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UNISALESIANO
Centro Universitário Católico Salesiano Auxilium
Curso de Enfermagem
Ana Laura Teixeira Amaro
Jéssica Aparecida Gregório Ferreira
Lais Daniele Lourenço da Silva
AS DIFICULDADES ENCONTRADAS POR
ENFERMEIROS NA IMPLANTAÇÃO DA
CLASSIFICAÇÃO DE RISCO EM UM SETOR DE
EMERGÊNCIA DE UMA UNIDADE HOSPITALAR
DO INTERIOR PAULISTA
LINS – SP
2016
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ANA LAURA TEIXEIRA AMARO
JÉSSICA APARECIDA GREGÓRIO FERREIRA
LAIS DANIELE LOURENÇO DA SILVA
AS DIFICULDADES ENCONTRADAS POR ENFERMEIROS NA
IMPLANTAÇÃO DA CLASSIFICAÇÃO DE RISCO EM UM SETOR DE
EMERGÊNCIA DE UMA UNIDADE HOSPITALAR DO INTERIOR PAULISTA
Trabalho de Conclusão de Curso apresentado à Banca Examinadora do Centro Universitário Católico Salesiano Auxilium, curso de Enfermagem, sob a orientação da Profª Esp. Fabiana Aparecida Monção Fidelis e orientação técnica da Profª Ma. Jovira Maria Sarraceni.
LINS-SP
2016
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Amaro, Ana Laura Teixeira; Ferreira, Jéssica Aparecida Gregório; Silva, Lais
Daniele Lourenço.
As dificuldades encontradas por Enfermeiros na implantação da Classificação
de Risco em um setor de emergência de uma unidade hospitalar do interior paulista
/ Ana Laura Teixeira Amaro; Jéssica Aparecida Gregório Ferreira; Lais Daniele
Lourenço Silva – – Lins, 2016.
79p. il. 31cm.
Monografia apresentada ao Centro Universitário Católico Salesiano Auxilium –
UNISALESIANO, Lins-SP, para graduação em Enfermagem, 2016.
Orientadores: Jovira Maria Sarraceni; Fabiana Aparecida Monção Fidelis.
1. Triagem. 2. Acolhimento. 3. Emergência. I. Título .
CDU 616-083
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ANA LAURA TEIXEIRA AMARO
JÉSSICA APARECIDA GREGÓRIO FERREIRA
LAIS DANIELE LOURENÇO DA SILVA
AS DIFICULDADES ENCONTRADAS POR ENFERMEIROS NA
IMPLANTAÇÃO DA CLASSIFICAÇÃO DE RISCO EM UM SETOR DE
EMERGÊNCIA DE UMA UNIDADE HOSPITALAR DO INTERIOR PAULISTA
Monografia apresentada ao Centro Universitário Católico Salesiano Auxilium,
para obtenção do título de Bacharel em Enfermagem.
Aprovada em: ___/___/____
Banca Examinadora:
Prof. Orientadora: Fabiana Aparecida Monção Fidelis
Titulação: Enfermeira Especialista em Administração dos Serviços em Saúde
pela Universidade de Ribeirão Preto – UNAERP e Mestrando em Enfermagem
pela UNESP de Botucatu.
Assinatura: ______________________________________
1º Prof: Me. Paulo Fernando Barcelos Borges
Titulação: Mestre e Doutorando em Enfermagem pela Universidade Estadual
Paulista – UNESP.
Assinatura: ______________________________________
2º Prof (a): Ellen Carolina Dias Castilho
Titulação: Mestre e Doutoranda em Ciências pelo Programa de Enfermagem
Psiquiátrica da Escola de Enfermagem de Ribeirão Preto da Universidade de
São Paulo – USP.
Assinatura: ______________________________________
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3º Prof (a): Viviane Cristina Bastos Armede
Titulação: Mestre em Doenças Tropicais pela Faculdade de Medicina de
Botucatu da Universidade Estadual Paulista – UNESP.
Assinatura: ______________________________________
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Os que se encantam com a prática sem a ciência são como os timoneiros que entram no navio sem timão nem bússola, nunca tendo
certeza do seu destino.
(Leonardo da Vinci)
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Dedicamos este trabalho primeiramente a Deus pela força e coragem durante
toda esta caminhada, pois sem Ele não seria possível finalizar esta graduação
com êxito. Aos nossos pais pelo amor incondicional, incentivo e apoio. Obrigado
por terem sonhado conosco, hoje esse sonho se torna realidade!
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Agradecimentos
Agradeço primeiramente a Deus, por ter me dado o dom da sabedoria e ter guiado todo o meu caminho
até aqui. A Ele que foi fonte de energia e de fé, que me alimentaram para enfrentar todos os
obstáculos que surgiram antes mesmo do início desta jornada, e que fez das minhas lágrimas de
tristeza, lágrimas de felicidade por todas as graças alcançadas.
À minha mãe Gleise, mulher guerreira, que não mede esforços para me proporcionar tudo o que é
necessário em minha vida. A ela, que depositou todo o seu amor em mim, todo o meu amor e minha
eterna gratidão.
À minha avó Ivanete, que sempre se dedicou a mim desde a minha infância e que me protegeu, me
guardou e é responsável por grande parte do meu conhecimento. Sempre me ensinou a buscar o melhor.
Aos meus familiares que, em determinados momentos, contribuíram eficientemente na minha
formação.
A uma pessoa muito especial na minha vida, que com todo o seu jeito único me transformou como
pessoa, me proporciona dias felizes e me deu todo o suporte que eu precisava desde o dia em que
decidiu compartilhar seus dias comigo. Gú, você é incrível! Amo você!!!
Aos meus raros e excelentes amigos, que permaneceram ao meu lado até aqui. Em especial, dois amigos
que me estimulam a nunca acomodar e sempre buscar o melhor, e que enchem meu peito de orgulho a
cada conquista. Serei eternamente grata por cada conselho e cada momento compartilhado com vocês.
Vocês são feras!
Às amigas que a faculdade me deu, Lais, Ana Laura, Débora (Dedé) e Adriana, que sempre
compartilharam momentos inesquecíveis. Agradeço, especialmente, vocês Lais e Ana Laura, parceiras
de trabalho, pela paciência, amizade e cumplicidade, por sempre me ampararem e por compartilharem
suas vidas comigo. Obrigada queridinhas!!!
A este Centro Universitário e todo o seu corpo docente, digno de admiração, que não pouparam
esforços para compartilharem conhecimentos ímpares, que agregaram muito valor em nossa formação.
À nossa orientadora máster, Fabiana, que aceitou fazer parte desta conquista e que tanto nos
auxiliou para concretizarmos este sonho. Saiba que a admiro muito e sou eternamente grata por todos
os momentos que dividimos.
À nossa professora Jovira, por ter contribuído durante a construção deste trabalho e que tanto nos
socorreu quando precisamos.
Aos colegas de turma, mas principalmente aqueles os quais dividi meus dias de estágio e que tornaram
esta última etapa mais leve e divertida.
Jéssica Aparecida Gregório Ferreira
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A Deus minha eterna gratidão e agradecimento, por ter me concedido o dom da vida e a oportunidade
de realizar esse sonho, pela família abençoada que me deu e principalmente por sempre estar ao meu
lado, me presenteando com pessoas maravilhosas que foram essenciais pra concretização dessa etapa
em minha vida. Deus é poderoso para realizar infinitamente mais do que tudo o que pedimos ou
imaginamos. E essa conquista é prova disso.
Aos meus pais Maisa e Luís que são a razão da minha vida, é por eles e para eles a concretização
deste sonho. Espero do fundo do meu coração dar orgulho a vocês sempre. Mãe e Pai muito obrigado
por todo investimento, cuidado e confiança depositada em mim, sem vocês nada disso seria possível,
amo vocês.
Aos meus irmãos Renan e Rodrigo muito obrigado pelo apoio em todas as áreas e pelo incentivo e
cuidado e ao Leonardo por sempre me apoiar e ajudar. Amo vocês.
As minhas companheiras Ana e Jéssica não só de monografia, mas também de toda a graduação,
muito obrigada pela paciência, compreensão e companheirismo vocês são amigas mais do que especiais.
Amo vocês Queridas.
Lívia não poderia me esquecer de você amiga, obrigada por tudo.
A orientadora dessa pesquisa Prof. Fabiana muito obrigado por ter compartilhado dessa ideia conosco
e ter nos dado suporte para realização deste trabalho.
A minha orientadora técnica Jovira, obrigada por todo conhecimento transmitido e orientações para o
desenvolvimento deste trabalho.
A todos os professores do curso, a coordenadora por todo conhecimento que adquiri durante a minha
formação, meu muito obrigado a todos vocês. Vocês foram essenciais para essa conquista.
Aos professores de estagio Patrícia, Viviane, Paulo e Ludmila que compartilharam comigo esses
momentos finais, que me proporcionou a desenvolver habilidades e conhecimentos para a carreira
profissional que irei seguir! Vocês são demais, não poderia ter professores melhores, obrigado pela
confiança e conhecimento transmitido.
Aos enfermeiros da Santa Casa de Cafelândia, sem vocês não seria possível a realização desta
pesquisa.
Que Deus nos abençoe nessa nova etapa que estamos entrando e que todos tenhamos Sucesso!
Laís Daniele Lourenço da Silva
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Primeiramente, agradeço а Deus qυе permitiu qυе tudo isso acontecesse, ао longo de minha vida, е
não somente nestes anos como universitária, mas que em todos os momentos é o maior mestre qυе
alguém pode conhecer.
Agradeço ao meu pai Cicero e minha mãe Ana, pois confiaram em mim e me deram esta oportunidade
de concretizar e encerrar mais uma caminhada da minha vida, sei que não mediram esforços para que
este sonho se realizasse. Obrigado por serem meus melhores amigos e por me apoiarem em cada projeto!
Aos meus irmãos Rodrigo e Silvio, pela força e incentivo a lutar pelos meus ideais.
As minhas amigas e autoras da pesquisa, Jéssica Gregório e Lais Lourenço, pela amizade,
companheirismo, paciência e motivação durante esses anos de muita vitória e dedicação.
Aos meus amigos Jéssica Bonfá, Marivânia Macedo, Vanessa Mota, Jéssica Silva, Jóas Oliveira,
Marlon Skãzi, Rafael Carvalho, Luana Vanessa, Larissa Cadamuro, Luiz Fernando, que me
apoiaram e que sempre estiveram ao meu lado durante esta longa caminhada, que muitas vezes
compartilhei momentos de tristezas, alegrias, angústias e ansiedade.
Agradeço as minhas amigas de estágio (Berilas), pelas risadas, choros, angustias, medos, vitórias e
claro pela amizade/irmandade nesses últimos meses.
Aos professores do curso e a coordenadora Helena Mukai, pela convivência harmoniosa, pelas trocas
de conhecimento e experiências que foram tão importantes na minha vida acadêmica/pessoal. Aos
professores de estágio Paulo Fernando, Viviane Armede, Patrícia Crivelaro e Ludmila Balancieri, por
todo ensinamento e motivação que me deram e contribuição para o meu novo olhar profissional
À querida e amável orientadora da pesquisa Fabiana Fidelis por ser uma excelente professora e
profissional. A orientadora técnica Jovira Sarraceni, obrigado pelos ensinamentos, paciência е
confiança ао longo do projeto.
Aos colaboradores da Santa Casa de Cafelândia, em especial as Enfermeiras do setor de Acolhimento
e Classificação de Risco, pela participação na pesquisa.
“Algumas pessoas marcam a nossa vida para sempre, umas porque nos vão ajudando na construção,
outras porque nos apresentam projetos de sonho e outras ainda porque nos desafiam a construí-los”.
Ana Laura Amaro
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RESUMO
Os setores de urgência e emergência no país vivem em estado de superlotação, falta de profissionais entre outros problemas, o mais recorrente deles é são as grandes filas na sala de espera causada muitas vezes pela não existência do acolhimento e o sistema de classificação de risco. É evidente que a má organização do atendimento leva a superlotação das emergências. Diante disso, o presente estudo foi realizado com o objetivo de compreender as dificuldades encontradas pelos enfermeiros no processo de implantação do Sistema de Acolhimento e Classificação de Risco no setor de urgência e emergência, descrevendo como está sendo implantada, além de relatar a importância da classificação na concepção dos enfermeiros envolvidos e por fim, identificar sob a ótica dos mesmos as mudanças provocadas no atendimento aos pacientes que buscam o serviço. Trata-se de uma pesquisa descritiva, exploratória com abordagem qualitativa. Para tanto, definiu-se abordar o método de estudo de caso, sendo utilizada durante a entrevista a técnica de coleta de dados áudio – gravada com base em uma entrevista semiestruturada. Os dados foram colhidos em uma unidade hospitalar do interior paulista, no período de setembro e outubro de 2016, sendo entrevistadas 06 (seis) enfermeiras atuantes no Acolhimento e Classificação de Risco, no setor de urgência e emergência. Após a análise dos dados coletados, evidenciou-se que os profissionais enfrentam dificuldades e a mais pontuada entre elas é a falta de conhecimento por parte da população sobre a finalidade do Pronto Atendimento, aumentando o fluxo no setor, fazendo com que o profissional enfermeiro tenha que apresentar outras opções para o paciente, referenciando o mesmo a outro serviço que atenda a sua necessidade. Essas dificuldades por elas citadas implicam diretamente no sucesso do sistema, por isso é necessário que se trabalhe meios para diminuir essas dificuldades, cabe ao enfermeiro orientar a população sobre as mudanças que estão ocorrendo no setor, para que os mesmos estejam cientes. Além disso, retrata a importância deste sistema para o setor, pois o mesmo não só reorganiza as filas de espera, mas também proporciona ao paciente uma assistência qualificada e humanizada, prevenindo assim episódios que eram recorrentes nas emergências. Palavras-chaves: Triagem. Acolhimento. Emergência.
