As Modalidades das Obrigações
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Obrigações Jurídicas
Conceito: é uma situação de comprometimento (vínculo) entre dois sujeitos
Designa tanto os deveres de uma parte quanto os direitos de outra
Engloba, portanto, a situação total, numa acepção ampla do termo
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Critérios de Classificação
Dois diferentes critérios: Critério objetivo: leva em conta o objeto da
obrigação Critério subjetivo: leva em conta o número de
sujeitos envolvidos na obrigação
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Critério Objetivo
Divide as obrigações em: Obrigações de Dar Obrigações de Fazer Obrigações de Não Fazer * Muitos consideram também a existência das
Obrigações Pecuniárias, com regime construído pela doutrina, por leis esparsas e por alguns conceitos das Obrigações de Dar
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Obrigações de Dar
Existe quando a prestação a ser realizada for alguma coisa a ser entregue pelo devedor ao credor
Têm como finalidade a troca do domínio, a transferência do uso, ou ainda a restituição do uso da coisa
A coisa pode ser certa ou incerta
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Obrigações de Dar
Obrigação de Dar Coisa Certa: Existe quando a coisa é especificada,
perfeitamente individualizada e indicada na celebração do contrato
Se resolve com a tradição (entrega) da coisa Os acessórios acompanham a coisa principal,
salvo acordado em contrário
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Obrigações de Dar
Obrigações de Dar Coisa Certa: Têm sua matéria regulamentada no CC entre os
arts. 863 e 873
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Obrigações de Dar
Obrigação de Dar Coisa Incerta: Existe quando a coisa é genérica, não é
perfeitamente especificada A coisa deve ser indicada, ao menos, pelo
gênero e pela quantidade Têm caráter inicial e transitório Quando houver a escolha da coisa, a obrigação
passará a ser de dar coisa certa
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Obrigações de Dar
Obrigações de Dar Coisa Incerta: A escolha se faz, via de regra, pelo devedor,
porém pode ser estabelecido no contrato que a escolha cabe ao credor ou a terceiro
O devedor e o terceiro devem escolher observando o “princípio da qualidade média
Porém o credor teria a possibilidade de reservar para si as melhores coisas do gênero
São tratadas entre o art. 874 e 877 do CC
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Obrigações de Fazer
Consistem numa atividade devida em decorrência de um contrato
São disciplinadas entre os arts. 878 e 881 do CC São classificadas em:
Obrigações Fungíveis Obrigações Infungíveis
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Obrigações de Fazer
Obrigações Fungíveis:São assim consideradas as obrigações de
fazer sempre que a prestação puder ser cumprida por terceira pessoa
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Obrigações de Fazer
Obrigações Infungíveis: Existem sempre que a prestação não possa ser
realizada por outra pessoa que não o devedor Pode existir uma infungibilidade expressa no
contrato, ainda que a prestação pudesse ser cumprida por terceiro
A infungibilidade também pode ser tácita, desde que tutele um real interesse do credor, e não um mero capricho deste
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Obrigações de Fazer
Quando houver dúvida quanto à fungibilidade ou não da prestação, entende-se que deve-se fazer uma interpretação restritiva, ou seja, presumir-se a infungibilidade
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Obrigações de Não Fazer
Consiste numa omissão (abstenção) por parte do devedor da prática de determinado(s) ato(s) que poderia fazer se não estivesse obrigado
Têm regulação nos arts. 882 e 883 do CC Vale ressaltar que uma obrigação passiva universal
não é considerada obrigação de não fazer
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Obrigações de Não Fazer
O descumprimento se dá quando o devedor pratica, culposamente, o ato que tinha se abstido de praticar
O credor pode, então, exigir que o ato seja desfeito, além de receber por possíveis perdas e danos
A extinção se dá quando o devedor, sem culpa, não possa deixar de realizar o ato que tinha se abstido de praticar
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Obrigações Pecuniárias
Existe quando o devedor deve certa quantia de unidades monetárias de determinada moeda
Para o direito brasileiro, só são assim consideradas aquelas obrigações contraídas em moeda nacional (Real – R$)
A dívida é, em geral, de valor nominal, porém pode ser de valor aquisitivo (correção monetária) se convencionado entre as partes, a menos que haja proibição em lei no caso em questão
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Obrigações Pecuniárias
No estudo das obrigações pecuniárias, é de suma importância a análise dos Juros, que podem ser considerados uma obrigação pecuniária acessória
Existem duas modalidades de juros: Compensatórios: têm função exclusiva de
remuneração e já são previstos no contrato de empréstimo oneroso
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Obrigações Pecuniárias
Moratórios: são advindo de mora (atraso) no adimplemento, e independem de convenção contratual (aplicam-se automaticamente)
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Critério Subjetivo
Divide as obrigações em: Obrigações singulares: há apenas um sujeito em
cada pólo da obrigação Obrigações plurais: têm mais de um sujeito em
