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Avaliação radiográfica da qualidade de obturações endodônticas

AVALIAÇÃO RADIOGRÁFICA DA QUALIDADE DE OBTURAÇÕES ENDODÔNTICAS

RADIOGRAPHIC EVALUATION OF ENDODONTIC FILLINGS

Eder Tartarotti a

Deisi Juliane Dolvitchb

Serguei Lisandro Nascimento Comassettoc

Elias Pandonor Motcy de Oliveirad

Charles da Cunha Pereirae

Patrícia Maria Poli Kopperf

Helena Fetter Filippinig

Resumo

O presente estudo teve por objetivo avaliar radiograficamente a presença ou ausência de falhas nas obturações endodônticas

realizadas por alunos de graduação na fase pré-clínica onde foi utilizada a técnica da condensação lateral. Foram selecionados 120

dentes humanos, os quais foram endodonticamente tratados por alunos. Os dentes foram removidos do manequim e radiografados em

duas incidências, sendo uma incidência vestíbulo-palatina e outra próximo-proximal. As radiografias foram observadas por um

especialista em endodontia, docente. Foi considerada falha qualquer radiolucidez presente no interior do canal radicular. Os dados

coletados foram submetidos à análise estatística através do teste Qui-quadrado. Observou-se um grande porcentual de radiografias

com falha na obturação quando realizada a incidência vestíbulo-palatina, 72,5% e apenas 27,5% não apresentaram falhas. Um

percentual ainda maior de falhas, 90%, foi encontrado quando realizada a incidência próximo-proximal.

Palavras-chave: Obturação endodôntica; Qualidade em endodontia; Qualidade da obturação do canal radicular; Qualidade radiográfica;

Sucesso / insucesso em endodontia

Abstract

The aim of this study was to evaluate radiografically the quality of the endodontic fillings made by college students on

thepreclinical phase using the techinics of lateral condensation. For that, 120 anterior superior teeth were selected, and the access

preparation, chemomechanical preparation and the endodontic filling were executed by the students. The teeth were removed from the

mannequin and were radiographed in two incidences, one was vestibulolingual incidence, and another one was proximo-proximal

incidence, with the purpose of comparing the results of two images of the same tooth. The radiographs images were read by one

endodontist and staff teacher. Was considered failure any radiolucency in the endodontic fillings or between it and the canal root wall.

The results of the radiographic analisys were submitted to statistical analysis using the square test, with statistical significancy of 5%. A

large percentage of radiographs showed failure in the obturation when the vestibulolingual incidence was taken, 72,5% and only 27,5%

without failure. A largest percentage of failure, 90% was showen when the proximoproximal incidence was taken..

Key words: root canal obturation, endodontic failures.

a Mestre em Endodontia, Professor de Endodontia da ULBRA Campus Cachoeira do Sul – RS.

b Cirurgiã-dentista.

c Cirurgião-dentista.

d Doutor em Endodontia e Professor da ULBRA Campus Canoas – RS.

e Mestre em Endodontia, Professor de Endodontia da ULBRA Campus Cachoeira do Sul – RS.

f Mestre em Endodontia, Professora de Endodontia da ULBRA Campus Cachoeira do Sul – RS.

g Mestre em Endodontia, Professora de Endodontia da ULBRA Campus Cachoeira do Sul – RS.

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INTRODUÇÃO

O sucesso da terapia endodôntica depende de vários

fatores, entre eles, a obturação do canal radicular, a mais

perfeita e hermética possível.

De acordo com Bilginer3 e colaboradores e,

Yoshikawa16 e colaboradores, a completa obturação do canal

radicular com material de preenchimento inerte e a criação de

um selamento apical hermético, são alguns dos objetivos de

um tratamento endodôntico.

