Be ne fícios com a utilização de adubos ve rde s
Be ne fits w ith gre e n m anure s us e
NASCIMENTO, Ale xandre Fe rre ira do
1
; MATTOS, Jorge Luiz Sch irm e r de
2
1
UFV, Viços a, M G, Bras il, ale xfe rre ira-agro@ bol.com .br;
2
UFRPE, Re cife , PE, Bras il, js -
m attos @ uol.com .br
RESUMO
Es te trabalh o foi re aliz ado através de um a re vis ão bibliográfica a re s pe ito da adubação ve rde e os
be ne fícios proporcionados com a adoção de s s a prática, com o obje tivo de divulgar os principais
re s ultados cie ntíficos ne s s a áre a. Ve rificou-s e q ue a adubação ve rde proporciona m e lh orias
s ignificativas nas caracte rís ticas q uím icas , fís icas e biológicas do s olo. As caracte rís ticas q uím icas s ão
be ne ficiadas pe la libe ração de nutrie nte s com a de com pos ição dos re s íduos . Es s a prática m e lh ora as
caracte rís ticas fís icas favore ce ndo a agre gação do s olo, m aior re te nção de água e pre ve nindo a
e ros ão. A biom as s a dos adubos ve rde s m e lh ora as caracte rís ticas biológicas do s olo cons tituindo e m
alim e nto para e s s e s m icrorganis m os . Es pécie s utiliz adas com o adubos ve rde s s ão e ficie nte s na
fixação biológica do nitrogênio e pode m e fe tuar s upre s s ão de plantas e s pontâne as . De s s a form a, a
adubação ve rde é um a alte rnativa para dim inuir o aporte de e ne rgia e xte rna à proprie dade rural,
aum e ntando a s us te ntabilidade do s is te m a.
PALAVRAS-CH AVE: Adubação Ve rde , Agroe cologia, Solo, Sus te ntabilidade .
ABSTRACT
Th is w ork w as de ve lope d th rough of a re vie w about gre e n m anure s and th e be ne fits w ith th e adoption
of th is practical, w ith obje ctive of dis s e m inate th e m ain s cie ntific re s ults in th is are a. It w as ve rifie d th at
gre e n m anure s provide s s ignificant im prove m e nts in th e ch e m ical, ph ys ical and biological
ch aracte ris tics of th e s oil. Th e ch e m ical ch aracte ris tics are be ne fite d by nutrie nts re le as e w ith th e
re s idue s de com pos ition. Th is practical im prove s th e ph ys ical ch aracte ris tics favoring th e s oil
aggre gation, gre ate r w ate r re te ntion and pre ve nting th e e ros ion. Th e biom as s of gre e n m anure s
im prove s th e biological ch aracte ris tics of th e s oil in th e m e as ure w h e re if it cons titute s in food for th e s e
m icroorganis m s . M ore ove r, us e d s pe cie s as gre e n m anure s are e fficie nt in biological nitroge n fixation
and can pre s e nt ch aracte ris tic of s uppre s s ion of s pontane ous plants . In th is w ay, th e gre e n m anure is a
alte rnative to low e r th e input of e xte rnal e ne rgy for farm , im proving th e s us tainability s ys te m .
KEY W ORDS: Gre e n m anure s , Agroe cology, Soil, Sus tainability.
Re vis ta Bras ile ira de Agroe cologia
Re v. Bras . de Agroe cologia. 2(3):41-55 (2007)
ISSN: 19 80-9 735
Corre s pondências para: Ale xandre do Nas cim e nto, ale xfe rre ira-agro@ bol.com .br
Ace ito para publicação e m 06/08/2007
Introdução
O de s e nvolvim e nto da agricultura nos
am bie nte s tropicais e voluiu às cus tas da
de te rioração progre s s iva dos re curs os naturais ,
caus ando grande pe rda de biodive rs idade ,
as s ociada à re m oção da ve ge tação original.
Com o cons e q üência, te m h avido de gradação do
s olo, principalm e nte pe la re dução da fe rtilidade e
aum e nto da e ros ão (CO UTINH O e t al., 2003).
A pre ve nção da de gradação de novas áre as ,
aliada à baixa fe rtilidade natural dos s olos te m
conduz ido à ne ce s s idade do us o de práticas de
adição de m atéria orgânica (ALCÂNTARA e t al.,
2000). De ntre e s s as práticas , de s taca-s e a
adubação ve rde , re conh e cida com o um a
alte rnativa viáve l na bus ca da s us te ntabilidade
dos s olos agrícolas .
Atualm e nte , alguns produtore s vêm utiliz ando
os adubos ve rde s e m s is te m a de plantio dire to
(SPD), com o um a e s tratégia para m inim iz ar os
im pactos provocados pe lo us o inte ns ivo do s olo,
aliando prote ção e adubação (SILVEIRA e t al.,
2005). Em s is te m as de produção, conduz idos por
agricultore s fam iliare s , q ue apre s e ntam um a
produção dive rs ificada e um a organiz ação m ais
com ple xa, a adoção do SPD re pre s e nta um
de s afio, e m cons e q üência das inte ns as
m udanças q ue o s is te m a de te rm ina e de s uas
re pe rcus s õe s nos s ubs is te m as fam iliare s
(W ILDNER, 2004). Contudo, trabalh os pione iros
no s ul do país de ram ao Bras il o s tatus de
re fe rência inte rnacional na pe s q uis a,
de s e nvolvim e nto e na difus ão do SPD,
e s pe cialm e nte com a utiliz ação de adubos
ve rde s , para pe q ue nas proprie dade s com m ão-de -
obra fam iliar (W ILDNER, 2004).
De acordo com CO UTINH O e t al. (2003),
s is te m as agroe cológicos de produção de pe nde m
e contam bas icam e nte com os nutrie nte s
prove nie nte s da de com pos ição dos re s íduos de
plantas de cultivo ante riore s e da m atéria
orgânica do s olo para a nutrição de plantas , q ue é
um dos fatore s m ais re le vante s para a
s us te ntabilidade de s s e s s is te m as .
A lite ratura s obre adubos ve rde s é
re lativam e nte am pla, contudo, no pre s e nte
trabalh o s ão apre s e ntados alguns dos as pe ctos
conce rne nte s aos be ne fícios proporcionados pe lo
us o de adubos ve rde s s obre as proprie dade s
fís icas , q uím icas e biológicas do s olo, be m com o
s obre os e fe itos na s upre s s ão de plantas
adve ntícias ou e s pontâne as .
Us o da adubação ve rde
De s de a antiguidade o cultivo de de te rm inadas
plantas é re aliz ado com o intuito de proporcionar
e fe itos be néficos ao s olo, obs e rvados e m
colh e itas pos te riore s . Re latos da prática da
adubação ve rde às m arge ns dos lagos s uíços
datam de 4.000 – 5.000 anos a.C. (SO UZ A e
PIRES, 2005).