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ABSTRACT
The urgency and emergency sectors in the country live in a state of overcrowding, lack of professionals and other problems, the most frequent of these is the overcrowding in the emergencies and long lines in the waiting rooms, often caused by non-existence of acceptance and risk classification system. It is evident that the poor attendance organization leads to these emergencies over crowded. In view of this, the present study was conducted in order to understand the difficulties faced by nurses in the implementation process of the Accommodation System and Risk Classification in the urgencies and in the emergencies sectors, describing how it is being implemented, as well to report the importance of the nurses conception involved and finally identify in the same perspective, the changes to be implemented to better serve the patients seeking for these services. It was made a descriptive and exploratory research with a qualitative approach. Therefore, it was set up the case study method, being used during the interview audio-recorded data collection technique based on a semi-structured interview. The data were collected in the hospital unit in the interior of São Paulo, in the period of September and October 2016, and interviewed six (06) nurses working in the Reception and Risk Classification in the urgency and emergency sector. After analyzing the collected data, showed that professionals facing difficulties. The most punctuated difficulty by them is the lack of the public knowledge about the purpose of the Emergency Department, increasing the people flow and presence in the sector, making that the nurses have to present other options for the patients, addressing another service that they needs. These difficulties mentioned by them affect directly the success of the system, so it is necessary to work to reduce these difficulties, and the nurse's becomes the function to educating the public about the changes that are occurring in the related sector so that they are better informed. In addition, it shows the importance of this system for this sector, because it not only rearranges the waiting lines, but also provides the patients qualified and humanized assistance, and preventing events that were recurrent in the emergencies.
Keywords: Screening. Reception. Emergency.
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LISTA DE FIGURAS
Figura 1: Classificação de Risco........................................................................30
LISTA DE QUADROS
Quadro 1: Diferenciação de Triagem Simples e Triagem Avançada.................23
LISTA DE TABELAS
Tabela 1: Definições de Urgência e Emergência..............................................16
Tabela 2: Idade das Participantes, Ano de Formação e de Admissão na
Instituição...........................................................................................................38
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS
ANA- Associação Americana de Enfermagem
ANVISA- Agência Nacional de Vigilância Sanitária
COFEN- Conselho Federal de Enfermagem
CTAS – Canadian Emergency Department Triagem and Acuity Scale (Canadá)
ESI – Emergency Severity Index (EUA)
MAT – Model Andorra de Triajte (Espanha)
MTS- Manchester Triage System
NTS – National Triage Scale (Austrália)
RAC- Recepção, Acolhimento e Classificação
RDC- Regime Diferenciado de Contratações
SCR- Sistema de Classificação de Risco
SE- Serviço de Enfermagem
SET- Sistema Estruturado de Triagem
STM- Sistema de Triagem Manchester
SUS- Sistema Único de Saúde
TCLE- Termo de Consentimento Livre Esclarecido
13
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO...................................................................................................13
CAPÍTULO I: O SETOR DE EMERGÊNCIA.....................................................15
1 DEFINIÇÃO DE URGÊNCIA E EMERGÊNCIA.............................................15
2 ATUAÇÃO DO ENFERMEIRO.......................................................................17
3 O SETOR........................................................................................................19
CAPÍTULO II: SISTEMA DE CLASSIFICAÇÃO...............................................21
1 INTRODUÇÃO................................................................................................21
2 TRIAGEM.......................................................................................................21
3 ACOLHIMENTO.............................................................................................23
3.1 Acolhimento na classificação de risco.........................................................25
4 PROTOCOLO DE MANCHESTER................................................................28
5 ATUAÇÃO DO ENFERMEIRO.......................................................................30
CAPÍTULO III: A PESQUISA............................................................................33
1 INTRODUÇÃO................................................................................................33
2 MÉTODOS......................................................................................................35
2.1 Método Estudo de Caso..............................................................................36
3 TÉCNICA........................................................................................................37
4 RESULTADOS E DISCUSSÕES...................................................................39
5 PARECER FINAL DA PESQUISA.................................................................51
PROPOSTA DE INTERVENÇÃO......................................................................52
CONCLUSÃO....................................................................................................53
REFERÊNCIAS.................................................................................................55
APÊNDICES......................................................................................................63
ANEXOS............................................................................................................77
14
INTRODUÇÃO
Como parte integrante e essencial nas instituições de saúde, o serviço
de enfermagem enfrenta, diariamente, o grande desafio de oferecer e garantir
uma assistência de qualidade, de acordo com as necessidades do público que
atende de modo eficiente e eficaz. (YURI & TRONCHIN, 2010).
Segundo Jones (1996) as urgências são confrontadas diariamente com
um grande número de doentes que apresentam uma vasta gama de
problemas. A assistência prestada a elas se dá, ainda hoje,
predominantemente nos serviços que funcionam exclusivamente para este fim
– os tradicionais prontos-socorros - estando estes adequadamente
estruturados e equipados, ou não. (BRASIL, 2002)
Considerado a porta de entrada mais fácil e ágil, nota-se em grande
parte das unidades de urgência o excessivo número de pacientes, os quais na
maioria das vezes apresentam quadro tratáveis na atenção primária e que por
falta de informação ou pressa, acabam procurando este setor.
A triagem ou classificação de risco, segundo Jones et al (2010), é uma
ferramenta de manejo clínico de risco, empregada nos serviços de urgência por
todo o mundo, para efetuar a construção dos fluxos de pacientes quando a
necessidade clínica excede a oferta. Ou seja, ela foi criada para priorizar o
atendimento daqueles que realmente necessitem de atendimento imediato, a
fim de evitar óbitos precoces por um atendimento desorganizado, como já foi
noticiado diversas vezes pelos veículos de comunicação.
Ainda de acordo com Jones et al (2010), a tomada de decisões é parte
importante da prática médica e de enfermagem, pois a avaliação clínica sólida
de um paciente requer tanto raciocínio como intuição e ambos devem estar
baseados em conhecimentos e aptidões profissionais. Por este motivo, a
classificação de risco deve ser realizada, prioritariamente, por enfermeiros ou
médicos.
O presente trabalho tem por objetivo compreender as dificuldades
encontradas pelos enfermeiros no processo de implantação do Sistema de
Acolhimento e Classificação de Risco no setor de emergência, descrevendo
como está sendo implantada, além de relatar a importância da classificação na
15
concepção dos enfermeiros envolvidos e por fim, identificar sob a ótica dos
mesmos as mudanças provocadas no atendimento dos pacientes que buscam
o serviço.
Baseadas nas experiências vividas ao longo da formação, tendo
consciência da relevância do setor de Acolhimento e Classificação de Risco
nas unidades hospitalares e por ser um serviço novo na instituição escolhida
levantamos o seguinte questionamento: as enfermeiras atuantes no
Acolhimento e Classificação de Risco, no setor de urgência e emergência,
encontram dificuldades no processo de implantação deste serviço na
instituição?
A partir desta questão levantou-se a seguinte hipótese que norteia este
trabalho: acredita-se que por ser um serviço novo na unidade, os enfermeiros
ainda encontram certas dificuldades durante o processo de classificação de
risco.
Para demonstrar na prática a veracidade da hipótese, foi realizada
pesquisa em uma unidade hospitalar do interior paulista, no período de
setembro e outubro de 2016, cujos métodos e técnicas estão descritos no
Capítulo III. O presente trabalho está assim organizado:
Capítulo I – O Setor de emergência.
Capítulo II – Sistema de classificação de risco.
Capítulo III – Metodologia.
Para finalizar, segue-se a proposta de intervenção e a conclusão.
16
CAPÍTULO I
O SETOR DE EMERGÊNCIA
1 DEFINIÇÃO DE URGÊNCIA E EMERGÊNCIA
A área de Urgência e Emergência, segundo o Ministério da Saúde
(2002), constitui-se em um importante componente da assistência à saúde.
Portanto, para adentrar nesse tema é necessário definir esses termos utilizados
cotidianamente. As definições são as mais diversas possíveis de vários
autores, todavia todas concluem os mesmos significados.
Tabela 1: Definições de Urgência e Emergência.
Urgência Emergência
Dicionário Aurélio
Do latim urgentia, que
significa qualidade de
urgente; caso ou situação de
emergência, de urgência.
Do latim emergentia, que
significa ação de emergir;
situação crítica, incidente;
caso de urgência.
Ministério da Saúde
Quando há ocorrência
imprevista de agravo à
saúde, com ou sem risco
potencial de morte, cujo
portador necessite de
assistência imediata.
Constatação médica de
condições de agravo à saúde
que impliquem em risco
iminente de morte ou
sofrimento intenso, exigindo,
portanto, tratamento médico
imediato.
Fonte: Dicionário Aurélio (2010) e Ministério da Saúde (2010).
Segundo Santos (2008), considera-se urgência uma prioridade
moderada de atendimento, cujo portador necessita de atendimento mediato,
pois não há risco de morte.
O Ministério da Saúde determina que os procedimentos dos serviços de
urgência e emergência devem ser caracterizados em três modalidades,
17
considerando como critério a gravidade e a complexidade do caso a ser tratado
(BRASIL, 2009).
Segue abaixo as modalidades:
a) Urgência de baixa e média complexidade: quando o paciente não
corre risco de morte;
b) Urgência de alta complexidade: O paciente apresenta um quadro
crítico ou agudo, porém não há risco de morte;
c) Emergência: casos em que há risco de morte.
O termo emergência é definido como uma categoria na triagem onde a assistência é prestada em casos de prejuízo á saúde com risco de vida potencial ou qualquer alteração no organismo que exigem tratamento imediato. Da mesma forma que a emergência, a urgência é considerada uma categoria de triagem, no entanto o cuidado é fornecido em casos de doença grave ou dano a saúde que não conduz um risco de morte (BRUNNER & SUDDARTH, 2009, p.400).
Segundo o Ministério da Saúde, os serviços de urgência e emergência
têm como objetivo diminuir a morbi-mortalidade e as sequelas incapacitantes.
Para tanto, é preciso garantir os elementos necessários para um sistema de
atenção de emergência, considerando recursos humanos, infraestrutura,
equipamentos e materiais, de modo a assegurar uma assistência integral, com
qualidade adequada e contínua. (BRASIL, 2009)
A Política Nacional de Atenção às Urgências foi instituída pela Portaria 1863/GM, de setembro de 2003, para garantir a organização dos sistemas regionalizados, a universalidade, equidade e integralidade no atendimento às urgências clínicas, cirúrgicas, gineco obstétricas, psiquiátricas, pediátricas e as relacionadas às causas externas. (BRASIL, 2009, p.256).
De acordo com Dallari et al (2009), a atenção em urgência, o
crescimento do número de acidentes, a violência urbana e a insuficiente
estruturação da rede de serviços de saúde são fatores que têm contribuído
decisivamente para a sobrecarga dos serviços hospitalares. O conhecimento
desta realidade em nosso meio é de importância fundamental, no sentido de
evidenciar a necessidade de reestruturação do atual sistema de saúde, na
perspectiva de consolidação dos princípios do Sistema Único de Saúde (SUS).
18
2 A ATUAÇÃO DO ENFERMEIRO NO SETOR
Segundo Azevedo et al (2010), nos serviços hospitalares de atenção à
urgência e emergência, a atuação do enfermeiro envolve especificidades e
articulações indispensáveis à gerência do cuidado a pacientes com
necessidades complexas, que requerem aprimoramento científico, manejo
tecnológico e humanização extensiva aos familiares pelo impacto inesperado
de uma situação que coloca em risco a vida de um ente querido. Esse conjunto
de elementos justifica um olhar pormenorizado para a organização desses
serviços.
De acordo com o Conselho Regional de Enfermagem (2013) cabe ao
enfermeiro à direção do serviço de enfermagem em instituições de saúde e de
ensino, públicos, privados e a prestação de serviço, as atividades de gestão
como planejamento da assistência de enfermagem, consultoria, auditoria,
consulta de enfermagem, a prescrição da assistência de enfermagem, os
cuidados diretos a pacientes com risco de morte e todos os cuidados de maior
complexidade técnica.
De acordo com Galvão & Wehbe (apud Fincke, 2011), o papel do
enfermeiro na unidade de emergência consiste em obter a história do paciente,
fazer exame físico, executar tratamento, aconselhando e ensinando a
manutenção da saúde e orientando os enfermos para uma continuidade do
tratamento e medidas vitais.
O enfermeiro da unidade é responsável pela coordenação da equipe de
enfermagem e é uma parte vital e integrante da equipe de emergência.
Os enfermeiros das unidades de emergência aliam à fundamentação teórica a capacidade de liderança, o trabalho, o discernimento, a iniciativa, a habilidade de ensino, a maturidade e a estabilidade emocional. Por isso a constante atualização destes profissionais, é necessária, pois, desenvolvem com a equipe médica e de enfermagem habilidades para que possam atuar em situações inesperadas de forma objetiva e sincrônica na qual estão inseridos. (GOMES, 1994, p. 2)
O enfermeiro que atua nesta unidade necessita ter conhecimento
científico, prático e técnico, a fim de tomar decisões rápidas e concretas,
transmitindo segurança a toda equipe e principalmente diminuindo os riscos
que ameaçam a vida do paciente.
19
Segundo Galvão & Wehbe (2006) dentre as atividades assistências
exercidas pelo enfermeiro no setor de emergência as principais são:
a) fornecer cuidado ao paciente juntamente com o médico;
b) preparar e administrar medicamentos;
c) proporcionar a realização de exames especiais procedendo à coleta;
d) instalar sondas nasoenterais e vesicais em clientes;
e) realizar troca de traqueostomia, punção venosa com cateter, punção
arterial entre outros;
f) realizar curativos de maior complexidade;
g) dispor instrumentos para intubação, aspiração, monitoramento
cardíaco e desfibrilação, auxiliando a equipe médica na execução
dos procedimentos diversos;
h) aferir sinais vitais;
i) realizar a sistematização da assistência de enfermagem e evolução
dos pacientes, fazer anotações em prontuários;
j) fiscalizar as ações dos profissionais da equipe de enfermagem;
k) conferir os materiais permanentes e psicotrópicos do setor;
l) priorizar o atendimento aos pacientes dependendo do grau de
complexidade;
m) realizar relato em livro de ordens e ocorrências;
n) liderar a equipe de enfermagem no atendimento dos pacientes
críticos e não críticos;
o) observar as deficiências da equipe e realizar educação continuada.
Segundo Thompson (apud Galvão & Wehbe, 2006, p. 01), a Associação
Americana de Enfermagem (ANA), em 1983, estabeleceu os "Padrões da
Prática de Enfermagem em Emergência", classificando os enfermeiros de
emergência em três níveis de competência:
a) Primeiro nível - requer competência mínima para o enfermeiro prestar
atendimento ao paciente traumatizado;
b) Segundo nível - o profissional necessita de formação específica em
enfermagem de emergência;
c) Terceiro nível - o enfermeiro deve ser especialista em área bem
delimitada e atuar no âmbito pré e intrahospitalar.
