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Projeto GráficoRibamar Fonseca (Supernova Design)

MontagemMayra Fernandes e Henrique Macedo (Supernova Design)

RevisãoAlessandro Mendes (Azimute Comunicação)

Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas – SebraeSEPN Quadra 515 – Bloco C – Loja 3270770-900 – Brasília – DFFone: (61) 3348-7100 — 0800-5700800www.sebrae.com.br

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Presidente do Conselho Deliberativo NacionalAdelmir Santana

Diretor-PresidentePaulo Tarciso Okamotto

Diretor TécnicoLuiz Carlos Barboza

Diretor de Administração e FinançasCarlos Alberto dos Santos

Gerente da Unidade de Atendimento Coletivo –Agronegócios e Territórios EspecíficosJuarez Ferreira de Paula Filho

Gerente da Unidade de Acesso à Inovação e TecnologiaPaulo César Rezende Carvalho Alvim

Consultora de ConteúdoMarília Weigert Ennes

Coordenação TécnicaWang Hsiu ChingClóvis Walter Rodrigues

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Sumário

Apresentação 7

1. O que é biodiesel? 8

2. Qual a importância do biodiesel? 9

3. Como e quando surgiu o biodiesel no mundo e no Brasil? 14

4. Quais são os marcos regulatórios no Brasil? 16

5. Quais são os órgãos reguladores no Brasil? 20

6. Qual o mercado do biodiesel no Brasil e no mundo? 21

7. Quais matérias-primas são utilizadas no Brasil? 31

8. Algumas possibilidades de cultivo consorciado 35

9. Quais são as tecnologias aplicadas para a produçãode biodiesel? 36

10. Qual a capacidade instalada de produçãode biodiesel no país? 39

11. Quais instituições tecnológicas são referência na temática? 44

12. Quais instituições trabalham com linhas de créditodisponíveis para o segmento do biodiesel? 45

13. Desafios e perspectivas do biodiesel no Brasil 47

Anexo 1. Relação de leis, normas e portarias referentesao biodiesel 50

Anexo 2. Relação de Centros de Referência de biodiesel 53

Anexo 3. Relação de Usinas Piloto – empreendimentos públicos e privados 58

Anexo 4. Fontes de consulta sobre o biodiesel 59

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Apresentação

Na busca pelo desenvolvimento sustentável, a sociedade tem se apro-fundado nas reflexões sobre a necessidade de explorar, de maneira mais coerente, seus recursos naturais. No âmbito das questões energéticas, observa-se o esforço na prospecção e consolidação de energias a partir de fontes renováveis, assim como o avanço no uso mais eficiente e o melhor aproveitamento de resíduos.

O Brasil, por suas condições naturais favoráveis, apresenta vocação para a produção de biocombustíveis, além de deter tecnologias de campo e industriais competitivas, em especial as voltadas para o etanol e o biodiesel. Tal fato o posiciona como um país estratégico no que tange à sustentabilidade desse mercado.

Para contribuir com a inserção efetiva das micro e pequenas empresas e dos agricultores envolvidos na cadeia produtiva dos biocombustíveis, o Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae) elaborou a primeira edição da cartilha de Biodiesel, lançada em abril de 2007. A publicação buscou reunir informações relevantes desse merca-do, em uma linguagem clara e acessível.

Diante de mudanças recentes e profundas no contexto do mercado do biodiesel, que alteraram significativamente o seu cenário econômico, bem como a infra-estrutura de produção e a legislação, oferecemos esta nova versão da cartilha, com dados atualizados. Esperamos que este trabalho seja um guia de apoio a muitos empreendedores que queiram conhecer esse mercado ou que já atuem nele.

Boa Leitura!

Wang Hsiu ChingCoordenadora da Carteira de Agroenergia

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1. O que é biodiesel?

O biodiesel é um combustível obtido a partir de matérias-primas vegetais ou animais. As matérias-primas vegetais são derivadas de óleos vegetais, tais como soja, mamona, colza (canola), palma (dendê), girassol, pinhão-manso e amendoim, entre outros. As de origem animal podem ser obti-das do sebo bovino, suíno e de aves. Incluem-se entre as alternativas de matérias-primas os óleos utilizados em fritura (cocção).

Esse combustível é utilizado em substituição ao óleo diesel, em percen-tuais adicionados no óleo diesel ou integral, nos motores à combustão dos transportes rodoviários e aquaviários e nos motores utilizados para a geração de energia elétrica.

O biodiesel compõe, junto com o etanol, importante oferta para o seg-mento de combustíveis. Ambos são denominados de biocombustíveis por derivarem de biomassa (matéria orgânica de origem vegetal ou ani-mal que pode ser utilizada para a produção de energia) e por serem menos poluentes e renováveis.

A definição para biodiesel adotada na Lei no 11.097, de 13 de setembro de 2005, que introduziu o biodiesel na matriz energética brasileira, é:

”Biodiesel: biocombustível derivado de biomassa renovável para uso em motores a combustão interna com ignição por compressão ou, conforme regulamento, para geração de outro tipo de energia, que possa substituir parcial ou totalmente combustíveis de origem fóssil.” (NR)

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2. Qual a importância

do biodiesel?

O biodiesel destaca-se como um dos biocombustíveis pro-duzidos a partir de fontes renováveis, que desponta, no momento, como fonte energética para uso nos transpor-tes e na geração de energia elétrica, com menor grau de poluição e menor impacto no processo de aquecimento da Terra.

O biodiesel está se tornando um importante substituto do óleo diesel, um dos produtos derivados do petró-leo utilizado nos motores de ciclo diesel, com ganhos ambientais. A substituição do óleo diesel pelo biodiesel está se processando com percentuais crescentes, a par-tir de 2%.

O petróleo e seus derivados, base na economia moderna, têm como cenário a possível finitude de reservas, elevados investimentos para prospecção em novas áreas, concen-tração de parcela significativa da produção mundial em áreas de conflito e são responsáveis por liberação de gases de efeito estufa1 (GEE). Esse energético tem apresentado significativos aumentos de preços nos últimos anos, em fun ção principalmente dos aspectos mencionados soma-dos ao aumento progressivo da demanda energética pela sociedade contemporânea.

As iniciativas de substituição do petróleo e seus derivados na economia mundial datam inclusive do século passado, devido às crises do petróleo nas décadas de 70 e 80 do século 20, causadas pelo agravamento dos conflitos no

1 Gases de efeito estufa (GEE), Dióxido de Carbono (CO2), Metano (CH4), Óxido Nitroso (N2O) e Clorofl uorcarbono (CFC).

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Oriente Médio, que provocaram insegurança no abastecimento e súbita elevação no preço do barril do petróleo.

Em função disso, alguns países, tais como o Brasil, dada a elevada de-pendência externa de suprimento de petróleo e derivados na época, es-timulou a produção do álcool hidratado e a correspondente produção de automóveis para utilização exclusiva desse biocombustível. Na época, também o Brasil já adotava um percentual significativo de mistura de álcool anidro na gasolina importada.

No início da década de 90 do século passado, os cientistas do IPCC2 iniciaram a divulgação de relatórios técnicos sobre o impacto dos GEE nas mudanças climáticas. Esses estudos apontavam que parte do aquecimento terrestre e seu impacto na vida terrestre estavam condi-cionados às emissões dos GEE, em percentuais acima da capacidade de absorção do planeta. Os resultados se constituíram em importantes decisões em âmbito mundial, consagradas pela Convenção de Mu-dança Climática e pelo Protocolo de Quioto, que estimulam as nações a realizarem processos de redução das emissões e, como conseqüên-cia, a intensificarem esforços para o desenvolvimento de alternativas energéticas renováveis de menor custo, maior diversidade de matérias-primas e diversificação de fontes.

Esse movimento foi empreendido mais fortemente pela Europa, EUA e Brasil, que apostaram em fontes renováveis para assegurar insumos ener-géticos com autonomia e regularidade de fornecimento associados a me-nores custos.

A elevada dependência das importações de petróleo no período estimulou o Brasil a iniciar de forma pioneira o programa de produção de álcool com-

2 IPCC - Intergovernmental Panel on Climatic Changes.

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bustível, o Programa Nacional do Álcool (Proálcool), insti-tuído em 14 de novembro de 1975 pelo decreto 76.593. O Proálcool tinha como objetivo substituir parte da gasolina utilizada na frota nacional de veículos de passageiros por álcool hidratado, em veículos com motores movidos a álco-ol, e, ainda, utilizar o álcool como aditivo à gasolina (álcool anidro), tornando menos poluente a sua combustão.

Surge também no mesmo período, mas de forma tímida, algumas experiências voltadas à produção de biodiesel, que acabaram não evoluindo na ocasião. Os estudos e experiên-cias da década de 80 foram realizados com as matérias-primas provenientes das culturas de mamona e de soja.

A Europa – em particular a Alemanha – intensificou as pes-quisas e instituiu o biocombustível com a mistura no diesel de óleo à base de colza (canola), denominado biodiesel.

Os EUA, por sua vez, estimularam a produção de álcool baseado na produção de milho e hoje apresentam uma posição igualitária com o Brasil no tocante à capacidade de produção de etanol.

A década de 90 foi marcada por importantes avanços nos biocombustíveis, com notável revolução na oferta de alter-nativos derivados de biomassa aos combustíveis de origem fóssil e não-renováveis.

Atualmente, a União Européia, os EUA e vários outros países já produzem o biodiesel comercialmente e estão empenhando significativos esforços para o desenvolvi-mento de suas indústrias.

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Acompanhando o movimento mundial e apoiado em suas experiências anteriores, o Brasil dirigiu sua atenção, no final dos anos 90, aos proje-tos destinados ao desenvolvimento do biodiesel. Essas iniciativas ficaram circunscritas às áreas de Pesquisa e Desenvolvimento (P&D), com especial destaque para as desenvolvidas pela Empresa Brasileira de Pesquisa Agro-pecuária (Embrapa).

Avanços mais significativos foram dados pelo Governo Brasileiro em de-zembro de 2003, ao constituir a Comissão Executiva Interministerial (CEI) e o Grupo Gestor (GG), ambos encarregados da implantação das ações para produção e uso do biodiesel.

Os estudos e os relatórios da CEI e do GG subsidiaram a formulação do Programa Nacional de Produção e uso do Biodiesel (PNPB), lançado em dezembro de 2004, e do Plano Nacional de Agroenergia 2006-2011 do Ministério de Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa). Os docu-mentos na íntegra estão disponíveis no site www.biodiesel.gov.br.

As principais diretrizes do PNPB são:

1. Implantar um programa sustentável, promovendo inclusão social;

2. Garantir preços competitivos, qualidade e suprimento; e

3. Produzir o biodiesel a partir de diferentes fontes oleaginosas e em regiões diversas.

As expectativas criadas pela nova geração de biocombustíveis passam por inúmeras questões de vital importância para o mundo contemporâneo.

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Destacam-se as de caráter ambiental com medidas miti-gadoras do efeito estufa e as oportunidades de geração de emprego e renda em toda a cadeia produtiva dos bio-combustíveis.

O Brasil, a partir da década de 80 do século passado, conquistou presença marcante no mercado mundial des-tacando-se como um dos players do biotrade. Suas van-tagens comparativas são significativas frente aos demais paí ses. Amplo território com clima tropical e subtropical francamente favorável ao cultivo de grande variedade de matérias-primas potenciais para a produção de biodiesel; e vasta gama de empreendimentos existentes e poten-ciais ligados à agroenergia com significativo incremento na renda do campo à cidade despontam como principais alavancas para o desenvolvimento sustentável.

