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PACOTE DE TEORIA E EXERCÍCIOS - TJDFT

ANALISTA JUDICIÁRIO – JUDICIÁRIA

DIREITO ADMINISTRATIVO

Prof. Edson Marques

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Olá,

Bem vindos ao nosso módulo de Direito Administrativo

voltado ao Tribunal de Justiça do Distrito Federal e Territórios (TJDFT),

para o cargo de Analista Judiciário área Judiciária.

Estamos iniciando uma jornada que será vitoriosa, rumo à

aprovação, lembrando que, no último concurso, mais de 1.000 Analistas

para área Judiciária, foram nomeados, expectativa que também é

associada a este certame na medida em que há previsão de criação de

novos Fóruns e diversas varas já em 2013, ou seja, além das vagas

anunciadas no edital, teremos muito mais.

Então, este é um curso só de teoria e exercícios e

nossa proposta é discutir todas as questões de 2010 a 2013,

buscando esgotar todos os pontos do edital.

A propósito, deixe-me fazer uma breve apresentação, em

especial para aqueles que ainda não me conhecem.

Sou o professor Edson Marques, atualmente ocupo o

cargo de Defensor Público Federal, com atuação no STJ. Já ocupei

diversos cargos públicos, dentre eles: Advogado da União, Analista

Judiciário no STJ e STF, Técnico Judiciário no STJ, Técnico de Finanças e

Controle no Min. Fazenda.

Além disso, fiz dezenas de outros concursos e obtive

aprovação em alguns deles, tal como: Procurador da Fazenda Nacional,

Delegado de Polícia Federal, Advogado Junior da CEF, Técnico Judiciário

do TST, Analista Judiciário – Execução de Mandados do TRF 1ª Região e

do TJDFT, dentre outros.

Também sou o professor em cursos preparatórios para

concursos em Brasília nas cadeiras de Direito Administrativo e Direito

Constitucional (Controle de Constitucionalidade).

Estou na equipe do Ponto desde meados de 2009, e de lá

para cá participei da orientação de inúmeras turmas (TCU, MP, TJDF,

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TJ/SP, TJ/RS, DPE/RS, MPOG, STF, STJ, TST, Receita, Polícia Federal,

Agências, Tribunais, Senado, Câmara, CNJ, dentre outros).

Enfim, ressalto que nossa proposta é audaciosa, ou seja,

vamos abordar todos os pontos do edital, de modo a te dar a

possibilidade de conhecer a sistemática de como o CESPE cobra os

institutos e, com isso, fazê-lo acertar o maior número de questões

(TODAS, de preferência).

Para isso, seguiremos o seguinte roteiro:

AULA 01: 1 Introdução ao direito administrativo. 1.1 Os

diferentes critérios adotados para a conceituação do

direito administrativo. 1.2 Objeto do direito

administrativo. 1.3 Fontes do direito administrativo. 2

Administração Pública. 2.1 Conceito de administração

pública sob os aspectos orgânico, formal e material. 2.2

Órgão público: conceito e classificação. 2.8 Administração

direta e indireta. 2.9 Autarquias. 2.10 Fundações Públicas.

2.11 Empresas Públicas e privadas. 2.12 Sociedades de

economia mista. 2.14 Dispositivos pertinentes contidos na

Constituição Federal de 1988. 2.13 Entidades

paraestatais.

AULA 02: 1.4 Regime jurídico-administrativo: princípios

do direito administrativo. 1.5 Princípios da administração

pública.

AULA 03: 4 Poderes da administração pública. 4.1

Hierarquia; poder hierárquico e suas manifestações. 4.2

Poder disciplinar. 4.3 Poder de polícia. 4.4 Polícia judiciária

e polícia administrativa. 4.5 Liberdades públicas e poder

de polícia. 4.6 Principais setores de atuação da polícia

administrativa.

AULA 04: 3 Atos administrativos. 3.1 Conceitos,

requisitos, elementos, pressupostos e classificação. 3.2

Fato e ato administrativo. 3.3 Atos administrativos em

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espécie. 3.4 Parecer: responsabilidade do emissor do

parecer. 3.5 O silêncio no direito administrativo. 3.6

Cassação. 3.7 Revogação e anulação. 3.10 Fatos da

administração pública: atos da administração pública e

fatos administrativos. 3.11 Formação do ato

administrativo: elementos, procedimento administrativo.

3.12 Validade, eficácia e autoexecutoriedade do ato

administrativo. 3.13 Atos administrativos simples,

complexos e compostos. 3.14 Atos administrativos

unilaterais, bilaterais e multilaterais. 3.15 Atos

administrativos gerais e individuais. 3.16 Atos

administrativos vinculados e discricionários. 3.17 Mérito

do ato administrativo, discricionariedade. 3.18 Ato

administrativo inexistente. 3.19 Teoria das nulidades no

direito administrativo. 3.20 Atos administrativos nulos e

anuláveis. 3.21 Vícios do ato administrativo. 3.22 Teoria

dos motivos determinantes. 3.23 Revogação, anulação e

convalidação do ato administrativo.

AULA 05: 7 Contratos administrativos. 7.1 Conceito,

peculiaridades e interpretação. 7.2 Formalização. 7.3

Execução, inexecução, revisão e rescisão. 7.4 Convênios e

consórcios administrativos.

AULA 06: 5 Serviços públicos. 5.1 Concessão, permissão,

autorização e delegação. 5.2 Serviços delegados. 5.3

Convênios e consórcios. 5.4 Conceito de serviço público.

5.5 Caracteres jurídicos. 5.6 Classificação e garantias. 5.7

Usuário do serviço público. 5.8 Extinção da concessão de

serviço público e reversão dos bens. 5.9 Permissão e

autorização.

AULA 07: 10 Bens públicos. 10.1 Classificação e

caracteres jurídicos. 10.2 Natureza jurídica do domínio

público 10.3 Utilização dos bens públicos: autorização,

permissão e concessão de uso, ocupação, aforamento,

concessão de domínio pleno. 10.4 Limitações

administrativas. 10.5 Zoneamento. 10.6 Polícia edilícia.

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10.7 Tombamento. 10.8 Servidões administrativas. 10.9

Requisição da propriedade privada. 10.10 Ocupação

temporária. 6 Intervenção no domínio econômico:

desapropriação.

AULA 08: 3.8 Processo administrativo. 3.9 Lei nº

9.784/1999.

AULA 09: 9.10 Improbidade administrativa.

AULA 10: 8 Controle da administração pública. 8.1

Conceito, tipos e formas de controle. 8.2 Controle interno

e externo. 8.3 Controle parlamentar. 8.4 Controle pelos

tribunais de contas. 8.5 Controle administrativo. 8.6

Recurso de administração. 8.7 Reclamação. 8.8 Lei nº

8.429/1992 e alterações (Lei de Improbidade

Administrativa). 8.9 Sistemas de controle jurisdicional da

administração pública: contencioso administrativo e

sistema da jurisdição una. 8.10 Controle jurisdicional da

administração pública no direito brasileiro. 8.11 Controle

da atividade financeira do Estado: espécies e sistemas.

8.12 Pedido de reconsideração e recurso hierárquico

próprio e impróprio. 8.13 Prescrição administrativa. 8.14

Representação e reclamação administrativas.

AULA 11: 11 Responsabilidade civil do Estado. 11.1

Responsabilidade patrimonial do Estado por atos da

administração pública: evolução histórica e fundamentos

jurídicos. 11.2 Teorias subjetivas e objetivas da

responsabilidade patrimonial do Estado. 11.3

Responsabilidade patrimonial do Estado por atos da

administração pública no direito brasileiro.

AULA 13 (18/03): 2.3 Servidor: cargo e funções. 2.4

Atribuições. 2.5 Competência administrativa: conceito e

critérios de distribuição. 2.6 Avocação e delegação de

competência. 2.7 Ausência de competência: agente de

fato. 9 Agentes públicos e servidores públicos. 9.1

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Agentes públicos (servidor público e funcionário público).

9.2 Natureza jurídica da relação de emprego público. 9.3

Preceitos constitucionais. 9.4 Funcionário efetivo e

vitalício: garantias. 9.5 Estágio probatório. 9.6 Funcionário

ocupante de cargo em comissão. 9.7 Direitos, deveres e

responsabilidades dos servidores públicos civis. 9.8 Lei n

8.112/1990 e alterações. 9.9 Regime disciplinar e

processo administrativo-disciplinar. 9.11 Formas de

provimento e vacância dos cargos públicos. 9.12 Exigência

constitucional de concurso público para investidura em

cargo ou emprego público.

Informo, ademais, que somente traremos questões mais

antigas (2009 para trás) quando não houver outra sobre o tema ou o

número de questões for muito reduzido.

A propósito, esta primeira aula terá duas partes, a

primeira é esta, e a segunda sobre as paraestatais. Então, vamos ao

que interessa.

Direito Administrativo: Conceito e Fontes

O Direito é concebido como ramo da ciência criado pelo

homem na medida em que as regras e normas não estão dispostas na

natureza no sentido de serem observadas e, assim, empreender uma

padronização. Por isso, diz-se que o Direito é essencialmente criação

humana. Sendo, no entanto, uno.

Todavia, a fim de facilitar seu estudo, decompõe-se em

ramos, do qual, modernamente, adviriam de uma fonte comum, ou

seja, da Constituição, muito embora haja pensamento, de certo modo

ultrapassado, de divisão em dois ramos: o direito público e o direito

privado.

Com efeito, nessa linha de pensamento, o direito privado

seria encarregado de regular as relações em que os sujeitos atuem

preponderantemente em igualdade de condições, ainda que, em certas

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ocasiões haja certa proteção para um dos lados. Cuida-se, portanto, de

relações de interesses privados, sendo exemplo o Direito Civil,

Empresarial etc.

O Direito Público, por outro lado, estaria encarregado de

reger as relações envolvendo especialmente o Estado, quando agindo

em superioridade, a fim de preservar e realizar o interesse público,

tendo como exemplo o Direito Administrativo, Tributário, Econômico

etc.

Por isso, o Direito Administrativo seria um dos ramos

do direito público que tem por objeto a função administrativa e

os entes ou entidades que exercem tal função. Todavia, para

melhor compreensão do conceito dessa ciência jurídica, é preciso

entender os critérios que nortearam e norteiam a definição desse

importante ramo do direito.

Nesse sentido, é importante a lição da profa. Di Pietro,

segundo a qual a definição de direito administrativo pode ser vista sob

diversos critérios, sintetizando os seguintes:

Escola do Serviço Público

Critério do Poder Executivo

Critério das relações Jurídicas

Critério Teleológico

Critério negativo ou residual

Critério distintivo entre atividade jurídica e social do Estado

Critério da Administração Pública

Para a Escola do serviço público formada na França,

tendo como expoentes Duguit e Jéze, o Direito Administrativo seria

definido como a realização dos serviços públicos, ou seja, seria o

exercício de todo e qualquer atividade desempenhada pelo Estado.

A Escola ou Critério do Poder Executivo entendia que

o Direito Administrativo tratava do Poder Executivo. Significa dizer que

seria o direito administrativo restrito a atuação do Poder Executivo.

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Segundo o critério das relações jurídicas o Direito

Administrativo seria o conjunto de normas que regem as relações entre

a Administração e os administrados.

Para o Critério teleológico o Direito Administrativo é o

sistema dos princípios jurídicos que regulam a atividade concreta do

Estado para o cumprimento de seus fins, ou seja, seria a realização de

atividade do Estado no sentido de empreender ações de utilidade

pública.

Ao se adotar o Critério negativo ou residual, o Direito

Administrativo teria por objeto as atividades desenvolvidas para a

consecução dos fins estatais, excluídas as funções legislativa e

jurisdicional, ou pelo menos essa última atividade, ou seja, tratar-se-ia

de definir o Direito Administrativo excluindo-se algumas das atividades

realizadas pelo Estado (legislativa, jurisdicional, e ainda as atividades

de direito privado e patrimoniais).

Por outro lado, sob o Critério da distinção entre

atividade jurídica e social do Estado, o Direito Administrativo é o

ramo do direito público interno que regula a atividade jurídica não

contenciosa do Estado (sentido objetivo) e a constituição dos órgãos e

meios de sua ação em geral (sentido subjetivo).

E, finalmente, sob o Critério da Administração

Pública, o Direito Administrativo é o conjunto de princípios que regem

a Administração Pública.

De certa forma, esse é o critério adotado por Hely Lopes

Meirelles, para quem o Direito Administrativo é o conjunto

harmônico de princípios jurídicos que regem os órgãos, os

agentes e as atividades públicas tendentes a realizar concreta,

direta e imediatamente os fins desejados pelo Estado.

Para Di Pietro, no entanto, o Direito Administrativo é o

ramo do direito público que tem por objeto os órgãos, agentes e

pessoas jurídicas administrativas que integram a Administração Pública,

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a atividade jurídica não contenciosa que exerce e os bens de que se

utiliza para a consecução de seus fins, de natureza pública.

Na abalizada lição de Celso Antônio Bandeira de Mello, o

Direito Administrativo é o ramo do Direito Público que disciplina o

exercício da função administrativa, e os órgãos que a desempenham.

É possível, então, afirmar que a definição do Direito

Administrativo poderá ser reduzida a três sentidos, qual seja:

subjetivo, objetivo e formal.

Com base no aspecto subjetivo, a Administração Pública é

o conjunto de órgãos, entes e entidades, ou seja, das pessoas jurídicas

e dos órgãos que integram a Administração. Sob o objetivo, seriam as

atividades do Estado destinadas a atender o interesse público. E, no

tocante ao aspecto formal, compreenderia a atuação do Estado ou de

quem lhe faça às vezes, submetido a regime especial, ainda que

parcialmente.

Para concluir, pode-se conceituar o Direito

Administrativo como ramo do direito público destinado a reger a

organização administrativa do Estado e a realização de suas

atividades pela Administração Pública ou por quem por ela

delegada, submetido a regime de direito público, ainda que

parcialmente.

Diante disso, é preciso entender quais são as fontes desse

direito, ou seja, suas bases fundamentais, de onde emana, de onde

surge. Assim, podem ser indicadas como fontes a Lei, a

Jurisprudência, a doutrina e os costumes.

Constituição

Direta (imediata) Lei Leis (LO, LC, LD, MP)

Fontes

Decretos, Regulamentos etc

Jurisprudência

Indireta (mediata) Doutrina

Costumes

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Lei, nesse aspecto, deve ser entendida sob acepção

ampla (bloco de legalidade), ou seja, todo o arcabouço normativo,

englobando a Constituição, seus princípios expressos e implícitos, suas

regras e valores, as Leis em sentido estrito (Lei Ordinária, Lei

Complementar, Lei Delegada), Medidas Provisórias e demais espécies

legislativas, assim como os regulamentos administrativos (Decretos,

Regulamentos etc).

É importante destacar que no Brasil, por aderir à corrente

positivista, a principal fonte do direito é o ordenamento jurídico (Lei em

sentido amplo).

A jurisprudência é proveniente de reiteração de

julgamentos no mesmo sentido, sobre fatos ou matérias assemelhadas,

ou seja, são julgados dos Tribunais, em especial, do Supremo Tribunal

Federal e demais Tribunais Superiores que adotam, de maneira

repetida, reiterada, uma mesma decisão. É possível, ainda, que a

jurisprudência seja firmada pela Administração, denominada de

jurisprudência administrativa, em especial a dos Tribunais de Contas.

Doutrina é o trabalho realizado pelos estudiosos do

Direito Administrativo, sobretudo os juristas, que se empenham em

pesquisar os contornos dessa ciência jurídica. Deve-se entender, no

entanto, que a doutrina não é vinculante, tratando-se de fonte auxiliar

na solução dos casos administrativos.

Os costumes é a reiteração de uma forma de atuar da

Administração, ou seja, a prática administrativa desempenhada

cotidianamente em determinadas situações.

É preciso, no entanto, esclarecer que o costume não

derroga a regra positivada e, deve ser utilizado de forma supletiva, ou

seja, diante da omissão legislativa e com restrições, eis que não se

pode criar deveres, tampouco obrigações para o administrado por meio

de costumes simplesmente, ou seja, o costume deve estar de acordo

com a Lei (secundum legem), não podendo ser contrário (contra legem)

ou além da lei (praeter legem).

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Alguns autores ainda colocam os princípios gerais do

direito, como fonte a preencher eventuais lacunas (o melhor é dizer que

se tratar de regra de integração).

Da organização Administrativa

Estado, Governo e Administração Pública

Concebido o Direito Administrativo precisamos entender

qual é o objeto de estudo dele, ou seja, a administração pública

enquanto função e seres. Assim, devemos ter a noção de Estado, e isso

se obtém a partir da organização político-administrativa, de modo que é

importante conhecermos um pouco da teoria dos setores e daí

concebermos a função administrativa e a organização da Administração

Pública.

Pois bem. É sabido que o Estado, instituição política, foi

criado para cuidar dos interesses coletivos. Por isso, devemos

considerá-lo como sendo o 1º setor, visto ser uma das primeiras

instituições criada pelo homem.

No Estado, 1º setor, como regra, tem-se a submissão ao

regime de direito público (regime especial), a prevalência do interesse

público (supremacia do interesse público sobre o privado), bem como a

indisponibilidade desse interesse. Por tudo isso, dizemos que se trata de

setor público, de modo que as pessoas que são criadas neste setor são

pessoas jurídicas de direito público.

Posteriormente, o homem quis se libertar das amarras do

Estado, de modo que criou um setor em que este não se intrometesse

(laissez faire, laissez passer), sobre o prisma do liberalismo econômico.

Criou-se, então, o 2º setor (que denominamos

mercado), no qual os interesses são privados, onde vige, em regra, a

liberdade, a autonomia da vontade, as relações são constituídas com

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base na igualdade. Por isso, a submissão ao regime jurídico de direito

privado, isto é ao regime comum.

Com efeito, considerando as pessoas naturais (pessoas

físicas), as pessoas constituídas nesse ambiente são pessoas jurídicas

de direito privado.

Essas pessoas são constituídas pela união de duas ou

mais pessoas (físicas ou jurídicas) que formam uma sociedade, ou por

uma só (empresário), que vão/vai exercer a atividade (empresa)

com a finalidade de obter lucro1.

Além desses dois setores, nas décadas de 40/50, começa

a se constatar uma onda de preocupação com as questões ligadas ao

meio ambiente, ao futuro, aos desamparados ou aos excluídos, ou seja,

questões inerentes à solidariedade, ao campo ou setor social,

movimento que culminou com a criação das denominadas ONG’s

(organizações não governamentais).

Trata-se, na verdade, de um novo setor, distinto do

Estado e do Mercado, trata-se do terceiro setor, conhecido como

setor social, constituído por pessoas jurídicas de direito privado, cujos

interesses são filantrópicos, ou seja, de ajudar, fomentar, auxiliar em

diversas atividades, tal como saúde, educação, desenvolvimento social,

dentre outras áreas.

É importante percebermos que, nesse setor, temos

pessoas que se unem para ajudar ao próximo (associação) ou que

destacam parte de seu patrimônio para isso (fundação), almejando,

sobretudo, atender aqueles que estejam em situação de desigualdade

ou para propósitos sociais comuns (lazer, educação, saúde etc).

Como disse, a união dessas pessoas dá origem a uma

associação (exemplo Associação Comercial do DF – ACDF, Associação

Brasileira de Assistência às Famílias de Crianças Portadoras de Câncer e

1 Observe que, para o Direito Empresarial, empresa é a atividade realizada pelo

empresário ou pela sociedade empresária.

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Hemopatias – ABRACE, Associação dos Servidores do TCDF -

ASSECON/DF, dentre outras) ou cria-se uma fundação, quando alguém

destaca parte de seu patrimônio para constituir essa pessoa (exemplo

Fundação Bradesco, Fundação Ayrton Senna, Fundação Roberto

Marinho, Fundação Cafu etc).

Na atualidade há autores que ainda afirmam a existência

do quarto e quinto setores, não havendo uniformidade quanto a esse

ponto.

Todavia, é forte a constatação acerca de um contingente

considerável de pessoas que se relacionam, porém à margem do

Estado, não se inserindo de forma regular no mercado, tampouco com

interesses filantrópicos, exercendo atividades irregulares, por vezes até

mesmo ilícitas, o que se tem denominado de 4º setor ou de

economia informal, que seria, por exemplo, o ambulante, o camelô,

dentre outras atividades.

Dessa forma, podemos dizer que a sociedade se divide

em setores, sendo: 1º setor o Estado; 2º, Mercado; 3º, Social; 4º,

Mercado Informal.

Com efeito, o Estado (1º setor) é compreendido

como um ente ou uma entidade. Isto é, trata-se de uma pessoa

jurídica, politicamente organizada, de modo a contemplar três

elementos essenciais, sendo povo, território e soberania ou

governo. Há quem ainda inclua a finalidade.

Essa definição parte dos estudos formulados por

Montesquieu, para quem o Estado, organização política, é concebido

para bem promover os interesses coletivos (finalidade) e, portanto, ser

democrático.

Com base nesse entendimento, para considerarmos o

Estado como democrático deve-se contemplar a existência da

separação de poderes, ou seja, não pode haver a concentração de

funções (Poder) ou atividades em um único órgão ou pessoa, sob

pena desse Estado se tornar absolutista.

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Por isso, formulou Montesquieu a chamada separação de

poderes estatais, que fora adotada por nossa Constituição (tripartição

de poderes) ao prevê a existência de funções distintas a ser conferida a

órgãos distintos do Estado, ou seja, ao Executivo, Legislativo e

Judiciário.

Esse processo, de separar poderes, criando órgãos

distintos para realizar cada uma de suas funções políticas é denominado

de desconcentração política.

Lembre-se: O Estado é uma organização política,

dotada de personalidade jurídica de direito público,

que, modernamente, congrega três funções ou

poderes (Legislativo, Judiciário e Executivo).

Perceba que a função executiva também é denominada

administrativa e, por isso, muitas vezes se confunde o Poder

Executivo com a Administração Pública. Todavia essa simplificação não

é de todo correta na medida em que a Administração Pública se

encontra inserida nos três poderes, conforme se constata do art. 37,

caput, da Constituição Federal:

Art. 37. A administração pública direta e indireta de

qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito

Federal e dos Municípios obedecerá aos princípios de

legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e

eficiência e, também, ao seguinte:

Explico Isso.

É que, muito embora haja essa divisão de funções

(legislativa, executiva e judiciária), sendo cada função exercida de

forma primordial ou principal por um órgão independente (além de seus

órgãos auxiliares), ou seja, como função típica, é possível verificar

que há funções atípicas ou anômalas que também serão exercidas

concomitantemente por tais órgãos de Poder.

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Observe que cada função é exercida por órgãos

especiais definidos como Poder Executivo, Poder Judiciário e

Poder Legislativo, significando dizer que um não está subordinado aos

outros (independentes), tendo suas limitações e prerrogativas

conferidas constitucionalmente, muito embora um controle o outro

(harmônicos = check and balance – sistema de freios e contrapesos).

Então, vale ressaltar que cada Poder (órgão que

exerce a função política do Estado) além de sua função típica

(finalística), exerce outras funções, de forma atípica ou

anômala.

Por exemplo, ao Poder Executivo cabe o exercício da

função típica administrativa, que é de gerir a máquina estatal, realizar

os serviços públicos e concretizar as políticas públicas, dentre outras

atividades, mas cabe, de forma atípica, o exercício das funções

legislativas (tal como a edição de Medidas Provisórias, regulamentos

internos) e de julgar2 (condução de processos administrativos etc).

Por outro lado, aos demais Poderes, isto é, ao Legislativo

e ao Judiciário caberá o exercício de forma atípica ou anômala das

funções que seriam funções típicas de outro poder.

Assim, além de legislar e fiscalizar os gastos públicos, ao

Legislativo cabe realizar a organização e funcionamento de suas

atividades (função administrativa), bem como julgar os parlamentares

por falta de decoro ou, no âmbito do Senado, por exemplo, julgar o

Presidente por crime de responsabilidade (função judiciária).

De igual forma, ao Poder Judiciário, além de dizer o

direito no caso concreto, promovendo a pacificação social, resolvendo

os conflitos de interesse (função judiciária), também terá que gerir seus

serviços, seus servidores, realizando concursos, licitações etc (função

2 Parte da doutrina não admite o exercício da função jurisdicional por parte do

Executivo, sob o fundamento de que suas decisões, em processos administrativos, não

teriam a força de coisa julgada, ou seja, não seria definitiva, ante a possibilidade de

revisão pelo Judiciário.

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administrativa) e elaborar seu regimento interno e expedir resoluções

administrativas (função legislativa).

Por isso, ante essa complexidade de atuações e as

inúmeras atividades que devem desempenhar o Estado, além de suas

funções primordiais (poderes), é necessária uma organizada estrutura

administrativa a fim de promover seus objetivos, qual seja, de atender

os interesses coletivos.

Nesse sentido, e como já ressaltamos, foi estabelecida

essa divisão de funções entre os três órgãos ou poderes

(desconcentração política).

Porém, no nosso caso, é possível percebermos que esses

órgãos estão na estrutura de um Ente Político que, conforme a

Constituição Federal, se chama República Federativa do Brasil.

Observe então que nosso Estado (República Federativa do

Brasil), antes constituído como um Império deixou de ser um Estado

Central, ou seja, aquele que não tem divisão política interna de

competências, para ser uma Federação. Significa dizer que

promoveu uma distribuição de competências entre outros Entes Políticos

internos. (Forma de Estado: Federativa)

Cuidado. Perceba que temos dois momentos distintos. Um

quando se repartiu o Poder, criando funções distintas e conferindo-as a

órgãos distintos. Outro quando o Estado, antes central, reparte-se em

Unidades Políticas internas, com competências próprias.

Podemos fazer o seguinte esquema:

Sem divisão (absoluto) Concentrado

Poder

Dividido (separação) Desconcentrado

Estado

Sem divisão (Unitário) Centralizado

Território

Dividido (federação) Descentralizado

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Com efeito, essa distribuição de competências entre

unidades políticas distintas do Ente Central (R. F. Brasil), ou seja, a

criação da Federação decorre da necessidade de aproximar a realização

das atividades Estatais ao povo.

É que o Estado centralizado, na dimensão do nosso,

torna-se mais lento, com dificuldades de atender aos reclamos

populares e a necessidade de se promover determinados serviços

públicos.

Por isso, empreendeu-se uma repartição (territorial)

de atribuições – competências políticas -, criando-se outros

entes políticos, o que se denomina de descentralização política.

Importante compreender que essa descentralização é

realizada por força da Constituição, conforme a criação dos Entes

Federados, nos moldes do art. 18 da CF/88, sendo: a União, os

Estados-membros, o Distrito Federal e os Municípios. Vejamos:

Art. 18. A organização político-administrativa da República

Federativa do Brasil compreende a União, os Estados, o

Distrito Federal e os Municípios, todos autônomos, nos

termos desta Constituição.

Então, vamos relembrar:

O Estado (República Federativa do Brasil) exerce

três funções primordiais por órgãos criados para isso

(desconcentração política). Funções que integrarão as

competências distribuídas aos entes políticos internos que foram

criados para exercer tais competências que decorrem do Ente

central (descentralização política).