20
3 O SETOR
Segundo Costa, Araújo e Barros (2008), o setor de urgência e
emergência deve ser um local apropriado de modo a permitir o livre movimento
da equipe de trabalho com espaço físico adequado e eficácia no atendimento,
lembrando que deve proporcionar privacidade ao usuário. Desse modo, esse
campo de ação deve oferecer um espaço físico suficiente para que todos os
procedimentos sejam realizados de maneira adequada sem nenhum acidente
de percurso.
De acordo com Silva, Matsuda, Waidman (2012), durante a construção
de um hospital, muitas vezes, não são previstas as necessidades de estrutura
física/ambiental dos usuários e trabalhadores. Com isso, os problemas
somente são evidenciados após sua finalização e durante a execução da rotina
diária dos serviços.
O usuário ao dar entrada em uma unidade de urgência, certamente se encontra angustiada e com dor, nesse momento o espaço físico também pode exercer influência positiva ou negativa, pois o mesmo não quer e não merece ser submetido a desconfortos adicionais advindos de uma estrutura física inadequada. (SILVA; MATSUDA; WAIDMAN, 2012, p.323).
O enfermeiro exerce papel de líder e gerente das unidades hospitalares,
incluindo as de urgência, no qual ele deve ser capaz de vincular as atividades
desenvolvidas pelos profissionais com a estrutura física, para o planejamento
de um ambiente seguro e confortável aos que frequentam o local (KURCGANT,
2008).
A disposição do setor de urgência das unidades hospitalares deve seguir
as normas recomendadas na Resolução - RDC nº 50, de 21 de fevereiro de
2002, da Agência Nacional de Vigilância Sanitária, ANVISA, as quais dispõem
que deve haver no setor, pelo menos (BRASIL, 2002):
a) Área externa para desembarque de ambulâncias;
b) Sala de triagem médico e/ou enfermagem;
c) Sala de serviço social;
d) Sala de higienização
21
e) Sala de suturas/curativos;
f) Sala de reidratação;
g) Sala de inalação;
h) Sala de aplicação de medicamentos;
i) Sala de gesso e redução de fraturas;
j) Sala para exames;
k) Sala de observação;
l) Posto de enfermagem;
m) Sala de serviços;
n) Sala de isolamento;
o) Sala de procedimentos especiais (invasivos);
p) Sala de emergências;
q) Consultório médico;
r) Sanitários para pacientes e acompanhantes;
s) Sanitários para funcionários;
t) Sala administrativa;
u) Depósito de material de limpeza.
22
CAPÍTULO II
SISTEMA DE CLASSIFICAÇÃO DE RISCO
1 INTRODUÇÃO
O processo de classificação, segundo Servin et al (s.d), é definido pela
identificação dos pacientes/clientes que buscam atendimento em unidades de
saúde, como Unidades de Pronto Atendimento, a fim de restabelecer sua
condição de saúde através de cuidados médicos e de enfermagem.
Ainda, segundo o autor, a eficiência desse processo requer a
combinação de fatores extremamente importantes como a escuta qualificada, a
tomada de decisão de acordo com os protocolos existentes na unidade e a
experiência do profissional atuante, juntamente com sua capacidade de
julgamento crítico.
O Ministério da Saúde afirma que a classificação de risco é um
instrumento organizacional da fila de espera que propõe uma ordem de
atendimento de acordo com a prioridade, com a finalidade garantir o
atendimento imediato do usuário com grau de risco elevado. (BRASIL, 2009)
Desse modo, a ordem de atendimento é fundamentada nas queixas
apresentadas pelos pacientes e na avaliação clínica realizada no momento da
consulta de enfermagem e, não mais, na ordem de chegada (BRASIL, s.d).
A implantação do Sistema de Classificação de Risco (SCR) no setor de
urgência e emergência tornou-se parte indispensável no momento da admissão
do paciente, uma vez que ela possibilita a agilidade no atendimento dos casos
mais críticos, evitando a piora do quadro clínico do paciente e até mesmo, em
muitos casos, o óbito precoce.
Esse processo permite ao profissional enfermeiro, a compreensão e
avaliação do estado geral do paciente, porém, não deve ser restrita à apenas
uma única avaliação, visto que um paciente que, a princípio, apresentava um
quadro menos crítico pode evoluir rapidamente para um estado grave sendo,
portanto, extremamente importante a avaliação contínua do mesmo.
23
2 TRIAGEM
O processo de triagem foi introduzido nos Serviços de Emergência (SE)
para tentar minimizar o problema da superlotação, permitindo cuidados
imediatos para os pacientes mais urgentes (HAY et al apud ALBINO,
GROSSEMAN, RIGGENBACH, 2007).
Albino, Grosseman & Riggenbach (2007) conceituam Triagem (originária
do francês trier = classificar) como o processo sistemático que indica a ordem
de quem vai ser tratado primeiro, objetivando a redução da morbimortalidade
dos pacientes no SE.
A implantação do Sistema Estruturado de Triagem (SET) segundo Brasil
(2011):
Implica na disponibilidade de uma estrutura física, profissional e tecnológica nos serviços, dispositivos e hospitais nos quais se atendam as urgências e emergências, que permitam fazer a triagem dos pacientes segundo um modelo de qualidade avaliável e continuamente passível de melhoria (p. 6).
Os departamentos de Emergência da Austrália foram os primeiros a
instituírem a triagem estruturada. Atualmente ela vem sendo aplicada em
praticamente todas as Emergências de hospitais do primeiro mundo (JELINK;
ZIMMERMANN; TRAVERS et al (apud ALBINO, GROSSEMAN &
RIGGENBACH, 2007).
Esse processo raciona eficientemente os cuidados quando os recursos
são insuficientes para tratar todos os pacientes de imediato, ou seja, não visa a
criação de vínculo durante o atendimento, mas sim a resolução imediata do
problema.
Existem, basicamente, dois tipos de triagem: a simples e a avançada.
Quadro 1: Diferenciação de Triagem Simples e Triagem Avançada (cont.)
Triagem Simples Triagem Avançada
Habitualmente utilizada no local de um
acidente ou de desastre com várias vítimas,
categorizando os que necessitam de
atenção crítica e transporte imediato
daqueles com lesões mais brandas.
Utilizada para desviar recursos de pacientes
com poucas hipóteses de sobrevivência,
aumentando a possibilidade de outros com
maior taxa de sobrevida. A triagem avançada
tem implicações éticas, uma vez que o
24
tratamento é intencionalmente retirado de
determinados pacientes.
Fonte: Adaptado. Elaborada pelas autoras, 2016.
Segundo Garcia et al (apud por Albino, Grosseman & Riggenbach,
2007), atualmente existem cinco modelos de escalas de triagem estruturada
em uso:
a) NTS – National Triage Scale (Austrália);
b) CTAS – Canadian Emergency Department Triagem and Acuity Scale
(Canadá);
c) MTS – Manchester Triage System (Reino Unido);
d) ESI – Emergency Severity Index (EUA); e
e) MAT – Model Andorra de Triajte (Espanha).
Nas unidades de urgência e emergência do Brasil, utiliza-se com maior
frequência o MTS – Manchester Triage System, o qual será abordado mais
detalhadamente ao longo do capítulo.
3 ACOLHIMENTO
“O acolhimento é um arranjo tecnológico que visa garantir acesso aos
usuários com o objetivo de escutá-los, resolver os problemas mais simples ou
encaminhá-los para os serviços de referência, quando necessário”
(CARVALHO & CAMPOS, 2000, p.16).
O profissional enfermeiro tem a função de observar o paciente de
maneira integral, isto é, não levar em conta somente as suas queixas
patológicas, mas também os sinais que ainda estão subjetivos no mesmo e
precisam ser descobertos, isso se dará através da avaliação profunda e da
escuta que é parte essencial no processo de acolhimento.
O acolhimento como ação técnico-assistencial possibilita que se analise o processo de trabalho em saúde com foco nas relações e pressupõe a mudança da relação profissional/usuário e sua rede social, profissional/profissional, mediante parâmetros técnicos, éticos, humanitários e de solidariedade, levando ao reconhecimento do usuário como sujeito e participante ativo no processo de produção da saúde. (BRASIL, 2010, p.18).
25
Para que o acolhimento aconteça de maneira eficaz, têm se a
necessidade que toda a equipe participe, trabalhando de uma forma
humanizada, transmitindo ao paciente segurança e também confiança na
equipe que está ao seu lado no momento da doença, fazendo com que a
relação entre os envolvidos (paciente e profissional) aconteça de fato.
(SCHIMITH & LIMA, 2004).
O acolhimento não é um espaço ou um local, mas uma postura ética; não pressupõe hora ou profissional específico para fazê-lo, mas implica necessariamente compartilhamento de saberes, angústias e invenções; quem acolhe toma para si a responsabilidade de “abrigar e agasalhar” outrem em suas demandas, com a resolutividade necessária para o caso em questão. (BRASIL 2009, p. 17)
O acolhimento proporciona o vínculo entre o profissional e o usuário,
estreitando a relação entre os mesmos, o que faz com que a assistência seja
ainda melhor e que a mesma deixe de ser médico - centrista para que passe a
ser realizada por uma equipe multiprofissional, tendo o enfermeiro função
essencial nesse processo de acolher.
Segundo Campos (1997), o acolhimento proporciona ao profissional e o
paciente um vínculo, o que faz com que o atendimento melhore muito, pois o
mesmo participa ativamente do seu processo de curar, expondo queixas que
talvez se não houvesse o acolhimento o profissional não conseguiria captar.
O SUS tem como princípios doutrinários a universalidade, a equidade e
integralidade, onde representam respectivamente o acesso à saúde que é
universal, ou seja, direito de todos os usuários; tratar desigualmente os
desiguais, atendendo conforme as suas necessidades e por fim olhar o
indivíduo de forma integral, isto é, como um todo (BRASIL, 1990).
O SUS também exige que o atendimento seja humanizado e o
acolhimento é parte principal da humanização, pois trata o paciente de maneira
integral de acordo com as suas necessidades, busca escutar o paciente para
que haja a melhor e mais rápida resolução de seus problemas com os recursos
disponíveis pelo sistema (BRASIL, 1990).
O acolhimento como postura e prática nas ações de atenção e gestão
favorece uma relação de confiança e compromisso entre equipes e serviços.
(BRASIL, 2009).
26
O acolhimento como ato ou efeito de acolher expressa, em suas várias
definições, uma ação de aproximação, um “estar com” e um “estar perto de”, ou
seja, uma atitude de inclusão. (BRASIL, 2010).
Faz parte do processo de acolhimento, incluir o usuário independente de
sua queixa, seja ela subjetiva ou não, seja de atendimento imediato ou não.
Não se deve negar atendimento, portanto dependendo do caso faz-se
necessário encaminhar o paciente a outros serviços e orientá-lo para o mesmo.
3.1 Acolhimento na classificação de risco
Em consequência da superlotação nas urgências e emergências do país
e levando em conta a demora no atendimento ao usuário desse serviço, muitos
pacientes passam horas à espera de um atendimento nas unidades e muitas
vezes os usuários têm em seu quadro clínico uma significativa piora, resultante
do tempo em que se espera para o atendimento.
Com base nesses problemas, o Ministro da Saúde no uso de suas
atribuições legais resolve normatizar, organizar e regulamentar os serviços de
urgência e emergência através da Portaria de n° 2048, de 5 de novembro de
2002, para garantir atendimento de qualidade e o acolhimento e dentre eles o
Sistema de Classificação de Risco.
A assistência às urgências se dá, ainda hoje, predominantemente nos “serviços” que funcionam exclusivamente para este fim – os tradicionais prontos-socorros – estando estes adequadamente estruturados e equipados ou não. Abertos nas 24 horas do dia, estes serviços acabam por funcionar como “porta-de-entrada” do sistema de saúde, acolhendo pacientes de urgência propriamente dita, pacientes com quadros percebidos como urgências, pacientes desgarrados da atenção primária e especializada e as urgências sociais. (BRASIL, 2002. Portaria 2048, art. 6)
O sistema de classificação de risco vem para melhorar o atendimento
dos usuários, transformando a forma e a sequência dos atendimentos que
antes eram por ordem de chegada à unidade de atendimento, e hoje, o
paciente é atendido de acordo com a complexidade do seu caso, evitando
assim agravos ainda maiores no quadro clínico do indivíduo.
27
A Classificação de Risco correspondente a priorização do atendimento em Serviços e situações de Urgência/Emergência como um processo complexo, que demanda competência técnica e científica em sua execução, está regulamentada pela Resolução Cofen 423/2012, que normatiza no âmbito do Sistema Cofen/Conselhos Regionais de Enfermagem, a participação do Enfermeiro na atividade de Classificação de Riscos. (COFEN, 2012).
A classificação de risco só pode ser realizada por profissional de nível
superior, onde quem tem assumido esse papel é o profissional enfermeiro.
Para tanto, ele necessita ter conhecimentos técnicos e científicos para realizar
a classificação de maneira correta.
O Processo de Classificação é a identificação dos pacientes que necessitam de intervenção médica e de cuidados de enfermagem, de acordo com o potencial de risco, agravos à saúde ou grau de sofrimento, usando um processo de escuta qualificada e tomada de decisão baseada em protocolo e aliada à capacidade de julgamento crítico e experiência do
enfermeiro. (SERVIN et al, s.d., p.6)
O profissional enfermeiro tem se capacitado para exercer essa função,
participando de treinamentos que direciona as ações do sistema de
classificação de risco, fazendo com que, assim, o atendimento seja ágil.
(COFEN, 2011). Ele é o profissional indicado pelo Ministério da Saúde para
realizar esse serviço.
O objetivo do sistema de classificação além de organizar e agilizar o
atendimento também proporciona ao usuário um tratamento humanizado,
através do acolhimento, que é de extrema importância na classificação de
risco, pois mostra ao paciente por que ele não vai ser atendido naquele
momento, mas que será atendido ou até mesmo encaminhado para alguma
unidade da atenção primária.
