Confira as novidades da
terceira edição do
Prêmio Bom Gourmet
Culinária paranaense é o tema do
Desafio do Chef. Mande
sua receita
A mandioca é a base de inúmeros pratos regionais, de norte a sul do Brasil. Por ser muito versátil, combina bem em preparações salgadas e doces
ouro brasileiro
junho 2012 :: nº 21 :: Ano 2
4 GAZETA DO POVO junho de 2012 bom gourmet
[menu
Vários mitos e lendas indígenas envolvem o tema de capa deste mês. A mais conhecida explicaria a origem do nome mandioca. Mani era uma indiazinha que morreu sem ficar doente e sem sofrer. Enterrada na própria oca,
como era a tradição, todos os dias os índios iam visitá-la e chora-vam sobre sua sepultura, até que nela surgiu uma planta desco-nhecida. Após cozinharem e provarem a raiz entenderam que se tratava de um presente do Deus Tupã. Deram à raiz o nome de Mani e como nasceu na oca foi chamada de manioca, que hoje conhecemos como mandioca.
Hoje, esta iguaria, muito rica nas terras tupiniquins há cen-tenas de anos, é base de muitos alimentos, do norte ao sul do país. E por ser nesta época mais saborosa e macia, resolvemos mostrar como aproveitá-la melhor, além das opções frita e cozida. E os chefs nos ajudaram, e muito, nesta missão. Você vai ver pratos muito interessantes e simples, como o creme de mandioca, o nho-que e até o brigadeiro (uma delícia!).
Outro assunto que tem tudo a ver com o friozinho, são as sopas. E para sair das tradicionais resolvemos mostrar opções exóticas, com cerveja e banana-da-terra. Formas alternativas de preparo também aparecem no passo a passo do tamales, uma iguaria mexicana parecida com a nossa pamonha, porém recheada com carnes, legumes ou doces. Será que por aqui esta sugestão agrada?
E olhe só o que está de volta e vai movimentar a cidade nos próximos meses: o Prêmio Bom Gourmet 2012! A categoria Sabor Popular aceita as indicações dos leitores de Curitiba. Mas, se você conhece iguarias em Londrina e Maringá também dê suas sugestões. Este ano teremos a eleição dos sabores populares nestas duas cidades também.
Estou esperando a sua participação, entre no site e faça as suas indicações!
Deise [email protected]
Presente dos deuses
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Passo a Passo – Aprenda a fazer tamales, uma iguaria mexicana muito parecida com a pamonha
Notas báquicas – Guilherme Rodrigues e a rixa entre os vinhos clássicos e os modernos
ENtrEvista – Alan Burnel, o simpático francês apaixonado pelo Brasil
bar do cElso – Cerveja também vai bem com queijo. Aprenda a fazer a harmonização
[entrada
[petiscos
ExpEdiEntE
A revista Bom Gourmet é uma publicação da Gazeta do Povo. Diretora de Redação: Maria Sandra Gonçalves.Edito ra Execu tiva: Andréa Sorgenfrei. Edição: Deise Campos. Edito r Web: Carlos
Coelho. Edito r Execu tivo de Imagem: Marcos Tavares. Edito res de Arte: Acir Nadolny e Dino R. Pezzole. Projeto Gráfico: Dino R. Pezzole, Joana dos Anjos e Marcos Tavares. Diagra ma ção: Joana
dos Anjos e Allan Reis. Tratamento de Imagem: Edilson de Freitas, Mauro Cichon e Marcos Luiz Navarro. Capa/Foto: Alexandre Mazzo. Re da ção: (41) 3321-5494. Fax: (41) 3321-5472. Co mer cial:
(41) 3321-5904. Fax: (41) 3321-5300. E-mail: bomgourmet@ga zeta do povo. com.br. Endereço: R. Pedro Ivo, 459. Curi tiba-PR. CEP: 80.010-020. Não pode ser vendido separadamente. Impressão
e acabamento: Gráfica Editora Posigraf.
