RELATÓRIO E CONTAS 2009 0
Ó Ó
ÍCONSELHO DE ADMINISTRAÇÃO // 24-03-2010
óCAIXA ECONÓMICA DA MISERICÓRDIA
RELATÓRIO E CONTAS 2009 1
relatório
e contas
2009
Apresentado pelo Conselho de Administração da CEMAH
Assembleia Geral de 24 de Março de 2010
CAIXA ECONÓMICA DA MISERICÓRDIA
RELATÓRIO E CONTAS 2009 2
índice
ÍNDICE 2
ÓRGAOS SOCIAIS 3
MENSAGEM DO PRESIDENTE 4
REDE DE BALCÕES 7
RELACIOMANENTO INSITUCIONAL 8
Enquadramento Económico e Financeiro 8
ACTIVIDADE COMERCIAL 11
Enquadramento Geral e Estratégia 11
Principais Acontecimentos em 2009 11
GESTÃO DE CARTEIRA E OPERAÇÕES 12
Crédito 12
Depósitos 12
Produtos, Serviços e Canais 13
Presença Geográfica e Meios de Pagamento 13
RECURSOS HUMANOS 14
Estrutura Orgânica 15
Pessoal por Balcão e Serviços Centrais 15
Política de Remunerações e Avaliação de
Desempenho 18
Política de Remunerações dos Orgãos Sociais 18
Formação 19
Património e Obras 20
Conservação do Património 20
Equipamentos 20
SISTEMAS DE INFORMAÇÃO 21
ORGANIZAÇÃO E PLANEAMENTO 23
Qualidade 23
Organização 23
Compliance 24
Controlo Interno 24
GESTÃO DO RISCO 25
AUDITORIA INTERNA 27
RESULTADOS DA ACTIVIDADE 28
Depósitos 28
Crédito 29
Balanço 30
Conta de Exploração 32
Proposta de Aplicação de Res. do Exercício 34
DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS 35
Balanço em 31 de Dezembro de 2009 e 2008 36
Demonstração de Resultados dos Períodos Findos
em 31 de Dezembro de 2009 e 2008 37
Demonstração de Rendimento Integral para o
Período de 12 meses Findo em 31 de Dezembro de
2009 e 2008 37
Demonstração dos Fluxos de Caixa dos Períodos
Findos em 31 de Dezembro de 2009 e 2008 39
Demonstrações de Alterações no Capital Próprio
dos Períodos Findos em 31 de Dezembro de 2009
e 2008 40
RELATÓRIO E PARECER DO CONSELHO FISCAL 41
CERTIFICAÇÃO DE CONTAS 44
ANEXO ÀS DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS EM 31
DE DEZEMBRO 2009 E 2008 47
RELATÓRIO E CONTAS 2009 3
orgãos sociais
A Caixa Económica da Misericórdia de Angra do Heroísmo
é propriedade da Santa Casa da Misericórdia de Angra do
Heroísmo, cuja Mesa Administrativa, composta por sete
elementos, é presidida pelo Senhor Provedor António da
Fonseca Marcos.
A gestão da Caixa está entregue a um Conselho de
Administração (CA), composto por três membros,
trienalmente eleitos pela Assembleia Geral.
Os Órgãos Sociais da Instituição são a Mesa da As-
sembleia Geral, o Conselho Fiscal e o Conselho de
Administração, cujas composições abaixo se indicam, para
o triénio 2008/ 2010:
MESA ASSEMBLEIA GERAL
João Maria de Sousa Mendes
Hélder Manuel Fonseca Mendes
Manuel Olim Perestrelo
CONSELHO DE ADMINISTRAÇÃO
Carlos Manuel Brasil da Silva Raulino
José Mancebo Soares
Leonildo Garcia Vargas
CONSELHO FISCAL
Cláudia Isabel Pereira Azevedo Ramos
Marco André Forjaz Rendeiro
Aristides Silvério Vieira Pires
RELATÓRIO E CONTAS 2009 4
mensagem do presidente
Caros Irmãos da Santa Casa da Misericórdia de
Angra do Heroísmo,
Como seria espectável o ano de 2009 confirmou
o agravamento dos principais indicadores da
matriz de desenvolvimento económico e social
de Portugal Continental e, naturalmente, das
suas Regiões Autónomas.
O prolongamento anormal da recessão mundial
registado na generalidade dos países e dos
espaços económicos alargados, com especial
enfoque na Europa Comunitária, trouxe à
reflexão política e técnica a urgência do encontro
de novas opções capazes de induzir
desenvolvimento sustentável.
A União Europeia, ainda em fase de absorção
dos efeitos do seu recente alargamento, continua
na busca do modelo de concertação global,
capaz de equilibrar o económico e o social,
salvaguardando as culturas e especificidades de
cada país, perspectivando a médio e longo prazo
criação de riqueza e a sua adequada
distribuição.
A sobreposição desta problemática com a
situação nacional de adiamento sistemático das
alterações estruturais, tão necessárias e
urgentes ao nosso país, deslocam a retoma e a
convergência para um horizonte cada vez mais
distante.
O momento sério e difícil em que vivemos exige
alteração do modelo endógeno de
desenvolvimento, desenraizando do mercado de
trabalho, do sistema judicial, da educação e
formação profissional bem como, do sistema
fiscal, conceitos e práticas ultrapassadas e,
simultaneamente, introduzindo novos conceitos
de modernidade, como sejam, a investigação e
desenvolvimento, inovação e essencialmente, da
assunção da cultura do mérito.
O crescimento económico foi fraco na Europa e,
também em Portugal. A não instauração de
novas condições de competitividade e
produtividade levarão, seguramente, a um
processo contínuo de divergência do nosso país
relativamente aos parceiros comunitários nos
próximos anos.
O desafio de hoje, passa pela capacidade que os
agentes económicos portugueses demonstrem
para transformar a actual matriz de sectores
exportadores, num veículo mais especializado e
inovador, capaz de operar na nova realidade dos
mercados abertos e do baixo custo de produção,
contribuindo, assim, para inverter o deficit da
nossa Balança Comercial e, a prazo, resolver
também o problema estrutural do défice
orçamental e da divida pública.
A desadequação do actual mercado de trabalho
a este novo paradigma e o elevado peso da
factura energética no desequilíbrio externo são
factores preocupantes e de resolução apenas no
médio prazo.
Sendo evidente que o futuro da nossa economia
passa pela reestruturação e reactivação do
nosso empresariado, não é menos importante e
crucial que o Estado se modernize e aplique
RELATÓRIO E CONTAS 2009 5
práticas de racionalização de forma efectiva e
duradoira, contribuindo para o decréscimo da
despesa pública, única forma de se assumir
como parceiro de mudança.
O período à vista de austeridade exige Contas
Públicas tendencialmente equilibradas e
decisões de investimento público suportadas no
princípio da eficiência marginal do investimento,
garantindo assim uma melhor utilização da
escassez de recursos financeiros e um
melhoramente dos rácios de endividamento.
Foi neste contexto macroeconómico de
crescimento insuficiente, desemprego acelerado,
endividamento interno e externo excessivo,
baixos níveis de investimento público e privado e
níveis reduzidos de criação de poupança, que
desenvolvemos a nossa actividade bancária.
Este cenário obrigou os decisores monetários a
baixarem, de forma abrupta, o nível das taxas de
juro, como medida anti-crise, permitindo um
decréscimo significativo dos encargos
financeiros das empresas e dos particulares,
mas penalizando fortemente o rendimento dos
aforradores. Consequentemente, a gestão
bancária passou a estar ainda mais focalizada
na gestão do risco e na análise da rendibilidade.
Implementámos, durante o ano, uma actuação
reforçada na recuperação de crédito –
contencioso e vencido – criando equipas de
trabalho específicas, as quais obtiveram
resultados significativos ao nível da resolução de
processos judiciais e da reestruturação de
créditos, motivando esta estratégia a
recuperação significativa de provisões.
Mantivemos uma política de remuneração dos
depósitos adequada à tipologia da nossa
clientela – pequenos aforradores – permitindo
não só manter os recursos como até registar um
aumento de 4,8% no total dos nossos depósitos.
O crédito teve uma evolução de 7,9%, traduzindo
a manutenção de uma política restritiva de
concessão de crédito, aconselhável e ajustada à
conjuntura vivida.
Naturalmente, a gestão prudencial praticada e a
queda brusca da taxa de juro, provocaram um
impacto redutor da taxa de intermediação
financeira e logicamente do produto bancário,
influenciando a Conta de Exploração, mas
salvaguardando o Balanço. Assim sendo,
conseguimos reforçar o nosso Rácio de
Solvabilidade colocando-o em 11%, valor
excelente e, seguramente, acima da média do
sector bancário em Portugal.
Prosseguimos o objectivo de optimizar os
processos internos da Instituição, dando especial
atenção ao Controlo Interno, Auditoria, Unidade
de Gestão do Risco e Compliance.
Foi possível nesta conjuntura desfavorável
apresentar um resultado líquido de €
1.237.545,43 (um milhão duzentos e trinta e sete
mil, quinhentos e quarenta e cinco euros e
quarenta e três cêntimos), após cumpridas todas
as obrigações de constituição de amortizações e
provisões.
RELATÓRIO E CONTAS 2009 6
Desenvolvemos durante o ano um excelente
relacionamento com a Entidade Reguladora,
Entidades Governamentais e Parceiros
Financeiros, com os quais partilhámos
experiências e permutámos serviços.
O nosso reconhecimento à cooperação activa
sempre demonstrada pelos nossos Órgãos
Sociais.
Uma palavra muito especial a todos os nossos
clientes pela confiança demonstrada.
Aos nossos colaboradores, o apreço pela forma
empenhada e profissional como desenvolveram
o seu trabalho.
Julgamos ter cumprido durante o ano de 2009, a
nossa missão de salvaguardar e gerir os
recursos financeiros colocados à nossa guarda,
ter apoiado as empresas locais nesta difícil
conjuntura e, simultaneamente, valorizado o
património desta importante e centenária
Instituição bancária com enquadramento na
economia social.
Ao finalizar, reafirmamos, o objectivo estratégico
de dar continuidade ao nosso crescimento
orgânico e assumirmo-nos como parceiro
bancário de matriz puramente regional.
Presidente do Conselho de Administração
________________________
Carlos Raulino
RELATÓRIO E CONTAS 2009 7
rede de balcões
Ilha Terceira – 5 Balcões
Rua Direita, 118
9700-066 Angra do Heroísmo
Rua da Sé, 13
9700- 191 Angra do Heroísmo
Rua Padre Rocha Sousa, 10 A
9760-509 Praia da Vitória
Rua de Santo António, 2
9700-587 São Mateus da Calheta
Caminho do Concelho, 137
9760-051 Biscoitos
São Jorge – 2 Balcões
Rua 25 de Abril
9850-032 Calheta
Rua Maestro Francisco Lacerda, 30
9800-551 Velas
Graciosa – 1 Balcão
Rua Dr. João de Deus Vieira
9880-379 Santa Cruz
Faial - 1 Balcão
Praça da República
9900-099 Horta
Pico – 1 Balcão
Rua Visconde Leite Perry
9950-341 Madalena
RELATÓRIO E CONTAS 2009 8
relacionamento institucional
ENQUADRAMENTO ECONÓMICO E
FINANCEIRO
O ano de 2009 caracterizou-se por duas
metades bem distintas: na primeira, prevaleceu
um forte sentimento de que a crise económico-
financeira que vinha de 2008, poderia assumir
proporções de autêntica e profunda depressão,
o que acabou por gerar um processo de grande
dramatismo nos mercados financeiros. Como
resultado, assistiu-se a um expressivo recuo da
produção, do emprego, do investimento e do
consumo. Contudo, de tão grave, a crise
acabou por despertar um sentimento de
urgência que levou a uma intervenção sem
precedentes das autoridades, a qual logrou
uma recuperação gradual da confiança, que se
reflectiu no retorno a taxas de crescimento do
PIB positivas nas principais economias ao
longo do segundo semestre. Tecnicamente,
acabava, assim, a recessão. Contudo, o facto
do processo de retoma assentar em condições
económicas artificiais levanta dúvidas acerca
da sua sustentabilidade.
No 1º semestre, o sentimento de aversão ao
risco que transitou de 2008 intensificou a onda
destrutiva do sistema financeiro. Os mercados
monetário e de crédito paralisaram e os
respectivos prémios de risco mantiveram-se
extremados. Os índices accionistas delinearam
quedas acentuadas e os preços das commodities
e dos activos dos mercados emergentes
permaneceram pressionados. Em contrapartida,
houve uma convergência dos investidores para
os activos de refúgio, como os títulos de dívida
soberana das principais economias, alguns dos
quais chegaram a registar taxas de juro
negativas. Tão pronunciada devastação no
universo financeiro teve um impacto muito
adverso nas condições de financiamento e não
menos importante, na confiança dos agentes
económicos. O resultado foi o forte recuo da
produção e do emprego. A incidência global da
contracção provocou um colapso no comércio
internacional. O pânico generalizou-se, sem
precedentes em nenhuma outra crise ocorrida
nos últimos 80 anos.
A solvência do sector financeiro apenas foi
garantida através da injecção de capitais
públicos nas instituições financeiras e da
concessão de garantias estatais à sua dívida.
Paralelamente, os bancos centrais inundaram os
mercados monetários de liquidez e reduziram
drasticamente as taxas de juro, enquanto os
governos introduziram pacotes de gastos
públicos e de incentivos fiscais. Ao emprestar de
forma tão determinada a sua credibilidade à
reabilitação económica, os Estados conseguiram
restituir parte da confiança arrebatada pela crise.
Como corolário, a depressão foi evitada e o
sistema financeiro começou a cicatrizar. Estava
dado o mote para a retoma. A recuperação da
actividade começou a desenhar-se entre as
economias emergentes, sobretudo da Ásia. Para
tal concorreram: a diminuta exposição dos
respectivos sistemas financeiros aos chamados
activos “tóxicos” e a proximidade à China, cuja
resistência à crise global foi garantida por um
colossal pacote de despesa pública. Na maioria
das economias desenvolvidas, a recessão só
RELATÓRIO E CONTAS 2009 9
terminou no terceiro trimestre e muito à custa do
impacto positivo do estímulo estatal sobre o
consumo público e privado e, do efeito de
reposição das existências. Em suma, 2009 foi o
ano de todas as emoções. O cenário de
implosão do sistema financeiro internacional e a
consequente depressão da economia mundial,
que se temeu de forma muito intensa na primeira
metade do ano, foi afastado. Em grande medida,
este final feliz ficou a dever-se à intervenção
decisiva das autoridades. Contudo, precisamente
por esta razão, a retoma que se forjou foi de
natureza artificial, o que suscita reservas quanto
à sua sustentabilidade.
Não admira pois que, em 2009, a área do euro
se tenha deparado com a maior recessão
económica da sua história. A crise
desencadeada no sector financeiro conduziu à
paralisia do comércio internacional, ao
adiamento das decisões de investimento das
empresas e à retracção das despesas dos
consumidores, o que teve como corolário: uma
queda do PIB de cerca de 5%, em termos
acumulados; o aumento da taxa de desemprego
para níveis muito próximos de 10%, em
comparação com uma taxa de 7,2% na
Primavera de 2008; perdas incorporadas nos
balanços das instituições financeiras que
ascendem já a mais de 300 mil milhões de
euros, de acordo com o FMI; o aumento previsto
da dívida pública dos estados-membros de
69,3% em 2008 para 84% em 2010, segundo a
Comissão Europeia.
Os programas de estímulo à economia foram
preponderantes para desencadear o processo de
recuperação. Contudo, o legado deixado pela
crise é demasiado pesado para que seja
possível retomar, a breve trecho, uma situação
de normalidade. De acordo com as previsões da
Comissão Europeia, o hiato entre o produto
observado e o produto potencial é de -3%. Tal é
visível na reduzida taxa de utilização dos
recursos produtivos (capital e trabalho), que
deverá limitar largamente as decisões de
investimento e de emprego das empresas.
No que respeita aos mercados bolsistas, o ano
de 2009 começou sob o signo de fortes quedas,
ensombrado por nuvens negras, mas acabou por
revelar-se um período de valorizações
impressionantes. De facto, desde as primeiras
semanas de Março até Dezembro, a maioria dos
principais índices bolsistas dos mercados
desenvolvidos registaram ganhos na ordem dos
60%, tendo na média do ano as subidas oscilado
entre 20 e 25%. O registo dos dez últimos meses
do ano integra a lista das melhores recuperações
bolsistas dos últimos cem anos, sendo
necessário recuar mais de um quarto de século
para encontrar um desempenho semelhante.
Regressou-se a patamares superiores aos
observados em Setembro de 2007, antes da
eclosão hecatombe.
Portugal comportou-se melhor que a média dos
países da UEM em 2009, tendo registado uma
contracção do PIB inferior a 3%, cerca de 2,7%.
Como é reconhecido, para tal contribuíram um
sistema bancário relativamente saudável, sem
exposição significativa a activos tóxicos; a
ausência de valorizações excessivas no
mercado imobiliário (como se registaram em
Espanha, Reino Unido, Irlanda ou EUA), e
finalmente o facto de a economia ser
relativamente aberta, com alguma diversificação
RELATÓRIO E CONTAS 2009 10
das exportações, funcionando como elemento de
suporte para evitar maiores derrapagens no
crescimento. De facto, nos primeiros 9 meses do
ano, as exportações para Angola, Argélia, China,
Venezuela, Moçambique e Tunísia aumentaram,
contrariando a tendência de queda generalizada.
Apesar de a União Europeia e os países mais
industrializados continuarem a constituir uma
parcela importante das vendas ao exterior (mais
de 70%), a procura de mercados alternativos, em
zonas de rápido crescimento e cujas
necessidades de abastecimento coincidem com
a actual especialização do tecido produtivo
português, constitui um factor bastante positivo e
que deverá conferir alguma robustez, a prazo.
Mas não é apenas no sector transaccionável que
tem havido progressos; a inflação tem-se situado
abaixo da média da União Europeia desde cerca
de meados de 2008, o que acontece pela
primeira vez desde sempre. Ora, este
comportamento benéfico dos preços praticados
internamente, dever-se-á começar a reflectir
também na política salarial, com consequências
mais visíveis a nível da competitividade face ao
exterior. Neste capítulo, foi importante o acordo
salarial para os funcionários públicos, dado que
funciona habitualmente como referência para o
sector privado.
No entanto, nem tudo vai bem por terras lusas.
Portugal enfrenta desafios consideráveis em
2010: as significativas necessidades de
financiamento externo, com expressivo peso no
PIB, poderão dar origem a dissabores, sobretudo
tendo em conta o ambiente internacional
adverso, muito atento aos Estados soberanos
mais vulneráveis e dependentes do exterior.
Contrariamente à tónica que vigorou na década
terminada em 2008, e sobretudo antes da crise
internacional de crédito, actualmente os
investidores diferenciam claramente os Estados,
mesmo os que estão debaixo da protecção do
euro. Os rácios económicos são escrutinados de
perto, as questões de credibilidades/veracidade
analisadas à lupa e o mercado é quem dita as
suas regras. Neste ambiente, o custo de
financiamento do Estado e das
instituições/empresas portuguesas no exterior
poderá vir a aumentar, caso não haja sinais
concretos de regresso a uma trajectória mais
sustentável. Para isso, será fundamental um
sinal de contenção dado pelo PEC, pois a Dívida
Pública constitui uma fatia considerável do total
dos passivos face ao exterior.
Concluindo, tivemos um ano de 2009, com duas
fases bem distintas, na primeira temeu-se uma
recessão profundíssima, que acabou por não se
confirmar graças à rápida e eficaz intervenção
dos Estados. Na segunda o recomeço de uma
retoma, embora ainda muito tímida e que 2010
poderá vir a confirmar. Contudo, não restam
dúvidas: assistir-se-á nos próximos anos, a um
período de fraco crescimento e forte
desemprego. Portugal, apesar da vulnerabilidade
do seu excessivo endividamento interno e
externo, e do forte acréscimo do desemprego,
comportou-se melhor que a média dos países da
UEM.
RELATÓRIO E CONTAS 2009 11
actividade comercial
ENQUADRAMENTO GERAL E ESTRATÉGIA PRINCIPAIS ACONTECIMENTOS EM 2009
Numa conjuntura marcada pela descida
acentuada da Euribor (ver gráfico), a
maximização da sua rendibilidade, através da
implementação das melhores práticas de gestão
e de serviço, constituiu o objectivo essencial da
actividade da CEMAH, concorrendo
simultaneamente, para a criação de valor para o
Cliente, Colaboradores, Fornecedores,
Proprietária e demais intervenientes da
sociedade açoriana.
Só assegurando a preparação antecipada de
respostas adequadas e oportunas a desafios e
obstáculos futuros e pautando a sua conduta por
padrões éticos, eficazes, de responsabilidade, de
transparência e de rigor, a CEMAH crê ser
possível desenvolver a relação de confiança que
se preza de estabelecer com os seus Clientes.
Em estreito alinhamento com o objectivo acima
traçado, as principais linhas estratégicas da
CEMAH passam pelo aprofundamento do
enfoque nos negócios core, através da crescente
implantação geográfica na Região, pela
permanente disponibilidade para abraçar a
inovação tecnológica ao serviço da actividade
bancária, permitindo a melhoria contínua da
qualidade do serviço prestado e a satisfação das
necessidades e expectativas dos seus Clientes.
O exercício de 2009 ficou marcado pela
assinatura de inúmeros protocolos com o
Governo Regional dos Açores, representando
um reforço da vertente de responsabilidade
social que tanto caracteriza a CEMAH e
implicando uma redistribuição significativa da
carteira de crédito, dos quais se destacam a
Linha de Apoio à Reestruturação de Dívida
Bancária das Empresas dos Açores (a 04-02-
2009), a Concessão de Crédito no Âmbito do
Regime de Incentivos à Compra de Terras
Agrícolas (a 17-07-2009), o Apoio à Aquisição de
Primeira Habitação (a 19-06-2009) e o Adi-
tamento ao Protocolo de Financiamento no
Âmbito do Sistema de Incentivos para o
Desenvolvimento Regional dos Açores (a 18-12-
2009). Como forma de optimizar o actual
conhecimento da carteira de clientes da CEMAH,
assegurar a conformidade com os normativos
emanados pelo Banco de Portugal e facilitar a
futura migração da actual base de dados, foi
alargado às entidades colectivas o projecto de
actualização de dados.
Paralelamente ao acima exposto, e à
semelhança de 2008, a gestão dos patrocínios,
apoios e publicidade da CEMAH assentou em
premissas de rentabilidade e de alinhamento
com os objectivos anuais traçados, destacando-
se a estes níveis os apoios à Agroter 2009, às
Sanjoaninas 2009 e às Festas da Praia da
Vitória 2009, bem como a distribuição de brindes
em pontos e a públicos estratégicos. 0,01,02,03,04,05,06,0
OU
T 0
8
DEZ
08
FEV
09
AB
R 0
9
JUN
09
AG
O 0
9
OU
T 0
9
DEZ
09
Variação Bimensal da Euribor a 6 Meses (%)
RELATÓRIO E CONTAS 2009 12
gestão de carteira e operações
CRÉDITO
Não obstante a turbulência registada nos
mercados económico-financeiros, a carteira de
crédito global assinalou um crescimento de
7,9%, atingindo os 143.384 milhares de Euros no
final de 2009, como resultado de um ligeiro
aumento do crédito vincendo e de uma
recuperação acentuada do crédito vencido. O
rácio de transformação de depósitos em crédito
fixou-se nos 58,7%.
É de notar a dilatação do crédito estruturado em
detrimento da significativa contracção do crédito
concedido sob a forma de descoberto
autorizado, como reflexo da implementação de
uma política restritiva de concessão deste
produto e de medidas de acompanhamento e
análise criteriosa, do enquadramento de diversas
operações nas linhas de apoio criadas, da
introdução de nova estrutura de
comissionamento e, do ajustamento das taxas
activas como forma de maximizar a taxa de
intermediação financeira. Para o sucesso deste
conjunto de medidas foi decisiva a flexibilidade
organizativa, o trabalho de equipa e a rigorosa
administração de riscos pela CEMAH.