A enfermagem tem respaldo para “realizar o acolhimento e a
classificação de risco dos pacientes em qualquer unidade de saúde, seja em
caráter hospitalar, pré-hospitalar na urgência ou da atenção básica”. (COFEN,
2015, p. 9). Essa função só é permitida à profissionais de nível superior, sendo
assim, cabe somente ao enfermeiro a realização deste serviço na equipe de
enfermagem.
28
Se antes o paciente esperava horas para ser atendido sem nenhuma
informação, com o acolhimento o atendimento é organizado de forma que
otimizada e o paciente é avaliado pelo profissional enfermeiro, tentando mantê-
lo mais tranquilo na espera para o atendimento médico.
O acolhimento não pode ser um ato apenas de educação do profissional
para com o usuário, ou somente um ato de bondade vindo do profissional, mas
sim uma ação que deve ser humanizada deixando claro de que se trata de uma
relação de confiança sim, mas de profissional para usuário.
O atendimento assim permite que o paciente seja atendido por uma
equipe multiprofissional e interdisciplinar elevando a qualidade do mesmo, e
por fim o usuário sai mais satisfeito da unidade.
O Protocolo de Classificação de Risco “é uma ferramenta de inclusão,
ou seja, não tem como objetivo negar atendimento médico, mas sim organizar
e garantir o atendimento a todos, segundo as necessidades”. (COFEN, 2011,
p.3). O protocolo fez com que a prioridade seja o agravo que o paciente
apresenta e não a ordem de chegada dos mesmos.
Classificar não significa não atender o paciente, mas observar qual a
real necessidade do mesmo em ser atendido naquele momento e naquele
lugar, além de identificar qual será o melhor atendimento na urgência ou se
convém encaminhá-lo para uma unidade básica de saúde.
A instituição deve “estabelecer protocolos, normas e rotinas, fluxo de
atendimento, partindo da proposta multidisciplinar, promovendo, inclusive, a
capacitação e treinamento periódicos para a equipe de enfermagem”. (COFEN,
2015, p.7)
A superlotação nas unidades de urgências e emergência é resultado
também da cultura do país. Muitos pacientes não possuem conhecimento
sobre as definições básicas como, por exemplo, as de urgência e emergência,
confundindo as mesmas.
Os protocolos de classificação de risco são instrumento que
sistematizam a avaliação e que vem constituir o respaldo legal para as
condutas tomadas pela enfermagem. (LOPES, 2011)
Nos protocolos, é estabelecido tempo de espera para cada classificação
do agravo do paciente, tendo um tempo limite baseado no que está firmado em
protocolo.
29
É necessário que a avaliação seja feita periodicamente para observar se
o tempo de espera estabelecido não foi ultrapassado, ou se a classificação
mudou, pois, o paciente devido a uma piora no momento da espera. (BRASIL,
2009)
O foco do sistema de classificação é a melhora no atendimento ao
paciente garantindo, para o mesmo, que ele será atendido de acordo com sua
necessidade, no tempo correspondente ao protocolo, prevenindo assim que o
usuário tenha um agravamento do seu quadro clínico.
O processo de RAC (Recepção, Acolhimento e Classificação) deve ser dinâmico, contínuo e deve incluir atividades que tranquilizam o usuário e seus familiares, trazendo-lhes apoio emocional e segurança. As informações claras sobre tempo de espera e zona de destino de cada paciente e a orientação do fluxo, onde o mais grave é priorizado em relação ao menos grave, geram confiança no sistema. (ALBINO, GROSSEMAN & RIGGENBACH, 2007, p.71).
4 PROTOCOLO DE MANCHESTER
O Sistema de Triagem Manchester (STM), foi implementado em
Manchester, na Inglaterra, em 1997, com objetivo de estabelecer um tempo de
espera pela atenção médica dos usuários das unidades de urgência e
emergência, e atualmente tem sido utilizado em outros países da Europa como
Espanha e Holanda, além de países do Reino Unido.
Além de ser internacionalmente conhecido, o STM apresenta vantagens na sua utilização, como a sua confiabilidade e validade, colaborando para que este protocolo de triagem tenha sido adotado com sucesso em diferentes sistemas de saúde. (ALBINO, GROSSEMAN & RIGGENBACH, 2010, p.1)
No Brasil, o STM foi implementado em 2008 como parte da política de
saúde do estado de Minas Gerais, e sua adoção foi reforçada pelo Plano
Nacional de Humanização que impulsionou a organização nos sistemas de
urgência.
Tendo em vista a necessidade de manter um padrão internacional, além
de realizar adaptações, revisões e auditorias do STM, foi constituído o Grupo
Brasileiro de Classificação de Risco. Desde então, a implementação do
30
protocolo de Manchester vem se fortalecendo, alcançando outras unidades de
emergência nos demais estados do país. (GRUPO BRASILEIRO DE
CLASSIFICAÇÃO DE RISCO, 2010)
Segundo Albino, Grosseman e Riggenbach (2010), como nas outras
escalas de triagem, o STM possui cinco categorias ou níveis. Para cada
categoria é atribuído uma cor e tempo-alvo desejável até o primeiro
atendimento médico, como mostrado a seguir:
Figura 1: Classificação de Risco
Fonte: PORTAL DA ENFERMAGEM, 2011.
O STM também prevê que pode ocorrer o agravamento da situação
clínica do paciente durante a espera pela avaliação médica, por isso a
prioridade de atendimento pode ser alterada por uma segunda avaliação. O
estabelecimento da prioridade de atendimento é feito a partir da queixa do
paciente que segue 52 fluxogramas para os diferentes problemas
apresentados. Os fluxogramas são constituídos por discriminadores, que
podem ser classificados como gerais e específicos. (GRUPO BRASILEIRO DE
CLASSIFICAÇÃO DE RISCO, 2010)
31
Discriminadores são os sinais e sintomas que fazem a diferenciação entre as prioridades possíveis, estabelecendo a ordem de atendimento de acordo com suas gravidades. Os discriminadores gerais são aqueles aplicados a todos os doentes e independem das suas condições clínicas como por exemplo: risco iminente morte, dor, presença de hemorragia, estado de consciência e temperatura. Os discriminadores específicos são aplicados individualmente e de forma específica, relacionados com as características da condição clínica apresentada pelo paciente. (COUTINHO, CECILIO, MOTA, 2012, p.188)
De acordo com Coutinho, Cecílio e Mota (2012), é importante frisar que
a triagem feita através do uso do STM é um processo dinâmico, e pode ser
necessária uma reavaliação da prioridade clínica durante o tempo de espera do
paciente pelo atendimento médico independente da gravidade pré-estabelecida
pela utilização dos fluxogramas.
A implantação do Protocolo de Manchester permite que os atendimentos sejam realizados com mais eficiência, já que, em se tratando de saúde, tempo pode representar a diferença entre salvar uma vida e perder um paciente. O sistema prevê uma organização adequada das prioridades, pode-se encaminhar pacientes para outras unidades medicas, de maneira que a demanda pode ser compartilhada entre as unidade medicas próximas, com diminuição do risco clínico. (GRUPO BRASILEIRO DE CLASSIFICAÇÃO DE RISCO, 2010, p.1)
5 ATUAÇÃO DO ENFERMEIRO
A atuação do enfermeiro no acolhimento “ultrapassa dos conhecimentos
técnicos científicos à capacidade de liderança, ao mesmo tempo em que
desenvolve o senso crítico para avaliar, ordenar e cuidar”. (ALBINO,
GROSSEMAN, RIGGENBACH, 2010, p.72).
No Brasil, o papel do enfermeiro no acolhimento com classificação de
risco está previsto nas portarias do Ministério da Saúde que regulamentam os
serviços de urgência e emergência. (CAVALCANTE, RATES & SILVA, 2012)
Para Coutinho, Cecílio e Mota (2012), nos serviços hospitalares de
atenção à urgência e emergência, a atuação do enfermeiro envolve
especificidades e articulações indispensáveis a gerencia do cuidado a
pacientes com necessidades complexas, que requerem aprimoramento
científico, manejo tecnológico e humanização extensiva aos familiares pelo
32
impacto inesperado de uma situação que coloca em risco a vida de um ente
querido.
No protocolo de Manchester o enfermeiro realiza o acolhimento dos
pacientes e sua classificação dentro de uma prioridade clínica como nos
demais protocolos, e também é responsável pela atribuição correta das
prioridades e o reconhecimento do risco de deterioração do estado dos
pacientes. (GRUPO BRASILEIRO DE CLASSIFICAÇÃO DE RISCO, 2010)
O enfermeiro pode ser considerado o profissional de saúde que mais domina métodos como planejamento, tomada de decisão, supervisão e auditoria, empregados no processo de gerenciamento. O desenvolvimento destas e outras competências gerenciais por parte dos enfermeiros dos serviços de urgência facilitam seu envolvimento com a organização dos processos de trabalho relacionados e a viabilização da classificação de risco. Para a tomada de decisão, o enfermeiro pode utilizar guias e protocolos como suporte e clínica e suporte ao enfermeiro, a fim de qualificar a classificação de risco. (ACOSTA, DURO & LIMA, 2012, p. 190)
Segundo Mackaway-Jones (2010), o enfermeiro tem outras atividades
previstas no STM, como a prestação dos primeiros atendimentos em casos de
reanimação, administração de alguns medicamentos, conforme o protocolo
individual de cada hospital, prestar informações sobre encaminhamentos do
serviço, o direcionamento para especialidades conforme as conexões do
serviço de emergência e a administração da sala de espera.
Segundo a resolução COFEN (2009), 423/2012 1° parágrafo diz que no
Art. 1° no âmbito da equipe de enfermagem, a classificação de risco e a
priorização da assistência em serviços de urgência e emergência é privativa do
enfermeiro observadas as disposições legais da profissão.
Os profissionais de enfermagem que atendem em emergências
necessitam de capacitação específica, além disso, esse profissional necessita
de autocontrole e disposição para atender o usuário nessa unidade. (ZEMKKS,
MONTEZELI & PERES, 2012)
Segundo Souza (2010), a função do enfermeiro vem se destacando das
demais por sua autonomia nas tomadas de decisões, na capacidade de avaliar,
ordenar e cuidar, tendo como meta o acolhimento e a satisfação do usuário,
garantindo a assistência resolutiva e o comprometimento do bem-estar da
equipe e do usuário.
33
No modelo de Acolhimento com classificação de risco, protocolos contribuem para que haja um aumento na resolutividade do enfermeiro frente à assistência, favorecendo o fluxo dos usuários, há uma otimização tanto de tempo quanto de rendimento no trabalho do enfermeiro, que pode avaliar clinicamente utilizando todo seu potencial à assistência (ZEMKKS, MONTEZELI & PERES, 2012, p. 49).
O enfermeiro exerce uma autonomia que ele tem de decidir sobre o seu
trabalho com exercício pleno do saber-fazer durante a assistência. Para a
execução desta avaliação, o Ministério da Saúde designa o enfermeiro,
propondo a utilização de um fluxograma de atendimento para incentivar este
profissional a uma reflexão profunda sobre o processo de trabalho em questão.
Nesse sentido, o trabalho do enfermeiro na classificação de risco
também é influenciado por aspectos sociais e pelo contexto de vida em que o
usuário se encontra. (ACOSTA, DURO & LIMA, 2012, p. 183).
O enfermeiro que atua na triagem é um profissional capacitado para a função, pois a sua formação é enfatizada na valorização das necessidades do paciente, não só as biológicas, como também, as sociais e psicológicas. O enfermeiro deve estar preparado para classificar e, se necessário, reclassificar a prioridade de atendimento do usuário ao longo do período de espera. Para isso, a avaliação do enfermeiro deve ser cíclica, ou seja, requer contínuo planejamento e reavaliações dos usuários. (ACOSTA, DURO & LIMA, 2012, p. 183)
Com isso pode-se evidenciar que o enfermeiro é o primeiro contato da
equipe de emergência com o paciente, então cabe a ele orientar e coletar as
informações necessárias para que, assim faça a classificação de risco
corretamente.
34
CAPÍTULO III
A PESQUISA
1 INTRODUÇÃO
As urgências e emergências no país vivem em estado de superlotação,
falta de profissionais entre outros problemas. O mais recorrente deles é a
superlotação nas emergências e as grandes filas na sala de espera causada
muitas vezes pela não existência do acolhimento e o sistema de classificação
de risco. É evidente que a má organização do atendimento leva a superlotação
das emergências.
O presente estudo foi realizado com o objetivo de compreender as
dificuldades encontradas pelos enfermeiros no processo de implantação do
Sistema de Acolhimento e Classificação de Risco no setor de urgência e
emergência, descrevendo como está sendo implantada, além de relatar a
importância da classificação na concepção dos enfermeiros envolvidos e por
fim, identificar sob a ótica dos mesmos as mudanças provocadas no
atendimento aos pacientes que buscam o serviço.
Para Barros e Lehfeld (2006), a escolha da abordagem da pesquisa
deve garantir que seja possível direcionar a pesquisa de forma válida,
considerando critérios com a adequação aos conceitos envolvidos, adequação
aos objetivos da pesquisa e validade e confiabilidade. Por isso, trata-se de uma
pesquisa descritiva, exploratória com abordagem qualitativa.
De acordo com Diehl (2010) as pesquisas qualitativas, por sua vez,
descrevem a complexidade de determinado problema, sendo necessário
compreender e classificar os processos dinâmicos vividos nos grupos,
contribuir no processo de mudança, possibilitando o entendimento das mais
variadas particularidades dos indivíduos.
Silva e Menezes (2007) apontam que a pesquisa descritiva tem como
objetivo registrar, analisar e correlacionar os fatos ou fenômenos sem
manipulá-los, procura descobrir, com maior precisão possível a frequência com
35
que um fenômeno ocorre; já a pesquisa exploratória permite ao pesquisador
aumentar sua experiência em torno de um determinado problema.
A pesquisa qualitativa é utilizada para estudar as características de um determinado grupo: sua distribuição por idade, condições de habitação, estudar o nível de atendimento em órgãos públicos ou para levantar opiniões de uma população (GIL, 2008, p.60)
Nesse estilo de pesquisa é necessário que aconteça o contato
pesquisador/participante da pesquisa, onde se aborda um determinado tema
para que haja o entendimento do mesmo e explanação dos resultados
coletados com a população envolvida.
A pesquisa foi realizada no setor de Urgência e Emergência em uma
unidade hospitalar do interior paulista, nos meses de setembro e outubro de
2016.