Segundo Beer1 e colaboradores, pastas e cimentos

utilizados durante a obturação podem causar irritação aos

tecidos e por isso a quantidade de guta-percha,

biologicamente inerte, deveria constituir mais de 90% do

volume da obturação. Para isso realizaram um estudo para

avaliar a quantidade da guta-percha em relação à quantidade

de cimento obturador, em duas técnicas de obturação

radicular; condensação lateral e condensação termomecânica.

Vinte dentes foram obturados pela técnica da condensação

lateral e vinte pela condensação termomecânica. Realizaram

radiografias no sentido vestíbulo-lingual e os dentes foram

seccionados e analisados em estereoscópio com aumento de

90X. A quantidade de guta-percha na técnica de condensação

lateral foi de 92,7% e na condensação termomecânica a guta-

percha ocupou 89,1% do espaço da obturação. Com isso os

autores observaram que a técnica de condensação lateral

mostrou-se superior em relação a termomecânica e,

demonstraram que na condensação lateral há maior

quantidade de guta-percha e menor de cimento.

Segundo Wilcox17 e colaboradores, os insucessos

que ocorrem nos tratamentos realizados também são devido a

acidentes durante a instrumentação do canal radicular que

resultam em perfurações radiculares, doenças periodontais

concomitantes, infiltração coronária devido à perda da

restauração ou cárie recorrente.

Considera-se de grande importância a qualidade da

obturação radicular para o sucesso da terapia endodôntica.

Para tal, deve-se eleger uma técnica de obturação que ofereça

condições técnicas e biológicas que determine sucesso no

tratamento endodôntico.

Pesce11 e colaboradores avaliaram a qualidade do

selamento marginal apical em três diferentes técnicas de

obturação endodôntica, sendo elas, Mc Spadden original,

modificada e condensação lateral. Para este estudo foram

utilizados 30 dentes incisivos centrais superiores extraídos. Os

trinta dentes foram divididos em três grupos, sendo cada um

formado por 10 dentes, em cada um dos grupos os dentes

foram obturados com uma das técnicas acima citadas. O

cimento utilizado foi N-Rickert e a cavidade foi selada com

cimento de óxido de zinco e eugenol. A seguir, os dentes

foram imersos em azul de metileno 0,5% a 37o C por 72 horas.

A medição da extensão longitudinal de infiltração do corante foi

realizada com o auxílio de microscópio óptico comparador. Os

resultados obtidos neste estudo demonstraram que a

infiltração do corante na técnica de Mc Spadden modificada foi

de 0,76mm seguido da técnica de condensação lateral com

0,79mm de infiltração e, Mc Spadden original apresentou

1,14mm. Não houve diferença estatisticamente significativa

entre Mc Spadden modificada e condensação lateral.

Devido aos resultados observados em todos os

estudos acima citados, a obturação radicular deve ser

completa, com homogeneidade na compactação da guta-

percha, sem espaços no interior da massa do material

obturador, respeitando os limites do canal radicular para

impedir a percolação apical e promover um selamento

adequado.

Pesce12 e colaboradores avaliaram clínica e

radiograficamente dentes destinados ao retratamento

endodôntico no que se refere à qualidade da obturação,

presença ou não de lesão e a sintomatologia, em

retratamentos realizados por alunos de especialização em

endodontia na Universidade de São Francisco. Os

retratamentos foram realizados em 130 dentes e as

radiografias foram analisadas com negatoscópio e lupa de 5

aumentos. O maior índice de insucesso e que necessitava de

retratamento ocorreu em dentes com obturação endodôntica

incompleta acompanhado de rarefação periapical (66,9%),

enquanto o menor índice ocorreu em dentes com obturação

completa e ausência de rarefação. Em relação à

sintomatologia, 68% desses dentes possuíam obturação

incompleta e rarefação periapical, enquanto 20%

apresentavam obturação completa e ausência de rarefação, e

12% obturação completa e com rarefação.

