram perseguidos, acuados, violentados, jogados s feras, enfim, martirizados de mil maneiras, e aqui est Babilnia, a grande prostituta completamente bbada, entorpecida, intoxicada. Joo a olha com admirao e espanto, ao que o anjo lhe assegura que ir proclamar todo o mistrio daquela mulher e do monstro que lhe serve de montaria.

No difcil entender que Joo, fazendo meno da Babilnia, est, na realidade, referindo-se cidade de Roma. Roma a capital do imprio do mesmo nome, e feroz perseguidora dos crentes em Jesus Cristo. Os crentes quando leram, entenderam que o Vidente falava do Imprio Romano e no da Babilnia poltica e fsica. H evidncias que elucidam isso. O verso 9 diz que "as sete cabeas so os sete montes, nos quais a mulher est sentada". Roma est edificada sobre 7 colinas. Precisa dizer mais?

A verdade que estamos rodeados pela influncia e prticas da Babilnia apocalptica.Onde h mentira, idolatria, imoralidade, corrupo, deslealdade, traio, a se manifesta o esprito da chamada "Grande Prostituta". Essa tendncia encontrada nas casas dos pobres e nas casas dos ricos, nas escolas, nas bocas-de-fumo, no ambiente poltico, no meio financeiro, no morro, no meio dos traficantes, nos chamados "bairros nobres" e nas "invases", nas grandes avenidas, nas praas e, at, ...nas igrejas. O esprito da ganncia, de ganhar por ganhar, de explorar o outro, de aproveitar-se da simplicidade de algumas pessoas tpico desta influncia.

A queda da Babilnia anunciada (Ap 18.1-5)

Joo afirma que, na viso, um anjo desceu do cu revestido de autoridade, o que fez a terra se iluminar com a decorrente glria. Este anjo exclama com forte voz: "Caiu! Caiu a grande Babilnia e se tornou morada de demnios..." (v. 2ss.) E no contexto do alerta sobre a queda da Grande Prostituta, outra voz foi ouvida do cu, ordenando que o povo que se chama pelo Nome do Senhor se retirasse da cidade para que no fosse tido por cmplice nas coisas erradas, nem sofresse inocentemente com os flagelos (morte, lamentaes, fome e incndios) que cairiam sobre ela, como realmente, mais adiante, Roma caiu fragorosamente, e a Roma de hoje no sequer um dcimo da Roma do passado.

Quem diria que os antigos imprios do Oriente seriam reduzidos a cinzas? Do Egito dos faras, o que resta so runas e lembranas. Quando se vai do Cairo a Giza (Giz) pela estrada que bordeja os canais do rio Nilo, ao se chegar regio das pirmides, o que se v algo deslumbrante. As trs grandes pirmides (Quops, Quefrem e Miquerinos) so extraordinariamente magnficas. A Grande Pirmide tem altura superior a uns 8 de nosso templo. Para qu? S para abrigar o corpo mumificado de um homem, e as riquezas de que precisaria na vida alm, de acordo com sua teologia. Tudo foi roubado e levado para museus da Europa.

Que desprestgio para reis to poderosos como os faras cujas mmias foram contrabandeadas e na identificao das caixas estava escrito "BACALHAU". Assim terminou a glria desses imprios. O Egito moderno no representa a potncia de Primeiro Mundo que era o Egito antigo. Lembranas e p.

Da Babilnia dos jardins suspensos (uma das sete maravilhas do mundo antigo), s encontramos igualmente pedras e p. A Roma Imperial, a Roma dos Csares e das injustias, caducou, foi esmagada pelas invases brbaras. O que sobrou da Roma Antiga s para turista matar a curiosidade. Tudo, entretanto, j havia sido antecipado nas profecias, como neste captulo 18 do livro do Apocalipse.

Esta profecia coloca dentro do mesmo processo de julgamento "todas as naes", "os reis da terra" e "os mercadores da terra". Quer dizer, todos os que favoreceram e se favoreceram da Grande Prostituta so culpados e sero submetidos a rigoroso julgamento. Com essas referncias, percebemos que haver um julgamento especial para os que se aproveitaram do poder poltico e do poder econmico para empobrecer e prejudicar os outros, coisa de que todos os dias os jornais do notcia, "E, contemplando a fumaa do seu incndio, clamavam: Que cidade semelhante a esta grande cidade?" (v. 18). A nossa o .

O julgamento no se fez esperar, pois "em uma s hora, foi devastada..." (leia os versos 16-19). Com Deus no se brinca, ou como ensina a Santa Palavra, "De Deus no se zomba; pois aquilo que o homem semear, isso tambm ceifar" (Gl 6.7).

Alegria no cu! (Ap 19.1-9)

o tema do captulo 19. Os cnticos de louvor so dominantes ao longo de todo o relato. Os grupos corais so formados por "uma numerosa multido" (vv. 1-3, 6-8) e pelos "vinte e quatro ancios e os quatro seres viventes" (v. 4). Houve tambm um solista annimo (v. 5).Nessa altura, o anjo profere uma expresso de bem-aventurana dos que so convidados a participar da festa de casamento do Cordeiro (Cristo) e de Sua noiva (a Igreja). Joo, de to impressionado e grato pela bno desse culto de ao de graas, ajoelha-se para adorar o anjo, que recusa a homenagem e aponta para Deus, o nico que merece o nosso culto e louvor. "Olha, no faas isso! Sou conservo teu e de teus irmos, que tm o testemunho de Jesus. Adora a Deus!", diz ele (v. 10).

Quando, finalmente, a Babilnia cair, a Igreja de Cristo vai se alegrar porque no faz parte do seu malfico, deletrio e pecaminoso sistema. A derrota de Satans um legtimo motivo de satisfao, alegria e louvor a Deus.

Entendamos que esse o modo como a comunho perfeita com Jesus Cristo se dar de fato. E se o cntico em 19.1 no deixa dvidas sobre a salvao, o poderio, a glria e o senhorio serem de Cristo Jesus, ento Deus tem todo o direito de julgar os Seus opositores e blasfemadores. verdade que os csares (imperadores romanos) haviam exigido dos seus sditos reverncia, culto e fidelidade porque a palavra de ordem era "Csar o senhor!". No entanto, atendendo a uma viso e chamada eternas, a lealdade, a adorao e o profundo respeito eram prestados pelos cristos a Jesus Cristo, e elevavam a palavra de ordem, de louvor, e de adorao, "Jesus Cristo o Senhor!"