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3. Como e quando surgiu o biodiesel

no mundo e no Brasil?

A história do biodiesel nasceu junto com a criação dos motores diesel no final do século XIX. O motor com maior eficiência termodinâmica conce-bido por Rudolf Diesel foi construído para operar com óleo mineral.

Entretanto, segundo as citações contidas no Manual do Biodiesel3, no ca-pítulo 2o, a utilização de óleo vegetal no motor diesel foi testada por so-licitação do governo francês. A intenção era estimular a auto-suficiência energética nas suas colônias do continente africano, minimizando os cus-tos relativos às importações de carvão e de combustíveis líquidos. O óleo selecionado para os testes foi o de amendoim, cuja cultura era abundante nos países de clima tropical. O motor diesel, produzido pela companhia francesa Otto, movido a óleo de amendoim, foi apresentado na Exposição de Paris, em 1900. Outros experimentos conduzidos por Rudolf Diesel fo-ram realizados em São Petersburgo, na Rússia, com locomotivas movidas a óleo de mamona e a óleos animais. Em ambos os casos, os resultados foram muito satisfatórios e os motores apresentaram bons desempenhos.

Nos 30 anos seguintes houve descontinuidade do uso de óleo vegetais como combustível, provocada, principalmente, pelo baixo custo do óleo diesel de fonte mineral, por alterações políticas no governo francês, incen-tivador inicial, e por razões técnicas.

Quando eclodiu a Segunda Guerra Mundial, muitos governos sentiram-se inseguros com o suprimento dos derivados de petróleo e passaram a adotar o óleo vegetal como combustível de emergência. As indústrias de esmagamento e produção de óleo, instaladas para suprir a deman-da emergencial, não dispunham de uma base tecnológica adequada e acabaram não progredindo após 1945, com o encerramento do conflito mundial. Contudo, a utilização do óleo vegetal como combustível deixou

3 2006, Manual do Biodiesel, Edgar Blucher, Jon van Gerpen, Jurgel Krahl, Luis Pereira Ramos, tradução de Luiz Pereira Ramos, editora Edgard Blucher.

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um importante legado no meio científico, abrindo cami-nhos para muitas pesquisas sobre a temática. Países como os EUA, a Alemanha e a Índia deram seqüência a pes-quisas e atualmente desfrutam de importantes posições mundiais como referência no uso de óleos vegetais como combustíveis.

No Brasil, a trajetória do biodiesel começou a ser delineada com as iniciativas de estudos realizados pelo Instituto Nacio-nal de Tecnologia, na década de 20 do século 20, e ganhou destaque em meados de 1970, com a criação do Plano de Produção de Óleos Vegetais para Fins Energéticos (Pró-óleo), que nasceu na esteira da primeira crise do petróleo.

Em 1980, o Plano passou a ser o Programa Nacional de Óle-os Vegetais para Fins Energéticos, pela Resolução no 7 do Conselho Nacional de Energia. O objetivo do programa era promover a substituição de até 30% de óleo diesel, apoiado na produção de soja, amendoim, colza e girassol. Nova-mente, a estabilização dos preços do petróleo e a entrada do Proálcool, juntamente com o alto custo da produção e esmagamento das oleaginosas, foram fatores determinan-tes para a desaceleração do programa.

No entanto, apesar da escassez de incentivos e da desacele-ração dos programas governamentais, muitas experiências concretas seguiram o seu curso. Vale registrar um importan-te marco de iniciativa privada que ocorreu em 1980, com o pedido de registro da primeira patente brasileira pelo enge-nheiro químico Expedito José de Sá Parente. Esse registro, no Instituto Nacional de Propriedade Industrial (INPI), saiu em 1983, sendo considerado uma referência para o país.

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4. Quais são os marcos regulatórios

no Brasil?

A Lei no 11.097/05, aprovada pelo Congresso Nacional em 13 de janei-ro de 2005, introduz o biodiesel na matriz energética. Complementa o marco regulatório do novo segmento um conjunto de decretos, normas e portarias, que estabelecem prazo para cumprimento da adição de per-centuais mínimos de mistura de biodiesel ao diesel mineral. 4

20084

a 20122013 em diante

2% autorizativo

Mercado Potencial:800 milhõesde litros/ano

2% obrigatório

Mercado Firme:1 bilhãode litros/ano

5% obrigatório

Mercado Firme:2,4 bilhõesde litros/ano

Lei 11.097/2005: Determina percentuais mínimos de mistura de biodiesel ao diesel e o monitoramento da inserção do novo combustível no mercado.

2005a 2007

Fonte: Estimativa de mercado de biodiesel elaborada pelo Ministério de Minas e Energia (MME)

e Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP).

No mercado de biocombustível convencionou-se adotar a expressão BXX na qual B significa Biodiesel e XX a proporção do biocombustível mistu-rado ao óleo diesel. Assim, a sigla B2 significa 2% de biodiesel (B100), derivado de fontes renováveis e 98% de óleo diesel e o B5 equivale a 5% de biodiesel e 95% de óleo mineral. Essas misturas estão aprovadas para uso no território brasileiro e devem ser produzidas segundo as especifica-ções técnicas5 definidas pela ANP.

4 Antecipado meta de 3% – CNPE, resolução no 2 de 13 de março de 2008 e ANP, resolução no 7 de 19 de março de 2008, que estabelecem o B3 com comercialização obrigatória a partir de 01 de julho de 2008.5 Especifi cação do Biodiesel – resolução ANP nº 7 de 19 de março de 2008.

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A lei prevê a possibilidade de antecipação dos prazos es-tabelecidos, a ser determinada por resolução do Conse-lho Nacional de Política Energética.

Para ser autorizada uma antecipação dos prazos pelo CNPE faz-se necessário que o segmento de Biodiesel e as demais áreas correlacionadas a ele atendam os seguintes critérios: a) disponibilidade de oferta de matéria-prima e capacida-de industrial para produção de biodiesel; b) participação da agricultura familiar na oferta de matérias-primas; c) re-dução das desigualdades regionais; d) desempenho dos motores com a utilização do combustível; e) políticas in-dustriais e de inovação tecnológica.

O Conselho Nacional de Política Energética (CNPE) ante-cipou, por meio da Resolução no 3, de 23 de setembro de 2005, o prazo para o atendimento do percentual míni-mo de 2% de biodiesel acrescido ao diesel para o início de 2006, restringindo a obrigatoriedade ao volume produzido pelas empresas detentoras do Selo Combustível Social.

Com o objetivo de assegurar a efetiva participação de pequenos produtores no programa, o governo lançou o Selo Combustível Social por meio da Instrução Normativa no 02, de 30 de setembro de 2005, que dispõe sobre os critérios e os procedimentos relativos ao enquadramento de projetos de produção de biodiesel ao selo.

O Selo de Combustível Social foi criado no esteio do Pro-grama Nacional de Produção de Biodiesel e é concedido pelo Ministério de Desenvolvimento Agrário para em-presas juridicamente constituídas sob as leis brasileiras

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e que possuam um projeto de produção de biodiesel que atenda as seguintes condições:

1. Aquisições mínimas de matéria-prima dos agricultores de acordo com os seguintes parâmetros regionais: 50% para a região Nordeste e semi-árido,

30% para as regiões Sudeste e Sul, e

10% para as regiões Norte e Centro-Oeste;

2. Realização de contratos com os agricultores familiares de quem irá adquirir matérias-primas com a participação de pelo menos uma representação dos agricultores familiares, que poderá ser feita por:

a) Sindicatos de Trabalhadores Rurais, ou de Trabalhadores na Agricultura Familiar, ou federações filiadas à Confederação Nacio-nal dos Trabalhadores na Agricultura (Contag);

b) Sindicatos de Trabalhadores Rurais, ou de Trabalhadores na Agricultura Familiar, ou federações filiadas à Federação dos Traba-lhadores da Agricultura Familiar (Fetraf);

c) Sindicatos de Trabalhadores Rurais ou de Agricultores Familiares ligados à Associação Nacional dos Pequenos Agricultores (Anpa); e

d) Outras instituições credenciadas pelo MDA.

3. Apresentação de plano de assistência e capacitação técnica dos agricultores familiares compatível com as aquisições a serem feitas da agricultura familiar e com os princípios e diretrizes da Política Nacional de Assistência Técnica e Extensão Rural do MDA, desen-volvido diretamente pela equipe técnica do produtor de biodiesel ou por instituições por ele contratadas.

Além disso, essas empresas podem ter seus projetos financiados, desde que respeitados os requisitos determinados pela IN no 2, com condições

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especiais, conforme enquadramento a ser concedido pelo Ministério do Desenvolvimento Agrário.

As empresas com Selo Combustível Social contam, tam-bém, com benefícios tributários, como a redução de alí-quotas de PIS/Pasep e Cofins e a possibilidade de participa-ção nos leilões de aquisições de biodiesel organizados pela ANP, conforme quadro a seguir.

Alíquotas de PIS/Pasep e da Cofins aplicadas ao biodiesel

Regiões Norte, Nordeste e semi-árido

Matéria-primaPIS/Pasep e Cofins (R$/litro de biodiesel)

Sem Selo Combustível Social Com Selo Combustível Social

Mamona e palma R$ 0,15 R$ 0,00

Outras matérias-primas R$ 0,218 R$ 0,07

Regiões Centro-Oeste, Sudeste e Sul

Matéria-primaPIS/Pasep e Cofins (R$/litro de biodiesel)

Sem Selo Combustível Social Com Selo Combustível Social

Qualquer matéria-prima, inclusive mamona e palma

R$ 0,218 R$ 0,07

Fonte: Relatório Biodiesel, MDA, 2006.

Toda a legislação e os atos normativos que regulamentam o segmento de biodiesel no Brasil estão listados no Anexo 1. Os textos na íntegra podem ser obtidos nos sites do Por-tal do Programa Nacional de Produção e Uso do Biodiesel (PNPB) www.biodiesel.gov.br, da Agência Nacional do Pe-tróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) e do Conselho Nacional de Política Energética (CNPE).

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5. Quais são os órgãos reguladores

no Brasil?

O segmento do biodiesel tem como órgãos reguladores as seguintes ins-tituições:

CNPE – Conselho Nacional de Política Energética, órgão de assessora-mento do presidente da República que tem como atribuição formular políticas e diretrizes de energia. Disponível em: <www.mme.gov.br/site/menu/select_main_menu_item.do?channelId=27>.

MME – Ministério de Minas e Energia, responsável pela execução da política energética.Disponível em: <www.mme.gov.br>.

ANP – Agência Nacional do Petróleo, Gás e Biocombustíveis, com dele-gação para regular o mercado do segmento biodiesel com as mesmas funções da regulação, da contratação e da fiscalização das atividades econômicas integrantes da indústria do petróleo, do gás natural e dos biocombustíveis. Disponível em: <www.anp.gov.br>.

MDA – Ministério de Desenvolvimento Agrário, com a missão de conce-der o Selo Combustível Social. Disponível em: <www.mda.gov.br>.

MAPA – Ministério de Agricultura, Pecuária e Abastecimento, com a responsabilidade pelo zoneamento agrícola. Disponível em: <www.agricultura.gov.br>.