Se gundo CALEGARI e t al. (19 9 2), a adubação
ve rde é a prática de s e incorporar ao s olo m as s a
ve ge tal não de com pos ta de plantas cultivadas no
local ou im portadas , com a finalidade de
pre s e rvar e /ou re s taurar fe rtilidade dos s olos e ,
cons e q üe nte m e nte , a produtividade das te rras
agricultáve is , pode ndo s e r re aliz ada tanto com
gram íne as q uanto com le gum inos as . De s s a
form a, e s s a m atéria orgânica não de com pos ta,
q uando adicionada ao s olo, libe ra nutrie nte s
através da de com pos ição, q ue ape s ar de s e r um
proce s s o be m m ais rápido q ue o da
inte m pe riz ação dos m ine rais prim ários , te m de
s e r vis to com o um a libe ração e m pote ncial (VALE
e t al., 2004).
De acordo com M O REIRA e SIQUEIRA
(2002), a de com pos ição é a q ue bra do m ate rial
orgânico particulado, ge ralm e nte na form a de
polím e ros , e m m ate riais s olúve is q ue s ão
abs orvidos pe las células m icrobianas . Es s a
de com pos ição é controlada pe los organis m os do
s olo, condiçõe s am bie ntais e a nature z a ou
com pos ição q uím ica do m ate rial e m de com po-
s ição (XU e H IRATA, 2005). H EAL e t al. (19 9 7)
A. Nas cim e nto & J. M attos
Re v. Bras . de Agroe cologia. 2(3):41-55 (2007)
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m e ncionam q ue a de com pos ição dos re s íduos
orgânicos pode s e r controlada por dois fatore s :
e xtríns e cos (fatore s clim áticos e pe dológicos ) e
intríns e cos (fatore s q uím icos e bioq uím icos ) ao
re s íduo.
A m aioria dos fatore s am bie ntais q ue afe tam a
de com pos ição dos re s íduos orgânicos e s tá
re lacionada à s ua ação s obre a atividade dos
m icrorganis m os de com pos itore s (W ISNIEW SK I e
H O LTZ , 19 9 7; TSAI e t al., 19 9 2).
TO RRES e t al. (2005), obs e rvaram , s ob um a
m e s m a condição e dafoclim ática, q ue a taxa de
de com pos ição e s tá ligada à re lação
carbono:nitrogênio (C:N) do m ate rial s ob e s s e
proce s s o. XU e H IRATA (2005), concluíram q ue
além da re lação C:N, a de com pos ição da
biom as s a m orta das plantas tam bém e s tá ligada
à s ua re lação lignina:N e carbono:fós foro (C:P).
À m e dida q ue os m icrorganis m os de com põe m
um re s íduo orgânico (m atéria orgânica), ocorre a
m ine raliz ação, proce s s o pe lo q ual os nutrie nte s
s ão conve rtidos da s ua form a orgânica, para s ua
form a inorgânica ou m ine ral (VALE e t al., 2004).
Por s ua ve z , e s s a m ine raliz ação ocorre
s im ultane am e nte com a im obiliz ação de
nutrie nte s m ine rais , para ate nde r a de m anda
nutricional dos m icrorganis m os . Da dinâm ica e
inte ns idade re lativa de s s e s dois proce s s os
opos tos , te m -s e a m ine raliz ação e a im obiliz ação
líq uida q ue é de grande inte re s s e para a
fe rtilidade do s olo e nutrição ve ge tal, pois as
form as orgânicas s ão conve rtidas e m CO
2
, NH
3
,
NO
3
-
, H
2
PO
4
-
, H PO
4
2-
e SO
4
2-
(M O REIRA e
SIQUEIRA, 2002).
De acordo com TO RRES e t al. (2005), a m aior
taxa de m ine raliz ação do N de re s íduos de
plantas ocorre nos prim e iros 42 dias após s e u
m ane jo (corte ). Es s e s autore s obs e rvaram q ue
ne s s e pe ríodo, ce rca de 67,5% do N do guandu
(Cajanus cajan) e 64,2% do N do m ilh e to
(Pe nnis e tum am e ricanum ) foram m ine raliz ados .
Es s e s dados corroboram os re latos de SPAN e
SALINAS (19 85, apud BO RK ERT e t al., 2003),
q ue obs e rvaram q ue 60 a 70% do N e ncontrado
na biom as s a ve ge tal é libe rado para as plantas
de cultivo e m s uce s s ão.
Se gundo VALE e t al. (2004), a m ine raliz ação
do N é m uito influe nciada pe la re lação C:N do
m ate rial e m de com pos ição. De acordo com e s s e s
autore s , q uando s ão adicionados ao s olo
re s íduos orgânicos com re lação C:N m aior q ue
30:1, h á o pre dom ínio da im obiliz ação de N e m
re lação a m ine raliz ação, durante a fas e inicial de
de com pos ição. Com a adição de re s íduos com
re lação C:N e ntre 20:1 e 30:1 não h á ne m
pre dom ínio de im obiliz ação ne m m ine raliz ação do
N. Por outro lado, com a adição de re s íduos
orgânicos com re lação C:N m e nor q ue 20:1 h á
pre dom inância de m ine raliz ação (libe ração
líq uida) de N no início de s ua de com pos ição, o
q ue pode acarre tar num a m aior pe rda do
e le m e nto, dada s ua dinâm ica.
BAIJUK YA e t al. (2006), e s tudando a libe ração
de N das le gum inos as utiliz adas com o cobe rtura
do s olo e adubação ve rde , obs e rvaram q ue a
libe ração de s s e nutrie nte e s tá dire tam e nte
re lacionada com a re lação lignina:N e lignina +
polife nóis :N dos re s íduos e m de com pos ição. De
acordo com e s s e s autore s , e s s e s com pos tos
proporcionam prote ção fís ica da ce lulos e e outros
com pone nte s da pare de ce lular e pode m form ar
com ple xos com prote ínas q ue prote ge m e
dificultam o proce s s o de de com pos ição.
