MPF e a Defesa dos Direitos Coletivos e Difusos
Direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, dentre outros.A CF, a LC 75/93 e a legislação ambiental brasileira confere amplas funções ao MP na defesa daqueles direitos. Norma cogente. Obrigatoriedade da atuação. Indisponibilidade dos direitos envolvidos.
Atuação do MPF nos Licenciamentos Ambientais
Atuação de fiscalização; preventiva;Normalmente, em grandes empreendimentos ( impactos âmbito regional e nacional;bens da União significativos;patrimônios nacionais, etc );Junto a órgãos Estaduais e Federais de preservação do meio ambiente;
Atuação do MPF nos Licenciamentos Ambientais
Perante a Justiça Estadual ou Federal, desde que presentes hipóteses autorizadoras previstas na CF e na LC 75/93;Freqüentes vezes em litisconsórcio com os MPs estaduais;
Principais Críticas à Atuaçãodo MPF
Atuação extremamente combativa. Excesso de ACPs e conseqüente paralisação de grandes obras;Atuação ideológica ou política, caprichosa visando dificultar desenvolvimento econômico do país;
Principais Críticas à Atuaçãodo MPF
Pretensão a substituir órgão ambiental competente;Disparidade na atuação dos Procuradores;Atuação tardia;
Principais Críticas à Atuaçãodos Órgãos Ambientais
Demora na análise dos pedidos de licenciamento;Falta de estrutura material e de pessoal;Corrupção;Auto-licenciamento (pressões);
A Visão do Governo Brasileiro
As questões ambientais atrasam os empreendimentos sobretudo do setor energético;Problemas com o IBAMA, OEMAS e o Ministério Público, que entra com ações paralisando obras;Necessidade de “simplificar” o licenciamento ambiental para dar agilidade ao processo;
A Visão do Governo Brasileiro
Necessidade de adequação do ritmo dos licenciamentos às necessidades do setor elétrico sob pena do risco de falta de energia;Novo Modelo Energético– criação de um marco regulador estável por meio
do qual o governo assume o planejamento do setor energético e seu desenvolvimento sustentável.
A Visão do Governo Brasileiro
Novo Modelo Energético– Base Legal: Lei 10.848 de 15/03/2004
(comercialização de energia elétrica);Lei 10.847 de 15/03/2004 (cria a EPE);Decreto 5.184 de 16/08/2004;
– Ponto estratégico: obrigatoriedade de os novos projetos de geração só irem à licitação após contarem com a licença ambiental prévia;
A Visão do Governo Brasileiro
Novo Modelo Energético– A EPE - Empresa de Pesquisa Energética -
assume realização de EIA-RIMAS e outros instrumentos para empreendimentos de energia elétrica e de fontes renováveis; deverá obter a licença prévia ambiental e a Declaração de Disponibilidade Hídrica para empreendimentos de geração hidrelétrica e de transmissão de energia elétrica;
A Visão do Governo Brasileiro
Novo Modelo Energético– Estratégias de Atuação:
criação do Comitê de Gestão Integrada de Empreendimentos de Geração do Setor Elétrico (repr. Casa Civil., MME, MMA e AGU ) e aproximação com o MPF e PJ;
Aspectos Polêmicos do Licenciamento Ambiental
Competência dos Órgãos Ambientaispara licenciar– Motiva a maior parte das atuações do MPF,
inclusive ACPs;– Ausência de análise jurídica pelos proponentes
do projeto;– Critérios de definição da competência
administrativa para o licenciamento seguidopelos membros do MPF: “Roteiro para Atuaçãodo MPF”;
Aspectos Polêmicos do Licenciamento Ambiental
Estudos de Impacto Ambiental e RIMAS– Inúmeras são as falhas encontradas pela
assessoria: “Deficiências em Estudos de Impacto Ambiental” (desde metodológicas até de conteúdo dos estudos e concepção do empreendimento);
– Geram inúmeros pedidos de complementação; atrasam o licenciamento;impedem a inter-disciplinariedade;
– Diagnóstico ambiental precário: descrição e análise incompleta dos recursos ambientaise suas interações;
Aspectos Polêmicos do Licenciamento Ambiental
Estudos de Impacto Ambiental e RIMAS– Importante falha: dimensionamento da área de
influência, que normalmente vem definida incorretamente. Reflexos nos custos ambientais, na definição das medidas mitigadoras e compensatórias e também, na definição da competência administrativa e judicial para os licenciamentos. Ex: exclusão de áreas indígenas;
– Ausência de dados primários, fauna e flora sobretudo (análises de campo).Ex.: UHE Barra Grande;
Aspectos Polêmicos do Licenciamento Ambiental
Parcelamento do EIA-RIMA e dasLicenças Ambientais - LP, LI e LO– Em trechos, subtrechos e módulos.
Ex.: Rodoanel, LT Itaberá - Tijuco Preto, etc.– Seguem cronograma de implantação da obra,
e não as diretivas ambientais;– Dificultam a fiscalização dos programas
ambientais. Ex. Reassentamentos;– Permite o adiamento ad infinitum de obrigações
previstas no EIA-RIMA e LP;
Aspectos Polêmicos do Licenciamento Ambiental
Parcelamento do EIA-RIMA e dasLicenças Ambientais - LP, LI e LO– Política do fato consumado. Como impedir uma
obra de operar se já está em vias de conclusão?– EIA-RIMA parcelado não permite a avaliação do
impacto ambiental causado pelo empreendimento como um todo.Ex.: obras lineares ou compostas - UHEs,hidrovias, parques temáticos, complexos hoteleiros, aeroportos;
Aspectos Polêmicos do Licenciamento Ambiental
Parcelamento do EIA-RIMA e dasLicenças Ambientais - LP, LI e LO– Contrariedade à legislação ambiental:
exige a avaliação de impactos ambientais paraa obra como um todo. Em obras lineares o parcelamento da licenlicençça de instalaa de instalaççãoão só se justifica no interesse ambiental. A quem aproveita?