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6. Qual o mercado do Biodiesel

no Brasil e no mundo?

As projeções mundiais previstas para 2020 pela Interna-tional Energy Agency (IEA) – Agência Internacional de Energia – assinalam crescente substituição das fontes de combustível de origem fóssil pelas fontes renováveis de origem de biomassa, dentre elas as derivadas da cana-de-açúcar e do milho, para a produção de etanol, e as deri-vadas dos óleos vegetais de canola, de soja e de mamona, entre outros, para a produção de biodiesel.

Os fatores ambientais e a elevação dos preços do petróleo favorecem a expansão do mercado de produtos combus-tíveis derivados da biomassa no mundo todo, predomi-nando o etanol, para uso em automóveis, e o biodiesel, para caminhões, ônibus, tratores, transportes marítimos e aquaviários e em motores estacionários para a produção de energia elétrica, nos quais o óleo diesel é o combustível mais utilizado.

Os países da União Européia e os EUA produzem e utili-zam o biodiesel comercialmente. Outros países, tais como Argentina, Austrália, Canadá, Filipinas, Japão, Índia, Ma-lásia e Taiwan, apresentam significativos esforços para o desenvolvimento de suas indústrias, estimulando o uso e a produção do biodiesel.

A busca pelo aumento da capacidade de produção de bio-diesel vem sendo pautada pelas expectativas de consumo crescente nos próximos anos.

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Medidas utilizadas para medir a produção de biodiesel6

União Européia: toneladas métricasEUA: galõesDemais países: metros cúbicos (m³) e litros (l)

Unidades de conversão do biodieselMetros cúbicos = 1.000 l = 880 tons metric = 0,26 galões (milhões)Toneladas métricas (tons metric) = 1,136 m³ = 0,30 galões (milhões) Galões = 3,333 tons metric = 3,788 m³

Unidades de utilizadas para petróleo e derivados7

Tep = toneladas equivalentes de petróleo (1 tep ano = 7,2 bep ano) = 10000 McalBep = barris equivalentes de petróleo = 1 bep ano = 0,14 tep ano Barril = 159 litros = 0,158987 m³

Produção mundial

A produção mundial de biodiesel apresenta um crescimento mais expres-sivo a partir de 2005, estimulada por legislações favoráveis à entrada dos biocombustíveis como forma de combate ao aquecimento global e para a melhoria do ar nas grandes cidades. Os maiores produtores mundiais são os países da União Européia, os Estados Unidos e o Brasil. As esti-mativas de crescimento na oferta de biodiesel para 2017, realizadas pelo Departamento de Agricultura dos Estados Unidos8, prevêem forte parti-cipação da União Européia e dos Estados Unidos, detentores das maio-res capacidades de produção no mundo, seguidos por Brasil, Argentina, Ucrânia, Rússia e Canadá.

6 Biodiesel Unit Conversions, pg. 30 A biodiesel Primer: Market & Policy Developments, Quality, Standards & Handings, Methanol Institute and International Fuel Quality Center, abril 2006 – traduzido.7 2006 BEN, Balanço Energético Nacional, Anexo E página 151 Tabela E.1 relações entre unidades.8 Departamento de Agricultura dos Estados Unidos – USDA (sigla em inglês), no documento técnico Global Agricultural Supply na Demand: Contributing to the Recent Increase in Food Commodity Prices/WRS-0801 Economic Research Service/USDA.

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A União Européia produz biodiesel em escala industrial des-de 1992. Atualmente, conta com 185 plantas operacionais, que produziram, em 2007, 10,289 milhões de toneladas mé-tricas9, o equivalente a 12,301 milhões de m³. Segundo a European Biodiesel Board, a produção em 2008 deve atingir 16 milhões de toneladas métricas, o que representa um incre-mento de 55% em relação ao ano anterior.

Dos países que compõem a União Européia, Alemanha (43%), Itália (14%), França (8%), Reino Unido (6%) e Es-panha (5%) respondem em conjunto por uma produção de biodiesel equivalente a 76% da produção total.

No período de 2005 a 2007, a produção de biodiesel pela União Européia (26 países membros) cresceu duas vezes e meia para atender as normativas de adoção de 5,75%10 de biodiesel na oferta de biocombustíveis, segundo percentual definido pelo Conselho Europeu.

A principal matéria-prima utilizada para o processamento de biodiesel europeu é a colza (canola), e, em menores proporções, os óleos de soja, de palma, de girassol, gor-dura animal e óleo já utilizado.

No quadro a seguir pode ser observada a evolução da pro-dução de biodiesel em vários países integrantes da União

9 Fonte: European Biodiesel Board – site: www.ebb-eu.org/prev_status_capacity.php.10 Acordos de substituição de combustíveis fosseis por biocom-bustíveis estabelecidos pelo Conselho Europeu, atualmente em 5,75%, e com estimativa de 10% para 2020, com escaladas em 7% em 2012 e 8,5% em 2015.

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Européia. O aumento significativo de pelo menos mais 10 países ofer-tando biodiesel em diversas escalas, além daqueles que já operam com bases produtivas mais expressivas, tornaram marcante o ano de 2005.

Capacidade de produção da indústria de biodiesel da União Européia(em mil toneladas métricas(1))

Série de 2002 a 2007

Países 2002 2003 2004 2005 2006 2007

Alemanha 450 715 1.088 1.903 2.681 4.361

Áustria 25 32 100 125 134 326

Bélgica 55 85 335

Dinamarca 10 40 44 81 81 90

Eslováquia 89 89 99

Espanha 6 70 100 224 508

França 366 357 502 532 775 780

Grécia 35 75 440

Itália 210 273 419 827 857 1.366

Polônia 100 150 250

Portugal 6 146 246

Reino Unido 3 9 15 129 445 657

República Tcheca 188 203 203

Suécia 1 1 8 12 52 212

Demais países(2) 54 100 416

Total 1.065 1.433 2.246 4.228 6.069 10.289

Notas: (1) Mil toneladas métricas por ano calculadas para capacidade produtiva de 330 dias por ano por planta.(2) Demais países da União Européia – Chipre, Eslovênia, Estônia, Hungria, Irlanda, Lituânia, Malta e Países Baixos.Fonte: Disponível em: <www.ebb_eu.org/prev_stats-capacity.php>. Informações obtidas em 06 de julho de 2008.

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Outro importante produtor mundial de biodiesel são os Estados Unidos, com 17111 plantas industriais, que pro-duzem 2,24 bilhões de galões, equivalentes a 8,479 mi-lhões de m³. Há estimativa de acréscimo na produção de mais 1,23 bilhões de galões (4,656 milhões de m³) com a entrada, em 2008, de mais 57 plantas industriais. A produção de biodiesel nos EUA é realizada principalmen-te com óleo de soja, e, em menor proporção, com óleos variados, reciclagem de óleos de fritura e sebo animal.

Todos os países relacionados dispõem de programas que estimulam o uso e a produção do biodiesel. Os programas, em geral, tratam sobre medidas de apoio à implantação das indústrias, subsídios para os agricultores, isenção de impostos e percentuais escalonados para a mistura de bio-diesel ao diesel. Os percentuais de mistura do biodiesel ao óleo diesel variam de 2% a 30%. Somente a Alemanha oferta o biodiesel B100 para o consumidor definir o seu uso puro ou na proporção que lhe convém, distribuído em pelo menos 10% dos 16 mil (2003) postos de abaste-cimento de combustível.

Produção brasileira

O Brasil, acompanhando o movimento mundial de inicia-tivas favoráveis ao combate do efeito estufa, introduziu, a partir de 2005, o biodiesel na matriz energética com as condições de mercado e a produção regulamentadas pela Lei no 11097, de 13 de janeiro de 2005.

11 National Biodiesel Board, dados de 25 de janeiro de 2008.

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As estimativas de volumes previstas são de 800 milhões de litros anuais (800 mil m³) de 2005 a 2007, com o B2 (mistura de 2% de biodiesel e 98% de óleo diesel), na forma autorizativa; de 1 bilhão de litros anuais de B2 (1 milhão de m³), na forma obrigatória nos intervalos seguintes de 2008 a 2012; e de 2,4 bilhões anuais (2,4 milhões de m³) de B5 (mistura de 5% de biodiesel e 95% de óleo diesel) a partir de 2013.

O Brasil iniciou o ano de 2008 com a aplicação da obrigatoriedade de disponibilizar o B2 em todos os postos de oferta de óleo diesel e, desde julho de 2008, com a antecipação do B3. A ANP adotou em 2007 a apre-sentação das estatísticas de vendas de biodiesel agrupada às estatísticas de óleo diesel. Apenas para o ano de 2006 é que se dispõe de estatísticas de vendas do B2, período no qual a condição da oferta de biodiesel era autorizativa.

O biodiesel, como um sucedâneo do óleo diesel, tem seu mercado po-tencial determinado pelo mercado dos derivados de petróleo, do qual o óleo diesel representa 42%, segundo as estatísticas de vendas de deriva-dos de petróleo elaboradas pela ANP para o ano de 2007.

Segundo dados apresentados na publicação O futuro da indústria: bio-diesel12, em 2005, 80,3% do consumo de óleo diesel ficou por conta do segmento transportes – veículos pesados (carretas, tratores, caminhões), ônibus e veículos utilitários, embarcações marítimas e locomotivas. Na seqüência, vieram o uso agropecuário, com 16,3%, e a indústria e outros setores, com 3,4%. Em 2007, o Balanço Energético Nacional 200813 in-dicou um consumo de 82,8% para transportes, 14,6% para uso agrope-cuário e 2,8% para indústria e outros setores.

12 O futuro da indústria: biodiesel: coletânea de artigos/coordenadores José Rincon Ferreira, Carlos Manuel Pedroso Neves Cristo – Brasília : MDIC-STI/IEL, 2006. 145 p. : il. – (Série Política Industrial, Tecnológica e de Comércio Exterior, 14).13 2008, Balanço Energético Nacional Resultados Preliminares 2008, EPE_MME.

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Em termos regionais, as vendas de diesel, considerados óleo diesel e biodiesel (B2), apresentam variações pouco expressi-vas quando comparadas nos dois anos utilizados para a aná-lise, 2000 e 2007.

Vendas de óleo diesel por região/ano

Na região Sudeste, observa-se aumento na participação das vendas de óleo diesel de 42%, em 2000, para 45%, em 2007. A região Norte apre-senta decréscimo de 12%, em 2000, para 9%, em 2007. Nas regiões Nordeste e Centro-Oeste, as variações são menores. A região Sul mantem a mesma participação percentual de 20% para os anos apresentados.

2000

20%

42%

14%

12%

Sul

Sudeste

12%

20%

42%

Norte

Nordeste

Centro-oeste

2007

Sul

Sudeste

Norte

Nordeste

Centro-oeste

45%

20% 11%

15%

9%

45%

20%

Fonte: Gráficos elaborados a partir dos dados estatísticos da ANP – disponí-

veis em: <www.anp.gov.br>.

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Para suprir a demanda interna, a produção brasileira de óleo diesel foi de 39,1 milhões de m³ em 2007, acrescidos de mais 5,1 milhões de m³ importados. Embora as importações brasileiras de óleo diesel apresentem um decréscimo contínuo nos últimos sete anos, em razão do aumen-to da produção interna, o Brasil dispendeu, em 2007, o equivalente a US$ FOB 3 bilhões de dólares para 5,1 milhões de m³, pagando por m³ praticamente o dobro do que pagava em 2000.

