O Discurso do
Desejo:
A interpretação
dos sonhos
Escrito no final da década de 1890, foi publicado em
1900, por exigência de Freud que queria esta obra
datada com o novo século.
Entre a elaboração do Projeto e a Interpretação dos
sonhos, Freud descobre o Complexo de Édipo
“Um homem como eu não pode viver sem um cavalo de batalha, sem uma paixão
devoradora, sem um tirano. Encontrei um. A serviço dele não conheço limites.
Trata-se da psicologia, que foi sempre minha meta distante a acenar-me,
e que agora, desde que deparei com o problema das neuroses, aproximou-
se muito mais. Estou atormentado por dois objetivos: examinar que
forma irá assumir a teoria do funcionamento mental, se introduzirmos considerações
quantitativas, uma espécie de economia das forças nervosas, e,
em segundo lugar, extrair da psicopatologia um lucro para a psicologia normal.”
(25.05.1895)
MASSON, J.A. Correspondência completa de Sigmund Freud para Wilhelm Fliess
1887-1904, Rio, Imago Editora Ltda, 1986, p.130.
A interpretação dos sonhos “é a via real
que leva ao conhecimento das
atividades inconscientes da mente”; é
também o melhor caminho para o
estudo das neuroses;
Uma pessoa sadia é virtualmente um
neurótico, só que os únicos sintomas
que ela consegue produzir são os seu
sonhos.
Duas afirmações de Freud
• Os sonhos não são absurdos, mas
possuem um sentido;
• Os sonhos são realizações de desejos
• CONCLUSÃO: Como fenômeno psíquico,
os sonhos são produções e comunicações
da pessoa que sonha. E a interpretação
psicanalítica não é do sonho e sim do
relato. (Por que?)
Porque Freud parte do pressuposto
que a pessoa que sonha sabe o
significado do seu sonho, apenas
não sabe que sabe , e isso ocorre
porque a censura a impede de saber.
Neste momento a Psicanálise se articula com a linguagem e rompe definitivamente com o referencia neurológico do Projeto.
Afirmação 1: os sonhos
possuem um sentido • Os sonhos possuem sentido
• É possível um método científico de
interpretá-lo
• O sentido não é imediatamente acessível
Nem ao sonhador, nem ao intérprete: sonho
como forma disfarçada de realização de
desejos e, por isso, incide sobre ele uma
censura, cujo efeito é a deformação onírica,
para proteger o sujeito do caráter
ameaçador dos seus desejos.
Dois registros do sonho
• Conteúdos manifestos do sonho
• Pensamentos oníricos latentes.
Encontrar o sentido do sonho é percorrer o
caminho que nos leva do conteúdo
manifesto aos pensamentos latentes,
através do procedimento da interpretação.
A interpretação é realizada ao nível da
linguagem, e não ao nível das imagens oníricas
recordadas.
Por isso, o sentido dos sonhos se prendem aos
vários elementos oníricos que funcionam como
significantes.
Esclarece Mannoni: o Icc comumente aparece
como aquilo de que se fala, quando, na
realidade, ele fala à sua maneira, com uma
sintaxe particular.
Lacan: O Icc é estruturado como uma linguagem.
(Ler p. 65 último parágrafo)
• A função da psicanálise é fazer aparecer o
a verdade do desejo.
• QUAL É ESSE DESEJO? É sempre o
desejo da nossa infância, com toda a
carga de interdições a que é submetida.
• E o sentido que se apreende ( através da
linguagem que é o lugar do ocultamento)
oculta um outro sentido mais importante.
• O modo do desejo aparecer, de transpor a
barreira imposta constantemente pela
censura, é sempre de forma distorcida
através do sonho manifesto.
Mecanismos de transformação dos
pensamentos latentes em conteúdos
manifestos: ELABORAÇÃO ONÍRICA E
INTERPRETAÇÃO
• ELABORAÇÃO ONÍRICA – trabalho de
distorção
• INTERPRETAÇÃO – oposto simétrico
da elaboração onírica
• As partes omitidas do sonho ou
aquelas que aparecem de forma
estranhamente confusa são indícios da
ação da censura.
Quatro mecanismos
fundamentais do trabalho do
sonho
• Condensação
• Deslocamento
• Figuração
• Elaboração segundária
CONDENSAÇÃO E
DESLOCAMENTO
FIGURAÇÃO E
ELABORAÇÃO SECUNDÁRIA