A libe ração pote ncial do N dos re s íduos de
plantas de adubos ve rde s , e m s ua m aioria
le gum inos as , é pe lo fato das raíz e s de s s as
plantas s e as s ociare m s im bioticam e nte com
bactérias fixadoras de N atm os férico (Rh iz obium
e Bradyrh iz obium ) (FREIRE, 19 9 2; RUSCH EL,
19 85). De acordo com CALEGARI (2002),
le gum inos as , com o a m ucuna-pre ta (M ucuna
ate rrim a), guandu-anão (Cajanus cajan),
crotalária (Crotalaria junce a) e le uce na (Le uce na
le ucoce ph ala), pode m fixar até 210 k g h a-1, 170
k g h a-1, 400 k g h a-1 e 1.000 k g h a-1 de N,
durante s e us ciclos , re s pe ctivam e nte . Se gundo
Re v. Bras . de Agroe cologia. 2(3):41-55 (2007)
Be ne fícios com a utiliz ação de adubos ve rde s
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PERIN e t al. (2004), as gram íne as obtêm N
s om e nte da s olução do s olo e da m ine raliz ação
da m atéria orgânica. Entre tanto, trabalh os
ante riore s e vide nciaram a as s ociação de
bactérias fixadoras de N com gram íne as com o o
m ilh o, arroz , s orgo, cana-de -açúcar, braq uiária
(Brach iaria de cum be ns ), e tc. (DÖ BEREINER,
19 9 7; M O REIRA e SIQUEIRA, 2002). Es te
as s unto s e rá tratado m ais de talh adam e nte no
próxim o as s unto de s s e artigo (ite m “Fixação
biológica de Nitrogênio”).
As s im , com o na libe ração do N, o proce s s o de
libe ração do P e s tá intim am e nte ligado à
de com pos ição dos re s íduos orgânicos pe los
m icrorganis m os do s olo, um a ve z q ue e s te
nutrie nte e ncontra-s e as s ociado a com pone nte s
orgânicos do te cido ve ge tal (M ARSCH NER,
19 9 5).
Com a adição de m ate rial orgânico ao s olo
com um a alta re lação C:P, os m icrorganis m os
as s im ilam o fos fato dis poníve l, pre dom inando a
im obiliz ação do P e m re lação a s ua
m ine raliz ação, e e m alguns cas os ocorre
com pe tição e ntre a planta e os m icrorganis m os
pe lo P dis poníve l no s olo. Entre tanto, e s s e
nutrie nte im obiliz ado é libe rado q uando os
m icrorganis m os m orre m , tornando-o dis poníve l
novam e nte à planta (TSAI e RO SSETTO , 19 9 2).
GIACO M INI e t al. (2003), te s tando a libe ração
do P de alguns adubos ve rde s , obs e rvaram q ue
aos 29 dias após o m ane jo (corte ) da biom as s a
da e rvilh aca (Vicia s ativa), ce rca de 60% do P foi
libe rado para o s olo. SALM I e t al. (2006),
obs e rvaram q ue após 30 dias do m ane jo da
biom as s a dos ge nótipos de guandu, 50% do P
tinh am s ido libe rados . W ISNIEW SK I e H O LTZ
(19 9 7) obs e rvaram aos 149 dias após o m ane jo
da biom as s a de ave ia-pre ta (Ave na s trigos a) q ue
77% do P foram libe rados do re s íduo.
De acordo com JO NES e W O O DM ANSEE
(19 79 ) e BRO M FIELD e JO NES (19 70, apud
BO RK ERT e t al., 2003), de m ane ira ge ral, 77%
do P das folh as e 79 % do P das raíz e s m ortas
ficam dis poníve l para as culturas s ubs e q üe nte s à
cultura de cobe rtura, e de s s e total de P na parte
aére a, 60 a 80% s ão s olúve is e m água, a m aior
parte na form a orgânica.
Além da libe ração do P dos re s íduos ve ge tais ,
SILVA e t al. (19 9 7), cons tataram q ue h á um a
corre lação inve rs a e ntre a taxa de de com pos ição
dos re s íduos dos adubos ve rde s e a ads orção do
P no s olo.
De acordo com PRIM AVESI (2002), com a
adubação ve rde não s om e nte o P do s olo é
m obiliz ado para as form as de m ais fácil abs orção,
m as tam bém o fos fato natural é trans form ado
para form as m ais “dis poníve is”, com o ocorre no
plantio da m ucuna-pre ta. Se gundo CO STA e
LO VATO (2004), as culturas de cobe rtura do s olo,
com o adubos ve rde s , têm e fe ito re gulador na
atividade e nz im ática ligada à m ine raliz ação de
fos fatos orgânicos no s olo, e e s s e e fe ito de pe nde
do caráte r m icorríz ico e não m icorríz ico das
e s pécie s utiliz adas , cuja influência pe rs is te
durante os cultivos s ubs e q üe nte s .
De acordo com TSAI e t al. (19 9 2), a
m ine raliz ação do P orgânico é forte m e nte
e s tim ulada pe la anae robios e para alguns tipos de
s olo, s e ndo favore cida pe la alte rnância de s e ca e
um idade . O s m e s m os autore s obs e rvaram q ue a
m ine raliz ação do P orgânico é favore cida pe las
te m pe raturas altas (40 até 50
o
C), tanto para
re giõe s tropicais com o te m pe radas . Além dis s o, o
pH do s olo é indife re nte para q ue os
m icrorganis m os atue m na m ine raliz ação do P
orgânico (NAH AS e t al., 19 9 4; TSAI e t al., 19 9 2).
O potás s io (K ), por s ua ve z , ao contrário dos
de m ais , é um nutrie nte q ue te m pe q ue na
de pe ndência da de com pos ição dos re s íduos para
s ua libe ração para o s olo, um a ve z q ue grande
parte de s s e nutrie nte e ncontra-s e nos
com pone nte s não e s truturais e na form a iônica no
vacúolo das células ve ge tais , e por is s o, é
rapidam e nte libe rado após o m ane jo das plantas
de cobe rtura (TAIZ e Z EIGER, 2004; GIACO M INI
e t al., 2003; BO RK ERT e t al., 2003).
A. Nas cim e nto & J. M attos
Re v. Bras . de Agroe cologia. 2(3):41-55 (2007)
44
De acordo com H UNGRIA e URQUIAGA
(19 9 2), os m icrorganis m os s ão re s pons áve is por
ape nas 1/3 da m ine raliz ação do K total contido
nas células e ligado ao com ple xo de plantas . O s
outros 2/3 de s s e nutrie nte s ão im e diatam e nte
s olúve is , não re q ue re ndo a inte rve nção de
m icrorganis m os , por e s tare m fracam e nte ligados .
GIACO M INI e t al. (2003), obs e rvaram q ue aos
29 dias após o início da de com pos ição dos
re s íduos ve ge tais praticam e nte todo o K foi
libe rado para o s olo. De acordo com os m e s m os
autore s , aproxim adam e nte 70% de s s e nutrie nte
no te cido ve ge tal s ão s olúve is e m água, o q ue
e xplica s ua alta libe ração s om e nte com incidência
de ch uvas . Se gundo BO RK ERT e t al. (2003),
pode -s e cons ide rar q ue a taxa de aprove itam e nto
do K , prove nie nte dos re s tos de culturas , s e ja de
100% .