No âmbito da gestão do risco de crédito e das
provisões associadas, foi implementado o
Modelo de Imparidade de Crédito e dada
continuidade ao relevante trabalho do Gabinete
de Recuperação de Crédito, dois instrumentos
determinantes na minoração da percentagem
deteriorada da carteira de crédito, tendo também
sido concentrados esforços no sentido da
actualização das avaliações dos colaterais reais
de crédito, com impacto substancial no consumo
dos fundos próprios.
DEPÓSITOS
Em 31 de Dezembro de 2009 os recursos
captados ascenderam a 244.142 milhares de
Euros (233.057 milhares de Euros no final de
2008), sendo de destacar a completa absorção
da variação negativa ao nível dos depósitos à
vista e poupança pela evolução favorável das
aplicações a prazo.
Procurando reduzir a exposição da Instituição
face à actual volatilidade do mercado financeiro
e salvaguardar a taxa de intermediação
financeira, foi levada a cabo uma ponderada e
rigorosa gestão das taxas passivas, suportada
por revisões, em baixa e periódicas, do preçário,
conservadoras relativamente ao praticado pelo
restante sector.
RELATÓRIO E CONTAS 2009 13
PRODUTOS, SERVIÇOS E CANAIS
Atendendo à conjuntura propícia, procurou-se
reforçar a imagem do produto mais tradicional da
CEMAH, o produto Poupança CEM, com
importante penetração no mercado local,
estimulando o conceito da necessidade de
poupança aliado à contribuição para uma
Instituição dos Açores, com fins de Solidariedade
Social, sob o slogan publicitário “Poupe por Si e
pelos Açores”.
Foi também lançada a campanha intitulada “Crie
uma Aliança com a CEM” no âmbito da
Exponoivos 2009, evento decorrido no Clube de
Golfe da Ilha Terceira no mês de Fevereiro, com
o propósito de promover os Créditos Pessoal e
Automóvel e, assim, consolidar e valorizar a
marca CEM junto do público jovem, exigente e
com poder de compra.
Outra importante acção de Marketing foi a
realização do 1º Inquérito de Satisfação aos
Clientes, que incidiu sobre as áreas de
atendimento, produtos, serviços e instalações da
Instituição. Este estudo teve por base entrevistas
realizadas entre Julho e Setembro a 450 clientes
dos diversos balcões, tendo os resultados sido,
de um modo geral, manifestamente positivos.
Em 2009 foi ultimado o desenvolvimento da nova
Página da Internet e da plataforma de
Homebanking da CEMAH, desenvolvimento
alicerçado na segurança e riqueza de
funcionalidades, como instrumento de
alavancagem do serviço e produto bancários e,
naturalmente, de crescimento sustentado.
Ambas as plataformas nos finais de 2009
encontravam-se em fase de teste, em ambiente
de pré-produção. No âmbito da parceria com a
SIBS, destaca-se com sucesso, a conclusão do
projecto de passagem a tempo real na rede
Multibanco, com mais-valia notória, para cliente
e Instituição, na gestão diária de saldos.
PRESENÇA GEOGRÁFICA E MEIOS DE
PAGAMENTO
No ano de 2009 foi trabalhada com especial
atenção a parceria estratégica estabelecida com
a SIBS e a UNICRE, no sentido de privilegiar a
maximização dos proveitos em detrimento da
expansão do parque existente. Assim sendo,
deu-se continuidade à gestão restritiva e
permanente da rentabilidade das Caixas
Automáticas Multibanco, esforço
consubstanciado num aumento, em 2009, de
11% dos proveitos, para as mesmas 39
unidades. Este resultado deriva, também, de um
melhor acompanhamento do serviço de
manutenção e avarias.
Não obstante a elevada agressividade
concorrencial que se fez, e faz, sentir no sector e
os condicionalismos inerentes à condição de
banco de apoio, o parque de Terminais de
Pagamento Automático, registou um ligeiro
aumento, em 2009, para as 151 unidades.
É de ressalvar a redenominação dos cartões de
crédito Unibanco/CEM, criando espaço para a
introdução de um novo cartão caracterizado por
anuidade gratuita e conduzindo ao alargamento
da oferta ao cliente.
Com vista a melhorar a oferta e a qualidade de
serviço e reforçar a sua posição no segmento
empresarial e de clientes, que pela sua
especificidade de interesses, necessidades e
dimensão do seu património financeiro requerem
um atendimento mais personalizado, a CEMAH
reforçou o quadro de pessoal afecto ao Centro
de Atendimento Personalizado.
RELATÓRIO E CONTAS 2009 14
recursos humanos
Quadro dos Activos
A 31 de Dezembro de 2009, a CEMAH contava
com um efectivo total de 85 colaboradores
activos, o que reflecte um ligeiro aumento,
resultante de uma cuidada politica de admissões.
No período de Janeiro a Dezembro de 2009,
verificou-se um total de 8 novas admissões e 4
saídas, 2 das quais por motivo de reforma por
invalidez, 1 por requisição e 1 por falecimento.
No âmbito da sua estratégia de Recursos
Humanos, continuou a ser preocupação da
CEMAH a aposta na valorização e motivação de
colaboradores qualificados e na selecção de
perfis de competência alinhados com os
objectivos estratégicos da Instituição. Neste
sentido, foi promovida a adequação dos
colaboradores à nova filosofia implementada de
gestão por processos, proporcionando condições
para o preenchimento das novas funções e,
eventual promoção.
Em 2009, as admissões foram justificadas pelas
necessidades sentidas a nível dos
Departamentos Comercial, Financeiro e
Administrativo.
0%
20%
40%
60%
80%
100%
Dez-05 Dez-06 Dez-07 Dez-08 Dez-09
64 65 65 65 66
14 14 14 16 19
78 79 79 81 85Total
Mulheres
Homens
PESSOAL Homens Mulheres Total
Activos 66 19 85
Reformados 25 1 26
Pensionistas 2 15 17
Total 93 34 128
Quadro Geral dos Recursos Humanos
Resulta da análise deste Quadro Geral de
Recursos Humanos que 66% são activos e 34%
são reformados e pensionistas.
RELATÓRIO E CONTAS 2009 15
ESTRUTURA ORGÂNICA
Durante o ano de 2009, verificaram-se
alterações pontuais ao organograma a nível dos
responsáveis pelos departamentos, devidas,
somente, à saída de dois colaboradores por
motivos pessoais. No entanto, a estrutura
orgânica da CEMAH não sofreu alterações,
confirmando-se a sua adequabilidade aos
objectivos de eficácia da Instituição e aos
requisitos legais, nomeadamente no que respeita
a Basileia II.
PESSOAL POR BALCÕES E SERVIÇOS
CENTRAIS
Deu-se continuidade à política de distribuição
dos activos por Balcões, adequando o número
de colaboradores com a evolução da sua
actividade.
A baixa densidade dos activos por balcão
também foi possível pelo facto de se ter
continuado a privilegiar a centralização da
maioria dos serviços administrativos e se ter
recorrido à constante informatização dos
serviços, nomeadamente o desenvolvimento de
uma aplicação intranet.
RELATÓRIO E CONTAS 2009 16
RECURSOS HUMANOS Distribuição dos activos pelos os balcões e serviços
BALCÕES/SERVIÇOS Homens Mulheres Total
Angra do Heroísmo 14 4 18
Calheta 5 0 5
Horta 5 1 5
Praia da Vitória 7 0 7
Graciosa 4* 1 5
Velas 5 0 5
São Mateus 3* 0 3
Biscoitos 2 0 2
Madalena 5** 1 6
Serviços
Centrais/Sede
16 12*** 28
Total 66 19 85
* Inclui 1 deputado eleito em 11/2004, para a Assembleia Legislativa Regional **Inclui 1 requisitado desde 7/2002, pelo Governo regional *** Inclui 1 licença sem vencimento desde 02.2009 Perfil Etário dos Activos
ESTRUTURA ETÁRIA Homens Mulheres Total
18-24 1 0 1
25-29 7 4 11
30-34 3 3 6
35-39 9 8 17
40-44 7 1 8
45-49 7 1 8
50-54 19 2 21
55-59 8 0 8
60-64 4 0 4
65 1 0 1
Total 66 19 85
RELATÓRIO E CONTAS 2009 17
Distribuição do número de colaboradores por faixa etária
Verifica-se, em termos etários, uma
predominância de homens entre 50 e 54 anos e
das mulheres entre os 35 e 39 anos, sendo que,
em termos de média global de idades, a dos
homens foi de 45,7 e a das mulheres de 36,3,
encontrando-se a média global actual nos 43,55
anos.
Esta média global de idades, apesar de ainda
ser elevada (43,6) representou, face ao ano
anterior (44,6), uma diminuição de 0,91%.
Relativamente à média etária por balcões e
serviços, constatou-se que a média etária menor
(41,7) foi verificada na Agência da Madalena,
sendo, em contrapartida, a Calheta a agência
com o número médio de idades mais elevado
(50,2).
até 29 anos12
14%
de 30 a 39 anos
2327%
de 40-49 anos16
19%
Mais de 50 anos
3440%
39,5
50,2
43,0
45,0
41,7
48,048,6
46,3
42,5
44,8
43,6
Média Serviços/AgênciasMédia Global
RELATÓRIO E CONTAS 2009 18
POLÍTICA DE REMUNERAÇÕES E
AVALIAÇÃO DE DESEMPENHO
No ano de 2009 a política de remunerações da
CEMAH teve em consideração as melhores
práticas do mercado e as recomendações do
Banco de Portugal, sempre numa perspectiva de
melhoria contínua. O seu objectivo foi atrair, reter
e motivar pessoas qualificadas, bem como
conseguir obter os melhores níveis de
desempenho.
O sistema de avaliação de desempenho da
CEMAH foi desenvolvido nos últimos 2 anos,
abrangendo todos os colaboradores, tendo-se
tornado num dos aspectos-chave da sua política
remuneratória, servindo de instrumento de
gestão para diagnóstico e identificação de
competências e de reconhecimento. Tal como
qualquer outro instrumento é periodicamente
analisado e avaliado, numa perspectiva de
melhoria contínua.
POLÍTICA DE REMUNERAÇÕES DOS
ORGÃOS SOCIAIS
A remuneração do Conselho de Administração
da CEMAH é definida segundo os art.º 9º e 30º,
(alínea d) dos seus Estatutos, na reunião
conjunta do Conselho de Administração,
Conselho Fiscal e Representante da Mesa
Administrativa da Santa Casa da Misericórdia de
Angra do Heroísmo.
Os membros do Conselho Fiscal têm uma
remuneração sob a forma de senhas de
presença (art.º 13º dos estatutos).
Os valores aprovados para 2009 foram, para
cada membro do Conselho de Administração, de
2.837,75€ brutos mensais, correspondendo a
39.728,50€ anuais e do Conselho Fiscal de uma
senha de presença, por membro, de 199,52€
mensais correspondendo a 2.394,24€ anuais,
não existindo em qualquer um dos órgãos
remuneração variável.
HABILITAÇÕES
ACADÉMICAS
HOMENS MULHERES TOTAL
Licenciatura 6 12 18
Bacharelato 1 1 2
Ensino
Secundário
34 3 37
Ensino Técnico 4 0 4
3º Ciclo do
Ensino Básico
14 1 15
2º Ciclo do
Ensino Básico
3 1 4
1º Ciclo do
Ensino Básico
4 1 5
Apesar do número crescente de
funcionários licenciados, 18 num total de
85, representando 21%, o peso de
colaboradores com ensino secundário
ainda é predominante.
Habilitações Literárias
RELATÓRIO E CONTAS 2009 19
FORMAÇÃO
Dando cumprimento ao Plano de Formação para
2009, elaborado com base nas necessidades
individuais dos colaboradores e nas
necessidades globais, legais e estratégicas, da
CEMAH, foram ministradas um total de 433,5
horas de formação, abrangendo 71
trabalhadores (84% do universo CEMAH). O
investimento global em formação ascendeu
assim, a cerca de 9.440,00 euros.
Foi dada a seguinte formação interna:
Risco Operacional – 64 horas,
ministradas pelo Departamento de Risco
Requisitos e Procedimentos nas
Reclamações Oficiais –14,5 horas,
ministradas pelo Gabinete de Auditoria
Interna
Formação Inicial – 12 horas, ministradas
pelo Departamento Administrativo
Em relação à formação externa, a CEMAH
recorreu a um leque variado de entidades
formadoras, sendo de realçar a importância do
Banco de Portugal e do Instituto de Formação.
Bancária no desenvolvimento das formações de
carácter obrigatório, Anti-Money Laundering &
Counter-Terrorism Financing (Branqueamento de
Capitais) e Conhecimento da Nota de Euro.
Formações Externas:
DESIGNAÇÃO DA FORMAÇÃO ENTIDADE FORMADORA Nº DE
HORAS
Nº DE
PARTICIPANTES
Conhecimento da Nota de Euro Banco de Portugal 44 11
Anti-Money Laundering & Counter-Terrorism Financing Instituto de Formação Bancária 154 22
Gestão por processos PMO consulting 42 2
Estrutura Conceptual e os Novos Modelos de Relato
Financeiro; Fiscalidade em Função dos Documentos
Câmara Técnicos Oficiais de Contas 8 1
Apoios governamentais para Vencer a Crise Câmara Técnicos Oficiais de Contas 4 1
Sistema de Normalização contabilística Câmara Técnicos Oficiais de Contas 8 1
IRC (Revisão do Código) Câmara Técnicos Oficiais de Contas 16 1
Sistema de Normalização Contabilística - Exemplos
práticos
Câmara Técnicos Oficiais de Contas 16 2
Workshop - Código do trabalho Câmara de Comércio de Angra do
Heroísmo
14 1
Auditoria Interna na Banca - Departamento de Crédito NPF – Pesquisa e Formação 11 1
Programas de Trabalho para a Auditoria Instituto Português de Auditoria Interna 14 1
Locais de Trabalho Seguros e Saudáveis Bom para si.
Bom para as empresas
Dir. Regional do Trabalho,
Qualificação Profissional e Defesa do
Consumidor
12 2
Total 343 46
RELATÓRIO E CONTAS 2009 20
PATRIMÓNIO E OBRAS
Agência de Ponta Delgada
Foi ultimado o processo de licenciamento da
nova agência a instalar em S. Miguel, na cidade
de Ponta Delgada, com vista a que o processo
de expansão para este importante mercado se
faça de forma condigna.
A localização é excelente, e será dotada das
tecnologias mais actuais do mercado.
CONSERVAÇÃO DO PATRIMÓNIO
Continuando a política que a CEMAH tem vindo
a desenvolver, no sentido de manter todos os
edifícios da Instituição em boas condições de
conservação e aparência e, acompanhando as
exigências de modernidade e funcionalidade,
procedeu-se a pequenas obras de conservação,
as quais tiveram igualmente presentes as actuais
exigências da Banca, designadamente normas
de segurança.
Em S. Jorge e na Calheta, no primeiro balcão da
CEMAH instalado fora da Ilha Terceira, efectuou-
se uma remodelação, com o objectivo de o
adaptar ao conceito de atendimento
personalizado.
EQUIPAMENTOS
Manteve-se um cuidado especial sobre a
manutenção e acompanhamento de todos os
equipamentos, numa perspectiva de
prolongamento da sua vida útil.
RELATÓRIO E CONTAS 2009 21
sistemas de informação
O ano de 2009, ao nível de Sistemas de
Informação, correspondeu a um período no qual
foram obtidos resultados satisfatórios em termos
da consolidação dos processos e procedimentos
internos, do aperfeiçoamento das aplicações
existentes, do desenvolvimento de novas
soluções e da disponibilização de novos
serviços. Mas foi sobretudo um ano de reflexão e
de planeamento estratégico com vista ao
desenho da “arquitectura” futura dos sistemas de
informação, com enfoque no projecto de CORE
BUSINESS que visa a substituição da actual
plataforma bancária por uma solução standard,
moderna, que recorre às melhores práticas do
mercado bancário, e que permitirá à CEMAH
potenciar o seu negócio, aumentar os níveis de
produtividade dos colaboradores, de garantir
processos de controlo interno e de satisfação
dos consumidores face aos novos serviços e
produtos que a solução permitirá disponibilizar.
O projecto CORE BUSINESS, mereceu
destaque em 2009, por um lado, porque sendo
um projecto estruturante para a CEMAH tem
implicações com as diferentes áreas da estrutura
orgânica e afecta grande parte dos processos de
negócio, e por outro, porque sendo um projecto
com um custo de investimento significativo, e
tendo por base propostas de fornecedores
técnica e financeiramente muito idênticas,
merecia uma discussão e reflexão alargada e
alongada no sentido de se escolher a solução e
a proposta que melhor se adequasse à estrutura
socioeconómica da CEMAH. A decisão recaiu
sobre a solução Finacle proposta pela INFOSYS,
estando o projecto de implementação previsto
para 2010, havendo acordo na negociação de
algumas das cláusulas do contrato.
Foram concluídos, entre outros, o projecto de
interligação com a rede Multibanco da SIBS, em
tempo real (Protocolo Real Time), que permitiu
que as operações efectuadas na rede Multibanco
tivessem repercussão imediata nas contas dos
clientes, passando o cenário de comunicação de
saldos de véspera (antes principal) a cenário de
degradação. Iniciou-se também, junto da SIBS, o
projecto HOST-TO-HOST que permitirá o
pagamento de serviços no canal de e-banking e
outras operações do balcão. A conclusão do
projecto de adesão ao TARGET2 (Sistema de
Pagamentos de Grandes Transacções) com
ligação à rede SWIFT (via SIBS), foi outro
projecto importante que veio, em 2009,
completar um ciclo longo, complexo e
burocrático de actividades que foram realizadas
em conjunto com a Direcção Financeira para
permitir a implementação do projecto. Este
sistema veio facilitar o pagamento dos saldos de
compensação apurados nos subsistemas do
SICOI e facultar uma ferramenta de envio e
recepção de transferências (essencialmente para
transacções de grandes montantes) para e de
Bancos aderentes ao TARGET2.
Foram, também, criados novos produtos, no
âmbito das linhas de apoio ao crédito bonificado,
e desenvolvidas novas soluções para permitir a
gestão efectiva de garantias e imóveis e dos
processos para e em contencioso, entre outras
RELATÓRIO E CONTAS 2009 22
aplicações, cuja conclusão se prevê venham a
ocorrer em 2010. Estas permitirão à CEMAH
tornar as suas operações mais eficientes
reduzindo, deste modo, o nível do risco
operacional e cumprir com as instruções do
Banco de Portugal e as recomendações dos
Auditores externos e Auditor interno.
Iniciado em 2008, o projecto de e-banking e Site
Institucional teve, em 2009, de passar por um
processo apertado de certificação do código
fonte e da infra-estrutura física de suporte, para
garantir a máxima segurança das operações
efectuadas neste canal, incluindo a instalação de
certificados de segurança e um conjunto de
actividades e testes que permitiram detectar
eventuais vulnerabilidades a ataques de intrusão
e a outros tipos de malware.
Para além dos projectos referidos, e que
mereceram maior relevância, foram também em
2009 iniciados ou concluídos os seguintes
o Reestruturação da rede de
comunicações da SEDE e das ligações
aos balcões remotos, nomeadamente a
contratação de aumentos de largura de
banda;
o Implementação da EXTRANET com a
SIBS visando a unificação das linhas de
comunicações para os sistemas de
pagamento;
o Sistema de controlo de acesso às
instalações do Datacenter e ao Centro
de Processamento de Dados;
o Migração do equipamento para o novo
Datacenter;
o Instalação da infra-estrutura física e
lógica de suporte ao e-banking;
o Implementação das ligações de ADSL
para acesso à Internet e ao e-banking;
o Planeamento da estrutura de Helpdesk
de apoio ao e-banking;
o Planeamento do projecto de adesão à
SEPA-DD e SEPA-CT;
o Planeamento e desenvolvimento do
Plano de Continuidade do Negócio, cuja
implementação se prevê que venha a
ocorrer durante o ano de 2010;
o Planeamento e desenho da infra-
estrutura central de suporte ao CORE
BANKING (software e hardware);
o Planeamento e desenho da infra-
estrutura de balcões (servidores,
computadores e impressoras) com
substituição agendada para 2010.
RELATÓRIO E CONTAS 2009 23
organização e planeamento
A DOP (Direcção de Organização e
Planeamento) consolidou, durante o ano de
2009, a sua função, transversal à Instituição, de
apoio no desenvolvimento e planeamento da
gestão estratégica, que abrange tanto a vertente
de monitorização e controlo dos processos,
como a gestão do projecto intimamente ligada à
análise, testes e controlo de prazos e objectivos,
tudo com vista à melhoria contínua da CEMAH.
QUALIDADE
Foi mantido o objectivo do gabinete da qualidade
de prosseguir a melhoria contínua e de manter
actualizada toda a documentação do modelo
organizacional de forma a assegurar a
conformidade com os normativos e a eficiência
da Instituição, tendo-se, no decurso de 2009,
alterado 64 procedimentos e elaborado 28
novos.
O redesenho dos processos ficou a aguardar o
respectivo processo de reengenharia, a ser
executado aquando da implementação da nova
solução de core business.
ORGANIZAÇÃO
Em 2009 foram implementados dois projectos de
grande importância direccionados para
assegurar a funcionalidade da Instituição, tanto
em termos de eficiência interna, como em de
situações de anormalidade, a saber:
Plano de Contingências
Durante o ano de 2009, foi revista a
Estratégia de Continuidade, que define a
abordagem a seguir por forma a dotar a
CEMAH dos Requisitos Mínimos de
Operação, para assegurar a
continuidade dos Processos Críticos
num cenário de Crise. Na sequência
dessa análise, foi adjudicada a uma
consultora externa, Ernst & Young, uma
proposta de serviços no âmbito da
implementação do Plano de
Contingências, que, em termos muito
latos, se resume às seguintes fases:
o Desenho;
o Implementação;
o Comunicação;
o Teste e manutenção
Actualização da Base de Dados (1)
À semelhança do que foi feito para as
entidades singulares, em 2009 deu-se
início a um projecto de actualização da
base de dados das entidades colectivas,
e da regularização de situações de
entidades falecidas. Entre Outubro e
Dezembro foram actualizadas 53% das
entidades colectivas existentes na
Instituição.
RELATÓRIO E CONTAS 2009 24
COMPLIANCE
Relativamente, à função de compliance, no que
compete à DOP, as questões fundamentais em
2009 foram:
Assegurar que a estrutura funcional da
CEMAH se encontrou dentro dos parâmetros
estabelecidos pelos normativos legais, mais
especificamente nos termos do Aviso nº
5/2008 do Banco de Portugal;
Assegurar que todos os normativos legais
aplicáveis à CEMAH foram, devida e
atempadamente, difundidos pelos serviços
competentes;
Assegurar que os normativos divulgados
foram analisados e postos em prática pelos
responsáveis competentes.
CONTROLO INTERNO
Assegurar a realização do follow up das medidas
correctivas apontadas para colmatar as
deficiências detectadas no âmbito do relatório
sobre o sistema de controlo interno, enviado
anualmente para o Banco de Portugal, é função
essencial para um efectivo sistema de controlo
interno.
O decréscimo das deficiências em 2009,
comparativamente com o ano anterior, assim
como o facto da CEMAH ser mencionada no
Relatório de Supervisão Comportamental do
Banco de Portugal, em todas as áreas de
actuação revistas, nos seguintes termos; “Não foi
recebida qualquer reclamação contra…” reflecte
a atenção continuada da Gestão de Topo para
esta temática.
RELATÓRIO E CONTAS 2009 25
gestão do risco
A actividade da Gestão do Risco no ano de
2009 passou pela implementação efectiva das
políticas que sustentam o perfil de risco da
Instituição, pondo em prática os processos de
identificação, avaliação, monitorização e
mitigação dos riscos considerados materiais para
a CEMAH (crédito, liquidez/taxa de juro e
operacional).
A gestão integrada do risco diluiu-se pelos
processos abaixo identificados:
Stress-testing
o Este processo pretende avaliar a
capacidade do capital interno na absorção
de choques, identificar vulnerabilidades e
definir e adoptar medidas correctivas que
lhes façam face;
o O exercício de Stress-testing com
referência a 30-06-2009 dividiu-se na
realização de análises de sensibilidade a
cada risco, variando apenas um factor de
risco e na realização de análises de
cenários, em que foram conjugadas
variações em vários factores de risco
simultaneamente;
o Foram apurados diversos impactos
materiais, quer no resultado do exercício,
quer em fundos próprios nos testes aos
riscos de fundo de pensões, taxa de juro e
de crédito;
o No que diz respeito à análise de
cenários identificaram-se impactos
materiais tanto no resultado do exercício
como em fundos próprios;
o Não obstante, para todos os impactos
apurados, quer em resultados, quer em
capital interno, o nível de solvabilidade da
CEMAH foi suficiente e excedente para
absorção dos choques aplicados,
mantendo-se sempre acima do mínimo
regulamentar.
