BIOSSEGURANÇA EM
LABORATÓRIO Profª Ma. Nayara Sousa
INTRODUÇÃO AO ESTUDO DA
BIOSSEGURANÇA
A Biossegurança é conceituada como a condição de
segurança alcançada por um conjunto de ações destinadas
a prevenir, controlar, reduzir ou eliminar riscos inerentes às
atividades que possam comprometer a saúde humana,
animal e o meio ambiente (ANVISA, 2015)
Ciência surgida no século XX, voltada para o controle e a
minimização de risco advindos da prática de diferentes
tecnologias. (Comissão Técnica Nacional de Biossegurança
– CTNBio).
A Biossegurança, é considerada, na Saúde do
Trabalhador, parte integrante da Segurança e da
Higiene do Trabalho, que se preocupa com os
trabalhadores da área de saúde e afins, em cujos
ambientes de trabalho estão presentes não somente os
fatores de riscos biológicos, mas outros que podem
diretamente agravar a saúde ou podem ser
desencadeadores de acidentes biológicos (VIEIRA;
LAPA, 2006).
Biossegurança
Hospitais
Laboratório
Universidades
UBS
Hemocentro
Indústrias
A presença de normatizações de biossegurança em
ambientes laboratoriais, hospitais ou outros
estabelecimentos é indicada através do símbolo:
Símbolo de identificação da biossegurança.
Fonte: DRUMOND. T, 2011.
Importância
- Garante aos trabalhadores, rotinas
seguras e estabelece medidas que
evitem acidentes comuns no ambiente
laboratorial.
- Os trabalhos desenvolvidos no
laboratório devem garantir segurança
profissional ao trabalhador, dentro da
sua área de atuação.
Os laboratórios devem ter uma comissão de biossegurança,
responsável pela elaboração de manuais dentro da legislação
vigente.
Outras atribuições podem ser listadas como:
- Investigar os acidentes ocorridos e suas causas, buscando
soluções para corrigi-los;
- Coordenar o destino correto dos rejeitos;
- Garantir o treinamento dos funcionários;
- Elaborar um plano de biossegurança para o laboratório.
RISCO e PERIGO
RISCO é o perigo mediado pelo conhecimento que se tem
da situação. É o que temos como prevenir.
PERIGO existe enquanto não se conhece a situação. É o
desconhecido ou mal conhecido.
Atividade de risco são as capazes de proporcionar
dano, doença ou morte.
História da
Biossegurança
História da
Biossegurança
A principal lei de Biossegurança Brasileira é a n° 11. 105 de 24
de março de 2005, que norteia os pesquisadores questões
relativas a pesquisas cientificas como células-tronco
embrionárias e a pesquisa com os Organismos
geneticamente modificados (OGMs).
Comissão Técnica Nacional de Biossegurança (CTNBio) - lei
8.974 de o5 de Janeiro de 2005: confere o grau de
periculosidade dos laboratórios e estabelece os níveis de
concentração e tratamento dos resíduos;
Legislação atual sobre Biossegurança
Dicas de Biossegurança
Utilizar sempre os EPIs no ambiente do Laboratório;
Lavar sempre as mãos antes e depois do uso do laboratório;
Após utilizar qualquer material descartar em local
adequado;
Materiais de vidraria devem ser autoclavados e guardados
em locais seguros;
Não deixar nenhum material sobre a bancada;
Dentro do laboratório, manter atenção durante a realização
dos trabalhos;
Organizar o laboratório ao término da prática;
Ficar atento as indicações de segurança no laboratório;
Princípios de Biossegurança
COMO NOS PROTEGER DURANTE
O TRABALHO EM LABORATÓRIO?
PRECAUÇÕES PADRÃO
Lavagem das Mãos
Manipulação de Instrumentos e Materiais
Manipulação de Materiais Cortantes e de Punção
Ambiente e Equipamentos
Roupas e Campos de Uso no Paciente
Vacinação
Manipulação de Instrumentos e Materiais
Cortantes e de Punção
Instrumentos pérfuro-
cortantes devem ser
descartados em caixas
apropriadas, rígidas e
impermeáveis que
devem ser colocadas
próximo a área em que
os materiais são usados.