Logo se percebe que o exercício da função

administrativa é concebido para ser realizado pelo Estado ou

seus entes políticos. Desse modo, quando o Estado ou os entes

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políticos estão exercendo a função administração serão chamados de

Administração Pública.

Ocorre que o Estado Central (República Federativa do

Brasil) passa a atuar no campo externo (internacional), deixando que

no campo interno atuem seus entes políticos (Estado descentralizado).

Assim, quando os entes políticos atuam internamente é o próprio

Estado quem estará realizando diretamente a função administrativa.

Nesse sentido é que o Decreto-Lei nº 200/67, em que

pese não se atentar para o exercício de funções atípicas pelos demais

poderes e tratando do plano federal, estabeleceu o conceito de

Administração Pública Direta. Vejamos:

Art. 4° A Administração Federal compreende:

I - A Administração Direta, que se constitui dos

serviços integrados na estrutura administrativa da

Presidência da República e dos Ministérios.

Portanto, a Administração Pública Direta compreende

os próprios Entes Políticos, ou seja, União, Estados-membros,

Distrito Federal e Municípios, todos com personalidade jurídica de

direito público à semelhança do Estado Central (República Federativa

do Brasil) no exercício da função administrativa.

Pois bem. Podemos concluir o seguinte:

O Estado inicialmente concentrado e centralizado

reparte internamente suas funções políticas entre órgãos de poder

denominados Executivo, Legislativo e Judiciário (desconcentração

política), depois se reparte em diversos entes políticos a fim de dividir,

distribuir, a titularidade de certas competências e o exercício de suas

atribuições, criando a União, os Estados-membros, o Distrito Federal e

os Municípios (descentralização política).

Desconcentração e Descentralização Administrativa

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É certo que, olhando isoladamente cada ente político,

temos uma representação menor do próprio Estado. Assim, cada ente

no exercício da função administrativa, ou seja, atuando como

Administração Pública, o faz de igual modo ao Estado central.

Por isso, até o presente momento, devemos entender

também que cada ente político que compõe o Estado exerce de

forma centralizada a função administrativa, de maneira que a

Administração Pública Direta também se denomina de

Centralizada.

Significa dizer que a cada ente político fora distribuído

uma gama de competências administrativas pelo Ente Central (vide, por

exemplo, art. 22 a 24 da CF/88), e que estes mesmos entes,

diretamente, deverão exercê-las. E, assim, vistos isoladamente são

entes centralizados também.

Também devemos nos ater para o fato de que, nesse

momento, tínhamos apenas a repartição de funções política (poderes).

Assim, os entes políticos criados pelo Ente central são criados para

exercer parte da função administrativa (distribuição de competências)

como um todo, ou seja, sem qualquer organização ou distribuição

interna.

Ocorre que, como sabemos, são amplas as atividades

administrativas a serem exercidas.

Dessa forma, tais entes políticos a fim de agirem

organizadamente e obterem uma atuação satisfatória, verificam a

necessidade de distribuição interna dessas atividades (como o fora feito

no aspecto político), ou seja, de criarem setores, de modo que cada um

tenha funções específicas e, assim, possa a engrenagem funcionar de

forma coordenada.

É que tais entes políticos – pessoas jurídicas de direito

público – (Administração Pública Direta), também se organizarão

internamente de modo a realizar suas funções por meio de estruturas

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internas a fim de que possam distribuir suas funções, competências, ou

atividades administrativas.

Com efeito, primeiro realizarão essa engenharia interna e,

para tanto, criarão repartições, departamentos, setores, quer dizer

órgãos, os quais receberão atribuições desses entes políticos a fim de

realizar sua finalidade.

Essa necessidade de organização interna da atividade

administrativa, a fim de melhor desempenhá-la, distribuindo-a através

da criação de órgãos em uma mesma estrutura interna denomina-se

desconcentração administrativa.

Portanto, a desconcentração administrativa é a

criação de órgãos dentro da estrutura administrativa de um ente

(ou entidade), para desempenhar atribuições, competências dessa

pessoa.

Assim, a Administração Pública Direta ou centralizada cria

órgãos, ou seja, núcleos de atuação interna em que são

distribuídas as diversas atribuições.

Opera-se a desconcentração administrativa na medida

em que há a repartição interna da função administrativa num mesmo

ente (pessoa jurídica).

É importante lembrar que o órgão, departamento,

setor, é uma parte do ente que o criou, de maneira que não tem

vida própria, ou seja, não se trata de uma pessoa jurídica, não

detém, portanto, personalidade jurídica.

É sabido, no entanto, que somente tal repartição interna

não consegue atingir a todos os interesses e serviços que o Estado deve

realizar. Isso porque, mesmo organizado internamente, continuamos a

ter uma única pessoa a realizar o complexo de atividades

administrativas.

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Por isso, tendo como parâmetro aquilo que havia sido

empreendido pela própria Constituição em dado momento

(descentralização política) e considerando, pois, a necessidade de

melhor realizar as funções administrativas, concebe-se nova

descentralização, agora não mais sob a vertente política

(constitucional), mas sob a ótica administrativa.

Sabendo, pois, que a descentralização política deu

surgimento aos entes políticos (União, Estados, DF e Municípios), a

descentralização administrativa dará surgimento a entes ou

entidades administrativas.

Lembre-se:

O (Oncentração) criação de órgãos

DESC

E (Entralização) criação de entidades

É preciso ficar atento, no entanto, pois há mais de uma

forma de descentralização administrativa, sendo que, em regra, uma

delas é que dará ensejo à criação de entidades administrativas.

Como disse, a descentralização administrativa é a

distribuição de competências entre pessoas jurídicas distintas

(entidades administrativas), dando ensejo à criação da Administração

Pública Indireta.

Contudo, há outras formas de descentralização

administrativa, ou seja, de distribuição de competências materiais entre

pessoas jurídicas distintas, de modo que podemos organizá-las sob três

modalidades distintas, sendo:

Descentralização territorial ou geográfica;

Descentralização técnica, funcional ou por serviço;

Descentralização por colaboração.

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A descentralização geográfica ou territorial é aquela

em que há a criação de um ente dentro de certa localidade territorial,

geograficamente delimitado, com personalidade jurídica de direito

público para exercício, de forma geral, de todas ou de uma grande

parcela de atividades administrativas (capacidade administrativa

genérica).

Configura, basicamente, um Território Federal, com

capacidade de auto-administração e às vezes até legislativa, conforme

se depreende do art. 33, §3º, CF/88 ao estabelecer que “nos Territórios

com mais de cem mil habitantes, além do Governador nomeado na forma

desta Constituição, haverá órgãos judiciários de primeira e segunda instância,

membros do Ministério Público e defensores públicos federais; a lei disporá

sobre as eleições para a Câmara Territorial e sua competência deliberativa”.

A descentralização por serviços, funcional ou

técnica se dá por meio da criação de uma pessoa jurídica pelo ente

político, para a qual este outorga, isto é, transfere a titularidade e a

execução de certa atividade administrativa específica. (exemplo:

entidades da administração indireta)

A descentralização por colaboração ocorre com a

delegação da execução de certa atividade administrativa (serviço

público) para pessoa particular para que a execute por sua conta e

risco, mediante remuneração, por meio de contrato ou ato

administrativo. (Exemplo delegatários, concessionárias, permissionárias

de serviço público)

Assim, no âmbito da descentralização administrativa

teremos dois institutos importantes, a outorga (descentralização legal)

e a delegação (descentralização negocial).

Na outorga, cria-se uma pessoa jurídica é lhe transfere a

titularidade e o exercício de determinada atividade administrativa, de

modo que se torne especialista nesse ramo.

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Na delegação, transfere-se a outra pessoa a execução de

determinado serviço público para que o execute por sua conta e risco,

mas visando atender ao interesse público.

Ressalva-se, no entanto, o posicionamento do prof.

Carvalho Filho, para quem não há essa distinção entre outorga e

delegação, na medida em que, para o mestre, ambas são formas de

descentralização de atividade administrativa, só que na outorga o

Estado cria entidade para prestar o serviço, cuja transferência da

prestação se dá por lei, e na delegação, ocorre por meio de ato ou

contrato. Significa dizer não haveria a transferência da titularidade na

outorga.

De todo modo, é importante dizer, portanto, que a

descentralização administrativa promove a criação de pessoas jurídicas

distintas das pessoas políticas, ou seja, a criação de entidades para

realizar as atividades administrativas pelo Estado, por isso

Administração Pública Indireta.

A Administração Pública Indireta será, portanto, o

conjunto de pessoas jurídicas distintas do Estado e criadas por ele, a

fim de realizar atividades que lhe são atribuídas como próprias.

Organograma:

Órgãos Públicos

De acordo com o art. 1º, §2º, inc. I, da Lei nº 9.784/99,

AdministraçãoPública

Direta

União Estados DF Municípios

Indireta

Autarquias Fundações

Públicas EmpresasPúblicas

Sociedades deEconomia Mista

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órgão público é “a unidade de atuação integrante da estrutura da

Administração direta e da estrutura da Administração indireta”.

Nesse sentido, a Profa. Di Pietro os define como uma

unidade que congrega atribuições exercidas pelos agentes públicos que

o integram com o objetivo de expressar a vontade do Estado.

Na clássica lição de Hely Lopes Meirelles, órgãos são

centro de competências instituídos para o desempenho de funções

estatais, através de seus agentes, cuja atuação é imputada à pessoa

jurídica a que pertecem.

Com efeito, em que pese os órgãos públicos terem sidos

criados originariamente no âmbito da Administração Pública direta

(desconcentração administrativa), tal fenômeno é amplamente aplicável

na Administração indireta. Significa dizer que a desconcentração

administrativa pode ocorrer na Administração direta ou na indireta,

conforme se extrai do conceito legal.

É importante dizer que o órgão não se confunde com a

pessoa jurídica (ente ou entidade), ele é parte integrante da estrutura

de uma pessoa jurídica.

Por isso, a característica básica que diferencia um órgão

de uma entidade é que os órgãos não possuem personalidade

jurídica, e integram a estrutura interna de um ente ou entidade.

Contudo, alguns órgãos podem ter representação própria

para a defesa de suas prerrogativas institucionais, ou seja, podem ir a

juízo em defesa da garantia do exercício de suas atribuições, conforme

entendimento doutrinário e consagrado no âmbito da jurisprudência do

STJ:

PROCESSO CIVIL E ADMINISTRATIVO – DEFESA JUDICIAL

DE ÓRGÃO SEM PERSONALIDADE JURÍDICA –

PERSONALIDADE JUDICIÁRIA DA CÂMARA DE

VEREADORES.

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1. A regra geral é a de que só os entes personalizados,

com capacidade jurídica, têm capacidade de estar em

juízo, na defesa dos seus direitos.

2. Criação doutrinária acolhida pela jurisprudência

no sentido de admitir que órgãos sem personalidade

jurídica possam em juízo defender interesses e

direitos próprios, excepcionalmente, para

manutenção, preservação, autonomia e

independência das atividades do órgão em face de

outro Poder.

3. Hipótese em que a Câmara de Vereadores pretende não

recolher contribuição previdenciária dos salários pagos aos

Vereadores, por entender inconstitucional a cobrança.

4. Impertinência da situação excepcional, porque não

configurada a hipótese de defesa de interesses e

prerrogativas funcionais.

5. Recurso especial improvido.

(REsp 649.824/RN, Rel. Ministra ELIANA CALMON,

SEGUNDA TURMA, julgado em 28/03/2006, DJ

30/05/2006 p. 136)

O órgão também não se confunde, em regra, com a

pessoa física (com o agente público). Todavia, para o exercício das

competências que lhe são distribuídas é imprescindível o elemento

humano a fim de exercer a vontade da administração.

Por isso, necessário o estudo da relação entre o agente e

o órgão, ou seja, a relação que se concretiza em razão do exercício de

atividades pelos agentes públicos em decorrência das atribuições

destinadas a determinados órgãos.

Três sãos as teorias que tentam explicar essa relação,

sendo:

a) teoria do mandato: Para esta teoria o agente público

seria um mandatário da pessoa jurídica, ou seja, receberia um mandato

ou procuração para atuar em nome da administração.

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Sofreu críticas em razão de não se saber quem outorgou

o mandato ao agente tal, que outorgara mandato a outros e daí por

diante. Isto é, quem passaria procuração para que o agente pudesse

atuar em nome do Estado? A essa pergunta, obviamente não se

encontrou resposta adequada.

Por isso, tal teoria foi refutada, de modo que não se aplica

modernamente no âmbito da Administração Pública.

b) teoria da representação: para esta o agente público

era legalmente representante do Estado, ou seja, o Estado teria como

seu representante legal o agente público.

É criticável, pois equipara o agente ao tutor ou curador,

considerando o Estado como incapaz. Assim, se o Estado é considerado

incapaz, como ele próprio poderia estabelecer tal representação? Por

isso, também essa teoria não se sustentou.

c) teoria do órgão: é a aplicada no âmbito da

Administração Pública, devendo ser aquela observada nas respostas dos

certames.

Explica a relação no sentido de que a pessoa jurídica

manifesta a sua vontade por meio dos órgãos, de tal modo que,

quando os agentes que os compõem ao exercerem suas

atribuições, é como se o próprio Estado o fizesse, traduzindo-se

numa idéia de imputação.

Significa que o agente atua de acordo com as

competências do órgão, realizando a vontade do ente ou

entidade que este integra, ou seja, o Estado atua por meio de seus

órgãos e, dentro destes, haverá agentes que realizarão as atribuições

destinadas à estrutura organizacional.

Como visto, é essa a teoria que explica a relação entre o

Estado, o órgão e o exercício das atividades administrativas pelos

agentes, por isso também é denominada teoria da imputação

[princípio da imputação volitiva].

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Nessa lógica, dentro dessa concepção de atribuir ou

distribuir funções aos órgãos, podemos classificá-los conforme o

seguinte:

Quanto à posição estatal:

o Independentes: são órgãos cuja criação tem origem na

própria Constituição e representam um dos Poderes

estatais, não estão sujeitos a qualquer subordinação

hierárquica ou funcional por outro órgão, apenas à

Constituição e às Leis. (Ex: Chefia do Executivo, Tribunais,

Congresso Nacional etc)

o Autônomos: são órgãos que gozam de autonomia

administrativa, financeira e técnica, localizados na cúpula

da Administração, abaixo e subordinados diretamente aos

órgãos independentes, participando das decisões

governamentais no âmbito de suas competências. (Ex:

Ministérios, Secretarias de Estado).

o Superiores: são os órgãos que detêm o poder de direção,

comando e controle das atividades administrativas de sua

competência, porém estão sempre subordinados a

controle hierarquia de uma autoridade superior, não

gozando, portanto, de autonomia. (Ex: Departamentos,

Gabinetes, Coordenadorias, Divisões etc)

o Subalternos: são os órgãos que estão subordinados a

outros órgãos de hierarquia maior, com função

eminentemente de execução das decisões tomadas

administrativamente. (Ex: Seção de pessoal, expediente,

material, transporte, apoio técnico etc).

Quanto à estrutura:

o Simples: são órgãos constituídos por um só centro de

comando, sem subdivisões internas.

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o Compostos: são órgãos que possuem, em sua estrutura

interna, outros órgãos que lhe estão subordinados

hierarquicamente.

Quanto à atuação funcional:

o Singulares: são órgãos que atuam, exercem seu poder

decisório, por meio de um único agente. (Diretoria Geral

etc)

o Colegiados: são órgãos que atuam e decidem pela

manifestação conjunta e majoritária de seus membros

(Comissões Disciplinares, Comissão de Licitação etc).

Então, conforme vimos, os órgãos não possuem

personalidade jurídica própria. Isso porque órgão integra a estrutura

de um Ente ou Entidade da Administração Pública.

Porém, como já ressaltado, em que pese os órgãos não

terem personalidade jurídica, alguns (órgãos independentes e

autônomos) são dotados de capacidade processual (capacidade

judiciária) a fim de irem a juízo na defesa de suas prerrogativas

institucionais, tal como o TCU na defesa de sua prerrogativa de

fiscalizar as contas públicas, por exemplo.

Nesse sentido, o Supremo Tribunal Federal (STF) também

tem entendimento no sentido de que alguns órgãos têm a capacidade

ou “personalidade judiciária” para impetrarem mandado de

segurança para a defesa do exercício de suas competências e do

gozo de suas prerrogativas.

Administração Pública Indireta

Como destacado, a Administração Pública Indireta é uma

forma de descentralização administrativa em que o Estado,

Administração Pública Direta, transfere (outorga) competências

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administrativas para outra pessoa jurídica.

Dessa forma, temos no âmbito da Administração Pública

Indireta as seguintes entidades: Autarquias, Fundações Públicas,

Empresas Públicas e Sociedades de Economia Mista.

Autarquias

As autarquias são pessoas jurídicas de direito

público, criadas por lei, com capacidade de auto-administração,

ou seja, autonomia administrativa, orçamentária e técnica, e

capital exclusivamente público, para o desempenho de

atividades típicas do Estado.

Nesse sentido, o Decreto-Lei nº 200/67 define autarquia,

nos termos do art. 5º, inc. I, da seguinte forma:

I – Autarquia – o serviço autônomo, criado por lei, com

personalidade jurídica, patrimônio e receita próprios, para

executar atividades típicas da Administração Pública, que

requeiram, para seu melhor funcionamento, gestão

administrativa e financeira descentralizada.

Numa visão bem simplista, podemos dizer que as

autarquias representam uma parcela do Estado no exercício indireto de

sua função administrativa, por meio de um órgão a que se atribuiu vida

própria. [AUTO + ARQUIA = MESMO, IGUAL + GOVERNO,

ADMINISTRAÇÃO]

Diante disso, é possível identificar as seguintes

características:

A criação é sempre por lei;

São dotadas de personalidade jurídica de direito público;

Gozam de autonomia administrativa, orçamentária e

técnica;

São criadas para especialização dos fins ou atividades;

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Sujeitam-se ao controle de tutela, que significa que não

estão subordinadas ao ente que as criou, mas apenas

vinculada aos fins para os quais foi criada (supervisão

ministerial).

As autarquias são sempre criadas por lei, ou seja,

somente a Lei pode criar uma Autarquia. E é a lei que definirá sua

estrutura, sua atividade, ou seja, seus contornos.

Significa que, a partir do início da vigência da lei criadora,

tem a entidade seu surgimento, sem qualquer necessidade de

averbação de seus atos institucionais em órgãos destinados a tanto,

pois seu delineamento está todo contido na norma criadora.

Desse modo, é bom ressaltar que para sua extinção, por

observância do princípio da simetria (paralelismo das formas), deverá

ser também procedida por meio de lei. Isto é, se somente por lei

específica é possível à criação, então, somente por lei poderá ocorrer à

extinção de uma Autarquia.

É importante destacar que, doutrinariamente, se costuma

dividir as autarquias em institucionais e territoriais.

As autarquias territoriais surgem por desmembramento

geográfico do Estado, criando-se um ente ao qual se outorga

prerrogativas de forma geral funções administrativas e até mesmo de

ordem política, a exemplo dos territórios que são autarquias

territoriais de natureza política integrantes da União.

As autarquias institucionais são pessoas

administrativas criadas por lei, com objetivo específico, sem qualquer

espécie de delegação política, pois recebem, por outorga, a titularidade

de uma atividade típica do Estado.

Por outro lado, classificam-se, ainda, as autarquias

quanto ao objeto, quando teríamos as autarquias em regime comum

e as em regime especial.

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As autarquias em regime comum não têm maior

especificidade, ou seja, estariam submetidas ao denominado “regime

comum” das autarquias, gozando de autonomia administrativa e

financeira, prerrogativas à semelhança do Estado, porém sem maiores

prerrogativas, tal como mandato fixo para seus dirigentes, poder

normativo etc. Ex. Instituto Nacional do Seguro Social – INSS, Instituto

Brasileiro do Meio Ambiente – IBAMA, Instituto de Colonização e

Reforma Agrária – INCRA, dentre outros.

As autarquias em regime especial são autarquias

dotadas de maiores prerrogativas, tal qual maior autonomia

administrativa, poder normativo técnico e, ainda, algumas gozando de

mandato fixo para os seus dirigentes. Ex: Universidades (Lei nº

5.540/68), BACEN e as denominadas agências reguladoras (ex.:

ANATEL, ANA, ANEEL, ANP, ANVISA, etc).

Podemos utilizar, ainda, classificação considerando a

estrutura, quando teremos as autarquias corporativas e as

fundacionais.

As autarquias corporativas são aquelas que têm a

prerrogativa de fiscalizar e controlar o exercício de certas profissões.

Ex.: CRECI, CRM, CREA, CRC, ou seja, os conselhos profissionais.

Nesse aspecto, cabe destacar que o Supremo Tribunal

Federal tem entendimento de que a OAB (Ordem dos Advogados do

Brasil) não integra a Administração Pública, realizando, pois, serviço

público de forma independente, e, por isso, não se submete ao

regime jurídico-administrativo (não sendo obrigada a realizar concurso

para ingresso de pessoal), tampouco a controle Estatal de suas

finalidades ou mesmo do Tribunal de Contas da União no tocante aos

seus recursos e gastos.

Portanto, verificamos que muito embora os conselhos de

profissões sejam autarquias corporativas, e, por isso, se submetem a

controle do Tribunal de Contas da União, além de terem o dever de

licitar e realizar concursos públicos, a OAB estaria excluída dessas

sujeições na medida em que não integra a Administração Pública,

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conforme entendimento do STF.

As autarquias fundacionais são autarquias criadas em

razão de um destacamento de patrimônio estatal, com o escopo de

atuarem desempenhando atividades ligadas ao desenvolvimento social,

tal como saúde, educação ou em proteção aos direitos e interesses de

minorias. Ex. Fundação Universidade de Brasília (FUB), Fundação

Nacional do Índio (FUNAI) etc.

O Prof. Carvalho Filho traz interessante classificação,

quanto nível federativo e quanto ao objetivo, além daquelas referentes

ao regime jurídico (especial ou comum).

Quanto ao nível federativo, as autarquias podem ser

federais (integrantes da União), estaduais, distritais e municipais.

Quanto ao objeto podem classificar-se em culturais (são

aquelas dirigidas à educação e saúde), corporativas (ou profissionais,

são os conselhos) e previdenciárias (voltadas à previdência social

oficial), e ainda assistenciais (voltadas à atividade de auxílio, ajuda,

assistência), administrativas (categoria residual que desempenham

serviços públicos e outras atividades), de controle (as agências

reguladoras) e associativas (associação publica).

Portanto, a autarquia é forma de atuação especializada da

Administração no exercício de certa atividade administrativa, de modo

que não poderá atuar fora de tais fins, sob pena de violação da

finalidade para a qual fora constituída.

Quanto às agências reguladoras vale lembrar que em

decorrência da chamada “reforma administrativa” empreendida pelo

Governo Federal nos anos 90, surgiram no Estado brasileiro as

denominadas Agências, inspiradas no modelo Norte-Americano e

Francês, procurando estabelecer autarquias submetidas a regime

especial.

É o que alguns doutrinadores têm chamado de

agencificação, no sentido da proliferação das agências.

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No entanto, conforme crítica do Prof. Celso Bandeira, “a

única particularidade marcante do tal regime especial é a

nomeação pelo Presidente da República, sob aprovação do

Senado, dos dirigentes da autarquia, com garantia, em prol

destes, de mandato a prazo certo” e, enfim, da adoção do nome de

agência.

A denominação agência, no sentido de se estabelecer

uma atividade reguladora como sendo inovadora no ordenamento

administrativo nacional, nada traz de novo, a não ser, como eu havia

dito, o próprio nome, visto que a existência de autarquias com referida

função já há muito existia na seara nacional, podendo citar, por

exemplo, o Banco Central, a CVM (Conselho de Valores Monetários), a

SUSEP (Superintendência de Seguros Privados).

Assim, nada há de inovador na atribuição de

poderes reguladores às denominadas autarquias em regime

especial (agências).

De tudo, no entanto, precisamos verificar que há duas

hipóteses de agências: as reguladoras e as executivas.

As agências reguladoras surgiram em decorrência do

plano nacional de desestatização (Lei nº 9.491/97), cujo escopo era

por fim ao monopólio estatal de alguns serviços definidos em certos

setores e, principalmente, visando o princípio da especialidade, com

papel de disciplinar e fiscalizar atividades típicas do Estado, cuja

execução fora outorgada a particulares.

Como disse, essas agências caracterizam-se por três

elementos: maior independência, investidura especial (depende

de nomeação pelo Presidente aprovação prévia do Senado

Federal) e mandato, com prazo fixo, conforme lei que cria a

pessoa jurídica.

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Quanto ao regime especial, o prof. Carvalho Filho dá

especial destaque quanto às prerrogativas para que se caracterize uma

autarquia em regime especial, citando quatro fatores, sendo:

1º) poder normativo técnico (chamada deslegalização, ou seja,

poder de editar normas técnicas complementares das normas gerais);

2º) autonomia decisória (poder de decidir os conflitos

administrativos que envolvem sua área de atuação);

3º) independência administrativa (seus dirigentes têm

investidura por prazo certo);

4º) autonomia econômico-financeira (têm recursos próprios e

dotação orçamentária específica).

As agências reguladoras são responsáveis pela

regulamentação, controle e fiscalização de serviços públicos, atividades

e bens transferidos ao setor privado e, em suma, englobam as

seguintes atividades:

a) serviços públicos propriamente ditos, tal como ANEEL

(Lei nº 9.427/96), ANATEL (Lei nº 9.472/97), ANTT e ANTAQ (Lei nº

10.233/2001);

b) atividade de fomento e fiscalização de atividade

privada (Ancine – MP 2.281-1/01 – Lei nº 10.454/02);

c) regulação e fiscalização de atividades econômicas

(ANP, Lei nº 9.478/97);

d) atividades sociais – exercidas pelo Estado, mas

facultadas também ao particular – (ANVISA, Lei nº 9.782/99; ANS, Lei

nº 9.961/00); e,

e) agência reguladora de uso de bens públicos, tal como a

ANA, criada pela Lei nº 9.984/00.

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De todo modo, devemos observar uma série de traços

específicos e característicos dessas entidades quanto a pessoal, regime

jurídico, licitações, dentre outros. Vejamos:

a) Regime de pessoal: A Lei nº 9.986/00 estabelecia a

possibilidade de contratação por meio do regime celetista. Porém, o STF

entendeu que não se compatibilizava o regime de emprego com as

atribuições desempenhas pelas agências reguladoras, firmando, com

isso, a necessidade de observar o regime estatutário.

Dessa forma, fora revogado o regime anterior pela Lei nº

10.871/04, a qual estabeleceu o regime estatutário, prejudicando o

julgamento final da ADI 2.130, que havia suspendido a aplicação de

regime privado aos agentes. Autorizou-se, contudo, a contratação de

pessoal técnico de caráter temporário pelo prazo máximo de 36 meses.

b) Licitação: devem observar as normas da Lei nº

8.666/93. Podendo optar por modalidades especificas como o pregão e

a consulta, conforme consta da Lei nº 9.986/00.

As agências executivas, por outro lado, são autarquias

ou fundações que por iniciativa da Administração Direta (Presidente da

República), recebem o status de Agência Executiva, em razão da

celebração de um contrato de gestão, que objetiva uma maior

eficiência e redução de custos (Decretos Federais nº 2.487 e 2.488,

ambos de 1998).