ICAAP (Processo de Auto-Avaliação da
Adequação do Capital Interno)
o O ICAAP tem como fim assegurar que
o nível de fundos próprios é apropriado ao
perfil de risco da instituição e apresentar
os processos que suportam,
adequadamente, o sistema de gestão do
risco;
o Do exercício realizado com referência a
31-12-2008 foi possível concluir que as
metodologias adoptadas são adequadas,
incorporando, assim, todas as variáveis
relevantes, e que a CEMAH mantém
níveis de solvabilidade adequados, com
um buffer de cerca de 4 milhões de euros
para eventuais necessidades de capital
futuras.
Reporte Prudencial
o Potencia a criação de uma relação
estreita com a entidade de Supervisão,
bem como a fundamentação da tomada de
decisão e das análises de exposição ao
risco a efectuar;
o À data de 31-12-2009, incluíam-se
neste processo 10 reportes ao Banco de
Portugal, para comunicação de níveis de
liquidez, solvabilidade, provisões, carteira
de crédito, entre outros.
RELATÓRIO E CONTAS 2009 26
Paralelamente à gestão integrada do risco, a
CEMAH implementou uma gestão individual de
cada risco, que se detalha de seguida:
Risco de Crédito
A este nível a CEMAH introduziu uma análise
mais detalhada do risco inerente às propostas de
crédito e implementou um modelo de imparidade
da carteira de crédito, o qual permite estimar a
imparidade da carteira actual de crédito, bem
como dos novos créditos, obtendo-se um
acompanhamento e uma gestão da carteira mais
fundamentados. O cálculo com referência a 31-
12-2009 permitiu apurar uma imparidade total da
carteira de crédito de 3.707 milhares de euros,
sendo o nível de provisões estatutárias superior
(4.157 milhares de euros).
Foi também emitido um relatório trimestral de
exposição ao risco de crédito, que detalhou as
situações mais preocupantes, com análises de
incumprimento, de evolução da carteira, de
garantias existentes e de concentração.
Risco de Liquidez/Taxa de Juro
A gestão dos activos e passivos da CEMAH,
bem como dos riscos que lhe estão inerentes (de
liquidez e taxa de juro), foi feita sobretudo pela
Direcção Geral e pela Direcção Financeira,
mantendo-se uma posição de prudência, a qual
tem permitido os históricos níveis de liquidez
elevados.
Em 2009 foi adjudicada à consultora Ernst &
Young a aquisição de uma ferramenta de gestão
de activos e passivos, para permitir o
acompanhamento diário da situação de liquidez,
pela gestão do risco, analisando o mismatch de
liquidez e os duration gaps de activos e
passivos. Decorrem actualmente as primeiras
fases da sua implementação, a par da definição
de um plano de contingência de liquidez.
Risco Operacional (inclui riscos de
Compliance e Sistemas de Informação)
Ao longo de 2009 foram realizados workshops
com todos os colaboradores da CEMAH, de
modo a introduzir o tema da gestão do risco,
esclarecendo o conceito de risco operacional e o
ciclo da sua gestão a implementar na instituição,
com o propósito último de incutir a cultura do
risco, identificar os eventos de risco operacional
e quantificar as potenciais perdas financeiras daí
advindas.
O acompanhamento permanente dos eventos de
risco identificados, pelos respectivos risk owners,
bem como a adopção de medidas específicas de
mitigação deste risco, prevê-se para o 1º
semestre de 2010.
RELATÓRIO E CONTAS 2009 27
auditoria interna
A auditoria interna, vista como uma actividade
independente, de avaliação objectiva e de
consultoria, destinada a acrescentar valor e a
melhorar as operações de uma organização,
desenvolveu várias actividades, destacando-se
as seguintes:
Plano de Actividades, alinhado com a
estratégia da Gestão e em conformidade
com o disposto na Instrução 5/2008 do
Banco de Portugal;
Plano de Formação orientado e
adequado às necessidades de formação
do Auditor Interno;
Propostas para alteração e criação de
novos procedimentos, no âmbito das
funções da Auditoria Interna;
Elaboração do Mapa Reporte das
Incidências detectadas pela AI, a incluir
no Relatório Anual de Controlo Interno;
Colaboração directa em trabalhos com
Auditores Externos, nomeadamente nos
trabalhos ligados aos processos de
Controlo Interno;
Análise de Processos - Validação
documental e de garantias, Identificação
de controlos e de procedimentos,
directamente ligados aos processos:
o Balanço de Controlo à
Tesouraria Central
o Balanços de Controlo aos
Caixas nos Balcões de Angra do
Heroísmo, São Mateus,
Biscoitos, Praia da Vitória, Horta,
Graciosa e Madalena
o Crédito a Prestações
o Branqueamento de Capitais
o Reclamações Oficiais
o Balanços Mensais aos Caixas
em todos Balcões
o Remessas de Valores em
Trânsito entre Balcões
o Identificação e Transporte de
Valores
o Circularização de Clientes e
Entidades relacionadas com a
Instituição
o Informações bancárias para
Auditores Externos
o Controlo Interno e Segurança
o Conservação dos Edifícios
Tendo em conta a dimensão da Instituição e os
recursos humanos afectos à função de auditoria
interna, foi necessário o recurso ao outsourcing
para avaliação da função de Auditoria Interna.
Todas as actividades da Auditoria Interna foram
pautadas pela competência, rigor e isenção,
pelas melhores práticas profissionais, de acordo
com a legislação em vigor pelas directrizes da
Entidade Supervisora e da Governação Interna,
sempre em conformidade com as Práticas
Profissionais de Auditoria Interna do IIA (The
Institute of Internal Auditors).
RELATÓRIO E CONTAS 2009 28
resultados da actividade
DEPÓSITOS
Os depósitos da CEMAH totalizaram 244.142
milhares de euros, registando um acréscimo de
4,8%, face ao período homólogo do ano anterior.
O total de depósitos decompõe-se em 55.808
milhares de euros de depósitos à ordem e em
188.333 milhares de euros de depósitos a prazo
e de poupança, representando 23% e 77%,
respectivamente, do total.
Os depósitos registaram um acréscimo global
de 4,8% e o aumento de 11,5% nos depósitos a
prazo e de poupança, face ao ano anterior, é o
reflexo das alterações nas condições financeiras
mundiais que repercutiram um aumento da
Poupança, considerada um activo de refúgio e
de maior segurança para ultrapassar situações
de profunda crise, como o que aconteceu em
2009.
Aumento dos recursos da CEMAH nos últimos anos:
0,0050.000.000,00
100.000.000,00150.000.000,00200.000.000,00250.000.000,00 Depósitos à Ordem
Depósitos a Prazo e PoupançaTotal Depósitos
Depósitos 2008 2009 Variação
Depósitos à Ordem 64.097.204
euros 55.808.260 euros -12.9%
Depósitos a Prazo e Poupança 168.959.829
euros 188.333.440 euros 11.5%
Total 233.057.033
euros 244.141.700 euros 4,8%
RELATÓRIO E CONTAS 2009 29
CRÉDITO
O montante global do crédito concedido em 31
de Dezembro último foi de 143.384 milhares de
euros, representando um significativo acréscimo
de 7,9% em relação a 2008. Tal crescimento
ocorreu no contexto da implementação de uma
política bastante restritiva na concessão do
crédito, o que valoriza a intervenção de nossa
Instituição no apoio à actividade económica
regional, quando foi bem visível que muitos dos
Bancos com sede na Região, se retraíram neste
esforço.
Continuou-se a privilegiar a concretização de
operações de crédito em empresas e
particulares que demonstraram possuir bons
patrimónios, como forma de minimizar tanto o
risco como o consumo de capital associado a
tais operações, e a fazer depender a concessão
de crédito da demonstração de uma boa
capacidade de libertar meios suficientes para o
reembolso dos empréstimos, sendo este o
primeiro critério a ter em conta na aprovação de
operações de crédito.
O factor risco e concentração ponderou nas
decisões da CEMAH, que foram sempre
acompanhadas da análise histórica dos nossos
clientes e da avaliação dos comités de crédito
associadas a cada balcão.
A 31 de Dezembro de 2009, o saldo do crédito
vencido situou-se em 2.536 milhares de euros,
constituindo cerca de 1,8% do crédito global,
valor bastante equilibrado face à conjuntura
verificada e à média do sector bancário.
Atendendo à natureza das garantias que
suportaram tais operações, o montante de
crédito vencido acima referido, apresentou um
bom grau de cobrabilidade.
Salienta-se que a carteira de crédito é objecto de
observação permanente por parte dos auditores
externos e devidamente provisionada de acordo
com as regras emitidas pelo organismo de
supervisão bancária, tendo sido construído em
2008, e aperfeiçoado para 2009, o modelo de
imparidade de crédito, com objectivo de suporte
ao aprovisionamento de crédito.
Crédito 2008 2009 Variação
Crédito 132.894.536 € 143.384.386 € 7, 9%
Evolução do Crédito
RELATÓRIO E CONTAS 2009 30
BALANÇO
Unidade: Milhares de euros
Evolução dos Principais Agregados do
Balanço
2008 2009
Valor % Valor %
1. Disponibilidades 13.133 4,9% 12.839 4,7%
2. Aplicações 238.890 89,1% 246.124 89,4%
2.1. Aplicações em I.C. 103.328 38,5% 96.563 35,1%
2.2. Créditos a clientes líquido 129.323 48,2% 141.074 51,2%
2.3. Activos financ. disp. p/venda 6.239 2,3% 8.487 3,1%
3. Imobilizações líquidas 9.066 3,4% 9.148 3,3%
4. Outros activos 6.944 2,6% 7.369 2,7%
5. Activo Liquido 268.033 100.0% 275.480 100, 0%
6. Recursos alheios 238.915 89,1% 245.529 89,1%
6.1 Recursos de outras I.C. 1 0,0% 36 0, 0%
6.2. Recursos de clientes 234.874 87,6% 245.493 89, 1%
6.3. Passivos subordinados 4.040 1,5% 0 0,0%
7. Provisões 1.642 0,6% 1.987 0,7%
8.Outros passivos 5.818 2,1% 5.548 2,0%
9. Passivo 246.375 91,9% 253.064 91,9%
10. Capitais próprios 21.658 8,0% 22.417 8,1%
10.1. Capital 14.305 5,3% 14.901 5,4%
10.2. Reservas de reavaliação 473 0,2% 590 0,2%
10.3. Out. Res. e Res. Transitados 3.882 1,4% 5.272 1,9%
10.4. Resultado do Exercício 2.997 1,1% 1.653 0,6%
A estrutura do Balanço não sofreu alterações
significativas no exercício de 2009, mantendo-se
muito semelhante o peso relativo das grandes
rubricas que o constituem, conforme explicito no
mapa acima.
A 31 de Dezembro de 2009, o Activo Líquido
situou-se nos 275.480 milhares de euros,
representando um aumento de 2,8% em relação
ao idêntico período do ano anterior.
Estrutura do Balanço
RELATÓRIO E CONTAS 2009 31
O Crédito a Clientes, no montante 141.074
milhares de euros, representando 51,2% do
activo líquido, engloba todo o crédito, vincendo e
vencido, concedido pela Instituição e respectivos
proveitos a receber. A este foram deduzidas as
provisões associadas.
As Aplicações em Instituições de Crédito, que
ascenderam a 96.563 milhares de euros e
representavam 35,0% do activo líquido, incluem
26.000 milhares de euros de aplicações no
Mercado Monetário Interbancário e a colocação
de 70.223 milhares de euros em depósitos a
prazo noutras instituições financeiras, de sólida
reputação. No seu conjunto, estas aplicações
proporcionaram um rendimento anual de 3.377
milhares de euros.
As Imobilizações Líquidas, cujo valor foi de
9.148.392 euros, incluem todo o património de
imóveis de serviço próprio da Instituição, bem
como o valor de 1.613.735 milhares euros,
referente a património recebido da SCMAH,
aquando do aumento de capital ocorrido em
1988 e que se refere a prédios urbanos. Como já
referido em relatórios anteriores, o Lar de Idosos
foi já totalmente devolvido à SCMAH, com a
CEMAH a comparticipar nesse esforço de
reintegração.
Registou-se no Passivo um valor de 253.064
milhares de euros, assumindo a carteira de
depósitos da Instituição – Recursos de Clientes e
respectivos custos a pagar, 245.493 milhares de
euros.
Os empréstimos subordinados assumidos pela
Instituição que em 2008 ascendiam ao montante
4.040 milhares de euros, foram totalmente
amortizados em 2009.
Nos “Outros Passivos” estão contabilizadas as
responsabilidades com o Fundo de Pensões, a
mensualização de outros encargos a pagar e
outras operações a regularizar.
A Situação Líquida da CEMAH ascendeu a
22.417 milhares de euros, mais 759 milhares de
euros de acréscimo relativamente a 2008, valor
suficiente para permitir a transformação desta
Caixa Económica em Banco, tendo em conta
que o valor mínimo para esse efeito é de 17.500
milhares de euros.
Apresentamos um Rácio de Solvabilidade de
11,1%, que passará para 11,9%, com a inclusão
dos resultados líquidos (deduzido o valor
distribuído à accionista), os quais só poderão ser
considerados após a respectiva certificação das
Contas, por parte dos auditores externos.
RELATÓRIO E CONTAS 2009 32
CONTA DE EXPLORAÇÃO
Unidade: Milhares de euros
Mapa comparativo da evolução das principais rubricas 2008 2009
1. Juros e rendimentos similares 15.760 11.409
2. Juros e encargos similares (6.540) (6.261)
3. Margem Financeira 9.220 5.148
4. Rendimentos de serviços e comissões 1.231 1.265
5. Encargos com serviços e comissões (133) (143)
6. Resultados de actividade financeira 89 92
7. Outros resultados de exploração (464) (371)
8. Produto Bancário 9.961 6.006
9. Custos com pessoal (3.336) (3.005)
10. Gastos gerais administrativos (1.981) (2.177)
11. Amortizações do exercício (441) (481)
12. Provisões líquidas de reposições e anulações (576) 178
13. Correcções de valor associadas a crédito a clientes (630) 1.132
14. Resultado Líquido do Exercício 2.997 1.653
Da análise dos valores da Conta de Exploração
relativos ao exercício de 2009, podemos
constatar os seguintes aspectos:
a) Margem Financeira:
A margem financeira desceu de 9.220 milhares
de euros em 2008 para 5.148 milhares de euros
em 2009, registando um decréscimo de 44,2%,
que se deveu essencialmente ao decréscimo dos
juros e rendimentos similares recebidos,
motivados pelo decréscimo bastante expressivo
das taxas de juro activas, acompanhando assim
a descida contínua e acentuada das taxas de
referência do mercado. No que se refere aos
juros e encargos similares, o impacto não foi tão
significativo dado que a redução das taxas de
remuneração dos depósitos de clientes foi em
menor magnitude.
b) Produto Bancário:
O decréscimo de 9.961 milhares de euros para
6.006 milhares de euros no Produto Bancário,
representando uma diminuição de 39,7%, foi
inferior ao registado na margem financeira
sobretudo devido ao acréscimo positivo dos
outros resultados de exploração. Evidencia-se
RELATÓRIO E CONTAS 2009 33
também aqui, a contribuição positiva de 1.265
milhares de euros de Rendimentos de serviços e
comissões.
c) Custos Operacionais:
Salienta-se o decréscimo de 9,9% verificado na
rubrica de custos com o pessoal, quando
comparado com o período homólogo, tendo
existido, no entanto, um crescimento de 9,9%
dos gastos gerais administrativos, como
resultado da contratação de serviços nas áreas
de auditoria e consultoria, que representa 41,0%
dos gastos gerais em 2009.
d) Provisões líquidas de reposições e
anulações:
Esta rubrica registou em 2009 um resultado
positivo de 178 milhares de euros.
e) Correcção de Valor de Crédito a Clientes:
Esta rubrica registou um resultado positivo
bastante significativo (1.133 milhares de euros)
face ao resultado negativo do ano anterior (629
milhares de euros), que se ficou a dever à
melhoria da qualidade do crédito, ao reforço e à
reavaliação de garantias e algumas
reestruturações.
f) Resultados:
Conforme já referenciado, a Margem Financeira
e o Produto Bancário apresentaram um
decréscimo em 2009, relativamente a 2008, pelo
que o Resultado Líquido do Exercício atingiu o
valor de 1.237 milhares de euros, mesmo, assim,
considerado bastante interessante, se
atendermos a que a CEMAH sempre realizou
parte substancial dos seus resultados na
aplicação da sua liquidez excedentária e, em
2009, com a descida dramática das taxas de
juros dos activos financeiros, tais proveitos
sofreram uma redução de cerca de 2 milhões de
euros.
g) Os Resultados Transitados, resultantes de
alterações de políticas contabilísticas,
apresentaram um decréscimo face a 2008, que
se deveu essencialmente a alterações de
legislação por parte do Banco de Portugal,
nomeadamente ao alargamento dos prazos de
diferimento dos impactos da contabilização das
responsabilidades associadas ao Plano de
Pensões.
RELATÓRIO E CONTAS 2009 34
Pode, pois, concluir-se que no exercício em
análise, a actividade bancária desenvolveu-se
num período de elevada turbulência económica e
financeira, que se manifestou no desempenho
dos mercados financeiros e dos sistemas
bancários, tendo, por consequência, uma
descida muito pronunciada e abrupta nas taxas
de juro do euro, nunca antes ocorrida, o que
acabou por ter reflexo negativo no resultado da
Instituição, em linha, aliás, com os que são
apresentados genericamente pelo restante
sistema bancário.
Unidade: Milhares de euros
PROPOSTA DE APLICAÇÃO DE RESULTADOS DO EXERCÍCIO
Tendo sido constituídas as provisões adequadas
para o Crédito, contabilizados os encargos
resultantes da constituição do Fundo de Pensões
e efectuadas as Amortizações legais, propomos
que o Resultado a distribuir, no montante de
1.237.545,43 euros, tenha a seguinte aplicação:
S.C.M.A.H ------------------------------ 309.386,36 euros (25%)
Capital --------------------------- 309.386,36 euros (25%)
Reserva Legal --------------------- 309.386,36 euros (25%)
Reserva Estatutária ------------ 309.386,36 euros (25%)
Angra do Heroísmo, 24 de Março de 2010
O Conselho de Administração
Mapa da Evolução da Margem Financeira, Produto Bancário e Resultados
2008 2009
Margem Financeira 9.220 5.148
Produto Bancário 9.961 6.006
Resultado Líquido do Exercício 2.997 1.653
Resultados Transitados resultantes de alteração de políticas contabilísticas (613) (416)
Resultado a Distribuir 2.384 1.237
Carlos Manuel Brasil Silva Raulino
José Mancebo Soares Leonildo Garcia Vargas
RELATÓRIO E CONTAS 2009 35
demonstrações financeiras
RELATÓRIO E CONTAS 2009 36
BALANÇO EM 31 DE DEZEMBRO DE 2009 E 2008
Unidade: Euro
31-Dez-09 31-Dez-08
Antes Prov. Prov. Imp. Valor Valor
Notas Imp. Amort. Amort. Líquido Líquido
Activo
Caixa e disponibilidades em bancos centrais 6.1 10.639.830 10.639.830 10.084.241
Disponibilidades em out. inst. de crédito 6.2 2.199.201 2.199.201 3.048.568
Activos financeiros disponíveis para venda 6.4 8.486.540 8.486.540 6.238.753
Aplicações em outras instituições de crédito 6.3 96.562.891 96.562.891 103.328.290
Crédito a clientes 6.5 143.619.252 (2.545.085) 141.074.167 129.323.131
Activos não correntes detidos para venda 6.6 4.942.359 (59.875) 4.882.484 3.883.593
Outros activos tangíveis 6.7 13.120.590 (4.062.428) 9.058.162 8.912.535
Activos intangíveis 6.8 1.774.603 (1.684.374) 90.229 153.788
Outros activos 6.9 2.486.798 - 2.486.798 3.059.944
Total do Activo 283.832.064 (8.351.762) 275.480.302 268.032.843
Passivo e Capital
Passivo:
Recursos de outras instituições de crédito 6.11 35.530 1.198
Recursos de clientes e outros empréstimos 6.12 245.493.135 234.873.598
Provisões 6.10 1.986.583 1.641.525
Outros passivos subordinados 6.15 0 4.040.527
Outros passivos 6.13 5.548.377 5.817.971
Total do Passivo 253.063.625 246.374.820
Capital:
Capital 6.17 14.901.282 14.305.262
Reservas 6.17 590.492 473.365
Outras reservas e resultados transitados 6.17 5.271.592 3.881.934
Resultado do exercício 1.653.311 2.997.464
Total do Capital 22.416.677 21.658.025
Total do Passivo e do Capital 275.480.302 268.032.843
RELATÓRIO E CONTAS 2009 37
DEMONSTRAÇÃO DE RESULTADOS DOS PERÍODOS FINDOS EM 31 DE DEZEMBRO DE 2009 E 2008
Unidade: Euro
Notas 31-Dez-09 31-Dez-08
Juros e rendimentos similares 6.19 11.409.190 15.760.152
Juros e encargos similares 6.19 (6.261.051) (6.539.696)
Margem financeira 5.148.139 9.220.456
Rendimentos de instrumentos de capital 6.20 15.221 17.422
Rendimentos de serviços e comissões 6.21 1.265.092 1.230.831
Encargos com serviços e comissões 6.21 (143.206) (132.685)
Resultados de activos financeiros disponíveis para venda (líquido) 6.22 - (4.997)
Resultados de reavaliação cambial (líquido) 6.22 92.000 93.499
Resultados de alienação de outros activos
Outros resultados de exploração 6.23 (370.771) (464.002)
Produto bancário 6.006.475 9.960.525
Custos com pessoal 6.24 (3.005.497) (3.335.676)
Gastos gerais administrativos 6.25 (2.177.037) (1.981.181)
Depreciações e amortizações 6.7e6.8 (481.361) (440.805)
Provisões líquidas de reposições e anulações 6.10 178.227 (575.973)
Correcções de valor associadas ao crédito a clientes e valores a receber de outros devedores (líquidas de reposições e anulações)
6.10 1.132.504 (629.427)
Resultado antes de impostos 1.653.311 2.997.464
Impostos correntes
- -
Impostos diferidos - -
Resultado após impostos 1.653.311 2.997.464
Do qual: Resultado após impostos de operações
descontinuadas - -
RELATÓRIO E CONTAS 2009 38
DEMONSTRAÇÃO DO RENDIMENTO INTEGRAL PARA O PERÍODO DE 12 MESES FINDO
EM 31 DE DEZEMBRO DE 2009 E 2008
(euros)
Notas
2009
2008
Resultado Líquido do Período
1.653.311
2.997.464
Reserva de Justo Valor
Alterações de Justo Valor, liquidas de imposto
117.127
-78.673
Total de Rendimento Integral do Período
1.770.438
2.918.790
RELATÓRIO E CONTAS 2009 39
DEMONSTRAÇÃO DOS FLUXOS DE CAIXA DOS PERÍODOS FINDOS EM 31 DE DEZEMBRO DE 2009 E 2008
Unidade: Euro
Notas 31-31-Dez-09 31-Dez-08
Fluxos de caixa das actividades operacionais
Juros recebidos 11.407.429 16.338.291
Juros pagos (6.377.867) (6.332.921)
Comissões recebidas 1.355.232 1.360.394
Comissões pagas (143.206) (132.685)
Pagamentos (de caixa) a empregados e a fornecedores (6.642.977) (5.627.219)
Impostos pagos (1.648) (16.655)
(Aumentos)/diminuições dos activos operacionais (líquido)
Créditos e adiantamentos a instituições de crédito - 59.111.429
Créditos e adiantamentos a clientes (10.489.850) (7.658.384)
Outros activos 1.601 736.605
Aumentos/(diminuições) dos passivos operacionais (líquido)
Débitos para com instituições de crédito - à vista 34.332 (9.391)
Débitos para com clientes - à vista (8.581.952) 12.878.679
Débitos para com clientes - a prazo 19.373.610 (17.713.674)
Outros passivos 64.975 (802.285)
Fluxos de caixa líquidos das actividades operacionais (321) 52.132.184
Fluxos de caixa das actividades de investimento
Dividendos recebidos 15.221 17.422 Juros recebidos de activos financeiros disponíveis para
venda
242.147 215.715
Venda de activos financeiros disponíveis para venda - 1.931.504
Compra de activos financeiros disponíveis para venda (2.336.589) (42.713)
Vencimento de activos financeiros disponíveis para venda 200.000 -
Compra de outros activos tangíveis (548.040) (992.351)
Venda de outros activos tangíveis - -
Compra de activos intangíveis (31.748) (55.875) Venda de activos intangíveis - -
Fluxos de caixa líquidos das actividades de investimento
(2.459.009) 1.073.704
Fluxos de caixa das actividades de financiamento
Emissão de dívida subordinada - -
Reembolso de dívida subordinada (4.000.000) (1.250.000)
Juros de dívida subordinados (95.832) (260.552)
Dividendos pagos (596.020) (450.590)
Fluxos de caixa líquidos das actividades de financiamento
(4.691.852) (1.961.141)
Aumento líquido em caixa e seus equivalentes (7.151.182) 51.244.747
Caixa e seus equivalentes no início do período 6.14 116.461.098 65.122.853
Efeitos de alteração da taxa de câmbio e seus equivalentes
92.000 93.499
Caixa e seus equivalentes no fim do período 6.14 109.401.916 116.461.098
RELATÓRIO E CONTAS 2009 40
DEMONSTRAÇÕES DE ALTERAÇÕES NO CAPITAL PRÓPRIO DOS PERÍODOS FINDOS EM 31 DE DEZEMBRO DE 2009 E 2008
Reservas de
Outras
Resultados
Resultado do
Notas
Capital
Reavaliação
Reservas
transitados
exercício
Total
Saldos em 31 de Dezembro de 2007 6.17
13.854.672
552.038
3.594.139
(1.149.739)
2.952.098
19.803.208
Constituição de reservas:
-
Reserva legal
450.590
(450.590)
-
Reserva estatutária
450.590
(450.590)
-
Aumento de capital por incorporação de resultados
450.590
(450.590)
-
Distribuição de resultados
(450.590)
(450.590)
Aplicação de resultados
1.149.739
(1.149.739)
-
Alterações de política contabilística
(1.289.222)
(1.289.222)
Variação líquida em activos financeiros disponíveis para venda
(78.673)
(78.673)
Amortização do impacto do Aviso nº 12/2001 (Pensões de Reforma) 6.17
675.837
675.837
Resultado do exercício 6.17
2.997.464
2.997.464
Saldos em 31 de Dezembro de 2008
14.305.262
473.365
4.495.319
(613.385)
2.997.464
21.658.024
Constituição de reservas: Reserva legal 6.17
596.020
(596.020)
-
Reserva estatutária 6.17
596.020
(596.020)
-
Aumento de capital por incorporação de resultados 6.17
596.020
(596.020)
-
Distribuição de resultados 6.17
(596.020)
(596.020)
Aplicação de resultados
613.385
(613.385) Alterações de política contabilística 6.17
-
-
Variação líquida em activos financeiros disponíveis para venda 6.17
117.127
117.127
Amortização do impacto do Aviso nº 12/2001 (Pensões de Reforma) 6.17
(415.766)
(415.766)
Resultado do exercício
1.653.311
1.653.311
Saldos em 31 de Dezembro de 2009
14.901.282
590.492
5.687.358
(415.766)
1.653.311
22.416.677
RELATÓRIO E CONTAS 2009 41
relatório e parecer do conselho fiscal
RELATÓRIO E CONTAS 2009 42
RELATÓRIO E CONTAS 2009 43
RELATÓRIO E CONTAS 2009 44
certificação de contas
RELATÓRIO E CONTAS 2009 45
RELATÓRIO E CONTAS 2009 46
RELATÓRIO E CONTAS 2009 47
anexo às demonstrações financeiras em 31 de
Dezembro de 2009 e 2008
RELATÓRIO E CONTAS 2009 48
1. Introdução
A Caixa Económica da Misericórdia de Angra do Heroísmo (“CEMAH” ou “Caixa”) é uma instituição de crédito, tendo sido constituída em 26 de Abril de 1896. Está autorizada a operar no âmbito do disposto no Decreto-Lei nº 298/92, de 31 de Dezembro, e do Decreto-Lei nº 136/79, de 18 de Maio, que regulamenta a actividade das caixas económicas, estabelecendo algumas restrições à sua actividade. Porém, a Caixa pode realizar operações bancárias mesmo para além das enunciadas nos seus
Estatutos, desde que genericamente autorizadas pelo Banco de Portugal.
