Período Fetal 9ª Semana de Desenvolvimento
ao Nascimento
Prof. Dr. Emerson Fioretto
Estimativa da Idade Fetal Mensurações cabeça-nádegas (CR)
Estimativa da Idade fetal
Estimativa do dia provável de parto (DPP)
2 e 3 trimestres
Mensuração do Diâmetro Parietal
Medida entre as saliências parietais.
Circunferência da cabeça
Determinante dos cuidados do parto
Tamanho fetal x abertura pélvica
Retardo de crescimento intra-uterino
Anomalias congênitas
Circunferência abdominal
Comprimento do fêmur
Período Fetal > Principais Eventos 9ª a 12ª Semanas
9ª Semana
Cabeça > ½ da estimativa CR
Face larga, olhos separados (ântero-lateral), orelha implantação baixa
Pernas curtas, coxas pequenas
10ª Semana
Alças intestinais > próximas ao cordão umbilical
11ª Semana
Alças intestinais no abdome
12ª Semana
Corpo > cresce rapidamente, CR é o dobro
Membro superior > quase comprimento total
Membro inferior > ainda mais curtos
Período Fetal > Principais Eventos 13ª a 17ª Semanas > crescimento rápido
14ª Semana
Movimentos coordenado ainda imperceptíveis para a mãe
16ª Semana
Cabeça relativamente pequena
Membros inferiores mais compridos
Ossos visíveis ao US
Padrão capilar do couro cabeludo
Olhos anteriores
Mulher
Ovário > folículo primordiais > ovogônias
Período Fetal > Principais Eventos 17ª a 20ª Semanas > crescimento mais lento; CR: 50 mm
Movimentos fetais perceptíveis
Verniz caseoso
Cobertura da pele do feto
Material gorduroso (glds. sebáceas) + cel. mortas da epiderme
Função: Proteção > abrasões, rachaduras e endurecimento
Lanugo
Penugem delicada, auxilia a fixação do verniz caseoso
Produção da gordura parda
Função: produção de calor para o recém nascido
Mulher
Formação do útero e canalização da vagina
Formação dos folículos primordiais
Homem
Testículo intra-cavitário
Período Fetal > Principais Eventos 21ª a 24ª Semanas > ganho de peso
21ª Semana
Movimentos rápidos dos olhos
22ª a 23ª Semanas
Resposta a piscar
24ª Semana
Desenvolvimento das unhas das mãos
Início da secreção do surfactante pulmonar
Sistema Respiratório IMATURO
Risco alto de morte do bebê prematuro
Período Fetal > Principais Eventos 26ª a 29ª Semanas
Aumento do índice de sobrevivência do prematuro
(não sobrevivência quando pesos inferiores a 2.500g)
Sistema Respiratório ainda prematuro
Pulmões capazes de realizarem trocas gasosas
Sistema Nervoso Central maduro
Controle da temperatura corpórea
Controle de movimentos respiratórios rítmicos
Lanugo e cabelos bem desenvolvidos
Desenvolvimento das unhas dos pés
Gordura subcutânea presente
Eritropoese
Baço > parada da produção
Medula óssea > produção exclusiva
Período Fetal > Principais Eventos 30ª a 34ª Semanas
Alto índice de sobrevivência de prematuros
Desenvolvimento do reflexo pupilar
Pele > rosada e lisa
Membros bem desenvolvidos e robustos
Período Fetal > Principais Eventos 35ª a 38ª Semanas
Sistema nervoso
Capacidade de responder as funções integrativas
Período de “acabamento”
Circunferência de Cabeça e Abdome semelhantes
Tórax saliente
Crescimento mais lento
Peso médio: 3.400g, CR: 360mm, Média de ganho de peso: 14 g
Homens
Testículos no escroto
Ambos os sexos
Desenvolvimento de mamas (leve protrusão)
Data Provável de Parto Com relação a fecundação
266 dias; 38 semanas
Com relação a última menstruação normal (UPMN)
280 dias; 40 semanas
Cálculo
Determinação do primeiro dia da UPMN
Retrocedimento da data em 3 meses
A partir desta data, soma-se 1 ano e 7 dias
De modo geral, bebês nascem 1 a 2 semanas depois da DPP