A antecipação da oferta de biodiesel (B3), regulamentada pelo governo brasileiro e em vigor desde julho de 2008, propiciará ao Brasil economia futura de US$ 410 milhões14 por ano. O biodiesel, além de se constituir um combustível renovável, com menores índices de emissão de poluen-tes, pode gerar importante economia de divisas futura, uma vez que a produção de biodiesel planejada equivale ao volume em m³ das importa-ções de óleo diesel feitas pelo Brasil.

Vendas, produção de óleo diesel e biodiesel e importações – série 2000 a 2007

Venda

Óleo diesel

Biodiesel

Importações

10.000.000

20.000.000

30.000.000

40.000.000

35.000.000

25.000.000

15.000.000

5.000.000

45.000.000

87654321

Volu

me

em m

3

Anos 2000 a 2007

Fonte: Dados estatísticos produzidos pela ANP – www.anp.gov.br.

14 Estimativas da ANP ao publicar a antecipação do B3 em março de 2008.

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Contudo, para que as previsões se confirmem, é necessá-rio buscar equacionar fatores como: garantia de investi-mentos para as plantas industriais; oferta de crédito em condições adequadas e assistência técnica para os agricul-tores, principalmente para os de pequeno porte; recursos para pesquisas de novas oleaginosas e para tecnologias de processo; e avanços na oferta de motores automotivos que possam operar com biocombustíveis acima do B5.

A introdução do biocombustível no mercado brasileiro co-meçou timidamente em 2005, com capacidade produtiva autorizada de 72,7 mil m³. Em 2006, o país triplicou sua produção e, em 2007, atingiu a marca de 2.010,38 mil m³, com mais 34 empresas. Em setembro de 2008, a capacida-de produtiva autorizada pela ANP chegou a 61 empreendi-mentos, com produção anual instalada de 3.036,8 mil m³, comparável à produção dos maiores países produtores de biodiesel – Alemanha (1o) e EUA (2o).

As aquisições de biodiesel são realizadas pela ANP, que se utiliza do mecanismo de leilões, nos quais participam como ofertantes as usinas produtoras de biodiesel. Foram reali-zados, até agosto de 2008, onze leilões, nos quais foram adquiridos das empresas produtoras 1,925 milhões de m³ de biodiesel com preços por m³ variando entre R$ 1.700 e R$ 2.765, no período de 2005 a 2008.

Veja a seguir quadro com resumo das principais informa-ções sobre os leilões realizados. Informações mais detalha-das podem ser obtidas no site www.anp.gov.br.

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Resultado dos leilões realizados pela ANP para aquisição de biodiesel

Período 2005 a 2008

Nº doleilão

DataPreços Nº de

empresasVolume

(m3)Menor Maior

1 23/11/2005 1.800,00 1.919,90 4 70.000

2 30/03/2006 1.799,00 1.904,90 6 170.000

3 11/07/2006 1.730,00 1.900,00 4 50.000

4 11 e 12/07/2006 1.714,00 1.799,56 8 550.000

5 14/02/2007 1.783,50 1.904,51 3 45.000

6 13 e 14/11/2007 1.800,00 1.962,00 7 304.000

7 14/11/2007 1.700,00 1.928,00 9 76.000

8 10/04/2008 2.389,98 2.765,00 14 264.000

9 11/04/2008 2.380,00 2.748,00 12 66.000

10 14/08/2008 2.500,00 2.618,77 16 264.000

11 15/08/2008 2.520,00 2.616,20 14 66.000

Total 1.925.000

Fonte: Atas e relatórios dos resultados dos leilões realizados pela ANP estão disponíveis em: <www.anp.gov.br>.

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7. Quais matérias-primas são

utilizadas no Brasil?

O Brasil é um país que, por sua extensa área geográfica e clima tropical e subtropical, favorece uma ampla diver-sidade de matérias-primas para a produção de biodiesel. Destacam-se, dentre elas, as oleaginosas, como algodão, amendoim, dendê, girassol, mamona, pinhão manso e soja. São também consideradas matérias-primas para bio-combustíveis as gorduras animais e óleos já utilizados em frituras de alimentos.

Cada oleaginosa, dependendo da região na qual é cultiva-da e segundo as condições de clima e de solo, apresenta características específicas de produtividade por hectare e de percentagem de óleo obtida da amêndoa ou grão. A produ-tividade também está diretamente associada às tecnologias de cultivo, à qualidade de semente e às tecnologias de pro-cessamento praticadas.

O quadro a seguir ilustra a relação das espécies, produtivida-de e rendimento de acordo com as regiões produtoras:

EspécieProdutivida-de (tonela-

das/ha)

Porcen-tagemde óleo

Ciclode

vida

Regiõesprodutoras

Tipo de cultura

Rendimento(tonelada

de óleo/ha)

Algodão 0,86 a 1,4 15 Anual MT, GO, MS, BA e MA Mecanizada 0,1 a 0,2

Amendoim 1,5 a 2 40 a 43 Anual SP Mecanizada 0,6 a 0,8Dendê 15 a 25 20 Perene BA e PA Intensiva MO 3 a 6Girassol 1,5 a 2 28 a 48 Anual GO, MS, SP, RS e PR Mecanizada 0,5 a 0,9Mamona 0,5 a 1,5 43 a 45 Anual Nordeste Intensiva MO 0,5 a 0,9Pinhãomanso 2 a 12 50 a 52 Perene Nordeste e MG Intensiva MO 1 a 6

Soja 2 a 3 17 Anual MT, PR, RS, SP, GO, MS e MG Mecanizada 0,2 a 0,4

Fonte: Transcrição tabela 12 – Características de algumas culturas oleaginosas

com potencial de uso energético. Adaptada de Meirelles F. S. 2003.

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Com a finalidade de ilustrar a distribuição das oleaginosas no território bra-sileiro, o mapa a seguir permite a visualização das regiões brasileiras com suas principais matérias-primas considerando-se as condições edafoclimá-ticas do zoneamento de risco climático e a tabela de potencialidade.

Potencialidade brasileira para produção de oleaginoses

Mapa construído a partir da tabela 12, Meireles F. S. 2003 e Zoneamento Agrícola de Risco

Climático - Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento.

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Zoneamento Agrícola

O Zoneamento Agrícola de Risco Climático é uma ferra-menta técnico-científica de auxílio à gestão de riscos cli-máticos na agricultura e serve de apoio para a concessão de crédito de custeio agrícola e seguro, além de orienta-ção aos produtores.

O Zoneamento Agrícola de Risco Climático é realizado para cada cultura e apresentado em notas técnicas, ela-boradas por instituições técnicas ligadas à agricultura e editadas em portarias pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento. Essas portarias são revisadas anualmente e publicadas no Diário Oficial da União a cada ano-safra, com informações separadas para cada cultura. As notas técnicas que as acompanham são ela-boradas por cultura e estado, com as indicações dos tipos de solos aptos ao cultivo, períodos de semeadura, cultivares indicadas, bem como a relação de municípios no estado que dispõem de solos e clima mais adequa-dos para o cultivo da oleaginosa. As informações estão disponíveis em: <www.agricultura.gov.br>.

Embora o Brasil apresente excelentes perspectivas de cul-tivos para várias oleaginosas em diversas regiões do país, nem todas elas dispõem de estudos sobre zoneamento agrícola, o que inibe de certa forma os investimentos pela falta de apoio de crédito. Para o ano safra de 2007/2008 o zoneamento agrícola realizado pelo Ministério da Agricul-tura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) foi ampliado com a introdução de estudos sobre potencialidades e aptidões agrícolas e climáticas para diversas culturas, dentre elas

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as que podem ser utilizadas como matérias-primas para a produção de biodiesel: amendoim, girassol e dendê.

As culturas de oleaginosas para a produção de biodiesel com zonea-mentos agrícolas para as safra de 2007/2008 e 2008/2009 encontram-se indicadas por região e estados no quadro a seguir:

Zoneamento Agrícola de Risco Climático, por região e estado, segundo as culturas de algodão, amendoim, dendê, girassol, mamona

e soja para a safra de 2007/2008 e 2008/2009

Regiões EstadosCulturas

Algodão Amendoim Dendê Girassol Mamona Soja

NorteRondônia Tocantins

Nordeste

Alagoas Bahia Ceará

Maranhão Paraíba

Pernambuco Piauí

Rio Grande do Norte Sergipe

Centro-Oeste

Distrito Federal Goiás

Mato Grosso Mato Grosso do Sul

Sudeste

Espírito Santo São Paulo

Minas GeraisRio de Janeiro

SulRio Grande do Sul

Santa Catarina Paraná

Ano – safra 2007/2008Ano – safra 2008/2009

Fonte: Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA) – site: <www.agricultura.

gov.com.br> dados atualizados 23/09/2008.

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8. Algumas possibilidades de cultivo

consorciado

O cultivo consorciado e a rotação de culturas têm sido prá-ticas de manutenção da qualidade do solo e de redução nos custos de adubação e de suprimentos de alimentos, além de impactarem positivamente a renda do pequeno produtor.

Os cultivos consorciados das oleaginosas indicadas para o biodiesel permitem várias composições: mamona e feijão caupí; mamona e amendoim; mamona e dendê; dendê e pimenta; girassol e milho; soja e eucalipto; soja e braquiária; soja e sorgo.

Como as possibilidades de cultivos consorciados são múl-tiplas, é importante que as seleções das culturas a serem consorciadas sejam compatíveis com o clima e o solo de cada região, para que se obtenha a melhor produtividade com menor custo.

Recomenda-se consulta aos órgãos técnicos, por exemplo, à Embrapa, que poderá dar orientação técnica sobre quais são as culturas de oleaginosas que podem ser consorcia-das na região, bem como indicar os locais para a obtenção das cultivares.

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9. Quais são as tecnologias aplicadas

para a produção de biodiesel?

Existem duas tecnologias que podem ser aplicadas para a obtenção de biodiesel a partir de óleos vegetais (puros ou de cocção) e sebo animal: a transesterificação e o craqueamento.

A tecnologia para a produção de biodiesel predominante no mundo é a rota tecnológica de transesterificação metílica, na qual uma mistura de óleos vegetais ou sebo animal com metanol, associada a um catalizador, produz o combustível. A opção pelo metanol, principalmente em outros países, se deu pelo alto custo do etanol.

No Brasil, os empreendimentos que estão em operação adotam a tecno-logia denominada transesterificação com predominância da rota tecno-lógica metílica, mas já há empreendimentos que adotam a rota etílica.

A transesterificação é o processo de separação do glicerol do óleo ve-getal. Cerca de 20% de uma molécula de óleo vegetal é formada por glicerina. A molécula de óleo vegetal é formada por três ésteres ligados a uma molécula de glicerina, o que faz dele um triglicídio. A glicerina torna o óleo mais denso e viscoso. Durante o processo de transesterificação, a glicerina é removida do óleo vegetal, deixando o óleo mais fino e redu-zindo sua viscosidade.

A rota tecnológica alternativa à transesterificação é a de craqueamento do óleo vegetal ou animal. No Brasil, o processo está sendo desenvolvido pela Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) em parceria com a Universidade de Brasília (UnB). O protótipo comercial desse equipamen-to encontra-se em fase de desenvolvimento pela empresa Global Energy and Telecommunication (GET), com apoio da Financiadora de Estudos e Projetos (Finep).