SALM I e t al. (2006), e s tudando a libe ração
dos m acronutrie nte s prim ários dos re s íduos de
alguns ge nótipos de guandu, obs e rvaram a
s e guinte cons tante de libe ração de nutrie nte s : K >
P > N, e vide nciando a m aior libe ração do K dos
re s íduos ve ge tais e m re lação a outros nutrie nte s .
Plantas utiliz adas com o adubos ve rde s pode m
acum ular e m s ua biom as s a q uantidade s
e xpre s s ivas de cálcio (Ca) e m agnés io (M g),
com o por e xe m plo, a m ucuna-pre ta, q ue ch e gou
acum ular 11,8 k g e 2,9 k g de Ca e M g,
re s pe ctivam e nte , para cada tone lada de m atéria
s e ca (BO RK ERT e t al., 2003).
ESPINDO LA e t al. (2006), e s tudando a
de com pos ição e libe ração de nutrie nte s de
algum as le gum inos as h e rbáce as pe re ne s
cons orciadas com banane iras , obs e rvaram a
libe ração dos nutrie nte s contidos ne s s as
le gum inos as e , com is s o, e s tabe le ce ram a
s e guinte cons tante de libe ração: K > M g > P > N
> Ca.
A le nta libe ração do Ca, e vide nciada por
ESPINDO LA e t al. (2006), pode e s tar ligada ao
fato de s s e nutrie nte s e r um dos cons tituinte s da
pare de ce lular, form ando um dos com pone nte s
m ais re calcitrante s dos te cidos ve ge tais (TAIZ e
Z EIGER, 2004).
DIAS e t al. (2003), obs e rvaram q ue os
com pos tos orgânicos produz idos pe la
de com pos ição dos re s íduos ve ge tais dim inue m a
dis ponibilidade de cobre (Cu) e z inco (Z n) e
aum e ntam a dis ponibilidade de e nxofre (S) e boro
(B).
ALCÂNTARA e t al. (2000), concluíram q ue as
le gum inos as utiliz adas com o adubos ve rde s
apre s e ntam m aior capacidade de re ciclage m e
m obiliz ação de nutrie nte s , e m com paração com
as gram íne as , pe la m aior conce ntração de
nutrie nte s na s ua biom as s a. Se gundo BO RK ERT
e t al. (2003), as plantas utiliz adas para adubação
ve rde s ão e ficie nte s e m acum ular m acro e
m icronutrie nte s , com e xce ção do P. Se gundo
TEIXEIRA e t al. (2005), as le gum inos as
apre s e ntam m aiore s te ore s de N e Ca e m s ua
biom as s a, ao pas s o q ue o m ilh e to, apre s e nta
um a biom as s a rica e m K .
As le gum inos as de s e m pe nh am um pape l
fundam e ntal com o forne ce doras de nutrie nte s ,
q uando o s is te m a plantio dire to e s tá e s tabiliz ado,
um a ve z q ue as plantas de s s a fam ília têm a
vantage m de prontam e nte dis ponibiliz ar
nutrie nte s para culturas s uce s s oras , e m virtude
da rápida de com pos ição dos re s íduos (SILVEIRA
e t al., 2005). Ape s ar do proce s s o de
de com pos ição dos re s íduos ve ge tais ,
prove nie nte s de plantas de cobe rtura ou
adubação ve rde , libe rare m um a gam a de
nutrie nte s de s ua biom as s a para o s olo, is s o não
s ignifica q ue e s s e s nutrie nte s e s tarão dis poníve is
às culturas s ubs e q üe nte s , pois a q uantidade re al
de nutrie nte s aprove itados pe la cultura e m
s uce s s ão de pe nde rá do s incronis m o e ntre a
de com pos ição da biom as s a e a taxa de de m anda
da cultura s uce s s ora (ALVARENGA e t al., 19 9 5;
SILVEIRA e t al., 2005).
O s e fe itos da adubação ve rde na fe rtilidade do
s olo e s tão no aum e nto do te or de m atéria
orgânica; na m aior dis ponibilidade de nutrie nte s ;
Re v. Bras . de Agroe cologia. 2(3):41-55 (2007)
Be ne fícios com a utiliz ação de adubos ve rde s
45
na m aior capacidade de troca de cátions e fe tiva
(t) do s olo; no favore cim e nto da produção de
ácidos orgânicos , de fundam e ntal im portância
para a s olubiliz ação de m ine rais ; na dim inuição
nos te ore s de alum ínio (Al) trocáve l através de
s ua com ple xação; e no incre m e nto da capacidade
de re ciclage m e m obiliz ação de nutrie nte s
lixiviados ou pouco s olúve is q ue e s te jam nas
cam adas m ais profundas (CALEGARI e t al. 19 9 3,
apud ALCÂNTARA e t al., 2000).
De acordo com EM BRAPA (19 9 9 ), q ue te s tou,
durante q uatro anos , a produtividade do m ilh o
(tabe la 1) e alguns atributos do s olo (tabe la 2),
e m s is te m a de alam e das com a utiliz ação da
le uce na com o com pone nte arbóre o e s paçadas
e m 5 m e ntre as linh as , obs e rvaram , de m ane ira
ge ral, e fe ito be néfico nos atributos do s olo
e s tudados e , cons e q üe nte m e nte , m aior
produtividade do m ilh o (tabe la 1). A título de
e s clare cim e nto, s is te m a de alam e das cons is te no
plantio de le gum inos as pe re ne s , de porte
arbus tivo, e m file iras s uficie nte m e nte e s paçadas
e ntre s i, para pe rm itir o plantio de culturas
alim e ntare s ou com e rciais e ntre e las .
Além dos adubos ve rde s proporcionare m
be ne fícios nas condiçõe s q uím icas e biológicas
do s olo, pode m tam bém be ne ficiar as s uas
condiçõe s fís icas , pe la e s truturação do s olo
(grum os ), prote ção contra e ros ão, m aior re te nção
de água e m e nor com pactação (GRAH AM e
H AYNES, 2006; PRIM AVESSI, 2002).
De acordo com TSAI e t al. (19 9 2), um s olo
com ótim o tam anh o de agre gados prom ove boas
condiçõe s para o cre s cim e nto das plantas ,
particularm e nte para a pe ne tração de raíz e s e
e m e rgência de plântulas , e is s o é proporcionado
pe la produção de polis s acaríde os por
m icrorganis m os , q ue têm influência s obre a
e s tabilidade dos agre gados dos s olos .
Se gundo SILVA e t al. (2006), o e s coam e nto
s upe rficial, a re te nção de água no s olo e a
q uantidade de palh as produz ida pe lo m ilh e to,
pode s e r e xpre s s o por um m ode lo line ar, ou s e ja,
q uanto m aior a produtividade de m atéria s e ca (k g
h a
-1
) de um a planta de cobe rtura ou adubo
A. Nas cim e nto & J. M attos
Re v. Bras . de Agroe cologia. 2(3):41-55 (2007)
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ve rde , m aior s e rá o s e u pote ncial e m dim inuir o
e s coam e nto s upe rficial e aum e ntar o
arm az e nam e nto de água, e com is s o e s tar
contribuindo para m e lh oria das caracte rís ticas do
s olo.
