BACTÉRIAS MULTIRESISTENTES NA ATUALIDADE DÉBORA ONUMA – MÉDICA INFECTOLOGISTA E ESPECIALISTA EM CONTROLE DE INFECÇÃO HOSPITALAR
INTRODUÇÃO A resistência antibiótica / antimicrobiana é a capacidade dos micróbios de resistir aos efeitos das drogas - ou seja, os germes não são mortos, e seu crescimento não é interrompido.
Embora algumas pessoas estejam em maior risco do que outras, ninguém pode evitar completamente o risco de infecções resistentes a antibióticos.
Infecções com organismos resistentes são difíceis de tratar, exigindo alternativas caras e às vezes tóxicas.
As bactérias encontrarão inevitavelmente formas de resistir aos antibióticos desenvolvidos pelos seres humanos, razão pela qual é necessária uma ação agressiva agora para evitar que novas resistências se desenvolvam e para evitar a resistência que já existe de se espalhar.
COMO ACONTECE A RESISTÊNCIA E COMO ELA SE ESPALHA
O uso de antibióticos é o fator mais importante que leva à resistência aos antibióticos em todo o mundo.
Basta usar antibióticos que podemos criar resistência.
Estes medicamentos só devem ser utilizados para tratar infecções.
COMO ACONTECE A RESISTÊNCIA E COMO ELA SE ESPALHA
Até 50% das prescrições de antimicrobianos não são necessárias, ou tem com dosagem ou duração incorreta.
Os germes que contaminam os alimentos podem se tornar resistentes devido ao uso de antibióticos em animais que servem de alimentos aos humanos.
Para alguns germes, como as bactérias Salmonella e Campylobacter, é principalmente o uso de antibióticos em animais que servem de alimentos para humanos que aumenta a resistência.
COMO ACONTECE A RESISTÊNCIA E COMO ELA SE ESPALHA
Antimicrobianos em animais que servem de alimentos para os humanos devem ser geridos por veterinários e só usados para tratar infecções.
O outro fator principal no crescimento da resistência antibiótica é a propagação das cepas resistentes de bactérias de pessoa para pessoa, ou de fontes não-humanas no ambiente.
Bactérias MDR atuais
Bacilos Gram negativos resistentes a carbapenemicos nao fermentadores
- Pseudomonas sp
- Acinetobacter sp
Enterobacterias multirresistentes
– ESBL
– KPC
MRSA
VRE
Clostridium difficile
Critérios para se suspeitar de pacientes colonizados por bactérias multiresistentes
Internac ao recente em outro hospital, ou esteve em assiste ncia domiciliar, instituic ao de longa permanencia, ou em programa de hemodialise.
Uso de antibioticos prévios.
Procedimento invasivo: sonda vesical de demora, drenos, tubo endotraqueal ou ostomia.
Presença de lesao cutanea ou ferida cruenta.
O quê fazer na suspeita de paciente colonizado por bactéria MDR:
Informar a equipe e paciente.
Instalar Precaucao de Contato.
Colher swab retal ou fezes para pesquisa de VRE, KPC, BGN MR.
Pacientes com diarreia, colher fezes para pesquisa de Clostridium difficile.
Colher cultura de sitios relacionados (ex.: urina, secrecao traqueal, etc.).
Informar o SCIH.
Estrategias recomendadas para reducao de MDR
Aumentar adesao a higiene de maos.
Uso de precaucoes de contato.
Vigilancia: – busca ativa de colonizados – avaliacao continua da incidencia de infeccao
Controle de higiene ambiental.
Otimizar informacao.
Backman C et al AJIC 2011; 39(5):368-378
Diretrizes do CDC para controle de MDR
Prevenir infeccao
Intervencoes de controle de MDR
1. Suporte administrativo
2. Educac ao
3. Uso racional de antimicrobianos
4. Vigilancia de MDR:
Infecc ao
Colonizac ao
Caracterizac ao molecular
5. Precauc ao de contato
6. Coorte de pacientes e/ou profissionais
7. Medidas ambientais - limpeza
Siegel JD, CDC 2006 MMWR 58(10):2008
SHEA – Estrategias para controle de MDR
MRSA
– Programa de higiene de maos (II)
– Precaucoes de contato (II)
– Limpeza e desinfeccao ambiental (II)
– Sistema de alerta (III)
– Educacao sobre MRSA (III)
– Publicacao de dados (III)
– Educacao de familiares (III)
– Vigilancia de colonizados - busca ativa
• Descolonizacao – Dialise
– Cirurgia ortopedica
Conclusões
Prevenir infeccao Vigila ncia Precauc ao de contato Higiene das maos Controle objetivo da higiene ambiental