Pois : "Caiu! Caiu a grande Babilnia...!" (18.2b)E dela no se ouve mais, porque "a sua fumaa sobe pelos sculos dos sculos" (19.3b).

Parte V

O APOCALIPSE - Estudo 9"O significado das sete taas"

Autor(a): PR. WALTER SANTOS BAPTISTA

Pastor da Igreja Batista Sio em Salvador, BA - E-Mail: [email protected]

Texto Bblico: Apocalipse 15.5-8; 16.1-19

Uma nova perspectiva ser abordada nesta reflexo: so sete taas da ira de Deus, cujos contedos so flagelos, pragas. Joo viu, no cu aberto, o santurio do tabernculo do Testemunho (15.5), de onde saram sete anjos portando taas com os mencionados flagelos (v. 6a).

Nesse ponto, um dos quatro seres viventes de Ap 4.7 deu aos anjos taas de ouro que continham a clera divina. O versculo diz que "O primeiro ser parecia um leo, o segundo parecia um boi, o terceiro tinha rosto como de homem, o quarto parecia uma guia em vo" (NVI). Um deles deu aos 7 anjos taas de ouro contendo a clera divina. Encheu-se o santurio de uma espessa cortina de fumaa que provinha da glria de Deus.

A Glria de Deus tanto no Antigo quanto no Novo Testamento apresenta manifestaes variadas. A Glria de Deus tem nome. Diz-se em hebraico, Kavod (dbk); em grego Doxa (doxa). Tanto a Kavod, a Glria Divina, contendo a Shekinah, a Presena Gloriosa de Deus, quanto a Doxa so igualmente essas manifestaes da Presena, da Glria, da Majestade e da Soberania de Deus, apresentando em ocasies diversas modos diferentes de manifestao. A Moiss, a Glria divina apresentou-se num arbusto que pegava fogo, mas no se consumia (cf. Ex 31-5); ao povo de Israel conduzindo-o noite no deserto, numa coluna de fogo; durante o dia nesse mesmo deserto, numa coluna de nuvens (cf. Ex 13.21); Isaas, no templo, apresentou-se como "a aba de sua veste [que] enchia o templo" (Is 6.1). No esqueamos, uma viso, e a fumaa do incensrio fez Isaas percebe-la como o manto do Senhor no alto e sublime trono. Neste captulo do Apocalipse, temos o mesmo, porm como uma espessa cortina de fumaa que vem da Glria divina.

Enquanto os sete flagelos no fossem cumpridos, ningum poderia penetrar no santurio. Isso retrata que j estamos chegando ao Juzo Final. Tenhamos, portanto, na mente, que a nfase destes captulos que o julgamento uma obra de Deus.

Primeira fase dos flagelos (Ap 16.1-9)

O primeiro flagelo (vv. 1, 2)"Ento ouvi uma forte voz que vinha do santurio e dizia aos sete anjos: 'Vo derramar sobre a terra as sete taas da ira de Deus". O primeiro anjo foi e derramou a sua taa pela terra, e abriram-se feridas malignas e dolorosas naqueles que tinham a marca da besta e adoravam a sua imagem."

A primeira taa vertida na terra pelo anjo que a portava. O flagelo nela contido atingiu as pessoas marcadas pela besta (cf. 13.16, 17), de modo que foram cobertas por chagas, feridas, machuces terrivelmente dolorosos e lceras malignas.

Esta praga e as trs que a seguem atingem a todos de um modo geral, por serem um ataque ao mundo natural, o mundo dos seres humanos. Jesus est dizendo Sua Igreja que Deus, Justo Juiz, est fazendo justia por conta das perseguies que a Igreja sofre.

Recordemos as tremendas perseguies. Havia perseguio de fora, promovida pelo Imprio Romano, quando os crentes eram perseguidos s pelo fato de colocarem sua f em Jesus Cristo, e afirmarem o Seu Senhorio. Num ambiente em que no se admitia esse tipo de pronunciamento, dizer que "Jesus o Senhor" era um crime de lesa-majestade, de lesa-estado, at, porque o imperador, o Csar Augusto (Csar o ttulo, Augustus porque era considerado "supremo, magnfico, exaltado") era reconhecido como um verdadeiro deus. E assim desejava ser dignificado como "O Senhor", "Kaisar Kyrios!!!" ("Csar o Senhor!!!") exclamavam seus sditos e adoradores. Os cristos, porm, reconhecendo o Senhorio de Cristo, afirmavam, "Iesous Kyrios!!!" No! "Jesus o Senhor!!!" sendo impossvel dividir a adorao.

Havia, com certeza uma grande caada aos crentes. Todos temos ouvido e lido sobre os mrtires dos primeiros momentos do Cristianismo. A Outra Igreja tem transformado esses mrtires em pessoas to especiais que esto muito acima de quaisquer outras, e criam, deste modo, erros doutrinrios e de prxis. So colocadas imagens supostamente buscando figur-las em nichos e altares, dias so dedicados a esses mrtires, que so muito mais irmos dos cristos evanglicos na f pura e inabalvel em Cristo que de outros que se dizendo cristos, acrescentam crendice e supertio que chamam f (to diferente da emunah, a f, bblica) outras coisas que a Escritura Sagrada no privilegia.

O que agora estamos vendo que os sofrimentos destes crentes esto sendo vingados, pois a ira de Deus cai pesadamente sobre os que fazem a Igreja de Jesus Cristo sofrer. Na verdade, o ensino da Escritura Sagrada que a vingana no nossa: pertence a Deus (Rm 12.19). Nossa a esperana nEle. Como diz a Santa Palavra no Salmo 146.5: "Como feliz aquele cujo auxlio o Deus de Jac, cuja esperana est no Senhor, no seu Deus".