O Pronto Atendimento em funcionamento nas dependências hospital é
mantido pela Prefeitura Municipal, através de contrato firmado entre as partes,
cabendo à instituição somente a cessão do espaço físico e a Prefeitura
Municipal, através da Secretaria da Saúde, a responsabilidade exclusiva pelo
bom funcionamento dos serviços.
Dentre as responsabilidades da municipalidade podemos citar:
contratação e pagamento dos médicos plantonistas, elaboração de escala,
resolução das intercorrências, entre outras.
O setor de Urgência e Emergência é composto por uma equipe de
enfermagem, sendo sete técnicos em enfermagem e seis enfermeiras.
2 MÉTODOS
O método científico é um traço característico da ciência, constituindo-se
em instrumento básico que ordena o pensamento em sistemas e traça os
procedimentos do cientista ao longo do caminho até atingir o objetivo
preestabelecido. (TRUJILLO & FERRARI, 2007)
Segundo Gil (2008), o método monográfico tem como princípio de que o
estudo de um caso, em profundidade, pode ser considerado representativo de
muitos outros ou mesmo de todos os casos semelhantes, esses casos podem
36
ser indivíduos, instituições, grupos, comunidade, entre outros. Nessa situação,
o processo de pesquisa visa a examinar o tema selecionado de modo a
observar todos os fatores que o influenciam, analisando-o em todos os seus
aspectos.
A partir disso, definiu-se abordar o método de estudo de caso.
2.1 Método Estudo de Caso
Segundo Yin (2007), o estudo de caso representa uma investigação
empírica e compreende um método abrangente, com a lógica do planejamento,
da coleta e da análise de dados, pode incluir tanto estudos de caso único
quanto de múltiplos, assim como abordagens quantitativas e qualitativas de
pesquisa.
De acordo com Dooley (2010), a vantagem do estudo de caso é a sua
aplicabilidade às situações humanas e a contextos contemporâneos de vida
real.
Dooley (2010) refere ainda que:
Investigadores de várias disciplinas usam o método de investigação do estudo de caso para desenvolver teoria, para produzir nova teoria, para contestar ou desafiar teoria, para explicar uma situação, para estabelecer uma base de aplicação de soluções para situações, para explorar, ou para descrever um objeto ou fenômeno (p. 343-44).
Realizou-se um estudo de caso buscando identificar as dificuldades
encontradas pelos enfermeiros durante a implantação do setor de Classificação
de Risco de pacientes da Santa Casa de Misericórdia de Cafelândia.
Foram entrevistados seis enfermeiras. As participantes foram
convidadas através da Carta de Comunicação onde participaram da coleta de
dados através de uma entrevista audiogravada, guiada por um roteiro
semiestruturado, de maneira voluntária, após a leitura da mesma, assinando o
Termo de Consentimento Livre Esclarecido (TCLE).
Foram considerados como critério de inclusão ser enfermeiro atuante na
classificação de risco no setor de emergência da Santa Casa e aceitar
participar da pesquisa através de assinatura de TCLE.
37
E como critério de exclusão, enfermeiros que não atuam na classificação
de risco no setor de emergência e se recusarem a assinar o TCLE.
3 TÉCNICA
A técnica utilizada durante a entrevista foi a coleta de dados áudio –
gravada com base em uma entrevista semiestruturada.
Segundo Triviños (2007) a entrevista semiestruturada tem como
característica questionamentos básicos que são apoiados em teorias e
hipóteses que se relacionam ao tema da pesquisa. Os questionamentos dariam
frutos a novas hipóteses surgidas a partir das respostas dos informantes.
Manzini (2008) afirma que a entrevista semiestruturada está focalizada
em um assunto sobre o qual desenvolvemos um roteiro com perguntas
principais, complementadas por outras questões inerentes às circunstâncias
momentâneas à entrevista. Esse tipo de entrevista pode fazer emergir
informações de forma mais livre e as respostas não estão condicionadas a uma
padronização de alternativas.
A gravação foi realizada mediante um termo de autorização para a
gravação (APÊNDICE B), sendo utilizado um sistema de captação de áudio de
um celular modelo Samsung Galaxy J7 e Samsung Galaxy J5. O tempo médio
das entrevistas foi de aproximadamente seis minutos. Após as entrevistas,
realizou-se a transformação dos relatos orais em textos através de três etapas
(transcrição, textualização e transcriação).
Segundo Meihy (2008), o tratamento das entrevistas compreende:
a) Transcrição: processo rigoroso, longo e exaustivo de passagem
inicial do oral ao escrito. Para alguns pesquisadores, trata-se de
operação de caráter puramente técnico, por vezes relegado a outros,
no entanto, na perspectiva apresentada, a transcrição é de grande
importância para a construção e análise das histórias de vida,
principalmente por sua natureza reiterativa;
b) Textualização: etapa na qual as perguntas do pesquisador são
retiradas ou adaptadas às falas dos colaboradores. Há igualmente
rearranjos a partir de indicações cronológicas e temáticas, desse
modo, busca-se facilitar a leitura do texto por meio de conformações
38
às regras gramaticais vigentes e da supressão de partículas
repetitivas, sem valor analítico, típicas do discurso oral. O objetivo é o
de possibilitar uma melhor compreensão da narrativa;
c) Transcriação: refere-se à incorporação de elementos extratextos na
composição das narrativas dos colaboradores, procura-se recriar o
contexto da entrevista no documento escrito. Mais do que uma
tradução, tenta-se elaborar uma síntese do sentido percebido pelo
pesquisador além da narrativa e desempenho do colaborador.
As etapas citadas anteriormente têm como finalidade transformar as
informações coletadas em um texto organizado, com uma sequência lógica,
que possibilita ao leitor analisar o conteúdo com mais clareza e objetividade.
(SANTOS & ANDREOTI, 2014)
Para apresentação dos dados serão utilizados símbolos para ilustrar as
falas, dentre eles: “[...]” para indicar que um fragmento da fala foi excluído no
início do relato; “...” para ilustrar pausas e “(...)” para expressar que um
fragmento da fala que foi excluído no final do relato. Os nomes das
participantes da pesquisa foram substituídos por “E(n)” para identificação.
4 RESULTADOS E DISCUSSÕES
Durante a coleta de dados, observou-se a predominância do sexo
feminino, totalizando 100% do quadro de funcionários na categoria
“enfermeiros”. Na ocasião, foram entrevistadas um total de seis enfermeiras,
com idades variando entre 25 e 38 anos.
Questionadas em relação ao ano de formação na graduação em
Enfermagem e o ano de admissão na instituição estudada, as participantes
mencionaram os anos compreendidos entre 2005 e 2015.
Tabela 2: Idade das participantes, Ano de Formação e de Admissão na
Instituição (cont).
Idade (em anos) Total Ano de
formação
Total Ano de
admissão
Total
25 01 2005 01 2006 01
29 02 2008 02 2010 01
39
Tabela 2: Idade das participantes, Ano de Formação e de Admissão na
Instituição.
Idade (em
anos)
Total Ano de
formação
Total Ano de
admissão
Total
30 01 2009 01 2011 02
34 01 2010 01 2013 01
38 01 2012 01 2015 01
FONTE: Elaborada pelas autoras, 2016.
Segundo Oliveira e Trindade (2010) o enfermeiro é um dos profissionais
mais indicados para realizar a classificação dos pacientes, pois em sua
formação aprende a prestar assistência de uma forma holística, ou seja,
sabendo ver o ser humano como um todo, visando atender suas necessidades
físicas, psicológicas e se necessário de ordem social.
De acordo com Feijó (2010), o acolhimento com classificação de risco é
um processo de transformações, de mudanças, que busca modificar as
relações entre profissionais de saúde e usuários dos serviços de emergência.
Tendo por objetivo um atendimento mais resolutivo, que saiba identificar e
priorizar os atendimentos realizados nesse serviço, sem deixar de tratar os
pacientes de forma digna e humanitária.
“Prestar pro nosso cliente uma assistência qualificada e
também melhora o atendimento em nível de Classificação
dos riscos né (...) Porque o paciente que ele participa do
acolhimento e da triagem ele não permanece um tempo
desnecessário, sendo que aqueles de risco maior né, eles
são prontamente atendidos no caso os de emergência né
eles são diferenciados, e os pacientes que tem a
possibilidade de aguardar o atendimento eles são
informados do tempo da espera e também assim eles não
impedem que os pacientes que tem uma necessidade
desse atendimento emergencial fiquem aguardando.
Então acima de tudo é prestar pro nosso cliente uma
assistência humanizada, qualificada e dar um melhor
40
atendimento tanto a nível médico, quanto da
enfermagem”. (E6)
“Eu acho que é interessante porque assim, é referente à
urgência, a gente classifica quem mais urgente quem não
é às vezes um paciente vem pra uma consulta de rotina,
ele tá com uma pressão alta, já passa na frente, pra evitar
um erro no parâmetro de consulta com o doutor.” (E4)
Para Silva e Alves (2008), outro fator a ser almejado com o acolhimento
é que o mesmo saiba identificar prioridades, atendendo a todos que procuram
os serviços de saúde sem distinção, ouvindo seus pedidos, escutando seus
problemas e sabendo oferecer respostas aos mesmos e quando for preciso
encaminhar esses pacientes para outros serviços, garantindo a continuidade da
assistência.
“Há a importância é de você não demorar na qualidade
da atenção ao paciente né, o acolher é tipo assim: a
espera às vezes é grande até o médico, então você tendo
o acolhimento antes, sabendo os sinais vitais dele, a
queixa dele principal, às vezes você está esperando a
muito tempo, sendo que ele tinha que ser atendido há
muito mais rápido né. Alguns não sabem nem que eles
estão tão mal. O coitado ta ali esperando. Eu acho assim
pela agilidade no atendimento e até pro médico é bom o
acolher, porque as vezes o médico, ele entra sem saber
uma pressão do paciente né, as vezes corria de um
paciente entrar , sem saber ele ta medicando um paciente
que as vezes está hipotenso ou as vezes ta com um
pressão super alta e fica pior ainda.” (E2)
O Sistema de Acolhimento com Classificação de Risco (ACR) ainda é
algo novo e vem crescendo no Brasil, baseado no sucesso na implantação do
mesmo em várias unidades de urgência e emergência.
41
As participantes da pesquisa foram submetidos à seguinte questão:
Numa escala de 0 a 10, qual a sua dificuldade no momento de classificar o
paciente? Duas das entrevistadas não pontuaram e relatam não ter nenhum
tipo de dificuldade.
[...] Não tenho dificuldade. (E4)
[...] Eu não to tendo problema. (E2)
Os restantes dos enfermeiros entrevistados pontuaram a questão com
valor “sete” e justificaram o motivo através dos seguintes depoimentos:
[...] Alguns acham estranho, ou porque ta
perguntando uma coisa que eles queriam estar
passando pro médico e não pra gente, mas eu
explico porque eu preciso saber a gravidade dele pra
eu poder ta passando ele na frente ou a espera
menor. E agora a gente não deixa mais sozinho, lá
no meu lugar fica um técnico triando, sempre vai ter
agora direto todos os turnos, mas eles não podem
classificar eles só triam, só quem pode classificar é o
enfermeiro né.” (E2)
A partir desse fato, considera-se que a implementação do ACR afeta
tanto a equipe atuante no setor, como os usuários do serviço, cuja entrada no
serviço sofre modificações radicais em relação ao que já estavam habituados,
distanciando-se das práticas centradas no médico, onde o seu acesso era
definido por filas e ordem de chegada. (NONNENMACHER et. al 2012).
“Porque é um serviço que a gente tá implantando
agora, né?! Começamos há pouco tempo, então
ainda nós estamos passando pela etapa de
adaptação, tanto nossa quanto profissional e
também a nível dos clientes, né?! Que muitas vezes
42
eles não entendem porque um que chegou depois é
atendido preferencialmente, não eles [...]”. (E6)
Segundo Pal & Lautert (2011), os profissionais envolvidos com o ACR
passam por treinamentos ou palestras para que estejam aptos a realizar esse
serviço. Porém a responsabilidade de classificar e informar ao paciente que às
vezes o seu caso seria caso de ambulatório acaba sendo uma dificuldade para
o profissional, que somente será deixada para trás com muito trabalho e
experiência neste serviço, que será adquirida com o tempo. Os profissionais
estão se adaptando e ainda encontram dificuldades.
[...] Porque assim, eles já estão acostumando com
as cores e o que dá o azul e o que dão amarelo,
então às vezes eles valorizam, entendeu?! Porque já
aconteceu comigo. Então assim, eles valorizam a
dor, valorizam a queixa, valorizam tudo assim...
Entendeu?! Então às vezes você fica assim “mas
será?!”, é um paciente que vem todo dia, mas e aí,
mas ele tá realmente chorando, tá mostrando que tá
com dor tá, os sinais estão, e aí, e se eu bobear e
der um azul pra ele, entendeu, o que que eu vou
fazer? E se realmente for, então assim, os pacientes
rotineiros de pronto socorro eles te dificultam a
triagem (...) (E5)
De acordo Shiroma e Pires (2011) a maior parte da população não tem
acesso a planos de saúde, sendo então atendidos, sempre que precisam, em
redes do Sistema Único de Saúde (SUS).
Os usuários ainda são leigos quando se trata do conhecimento sobre o
significado de urgência e emergência. Muitos deles não sabem qual é a real
finalidade do Pronto Atendimento. Portanto, essa falta de informação tem sido
motivo de problemas no momento da classificação de risco, pois o paciente
procura o serviço com agravos que poderiam ser solucionados na atenção
básica, aumentando a demanda nestes setores.
43
Questionadas sobre o sucesso da classificação de risco, as participantes
citaram a melhora na qualidade do atendimento, tanto da equipe de
enfermagem quanto médico.
