Avaliação da Incorporação de
Tecnologia em Saúde
Denizar Vianna
Professor AdjuntoDepartamento de Medicina Interna
Universidade do Estado do Rio de Janeiro
• Mudanças demográficas (envelhecimento)
•Transição epidemiológica
• Incorporação de novas tecnologias
• Variabilidade na prática médica
Tendências Econômicas Pressionam os Custos com Saúde
DEMANDA POR CUIDADOS DE SAÚDE
RECURSOS DISPONÍVEIS
• Restrição orçamentária
Kobelt G. Health Economics: an introduction to economic evaluation. London: OHE, 2002
Conceitos e Contexto da Incorporação
de Tecnologia em Saúde no Brasil
CONCEITO DE TECNOLOGIA EM SAÚDE
São os procedimentos, fármacos,
devices, equipamentos, serviços e
sistemas de cuidados orientados para
prevenção, tratamento e reabilitação
em saúde.
CONCEITO DE AVALIAÇÃO DE TECNOLOGIA EM SAÚDE
Área do conhecimento inter-disciplinar que
estuda as implicações médicas, econômicas,
sociais e éticas para desenvolvimento,
difusão e uso de tecnologia em saúde.
Composição % da Receita2002 - 2004
Outras Receitas Operacionais: Receitas não classificadas nos itens anteriores.
Outras Receitas de Serviços: Alugueis, Estacionamento, Restaurante, etc.2002 2003 2004
Possíveis 29 29 33Respondidos 26 27 27
23% 19% 20%
11%10% 10%
32% 40% 43%
5%5%
4%15%
16% 13%
11% 7% 7%
3%3%3%
0%
10%
20%
30%
40%
50%
60%
70%
80%
90%
100%
ANO 2002 ANO 2003 ANO 2004
Outras Receitas deServiços
Outras ReceitasOperacionais
SADT
Gases Medicinais
Material e Medicamento
Taxas
Diárias
Período Diárias TaxasMaterial e
MedicamentoGases
MedicinaisSADT
Outras Receitas Operacionais
Outras Receitas de Serviços
Total
ANO 2002 488.175.823,62 231.694.440,34 672.835.186,13 98.662.385,57 314.275.873,03 229.302.818,27 62.998.387,90 2.097.944.914,86ANO 2003 570.646.343,58 309.338.106,95 1.205.693.124,01 142.321.138,62 464.011.494,20 211.917.791,56 77.471.253,82 2.981.399.252,74ANO 2004 682.820.584,98 363.268.553,35 1.488.883.278,16 152.056.362,14 433.640.406,69 253.700.226,33 93.258.891,01 3.467.628.302,66
Composição % da Despesa2002 - 2004
Outros insumos : Material de escritório, Limpeza, etc.Utilidades : Água, luz, telefoneOutras Despesas Operacionais : Alugueis, honorários, etc.
2002 2003 2004Possíveis 29 29 33
Respondidos 26 27 27
3% 4% 3%
9% 8% 10%
5% 5% 4%
38% 36% 35%
27% 30% 29%
4%3% 4%
2% 2% 2%4% 3% 3%
8% 8% 8%
1%1%1%
0%
10%
20%
30%
40%
50%
60%
70%
80%
90%
100%
ANO 2002 ANO 2003 ANO 2004
Gases Medicinais
Outras DespesasOperacionais
Utilidades
Manutenção e Assist.Técnica
Outros Insumos
Material e Medicamento
Folha de Pagamento
Depreciação
Contratos Técnicos eOperacionais
Contratos Apoio e Logística
Kropf AJ. 2º Seminário Nacional sobre o Complexo Industrial da Saúde. BNDES, 2001.
Incorporação Tecnológica:Hemodinâmicas no Rio de Janeiro
Incorporação Tecnológica:Hemodinâmicas no Rio de Janeiro
Fonte: SBHCI - Sociedade Brasileira de Hemodinamica e Cardiologia Intervencionista, 2003
10 10 911 11 12 12 12 12 13
18 19
11 11 1214
1719
21 2224
28
20 21 2022 23
26
2931
3335
42
47
0
5
10
15
20
25
30
35
40
45
50
1992 1993 1994 1995 1996 1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003
Públicas
Privadas
TOTAL
Experiências em outros países com
Avaliação de Tecnologia em Saúde
(ATS)
Agências para Avaliação de Tecnologia em Saúde
ATS obrigatória
ATS voluntáriaATS desejável
PBAC
NICE
AMCP
CCOHTA
ETAPAS DO PROCESSO DE AVALIAÇÃO DE TECNOLOGIAS
SAÚDE
ETAPAS DO PROCESSO DE AVALIAÇÃO DE TECNOLOGIAS
SAÚDE 1. Identificação e priorização das tecnologias que
necessitam de avaliação;
2. Busca, revisão, síntese e/ou produção de evidência científica;
3. Análise do contexto;
4. Revisão interna e externa do documento;
5. Recomendações para tomada de decisão;
6. Disseminação;
7. Análise de impacto.
SISTEMA DE SAÚDE REINO UNIDO
Cobertura integral para todos os cidadãos.