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Hoje, a rota de transesterificação é a realidade em curso das usinas em funcionamento em todo o país, mesmo apresentando algumas questões técnicas a superar, em especial para a rota etílica. Essa rota apresenta vantagens para o Brasil por questões de baixo custo de produção do etanol.

A tecnologia de craqueamento, não obstante o potencial para as pequenas escalas, ainda aguarda a validação cien-tífica para ser utilizada comercialmente.

EntradasÓleo ou sebo – 87%

Álcool – 12%Catalisador – 1%

SaídasÉster – 86%Álcool – 4%

Fertilizante – 1%Glicerina – 9%

* Processo de produção elaborado com base no documento técnico A Bio-

diesel Primer, Methanol Institute and International Fuel Quality Center, abril

de 2006.

Entradas e saídas do processo de produção de biodiesel*

Nota: Os percentuais de entrada e saída variam conforme a composição de

matéria-prima (óleo ou sebo) adotada.

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Fluxograma do Processo de Produção de Biodiesel

SEPARAÇÃODE FASES

REAÇÃOTRANSESTERIFICAÇÃO

PREPARAÇÃO DAMATÉRIA-PRIMA

DESIDRATAÇÃODO ÁLCOOL

RECUPERAÇÃO DOÁLCOOL DOS ÉSTERES

RECUPERAÇÃO DOÁLCOOL DA GLICERINA

PURIFICAÇÃODOS ÉSTERES

DESTILAÇÃODA GLICERINA

MATÉRIA PRIMAMATÉRIA PRIMA

RESÍDUORESÍDUOGLICÉRICOGLICÉRICO

GLICERINAGLICERINADESTILADADESTILADA

BIODIESELBIODIESEL

METANOLMETANOLou ETANOLou ETANOL

CATALISADOR:CATALISADOR:(NaOH ou KOH)(NaOH ou KOH)

FasePesada

FaseLeve

Álcool Etílicoou Metílico

Excessosde Álcool

Recuperado

Óleo ouGordura

GlicerinaBruta

Fonte: Parente, Expedito – Uma Aventura Tecnológica num País Engraçado – Disponível em: www.tecbio.com.br.

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10. Qual a capacidade instalada de

produção de biodiesel no país?

A abertura do mercado para o segmento do biodiesel, em 2005, estimulou a instalação de 61 empreendimentos já autorizados pela ANP até 15 de setembro de 2008.

Nº de empresas autorizadas pela ANP para produção de Biodiesel por ano

Ano Nº de empresas Capacidade de produção m³/ano % do total

2005 6 (1) 60.720 2

2006 5 282.810 9

2007 34 2.005.506 66

2008 16 687.810 23

Total 61 3.036.846 100

Nota: (1) A capacidade autorizada em 2005 foi para 7 empreendimentos, no entanto, uma em-

presa teve nova autorização para ampliação da capacidade produtiva em 2008, sendo portanto

considerada somente em 2008 para não haver dupla contagem.

Fonte: ANP – capacidade autorizada até 15/09/2008. Estimativa anual de produção para 300

dias. captado do site www.anp.gov.br em 22/09/2008.

Esses empreendimentos em seu conjunto perfazem uma ca-pacidade instalada de produção da ordem de 3.036,846 mil m³ de biodiesel, distribuídos nas cinco regiões brasileiras.

Nº de empresas autorizadas pela ANP para produção de Biodiesel por região

Região Nº de empresas Capacidade de produção m³/ano % do total

Norte 6 169.200 6

Nordeste 8 600.420 20

Centro-Oeste 27 1.043.508 34

Sudeste 13 634.518 21

Sul 7 589.200 19

Total 61 3.036.846 100

Fonte: ANP – capacidade autorizada até 15/09/2008. Estimativa anual de produção para 300

dias. captado do site www.anp.gov.br em 22/09/2008.

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A concentração regional observada no Centro-Oeste, Sudeste e Sul do Brasil deve-se ao fato de que a produção do biodiesel brasileiro está apoiada ainda na utilização principalmente do óleo de soja, cujas princi-pais unidades agrícolas produtoras estão localizadas nessas regiões.

O Brasil utiliza como matéria-prima para a produção de biodiesel a soja, a palma, a mamona, o girassol, o nabo forrageiro, a canola, o dendê e o pinhão manso.

Relação de empreendimentos autorizados para produção de Biodiesel pela ANP no periodo de 2005 a 2008

capacidade autorizada e produção por empresa no período

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*Capaci-dadeAnual

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2005 2006 2007 2008

1 Adm Rondonópolis MT CO 565 169.500 - - - 82.175

2 Agrenco Alto Araguaia MT CO 660 198.000 - - - 2.045

3 Agropalma Belém PA NO 80 24.000 510 2.421 3.717 1.412

4 Agrosoja Sorriso MT CO 80 24.000 - - 35 -

5 Amazonbio Ji Paraná RO NO 45 13.500 - - - -

6 Ambra Varginha MG SE 2,4 720 - - - -

7 AraguassúPorto Alegre

do Norte MT CO 100 30.000 - - 66 2

8 Barralcool Barra do Bugres MT CO 166,7 50.010 - - 10.840 8.092

9 Big Frango Rolândia PR SU 40 (2) 12.000 - - - 5

10 Binatural Formosa GO CO 84 25.200 - 1.118 - -

11 Bio Óleo Cuiabá MT CO 10 3.000 - - - -

12 Biocamp Campo Verde MT CO 154 46.200 - - - 3.419

13 Biocapital Charqueada SP SE 824 247.126 1 - 454 30.892 31.650

14 Biocar Dourados MS CO 30 9.000 - - -

15 Biolix Rolândia PR SU 30 9.000 26 100 12 -

16 Biominas Araxá MG SE 30 9.000 - - - -

17 BionorteSão Miguel do Araguaia

GO CO 94,7 28.410 - - - -

18 Biopar Parecis Nova Marilândia MT CO 36 7.000 1 - - - -

continua

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Relação de empreendimentos autorizados para produção de Biodiesel pela ANP - no periodo de 2005 a 2008

capacidade autorizada e produção por empresa no período

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Município

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Capaci-dade

Autori-zada

(m³/dia)

*Capaci-dadeAnual

Estimada(m³/ano)

Produção (3)

anos

Not

a

2005 2006 2007 2008

19 Biopar Rolândia PR SU 120 36.000 - - - 800

20 BiotinsParaíso doTocantins

TO NO 27 8.100 - - - 343

21 Bioverde Taubaté SP SE 267,44 80.232 - - 247 7.740

22 Bracol Lins SP SE 333 99.900 - - 1.166 28.034

23 Brasil Ecodiesel Crateús CE NE 360 108.000 - 1.954 47.276 13.024

24 Brasil Ecodiesel Floriano PI NE 270 81.000 156 28.604 30.474 4.334

25 Brasil Ecodiesel Iraquara BA NE 360 108.000 - 4.210 66.321 24.357

26 Brasil Ecodiesel Porto Nacional TO NO 360 108.000 - - 22.773 10.302

27 Brasil Ecodiesel Rosário do Sul RS SU 360 108.000 - - 21.557 23.904

28 Brasil Ecodiesel São Luís MA NE 360 108.000 - - 23.509 22.549

29 Bsbios Passo Fundo RS SU 345 103.500 - - 13.369 38.890

30 Caibiense Rondonópolis MT CO 15 4.500 - - - -

31 Caramuru São Simão GO CO 375 112.500 - - 42.692 60.505

32 Cesbra Volta Redonda RJ SE 60 18.000 - - - -

33 CLV Colider MT CO 100 30.000 - - - -

34 Comanche Simões Filho BA NE 335 100.500 - 28 5.454 9.345

35 Comandolli Rondonópolis MT CO 10 3.000 - - - -

36 Cooami Sorriso MT CO 10 3.000 - - 233 15

37 Coomisa Sapezal MT CO 12 3.600 - - - 10

38 CooperbioLucas doRio Verde

MT CO 10 3.000 - - 954 153

39 Cooperfeliz Feliz Natal MT CO 10 2.000 1 - - - 227

40 Dhaymers Taboão da Serra SP SE 26 7.800 - - - -

41 DVH Tailândia PA NO 35 10.500 - - - -

42 Fertibom Catanduva SP SE 140 42.000 - 362 4.546 2.721

43 FiagrilLucas doRio Verde

MT CO 410 122.988 - - - 36.549

44 Frigol Lençóis Paulistas SP SE 40 12.000 - - 35 -

45 Fusermann Barbacena MG SE 30 9.000 - - - -

46 Granol Anápolis GO CO 407 122.100 - 10.108 67.946 74.620 continua

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Relação de empreendimentos autorizados para produção de Biodiesel pela ANP - no periodo de 2005 a 2008

capacidade autorizada e produção por empresa no período

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Regi

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Capaci-dade

Autori-zada

(m³/dia)

*Capaci-dadeAnual

Estimada(m³/ano)

Produção (3)

anos

Not

a

2005 2006 2007 2008

47 GranolCachoeira

do SulRS SU 409 122.700 - - - 30.533

48 Granol Campinas SP SE 300 90.000 - 20.435 - -

49 Innovatti Mairinque SP SE 30 6.740 1 - - - -

50 KGB Sinop MT CO 5 1.500 - - - -

51 Nutec Fortaleza CE NE 2,4 720 - 2 - -

52 Oleoplan Veranópolis RS SU 660 198.000 - - 7.770 39.827

53 Ouro Verde Rolim de Moura RO NO 17 5.100 - - 99 91

54 Petrobrás Candeias BA NE 157 47.100 - - - -

55 Petrobrás Quixadá CE NE 157 47.100 - - - -

56 Renobrás Dom Aquino MT CO 20 6.000 - 13 - -

57 Soyminas Cássia MG SE 40 12.000 44 311 138 -

58 Ssil Rondonópolis MT CO 30 1.500 1 - - - -

59 Tauá Nova Mutum MT CO 100 30.000 - - - -

60 Usibio Sinop MT CO 20 6.000 - - 34 -

61 Vermoehlen Rondonópolis MT CO 5 (1) 1.500 - - - -

Total 3.036.846 736 70.120 402.155 557.673

*300 dias de operação

Nota: (1) Capacidade limitada de acordo com licença ambiental de operação vigente.

Nota: (2) Aguardando autorização para comercialização.

Nota: (3) Produção de biodiesel (B100) por produtor – dados de produção de 2008 computados

até julho de 2008.Fonte: Capacidade Autorizada ANP, atualizada em 15/09/2008.

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Mapa de distribuição de usinas no Brasil

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Fonte: Elaborado a partir dos dados de Capacidade Autorizada ANP, atualizada em 15/09/2008.

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11. Quais instituições tecnológicas

são referências na temática?

No Programa Nacional de Produção de Biodiesel, a área de pesquisa e desenvolvimento representa um aspecto estratégico para a consolidação do segmento, motivo pelo qual foram destinados recursos para a área de tecnologia e estimulada a criação de iniciativas regionais e estaduais.

As informações levantadas apontam para três conjuntos:

1) Relação dos componentes que integram a Rede de Tecnologia do Programa Nacional de Produção do Biodiesel por estado e a indi-cação dos estados que já dispõem de programas estruturados; in-formações referentes aos componentes da Rede de Tecnologia do Programa Nacional de Produção do Biodiesel podem ser obtidas no site www.biodiesel.gov.br.