“Eu acredito, melhora muito a qualidade do
atendimento, já melhorou né. Eu acho que isso ai é
qualidade do atendimento.” (E3)
A classificação de risco deve funcionar como um instrumento de
ordenação e orientação da assistência, sendo um sistema de regulação da
demanda dos serviços de urgência/emergência. (SERVIN et al, 2016)
O acolhimento não pode ser caracterizado apenas por um ato de
bondade que o profissional realiza com o paciente, mas sim quando associado
à classificação de risco deve proporcionar a ele, melhores condições no
atendimento para que o mesmo seja humanizado e também qualificado
levando benefícios a esse individuo que busca o serviço. (BRASIL 2009)
Segundo Nascimento et al, (2011), as dificuldades encontradas no setor
de classificação de risco é a falta de conhecimento da sociedade, alta
demanda, precariedade do setor público, recursos e número de profissionais
insuficientes, falta de estrutura física, instalações e equipamentos hospitalares,
e falhas na gestão do serviço.
Oliveira et al (2013), afirmam que a carga de trabalho aumentada para
os profissionais do serviço de emergência, em decorrência do número elevado
de usuários não urgentes, também contribui para a má qualidade do
atendimento oferecido. Esforços para triar usuários com pequenos agravos
podem consumir o mesmo tempo gasto no seu tratamento, como também se
ressalta que esta grande demanda na emergência pode expor a equipe a
acidentes ocupacionais.
No Brasil, os serviços de emergência atuam acima de sua capacidade máxima, com poucos funcionários e precariedade no desenvolvimento de atividades de educação permanente acerca da temática. A demanda é inadequada, as verbas são insuficientes, o gerenciamento de recursos é precário e não há leitos de retaguarda. (BRASIL, 2009, p.3)
44
Diante desse fato, tornou-se pertinente questionar as participantes
sobre quais são as dificuldades encontradas no processo de implantação do
ACR na instituição.
“Infelizmente, às vezes acontece pela demanda ser
grande, nem sempre a gente vai conseguir fazer a
triagem do todo, ainda a gente está se empenhando,
está se esforçando pra isso, mas às vezes ainda
passa um paciente ou outro de não conseguir ter
sido triado, mas a gente já avançou bastante. Antes
a gente tinha uma dificuldade maior e hoje já não
temos. Temos dificuldade ainda por conta da
adaptação, mas a gente está caminhando”. (E6)
“As dificuldades... Bom, primeiro: é que a gente, a
parte das funcionárias, das enfermeiras, é escasso.
Que aqui a gente é em poucas, então tem dia que
uma “tá” doente e tá resgatando e uma fica pro
hospital inteiro. Então já começa daí a dificuldade. A
falta de funcionários. Depois foi também a parte dos
impressos, [...] a gente adaptava, aí a gente
começava a triar e via que tinha coisa faltando (...).
E, acho que essas são as mais dificuldades mesmo.”
(E1)
“Primeiro: nos pacientes; que aqui é uma cidade
pequena, então eles não estão habituados. Quando
você vai chamar pra fazer a triagem, tem paciente
que não tá acostumado a vir no pronto socorro, já te
chama até de doutora, já acha que é a consulta,
então assim, você tem que explicar. Às vezes a
gente também, pelo automático, a gente vai
perguntando, já vai triando, na pressa, tem aquele
monte de ficha e daí você já vai triando, você
45
esquece, é um erro da enfermagem, de se
apresentar, de falar que aquilo é um acolhimento,
mesmo que está escrito, tem tudo, mas você
esquece de explicar pro paciente, então assim é um
erro, uma falha da enfermagem, e assim, é... a
mudança nos funcionários também, e os médicos
também foi um pouco, assim... Às vezes tinha
médico que ficava lá “ah, mas eu quero atender já,
não triou ainda?”, então agora estão se adaptando.
Primeiro tem que triar depois vai atender, entendeu?
E assim, às vezes pela falta de funcionário e de
enfermeira a gente acaba ficando um pouco limitada,
que assim, o fluxo daqui não é tão grande, a gente
tem dois funcionários no Pronto Socorro de dia e a
gente tá tendo uma enfermeira 12, mas assim
quando tem folga, quando tem algum problema que
tem que resolver, ou folga aqui dentro ou folga lá
fora, a gente tem que acabar ficando tampando
buraco e aí assim, isso que atrapalha um pouco, isso
ainda é bem... a gente tá tentando (...) tudo, pro
paciente não se perder na “um dia eu vou lá e tem
acolhimento, no outro eu vou e não tem” entendeu,
então mas assim acho que isso é o mais difícil
mesmo, pela falta de funcionário, às vezes pelo
paciente, pela adaptação, os médicos eu acho que já
tão um pouquinho mais acostumado, no começo foi
bem resistente também.” (E5)
Observa-se a partir dos achados, que o profissional enfermeiro mesmo
sendo capacitado para o trabalho, encontra adversidades embutidas no
cenário, dentre eles a dificuldade de adaptação dos usuários e profissionais
médicos ao novo protocolo, quadro de profissionais diminuídos, falta de
recursos, alta demanda, jornada de trabalho excessiva gerando estresse,
desconforto e por vezes desentendimentos por parte dos usuários.
46
De acordo, com o Ministério da Saúde (2009) implantar uma nova rotina
serve de respaldo para a instituição de saúde, conferindo qualidade na
assistência prestada, agilizando o trabalho e promovendo a satisfação do
cliente.
A estratégia de implantação do acolhimento com classificação de risco possibilita abrir processos de reflexão e aprendizado institucional de modo a reestruturar as práticas assistenciais e construir novos sentidos e valores, avançando em ações humanizadas e compartilhadas por trabalho coletivo e cooperativo. (BRASIL, 2009, p.4)
Ao serem indagadas sobre como o sistema de classificação de risco
está sendo implantado, obteve-se as seguintes respostas:
“Bom, ele começou recentemente, então nós
montamos uma estrutura específica pra isso, que
nem nós estamos na sala que é realizada a triagem
e o acolhimento e assim, nós percebemos que assim
são mudanças que tem que ocorrer e que a gente
tem que se empenhar e se esforçar pra tá
qualificando nosso serviço e também humanizando a
assistência, é mais ele foi assim implantado e
estruturado o hospital, assim não veio à informação
do acolhimento vocês têm que fazer, teve todo um
treinamento da RT no primeiro momento que é a
nossa responsável técnica e depois nos foi
transferido a informação para que nós pudéssemos
fazer”. (E6)
“Mas tipo assim primeiro teve que ter um protocolo,
teve capacitação de enfermeira pra fazer esse
acolhimento. Foi um pouquinho difícil assim pra
montar, até montar, mas depois que montou
também. No comecinho é difícil pras pessoas
entenderem o que que é, mas agora eles estão
47
sabendo, já chegam sabendo. – Vai passar na
triagem? Eles gostam também de chegar e ta
sabendo dos sinais vitais deles.” (E2)
Segundo Carvalho et al (2008), após o cadastro necessário pela
recepção, o paciente é direcionado para a consulta de enfermagem com
utilização de instrumento adequado, determinando após acolhimento qual eixo
pertencerá cada paciente, conforme quadro clínico apresentado.
“O paciente chega, ele vai na recepção, faz a ficha,
entrega a ficha pro porteiro, o porteiro vai pela
sequência de horário que as fichas foram abertas,
ele encaminha pra gente na sala de triagem, a gente
chama o paciente, a gente costuma perguntar, já faz
meio que anamnese mesmo, né, depois a gente, é
tudo check-list essa parte nossa de triagem, nosso
impresso é check-list e a gente vai perguntando
desde o nome do paciente, idade, se ele é tabagista,
doenças que ele tem de base, se ele é alérgico à
alguma medicação, se ele é alérgico, a gente grifa
com grifa texto pra deixar bem destacado, e a gente
vai fazendo assim, depois a gente encaminha o
paciente de volta pra sala de espera e ali ele
permanece. Só que antes dele sair da sala a gente
justifica o porque que a gente tá colocando a cor que
nem sempre eles leem no cartaz e depois eles ficam
nervosos e vira aquele jogo de empurra-empurra. De
um funcionário para o outro “ah porque falou” então
a gente explica o porque que a gente tá colocando a
cor e depois a gente encaminha ele de novo pra sala
de espera.” (E1)
“Assim, tem... Faz a ficha lá na recepção, a recepção
entrega a ficha pro porteiro, o porteiro entrega a
48
ficha no acolhimento, aí no acolhimento tem
enfermeira lá que faz o questionário, vê os sinais e
classifica a cor, aí a ficha volta pro porteiro e o
porteiro que distribui na hora da entrada pro médico,
ele passa na frente, ele que organiza pelas cores.”
(E5)
Para a implantação do sistema de classificação de risco no setor de
urgência e emergência, foi necessária a readequação das rotinas do serviço
dentre eles a validação do instrumento de avaliação inicial, a construção dos
protocolos de atendimento e o treinamento do enfermeiro para classificação,
tornando assim, o fluxo de atendimento mais dinâmico, garantindo o acesso do
paciente com o mínimo de tempo possível ao atendimento adequado e dentro
do tempo estimado pelo protocolo.
A visão holística dos enfermeiros é um dos principais objetivos, onde é
captada toda a informação levada pelo cliente, possibilitando um diagnóstico
preciso, além de propiciar condições de elaborar um plano de assistência de
acordo com a necessidade de cada indivíduo para a obtenção de um bom
resultado.
Questionadas em relação às mudanças provocadas no atendimento aos
pacientes que buscam o serviço, observou-se que cada profissional
entrevistada possui uma visão diferente:
“Eu acho que eles estão gostando sim, uns que nem
eu falei às vezes não gostam pelo fato de ta falando
o que tem, tem vergonha de falar, quer falar direto
pro médico, daí às vezes eu só colho sinais vitais só
e tento ser mais discreta, daí uns eu deixo mais a
vontade pra falar e eles acabam falando”. (E2)
O sistema médico-centrista caracteriza-se por aqueles pacientes que
ainda estão habituados a compartilhar suas queixas apenas com o profissional
médico a quem ele já estava acostumado, requerendo do profissional
enfermeiro uma maneira mais discreta de lidar com esse paciente, mas de
49
maneira nenhuma deixando de coletar informações importantes para a
classificação de risco do mesmo.
“Melhorou muito a qualidade no atendimento dele,
eu vi que melhorou bastante, às vezes não
conseguem fazer a triagem, mas pelo menos os
sinais vitais têm alguém colhendo”. (E3)
[...] A melhora, assim, no atendimento médico
porque a gente consegue separar os pacientes que
estão mais graves ou não, porque antigamente eles
chegavam nem sempre eles falavam pra gente na
secretaria que eles estavam com a pressão alta e
eles não falavam o que eles estavam sentindo. [...]
Hoje em dia então não tem mais esse problema
deles convulsionarem na sala de espera, que
acontecia muito, deles passarem mal na sala de
espera aguardando atendimento médico e na visão
do paciente, eles conseguiram, eles entenderam que
isso é uma coisa boa. (E1)
O ACR tem como principal objetivo melhorar o atendimento ao paciente,
fazer com que o mesmo tenha voz que suas queixas sejam ouvidas.
Proporciona também que um atendimento organizado e que os pacientes
sejam atendidos por ordem de importância, ou seja, de gravidade e não por
ordem de chegada, beneficiando o paciente que precisa de atendimento
mediato. (BRASIL, 2009)
[...] Ah, eu acho que a rapidez no atendimento,
principalmente nos pacientes mais necessitados.
(E4)
A classificação de risco proporciona maior agilidade no atendimento ao
paciente, o mais necessitado receberá atendimento mais rápido, ou seja, a sua
50
espera será inferior do que se o atendimento fosse como no modelo antigo, por
ordem de chegada . É um processo o qual melhora a assistência prestada ao
paciente que busca o serviço, priorizando os mais necessitados e orientando a
espera maior aos casos menos graves.
5 PARECER FINAL DA PESQUISA
Após a análise dos dados coletados, foi possível compreender as
dificuldades enfrentadas pelos enfermeiros no processo de implantação do
Sistema de Acolhimento e Classificação de Risco no setor de urgência e
emergência.
Através das entrevistas coletadas ficou evidente que os profissionais
enfrentam dificuldades e a mais pontuada entre eles é a falta de conhecimento
por parte da população sobre a finalidade do Pronto Atendimento. Esses
fatores levam ao aumento do fluxo no setor, fazendo com que o profissional
enfermeiro tenha que apresentar outras opções para o paciente, referenciando
o mesmo a outro serviço que atenda a sua necessidade.
Cabe ao enfermeiro informar ao paciente o serviço o qual foi
encaminhado e os motivos, fazendo com que o mesmo se sinta, ainda assim,
acolhido, proporcionando uma assistência qualificada e principalmente
humanizada.
A escassez de funcionário para dar suporte na emergência leva a
sobrecarga dos mesmos, refletindo em uma Classificação de Risco não efetiva
que prejudica a assistência ao paciente.
É valido destacar que grande parte das dificuldades enfrentadas por eles
está ligada a adaptação ao serviço, pois o mesmo foi implantado há pouco
tempo na instituição como está descrito nos depoimentos dos participantes da
pesquisa.
PROPOSTA DE INTERVENÇÃO
Diante dos resultados obtidos nesta pesquisa, ficou evidente as
dificuldades enfrentadas pelos enfermeiros na implantação do Sistema de
51
Acolhimento e Classificação de Risco referentes à população e também a
adaptação do serviço, que ainda é novo.
Sendo assim, sugere-se que a instituição proporcione meios para que o
usuário exponha sua opinião sobre o Sistema de Acolhimento e Classificação
de Risco, a partir de questionários onde o usuário é submetido a perguntas
como: qual é a finalidade do Pronto Atendimento, sobre o significado de
urgência e emergência e se o mesmo entende a dinâmica do Sistema de
Acolhimento e Classificação de Risco. Depois de colhida essas informações,
será necessário compreender quais as necessidades dos pacientes, levando a
eles essas informações a qual eles desconhecem.
Outro ponto indicado é realizar o dimensionamento para embasar a
contratação de profissionais para aumentar o quadro de funcionários neste
setor. É necessária a presença de, no mínimo, um funcionário por turno
exclusivo para esse serviço.
Faz-se importante a realização de educação continuada e permanente
para que os profissionais envolvidos neste serviço estejam sempre atualizados
e se adaptem o mais rápido possível a esse sistema, para proporcionar um
atendimento melhor ao paciente que busca o serviço.
E por fim sugerimos a continuidade desta pesquisa, por ser de extrema
importância para a área da saúde, pois através do Sistema de Acolhimento e
Classificação de Risco é possível organizar, qualificar e humanizar o
atendimento, por isso é imprescindível investir neste serviço, treinando os
profissionais, dando melhores condições de serviço aos mesmos e,
principalmente, realizando educação em saúde para que o usuário entenda o
sentido deste serviço.