próxima edição 19 de julho
MaNdioca – Ela derrete com facilidade nesta época do ano. Pão de queijo, barreado, tapioca, vaca atolada, cremes e doces são alguns pratos feitos a partir desta iguaria centenária
9PrêMio – Você também pode ajudar a eleger o Sabor Popular de Curitiba, Londrina e Maringá
6dEsafio do chEf – Mande suas receitas com o tema culinária paranaense
[gourmet na redeQuer saber o que mais repercutiu no site e nas mídias sociais do Bom Gourmet neste mês? Confira os assuntos mais quentes:
On-linESiga o Bom Gourmet no Twitter (www.twitter.com/gpbomgourmet)
e no Facebook (www.facebook.com.br/gpbomgour met) ou mande um
e-mail para [email protected]
Para celebrar o dia nacional do café, 24 de maio, fizemos um vídeo mostrando como escolher e preparar cafés especiais. Quem ensina é uma das maiores especialistas do mundo na bebida, a barista curitibana Carolina Franco de Souza, do Lucca Cafés Especiais. Você pode rever o vídeo em www.gazetadopovo.com.br/bomgourmet
Para divulgar a promoção de dia dos namorados, que deu jantares românticos a 14 casais de Curitiba, criamos peças de divulgação que deram o que falar no Facebook. Os quadrinhos, que traziam frases ligando amor à gastronomia, foram muito compartilhados e curtidos na rede social.
O Bom Gourmet conseguiu uma grande façanha: vestir o homem nu, na Praça Dezenove de Dezembro, no Centro. A estátua ganhou avental e chapéu de cozinheiro para divulgar o concurso Desafio do Chef. As fotos fizeram sucesso no Facebook e no Twitter, com muitos compartilhamentos.
“Muito bom o jantar de ontem [12 de junho] com o meu amor no Restaurante Vila Roti. O atendimento foi excepcional e a comida deliciosa demais! Valeu a pena.”
William Souza de Almeida (via Facebook).
Aniele Nascimento / Gazeta do Povo
PATROCÍNIO
ViVian Faria, especial para a Gazeta do poVo
:: “Fortes concorrentes para a final”. Foi assim que a chef Manu Buffara definiu os pratos vencedores da terceira etapa do Desafio do Chef, que foi realizada no dia 6 de junho, com o tema carnes vermelhas. As receitas de Walter Fernando Montenegro Vivar e Gerson Fabiano Almeida, preparos com língua de boi e paleta de carneiro, respectivamente, foram escolhidas para irem à final.
Manu enfatizou desde o início da prova a importância de os candidatos conhecerem a carne escolhida para os pratos. “Cada carne tem um tempo de preparo e é muito importante saber o ponto de cada uma”, alertou a chef.
na fase de carnes vermelhas
foram selecionados um prato
com língua de boi e um com
paleta de carneiro. Agora
é a vez das receitas da
gastronomia paranaense
Prepare-se para a última etapa
[concurso
InscrIções
Confira as próximas etapas:
GAStrOnOmiA pArAnAEnSEDe 21 de junho a 1º de julho.
prOvA FinAlCom os vencedores de cada etapa anterior. Data a definir.
O formulário para inscrição e o regulamento
estão disponíveis no www.gazetadopovo.
com.br/bomgourmet/desafiodochef
Além de estar no ponto certo, a língua de boi ao molho de coentro sobre quinoa farofada com pinhão e caqui confitado do músico peruano Walter Vivar, 44 anos, chamou a atenção pela mistura entre elementos da gastronomia do Peru (quinoa) e da culinária paranaense (pinhão). Do Damasplum de Cordeiro (paleta de cordeiro ao molho de ameixa e damasco) do engenheiro civil Gerson Almeida, 35 anos, a chef destacou a suculência da carne e a combinação das frutas na composição do molho.
APOIO
FiQuE liGAdOAo longo da semana, no site
www.gazetadopovo.com.br/bomgourmet/desafiodochef, o chef Celso Freire dará
dicas de preparo de pratos da culi-
nária paranaense. Confira também
um vídeo com os bastidores da prova
desta etapa e os pratos executados.Foto
s: A
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ovo
A língua de boi, preparada pelo músico Walter Vivar, encantou a
jurada Manu Buffara pela mistura de elementos peruanos e brasileiros.
