UNIVERSIDADE FEDERAL DE GOIÁS
ESCOLA DE VETERINÁRIA E ZOOTECNIA
DEPARTAMENTO DE PRODUÇÃO ANIMAL
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM CIÊNCIA ANIMAL
Área de concentração: Produção Animal
Disciplina: SEMINÁRIOS APLICADOS
Avaliação econômica de silagens de capim e de milho.
Aluno: Nelson Rafael da Silva
Professora: Drª Eliane Saiury Miyagi
GOIÂNIA
2011
ii
NELSON RAFAEL DA SILVA
Avaliação econômica de silagens de capim e de milho.
Seminário apresentado como parte das exigências da Disciplina Seminários Aplicados do Programe de Pós-Graduação em Ciência Animal da Escola de Veterinária e Zootecnia da UFG.
Área de concentração: Produção Animal
Linha de pesquisa: Metabolismo animal e forragicultura na produção
animal
Orientador: Prof. Dr. Aldi Fernandes de Souza França
Professora: Drª. Eliane Sayuri Miyagi
Prof. Dr. Emmanuel
GOIÂNIA
2011
iii
SUMÁRIO
1. SUMÁRIO iii
2. RESUMO 01
3. REVISÃO DE LITERATURA 02 3. 1. Custo de produção de silagem de capim 03
3. 2. Custo de produção em um hectare 05
3. 3. Discussão silagem de capim 07
4. Custo de produção silagem de milho 07
4.1 Custo de produção silagem milho duas cultivares 09
4. 2 Custo de produção silagem milho uma cultivar 10
5. Considerações finais 16
6. REFERÊNCIAS 17
RESUMO Objetivou-se com este trabalho uma revisão bibliográfica sobre o
levantamento dos custos de produção, avaliação econômica da produção de silagem de capim e da silagem de milho, bem como avaliação econômica na utilização destes alimentos, relacionar as operações de maior que reflete maior custo sobre o custo operacional na produção destas silagens. As operações de maior custo, sobre o processo de confecção de silagem de capim foram em ordem decrescente: confecção da silagem, corte, transporte e compactação. Para O custo de produção de silagem de milho foram: o plantio representou 26% do custo total seguido de colheita e ensilagem com 21,92% e preparo e correção do solo com 16,19% do custo total foram os de maior representatividade.
Palavras-chave: Avaliação econômica, custo de produção e silagem.
2
4. REVISÃO DE LITERATURA
Nos sistemas de produção de gado de corte e leite no Brasil, temos as
pastagens como principal fonte de alimentos. Porém, o problema da
estacionalidade na produção de forrageiras destinadas a alimentação animal,
impede a distribuição normal de forragens.
Com produção diferenciada durante as estações do ano, há maior
produção durante o período chuvoso e melhor qualidade nutricional, já no período
de seca, a produção é menor e com baixo valor nutricional.
Torna-se importante a busca de alternativas, que possibilite minimizar
os efeitos da estacionalidade na produção de alimentos durante esses períodos,
de acordo com o sistema de criação explorado.
Desta forma, é importante fazer um planejamento alimentar detalhado,
no sentido de fornecer e atender as exigências alimentares em todos os períodos
do ano, permitindo a produtividade equilibrada ao longo de todo período de
produção.
Na estratégia de armazenar alimentos na forma de silagem de milho ou
de capim-mombaça, é importante avaliar o custo de produção desses alimentos
no sistema produtivo, no sentido de se optar pelo mais econômico.
É importante numa atividade pecuária produtiva, buscar no mínimo o
“Break-even” que significa o ponto de equilíbrio ou seja, para cada real gasto com
alimentação nos dá um real de retorno (MILKPOINT, 2011).
Segundo CASTRO et al., (2010), observaram em cultivar de Panicum
maximum produção de massa de forragem natural (massa verde), aos 126 dias
idade de corte 37.844 kg/ha, este resultado confirma o potencial produtivo destas
cultivares.
O milho é a cultura padrão para ensilagem pela tradição no cultivo, pela
elevada produtividade e pelo bom valor nutritivo, e com o uso de cultivares
híbridas com bom potencial de produção, para cada região é responsável pela
alta produção de massa verde por hectare dessa cultura (PAZIANI, et al., (2009).
A produção de silagens de gramíneas tropicais perenes confeccionada
a partir do próprio pasto, têm-se mostrado uma alternativa viável e segura de
produção de volumosos VIEIRA, et al., (2010).