52
CONCLUSÃO
Diante dos dados colhidos durante essa pesquisa foi possível
compreender as dificuldades enfrentadas pelos enfermeiros na implantação do
Sistema de Acolhimento e Classificação de Risco no setor de emergência.
Os depoimentos possibilitaram discussões que estão expostas neste
trabalho. Através destes pode se compreender a importância deste sistema
para o setor, pois o mesmo não só reorganiza as filas de espera, mas também
proporciona ao paciente uma assistência qualificada e humanizada, prevenindo
assim episódios que eram recorrentes nas emergências como, por exemplo, o
paciente convulsionando na sala de espera.
Mediante os resultados colhidos ficou evidente que os profissionais
enfrentaram e ainda enfrentam adversidades no processo de implantação do
Sistema de Acolhimento e Classificação de Risco, tais como a escassez de
profissional para a realização deste, a adaptação a um sistema que é
relativamente novo na instituição e também pela falta de conhecimento tanto da
população quanto de alguns profissionais que estão envolvidos direta ou
indiretamente neste serviço.
Essas dificuldades por eles citadas implicam diretamente no sucesso do
sistema, por isso é necessário que se trabalhe meios para diminuir essas
dificuldades. Cabe ao enfermeiro orientar a população sobre as mudanças que
estão ocorrendo no setor, para que os mesmos estejam cientes. É também
atribuição do enfermeiro informar o paciente sobre o tempo de espera
necessário de acordo com o agravo que o mesmo apresenta e referenciar o
mesmo para outro serviço se necessário.
Diante dos resultados apresentados compreende-se as dificuldades
pontuadas pelos enfermeiros envolvidos neste serviço. E que é de extrema
importância o levantamento destas, pois serve como recurso para que o
profissional responsável por este serviço desenvolva alternativas para
solucionar as dificuldades por eles apresentadas.
Faz-se importante a escuta dos pacientes em relação à opinião dos
mesmos sobre as mudanças que estão ocorrendo no setor, para que então a
partir disto seja desenvolvido educação em saúde com a população, refletindo
53
assim em diminuição no fluxo de pessoas e a sobrecarga de trabalho dos
profissionais do setor de emergência.
54
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63
APÊNDICES
APÊNDICE A – Roteiro de Entrevista
1. NOME: ___________________________________________________
2. IDADE: _______________.
3. ANO DE FORMAÇÃO: ________
4. ANO DE ADMISSÃO NA INSTITUIÇÃO: ________.
5. NA SUA CONCEPÇÃO QUAL A IMPORTÂNCIA DO SISTEMA DE
CLASSIFICAÇÃO DE RISCO?
6. NUMA ESCALA DE 0 A 10, QUAL A SUA DIFICULDADE NO
MOMENTO DE CLASSIFICAR O PACIENTE?
7. QUAL O MOTIVO DA SUA DIFICULDADE?
8. VOCÊ ACREDITA NO SUCESSO DA CLASSIFICAÇÃO DE RISCO?
JUSTIFIQUE.
9. QUAL(IS) A(S) DIFICULDADE(S) ENCONTRADA(S) NO PROCESSO
DE IMPLANTAÇÃO DO SISTEMA DE CLASSIFICAÇÃO DE RISCO?
10. COMO O SISTEMA DE CLASSIFICAÇÃO DE RISCO ESTÁ SENDO
IMPLANTADO?
11. EM SUA VISÃO QUAIS AS MUDANÇAS PROVOCADAS NO
ATENDIMENTO AOS PACIENTES QUE BUSCAM O SERVIÇO?
64
APÊNDICE B – Termo de Autorização para Gravação de Voz
TERMO DE AUTORIZAÇÃO PARA GRAVAÇÃO DE VOZ
Eu,..........................................................................,depois de entender os riscos
e benefícios que a pesquisa intitulada “As dificuldades encontradas por
enfermeiros na implantação da classificação de risco em um setor de
emergência de uma unidade hospitalar do interior paulista” poderá trazer e,
entender especialmente os métodos que serão usados para a coleta de dados,
assim como, estar ciente da necessidade da gravação de minha entrevista,
AUTORIZO, por meio deste termo, os pesquisadores Ana Laura Teixeira
Amaro, Jéssica Aparecida Gregório Ferreira e Lais Daniele da Silva do curso
de graduação em Enfermagem do Centro Universitário Católico Salesiano
Auxilium de Lins, a realizar a gravação da minha entrevista para trabalho de
conclusão de curso, sem custos financeiros a nenhuma parte.
Lins, ____ de _______________ de 2016.
_____________________________
Participante da pesquisa
_____________________________
Fabiana Ap. Monção Fidelis
Pesquisadora responsável
65
APÊNDICE C – Entrevistas
E1
Idade: 25 anos
Ano de formação: 2012
Ano de admissão na instituição: 2013
Na sua concepção qual a importância do Sistema de Classificação de
Risco? “Eu acho que facilita o diagnóstico médico porque, porque às vezes e
também pra aliviar até mesmo nós da enfermagem, né? Porque aqui a gente
tem muito problema deles fazem a ficha e entram tudo correndo aqui pra
dentro, todo mundo quer ser atendido. Com essa classificação de risco a gente
consegue aliviar essa parte”.
Numa escala de 0 a 10, qual a sua dificuldade no momento de classificar o
paciente? “Sete”
Qual o motivo da sua dificuldade? “É a gente depois encaminhar o paciente,
quando a gente vai explicar que aqui não fornece receita, eles não, não
aceitam, eles querem, eles arrumam confusão e liga pra prefeito e faz boletim
de ocorrência. Acontece isso”.
Você acredita no sucesso da Classificação de Risco? Justifique. “Difícil
responder, porque ainda está sendo implantanda aqui. A gente ainda não tem a
prática mesmo certo. Tá sendo uma novidade pra todo mundo, então eu acho
que por enquanto ainda não porque ainda não funciona da forma como deve
funcionar”
Qual(is) a(s) dificuldade(s) encontrada(s) no processo de implantação do
Sistema de Classificação de Risco? “As dificuldades... bom primeiro, é que a
gente a parte das funcionárias, das enfermeiras, é escasso. Que aqui a gente é
em poucas, então tem dia que uma tá doente e tá resgatando e uma fica pro
hospital inteiro, então já começa daí a dificuldade. A falta de funcionários.
Depois foi também a parte das impressos que a gente adaptava, aí a gente
começava triar e via que tinha coisa faltando, né porque, a gente tem que criar
essa parte dos impressos... e, acho que essas são as mais dificuldades
mesmo.”
66
Como o sistema de Classificação de Risco está sendo implantado? “O
paciente chega, ele vai na recepção, faz a ficha, entrega a ficha pro porteiro, o
porteiro vai pela sequencia de horário que as fichas foram abertas, ele
encaminha pra gente na sala de triagem, a gente chama o paciente, a gente
costuma perguntar, já faz uma meio que anamnese mesmo, né, depois a
gente, é tudo check-list essa parte nossa de triagem, nosso impresso e check
list e a gente vai perguntando desde o nome do paciente, idade, se ele é
tabagista, doenças que ele tem de base, se ele é alérgico à alguma medicação,
se ele é alérgico, a gente grifa com grifa texto pra deixar bem destacado, e a
gente vai fazendo assim, depois a gente encaminha o paciente de volta pra
sala de espera e ali ele permanece. Só que antes dele sair da sala a gente
justifica o porque que a gente tá colocando a cor que nem sempre eles leem no
cartaz e depois eles ficam nervosos e vira aquele jogo de empurra-empurra. De
um funcionário para o outro “ah porque falou” então a gente explica o porque
que a gente tá colocando a cor e depois a gente encaminha ele de novo pra
sala de espera.”
Em sua visão, quais as mudanças provocadas no atendimento aos
pacientes que buscam o serviço? “Então, no quesito “Santa Casa” houve a
melhora assim no atendimento médico porque a gente consegue separar os
pacientes que estão mais graves ou não, porque antigamente eles chegavam
nem sempre eles falavam pra gente na secretaria que eles estavam com a
pressão alta e eles não falavam o que eles estavam sentindo. Simplesmente
eles fazia a ficha e ficava aguardando o atendimento médico, hoje não, com a
triagem a gente consegue ver se eles tão com temperatura, se eles estão com
pressão mais alta, como diagnosticar, dar um diagnóstico de enfermagem
mesmo, pra poder facilitar o diagnóstico médico. Hoje em dia então não tem
mais esse problema deles convulsionarem na sala de espera, que acontecia
muito, deles passarem mal na sala de espera aguardando atendimento médico
e na visão do paciente, eles conseguiram, eles entenderam que isso é uma
coisa boa, porque eles agora eles entram na salinha e falam “nossa, tem agora
isso aqui” muitas vezes eu já atendi paciente que eles vinham na salinha e
ficavam ali, uma conversa que você tinha com o paciente, uma explicação que
você dava eles entendiam e era isso que eles tavam buscando ali, eles não
estavam buscando nem sempre o atendimento médico, às vezes eles
67
buscavam uma resposta simples da enfermagem que facilitaria o problema
deles sem ter que passar no médico, então deu uma aliviada na parte do
atendimento também.”
E2
Idade: 38 anos
Ano de formação: 2008
Ano de entrada na instituição: 2011
Na sua concepção qual a importância do Sistema de Classificação de
Risco? “Há a importância é de você não demorar na qualidade da atenção ao
paciente né, o acolher é tipo assim: a espera as vezes é grande até o médico,
então você tendo o acolhimento antes, sabendo os sinais vitais dele, a queixa
dele principal, as vezes você está esperando a muito tempo, sendo que ele
tinha que ser atendido há muito mais rápido né. Alguns não sabem nem que
eles estão tão mal. O coitado ta ali esperando. Eu acho assim pela agilidade no
atendimento e até pro médico é bom o acolher, porque às vezes o médico, ele
entra sem saber uma pressão do paciente né, às vezes corria de um paciente
entrar, sem saber ele ta medicando um paciente que às vezes está hipotenso
ou às vezes ta com um pressão super alta e fica pior ainda”.
Numa escala de 0 a 10, qual a sua dificuldade no momento de classificar o
paciente? Qual o motivo da sua dificuldade? “Eu não to tendo problema.
Alguns acham estranho, ou porque ta perguntando uma coisa que eles queriam
estar passando pro médico e não pra gente, mas eu explico porque eu preciso
saber a gravidade dele pra eu poder ta passando ele na frente ou á espera
menor. E agora a gente não deixa mais sozinho, lá no meu lugar fica um
técnico triando, sempre vai ter agora direto todos os turnos, mas eles não
podem classificar eles só triam, só quem pode classificar é o enfermeiro, né?!”
Você acredita no sucesso da Classificação de Risco? Justifique. “Eu creio
que sim, eu espero que sim” (risos)
Qual(is) a(s) dificuldade(s) encontrada(s) no processo de implantação do
Sistema de Classificação de Risco? “É foi um pouquinho difícil porque foi
uma coisa nova pra nós né, sendo que tá sendo cobrado em todos os lugares”.
68
Como o sistema de Classificação de Risco está sendo implantado? “Mas
tipo assim primeiro teve que ter um protocolo, teve capacitação de enfermeira
pra fazer esse acolhimento. Foi um pouquinho difícil assim pra montar, até
montar, mas depois que montou também. No comecinho é difícil pras pessoas
entenderem o que que é, mas agora eles estão sabendo, já chegam sabendo.
– Vai passar na triagem? Eles gostam também de chegar e ta sabendo dos
sinais vitais deles”.
Em sua visão, quais as mudanças provocadas no atendimento aos
pacientes que buscam o serviço? “Tem uns que não gostam de falar pra
gente o que tem, principalmente homem que vem com alguma coisa, que vem
com uma DST, eles tem vergonha de falar os sinais que estão apresentando,
eu falo pra eles não ter vergonha porque eu sou enfermeira,a gente tem que
passar a calma pra eles. Eu acho que eles estão gostando sim, uns que nem
eu falei as vezes não gostam pelo fato de ta falando o que tem, tem vergonha
de falar, quer falar direto pro médico, daí as vezes eu só colho sinais vitais só e
tento ser mais discreta, daí uns eu deixo mais a vontade pra falar e eles
acabam falando”.
E3
Idade: 29 anos
Ano de formação: 2009
Ano de entrada na instituição: 2011
Na sua concepção qual a importância do Sistema de Classificação de
Risco? “Lá do acolhimento? É você priorizar qual paciente precisa de maior
atendimento, se precisa urgente ou emergente, eu acho muito importante
mesmo. Às vezes o paciente ele ta com uma pressão 20x11 ou 20x15 ele tá
sentadinho, ninguém triou ele, ele ta morrendo de dor de cabeça e ele não
falou nada, é um paciente que pode evoluir pra alguma coisa, um AVC, alguma
coisa assim”.
Numa escala de 0 a 10, qual a sua dificuldade no momento de classificar o
paciente? Qual o motivo da sua dificuldade? “É assim não tem muita
dificuldade assim, né?! A gente tem tudo que a gente precisa. A gente tem um
termômetro, a gente tem um aparelho de pressão pra ver sinais vitais, tem o
69
oxímetro de pulso, a gente conversa com o paciente pergunta o que o paciente
tem; a gente tria o paciente. Ah! Pode ser 1. Acho que a gente poderia ter
outros métodos melhores, não sei se vocês já viram aquele aparelho que é tipo
um computadorzinho, ai é chique demais. Então não posso colocar 0”.
Você acredita no sucesso da Classificação de Risco? Justifique. “Eu
acredito, melhora muito a qualidade do atendimento, já melhorou né. Eu acho
que isso ai é qualidade do atendimento”.
Qual(is) a(s) dificuldade(s) encontrada(s) no processo de implantação do
Sistema de Classificação de Risco? “Eu percebi assim um pouco de
aceitação, não dos pacientes, da equipe, dos médicos... - Há não precisa triar o
paciente não, enquanto você tria um eu atendo três, sabe então teve um
pouquinho, assim essas coisas assim”.
Como o sistema de Classificação de Risco está sendo implantado? “Eu
sei que foi exigência, alguma coisa do SUS, acho que foi só a RT que teve o
curso, o treinamento”.