Última categoriaA próxima – e última – etapa do Desafio do Chef está com as inscrições abertas. Até o dia 1.º de julho, os leitores (exceto cozinheiros profissionais) podem inscrever receitas com o tema gastronomia paranaense. O jurado da próxima fase é o chef Celso Freire.
Freire aposta mais na utilização de ingredientes da culinária do Paraná, como o pinhão, a linguiça Cracóvia, a quirerinha, o mate e a polenta, do que apenas na releitura de receitas consagradas, como o barreado ou o carneiro no buraco. “Os candidatos podem buscar os ingredientes nas etnias [que compõem a base cultural do Paraná]”, diz o chef. Segundo ele, para um bom resultado, é preciso que os participantes pesquisem, entendam de onde vem o produto escolhido para a receita e como ele é utilizado originalmente.
o engenheiro Gerson Almeida apostou na suculência do carneiro combinado com o molho frutado.
[gôndola
Acompanhamento:: Seja para acompanhar refeições ou servir como aperitivo, a DanCake disponibiliza ao mercado brasileiro tostas de luxo no sabor Mediterrâneo (tomate e azeite), que combinam com antepastos, como abobrinha grelhada no azeite, caponata ou tomate seco.
OndE COmprAr
Empório Santa Genoveva. Shopping Crystal –
(41) 3024-2490. Cada caixa custa R$ 8,70.
Azeite trufado :: Os azeites de trufa branca da Zaeli são uma opção para os que desejam incrementar o sabor das refeições. O produto, um azeite extravirgem aromatizado com a trufa, pode ser combinado com massas, arroz, carnes e sopas, e vem em embalagens de 250 ml com vidro escuro, que o protege da claridade.
OndE COmprAr
Informações: 0800 44 22 88.
Frutos do mar defumados:: Estão à venda em Curitiba os produtos da Marithimu’s Frutos do Mar – ostra, polvo, mexilhão, truta e salmão defumados, que vêm em conservas de 200 g em óleo comestível. Podem ser consumidas como aperitivo ou utilizadas em receitas de massas, saladas, patês e risotos. Os produtos também são vendidos em kits (ostra, mexilhões e truta ou mexilhões, truta e salmão) de 300 g.
OndE COmprAr
Casa da Azeitona. Avenida Iguaçu, 481 – (41) 3078-
9470 e Armazém Seu Luiz. Avenida Sete de
Setembro, 6.131 – (41) 3068-6101.
Preço: de R$ 14,50 a R$ 29,90. No site da Marithimu’s
– www.especialidadesdomar.com.br
Antepastos:: A importadora La Violetera lançou uma linha de coberturas para bruschettas da marca Mastroiani. Os sabores são alcachofra, pimentão e aspargo (295 g). A linha também tem antepasto de pi mentão grelhado (135 g).
OndE COmprAr
La Violetera (loja). R. General
Carneiro, 1.411 – (41) 3264-8554.
As bruschettas custam R$ 8,50 e
o antepasto, R$ 8,19.
9GAZETA DO POVO bom gourmet
Mariana sanchez, especial para a Gazeta do poVo
:: Dizem que o apetite costuma aumentar com a chegada do frio. Para reforçar a tradição, o Prêmio Bom Gourmet 2012 começa oficialmente no primeiro dia do inverno, 21 de junho.
Seguindo a estrutura das duas edições anteriores, o concurso é dividido em quatro categorias: Sabor Popular, Sabor Especial, Novos Talentos e Chefs 5 Estrelas. A primeira tem início hoje e promete agitar bares, botecos, restaurantes e outros estabelecimentos gastronômicos da capital, que recebem indicações livres dos internautas.
A novidade é que em 2012 esta etapa se estende para Londrina e Maringá. Portanto, quem costuma comer fora nestas cidades também pode sugerir suas delícias preferidas até o dia 8 de julho.
Assim como nos anos anteriores, um grupo de jurados – formado
Começa hoje a terceira edição
do Prêmio Bom Gourmet 2012.