O utras vantage ns da utiliz ação de adubos
ve rde s s ão: dim inuição do núm e ro de patóge nos
fúngicos com a de com pos ição dos re s íduos
(W IGGINS e K INK EL, 2005; ARF e t al., 19 9 9 );
controle de ne m atóide e alguns ins e tos , pe lo
aum e nto da biodive rs idade (M ALDO NADO e t al.,
2001; FERRAZ e VALLE, 19 9 7); m e nor am plitude
térm ica do s olo (TO RRES, 2003); dim inuição da
acide z do s olo, e le vando o pH (NASCIM ENTO e t
al., 2003).
De acordo com FERRAZ e VALLE (19 9 7), a
m ucuna-pre ta te m s e m os trado e ficie nte no
controle do ne m atóide Me loidogyne s pp. e
re s ultados obtidos e m cas a de ve ge tação
m os traram q ue e s s a e s pécie tam bém é e ficie nte
e m re duz ir a população do ne m atóide H e te rode ra
glycine s no s olo. M O RAES e t al. (2006),
obs e rvaram q ue adubos ve rde s pode m s e rvir
com o um a tática de controle de fitone m atóide s
e m cultivo orgânico e de ve s e r inte grada às
alte rnativas de m ane jo com o o us o de varie dade s
re s is te nte s , s olariz ação e aração s e guida de
irrigação do s olo, principalm e nte no cultivo
orgânico.
O s grande s be ne fícios e ncontrados com a
introdução de adubos ve rde s no s olo
de s e ncade aram alguns e s tudos re lativos a s e us
e fe itos s obre culturas e m s uce s s ão. ALVES e t al.
(2004), concluíram q ue a incorporação do guandu
no s is te m a de produção de ce noura (Daucus
carota), be te rraba (Be ta vulgaris ) e fe ijão-de -
vage m (Ph as e olus vulgaris ), proporciona e le vada
produtividade de s tas h ortaliças e é com paráve l a
cultivos conve ncionais . Em trabalh o s im ilar,
O LIVEIRA (2001), avaliando os e fe itos da
adubação ve rde e m pré-cultivo com crotalária e
pous io, s obre a cultura do re polh o (Bras s ica
ole race a) e m s is te m a orgânico de produção,
obs e rvou q ue o pré-cultivo com e s s a planta
(crotalária) prom ove u o aum e nto s ignificativo na
produção de m as s a fre s ca da parte aére a, do
pe s o m édio das “cabe ças” e m re lação ao pous io.
Por cons e q üência, ve rificou-s e um aum e nto de
41% na produtividade da cultura.
CARVALH O e t al. (2004b), não obs e rvaram
influência da adubação ve rde na cultura da s oja
(Glycine m ax) e m s uce s s ão, tanto no s is te m a
conve ncional de pre paro do s olo, q uanto no
plantio dire to de s s a cultura. A adubação ve rde
tam bém não influe nciou na produtividade do
algodoe iro (Gos s ypium h irs utum ) e m s uce s s ão,
tanto no s is te m a conve ncional de pre paro do
s olo, q uanto no plantio dire to (CARVALH O e t al.,
2004c).
Se gundo CARVALH O e t al. (2004a), a
adubação ve rde com crotalária influe nciou a
produtividade do m ilh o (Z e a m ays ) e m s uce s s ão,
s e com parado à áre a de pous io, tanto no plantio
dire to, q uanto no s is te m a conve ncional de
pre paro do s olo.
ARF e t al. (19 9 9 ), obs e rvaram q ue a
incorporação da m ucuna-pre ta proporcionou o
dobro de produtividade (2.407 k g h a
-1
) do
fe ijoe iro (Ph as e olus vulgaris ), e m re lação a incor-
poração da palh ada do m ilh o (1.189 k g h a
-1
).
Não obs tante , h á controvérs ias na lite ratura
q uanto aos e fe itos da incorporação de biom as s a
de adubos ve rde s na cultura do fe ijão, pode ndo
s e r be néfico (SILVEIRA e t al., 2005; O LIVEIRA e t
al., 2002; W UTK E e t al., 19 9 8; BO RDIN e t al.,
2003) ou não influe nciar (ARF e t al., 19 9 6; SILVA
e t al., 2003; ARF e t al., 2005) e s s a cultura e m
s uce s s ão.
M IYASAK A e t al. (19 66, apud ARF e t
al.,19 9 9 ), e s tudando o e fe ito da m as s a ve ge tal de
le gum inos as e de gram íne as e m de com pos ição
s obre a cultura do fe ijoe iro, q uando incorporadas
ao s olo ante s da s e m e adura do fe ijão, ve rificaram
várias vantage ns da incorporação, com o: m aior
re te nção de um idade e m e nor variabilidade
térm ica do s olo, e m bora e m m e nor grau do q ue
Re v. Bras . de Agroe cologia. 2(3):41-55 (2007)
Be ne fícios com a utiliz ação de adubos ve rde s
47
no s olo com cobe rtura m orta (m ulch ); aum e nto no
te or de K nas folh as ; m e lh or de s e nvolvim e nto da
parte ve ge tativa e radicular; e aum e nto na
produtividade do fe ijoe iro.
Fixação biológica de Nitrogênio
A atm os fe ra te rre s tre é com pos ta por ce rca de
78% de gás dinitrogênio ou, tam bém ch am ado,
nitrogênio m ole cular (N
2
). Para obte r o N
atm os férico é pre cis o h ave r a q ue bra de um a
ligação tripla de nature z a covale nte (N≡N) de
e xce pcional e s tabilidade e m te m pe ratura
am bie nte . Is to pode s e r re aliz ado por proce s s o
indus trial ou natural. De ntro do proce s s o
indus trial, ne ce s s ita-s e de e le vadas te m pe raturas ,
ce rca de 200
o
C, e alta pre s s ão, e m torno de 200
atm , para pode r fixar o N atm os férico na form a de
am ônia. Por outro lado, de ntro a fixação natural
(aq ui e nte nde -s e por biológica, cons cie nte ainda
q ue h á outras form as de fixação natural, com o
por de s cargas e létricas ), um a porção dos
organis m os procariotos conve rte ou re duz
e nz im aticam e nte o nitrogênio da atm os fe ra e m
am ônia, a q ual pode s e r incorporada para o
cre s cim e nto e m anute nção das células , e
fre q üe nte m e nte is to te m e fe itos pos itivos no
am bie nte e na e conom ia (TAIZ e Z EIGER, 2004;
M O REIRA e SIQUEIRA, 2002).