O segundo flagelo (v. 3)

"O segundo anjo derramou a sua taa no mar, e este se transformou em sangue como de um morto, e morreu toda criatura que est no mar."

guas se transformando em sangue: j vimos esse filme. No Egito, pouco antes do xodo hebreu, as guas se tornaram sangue. Tambm este flagelo atinge a natureza, e, por extenso, as pessoas e suas circunstncias. Imagine no poder abrir uma torneira porque a gua sai em forma de sangue, nem tirar gua de um poo, nem ir a um rio, riacho, lago, colher um pouco de gua fresca na fonte por causa do sangue, no tomar um gostoso banho em nossas lindas praias porque est tudo poludo e impuro... O segundo anjo derrama sua taa no mar, que se tornou sangue e morreram peixes, moluscos e animais que o habitam. O simbolismo das guas que se tornam sangue altamente sugestivo para aquelas igrejas da sia Menor (feso, Esmirna, Prgamo, Tiatira, Sardes, Filadlfia, Laodicia). Os seus perseguidores derramavam o sangue dos fiis: agora, esto experimentando o mesmo. Est bem esclarecido isso no versculo 6, que menciona o prximo e semelhante flagelo: "pois eles derramaram o sangue dos teus santos e dos teus profetas, e tu lhes destes sangue para beber, como eles merecem".

O terceiro flagelo (vv. 4-7)

"O terceiro anjo derramou a sua taa nos rios e nas fontes, e eles se transformaram em sangue. Ento ouvi o anjo que tem autoridade sobre as guas dizer: 'Tu s justo, tu, o Santo, que s e que eras, porque julgaste estas coisas; pois eles derramaram o sangue dos teus santos e dos teus profetas, e tu lhes deste sangue para beber, como eles merecem'. E ouvi o altar responder: 'Sim, Senhor Deus todo-poderoso, verdadeiros e justos so os teus juzos".

Derramada a terceira taa nos rios e mananciais, tornaram-se eles em sangue. uma extenso da segunda taa, examinada acima. E o anjo proclama a justia divina que no deixa impune a injustia humana. Mais uma vez, a natureza atacada pelo flagelo.

O quarto flagelo (vv. 8, 9)

"O quarto anjo derramou a sua taa no sol, e foi dado poder ao sol para queimar os homens com fogo. Estes foram queimados pelo forte calor e amaldioaram o nome de Deus, que tem domnio sobre estas pragas; contudo, recusaram arrepender-se e glorific-lo".

Nunca vi tanto calor quanto neste janeiro passado. E para o ano vai ser pior. Parece que o Sol vero a vero fica mais quente?! Na sociedade urbana em que vivemos, cada ano mais ruas so asfaltadas e prdios so levantados. A absoro de calor pelo asfalto e pelo concreto algo incrvel, e essa quentura jogado em cima de todos.

Imagine, ento, essa taa da ira de Deus jogada no Sol. Deus na Sua infinita sabedoria, colocou cada planeta no seu lugar, cada estrela na sua posio. O Sol no pode ficar mais distante porque morreramos de frio, nem mais perto, ou seramos esturricados.

Mas imagine Deus colocando o Seu dedo, ou melhor, Sua taa de ira em nossa estrela, o que fez aumentar seu poder de gerar calor: combustvel em cima do Sol. Os seres humanos atingidos blasfemaram contra o Criador, em lugar de suplicar piedade, misericrdia, permanecendo, deste modo, impenitentes!

Um modo de martrio muito freqente na poca da Igreja primitiva era a fogueira. Quantos crentes, irmos nossos foram para a fogueira unicamente pelo privilgio e a bno de se considerarem pessoas salvas no sangue e no Nome de nosso Senhor Jesus Cristo. E agora temos o Sol como uma verdadeira fogueira em cima dos seus carrascos. Com o aumento da intensidade do calor do Sol, os opressores dos cristos receberiam em si mesmos idntico suplcio.

Segunda fase dos flagelos (Ap 16.10-21)

O quinto flagelo (vv. 10, 11)

"O quinto anjo derramou a sua taa sobre o trono da besta, cujo reino ficou em trevas. De tanta agonia, os homens mordiam a prpria lngua, e blasfemavam contra o Deus dos cus, por causa das suas dores e das suas feridas; contudo, recusaram arrepender-se das obras que haviam praticado".

As pragas a partir de agora mudam de alvo. Como possvel algum passar por tudo isso e no se arrepender?! Passar por tudo o que acima foi experimentado e no glorificar o nome do Senhor, e pedir misericrdia e piedade do Senhor? Com certeza, as pragas tm outro alvo. Em vez do mundo natural, o mundo poltico que as recebe.

Este primeiro flagelo da segunda fase foi derramado sobre o trono da besta, sendo que seu reino ficou tomado por trevas. Os homens foram atingidos por lceras e, por causa da intensa dor, at mordiam a prpria lngua. Quando se morde a lngua involuntariamente j doloroso, imagine mord-la porque a ira divina est sobre algum... Essa lngua mordida que podia proclamar o Nome do Senhor e dar glrias a Deus, louvar ao Senhor, passou a pronunciar palavres, blasfmias, clamando e reclamando contra o Criador.

O sexto flagelo (vv. 12-16)

"O sexto anjo derramou a sua taa sobre o grande rio Eufrates, e secaram-se as suas guas para que fosse preparado o caminho para os reis que vm do Oriente. Ento vi sarem da boca do drago, da boca da besta e da boca do falso profeta trs espritos imundos semelhantes a rs.

So espritos de demnios que realizam sinais miraculosos; eles vo aos reis de todo o mundo, a fim de reuni-los para a batalha do grande dia do Deus todo-poderoso. 'Eis que venho como ladro! Feliz aquele que permanece vigilante e conserva consigo as suas vestes, para que no ande nu e no seja vista a sua vergonha.' Ento os trs espritos os reuniram no lugar que, em hebraico, chamado Armagedon".

O alvo da sexta taa foi o rio Eufrates (o que passa em Bagd, no Iraque e despejado no Golfo Prsico). Quando jogada a taa naquele grande rio, ele secou. Isso de seca, j conhecemos igualmente. Muitos rios, no nosso serto, ficam completamente secos na poca de estiagem. Mas quando vm as primeiras chuvas, eles enchem, e o impressionante que h vida nesses rios, pois em pouco tempo j esto pululando com peixinhos, camares, e reverdecem as suas margens. A caatinga, ento, parece um mar com a sua folhagem verde...

No Oriente Prximo isso de rio seco histria j contada. O rio seco recebe o nome rabe de uadi (wadi), e ocorre neles o mesmo fenmeno conhecido no serto: s primeiras chuvas, enchem-se de gua. Jesus contou uma histria onde falava de um desses uadis, a parbola dos dois alicerces (cf. Mt 7.24-27). O Vidente Joo fala do rio Eufrates, um grande rio que se tornou um uadi, para que desse o preparo para os reis que vm do Nascente (v. 12).