Presentemente, opera através da sede, na cidade de Angra do Heroísmo, e de uma rede de 9 balcões dispersa pelas ilhas da Terceira, Pico, S. Jorge, Faial e Graciosa. A Santa Casa da Misericórdia de Angra do Heroísmo é detentora da totalidade do capital da Caixa. 2. Bases de apresentação, comparabilidade da informação e principais políticas
contabilísticas 2.1 Bases de apresentação
As demonstrações financeiras da CEMAH foram apresentadas no pressuposto da continuidade das operações, com base nos livros e registos contabilísticos mantidos de acordo com os princípios consagrados nas Normas de Contabilidade Ajustadas (NCA), nos termos do aviso n.º 1/2005, de 21 de Fevereiro, e das Instruções n.º 23/2004 e n.º 9/2005, do Banco de Portugal. As NCA traduzem-se na aplicação às demonstrações financeiras individuais das Normas Internacionais de Relato Financeiro (“IFRS”) tal como adoptadas pela União Europeia, com excepção de algumas matérias reguladas pelo Banco de Portugal, como a valorimetria e imparidade do crédito a clientes, o tratamento contabilístico relativo ao reconhecimento em resultados transitados dos ajustamentos das responsabilidades por pensões de reforma e sobrevivência apuradas na transição e a mensuração de activos tangíveis. Os IFRS incluem as normas contabilísticas emitidas pelo International Accounting Standards Board (“IASB”) e as interpretações emitidas pelo International Financial Reporting Interpretation Commitee (“IFRIC”), e pelos respectivos órgãos antecessores. Das normas novas ou revistas, no corrente exercício aquela que se encontra reflectida nas demonstrações financeiras da Caixa é a seguinte: IAS 1 (revista) - “Apresentação das demonstrações financeiras” (entrada em vigor a 1 de Janeiro de 2009) - A revisão desta norma define novos requisitos para a apresentação das demonstrações financeiras, e orientações para a preparação das mesmas em função das suas características. É de
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aplicação obrigatória em exercícios que se iniciem em ou após 1 de Janeiro de 2009. Decorrente destas alterações a Caixa apresenta uma Demonstração de Rendimento Integral. As seguintes normas, alterações e interpretações são de aplicação obrigatória para os exercícios que se iniciaram em ou após 1 de Janeiro de 2009, mas que se concluiu não serem relevantes nas actividades desenvolvidas pela Caixa: IAS 23 (alteração) - “Custos de empréstimos obtidos” (entrada em vigor a 1 de Janeiro de 2009) - Esta alteração vem eliminar a opção que permitia o reconhecimento imediato como custo das despesas incorridas com a contratação de financiamento associado à aquisição, construção ou produção de um activo. Essas despesas devem agora ser capitalizadas como parte do custo do activo. A Caixa não contratou financiamentos directamente relacionados a activos que se qualifiquem pelo que esta alteração não teve impacto nas demonstrações financeiras da Caixa. IAS 32 (alteração) – “Instrumentos financeiros: apresentação” (entrada em vigor em 1 de Janeiro de 2009; adoptada pela União Europeia conforme publicação no Jornal Oficial em 22 de Janeiro de 2009) e consequente alteração à IAS 1 “Apresentação das demonstrações financeiras” – Estas alterações definem o tratamento contabilístico dos instrumentos financeiros com opção de venda e obrigações decorrentes na sua liquidação. Estas alterações não tiveram impacto nas demonstrações financeiras da Caixa uma vez que não existiram liquidações de instrumentos financeiros com opções de venda. IAS 39 (alteração) - “Instrumentos financeiros: reconhecimento e mensuração” (entrada em vigor para os exercícios que se iniciem após 1 de Janeiro de 2009; adoptada pela União Europeia em 2009 de acordo com a publicação no Jornal Oficial de 30 de Novembro de 2009) – A alteração vem
esclarecer o tratamento dado aos instrumentos financeiros derivados embutidos noutros contratos quando um activo financeiro híbrido é reclassificado mediante retirada da categoria de justo valor através dos lucros ou prejuízos. Uma vez que a Caixa não possui instrumentos financeiros derivados embutidos noutros contratos esta alteração não aplica. IFRS 2 (alteração) - “Pagamentos baseados em acções” (entrada em vigor a 1 de Janeiro de 2009; adoptada pela União Europeia conforme publicação no Jornal Oficial em 16 de Dezembro de 2008) – Trata-se de uma adenda à actual IFRS 2. Vem clarificar a definição de condições de aquisição dos direitos inerentes a um plano de pagamentos com base em acções e o tratamento contabilístico a aplicar no cancelamento dos programas. A Caixa não possui planos de pagamentos com base em acções pelo que esta alteração não tem aplicação.
IFRS 4 - Contratos de Seguro e IFRS 7 - “Instrumentos Financeiros: Divulgações” (alteração) - (esta alteração foi adoptada pela EU conforme publicação no Jornal Oficial em 27 de Novembro de 2009; é aplicável para exercícios que se iniciem em ou após 1 de Janeiro de 2009) - destinada a melhorar a transparência da informação, aumentou as exigências de divulgação do justo valor dos instrumentos financeiros, reforçando os princípios existentes para a divulgação do risco de liquidez. Esta alteração não tem aplicação para a Caixa. IFRS 8 (nova) - “Segmentos Operacionais” (entrada em vigor a 1 de Janeiro de 2009) - Esta norma substitui a IAS 14 e determina a utilização da “visão da gestão”, de acordo com a qual a informação por segmentos é apresentada na mesma base da informação reportada internamente pela gestão. Esta norma é de aplicação obrigatória para entidades cujos instrumentos patrimoniais ou dívida são
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negociados num mercado aberto ou tenham intenção de emitir qualquer tipo de instrumento no mercado aberto. Esta alteração não tem aplicação para a Caixa. IFRIC 9 (alteração) - “Reavaliação dos Derivados Embutidos” (com aplicação para os exercícios que se iniciem após 1 de Julho de 2009) – Alteração indirecta resultantes de alterações ao IAS 39, A interpretação vem clarificar a avaliação da separação dos derivados embutidos do contrato de acolhimento. Esta interpretação não se aplica aa Caixa dado que não possui derivados embutidos. IFRIC 13 (nova) - “Programas de fidelização de clientes” (adoptada pela União Europeia em 2008, de acordo com publicação no Jornal Oficial em 17 de Dezembro de 2008; aplicável para os exercícios que
se iniciem após 31 de Dezembro de 2008) vem eliminar as incoerências actuais na prática relativa
ao tratamento contabilístico de bens ou serviços gratuitos ou vendidos com desconto a título dos programas de fidelização de clientes, que as empresas utilizam para conceder aos seus clientes pontos, milhas aéreas ou outros créditos aquando da venda de um bem ou um serviço. Não se aplica à actividade da Caixa.
IFRIC 14 (nova) - “ O Limite sobre Um Activo de Benefícios Definidos, Requisitos de
Financiamento Mínimo e Respectiva Interacção” (esta norma foi adoptada pela EU conforme publicação no Jornal Oficial em 16 de Dezembro de 2009; é aplicável para exercícios que se iniciem
em ou após 1 de Janeiro de 2009) - Esta interpretação clarifica as disposições da Norma
Internacional de Contabilidade (IAS) 19 no que respeita à mensuração de um activo de benefícios definidos, no contexto dos planos de benefícios definidos após a passagem para a reforma e para os casos em que existam requisitos de financiamento mínimo. Um activo de benefícios definidos é o excedente do justo valor dos activos do plano face ao valor presente da obrigação de benefícios definidos. A IAS 19 limita a mensuração desses activos ao valor presente de benefícios económicos disponíveis, quer sob a forma de reembolsos do plano quer de reduções em futuras contribuições para o plano, que podem ser afectados por requisitos de financiamento mínimo. Uma vez que a Caixa não possui planos de benefícios defenidos esta interpretação não se aplica. Foram ainda aprovadas pelo IASB e IFRIC, respectivamente as seguintes alterações a normas contabilísticas existentes e novas interpretações, cuja aplicação apenas é obrigatória para exercícios a iniciarem em ou após 31 de Dezembro de 2009, não sendo relevante a sua aplicação no contexto das actividades actuais da Caixa. IAS 27 (revista) - “Demonstrações Financeiras Consolidadas e Separadas” (adoptada pela União Europeia conforme publicação no Jornal Oficial em 12 de Junho de 2009; é aplicável para exercícios que se iniciem em ou após 1 de Julho de 2009)) - As alterações à norma especificam em que circunstâncias uma entidade tem de elaborar demonstrações financeiras consolidadas e o modo como as entidades-mãe têm de contabilizar as alterações do interesse de propriedade nas subsidiárias e como as perdas de uma subsidiária devem ser repartidas entre o interesse que controla e o interesse que não controla. Uma vez que a Caixa não prepara demonstrações financeiras consolidadas esta alteração não se aplica. IAS 32 (alteração) - “Instrumentos Financeiros: Apresentação intitulada Classificação das emissões de direitos” (adoptada pela União Europeia conforme publicação no Jornal Oficial em 24 de Dezembro de 2009; é aplicável para exercícios que se iniciem em ou após 1 de Fevereiro de 2010) - A emenda à
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norma clarifica a forma como devem ser contabilizados certos direitos quando os instrumentos emitidos são denominados numa moeda diferente da moeda funcional do emitente. Se tais instrumentos forem emitidos numa base pro rata face aos accionistas existentes do próprio emitente por um montante fixo em numerário, deverão ser classificados como capital próprio mesmo se o seu preço de exercício for denominado numa moeda diferente da moeda funcional do emitente. A alteração não se aplica à Caixa uma vez que não emite instrumentos financeiros. IAS 39 (alteração) - “Instrumentos financeiros: reconhecimento e mensuração” (adoptada pela União Europeia conforme publicação no Jornal Oficial em 16 de Setembro de 2009; é aplicável para exercícios que se iniciem em ou após 1 de Julho de 2009) – clarifica a aplicação da contabilidade de cobertura à componente inflação dos instrumentos financeiros e aos contratos de opções, quando utilizados como instrumentos de cobertura. Dado que a Caixa não possui instrumentos de cobertura a alteração não se aplica. IFRS 1 (revisão) - “Adopção pela Primeira Vez das Normas Internacionais de Relato Financeiro” (adoptada pela União Europeia conforme publicação no Jornal Oficial em 25 de Novembro de 2009; é aplicável para exercícios que se iniciem em ou após 1 de Janeiro de 2010) – A IFRS 1 reestruturada substitui a actual IFRS 1 a fim de facilitar a sua utilização e alteração no futuro. A IFRS 1 reestruturada também suprime da norma certas orientações de transição ultrapassadas e altera ligeiramente a anterior redacção. Os requisitos actuais não são alterados. A revisão da norma são se aplica à Caixa. IFRS 3 (revisão) - “Concentrações de actividades empresariais” e consequentes alterações à IAS 27 “Demonstrações Financeiras Consolidadas e Separadas” (entrada em vigor a 1 de Julho de 2009) – A revisão destas notas irá alterar a contabilização das aquisições e vendas de empresas subsidiárias integradas no perímetro de consolidação. Estas alterações não têm aplicação para a Caixa. IFRS 5 (alteração) - “Activos não correntes detidos para venda” e consequentes alterações resultantes do processo de revisão da IFRS 3 e IAS 27 (é de aplicação obrigatória para os exercícios económicos iniciados em ou após 1 de Julho de 2009) – A alteração clarifica que todos os activos e passivos de uma filial são classificados como detidos para venda, se de um plano de venda parcial resultar a perda de controlo. Estas alterações não têm aplicação para a Caixa. IFRIC 12 - “Acordos de concessão de serviços” (adoptada pela União Europeia em 2009 de acordo com a publicação no Jornal Oficial de 26 de Março de 2009 com aplicação o mais tardar a partir da data de início do seu primeiro exercício financeiro após a data de publicação do regulamento, já referida.) - É uma interpretação que esclarece a forma como devem ser aplicadas as disposições das Normas Internacionais de Relato Financeiro (IFRS) já aprovadas pela Comissão a acordos de concessão de serviços. A IFRIC 12 explica como deve ser reconhecida nas contas do concessionário a infra-estrutura subordinada ao acordo de concessão de serviços. Esclarece igualmente a distinção existente entre as diversas fases de um acordo de concessão de serviços (construção/exploração) e a forma como o rédito e os gastos devem ser reconhecidos em cada caso. Distingue dois modos de reconhecer a infra-estrutura e o rédito e os gastos conexos ("modelos" de activo financeiro e de activo intangível), em função do grau de incerteza a que se encontra exposto o rédito futuro do concessionário. Não se aplica à actividade da Caixa. IFRIC 15 - “ Acordos para a construção de imóveis” (entrada em vigor a 1 de Janeiro de 2009; adoptada pela União Europeia em 2009 de acordo com a publicação no Jornal Oficial de 23 Julho de
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2009)) - consiste numa interpretação que proporciona clarificações e orientações sobre o momento em que o rédito da construção de imóveis deve ser reconhecido nas contas, em especial se os acordos de construção forem abrangidos pelo âmbito da IAS 11 Contratos de Construção ou da IAS 18 Rédito. Esta interpretação não tem aplicação para a Caixa. IFRIC 16 - “Coberturas do investimento líquido em moeda estrangeira” (entrada em vigor para os exercícios que se iniciem após 30 de Junho de 2009; adoptada pela União Europeia em 2009 de acordo com a publicação no Jornal Oficial de 5 Junho de 2009) - Esta interpretação clarifica o modo como devem ser aplicados os requisitos das normas internacionais de contabilidade (IAS) 21 e IAS 39
nos casos em que uma entidade cobre o risco cambial decorrente dos seus investimentos líquidos em unidades operacionais estrangeiras. Esta interpretação não tem aplicação para a Caixa. IFRIC 17 - “Atribuição de activos não monetários aos proprietários” (entrada em vigor em 1 de Julho de 2009; adoptada pela União Europeia em 2009 de acordo com a publicação no Jornal Oficial de 27 Novembro de 2009) - Esta interpretação vem clarificar o tratamento contabilístico a adoptar na distribuição de activos não monetários aos accionistas. Esta interpretação não tem aplicação para a Caixa. IFRIC 18 - “Transferências de activos pelos clientes” (a aplicar para os exercícios que se iniciem em ou após 1 de Novembro de 2009; adoptada pela União Europeia em 2009 de acordo com a publicação no Jornal Oficial de 27 Novembro de 2009) - Esta interpretação clarifica e orienta o tratamento contabilístico das transferências de itens de activos fixos tangíveis provenientes de clientes ou de fundos para aquisição ou construção de itens de activos fixos tangíveis. Foram ainda aprovadas pelo IASB e IFRIC, respectivamente as seguintes alterações a normas contabilísticas existentes e novas interpretações, ainda não adoptadas pela União Europeia, a seguir indicadas: IAS 24- “Divulgações de Partes Relacionadas” (com aplicação para os exercícios que se iniciem em 1 de Janeiro de 2011; ainda não adoptada pela União Europeia) – O objectivo é clarificar a definição de partes relacionadas e eliminar algumas inconsistências assim como simplificar a quantidade de informação que as entidades relacionadas têm que fornecer. IFRS 1 - “Adopção pela Primeira Vez das Normas Internacionais de Relato Financeiro” (a aplicar para os exercícios que se iniciem em 1 de Janeiro de 2010; ainda não adoptada pela União Europeia) - Clarifica e orienta o tratamento contabilístico em relação a actividades de petróleo e gás. IFRS 2 - “Pagamentos baseados em acções” (a aplicar para os exercícios que se iniciem após 1 de Julho de 2010; ainda não adoptada pela União Europeia) - Clarifica e orienta o tratamento contabilístico dos pagamentos baseados em acções em que o desembolso é feito por outra entidade do Grupo.
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IFRS 9 - “Instrumentos Financeiros: Classificação e Mensuração” (a aplicar para os exercícios que se iniciem após 1 de Janeiro de 2010; ainda não adoptada pela União Europeia) – O IFRS 9 vem substituir o IAS 39 na classificação e mensuração dos instrumentos financeiros. IFRIC 14 - “Pagamentos antecipados de requisitos de financiamento mínimos” (a aplicar para os exercícios que se iniciem em 1 de Janeiro de 2011; ainda não adoptada pela União Europeia) - Esta interpretação clarifica e orienta o tratamento contabilístico dos pagamentos antecipados de requisitos de financiamento mínimos, clarificando que devem ser reconhecidos como activos. IFRIC 19 - “Extinção de Passivos Financeiros através de Instrumentos de Capital” (a aplicar para os exercícios que se iniciem em 1 de Julho de 2010; ainda não adoptada pela União Europeia) - Esta interpretação clarifica e orienta o tratamento contabilístico a dar em caso de extinção total ou parcial dos passivos financeiros através de instrumentos de capital. A aplicação destas novas normas e interpretações não terão um impacto material nas demonstrações financeiras da Caixa. As demonstrações financeiras agora apresentadas foram aprovadas pelo Conselho de Administração em 10 de Março de 2010. As demonstrações financeiras são apresentadas em Euros. 2.2 Comparabilidade da informação As demonstrações financeiras referentes ao exercício findo em 31 de Dezembro de 2009 são comparáveis em todos os aspectos materialmente relevantes com as demonstrações financeiras referentes a 31 de Dezembro de 2008. 2.3 Principais políticas contabilísticas
As políticas contabilísticas mais relevantes utilizadas na preparação das demonstrações financeiras, foram as seguintes: 2.3.1 Activos e passivos financeiros
Os activos e passivos financeiros são reconhecidos na data de negociação ou contratação, salvo se decorrer de expressa estipulação contratual ou de regime legal ou regulamentar aplicável, que os direitos e obrigações inerentes aos valores transaccionados se transferem em data diferente, casos em que será esta última a data relevante. No momento inicial, os activos e passivos financeiros são reconhecidos pelo justo valor acrescido de custos de transacção directamente atribuíveis. Entende-se por justo valor o montante pelo qual um determinado activo ou passivo pode ser transferido ou liquidado entre contrapartes de igual forma conhecedoras e interessadas em efectuar essa transacção. Na data de contratação ou de início de uma operação o justo valor é geralmente o valor da transacção.
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Subsequentemente ao reconhecimento inicial, o justo valor dos activos financeiros é determinado com base em:
preços de um mercado activo,
técnicas de valorização incluindo modelos de desconto de fluxos de caixa (“discounted cash flows”) conforme seja apropriado; ou
obtenção de preços junto de contraparte independente. Um mercado é considerado activo, e portanto líquido, se transacciona de uma forma regular. Os activos financeiros são desreconhecidos quando expiram os direitos contratuais do Banco ao recebimento dos seus fluxos financeiros ou a Caixa tenha transferido substancialmente todos os riscos e benefícios associados à sua detenção. 2.3.1.1 Crédito e outros valores a receber
Os créditos e outros valores a receber compreendem os créditos concedidos a clientes (excluindo as operações com instituições de crédito) e créditos titulados (obrigações emitidas por empresas ou instituições financeiras) que não sejam transaccionados num mercado activo e para os quais não haja intenção de venda. Os créditos e outros valores a receber são inicialmente reconhecidos pelo justo valor, que em geral corresponde ao valor da transacção e inclui comissões, taxas ou outros custos e proveitos associados às operações de crédito. Os juros, comissões e outros custos e proveitos que sejam considerados incrementais (associados à operação de crédito) são periodificados ao longo da vida das operações de acordo com o método pró-rata temporis, quando se tratem de operações que produzam fluxos de rédito ao longo de um período superior a um mês, independentemente do momento em que são cobradas ou pagas.