Manipulação de Instrumentos e Materiais
Cortantes e de Punção
Nunca deve-se reencapar agulhas após o uso.
Não remover com as mãos agulhas usadas das seringas
descartáveis e não as quebrar ou entortar.
Para a reutilização de seringa anestésica descartável
reencapar a agulha introduzindo-a no interior da tampa
e pressionando a tampa ao encontro da parede da
bandeja clínica de forma a nunca utilizar a mão
Como e quando usar luvas?
Usar luvas de procedimento, nãoestéril, quando houver possibilidadede tocar em sangue, fluídoscorporais, membranas mucosas, pelenão íntegra e qualquer itemcontaminado, de todos os clientes;
Lavar as mãos imediatamente após aretirada das luvas;
Trocar as luvas entre umprocedimento e outro;
Calçar as luvas imediatamente antesdo cuidado a ser executado,evitando contaminação prévia dasmesmas;
Luvas cirúrgicas
Estando de luvas, não manipule objetos fora do campo de trabalho;
Retirar as luvas imediatamente após o término da atividade;
Removê-las sem tocar na parte externa das mesmas;
Usar luvas adequadas para cada procedimento.
- Luvas cirúrgicas estéreis;
- Luvas de procedimentos não estéreis.
Como e quando usar luvas?
Luvas de procedimento
Luvas de borracha
O uso do Jaleco é
uma exigência de
biossegurança
HIGIENIZAÇÃO DAS MÃOS
É a medida individual mais simples e menos dispendiosa paraprevenir a propagação das infecções relacionadas à assistênciaà saúde.
Higienização das mãos = lavagem das mãos
INDICAÇÃO DA LAVAGEM DAS MÃOS:
após tocar fluidos, secreções e itens contaminados;
após a retirada das luvas;
antes de procedimentos no paciente;
entre contatos com pacientes;
entre procedimentos num mesmo paciente;
antes e depois de atos fisiológicos;
antes do preparo de soros e medicações.
As técnicas de higienização das mãos podem variar,dependendo do objetivo ao qual se destinam.
Podem ser divididas em:- Higienização simples das mãos.- Higienização anti-séptica das mãos.- Fricção de anti-séptico nas mãos.- Anti-sepsia cirúrgica ou preparo pré-operatório
A eficácia da higienização das mãos depende daduração e da técnica empregada.
PARA LEMBRRAR!
Antes de iniciar qualquer uma dessas técnicas, é necessário retirar
jóias (anéis, pulseiras, relógio), pois sob tais objetos podem acumular
microrganismos. (Exigência da NR-32)
Lavagem
correta
das mãos
Níveis de Biossegurança
Os estabelecimentos laboratoriais, clínicas e hospitais para
melhor desempenharem suas atividades são classificados
em níveis de biossegurança.
Os níveis de biossegurança foram criados em ordem
crescente, de acordo com o grau de proteção
proporcionado aos trabalhadores do laboratório, ao meio
ambiente e à comunidade.
NB1 – Nível de Biossegurança 1
Níveis adequados a manipulação de agentes biológicos
conhecidos por não causarem doenças em adultos
sadios.
O laboratório não está separado das demais
dependências da edificação.
O trabalho é conduzido, em geral, em bancada, com
adoção das boas práticas laboratoriais (BPL).
NB1 – Nível de Biossegurança 1
NB2 - Nível de biossegurança 2
Níveis adequados a manipulação de agentes biológicos cujo
risco individual é moderado e baixo para a comunidade.
Podem provocar infecções, porém se dispõe de medidas
terapêuticas e profiláticas eficientes . Risco de propagação
ilimitado.
Se aplica aos laboratórios clínicos ou hospitalares de níveis
primários de diagnóstico, sendo necessário, além da adoção das
boas práticas, o uso de barreias físicas primárias (cabine de
segurança biológica e EPIS) e secundárias (desenho e
organização do laboratório).