3
Objetivou-se fazer uma revisão bibliográfica sobre avaliação econômica
da produção de silagem de capim e silagem de milho.
3.1. Custo de produção de silagem de capim
As cultivares de forrageiras (Panucum maxumum jac), cultivar
mombaça, quando bem conduzidas, produzem grandes quantidades de massa
seca por hectare, que podem ser utilizada para corte e ensilagem, principalmente
na estação chuvosa, quando ocorre uma maior produção de forragem.
Uma vez estabelecidas as pastagens, após realização do primeiro
corte para confecção de silagens, se bem manejadas, com tratos culturais
recomendados, essas cultivares permitem efetuar um novo corte de 28 a 30 dias
após o primeiro corte.
Resultados observados na Fazenda Tabocão, município de Araguatins
estado do Tocantins, nos mostrou uma produção de massa verde média de
19.420 kg/ha, em área irrigada de capim mombaça, para corte e produção de
silagem (dados não publicados) informação pessoal.
De acordo com LEONEL, et al.,(2008) as gramíneas perenes tropicais,
quando atingem o teor de 28 a 35% de teor de MS nesse ponto, já perderam
grande parte do seu valor nutritivo, para otimizar a colheita de nutrientes dessas
forrageiras, o corte deve ser feito em idades mais jovens (60 a 70 dias ou menos),
quando, no entanto, as plantas apresentam baixos teores de matéria seca, o que,
associado aos baixos teores de carboidratos solúveis e à elevada capacidade
tamponante, características intrínsecas de gramíneas tropicais perenes. Sendo
assim o corte no momento ideal com teor de MS recomendado pode evitar perdas
econômicas.
O plantio do capim-mombaça foi realizado numa área de pastagens já
existente, foram efetivadas as seguintes operações na elaboração dos custos de
produção da silagem de capim mombaça. Uma gradagem, semeadura, duas
adubações em cobertura, controle de ervas daninhas, confecção da silagem
(corte, transporte e compactação).
Materiais utilizados foram, sementes, adubos, herbicida e lona plástica.
4
Considerou-se a taxa de juros média da poupança = 6,0% ao ano; valor
de mercado em R$ de 1 ha/ano = R$ 2.000,00 e 3,0% do valor de R$ 2.000,00
1ha/ano divido por 12 meses* 3 meses (Restle, et al. 2007), o tempo de utilização
da terra para produção de silagem = 3 meses; US$ = R$ 1,82; e IGP-FGV (índice
geral de preços da Fundação Getúlio Vargas). Para os cálculos dos custos deste
trabalho, foram considerados os valores do mês julho do ano de 2007 na região
de Araguaína estado de Tocantins.
Na Tabela 1, consta à demonstração do custo de produção/ha do
volumoso para produção de silagem de capim-mombaça. Os adubos de cobertura
primeira e segunda representaram 28,98% do custo total, atingindo as maiores
porcentagens, dados semelhantes foram encontrados para o primeiro e segundo
corte com valor de R$ 280,00 para cada corte representando 28,98% do custo
total, as duas adubações em cobertura e os dois cortes representaram 57,96% do
custo total, sobrando 42,04% para os demais custos.
Os custos com volumoso (silagem de capim-Mombaça), em R$ de
acordo com o custo por kg de matéria seca (MS). O custo com volumoso,
considerou-se, como custo de implantação da capineira, para produção de
silagem as operações: Gradagem, R$ 100,00 adubação de plantio, seis sacas de
superfosfato simples, R$ 408,00 duas sacas de semente de capim-Mombaça, R$
Semeadura, R$ 35,00, totalizando R$ 743,00 dividido por dez anos, vida útil da
capineira na região de Araguatins TO, R$ 743,00/10 anos = R$ 74,30 amortizado
cada ano. Em estudos sobre a economicidade na produção de culturas
forrageiras para produção de silagem, Alves Filho et al., (2003), e Pacheco
(2006), Observaram-se resultados de 53 a 66,75% para os adubos, os insumos
de maior representatividade no custo total de produção de cada hectare de
silagem foram, em ordem decrescente, sementes (11,56%), inseticida (9,97%),
herbicida pós-emergente (9,40%) e lona (6,85%), enquanto neste experimento os
maiores custos foram observados para os serviços de confecção de silagem.