Joo presenciou uma coisa horrorosa: saram das bocas do Drago, da Besta e do Falso Profeta espritos imundos que se pareciam com rs. E como na falsa religio, como vimos anteriormente, tudo uma pardia do evangelho de Jesus Cristo, h uma maligna e horrorosa trindade. Falamos em Pai, Filho e Esprito Santo com vistas s relaes essenciais da Santssima Trindade, mas agora temos a infernal e Malignssima Trindade formada pelo Drago, a Besta e o Falso Profeta.

Nesta nova praga poltica, quando a besta se v acuada, envia representantes seus para reunirem os que por ela foram seduzidos e esto desorientados. Deste modo, a Trindade Maligna vai agir diretamente sobre os que tm poder sobre as naes, os chefes de governo dando-lhes autoridade e poder para a realizao de suas ms obras.

O stimo flagelo (Ap 16.17-21)

"O stimo anjo derramou a sua taa no ar, e do santurio saiu uma forte voz que vinha do trono, dizendo: 'Est feito!' Houve, ento, relmpagos, vozes, troves e um forte terremoto.

Nunca havia ocorrido um terremoto to forte como esse desde que o homem existe sobre a terra. A grande cidade foi dividida em trs partes, e as cidades das naes se desmoronaram. Deus lembrou-se da grande Babilnia e lhe deu o clice do vinho do furor da sua ira. Todas as ilhas fugiram, e as montanhas desapareceram. Caram sobre os homens, vindas do cu, enormes pedras de granizo, de cerca de trinta e cinco quilos cada; eles blasfemaram contra Deus por causa do granizo, pois a praga foi terrvel".

Como os ltimos flagelos, tambm este ataca o mundo poltico, mas espalhado pelo ar. Surgem fenmenos atmosfricos como relmpagos, troves e pedras de gelo, e, ainda, um tremendssimo terremoto, que fez a grande cidade se dividir em trs partes. Babilnia era o pas, mas era, tambm, o nome da metrpole que se dividiu, o que aumentar o horror da cena. Por conta disso, as ilhas fugiram e os montes no mais foram encontrados. J imaginou o leitor se, de repente, a Ilha de Itaparica, a Ilha da Mar, a da Madre de Deus e as outras desaparecessem de nossa Baa de Todos os Santos? Foi o que aconteceu. Os montes, as colinas, os outeiros sumiram do mapa, tal foi o horror momento.

Em algumas tradues do Apocalipse est dito que cada pedra de gelo pesava um talento. So 35kg. Tem havido chuva de granizo em alguns lugares. So pedras at pequenas, mas fazem grande destruio: ferem pessoas, fazem mossas em automveis. So diminutas, mas a fora da queda to grande que elas causam desastres. Imagine uma pedra de 35kg caindo sobre algum...

Chama a nossa ateno a expresso "est feito" encontrada no versculo 17. Esse "est feito!" pode ser colocada em paralelo com o "Est consumado!" de Joo 19.30, quando Jesus recebeu o gole de vinagre. "Acabou! Chegou ao fim! A obra est realizada!", o que est sendo dito.

Essa a grande mensagem do Apocalipse. Essa lio no pode sair de nossa mente, e quando ligamos a questo da obra consumada, do que tem acontecido, do que vai acontecer, do que Deus nos alerta, sem dvida, o momento de uma reflexo sria e profunda sobre ns mesmos e nossa circunstncia de vida.

Parte VI

O APOCALIPSE - Estudo 8"Eis que vem com as nuvens..."

Autor(a): PR. WALTER SANTOS BAPTISTA

Pastor da Igreja Batista Sio em Salvador, BA - E-Mail: [email protected]

Contra as foras do malTexto Bblico: Apocalipse 12.1-8; 13.1-18

O centro de tudo continua a ser a Igreja de Jesus Cristo, suas lutas tanto internas quanto externas, as perseguies que sofre, e a segurana de uma vitria que certa. O livro nos fala sobre luta e vitria. Derrota nunca, mas vitria assegurada! Nesta prxima viso, o conflito entre o Bem e o Mal no cessou e nem vai cessar. Ele continua, mas ser retratado com novos smbolos. Surgem o drago e duas bestas: a que vem do mar e a que vem da terra. Por essa razo, precisamos entender os cdigos envolvidos.

A mulher e o drago (Ap 12.1-8)

Aqui est uma mulher vestida de glria. Como faltassem ao autor palavras humanas adequadas para descrever o magnfico momento que testemunhava, ou que pudessem retratar a belssima viso que estava presenciava, teve de faz-lo deste colorido modo: uma mulher "vestida de glria"; seu vestido o Sol, o tapete a Lua, e sua coroa, 12 estrelas. Que viso magnfica... Tanto era o brilho que ele disse "ela estava vestida de sol". Que extraordinria, linda, magnfica viso diante do Vidente Joo.

Mas ela se encontra em crise, porque em processo de dar luz a uma criana, e sofre. Conhecemos senhoras que deram luz um beb de modo absolutamente natural, e sem qualquer sofrimento. Mas temos ouvido de processos dolorosos e crticos. Esta mulher da viso apocalptica a Igreja de Jesus Cristo, que no ensino da Bblia Sagrada uma s, seja na Antiga Aliana ou na Nova Aliana: e a Igreja dos salvos na f. Para uns, no Cristo que viria; para outros, no Cristo que j veio. Afinal, Abrao, pai dos israelitas, chamado na Escritura de "pai dos que crem" (Rm 4.11). A rigor, s existe um povo escolhido por Deus, uma raa eleita e um sacerdcio real. O Israel da Antiga Aliana prefigura o Israel da Nova Aliana, que a Igreja de Cristo, Sua noiva aguardando o retorno do noivo conforme o ensino dos apstolos (cf. 2Co 11.2; Ef 5.25-27; Ap 21.2)

Este povo, chamado de Israel de Deus, o remanescente fiel (veja Rm 9.27; 11.5), a Igreja de Cristo, tem sido alvo de desprezo, de escrnio, de perseguio como tem acontecido ao longo destes sculos. Mas isso s quando vislumbrado com os olhos humanos. Visto, porm , com o sentimento de Jesus Cristo, a Sua Igreja, Sua noiva, to cheia de glria que merece ser descrita como "mulher vestida de sol com a lua debaixo dos ps e uma coroa de doze estrelas na cabea" (Ap 12.1)