Para receber tal qualificação é preciso ter plano

estratégico de reestruturação e desenvolvimento institucional em

andamento e celebrar contrato de gestão com o Ministério supervisor.

São, portanto, autarquias ou fundações qualificadas

para melhor desempenho de suas atividades que firmam

contrato de gestão para maior autonomia administrativa e

orçamentária, não estando, portanto, hierarquicamente

subordinadas.

Fundações Públicas

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O Decreto-Lei nº 200/67, conforme art. 5º, inc. IV, define

fundações, como entidade dotada de personalidade jurídica de direito

privado, sem fins lucrativos, criada em virtude de autorização

legislativa, para o desenvolvimento de atividades que não exijam

execução por órgãos ou entidades de direito público, com autonomia

administrativa, patrimônio próprio gerido pelos respectivos órgãos de

direção, e funcionamento custeado por recursos da União e de outras

fontes. (Incluído pela Lei nº 7.596, de 1987)

Portanto, Fundação é uma pessoa jurídica composta por

um patrimônio personalizado, destinado pelo seu fundador para uma

finalidade específica.

Nesse sentido, a Constituição Federal em seu artigo 37,

inc. XIX, assim dispõe:

Art. 37.

XIX – somente por lei específica poderá ser criada

autarquia e autorizada a instituição de empresa pública, de

sociedade de economia mista e de fundação, cabendo à lei

complementar, neste último caso, definir as áreas de sua

atuação; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 19, de

1998)

Significa dizer que a criação de Fundações depende

sempre de lei específica, ou seja, a lei autorizando a criação, cabendo a

lei complementar definir a área de atuação.

Ressalte-se, ademais, que a criação se dá por meio de

decreto executivo que aprova o Estatuto, o qual deverá ser registrado

em cartório de registro de pessoas jurídicas.

De outro lado, devemos entender que as Fundações

Públicas podem ter a natureza de pessoa jurídica de direito público,

caracterizando uma espécie de autarquia, denominada autarquia

fundacional ou fundação governamental.

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Com efeito, disso podemos extrair que, as fundações

públicas de direito público estão submetidas a regime jurídico de direito

público, o que caracteriza que seus bens são públicos, o regime adotado

para seu pessoal é o estatutário, pagando suas dívidas por precatórios

e, no caso das fundações públicas de direito público federal estão sob a

jurisdição da justiça federal.

De outro lado, as fundações públicas de direito privado,

se submete ao regime jurídico de direito privado, seus bens são

considerados privados, seu agentes, como regra, se submetem ao

regime celetista.

No entanto, nem tudo se reduz ao regime privado, é que

por ser entidade pública está submetida a algumas restrições oriundas

do princípio da indisponibilidade do interesse público, ou seja, oriundas

do regime jurídico-administrativo, tal como obrigatoriedade de licitar,

realizar concurso público, dentre tantas outras implicações do regime

público.

Empresas Estatais

As empresas estatais têm com espécies as empresas

públicas e sociedades de economia mista e suas subsidiárias.

A empresa pública, conforme Decreto-Lei 200/67, é

pessoa jurídica de direito privado composta por capital exclusivamente

público, criada para a prestação de serviços públicos ou exploração de

atividades econômicas sob qualquer modalidade empresarial.

Nesse sentido, vale citar, além do referido art. 37, inc.

XIX, o art. 173, §1º, inc. II, da Constituição, que assim dispõe:

Art. 173. Ressalvados os casos previstos nesta Constituição, a

exploração direta de atividade econômica pelo Estado só

será permitida quando necessária aos imperativos da

segurança nacional ou a relevante interesse coletivo,

conforme definidos em lei.

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§ 1º A lei estabelecerá o estatuto jurídico da empresa

pública, da sociedade de economia mista e de suas

subsidiárias que explorem atividade econômica de

produção ou comercialização de bens ou de prestação de

serviços, dispondo sobre: (Redação dada pela Emenda

Constitucional nº 19, de 1998)

I – sua função social e formas de fiscalização pelo Estado e pela

sociedade; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 19, de

1998)

II – a sujeição ao regime jurídico próprio das empresas

privadas, inclusive quanto aos direitos e obrigações civis,

comerciais, trabalhistas e tributários; (Incluído pela Emenda

Constitucional nº 19, de 1998)

De outro lado, a sociedade de economia mista é

pessoa jurídica de direito privado, criada para prestação de serviço

público ou exploração de atividade econômica, com capital misto e na

forma de S/A.

Assim, vamos verificar que as estatais têm características

que as assemelham, mas têm outras que as distingue.

Observe que, quanto à criação dessas entidades, sempre

depende de lei, só que a lei (específica) autoriza a instituição (art. 37,

XIX, da CF), que dependerá de registro de seus atos constitutivos no

órgão competente [junta comercial].

Quanto à extinção, em observância ao princípio do

paralelismo das formas ou da simetria haveria a necessidade

também de lei autorizar, dando-se a devida baixa no cartório.

No entanto, paira na doutrina controvérsia acerca da

possibilidade de empresa pública ou sociedade de economia mista falir.

A Lei nº 6.404/76 (LSA) estabelecia que a Sociedade de Economia Mista

não poderia falir, esse era o entendimento sustentado por parte da

doutrina, outros sustentavam que poderia ante a norma do art. 173,

§1º, CF/88.

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Contudo, a Lei n° 11.101/2005 (nova Lei de Falências e

Recuperação Judicial), em seu artigo 2°, exclui, explicitamente, a

sociedade de economia mista e a empresa pública de sua incidência, de

modo que não podem falir ou se submeterem ao procedimento de

recuperação judicial extrajudicial.

Outrossim, cumpre dizer que as estatais estão

submetidas às disposições da Lei 8.666/93. Pode, contudo, quando

exploradoras da atividade econômica, ter regime especial por meio de

estatuto próprio conforme o art. 173, §1º, III, CF.

Ressalto, no entanto, que o STF entendeu, em julgamento

ainda pendente de finalização, que a estatal exploradora de atividade

econômica em regime concorrencial pode adotar procedimento

simplificado de licitação aprovado por decreto presencial (caso

Petrobras).

INFORMATIVO Nº 426:

TÍTULO: Efeito Suspensivo em

RE: Petrobrás e Licitação Simplificada

PROCESSO: AC – 1193

ARTIGO

A Turma, resolvendo questão de ordem, deferiu medida

cautelar para emprestar efeito suspensivo a recurso

extraordinário interposto pela Petróleo Brasileiro S/A –

Petrobrás contra acórdão do STJ que, também em medida

cautelar, restabelecera a eficácia de tutela antecipada que

suspendera as suas licitações, as quais utilizavam procedimento

licitatório simplificado, previsto na Lei 9.478/97 e

regulamentado pelo Decreto 2.745/98. Consideraram-se

presentes os requisitos necessários à pleiteada concessão.

Quanto à plausibilidade jurídica do pedido, asseverou-se que a

submissão da Petrobrás a regime diferenciado

de licitação estaria, à primeira vista, justificado, tendo

em conta que, com o advento da EC 9/95, que

flexibilizara a execução do monopólio da atividade do

petróleo, a ora requerente passara a competir livremente

com empresas privadas, não sujeitas à Lei 8.666/93.

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Nesse sentido, ressaltaram-se as conseqüências de ordem

econômica e política que adviriam com o cumprimento da

decisão impugnada, caso a Petrobrás tivesse que aguardar o

julgamento definitivo do recurso extraordinário, já admitido,

mas ainda não distribuído no STF, a caracterizar perigo de dano

irreparável. Entendeu-se, no ponto, que a suspensão

das licitações realizadas com base no Regulamento do

Procedimento Licitatório Simplificado (Decreto 2.745/98

e Lei 9.478/97) poderia tornar inviável a atividade

da Petrobrás e comprometer o processo de exploração e

distribuição do petróleo em todo país, com reflexos imediatos

para a indústria, comércio e, enfim, para toda a população. AC

1193 QO-MC/RJ, rel. Min. Gilmar Mendes, 9.5.2006. (AC-1193)

Ademais, no tocante ao regime tributário, tendo em vista

a disposição contida no art. 173, §1º, inc. II, CF/88, em regra, as

estatais não têm privilégios tributários, não extensíveis à iniciativa

privada.

De todo modo, o Supremo Tribunal Federal vem

entendendo que se prestam serviços públicos, especialmente em regime

de exclusividade, gozam de prerrogativas de direito público, tal como

imunidade tributária em relação aos seus bens, rendas e serviços e

pagamento de seus débitos por precatórios (Caso ECT).

INFORMATIVO Nº 546

TÍTULO: ECT: IPVA e Imunidade Tributária

PROCESSO: ACO – 765

ARTIGO

Na linha da orientação firmada no julgamento da ACO 959/RN

(DJE de 16.5.2008), no sentido de que a norma do art. 150,

VI, a, da CF alcança as empresas públicas prestadoras de

serviço público, o Tribunal, por maioria, julgou procedente

pedido formulado em ação cível originária proposta pela

Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos – ECT contra

o Estado do Rio de Janeiro, para afastar a cobrança do

IPVA, bem como as sanções decorrentes da

inadimplência do tributo. Vencidos os Ministros Marco

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Aurélio, relator, e Ricardo Lewandowski, que julgavam o pleito

improcedente, por reputarem inaplicável, à autora,

a imunidade recíproca, haja vista ser ela empresa pública com

natureza de direito privado que explora atividade econômica.

Vencido, parcialmente, o Min. Joaquim Barbosa, que julgava o

pedido procedente em parte. Em seguida, o Tribunal, também

por votação majoritária, resolveu questão de ordem, suscitada

pelo Min. Menezes Direito, para autorizar os Ministros a

decidirem, monocrática e definitivamente, nos termos da

decisão desta ação cível originária, recursos e outras causas

que versem sobre o mesmo tema. Vencido, no ponto, o Min.

Marco Aurélio. ACO 765/RJ, rel. orig. Min. Marco Aurélio, red. p/

o acórdão Min. Menezes Direito, 13.5.2009. (ACO-765)

E, por fim, no tocante a responsabilidade civil, as estatais

podem tanto explorar a atividade econômica como prestar serviço

público.

Assim, quando prestadoras de serviços públicos

submetem-se ao regime de responsabilidade objetiva (art. 37, §6º,

CF/88), respondendo o Estado subsidiariamente pelos prejuízos

causados. Quando exploradoras de atividade econômica, o regime será

o privado, portanto, em regra, a responsabilidade é subjetiva, ou seja,

depende da comprovação de dolo ou culpa.

No tocante ao seu pessoal, por estarem submetidas ao

regime de direito privado, titularizam emprego, seguindo o regime da

CLT, todavia, são considerados agentes públicos (servidores públicos

lato sensu), em razão de algumas regras: concurso público, teto

remuneratório, acumulação, remédios constitucionais, fins penais,

improbidade administrativa, dentre outros aspectos.

É de se ressalvar, no entanto, o entendimento do TST de

que poderá dispensar o empregado de forma imotivada, salvo quando

for estatal prestadora de serviços públicos, porque aí a dispensa deverá

ser motivada e amparada de processo administrativo no qual se

assegure o contraditório e a ampla defesa.

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E, por fim, no tocante aos bens são passíveis de penhora,

já que são considerados bens privados, exceto se a empresa for

prestadora de serviços públicos e o bem estiver diretamente ligado a

eles, de modo que por força do princípio da continuidade o bem não

poderá sofrer constrição.

Essas características assemelham as empresas públicas e

as sociedades de economia mista, no entanto, se distanciam no tocante

a sua constituição, isso porque as empresas públicas são formadas por

capital exclusivamente público, enquanto as de economia mista não.

As empresas públicas podem assumir qualquer forma

societária/empresarial, ou seja, podem ser S/A, Limitada, Comandita.

No entanto, as de economia mista só podem assumir a forma de S/A.

Ademais, no caso federal, as empresas públicas são

submetidas à Justiça Federal (art. 109, inc. I, da CF/88), enquanto que

as sociedades de economia mista terão suas causas decididas na Justiça

Estadual.

Por fim, cumpre dizer que a organização administrativa

que percebemos nos dá a noção e sentido formal da Administração

Pública. Contudo, o sentido da administração pública também pode ser

concebido por aquilo que ela faz, desempenha, ou seja, pelas

atividades, chamado de sentido material.

Desse modo, pelo sentido formal, orgânico ou subjetivo

temos os entes, entidades, órgãos e agentes (servidores) públicos que

integram a estrutura da Administração Pública, grafando-se a expressão

com as iniciais em maiúsculo.

Pelo sentido material, funcional ou objetivo, temos as

funções desempenhadas pelo Estado no exercício da função

administrativa (Serviços Públicos, Poder de Polícia, Fomento e

Intervenção), de modo que se grafa o termo administração pública em

minúsculo.

Dito isso, vamos às questões.

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QUESTÕES COMENTADAS

1. (AFCE – TCU – CESPE/2011) Segundo a doutrina

administrativista, o direito administrativo é o ramo do direito

privado que tem por objeto os órgãos, os agentes e as pessoas

jurídicas administrativas que integram a administração pública,

a atividade jurídica não contenciosa que esta exerce e os bens

de que se utiliza para a consecução de seus fins, de natureza

pública.

Comentário:

Conforme ensina a prof. Di Pietro “o Direito

Administrativo é o ramo do direito público que tem por objeto os

órgãos, agentes e pessoas jurídicas administrativas que

integram a Administração Pública, a atividade jurídica não

contenciosa que exerce e os bens de que se utiliza para a

consecução de seus fins, de natureza pública”.

Portanto, o direito administrativo integra o ramo do

direito público.

Gabarito: Errado.

2. (ADMINISTRADOR – TJ/RR – CESPE/2012) A jurisprudência,

fonte não escrita do direito administrativo, obriga tanto a

administração pública como o Poder Judiciário.

Comentário:

A jurisprudência, salvo a súmula vinculante ou as

decisões proferidas pelo STF em controle abstrato de

constitucionalidade, não tem força cogente, ou seja, não é obrigatória.

Portanto, não obriga nem o Poder Judiciário e nem a Administração

Pública.

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Gabarito: Errado.

3. (ENGENHEIRO – INSS – CESPE/2010) Apenas a lei, em sentido

lato, pode ser tida como fonte de direito administrativo.

Comentário:

A lei é fonte direta e principal. Contudo, não é a única

fonte, pois a jurisprudência, os costumes e a doutrina também são

fontes do direito administrativo.

Gabarito: Errado.

4. (FISCAL DA RECEITA ESTADUAL – SEFAZ/AC – CESPE/2009)

Os costumes são fontes do direito administrativo, não

importando se são contra legem, praeter legem ou secundum

legem.

Comentário:

O costume somente se aplica quando for secundum

legem, ou seja, em conformidade com a Lei.

Gabarito: Errado.

5. (ACE – TCU – CESPE/2009) A CF, as leis complementares e

ordinárias, os tratados internacionais e os regulamentos são

exemplos de fontes do direito administrativo.

Comentário:

De fato, a Constituição, as leis complementares e

ordinárias, os tratados internacionais e os regulamentos são exemplos

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de fontes do direito administrativo.

Gabarito: Certo.

6. (ANALISTA JUDICIÁRIO – TJ/AL – CESPE/2012) Os

municípios são entes políticos componentes da administração

pública indireta.

Comentário:

A República Federativa do Brasil (Estado Central)

empreendeu descentralização política, determinada pela Constituição

Federal, criando os entes federativos, ou seja, entidades ou entes

políticos, todos dotados de autonomia política e personalidade jurídica

de direito público, compreendendo: a União, Estados, DF e

municípios.

Assim, o município, de fato, é um ente político, contudo

compõe a Administração Pública Direta.

Gabarito: Errado.

7. (PERITO PAPILOSCÓPICO – PC/ES – CESPE/2011) O Distrito

Federal é considerado uma entidade administrativa.

Comentário:

O Distrito Federal é um ente ou entidade política,

conforme art. 18 da CF/88.

Gabarito: Errado.

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8. (DELEGADO DE POLÍCIA – PC/AL – CESPE/2012) Ocorre o

fenômeno da desconcentração quando o Estado desempenha

algumas de suas funções por meio de outras pessoas jurídicas.

Comentário:

Quando o Estado, pessoa jurídica, distribui competências

para outra pessoa, teremos a descentralização, que poderá ser política

(distribui para outros entes políticos) ou administrativa (distribui para

entidades administrativas).

Gabarito: Errado.

9. (TÉCNICO JUDICIÁRIO – TRE/MS – CESPE/2013) A

centralização é a situação em que o Estado executa suas tarefas

diretamente, por intermédio dos inúmeros órgãos e agentes

administrativos que compõem sua estrutura funcional.

Comentário:

Veja, o fato de o Estado exercer suas funções por meio de

diversos órgãos é que chamamos de desconcentração, é essa ocorre no

âmbito interno de uma mesma pessoa. Portanto, este ente está

centralizado e desconcentrado. Centralizado porque não sabemos se ele

criou outras pessoas para realizar suas funções.

A centralização é o movimento inverso da

descentralização. Então, enquanto na descentralização temos duas ou

mais pessoas. Na centralização temos uma só pessoa, que pode ou não

estar desconcentrada.

Gabarito: Certo.

10. (TÉCNICO JUDICIÁRIO – TRE/MS – CESPE/2013) A

chamada centralização desconcentrada é a atribuição

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administrativa cometida a uma única pessoa jurídica dividida

internamente em diversos órgãos.

Comentário:

De fato, é isso mesmo, na centralização temos uma só

pessoa que exerce suas funções. Pode, essa pessoa, estar

desconcentrada (ter diversos órgãos) ou concentrada (não ter diversos

órgãos, ou seja, não ter divisão interna de suas atribuições entre

órgãos).

Gabarito: Certo.

11. (AUDITOR DE CONTROLE EXTERNO - TCE/ES -

CESPE/2012) Para que ocorra a descentralização administrativa,

é necessária, pelo menos, a existência de duas pessoas.

Comentário:

A descentralização administrativa pressupõe sempre a

existência de duas ou mais pessoas, enquanto a desconcentração

pressupõe uma só pessoa.

Gabarito: Certo.

12. (TÉCNICO JUDICIÁRIO – TJ/RR – CESPE/2012) Quando o

Estado cria entidades dotadas de patrimônio e personalidade

jurídica para propiciar melhorias em sua organização, ocorre o

que se denomina desconcentração.

Comentário:

A criação de pessoa jurídica pelo Estado distribuindo-lhe

função administrativa é o fenômeno da descentralização.

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Gabarito: Errado.

13. (ANALISTA JUDICIÁRIO – JUDICIÁRIA – TRE/MT –

CESPE/2010) A descentralização administrativa ocorre quando

se distribuem competências materiais entre unidades

administrativas dotadas de personalidades jurídicas distintas.

Comentário:

Na descentralização administrativa ocorre a distribuição

de competências de uma pessoa jurídica para outra.

Gabarito: Certo.

14. (ANALISTA JUDICIÁRIO – JUDICIÁRIA – TRE/MT –

CESPE/2010) A criação de um ministério na estrutura do Poder

Executivo federal para tratar especificamente de determinado

assunto é um exemplo de administração descentralizada.

Comentário:

Observe que os ministérios são órgãos integrantes da

estrutura da União, pessoa jurídica de direito público. Portanto, quando

se cria órgãos na estrutura de uma pessoa, estamos desconcentrando,

e com isso diante da administração desconcentrada.

Gabarito: Errado.

15. (ESCRIVÃO DE POLÍCIA – PC/ES – CESPE/2011)

Diferentemente da descentralização, em que a transferência de

competências se dá para outra entidade, a desconcentração é

processo eminentemente interno, em que um ou mais órgãos

substituem outro com o objetivo de melhorar e acelerar a

prestação do serviço público.

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Comentário:

Na descentralização a transferência de competências se

dá para outra entidade, enquanto na desconcentração, por ser um

processo eminentemente interno, um ou mais órgãos substituem outro

com o objetivo de melhorar e acelerar a prestação do serviço público.

Gabarito: Certo.

16. (ANALISTA JUDICIÁRIO – TJ/AL – CESPE/2012) A

delegação é forma de efetivação da desconcentração.

Comentário:

No âmbito da descentralização administrativa teremos

dois institutos importantes, a outorga (descentralização legal) e a

delegação (descentralização contratual ou negocial).

Na outorga, cria-se uma pessoa jurídica é lhe transfere,

por lei, o exercício de determinada atividade administrativa, de modo

que se torne especialista nesse ramo.

Na delegação, transfere-se, por ato ou contrato

administrativo, a outra pessoa a execução de determinado serviço

público para que o execute por sua conta e risco, mas visando atender

ao interesse público.

Portanto, a outorga e a delegação são formas de

descentralização.

Gabarito: Errado.

17. (ANALISTA JUDICIÁRIO – JUDICIÁRIA – TRE/ES –

CESPE/2011) A desconcentração mantém os poderes e as

atribuições na titularidade de um mesmo sujeito de direito, ao

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passo que a descentralização os transfere para outro sujeito de

direito distinto e autônomo, elevando o número de sujeitos

titulares de poderes públicos.

Comentário:

De fato, a desconcentração mantém os poderes e as

atribuições na titularidade de um mesmo sujeito de direito, pois se trata

de distribuição de atribuições no âmbito de uma mesma pessoa jurídica.

Contudo, na descentralização administrativa poderá

(outorga) ou não (delegação) haver a transferência da titularidade para

outro sujeito de direito, distinto e autônomo.

Assim, embora haja divergência doutrinária quanto à

transferência da titularidade no caso de outorga, essa não ocorrerá no

caso de delegação, pois somente se transfere a execução da atividade,

motivo pelo qual a questão deveria ser considerada errada, já que a

descentralização administrativa não se resume à descentralização

funcional, por serviço ou técnica.

Nisso, chamo a atenção para que se tome muito cuidado,

pois o CESPE, a depender do examinador, tem assumido posições

contraditórias, ou seja, uma parte da Banca assume a posição de que

transfere a titularidade (linha da Di Pietro) e outra parte assume a

posição de que não se transfere a titularidade (linha do Carvalho Filho).

Gabarito: Certo (*) Entendo que a questão deveria ter sido anulada.

18. (ANALISTA JUDICIÁRIO – EXECUÇÃO DE MANDADOS – STM

– CESPE/2011) Quando o Estado processa a descentralização do

serviço público por delegação contratual, ocorre apenas a

transferência da execução do serviço. Quando, entretanto, a

descentralização se faz por meio de lei, ocorre a transferência

não somente da execução, mas também da titularidade do

serviço, que passa a pertencer à pessoa jurídica incumbida de

seu desempenho.

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Comentário:

É exatamente o que disse na questão anterior. Observe!

Aqui o CESPE adotou o posicionamento do Carvalho Filho, que entende

que na descentralização administrativa (descentralização legal ou

outorga) também não há a transferência da titularidade, pois foi

conferida ao ente político pela Constituição.

Portanto, para o prof. Carvalho Filho, a outorga também

só ocorrerá a transferência da prestação do serviço público,

distinguindo-se da delegação no que diz respeito ao ato que determina

a transferência, que no caso da outorga ocorre por lei.

Lembre-se, no entanto, como disse, que a

posicionamento majoritário na doutrina é no sentido de que na outorga

há a transferência da titularidade e da prestação do serviço.

Gabarito: Errado.

19. (AUXILIAR JUDICIÁRIO – TJ/AL – CESPE/2012) A

descentralização pode ser feita por meio de outorga ou

delegação, meios de que dispõe o poder público para transferir,

por tempo determinado, a prestação de determinado serviço

público a ente público ou a particular.

Comentário:

Com efeito, não restam dúvidas de que a descentralização

pode ocorrer mediante outorga (por lei) ou por delegação (por contrato

ou ato administrativo), de modo a transferir a prestação de

determinado serviço público a ente administrativo ou a particular,

contudo, poderá ser por prazo determinado (contrato) ou não

(outorga).

Gabarito: Errado.

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20. (TODOS OS CARGOS – MS – CESPE/2010) A

descentralização administrativa efetiva-se por meio de outorga

quando o Estado cria uma entidade e a ela transfere, por lei,

determinado serviço público.

Comentário:

A descentralização administrativa efetiva-se por meio de

outorga, ou seja, quando o Estado cria uma entidade e a ela transfere,

por lei, determinado serviço público.

Gabarito: Certo.

21. (TÉCNICO JUDICIÁRIO – TRE/MS – CESPE/2013) A

descentralização administrativa ocorre quando uma pessoa

política ou uma entidade da administração indireta distribui

competências no âmbito da própria estrutura, a fim de tornar

mais ágil e eficiente a sua organização administrativa e a

prestação de serviços.

Comentário:

Na descentralização administrativa temos duas ou mais

pessoas. Portanto, quando ente (pessoa política) ou uma entidade

(pessoa administrativa) distribui competência na sua própria estrutura,

trata-se de desconcentração.

Gabarito: Errado.

22. (TÉCNICO JUDICIÁRIO – TRE/MS – CESPE/2013) A

descentralização é a situação em que o Estado executa suas

tarefas indiretamente, por meio da delegação de atividades a

outros órgãos despersonalizados dentro da estrutura interna da

pessoa jurídica descentralizadora.

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Comentário:

Quando ocorre a delegação de atividades no âmbito da

própria pessoa jurídica descentralizadora a outros órgãos

despersonalizados temos a desconcentração administrativa.

Gabarito: Errado.

23. (TÉCNICO JUDICIÁRIO – TJ/RR – CESPE/2012) A

administração indireta abrange o conjunto de pessoas

administrativas que, vinculadas à administração direta, têm o

objetivo de desempenhar, de forma descentralizada, as

atividades administrativas.

Comentário:

De fato, a Administração indireta abrange o conjunto de

pessoas (entidades) administrativas, vinculadas à Administração direta,

que têm por objetivo desempenhar, de forma descentralizada, as

atividades administrativas.

Gabarito: Certo.

24. (AUXILIAR JUDICIÁRIO – TJ/AL – CESPE/2012) A

administração direta compreende os órgãos que integram as

pessoas políticas do Estado, aos quais se atribui competência

para exercício, de forma descentralizada, das atividades

administrativas.

Comentário:

De fato, a Administração direta compreende os órgãos

que integram as pessoas políticas do Estado, aos quais se atribui

competência para exercício das atividades administrativas. No entanto,

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de forma desconcentrada já que se trata de órgãos que compõem a

mesma estrutura ou pessoa jurídica.

Gabarito: Errado.

25. (TÉCNICO JUDICIÁRIO – TRE/BA – CESPE/2010) A criação

de uma autarquia para executar determinado serviço público

representa uma descentralização das atividades estatais. Essa

criação somente se promove por meio da edição de lei específica

para esse fim.

Comentário:

Então, a criação de qualquer entidade administrativa, ou

seja, da própria Administração Pública indireta, é uma forma de

descentralização.

Gabarito: Certo.

26. (AUXILIAR JUDICIÁRIO – TJ/AL – CESPE/2012) A

descentralização administrativa não admite a desconcentração

territorial, material e hierárquica.

Comentário:

A descentralização, ou seja, a criação de outras

entidades, não impede que ocorra nelas a desconcentração. Com efeito,

a desconcentração pode ocorrer no âmbito da Administração direta,

quanto na indireta, isto é, nas entidades administrativas.