Acesso gratuito com algumas taxas moderadoras.
Financiamento através de impostos e tributos.
Sistema alicerçado no cuidado primário.
GP - porta de entrada e controle do acesso ao
sistema.
PROCESSO DECISÓRIO REINO UNIDO
1.Governo e Agências definem objetivos, valores, infra-
estrutura, orçamentos, padrões de cuidados.
2. Autoridades estratégicas de saúde decidem localização,
custo, volume e parâmetros do cuidado a população.
3. Hospitais e provedores de saúde decidem como oferecer
o volume e a qualidade dos serviços.
4. GP e outros médicos decidem quais pacientes obterão
tratamento.
NICE
Função do NICE•Orientar o NHS baseado em:
•Efetividade clínica•Custo-efetividade•Impacto no orçamento do NHS
NICE
Organização do NICE• Autoridade especial de saúde
• Lançada em Abril 1999
• Inglaterra e País de Gales
• Organização compacta (30/35 staff)
• Organização virtual que trabalha com redes existentes em colaboração
NICE
• Pacientes e Organizações de pacientes
• Royal Colleges
• Associações profissionais/Sociedades
• Indústria
Conselho de Participantes
Composição
NICE
Avaliação Tecnológica• medicamentos• devices
• diagnóstico
• procedimentos
• promoção de saúde
Ribavirin and Interferon for Hepatitis C
NICE has provided clear guidance recommending that NHS specialists should use this combination of drugs to treatthe people over the age of 18 years with moderate to severe hepatitis C.
Implementing this guidance will cost the NHS around £18 million per year.
www.nice.org.uk
www.nice.org.uk
Canadian Coordinating Office Canadien de
Office for Health Coordination de L`Evaluation
Technology Assessment Des Technologies de la Santé
Canadian Coordinating Office Canadien de
Office for Health Coordination de L`Evaluation
Technology Assessment Des Technologies de la Santé
SISTEMA DE SAÚDE CANADÁ
Canadá possui 10 províncias e 3 territórios.
Províncias e territórios são responsáveis pela
prestação de cuidados de saúde.
Os custos são financiados pelas taxas e tributos
coletados pelas províncias, territórios e governo
federal.
SISTEMA DE SAÚDE CANADÁ
Medicamentos, equipamentos e material médico
são licenciados pelo departamento de saúde
federal.
Decisões sobre quais medicamentos,
equipamentos e materiais médicos são adquiridos
ocorrem no nível provincial e territorial.
Canadian Coordinating Office for Health Technology Assessment
Estabelecida em 1989 para atuação nas esferas
federal, provincial e territorial.
Sua atuação caracteriza-se na troca de
informações, agregação de recursos e
coordenação da avaliação de tecnologia em saúde.
Canadian Coordinating Office for Health Technology Assessment
Missão da CCOHTA:
“Encorajar o uso apropriado de tecnologias em
saúde, influenciando tomadores de decisão através
da coleta, análise, criação e disseminação de
informação sobre efetividade, custo da tecnologia
e seu impacto na saúde”.
Canadian Coordinating Office for Health Technology Assessment
Governado pelo Conselho de Diretores (indicado
pelos representantes das províncias e territórios).
Utiliza painel de experts e revisores externos em
todas as avaliações de tecnologia.
Possui ampla rede de consultores e conselheiros,
tanto geográfica quanto funcionalmente.
CRITÉRIOS DEFINIDOS PARA SELEÇÃO DA TECNOLOGIA
1. Existe informação de qualidade disponível para conduzir
uma avaliação ?
2. Esta recomendação atende ao escopo das
recomendações da CCOHTA ?
3. A CCOHTA possui os recursos necessários para
implementar o projeto ?
4. A tecnologia é provável de possuir impacto na qualidade
do cuidado do paciente ou no sistema de saúde ?
CRITÉRIOS DEFINIDOS PARA SELEÇÃO DA TECNOLOGIA
5. A tecnologia possui potencial impacto para o tomador de
decisão (incluindo a prática clínica e política de saúde) ?
6. Existe variação nos padrões de prática médica ?
7. Existe considerações sobre super ou sub utilização da
tecnologia ?