Você pode indicar pelo site
seus quitutes preferidos e
ajudar a eleger o
Sabor Popular
Vêm aí os melhores da gastronomia
[concurso
Edição especialOs vencedores em todas as categorias do Prêmio Bom Gourmet serão revelados na edição especial que circulará no dia 20 de setembro na Gazeta do Povo. Mas até lá acompanhe as novidades pelo site www.gazetadopovo.com.br/bomgourmet/premio
por notórios conhecedores e apreciadores da boa mesa – irá préselecionar os pratos indicados pelos internautas e depois fará um tour gastronômico para proválos. Após a definição de dez finalistas pelos jurados, o público volta a participar com sua votação. Vence a iguaria que receber o maior número de votos pela internet.
Em 2010, a alcatra da Churrascaria Ervin conquistou o título em Curitiba, com quatro mil votos. No ano passado, o prato feito do Box do Eliseu foi eleito o melhor Sabor Popular.
novidades na mesaAlém de incluir Londrina e Maringá no roteiro do Sabor Popular, o Prêmio Bom Gourmet 2012 traz outra notícia de dar água na boca. A etapa Sabor Especial ganhou mais uma categoria, a de Chocolate Gourmet, que vai revelar as melhores doçuras à base de cacau disponíveis em Curitiba.
As outras categorias são Couvert, Entrada, Prato Principal, So bre mesa, Café, Adega, Pizza, Petisco, Sanduíche, Massa, Carne, Asiático, Pão. Ao todo 168 jurados darão livremente os seus votos nestas categorias.
Outra novidade é que a partir deste ano os pratos vencedoros pelo terceiro ano consecutivo na mesma categoria ganharão o título Top Sabor Especial, espécie de horsconcours do prêmio, que terá o título até a edição seguinte.
IndIcações
participe do Sabor popular
De hoje até 8 de julho, internautas de Curitiba, Londrina e Maringá podem fazer suas indicações de pratos ou iguarias para ajudar a eleger o Sabor Popular de cada uma dessas cidades.
Basta preencher a ficha de inscrição no site www.gazetadopovo.com.br/bomgourmet/premio e sugerir qual iguaria considera a mais saborosa e representativa da sua região.
não é necessário morar nestas cidades para participar, mas é fundamental que você já tenha frequentado os estabelecimentos gastronômicos e conheça as opções de sabores disponíveis.
10 GAZETA DO POVO junho de 2012 bom gourmet
As quintas clandestinas de Bel
Toda quintafeira, e somente às quintas, Bel Coelho se dedica ao Clandestino, um espaço reservado para as “aventuras
gastronômicas”, digamos, mais ousadas realizadas no piso superior do Dui Restaurante, onde a chef prepara um menu degustação. O jantar desta temporada tem tema brasileiríssimo e espiritual: os orixás. Depois de pesquisar ingredientes, Bel decidiu elaborar pratos baseados nas oferendas às divindades nos rituais do Candomblé.
“Foi mais inspirador do que imaginava. Criar um menu com base no Candomblé, que faz parte de nossas raízes culturais, tem sido uma experiência apaixonante”. O espaço ali tem uma cozinha exclusiva para, no máximo, 20 aventureiros e é possível vêla abusando das técnicas de vanguarda como espumas, cozimento a
vácuo, esferificações, entre outras aprendidas na Espanha.
Cada prato ganha o nome de um orixá. Para Iemanjá, a rainha das águas, robalo grelhado e pérolas de leite de co co com capim santo e areia de coco. Pa ra o caçador Oxóssi, costela de javali na taioba, ao molho de cacau e jaca verde na manteiga de garrafa. Para a deusa guerreira Obá, caldo de vatapá com acarajé líquido, farofa de camarão seco e vinagrete. No total, 12 orixás são lembrados ali. O menu finaliza com uma so bremesa para Oxum, a deusa do amor, da beleza e da riqueza, com ovos moles, sorvete de gema, banana ouro, coco, melaço de cana, gengibre e folhas de ouro.