O menino que h de nascer mencionado no verso 5 , segundo muitos especialistas no Apocalipse, o Cristo. No se preocupe com o pensamento lgico ou fora da lgica da literatura apocalptica. Pois, se acima est dito que a Igreja a esposa de Cristo, agora ensina o Apocalipse que a criana prestes a nascer Ele prprio. Mas no deveria ser o contrrio? A linguagem oriental, e mais ainda, a linguagem simblica, emblemtica deste tipo especial de literatura nem sempre segue as regras, normas e padres do pensamento ocidental, grego, a que estamos acostumados. A lgica da Revelao toda outra. O prprio Senhor Jesus Cristo o demonstrou quando ao longo do Seu ensino declarou que quem sempre quer ganhar, termina por perder (Mt 19.29). Quem no se importa de tudo abandonar pelo amor de Jesus, recebe o reino e o restante. Algum quer ganhar, ganhar, ser o exclusivo, resulta por ser o ltimo, porque a palavra proftica de Jesus Cristo diz que "muitos dos primeiros sero ltimos, e muitos dos ltimos, primeiros" (Mt 19.30). Porm, se algum se colocar numa posio de submisso, de humildade, h de ser elevado, porque a lgica do evangelho extremamente diferente da filosfica. No Apocalipse, tambm. o Cristo que h de nascer pela pregao da Igreja no corao de tanta gente. O fato que esta criana "h de reger todas as naes com cetro de ferro", expresso que aparece no Salmo 2.9.

E o drago? (Ap 12.4, 5)

descrito como gigantesco, vermelho, com 7 cabeas que portam diademas, 10 chifres, e cuja poderosa cauda, golpeando, arrastava um tero das estrelas, que eram jogadas terra. Estava postado em frente da mulher, apenas aguardando que a criana nascesse para devor-la. Ao ser dado luz o menino, foi este imediatamente arrebatado para o trono de Deus, sendo que a mulher, fugindo para o deserto, encontrou um lugar preparado por Deus onde ficaria num perodo de espera.

Um pouco abaixo, no versculo 9, est identificado o drago. "a antiga serpente, que se chama diabo e Satans, o sedutor de todo o mundo". J velho conhecido, portanto... O texto vai adiante: "foi atirado para a terra, e, com ele, os seus anjos". Quer dizer, o que fizera com as estrelas jogando-as para a terra, aconteceu-lhe. O grande drago, a velha serpente, virou lagartixa nas mos das tropas celestiais liderandas por Miguel, que tem a patente de arcanjo, e cujo nome, s ele, j fala de vitria (Miguel em hebraico significa "Quem pode ser comparado a Deus? Quem como Deus").

A figura apresentada tem muita fora. Diz o versculo 3 que era "grande, vermelho, com sete cabeas, dez chifres e, nas cabeas, sete diademas". 7 cabeas coroadas significam o poderio universal de Satans (leia Ef 2.2; 6.12; Ap 17.9); 10 nmero de plenitude, chifre autoridade (cf. Ap 17.12; Zc 1.18, 19), diadema (ou coroa) , igualmente, smbolo de autoridade.

D para entender a tremenda influncia satnica atuando nos governos, nos palcios, nas administraes, nos Senados, nas Cmaras, na poltica, enfim, na obra deletria, perversa, malvada, maligna de destruir os fundamentos e a beleza da obra de Deus, e, sobretudo, de derrubar e derrotar o Seu povo.

Mas no vence, no. Ele prprio derrubado, derrotado e ouve a proclamao dos cus: "Agora, veio a salvao, o poder, o reino do nosso Deus e a autoridade do seu Cristo... festejai, cus... " (cf. Ap 12.10-12). Perceberam porque Satans faz um ataque to violento ao povo de Deus?

A besta que vem do mar (Ap 13.1-10)

Todo o captulo 13 sobre esta besta. De onde vem esta palavra? Vem da lngua latina (bestia) e significa "fera". Em nossa linguagem coloquial, tem trplice significado: 1.

inteligente ("ele fera (sabido) na matematica"); 2. convencido, orgulhoso ("nunca vi uma pessoa to besta (pedante) como Fulano"); 3. atoleimado ("larga de ser besta (bobo, tolo), Sicrano").

O significado bsico deste vocbulo o de "animal feroz" (h uma modelo de veculo cujo nome Besta, ou seja, Fera). Este animal feroz agora descrito procede das guas do mar. No mais o cenrio da terra, nem o dos cus. No mais o cenrio da mulher vestida gloriosamente de sol, pisando o tapete da lua. Agora a fera que vem do mar. A descrio da fera, que mistura ona, urso, leo e drago mitolgico num s ser, apresenta, mais uma vez, seu poder devorador, sua personalidade e fora recheadas de malignidade. Por isso, o design da besta representa, na reunio de vrios animais, a extrema ferocidade..

A descrio semelhante anterior: 10 chifres, 7 cabeas, 10 diademas sobre os chifres e uma faixa, como se fosse uma "Miss", com palavres e blasfmias, que coisa prpria de Satans. Blasfmia, palavres e improprios, palavras torpes e obscenas, piadas de mau gosto a pedagogia Satans, s o que ele sabe ensinar.

Mas no era um drago, e, sim, um leopardo monstruoso, uma monstruosa ona, pois alm de 7 cabeas, tinha ps de urso e boca como a de um leo.

O final do versculo 2 diz qual a sua pretenso, visto que o drago lhe concedera "o seu poder, o seu trono e grande autoridade". Que deseja ela? Domnio e autoridade.

Observe que a situao extremamente sria, pois se trata de governo, e de governo mundial. Mar representa na linguagem apocalptica as naes do mundo. O animal retratado, alis, j fora encontrado no livro de Daniel 7 No verso 2, encontramos o mar (chamado "mar Grande", o Mediterrneo). Nos versos 3 a 7, quatro animais: um leo, um urso, um leopardo, e outro no descrito fisicamente, mas apenas com adjetivos como "terrvel, espantoso e forte, com dez chifres". Daniel fala do mesmo animal.