8. Existe um “padrão-ouro” para a tecnologia em questão ?
9. Esta tecnologia pode ser substituída por outra ?
Avaliação da Incorporação TecnológicaRelatório final
Avaliação da Incorporação TecnológicaRelatório final
Incorporação de stent farmacológico no Sistema de Saúde Brasileiro
Angioplastia Coronária (ATC) vsCirurgia de Revascularização Miocárdica (RM)
SUS 1992 a 2003
Nº
de P
roced
imen
tos (
AIH
s)
0
5.000
10.000
15.000
20.000
25.000
30.000
35.000
1.992 1.993 1.994 1.995 1.996 1.997 1.998 1.999 2.000 2.001 2.002 2.003
Ano
Total AIH RM
Total AIH ATC
Fonte: DATA SUS
Início dereembolso dos stents
7.886
9.77610.622 10.522 10.281 10.811
11.796
14.001
18.918
23.422
26.909
30.666
0
5.000
10.000
15.000
20.000
25.000
30.000
35.000
1.992 1.993 1.994 1.995 1.996 1.997 1.998 1.999 2.000 2.001 2.002 2.003
ATC: 1992-2003N
º d
e A
TC
(A
IHs)
Fonte: DATA SUS
Gasto Com ATC/Ano (Milhões de Reais)
27.523.504 27.506.616 29.848.244
37.630.082
50.483.138
74.188.350
98.454.701
115.209.868
153.021.703
0
20.000.000
40.000.000
60.000.000
80.000.000
100.000.000
120.000.000
140.000.000
160.000.000
180.000.000
1.995 1.996 1.997 1.998 1.999 2.000 2.001 2.002 2.003
Mil
hõ
es d
e R
eais
Fonte: DATA SUS
2,04
1,62
2,072,17 2,24
2,34 2,262,41
2,29 2,242,14 2,09
0
0,5
1
1,5
2
2,5
3
1992 1993 1994 1995 1996 1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003
Mortalidade de Angioplastia Coronária (1992-2003)M
ort
alid
ad
e (
%)
Fonte: DATA SUS
Mortalidade de RM Com CEC (1992-2003)
8,47,9
6,9
7,6 7,5 7,7
6,4 6,57,0 7,2 7,1 6,9
0
1
2
3
4
5
6
7
8
9
1.992 1.993 1.994 1.995 1.996 1.997 1.998 1.999 2.000 2.001 2.002 2.003
Mort
alid
ad
e (
%)
Fonte: DATA SUS
Evolução do Uso de Stents no MundoEvolução do Uso de Stents no Mundo
Ever D Grech. BMJ 326:1080-82,2003
Estudo de caso:
Incorporação de stent farmacológico
1a etapa:
Revisão sistemática da literatura sobre eficácia / efetividade do stent farmacológico versus stent convencional
Estudo de caso:
Incorporação de stent farmacológico
2a etapa:
Análise de custo-efetividade do stent farmacológico versus stent convencional realizada no cenário brasileiro
Estudo de caso:
Incorporação de stent farmacológico
3a etapa:
Análise de impacto no orçamento do SUS com a incorporação do stent farmacológico
Premissas Cenário 1 Cenário 2 Cenário 3
Pacientes tratados (AC) com stent farmacológico
9199 12266 15333
Conversão do stent convencional p/ farmacológico
30% 40% 50%
Stents por paciente por procedimento 1,3 1,5 1,7
% de reintervenções por reestenose no stent convencional
15% 17% 20%
% de reintervenções por reestenose no stent farmacológico
4% 4% 4%
Preço do stent farmacológico (R$) 5.166,00 5.166,00 5.166,00
Preço do stent convencional (R$) 2.580,00 2.580,00 2.580,00
Parâmetros do modelo ano 2003 Cenário 1 Cenário 2 Cenário 3
Pacientes tratados (AC) = stent farmacológico + convencional
30666 30666 30666
Despesa total do procedimento inicial (R$)
176 milhões
184 milhões
192 milhões
Total de reintervenções por reestenose (90% AC + 10% RCM)
4660 3250 2913
Despesa total com reintervenções (90% AC + 10% RCM)
23 milhões
16 milhões
14 milhões
Despesa total do clopidogrel (R$)
farmacológico (6 meses) convencional (1º mês)
13 milhões
16 milhões
18 milhões
Impacto no orçamento em 1 ano (%) 12,8% 20,1% 24,4%
Despesa incremental no 1º ano (R$) 24 milhões
36 milhões
44 milhões
“A lot of things are technologically possible, but only the economically feasible products will become reality”.
Noyce R. Ch. 11. Project strategy. In: Matheson D et al. The smart organisation: creating value through strategic R&D. Boston (MA): Harvard Business School Press, 1998:221