algum pólo da obrigação e podem ser:SolidáriasDivisíveisIndivisíveis
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Obrigações Solidárias
Cf. art. 896, § único, CC, há solidariedade quando na mesma obrigação concorrem mais de um credor, ou mais de um devedor, cada um com direitos, ou obrigado, sobre a dívida toda
A relação jurídica é apenas uma, sendo extinta com o adimplemento de (ou para) qualquer um dos solidários (Princípio da Unidade da Prestação)
São tratadas entre o art. 896 e o 915 do CC
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Obrigações Solidárias
Existe, entretanto, relação jurídica interna entre os solidários, implicando direitos e deveres
A solidariedade pode ser ativa (entre credores), passiva (entre devedores) ou mista (entre credores e devedores)
A solidariedade, via de regra, deve estar expressa em contrato (por ser regime de exceção)
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Obrigações Solidárias
Existem, porém, casos legais de solidariedade obrigatória (e.g. art. 1.518 CC)
A solidariedade passiva encontra mais respaldo positivo do que a ativa (oferece mais garantias ao credor)
Um caso raro de solidariedade ativa legal é o disposto no art. 2 º da Lei 8.245/91 (Lei do Inquilinato)
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Obrigações Divisíveis e Indivisíveis Apesar de não dizer respeito à multiplicidade de
sujeitos e sim à uma qualidade do objeto, são subjetivas (e plurais) porque só assim interessa o estudo de tal qualidade
Ou seja, quando não há pluralidade de sujeitos, é desnecessária a análise da divisibilidade ou não do objeto (visto que o devedor o deve por completo)
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Obrigações Divisíveis e Indivisíveis São disciplinadas conjuntamente pelo CC,
no Cap. V do Livro I do Título III (arts. 889 a 895)
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Obrigações Divisíveis
Ocorrem quando a prestação, por sua natureza, é suscetível de cumprimento por partes (fracionamento)
A coisa é divisível quando da divisão do todo resultam porções qualitativamente homogêneas entre si e em relação ao todo
É divisível ainda que as porções supramencionadas difiram em quantidades
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Obrigações Divisíveis
Deve-se, no entanto, observar a não perda do valor econômico da coisa (a soma do valor das porções não deverá ser inferior ao valor do todo)
Quando há divisibilidade, cada devedor (x) deve apenas a sua quota-parte (Objeto/x)
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Obrigações Indivisíveis
Existem quando a prestação, por sua natureza, só pode ser cumprida no todo, ou seja, integralmente
Será indivisível a prestação quando, da divisão da coisa resultar a perda de sua substância
Além do já mencionado requisito de não redução do valor econômico da soma das partes com relação ao do todo
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Obrigações Indivisíveis
Neste caso, qualquer um dos devedores pode ser cobrado pela dívida toda, tendo direito de regresso contra os outros devedores pela parte destes
Igualmente, qualquer um dos credores pode exigir a dívida toda, tendo, os outros credores, obrigação de rateio da parte que lhes cabe do crédito
A principal diferenciação entre a obrigação indivisível e a solidária é que, na primeira quem responde pela insolvência de um dos devedores é o credor e, na segunda, os solidários
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Pluralidade de Prestações
Quando em uma obrigação estão contidas mais de uma prestação, existe pluralidade de prestações, e as obrigações obedecem a um novo critério de divisão, podendo ser: Cumulativas Facultativas Alternativas
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Pluralidade de Prestações
O regime jurídico das duas primeiras (cumulativas e facultativas) é construído pela doutrina e pela jurisprudência
Já as obrigações alternativas têm para si todo um capítulo do CC para discipliná-las (arts. 884 a 888)
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Obrigações Cumulativas
Existem quando, para se libertar da obrigação, o devedor deve adimplir todas as prestações estabelecidas no contrato
Ou seja, o vínculo subsiste mesmo que, se cumprir uma das prestações, o devedor continuar inadimplente da(s) restante(s)
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Obrigações Facultativas
Ocorrem quando o devedor não pode ser coagido a adimplir a obrigação, mas pode o pode fazer se for de sua vontade
É uma situação de difícil observação na vida prática
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Obrigações Alternativas
Neste caso as partes indicam mais de uma prestação de possível realização
Para o adimplemento, o devedor deve cumprir apenas uma prestação
Também têm caráter transitório (como as de dar coisa incerta), pois a partir da escolha a obrigação deixa de ser múltipla para ser simples
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Obrigações Alternativas
A escolha consiste num ato jurídico unilateral Ela cabe, via de regra, ao devedor, salvo disposto
em contrário (visa oferecer maior número de meios de o devedor adimplir a obrigação)
Caso a escolha seja anual, o devedor não é obrigado a escolher a prestação de determinado ano de modo igual a algum ano anterior
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Universidade Federal de Santa Catarina Centro de Ciências Jurídicas Departamento de Direito Disciplina: Informática Jurídica Professor: Aires José Rover Florianópolis, 28 de Junho de 2000