Um dos nomes da gastronomia brasileira, a paulistana Bel Coelho, 33 anos, hoje é sóciaproprietária do Dui. Talentosa, bonita e dedicada à profissão, o sucesso veio rápido e o
Nadia [email protected] – www.gazetadopovo.com.br/blog/conversatemperada
conversa temperada
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rECEitA dE riSOtOAprenda a fazer o risoto de paio com fava
verde e couve, uma das receitas servidas
no Dui. www.gazetadopovo.com.br/bomgourmet
gosto pela cozinha foi certeiro. Bel chegou a entrar no curso de psicologia, mas já no primeiro dia na PUCSP percebeu que aquele não era seu caminho. Os pais não aceitaram bem a desistência e Bel precisou de muita lábia para convencêlos a bancar um curso no Culinary Institute of America, em Nova York. Como seu pai já tinha tido um restaurante, impôs uma condição à filha: antes de ir para os EUA, precisava fazer estágio em um restaurante de um amigo para ver se suportava a pressão da cozinha. Bel aguentou firme o desafio e, depois de um ano, ganhou o curso.
De volta ao Brasil, trabalhou com os talentosos Laurent Suaudeau e Alex Atala. Aos 23 anos, foi chef no Madellei ne. Depois entrou na sociedade do Sabuji, casa de cozinha contemporânea. Em 2006, resolveu ir aprender mais na Europa. Foi chamada para tocar um projeto em Londres, mas o restaurante acabou não abrindo. “Foi um baque, mas foi ótimo porque aproveitei para fazer estágio no espanhol El Celler de Can Roca (www.cellercanroca.com), que foi uma das experiências mais incríveis da minha vida. Em 2009, inaugurei o Dui”, conta a chef.
Hoje o Dui é referência em São Paulo. “É um restaurante de cozinha contemporânea, moderno e despretensioso, que serve uma gastronomia inspirada, acessível e sem muita afetação. Já o Clandestino tem a intenção de proporcionar experiências gastronômicas únicas”, define Bel.
SErviçO
Dui Restaurante (www.duirestaurante.com.br).
Alameda Franca, 1.590, Jardim Paulista, São Paulo –
(11) 2649-7952. Clandestino, piso superior do Dui.
Abre somente nas quintas-feiras, jantar sob reserva.
Preço: R$ 195 por pessoa, com serviço e bebidas
cobrados à parte.
[acessórios
1. A luva <ou> tem seu corpo em tecido térmico e uma parte em silicone com textura antiderrapante. nas cores verde e azul, na Roca utilidades por R$ 35.
2. Em porcelana, o conjunto americano Rosanna pode ir ao micro-ondas e forno. na Sobremesa Store por R$ 155.
3. A sopeira de porcelana da Germer Porcelanas Finas pode ser encontrada na loja da fábrica, Polovi, por R$ 253.
4. A bandeja termoelétrica mantém a sopa
quentinha com baixo consumo de energia. na Bettega Presentes por R$ 410 (110V).
5. A concha de nylon da marca italiana Ghidini tem corpo em aço inox, cabo emborrachado, ergonômico e macio ao toque. o valor é R$ 36,70 na Via Mundi.
6. A Roichen apostou em um design moderno e cores vibrantes para essa linha de panelas revestidas com cerâmica antiaderente. A sopeira custa R$ 390 na Freezer Point.
Tudo bem quentinho
SErviçO
Roca utilidades. Visconde de Guarapuava, 1.840 – (41) 3075–9950.
Sobremesa Store. Rua Bruno Filgueira, 490, Batel – (41) 3014-0017.
Polovi. BR-277, sentido Ponta Grossa/Campo Largo, 3.308 –
(41) 3291-3090. Bettega Presentes. Av. Presidente Getúlio Vargas,
3.762, lj L2 – (41) 3243-3695 ou www.bettega.com.br. Via Mundi. Al.
Dr. Carlos Carvalho, 1.036 – (41) 3323-3435. Freezer Point. Rua
Alferes Ângelo Sampaio, 1.816, Batel – (41) 3223-1109.