Observa-se que os valores encontrados neste trabalho, para os serviços de
confecção da silagem, corte, transporte e compactação foram os de maior
representatividade no custo total de produção de cada hectare de silagem,
Os gastos com serviços foram: Gradagem R$ 10,00; semeadura 3,50 e
confecção de silagem, corte, transporte e compactação foi de R$ 973,50 o total de
5
gastos com serviços, destes custos com serviços 98,61% gastos com a confecção
de silagem, corte, transporte e compactação e 1,39% gastos com gradagem e
semeadura.
Os custos com transporte e compactação para os dois cortes foram
20,7% do custo total. O subtotal B da Tabela 1, R$ 1.808,49 representou 93,60%
do custo total, o custo de oportunidade com capital investido terra foi de R$ 15,00
e representou 0,78% do custo total e o custo de oportunidade do capital investido
subtotal B R$ 108,49 representou 5,62% do custo total. Observa-se na Tabela 1,
que o custo total para produção de forragem foi de R$ 1.931,79 que foi a soma do
sub-total A + subtotal B, para obtenção do custo da tonelada de matéria verde de
silagem em R$ foi dividido o custo total para produção de forragem que foi de R$
1.931,79 pela produção de silagem em toneladas de matéria verde por hectare
em dois cortes que foi de 75 toneladas .
Para a obtenção do custo de produção de matéria seca de silagem em
R$, foi dividido o custo total de produção de forragem R$ 1.931,79 pela produção
de silagem em toneladas de matéria seca por hectare em dois cortes que foi de
19,59 toneladas por hectare de matéria seca.
O custo total de produção em R$ 1.931,79 dividido 19,59 t de MS = R$
98,61 a tonelada de matéria seca, e que o custo R$ 98,61 a tonelada de MS
dividido por 1000 kg = obteve-se o valor de R$ 0,0986 centavos o custo do kg de
matéria seca da silagem. E este resultado foi arredondado para R$ 0,10 por kg de
MS de silagem de capim-Mombaça. A quantidade produzida de matéria seca de
silagem por hectare em dois cortes foi obtida pela produção de matéria verde por
hectare em dois cortes* % de matéria seca da silagem, que foi de 75 t* 26,13% =
19,59 tonelada de MS/ ha em dois cortes. Na Tabela 1 encontra-se a estimativa
de custo da silagem de capim-mombaça por hectare.
3.2 Custo de produção de silagem em um hectare
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Tabela 1 - Custo de produção de silagem por ha
Operação1 Custo de produção
R$/ha %
Gradagem 10,00 0,52
Adubação de plantio (300 kg de superfosfato
simples)
40,80 2,11
Sementes 20,00 1,03
Semeadura 3,50 0,19
Adubação em cobertura 1ª (200 kg de 45-00-00) 280,00 14,49
Adubação em cobertura 2ª (200 kg de 45-00-00) 280,00 14,49
Controle de plantas daninhas (herbicida pós-
emergente)
94,00 4,87
Confecção da silagem
Primeiro corte 65 dias após a semeadura 280,00 14,49
Transporte e compactação 200,00 10,35
Segundo corte 28 dias após o 1º corte 280,00 14,49
Transporte e compactação 200,00 10,35
Lona 120,00 6,22
Subtotal (A) 1.808,30 93,60
Custo de oportunidade
Terra2 15,00 0,78
Capital investido 108,49 5,62
Subtotal (B) 123,49 6,38
Total (A+B) 1.931,79 100
MS da silagem (%) 26,13
Produção de silagem, t MS/ha dois cortes 19,59
Produção de silagem, t MV/ha dois cortes 75
Custo t MS silagem R$ 98,61
Custo t MV, silagem R$ 25,75
7
SILVA, et al., (2008). MS = Matéria seca; MV = Matéria verde; valores obtidos neste trabalho, 1Incluídos custos com máquinas, implementos e mão-de-obra para realização das operações. 2Terra considerou-se 3,0% ao ano de 2.000,00/ha valor de um ha de terra na região de Araguatins TO. US$ = 1,82 R$; mês de junho de 2007. Adaptado de Restle, et al. 2007. 3.3 Discussão silagem de capim
VIEIRA, et al., (2010), avaliaram silagem de capim-mombaça e
encontraram valores de 28,10% de teor de matéria seca e pH de 3,90 e teor de N-
NH3 em percentagem do nitrogênio total de 5,12 e sem a presença de odor
desagradável na silagem de capim-mombaça, indicando boa fermentação do
material ensilado, características descritas por McDonald, et al., (1991). Isso
mostra que o capim-mombaça pode ser ensilado para suprir as exigências
alimentares dos animais principalmente época da seca.