Vários fatores são analisados para que se indique o

retratamento endodôntico, como sintomatologia, rarefação

óssea periapical e, tempo decorrido do tratamento. Dentre

esses fatores, a análise da qualidade radiográfica da

obturação tem papel importante, embora todos esses fatores

estejam relacionados com o senso clínico do profissional, sua

capacidade de análise e conhecimento das condições prévias.

Os achados do estudo de Pesce12 e colaboradores

estão em concordância com as pesquisas realizadas por Ingle7

e achados de Tamburus15 onde o maior índice de insucesso

está relacionado a dentes portadores de obturação radicular

incompleta.

Marques19 e colaboradores analisaram as condições

dos tratamentos endodônticos de 500 pacientes que

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compareceram à Faculdade de Odontologia da USP. Foi

observado o preenchimento do canal radicular, presença ou

ausência de rarefação óssea periapical e o tipo de restauração

dental em 7000 radiografias periapicais de 11489 dentes. A

análise das radiografias foi realizada em negatoscópio com o

auxílio de uma lupa de 8 aumentos, onde observou-se o limite

longitudinal da obturação, a adaptação do material às paredes

do canal e contraste radiográfico de preenchimento, sendo

qualificadas em adequados e inadequados. Os resultados

apresentados neste estudo, quanto à presença de área

radiolúcida periapical foi de 16,8% na forma circunscrita, difusa

em 10,5% e 72,6% não apresentaram lesões. As obturações

do canal radicular foram consideradas adequadas em 37,7% e

inadequadas em 62,3% dos dentes.

Assim, respeitando todos os passos técnicos da

condensação lateral tem-se maior probabilidade de

proporcionar conforto clínico ao paciente, ou ausência de

sinais e sintomas além de oferecer condições de reparo aos

tecidos periapicais.

Chaccur4 e colaboradores demonstram que várias

metodologias podem ser utilizadas para avaliar a qualidade da

obturação endodôntica, como infiltração de corantes, infiltração

de isótopos radioativos e microscopia eletrônica de varredura,

porém, impossíveis de serem realizadas clinicamente.

Clinicamente, para avaliar a qualidade da obturação

radicular, o endodontista utiliza a avaliação radiográfica por

meio da qual poderá determinar a homogeneidade da massa

obturadora e observar a recuperação ou a ausência de lesões

na região periapical do dente tratado. Com isso, a importância

do exame radiográfico na terapia endodôntica é devido à

possibilidade de se avaliar na prática clínica a qualidade da

obturação.

A avaliação radiográfica, apesar de ser um passo

importante no tratamento endodôntico para determinar as

condições do dente tratado, e a qualidade da obturação

radicular, apresenta limitações.

O exame radiográfico é bidimensional, e a imagem

obtida é apenas no sentido vestíbulo-lingual. Porém, na

realidade, para uma avaliação mais precisa da

homogeneidade da massa obturadora necessita-se de uma

imagem tridimensional, sendo impossível clinicamente obter

uma imagem próximo-proximal da obturação endodôntica.

Segundo Ingle8 e Grossman6, um canal vazio ou

inadequadamente obturado podem propiciar ambiente

favorável para a formação de produtos tóxicos e irritantes aos

tecidos periapicais comprometendo o sucesso do tratamento

endodôntico.

Segundo Pertot10 e colaboradores e, Schilder14 o

material obturador deve, dentre outros requisitos, preencher a

porção apical do sistema de canais nas suas três dimensões.

Bianchi e Lojacono2 afirmaram que o exame

radiográfico em endodontia é útil; para o diagnóstico, no

transoperatório, como também para uma análise pós-

operatória imediata e em longo prazo.

A avaliação radiográfica depende de outros fatores,

tais como a qualidade da imagem radiográfica, a percepção

visual inerente a cada observador, tipo de aparelho de raio X,

tempo de exposição e qualidade do processamento do filme

radiográfico. Deve-se levar em consideração que a

interpretação radiográfica pelo observador é subjetiva e

depende grandemente do seu raciocínio e discernimento,

podendo haver discrepância nos resultados da avaliação

radiográfica, como afirmam Goldman5 e colaboradores, onde a

avaliação radiográfica tem um significado questionável na

determinação de sucesso e insucesso em endodontia.