Estamos falando de governo mundial. No relato da tentao de Jesus Cristo, que pode ser lido em Lucas 4.1-13, est registrado que o Inimigo ofereceu a Jesus "todos os reinos do mundo" dizendo, "Dar-te-ei toda esta autoridade e a glria destes reinos, porque ela me foi entregue, e a dou a quem eu quiser" (Lc 4.6). O Mestre recusou. Jesus Cristo tem Sua glria prpria, no precisa da que dada por Satans. Mais adiante, Jesus declarou que Seu reino no era nem poderia ser deste mundo (leia Jo 18.36), o que faz absoluto sentido porque os reinos do mundo esto sob o controle deste Inimigo-de-nossas-almas.

A besta que vem do mar tambm no ser vitoriosa, como veremos adiante.

A besta que vem da terra (Ap 13.11-18)

Se a primeira besta representa o poder dos governos com tudo a que tm direito nas manobras polticas, seduo de vidas e engodos diplomticos, a segunda besta, "a que vem da terra", significativa do poder da falsa religio.

A descrio do culto satnico no verso 4 de arrepiar! Observe: "Adoraram o drago, que tinha dado autoridade besta, e tambm adoraram a besta, dizendo: Quem como a besta? Quem pode guerrear contar ela?"

Que terrvel a exaltao feita besta: "Quem semelhante besta? Quem pode guerrear contra ela?" Todo culto falso uma pardia, o contrrio do que ensina a Sagrada Escritura. E no precisamos ir muito longe: o Candombl resulta num falso culto porque parodia o Culto da Antiga Aliana. Num sacrifcio, o animal dedicado deveria ser absolutamente sem mancha, todo branco. No Candombl, o animal oferecido e todo preto. O leo da uno feito com azeite extra-virgem substitudo pelo azeite de dend. Os bolos oferecidos como oferta de paz so substitudos por outras comidas, inclusive pipocas. Pombinhas so substitudas por um galo. Pardia.

Voltemos a ateno para Apocalipse 12.7, onde fala de Miguel. Lembra-se do significado deste nome? "Mi-cha-El?" a expresso na lngua de Jesus que pergunta j com a segurana da resposta implcita: "Quem semelhante a Deus? "Quem pode pelejar contra Ele?"Aqui, no entanto, a pergunta se torna "Quem semelhante besta?"O contrrio do Culto divino. Em vez de perguntar, "Quem, Senhor, igual a Ti? Quem pode ser como Tu s?" Eles perguntavam, "Quem pode ser semelhante a este drago? Quem pode ser semelhante a esta fera to maravilhosa e plena de sinais que vem do mar?" O poder da falsa religio, portanto. Isso significa que o culto da besta uma pardia muito mal feita da adorao a Deus Todo-poderoso.

Observe os detalhes da aparncia desta diablica fera: como um manso e terno cordeirinho. A figura do cordeiro bblica. O cordeiro dos sacrifcios da Antiga Aliana prefigura Cristo, chamado por Joo de "cordeiro de Deus, que tira os pecados do mundo" (veja Jo 1.29; Ap 5.6; 1Pe 1.19; 2.24).

O balido do cordeirinho suave, e delicado. No entanto, este diferente: fala como drago (v. 11). Percebeu onde est a mentira? Falsa religio! Sim; porque esse crime tem nome: falsidade ideolgica. E Satans e nada mais nada menos que um portador de falsidade ideolgica, e a falsa religio pode at assemelhar-se adorao, prtica, linguagem e liturgia da Igreja de Jesus Cristo. A diferena, no entanto, est na sua essncia: na palavra, porque fala como drago, e no como o Cordeiro de Deus. Essa a m notcia: engana os desavisados, os incautos, os iludidos e os que ficam encantados com qualquer coisa bonita e ruidosa que lhes parea a verdadeira religio. E vo atrs, pois qualquer ajuntamento, evento, novidade, modismo, qualquer coisa que aparea que se assemelhe verdadeira religio e falando at em nome da religio h quem v atrs. E mesmo gente de igreja (para no dizer da nossa igreja...)

A boa notcia que ns no somos enganados porque Jesus Cristo o garantiu. Ele deixou bem claro: "Eu sou o bom pastor; conheo as minhas ovelhas, e elas me conhecem a mim" e tambm, "As minhas ovelhas ouvem a minha voz; eu as conheo, e elas me seguem" (Jo 10.14, 27).

A religio mentirosa, falsa, no parece querer prejudicar, mas prejudica; no parece ser m, mas o . somente ver as suas obras:

exerce toda a autoridade da besta que vem do mar (submete-se ao poder governamental, anda "assim" com o governo, o que ele diz, ela faz, no interessa quem est no governo, pois ela sempre est junto, v. 12a);

leva as pessoas a adorarem a primeira besta (v. 12b);

opera grandes sinais, seduzindo, deste modo, e enganando as pessoas crdulas e confiantes (vv. 13, 14);

repassa imagem da besta seu flego para que esta fica animada e fale e ordene que sejam mortos os que no a adorarem (De

us criou o ser humano e deu-lhe o Seu flego, pois Satans fez o mesmo com a besta, v. 15); coloca uma marca, tatuagem, sinal ou implante na mo direita ou na testa, a fim de exercer controle sobre a indstria e o comrcio (vv. 16, 17).

O versculo final ensina a calcular o nmero dessa besta: 666. Minha filha me chamou a ateno para um comercial de tintura de cabelos que est passando na TV, uma modelo est falando e por trs dela aparece uma caixa com a marca e o nmero da cor que ela est usando [666]. No final do comercial, a modelo declara, mostrando o cabelo bem vermelho, "O que estou usando o 666..." Pai Eterno!... No outro seno o sinal da besta!

Diz a Escritura que este o nmero do Anticristo, o nmero de um homem. H quem imagine que o Anticristo deva ser um lder religioso altamente magntico, capaz de profundamente influenciar as massas populares. H quem imagine que seja uma organizao religiosa ou o seu cabea e pastor. O texto no identifica quem seja o Anticristo, mas diz que o nmero 666 nmero de homem.

Est lembrado de que falamos que o nmero 7 representa algo completo, obra plenamente realizada, plenitude? Se 7 o completo, o realizado, 6 o incompleto, o irrealizado. 6 o nmero que, por mais que se repita, por mais que se esforce nunca chegar a ser 7. Da a sequncia 6, 6, 6, 6, 6, at o infinito, mas vai ficar nisso: por mais que tente, no conseguir ser 7, ou seja, o nmero salvao, da obra consumada na cruz e na ressurreio.