4. 2. Custo de produção de silagem de milho
Atualmente com o avanço da tecnologia na área do agronegócio novas
cultivares de milho híbrido silageiros de maior potencial de produtividade, são
lançados no mercado a cada ano.
Assim, como qualquer atividade agropecuária, faz-se necessário uma
avaliação econômica, bem como um levantamento detalhado dos custos de
produção e da viabilidade econômica no sistema de produção dessas cultivares.
Segundo LEONEL et al., (2008) o ponto ideal para ensilagem é quando
a planta forrageira atinge 28 a 35% de MS, fase que, em espécies como o milho,
coincide com a máxima qualidade nutricional e com isso evitar perdas
econômicas.
Vários híbridos de cultivares de milho são lançados no mercado a cada
ano destinados a comercialização para produção de silagens, alguns destes
híbridos com respectivas marcas comerciais são apresentadas nas tabelas
abaixo.
8
Conforme tabela demonstrativo do potencial de produtividade de alguns híbridos de milho silageiros nos principais estados produtores.
Tabela 2 – Produtividade por estado brasileiro, safra 2008/2009.
Híbrido Área (há) Produção MN kg/ha Estado
30B39Y 16,0 92.000 SC
30B39 5,0 55.000 RS
30F90 39,0 62.000 GO
3041 25,0 54.000 SP
30P34 3,0 70.000 PR
PIONER SEMENTES, (2011).
Resultados de produtividade de marcas e híbridos de milho silageiro em cidades
do estado de Goiás na safra, 2008 e 2009.
Tabela 3 – Produtividade de milho silageiro nas cidades de Goiás safra
2008/2009.
Marca Híbrido Área (há) Produtividade
MV (kg/ha)
Cidade
Pioneer 30S40 3,0 45.740 Orizona
Nidera BK1200 3,0 36.900 Orizona
Riber 9308 3,0 36.616 Orizona
Agroceres AG4051 15,0 45.000 Orizona
Syngenta maximus - 2,0 42.000 Orizona
Pioneer 30S40 20,0 60.500 Bela Vista
Pioneer 30S40 19,00 58.000 Silvânia
Pioneer 30S40 35,00 61.000 Gameleira de Goiás
Pioneer 30F90 7,0 50.000 Vianópolis
PIONER SEMENTES, (2011).
9
4.2.1.Custo de produção de silagem de milho duas cultivares
As cultivares de milho híbridos silageiros com maior potencial de
produtividade de massa verde por hectare, são mais exigentes quanto à
fertilidade do solo e adubação, porém o custo de produção por hectare de massa
verde e massa seca, é bem inferior às cultivares de menor produtividade.
O quadro demonstrativo de custo de produção de silagem de milho
numa área de um hectare, com uma cultivar de menor exigência nutricional e
menor produtividade de forragem e outra cultivar de maior exigência e nutricional
e maior produtividade de massa verde.
Tabela – 4 Custo de produção de silagem de milho com híbridos de diferentes
produtividades.
Custo (R$) hectare Produtividade de massa verde (MV) kg/ha
Cultivares 30.000 60.000
Semente 105,00 160,00
Fertilizantes1 488,50 956,18
Defensivos 218,00 218,00
Plantio2 127,50 127,50
Financeiros3 275,40 296,60
Custo total de produção R$ 1.214,40 R$ 1.758,28
Ensilagem4 400,00 400,00
Custo total da silagem R$ 1.614,40 R$ 2.158,28
Produtividade de MV 30.000 kg/ha 60.000 kg/ha
Produtividade de MS (34%) 10.200 kg/ha 20.400kg/ha
Custo MV R$ 53,80/t R$ 36,00/t
Custo MS (massa seca) R$ 158,30/t R$ 105,80/t
PIONEER, (2011).
1.De acordo com a produtividade mais a exportação de N e P% decorrente da
remoção da palhada. 2.Máquinas (plantadeira, pulverizador, distribuidor de
calcário e fertilizantes e mão-de-obra). 3.Inclui, remuneração da terra e
10
assistência técnica. 4. Máquinas, (arado de duas aivecas, carreta com trator e
compactação), mão-de-obbra e transporte.
O custo por kg de matéria verde da cultivar n° 1 foi de R$ 53,80/1000kg
= R$ 0,0538 reais. O custo por kg da cultivar n° 2 foi de R$ 36,00/1000kg = R$
0,036 reais.
4.2.2. Custo de produção de silagem de milho uma cultivar
Na avaliação da produção de silagem de milho, considerou-se as
seguintes operações: preparo e correção do solo – uma calagem, envolvendo
custos de aquisição, gastos com transporte do calcário, distribuição na lavoura, e
incluindo na operação custos com o pagamento de um auxiliar para o tratorista na
distribuição do produto.