Reit13 e colaboradores realizaram um estudo onde 3

endodontistas e 3 radiologistas interpretaram as condições

periapicais e a qualidade da obturação endodôntica em

radiografias de 119 dentes tratados endodonticamente. O

objetivo deste estudo foi elucidar a significância da

performance do observador na avaliação radiográfica das

condições periapicais após terapia endodôntica e, avaliação da

qualidade do selamento na obturação radicular. Os 119 dentes

tratados endodonticamente, divididos entre incisivos, pré-

molares e molares foram radiografados, e entregues aos 6

observadores. Houve concordância entre os radiologistas em

57% e entre os endodontistas em 59% dos casos. Na

avaliação da qualidade do selamento, em 32% houve completa

concordância entre radiologistas e endodontistas, os

radiologistas concordaram em 52% dos casos e os

endodontistas em 56%. Esta investigação revelou uma grande

variação entre os diferentes observadores.

Chaccur4 e colaboradores compararam a qualidade

radiográfica da obturação no terço apical com os resultados da

infiltração do corante azul de metileno quando os dentes foram

imersos neste. Foram analisados 20 dentes recém extraídos e

armazenados em solução fisiológica. O canal foi acessado,

esvaziado com o auxílio de solução de Milton, instrumentados

com limas K-flex e obturados com cones de guta-percha e

cimento N-Rickert e radiografados no mesmo aparelho por 1

segundo em distância de 20 centímetros. Os dentes foram

selados e imersos em solução de azul-de-metileno 0,5%, com

ph de 7,2 por 72 horas à 37o C e umidade de 100%. Após os

dentes foram desgastados em máquina de cortar gesso até

que se visualizasse os forames apicais e avaliados em

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microscópio comparador. Confeccionaram-se fichas de

avaliação que foram distribuídas junto com as radiografias a

vinte profissionais, dez clínicos gerais e dez endodontistas. Os

dados individuais do experimento foram divididos em

satisfatório e insatisfatório. Este estudo demonstrou várias

discordâncias entre clínicos gerais e especialistas em

endodontia. Porém comparando-se o resultado da infiltração

do azul-de-metileno com os resultados radiográficos, os

autores observaram que os especialistas possuem senso

crítico mais consciente.

Diante da evidente importância da qualidade da

obturação do canal radicular para o sucesso da terapia

endodôntica, e a grande utilização da técnica da condensação

lateral, nos motiva realizar uma avaliação radiográfica das

obturações endodônticas realizadas por alunos de graduação

na fase pré-clínica, da ULBRA Campus Cachoeira do Sul - RS.

PROPOSIÇÃO

Este trabalho teve por objetivo observar

radiograficamente a presença ou ausência de falhas nas

obturações endodônticas realizadas por alunos de graduação

da ULBRA Campus Cachoeira do Sul na fase pré-clínica

através da realização de duas tomadas radiográficas: uma

com incidência vestíbulo-palatina e outra com incidência

próximo-proximal, e confrontar os resultados das duas

imagens obtidas do mesmo dente.

METODOLOGIA

Foram selecionados 120 dentes humanos anteriores

sendo eles incisivos centrais, incisivos laterais e caninos

superiores, e que foram tratados endodonticamente pelos

alunos de graduação na fase pré-clínica, realizada na

disciplina de Endodontia I oferecida no quinto semestre do

curso de Odontologia – Campus Cachoeira do Sul - RS.

Os dentes selecionados tiveram suas obturações

endodônticas consideradas satisfatórias no momento de sua

conclusão.

Na fase pré-clínica os alunos de graduação, após a

construção do conhecimento teórico, executaram a terapia

endodôntica na prática, utilizando dentes humanos extraídos

fixados em manequim. Os dentes foram então submetidos à

abertura coronária adequada para permitir acesso livre e direto

ao canal radicular.