2) Relação de centros de referência de biodiesel contendo a indica-ção dos programas regionais e estaduais que apresentam maior expressividade até o momento (anexo 2).

3) Relação de instituições públicas e privadas que dispõem de usina-piloto de biodiesel (anexo 3).

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12. Quais instituições trabalham

com linhas de crédito disponíveis

para o segmento do biodiesel?

O Programa Nacional de Produção de Biodiesel conta com apoio para financiamento em dois programas: 1) Programa de Apoio Financeiro a Investimentos do Bio-diesel, implantado pelo BNDES, e 2) Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf).

O Programa de Apoio Financeiro a Investimentos do Biodiesel oferta crédito para custeio, investimento e co-mercialização. A linha de financiamento é operada pelo próprio BNDES e por outros agentes financeiros para os quais o BNDES repassa recursos. Dentre os mais destaca-dos agentes dessa modalidade de crédito estão: Banco do Brasil (BB) – www.agronegocios-e.com.br/agrone-gocios/index.jsp, Banco do Nordeste (BNB) – www.bnb.gov.br/content/aplicacao/sobre_nordeste/fne/docs/fne_programacao_2008.pdf e Banco do Amazônia (Basa) – www.bancoamazonia.com.br.

O Pronaf financia o custeio para a produção de ole-aginosas. Para obter esse financiamento é necessário apresentar o contrato de compra e venda feito entre o agricultor familiar e o produtor de biodiesel. O finan-ciamento é operado por agentes financeiros tais como BNDES, Basa, BNB e BB, com as mesmas regras adota-das para outros financiamentos de custeio pelo pro-grama – www.bndes.gov.br/programas/agropecuarios/pronaf_eco.asp.

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Além disso, para a obtenção de financiamento à produção agrícola em vigor pelos bancos oficiais é necessário que a produção da oleaginosa es-teja prevista no Zoneamento Agrícola de Risco Climático, divulgado pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa). As informa-ções sobre os zoneamentos agrícolas aprovados para a safra 2007/2008 e 2008/2009 podem ser obtidas no site www.agricultura.gov.br.

Outra instituição com disponibilidade de recursos para financiamento di-rigido ao segmento do biodiesel é a Financiadora de Estudos e Projetos (Finep). O financiamento destina-se à área de desenvolvimento tecnoló-gico e é ofertado mediante chamada pública para projetos que envolvam instituições de pesquisa e iniciativa privada.

E, por último, existe a possibilidade de financiamento para investimentos no segmento de biodiesel correlacionado aos créditos de carbono, que podem ser obtidos por meio de dois mecanismos: 1) pela venda de cotas de carbono ao Fundo Protótipo de Carbono (PCF), mediante projetos que comprovem a redução das emissões de gases poluentes – http://carbonfinance.org/Router.cfm?Page=PCF e 2) pela obtenção de crédi-tos de seqüestro de carbono, do Fundo Bio de Carbono (CBF) – http://carbonfinance.org/Router.cfm?Page=BioCF&FID=9708&ItemID=9708, http://carbonfinance.org/Router.cfm?Page=SubmitProj&ItemID=24683, administrados pelo Banco Mundial.

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13. Desafios e perspectivas

do biodiesel no Brasil

A entrada do biocombustível derivado da biomassa e deno-minado biodiesel na matriz energética brasileira é de signi-ficativa importância ambiental, social e econômica, além de configurar um curso histórico no Brasil de investimentos em energias mais limpas, tais como o álcool e as hidrelétricas.

Aspectos ambientais – do ponto de vista ambiental, reduz de forma drástica a emissão de gases poluentes, contribuindo com benefícios imediatos principalmente nos grandes centros urbanos. Vários estudos científicos realizados pela União Européia indicam que o uso de 1 kg de biodiesel colabora para a redução de 3 kg de CO2, um dos gases que provocam o efeito estufa.

Aspectos sociais e econômicos – do ponto de vista social e econômico, possibilita melhor aproveitamento da agricul-tura, com aumento da renda do agronegócio tanto para os produtores de pequeno porte e agricultores familiares como para os grandes empreendimentos, particularmente nos processos agroindustriais articulados com pequenos empreendimentos. Além disso, promove significativa eco-nomia de divisas para o país.

O relatório 815 do Ministério de Desenvolvimento Agrário es-tabeleceu como expectativa para 2007 a inserção de, pelo menos, 205 mil agricultores familiares envolvidos na produ-ção de matérias-primas para biodiesel, em uma área de cerca de 600 mil hectares. A perspectiva era movimentar 350 mi-lhões de reais, o que certamente contribui para a dinamiza-ção da economia principalmente nos pequenos municípios.

15 2006, Biodiesel no Brasil: Resultados socioeconômicos e expectativa futura, SAF, MDA.

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Outro aspecto de importância no processo de implementação do segmen-to do biodiesel diz respeito a sua regionalização, que pode promover o desenvolvimento socioeconômico pela oferta de empregos com aumento da renda local, principalmente no Nordeste. O Brasil possui natural voca-ção para a agropecuária, apresentando condições de clima e de solo que permitem o cultivo de grande variedade de oleaginosas, além de apresen-tar grande rebanho de suínos e bovinos, fontes de matérias-primas para o biodiesel.

Sob o olhar do potencial de geração de emprego e renda, além da produ-ção de matéria-prima, deve-se ter em conta as oportunidades que emer-gem ao longo da cadeia de fornecimento para o campo, assim como para o complexo industrial.

Podemos citar alguns dos setores que fornecem bens e serviços para o complexo agroindustrial e que serão impactados positivamente: fabri-cação de implementos agrícolas, adubos, sementes e produtos para adequação do solo, manutenção de equipamentos agrícolas, serviços de software para controle de produção e gestão e serviços técnicos de assistência agrícola, entre outros.

No aspecto de projetos e empreendimentos rurais e industriais é essencial avaliar a viabilidade econômica, considerando o volume mínimo de pro-dução; a assistência técnica; os fornecedores de equipamentos e serviços; as distâncias da produção agrícola em relação às respectivas unidades de processamento (usinas); a viabilidade logística e custos correspondentes; a disponibilidade de recursos financeiros para os investimentos fixos e capital de giro; os limitantes tecnológicos; as condições de clima; o solo; e a adaptação das espécies no caso de cultivo de oleaginosas. Também é preciso atenção para o zoneamento agrícola, que, além de indicar os lo-cais mais adequados para o cultivo, favorece a obtenção de financiamen-tos da área agrícola. Outros aspectos relevantes e mais peculiares para a

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região na qual se pretende realizar o investimento deverão ser avaliados conforme o tipo de empreendimento.

Os números mostram as perspectivas de crescente inves-timento no país para produção de biodiesel, sendo essa também uma tendência mundial. Os principais desafios estão ligados ao fato de ser um mercado nascente com um complexo agroindustrial em implantação. Fatores de toda ordem são de igual importância, tais como disponi-bilidade de recursos para investimentos fixos e custeio da produção agrícola, assistência técnica contínua que asse-gure produtividade e regularidade da produção, e desen-volvimento de pesquisas de novas oleaginosas e de proces-sos tecnológicos que minimizem custos de produção. Por último, mas também de igual importância, a manutenção e a adoção de políticas de estímulo ao uso e à produção do biodiesel que possibilitem o setor de biodiesel se con-solidar com confiança perante o mercado consumidor.

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Anexo 1. Relação de leis, normas e

portarias referentes ao biodiesel

Pré Programa Nacional de Produção do Biodiesel

Decreto de 02 de julho de 2003

Institui Grupo de Trabalho Interministerial encarregado de apresentar estudos sobre a viabilidade de utilização de óleo vegetal – biodiesel como fonte alternativa de energia, propondo, caso necessário, as ações necessárias para o uso do biodiesel.

Decreto de 23 de dezembro de 2003

Institui a Comissão Executiva Interministerial encarregada da implantação das ações direcionadas à produção e ao uso de óleo vegetal – biodiesel como fonte alternativa de energia.

Agência reguladora do mercado de biodiesel

Resolução ANP no 41, de 24 de novembro de 2004

Estabelece a regulamentação e obrigatoriedade de autorização da ANP para o exercício da atividade de produção de biodiesel. Revogada pela Resolução ANP No 25, de 02/09/08.

Resolução ANP no 25, de 02 de setembro de 2008

Estabelece a regulamentação e a obrigatoriedade de autorização da ANP para o exercício da atividade de produção de biodiesel.

Utilização de combustíveis

Portaria ANP no 240, de 25/08/2003Estabelece a regulamentação para a utilização de combustíveis sólidos, líquidos ou gasosos não especificados no País.

Resolução ANP no 02 de 29/01/2008

Estabelece a obrigatoriedade de autorização prévia da ANP para a utilização de biodiesel, B100, e de suas misturas com óleo diesel, em teores diversos do autorizado pela legislação vigente, destinados ao uso específico.

Abertura do mercado para o biodiesel

Lei no. 11.097, de 13 de janeiro de 2005

Dispõe sobre a introdução do biodiesel na matriz energética brasileira; altera as Leis 9.478, de 6 de agosto de 1997, 9.847, de 26 de outubro de 1999, e 10.636, de 30 de dezembro de 2002; e dá outras providências.

Decreto no 5.448, de 20 de maio de 2005

Regulamenta o § 1o do art. 2o da Lei no 11.097, de 13 de janeiro de 2005, que dispõe sobre a introdução do biodiesel na matriz energética brasileira, e dá outras providências.

Resolução CNPE no 3, de 23 de setembro de 2005

Reduz o prazo para o atendimento do percentual mínimo intermediário de dois por cento.

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Selo de Combustível Social

Instrução Normativa MDA no 01, de 05 de julho de 2005

Dispõe sobre os critérios e procedimentos relativos à concessão de uso do selo combustível social.

Instrução Normativa MDA no 02, de 30 de setembro de 2005

Dispõe sobre os critérios e procedimentos relativos ao enquadramento de projetos de produção de biodiesel ao Selo Combustível Social.

Comercialização e mercado

Resolução ANP no 42, de 24 de novembro de 2004

Estabelece a especificação para a comercialização de biodiesel que poderá ser adicionada ao óleo diesel na proporção de 2% em volume. Revogada pela Resolução ANP No 07 de 19/03/08.

Resolução ANP no 31, de 04 de novembro de 2005

Regula a realização de leilões públicos para aquisição de biodiesel. Revogada pela Resolução ANP no 33, de 30/10/2007.

Resolução ANP no 33, de 30/10/2007

Dispõe sobre o percentual mínimo obrigatório de biodiesel, de que trata a Lei no 11.097, de 13 de janeiro de 2005, referente ao ano de 2008, a ser contratado mediante leilões para aquisição de biodiesel, a serem realizados pela ANP. Revoga a Resolução ANP no 31, de 04/11/2005.

Resolução ANP no 45, de 11/12/2007

Estabelece que os produtores de óleo diesel, Petróleo Brasileiro S.A. – Petrobras e Alberto Pasqualini – Refap S.A., adquirentes nos Pregões Eletrônicos nos 069/07 – ANP e 070/07 – ANP, devem adquirir biodiesel, com o intuito de formar estoque, em volume superior à demanda mensal desse produto para atendimento ao percentual mínimo de adição obrigatória ao óleo diesel, nos termos da Lei no 11.097, de 16 de janeiro de 2005.