Crescimento Fetal Fatores
Nutrição materna
Nutrientes, gases, glicose, aminoácidos
Retardo do crescimento intra-uterino
Tabagismo > Geralmente fetos com 200g abaixo do normal
Alcoolismo > Síndrome do alcoolismo fetal
Drogas
Má nutrição e Maus hábitos alimentares
Gravidez múltipla > Limite da capacidade placentária em disponibilizar nutrientes
Fluxo Sanguíneo Utero-Placentário Deficiente
Vasos coriônicos pequenos, hipotensão grave, doença renal
Fatores genéticos
Recessividade genética
Aberrações numéricas e estruturais cromossômicas
Perinatologia Estudo do bem estar fetal e do recém-nascido
26ª Semana de desenvolvimento a 4ª Semana pós parto
Exames
Ultrassom
tamanho e anormalidades placenta/feto; tipo de gravidez (única ou múltipla);
Amniocentese Diagnóstica
Coleta de líquido amniótico e Análise química
Cultura Celular
Determinação do sexo e Investigação de aberrações cromossômicas
Sangue > Investigação de aberrações cromossômicas
Tomografia e Ressonância Magnética
Avaliação de procedimentos cirúrgicos corretivos
Monitoramento fetal > Oxigenação fetal, freq e ritmo cardíaco
Avaliação da angústia fetal
Perinatologia Dosagem de alfafetoproteína
Glicoproteína sintetizada pelo fígado e saco vitelino
Presente em fetos com defeitos abertos do tubo neural
Espinha bífida com mielosquise
Pode ser dosada tanto no liquido amniótico quanto no soro materno
Amostragem de vilosidade coriônica
Distúrbios ligados ao cromossomo X
Exame disponível após a 7ª semana de fecundação
Risco de perda fetal 1%
Pouco maior que a Amniocentese
Permite diagnóstico precoce
Placenta e Membranas Fetais
Prof. Dr. Emerson Fioretto
Placenta Definição:
É um órgão materno-fetal constituído por dois componentes
Porção fetal: relacionada ao saco coriônico
Porção materna: relacionada ao endométrio
Função
Sistema de transporte de substância entre a mãe e o feto
Mãe-feto: nutrientes e oxigênio
Feto-mãe: excretas e óxido de carbono
Proteção
Nutrição
Respiração
Excreção
Produção de hormônios
Decídua Porções do endométrio que se separam após o parto
Decídua Basal
Porção abaixo do concepto; Componente materno da placenta
Decídua Capsular
Porção superficial que recobre o concepto
Decídua Parietal
Toda a porção restante
Células deciduais
Células do tecido conjuntivo
Aumentam de tamanho em resposta a progesterona
Acúmulo de glicogênio e lipídios
Reação decidual
Processo no qual a decÍdua sofre mudanças celulares e vasculares
Desenvolvimento da Placenta Inicial
Rápido desenvolvimento do trofoblasto, saco coriônico e vilosidades coriônicas
3ª Semana
Arranjo anatômico constituído
4ª Semana
Formação completa da rede vascular
Até 8ª Semana
Vilosidades coriônicas recobrem todo o saco coriônico
Córion liso > vilosidades coriônicas da decídua capsular diminuem devido ao aumento saco coriônico
Cório viloso > vilosidades coriônicas da decídua basal aumentam para compensar a perda das vilosidades da decídua capsular
Junção Materno-fetal Capa citotrofoblástica
Face de união entre córion viloso e a decídua basal
Formada por células citotrofoblásticas
Vilosidade Coriônica (porção fetal)
Projeção do córion fetal a partir da placa coriônica
Invade decídua basal (porção materna)
Formação dos septos da placenta que se projetam em direção à placa coriônica (dedos de luvas)
Conjunto de vilosidades = Coltilédone
Junção Materno-fetal Decíduas
Decídua capsular
Cresce sobreposta ao saco coriônico
Crescimento fetal
Provoca o adelgaçamento e fusão com a decídua parietal