A inclus ão de le gum inos as no m ane jo dos
s is te m as agrícolas te m ganh ado ate nção da
com unidade cie ntífica pe lo s e u pote ncial na
fixação biológica de N (FBN). Re s s alta-s e q ue a
FBN re pre s e nta a form a m ais im portante de fixar
N atm os férico (N
2
) e m am ônio, re pre s e ntando
as s im , o principal m e io de e ntrada do N m ole cular
no ciclo bioge oq uím ico de s s e e le m e nto (TAIZ e
Z EIGER, 2004; SCIVITTARO e t al., 2004), s e ndo
re conh e cida, de s s a form a, com o um a fe rram e nta
im portantís s im a na bus ca pe la s us te ntabilidade
de s is te m as agrícolas com bas e e cológica.
A FBN pode s e r re aliz ada, q uanto a
clas s ificação de grupos fis iológicos , por
m icrorganis m os s im bióticos e as s im bióticos . O s
m icrorganis m os as s im bióticos , tam bém
ch am ados de vida livre , povoam os s olos e
utiliz am s ubs tâncias orgânicas ou inorgânicas
com o fonte de e ne rgia. De ntre os m icrorganis m os
q ue pos s ue m e s s as caracte rís ticas pode m s e r
citadas as algas , ch e gando a fixar 300 k g h a
-1
, e
bactérias fotos s inte tiz adoras , h e te rotróficas e
q uim ioautotrófica (RUSCH EL, 19 85). Por outro
lado, de ntro do outro grupo de m icrorganis m os ,
ocorre um a as s ociação s im biótica m utualis ta ou
paras ítica e ntre a planta e o m icrorganis m o, de
m odo q ue os dois s ão be ne ficiados (M O REIRA e
SIQUEIRA, 2002). Ne s s e s s is te m as (s im bióticos ),
parte dos produtos da fotos s ínte s e s ão carre ados
para a fixação de N e m de trim e nto da s ínte s e da
planta, s e ndo q ue h á a e s tim ativa q ue ce rca de
2,5% da fotos s ínte s e do plane ta é cons um ida
pe la FBN (M O REIRA e SIQUEIRA, 2002;
RUSCH EL, 19 85). Alguns s is te m as s im bióticos já
obs e rvados s ão: le gum inos as e Rh iz obium ;
angios pe rm as e actinom ice tos ; algas az uis
ve rde s e m liq ue ns e outras plantas infe riore s ,
com o briófitas (RUSCH EL, 19 85).
Ape s ar apre s e ntar um arcabouço de
as s ociaçõe s e ntre m icrorganis m os e plantas , do
ponto de vis ta agrícola é dis pe ns ada m ais
ate nção e te m po à pe s q uis a com as s ociação
s im biótica e ntre m icrorganis m os e le gum inos as .
De acordo com TAIZ e Z EIGER (2004), o tipo
m ais com um de s im bios e ocorre e ntre e s pécie s
da fam ília Le gum inos ae e as bactérias de s olo
dos gêne ros Az orh iz obium , Bradyrh iz obium ,
Ph otorh iz obium , Rh iz obium e Sinorrh iz obium , q ue
cole tivam e nte s ão ch am ados de riz óbios .
Se gundo os m e s m os autore s , outro tipo com um
de s im bios e ocorre e ntre várias e s pécie s de
plantas le nh os as e bactérias do s olo do gêne ro
Frank ia.
O s organis m os procarionte s s im bionte s
fixadore s de N ocorre m no inte rior de nódulos ,
q ue s ão órgãos e s pe ciais de plantas h os pe de iras
A. Nas cim e nto & J. M attos
Re v. Bras . de Agroe cologia. 2(3):41-55 (2007)
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q ue contêm as bactérias fixadoras (TAIZ e
Z EIGER, 2004; RUSCH EL, 19 85; FREIRE, 19 9 2).
No cas o de le gum inos as , as bactérias fixadoras
de N induz e m a form ação de nódulos nas raíz e s .
Ape s ar das gram íne as de s e nvolve re m re laçõe s
s im bionte s com organis m os fixadore s de N,
ne s s a as s ociação os nódulos não s ão
produz idos . Ne s te cas o, a bactéria coloniz a os
te cidos do ve ge tal ou s e fixa na s upe rfície das
raíz e s , principalm e nte próxim as da z ona de
alongam e nto e dos pêlos radiculare s (TAIZ e
Z EIGER, 2004).
A form ação do nódulo e nvolve vários
fitorm ônios e é dividido e m dois proce s s os :
infe cção e organogêne s e do nódulo. O nódulo
de s e nvolve caracte rís ticas s e m e lh ante s a um
s is te m a vas cular (q ue facilita a pe rm uta do N
fixado produz ido pe los bacte rióide s por nutrie nte s
dis ponibiliz ados pe la planta) e um a cam ada de
células para e xcluir o O
2
do inte rior do nódulo da
raiz (M O REIRA e SIQUEIRA, 2002).
A e xclus ão do O
2
dos nódulos das raíz e s é de
s um a im portância para ocorre r a fixação do N,
um a ve z q ue e s te proce s s o re q ue r condiçõe s
anae róbicas . Cada organis m o fixador de N
de s e m pe nh a e s s a função e m condiçõe s naturais
de aus ência de oxigênio ou de s e nvolve condiçõe s
inte rnas de anae robios e s , m e s m o na pre s e nça de
O
2
. De s s a form a, nas gram íne as , de pre e nde -s e
q ue a FBN é controlada por m icrorganis m os q ue
de s e nvolve m condiçõe s e s pe cíficas de
anae robios e , um a ve z q ue não é obs e rvada a
form ação de nódulos ne s s as plantas . Por outro
lado, as le gum inos as re gulam a pe rm e abilidade
dos gas e s nos s e us nódulos , de form a a m ante r
um níve l de O
2
q ue s us te nte a re s piração, m as
s uficie nte m e nte baixo para e vitar a inativação da
nitroge nas e (TAIZ e Z EIGER, 2004).
Por s ua ve z , a nitroge nas e , q ue catalis a a
re ação de fixação do N
2
, é um com ple xo de
e nz im as . Es te com ple xo pode s e r dividido e m
dois com pone nte s , Fe -prote ína e M oFe -prote ína.