O Anticristo assume muitas formas, mas uma caracterstica bsica permanece: no fala como Jesus, no nos olha como Jesus Cristo, no nos ama como o Salvador, no cuida de ns como o Bom Pastor. falso. Mas glria a Deus que temos um Pastor que cuida de ns, que olha por ns, e at deu Seu sangue para nossa salvao!

Parte VII

O APOCALIPSE - Estudo 7"Eis que vem com as nuvens..."

Autor(a): PR. WALTER SANTOS BAPTISTA

Pastor da Igreja Batista Sio em Salvador, BA - E-Mail: [email protected]

O livro doce e as duas testemunhasTexto Bblico: Apocalipse 10.8-10; 11.3-12

Entre a sexta e a stima trombetas, h uma pausa. O mesmo j havia acontecido entre o sexto e o stimo selos (veja o captulo 7). Temos um padro: entre a sexta e a stima trombetas, uma interrupo. O objetivo desta pausa apresentar a prxima trombeta como sendo de importncia especial, fazer um suspense dentro do livro do Apocalipse.

Troves e livrinho (Ap 10.8-10)

O centro de ateno desta pausa um livro que est mencionado no verso 2, "Ele [o anjo] segurava um livrinho, que estava aberto em sua mo". Este livro tem algo escrito. Que vamos encontrar?

A mensagem deste pequeno captulo (apenas onze versculos) que, apesar de toda essa violncia, destruio e recusa de receber a graa de Deus, a situao no pode nem vai continuar deste modo. Nosso Deus no pode permitir, no vai permitir, e assegura-nos aqui que este estado de coisas no pode continuar desta maneira. Por isso, o anjo que, envolvido pela nuvem, havia descido do cu trazendo um livrinho, com o arco-ris sobre a cabea, a face resplandecente como o Sol e as pernas como colunas ardendo, de fogo, pe o p direito sobre o mar e o esquerdo, sobre a terra, e brada com uma forte voz. Imaginem um gigantesco anjo vindo a nossa cidade, e colocando o p direito na Baa de Todos os Santos e o esquerdo sobre a terra, na regio do Comrcio, comea a bradar com uma voz muito forte como se fora um trovo.

Tendo isso acontecido, sete troves falaram, ou seja, a idia de algo grandioso, majestoso e completo. Uma voz vinda do cu disse ao espantado Joo, no exato momento quando ia registrar o que havia presenciado, que mantivesse em segredo o que havia ouvido. Fala o anjo e profetiza que no haver demora para que as ltimas coisas aconteam.

No parou nessa palavra o que o anjo tinha a dizer, e, ento, recomenda o Vidente a tomar o livrinho que est na sua mo e o comesse. Esse livro tem a qualidade de ser doce na boca, porm amargo no estmago. H comprimidos que so docinhos na boca, mas saindo a agradvel camada doce so horrivelmente amargos. um paralelo com o que aconteceu a Joo. A exortao que vem a Joo que ele profetize a respeito do que h de acontecer a povos, naes e governantes.

Por que o livro apresentava esse contraste: ser doce na boca e amargo no ventre? Sem dvida, d para compreender que o lado doce e suave do livrinho a salvao e seus suavizantes, salutares e curativos efeitos. Realmente, a salvao e algo de mais saboroso que pode acontecer a uma pessoa. Quando algum reconhece Jesus Cristo como Salvador pessoal, h uma transformao que o leva a sentir o mundo de um modo suave, absolutamente doce. O lado amargo do evangelho, o lado amargo desse mesmo livro, representa a promessa de julgamento nos termos de Joo 3.36, que ensina, "Por isso, quem cr no Filho tem a vida eterna; o que, todavia, se mantm rebelde contra o Filho no ver a vida, mas sobre ele permanece a ira de Deus". No terrvel? O lado doce a pregao, por essa razo, eu no me canso de pregar, de anunciar que Jesus Cristo o meu Salvador, que Ele tem salvao suficiente e eficiente para todo aquele que cr. Mas a minha lamentao por aquele que no cr. o meu lado amargo: sinto uma enorme amargura na boca, no estomago quando verifico que a mensagem do evangelho tratada levianamente por quem a ouve. Uma mensagem de renovao, de eternidade, at. Mas quando recusada, traz ao pregador uma amargura sem dimenso.

Algumas reflexes

um captulo to pequeno, e, no entanto, apresenta fatos relevantes, como a chamada de Joo e a ordem que ele recebe de pregar o evangelho. Sua vocao est nos versos 8 a 10, quando ele encorajado a comer o livrinho.

Esta figura ("comer a palavra") j havia aparecido na Escritura Sagrada como ocorre em Jeremias 15.16 ("Quando as tuas palavras foram encontradas, eu as comi; elas so a minha alegria e o meu jbilo, pois perteno a ti, Senhor Deus dos Exrcitos"). O profeta Jeremias j havia experimentado esse mesmo livrinho. Em Ezequiel 3.1-3, est dito: "E ele me disse: 'Filho do homem, coma este rolo; depois v falar nao de Israel'. Eu abri a boca, e ele me deu o rolo para eu comer. E acrescentou: 'Filho do homem, coma este rolo que estou lhe dando e encha o seu estmago com ele.' Ento eu o comi, e em minha boca era doce como mel". Ezequiel, portanto, menciona que havia compartilhado deste mesmo livro, que, sem dvida, todos ns j temos comido, e tem sido doce na nossa boca, a salvao, e amargo no nosso ventre, a recusa dessa mesma bno.

O significado clarssimo: o pregador da mensagem deve experimentar o doce e o amargo da pregao que salva, o lado prazeroso e o sofrimento de pregar o juzo de Deus. Como conheceremos a felicidade e a doura de ter os pecados perdoados e da comunho eterna com Cristo, se no absorvermos a Santa Palavra? Como saberemos do destino final do mpio, de sua eterna separao de Deus, se no experimentarmos o fel e o gosto de absinto, o amargor dos resultados da mensagem de salvao rechaada?

A outra reflexo tem a ver com a conseqncia de sua chamada. Estamos falando da misso que lhe foi confiada: " necessrio que ainda profetizes a respeito de muitos povos, naes, lnguas e reis" (v.11). Jeremias e Ezequiel tambm ouviram comisses como essa (cf. Jr 15.16-18 e Ez 2.9-3.9).