NB2 - Nível de biossegurança 2
NB3 - Nível de biossegurança 3
Nível adequado à manipulação de agentes biológicos com
potencial de transmissão por via e a causarem patologias
potencialmente letais, para as quais existem usualmente
medidas de tratamento e imunização.
Para este nível de contenção são requeridos além dos itens
referidos no nível 2, desenho e construção laboratoriais
especiais.
Deve ser mantido controle rígido quanto a operação,
inspeção e manutenção das instalações e equipamentos e o
pessoal técnico deve receber treinamento específico sobre
procedimentos de segurança para a manipulação destes
microrganismos.
NB3 - Nível de biossegurança 3
NB4 - Nível de biossegurança 4
Nível adequado a manipulação de agentes biológicosexóticos ou perigosos com alto poder de transmissibilidadepor via respiratória ou transmissão desconhecida e de altaletalidade. Não há medida profilática ou terapêutica eficaz .
Laboratório de contenção máxima, destina-se a manipulaçãode microrganismos da classe de risco 4, onde há o mais altonível de contenção, além de representar uma unidadegeográfica e funcionalmente independente de outras áreas.
Esses laboratórios requerem, além dos requisitos físicos eoperacionais dos níveis de contenção 1, 2 e 3, barreiras decontenção (instalações, desenho equipamentos deproteção) e procedimentos especiais de segurança.
NB4 - Nível de biossegurança 4
Classificação dos Riscos ambientais
O ambiente de um laboratório de microbiologia exige
cuidados, podemos classificar esses riscos em 05 tipos,
segundo a Portaria nº 3.214 de 08 de junho de 1978 NR -
5 da Comissão Interna de Prevenção de Acidentes:
1. Riscos de Acidentes
2. Riscos Ergonômicos
3. Riscos Físicos
4. Riscos Químicos
5. Riscos Biológicos
Riscos de acidentes: qualquer fator que coloque o
trabalhador em situação de perigo e possa afetar sua
integridade, bem estar físico e moral. Ex: as máquinas e
equipamentos sem proteção, probabilidade de incêndio e
explosão, arranjo físico inadequado, armazenamento
inadequado.
Riscos ergonômicos: qualquer fator que possa interferir nascaracterísticas psicofisiológicas do trabalhador causando
desconforto ou afetando sua saúde. Ex: o levantamento e
transporte manual de peso, o ritmo excessivo de trabalho, a
monotonia, a repetitividade, a responsabilidade excessiva, a
postura inadequada de trabalho, o trabalho em turnos.
Riscos Físicos (formas de energia como ruídos, vibrações,
pressões anormais, radiações ionizantes ou não, ultra e infra-
som (NR-09 e NR-15).
Riscos Químicos (substâncias, compostos ou produtos que
podem penetrar no organismo por via respiratória,
absorvidos pela pele ou por ingestão, na forma de gases,
vapores, neblinas, poeiras ou fumos (NR-09, NR-15 e NR-32).
Riscos biológicos: São os
seguintes agentes:
Bactérias, Fungos,
Parasitas, Vírus, Clamídias,
Prions.
Sendo divididos em
CLASSES, por ordem
crescente de risco.
Agentes Biológicos
FERIMENTOS OU
LESÕES NA PELE
CUTÂNEA
INGESTÃO DE MATERIAL
OU ALIMENTAÇÃO
CONTAMINADA
DIGESTIVA
ASPIRAÇÃO DE AR
CONTAMINADO
RESPIRATÓRIA
VIAS DE CONTAMINAÇÃO
Mapa de Risco
É a expressão gráfica de distribuição dos riscos envolvidos emum processo de trabalho realizado em um ponto específico.”
- Grupo 1: Riscos Físicos, identificados pela cor verde. Ex. ruído,calor, frio, pressões, umidade, radiações ionizantes e não-ionizantes, vibração, etc.
- Grupo 2: Riscos Químicos , identificados pela cor vermelha. Ex:poeiras, fumos, névoas , neblinas, etc.
- Grupo 3: Riscos Biológicos, identificados pela cor marrom. Ex:fungos, vírus, parasitas, bactérias, protozoários, insetos, etc.