As responsabilidades por garantias prestadas e compromissos irrevogáveis ou revogáveis são registados em contas extrapatrimoniais pelo valor em risco, sendo os fluxos de comissões, juros ou outros proveitos registados em contas de resultados ao longo da vida das operações. Os créditos e outros valores a receber só são desreconhecidos do balanço quando expiram os direitos contratuais da Caixa à sua recuperação ou forem transferidos substancialmente todos os riscos e benefícios associados à sua detenção. A Caixa classifica em crédito vencido as prestações vencidas de capital ou juros decorridos que sejam 30 dias após o seu vencimento. Nos créditos em contencioso são consideradas vencidas todas as prestações de capital (vincendas e vencidas). A CEMAH procede ao abate de créditos ao activo (write-offs) das operações que considera irrecuperáveis e cujas provisões estejam constituídas pelo valor total do crédito no mês anterior ao do abate. Estes créditos são registados em rubricas extrapatrimoniais até ao momento da extinção
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definitiva das responsabilidades de cada operação de crédito, por liquidação ou por cessação formal do direito a receber nos termos legais aplicáveis. Os créditos a clientes cujos termos tenham sido renegociados, e que de outra forma seriam considerados créditos vencidos, deixam de ser considerados como vencidos e passam a ser tratados como novos créditos. 2.3.1.1.1 Provisões para crédito e juros vencidos, créditos e cobrança duvidosa e riscos gerais
de crédito De acordo com o Aviso do Banco de Portugal nº 3/95, de 30 de Junho, e outras disposições emitidas pelo Banco de Portugal, a Caixa constitui as seguintes provisões para riscos de crédito: Provisão para crédito e juros vencidos
Esta provisão, apresentada no activo como dedução à rubrica Créditos, destina-se a fazer face
aos riscos de realização de créditos concedidos que apresentem prestações vencidas e não pagas,
de capital ou juros. Conforme disposto pelo Aviso nº 3/95 do Banco de Portugal, o montante a
provisionar é crescente em função do período decorrido após o respectivo vencimento e da eventual
existência de garantias, excluindo os créditos concedidos ao Sector Público Administrativo.
Provisão para créditos de cobrança duvidosa
As provisões para créditos de cobrança duvidosa, são apresentadas no activo como dedução à
rubrica Créditos a Clientes e destinam-se a fazer face aos riscos de realização do capital vincendo
relativamente a créditos daquela natureza que apresentem prestações vencidas e não pagas de
capital ou juros. São considerados nesta situação:
As prestações vincendas de uma mesma operação de crédito em que se verifique, relativamente às respectivas prestações em mora de capital e juros, pelo menos uma das seguintes condições:
i) Excederem 25% do capital em dívida, acrescido de juros; ii) Estarem em incumprimento há mais de:
- Seis meses, nas operações com prazo inferior a cinco anos; - Doze meses, nas operações com prazo igual ou superior a cinco anos mas inferior a dez
anos; - Vinte e quatro meses, nas operações com prazo igual ou superior a dez anos.
Os créditos nestas condições são considerados vencidos apenas para efeitos da constituição de provisões, sendo provisionados com base nas taxas aplicáveis ao crédito vencido dessas operações.
Os créditos vincendos sobre um mesmo cliente se, de acordo com a classificação acima definida, o
crédito e juros vencidos de todas as operações relativas a esse cliente excederem 25% do crédito total, acrescido de juros. Os créditos nestas condições são provisionados com base em metade das taxas de provisão aplicáveis aos créditos vencidos, com inicio de contagem de vencido na data de contaminação do Cliente.
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Provisão para riscos gerais de crédito
A provisão para riscos gerais de crédito é de natureza geral e destina-se a fazer face a riscos de
crédito não identificados especificamente. Encontra-se registada no passivo, na rubrica "Provisões
para riscos e encargos - outras provisões" e é calculada por aplicação das seguintes percentagens
genéricas à totalidade do crédito não vencido:
0,5% relativamente ao crédito garantido por hipoteca sobre imóvel, ou operações de
locação financeira imobiliária, em ambos os casos quando o imóvel se destine a habitação do mutuário;
1,5% no caso de se tratar de crédito ao consumo; e 1% no que se refere ao restante crédito concedido.
2.3.1.2 Activos financeiros disponíveis para venda
A rubrica Activos financeiros disponíveis para venda inclui:
• Títulos de rendimento fixo que não tenham sido classificados como carteira de negociação nem como carteira de crédito;
• Títulos de rendimento variável disponíveis para venda; e • Participações em outras empresas, que não sejam filiais, associadas e empreendimentos
conjuntos. Os activos financeiros disponíveis para venda são activos financeiros não derivados que: (i) a Caixa tem intenção de manter por tempo indeterminado, (ii) são designados como disponíveis para venda no momento do seu reconhecimento inicial ou (iii) não se classificam como: empréstimos concedidos ou contas a receber, investimentos detidos até à maturidade ou activos financeiros ao justo valor através de resultados. Os activos classificados como disponíveis para venda são avaliados ao justo valor, excepto no caso de instrumentos de capital próprio não cotados num mercado activo e cujo justo valor não possa ser determinado com fiabilidade, que permanecem registados ao custo. Os ganhos e perdas resultantes de alterações no justo valor de activos financeiros disponíveis para venda são reconhecidos directamente nos capitais próprios na rubrica Reservas de Reavaliação de Justo Valor, excepto no caso de perdas por imparidade e de ganhos e perdas cambiais de activos monetários, até que o activo seja vendido, momento em que o ganho ou perda anteriormente reconhecido no capital próprio é registado em resultados.
Os juros corridos de obrigações e outros títulos de rendimento fixo e as diferenças entre o custo de aquisição e o valor nominal (prémio ou desconto) são registados em resultados, de acordo com o método da taxa efectiva. A taxa de juro efectiva é a taxa que desconta os pagamentos ou recebimentos futuros estimados durante a vida esperada do instrumento financeiro ou, quando apropriado, um período mais curto, para o valor líquido actual de balanço do activo ou passivo financeiro.
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Os rendimentos de títulos de rendimento variável (dividendos no caso das acções) são registados em resultados, na data em que são atribuídos ou recebidos. De acordo com este critério, os dividendos antecipados são registados como proveitos no exercício em que é deliberada a sua distribuição. Em caso de evidência de imparidade, resultante de um ou mais eventos que ocorreram após o seu reconhecimento inicial, tais como: (i) para os títulos cotados, uma desvalorização continuada ou de valor significativo na sua cotação, e (ii) para títulos não cotados, quando esse evento (ou eventos) tenha um impacto no valor estimado dos fluxos de caixa futuros do activo financeiro, que possa ser estimado com razoabilidade, a perda potencial acumulada em reservas, correspondente à diferença entre o custo de aquisição e o justo valor actual, deduzida de qualquer perda de imparidade no investimento anteriormente reconhecida em resultados, é transferida para resultados. Se num período subsequente o montante da perda de imparidade diminui, a perda de imparidade anteriormente reconhecida é revertida por contrapartida de resultados do exercício até à reposição do custo de aquisição, excepto no que se refere a acções ou outros instrumentos de capital, caso em que a reversão da imparidade é reconhecida em reservas. 2.3.1.3 Caixa e equivalentes de caixa Para efeitos da demonstração dos fluxos de caixa, a caixa e seus equivalentes englobam os valores registados no balanço com maturidade inferior a três meses a contar da data de balanço, onde se incluem a caixa, as disponibilidades e as aplicações em instituições de crédito.
2.3.1.4 Outros passivos financeiros Um instrumento é classificado como passivo financeiro quando existe uma obrigação contratual da sua liquidação ser efectuada mediante a entrega de dinheiro ou de outro activo financeiro, independentemente da sua forma legal. Os Outros passivos financeiros incluem essencialmente recursos de instituições de crédito e de clientes. Estes passivos financeiros são registados (i) inicialmente pelo seu justo valor deduzido dos custos de transacção incorridos e (ii) subsequentemente ao custo amortizado, com base no método da taxa efectiva.
Qualquer diferença entre o montante recebido líquido de custos de transacção e o montante a pagar na maturidade é reconhecido na demonstração de resultados durante a vida do passivo através do método da taxa de juro efectiva. Caso a Caixa recompre dívida emitida esta é anulada do balanço e a diferença entre o valor de balanço do passivo e o valor de compra é registado em resultados.
2.3.2 Outros activos tangíveis De acordo com o aviso nº 1/2005 do Banco de Portugal, os outros activos tangíveis são valorizados ao custo de aquisição, excepto quando se verifiquem reavaliações extraordinárias autorizadas. Ao valor
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de custo em balanço são deduzidas as respectivas amortizações acumuladas. O custo inclui despesas que são directamente atribuíveis à aquisição dos bens. Os custos subsequentes com os activos tangíveis são reconhecidos apenas se for provável que deles resultem benefícios económicos futuros para a Caixa. Todas as despesas com manutenção e reparação são reconhecidas como custo, de acordo com o princípio da especialização dos exercícios. As amortizações dos outros activos tangíveis são calculadas segundo o método das quotas constantes, às seguintes taxas de amortização que reflectem a vida útil estimada dos bens (período em que se espera que o activo esteja disponível para uso): Número de anos % Máquinas e mobiliário 8 12,5 Viaturas 4 25 Equipamento informático 3 33,33 Instalações interiores 10 10 Imóveis 50 2 Estes activos são sujeitos a testes de imparidade sempre que eventos ou circunstâncias indiciam que o valor de balanço excede o seu valor realizável, sendo a diferença, caso exista, reconhecida em resultados. O valor realizável é o maior de entre o valor de mercado do activo deduzido dos custos de venda e o seu valor de uso.
2.3.3 Activos intangíveis
Os activos intangíveis referem-se essencialmente aos investimentos em software. Os custos incorridos com a aquisição de software são capitalizados, assim como as despesas adicionais suportadas pela Caixa necessárias à sua implementação. Estes custos são amortizados de forma linear ao longo da vida útil esperada destes activos (entre 3 e 8 anos). 2.3.4 Aplicações por recuperação de créditos
Os activos (imóveis, equipamentos e outros bens) recebidos em dação por recuperação de créditos são registados na rubrica de Activos não correntes detidos para venda. Estes activos são registados pelo valor acordado no contrato de dação, o qual corresponde ao menor dos valores da dívida existente ou da avaliação do imóvel, à data da dação em cumprimento do crédito. A política da Caixa para activos recebidos por recuperação de crédito é proceder à sua alienação, no prazo mais curto em que tal seja praticável. Estes imóveis são objecto de avaliações periódicas, e caso existam perdas não realizadas, estas são registadas como perdas de imparidade por contrapartida de resultados do exercício. As mais-valias potenciais em outros activos não são reconhecidas no balanço.
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2.3.5. Reconhecimento de juros
Os resultados decorrentes de juros de instrumentos financeiros mensurados ao custo amortizado, de acordo com o método da taxa efectiva, são reconhecidos nas rubricas de juros e proveitos similares ou juros e custos similares.
A taxa de juro efectiva é a taxa que desconta os pagamentos ou recebimentos futuros estimados durante a vida esperada do instrumento financeiro ou, quando apropriado, um período mais curto, para o valor líquido actual de balanço do activo ou passivo financeiro. Para o cálculo da taxa de juro efectiva são estimados os fluxos de caixa futuros considerando todos os termos contratuais do instrumento financeiro (por exemplo opções de pagamento antecipado), não considerando, no entanto, eventuais perdas de crédito futuras. O cálculo inclui as comissões que sejam consideradas parte integrante da taxa de juro efectiva, custos de transacção e todos os prémios e descontos directamente relacionados com a transacção. No caso de activos financeiros para os quais foram reconhecidas perdas por imparidade, os juros registados em resultados são determinados com base na taxa de juro utilizada na mensuração da perda por imparidade. 2.3.6 Reconhecimento de rendimentos de serviços e comissões
Os rendimentos de serviços e comissões são reconhecidos em geral, de acordo com o princípio
contabilístico da especialização de exercícios, da seguinte forma:
rendimentos de serviços e comissões obtidos na execução de um acto significativo são reconhecidos em resultados quando o acto significativo tiver sido concluído;
rendimentos de serviços e comissões obtidos à medida que os serviços são prestados são reconhecidos em resultados no período a que se referem;
rendimentos de serviços e comissões que são considerados uma parte integrante da taxa de juro efectiva de um instrumento financeiro são registados em resultados, de acordo com o método da taxa de juro efectiva.
2.3.7 Benefícios a empregados
Pensões de reforma e outros benefícios Em conformidade com o acordo de adesão celebrado com as estruturas sindicais do sector bancário, a Caixa assumiu o compromisso de conceder aos seus empregados, ou às suas famílias, prestações pecuniárias a título de pensões de reforma por velhice, invalidez e pensões de sobrevivência. Estas prestações consistem numa percentagem, crescente em função do número de anos de serviço do empregado, aplicada à tabela salarial negociada anualmente para o pessoal no activo.
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De acordo com os estatutos da Caixa os membros do Conselho de Administração não são abrangidos pelo benefício descrito no parágrafo anterior. As responsabilidades da Caixa com pensões de reforma são calculadas anualmente, na data de fecho das contas por entidade independente, com base no método de “Project Unit Credit”. A taxa de desconto é determinada com base em taxas de mercado de obrigações de empresas de baixo risco, com maturidade semelhante ao da liquidação das responsabilidades. Os pressupostos actuariais (financeiros e demográficos) têm por base expectativas à data de balanço para o crescimento dos salários e a tábua de mortalidade utilizada foi a TV 88/90. O valor das responsabilidades inclui, para além dos benefícios com pensões de reforma, os benefícios com cuidados médicos pós-emprego (SAMS) e subsídio de morte na reforma. Nos termos do Aviso do Banco de Portugal nº4/2005 e nº12/2005, o acréscimo de responsabilidades resultante da aplicação do IAS 19 em 31 de Dezembro de 2005 (no valor de €4.703 milhares) foi reconhecido na rubrica Outros activos – despesas com custo diferido. O reconhecimento em resultados transitados do impacte ao nível das responsabilidades com pensões seria efectuado através da aplicação de um plano de amortização de prestações uniformes por um prazo de 5 anos, prazo este alargado para 8 anos, a partir da data de transição, com excepção da parte referente a responsabilidades relativas a cuidados médicos pós-emprego e a alterações de pressupostos relativos à tábua de mortalidade, que teria inicialmente a duração de 7 anos e presentemente de 10 anos. Após a data de transição, o valor dos ganhos e perdas actuariais resultantes de alterações nos pressupostos actuariais e financeiros e de diferenças entre os pressupostos actuariais e financeiros utilizados e os valores efectivamente verificados são reconhecidos de acordo com o método do corredor e registados na rubrica Outros activos ou Outros passivos – Desvios actuariais. São enquadráveis no corredor, os ganhos ou perdas actuariais acumulados que não excedam 10% do valor das responsabilidades com serviços passados ou 10% do valor do Fundo de Pensões, dos dois o maior. Os valores que excedam o corredor são amortizados em resultados pelo período de tempo médio até à idade esperada de reforma dos Colaboradores abrangidos pelo plano. O acréscimo de responsabilidades por serviços passados decorrente da passagem de Colaboradores à situação de reforma antecipada é integralmente reconhecido como custo nos resultados do exercício. Com referência a 31 de Dezembro de 2006, a CEMAH constituiu um fundo de pensões para assegurar a cobertura das responsabilidades com serviços passados com pensões de reforma (benefícios pós-emprego). Com referência a 31 de Dezembro de 2007 a cobertura das responsabilidades com serviços passados relativas a SAMS e subsídio de morte, passou também a ser assegurada pelo fundo de pensões. O valor do Fundo de Pensões corresponde ao justo valor dos seus activos à data do balanço. O valor das responsabilidades com serviços passados por pensões de reforma líquido do valor do fundo de pensões e dos desvios actuariais não reconhecíveis está registado na rubrica Outros Passivos.
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Anualmente, a Caixa reconhece como custo na sua demonstração de resultados o custo do serviço corrente e o custo dos juros deduzidos do rendimento esperado dos activos do fundo e da amortização de desvios actuariais ou de alterações de pressupostos fora do corredor. As contribuições para o fundo são efectuadas anualmente de forma a assegurar a solvência do mesmo, sendo que o financiamento mínimo das responsabilidades por pensões em pagamento é de 100% e das responsabilidades por serviços passados de pessoal no activo, de 95%, excepto quanto às responsabilidades ainda não amortizadas, que de acordo com o aviso nº4/2005 irão ser financiadas à medida que as responsabilidades forem sendo amortizadas. Prémios de antiguidade No âmbito do acordo de adesão celebrado com as estruturas sindicais do sector bancário, a CEMAH assumiu o compromisso de pagar aos seus colaboradores prémios de antiguidade, quando estes completam 15, 25 e 30 anos de serviço, correspondente a uma, duas e três vezes, respectivamente do salário mensal recebido à data de pagamento dos prémios. O valor actual dos benefícios com prémios de antiguidade, é determinado anualmente por uma entidade independente, com base no método de “Project Unit Credit”. A taxa de desconto é determinada com base em taxas de mercado de obrigações de empresas de baixo risco, com maturidade semelhante ao da liquidação das responsabilidades. Os pressupostos actuariais (financeiros e demográficos) têm por base expectativas à data de balanço para crescimento dos salários e a tábua de mortalidade utilizada foi a TV 88/90. As responsabilidades por prémios de antiguidade são registadas na rubrica Outros passivos. Anualmente, a CEMAH reconhece como custo na sua demonstração de resultados o custo do serviço corrente e o custo dos juros líquidos dos ganhos e perdas resultantes de desvios actuariais, resultantes de alterações de pressupostos ou da alteração das condições dos benefícios. 2.3.8 Provisões
Esta rubrica inclui as provisões constituídas para fazer face a outros riscos específicos, nomeadamente contingências fiscais, processos judiciais e outras perdas estimadas decorrentes da actividade da CEMAH.
São reconhecidas provisões quando (i) a Caixa tem uma obrigação presente, legal ou construtiva, (ii) seja provável que o seu pagamento venha a ser exigido e (iii) quando possa ser feita uma estimativa fiável do valor dessa obrigação. 2.3.9 Imposto sobre lucros
A Caixa encontra-se isenta de Imposto sobre o Rendimento das Pessoas Colectivas (IRC), nos termos da alínea b) do número 1 do artigo 9º do Código do IRC, tendo tal isenção sido reconhecida por Despacho de 17 de Março de 1999, do Secretário Regional da Presidência para as Finanças e Planeamento da Região Autónoma dos Açores.
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2.3.10 Capital
Um instrumento é classificado como instrumento de capital quando não existe uma obrigação contratual da sua liquidação ser efectuada mediante a entrega de dinheiro ou de outro activo financeiro, independentemente da sua forma legal, evidenciando um interesse residual nos activos de uma entidade após a dedução de todos os seus passivos. Todos os custos directamente atribuíveis à emissão de capital são registados por contrapartida da rubrica de capital como uma dedução ao valor da emissão. 2.3.11 Principais estimativas e incertezas associadas à aplicação das políticas contabilísticas
Na elaboração das demonstrações financeiras a Caixa efectuou estimativas e utilizou pressupostos que afectam as quantias relatadas dos activos e passivos. Estas estimativas e pressupostos são apreciados regularmente e baseiam-se em diversos factores incluindo expectativas acerca de eventos futuros que se consideram razoáveis nas circunstâncias. Utilizaram-se estimativas e pressupostos nomeadamente nas seguintes áreas significativas: Pensões de reforma e sobrevivência
As responsabilidades com pensões de reforma e sobrevivência são estimadas com base em pressupostos e estimativas, incluindo a utilização de projecções actuariais, rentabilidade estimada do fundo e outros factores que podem ter impacto nos custos e responsabilidades com pensões. Imparidade do crédito O valor da imparidade do crédito é determinado com base em estimativas do valor a recuperar. Estas estimativas são efectuadas com base na utilização de determinados pressupostos. Eventuais diferenças entre esses pressupostos e o comportamento futuro dos créditos têm impacto nas estimativas efectuadas. Imparidade dos activos financeiros disponíveis para venda A Caixa determina que existe imparidade nos seus activos financeiros disponíveis para venda quando existe uma desvalorização contínua ou de valor significo no seu justo valor. Este procedimento requer julgamento, que assenta entre outros factores na volatilidade normal do preço das acções e nos pressupostos utilizados nos modelos de avaliação/teorias financeiras. Justo valor de activos financeiros não cotados Na valorização de instrumentos financeiros não negociados em mercados líquidos o justo valor dos instrumentos financeiros não cotados é estimado com base em métodos de avaliação e teorias financeiras, assim como pela obtenção de preços junto de contraparte independente
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Imparidade das aplicações por recuperação de créditos O valor da imparidade dos activos (imóveis, equipamentos e outros bens) recebidos em dação por recuperação de créditos determinado com base nas estimativas dos avaliadores independentes sobre o valor de líquido de realização dos activos. Estas estimativas são efectuadas com base na utilização de determinados pressupostos. Eventuais diferenças entre esses pressupostos e o comportamento futuro dos mercados imobiliários têm impacto nas estimativas efectuadas. 3. Gestão do risco financeiro A actividade da CEMAH encontra-se sujeita a um conjunto de riscos financeiros, sendo os mais relevantes os riscos de crédito e taxa de juro. A política de gestão de riscos da Caixa visa garantir a todo o momento, uma adequada relação entre os seus capitais próprios e a actividade desenvolvida. Neste contexto, o controlo e acompanhamento dos principais riscos a que a Caixa encontra exposta assume particular importância. Risco de crédito O risco de crédito está associado ao grau de incerteza dos fluxos de caixa futuros, por incapacidade do mutuário em cumprir com as obrigações assumidas nos contratos de crédito. A CEMAH está exposta a risco de crédito essencialmente derivado de crédito a clientes, aplicações em instituições de crédito e carteira de títulos, que representam cerca de 89% do activo. Estrutura interna O Conselho de Administração procede, anualmente, à revisão da estratégia e das principais políticas de crédito e princípios orientadores da concessão de crédito, tendo em conta os resultados alcançados e os objectivos estabelecidos. Em matéria de risco de crédito, a fixação de objectivos centra-se na indicação do mercado alvo e na desagregação da carteira de acordo com critérios como a finalidade, o sector de actividade, as garantias prestadas, maturidade e qualidade do crédito concedido. O sistema de gestão do risco de crédito apresenta uma adequada segregação de funções, nomeadamente no que respeita a: análise, aprovação e acompanhamento de propostas de crédito e pretende contribuir para a identificação e correcção de eventuais desvios face aos objectivos e orientações estabelecidos.
No que respeita às responsabilidades específicas ao nível da gestão de risco de crédito, estas são:
Conselho de Administração e Direcção Geral:
O Conselho de Administração e Direcção Geral na gestão do risco de crédito passa pela aprovação das políticas e procedimentos (incluindo níveis de tolerância) relacionados com o risco de crédito e acompanhamento da carteira de crédito, por forma a agir em caso de situações de maior grau de
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risco. De salientar que o Conselho de Administração é ainda responsável pela aprovação de todos os créditos.
Direcção Comercial e Rede de Balcões:
A Direcção Comercial é genericamente responsável pela revisão das propostas de crédito e emissão de um parecer, remetendo a informação sobre os processos para aprovação do Conselho de Administração. Procede ainda a análises regulares da carteira de crédito vencido e acompanha a carteira de crédito, reportando as situações mais críticas à Direcção Geral e Conselho de Administração. Adicionalmente revê as propostas de recuperação de crédito propostas pela equipa de recuperação e acompanha as situações de crédito reestruturado.
Ao nível da rede de balcões, as principais funções no que respeita à gestão de risco de crédito:
Recolher informação do cliente no âmbito do processo de aceitação de crédito e analisar scoring;
Proceder a uma análise de risco preliminar, emitindo parecer sobre o risco da operação, tendo em consideração a situação patrimonial e financeira do cliente e garantias prestadas;
Acompanhar a carteira de clientes; Analisar a carteira do ponto de vista comercial (pontos críticos e oportunidades). Direcção de Gestão do Risco:
As principais funções em matéria de gestão de risco são as seguintes:
Preparar e calibrar cenários de tolerância ao risco; Definir/actualizar perfil de risco e/ou níveis de tolerância ao risco; Comunicar directrizes aprovadas pelo Conselho de Administração em matéria de risco de
crédito; Proceder a testes de esforço no que respeita ao risco de crédito; Emitir parecer sobre as propostas de crédito; Monitorar a exposição ao risco de crédito/concentração alertando a equipa de recuperação
para o valor de crédito em risco; e Elaborar os testes de esforço e disponibilizá-los à Supervisão. Direcção jurídica:
Composta pelo técnico jurídico e por técnicos do centro de atendimento a particulares, tem como principal função negociar com os clientes em incumprimento alternativas de regularização da dívida.