Outrossim, vale destacar que a criação de órgãos (ou

seja, a desconcentração) pode assumir o critério territorial (cria-se

órgão em razão da localização, por exemplo: criação de Varas no

interior do Brasil, na região Norte), o material (define-se o órgão pela

atividade a ser realizada – Ministério da Agricultura, Ministério da

Fazenda etc) ou pelo critério hierárquico (o órgão é criado dentro de

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uma estrutura de subordinação, então temos órgão autônomo,

independente, superior e de execução ou subalterno).

Gabarito: Errado.

27. (TÉCNICO ADMINISTRATIVO - IBAMA - CESPE/2012) A

organização das competências da União em ministérios é

exemplo de desconcentração material.

Comentário:

De fato, a organização da União, distribuindo funções em

pastas ou Ministérios, é uma forma de desconcentração material.

Gabarito: Certo.

28. (TÉCNICO JUDICIÁRIO – TRE/MS – CESPE/2013) A criação

de uma diretoria no âmbito interno de um tribunal regional

eleitoral (TRE) configura exemplo de descentralização

administrativa.

Comentário:

A criação de uma diretoria no âmbito interno de um TRE é

uma forma de desconcentração, pois se trata da criação de um órgão

interno.

Gabarito: Errado.

29. (AUXILIAR JUDICIÁRIO – TJ/AL – CESPE/2012) As

autarquias são entidades administrativas autônomas, criadas

por lei específica, com personalidade jurídica, patrimônio e

receita próprios, resultantes da desconcentração do exercício

das atividades públicas.

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Comentário:

Uma autarquia é exemplo de descentralização

administrativa, uma vez que se trata de uma pessoa jurídica distinta do

ente político.

Gabarito: Errado.

30. (TÉCNICO JUDICIÁRIO – TRE/MS – CESPE/2013) Na

desconcentração, o Estado executa suas atividades

indiretamente, mediante delegação a outras entidades dotadas

de personalidade jurídica.

Comentário:

A delegação das atribuições estatais a outras entidades

dotadas de personalidade jurídica ocorre por descentralização

administrativa.

Gabarito: Errado.

31. (TÉCNICO JUDICIÁRIO – TRE/MS – CESPE/2013) Uma das

diferenças entre a desconcentração e a descentralização

administrativa é que nesta existe um vínculo hierárquico e

naquela há o mero controle entre a administração central e o

órgão desconcentrado, sem vínculo hierárquico.

Comentário:

É o contrário. Na descentralização por se tratar de

pessoas jurídicas distintas não há hierarquia, existindo vinculação e,

portanto, mero controle da administração central (controle finalístico ou

de resultado).

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Na desconcentração, por outro lado, trata-se de criação

de estrutura hierarquizada.

Gabarito: Errado.

32. (TÉCNICO ADMINISTRATIVO - ANAC - CESPE/2012) A

desconcentração administrativa consiste na distribuição interna

de competências, no âmbito de uma mesma pessoa jurídica; a

descentralização administrativa pressupõe a distribuição de

competência para outra pessoa, física ou jurídica.

Comentário:

Na desconcentração temos distribuição interna de

competências no âmbito de uma mesma pessoa e na descentralização

essa distribuição ocorre entre pessoas distintas.

Gabarito: Certo.

33. (ANALISTA AMBIENTAL – MMA – CESPE/2011) No âmbito

da União, a administração direta compreende os serviços

integrados na estrutura administrativa da Presidência da

República e dos respectivos ministérios, enquanto a

administração indireta é exercida por entidades dotadas de

personalidade jurídica própria.

Comentário:

Nos termos do Decreto-Lei 200/67, em seu artigo 4º, inc.

I e II, a Administração Federal compreende a Administração Direta, que

se constitui dos serviços integrados na estrutura administrativa da

Presidência da República e dos Ministérios, e a Administração Indireta,

que compreende as seguintes categorias de entidades, dotadas de

personalidade jurídica própria.

Gabarito: Certo.

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34. (TÉCNICO JUDICIÁRIO – TJ/RR – CESPE/2012) A

administração direta compreende os órgãos e as pessoas

jurídicas de direito público que prestam serviços típicos do

Estado; no âmbito federal, integram a administração direta os

ministérios e as autarquias.

Comentário:

Como destacado, a Administração direta compreende os

órgãos e as pessoas jurídicas de direito público que prestam serviços

típicos do Estado (União, Estados, Distrito Federal e Municípios); no

âmbito federal, integram a administração direta a os ministérios. As

autarquias integram a indireta.

Gabarito: Errado.

35. (TÉCNICO JUDICIÁRIO – TRE/MS – CESPE/2013) A

estrutura básica da administração direta na esfera estadual é

composta pelo chefe do Poder Executivo, que tem como

auxiliares os ministros de Estado.

Comentário:

Os ministros de Estado integram a estrutura da

Administração direta federal.

Gabarito: Errado.

36. (TÉCNICO JUDICIÁRIO – TRE/MS – CESPE/2013) A

administração direta é composta de pessoas jurídicas, também

denominadas entidades, e a administração indireta, de órgãos

internos do Estado.

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Comentário:

A Administração direta é integram pelo conjunto de

órgãos que integram os entes políticos no exercício da função

administrativa e seus agentes. Já a Administração indireta é integrada

por entidades administrativas, ou seja, pessoas jurídicas.

Gabarito: Errado.

37. (ANALISTA JUDICIÁRIO – TJ/AL – CESPE/2012) A

administração direta exerce sobre a administração indireta o

denominado controle finalístico, cujos limites e instrumentos

devem ser expressamente previstos em lei.

Comentário:

De fato, a Administração direta exerce sobre a indireta o

denominado controle finalístico, também chamado de supervisão

ministerial, cujos limites e instrumentos devem ser expressamente

previstos em lei.

Gabarito: Certo.

38. (ANALISTA JUDICIÁRIO – TAQUIGRAFIA – TRE/BA –

CESPE/2010) Do ponto de vista orgânico, o TRE integra a

administração pública indireta.

Comentário:

Do ponto de vista do órgão, ou seja, orgânico, o Tribunal

Regional Eleitoral, como já destaquei, é órgão que integra o Poder

Judiciário da União. Dessa forma, no exercício da função administrativa,

referido órgão integra a Administração Pública Direta da União.

Gabarito: Errado.

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39. (ADVOGADO – BRB – CESPE/2010) O Ministério da Saúde

faz parte da estrutura da administração pública indireta.

Comentário:

O Ministério da Saúde é um órgão integra da estrutura do

Poder Executivo federal, que exerce precipuamente a função

administrativa. Assim, o MS integra a estrutura da Administração

Pública Direta federal.

Gabarito: Errado.

40. (INSPETOR – PC/CE – CESPE/2012) O Ministério da Saúde

é órgão da administração pública indireta.

Comentário:

A mesma questão cobrada no concurso anterior. Pois é!

Então, o Ministério da Saúde é um órgão integra da estrutura do Poder

Executivo federal, ou seja, integra a estrutura da Administração Pública

Direta federal.

Gabarito: Errado.

41. (ANALISTA JUDICIÁRIO – JUDICIÁRIA – TRE/MT –

CESPE/2010) As secretarias de estado e as autarquias estaduais

fazem parte da administração direta.

Comentário:

As secretarias de estado são estruturas semelhantes aos

ministérios. Quer dizer que os ministérios são órgãos autônomos,

integrantes da Administração Pública Direta Federal. Assim, as

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secretarias são órgãos autônomos integrantes da Administração Pública

Direta estadual.

Gabarito: Errado.

42. (TÉCNICO JUDICIÁRIO – TRE/BA – CESPE/2010) A

administração pública direta, na esfera federal, compreende os

órgãos e as entidades, ambos dotados de personalidade jurídica,

que se inserem na estrutura administrativa da Presidência da

República e dos ministérios.

Comentário:

Consoante estabelece o Decreto-Lei nº 200/67, em seu

art. 4°, inc. I, a Administração Federal compreende a Administração

Direta, que se constitui dos serviços integrados na estrutura

administrativa da Presidência da República e dos Ministérios.

De fato, portanto, pode-se afirmar que administração

pública direta, na esfera federal, compreende os órgãos que se

inserem na estrutura administrativa da Presidência da República

e dos ministérios, despidos (não possuem) de personalidade

jurídica.

As entidades, dotadas de personalidade jurídica, integram

a Administração pública indireta.

Gabarito: Errado.

43. (TÉCNICO JUDICIÁRIO – TJ/RR – CESPE/2012)

Tanto a criação quanto a extinção de órgãos públicos depende

da edição de lei específica; contudo, a estruturação e o

estabelecimento das atribuições desses órgãos, desde que não

impliquem aumento de despesa, podem ser processados por

decreto do chefe do Poder Executivo.

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Comentário:

De acordo com o art. 1º, §2º, inc. I, da Lei nº 9.784/99,

órgão público é “a unidade de atuação integrante da estrutura da

Administração direta e da estrutura da Administração indireta”.

Nesse sentido, a Profa. Di Pietro os define como uma

unidade que congrega atribuições exercidas pelos agentes públicos que

o integram com o objetivo de expressar a vontade do Estado.

Na clássica lição de Hely Lopes Meirelles, órgãos são

centro de competências instituídos para o desempenho de funções

estatais, através de seus agentes, cuja atuação é imputada à pessoa

jurídica a que pertecem.

É importante dizer que o órgão não se confunde com a

pessoa jurídica (ente ou entidade), ele é parte integrante da estrutura

de uma pessoa jurídica.

Por isso, a característica básica que diferencia um órgão

de uma entidade é que os órgãos não possuem personalidade

jurídica, e integram a estrutura interna de um ente ou entidade.

Portanto, a criação e a extinção de órgãos públicos

dependem da edição de lei específica.

No entanto, conforme art. 84, inc. VI, “a”, da CF, a

estruturação e o estabelecimento das atribuições desses órgãos, desde

que não impliquem aumento de despesa, podem ser processados por

decreto do chefe do Poder Executivo.

Gabarito: Certo.

44. (AUDITOR DE CONTROLE EXTERNO - TCE/ES -

CESPE/2012) Somente por meio de lei em sentido estrito, é

possível a criação, extinção e a estruturação dos órgãos

públicos.

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Comentário:

A criação e extinção de órgãos somente podem ocorrer

por lei. No entanto, a estruturação, isto é organização, pode ser

realizada por decreto, desde que não impliquem aumento de despesa,

conforme estabelece o art. 84, inc. VI, “a”, da CF/88.

Art. 84.

VI - dispor, mediante decreto, sobre:

a) organização e funcionamento da administração federal,

quando não implicar aumento de despesa nem criação ou

extinção de órgãos públicos.

Gabarito: Errado.

45. (PERITO CRIMINAL – PC/ES – CESPE/2011) Por

apresentarem personalidade jurídica de direito público e,

portanto, serem revestidas de direitos e obrigações, as

secretarias criadas no âmbito dos estados da Federação são

dotadas de atribuições específicas que recebem o nome de

competência.

Comentário:

As secretarias são órgãos e como tal não possuem

personalidade jurídica, muito embora sejam dotadas de direitos e

obrigações, isto é, de atribuições específicas que recebem o nome de

competência.

Gabarito: Errado.

46. (OFICIAL DE INTELIGÊNCIA – ABIN – CESPE/2010)

Embora, em regra, os órgãos públicos não tenham personalidade

jurídica, a alguns órgãos é conferida a denominada capacidade

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processual, estando eles autorizados por lei a defender em juízo,

em nome próprio, determinados interesses ou prerrogativas.

Comentário:

Embora órgãos não possuam personalidade jurídica, o

Supremo Tribunal Federal tem entendimento no sentido de que certos

órgãos de estatura constitucional ou órgãos coletivos têm a

capacidade ou “personalidade judiciária” para impetrarem

mandado de segurança para a defesa do exercício de suas

competências e do gozo de suas prerrogativas, conforme o

seguinte:

EMENTA: AGRAVO REGIMENTAL EM RECURSO

EXTRAORDINÁRIO. CÂMARA LEGISLATIVA DO DISTRITO

FEDERAL. LEGITIMIDADE PARA RECORRER. CAPACIDADE

PARA SER PARTE E ESTAR EM JUÍZO. ADI 1557.

LEGITIMIDADE PARA A CAUSA CONCRETAMENTE

APRECIADA. AUSÊNCIA. PRECEDENTES. A corte

pacificou entendimento de que certos órgãos

materialmente despersonalizados, de estatura

constitucional, possuem personalidade judiciária

(capacidade para ser parte) ou mesmo, como no

caso, capacidade processual (para estar em juízo).

ADI 1557, rel. min. Ellen Gracie, Tribunal Pleno, DJ

18.06.2004. Essa capacidade, que decorre do próprio

sistema de freios e contrapesos, não exime o julgador de

verificar a legitimidade ad causam do órgão

despersonalizado, isto é, sua legitimidade para a causa

concretamente apreciada. Consoante a jurisprudência

sedimentada nesta Corte, tal legitimidade existe quando o

órgão despersonalizado, por não dispor de meios

extrajudiciais eficazes para garantir seus direitos-função

contra outra instância de Poder do Estado, necessita da

tutela jurisdicional. Hipótese não configurada no caso.

Agravo regimental a que se nega provimento. (RE 595176

AgR, Relator(a): Min. JOAQUIM BARBOSA, Segunda

Turma, julgado em 31/08/2010, DJe-235 DIVULG 03-12-

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2010 PUBLIC 06-12-2010 EMENT VOL-02445-01 PP-

00242)

Significa dizer que órgãos independentes e autonômos

têm a capacidade ou “personalidade judiciária” para impetrarem

mandado de segurança para a defesa do exercício de suas

competências e do gozo de suas prerrogativas, entendimento

também firmado pelo STJ:

PROCESSO CIVIL E ADMINISTRATIVO – DEFESA JUDICIAL

DE ÓRGÃO SEM PERSONALIDADE JURÍDICA –

PERSONALIDADE JUDICIÁRIA DA CÂMARA DE

VEREADORES.

1. A regra geral é a de que só os entes personalizados,

com capacidade jurídica, têm capacidade de estar em

juízo, na defesa dos seus direitos.

2. Criação doutrinária acolhida pela jurisprudência no

sentido de admitir que órgãos sem personalidade

jurídica possam em juízo defender interesses e

direitos próprios, excepcionalmente, para

manutenção, preservação, autonomia e

independência das atividades do órgão em face de

outro Poder.

3. Hipótese em que a Câmara de Vereadores pretende não

recolher contribuição previdenciária dos salários pagos aos

Vereadores, por entender inconstitucional a cobrança.

4. Impertinência da situação excepcional, porque não

configurada a hipótese de defesa de interesses e

prerrogativas funcionais.

5. Recurso especial improvido.

(REsp 649.824/RN, Rel. Ministra ELIANA CALMON,

SEGUNDA TURMA, julgado em 28/03/2006, DJ

30/05/2006 p. 136)

Gabarito: Certo.

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47. (ANALISTA PROCESSUAL – MPE/PI – CESPE/2012)

Segundo classificação doutrinária, quanto ao critério relacionado

à posição estatal, os órgãos autônomos são aqueles originários

da Constituição e que representam os três poderes do Estado,

cujas funções são exercidas por agentes políticos.

Comentário:

Quanto à posição estatal, temos:

Órgãos independentes: são órgãos cuja criação tem

origem na própria Constituição e representam um dos Poderes estatais,

não estão sujeitos a qualquer subordinação hierárquica ou funcional por

outro órgão, apenas à Constituição e às Leis. (Ex: Chefia do Executivo,

Tribunais, Congresso Nacional etc)

Órgãos autônomos: são órgãos que gozam de

autonomia administrativa, financeira e técnica, localizados na cúpula da

Administração, abaixo e subordinados diretamente aos órgãos

independentes, participando das decisões governamentais no âmbito de

suas competências. (Ex: Ministérios, Secretarias de Estado).

Órgãos superiores: são os órgãos que detêm o poder

de direção, comando e controle das atividades administrativas de sua

competência, porém estão sempre subordinados a controle hierarquia

de uma autoridade superior, não gozando, portanto, de autonomia. (Ex:

Departamentos, Gabinetes, Coordenadorias, Divisões etc)

Órgãos subalternos: são os órgãos que estão

subordinados a outros órgãos de hierarquia maior, com função

eminentemente de execução das decisões tomadas

administrativamente. (Ex: Seção de pessoal, expediente, material,

transporte, apoio técnico etc).

Assim, os órgãos autônomos são os que gozam de

autonomia administrativa, financeira e técnica, localizados na cúpula da

Administração, abaixo e subordinados diretamente aos órgãos

independentes, participando das decisões governamentais no âmbito de

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suas competências.

E, por outro lado, os órgãos independentes é que são

aqueles que têm origem na própria Constituição e representam um dos

Poderes estatais, não estão sujeitos a qualquer subordinação

hierárquica ou funcional por outro órgão, apenas à Constituição e às

Leis.

Gabarito: Errado.

48. (TÉCNICO JUDICIÁRIO – TRE/RJ – CESPE/2012) Os órgãos

da administração pública classificam-se, segundo a função que

exercem, em órgãos ativos, órgãos consultivos e órgãos de

controle.

Comentário:

Segundo Bandeira de Mello, quanto à função que exercem

os órgãos são ativos (que exercem a atividade-fim da entidade

política), consultivos (que realizam o assessoramento técnico dos

órgãos ativos) e de controle (que fiscalizam e revisam os outros

órgãos).

Gabarito: Certo.

49. (PROMOTOR DE JUSTIÇA – MPE/RR – CESPE/2012) Na

classificação dos órgãos públicos segundo a posição estatal,

consideram-se autônomos, sem subordinação hierárquica, os

órgãos situados na cúpula da administração.

Comentário:

Os órgãos situados na cúpula da Administração Pública,

sem subordinação hierárquica, são os independentes.

Gabarito: Errado.

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50. (PROFESSOR – IFB – CESPE/2011) Atualmente, a doutrina

majoritária, para explicar a relação entre o órgão público e o

agente, utiliza-se da teoria da representação, segundo a qual os

agentes são representantes do Estado.

Comentário:

De acordo com a teoria do órgão ou da imputação

volitiva, a pessoa jurídica manifesta sua vontade por meio dos órgãos,

de tal modo que, quando os agentes que os compõem exercem suas

atribuições é o próprio Estado que o faz, por meio de seus órgãos.

Significa dizer que o agente atua de acordo com as

competências do órgão, realizando a vontade do ente ou entidade que

este integra, ou seja, o Estado atua por meio de seus órgãos e, dentro

destes, haverá agentes que realizarão as atribuições destinadas à

estrutura organizacional.

Portanto, pela teoria da imputação ou do órgão todos os

atos praticados pelos agentes são imputados a pessoa jurídica, ou seja,

não importa se lícitos ou ilícitos. Claro que se ilícito, o agente

responderá interna e externamente, ou seja, responderá civil,

administrativa e penalmente.

Gabarito: Errado.

51. (AUDITOR DE CONTROLE EXTERNO - TCE/ES -

CESPE/2012) De acordo com a teoria do órgão, a atuação da

pessoa jurídica deve ser imputada ao agente — pessoa natural —

integrante de sua estrutura.

Comentário:

É o contrário. A atuação do agente público é que deve ser

imputada à pessoa jurídica, que responderá pelos atos destes perante

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terceiros.

Gabarito: Errado.

52. (DEFENSOR PÚBLICO – DPE/SE – CESPE/2012) Entre as

teorias que tratam da natureza jurídica da relação entre o

Estado e seus agentes, é amplamente adotada pela doutrina e

jurisprudência brasileiras a teoria da representação.

Comentário:

A teoria da representação não é amplamente usada, por

considerar o Estado incapaz e, portanto, irresponsável.

A teoria mais utilizada na doutrina e jurisprudência

brasileiras é a teoria da imputação ou do órgão.

Gabarito: Errado.

53. (ESCRIVÃO DE POLÍCIA – PC/ES – CESPE/2011) Um órgão

administrativo só poderá delegar parte da sua competência, se

não houver impedimento legal, a outros órgãos que lhe sejam

hierarquicamente subordinados, em razão de circunstâncias de

índole técnica, social, econômica, jurídica ou territorial.

Comentário:

Conforme o art. 12 da Lei nº 9.784/99, um órgão

administrativo e seu titular poderão, se não houver impedimento legal,

delegar parte da sua competência a outros órgãos ou titulares, ainda

que estes não lhe sejam hierarquicamente subordinados, quando for

conveniente, em razão de circunstâncias de índole técnica, social,

econômica, jurídica ou territorial.

Gabarito: Errado.

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54. (JUIZ – TJ/CE – CESPE/2012) Um órgão administrativo e

seu titular estão autorizados a delegar parte da sua competência

a outros órgãos ou titulares, não se admitindo, porém, que

órgãos colegiados deleguem competência a agentes singulares,

como, por exemplo, a seus respectivos presidentes.

Comentário:

De fato, um órgão administrativo e seu titular podem, se

não houver impedimento legal, delegar parte da sua competência a

outros órgãos ou titulares, ainda que estes não lhe sejam

hierarquicamente subordinados, quando for conveniente, em razão de

circunstâncias de índole técnica, social, econômica, jurídica ou territorial

(art. 12 da Lei nº 9.784/99).

Assim, admite-se que órgãos colegiados deleguem

competência a agentes singulares, como, por exemplo, a seus

respectivos presidentes.

Gabarito: Errado.

55. (ANALISTA PROCESSUAL – MPE/PI – CESPE/2012) Um

órgão administrativo e seu titular podem delegar parte de sua

competência a outros órgãos ou titulares, desde que estes lhe

sejam hierarquicamente subordinados.

Comentário:

Como se observa da disposição legal (art. 12 da Lei nº

9.784/99) a delegação pode ocorrer para órgão ou agente, subordinado

ou não.

Gabarito: Errado.

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56. (TÉCNICO JUDICIÁRIO – TJ/RR – CESPE/2012) A

administração indireta abrange o conjunto de pessoas

administrativas que, vinculadas à administração direta, têm o

objetivo de desempenhar, de forma descentralizada, as

atividades administrativas.

Comentário:

De fato, a Administração indireta abrange o conjunto de

pessoas administrativas (entidades) que, vinculadas à Administração

direta, têm o objetivo de desempenhar, de forma descentralizada, as

atividades administrativas.

Gabarito: Certo.

57. (AUXILIAR JUDICIÁRIO – TJ/AL – CESPE/2012) A

administração indireta abrange as fundações instituídas e

mantidas pelo poder público, as empresas públicas e as

sociedades de economia mista.

Comentário:

De acordo com o Decreto Lei 200/67, Administração

indireta compreende as Autarquias, Fundações Públicas e Empresas

Estatais (Empresa Pública e Sociedade de Economia Mista).

Veja, no entanto, a armadilha desta questão. Diante da

noção de conjunto, não é errado dizer que a Administração indireta

abrange as fundações públicas, empresas públicas e sociedades de

economia mista, já que estas integram tal estrutura, pois a questão não

disse somente, só ou apenas abrange tais entidades.

Gabarito: Certo.

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58. (ANALISTA JUDICIÁRIO - TJ/AC - CESPE/2012) A

administração indireta é composta pelas autarquias, fundações

públicas, empresas públicas e sociedades de economia mista.

Comentário:

De fato, nos termos do Decreto Lei n. 200/67,

Administração indireta compreende as Autarquias, Fundações Públicas,

Empresa Pública e Sociedade de Economia Mista.

Art. 4° A Administração Federal compreende:

I - A Administração Direta, que se constitui dos serviços

integrados na estrutura administrativa da Presidência da

República e dos Ministérios.

II - A Administração Indireta, que compreende as

seguintes categorias de entidades, dotadas de

personalidade jurídica própria:

a) Autarquias;

b) Empresas Públicas;

c) Sociedades de Economia Mista.

d) fundações públicas.

Gabarito: Certo.

59. (TÉCNICO JUDICIÁRIO – TRE/MS – CESPE/2013)

Compõem a administração pública indireta as entidades

autárquicas e fundacionais, mas não as empresas públicas e as

sociedades de economia mista.

Comentário:

De acordo com o art. 4º, inc. II, do Decreto Lei n.

200/67, Administração indireta compreende as Autarquias, Fundações

Públicas e Empresas Estatais (Empresa Pública e Sociedade de

Economia Mista).

Gabarito: Errado.

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60. (ANALISTA JUDICIÁRIO – JUDICIÁRIA – TJ/AL –

CESPE/2012) A criação das entidades da administração indireta

depende de edição de lei, sejam essas entidades de

personalidade jurídica de direito público, sejam de direito

privado.

Comentário:

De fato, a criação de qualquer entidade administrativa

depende de edição de lei, sendo que no caso de entidades de

personalidade jurídica de direito público a lei cria diretamente, e se de

direito privado a lei autoriza a criação.

Gabarito: Certo.

61. (PROFESSOR – IFB – CESPE/2011) As pessoas integrantes

da administração indireta podem ser autorizadas e instituídas

somente por lei, cujo teor deverá abordar a atividade

descentralizada a ser exercida, e serão submetidas ao controle

da administração direta da pessoa política a que são vinculadas.

Comentário:

A constituição da Administração Pública indireta decorre

da descentralização administrativa, de modo que as pessoas são

autorizadas ou instituídas por lei. Todavia, estão submetidas a controle

do ente político a que estão vinculados (controle ou supervisão

ministerial).

Dessa forma, temos no âmbito da Administração Pública

Indireta as seguintes entidades: Autarquias, Fundações Públicas,

Empresas Públicas e Sociedades de Economia Mista.

Gabarito: Certo.

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62. (ESCRIVÃO DE POLÍCIA – PC/ES – CESPE/2011) Tanto as

pessoas públicas quanto as pessoas de direito privado

instituídas pelo Estado têm personalidade jurídica própria,

capacidade de autoadministração e patrimônio próprio.

Comentário:

De fato, todas as pessoas jurídicas que integram a

Administração Pública indireta gozam de capacidade de

autoadministração e de patrimônio próprio, na medida em que possuem

personalidade própria e distinta do ente que as instituiu.

Gabarito: Certo.

63. (TÉCNICO JUDICIÁRIO – TRE/BA – CESPE/2010) As

autarquias e as fundações públicas, como entes de direito

público que dispõem de personalidade jurídica própria, integram

a administração direta.

Comentário:

Administração Pública Indireta é o conjunto de pessoas

jurídicas distintas do Estado e criadas por ele, a fim de realizar

atividades que lhe são atribuídas como próprias, que, conforme

Decreto-Lei nº 200/67, art. 4º, inc. II, compreende:

II – A Administração Indireta, que compreende as

seguintes categorias de entidades, dotadas de

personalidade jurídica própria:

a) Autarquias;

b) Empresas Públicas;

c) Sociedades de Economia Mista.

d) fundações públicas

Gabarito: Errado.

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64. (AGENTE ADMINISTRATIVO – AGU – CESPE/2010) A

autarquia é uma pessoa jurídica criada somente por lei

específica para executar funções descentralizadas típicas do

Estado.

Comentário:

De fato, as autarquias são pessoas jurídicas de direito

público, criadas por lei, com capacidade de auto-administração, ou seja,

autonomia administrativa, orçamentária e técnica, e capital

exclusivamente público, para o desempenho de atividades típicas do

Estado.