Após a abertura, foi realizada a odontometria pelo

método de Ingle, medindo-se o comprimento aparente do

dente (CAD), na radiografia de diagnóstico, diminuindo deste

comprimento três milímetros, obtendo o comprimento real do

instrumento (CRI). Sendo transferida esta medida para uma

lima com cursores que foi introduzida no canal até observar

que os cursores tocavam no ponto de referência escolhido.

Neste momento realizou-se uma nova tomada radiográfica.

A partir desta última radiografia foi medido o “X”, que

corresponde à distância da ponta do instrumento até o vértice

radiográfico. A soma do “X” com o comprimento real do

instrumento (CRI) fornece o comprimento real do dente (CRD),

com isso se estabelece então o comprimento real de trabalho

(CRT), que será de um ou dois milímetros aquém do vértice

radicular radiográfico de acordo com o caso clínico simulado

(polpa necrótica ou polpa viva respectivamente) e quando

necessário, realizou-se uma nova radiografia para confirmação

deste comprimento de trabalho.

O preparo químico-mecânico foi realizado com limas

manuais de aço inoxidável das marcas Kerr, Moyco ou

Dentsply-Maillefer, através da técnica coroa ápice. A irrigação

foi alternada utilizando-se hipoclorito de sódio 1% e ácido

etileno diamino-tetracético (EDTA) 17%, ph 7,3. Ambos de

procedência da escola de Farmácia da ULBRA – Canoas - RS.

O limite máximo de dilatação periapical variou de

acordo com a situação clínica simulada para cada dente, bem

como a anatomia do canal radicular no terço apical.

As obturações dos canais radiculares foram

realizadas com cones de guta-percha principais

estandardizados e cones acessórios B7, R7, B8 ou R8, de

acordo com cada caso, das marcas Tanari ou Endo Points,

através da técnica de condensação lateral, utilizando-se

espaçadores digitais da Dentsply-Maillefer de 25 mm A e B.

O cimento endodôntico utilizado foi o EndoFill

espatulado até se obter uma mistura homogenia, livre de

grânulos e aspecto brilhante em consistência de fio, ou seja,

ao se erguer a espátula 5 cm da placa de vidro, devia-se ter a

formação de um fio que não se rompesse em tempo inferior a

10 segundos.

Após a obturação ser considerada satisfatória os 120

dentes foram, então, removidos dos manequins e

radiografados individualmente no laboratório de Radiologia do

curso de Odontologia da ULBRA – Campus Cachoeira do Sul -

RS, realizando-se duas tomadas radiográficas, sendo uma

incidência vestibulo-palatina e outra incidência próximo-

proximal, resultando em 240 imagens radiográficas.

Para as tomadas radiográficas os dentes foram

fixados com fita adesiva ao filme. Foi utilizado o aparelho de

Raio X GNATUS modelo X-66, com tensão nominal de 66Vp

(volts de potência), corrente no tubo de 6,5mA (miliampere),

sendo o tubo (ampola) TOSHIBA, com foco de 08 x 0,8 mm e

filtração com equivalência de alumínio de 2,6 mm. A

distância entre foco e filme foi de 20 centímetros, sendo o cone

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posicionado perpendicularmente ao filme, com o tempo de

exposição de 0,8 segundos. Foram utilizadas películas

radiográficas Ultra-speed D (kodak).

Os filmes foram revelados em câmara escura

utilizando-se o revelador KODAK GBX tendo como

componentes: água, hidróxido de potássio (1-5%) e

hidroquinona 7% e fixados com o fixador KODAK GBX tendo

como componentes: água, tiosulfato de amônio (30-35%),

utilizando-se colgaduras para 14 filmes, sendo estes revelados

por 5 minutos, lavados por 20 segundos em água corrente e,

fixados por 10 minutos. Após o processamento os filmes foram

novamente lavados por 20 minutos em água corrente.