No preparo do solo foram executadas as operações de uma aração
com arado de aiveca; uma gradagem com grade aradora e duas gradagens com
grade niveladora.
No plantio foram computados os custos com transportes de insumos
até a lavoura. Utilizou-se para o plantio plantadeira adubadeira, aquisição de
adubos 8-28-16 e sementes de milho e gastos com inseticidas para o tratamento
das sementes.
Os tratos culturais, para controle de ervas daninhas, foram realizados
com aplicações de herbicida, e gastos com aplicação mecânica, aquisição de
herbicida e pagamento de um auxiliar de tratorista, para auxiliar na aplicação do
produto.
Utilizou-se na adubação em cobertura sulfato de amônio, envolvendo
gastos com transportes de adubo até a propriedade e distribuição manual do
adubo e gastos com um auxiliar para ajudar na distribuição do adubo.
Foi realizada adubação orgânica em 10% da área cultivada, utilizou-se
esterco de curral, o esterco foi transportado e distribuído com auxílio de uma
retro-escavadeira.
11
Na operação de colheita, corte e picagem da forragem no campo,
transporte da forragem para o silo, descarga e distribuição da forragem no silo e a
compactação da silagem no interior do silo foi realizada com auxílio de um trator.
Os gastos com mão-de-obra foram: auxiliar de tratorista e mão-de-obra
no campo.
Os custos de utilização do silo, uso da terra e assistência técnica
também entraram na composição do custo total.
CT = Custo total, MV= Massa verde/há, t= tonelada, CT/quantidade t
MV/ha= Custo da tonelada MV.
Custo da tonelada de MV/ 1000 = Custo do kg de MV. CT/50t =
1.245,00/50t= 24,90 tonelada de massa verde. 24,90/1000 = R$ 0,0249 o kg de
massa verde.
12
Planilhas 1 - Custos de produção de silagem de milho não irrigado,
área de um hectare , considero-se as seguintes operações: preparo e correção do
solo.
Serviços e insumos N C.T.
média/ha
Preço
unitário
Custo
médio/ha
Percentual
%
1. Preparo e correção do solo - - - 201,61 16,19
1.1.Calagem (1) - - - - -
- Transporte de calcário 19 0.18 15,19 2,73
- Distribuição calcário 19 1,04 16,85 17,52
- Auxiliar de tratorista 18 0,27 11,20 3,02
- Calcário dolomítico 18 2315,26 0,08 185,22
- - - 69,49 5,58
1.2.Preparo do solo
- Gradagem grade aradora 71 1,29 23,13 29,79
- Aração com arado 3 aivecas 109 2,55 28,03 71,47
- Gradagem com niveladora (2) 103 0,82 18,76 30,86
132,12 10,61
2.Plantio
- Transporte de insumos 109 0,15 15,19 2,21
- Plantio plantadeira adubadeira 109 0,66 21,29 14,05
- Auxiliar tratorista 109 0,17 11,20 1,90
- Adubo plantio 8-28-16 109 275,48 0,70 192,84
- Sementes 109 24,90 2,95 73,45
- Inseticida tratamento semente 106 0,64 70,00 44,8
329,25 26,44
3.Tratos culturais 230,95 18,55
3.1Controle ervas daninhas - - - - -
- Aplicação herbicida 102 0,34 20,99 7,12
- Auxiliar tratorista 105 0,09 11,20 0,99
- Herbicida 107 4,00 20,00 80,00
88,12 7,07
13
Continuação da planilha de custos.