Nesse sentido, o Decreto-Lei nº 200/67 define autarquia,

nos termos do art. 5º, inc. I, da seguinte forma:

I – Autarquia – o serviço autônomo, criado por lei, com

personalidade jurídica, patrimônio e receita próprios, para

executar atividades típicas da Administração Pública, que

requeiram, para seu melhor funcionamento, gestão

administrativa e financeira descentralizada.

Gabarito: Certo.

65. (JUIZ – TJ/CE – CESPE/2012) As autarquias exercem

atividades tipicamente administrativas que requerem, para seu

melhor funcionamento, gestão administrativa e financeira sob

regime de direito público, razão pela qual se considera que elas

integram a administração centralizada.

Comentário:

As autarquias exercem atividades tipicamente

administrativas que requerem, para seu melhor funcionamento, gestão

administrativa e financeira sob regime de direito público. No entanto,

elas não integram a administração centralizada, mas a descentralizada.

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Gabarito: Errado.

66. (TÉCNICO JUDICIÁRIO – TRE/BA – CESPE/2010) A criação

de uma autarquia para executar determinado serviço público

representa uma descentralização das atividades estatais. Essa

criação somente se promove por meio da edição de lei específica

para esse fim.

Comentário:

Não devemos ter dúvidas que quando se cria outra pessoa

temos o processo de descentralização. Com efeito, a descentralização

pressupõe a existência de duas pessoas distintas.

A novidade é apenas um toque de perfume, ou seja, como

se dá a criação da pessoa descentralizada que neste caso é uma

autarquia. Ora, sabemos que as autarquias são criadas por lei específica

para serem titulares de atividade típica da Administração Pública

(princípio da especialidade).

Gabarito: Certo.

67. (ANALISTA JUDICIÁRIO - TJ/AC - CESPE/2012) As

autarquias, pessoas jurídicas de direito público integrantes da

administração indireta, poderão, em caráter excepcional, ser

criadas por lei infraconstitucional.

Comentário:

As autarquias sempre serão criadas por meio de lei

específica. Portanto, não se trata de algo em caráter excepcional, é em

caráter ordinário.

Gabarito: Errado.

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68. (DEFENSOR PÚBLICO – DPE/SE – CESPE/2012) As

autarquias, pessoas jurídicas de direito privado, fazem parte da

administração indireta do Estado e gozam de liberdade

administrativa nos limites da lei de regência.

Comentário:

As autarquias são pessoas jurídicas de direito público,

criadas para exercerem atividade tipicamente administrativa.

Gabarito: Errado.

69. (ANALISTA ADMINISTRATIVO - ANATEL - CESPE/2012) As

autarquias compõem a estrutura da administração direta do

Estado.

Comentário:

As autarquias fazem parte da Administração Pública

indireta. Trata-se de uma descentralização administrativa.

Gabarito: Errado.

70. (ANALISTA JUDICIÁRIO – ADMINISTRATIVA – TJ/AL –

CESPE/2012) As autarquias, pessoas jurídicas de direito público,

desempenham, de forma descentralizada, atividades típicas de

Estado, não possuindo, portanto, autonomia administrativa.

Comentário:

As autarquias, de fato, são pessoas jurídicas de direito

público, desempenham atividades típicas de Estado, de forma

descentralizada, e possuem autonomia administrativa,

orçamentária e financeira.

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Gabarito: Errado.

71. (DEFENSOR PÚBLICO – DPE/RO – CESPE/2012) As

autarquias integram a administração indireta, desempenham

atividades típicas da administração pública e adquirem

personalidade jurídica mediante a inscrição de seus atos

constitutivos nos registros públicos.

Comentário:

As autarquias, por serem criadas diretamente por lei,

adquirem personalidade jurídica no exato momento de sua criação, sem

necessidade de qualquer registro ou inscrição de seus atos constitutivos

em cartório.

Gabarito: Errado.

72. (AUXILIAR JUDICIÁRIO – TJ/AL – CESPE/2012) As

autarquias são entidades administrativas autônomas, criadas

por lei específica, com personalidade jurídica, patrimônio e

receita próprios, resultantes da desconcentração do exercício

das atividades públicas.

Comentário:

As autarquias são resultantes de descentralização

administrativa.

Gabarito: Errado.

73. (TÉCNICO ADMINISTRATIVO – ANCINE – CESPE/2012) A

lei de criação de uma autarquia federal deve ser de iniciativa

privativa do presidente da República.

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Comentário:

De fato, o STF tem entendimento de que é da

competência privativa do Presidente da República a iniciativa de projeto

de lei de criação de entidade da Administração Pública Federal,

conforme art. 61, §1º, inc. II, “e”, da CF/88.

Referido entendimento foi firmado na ADIMC 1.391-2-SP,

da relatoria do Min. Celso de Mello, ao asseverar que “a disciplina

normativa pertinente ao processo de criação, estruturação e definição

de atribuições dos órgãos e das entidades integrantes da Administração

Pública estadual traduz matéria que se insere, por efeito da natureza

mesma, na esfera de exclusiva iniciativa do Chefe do Poder Executivo

local, em face da cláusula de reserva inscrita no art. 61, §1º, II, “e”, da

Constituição da República...”

Gabarito: Certo.

74. (ANALISTA JUDICIÁRIO – ADMINISTRATIVA – TJ/AL –

CESPE/2012) Embora sejam dotadas de personalidade jurídica

própria, as autarquias não se caracterizam no mundo jurídico

como sujeitos de direitos e encargos.

Comentário:

As autarquias, por terem personalidade jurídica própria,

são sujeitos de direitos e obrigações na órbita jurídica. Com efeito,

estabelece o Código Civil, em seu artigo 1º, que “toda pessoa é capaz

de direitos e deveres na ordem civil”.

Gabarito: Errado.

75. (JUIZ – TJ/PI – CESPE/2012) As autarquias são instituídas

por lei, iniciando-se a sua existência legal com a inscrição, no

registro próprio, de seu ato constitutivo.

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Comentário:

As autarquias, de fato, são instituídas por lei, de modo

que sua existência legal começa no momento de vigência da própria lei

criadora, sem necessidade de registro de qualquer ato em registro ou

cartório.

Gabarito: Errado.

76. (INSPETOR – PC/CE – CESPE/2012) O surgimento de uma

autarquia se consolida com o registro de seus estatutos em

cartório.

Comentário:

Como dito, a autarquia tem sua existência estabelecida

pela própria lei criadora, sem necessidade de qualquer registro de

estatuto em cartório.

Gabarito: Errado.

77. (JUIZ – TJ/BA – CESPE/2012) É vedada a transformação

de uma autarquia em empresa pública por meio de decreto.

Comentário:

Aplica-se o princípio da simetria ou paralelismo das

formas, ou seja, do mesmo modo como é criada deve ser extinta.

Assim, as autarquias são criadas por lei e devem ser extintas por lei.

Na presente questão, contudo, o CESPE considerou

errada, entendendo que não é vedada a transformação de uma

autarquia em empresa pública por meio de decreto, se houver lei

autorizando.

É risível tal argumento. Primeiro porque a questão não

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disse que lei estava autorizando. A questão é direta, e diz é vedada a

transformação por decreto. Segundo, a criação de empresa pública

depende de lei autorizativa, de modo que mesmo nascendo de outra

entidade, a lei teria que autorizar sua criação e com isso estaria está

mesma lei extinguindo a outra pessoa jurídica.

Veja! Não é a manutenção do nome da pessoa que

caracteriza sua existência. O fato de a Caixa Econômica Federal ter sido

uma autarquia e transformado em Empresa Pública se deu em tempo

anterior à CF/88, quando não havia a exigência de lei para criar ou

extinguir autarquia e para autorizar a criação ou extinção de estatal.

Absurdo CESPE. Absurdo. Temos que conviver com esses

absurdos.

Gabarito: Errado. (*) A questão deveria ter sido anulada.

78. (TÉCNICO DE CONTROLE EXTERNO - TCU - CESPE/2012)

Autarquias federais podem ser extintas mediante decreto do

presidente da República.

Comentário:

As autarquias somente são criadas e extintas por lei

específica.

Gabarito: Errado.

79. (ANALISTA ADMINISTRATIVO - ANATEL - CESPE/2012)

Não há relação de subordinação hierárquica entre determinada

autarquia e o órgão ou entidade estatal ao qual ela se vincula.

Comentário:

Não há hierarquia entre as entidades administrativas e o

ente político que as instituiu. Ou seja, não há subordinação entre as

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autarquias e os órgãos da Administração direta.

Lembre-se, as autarquias são pessoas jurídicas, dotados

de autonomia e capacidade administrativa, de modo que não existe

subordinação entre as entidades da Administração Indireta e os entes

da Administração Direta, existe uma relação de vinculação, apenas.

Gabarito: Certo.

80. (TÉCNICO ADMINISTRATIVO - IBAMA - CESPE/2012) Em

virtude da vinculação do IBAMA ao Ministério do Meio Ambiente

(MMA), as aplicações de recursos financeiros feitas pela

autarquia federal sujeitam-se à aprovação prévia pelo MMA.

Comentário:

Não há subordinação entre as autarquias e os órgãos da

Administração direta, gozando o IBAMA de autonomia administrativa,

orçamentária e financeira e, portanto, não está sujeito à aprovação do

Ministério para aplicação de seus recursos.

Gabarito: Errado.

81. (PROFESSOR – IRB – CESPE/2011) A Ordem dos

Advogados do Brasil, na qualidade de autarquia profissional, não

integra a administração indireta e não se submete ao controle

do Tribunal de Contas da União.

Comentário:

Segundo o entendimento do STF, a OAB não integra a

Administração Pública e, portanto, não se submete a controle do TCU,

não sendo considerada autarquia, muito embora haja divergência

doutrinária nesse aspecto.

Gabarito: Certo.

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82. (TÉCNICO ADMINISTRATIVO – ANCINE – CESPE/2012) Os

bens das autarquias não são passíveis de penhora.

Comentário:

As autarquias são submetidas ao regime jurídico de

direito público. Portanto, seus bens são gravados com as prerrogativas

da impenhorabilidade, inalienabilidade relativa e imprescritibilidade.

A impenhorabilidade quer dizer que seus bens não são

passíveis de constrição judicial, de modo que seus débitos são pagos

por meio de precatório, salvo requisição de pequeno valor (RPV).

A inalienabilidade relativa significa que seus bens

somente podem ser alienados com autorização legislativa e desde que

desafetados de sua destinação especial.

Enfim, a imprescritibilidade que dizer que seus bens não

são passíveis de perda pelo não uso, ou seja, não são passíveis da

usucapião.

Gabarito: Certo.

83. (AGENTE ADMINISTRATIVO - PRF - CESPE/2012) São

exemplos de prerrogativas estatais estendidas às autarquias a

imunidade tributária recíproca e os privilégios processuais da

Fazenda Pública.

Comentário:

As autarquias gozam de privilégios processuais

asseguradas à Fazenda Pública, dentre eles: a) Prazos processuais

diferenciados, sendo quádruplo para contestar e dobro para recorrer; b)

duplo grau obrigatório (remessa de ofício), dispensa de preparo e

isenção de custas iniciais; c) pagamento de seus débitos, em regra, por

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precatório; d) intimação pessoal e dispensa de mandato para seus

procuradores; e) no caso das autarquias federais suas causas são

julgadas na Justiça Federal.

Ademais, as autarquias gozam da imunidade tributária

recíproca, ou seja, a imunidade de impostos sobre o patrimônio, renda

e serviços, estabelecida no art. 150, inc. VI, al. “a”, c/c §2º da CF/88.

Gabarito: Certo.

84. (TÉCNICO ADMINISTRATIVO - ANATEL - CESPE/2012) As

agências reguladoras independentes, criadas no Brasil no final

dos anos 90 do século passado, seguem modelos já

estabelecidos em diversos países, como os Estados Unidos da

América e países europeus.

Comentário:

É verdade, o termo agência reguladora, vale lembrar,

surgiu em decorrência da chamada “reforma administrativa”

empreendida pelo Governo Federal nos anos 90, inspiradas no modelo

das “agencys” existentes nos EUA e França, procurando estabelecer

autarquias submetidas a regime especial.

Gabarito: Certo.

85. (TÉCNICO JUDICIÁRIO – TRE/MS – CESPE/2013)

Caracteriza as agências reguladoras federais o fato de ter

mandado fixo e proteção contra o desligamento imotivado.

Comentário:

De fato, dentre as características das agências

reguladoras temos: maior independência, investidura especial

(depende de nomeação pelo Presidente aprovação prévia do

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Senado Federal) e mandato, com prazo fixo, o que impede o

desligamento imotivado do dirigente.

Gabarito: Certo.

86. (ANALISTA ADMINISTRATIVO - ANATEL - CESPE/2012)

Todas as agências reguladoras federais são autarquias e cada

uma está vinculada a um ministério específico, de acordo com a

sua área de atuação.

Comentário:

As agências reguladoras são autarquias em regime

especial. Portanto, todas as agências reguladoras federais são

autarquias e, de fato, cada uma está vinculada ao Ministério de sua

área de atuação.

Gabarito: Certo.

87. (ANALISTA ADMINISTRATIVO - ANATEL - CESPE/2012)

Além das agências reguladoras federais, podem existir, no

Brasil, agências reguladoras estaduais e municipais.

Comentário:

A criação de agência reguladora não é limitada ao

governo federal, sendo possível a criação de tais entidades pelos

governos estaduais e municipais, além do Distrito Federal.

Gabarito: Certo.

88. (ANALISTA ADMINISTRATIVO - ANAC - CESPE/2012) As

agências reguladoras têm o poder de orientar e de conciliar, mas

não de sancionar, competência exclusiva do Poder Judiciário.

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Comentário:

As agências reguladoras podem ser criadas para atuação

em diversas áreas, dentre tais temos:

a) serviços públicos propriamente ditos, tal como ANEEL

(Lei nº 9.427/96), ANATEL (Lei nº 9.472/97), ANTT e ANTAQ (Lei nº

10.233/2001);

b) atividade de fomento e fiscalização de atividade

privada (Ancine – MP 2.281-1/01 – Lei nº 10.454/02);

c) regulação e fiscalização de atividades econômicas

(ANP, Lei nº 9.478/97);

d) atividades sociais – exercidas pelo Estado, mas

facultadas também ao particular – (ANVISA, Lei nº 9.782/99; ANS, Lei

nº 9.961/00); e,

e) agência reguladora de uso de bens públicos, tal como a

ANA, criada pela Lei nº 9.984/00.

Portanto, temos agências reguladoras responsáveis pela

regulamentação, controle e fiscalização de serviços públicos, atividades

e bens transferidos ao setor privado, podendo exercer atividade

sancionatório no exercício do poder regulatório em decorrência do poder

de polícia.

Gabarito: Errado.

89. (ANALISTA ADMINISTRATIVO - ANAC - CESPE/2012) As

agências reguladoras têm autonomia financeira e orçamentária,

assim como receita própria.

Comentário:

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As agências reguladoras, como ressaltado, são autarquias

em regime especial e, portanto, possuem autonomia financeira e

orçamentária, assim como receita própria.

Gabarito: Errado.

90. (TÉCNICO ADMINISTRATIVO - ANATEL - CESPE/2012) Toda

agência reguladora está vinculada a algum ministério, de que

dependente financeiramente: por exemplo, a ANATEL é

subordinada financeiramente ao Ministério das Comunicações.

Comentário:

De fato, toda agência reguladora federal está vinculada a

algum Ministério. No entanto, isso não se traduz em subordinação, não

havendo dependência financeira, ante sua autonomia orçamentária e

financeira.

Gabarito: Errado.

91. (TÉCNICO ADMINISTRATIVO - ANATEL - CESPE/2012) A

ANATEL, por ser agência reguladora integrante da administração

indireta, exerce o poder regulamentar com maior vigor, podendo

inovar na ordem jurídica com a edição de atos normativos

primários e regulamentos autônomos.

Comentário:

As agências reguladoras, embora tenham o poder

regulamentar, não podem inovar na ordem jurídica, não editando atos

normativos primários, tampouco regulamentos autônomos.

O poder regulatório é no sentido de explicitar, no ramo de

atuação do serviço regulado, os aspectos técnicos, que decorrem da

aplicação de lei.

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Gabarito: Errado.

92. (ANALISTA ADMINISTRATIVO - ANAC - CESPE/2012) As

agências reguladoras são órgãos da administração indireta que

exercem unicamente o típico poder de polícia, impondo

limitações administrativas de fiscalização e de repressão

previstas em lei.

Comentário:

As agências reguladoras são autarquias em regime

especial. Portanto, não são órgãos da Administração indireta. De outro

lado, também não exercem unicamente o poder de polícia, eis que

podem atuar em qualquer campo regulatório, seja de uso de bem

público ou da prestação de serviços públicos.

Gabarito: Errado.

93. (ANALISTA ADMINISTRATIVO - ANAC - CESPE/2012)

Considere que uma empresa aérea apresente recurso

administrativo questionando uma portaria da ANAC. Nesse caso,

a própria agência reguladora será a última instância decisória na

esfera administrativa.

Comentário:

De fato, a prerrogativa de maior independência (maior

autonomia administrativa) no caso das agências reguladoras se traduz

em menor vinculação, ou seja, menor controle finalístico.

Nesse sentido, as decisões tomadas pelas agências

reguladoras em sede de recurso administrativo não são passíveis de

interposição de recurso hierárquico impróprio para o Ministério

supervisor, por isso, são definitivas no âmbito administrativo. Contudo,

lembre-se que isso não impede a judicialização do caso.

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Gabarito: Certo.

94. (TÉCNICO ADMINISTRATIVO - ANAC - CESPE/2012) A

ANAC, uma agência reguladora, recebe essa qualificação por

força de contrato de gestão celebrado com órgão da

administração a que se subordina, para melhoria da eficiência e

redução de custos.

Comentário:

A qualificação obtida por uma autarquia ou fundação

pública que celebre contrato de gestão com o órgão a que está

vinculada lhe confere a qualidade de agência executiva.

As agências executivas são autarquias ou fundações que

por iniciativa da Administração Direta, recebem o status de Agência

Executiva, em razão da celebração de um contrato de gestão, que

objetiva uma maior eficiência e redução de custos (Decretos Federais nº

2.487 e 2.488, ambos de 1998).

Gabarito: Errado.

95. (ADVOGADO DA UNIÃO – AGU – CESPE/2012) A

qualificação de agência executiva federal é conferida, mediante

ato discricionário do presidente da República, a autarquia ou

fundação que apresente plano estratégico de reestruturação e

de desenvolvimento institucional em andamento e celebre

contrato de gestão com o ministério supervisor respectivo.

Comentário:

A qualificação de agência executiva federal é conferida,

mediante ato discricionário do presidente da República, a autarquia ou

fundação que apresente plano estratégico de reestruturação e de

desenvolvimento institucional em andamento e celebre contrato de

gestão com o ministério supervisor respectivo.

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Decreto nº 2.487/98:

Art. 1º As autarquias e as fundações integrantes da

Administração Pública Federal poderão, observadas as diretrizes

do Plano Diretor da Reforma do Aparelho do Estado, ser

qualificadas como Agências Executivas.

§ 1º A qualificação de autarquia ou fundação como Agência

Executiva poderá ser conferida mediante iniciativa do Ministério

supervisor, com anuência do Ministério da Administração

Federal e Reforma do Estado, que verificará o cumprimento,

pela entidade candidata à qualificação, dos seguintes requisitos:

a) ter celebrado contrato de gestão com o respectivo Ministério

supervisor;

b) ter plano estratégico de reestruturação e de desenvolvimento

institucional, voltado para a melhoria da qualidade da gestão e

para a redução de custos, já concluído ou em andamento.

§ 2º O ato de qualificação como Agência Executiva dar-se-á

mediante decreto.

§ 3º Fica assegurada a manutenção da qualificação como

Agência Executiva, desde que o contrato de gestão seja

sucessivamente renovado e que o plano estratégico de

reestruturação e de desenvolvimento institucional tenha

prosseguimento ininterrupto, até a sua conclusão.

Gabarito: Certo.

96. (TÉCNICO MINISTERIAL – MPE/PI – CESPE/2012) As

agências executivas não constituem uma nova entidade, pois, na

verdade, elas não passam de autarquias e(ou) fundações

públicas que foram qualificadas como tal.

Comentário:

Como destacado, as agências executivas são autarquias

ou fundações que por iniciativa da Administração Direta (Presidente da

República), recebem o status de Agência Executiva, em razão da

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celebração de um contrato de gestão, que objetiva uma maior eficiência

e redução de custos.

Gabarito: Certo.

97. (AGENTE ADMINISTRATIVO - PRF - CESPE/2012) As

autarquias não podem ampliar sua autonomia gerencial,

orçamentária e financeira, pois isso acarretaria prejuízo do

controle finalístico realizado pela administração pública.

Comentário:

As autarquias podem ampliar sua autonomia gerencial,

orçamentária e financeira por meio do contrato de gestão nos termos

do art. 37, §8º, da CF/88.

Art. 37.

§ 8º A autonomia gerencial, orçamentária e financeira dos

órgãos e entidades da administração direta e indireta

poderá ser ampliada mediante contrato, a ser firmado

entre seus administradores e o poder público, que tenha

por objeto a fixação de metas de desempenho para o

órgão ou entidade, cabendo à lei dispor sobre: (Incluído

pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)

I - o prazo de duração do contrato; (Incluído pela Emenda

Constitucional nº 19, de 1998)

II - os controles e critérios de avaliação de desempenho,

direitos, obrigações e responsabilidade dos

dirigentes; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 19, de

1998)

III - a remuneração do pessoal.

Gabarito: Errado.

98. (ADVOGADO DA UNIÃO – AGU – CESPE/2012) As relações

de trabalho nas agências reguladoras são regidas pela CLT e

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pela legislação trabalhista correlata, em regime de emprego

público.

Comentário:

Quanto ao regime do pessoal, a Lei nº 9.986/00

estabelecia a possibilidade de contratação por meio do regime celetista.

Porém, o STF entendeu que não se compatibilizava o regime de

emprego com as atribuições desempenhas pelas agências reguladoras,

firmando, com isso, a necessidade de observar o regime estatutário.

Dessa forma, fora revogado o regime anterior pela Lei nº

10.871/04, a qual estabeleceu o regime estatutário, prejudicando o

julgamento final da ADI 2.130, que havia suspendido a aplicação de

regime privado aos agentes. Autorizou-se, contudo, a contratação de

pessoal técnico de caráter temporário pelo prazo máximo de 36 meses.

Portanto, as agências reguladoras são autarquias e como

tais seus servidores são regidos pelo regime estatutário e não pela CLT.

Gabarito: Errado.

99. (PERITO PAPILOSCÓPICO – PC/ES – CESPE/2011) As

fundações públicas são entidades integrantes da administração

direta, e suas respectivas áreas de atuação devem enquadrar-se

nas áreas previstas em lei ordinária.

Comentário:

De acordo com o Decreto-Lei 200/67, conforme art. 5º,

inc. IV, a fundação pública é “Entidade dotada de personalidade jurídica de

direito privado, sem fins lucrativos, criada em virtude de autorização

legislativa, para o desenvolvimento de atividades que não exijam execução

por órgãos ou entidades de direito público, com autonomia administrativa,

patrimônio próprio gerido pelos respectivos órgãos de direção, e

funcionamento custeado por recursos da União e de outras fontes”.

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Portanto, fundação é uma pessoa jurídica composta por

um patrimônio personalizado, destinado pelo seu fundador para uma

finalidade específica, sem fins lucrativos.

Nesse sentido, a Constituição Federal em seu artigo 37,

inc. XIX, assim dispõe:

XIX – somente por lei específica poderá ser criada

autarquia e autorizada a instituição de empresa pública,

de sociedade de economia mista e de fundação, cabendo à

lei complementar, neste último caso, definir as áreas de

sua atuação; (Redação dada pela Emenda Constitucional

nº 19, de 1998)

Significa dizer que a criação de fundações depende

sempre de lei, ou seja, a lei autorizando a criação, cabendo à lei

complementar definir a área de atuação. Ressalte-se, no entanto, que a

criação se dá com a edição de Decreto executivo aprovando o estatuto

social, que deverá ser levado a cartório de registro de pessoas jurídicas.

Contudo, é de se ressaltar que poderemos ter fundações

públicas instituídas sob a forma de pessoa jurídica de direito privado,

como acima disposto, ou como pessoa jurídica de direito público,

caracterizando uma espécie de autarquia, denominada autarquia

fundacional.

Disso podemos extrair que as fundações públicas de

direito público estão submetidas a regime jurídico de direito público, o

que caracteriza que seus bens são públicos, o regime adotado para seu

pessoal é o estatutário, suas dívidas, como regra, são pagas por

precatórios e, no caso das fundações públicas de direito público federal

estão sob a jurisdição da justiça federal (art. 109, inc. I, CF/88).

De outro lado, muito embora tenhamos fundações

públicas de direito privado, submetendo-se, em regra, a regime jurídico

de direito privado, há certas mitigações no tocante aos seus bens, que

estão protegidos, seus agentes, em que pese submetidos ao regime

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celetista, devem realizar concurso público para integrar seus quadros,

gozando ainda de imunidade tributária.

Portanto, as fundações públicas são entidades integrantes

da Administração Pública indireta. E, ademais, cabe a Lei Complementar

dispor sob sua área de atuação.

Gabarito: Errado.

100. (AGENTE ADMINISTRATIVO - PRF - CESPE/2012)

Denominam-se fundações públicas as entidades integrantes da

administração indireta que não são criadas para a exploração de

atividade econômica em sentido estrito.

Comentário:

As fundações públicas não são criadas para a exploração

de atividade econômica em sentido estrito, pois não objetivam o lucro,

sendo destinadas à execução de atividade social, educacional ou

pesquisa.

Gabarito: Errado.

101. (TÉCNICO DE CONTROLE EXTERNO - TCU - CESPE/2012)

Não se admite a criação de fundações públicas para a exploração

de atividade econômica.

Comentário:

De fato, as fundações públicas são criadas para

exercerem atividade sem fins lucrativos e, portanto, não podem

explorar atividade econômica.

Gabarito: Certo.

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102. (DEFENSOR PÚBLICO – DPE/SE – CESPE/2012) A fundação

pública de direito privado, também conhecida como fundação

governamental, possui personalidade privada e submete-se,

inteiramente, ao direito público.

Comentário:

A fundação pública de direito privado, denominada pela

Profa. Di Pietro de fundação governamental, possui personalidade

jurídica de direito privado, porém se submete a regime jurídico híbrido,

sendo privado com derrogações do público.

Afinal, como ressalta a profa., “mesmo quando o Estado

institui fundação com personalidade jurídica de direito privado, ela

nunca se sujeita inteiramente a esse ramo do direito”.

Gabarito: Errado.

103. (INSPETOR – PC/CE – CESPE/2012) A instituição de

fundação pública deve ser autorizada por lei ordinária

específica, ao passo que a definição de sua área de atuação deve

ser feita por lei complementar.

Comentário:

É verdade. A fundação pública é entidade integrante da

Administração Pública indireta, sendo autorizada sua criação por meio

de lei ordinária específica, e a definição de sua área de atuação caberá

a lei complementar.

Gabarito: Certo.