- Grupo 4: Riscos Ergonômicos identificados pela cor amarela. Ex:levantamento e transporte manual de peso, monotonia,repetitividade, responsabilidade, ritmo excessivo, posturasinadequadas de trabalho, trabalho em turnos, etc.
- Grupo 5: Riscos de Acidentes, indicados peia cor azul. Ex: arranjofísico inadequado, iluminação inadequada, incêndio e explosão,eletricidade, máquinas e equipamentos sem proteção, quedas eanimais peçonhentos.
RAIVA
DENGUEMICRO
SALA DOSFREEZERES
W.C
W.C
MATERIAL
ALMOXARIFADO ESCRITÓRIO
SOROLOGIA
MICRO
C.S.B
CULTURA CELULAR
CIRCULAÇÃO
Mapa de Risco Ambiental LACEN - PRSeção: Virologia Data Elaboração: 04.09.02
E la b o r a d o p e la C o m is s ã o I n t e rn a d e B io s s e g u ra n ç aR e s p o n s á v e is : Ir e n e S k ra b a e M a r ia E m i l ia A r a c e m a P e l l is s a r i
Intensidade do Risco
Grande
Médio
Pequeno
Tipo de Risco
Físico
Químico
Biológico
Ergonômico
Acidentes
Recomendações
- Uso de EPI s e EPC´s
- Manutenção de Equipamentos
- Conhecimento dos POP´s
- Treinamento em Biossegurança
- 73% das pessoas saem do banheiro com as
mãos contaminadas;
- Após duas horas 77% exibem o mesmo germe na boca
- 50% das pessoas saem do banheiro sem lavar as mãos
Moriya T. et al. ASSEPSIA E ANTISSEPSIA: TÉCNICAS DE ESTERILIZAÇÃO. Medicina (Ribeirão Preto) 2008; 41 (3): 265-73.
CURIOSIDADES!!!!
DEFINIÇÕES
Assepsia: é o conjunto de medidas que utilizamos para
impedir a penetração de microrganismos num ambiente
que logicamente não os tem, logo um ambiente
asséptico é aquele que está livre de infecção.
Antissepsia: é o conjunto de medidas propostas para inibir
o crescimento de microrganismos ou removê-los de um
determinado ambiente, podendo ou não destruí-los e
para tal fim utilizamos antissépticos ou desinfetantes.
Moriya T. et al. ASSEPSIA E ANTISSEPSIA: TÉCNICAS DE ESTERILIZAÇÃO. Medicina (Ribeirão Preto) 2008; 41 (3): 265-73.
Degerminação: “Refere-se à erradicação total ou
parcial da microbiota da pele e/ou mucosas por
processos físicos e/ou químicos.”
Esterilização: “Processo que garante a completa
ausência de vida sob qualquer forma.”
OS ANTISSÉPSTICOS
Um antisséptico adequado deve exercer a
atividade germicida sobre a flora cutâneo-mucosa
em presença de sangue, soro, muco ou pus, sem
irritar a pele ou as mucosas.
Os agentes que melhor satisfazem as exigências
para aplicação em tecidos vivos são os iodos, a
clorhexidina, o álcool e o hexaclorofeno.
Meios de esterilização
FÍSICOS
• Calor seco- Estufa- Flambagem(chama)- Fulguração(eletricidade)• Calor úmido- Fervura- Autoclave• Radiações- Raios alfa- Raios gama- Raios x
• Químicos- Desinfetantes
Prevenir é melhor que remediar!!!
Aspectos técnicos em cirurgia, N. F. Margarido, ano V, volume
II.
Higienização das mãos em serviço de saúde, ANVISA, 2007.
Técnica cirúrgica: Bases Anatômicas,Fisiopatológicas e
Técnicas da Cirurgia, Goffi, 4ª edição, 2006.
OPPERMANN, Carla Maria, Lia Capsi Pires. Manual de
biossegurança para serviços de saúde. Porto Alegre,PMPA /
SMS/CGVS, 2003.
PIANUCCI. Ana, Saber cuidar – Procedimentos Básicos em
Enfermagem. Senac – SP, 2003.
Referências Bibliográficas
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