Com estes procedimentos todos concluídos as

radiografias foram colocadas para secar na estufa BIOMATIC

numa temperatura de 50o C por aproximadamente 15 a 20

minutos.

Após o processamento, as radiografias foram

acondicionadas em molduras para diapositivos. O conjunto

radiografia/moldura foi armazenado em cartelas plásticas cada

uma contendo 24 espaços para diapositivos.

As radiografias foram numeradas de 1 a 240 sendo

que as radiografias com números ímpares representavam

imagens obtidas pela incidência vestíbulo-palatina e as

radiografias com números pares representavam imagens

obtidas pela incidência próximo-proximal.

Um examinador, especialista em endodontia e

docente realizou a análise das radiografias quanto à presença

ou ausência de falhas nas obturações endodônticas, anotando

as informações em uma tabela.

Foram desconsiderados os limites apicais e cervicais

das obturações e, considerada falha apenas a presença de

qualquer radioluscência no interior da massa obturadora, ou

entre ela e a parede do canal radicular.

Para esta análise o examinador utilizou negatoscópio

e lupa CSR (made in China) de 65 milímetros de diâmetro e

aumento de 5 vezes.

Primeiramente houve o exame das imagens obtidas

pela tomada vestíbulo-palatina, e num segundo momento foi

feito o exame das imagens obtidas pela tomada radiográfica

no sentido próximo-proximal, de modo que o examinador não

pudesse comparar as duas imagens do mesmo dente no

momento da análise.

Os dados obtidos foram submetidos à análise

estatística utilizando-se o teste Qui-quadrado, sendo

estabelecido o nível de significância de 5%.

4 RESULTADOS

Os resultados apresentados estão baseados na

análise estatística dos dados obtidos, quando da avaliação

radiográfica quanto à presença ou ausência de falhas nas

obturações endodônticas realizadas por alunos de graduação

na fase pré-clínica.

A porcentagem de radiografias que apresentaram ou

não falhas visíveis, na incidência radiográfica vestíbulo-

palatina e próximo-proximal, estão expressas na Tabela 1.

Próximo-Proximal

Vestíbulo-

Palatina Sem falha Com falha

Total

Sem falha 9 (7,5%) 24 (20,0%) 33 (27,5%)

Com falha 3 (2,5%) 84 (70,0%) 87 (72,5%)

Total 12 (10%) 108 (90%) 120 (100%)

* Percentual calculado em relação a 120 dentes

Tabela 1: Comparação das incidências vestíbulo-palatina X

próximo al em relação apresençaou ausência de alhas

nasobutrações endodônticas

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Observa-se um grande percentual de dentes que

apresentaram falhas na obturação, quando realizada a

incidência vestíbulo-palatina, 72,5% e, apenas 27,5% sem

falhas. Um percentual ainda maior de falhas, 90%, foi

encontrado quando realizada a incidência próximo-proximal, e

10% sem falhas, sendo esta diferença estatisticamente

significativa (p=0,01).

Dos 120 dentes do total, 7,5% (9 dentes) não

apresentaram falhas na incidência vestíbulo-palatina, nem na

incidência próximo-proximal. E dos 120 dentes, as obturações

endodônticas mostraram-se com falhas, independente do tipo

de incidência, em 92,5% dos casos (111 dentes).

Dos 33 dentes que não apresentaram falhas na

obturação quando realizada a incidência vestíbulo-palatina,

apenas 9 (27,3%) também não apresentaram falhas na

incidência próximo-proximal e, 24 (72,7%) apresentaram

falhas. Estes dados estão demonstrados no gráfico a seguir

(Figura 1).

Dos 87 dentes que apresentaram falhas quando

realizada a incidência vestíbulo-palatina, apenas 3 (3,4%)

apresentaram–se sem falhas na incidência próximo-proximal e,

84 (96,5%) também apresentaram-se com falhas quando

submetidos a incidência próximo-proximal. Estes resultados

estão demostrados na Figura 2.