104. (ANALISTA JUDICIÁRIO – JUDICIÁRIA – TJ/AL –

CESPE/2012) Diferentemente das autarquias, as fundações

instituídas e mantidas pelo poder público não gozam da

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imunidade tributária relativa aos impostos sobre o patrimônio,

renda ou serviços.

Comentário:

A imunidade recíproca, ou seja, a imunidade de impostos

sobre o patrimônio, renda e serviços, estabelecida no art. 150, inc. VI,

al. “a”, da CF/88, conforme § 2º do referido dispositivo, é extensiva às

autarquias e às fundações instituídas e mantidas pelo Poder Público, no

que se refere ao patrimônio, à renda e aos serviços, vinculados a suas

finalidades essenciais ou às delas decorrentes.

Gabarito: Errado.

105. (ANALISTA JUDICIÁRIO – TJ/AL – CESPE/2012) As

autarquias e as fundações públicas integram a administração

direta.

Comentário:

As autarquias e fundações públicas integram a

Administração Pública indireta.

Gabarito: Errado.

106. (ANALISTA JUDICIÁRIO – ADMINISTRATIVA – TJ/AL –

CESPE/2012) As autarquias federais, assim como as fundações

públicas, compõem a estrutura da administração pública direta

da União.

Comentário:

As autarquias e fundações públicas federais integram a

Administração Pública indireta da União.

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Gabarito: Errado.

107. (ANALISTA JUDICIÁRIO – ADMINISTRATIVA – TJ/AL –

CESPE/2012) Para a execução de atividades econômicas, só

será permitida a criação de empresa estatal caso seja

indispensável à garantia da segurança nacional ou de relevante

interesse coletivo.

Comentário:

De fato, conforme art. 173 da CF/88, ressalvados os

casos previstos nesta Constituição, a exploração direta de atividade

econômica pelo Estado só será permitida quando necessária aos

imperativos da segurança nacional ou a relevante interesse coletivo,

conforme definidos em lei.

Com efeito, como o Estado explora a atividade econômica

por meio de empresas estatais, essas entidades, com essa finalidade,

somente poderão ser criadas em tais condições.

Gabarito: Certo.

108. (TÉCNICO JUDICIÁRIO – TRE/MS – CESPE/2013)

Sociedade de economia mista, empresa pública e fundação

pública de direito público são categorias abrangidas pelo termo

empresa estatal ou empresa governamental.

Comentário:

As empresas estatais compreendem as sociedade de

economia mista, as empresas públicas, e suas subsidiárias.

Gabarito: Errado.

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109. (DEFENSOR PÚBLICO – DPE/SE – CESPE/2012) As

sociedades de economia mista, as empresas públicas e as

autarquias só podem ser criadas por meio de lei.

Comentário:

As autarquias são criadas por lei. No entanto, a criação de

empresa estatal (sociedade de economia mista e empresa pública)

sempre depende de lei, só que a lei (específica) autoriza a instituição

(art. 37, XIX, da CF), que dependerá de registro de seus atos

constitutivos no órgão competente [junta comercial].

Gabarito: Errado.

110. (AUDITOR DE CONTROLE EXTERNO - TCE/ES -

CESPE/2012) O regime jurídico a que se sujeitam as empresas

públicas e as sociedades de economia mista é de natureza

híbrida.

Comentário:

Muito embora as empresas estatais sejam pessoas

jurídicas de direito privado que por determinação constitucional se

submetam ao mesmo regime jurídico das demais empresas privadas

(art. 173), seu regime é híbrido, pois também se submetem aos

princípios que orientam a Administração Pública, que decorre do regime

de direito público.

Gabarito: Certo.

111. (DELEGADO DE POLÍCIA – PC/ES – CESPE/2011) A

administração pública pode instituir empresas públicas e

sociedades de economia mista mediante autorização legal, as

quais estarão inteiramente sujeitas ao regime jurídico de direito

privado, por força de lei.

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Comentário:

As estatais, de fato, são pessoas jurídicas cuja criação é

autorizada por lei específica. Contudo, muito embora sejam pessoas

jurídicas de direito privado, não estão submetidas integralmente ao

regime jurídico de direito privado, na medida em que estão sujeitas às

diversas regras do regime jurídico-administrativo, tal como aos

princípios constitucionais, à licitação, concurso público, acumulação de

cargos e empregos etc.

Gabarito: Errado.

112. (ANALISTA ADMINISTRATIVO - ANATEL - CESPE/2012) As

empresas públicas e as sociedades de economia mista possuem,

obrigatoriamente, personalidade jurídica de direito privado.

Comentário:

As empresas estatais, ou seja, a empresa pública e a

sociedade de economia mista possuem obrigatoriamente a

personalidade jurídica de direito privado.

Gabarito: Certo.

113. (AUDITOR DE CONTROLE EXTERNO - TCE/ES -

CESPE/2012) O Estado sempre deve possuir o controle acionário

nas empresas estatais.

Comentário:

O Estado deve sempre possuir o controle acionário das

empresas estatais, sob pena de desestatização, ou seja, caso o

comando seja alienado ao particular a entidade deixará de integrar a

Administração Pública.

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Gabarito: Certo.

114. (AGENTE ADMINISTRATIVO - PRF - CESPE/2012) Embora

tanto as empresas públicas quanto as sociedades de economia

mista sejam pessoas jurídicas de direito privado integrantes da

administração pública indireta, ambos os tipos de entidades

sujeitam-se a controles administrativos diversos.

Comentário:

As empresas estatais estão submetidas ao mesmo tipo de

controle, seja do Tribunal de Contas, seja o controle interno, seja do

órgão da Administração direta que exerce a supervisão ou o controle de

tutela.

Gabarito: Errado.

115. (ANALISTA JUDICIÁRIO – ADMINISTRATIVA – TJ/AL –

CESPE/2012) As empresas públicas e as sociedades de

economia mista sujeitam-se à falência.

Comentário:

A Lei n° 11.101/2005 (nova Lei de Falências e

Recuperação Judicial), em seu artigo 2°, exclui, expressamente, a

sociedade de economia mista e a empresa pública de sua incidência, de

modo que não podem falir ou se submeterem ao procedimento de

recuperação judicial extrajudicial.

Gabarito: Errado.

116. (ADVOGADO DA UNIÃO – AGU – CESPE/2012) As empresas

públicas e as sociedades de economia mista não se sujeitam à

falência e, ao contrário destas, aquelas podem obter do Estado

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imunidade tributária e de impostos sobre patrimônio, renda e

serviços vinculados às suas finalidades essenciais ou delas

decorrentes.

Comentário:

As empresas estatais não estão sujeitas à falência. E, no

tocante à imunidade, o STF tem se manifestado no sentido de que as

empresas públicas e sociedades de economia mista que prestam

serviços públicos exclusivos do Estado também gozam de imunidade

tributária, nos termos do art. 150, inc. VI, al. “a”, c/c art. 150, §2º, da

CF/88.

Gabarito: Errado.

117. (JUIZ – TJ/BA – CESPE/2012) Exige-se autorização

legislativa para a criação de subsidiárias das empresas públicas

e sociedades de economia mista, sendo suficiente, para tanto, a

previsão genérica na lei que as instituir, ou seja, não há

necessidade de autorização legislativa específica a cada vez que

uma nova subsidiária é criada.

Comentário:

De acordo com o entendimento firmado pelo STF, a

criação de subsidiária das empresas estatais não necessita de lei

específica para cada caso, sendo suficiente a previsão genérica na lei

que autoriza a instituição da empresa estatal para que possa ser criada

a subsidiária.

EMENTA: AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE.

LEI 9478/97. AUTORIZAÇÃO À PETROBRÁS PARA

CONSTITUIR SUBSIDIÁRIAS. OFENSA AOS ARTIGOS 2º E

37, XIX E XX, DA CONSTITUIÇÃO FEDERAL.

INEXISTÊNCIA. ALEGAÇÃO IMPROCEDENTE. 1. A Lei

9478/97 não autorizou a instituição de empresa de

economia mista, mas sim a criação de subsidiárias

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distintas da sociedade-matriz, em consonância com o

inciso XX, e não com o XIX do artigo 37 da Constituição

Federal. 2. É dispensável a autorização legislativa para a

criação de empresas subsidiárias, desde que haja previsão

para esse fim na própria lei que instituiu a empresa de

economia mista matriz, tendo em vista que a lei criadora é

a própria medida autorizadora. Ação direta de

inconstitucionalidade julgada improcedente. (ADI 1649,

Relator(a): Min. MAURÍCIO CORRÊA, Tribunal Pleno,

julgado em 24/03/2004, DJ 28-05-2004 PP-00003 EMENT

VOL-02153-02 PP-00204)

Gabarito: Certo.

118. (JUIZ – TJ/PI – CESPE/2012) O princípio da reserva legal,

segundo o qual todas as entidades integrantes da administração

indireta, independentemente da esfera federativa a que estejam

vinculadas, devem ser instituídas por lei, aplica-se às empresas

públicas e às sociedades de economia mista, mas não às suas

subsidiárias.

Comentário:

Conforme se depreende do dispositivo constitucional, a

instituição de subsidiária depende de autorização legislativa (art. 37,

inc. XX, CF/88).

Gabarito: Errado.

119. (PROCURADOR DO BANCO CENTRAL – BACEN –

CESPE/2009) Não colide materialmente com a CF a

determinação de que sejam previamente aprovadas, pelo Poder

Legislativo, as indicações dos presidentes das entidades da

administração pública indireta.

Comentário:

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É entendimento do STF de que não colide materialmente

com a CF a determinação de que sejam previamente aprovadas, pelo

Poder Legislativo, as indicações dos presidentes das autarquias e

fundações públicas, conforme Informativo 339-STF. (ADI 1281):

À vista da cláusula final de abertura do art. 52, III, f da

Constituição Federal, consolidou-se a jurisprudência do

STF no sentido da validade de normas locais que

subordinam a nomeação dos dirigentes de autarquias ou

fundações públicas à prévia aprovação da Assembléia

Legislativa. (ADI 2.225-MC, Rel. Min. Sepúlveda Pertence,

julgamento em 29-6-00, DJ de 29-9-00). No mesmo

sentido: ADI 1.949-MC, Rel. Min. Sepúlveda Pertence,

julgamento em 18-11-99, DJ de 25-11-05.

Todavia, no tocante às estatais, o entendimento do STF é

outro, ou seja, não poderá o Legislativo intervir no processo de escolha,

conforme Informativo n. 500, assim expresso:

INFORMATIVO Nº 500

TÍTULO: ADI e Provimento de Diretoria de Empresas

Estatais

PROCESSO: ADI – 1642

ARTIGO

O Tribunal julgou parcialmente procedente pedido

formulado em ação direta proposta pelo Governador do

Estado de Minas Gerais para dar interpretação conforme a

Constituição Federal à alínea d do inciso XXIII do art. 62

da Constituição estadual, com a redação dada pela EC

26/97 (“Art. 62 – Compete privativamente à Assembléia

Legislativa: ... XXIII – aprovar, previamente, por voto

secreto, após argüição pública, a escolha: ... d) dos

Presidentes das entidades da administração pública

indireta, dos Presidentes e Diretores do Sistema

Financeiro Estadual;”), para restringir sua aplicação às

autarquias e fundações públicas, excluídas as empresas

estatais. Considerou-se que, embora as sociedades

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de economia mista e as empresas públicas

prestadoras de serviço público não estejam

alcançadas pelo disposto no art. 173 e seus

parágrafos, da CF, a intromissão do Poder

Legislativo no processo de provimento de suas

diretorias afronta o princípio da harmonia e

interdependência entre os poderes. O Min. Marco

Aurélio julgou parcialmente procedente o pedido, em

maior extensão, para declarar a inconstitucionalidade da

expressão “dos Presidentes das entidades de

administração pública indireta”, contida na referida alínea,

ao fundamento de que, por não estarem os presidentes

das autarquias e fundações públicas submetidos à

aprovação do Senado Federal (CF, art. 52, III), não se

poderia placitar, tendo em conta o princípio da simetria,

essa mesma submissão à Assembléia do Estado,

consideradas a autarquia ou a fundação pública estaduais.

ADI 1642/MG, rel. Min. Eros Grau, 3.4.2008. (ADI-1642)

Por isso, teríamos duas possibilidades:

a) Não se pode subordinar à aprovação do legislativo a

nomeação de dirigentes das Estatais;

b) Pode se subordinar à aprovação do Legislativo a

nomeação de dirigentes das Autarquias e Fundações

Públicas.

Gabarito: Errado.

120. (PROMOTOR DE JUSTIÇA – MPE/RR – CESPE/2012) Aplica-

se à empresa pública e à sociedade de economia mista a norma

constitucional relativa à estabilidade dos servidores que, na data

da promulgação da CF, contavam com cinco anos de exercício

contínuo.

Comentário:

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O art. 19 do ADCT determinava que os servidores

públicos civis da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos

Municípios, da administração direta, autárquica e das fundações

públicas, em exercício na data da promulgação da Constituição, há pelo

menos cinco anos continuados, e que não tenham sido admitidos na

forma regulada no art. 37, da Constituição, são considerados estáveis

no serviço público.

Portanto, referida regra não se aplica aos empregados das

empresas estatais.

Gabarito: Errado.

121. (TÉCNICO ADMINISTRATIVO – PREVIC – CESPE/2011)

Empresas públicas são pessoas jurídicas de direito privado

integrantes da administração indireta criadas por lei sob a forma

de sociedades anônimas com o objetivo de explorar atividade

econômica ou prestar determinado serviço público.

Comentário:

A lei não cria a empresa pública, apenas autoriza a

criação. Ademais, não serão necessariamente sociedades anônimas, já

que podem assumir qualquer forma societária.

Gabarito: Errado.

122. (DELEGADO DE POLÍCIA – PC/AL – CESPE/2012) As

empresas públicas prestadoras de serviços públicos, como não

objetivam atividade econômica, possuem personalidade jurídica

de direito público.

Comentário:

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As empresas públicas são sempre pessoas jurídicas de

direito privado, sejam prestadoras de serviços públicos, sejam

exploradoras de atividade econômica.

Gabarito: Errado.

123. (ANALISTA JUDICIÁRIO - TJ/AC - CESPE/2012) A empresa

pública criada com a finalidade de explorar atividade econômica

deve ser, necessariamente, formada sob o regime de pessoa

jurídica de direito privado.

Comentário:

As empresas públicas, qualquer que seja sua finalidade,

são sempre pessoas jurídicas de direito privado.

Gabarito: Certo.

124. (DEFENSOR PÚBLICO – DPE/AC - CESPE/2012) Empresas

públicas possuem personalidade jurídica de direito público.

Comentário:

As empresas públicas possuem personalidade jurídica de

direito privado.

Gabarito: Errado.

125. (ANALISTA JUDICIÁRIO – JUDICIÁRIA – STM –

CESPE/2011) As empresas públicas são criadas por lei,

compostas de capital governamental e dotadas de personalidade

jurídica de direito público para explorarem atividade econômica.

Comentário:

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A lei não cria a empresa pública, apenas autoriza a

criação. E, ademais, tais entidades têm personalidade jurídica de direito

privado, sendo instituídas, com capital exclusivamente público, para

explorar atividade econômica ou prestar serviços públicos.

Gabarito: Errado.

126. (TÉCNICO JUDICIÁRIO – TRE/MS – CESPE/2013) Para a

criação e a extinção de empresa pública, exige-se a edição de lei

específica, não sendo necessário o registro de seus atos

constitutivos na Junta Comercial.

Comentário:

A empresa pública tem sua criação autorizada por lei

específica. No entanto, a criação se dá com a edição de decreto que

aprova seu contrato social, o qual deve ser registrado na Junta

Comercial.

Gabarito: Errado.

127. (TÉCNICO JUDICIÁRIO – TJ/RR – CESPE/2012) Embora

possuam capital exclusivamente público, as empresas públicas

são pessoas jurídicas a que se aplicam, preponderantemente,

normas de direito privado.

Comentário:

Embora as empresas estatais integrem a Administração

Pública, são submetidas a regime híbrido, ou seja, preponderam as

normas de direito privado, porém há a incidência das normas de direito

público, sobretudo decorrentes da CF/88.

Gabarito: Errado.

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128. (AGENTE DE POLÍCIA FEDERAL – DPF – CESPE/2012)

Existe a possibilidade de participação de recursos particulares

na formação do capital social de empresa pública federal.

Comentário:

A empresa pública é formada com capital exclusivamente

público. A propósito, o melhor seria dizer que é forma com capital

exclusivamente de pessoas integrantes da Administração Pública, já que

poderá ser unipessoal (formada por uma só pessoa administrativa) ou

pluripessoal (formada por mais de uma pessoa administrativa),

conforme art. 5º do DL 900/69.

Art. 5º Desde que a maioria do capital votante permaneça

de propriedade da União, será admitida, no capital da

Emprêsa Pública (artigo 5º inciso II, do Decreto-lei

número 200, de 25 de fevereiro de 1967), a participação

de outras pessoas jurídicas de direito público interno bem

como de entidades da Administração Indireta da União,

dos Estados, Distrito Federal e Municípios.

Gabarito: Errado.

129. (DEFENSOR PÚBLICO – DPE/AC - CESPE/2012) Admite-se

participação de capital privado na constituição de empresa

pública.

Comentário:

Na formação do capital da empresa pública somente é

admitida a participação de capital de pessoa integrante da

Administração Pública.

Gabarito: Errado.

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130. (PROMOTOR DE JUSTIÇA – MPE/RR – CESPE/2012) A

empresa pública tem capital inteiramente público, razão por que

dele não pode participar sociedade de economia mista, cujo

capital é parcialmente privado.

Comentário:

De fato, a empresa pública tem capital inteiramente

público. Contudo, admite-se a participação em sua formação de

qualquer entidade administrativa.

Gabarito: Errado.

131. (ANALISTA PROCESSUAL – MPE/PI – CESPE/2012) Como a

empresa pública pode ser organizada sob qualquer das formas

admitidas em direito, na esfera federal é admitida sua criação

sob a forma de empresa pública unipessoal, desde que esta

contenha a assembleia geral como o órgão pelo qual se

manifeste a vontade do Estado.

Comentário:

A empresa pública pode ser unipessoal. Todavia, não é

necessária a criação de uma assembleia geral. Isso porque tal órgão faz

sentido quando se tratar de sociedade composta por sócios (acionistas).

Contudo, faço uma ressalva. É que, recentemente, a ECT,

empresa pública federal da União (unipessoal), instituiu em seu âmbito

a Assembleia Geral, como instância máxima, com competência para

decidir sobre as questões mais relevantes da empresa, assegurando

maior transparência com a publicação de ata com todas as decisões

tomadas.

Por meio da criação da Assembleia Geral, no processo

decisório são incluídas áreas do Governo Federal (Ministérios da

Fazenda e do Planejamento, Orçamento e Gestão) responsáveis pelo

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acompanhamento da gestão e do desempenho das estatais, fazendo

com que o controle sobre a empresa seja fortalecido.

Gabarito: Errado.

132. (JUIZ – TJ/BA – CESPE/2012) As empresas públicas

adquirem personalidade jurídica a partir da vigência da lei que

as cria.

Comentário:

A empresa pública adquire personalidade jurídica a partir

do registro de seu contrato social na Junta Comercial.

Gabarito: Errado.

133. (DEFENSOR PÚBLICO – DPE/AC - CESPE/2012) A

existência legal de uma empresa pública inicia-se com a edição

da lei que autoriza sua criação.

Comentário:

A existência legal da empresa pública inicia-se a partir do

registro de seu contrato social na Junta Comercial, quando passa a

deter personalidade jurídica.

Gabarito: Errado.

134. (TÉCNICO ADMINISTRATIVO – ANCINE – CESPE/2012) As

empresas públicas apenas podem ser criadas sob a forma

jurídica de sociedade anônima.

Comentário:

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A empresa pública pode assumir qualquer forma

societária e não apenas sociedade anônima.

Gabarito: Errado.

135. (DEFENSOR PÚBLICO – DPE/AC - CESPE/2012) Uma ação

de reparação de danos materiais contra o Serviço Federal de

Processamento de Dados (SERPRO) deve tramitar em uma das

varas cíveis da justiça comum estadual.

Comentário:

O SERPRO é uma empresa pública federal. Portanto, de

acordo com o art. 109, inc. I, da CF/88, as ações movidas contra essa

entidade devem ser propostas na Justiça Federal.

Gabarito: Errado.

136. (ANALISTA JUDICIÁRIO – JUDICIÁRIA – STM –

CESPE/2011) Se, em processo de indenização por danos

materiais que tramite em uma vara cível estadual, uma empresa

pública federal passar a compor a lide como assistente, o

referido processo será deslocado para a justiça federal.

Comentário:

Nos termos do art. 109, inc. I, da CF/88, compete aos

juízes federais processar e julgar as causas em que a União, entidade

autárquica ou empresa pública federal forem interessadas na condição

de autoras, rés, assistentes ou oponentes, exceto as de falência, as de

acidentes de trabalho e as sujeitas à Justiça Eleitoral e à Justiça do

Trabalho.

Assim, tendo a ação sido proposta na Justiça estadual,

com o ingresso da empresa pública federal, ação será deslocada para a

Justiça Federal.

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Gabarito: Certo.

137. (AGENTE DE POLÍCIA FEDERAL – DPF – CESPE/2012)

O foro competente para o julgamento de ação de indenização

por danos materiais contra empresa pública federal é a justiça

federal.

Comentário:

Conforme art. 109, inc. I, da CF/88, compete aos juízes

federais processar e julgar as causas em que a União, entidade

autárquica ou empresa pública federal forem interessadas na condição

de autoras, rés, assistentes ou oponentes, exceto as de falência, as de

acidentes de trabalho e as sujeitas à Justiça Eleitoral e à Justiça do

Trabalho.

Gabarito: Certo.

138. (DELEGADO DE POLÍCIA – PC/PB – CESPE/2009) Caso uma

empresa pública federal impetre mandado de segurança contra

ato do juiz de direito do estado da Paraíba, conforme

entendimento do STJ, caberá ao respectivo tribunal regional

federal julgar o referido mandado de segurança.

Comentário:

Posicionou-se o STJ no sentido de que é competente o

Tribunal Regional Federal para apreciar mandado de segurança

impetrado por empresa pública federal contra ato de juiz de direito

estadual, nos termos do art. 108, inc. I, “c” c/c art. 109, inc. I, ambos

da CF/88, conforme o seguinte:

CONFLITO NEGATIVO DE COMPETÊNCIA ENTRE JUÍZO

ESTADUAL E FEDERAL. MANDADO DE SEGURANÇA

IMPETRADO PELA CEF CONTRA ATO DE JUIZ DE DIREITO.

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INCIDÊNCIA DO ART. 109, I, DA CARTA MAGNA DE 1988.

COMPETÊNCIA DA JUSTIÇA FEDERAL.

1. O art. 109, I, da Carta Magna de 1988, não faz

qualquer distinção entre os diversos tipos de

procedimento, de tal sorte a contemplar o mandado de

segurança, bastando para a definição da competência da

Justiça Federal a presença dos entes lá enumerados

(ratione personae).

2. O inciso VIII do art. 109, da Lei Maior, por sua vez,

dispõe que aos juízes federais compete processar e julgar

os mandados de segurança e os habeas data contra ato de

autoridade federal, excetuando os casos de competência

dos tribunais federais, no sentido da fixação de

competência hierárquica. Sob este enfoque, tem-se que o

inciso VIII tutela o grau de hierarquia dentre as diversas

autoridades federais.

3. In casu, tratando-se de Precedente da Suprema Corte:

RExt 176.881 – RS, Relator para acórdão Ministro ILMAR

GALVÃO, Tribunal Pleno, DJ de 06 de março de 1998 e CC

46.512 – RN. Ainda quanto a este particular, a egrégia

Primeira Seção deste STJ decidiu que: CONFLITO DE

COMPETÊNCIA – MANDADO DE SEGURANÇA IMPETRADO

POR AUTARQUIA FEDERAL CONTRA ATO DE JUIZ

ESTADUAL – ARTS. 108, I, "c", E 109, I, DA

CONSTITUIÇÃO FEDERAL – COMPETÊNCIA DO TRIBUNAL

REGIONAL FEDERAL – PRINCÍPIOS DA HIERARQUIA E

SIMETRIA – ORIENTAÇÃO DO PRETÓRIO EXCELSO.

1. O art. 109, I, da Constituição Federal, que estabelece

regra de competência ratione personae, atrai a

competência para a Justiça Federal inclusive nas hipóteses

de mandado de segurança impetrado pela União, entidade

autárquica ou empresa pública federal contra entidade

pública local, consoante a previsão do enunciado da

Súmula 511/STF: "Compete à Justiça Federal, em ambas

as instâncias, processar e julgar as causas entre

autarquias federais e entidades públicas locais, inclusive

mandado de segurança, ressalvada a ação fiscal, nos

termos da Constituição Federal de 1967, art. 119, § 3º".

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2. Apesar da existência de respeitável corrente doutrinária

e jurisprudencial em sentido contrário, o Tribunal Pleno do

Supremo Tribunal Federal, quando do julgamento do RE

176.881/RS, Relator para acórdão o Ministro Ilmar Galvão,

publicado no DJ de 6.3.1998, sufragou o entendimento de

que o art. 109, I, da Constituição Federal, aplica-se

inclusive aos casos de mandado de segurança impetrado

por entidade federal contra ato de Juiz Estadual.

3. Além disso, firmou-se a orientação de que é imperiosa

a análise do mandamus, nesses casos, pelo Tribunal

Regional Federal, e não por um juiz federal. Isso porque,

em razão do princípio da hierarquia, os mandados de

segurança impetrados contra atos praticados por juízes

federais, nos termos do art. 108, I, 'c', da Carta Magna,

são processados e julgados originariamente pelos

Tribunais Regionais Federais. Desse modo, em respeito ao

princípio da simetria, as ações mandamentais impetradas

contra ato de Juiz Estadual também devem ser

processadas e julgadas originariamente pela Corte

Regional.

4. Evidencia-se, portanto, a competência da Justiça

Federal para processar e julgar o mandado de segurança

em questão, nos termos do art. 109, I, da Carta Magna.

Registre-se, entretanto, que a demanda deverá ser

julgada pelo Tribunal Regional Federal, e não pelo Juízo

Federal Suscitante, com fundamento no art. 108, I, "c".

5. Conflito conhecido para declarar a competência do

Tribunal Regional Federal da 5ª Região. (CC 46.512 – RN,

Relatora Ministra DENISE ARRUDA, Primeira Seção, DJ de

05 de setembro de 2005) 4. Ademais, in casu, aplica-se

integralmente o disposto no art. 2º da Lei 1.533/51,

verbis: Considerar-se-á federal a autoridade coatora se as

conseqüências de ordem patrimonial do ato contra o qual

se requer o mandado houverem de ser supostamente pela

União Federal ou pelas entidades autárquicas federais,

porquanto à CEF foi determinado restituisse verba retirada

da conta de cliente de cuja responsabilidade diz estar

inume.

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5. A jurisprudência da Corte, quanto à qualificação da

autoridade coatora, visa fixar a competência funcional de

juízes ou tribunais, sem olivar as regras de competência

absoluta previstas na CF.