A avaliação dos clientes conjuga aspectos de natureza quantitativa e qualitativa e indicadores de comportamento, resultando assim da apreciação dos dados contabilísticos, historial de cumprimento dos clientes e garantias, entre outros aspectos. Nessa mesma avaliação das operações tem particular incidência na ponderação do grau de risco associado, a identificação clara da finalidade dos financiamentos, capacidade de reembolso e contra garantias obtidas.
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Controlo e politicas de mitigação Aos responsáveis pela gestão de crédito cabe o controlo preventivo do risco e a detecção precoce de sinais de deterioração da qualidade dos devedores. Para tal, estão implementados os seguintes procedimentos e produção de informação: Produção de listagens de limites de crédito a renovar no mês seguinte, sendo estas enviadas
para os balcões; Acompanhamento do risco de crédito, por cliente e balcão, tendo como base o crédito vivo
existente (incluindo os descobertos em conta corrente) e as listagens de limites de crédito; Análise quinzenal das posições de grupos económicos, o qual fornece o peso de cada um no
total do crédito activo, bem como nos requisitos de fundos próprios da CEMAH, sendo conferido o cumprimentos dos limites;
Análise regular da exposição do risco de crédito, com base nas carteiras de crédito, aplicações e investimentos, produzindo alguns cenários que suportarão a gestão do capital e o reporte prudencial;
Acompanhamento do crédito vencido: diariamente são acompanhadas as prestações em dívida, apurando as respectivas razões para estas situações e semanalmente são analisados os créditos com prestações vencidas, por tipo de crédito, antiguidade, contra garantias, perspectivas de regularização e nível de aprovisionamento;
Análise das situações mais críticas ao nível da carteira de crédito de acordo com indicação dos balcões, para reporte à Direcção Geral e Conselho de Administração;
Análise da exposição dos grupos económicos e de crédito vencido pelo Conselho de Administração, com enfoque nas situações mais críticas, sendo definidas acções a tomar.
Processo de recuperação Tendo por base um conjunto de indicadores de alerta (ex. créditos com 3 prestações vencidas)
é estabelecido um contacto com o cliente, negociando as possibilidades de regularização dos pagamentos em atraso;
Caso exista uma proposta de reestruturação, são solicitados novos elementos; Caso não exista sucesso na negociação por parte da Direcção Comercial, os processos são
encaminhados para o Conselho de Administração e Direcção Geral para definição de medidas de prossecução/resolução (ex. envio para contencioso).
Políticas de mitigação A Caixa utiliza uma diversidade de políticas e práticas de forma a mitigar o risco de crédito. A mais tradicional é a obtenção de garantias colaterais aquando do adiantamento de fundos. A Caixa implementa orientações em relação à aceitabilidade de classes específicas de colateral ou de mitigação do risco de crédito. Os principais tipos de colateral para créditos e valores a receber são: - Hipotecas sobre imóveis; - Penhores de aplicações efectuadas na Caixa; - Penhor de activos como instalações, inventários e contas a receber; - Penhor sobre instrumentos financeiros, como títulos de dívida e acções.
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Financiamentos de longo prazo a entidades empresariais e individuais, são geralmente garantidos; créditos individuais de baixo valor e recorrentes geralmente não têm garantia. Adicionalmente, com o intuito de minimizar a perda, no momento em que existam indicadores de imparidade para os créditos e valores a receber, a Caixa procura colaterais adicionais das contrapartes relevantes. O colateral detido para activos financeiros, que não empréstimos e adiantamentos, é determinado pela natureza do instrumento. Instrumentos de dívida, tesouro e outros títulos geralmente não se encontram colateralizados.
Compromissos de concessão de crédito O objectivo principal deste tipo de instrumentos é assegurar que os fundos são disponibilizados a um cliente à medida que este os requisite. Compromissos de extensão de crédito representam partes não utilizadas de autorizações para estender o crédito na forma de empréstimos, garantias ou letras de crédito. Relativamente a risco de crédito em compromissos de extensão de crédito, a Caixa está potencialmente exposto a uma perda no montante igual ao total dos seus compromissos não utilizados. Contudo, o montante provável de perda é muito menor que o total dos compromissos não utilizados, pois os compromissos de extensão de crédito são revogáveis e estão dependentes dos clientes manterem uma qualidade de crédito específica. A Caixa monitoriza o prazo de vencimento de compromissos de crédito pois os compromissos de longo-prazo têm geralmente uma maior grau de risco de crédito do que compromissos a curto-prazo.
Medição do risco
A Caixa não utiliza modelos internos para medição e cálculo dos requisitos de capital para o risco de crédito. Os requisitos de capital são calculados de acordo com o método padrão, sendo efectuadas adicionalmente análises de sensibilidade e cenário específicas.
Imparidade e politicas de provisionamento
A Caixa avalia semestralmente a existência de evidência objectiva de imparidade na sua carteira de crédito, no âmbito do reporte para o Banco de Portugal. A metodologia e os pressupostos utilizados para o cálculo da perda por imparidade são objecto de apreciação semestral por parte dos Auditores externos, o que é acompanhado pelo Conselho de Administração da Caixa, sendo posteriormente reportadas ao regulador. A metodologia adoptada pela Caixa baseia-se num modelo de imparidade para a carteira de crédito. Resumimos de seguida a metodologia do modelo que tem por base as seguintes etapas:
1. Segmentação da carteira de crédito;
Para efeitos de cálculo da imparidade, a carteira de crédito total, excluindo juros vencidos e juros a receber é estratificada nos seguintes segmentos:
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Particulares sem Garantia Real (PSGR)
Particulares com Garantia Real (PGR)
Empresas sem Garantia Real (ESGR)
Empresas com Garantia Real (EGR)
Significativos (exposições deterioradas superiores a €100 milhares e não deterioradas superiores a €300 milhares)
Colaboradores Em relação às exposições extrapatrimoniais (nomeadamente garantias prestadas e linhas de crédito não utilizadas), estas foram alocadas aos segmentos nos quais os clientes apresentavam as restantes posições patrimoniais e considerando o respectivo estado do cliente, i.e. deteriorado ou não deteriorado.
2. Análise de evidência de imparidade; As exposições dos segmentos definidos anteriormente são posteriormente subdivididas em dois grupos: créditos não deteriorados e deteriorados, sendo o factor que os distingue, a evidência de incumprimento. A Caixa definiu como indicadores de ‘incumprimento’ os seguintes critérios:
Objectivos: o registo de crédito vencido na Caixa há mais de 90 dias;
Subjectivos: o Clientes nos quais se verifique cumulativamente os seguintes sinais: crédito em
contencioso e créditos na Central de Riscos de Crédito do Banco de Portugal, entrada na listagem de utilização de risco (LUR) do Banco de Portugal e crédito vencido junto da Caixa com menos de 90 dias de atraso;
o Clientes com créditos abatidos ao activo nos últimos 12 meses.
Para efeitos do cálculo da imparidade, tendo por base o estado das operações (deterioradas e não deterioradas) e respeitando a segmentação definida, as operações são agrupadas da seguinte forma:
Exposições homogéneas: inclui todas as operações (deterioradas e não deterioradas) com excepção das exposições significativas deterioradas; e
Exposições significativas deterioradas (entidades com indícios de incumprimento e responsabilidades globais acima de €100 milhares).
3. Cálculo da perda por imparidade. A metodologia de cálculo da imparidade da carteira de crédito obedece ao desenvolvimento das seguintes etapas: Para as exposições homogéneas o cálculo da imparidade é efectuado através da aplicação de taxas de probabilidade de incumprimento (PD) e de taxas de perda dado o incumprimento (LGD) ao montante em dívida a cada data de referência. Para as exposições extra patrimoniais foi previamente calculado um factor de conversão (FC).
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O cálculo da probabilidade de incumprimento reflecte a proporção da carteira não deteriorada que se torna deteriorada num período temporal de um ano. O cálculo da LGD reflecte a percentagem do valor de balanço que não é recuperado em caso de evidência de imparidade. Para o cálculo do LGD das exposições não deterioradas são identificadas todas as recuperações posteriores ao ano de referência incluindo: (i) recuperações por via de execução ou dação de colaterais, deduzidas de custos suportados; (ii) estimativas de recuperações posteriores às datas de referência de análise; e (iii) recuperações posteriores a abates contabilísticos, sendo estas descontadas à taxa nominal das operações (a Administração considera que a diferença entre a taxa nominal e a taxa efectiva não produz efeitos significativos no cálculo da imparidade) para o ano N. Em conformidade, este valor actualizado é comparado com o saldo de balanço na data de fecho do ano N. Para o cálculo do LGD das exposições deterioradas é utilizada a mesma amostra que no grupo dos créditos não deteriorados. No entanto, o desconto dos seus cash flows é efectuado para o ano N+1, ou seja, o ano em que o crédito passou a ser considerado deteriorado. Em conformidade, este valor actualizado é comparado com o saldo de balanço na data de fecho do ano N+1. A metodologia definida para o cálculo do factor de conversão das linhas de crédito revogáveis não utilizadas baseia-se no apuramento do valor das linhas não utilizadas convertidas em exposição patrimonial durante o ano subsequente à data de referência (período emergente), relativas a clientes sem qualquer exposição com evidência de imparidade no ano de referência. No que diz respeito a linhas revogáveis não utilizadas de clientes deteriorados, assume-se que, se o cliente tem imparidade, as suas utilizações deverão ser nulas. Poderão existir casos em que existam utilizações posteriores à detecção da imparidade, no entanto estão sujeitas a análise individual por parte da Caixa e não são situações frequentes. Em relação às linhas de crédito irrevogáveis não utilizadas e não deterioradas, é considerado um factor de conversão de 100%, uma vez que a Caixa não poderá evitar a sua conversão em exposição patrimonial. A metodologia definida para o cálculo do factor de conversão das garantias prestadas relativas a clientes não deteriorados no ano de referência baseia-se na percentagem de garantias e créditos documentários que durante o ano subsequente tenham sido convertidas em exposições patrimoniais. No que diz respeito a garantias prestadas relativas a clientes deteriorados no ano de referência, foi verificado o volume de garantias honradas, nos anos seguintes à data de referência da análise até à maturidade da operação. Até 31 de Dezembro 2009 não existia histórico de garantias honradas, pelo que o factor de conversão associado às garantias prestadas é zero. O cálculo da perda por imparidade da carteira de crédito é avaliado numa base individual para créditos cuja exposição deteriorada é superior a €100 milhares e numa base de portfólio para
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créditos não incluídos na análise individual sendo estes agrupados de acordo com características de risco semelhantes. A Caixa constitui provisões de acordo com o Aviso do Banco de Portugal nº 3/95, de 30 de Junho. No caso das perdas por imparidade serem superiores às provisões registadas em balanço de acordo com o Aviso acima referido, é efectuado um reforço das provisões em balanço pela respectiva diferença.
Exposição ao risco de crédito
Resumimos de seguida a exposição máxima a risco de crédito em 31 de Dezembro de 2009 e 2008:
2009 2008
Disponibilidades em Bancos Centrais 5.022 4.255
Disponibilidades em outras instituições de crédito 2.199 3.049
Aplicações em instituições de crédito 96.563 103.328
Activos financeiros disponíveis para venda 8.487 6.239
Crédito a clientes 143.619 133.187
Outros activos 306 475
Exposição risco crédito de exposições fora de balanço:
Garantias prestadas 4.505 4.610
Linhas de crédito irrevogáveis 19.605 23.219
Outros compromissos
Exposição máxima
Os valores acima não têm em consideração qualquer colateral detido ou outras formas de mitigação do risco de crédito. Para os activos no balanço, a exposição acima é a quantia escriturada no Balanço. A exposição ao risco de crédito da Caixa está concentrada geograficamente apenas na região autónoma dos Açores.
Apresenta-se de seguida os valores de balanço dos activos, categorizados por sector de indústria.
Instituições
Financeiras
Sector
públicoImobiliário
Indústria
transformadoraServiços
Outras
indústriasParticulares Total
Disponibilidades em Bancos Centrais 5.022 0 0 0 0 0 0 5.022
Disponibilidades em outras instituições de crédito 2.199 0 0 0 0 0 0 2.199
Aplicações em instituições de crédito 96.563 0 0 0 0 0 0 96.563
Activos financeiros disponíveis para venda 2.573 4.536 0 0 0 1.378 0 8.487
Crédito a clientes 10.025 15 0 46 5.333 80.592 47.608 143.619
Outros activos 0 99 0 0 4 19 184 306
116.382 4.650 0 46 5.337 81.989 47.792 256.196
Garantias Prestadas 0 0 0 0 545 3.960 0 4.505
Linhas de Crédito revogáveis 0 10 0 0 8 225 2.235 2.478
A 31 de Dezembro 2009 116.382 4.660 0 46 5.890 86.174 50.028 263.179
A 31 de Dezembro 2008 113.096 2.705 288 11.283 7.408 43.957 78.852 257.588 A segmentação da carteira de crédito determinada de acordo com diversos factores como o nível de garantias reais associado e nível de incumprimento em 2009 e 2008 era a seguinte:
2009-12-31 2008-12-31
Prime 20,34% 5,36%
Standard monitoring 71,57% 79,69%
Special monitoring 3,07% 1,50%
Sub standard 5,02% 13,44%
RELATÓRIO E CONTAS 2009 70
As categorias apresentadas resultam da combinação de dois factores: i) registo de incumprimento e ii) nível de cobertura dos empréstimos por garantias hipotecárias. Atendendo ao tipo de Clientes em questão, particulares e pequenas empresas, não estão disponíveis classificações de rating externas. A exposição a risco de crédito das Disponibilidades e aplicações em instituições de crédito e activos financeiros disponíveis para venda é apresentada como segue:
Disponibilidades e aplicações
em Instituições de crédito
Activos financeiros
disponíveis para venda
Créditos e Outros
valores a Receber Total
2009-12-31
AA- a AA+ 180 - - 180
A- a A+ 20.669 4.703 - 25.372
Menor que A- 56.079 - - 56.079
Sem rating 21.834 3.783 10.025 35.642
Total 98.762 8.487 10.025 117.273
2008-12-31
AA- a AA+ 206 2.459 - 2.665
A- a A+ 1.551 105 - 1.656
Menor que A- 102.183 - - 102.183
Sem rating 2.437 3.675 - 6.112
Total 106.377 6.239 - 112.616
Risco de taxa de juro
O risco de taxa de juro é definido como a probabilidade de ocorrência de impactos negativos nos resultados ou no capital, devido a movimentos adversos nas taxas de juro, por via de desfasamentos de maturidades ou de prazos de refixação das taxas de juro, da ausência de correlação perfeita entre as taxas recebidas e pagas nos diferentes instrumentos, ou da existência de opções embutidas em instrumentos financeiros do balanço ou elementos extra patrimoniais. O risco de taxa de juro implica a perda potencial em activos financeiros decorrente de alterações de taxas de juro de mercado. O risco de taxa de juro na Caixa advém essencialmente das aplicações em instituições financeiras, carteira de crédito e carteira de títulos (cerca de 89% do activo). A Administração da CEMAH, apoiada pelos diferentes departamentos, decide a sua política de taxa de juro de uma forma bastante restritiva e cautelosa, assegurando sempre uma taxa de intermediação que suporte confortavelmente as oscilações das taxas de juro registadas no mercado. As operações activas estão indexadas a indicadores internos definidos pelo Conselho de Administração e a indicadores externos com spread’s que sustentam a rentabilidade da Instituição face a variações no mercado. As operações passivas estão indexadas a taxas de referência internas e são majoradas consoante o seu valor e prazo. Periodicamente é analisada a liquidez da Instituição, evolução das maturidades médias dos activos e passivos, taxas fixas versus taxas variáveis (e respectivos indexantes). Em função desta avaliação são traçados os objectivos e orientações que são divulgados a toda a Instituição.
RELATÓRIO E CONTAS 2009 71
O quadro seguinte resume a exposição da Caixa ao risco de taxa de juro, em 31 de Dezembro de 2009 e 2008. Estão incluídos no quadro seguinte os activos e passivos da Caixa, ao valor de balanço, categorizados pela mais recente entre as datas de refixação de taxa de juro e de maturidade.
31 de Dezembro de 2009 Até 1 mês 1-3 meses 3-12 meses 1-5 anos
Mais de 5
anos
Sem risco de
taxa de juro Total
Activos
Caixa e disponibilidades em Bancos Centrais 0 0 0 0 0 5.022 5.022
Disponibilidades em outras instituições de crédito 0 0 0 0 0 2.199 2.199
Aplicações em instituições de crédito 56.223 40.000 0 0 0 340 96.563
Activos financeiros disponíveis para venda 0 0 3.820 2.573 10.741 1.378 18.511
Crédito a clientes 53.490 7.863 53.185 8.755 17.555 2.770 143.619
Outros activos 0 0 0 0 0 306 306
Total de activos 109.713 47.863 57.005 11.328 28.297 12.016 266.221
Passivos
Recursos de Bancos Centrais 0
Recursos de outras instituições de crédito 36 36
Depósitos de clientes 80.665 72.101 90.145 1.275 0 1.208 245.394
Passivos subordinados 0
Outros passivos 143 143
Total de passivos 80.665 72.101 90.145 1.275 0 1.387 245.573
Gap 29.048 (24.238) (33.140) 10.053 28.297
31 de Dezembro de 2008
Total de Activos 134.799 48.706 29.961 13.563 9.512 13.992 250.533
Total de Passivos 79.640 43.391 112.645 1.381 0 1.857 238.914
Gap 55.159 5.315 (82.684) 12.182 9.512
Medição do risco A Caixa desenvolve análises de sensibilidade que medem as alterações estimadas nos resultados e capitais de um aumento ou diminuição imediata de 200 pontos base nas taxas de juro de mercado aplicadas a 31 de Dezembro de 2009 para cada classe de instrumento financeiro. A análise de sensibilidade é baseada nos seguintes pressupostos:
- Alterações nas taxas de juro do mercado afectam rendimentos ou despesas de juros de instrumentos financeiros variáveis;
- Alterações nas taxas de juro de mercado apenas afectam os rendimentos ou despesas de juros em relação a instrumentos financeiros com taxas de juro fixas se estes estiverem reconhecidos a justo valor;
- Alterações nas taxas de juro de mercado afectam o justo valor de outros activos e passivos financeiros;
- Alterações no justo valor de outros activos e passivos financeiros são estimados descontando os fluxos de caixa futuros de valores actuais líquidos, utilizando taxas de mercado do final do ano.
Sob estes pressupostos, um aumento ou diminuição de 2% em taxas de juro de mercado a 31 de Dezembro de 2009 resultaria num aumento ou diminuição dos resultados da CEMAH de aproximadamente €234 milhares (2008: €579 milhares) e capitais próprios de €1.220 milhares (2008: €1.378 milhares).
RELATÓRIO E CONTAS 2009 72
Risco de mercado Os riscos de mercado englobam vários riscos que reflectem a perda potencial em resultado de alterações de taxas (Juro e de Câmbio), e/ou preços (correlacionando quer entre eles quer com a respectiva volatilidade), risco de liquidez de mercado, por via de investimentos em títulos pouco líquidos nos mercado e por fim o risco de crédito inerente ao grau de incerteza dos retornos esperados, por incapacidade do emitente de um título em cumprir com as suas obrigações. A carteira de títulos é gerida na sua quase totalidade por entidades gestoras externas à Instituição, embora exista uma pequena quantidade de títulos geridos pela própria CEMAH e que se encontram custodiados em instituições externas. Para o efeito, foram estabelecidos contratos de gestão discricionária com as referidas entidades, onde se define um benchmark de investimento de acordo com o risco que se pretende assumir e a rentabilidade desejada. A referida carteira é valorizada mensalmente com base em relatórios enviados pelas entidades gestoras. Em relação aos títulos geridos pela própria CEMAH, as cotações são obtidas por consulta da Bloomberg. No que respeita à gestão do risco de crédito e de mercado da carteira de títulos, a Instituição efectua os seguintes controlos: - são feitos contactos permanentes com as entidades gestoras, no sentido de se avaliar a evolução da carteira; - periodicamente, são elaborados relatórios de análise de risco pelas entidades gestoras, sendo efectuado a respectiva análise; e - são realizadas reuniões trimestrais com as entidades gestoras e, sempre que necessário, redefine-se o perfil de risco associado, embora sempre numa óptica conservadora. A exposição ao risco de preço a 31 de Dezembro de 2009 e 2008 era como se segue:
2009 2008
Acções 167 105
Obrigações 10.000 0
Unidades de participação 0 0
Exposição máxima
Com base no montante registado em balanço a 31 de Dezembro de 2009 e considerando a cotação das acções BES-NOM, uma potencial variação de 10% na cotação do instrumento de capital resultaria num aumento ou diminuição dos capitais próprios de 17 milhares EUR (2008: 11 milhares EUR). Risco de liquidez O risco de liquidez é definido como a probabilidade de ocorrência de impactos negativos nos resultados ou no capital decorrente da incapacidade da entidade cumprir com as suas obrigações financeiras à medida que as mesmas se vencem ou não conseguir assegurá-las em condições razoáveis.
RELATÓRIO E CONTAS 2009 73
O risco de liquidez pode afectar de forma significativa a capacidade das instituições financeiras obterem financiamento e cumprirem com as suas obrigações. Com referência a 31 de Dezembro de 2009, 51% dos activos da Caixa dizem respeito à carteira de crédito e 35% diz respeito a aplicações em instituições de crédito, sendo ambos integralmente financiados com depósitos de clientes. Neste âmbito, a CEMAH considera a sua base de depósitos sólida, dada a diversificação em termos de número e tipo de depositantes. A tesouraria da Instituição é acompanhada numa base diária pelo Departamento Financeiro. Para o efeito são elaborados mapas diários de controlo, onde são expressos os saldos existentes e dada a orientação necessária para que sejam cumpridas as necessidades de liquidez. Estruturalmente, a CEMAH é excedentária em liquidez, pelo que são feitas diariamente aplicações no Mercado Monetário Interbancário (MMI). As aplicações no MMI são objecto de controlo por parte do Departamento Financeiro, sendo submetido ao Conselho de Administração um mapa com o controlo da liquidez aplicada e respectiva remuneração. A actividade corrente da clientela é fruto de análise, no sentido de se antecipar alguma situação susceptível de vir a criar problemas de tesouraria. Para o efeito são monitorados igualmente os activos de médio prazo não compensados por passivos, o grau e tipo de compromissos não activados, o uso de facilidades de overdraft e o impacto de passivos contingentes como compromissos de crédito e garantias. Adicionalmente, é efectuada a monitorização de rácios de liquidez tendo em conta os requisitos internos e os requisitos externos impostos pelo Banco de Portugal. A análise dos passivos financeiros por prazos de maturidade em 31 de Dezembro de 2009 e 2008 é apresentada como segue:
Até 3 meses 3 meses a 1 ano Entre 1 a 5 anos Mais de 5 anos Total
31 de Dezembro de 2009
Recursos de Bancos Centrais - - - - -
Recursos de outras instituições de crédito 36 - - - 36
Depósitos de clientes 153.846 90.421 1.226 - 245.493
Passivos subordinados - - - - -
31 de Dezembro de 2008
Recursos de Bancos Centrais - - - - -
Recursos de outras instituições de crédito 1 - - - 1
Depósitos de clientes 121.669 111.824 1.381 - 234.874
Passivos subordinados 40 1 4.000 - 4.041
RELATÓRIO E CONTAS 2009 74
A tabela abaixo representa os fluxos de caixa das exposições fora de balanço, a pagar pela Caixa de acordo com a sua maturidade residual contratual às datas de balanço. Os montantes apresentados na tabela são os fluxos de caixa contratuais não descontados. 31 de Dezembro de 2009
Compromissos de crédito - - - - - -
Linhas de crédito irrevogáveis 11.986 1.459 6.074 - 86 19.605
Linhas de crédito revogáveis 1.921 242 3.386 - 49 5.598
Total 13.907 1.701 9.460 0 135 25.203
Mais de 5
anos
TotalMenos de 1
mês
1-3 meses 3-12 meses 1-5 anos
31 de Dezembro de 2008
Compromissos de crédito - - - - - -
Linhas de crédito irrevogáveis 2.304 3.315 16.706 894 - 23.219
Linhas de crédito revogáveis 2.446 2.446
Total 4.750 3.315 16.706 894 - 25.665
Mais de 5
anos
TotalMenos de 1
mês
1-3 meses 3-12 meses 1-5 anos
A análise dos fluxos contratuais futuros dos passivos financeiros mais significativos é apresentada
como segue:
Até 3 meses 3 meses a 1 ano Entre 1 a 5 anos Mais de 5 anos Indeterminado Total
31 de Dezembro de 2009
Depósitos de clientes 98.004 90.329 - - 55.852 244.185
Passivos subordinados - - - - - -
Outros Passivos 1.021 558 - - 17 1.596
31 de Dezembro de 2008
Depósitos de clientes 63.902 109.688 27 - 64.097 237.714
Passivos subordinados 2.576 1.529 - - - 4.105
Outros Passivos 1.673 - - - - 1.673 Gestão do capital Os objectivos da Caixa em relação à gestão de capital são os seguintes:
Cumprir os requisitos de capital estabelecidos pelos reguladores do mercado bancário nos mercados onde a Caixa opera;
Salvaguardar a capacidade da Caixa de continuar como a sua actividade e assim proporcionar retornos para os accionistas e benefícios para outros stakeholders; e
Manter uma sólida estrutura de capital para apoiar o desenvolvimento do seu negócio. O Banco de Portugal exige que cada banco: (a) mantenha um nível mínimo de capital, e (b) mantenha um rácio de capital face ao activo ponderado pelo risco ou que seja igual ou superior aos mínimos internacionais acordados.