3,4

96,5

0

50

100

próximo-proximal

Vestíbulo-Palatinacom falha (87radiografias)

Comparação dos resultados - % sobre as radiografias vestíbulo-

palatinas com falhas

SEM FALHA

COM FALHA

Figura 2: Gráfico representativo das porcentagens de

radiografias com incidência próximo-proximal, com e sem

falhas na obturação, em relação às radiografias com incidência

vestíbulo-palatina com falhas.

DISCUSSÃO

O tratamento endodôntico objetiva a sanificação dos

canais radiculares e seu vedamento hermético através da

obturação, que corresponde ao correto preenchimento em toda

a extensão do canal radicular, por materiais que sejam

biologicamente compatíveis, através de uma técnica de

obturação.

A técnica de condensação lateral é a mais utilizada,

pela simplicidade e pelos bons resultados que tem oferecido

ao longo do tempo e comprovados cientificamente nos estudos

de Pesce11 e colaboradores.

Entretanto, os resultados do atual estudo estão em

desacordo com os achados de Pesce11 e colaboradores já que

se observou um grande percentual de falhas nas obturações

endodônticas realizadas por alunos de graduação na fase pré-

clínica, tanto na incidência vestíbulo-palatina quanto próximo-

proximal.

Vale ressaltar que as obturações endodônticas foram

realizadas por alunos de graduação, em seu primeiro contato

com a endodontia. Possivelmente este fator teve influência nos

resultados obtidos.

Para tanto, foi considerada falha qualquer imagem

radiolúcida presente na massa obturadora ou entre esta e a

parede do canal radicular.

Desta forma, justifica-se o alto índice de falhas

visíveis mesmo na incidência radiográfica vestíbulo-palatina.

Ressalta-se também que as obturações

endodônticas examinadas neste estudo foram consideradas

satisfatórias no momento de sua conclusão, embora pudessem

não ser perfeitas.

27,3

72,7

0

20

4060

80

Próximo-Proximal

1Incidência vestíbulo-palatina sem falhas

(33 radiografias)

Comparação dos resultados - % sobre as radiografias vestíbulo-palatinas sem falhas

SEM FALHA

COM FALHA

Figura 1: Gráfico representativo das porcentagens de radiografias com incidência próximo proximal, com e sem falhas na obturação, em relação às radiografias com incidência vestíbulo-palatina sem falhas.

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A técnica de condensação lateral utiliza como

material de preenchimento a guta-percha juntamente com o

cimento obturador. Um canal vazio ou inadequadamente

obturado pode propiciar ambiente favorável para a formação

de produtos tóxicos e irritantes aos tecidos periapicais,

comprometendo o sucesso do tratamento como afirmam Ingle8

e Grossman6.

O material de preenchimento tem a função de vedar

o espaço vazio e servir como um selador antimicrobiano.

Muitos insucessos dos tratamentos endodônticos são

resultados de obturações que não apresentam um adequado

preenchimento do canal radicular.

Segundo Pertot10 e colaboradores, o material

obturador deve preencher o sistema de canais nas suas três

dimensões, em concordância com Schilder14, onde afirma que

uma obturação endodôntica deve promover uma completa e

tridimensional obturação do canal radicular e de todos os

canais acessórios.

Para tanto, a avaliação radiográfica da qualidade da

obturação radicular é um meio de diagnóstico importante que o

cirurgião-dentista dispõe para determinar o prognóstico da

terapia endodôntica.

O exame radiográfico em endodontia é útil para o

diagnóstico; útil no transoperatório; além de permitir uma

análise pós-operatória imediata e também em longo prazo

(Bianchi e Lojacono2).