6. Competência da Justiça Federal. (CC 45.709/SP, Rel.

Ministra ELIANA CALMON, Rel. p/ Acórdão Ministro LUIZ

FUX, PRIMEIRA SEÇÃO, julgado em 23/08/2006, DJ

18/09/2006 p. 247)

Gabarito: Certo.

139. (JUIZ – TJ/PI – CESPE/2012) As empresas públicas, as

autarquias e as fundações instituídas e mantidas pelo poder

público são beneficiárias do princípio da imunidade tributária, no

que se refere aos impostos sobre a renda, o patrimônio e os

serviços federais, estaduais e municipais.

Comentário:

Como destaquei, o STF tem se manifestado no sentido de

que as empresas públicas e sociedades de economia mista que prestam

serviços públicos exclusivos do Estado também gozam de imunidade

tributária, nos termos do art. 150, inc. VI, al. “a”, c/c art. 150, §2º, da

CF/88.

Contudo, não é indistinta a aplicação da imunidade, eis

que a Constituição estabelece que referida imunidade “é extensiva às

autarquias e às fundações instituídas e mantidas pelo Poder Público”.

Gabarito: Errado.

140. (TÉCNICO JUDICIÁRIO – TRE/MS – CESPE/2013) As

sociedades de economia mista não se sujeitam ao controle do

Tribunal de Contas da União, já que apenas parte de seu capital

votante é público.

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Comentário:

Todas as entidades administrativas federais, seja de

direito público, seja de direito privado, se submetem à fiscalização do

TCU, conforme determina o art. 70 da CF/88, que assim expressa:

Art. 70. A fiscalização contábil, financeira, orçamentária,

operacional e patrimonial da União e das entidades da

administração direta e indireta, quanto à legalidade,

legitimidade, economicidade, aplicação das subvenções e

renúncia de receitas, será exercida pelo Congresso Nacional,

mediante controle externo, e pelo sistema de controle interno

de cada Poder.

Parágrafo único. Prestará contas qualquer pessoa física ou

jurídica, pública ou privada, que utilize, arrecade, guarde,

gerencie ou administre dinheiros, bens e valores públicos ou

pelos quais a União responda, ou que, em nome desta, assuma

obrigações de natureza pecuniária.(Redação dada pela Emenda

Constitucional nº 19, de 1998)

Gabarito: Errado.

141. (JUIZ – TJ/PI – CESPE/2012) As sociedades de economia

mista podem revestir-se de qualquer forma admitida em direito,

como, por exemplo, a de sociedade unipessoal ou pluripessoal.

Comentário:

A sociedade de economia mista somente poderá ser

constituída sob a forma de sociedade por ações e, assim,

obrigatoriamente será pluripessoal, ou seja, haverá pelo menos dois

sócios um público e outro privado.

Gabarito: Errado.

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142. (TÉCNICO DE CONTROLE EXTERNO - TCU - CESPE/2012)

Uma sociedade de economia mista somente poderá ser

constituída sob a forma de sociedade anônima.

Comentário:

A sociedade de economia mista somente poderá ser

constituída sob a forma de sociedade anônima, conforme art. 5º, inc.

III, do DL 200/67.

Art. 5º.

III - Sociedade de Economia Mista - a entidade dotada de

personalidade jurídica de direito privado, criada por lei

para a exploração de atividade econômica, sob a forma de

sociedade anônima, cujas ações com direito a voto

pertençam em sua maioria à União ou a entidade da

Administração Indireta

Gabarito: Certo.

143. (DEFENSOR PÚBLICO – DPE/AC - CESPE/2012) A única

forma jurídica admitida para a composição de sociedade de

economia mista é a sociedade anônima.

Comentário:

De fato, nos termos do art. 5º, inc. III, do DL 200/67, a

única forma jurídica admitida para a composição da sociedade de

economia mista é a de sociedade anônima.

Gabarito: Certo.

144. (ANALISTA JUDICIÁRIO – TJ/AL – CESPE/2012) A

sociedade de economia mista é entidade dotada de

personalidade jurídica de direito público, instituída, mediante

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autorização por lei específica, para desempenhar atividades de

natureza empresarial e que podem se revestir de qualquer das

formas em direito admitidas.

Comentário:

A sociedade de economia mista é dotada de personalidade

jurídica de direito privado, podendo explorar atividade econômica ou

prestar serviços públicos, e somente pode se revestir na forma de

sociedade anônima.

Gabarito: Errado.

145. (PROMOTOR DE JUSTIÇA – MPE/RR – CESPE/2012) A

sociedade de economia mista somente pode explorar

empreendimentos ou exercer atividades de acordo com a

previsão da lei que tenha autorizado a sua constituição; caso se

pretenda alterar os seus objetivos, será necessária a edição de

outra lei.

Comentário:

De fato, a sociedade de economia mista somente pode

explorar empreendimentos ou exercer atividades de acordo com a

previsão da lei que tenha autorizado a sua constituição.

Por isso, caso se pretenda alterar os seus objetivos, será

necessária a edição de outra lei, de modo a contemplar novas

atividades, sob pena de violação do princípio da legalidade e da

especialidade.

Gabarito: Certo.

146. (ANALISTA PROCESSUAL – TJ/RR – CESPE/2012) Formada

mediante a conjugação de capitais público e privado, a

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sociedade de economia mista é organizada sob a forma de

sociedade anônima e prescinde da participação do poder público

na sua gestão.

Comentário:

A sociedade de economia mista não dispensa a

participação do poder público em sua gestão. É justamente o contrário,

o poder público está ativamente vinculado à gestão da sociedade de

economia mista, conforme se depreende da parte final do inc. III, do

art. 5º do Dec. 200/67.

III - Sociedade de Economia Mista - a entidade dotada de

personalidade jurídica de direito privado, criada por lei para a

exploração de atividade econômica, sob a forma de sociedade

anônima, cujas ações com direito a voto pertençam em

sua maioria à União ou a entidade da Administração

Indireta.

Gabarito: Errado.

147. (JUIZ – TJ/BA – CESPE/2012) Nas sociedades de economia

mista, o controle acionário e a gestão administrativa podem ser

transferidos pelo poder público aos sócios particulares, desde

que haja acordo de acionistas nos termos do estatuto da

sociedade.

Comentário:

Na sociedade de economia mista o poder público deve tr o

controle acionário e a gestão da sociedade, conforme se depreende da

parte final do inc. III, do art. 5º do Dec. 200/67.

III - Sociedade de Economia Mista - a entidade dotada de

personalidade jurídica de direito privado, criada por lei para a

exploração de atividade econômica, sob a forma de sociedade

anônima, cujas ações com direito a voto pertençam em

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sua maioria à União ou a entidade da Administração

Indireta.

Gabarito: Errado.

148. (TÉCNICO JUDICIÁRIO – TJ/AL – CESPE/2012) Considere

que o presidente da República tenha proposto ao Congresso

Nacional a edição de uma lei que autorizasse a criação de pessoa

jurídica, de direito privado, de capital público e privado, cujos

atos constitutivos fossem registrados após a referida lei. Nessa

situação, o presidente estaria autorizando a criação de

uma sociedade de economia mista.

Comentário:

De fato, a sociedade de economia mista é criada

mediante autorização conferida por lei, tendo a natureza de pessoa

jurídica, de direito privado, constituída sob capital público e privado,

cujos atos constitutivos são registrados em cartório.

Gabarito: Certo.

149. (JUIZ – TJ/BA – CESPE/2012) As causas em que figure

como parte sociedade de economia mista cuja sócia majoritária

seja a União deverão ser julgadas perante a justiça federal.

Comentário:

As ações em que figure como parte sociedade de

economia mista serão julgadas pela justiça comum estadual.

Gabarito: Errado.

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150. (TÉCNICO JUDICIÁRIO – TRE/ES – CESPE/2011) Considere

que João pretenda ingressar como empregado na PETROBRAS,

sociedade de economia mista, integrante da administração

indireta da União. Nessa situação, João não precisa ser

previamente aprovado em concurso público, visto que o regime

jurídico dessa empresa é o celetista.

Comentário:

A Constituição estabeleceu como requisito obrigatório

para a assunção em cargo efetivo e emprego público a prévia aprovação

em concurso público de provas ou de provas e títulos.

Assim, em que pese as estatais estarem submetidos no

tocante às questões trabalhistas ao regime privado, não afasta a regra

da observância de concurso público para a contratação de seus

empregados.

Gabarito: Errado.

151. (ANALISTA JUDICIÁRIO – JUDICIÁRIA – TJ/AL –

CESPE/2012) Por não serem servidores públicos stricto sensu,

os empregados de sociedades de economia mista não podem

figurar como réus em mandado de segurança.

Comentário:

As empresas estatais também realizam funções na

condição de Administração Pública, ou seja, atuam não somente

submetidas ao direito privado, como também ao direito público. Quer

dizer que há ocasiões em que exercem o poder de império do Estado

(concurso público, licitações etc).

Nesses casos, o agente (empregado da empresa estatal)

pode atuar no exercício de autoridade pública, de modo que poderá

figurar como autoridade coatora em mandado de segurança.

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Gabarito: Errado.

152. (ANALISTA JUDICIÁRIO - TJ-AL – JUDICIÁRIA

CESPE/2012) Convênios, contratos e consórcios públicos são

acordos de vontades e, por isso, não possuem personalidade

jurídica própria.

Comentário:

De acordo com a Lei nº 11.076/2005, os entes políticos

(entes federados) podem ser unir para realizarem atividade de interesse

comum criando um consórcio público.

O consórcio público poderá ser constituído sob a forma de

pessoa jurídica de direito privado, de modo que não integrará a

Administração Pública.

Poderá, no entanto, constituir pessoa jurídica de direito

público denominada associação pública, que se trata de autarquia

integrante da Administração Pública Indireta de todos os entes

consorciados.

Gabarito: Errado.

153. (ANALISTA JUDICIÁRIO – JUDICIÁRIA – STJ –

CESPE/2012) Os consórcios públicos, quando assumem

personalidade jurídica de direito público, constituem-se como

associações públicas, passando, assim, a integrar a

administração indireta dos entes federativos consorciados.

Comentário:

De fato, os consórcios públicos, quando assumem

personalidade jurídica de direito público, constituem-se como

associações públicas, passando, assim, a integrar a administração

indireta dos entes federativos consorciados, sendo considerados como

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autarquias multifederativa.

Gabarito: Certo.

154. (ADVOGADO DA UNIÃO – AGU – CESPE/2012) O consórcio

público com personalidade jurídica de direito público integra a

administração indireta dos entes da Federação consorciados.

Comentário:

De fato, o consórcio público com personalidade jurídica de

direito público integra a Administração pública indireta de todos os

entes consorciados, conforme o seguinte:

Art. 6o O consórcio público adquirirá personalidade

jurídica:

I – de direito público, no caso de constituir associação

pública, mediante a vigência das leis de ratificação do

protocolo de intenções;

II – de direito privado, mediante o atendimento dos

requisitos da legislação civil.

§ 1o O consórcio público com personalidade jurídica

de direito público integra a administração indireta

de todos os entes da Federação consorciados.

§ 2o No caso de se revestir de personalidade jurídica de

direito privado, o consórcio público observará as normas

de direito público no que concerne à realização de

licitação, celebração de contratos, prestação de contas e

admissão de pessoal, que será regido pela Consolidação

das Leis do Trabalho - CLT.

Gabarito: Certo.

155. (ANALISTA JUDICIÁRIO – JUDICIÁRIA - STJ –

CESPE/2012) Os consórcios públicos, quando assumem

personalidade jurídica de direito público, constituem-se como

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associações públicas, passando, assim, a integrar a

administração indireta dos entes federativos consorciados.

Comentário:

De acordo com o art. 6º, §1º, da Lei nº 11.107/2005, O

consórcio público com personalidade jurídica de direito público

(associação pública) integra a administração indireta de todos os entes

da Federação consorciados.

Gabarito: Certo.

156. (OFICIAL DE INTELIGÊNCIA – DIREITO – ABIN –

CESPE/2010) A administração pública é caracterizada, do ponto

de vista objetivo, pela própria atividade administrativa exercida

pelo Estado, por meio de seus agentes e órgãos.

Comentário:

É possível, ainda, definir a Administração Pública sob os

sentidos objetivo e subjetivo.

Sob o sentido subjetivo (orgânico ou formal) a

Administração Pública compreende o conjunto de órgãos, entidades e

pessoas que realizam a função administrativa.

Sob o sentido objetivo (funcional ou material) a

administração pública, grafada em letras minúsculas, compreende o

conjunto de atividades integrantes da função administrativa.

Gabarito: Certo.

157. (ADVOGADO – ECT – CESPE/2011) Em sentido subjetivo, a

administração pública compreende o conjunto de órgãos e de

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pessoas jurídicas ao qual a lei confere o exercício da função

administrativa do Estado.

Comentário:

De fato, em sentido subjetivo (orgânico ou formal) a

Administração Pública compreende o conjunto de órgãos, entidades e

pessoas que realizam a função administrativa.

Gabarito: Certo.

158. (DELEGADO DE POLÍCIA – PC/ES – CESPE/2011) Em

sentido material ou objetivo, a administração pública

compreende o conjunto de órgãos e pessoas jurídicas

encarregadas, por determinação legal, do exercício da função

administrativa do Estado.

Comentário:

Em sentido material ou objetivo, a administração pública

compreende o conjunto de atividades desempenhadas administrativa.

Já em sentido formal ou subjetivo, a Administração Pública compreende

o conjunto de órgãos e pessoas jurídicas encarregadas, por

determinação legal, do exercício da função administrativa do Estado.

Gabarito: Errado.

159. (JUIZ – TJ/CE – CESPE/2012) A administração pública, sob

o aspecto orgânico, ou subjetivo, designa a própria função

administrativa, que, exercida pelos órgãos e agentes estatais,

incumbe, predominantemente, ao Poder Executivo.

Comentário:

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A função administrativa corresponde à Administração

Pública em sentido material ou objetivo (funcional). Já a Administração

Pública em sentido orgânica, subjetivo ou formal corresponde ao

conjunto de órgãos e pessoas jurídicas encarregadas, por determinação

legal, do exercício da função administrativa do Estado.

Gabarito: Errado.

160. (TÉCNICO JUDICIÁRIO – TJ/RR – CESPE/2012)

Administração pública, em sentido objetivo ou material, consiste

no conjunto de órgãos, agentes e pessoas jurídicas instituídas

para a consecução dos objetivos do governo.

Comentário:

A Administração Pública em sentido orgânico, subjetivo ou

formal corresponde ao conjunto de órgãos e pessoas jurídicas

encarregadas, por determinação legal, do exercício da função

administrativa do Estado.

Gabarito: Errado.

QUESTÕES SELECIONADAS

1. (AFCE – TCU – CESPE/2011) Segundo a doutrina

administrativista, o direito administrativo é o ramo do direito privado

que tem por objeto os órgãos, os agentes e as pessoas jurídicas

administrativas que integram a administração pública, a atividade

jurídica não contenciosa que esta exerce e os bens de que se utiliza

para a consecução de seus fins, de natureza pública.

2. (ADMINISTRADOR – TJ/RR – CESPE/2012) A jurisprudência, fonte

não escrita do direito administrativo, obriga tanto a administração

pública como o Poder Judiciário.

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3. (ENGENHEIRO – INSS – CESPE/2010) Apenas a lei, em sentido

lato, pode ser tida como fonte de direito administrativo.

4. (FISCAL DA RECEITA ESTADUAL – SEFAZ/AC – CESPE/2009) Os

costumes são fontes do direito administrativo, não importando se são

contra legem, praeter legem ou secundum legem.

5. (ACE – TCU – CESPE/2009) A CF, as leis complementares e

ordinárias, os tratados internacionais e os regulamentos são exemplos

de fontes do direito administrativo.

6. (ANALISTA JUDICIÁRIO – TJ/AL – CESPE/2012) Os municípios são

entes políticos componentes da administração pública indireta.

7. (PERITO PAPILOSCÓPICO – PC/ES – CESPE/2011) O Distrito

Federal é considerado uma entidade administrativa.

8. (DELEGADO DE POLÍCIA – PC/AL – CESPE/2012) Ocorre o

fenômeno da desconcentração quando o Estado desempenha algumas

de suas funções por meio de outras pessoas jurídicas.

9. (TÉCNICO JUDICIÁRIO – TRE/MS – CESPE/2013) A centralização

é a situação em que o Estado executa suas tarefas diretamente, por

intermédio dos inúmeros órgãos e agentes administrativos que

compõem sua estrutura funcional.

10. (TÉCNICO JUDICIÁRIO – TRE/MS – CESPE/2013) A chamada

centralização desconcentrada é a atribuição administrativa cometida a

uma única pessoa jurídica dividida internamente em diversos órgãos.

11. (AUDITOR DE CONTROLE EXTERNO - TCE/ES - CESPE/2012) Para

que ocorra a descentralização administrativa, é necessária, pelo menos,

a existência de duas pessoas.

12. (TÉCNICO JUDICIÁRIO – TJ/RR – CESPE/2012) Quando o Estado

cria entidades dotadas de patrimônio e personalidade jurídica para

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propiciar melhorias em sua organização, ocorre o que se denomina

desconcentração.

13. (ANALISTA JUDICIÁRIO – JUDICIÁRIA – TRE/MT –

CESPE/2010) A descentralização administrativa ocorre quando se

distribuem competências materiais entre unidades administrativas

dotadas de personalidades jurídicas distintas.

14. (ANALISTA JUDICIÁRIO – JUDICIÁRIA – TRE/MT – CESPE/2010) A

criação de um ministério na estrutura do Poder Executivo federal para

tratar especificamente de determinado assunto é um exemplo de

administração descentralizada.

15. (ESCRIVÃO DE POLÍCIA – PC/ES – CESPE/2011) Diferentemente

da descentralização, em que a transferência de competências se dá

para outra entidade, a desconcentração é processo eminentemente

interno, em que um ou mais órgãos substituem outro com o objetivo de

melhorar e acelerar a prestação do serviço público.

16. (ANALISTA JUDICIÁRIO – TJ/AL – CESPE/2012) A delegação é

forma de efetivação da desconcentração.

17. (ANALISTA JUDICIÁRIO – JUDICIÁRIA – TRE/ES – CESPE/2011) A

desconcentração mantém os poderes e as atribuições na titularidade de

um mesmo sujeito de direito, ao passo que a descentralização os

transfere para outro sujeito de direito distinto e autônomo, elevando o

número de sujeitos titulares de poderes públicos.

18. (ANALISTA JUDICIÁRIO – EXECUÇÃO DE MANDADOS – STM –

CESPE/2011) Quando o Estado processa a descentralização do serviço

público por delegação contratual, ocorre apenas a transferência da

execução do serviço. Quando, entretanto, a descentralização se faz por

meio de lei, ocorre a transferência não somente da execução, mas

também da titularidade do serviço, que passa a pertencer à pessoa

jurídica incumbida de seu desempenho.

19. (AUXILIAR JUDICIÁRIO – TJ/AL – CESPE/2012) A descentralização

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pode ser feita por meio de outorga ou delegação, meios de que dispõe o

poder público para transferir, por tempo determinado, a prestação de

determinado serviço público a ente público ou a particular.

20. (TODOS OS CARGOS – MS – CESPE/2010) A descentralização

administrativa efetiva-se por meio de outorga quando o Estado cria

uma entidade e a ela transfere, por lei, determinado serviço público.

21. (TÉCNICO JUDICIÁRIO – TRE/MS – CESPE/2013) A

descentralização administrativa ocorre quando uma pessoa política ou

uma entidade da administração indireta distribui competências no

âmbito da própria estrutura, a fim de tornar mais ágil e eficiente a sua

organização administrativa e a prestação de serviços.

22. (TÉCNICO JUDICIÁRIO – TRE/MS – CESPE/2013) A

descentralização é a situação em que o Estado executa suas tarefas

indiretamente, por meio da delegação de atividades a outros órgãos

despersonalizados dentro da estrutura interna da pessoa jurídica

descentralizadora.

23. (TÉCNICO JUDICIÁRIO – TJ/RR – CESPE/2012) A administração

indireta abrange o conjunto de pessoas administrativas que, vinculadas

à administração direta, têm o objetivo de desempenhar, de forma

descentralizada, as atividades administrativas.

24. (AUXILIAR JUDICIÁRIO – TJ/AL – CESPE/2012) A administração

direta compreende os órgãos que integram as pessoas políticas do

Estado, aos quais se atribui competência para exercício, de forma

descentralizada, das atividades administrativas.

25. (TÉCNICO JUDICIÁRIO – TRE/BA – CESPE/2010) A criação de

uma autarquia para executar determinado serviço público representa

uma descentralização das atividades estatais. Essa criação somente se

promove por meio da edição de lei específica para esse fim.

26. (AUXILIAR JUDICIÁRIO – TJ/AL – CESPE/2012) A descentralização

administrativa não admite a desconcentração territorial, material e

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hierárquica.

27. (TÉCNICO ADMINISTRATIVO - IBAMA - CESPE/2012) A

organização das competências da União em ministérios é exemplo de

desconcentração material.

28. (TÉCNICO JUDICIÁRIO – TRE/MS – CESPE/2013) A criação de

uma diretoria no âmbito interno de um tribunal regional eleitoral (TRE)

configura exemplo de descentralização administrativa.

29. (AUXILIAR JUDICIÁRIO – TJ/AL – CESPE/2012) As autarquias são

entidades administrativas autônomas, criadas por lei específica, com

personalidade jurídica, patrimônio e receita próprios, resultantes da

desconcentração do exercício das atividades públicas.

30. (TÉCNICO JUDICIÁRIO – TRE/MS – CESPE/2013) Na

desconcentração, o Estado executa suas atividades indiretamente,

mediante delegação a outras entidades dotadas de personalidade

jurídica.

31. (TÉCNICO JUDICIÁRIO – TRE/MS – CESPE/2013) Uma das

diferenças entre a desconcentração e a descentralização administrativa

é que nesta existe um vínculo hierárquico e naquela há o mero controle

entre a administração central e o órgão desconcentrado, sem vínculo

hierárquico.

32. (TÉCNICO ADMINISTRATIVO - ANAC - CESPE/2012) A

desconcentração administrativa consiste na distribuição interna de

competências, no âmbito de uma mesma pessoa jurídica; a

descentralização administrativa pressupõe a distribuição de

competência para outra pessoa, física ou jurídica.

33. (ANALISTA AMBIENTAL – MMA – CESPE/2011) No âmbito da

União, a administração direta compreende os serviços integrados na

estrutura administrativa da Presidência da República e dos respectivos

ministérios, enquanto a administração indireta é exercida por entidades

dotadas de personalidade jurídica própria.

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34. (TÉCNICO JUDICIÁRIO – TJ/RR – CESPE/2012) A administração

direta compreende os órgãos e as pessoas jurídicas de direito público

que prestam serviços típicos do Estado; no âmbito federal, integram a

administração direta os ministérios e as autarquias.

35. (TÉCNICO JUDICIÁRIO – TRE/MS – CESPE/2013) A estrutura

básica da administração direta na esfera estadual é composta pelo

chefe do Poder Executivo, que tem como auxiliares os ministros de

Estado.

36. (TÉCNICO JUDICIÁRIO – TRE/MS – CESPE/2013) A administração

direta é composta de pessoas jurídicas, também denominadas

entidades, e a administração indireta, de órgãos internos do Estado.

37. (ANALISTA JUDICIÁRIO – TJ/AL – CESPE/2012) A administração

direta exerce sobre a administração indireta o denominado controle

finalístico, cujos limites e instrumentos devem ser expressamente

previstos em lei.

38. (ANALISTA JUDICIÁRIO – TAQUIGRAFIA – TRE/BA – CESPE/2010)

Do ponto de vista orgânico, o TRE integra a administração pública

indireta.

39. (ADVOGADO – BRB – CESPE/2010) O Ministério da Saúde faz

parte da estrutura da administração pública indireta.

40. (INSPETOR – PC/CE – CESPE/2012) O Ministério da Saúde é

órgão da administração pública indireta.

41. (ANALISTA JUDICIÁRIO – JUDICIÁRIA – TRE/MT – CESPE/2010)

As secretarias de estado e as autarquias estaduais fazem parte da

administração direta.

42. (TÉCNICO JUDICIÁRIO – TRE/BA – CESPE/2010) A administração

pública direta, na esfera federal, compreende os órgãos e as entidades,

ambos dotados de personalidade jurídica, que se inserem na estrutura

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administrativa da Presidência da República e dos ministérios.

43. (TÉCNICO JUDICIÁRIO – TJ/RR – CESPE/2012)

Tanto a criação quanto a extinção de órgãos públicos depende da edição

de lei específica; contudo, a estruturação e o estabelecimento das

atribuições desses órgãos, desde que não impliquem aumento de

despesa, podem ser processados por decreto do chefe do Poder

Executivo.

44. (AUDITOR DE CONTROLE EXTERNO - TCE/ES - CESPE/2012)

Somente por meio de lei em sentido estrito, é possível a criação,

extinção e a estruturação dos órgãos públicos.

45. (PERITO CRIMINAL – PC/ES – CESPE/2011) Por apresentarem

personalidade jurídica de direito público e, portanto, serem revestidas

de direitos e obrigações, as secretarias criadas no âmbito dos estados

da Federação são dotadas de atribuições específicas que recebem o

nome de competência.

46. (OFICIAL DE INTELIGÊNCIA – ABIN – CESPE/2010) Embora, em

regra, os órgãos públicos não tenham personalidade jurídica, a alguns

órgãos é conferida a denominada capacidade processual, estando eles

autorizados por lei a defender em juízo, em nome próprio,

determinados interesses ou prerrogativas.

47. (ANALISTA PROCESSUAL – MPE/PI – CESPE/2012) Segundo

classificação doutrinária, quanto ao critério relacionado à posição

estatal, os órgãos autônomos são aqueles originários da Constituição e

que representam os três poderes do Estado, cujas funções são

exercidas por agentes políticos.

48. (TÉCNICO JUDICIÁRIO – TRE/RJ – CESPE/2012) Os órgãos da

administração pública classificam-se, segundo a função que exercem,

em órgãos ativos, órgãos consultivos e órgãos de controle.

49. (PROMOTOR DE JUSTIÇA – MPE/RR – CESPE/2012) Na

classificação dos órgãos públicos segundo a posição estatal,

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consideram-se autônomos, sem subordinação hierárquica, os órgãos

situados na cúpula da administração.

50. (PROFESSOR – IFB – CESPE/2011) Atualmente, a doutrina

majoritária, para explicar a relação entre o órgão público e o agente,

utiliza-se da teoria da representação, segundo a qual os agentes são

representantes do Estado.

51. (AUDITOR DE CONTROLE EXTERNO - TCE/ES - CESPE/2012) De

acordo com a teoria do órgão, a atuação da pessoa jurídica deve ser

imputada ao agente — pessoa natural — integrante de sua estrutura.

52. (DEFENSOR PÚBLICO – DPE/SE – CESPE/2012) Entre as teorias

que tratam da natureza jurídica da relação entre o Estado e seus

agentes, é amplamente adotada pela doutrina e jurisprudência

brasileiras a teoria da representação.