Em sua visão, quais as mudanças provocadas no atendimento aos
pacientes que buscam o serviço? “Melhorou muito a qualidade no
atendimento dele, eu vi que melhorou bastante, às vezes não conseguem fazer
a triagem, mas pelo menos os sinais vitais têm alguém colhendo”.
E4
Idade: 29 anos
Ano de formação: 2008
Ano de entrada na instituição: 2010
Na sua concepção qual a importância do Sistema de Classificação de
Risco? “Eu acho que é interessante porque assim, é referente a urgência, a
gente classifica quem é mais urgente, quem não é, às vezes um paciente vem
pra uma consulta de rotina, ele tá com uma pressão alta, já passa na frente,
pra evitar um erro no parâmetro de consulta com o doutor”.
Numa escala de 0 a 10, qual a sua dificuldade no momento de classificar o
paciente? Qual o motivo da sua dificuldade? “Não tenho dificuldade”.
Você acredita no sucesso da Classificação de Risco? Justifique. “Tá
correndo tudo certo eu acredito que sim”.
70
Qual(is) a(s) dificuldade(s) encontrada(s) no processo de implantação do
Sistema de Classificação de Risco? “Não, nenhuma”.
Como o sistema de Classificação de Risco está sendo implantado? “Ah!
Eu acho que na verdade já é meio que, tem que ter em todas as unidades
hospitalares, e esse ano acho que como a prefeitura assumiu a Santa Casa eu
acho que eles deram uma empurrada nisso e deu tudo certo, não teve erro. Foi
muito rápida a implantação na verdade, mas foi depois que a prefeitura
assumiu que teve aqui na Santa Casa que através de projeto foi rapidinho
mesmo porque acho que é obrigatório agora, né?! Teve palestra, a RT teve
treinamento, ela trouxe a apostila e mostrou pra gente, mas não tem segredo
não”.
Em sua visão, quais as mudanças provocadas no atendimento aos
pacientes que buscam o serviço? “Ah! Eu acho que rapidez no atendimento,
principalmente nos pacientes mais necessitados”.
E5
Idade: 30 anos
Ano de formação: 2010
Ano de admissão na instituição: 2015
Na sua concepção qual a importância do Sistema de Classificação de
Risco? “A importância, eu acho assim, paciente que realmente tem a
necessidade, né, tipo uma hipertensão, um paciente idoso, uma dor, que as
vezes pacientes vem no os e nem tem nada, vem pra conversar com amigo,
vem pra dar uma fofocada, paciente idoso as veze vem por carência, então
assim, o os se você for assistir, estudar, o público do os na triagem você
percebe, é bem característico, então assim, a triagem é importante por causa
disso.”
Numa escala de 0 a 10, qual a sua dificuldade no momento de classificar o
paciente? “Sete”
Qual o motivo da sua dificuldade? “Pela falsidade do paciente. Porque
assim, eles já estão acostumando com as cores e o que da o azul e o dão
amarelo, então as vezes eles valorizam entendeu?! Porque já aconteceu
comigo. Então assim, eles valorizam a dor, valorizam a queixa, valorizam tudo
71
assim. Entendeu. Então as vezes você fica assim mais “será?!”, é um paciente
que vem todo dia mas e aí, mas ele tá realmente tá chorando, tá mostrando
que tá com dor tá, os sinais estão, e aí, e se eu bobear e der um azul pra ele,
entendeu, o que que eu vou fazer? E se realmente for, então assim, os
pacientes rotineiros de os eles te dificultam a triagem porque eles mascaram
muito o que eles tão sentindo. E ai as vezes eles falam uma coisa pra você e
chega lá na ficha você pega a ficha do médico é outro relato, nem parece a
mesma triagem.”
Você acredita no sucesso da Classificação de Risco? Justifique. “Eu
acredito que melhora bastante assim, acredito sim no sucesso, mas como
esses pacientes que já estão habituados com o Pronto Socorro, que eles são
viciados, porque é um vício, tem pacientes que se você for pegar vem assim,
na semana eles vem todo dia ou 3, 4 vezes na semana, então assim, esses
pacientes que acabam assim, desanimando, entendeu. Essa é a palavra.
Desmotivando a classificação.”
Qual(is) a(s) dificuldade(s) encontrada(s) no processo de implantação do
Sistema de Classificação de Risco? “Primeiro: nos pacientes, que aqui é
uma cidade pequena, então eles não estão habituados. Quando você vai
chamar pra fazer a triagem, tem paciente que não tá acostumado a vir no os, já
te chama até de doutora, já acha que é a consulta, então assim, você tem que
explicar, as vezes a gente também pelo automático, a gente vai perguntando,
já vai triando, na pressa, tem aquele monte de ficha e daí você já vai triando,
você esquece, é um erro da enfermagem, de se apresentar, de falar que aquilo
é um acolhimento, mesmo que está escrito, tem tudo, mas você esquece de
explicar pro paciente, então assim é um erro, uma falha da enfermagem, e
assim, é... a mudança nos funcionários também, e os médicos também foi um
pouco, assim, as vezes tinha médico que ficava lá “ah, mas eu quero atender
já, não triou ainda?” então agora estão se adaptando. Primeiro tem que triar
depois vai atender entendeu, e assim, as vezes pela falta de funcionário e de
enfermeira a gente acaba ficando um pouco limitada, que assim, o fluxo daqui
não é tão grande, a gente tem dois funcionários no Pronto Socorro de dia e a
gente tá tendo uma enfermeira 12, mas assim quando tem folga, quando tem
algum problema que tem que resolver, ou folga aqui dentro ou folga lá fora, a
gente tem que acabar ficando tampando buraco e aí assim, isso que atrapalha
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um pouco, isso ainda é bem... a gente tá tentando se os funcionários estão
fazendo pelo menos sinais, sabe? Pra não ficar ficha em branco, tudo, pro
paciente não se perder na “um dia eu vou lá e tem acolhimento, no outro eu
vou e não tem” entendeu, então mas assim acho que isso é o mais difícil
mesmo, pela falta de funcionário, as vezes pelo paciente, pela adaptação, os
médicos eu acho que já tão um pouquinho mais acostumado, no começo foi
bem resistente também.”
Como o sistema de Classificação de Risco está sendo implantado?
“Assim, tem... Faz a ficha lá na recepção, a recepção entrega a ficha pro
porteiro, o porteiro entrega a ficha no acolhimento, aí no acolhimento tem
enfermeira lá que faz o questionário, vê os sinais e classifica a cor, aí a ficha
volta pro porteiro e o porteiro que distribui na hora da entrada pro médico, ele
passa na frente, ele que organiza pelas cores”.
Em sua visão, quais as mudanças provocadas no atendimento aos
pacientes que buscam o serviço? “Acho assim, pro paciente que realmente
está buscando o serviço, eu acho que... assim, os pacientes que vinham pra
buscar receita, trocar receita, tinha alguns dias da semana que eles já estavam
bem habituados a trocar receita aqui, mostrar exame pra médico, fazer um
meio de ambulatório... eu acho que deu uma cortada assim... boa, radical até
porque as meninas lá na frente, eu não fico tanto porque eu sou mais do
fundo, eu sou mais daqui, mas as vezes que eu fico lá eu fico pouco lá, então a
gente fala assim “já procurou o posto de saúde?” Igual criança, o pediatra, “Já
procurou o posto?” Tá com febre há três dias, quatro dias, dor de garganta, “Já
procurou o posto? Foi atendida pelo pediatra? Já agendou?” ou às vezes “Ah
eu vim trocar a receita”, não, não troca receita, não pode. Entendeu? E
municípios vizinhos também, eles exploravam demais aqui, e assim, a gente
é... porque não pode negar o atendimento mas com a orientação eles tão se
habituando que eles tem que dar muita explicação pra enfermeira, então eles
acabam não vindo, entendeu? Então, mas também eles... as vezes acaba
mentindo. Teve uma vez que um paciente veio pra trocar uma receita e tava
com uma cefaleia intensa, que não estava aguentando, não estava nem
conseguindo abrir o olho, que ia morrer, não sei o que lá. Hora que eu peguei
depois o prontuário, falei “ah medicou aquela paciente? Ela estava com tanta
cefaleia” e realmente parecia. Fui ver, “orientações troca de receita”, entendeu?
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Então assim, ainda é difícil pela maldade que as pessoas usam, se elas
soubessem a importância realmente do acolhimento, de uma pessoa que está
realmente precisando... então, mas acho que assim, é tudo questão de
educação ainda. Tanto de educação, como orientação, começa pelo serviço
básico, começa primeiro lá no posto de saúde”.
E6
Idade: 34 anos
Ano de formação: 2005
Ano de admissão na instituição: 2006
Na sua concepção qual a importância do Sistema de Classificação de
Risco? “Prestar pro nosso cliente uma assistência qualificada e também
melhora o atendimento a nível de Classificação dos riscos, né?! Porque o
paciente que ele participa do acolhimento e da triagem ele não permanece um
tempo desnecessário, sendo que aqueles de risco maior né, eles são
prontamente atendidos no caso os de emergência, né?! Eles são diferenciados,
e os pacientes que tem a possibilidade de aguardar o atendimento eles são
informados do tempo da espera e também assim eles não impedem que os
pacientes que tem uma necessidade desse atendimento emergencial fiquem
aguardando. Então acima de tudo é prestar pro nosso cliente uma assistência
humanizada, qualificada e dar um melhor atendimento tanto a nível médico,
quanto da enfermagem”.
Numa escala de 0 a 10, qual a sua dificuldade no momento de classificar o
paciente? “Sete”.
Qual o motivo da sua dificuldade? “Porque é um serviço que a gente ta
implantando agora, né?! Começamos a pouco tempo, então ainda nós estamos
passando pela etapa de adaptação tanto nossa quanto profissional e também a
nível dos clientes, né?! Que muitas vezes eles não entendem porque um que
chegou depois é atendido preferencialmente não eles, então eu acho que nós
estamos na fase de adaptação tanto dos profissionais que fazem esse serviço,
quanto da própria clientela de entender o tempo de espera de um para o outro
que é diferenciado”.
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Você acredita no sucesso da Classificação de Risco? Justifique. “Sim, eu
acho que é uma tendência que hospitais maiores já realizam, tem dado certo e
a gente acho que está no caminho certo, eu acho que com esforço profissional,
a gente vai também se igualar aos hospitais de grande porte que faz isso e
atende a sua clientela de uma maneira humanizada, qualificada”.
Qual(is) a(s) dificuldade(s) encontrada(s) no processo de implantação do
Sistema de Classificação de Risco? “Infelizmente, às vezes acontece pela
demanda ser grande, nem sempre a gente vai conseguir fazer a triagem do
todo, ainda a gente está se empenhando, ta se esforçando pra isso, mas as
vezes ainda passa um paciente ou outro de não conseguir ter sido triado, mas
a gente já avançou bastante, antes a gente tinha uma dificuldade maior e hoje
já não temos, temos dificuldade ainda por conta da adaptação, mas a gente
está caminhando”.
Como o sistema de Classificação de Risco está sendo implantado? “Bom,
ele começou recentemente, então nós montamos uma estrutura específica pra
isso, que nem nós estamos na sala que é realizada a triagem e o acolhimento e
assim, nós percebemos que assim são mudanças que tem que ocorrer e que a
gente tem que se empenhar e se esforçar pra ta qualificando nosso serviço e
também humanizando a assistência, é mais ele foi assim implantado e
estruturado o hospital, assim não veio a informação do acolhimento vocês têm
que fazer, teve todo um treinamento da RT no primeiro momento que é a nossa
responsável técnica e depois nos foi transferido a informação para que nós
pudéssemos fazer”.
Em sua visão, quais as mudanças provocadas no atendimento aos
pacientes que buscam o serviço? “Eu acho que assim a qualificação da
assistência, eu acho que assim as pessoas entenderem que o Pronto
Atendimento ele esta aqui pra prestar o serviço sim pra clientela, porém pra
situações de emergência e urgência, que as coisas de ambulatório têm os
Centros de Saúde, PSF’s que poderiam suprir essa demanda. Infelizmente a
nossa clientela ainda é muito diversificada, tem muito paciente que acaba vindo
no Pronto Atendimento porque eles sabem que no Pronto Socorro vai oferecer
a medicação e no caso no Centro de Saúde, eles teriam, né?! Na maioria dos
casos do ambulatório, eles pegariam receita e tomariam em casa o tratamento,
eles acham que uma dose de medicação vai resolver todo problema deles e
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isso acaba gerando também um transtorno a nível de fluxo de pessoas que é
muito grande. Eu acho que a população e a nossa clientela ela ainda não foi
educada no sentido de saber o que é um Pronto Socorro, qual é a finalidade de
um Pronto Socorro, né?! Então também eu acho que é serviço de formiguinha
é mudanças que estão acontecendo tanto pra profissionais, mas a clientela eu
acho que as poucos vai começar a compreender”.
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ANEXO D – Termo de Responsabilidade da Instituição Irmandade Santa
Casa de Misericórdia de Cafelândia
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ANEXO E – Termo de Consentimento Livre e Esclarecido
TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE ESCLARECIDO
(T.C.L.E)
Eu ......................................................................................................................... ,
portador do RG n°. ............................................................, atualmente com .............
anos, residindo na
................................................................................................................................... , após
leitura da CARTA DE INFORMAÇÃO AO PARTICIPANTE DA PESQUISA,
devidamente explicada pela equipe de pesquisadores Fabiana Aparecida Monção
Fidelis, Ana Laura Teixeira Amaro, Jéssica Aparecida Gregório Ferreira e Lais Daniele
Lourenço da Silva, apresento meu CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO em
participar da pesquisa proposta, e concordo com os procedimentos a serem realizados
para alcançar os objetivos da pesquisa.
Concordo também com o uso científico e didático dos dados, preservando a
minha identidade.
Fui informado sobre e tenho acesso a Resolução 466/2012 e, estou ciente de que
todo trabalho realizado torna-se informação confidencial guardada por força do sigilo
profissional e que a qualquer momento, posso solicitar a minha exclusão da pesquisa.
Ciente do conteúdo, assino o presente termo.
Lins, ____ de outubro de 2016.
.............................................................
Assinatura do Participante da Pesquisa
.............................................................
Fabiana Aparecida Monção Fidelis
Endereço: Av. Dom Pedro II, 860
Telefone: (14) 3554-1298