3.2.Adubação cobertura N C.T
Média/ha
Preço
unitário
Custo
médio/ha
Percentual
%
- Transporte do adubo 108 0,12 15,19 1,82
- Distribuição do adubo man. 109 1,92 1,44 2,76
- Auxiliar para carga 108 0,27 11,20 3,02
- Adubo para cobertura sulfat. 109 276,07 0,49 135,27
142,84 11,47
4. Adubação orgânica 72,89
- Transporte esterco 16 2,32 15,19 35,24
- Carga retroe-scavadeira 16 1,25 20,50 25,62
- Distribuição retro-escavadeira 27 1,04 20,50 21,32
- Esterco curral 21 43,12 15,00 646,80
72,89 5,8
5. Colheita e ensilagem 273,37 21,92
- Corte e picagem 109 3,88 21,30 82,66
- Transporte forragem p/ silo 109 7,05 15,19 107,09
- Descarga distribuição silo 109 3,13 11,20 35,00
- Compactação c/ trator 58 0,88 11,12 9,78
- Mão-de-obra no campo 102 1,08 11,20 12,11
- Auxiliar de tratorista 107 0,53 11,20 5,93
- Lona plástica - 70 0,30 21,00
6. Custo de utilização do silo - 50 1,3 67,00 5,38
7. Custo de utilização da terra - 1 60 60,00 4,81
8. Assistência técnica - 0,1 180,00 18,00 1,44
9. Custo total 1.245,00 100,00 100,52
10. Custo tonelada MV - 50 24,92
11. Custo tonelada MS (30%) - 15 83,00
EMBRAPA gado de leite (2001). Observações: N = Número de vezes em que a atividade foi executada.Htr = hora trator; dh= dias homens; hmh = hora máquina homen; C.T. = Coeficiente técnico = gasto por hora. 1= Calegem – Custo dividido por três (calagem a cada três anos). 2 = Gradagem – Custo multiplicado por dois (duas gradagens).3 = Adubação orgânica = Custo dividido por dez (adubação orgânica em 10% da área).
14
SAMPAIO, et al., (2002) encontraram custo médio com alimentação de
R$ 134,00 por animal confinado utilizando silagem de milho e uma remuneração
mensal do capital investido de 5,5% ao mês, remuneração acima da remuneração
que poderia ser obtida em outras aplicações no mercado financeiro.
Os gastos com serviços foram: preparo e correção do solo R$ 201,00 e
16,19% do custo total (1.245,00), e gastos com plantio de R$ 329,25 num total de
26,44% do custo total, os gastos com a confecção de silagem, corte, transporte,
compactação e distribuição do material no silo foi de R$ 273,37 em percentagem
21,92% do custo total.
O custo de oportunidade com capital investido utilização do silo e da
terra foi de R$ 127,00 e representou 10,19% do custo total.
Observa-se na planilha 1, que o custo total para produção de forragem
de milho foi de R$ 1.245,00, para obtenção do custo da tonelada de matéria verde
de silagem em R$ foi dividido o custo total para produção de forragem que foi de
R$ 1.245,00 pela produção de silagem em toneladas de matéria verde por hectare
que foi de 5o toneladas de massa verde.
Para a obtenção do custo de produção de matéria seca de silagem em
R$, foi dividido o custo total de produção de forragem R$ 1.245,00 pela produção
de silagem em toneladas de matéria seca por hectare que foi de 15 toneladas por
hectare de matéria seca de forragem de milho.
O custo total de produção em R$ 1.245,00 dividido 15 t de MS = R$
83,00 a tonelada de matéria seca, e que o custo R$ 83,00 a tonelada de MS
dividido por 1000 kg = obteve-se o valor de R$ 0,083 centavos o custo do kg de
matéria seca da silagem de milho.
A quantidade produzida de matéria seca de silagem por hectare foi
obtida pela produção de matéria verde por hectare* % de matéria seca da
silagem, que foi de 50 t* 30% = 15 tonelada de MS/ ha.
De acordo com CEPEA, (2003), as operações para elaboração dos
custos de produção de um hectare de silagem são: investimentos são
considerados juros do silo R$ por ano, depreciação do silo e manutenção. No
preparo do solo foram considerados, uma calagem 0,12 horas, uma aração 1,73
15
horas, duas gradagens 0,63 horas com grade niveladora e transporte interno
0,5horas .
As atividades de plantio e tratos culturais foram plantio e adubação
0,48 horas, aplicação de herbicida 0,62 horas, duas adubações em cobertura 0,12
horas cada adubação e transporte interno 0,5 hora, para colheita e ensilagem
foram, colheita 5,80 horas, transporte 5,80 horas, compactação 6,40 horas e
fechamento do silo 2,0 horas.
Operações de descarga e distribuição da silagem: retirada da silagem e
carregamento 66,67 horas, transporte e distribuição 11 horas e mão-de-obra para
distribuição 11 horas. Segundo CEPEA, (2003) deverão considerar 20% de perda
da silagem armazenada.
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Considerações finais
A produtividade de forragem é um fator importante que afeta o custo de
produção da silagem.
A determinação do custo de produção de silagem é um fator
determinante nas decisões de gerenciamento da atividade agropecuária.
As silagens de capim e de milho proporcionam retorno financeiro
satisfatório.
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REFERÊNCIAS:
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