RELATÓRIO E CONTAS 2009 75
A gestão do capital da Caixa é assegurada área de tesouraria e é dividida em duas vertentes:
Tier 1 capital: capital próprio realizado e reservas criadas através dos lucros retidos.
Tier 2 Capital: empréstimos subordinados que sejam qualificáveis como capital, e 45% dos ganhos não realizados derivados da mensuração ao justo valor de instrumentos de capital detidos como disponíveis para venda.
A regulamentação de capital e o uso do capital regulatório é monitorizada diariamente pela gestão, empregando técnicas baseadas nos princípios do Comité de Basileia e das directivas comunitárias europeias, implementadas pelo Banco de Portugal para fins de supervisão. A informação requerida é entregue ao Banco de Portugal mensalmente. A tabela seguinte apresenta a composição do capital regulatório e dos rácios da Caixa para os períodos os exercícios de 2009 e 2008. Fundos Próprios 2009 2008
Base (i)
Capital 14.901 14.305
Reservas e Resultados 5.147 3.724
Outros elementos -90 -154
19.958 17.875
Complementares
Upper Tier 2 635 597
Lower Tier 2 0 1.900
635 2.497
Deduções 1.664 1.651
18.930 18.721
Requisitos de Fundos Próprios 13.591 13.998
Activos ponderados pelo risco
No balanço 141.281 150.909
Fora do balanço 12.128 7.529
Rácio de Solvabilidade 11,1% 10,7% (i) Em 31 de Dezembro de 2009 e 2008 os Fundos Próprios de Base não incluem qualquer Resultado Líquido do próprio ano, uma vez que estes não se encontravam ainda auditados àquela data.
RELATÓRIO E CONTAS 2009 76
4. Activos e passivos financeiros classificados de acordo com as categorias da IAS 39
2009
Activos
Caixa e disponibilidades em Bancos Centrais 10.640 - - - 10.640
Disponibilidades em outras instituições de crédito 2.199 - - - 2.199
Aplicações em instituições de crédito 96.563 - - - 96.563
Activos financeiros disponíveis para ve nda - 8.487 - - 8.487
Crédito a clientes 143.619 - - - 143.619
Outros activos 306 - - 22.018 22.324
Activos 253.327 8.487 0 22.018 283.832
Passivos
Recursos de Bancos Centrais - - - - 0
Recursos de outras instituições de crédito - - 36 - 36
Depósitos de clientes - - 245.493 - 245.493
Passivos subordinados - - - - 0
Outros passivos - - - 7.160 7.160
Total Passivos 0 0 245.529 7.160 252.689
2008
Activos
Caixa e disponibilidades em Bancos Centrais 10.084 - - - 10.084
Disponibilidades em outras instituições de crédito 3.049 - - - 3.049
Aplicações em instituições de crédito 103.328 - - - 103.328
Activos financeiros disponíveis para ve nda - 6.239 - - 6.239
Crédito a clientes 133.187 - - - 133.187
Outros activos 475 - - 21.541 22.016
Activos 250.123 6.239 0 21.541 277.903
Passivos
Recursos de Bancos Centrais - - - - 0
Recursos de outras instituições de crédito - - 1 - 1
Depósitos de clientes - - 234.874 - 234.874
Passivos subordinados - - 4.041 - 4.041
Outros passivos - - - 7.459 7.459
Total Passivos 0 0 238.915 7.459 246.375
Outros passivos
Financeiros
Activos/Passsivos Não
Financeiros
TotalCréditos e valores a
receber
Activos financeiros
disponíveis para
venda
RELATÓRIO E CONTAS 2009 77
5. Justo valor dos activos e passivos financeiros
Em 31 de Dezembro de 2009 os valores contabilísticos dos activos e passivos financeiros comparam com o respectivo justo valor conforme segue:
Valor Justo
contabilístico valor
Caixa e Disponibilidades em Bancos Centrais 10.640 10.640
Disponibilidades em outras IC's 2.199 2.199
Aplicações em instituições de crédito 96.563 96.563
Activos Financeiros Disponíveis para Venda 8.487 8.487
Crédito a clientes 141.260 141.260
Total activos financeiros ao justo valor 259.149 259.149
Recursos de bancos centrais - -
Recursos de outras instituições de crédito 36 36
Depósitos de clientes 245.493 245.493
Passivos subordinados - -
Total passivos financeiros ao justo valor 245.529 245.529
As principais metodologias e pressupostos utilizados na estimativa do justo valor dos activos e passivos financeiros mais significativos são analisados como segue: Caixa e disponibilidades em bancos centrais, Disponibilidades a Aplicações em instituições de crédito Considerando o prazo curto associado a estes instrumentos financeiros e ao facto de serem negociados a taxas de mercado, considera-se que o seu valor de balanço é uma estimativa razoável do respectivo justo valor. Activos financeiros disponíveis para venda Os Activos financeiros disponíveis para venda são constituídos por instrumentos de dívida e instrumentos de capital estando contabilizados ao justo valor. O justo valor tem como base os preços de cotação de mercado, sempre que estes se encontrem disponíveis. Caso estes não existam, o justo valor é estimado através de técnicas de desconto de cash-flows. No caso de acções não cotadas, sempre que não exista disponível um valor de mercado e não seja possível determinar com fiabilidade o seu justo valor, estas encontram-se reconhecidas ao custo histórico.
RELATÓRIO E CONTAS 2009 78
Crédito a clientes O Crédito a clientes é remunerado a taxas variáveis, que se aproximam das taxas em vigor no mercado para este tipo de produto e para o risco inerente à carteira, pelo que o seu justo valor é próximo do valor contabilístico. Recursos de outras instituições de crédito Considerando o prazo curto associado a estes instrumentos financeiros e ao facto de serem negociados a taxas de mercado, considera-se que o seu valor de balanço é uma estimativa razoável do respectivo justo valor. Depósitos de clientes Considerando que as taxas de juro aplicáveis são de natureza variável e o período de maturidade dos depósitos é inferior a um ano, não existem diferenças quantificáveis no seu justo valor. 6. Notas 6.1 Caixa e disponibilidades em Bancos Centrais
2009-12-31 2008-12-31
Caixa 5.618 5.829
Depósitos à ordem no Banco de Portugal 5.022 4.255
10.640 10.084
A rubrica Depósitos à ordem na Caixa de Portugal inclui os depósitos constituídos para satisfazer as exigências do Sistema de Reservas Mínimas do Sistema Europeu de Bancos Centrais (SEBC). Estes depósitos são remunerados à média das taxas marginais das operações principais de refinanciamento do Sistema Europeu de Bancos Centrais apuradas durante o período de manutenção considerado. Em 2009, estas taxas variaram entre 0,299% e 2,221% (2008 – 2,23% e 4,601%).
RELATÓRIO E CONTAS 2009 79
6.2 Disponibilidades em outras Instituições de Crédito
O saldo desta rubrica é composto como segue:
2009-12-31 2008-12-31
Disponibilidades sobre instituições de crédito no país
Depósitos à ordem 479 623
Cheques a cobrar 1.702 2.302
2.181 2.925
Disponibilidades sobre instituições de crédito no
estrangeiro
Cheques a cobrar 18 124
2.199 3.049
Os cheques a cobrar sobre instituições de crédito no país e no estrangeiro foram enviados para cobrança nos primeiros dias úteis subsequentes à data de referência das demonstrações.
6.3 Aplicações em instituições de crédito
Quanto à sua natureza, os créditos sobre instituições de crédito analisam-se como se segue:
2009-12-31 2008-12-31
Aplicações em instituições de crédito no país
Outras aplicações 96.223 102.784
Juros a Receber 340 544
96.563 103.328
Quanto à sua duração residual, as aplicações em instituições de crédito decompõem-se como segue:
2009-12-31 2008-12-31
Até três meses 96.563 103.328
96.563 103.328
RELATÓRIO E CONTAS 2009 80
6.4 Activos financeiros disponíveis para venda
Esta rubrica apresenta a seguinte composição:
2009-12-31 2008-12-31
Instrumentos de dívida
Títulos cotados
Obrigações de emissores públicos nacionais - taxa fixa 4.536 2.459
Obrigações de outros emissores nacionais
Dívida não subordinada 2.573 2.464
7.109 4.923
Instrumentos de capital
Títulos cotados
Acções de emissores nacionais 167 105
Títulos não cotados
De emissores nacionais
Acções 1.211 1.211
1.378 1.316
8.487 6.239
Em 31 de Dezembro de 2009 e 2008 esta rubrica apresenta o seguinte detalhe:
31 de Dezembro de 2009 Quantidade
Valor
Nominal
Val.Balanço
Justo Valor
Valor
Aquisição Valias
Emitidos por Residentes
Instrumentos de dívida
De Dívida Publica Portuguesa
Obrigações do Tesouro
OT 3,35% 10/2015 71.000.000 710 716 709 2
OT 5,85% 05/10 361.999.800 3.620 3.820 3.813 28
4.330 4.536 4.522 30
De Outros Residentes
Outros
Dívida não subordinada
Obrigações
OC 2011 - 1ª SÉRIE 1 2.500 2.573 2.395 115
2.500 2.573 4.296 115
Instrumentos de capital
Acções
BES 36.532 - 167 291 (124)
SIBS 10.000 - 1.211 1.211 -
- 1.378 1.465 (124)
6.830 8.487 10.283 21
RELATÓRIO E CONTAS 2009 81
31 de Dezembro de 2008 Quantidade
Valor
Nominal
Val.Balanço
Justo Valor
Valor
Aquisição Valias
Emitidos por Residentes
Instrumentos de dívida
De Dívida Publica Portuguesa
Obrigações do Tesouro
OT 3,35% 10/2015 51.000.000 510 504 510 (9)
OT 5,85% 05/10 161.999.800 1.620 1.750 1.713 33
OT 3,95% 07/15/09 20.000.000 200 205 199 2
2.330 2.459 2.422 26
De Outros Residentes
Outros
Dívida não subordinada
Obrigações
OC 2011 - 1ª SÉRIE 1 2.500 2.464 2.395 27
2.500 2.464 2.395 27
Instrumentos de capital
Acções
BES 15.657 - 104 253 (149)
SIBS 10.000 - 1.211 1.211 -
- 1.315 1.465 (149)
4.830 6.239 6.283 (96)
Em 31 de Dezembro de 2009 a carteira de activos financeiros disponíveis para venda não apresenta imparidade. As Obrigações de Dívida Pública Portuguesa (Obrigações do Tesouro - OT, encontram-se dadas como garantia a favor do Fundo de Garantia de Depósitos e Banco de Portugal, para garantia das obrigações assumidas pela Caixa. Em 31 de Dezembro de 2009 e 2008, o valor dos penhores constituídos ascendia a €4.083 milhares e €2.290 milhares, respectivamente. Durante o período de 2009, a CEMAH procedeu à aquisição de 200.000.000 obrigações do tesouro à taxa de 5,85% com vencimento em Maio de 2010, que foram dadas como reforço de garantia ao Banco de Portugal, no âmbito da linha de crédito intradiário contratado com o mesmo. A CEMAH participou no aumento de capital do BES e em 31 de Dezembro de 2009 era detentora de 36.532 acções (2008: 15.657 acções). Os activos financeiros disponíveis para venda incluem instrumentos de capital não cotados (SIBS) cujo justo valor não pode ser mensurado com fiabilidade e como tal estão reconhecidos ao custo no montante de €1.211 milhares em 31 de Dezembro de 2009 (2008: €1.211 milhares). A CEMAH não pretende alienar este investimento.
RELATÓRIO E CONTAS 2009 82
6.5 Crédito a clientes
A rubrica de Crédito a clientes decompõe-se como segue:
Crédito a Clientes 2009-12-31 2008-12-31
Créditos não representados por valores mobiliários
Crédito Interno
Empresas e Administrações Públicas
Desconto e outros créditos titulados por efeitos 3.146 3.193
Empréstimos 37.627 27.663
Créditos em conta corrente 1.927 2.112
Descobertos em depósitos à ordem 14.716 22.315
Outros créditos - -
57 416 55.283
Particulares
Habitação 21 627 21 879
Consumo 18 082 20 092
Outras finalidades
Desconto e outros créditos titulados por efeitos 1 657 2 183
Empréstimos 26 004 19 412
Crédito em conta corrente 229 232
Outros créditos 5.834 9.753
73.433 73.550
Outros créditos e valores a receber titulados
Emitidos por não residentes
Outros 10.000 -
10.000 -
140.849 128.833
Juros e comissões a receber 235 292
Crédito e juros vencidos
Até 90 dias 82 159
Mais de 90 dias 2.454 3.903
2.536 4.062
Total Bruto 143.619 133.187
Menos:
Provisão para créditos de cobrança duvidosa 936 718
Provisão para crédito e juros vencidos 1.609 3.146
2.545 3.864
Total Líquido 141.074 129.323
O movimento ocorrido nas provisões durante o exercício de 2009 é apresentado na Nota 6.10. De salientar que, para além das provisões para créditos de cobrança duvidosa e crédito vencido, a Caixa tem outras provisões, apresentadas no passivo, (ver nota 6.9) no montante de €1.612 milhares (2008 – €1.642 milhares) que também se destinam a cobrir riscos de crédito (Provisões para riscos gerais de crédito).
RELATÓRIO E CONTAS 2009 83
A rubrica de crédito interno inclui €1.326 milhares de descobertos em depósitos à ordem da Santa Casa de Misericórdia de Angra do Heroísmo que, em 31 de Dezembro de 2009, vencem juros a taxas correntes de mercado. Os outros créditos e valores a receber titulados emitidos por não residentes referem-se à aquisição de 10 milhares de obrigações db rendimento Metro de Lisboa & Porto emitidas em Novembro 2009 e com maturidade prevista para Agosto 2014. A taxa de cupão destas obrigações é dada pela Euribor 3 meses (determinada 2 dias úteis antes de cada período de acumulação de cupão) + 1,90% por ano, com possibilidade de conversão para taxa fixa de 5% por ano. Os juros são pagos trimestralmente. O escalonamento dos créditos sobre clientes, em função da sua duração residual, é o seguinte:
Prazos 2009-12-31 2008-12-31
Até três meses 7.952 7.159
De três meses a um ano 14.559 11.000
De um a cinco anos 36.949 30.882
Mais de cinco anos 45.319 40.255
Duração indeterminada (*) 38.840 43.890
143.619 133.187
(*) Descobertos em Depósitos à ordem e Crédito e juros vencidos A exposição a risco de crédito para contratos com valores vencidos mas sem imparidade, segmentada por antiguidade de incumprimento é a seguinte:
31 de Dezembro de 2009
Inferior a 3 meses 535 9
3 a 6 meses 325 49
6 a 12 meses 295 237
Superior a 12 meses 1.299 1.715
Total 2.454 2.010
31 de Dezembro de 2008
Inferior a 3 meses 524 109
3 a 6 meses 130 36
6 a 12 meses 2.502 2.803
Superior a 12 meses 905 915
Total 4.062 3.864
Exposição Máxima Provisões para crédito
A exposição a risco de crédito para contratos com valores vencidos mas sem imparidade, segmentada por antiguidade de incumprimento, desagregada por tipo de produto (Descobertos, Letras e Livranças e Crédito a Prestações está visível no quadro seguinte:
RELATÓRIO E CONTAS 2009 84
Descobertos Letras e Livranças Crédito a Prestações Total
Inferior a 3 meses 25 470 40 535
3 a 6 meses 259 14 52 325
6 a 12 meses 107 106 82 295
Superior a 12 meses 492 302 505 1.299
Total 884 891 679 2.454
Justo Valor dos Colaterais 1.853 - 32.079 33.932
Diferença -969 891 -31.400 -31.478 No que se refere aos créditos mais significativos com imparidade em 31 de Dezembro 2009, estes decompõem-se da seguinte forma:
DescobertoLetras e
Livranças
Crédito a
PrestaçõesDescoberto
Letras e
Livranças
Crédito a
PrestaçõesTotal
Exposição Total 266 150 2.267 682 608 2.657 6.631
Imparidade 15 12 1.145 307 375 641 2.496
Justo valor dos - - 254 144 - 941 1.339
Colaterais
Particulares Empresas
Significativos
Salienta-se que o justo valor dos colaterais incluí as garantias reais (garantias hipotecárias), avaliadas por entidades credenciadas e independentes durante 2009, e garantias reais avaliadas à data de concessão do crédito.
6.6 Activos não correntes detidos para venda
O saldo desta rubrica a 31 de Dezembro de 2009 analisa-se como segue:
Imóveis Equipamento Outros Total
Saldo em 31.12.2008
Valor bruto 4.497 - - 4.497
Imparidade Acumulada -613 - - -613
Valor líquido 3.884 - - 3.884
Movimento
Adições 781 781
Alienações -335 - - -335
Saldo em 31.12.2009
Valor bruto 4.943 - - 4.943
Imparidade acumulada -60 - - -60
Valor líquido 4.883 - - 4.883
RELATÓRIO E CONTAS 2009 85
O valor de adições registado no exercício de 2009 refere-se a imóveis recebidos no âmbito de processos de recuperação de crédito.
6.7 Outros activos tangíveis Esta rubrica é analisada da seguinte forma:
Imóveis de
serviço
próprio Equipamento
Activos
tangíveis em
curso
Outros
activos
tangíveis Total
Saldo em 1 de Janeiro de 2008
Custo 6.930 2.346 816 1.627 11.719
Amortizações acumuladas (1.637) (1.869) - (3) (3.509)
Valor líquido 5.293 477 816 1.624 8.210
Movimentos no exercício de 2008
Saldo líquido de abertura 5.293 477 816 1.624 8.210
Adições - 284 808 6 1.098
Transferências 1.004 81 (1.185) - (100)
Abates - - - - -
Amortizações acumuladas bens abatidos - - - -
Amortizações do exercício (134) (161) - (0) (295)
Saldo líquido de encerramento 6.163 681 439 1.630 8.913
Saldo em 31 de Dezembro de 2008
Custo 7.934 2.711 439 1.633 12.717
Amortizações acumuladas (1.771) (2.030) - (3) (3.804)
Valor líquido 6.163 681 439 1.630 8.913
Movimentos no exercício de 2009
Saldo líquido de abertura 6.163 681 439 1.630 8.913
Adições - 298 234 14 546
Transferências - 182 (182) - -
Abates - (133) - (10) (143)
Amortizações acumuladas bens abatidos - 128 - - 128
Amortizações do exercício (157) (229) - (0) (386)
Saldo líquido de encerramento 6.006 927 491 1.634 9.058
Saldo em 31 de Dezembro de 2009
Custo 7.934 3.058 491 1.637 13.121
Amortizações acumuladas (1.928) (2.131) - (3) (4.062)
Valor líquido 6.006 927 491 1.635 9.058
As aquisições de Equipamento efectuadas em 2009 referem-se essencialmente a mobiliário diverso (€40 milhares), envelopadora (€33 milhares), máquinas e ferramentas diversas (€12 milhares), contadores de moedas e de notas (€186 milhares), equipamento informático (€18 milhares) e equipamento de segurança (€6 milhares). No exercício de 2009 as adições registadas na rubrica Activos tangíveis em curso referem-se essencialmente às obras de remodelação do imóvel em Ponta Delgada destinado à instalação do futuro balcão (€50 milhares), à remodelação do balcão da Calheta (€129 milhares) e ao novo Data Center (€55 milhares) que foi concluído durante este exercício económico, pelo que foi transferido para a rubrica de Equipamentos a totalidade dos custos incorridos (€182 milhares).
RELATÓRIO E CONTAS 2009 86
6.8 Activos intangíveis
O saldo desta rubrica em 31 de Dezembro analisa-se como segue:
Sistemas
tratamento
automático de
dados
Activos
intagíveis
em Curso Total
Saldo em 1 de Janeiro de 2008
Custo 1.687 - 1.687
Amortizações acumuladas (1.444) - (1.444)
Valor líquido 243 - 243
Movimentos no exercício de 2008
Saldo líquido de abertura 243 - 243
Adições 18 39 57
Transferências 23 (23) -
Amortizações do exercício (146) - (146)
Saldo líquido de encerramento 138 16 154
Saldo em 31 de Dezembro de 2008
Custo 1.728 16 1.744
Amortizações acumuladas (1.590) - (1.590)
Valor líquido 138 16 154
Movimentos no exercício de 2009
Saldo líquido de abertura 138 16 154
Adições 24 8 32
Transferências 7 (7) -
Amortizações do exercício (95) - (95)
Saldo líquido de encerramento 74 17 90
Saldo em 31 de Dezembro de 2009
Custo 1.759 17 1.775
Amortizações acumuladas (1.685) - (1.685)
Valor líquido 74 17 90
Os movimentos ocorridos em 2009, no que respeita ao sistema de tratamento automático de dados, referem-se a aquisições de software e ao desenvolvimento do portal de Internet (€24 milhares). As adições ao activo intangível em curso (€8 milhares) compreendem o investimento efectuado no sistema de Homebanking e sistema de compensação de cheques.
RELATÓRIO E CONTAS 2009 87
6.9 Outros activos
A rubrica de Outros activos apresenta a seguinte decomposição:
2009-12-31 2008-12-31
Devedores e outras aplicações
Devedores por bonificações a receber 54 30
Outros devedores 246 436
300 465
Outros activos
Outras disponibilidades 5 6
Outros imóveis 100 100
Numismática e outros metais preciosos 10 10
115 116
Rendimentos a receber
Outros juros e rendimentos similares 2 4
2 4
Despesas com encargo diferido
Outras despesas com encargo diferido 2.070 2.475
2.070 2.475
Outros activos 2.487 3.060
A 31 de Dezembro de 2009, a rubrica Outros devedores inclui valores a receber da Direcção Geral de Contribuições e Impostos (€102 milhares) relativo à resolução de processos de crédito que se encontravam em contencioso, do Instituto de Gestão Financeira do Ministério da Justiça (€48 milhares) e valores referentes a juros de obrigações (€19 milhares) pagos a 31 de Dezembro, mas cuja liquidação financeira só ocorreu nos primeiros dias de Janeiro 2010. A rubrica Outras despesas com encargos diferidos, diz respeito essencialmente ao acréscimo de responsabilidades com pensões de reforma e outros benefícios resultante da aplicação do IAS 19, que ainda não foram amortizadas por contrapartida de resultados transitados (ver Nota 2.3.6). A variação ocorrida no exercício diz respeito essencialmente ao valor da amortização anual, acima referida, no valor de €416 milhares.