Aspectos Polêmicos do Licenciamento Ambiental
Licenças Ambientais Condicionadas– Licenças prévias com condicionantes que,
na verdade postergam atividades (estudos específicos) previstas na RC 001/86 e no TRe que deveriam constar do EIA;
– Licenças de instalação com condicionantesque postergam atividades próprias da fasede EIA e LPs;
Aspectos Polêmicos do Licenciamento Ambiental
Licenças Ambientais Condicionadas– Licenças de operação com condicionantes que
postergam atividades próprias da fase de EIA, LP e LI. Enfim são expedidas sem o cumprimento de medidas mitigadoras e compensatórias fixadas pela LT e LI;
Aspectos Polêmicos do Licenciamento Ambiental
Publicidade e Participação.Audiências Públicas– Acessibilidade do RIMA ao público leigo
(publicidade e linguagem adequada);– Audiência pública: publicidade, anterioridade,
local, dia, hora, regulamento de participação, quantidade, áreas de influência. Quem pode solicitar?
– Resolução CONAMA nº 009/87:dispõe sobre as audiências públicas;
Aspectos Polêmicos do Licenciamento Ambiental
Publicidade e Participação.Audiências Públicas– Sensibilidade do Poder Judiciário com relação ao
tema. Ex.: cinco audiências públicas suspensas no caso Rodoanel, e três no caso LT ItaberáTijuco Preto;
– Cancelamento de Audiências Públicas: EIA-RIMAS incompletos, incorretos ou fraudulentos;
– MPF participa das audiências oferecendo contribuições ao licenciamento;
Aspectos Polêmicos do Licenciamento Ambiental
Publicidade e Participação.Audiências Públicas– Audiências públicas para discussão dos TRs:
encontram respaldo nas legislações estaduais e na própria CF que asseguram a publicidade e participação pública no EIA-RIMA. O TR é a alma do EIA-RIMA;
Aspectos Polêmicos do Licenciamento Ambiental
Avaliação Ambiental Estratégica -Estudo Integrado de Bacias Hidrográficas– A AAE não é termo de referência, embora possa
se prestar à sua elaboração;– A AAE é espécie de Avaliação de Impacto
Ambiental - AIA - prevista na Lei 6.938/81 como um dos instrumentos da PMMA, e pode ser realizada independentemente do licenciamento ambiental;
Aspectos Polêmicos do Licenciamento Ambiental
Avaliação Ambiental Estratégica -Estudo Integrado de Bacias Hidrográficas– A AAE é o instrumento de planejamento,
adequado para prever, interpretar, mensurar, qualificar, estimar magnitude e amplitude espacial e temporal do impacto ambiental associado a políticas, planos ou programas. Subsidia tomada de decisão para a seleção entre programas alternativos
Aspectos Polêmicos do Licenciamento Ambiental
Avaliação Ambiental Estratégica -Estudo Integrado de Bacias Hidrográficas– O EIA é espécie de AIA também, mas destina-se
à avaliação de projetos. Não é instrumento de planejamento. Não tem como tratar questões estratégicas. Tendência equivocada em razão da subutilização da AIA como instrumento de planejamento;
– Processo em evolução. (como melhorar o escopo, a participação da sociedade e de outras instituições, o monitoramento?)
Aspectos Polêmicos do Licenciamento Ambiental
Avaliação Ambiental Estratégica -Estudo Integrado de Bacias Hidrográficas– A AAE, por ter as mesmas raízes da AIA partilha
alguns dos princípios fundamentais, tais como a prevenção, a transparência, a participação e a responsabilização;
– O envolvimento público deve ser um elemento fundamental no processo de AAE, consistente com o potencial grau de preocupação e controvérsias da proposta;
Aspectos Polêmicos do Licenciamento Ambiental
Avaliação Ambiental Estratégica -Estudo Integrado de Bacias Hidrográficas– A AAE deve contar com mecanismo de revisão
independente, e acompanhamento da decisão estratégica, apoiados em procedimentos simples e práticos;
– A AAE pode ser, no contexto brasileiro, executada pelos diferentes setores. Entretanto, como um dos instrumentos de gestão ambiental deve ter a participação dos órgãos ambientais;
Aspectos Polêmicos do Licenciamento Ambiental
Avaliação Ambiental Estratégica -Estudo Integrado de Bacias Hidrográficas– Ex.: Estudo integrado da bacia do rio Uruguai.
TR sob a responsabilidade do MMA e estudos a cargo do MME, diretamente ou por meio da EPE;
– Ex.: Estudo integrado da Bacia Hidrográfica da Região Sudoeste do Estado de Goiás (rios Verde, Aporé, Claro, Corrente, Doce e Alegre). Estudos a cargo das empresas empreendedoras, por meio de um consórcio de consultorias especializadas;
Aspectos Polêmicos do Licenciamento Ambiental
Avaliação Ambiental Estratégica -Estudo Integrado de Bacias Hidrográficas– Nos dois exemplos anteriores a exigência do
EIBH (AAE) está prevista em termos de ajustamento de conduta intermediado pelo Ministério Público Federal. Também estão previstas as obrigações de apresentar EIA-RIMAS em relação a cada empreendimento hidrelétrico constante da respectiva bacia hidrográfica.