[1]
Separamos algumas
novidades para preparar e
manter as sopas e caldos na
temperatura ideal. Confira:
[2]
[3]
[5]
[6]
[4]
OutrAS pEçASConfira mais produtos no
www.gazetadopovo.com.br/bomgourmet
12 GAZETA DO POVO junho de 2012 bom gourmet
Fernando leVinski, especial para a Gazeta do poVo
:: Com a chegada dos dias frios, que tal conhecer sopas com sabores diferentes? A reportagem do Bom Gourmet experimentou três receitas e os chefs contaram tudo o que é preciso para preparar estas delícias em casa. Elas são do restaurante tailandês Soho Thai, do Arragui Bistrô Bar e da Cevejaria Devassa.
No Soho Thai, a receita se destaca pela diversidade de temperos. Os sabores que sobressaem são o picante e o cítrico. O prato é servido numa
típica louça tailandesa. No Arragui Bistrô Bar, a sopa servida no inverno é a Nipolatina. A atração é o mofongo (bolinho de bananadaterra verde), de textura consistente, mas sem exagero nos temperos.
Na Cervejaria Devassa, as sopas surgiram a partir do carrochefe do estabelecimento, as cinco cervejas – Ruiva, Loura, Sarará, Negra e Índia. A ideia de servir os pratos quentes com base na bebida de malte surgiu pelo fato de a unidade da Devassa em Curitiba ser a única em uma cidade com um clima mais frio, portanto a sopa seria a combinação ideal.
Deu sopa!
[invernoreceIta nIpo-latIna
A criação da sopa nipo-latina pelo chef raul Carrasquillo, do Arragui Bistrô, combina um caldo inspirado na cozinha japonesa com o mofongo – bolinho com banana-da-terra verde. O prato custa r$ 17,90 (serve uma pessoa).
inGrEdiEntES• 200 ml de caldo de frango
• 1 colher de cebola picada
• 1 dente de alho picado
• 2 colheres de óleo vegetal
• 3 colheres de molho de soja
• 1 colher de óleo de gergelim
• 1 banana-da-terra verde des- cascada e cortada em rodelas
• 100 g de pancetta cozida (pode usar bacon crocante)
• 3 colheres de azeite de oliva
• 1 colher de cebolinha picada
• Sal e pimenta a gosto
mOdO dE prEpArOPara fazer o caldo: em uma panela acrescente metade do alho picado e a cebola com óleo e deixe dourar. Coloque o caldo de frango, o molho de soja e óleo de gergelim. Deixe ferver por uns minutos e reserve. Para preparar o mofongo: frite a banana no óleo durante 3 minutos, em fogo médio. Ela deve ficar dourada por fora e macia por dentro. Com um pilão, amasse a outra metade do alho, a pancetta e a banana até ficar uma massa homogênea. Acrescente azeite para harmonizar. Tempere com sal e pimenta.
montagemEm um prato fundo coloque o mofongo, a pancetta, o caldo e decore com cebolinha picada.
o Bom Gourmet experimentou três receitas exóticas feitas por
chefs em Curitiba e mostra como você pode prepará-las em casa
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nipO-lAtinAConfira no site do Bom
Gourmet como se faz o
caldo de frango caseiro e a
pancetta www.gazetadopovo.com.br/bomgourmet
receIta tom Yam Koong
no Soho thai, a sopa tom Yam Koong, do chef Gabriel Costamilan, se destaca pela diversidade de ingredientes. O preço do prato individual é r$ 29.
inGrEdiEntES• 2 bastões de capim santo
• 400 ml de caldo de frutos do mar
• 10 folhas de limão Kaffir tailandês
• 4 rodelas de galangal
• 1/2 colher de sopa de nam Pla
• 100 g de cogumelos (a gosto)
• 300 g camarões sem casca
• um toque de limão
• 1 pimenta dedo-de-moça sem semente
mOdO dE prEpArOAcrescente os temperos ao caldo de frutos do mar e deixe ferver. no final, coloque os camarões e ferva por mais um minuto.
receIta devassa ruIva
ruiva é o nome de uma das cinco sopas servidas pelo bar da devassa. A dica é combinar a sopa com a respectiva cerveja. O prato é individual e custa r$ 16,90.
inGrEdiEntES• 80 g de lentilha vermelha
• 500 ml de caldo de legumes
• 2 col. de sopa de alho-poró
• 2 col. de sopa de cebola em cubos
• 1/2 xícara de molho de tomate
• 1 col. de sopa de extrato de tomate
• 100 ml de cerveja Devassa Ruiva
• 1 col. de sopa de azeite de oliva
• 2 col. de sopa de bacon picado
• 1/2 xícara de calabresa defumada picada
mOdO dE prEpArODoure a cebola, o alho, o bacon e a calabresa no azeite. Coloque a cerveja e deixe ferver para reduzir a quase zero. Acrescente o caldo de legumes e a lentilha lavada. Deixe cozinhar até ficar al dente. Coloque o extrato e o molho de tomate. Corrija o sal e sirva quente.