RELATÓRIO E CONTAS 2009 88
6.10. Provisões e imparidades Os movimentos registados nas provisões e imparidades da Caixa durante o exercício de 2009 foram conforme segue:
Movimentos em 2009
Saldo em Reposições/ Utilizações/ Saldo em
2008-12-31 Aumentos (Reversões) Transferências 2009-12-31
Provisões específicas p/ crédito a clientes
Provisões para crédito vencido 3.145 2.562 (3.885) (213) 1.609
Provisões para crédito de cobrança duvidosa 719 1.971 (1.751) (3) 935
Provisões para riscos gerais de crédito 1.642 932 (962) 1.612
Outras Provisões - 150 225 375
Imparidade em outros activos
Devedores, outras aplicações e outros activos 613 8 (336) (225) 60
6.119 5.623 (6.934) (216) 4.592
Movimentos em 2008
Saldo em Reposições/ Utilizações/ Saldo em
2007-12-31 Aumentos (Reversões) Transferências 2008-12-31
Provisões específicas p/ crédito a clientes
Provisões para crédito vencido 2.907 3.799 (3.265) (296) 3.145
Provisões para crédito de cobrança duvidosa 269 1.497 (1.047) 719
Provisões para riscos gerais de crédito 1.995 741 (1.095) 1.642
Imparidade em outros activos
Devedores, outras aplicações e outros activos 51 576 (14) 613
5.222 6.613 (5.407) (310) 6.119
A reposição líquida nas provisões específicas resultou essencialmente da recuperação de créditos em situação de incumprimento, da reavaliação de garantias e da renegociação de créditos (que se traduziram igualmente no reforço de garantias). A constituição de Outras Provisões no valor de €150 milhares foi resultado da decisão do Conselho de Administração que entendeu ser prudente constituir provisão para depreciação de imóveis. A redução da provisão para imparidade em outros activos é explicada pela transferência de 225 milhares de euros para uma rubrica do passivo – Outras provisões – que havia sido constituída para fazer face à volatilidade do mercado imobiliário e que em 2009 se considerou não ser necessária e pela reavaliação de imóveis em carteira, cujo impacto na provisão ascendeu a cerca de 336 milhares de euros.
RELATÓRIO E CONTAS 2009 89
6.11 Recursos de outras instituições de crédito
Esta rubrica inclui os depósitos à ordem de outras instituições de crédito num montante global de €36 milhares. 6.12 Recursos de Clientes
O saldo desta rubrica é composto, quanto à sua natureza, como se segue:
2009-12-31 2008-12-31
Recursos de Residentes
Depósitos à ordem 55.808 64.097
Depósitos a prazo 114.181 85.154
Depósitos de poupança 74.153 83.806
Cheques e ordens a pagar 143 436
244.285 233.493
Juros a Pagar 1.208 1.380
245.493 234.874
Quanto à duração residual, estes recursos decompõem-se da seguinte forma:
Prazos
2009-12-31 2008-12-31
Exigível à vista 57.160 65.914
Exigível a prazo
Até 3 meses 97.091 62.451
De três meses a um ano 91.243 106.483
De um a cinco anos 0 26
188.333 168.960
245 493 234 874
RELATÓRIO E CONTAS 2009 90
6.13 Outros passivos
A rubrica de Outros passivos apresenta a seguinte decomposição:
2009-12-31 2008-12-31
Responsabilidade com Pensões e outros Benefícios
Responsabilidades totais (ver Nota 6.16) 14.469 13.907
Valor patrimonial do fundo (ver Nota 6.16) (12.557) (11.359)
Desvios actuariais (ver Nota 6.16) 2.040 1.596
3.952 4.145
Credores e outros recursos
Outros recursos 16 15
Sector público administrativo 166 250
Outros credores 233 247
415 512
Encargos a pagar
Gastos com pessoal 352 343
Responsabilidades com prémio de antiguidade (ver Nota 6.16) 206 261
558 603
Outras contas de regularização
Outras operações a regularizar 623 558
623 558
Outros Passivos 5.548 5.818
A 31 de Dezembro 2009, na rubrica Outros Credores está registado um donativo que foi concedido à Santa Casa da Misericórdia de Angra do Heroísmo no valor de €204 milhares que foi liquidado em 2010. As Outras operações a regularizar referem-se essencialmente a movimentos de compensação dos levantamentos em caixas Multibanco por clientes da CEMAH e de débitos directos junto da SIBS. 6.14 Caixa e equivalentes de caixa
Para efeito das demonstrações de fluxos de caixa, caixa e equivalentes de caixa compreendem os seguintes saldos com menos de 90 dias de maturidade.
2009-12-31 2008-12-31
Caixa 5.618 5.829
Depósitos à ordem no Banco de Portugal 5.022 4.255
Disponibilidades à vista em outras IC's 2.199 3.049
Aplicações em IC's com prazos inferiores a 3 meses 96.563 103.328
109.402 116.461
RELATÓRIO E CONTAS 2009 91
6.15 Outros passivos subordinados
A rubrica de Outros passivos subordinados apresenta a seguinte decomposição:
2009-12-31 2008-12-31
Obrigações de caixa subordinadas - 4.000
Encargos a pagar - 41 -
- 4.041
Em Abril de 2009, a Caixa exerceu a opção de reembolso antecipado (“Call option”) do total as obrigações de caixa subordinadas, mediante autorização do Banco de de Portugal. 6.16 Responsabilidades com Pensões e Outros Benefícios 6.16.1 Plano de Pensões, SAMS e Subsídio por Morte As responsabilidades com pensões de reforma e sobrevivência, e com os encargos com o Serviço de Assistência Médico-Social (SAMS), bem como as responsabilidades com o pagamento do subsidio por morte após reforma, encontram-se asseguradas por um fundo de pensões e são calculadas em conformidade com o estabelecido no IAS 19. O BPI Pensões é a entidade responsável por efectuar as avaliações actuariais necessárias ao cálculo
das responsabilidades acima referidas e pela gestão do respectivo fundo de pensões. A avaliação
actuarial tem por base o método “Projected Credit Unit” e os seguintes pressupostos actuariais e
financeiros:
31-Dez-09 31-Dez-08
Hipóteses financeiras
Taxa de desconto 5,5% 5,5%
Taxa de crescimento salarial 3.0% 3.0%
Taxa de crescimento das pensões 2.0% 2.0%
Taxa de rentabilidade do Fundo 5.8% -2.1%
Hipóteses demográficas
Tábua de mortalidade TV 88/90 TV 88/90
Tábua de invalidez 50% EKV 80 50% EKV 80
Tábua de saidas n.a. n.a.
Idade normal da reforma 65 anos 65 anos
Diferença de idades entre os cônjuges
Percentagem de Casados 80.0% 80.0%
Método de valorização actuarial
Pressupostos
Project Unit Credit Method
As mulheres são 3 anos mais novas que
os respectivos maridos
RELATÓRIO E CONTAS 2009 92
Em 31 de Dezembro de 2009 a Caixa tem 115 participantes no Fundo de Pensões, dos quais 24 são
reformados, 16 são pensionistas e 10 são ex-trabalhadores.
Em 31 de Dezembro de 2009, as responsabilidades por serviços passados com pensões de reforma e sobrevivência, SAMS, Subsidio de Morte e respectiva cobertura do Fundo de Pensões resume-se como segue:
31-Dez-09 31-Dez-08
Responsabilidades por serviços passados
Colaboradores no activo 7.514 7.688
Pensionistas, reformados e ex-trabalhadores 6.955 6.220
14.469 13.907
Situação patrimonial do fundo de pensões 12.557 11.359
Excesso/(Insuficiência) de cobertura (1.912) (2.548)
A evolução do valor actual das responsabilidades por serviços passados com pensões de reforma e
sobrevivência, SAMS e Subsídio por morte pode ser analisada como segue:
31-Dez-09 31-Dez-08
Responsabilidades no início do exercício 13.907 14.288
Custo do serviço corrente 247 270
Custo dos juros 769 720
Contribuição dos participantes 47 47
Pensões Pagas (499) (461)
Reembolso GRA 11 8
(Ganhos) e perdas actuariais (14) (965)
Responsabilidades no fim do exercício 14.469 13.907
O movimento ocorrido durante o exercício de 2009 relativo ao valor dos activos do Fundo de Pensões foi como segue:
31-Dez-09 31-Dez-08
Valor do Fundo de Pensões no inicio do exercício 11.359 12.101
Contribuições 667 -
Pagamento de Pensões e SAMS (502) (465)
Pensão de invalidez - reembolso seguro 4 4
Rendimento esperado dos activos 587 594
Ganhos e (perdas) actuariais 442 (875)
Valor do Fundo de Pensões no final do exercício 12.557 11.359
RELATÓRIO E CONTAS 2009 93
Em 31 de Dezembro de 2009, os montantes reconhecidos na demonstração de resultados da CEMAH relacionados com a cobertura de responsabilidades com pensões, SAMS e Subsidio de morte resumem-se como segue:
31-Dez-09 31-Dez-08
Custo dos serviços correntes 247 270
Custo dos juros 769 720
Rendimento esperado dos activos e reembolsos (587) (594)
Amortização dos Ganhos fora do corredor (12) (5)
Total incluído em Custos com pessoal 417 391
Os desvios actuariais, que em 31 de Dezembro de 2009, resultam em ganhos ascendem a €2.040 milhares (31.12.2008: €1.594 milhares), dos quais €1.447 milhares dentro do corredor e €593 milhares fora do corredor. Em 31 de Dezembro de 2009, os montantes reconhecidos em balanço relacionados com responsabilidades com pensões, SAMS, subsídio de morte e respectiva cobertura encontram-se reflectivos na Nota 6.13. 6.16.2 Prémio de Antiguidade O montante das responsabilidades com serviços passados relativas ao prémio de antiguidade a 31 de Dezembro de 2009 e 2008 ascende a €206 milhares e €261 milhares, respectivamente. Estas responsabilidades encontram-se registadas na rubrica Outros passivos (ver Nota 6.13). 6.17 Capital, reserva de reavaliação, outras reservas e resultados transitados
Capital O capital estatutário da Caixa é de €14.901 milhares encontrando-se totalmente realizado. A Caixa é detida a 100% pela Santa Casa da Misericórdia de Angra do Heroísmo. Conforme deliberação da Assembleia-geral de 27 de Março de 2009, o resultado líquido da Caixa referente ao exercício de 2008, no montante de €2.384 milhares (após absorção dos resultados transitados negativos no valor de €613 milhares), foi distribuído da seguinte forma: 25% para Capital; 25% para Reserva Legal, 25% para Reserva Estatutária e 25% para distribuir ao accionista. Neste contexto, no decurso do exercício de 2009, o capital registou um aumento de cerca de €596 milhares. De acordo com os seus Estatutos, o capital da Caixa deverá ser elevado anualmente com 25% do lucro líquido anual, depois de deduzidos os valores a transferir para as reservas legal/geral, especial e distribuição de lucros ao accionista.
RELATÓRIO E CONTAS 2009 94
Reserva de reavaliação Os saldos das contas de reserva de reavaliação decompõem-se da seguinte forma:
31-Dez-09 31-Dez-08
Reserva reavaliação
Reserva de justo valor (Ver nota 6.4) 21 (96)
Reservas de reavaliação legal 569 569
590 473
A rubrica reserva de justo valor diz respeito à adequação ao justo valor dos títulos registados em activos financeiros disponíveis para venda. O saldo apresentado na rubrica Reserva de reavaliação legal em 31 de Dezembro de 2009, no montante de €569 milhares, resulta da reavaliação efectuada em exercícios anteriores dos imóveis de serviço próprio, ao abrigo do Decreto-Lei nº 31/98, de 11 de Fevereiro. Não foi efectuada qualquer reavaliação de activos tangíveis durante o exercício de 2009. A reserva de reavaliação legal apenas poderá ser movimentada quando se considerar realizada, total ou parcialmente, e de acordo com a seguinte ordem de prioridades: (i) para corrigir qualquer excedente que se verifique, à data da reavaliação, entre o valor líquido contabilístico dos elementos reavaliados e o seu valor real actual; (ii) para cobrir prejuízos acumulados até à data a que se reporta a reavaliação, inclusive; e (iii) para incorporação no capital social, na parte remanescente. Outras reservas e resultados transitados Os saldos das contas de outras reservas e resultados transitados decompõem-se da seguinte forma:
31-Dez-09 31-Dez-08
Reserva legal 2.875 2.279
Reserva Especial 2.813 2.217
Resultados Transitados (416) (613)
5.272 3.882
RELATÓRIO E CONTAS 2009 95
Os movimentos ocorridos nas rubricas de reservas e resultados transitados foram os seguintes:
31-Dez-09 31-Dez-08
Reserva legal
Saldo em 1 de Janeiro 2.279 1.828
Transf. Resultados Transitados 596 451
Saldo em 31 de Dezembro 2.875 2.279
Reserva especial
Saldo em 1 de Janeiro 2.217 1.766
Transf. Resultados Transitados 596 451
Saldo em 31 de Dezembro 2.813 2.217
Resultados Transitados
Saldo em 1 de Janeiro (613) (1.150)
Resultado líquido ano anterior 2.997 2.952
Amortização do impacto IAS 19 - Aviso nº 12/2001 (416) (613)
Transf.p/ Capital (596) (451)
Distribuição dividendos (596) (451)
Transf.p/ reserva legal (596) (451)
Transf.p/ outras reservas (596) (451)
(416) (613)
5.272 3.882
A reserva legal só pode ser utilizada para cobrir prejuízos acumulados ou depreciações extraordinárias. A legislação Portuguesa aplicável às caixas económicas (artigos 26º e 27º do Decreto-Lei n.º 136/79, de 18 de Maio) exige que a reserva legal seja anualmente creditada com pelo menos 20% do lucro líquido anual, até atingir pelo menos 25% da totalidade dos depósitos. De acordo com os Estatutos o montante a creditar anualmente foi elevado para 25% do lucro líquido anual. Durante o exercício de 2009 esta reserva registou um aumento de cerca de €596 milhares. A reserva especial só pode ser utilizada para cobrir prejuízos resultantes das actividades correntes. A legislação Portuguesa aplicável às caixas económicas (artigos 26º e 27º do Decreto-Lei nº 136/79, de 18 de Maio) exige que a reserva especial seja anualmente creditada com pelo menos 5% do lucro líquido anual. De acordo com os Estatutos o montante a creditar anualmente foi elevado para 25% do lucro líquido anual. Durante o exercício de 2009 esta reserva registou um aumento de cerca de €596 milhares.
RELATÓRIO E CONTAS 2009 96
6.18 Contas extrapatrimoniais
As rubricas extrapatrimoniais apresentam a seguinte decomposição:
2009 2008
Passivos eventuais
Garantias e avales prestados 4.505 4.610
Activos dados em garantia (i) 4.058 2.290
8.563 6.901
Garantias recebidas
Garantias pessoais/institucionais
Garantias e avales - Residentes 65.739 70.814
Garantias reais (activos recebidos em garantia)
Créditos - Residentes 105.774 97.448
171.513 168.262
Compromissos perante terceiros
Linhas de crédito irrevogáveis
Crédito autorizado ao abrigo de contratos de mútuo,
não utilizado 19.605 23.219
Outros compromissos 859 853
Linhas de crédito revogáveis 5.598 5.598
26.062 29.671
Compromissos assumidos por terceiros
Por compromissos irrevogáveis
Por linhas de crédito irrevogáveis 2.509 1.000
2.509 1.000
Responsabilidades por prestação de serviços
De depósito e guarda de valores - 4.000
De cobrança de valores 3.857 4.303
3.857 8.303
Serviços prestados por terceiros
Por depósito e guarda de valores - Activos sob gestão (ii) 4.928 3.676
4.928 3.676
Outras contas extrapatrimoniais
Créditos abatidos ao activo 1.024 358
Juros vencidos 86 84
1.110 442
i) Diz respeito aos títulos dados em garantia ao Fundo de Garantia de Depósitos e aa Caixa de Portugal no valor de € 4.083 milhares
(2008: €2.290 milhares) ii) Inclui activos financeiros administrados por terceiros, representados por títulos, disponibilidades e aplicações a prazo.
RELATÓRIO E CONTAS 2009 97
6.19 Margem Financeira
2009 2008
Juros e rendimentos similares
Disponibilidades s/ Bancos Centrais 62 192
Disponibilidades s/ OIC 0 4
Aplicações Instituições de Crédito
Mercado monetário interbancário 220 394
Depósitos 3.157 5.546
Crédito clientes
Empresas e Administrações Públicas
Descontos e out créd. titulados p/ efeitos 193 173
Empréstimos 1.391 1.515
Crédito conta corrente 101 132
Descobertos DO 1.208 1.671
Factoring - -
Particulares
Habitação 989 1.492
Consumo 1.715 1.924
Outras finalidades
Descontos e out créd. titulados p/ efeitos 132 138
Empréstimos 1.064 1.287
Crédito conta corrente 28 20
Descobertos DO 531 696
Outros créditos e valores a receber (titulados) 242 216
Crédito vencido 319 280
Devedores e outras aplicações 6 9
Comissões recebidas associadas a operações de crédito 50 71
11.409 15.760
Juros e encargos similares:
Recursos IC país 0 0
Depósitos à ordem 166 199
Depósitos a prazo do tipo promissória 3.606 3.278
Depósitos a prazo do tipo poupança 2.434 2.811
Empréstimos subordinados 55 252
Outros juros e custos equiparados - -
Comissões pagas associadas a operações de crédito - -
6.261 6.540
Margem financeira 5.148 9.220
RELATÓRIO E CONTAS 2009 98
6.20 Rendimentos de instrumentos de Capital
A rubrica Rendimentos de instrumentos de capital inclui os dividendos recebidos da participação na SIBS (€13 milhares) e de acções do BES (€2,5 milhares). 6.21 Comissões Líquidas Esta rubrica apresenta a seguinte decomposição:
2009 2008
Outras comissões recebidas
Por serviços bancários prestados 129 116
Por garantias prestadas 107 118
Emissão de cheques 115 91
Comissões de processamento 386 412
Multibanco 187 172
Comissões de manutenção 31 37
Outras 310 285
1.265 1.230
Outras comissões pagas
Por serviços bancários prestados por terceiros 0 5
Por operações realizadas por terceiros 3 3
Outras 140 125
143 133
1.122 1.097
6.22 Resultados líquidos em operações financeiras Esta rubrica apresenta a seguinte decomposição:
2009 2008
Ganhos e perdas em operações ao justo valor
Ganhos e perdas em diferenças cambiais 92 93
92 93
Ganhos e perdas em activos disponíveis para venda
Ganhos e perdas em activos financeiros disponíveis para venda
Instrumentos de dívida - (5)
- (5)
Os resultados cambiais relacionam-se essencialmente com ganhos relacionados com o câmbio EUR/USD.
RELATÓRIO E CONTAS 2009 99
6.23 Outros resultados de exploração
Esta rubrica apresenta a seguinte decomposição:
2009 2008
Rendimentos e receitas operacionais
Ganhos em outros activos tangíveis 26 -
Outras receitas operacionais 43 80
69 80
Encargos e gastos operacionais
Quotizações e donativos (i) 278 421
Contribuições para o fundo de garantia de depósitos 54 48
Outros gastos operacionais 106 58
Outros impostos 2 17
440 544
(371) (464)
(i) Em 31 de Dezembro de 2009, inclui €204 milhares, de donativos concedidos à SCMAH.
6.24 Custos com pessoal
Esta rubrica apresenta a seguinte decomposição:
2009 2008
Remunerações dos orgãos de gestão e fiscalização 136 133
Remunerações dos empregados 2.163 2.266
Encargos sociais obrigatórios 706 666
Outros custos com pessoal 0 270
3.005 3.336
Durante os exercícios de 2009 e 2008 o número médio de empregados e administradores executivos ao serviço da CEMAH apresenta-se como segue:
2009 2008
Administradores executivos 3 3
Quadros superiores 11 12
Outros quadros 10 6
Admistrativos 7 4
Outros colaboradores 57 58
88 83
RELATÓRIO E CONTAS 2009 100
6.25 Gastos gerais administrativos
A rubrica apresenta a seguinte decomposição:
2009 2008
Gastos gerais administrativos
Com fornecimentos
Água, energia e combustíveis 69 67
Publicações 4 5
Material de higiene e limpeza 1 2
Outros fornecimentos de terceiros 255 241
Com serviços
Rendas e alugueres 109 112
Comunicações 239 246
Deslocações, estadas e representação 85 88
Publicidade e edição de publicações 102 119
Conservação e reparação 314 296
Formação de pessoal 9 15
Seguros 51 63
Serviços especializados 883 670
Outros serviços de terceiros 56 57
2.177 1.981
A necessidade de se proceder à manutenção e reparação contínua do património imobiliário da instituição, tem exigido um significativo esforço financeiro à CEMAH, conforme se pode verificar pelo peso da respectiva rubrica no total dos gastos gerais administrativos (cerca de 14% em 2009 e 15% em 2008). No entanto, o factor que mais peso tem nos Gastos gerais e administrativos são os Serviços especializados, nomeadamente a contratação de serviços nas áreas de auditoria e consultoria, que representa 41% dos gastos gerais em 2009 e 34% em 2008. 6.30 Transacções com entidades relacionadas Em 31 de Dezembro de 2009, as entidades relacionadas da Caixa são as seguintes:
Nome da entidade
AccionistaSanta Casa da Misericórdia de Angra do Heroísmo
Outras empresas relacionadasEVT - Empresa de Viação Terceirense, Lda.Escola de Condução Ilha 3, Lda.UNICOL - União Cooperativas Lacticínios Terceirense, UCRLPRONICOL - Produtos Lácteos, SASOMAR, Lda.
Membros do Conselho de Administração e Direcção GeralCarlos Manuel Brasil Silva RaulinoJosé Mancebo SoaresLeonildo Garcia VargasAntónio Gabriel Fraga Martins Maio
RELATÓRIO E CONTAS 2009 101
Em 31 de Dezembro de 2009 e 2008, o montante global dos activos, passivos, custos e proveitos e responsabilidades extrapatrimoniais relativos a operações realizadas com entidades relacionadas resume-se como segue:
31 de Dezembro de 2009
AccionistaEntidades
relacionadas
Membros
do Conselho de
Administração e
Direcção Geral
Total
Activos
Crédito 1.612 3.882 22 5.516
1.612 3.882 22 5.516
Passivos
Depósitos 304 823 519 1.646
304 823 519 1.646
Proveitos
Juros e rendimentos similares 36 191 2 229
Comissões recebidas 0 9 - 9
36 200 2 237
Custos
Juros e encargos similares 9 2 21 32
Donativos 204 - - 204
213 2 21 236
Extrapatrimoniais
Garantias prestadas e outros passivos eventuais 15 246 - 261
15 246 - 261
RELATÓRIO E CONTAS 2009 102
31 de Dezembro de 2008
AccionistaEntidades
relacionadas
Membros
do Conselho de
Administração e
Direcção Geral
Total
Activos
Crédito 1.785 4.108 36 5.929
1.785 4.108 36 5.929
Passivos
Depósitos 160 663 391 1.214
160 663 391 1.214
Proveitos
Juros e rendimentos similares 61 316 1 378
Comissões recebidas 1 7 - 8
62 323 1 386
Custos
Juros e encargos similares 9 2 17 28
Donativos 375 - - 375
384 2 17 403
Extrapatrimoniais
Garantias prestadas e outros passivos eventuais 50 233 - 283
50 233 - 283 Não foram constituídas quaisquer provisões referentes a saldos com partes relacionadas. De salientar que todas as operações passivas e activas com entidades relacionadas foram transaccionadas de acordo com o preçário normal da Caixa. O movimento no exercício de 2009 referente a crédito concedido e depósitos recebidos de entidades relacionadas resume-se como segue:
2009 2008 2009 2008 2009
Empréstimos
Empréstimos em 1 de Janeiro 1.785 1.666 4.108 4.905 36 16
Empréstimos emitidos durante o ano - 119 - 4.066 - 30
Empréstimos pagos durante o ano (173) - (226) (4.863) (14) (10)- - - - - -
Empréstimos em 31 de Dezembro 1.612 1.785 3.882 4.108 22 36
Rendimento de juros 36 61 191 316 2 1
Depósitos
Depósitos em 1 de Janeiro 160 234 663 697 391 309
Movimentos líquidos do ano 144 (74) 160 (34) 128 82
Depósitos em 31 de Dezembro 304 160 823 663 519 391
Custo de juros de depósitos 9 9 2 2 21 17
AccionistaEntidades
relacionadas
Membros do
Conselho de
Administração e
Direcção Geral
2008
6.31 Eventos subsequentes Não foram identificados quaisquer factos relevantes ocorridos após 31 de Dezembro de 2009. - : - : - : - : - : -
RELATÓRIO E CONTAS 2009 103
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