53. (ESCRIVÃO DE POLÍCIA – PC/ES – CESPE/2011) Um órgão

administrativo só poderá delegar parte da sua competência, se não

houver impedimento legal, a outros órgãos que lhe sejam

hierarquicamente subordinados, em razão de circunstâncias de índole

técnica, social, econômica, jurídica ou territorial.

54. (JUIZ – TJ/CE – CESPE/2012) Um órgão administrativo e seu

titular estão autorizados a delegar parte da sua competência a outros

órgãos ou titulares, não se admitindo, porém, que órgãos colegiados

deleguem competência a agentes singulares, como, por exemplo, a

seus respectivos presidentes.

55. (ANALISTA PROCESSUAL – MPE/PI – CESPE/2012) Um órgão

administrativo e seu titular podem delegar parte de sua competência a

outros órgãos ou titulares, desde que estes lhe sejam hierarquicamente

subordinados.

56. (TÉCNICO JUDICIÁRIO – TJ/RR – CESPE/2012) A administração

indireta abrange o conjunto de pessoas administrativas que, vinculadas

à administração direta, têm o objetivo de desempenhar, de forma

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descentralizada, as atividades administrativas.

57. (AUXILIAR JUDICIÁRIO – TJ/AL – CESPE/2012) A administração

indireta abrange as fundações instituídas e mantidas pelo poder público,

as empresas públicas e as sociedades de economia mista.

58. (ANALISTA JUDICIÁRIO - TJ/AC - CESPE/2012) A administração

indireta é composta pelas autarquias, fundações públicas, empresas

públicas e sociedades de economia mista.

59. (TÉCNICO JUDICIÁRIO – TRE/MS – CESPE/2013) Compõem a

administração pública indireta as entidades autárquicas e fundacionais,

mas não as empresas públicas e as sociedades de economia mista.

60. (ANALISTA JUDICIÁRIO – JUDICIÁRIA – TJ/AL – CESPE/2012) A

criação das entidades da administração indireta depende de edição de

lei, sejam essas entidades de personalidade jurídica de direito público,

sejam de direito privado.

61. (PROFESSOR – IFB – CESPE/2011) As pessoas integrantes da

administração indireta podem ser autorizadas e instituídas somente por

lei, cujo teor deverá abordar a atividade descentralizada a ser exercida,

e serão submetidas ao controle da administração direta da pessoa

política a que são vinculadas.

62. (ESCRIVÃO DE POLÍCIA – PC/ES – CESPE/2011) Tanto as pessoas

públicas quanto as pessoas de direito privado instituídas pelo Estado

têm personalidade jurídica própria, capacidade de autoadministração e

patrimônio próprio.

63. (TÉCNICO JUDICIÁRIO – TRE/BA – CESPE/2010) As autarquias e

as fundações públicas, como entes de direito público que dispõem de

personalidade jurídica própria, integram a administração direta.

64. (AGENTE ADMINISTRATIVO – AGU – CESPE/2010) A autarquia é

uma pessoa jurídica criada somente por lei específica para executar

funções descentralizadas típicas do Estado.

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65. (JUIZ – TJ/CE – CESPE/2012) As autarquias exercem atividades

tipicamente administrativas que requerem, para seu melhor

funcionamento, gestão administrativa e financeira sob regime de direito

público, razão pela qual se considera que elas integram a administração

centralizada.

66. (TÉCNICO JUDICIÁRIO – TRE/BA – CESPE/2010) A criação de

uma autarquia para executar determinado serviço público representa

uma descentralização das atividades estatais. Essa criação somente se

promove por meio da edição de lei específica para esse fim.

67. (ANALISTA JUDICIÁRIO - TJ/AC - CESPE/2012) As autarquias,

pessoas jurídicas de direito público integrantes da administração

indireta, poderão, em caráter excepcional, ser criadas por lei

infraconstitucional.

68. (DEFENSOR PÚBLICO – DPE/SE – CESPE/2012) As autarquias,

pessoas jurídicas de direito privado, fazem parte da administração

indireta do Estado e gozam de liberdade administrativa nos limites da

lei de regência.

69. (ANALISTA ADMINISTRATIVO - ANATEL - CESPE/2012) As

autarquias compõem a estrutura da administração direta do Estado.

70. (ANALISTA JUDICIÁRIO – ADMINISTRATIVA – TJ/AL –

CESPE/2012) As autarquias, pessoas jurídicas de direito público,

desempenham, de forma descentralizada, atividades típicas de Estado,

não possuindo, portanto, autonomia administrativa.

71. (DEFENSOR PÚBLICO – DPE/RO – CESPE/2012) As autarquias

integram a administração indireta, desempenham atividades típicas da

administração pública e adquirem personalidade jurídica mediante a

inscrição de seus atos constitutivos nos registros públicos.

72. (AUXILIAR JUDICIÁRIO – TJ/AL – CESPE/2012) As autarquias são

entidades administrativas autônomas, criadas por lei específica, com

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personalidade jurídica, patrimônio e receita próprios, resultantes da

desconcentração do exercício das atividades públicas.

73. (TÉCNICO ADMINISTRATIVO – ANCINE – CESPE/2012) A lei de

criação de uma autarquia federal deve ser de iniciativa privativa do

presidente da República.

74. (ANALISTA JUDICIÁRIO – ADMINISTRATIVA – TJ/AL –

CESPE/2012) Embora sejam dotadas de personalidade jurídica própria,

as autarquias não se caracterizam no mundo jurídico como sujeitos de

direitos e encargos.

75. (JUIZ – TJ/PI – CESPE/2012) As autarquias são instituídas por lei,

iniciando-se a sua existência legal com a inscrição, no registro próprio,

de seu ato constitutivo.

76. (INSPETOR – PC/CE – CESPE/2012) O surgimento de uma

autarquia se consolida com o registro de seus estatutos em cartório.

77. (JUIZ – TJ/BA – CESPE/2012) É vedada a transformação de uma

autarquia em empresa pública por meio de decreto.

78. (TÉCNICO DE CONTROLE EXTERNO - TCU - CESPE/2012)

Autarquias federais podem ser extintas mediante decreto do presidente

da República.

79. (ANALISTA ADMINISTRATIVO - ANATEL - CESPE/2012) Não há

relação de subordinação hierárquica entre determinada autarquia e o

órgão ou entidade estatal ao qual ela se vincula.

80. (TÉCNICO ADMINISTRATIVO - IBAMA - CESPE/2012) Em virtude

da vinculação do IBAMA ao Ministério do Meio Ambiente (MMA), as

aplicações de recursos financeiros feitas pela autarquia federal

sujeitam-se à aprovação prévia pelo MMA.

81. (PROFESSOR – IRB – CESPE/2011) A Ordem dos Advogados do

Brasil, na qualidade de autarquia profissional, não integra a

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administração indireta e não se submete ao controle do Tribunal de

Contas da União.

82. (TÉCNICO ADMINISTRATIVO – ANCINE – CESPE/2012) Os bens

das autarquias não são passíveis de penhora.

83. (AGENTE ADMINISTRATIVO - PRF - CESPE/2012) São exemplos

de prerrogativas estatais estendidas às autarquias a imunidade

tributária recíproca e os privilégios processuais da Fazenda Pública.

84. (TÉCNICO ADMINISTRATIVO - ANATEL - CESPE/2012) As

agências reguladoras independentes, criadas no Brasil no final dos anos

90 do século passado, seguem modelos já estabelecidos em diversos

países, como os Estados Unidos da América e países europeus.

85. (TÉCNICO JUDICIÁRIO – TRE/MS – CESPE/2013) Caracteriza as

agências reguladoras federais o fato de ter mandado fixo e proteção

contra o desligamento imotivado.

86. (ANALISTA ADMINISTRATIVO - ANATEL - CESPE/2012) Todas as

agências reguladoras federais são autarquias e cada uma está vinculada

a um ministério específico, de acordo com a sua área de atuação.

87. (ANALISTA ADMINISTRATIVO - ANATEL - CESPE/2012) Além das

agências reguladoras federais, podem existir, no Brasil, agências

reguladoras estaduais e municipais.

88. (ANALISTA ADMINISTRATIVO - ANAC - CESPE/2012) As agências

reguladoras têm o poder de orientar e de conciliar, mas não de

sancionar, competência exclusiva do Poder Judiciário.

89. (ANALISTA ADMINISTRATIVO - ANAC - CESPE/2012) As agências

reguladoras têm autonomia financeira e orçamentária, assim como

receita própria.

90. (TÉCNICO ADMINISTRATIVO - ANATEL - CESPE/2012) Toda

agência reguladora está vinculada a algum ministério, de que

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dependente financeiramente: por exemplo, a ANATEL é subordinada

financeiramente ao Ministério das Comunicações.

91. (TÉCNICO ADMINISTRATIVO - ANATEL - CESPE/2012) A ANATEL,

por ser agência reguladora integrante da administração indireta, exerce

o poder regulamentar com maior vigor, podendo inovar na ordem

jurídica com a edição de atos normativos primários e regulamentos

autônomos.

92. (ANALISTA ADMINISTRATIVO - ANAC - CESPE/2012) As agências

reguladoras são órgãos da administração indireta que exercem

unicamente o típico poder de polícia, impondo limitações

administrativas de fiscalização e de repressão previstas em lei.

93. (ANALISTA ADMINISTRATIVO - ANAC - CESPE/2012) Considere

que uma empresa aérea apresente recurso administrativo questionando

uma portaria da ANAC. Nesse caso, a própria agência reguladora será a

última instância decisória na esfera administrativa.

94. (TÉCNICO ADMINISTRATIVO - ANAC - CESPE/2012) A ANAC, uma

agência reguladora, recebe essa qualificação por força de contrato de

gestão celebrado com órgão da administração a que se subordina, para

melhoria da eficiência e redução de custos.

95. (ADVOGADO DA UNIÃO – AGU – CESPE/2012) A qualificação de

agência executiva federal é conferida, mediante ato discricionário do

presidente da República, a autarquia ou fundação que apresente plano

estratégico de reestruturação e de desenvolvimento institucional em

andamento e celebre contrato de gestão com o ministério supervisor

respectivo.

96. (TÉCNICO MINISTERIAL – MPE/PI – CESPE/2012) As agências

executivas não constituem uma nova entidade, pois, na verdade, elas

não passam de autarquias e(ou) fundações públicas que foram

qualificadas como tal.

97. (AGENTE ADMINISTRATIVO - PRF - CESPE/2012) As autarquias

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não podem ampliar sua autonomia gerencial, orçamentária e financeira,

pois isso acarretaria prejuízo do controle finalístico realizado pela

administração pública.

98. (ADVOGADO DA UNIÃO – AGU – CESPE/2012) As relações de

trabalho nas agências reguladoras são regidas pela CLT e pela

legislação trabalhista correlata, em regime de emprego público.

99. (PERITO PAPILOSCÓPICO – PC/ES – CESPE/2011) As fundações

públicas são entidades integrantes da administração direta, e suas

respectivas áreas de atuação devem enquadrar-se nas áreas previstas

em lei ordinária.

100. (AGENTE ADMINISTRATIVO - PRF - CESPE/2012) Denominam-se

fundações públicas as entidades integrantes da administração indireta

que não são criadas para a exploração de atividade econômica em

sentido estrito.

101. (TÉCNICO DE CONTROLE EXTERNO - TCU - CESPE/2012) Não se

admite a criação de fundações públicas para a exploração de atividade

econômica.

102. (DEFENSOR PÚBLICO – DPE/SE – CESPE/2012) A fundação

pública de direito privado, também conhecida como fundação

governamental, possui personalidade privada e submete-se,

inteiramente, ao direito público.

103. (INSPETOR – PC/CE – CESPE/2012) A instituição de fundação

pública deve ser autorizada por lei ordinária específica, ao passo que a

definição de sua área de atuação deve ser feita por lei complementar.

104. (ANALISTA JUDICIÁRIO – JUDICIÁRIA – TJ/AL – CESPE/2012)

Diferentemente das autarquias, as fundações instituídas e mantidas

pelo poder público não gozam da imunidade tributária relativa aos

impostos sobre o patrimônio, renda ou serviços.

105. (ANALISTA JUDICIÁRIO – TJ/AL – CESPE/2012) As autarquias e

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as fundações públicas integram a administração direta.

106. (ANALISTA JUDICIÁRIO – ADMINISTRATIVA – TJ/AL –

CESPE/2012) As autarquias federais, assim como as fundações

públicas, compõem a estrutura da administração pública direta da

União.

107. (ANALISTA JUDICIÁRIO – ADMINISTRATIVA – TJ/AL –

CESPE/2012) Para a execução de atividades econômicas, só será

permitida a criação de empresa estatal caso seja indispensável à

garantia da segurança nacional ou de relevante interesse coletivo.

108. (TÉCNICO JUDICIÁRIO – TRE/MS – CESPE/2013) Sociedade de

economia mista, empresa pública e fundação pública de direito público

são categorias abrangidas pelo termo empresa estatal ou empresa

governamental.

109. (DEFENSOR PÚBLICO – DPE/SE – CESPE/2012) As sociedades de

economia mista, as empresas públicas e as autarquias só podem ser

criadas por meio de lei.

110. (AUDITOR DE CONTROLE EXTERNO - TCE/ES - CESPE/2012) O

regime jurídico a que se sujeitam as empresas públicas e as sociedades

de economia mista é de natureza híbrida.

111. (DELEGADO DE POLÍCIA – PC/ES – CESPE/2011) A administração

pública pode instituir empresas públicas e sociedades de economia

mista mediante autorização legal, as quais estarão inteiramente sujeitas

ao regime jurídico de direito privado, por força de lei.

112. (ANALISTA ADMINISTRATIVO - ANATEL - CESPE/2012) As

empresas públicas e as sociedades de economia mista possuem,

obrigatoriamente, personalidade jurídica de direito privado.

113. (AUDITOR DE CONTROLE EXTERNO - TCE/ES - CESPE/2012) O

Estado sempre deve possuir o controle acionário nas empresas estatais.

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114. (AGENTE ADMINISTRATIVO - PRF - CESPE/2012) Embora tanto as

empresas públicas quanto as sociedades de economia mista sejam

pessoas jurídicas de direito privado integrantes da administração

pública indireta, ambos os tipos de entidades sujeitam-se a controles

administrativos diversos.

115. (ANALISTA JUDICIÁRIO – ADMINISTRATIVA – TJ/AL –

CESPE/2012) As empresas públicas e as sociedades de economia mista

sujeitam-se à falência.

116. (ADVOGADO DA UNIÃO – AGU – CESPE/2012) As empresas

públicas e as sociedades de economia mista não se sujeitam à falência

e, ao contrário destas, aquelas podem obter do Estado imunidade

tributária e de impostos sobre patrimônio, renda e serviços vinculados

às suas finalidades essenciais ou delas decorrentes.

117. (JUIZ – TJ/BA – CESPE/2012) Exige-se autorização legislativa

para a criação de subsidiárias das empresas públicas e sociedades de

economia mista, sendo suficiente, para tanto, a previsão genérica na lei

que as instituir, ou seja, não há necessidade de autorização legislativa

específica a cada vez que uma nova subsidiária é criada.

118. (JUIZ – TJ/PI – CESPE/2012) O princípio da reserva legal,

segundo o qual todas as entidades integrantes da administração

indireta, independentemente da esfera federativa a que estejam

vinculadas, devem ser instituídas por lei, aplica-se às empresas públicas

e às sociedades de economia mista, mas não às suas subsidiárias.

119. (PROCURADOR DO BANCO CENTRAL – BACEN – CESPE/2009) Não

colide materialmente com a CF a determinação de que sejam

previamente aprovadas, pelo Poder Legislativo, as indicações dos

presidentes das entidades da administração pública indireta.

120. (PROMOTOR DE JUSTIÇA – MPE/RR – CESPE/2012) Aplica-se à

empresa pública e à sociedade de economia mista a norma

constitucional relativa à estabilidade dos servidores que, na data da

promulgação da CF, contavam com cinco anos de exercício contínuo.

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121. (TÉCNICO ADMINISTRATIVO – PREVIC – CESPE/2011) Empresas

públicas são pessoas jurídicas de direito privado integrantes da

administração indireta criadas por lei sob a forma de sociedades

anônimas com o objetivo de explorar atividade econômica ou prestar

determinado serviço público.

122. (DELEGADO DE POLÍCIA – PC/AL – CESPE/2012) As empresas

públicas prestadoras de serviços públicos, como não objetivam

atividade econômica, possuem personalidade jurídica de direito público.

123. (ANALISTA JUDICIÁRIO - TJ/AC - CESPE/2012) A empresa pública

criada com a finalidade de explorar atividade econômica deve ser,

necessariamente, formada sob o regime de pessoa jurídica de direito

privado.

124. (DEFENSOR PÚBLICO – DPE/AC - CESPE/2012) Empresas públicas

possuem personalidade jurídica de direito público.

125. (ANALISTA JUDICIÁRIO – JUDICIÁRIA – STM – CESPE/2011) As

empresas públicas são criadas por lei, compostas de capital

governamental e dotadas de personalidade jurídica de direito público

para explorarem atividade econômica.

126. (TÉCNICO JUDICIÁRIO – TRE/MS – CESPE/2013) Para a criação e

a extinção de empresa pública, exige-se a edição de lei específica, não

sendo necessário o registro de seus atos constitutivos na Junta

Comercial.

127. (TÉCNICO JUDICIÁRIO – TJ/RR – CESPE/2012) Embora possuam

capital exclusivamente público, as empresas públicas são pessoas

jurídicas a que se aplicam, preponderantemente, normas de direito

privado.

128. (AGENTE DE POLÍCIA FEDERAL – DPF – CESPE/2012) Existe a

possibilidade de participação de recursos particulares na formação do

capital social de empresa pública federal.

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129. (DEFENSOR PÚBLICO – DPE/AC - CESPE/2012) Admite-se

participação de capital privado na constituição de empresa pública.

130. (PROMOTOR DE JUSTIÇA – MPE/RR – CESPE/2012) A empresa

pública tem capital inteiramente público, razão por que dele não pode

participar sociedade de economia mista, cujo capital é parcialmente

privado.

131. (ANALISTA PROCESSUAL – MPE/PI – CESPE/2012) Como a

empresa pública pode ser organizada sob qualquer das formas

admitidas em direito, na esfera federal é admitida sua criação sob a

forma de empresa pública unipessoal, desde que esta contenha a

assembleia geral como o órgão pelo qual se manifeste a vontade do

Estado.

132. (JUIZ – TJ/BA – CESPE/2012) As empresas públicas adquirem

personalidade jurídica a partir da vigência da lei que as cria.

133. (DEFENSOR PÚBLICO – DPE/AC - CESPE/2012) A existência legal

de uma empresa pública inicia-se com a edição da lei que autoriza sua

criação.

134. (TÉCNICO ADMINISTRATIVO – ANCINE – CESPE/2012) As

empresas públicas apenas podem ser criadas sob a forma jurídica de

sociedade anônima.

135. (DEFENSOR PÚBLICO – DPE/AC - CESPE/2012) Uma ação de

reparação de danos materiais contra o Serviço Federal de

Processamento de Dados (SERPRO) deve tramitar em uma das varas

cíveis da justiça comum estadual.

136. (ANALISTA JUDICIÁRIO – JUDICIÁRIA – STM – CESPE/2011) Se,

em processo de indenização por danos materiais que tramite em uma

vara cível estadual, uma empresa pública federal passar a compor a lide

como assistente, o referido processo será deslocado para a justiça

federal.

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137. (AGENTE DE POLÍCIA FEDERAL – DPF – CESPE/2012)

O foro competente para o julgamento de ação de indenização por danos

materiais contra empresa pública federal é a justiça federal.

138. (DELEGADO DE POLÍCIA – PC/PB – CESPE/2009) Caso uma

empresa pública federal impetre mandado de segurança contra ato do

juiz de direito do estado da Paraíba, conforme entendimento do STJ,

caberá ao respectivo tribunal regional federal julgar o referido mandado

de segurança.

139. (JUIZ – TJ/PI – CESPE/2012) As empresas públicas, as autarquias

e as fundações instituídas e mantidas pelo poder público são

beneficiárias do princípio da imunidade tributária, no que se refere aos

impostos sobre a renda, o patrimônio e os serviços federais, estaduais e

municipais.

140. (TÉCNICO JUDICIÁRIO – TRE/MS – CESPE/2013) As sociedades

de economia mista não se sujeitam ao controle do Tribunal de Contas

da União, já que apenas parte de seu capital votante é público.

141. (JUIZ – TJ/PI – CESPE/2012) As sociedades de economia mista

podem revestir-se de qualquer forma admitida em direito, como, por

exemplo, a de sociedade unipessoal ou pluripessoal.

142. (TÉCNICO DE CONTROLE EXTERNO - TCU - CESPE/2012) Uma

sociedade de economia mista somente poderá ser constituída sob a

forma de sociedade anônima.

143. (DEFENSOR PÚBLICO – DPE/AC - CESPE/2012) A única forma

jurídica admitida para a composição de sociedade de economia mista é

a sociedade anônima.

144. (ANALISTA JUDICIÁRIO – TJ/AL – CESPE/2012) A sociedade de

economia mista é entidade dotada de personalidade jurídica de direito

público, instituída, mediante autorização por lei específica, para

desempenhar atividades de natureza empresarial e que podem se

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revestir de qualquer das formas em direito admitidas.

145. (PROMOTOR DE JUSTIÇA – MPE/RR – CESPE/2012) A sociedade

de economia mista somente pode explorar empreendimentos ou exercer

atividades de acordo com a previsão da lei que tenha autorizado a sua

constituição; caso se pretenda alterar os seus objetivos, será necessária

a edição de outra lei.

146. (ANALISTA PROCESSUAL – TJ/RR – CESPE/2012) Formada

mediante a conjugação de capitais público e privado, a sociedade de

economia mista é organizada sob a forma de sociedade anônima e

prescinde da participação do poder público na sua gestão.

147. (JUIZ – TJ/BA – CESPE/2012) Nas sociedades de economia mista,

o controle acionário e a gestão administrativa podem ser transferidos

pelo poder público aos sócios particulares, desde que haja acordo de

acionistas nos termos do estatuto da sociedade.

148. (TÉCNICO JUDICIÁRIO – TJ/AL – CESPE/2012) Considere que o

presidente da República tenha proposto ao Congresso Nacional a edição

de uma lei que autorizasse a criação de pessoa jurídica, de direito

privado, de capital público e privado, cujos atos constitutivos fossem

registrados após a referida lei. Nessa situação, o presidente estaria

autorizando a criação de uma sociedade de economia mista.

149. (JUIZ – TJ/BA – CESPE/2012) As causas em que figure como

parte sociedade de economia mista cuja sócia majoritária seja a União

deverão ser julgadas perante a justiça federal.

150. (TÉCNICO JUDICIÁRIO – TRE/ES – CESPE/2011) Considere que

João pretenda ingressar como empregado na PETROBRAS, sociedade de

economia mista, integrante da administração indireta da União. Nessa

situação, João não precisa ser previamente aprovado em concurso

público, visto que o regime jurídico dessa empresa é o celetista.

151. (ANALISTA JUDICIÁRIO – JUDICIÁRIA – TJ/AL – CESPE/2012) Por

não serem servidores públicos stricto sensu, os empregados de

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sociedades de economia mista não podem figurar como réus em

mandado de segurança.

152. (ANALISTA JUDICIÁRIO - TJ-AL – JUDICIÁRIA CESPE/2012)

Convênios, contratos e consórcios públicos são acordos de vontades e,

por isso, não possuem personalidade jurídica própria.

153. (ANALISTA JUDICIÁRIO – JUDICIÁRIA – STJ – CESPE/2012) Os

consórcios públicos, quando assumem personalidade jurídica de direito

público, constituem-se como associações públicas, passando, assim, a

integrar a administração indireta dos entes federativos consorciados.

154. (ADVOGADO DA UNIÃO – AGU – CESPE/2012) O consórcio público

com personalidade jurídica de direito público integra a administração

indireta dos entes da Federação consorciados.

155. (ANALISTA JUDICIÁRIO – JUDICIÁRIA - STJ – CESPE/2012) Os

consórcios públicos, quando assumem personalidade jurídica de direito

público, constituem-se como associações públicas, passando, assim, a

integrar a administração indireta dos entes federativos consorciados.

156. (OFICIAL DE INTELIGÊNCIA – DIREITO – ABIN – CESPE/2010) A

administração pública é caracterizada, do ponto de vista objetivo, pela

própria atividade administrativa exercida pelo Estado, por meio de seus

agentes e órgãos.

157. (ADVOGADO – ECT – CESPE/2011) Em sentido subjetivo, a

administração pública compreende o conjunto de órgãos e de pessoas

jurídicas ao qual a lei confere o exercício da função administrativa do

Estado.

158. (DELEGADO DE POLÍCIA – PC/ES – CESPE/2011) Em sentido

material ou objetivo, a administração pública compreende o conjunto de

órgãos e pessoas jurídicas encarregadas, por determinação legal, do

exercício da função administrativa do Estado.

159. (JUIZ – TJ/CE – CESPE/2012) A administração pública, sob o

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aspecto orgânico, ou subjetivo, designa a própria função administrativa,

que, exercida pelos órgãos e agentes estatais, incumbe,

predominantemente, ao Poder Executivo.

160. (TÉCNICO JUDICIÁRIO – TJ/RR – CESPE/2012) Administração

pública, em sentido objetivo ou material, consiste no conjunto de

órgãos, agentes e pessoas jurídicas instituídas para a consecução dos

objetivos do governo.

É isso aí, eis aí nossa primeira aula.

É o início de nossa caminhada para a aprovação no TJDF, vamos

que vamos, com garra e 100% dedicados, obteremos a vitória.

Chegou nossa hora.

Força e concentração.

Bons estudos e grande abraço.

Prof. Edson Marques

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GABARITO:

01 E 21 E 41 E 61 C 81 C 101 C 121 E 141 E

02 E 22 E 42 E 62 C 82 C 102 E 122 E 142 C

03 E 23 C 43 C 63 E 83 C 103 C 123 C 143 C

04 E 24 E 44 E 64 C 84 C 104 E 124 E 144 E

05 C 25 C 45 E 65 E 85 C 105 E 125 E 145 C

06 E 26 E 46 C 66 C 86 C 106 E 126 E 146 E

07 E 27 C 47 E 67 E 87 C 107 C 127 E 147 E

08 E 28 E 48 C 68 E 88 E 108 E 128 E 148 C

09 C 29 E 49 E 69 E 89 E 109 E 129 E 149 E

10 C 30 E 50 E 70 E 90 E 110 C 130 E 150 E

11 C 31 E 51 E 71 E 91 E 111 E 131 E 151 E

12 E 32 C 52 E 72 E 92 E 112 C 132 E 152 E

13 C 33 C 53 E 73 C 93 C 113 C 133 E 153 C

14 E 34 E 54 E 74 E 94 E 114 E 134 E 154 C

15 C 35 E 55 E 75 E 95 C 115 E 135 E 155 C

16 E 36 E 56 C 76 E 96 C 116 E 136 C 156 C

17 C 37 C 57 C 77 E 97 E 117 C 137 C 157 C

18 E 38 E 58 C 78 E 98 E 118 E 138 C 158 E

19 E 39 E 59 E 79 C 99 E 119 E 139 E 159 E

20 C 40 E 60 C 80 E 100 E 120 E 140 E 160 E