Todos, em todos os lugares, de todas as lnguas, do governante da nao ao mais simples, ao povo comum, todos tm o direito de ouvir a mensagem que salva. Todos, em todos os pases, de todos os dialetos e sotaques, do palcio do governo pessoa mais simples que passa na rua ou se deita nas caladas tm a grave responsabilidade de ter a ocasio de dizer "sim" ou dizer "no" ao Deus misericordioso que chama, clama, bate porta e convida, num gesto de ternura, carinho e graa, que no outra coisa seno o amor que no merecemos, mas que Ele nos d.

As duas testemunhas (Ap 11.3-12)

Vem agora a segunda parte do intervalo entre a sexta e a stima trombetas. No podemos, porm, esquecer que a nfase a urgncia da proclamao. O evangelho que pregamos tem regime de urgncia urgentssima, no pode ser retardado, demorado. a necessidade de arrependimento, de converso, porque Cristo em breve vem. E o verso 6 do captulo 10 declara, "J no haver demora".

Os versculos 3 a 6 deste captulo do um retrato da Igreja de Cristo na figura de duas testemunhas, que representam tambm a totalidade da Igreja, a do Antigo Testamento e a do Novo Testamento. Como so descritas essas duas testemunhas?

"Vestidas de pano de saco", smbolo de humildade e arrependimento (v. 3b);

expelindo fogo pela boca se algum pretender causar-lhes dano; figura do poder do evangelho (v. 5a);

tendo autoridade sobre o cu para impedir as chuvas durante a sua pregao, como agente do Todo-Poderoso (v. 6a);

tendo autoridade sobre as guas para convert-las em sangue, confirmando sua condio de agncia do reino de Deus (v. 6b).

Discute-se muito sobre quem seriam as duas testemunhas. H quem afirme que so Moiss e Elias, at porque ambos exerceram a autoridade de realizar sinais: descer fogo do cu, transformar gua em sangue, ou impedir que chovesse.

A verdade que no fcil ser testemunha do evangelho de Cristo, razo porque os versos 7 a 9 mencionam que so mortas e expostas curiosidade do povo. A oposio ao evangelho sempre haver, pois, "a besta que surge do abismo pelejar contra elas, e as vencer, e matar" (v.7). Porm, diz a Escritura Sagrada que Deus no permitir que nossa alma veja a corrupo, e, deste modo, a gloriosa ressurreio vai acontecer, e o arrebatamento nos levar ao Senhor, como declaram os versos 11 em diante: "... um esprito de vida, vindo da parte de Deus, neles penetrou, e eles se ergueram sobre os ps, ... e as duas testemunhas ouviram...: Subi para aqui. E subiram ao cu numa nuvem..."

No podemos deixar de dizer agora: Glria a Deus! A vitria dEle que no deixar que nossos corpos vejam a corrupo, e seremos arrebatados como as duas testemunhas o foram. Passou o segundo "ai!"

Parte IX

O APOCALIPSE - Estudo 6"As Trombetas"

Autor(a): PR. WALTER SANTOS BAPTISTA

Pastor da Igreja Batista Sio em Salvador, BA - E-Mail: [email protected]

Apocalipse 8.6-13; 9.1-21; 11.15-19

"Ento os sete anjos que tinham as sete trombetas preparam-se para tocar" (Ap 8.6)

Estes captulos do livro do Apocalipse tratam de oraes e proclamaes. O incenso utilizado no santurio subindo com as oraes dos santos e se unindo s trombetas dos 7 anjos.

Por que foram apresentadas estas 7 trombetas? O simbolismo de fcil identificao: trombetas do comandos, sinais de alerta, chamam a ateno para algo importante a ser comunicado. Quando a tropa ouve a corneta, sabe se deve se colocar em posio de sentido ou de descansar. Compreende se deve marchar, debandar ou ir para o rancho.

H um caso famosssimo na histria da Bahia que o episdio envolvendo o soldado chamado Corneta Lopes. Por ocasio da batalha de Piraj, Lopes fez algo inusitado. Recebera ordem de tocar "retirada"; no entanto, tocou "avanar e degolar!". A tropa baiana avanou, e a portuguesa debandou. J estava esta ganhando a batalha, mas houve um tremendo susto, e com isso os brasileiros venceram a batalha, expulsaram os lusitanos, e deu-se a independncia da nica poro de solo ptrio ainda em mos europias. Com isso, surgiu o 2 de julho, data da independncia da Bahia. A rua entre o nosso templo e o Teatro Castro Alves chama-se Travessa Corneta Lopes em sua homenagem, o heri que utilizou sua trombeta para elevar o moral das tropas nacionais.

Em Josu 6.5, Deus anunciou com trombetas o julgamento da mpia cidade de Jeric. O contexto de Nmeros 10.1 e 2 apresenta trombetas convocando o povo para a adorao. As trombetas do Apocalipse vo anunciar alguma coisa, e no coisa boa, a no ser uma delas. So at de assustar. Elas exortavam "Pare! Deixe de fazer o que est praticando! Arrependa-se!" Podemos dizer que so instrumentos profticos.

Pragas e trombetas (Ap 8.6-13)

Neste livro, as trombetas trazem mensagens breves e anunciam pragas. E como explica o verso 7, essas pragas destinam-se natureza. Corresponde primeira trombeta: "saraiva e fogo misturado com sangue". Pedras caindo do cu, fogo e sangue... Ttrico! Como resultado, um tero da terra foi queimado, incluindo rvores e gramados.

Ou, ainda, no caso do alerta da segunda trombeta, uma grande montanha em chamas foi jogada ao mar. Imaginemos que estando aqui em Salvador com esse enorme mar frente, de repente, cai uma montanha de fogo na Baa de Todos os Santos matando um tero do que estava no mar: navios petroleiros, barcos de pesca, os ferry boats, os lindos navios de cruzeiros que chegam quase diariamente ao nosso porto. Dizem os versos 8 e 9 que um tero da fauna marinha foi dizimada, sendo que navios e barcos foram igualmente destrudos (vv. 8, 9). conveniente recordar que no episdio da primeira praga sobre o Egito, as guas tornaram-se sangue.

Ao tocar a terceira trombeta, caiu uma estrela de fogo. E e