De s s a form a, pos tula-s e q ue na de ficiência
de s s e s e le m e ntos , Fe rro (Fe ) e /ou M olibidênio
(M o), a FBN é re tardada, te m baixa e ficie nte ou
até m e s m o é paralis ada. Com o, de m ane ira ge ral,
obs e rva-s e q ue os s olos da re gião tropical
dificilm e nte apre s e ntam de ficiência de Fe , por
e s s e e le m e nto s e r abundante e m roch as e
s e dim e ntos da cros ta, além do grau avançado de
inte m pe ris m o e xis te nte , de pre e nde -s e q ue o
proble m a da FBN na grande m aioria dos s olos
bras ile iros e s tá re lacionado com a de ficiência de
M o. Ape s ar de s s a pos s ibilidade s e r plaus íve l,
ante s de q ualq ue r de cis ão pre cipitada h á a
ne ce s s idade de analis ar s e a planta é s us ce tíve l
de infe cção por algum s im bionte , um a ve z q ue o
proce s s o de infe cção e o de s e nvolvim e nto de
nódulos fixadore s de N e nvolve m ge ne s
e s pe cíficos , tanto da planta h os pe de ira q uanto
dos s im bionte s . Além dis s o, vários outros fatore s
com o a de ficiência de nutrie nte s , por e xe m plo P,
pode s e r um fator lim itante para m aior e ficiência
na FBN, as s im com o, acide z do s olo, déficit
h ídrico e tc. (TAIZ e Z EIGER, 2004; M O REIRA e
SIQUEIRA, 2002; RIBEIRO JÚNIO R e RAM O S,
2006).
A FBN, com paráve l a fixação indus trial do N,
produz am ônia a partir do N m ole cular, pode ndo
e s s a re ação s e r re pre s e ntada da s e guinte form a:
N
2
+ 8e
-
+ 8H
+
+ 16 ATP→ 2NH
3
+ H
2
+ 16ATP+ 16P
i
Para e vitar a toxicidade , o N fixado na form a
de am ônia pe los organis m os procarionte s
s im bióticos é conve rtida e m form as orgânicas nos
nódulos das raíz e s , ante s de s e re m trans portadas
pe lo xile m a à parte aére a da planta. Quanto a
e xportação, as le gum inos as fixadoras de N
pode m s e r clas s ificadas com o e xportadoras de
am idas ou ure ídas , s e ndo e s s a clas s ificação
re aliz ada com bas e na com pos ição da s e iva do
xile m a. As am idas s ão e xportadas por
le gum inos as de re giõe s te m pe radas , por outro
lado, as ure ídas s ão e xportadas por le gum inos as
de clim a tropical, te ndo com o e xe m plo a s oja
Re v. Bras . de Agroe cologia. 2(3):41-55 (2007)
Be ne fícios com a utiliz ação de adubos ve rde s
49
(Glycine ), fe ijão (Ph as e olus ) e am e ndoim
(Arach is ). Por s ua ve z , as ure ídas s ão libe radas
no xile m a e trans portadas à parte aére a, onde
s ão catalis ados a am ônio e tão logo s ão utiliz ados
pe las plantas (TAIZ e Z EIGER, 2004).
De m ane ira ge ral, e xis te m bas icam e nte duas
técnicas para calcular a q uantidade de N fixado
biologicam e nte (FBN), pe la abundância de
ure ídas e pe la abundância de
15
N, q ue é
am plam e nte utiliz ada nos e xpe rim e ntos
re aliz ados com FBN (O K ITO e t al., 2004). Es ta
técnica parte do princípio de q ue o N m ine ral do
s olo é, e m ge ral, um pouco e nriq ue cido com
15
N,
re s ultado de fracionam e nto is otópico e ntre
14
N e
15
N q ue ocorre nos proce s s os fís icos , q uím icos e
biológicos q ue e nvolve m o N da m atéria orgânica
e do s olo. As s im , um a planta q ue não fixa N
2
atm os férico, cre s ce ndo ne s s as condiçõe s , te rá
s ua com pos ição e m
15
N s e m e lh ante a do N
dis poníve l do s olo. Não obs tante , um a planta
fixadora do N
2
atm os férico apre s e ntará te ore s
m e nore s de
15
N, de vido ao e fe ito de diluição q ue
e s s e N
2
caus ará, um a ve z q ue o
15
N da
atm os fe ra é z e ro. De s s a m ane ira, us ando-s e um a
planta não fixadora com o m arcadora do
15
N do N
m ine ral do s olo, a taxa de fixação pode s e r
de te rm inada pe la proporção com q ue e s te
15
N foi
diluído. Na prática, é im pos s íve l s abe r s e
de te rm inada planta não obtém algum N oriundo
de fixação, por m e canis m os as s ociados ou não à
planta. Além dis s o, o ide al s e ria q ue tanto as
plantas fixadoras , q uanto as não fixadoras
e xploras s e m um volum e de s olo s e m e lh ante ,
para de s s a form a, apre s e ntar padrõe s de
abs orção e as s im ilação do N pare cidos . Com o
is s o é praticam e nte im pos s íve l de s e r ate ndido,
us a-s e a m édia do
15
N de algum as plantas
re conh e cidam e nte de e s pécie s para as q uais não
h á h is tórico com provado de fixação biológica
as s ociada q ue e s tão cre s ce ndo nas m e s m as
condiçõe s das fixadoras (O K ITO e t al., 2004;
M IRANDA e t al., 2003).
De acordo com PERIN e t al. (2004), q ue
re aliz aram te s te s de FBN e m crotalária (Crotalaria
junce a) cultivada s olte ira e e m cons órcio com
m ilh e to (Pe nnis e tum am e ricanum ), obs e rvaram ,
aos 64 dias após o plantio, um a fixação de N de
173,21 k g h a
-1
no cultivo s olte iro e de 89 ,02 k g
h a
-1
no cons órcio.
O K ITO e t al. (2004), avaliando a FBN pe la
técnica de
15
N na m ucuna (Mucuna prurie ns ) e
am e ndoim (Arach is h ypogae a), obs e rvaram q ue
69 ,6 e 54,4% , re s pe ctivam e nte , do N contido na
biom as s a de s s as plantas foi oriundo da FBN,
pe rfaz e ndo 59 ,6 e 40,9 k g de N h a
-1
. M IRANDA
e t al. (2003), te s tando a FBN e m s e te ace s s os de
am e ndoim forrage iro (Arach is pintoi e Arach is
re pe ns ), obs e rvaram q ue o N fixado
biologicam e nte variou de 35 a 9 0% na m as s a
s e ca da planta, ch e gando a fixar até 9 9 k g h a
-1
e m um dos ace s s os .
Para de m ons trar a FBN e m gram íne as , e m
le vantam e nto re aliz ado para ve rificar a
contribuição da FBN para a cana-de -açúcar no
Bras il, PO LIDO RO e t al. (2001), obs e rvaram q ue
e s s a contribuição variou de 0 a 60% , com m édia
e m 32% . Es s a variação foi atribuída de vido aos
dife re nte s cultivare s te s tados . De acordo com
CAM PO S e t al. (2003), a cultura do arroz e m
condiçõe s de inundação pode s e be ne ficiar da
FBN, e xis tindo dife re nças e ntre ge nótipos q uanto
a de pe ndência de s te proce s s o. Se gundo e s te s
autore s , e ntre os ge nótipos avaliados , a
contribuiçõe s da FBN variou e ntre 20 e 30 % do N
acum ulado pe la planta.