Entretanto, Goldman5 e colaboradores afirmam que

a avaliação radiográfica tem um significado questionável na

determinação do sucesso e insucesso em endodontia. As

radiografias precisam ser interpretadas, e esta interpretação

pode variar de observador para observador. Desta forma, o

presente estudo utilizou apenas um observador para avaliar a

qualidade das obturações endodônticas.

Pela grande aplicabilidade da técnica da

condensação lateral bem como sua eficácia comprovada e, ser

a radiografia um meio disponível para avaliação da qualidade

da obturação endodôntica, este estudo objetivou observar

radiograficamente, por meio de duas incidências, e

comparando-as entre si, a presença de falhas em obturações

de canais radiculares realizadas por alunos de graduação na

fase pré-clínica.

Um grande percentual de dentes que não

apresentavam falhas na incidência vestíbulo-palatina (33

dentes), passaram a apresentar falhas na incidência próximo-

proximal (72,7% dos casos), e isso significa que muitas falhas

podem estar presentes, porém não observadas na incidência

vestíbulo-palatina. Isto se deve ao fato de as radiografias

mostrar uma imagem bidimensional de um objeto

tridimensional.

Por outro lado dos 87 dentes que apresentaram

falhas na obturação endodôntica na incidência vestíbulo-

palatina, 84 também apresentaram falhas na incidência

próximo-proximal, ou seja, 96,5% dos dentes.

Dos 120 dentes, 7,5% não apresentaram falhas nas

duas incidências utilizadas (vestíbulo-palatina e próximo-

proximal). Isto significa que em apenas 7,5% dos casos as

obturações endodônticas podiam ser consideradas herméticas.

Em 92,5% dos casos houve falhas

independentemente da incidência radiográfica utilizada,

significando que os alunos de graduação não promoveram um

selamento hermético em 111 dentes dos 120 utilizados neste

estudo.

Para se prevenir a ocorrência de falhas, todos os

passos do tratamento endodôntico devem ser cuidadosamente

realizados: adequada e correta abertura coronária; um bom

preparo químico-mecânico; e uma correta obturação dos

canais radiculares.

Quando houver presença de falhas ou espaços

vazios no interior da massa obturadora, ou entre a massa

obturadora e a parede do canal radicular, a qualidade do

selamento fica comprometida.

Desta forma, há possibilidade de ocorrer insucesso

do tratamento endodôntico, uma vez que a falta de um

selamento hermético pode levar a infiltração bacteriana

coronária e apical, bem como a infiltração de exudatos

periapicais.

A presença de espaços vazios na obturação

endodôntica também pode permitir a sobrevivência de

bactérias que restaram no canal radicular após o preparo

químico-mecânico e medicação intracanal em casos de

necropulpectomia.

Portanto, como conseqüência ocorre insucesso do

tratamento endodôntico, levando a sintomatologia dolorosa,

presença de fístulas e lesões periapicais e indicação de

retratamento endodôntico.

6 CONCLUSÃO

Com base na metodologia empregada e nos

resultados obtidos é licito concluir que:

1. Foi encontrado um alto índice de falhas nas obturações

endodônticas feitas por alunos de graduação na fase pré-

clínica, quando realizada tanto a incidência radiográfica

vestíbulo-palatina quanto a incidência próximo-proximal

(92,5%).

2. As obturações endodônticas que se apresentaram sem

falhas na incidência radiográfica vestíbulo-palatina

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Revista de Endodontia Pesquisa e Ensino On Line - Ano 1, Número 1, Janeiro/Junho, 2005. 8

ISSN - (Aguardando Registro) - http://www.ufsm.br/endodontiaonline

Avaliação radiográfica da qualidade de obturações endodônticas

mostraram-se com um alto índice de falhas quando

realizada a incidência próximo-proximal (72,7%).

3. Dos 120 dentes avaliados, 111 (92,5%) apresentaram

falhas na obturação em uma ou outra incidência utilizada,

sendo que em 24 dentes (21,6%), estas só foram

visualizadas na incidência vestíbulo-palatina.

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