Espaço Interviloso
Originado da fusão das lacunas no sinciciotrofoblasto
Parcialmente limitado pelo septo da placenta
Artérias espiraladas da decídua basal e das veias endometriais
Superfície de troca
Membrana placentária
Membrana Âmniocoriônica Fusão entre Âmnio e Cório liso
Devido ao crescimento mais rápido do âmnio que o córion Contínuo crescimento
Fusão com a Decídua parietal
Âmnio > reveste o cordão umbilical
No interior: líquido amniótico
É a “bolsa” que estoura durante o parto
Líquido Amniótico Início: provem do fluido tecidual materno da decídua parietal
Desenvolvimento:
cels. aminióticas: produção de pequena quantidade
Placa coriônica: difusão do líquido presente no espaço interviloso
Pele: antes da queratinização libera fluído tissular no líquido amniótico
Intestino e pulmões: liberação de fluído tissular
Urina fetal
É absorvido pelo feto
Deglutição, absorção, excreção renal > urina > saco âminiótico
Calcula-se que 400ml/dia são deglutidos pelo feto
Líquido Amniótico Troca de fluído a cada 3 horas Passagem através da membrana amniocoriônica para o fluído tecidual
materno seguindo ao capilar uterino
Troca de fluído com o feto Através do cordão umbilical
Quantidade de líquido x malformações Oligoidrâmnio (< 500ml) Causa: insuficiência placentária; agenesia renal bilateral, uropatia obstrutiva
Consequência: hipoplasia pulmonar; defeitos faciais, defeitos nos membros
Polidrâmnio (> 2000ml ) Causa: idiopática
Consequência: mero ou anencefalia, incapacidade de deglutição (atresia de esôfago ou de duodeno)
Aminiocentese Permite avaliar: Sistemas enzimáticos fetais
Aminoácidos, hormônios....
Líquido Amniótico Importância:
Crescimento externo simétrico do embrião /do feto
Barreira contra infecções
Permite desenvolvimento pulmonar
Impede a aderência do âmnio ao embrião/feto
Proteção mecânica
Controle de temperatura do embrião
Desenvolvimento muscular
Manutenção da homeostasia dos fluídos e eletrólitos
Circulação Placentária Fetal Sistema arteriocapilar venoso
Fluxo
Artérias umbilicais > Art. coriônicas > Veias coriônicas > Veia Umbilical
Artérias > carregam sangue pobre e pouco oxigenado do feto para o espaço interviloso.
Veias > carregam sangue rico e oxigenado do espaço interviloso para o feto
OBSERVAÇÃO:
Os vasos fetais não se abrem nos espaços intervilosos
As trocas são feitas transmembrana
Circulação Placentária Materna Artérias espiraladas
Abrem-se nos espaços intervilosos
Jorram sangue com pressão no espaço
Cerca de 150ml com 3 a 4 trocas por minuto
Troca de nutrientes/oxigênio > via trans-membrana, pois no espaço interviloso o sangue está a baixa pressão
Fluxo retorna pelas veias endometriais
Transporte pela Membrana Gases
Nutrientes > água; glicose; aminoácidos; vitaminas
Anticorpos > IgG (imunoglobulina G)
> contra difteria; varíola e sarampo
Excretas > fetais: uréia e ácido úrico
Drogas > anestésicos, medicamentos, ilícitas, álcool
Agentes > infecciosos: citomegalovirus, varíola
poliomielite, sarampo
rubéola > alteração congênita
> microorganismo: Toxoplasma gondii
Treponema pallidum
(danos aos olhos e cérebro)
Parto Fatores hormonais
Feto
Horm. liberador de corticotrofina: Produzido no hipotálamo e,
age sobre a hipófise que libera:
Horm. Adrenocorticotrofina: age sobre a córtex da adrenal
liberando:
Cortisol: age sobre a síntese de estrogênios
Mãe
Horm. Estrogênios: aumentam a contratilidade do
miométrio (músculo liso) que
sensibiliza as células para:
Hormônio Ocitocina: aumenta a contratilidade do
miométrio pela liberação de
prostaglandinas
Estágios do Parto Dilatação
Início: Dilatação Progressiva do cólo
Término: Dilatação total do cérvix
Sinais clínicos
Contrações dolorosas regulares < 10 minutos
Duração: 12 h (primíparas – mulheres ao 1º parto)
07h (multíparas – mulheres que já pariram)
Estágios do Parto Expulsão
Início: Dilatação total do cérvix
Término: Saída do feto > passa a ser chamado de neonato
Mecânica:
Feto desce pelo colo e escorrega pela vagina
Duração: 50 minutos (primíparas); 20 minutos (multíparas)
Estágios do Parto Estágio de Placenta
Início: após o nascimento
Término: expulsão da placenta
Mecânica:
Formação de hematoma entre a placenta e o útero
Expulsão da placenta e anexos fetais
Duração: 15 minutos
Pouco sangramento decorrente da contratilidade do miométrio que diminui a luz das artérias espiraladas
Retenção placentária: quando não expelida em até 60 minutos
Sangramento pós parto moderado a intenso
Avaliação macro e microscópica
Informações sobre disfunção, retardo de crescimento intrauterino, sofrimento fetal, morte fetal e doença neonatal
Retenção de cotilédone leva a hemorragia uterina grave
Cordão umbilical 1 a 2 cm de diâmetro x 30 a 90 cm de comprimento
2 artérias, 1 veia, tecido conjuntivo mucóide (geléia de Wharton)
Devido ao comprimento pode-se observar:
Falsos-nós
Nós-verdadeiros: 1%
Anorexia fetal > morte fetal
Saco Vitelino ou Vesícula Umbilical Não há acúmulo de vitelo
Importância:
Transferência de nutrientes nas 2ª e 3ª semanas
Passagem para o sangue produzido no mesoderma extraembrionário que o recobre da 3ª a 6ª semana
Formação do intestino primitivo
Origina: epitélio da traquéia, brônquios, pulmões, trato digestivo
Formação das células germinativas primordiais
Migram para as glândulas sexuais em desenvolvimento
Alantóide Afuncional em humanos
Outras espécies: armazenamento de excretas
Origem: saliência do saco vitelino próximo ao cordão umbilical durante a formação do intestino primitivo
Importância
Estrutura altamente vascularizada
Contribui com a formação do sangue
Formação da veia e artérias umbilicais
Estabelece ligação o cordão umbilical e a bexiga urinária
Formação do úraco
Ligamento umbilical mediano (após o nascimento)
Ápice da bexiga ao umbigo
Gestações Múltiplas Quanto maior o número de fetos > Maior incidência de
anormalidades cromossômicas e morbidade fetal
Gêmeos
Fraternos ou Dizigóticos
Originados de 2 zigotos
2/3 dos gêmeos; incidência aumenta com a idade materna
Monozigóticos
Originados a partir de um zigoto
Gêmeos Dizigóticos 2 âmnios, 2 córions, 1 placenta
fusão coriônica e placentária
Características
Irmãos geneticamente diferentes
Sexo diferentes
Dicoriônica Diaminiótica
Monocoriônica Diaminiótica
Gêmeos Monozigóticos Ocorrência
Estágio de blastocisto, final da 1ª semana
Embrioblasto divide-se em 2
Placenta gêmea monocoriônica-diamniótica
2 âmnios, 1 córion, 1 placenta
Placenta gêmea monocoriônica-monoaminiótica
Índice de mortalidade fetal 50%
Devido ao emaranhado do cordão umbilical
Não circulação em 1 ou ambos
Divisão em Estágio de 2 a 8 células (incidência rara)
Similar a gêmeos dizigóticos quanto a formação da placenta e anexos
2 âmnios, 2 córions, 2 placentas
Monocoriônica Diaminiótica
Outros nascimentos múltiplos Trigêmeos
Origem
Comum: um zigoto > idênticos
2 zigotos: 2 idênticos + 1 não semelhante
3 zigotos: 3 não semelhantes
Ocorrência semelhante em quádruplos, quíntuplos, sêxtuplos, sétuplos...