Marcelo Andrade / Gazeta do Povo
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ônio
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14 GAZETA DO POVO junho de 2012 bom gourmet
Fernando leVinski, especial para a Gazeta do poVo
:: Os amantes da pamonha, tão conhecida e difundida durante o período das festas juninas, talvez não saibam que no México há uma receita muito semelhante, o tamales. Porém, o prato do país da América Central tem como principal diferença da receita brasileira a diversidade de recheios.
No Brasil, é mais comum encontrarmos a pamonha doce com leite condensado ou salgada, porém sem recheio. No México, os recheios mais comuns contém carne de porco desfiada e salsa de chili verde, além do frango com mole (molho à base de chocolate e pimenta).
Quem ensina a preparar o tamales é o chef Flávio Frenkel, que coordena a cozinha do Anis Gastronomia. Ele mostrou três maneiras diferentes de montagem. Além da palha do milho, Frenkel ensina como preparar a iguaria em um pequeno refratário e em formato bolinha. Porém, o chef ressalta que usar a palha para cozinhar o tamales enriquece o sabor.
SErviçO
Anis Gastronomia Personalizada. Rua Sebastião
Paraná, 195, Vila Isabel – (41) 3039-9068 –
www.anisgastronomia.com.br.
o tamales, uma versão um
pouco diferente da delícia
brasileira, pode ser recheado
com doces, carnes e vegetais
Pamonha mexicana
[passo a passo
Foto
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Tamales feito em formato bolinha pelo chef Flávio Frenkel. Abaixo,
opção na forma refratária.
pAlhA dE milhOAprenda a
dobrar a palha
de milho para o
preparo do
tamales
www.gazetadopovo.com.br/bomgourmet
receIta
utilizando espigas grandes, renderá de 8 a 12 porções individuais ou um refratário médio
inGrEdiEntES• 12 espigas grandes de milho
• 1 xícara de leite/leite de coco, água ou caldo de galinha
• 250 g de carne de porco moída
• 250 g de carne de gado moída
• 1 cebola picada
• 2 dentes de alho moídos
• 150 g de bacon cortado
• Pimenta dedo-de-moça a gosto
• Coentro a gosto
• Sal e pimenta a gosto
mOdO dE prEpArO massa de milhoCorte os grãos do milho com uma faca. Moa os grãos no liquidificador, adicionando uma xícara de leite ou outro líquido. Peneire. Coloque os ingredientes em uma frigideira. Acrescente a carne. Corrija o sal e pimenta.
mOntAGEmrefratárioColoque o recheio no fundo do recipiente. Em seguida, a massa de milho. Coloque o refratário em uma forma e cubra com papel alumínio. Leve ao forno em banho maria por 40 minutos a 140 graus. BolinhaForre um pequeno recipiente com filme plástico e coloque a massa de milho. Acrescente o recheio e cubra com a massa. Retire o plástico e forre o pote com papel alumínio. Recoloque o plástico no alumínio e embrulhe. Coloque em água fervente por 30 minutos.
BOlinhA
rEFrAtáriO
Esta é a melhor época
para se preparar pratos com
mandioca. É a partir deste mês
que ela atinge a maturidade necessária
para desmanchar com facilidade
no cozimento e resultar em delícias
doces e salgadas
Cozinha [capa
de raiz
textos: ViVian Faria, especial para a Gazeta do poVo Fotos: alexandre Mazzo produção: Joana dos anJos
:: Tem coisa que é tão brasileira que nem nos damos conta. A mandioca, por exemplo. Conhecida como aipim, macaxeira e tantos outros nomes, ela está ali, como base de inúmeros pratos das cozinhas regionais, mas dificilmente aparece entre os primeiros ingredientes que nos vêm à mente quando pensamos nos representantes da culinária do nosso país.