Resolução ANP no 02, de 29/01/2008

Estabelece a obrigatoriedade de autorização prévia da ANP para a utilização de biodiesel, B100, e de suas misturas com óleo diesel, em teores diversos do autorizado pela legislação vigente, destinados ao uso específico.

Resolução no 2 do CNPE, de 13/03/2008

Estabelece em 3%, em volume, o percentual mínimo obrigatório de adição de biodiesel ao óleo diesel comercializado ao consumidor final.

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Comercialização e mercado

Resolução ANP no 07, de 19/03/2008

Estabelece a especificação do biodiesel a ser comercializado pelos diversos agentes econômicos autorizados em todo o território nacional. Revoga a Resolução ANP no 42, de 24/11/04.

Resolução ANP no 08, de 25/03/2008Altera as Resolução ANP no 33, de 31/10/07, e no 45, de 12/12/07.

Resolução ANP no 21, de 10/07/2008Altera as Resolução ANP no 33, de 31/10/07, e no 45, de 12/12/07.

Tributação

Decreto No 5.298, de 6 de dezembro de 2004

Dispõe sobre os coeficientes de redução das alíquotas de contribuição para o PIS/Pasep e da Cofins, incidentes na produção e na comercialização de biodiesel, sobre os termos e as condições para a utilização das alíquotas diferenciadas, e dá outras providências.

Decreto No 5.297, de 6 de dezembro de 2004

Dispõe sobre os coeficientes de redução das alíquotas de contribuição para o PIS/Pasep e da Cofins, incidentes na produção e na comercialização de biodiesel, sobre os termos e as condições para a utilização das alíquotas diferenciadas, e dá outras providências.

Instrução Normativa SRF no 516, de 22 de fevereiro de 2005

Dispõe sobre o Registro Especial a que estão sujeitos os produtores e os importadores de biodiesel, e dá outras providências.

Instrução Normativa SRF no 526, de 15 de março de 2005

Dispõe sobre a opção pelos regimes de incidência da Contribuição para o PIS/Pasep e da Cofins, de que tratam o art. 52 da Lei no 10.833, de 29 de dezembro de 2003, o art. 23 da Lei no 10.865, de 30 de abril de 2004, e o art. 4o da Medida Provisória nº 227, de 6 de dezembro de 2004.

Financiamento

Resolução BNDES No 1.135 / 2004Programa de Apoio Financeiro a Investimentos em Biodiesel no âmbito do Programa de Produção e Uso do Biodiesel como Fonte Alternativa de Energia.

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Anexo 2. Relação de Centros

de Referência de biodiesel

Relação de instituições e redes que estão operando com estudos, programas,projetos e serviços tecnológicos no segmento de biodiesel no Brasil

Área de atuação

Instituição Objetivo Área de concentração

Nacional

Pólo Nacional de Biocombustíveis – PNB(1)

Contribuir para a produção sustentável e o uso de biocombustíveis, catalisando e facilitando as iniciativas no país e no exterior voltadas à redução dos custos de desenvolvimento tecnológico, produção, armazenagem e transporte dos biocombustíveis.

Estudos econômicos e técnicos

referentes ao segmento de biodiesel.

Custos Biodiesel nas cinco

regiões.

Programa Biodiesel.

Nacional

Universidade de Brasília (UnB)Instituto de Química – Laboratório de Materiais e Combustíveis(2)

Dentre as linhas de pesquisa do Laboratório de Materiais e Combustíveis destacam-se estudos sobre fontes alternativas.Realiza estudos com biodiesel e craqueamento de óleos vegetais para aprimorar tecnologias de produção.

Em 18 de janeiro de 2006, foi

inaugurada na UnB a primeira usina piloto do país para a obtenção de bio-óleo a partir do processo de craqueamento de óleos vegetais e gorduras.

Nacional

Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa)(3)

Gerar e transferir tecnologias de baixo impacto ambiental; desenvolver cultivares de algodão resistentes a doenças e adaptadas às condições do cerrado brasileiro; desenvolver cultivares de algodão adaptadas ao cultivo na região semi-árida; desenvolver cultivares de amendoim, gergelim e mamona adaptadas ao cultivo no Nordeste; fortalecer a agricultura familiar e o agronegócio; descobrir novas aplicações para os produtos estudados; integrar a agricultura à indústria e ao consumidor.

Neste Centro da Embrapa são

realizados estudos com referência à mamona e ao biodiesel.

Alguns estudos realizados:

Zoneamento da Mamona nos estados do Nordeste; Cadeia produtiva da Mamona.

continua

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Relação de instituições e redes que estão operando com estudos, programas,projetos e serviços tecnológicos no segmento de biodiesel no Brasil

Área de atuação

Instituição Objetivo Área de concentração

Nordeste

Rede Cooperativa de Biodiesel no Nordeste (Recombio)(4)

Avaliar o desempenho da combustão do gás natural e do biodiesel puro e em misturas de diferentes proporções em motores de combustão interna em dinamômetro de bancada e de chassi.

Alagoas

Programa de Biodiesel de Alagoas

Transformar o homem do campo em um empreendedor. Oferecer todas as condições necessárias para que o negócio do produtor cresça, disponibilizando sementes e assistência técnica.

A coordenação deste programa

é composta pela Secretaria Executiva de Planejamento e Orçamento (Seplan) e pelo Sebrae. O comitê gestor é composto por representantes de 18 instituições parceiras.

Zoneamento – elaborado o

projeto de um novo zoneamento, incluindo mais 33 cidades aptas para o plantio da mamona e outras oleaginosas.

Sementeira – instalação de três

sementeiras, em Ibateguara, Palmeira dos Índios e Arapiraca, para o fornecimento de sementes de qualidade aos agricultores.

Bahia

Rede Baiana de Biocombustíveis (RBB)(5)

Liderar o processo de definição e implementação de ações para que a Bahia se torne o estado mais competitivo no segmento de produção e comercialização de combustíveis alternativos.

Apoio a P&D e Rede Tecnológica e

Laboratorial.

Sistemas de Produção de

Oleaginosas.

Implantação de Unidades

Produtivas de Biodiesel e Competitividade Econômica.

Integração do Biodiesel à Pequena

Produção Familiar.continua

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Paraná

Programa Paranaense de Bioenergia(6)

Centro Brasileiro de Referência em Biocombustíveis (Cerbio)

Gerir e fomentar ações de pesquisa e desenvolvimento, aplicações e uso da biomassa no Paraná. Demonstrar a viabilidade técnica e econômica da utilização dos óleos de origem vegetal em substituição ao óleo diesel na movimentação de tratores e máquinas utilizadas nas propriedades rurais.

Usina semi-industrial para a

produção de biodiesel de girassol e do nabo forrageiro como matérias-primas para a fabricação de biodiesel; áreas para a validação agronômica de tais oleaginosas.

Testes em bancada com as

oleaginosas.

Programa monitorado de uso de

biodiesel em tratores e máquinas agrícolas está incluído no desenvolvimento do Programa.

Rio de Janeiro

Programa RioBiodiesel(7)

Idealizado pela Secretaria de Estado de Ciência, Tecnologia e Inovação do Rio de Janeiro.

Instalar unidades experimentais

de plantio e cultivo de espécies oleaginosas e de produção de óleo vegetal.

Instalar unidades experimentais

de processamento de matérias graxas voltadas para a produção de biodiesel (mini e micro plantas em escala experimental e plantas piloto).

Determinar as características

físico-químicas e propriedades indicadoras de qualidade do óleo vegetal e do biodiesel.

Estruturar a Rede Fluminense de

Tecnologia de Biodiesel.

Desenvolver atividades conjuntas

com o Governo e outros estados.

Orientar o desenvolvimento de

projetos na área de biodiesel com a utilização de Mecanismo de Desenvolvimento Limpo (MDL).

continua

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Relação de instituições e redes que estão operando com estudos, programas,projetos e serviços tecnológicos no segmento de biodiesel no Brasil

Área de atuação

Instituição Objetivo Área de concentração

Minas Gerais

Programa Mineiro de Desenvolvimento Tecnológico e Produção de Biodiesel (Soldiesel)(8)

Implementar ações em Minas Gerais destinadas ao desenvolvimento tecnológico e à produção de combustíveis renováveis.

Plantio aproximado de 250 mil

hectares de oleaginosas até 2008 para produção de B2, passando a 625 mil para a produção de B5 em 2013.

Ocupação aproximada de 75 mil

h/ano no campo para a produção de óleo B2, passando a 187,5 mil h/ano para a produção de B5.

Geração de renda direta para 100

mil famílias, correspondendo a 400 a 500 mil postos de trabalho até 2007.

Mato Grosso

Programa de Biocombustíveis do Estado de Mato Grosso (Probiomat)

Integrar o estado à Rede Nacional de Biodiesel, contribuindo no esforço para desenvolver tecnologias de produção e uso economicamente sustentável de biodiesel, contribuindo também para melhorar a inserção internacional do Brasil nas questões ambientais globais.

Núcleo Tecnológico do Probiomat

(rede de laboratório de pesquisa) como elo da Rede Brasileira de Biocombustíveis.

Financiamento de projetos de

pesquisa capazes de adequar a infra-estrutura laboratorial nas instituições parceiras.

Financiamento de projetos de

pesquisa capazes de desenvolver modelos de uso de energia elétrica em comunidades remotas, notadamente assentamentos rurais.

Estímulo à produção de oleaginosas

na escala familiar associativa.

Capacitação e treinamento

de equipe técnica na área (capacitação e qualificação).

Desenvolvimento permanente de

ações para o licenciamento de combustíveis alternativos.

continua

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Mato Grosso do Sul

Programa Estadual de Biodiesel do Mato Grosso do Sul

Desenvolver conhecimentos científicos e tecnológicos que permitam a utilização de óleos vegetais para a produção de biodiesel, a partir de sementes oleaginosas adaptadas à produção no cerrado, com sustentabilidade econômica e ambiental e impactos favoráveis na qualidade de vida.

Definição de parâmetros do óleo

in natura de nabo forrageiro.

Produção do biodiesel utilizando

óleo de nabo forrageiro. A produção do biodiesel do nabo forrageiro será realizada no Laboratório de Tecnologia Industrial da UFMS e parte das análises físico-químicas e térmicas será realizada na UCDB.

Desenvolvimento de pesquisa

agronômica para produção de matéria-prima (nabo forrageiro e mamona). O estudo agronômico para o cultivo das diferentes espécies será realizado na fazenda escola da UCDB.

Desenvolvimento de pesquisa

aplicada na utilização de biodiesel para geração de energia elétrica. A aplicação do biodiesel na geração de energia elétrica será realizada no laboratório de automação e geração de energia da Uniderp.

(1) www.polobio.esalq.usp.br.

(2) www.unb.br/iq/lmc/

Campos Universitário Darcy Ribeiro. Asa Norte, Brasília – DF. ICC Ala Sul BSS-141.

Caixa Postal 4478. CEP 70910-970. Tel.: (61) 3307-2162. Fax: (61) 3273-4142.

(3) www.cnpa.Embrapa.br/produtos/mamona/index.html

Embrapa Algodão. Rua Osvaldo Cruz, 1143 – Centenário. Caixa Postal 174

Campina Grande - PB, Brasil. CEP: 58107-720. Fone: (83) 3315-4300. Fax: (83) 3315-4367.

(4) www.cienam.ufba.br/Recombio.html.