Ape s ar de s s e s dados s upracitados s e re m
e xpre s s ivos , na tabe la 3 s ão apre s e ntados alguns
valore s de FBN de várias plantas , q ue , de
m ane ira ge ral, não corroboram aos re s ultados
acim a.
O N contido na m as s a s e ca de s s as plantas
(de pois de cortadas e s ofre re m de com pos ição),
pas s a a s e r: utiliz ado pe los m icrorganis m os ;
abs orvido pe las plantas ; re tido no com ple xo de
troca do s olo; pe rdido por lixiviação ou
volatiz ação; ou, ainda, pe rm ane ce m nos re s íduos .
A. Nas cim e nto & J. M attos
Re v. Bras . de Agroe cologia. 2(3):41-55 (2007)
50
Todos e s s e s proce s s os s ão de pe nde nte s de
vários fatore s , conform e abordage m fe ita no ite m
“Us o da adubação ve rde” de s te trabalh o.
Supre s s ão de plantas e s pontâne as
O s s e re s vivos e laboram s ubs tâncias q uím icas
q ue , um a ve z libe radas no am bie nte , pode m
influe nciar de m odo be néfico ou pre judicial os
outros e le m e ntos da com unidade (ALM EIDA,
19 9 1). Es s as s ubs tâncias s ão de nom inadas de
ale loq uím icos , e e s s e fe nôm e no ch am ado de
ale lopatia (ERASM O e t al., 2004).
O pode r de s upre s s ão das plantas
e s pontâne as ou adve ntícias e xe rcida por alguns
adubos ve rde s pode s e r atribuído aos e fe itos
ale lopáticos (ALM EIDA, 19 9 1). Todavia, e s s e
e fe ito s upre s s ivo tam bém pode s e r cre ditado a
barre ira fís ica proporcionada pe los m e s m os , q ue
inte rfe re m na dis ponibilidade de água, luz ,
oxigênio e nutrie nte s no s olo (FAVERO e t al.,
2001).
CO STA (19 9 5, apud ERASM O e t al., 2004),
obs e rvou e m plantas de m ucuna-pre ta, alto grau
de tanino conde ns ado, e s te róide s livre s e
ogliconas e s te róide s , q ue provave lm e nte e s tão
re lacionados com e fe itos ale lopáticos . ALM EIDA
(19 9 1) obs e rvou q ue os re s íduos ve ge tais , q ue
form am cobe rtura m orta, pos s ue m ale loq uím icos
e o e fe ito ale lopático q ue ocorre na nature z a
confunde -s e com a com pe tição.
De acordo com PRIM AVESI (2002), o
com bate de plantas e s pontâne as por alguns
adubos ve rde s pode ocorre r pe las e xcre çõe s
radiculare s , pe la m odificação q uím ica e fís ica do
s olo, pe lo s om bre am e nto e pe lo e xtrato lixiviado
de m ate rial roçado.
FO NTANÉTTI e t al. (2004), concluíram q ue
e s pécie s utiliz adas com o adubos ve rde s ,
e s pe cialm e nte a m ucuna-pre ta e o fe ijão-de -
porco (Canavalia e ns iform e s ), s ão e ficie nte s no
controle da tiririca (Cype rus rotundus ), e m
s is te m a de cultivo da alface -am e ricana e do
re polh o, e atribui e s s e com portam e nto a e fe itos
ale lopáticos .
FAVERO e t al. (2001) ve rificaram q ue as
le gum inos as utiliz adas com o adubos ve rde s
prom ove m m odificaçõe s na dinâm ica de
s uce s s ão das e s pécie s e s pontâne as e a e s pécie
q ue apre s e nta m aior pote ncial para re cobrim e nto
e s upre s s ão de s s as plantas é a m ucuna-pre ta.
ERASM O e t al. (2004), concluíram q ue e ntre os
adubos ve rde s avaliados , duas m ucunas (pre ta e
cinz a) apre s e ntaram os m aiore s pote nciais para o
controle do núm e ro das plantas e s pontâne as . Da
m e s m a form a, NASCIM ENTO e M ATTO S (2007)
te s tando a influência dos re s íduos de três adubos
ve rde s , e m cultivo s olte iro e cons orciado, s obre
plantas e s pontâne as , obs e rvaram q ue a m ucuna-
pre ta s olte ira e e m cons órcio com o m ilh e to
apre s e ntaram m aior pote ncial de s upre s s ão.
SEVERINO e CH RISTO FFO LETI (2001)
re lataram q ue a utiliz ação da crotalária e do
guandu re duz s ignificativam e nte a infe s tação das
plantas inde s e jáve is nos agroe cos s is te m as ,
s obre tudo de braq uiária (Brach iaria de cum be ns ),
capim -colonião (Panicum m axim um ) e picão-pre to
(Bide ns pilos a). Se gundo ERASM O e t al. (2004),
a utiliz ação do m ilh e to é a q ue têm m e nor
contribuição para o controle de plantas
e s pontâne as .
Re v. Bras . de Agroe cologia. 2(3):41-55 (2007)
Be ne fícios com a utiliz ação de adubos ve rde s
51
De acordo com TREZ Z I e VIDAL (2004), q ue
e s tudaram o e fe ito s upre s s ivo da cobe rtura m orta
do s orgo (Sorgh um bicolor) e m ilh e to s obre
plantas e s pontâne as , obs e rvaram m aior e fe ito
inibitório s obre plantas inde s e jáve is na cobe rtura
form ada pe lo s orgo. Se gundo os m e s m os
autore s , níve is de palh a de s orgo de 1,3 t h a-1
foram s uficie nte s para re duz ir 50% das
infe s taçõe s de capim papuã (Brach iaria
plantagine a) e guanxum a (Sida rh om bifolia).
De acordo com SEVERINO e
CH RISTO FFO LETI (2004), SEVERINO e
CH RISTO FFO LETI (2001) e M ALDO NADO e t al.
(2001), a utiliz ação de adubos ve rde s contribui na
re dução da população de plantas e s pontâne as ,
pode ndo s e r utiliz ados para o m ane jo inte grado
de s s as plantas . Contudo, o e fe ito s upre s s ivo ou
ale lopático pode ocorre r tam bém s obre plantas
cultivadas (H ALLAK e t al., 19 9 9 ). ABBO UD e
DUQUE (19 86) ve rificaram q ue a incorporação de
m ucuna-pre ta ante s da s e m e adura do fe ijoe iro
provocou fitotoxicidade na cultura e re duz iu s ua
produtividade .
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