(5) www.redebaianadebiocombustiveis.ba.gov.br

www.secti.ba.gov.br/biodiesel.

(6) www.iapar.br/biodiesel | www.tecpar.br

Centro Brasileiro de Referência em Biocombustíveis.

(7) www.secti.rj.gov.br Decreto do Programa Riobiodiesel.

(8) www.cetec.br/soldiesel.

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Anexo 3. Relação de Usinas piloto –

empreendimentos públicos e privados

Relação de plantas industriais biodiesel – junho de 2008

Usinas piloto em universidades e empresas

Nº Usina Região Estado Cidade

1 Funtac N AC Rio Branco2 UFPB N PB João Pessoa3 UFPI N PI Teresina4 Embrapa/IME N RR Mucajaí5 UFT N TO Palmas6 UFBA NE BA Salvador7 Uesc NE BA Ilhéus8 Bahia Biodiesel NE BA Jeremoabo9 Nutec NE CE Fortaleza

10 Jaibaras NE CE Sobral11 Fazenda Normal - Ematerce NE CE Quixeramobim12 Dnocs Usina Piloto 2 NE CE Piquet Carneiro13 Dnocs Usina Piloto 1 NE CE Tauá14 UFPE NE PE Recife15 Petrobrás ( Guamaré 1) NE RN Guamaré16 Petrobrás ( Guamaré 1) NE RN Guamaré17 UnB CO DF Brasília18 UFMT CO MT Cuiabá19 Cooperfeliz CO MT Feliz Natal20 Biomarca SE ES Cariacica21 Projebio SE MG Jaraguari22 Daterra Biodiesel SE MG Ouro Fino23 Cetec SE MG Belo Horizonte24 Austenbio Tecnologia em Biodiesel SE PR Londrina25 Pesagro SE RJ Campos de Goytacazes26 INT SE RJ Rio de Janeiro27 Coppe UFRJ SE RJ Rio de Janeiro28 Unicamp SE SP Campinas29 Grupo Marchiori SE SP Piracicaba30 Esalq SE SP Piracicaba31 Tecpar S PR Curitiba32 Ceter S PR Santa Helena33 Megapetro/UFRGS/UFPEL S RS Pelotas34 Afubra S RS Santa Cruz do Sul35 Fast S SC Capinzal

Fonte: Mapa Biodiesel – 1o semestre 2008 no site www.biodieselbr.com.br.

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Anexo 4. Fontes de consulta

sobre biodiesel

4.1. Sites governamentais que dispõem de informações estratégicas e operacionais, legislação, técnicas e creditícias sobre biodiesel

Portal Oficial do Biodiesel www.biodiesel.gov.brMinistério de Minas e Energia (MME)

www.mme.gov.brMinistério de Desenvolvimento Agrário (MDA)

www.mda.gov.brMinistério de Ciência e Tecnologia (MCT)

www.mct.gov.brMinistério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento

(MAPA) www.mapa.gov.brAgência Nacional do Petróleo, Gás Natural e

Biocombustíveis (ANP) www.anp.gov.brEmpresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária

(Embrapa) www.embrapa.gov.brEmpresa de Pesquisa Agropecuária de Minas Gerais

(Epamig) www.epamig.brBanco Nacional de Desenvolvimento Econômico e

Social (BNDES) www.bndes.gov.brBanco do Brasil – agronegócios www.bb.gov.br

4.2 Alguns sites específicos da área de Agroenergia – tema Biodiesel

Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas

Empresas (Sebrae) http://www.sebrae.com.br/setor/agroenergiaPetróleo Brasileiro S.A. (Petrobras)

www.petrobras.com.brAssociação Brasileira das Indústrias de Biodiesel

www.abiodiesel.org.br

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Associação Brasileira das Indústrias de Óleos Vegetais

www.abiove.com.brPortal do Biodiesel.Br www.biodieselbr.comPortal Agronegócio www.portaldoagronegocio.com.brPortal CarbonoBrasil www.carbonobrasil.com

4.3 Sites em inglês

International Energy Agency (IEA) – Agência Internacional de

Energia www.iea.orgEuropean Biodiesel Board – Conselho Europeu de Biodiesel

www.ebb-eu.orgNational Biodiesel Board – Associação Comercial Americana para

o biodiesel www.biodiesel.org

4.4 Algumas publicações – periódicos e revistas que tratam do tema

Revista Biodiesel – Editora Letra Boreal

Revista BiodieselBr

Globo Rural – Editora Globo

Dinheiro Rural – Editora Três

Anuário Biodiesel – Editora Sarahy

4.5 Documentos consultados

2005, Plano Nacional de Agroenergia 2006-2011–

Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa);2006, Biodiesel no Brasil: Resultados socioeconômicos e

expectativa futura – Secretaria de Agricultura Familiar (SAF), Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA);

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2006, Manual do Biodiesel, editores Edgar Blucher, Jon

van Gerpen, Jurgel Krahl, Luis Pereira Ramos – tradução de Luiz Pereira Ramos – Editora Edgard Blucher;2006, A Biodiesel Primer: Market & Policy

Developments, Quality, Standards & Handings – Methanol Institute and International Fuel Quality Center;2006, Mapa do Biodiesel 2007, editado pelo site

Biodiesel.br;2007, O Biodiesel no Brasil: panorama, perspectivas

e desafios, autores Fabiana Ortiz Tanoue Mello, Luiz Fernando Paulillo e Carlos Eduardo de Freitas Vian – informações econômicas, SP, v. 37, nº 1;Biodiesel Unit Conversions, pg 30 A biodiesel Primer:

Market & Policy Developments, Quality, Standards & Handings, Methanol Institute and International Fuel Quality Center, april 2006 – traduzido;Balanço Energético Nacional (BEN), Empresa de

Pesquisa Energética (EPE) e Ministério das Minas e Energia (MME) – 2006, 2007 e 2008;2008, Global Agricultural Supply na Demand:

Contributing to the Recent Increase in Food Commodity Prices/WRS-0801 Economic Research Service/USDA, Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) (sigla em inglês), documento técnico;O futuro da indústria: biodiesel: coletânea de artigos

/ coordenadores José Rincon Ferreira, Carlos Manuel Pedroso Neves Cristo – Brasília : MDIC-STI/IEL, 2006. 145 p. : il. – (Série Política Industrial, Tecnológica e de Comércio Exterior, 14).Uma aventura tecnológica num país engraçado,

Expedito Parente;

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Unidades Sebrae no Brasil

SEBRAE ACRERua Rio Grande do Sul, 109 – Centro CEP: 69903-420 – Rio Branco/ACFone: (68) 3216-2100

SEBRAE ALAGOASRua Dr. Marinho de Gusmão, 46 – CentroCEP: 57020-560 – Maceió/ALFone: (82) 3216-1600

SEBRAE AMAZONAS Rua Leonardo Malcher, 924 – Centro CEP 69010-170 – Manaus/AMFone: (92) 2121-4900

SEBRAE AMAPÁAv. Ernestino Borges, 740 – Bairro do LaguinhoCEP: 68908-010 – Macapá/APFone: (96) 3214-1400/1408

SEBRAE BAHIA Travessa Horácio César, 64 – Largo dois de JulhoCEP: 40060-350 – Salvador/BAFone: (71) 3320-4300 | 0800-284000

SEBRAE CEARÁAv. Monsenhor Tabosa, 777 – Praia de IracemaCEP: 60165-011 – Fortaleza/CEFone: (85) 3255-6600

SEBRAE DISTRITO FEDERALSIA Trecho 03, Lote 1580CEP: 71200-030 – Brasília/DFFone: (61) 3362-1600

SEBRAE ESPÍRITO SANTOAv. Jerônimo Monteiro, 935 – CentroCEP: 29010-003 – Vitória/ESFone: 0800-399192

SEBRAE GOIÁSAv. T-3 N, 1000 – Setor BuenoCEP: 74210-240 – Goiás/GOFone: (62) 3250-2000

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SEBRAE MARANHÃOAv. Prof. Carlos Cunha, s/nº – JaracatyCEP: 65076-820 – São Luiz/MAFone: (98) 3216-6166

SEBRAE MATO GROSSO Av. Historiador Rubens de Mendonça, 3999 – CPACEP: 78050-904 – Cuiabá/MTFone: (65) 3648-1200

SEBRAE MATO GROSSO DO SULAv. Mato Grosso, 1661 – CentroCEP: 79002-950 – Campo Grande/MSFone: (67) 2106-5511 | 08007035511

SEBRAE MINAS GERAISAv. Barão Homem de Melo, 329 – Nova SuíçaCEP: 30460-090 – Belo Horizonte/MGFone: (31) 3269-0180

SEBRAE PARÁ Rua Municipalidade, 1461 – Bairro do UmarizalCEP: 66050-350 – Belém/PAFone: (91) 3181-9000

SEBRAE PARAÍBAAv. Maranhão, 983 – Bairro dos Estados CEP: 58030-261 – João Pessoa/PBFone: (83) 3218-1000

SEBRAE PARANÁRua Caeté, 150 – Prado Velho CEP: 80220-300 – Curitiba/PRFone: (41) 3330-5800

SEBRAE PERNAMBUCORua Tabaiares, 360 – Ilha do Retiro.CEP: 50750-230 – Recife/PEFone: (81) 2101-8400

SEBRAE PIAUÍAv. Campos Sales, 1046 – Centro NorteCEP: 64000-300 – Teresina/PIFone: (86) 3216-1300

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SEBRAE RIO DE JANEIRORua Santa Luzia, 685 – 7º, 8º e 9º andares – CentroCEP: 20030-041 – Rio de Janeiro/RJFone: 0800-7282020

SEBRAE RIO GRANDE DO NORTEAv. Lima e Silva, 76 – Lagoa Nova CEP: 59075-970 – Natal/RNFone: (84) 3616-7900 | 3616-7954 | 0800842020

SEBRAE RIO GRANDE DO SULAv. Sete de Setembro, 555 – CentroCEP: 90010-190 – Porto Alegre/RSFone: (51) 3216-5006

SEBRAE RONDÔNIAAv. Campos Sales, 3421 – Bairro OlariaCEP: 78902-080 – Porto Velho/ROFone: (69) 3217-3800

SEBRAE RORAIMAAv. Major Willians, 680 – São PedroCEP: 69301-110 – Boa Vista/RRFone: (95) 3623-1700

SEBRAE SANTA CATARINAAv. Rio Branco, 611 – CentroCEP: 88015-203 – Florianópolis/SCFone: (48) 3221-0800 | 0800-483300

SEBRAE SÃO PAULORua Vergueiro, 1117 – Paraíso CEP: 01504-001 – São Paulo/SPFone: 0800 780202

SEBRAE SERGIPEAv. Tancredo Neves, 5500 – América CEP: 49080-470 – Aracaju/SEFone: (79) 2106-7700

SEBRAE TOCANTINS102 Norte, Av. Lo 4, Conjunto 01, Lote 1Plano Diretor Norte. CEP: 77006-006 – Palmas/TOFone: (63) 3223-3300

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Projeto GráficoRibamar Fonseca (Supernova Design)

MontagemMayra Fernandes e Henrique Macedo (Supernova Design)

RevisãoAlessandro Mendes (Azimute Comunicação)

Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas – SebraeSEPN Quadra 515 – Bloco C – Loja 3270770-900 – Brasília – DFFone: (61) 3348-7100 — 0800-5700800www.sebrae.com.br

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