Sem ela, porém, o nosso barreado não seria o mesmo. Nem os pães de queijo. A tapioca, então, nem se fala. Mas
a culinária que mais sentiria falta deste tubérculo é, com certeza, a da região Norte. “A mandioca é como se fosse nosso ouro culinário”, conta o chef e consultor da rede de restaurantes do Pier do Victor, Paulino da Costa, paraense radicado em Curitiba.
Paulino justifica dizendo que lá a planta é utilizada por inteiro, “da folha à raiz”. Um dos pratos típicos do Pará, por exemplo, é a maniçoba, conhecida também como feijoada paraense e feita com as folhas da mandioca moídas e cozidas, acrescidas de carne suína e bovina.
Outro pratosímbolo da culinária da região é o pato no tucupi, que nada mais é do que o líquido que se separa da goma da mandioca descascada, ralada e espre
no Caribéu, a mandioca divide as atenções com a carne-de-sol, numa combinação deliciosa. na foto, o prato foi feito pelo chef Eunedes Bordim.
mida. Tanto o tucupi quanto a goma são usados como ingredientes para outras iguarias, mas o mais comum é que eles passem pelo processo de secagem para serem transformados em farinha.
Sobre a farinha, o chef e professor do curso de chef de cuisine do Centro Europeu Sandro Duarte conta que ela é, em parte, responsável pela grande difusão da mandioca pelo país. “Farinha virou alimento dos tropeiros, que podiam levála com eles, porque ela não estragava”, diz. Aliado a sua grande capacidade de adaptação, este fato fez com que a mandioca passasse a ser cultivada em diferentes pontos do Brasil.
mil e uma possibilidadesAlém da farinha, a mandioca origina outros produtos como a fécula (polvilho doce), a farinha beiju e o polvilho azedo, usados para fazer biscoitos, farofa e pães de queijo, respectivamente. A farinha biju é mais grossa e fácil de identificar, mas a diferenciação entre os polvilhos acontece no resultado.
“O polvilho azedo fermenta por alguns dias no sol e, por isso, tem um fermento natural. As massas feitas com ele crescem, enquanto as feitas com polvilho doce não crescem”, explica o chef e professor do Espaço Gourmet Bruno Castro. Um exemplo dessas massas feitas com fécula, e que não crescem, é a tapioca, prato típico do Nordeste que parece uma panqueca e pode ser doce ou salgada, dependendo do recheio escolhido.
tIpos
As características e nomes de cada raiz
o chef Paulino da Costa conta que, para os nortistas, não é tudo a mesma coisa. A mandioca (no norte do país) é a brava (conhecida assim por conter linamarina, que transforma-se em ácido cianídrico no estômago, por isso é considerada tóxica). Para tirar o efeito “venenoso”, é preciso cozinhar a raiz por vários dias. Depois é transformada em farinha. A macaxeira (ou mandioca mansa) não é tóxica e, por lá, é a mais consumida em receitas.
no resto do país, a diferenciação só é feita por quem entende do assunto. no Sul, onde a mandioca-brava não é comum, a farinha é feita com os tipos não venenosos da raiz e os termos “mandioca”, “macaxeira” e “aipim” são usados como sinônimos. E o embate acaba sendo entre o aipim branco e o amarelo. Apesar de serem preparados da mesma forma e poderem ser utilizados para os mesmos fins, alguns chefs deixam clara a preferência pela amarela. “Ela é mais suculenta, mais macia. É a melhor para fazer purê, por exemplo”, diz o chef do restaurante C La Vie, Lênin Palhano.
Ao combiná-la com cogumelos e caviar, o chef Lênin Palhano mostra que a mandioca pode ser utilizada em pratos mais sofisticados.
rECEitASConfira as receitas de brigadeiro, creme,
caribéu e nhoque recheado no
www.gazetadopovo.com.br/bomgourmet
receIta escondIdInho de costela e aIpIm
A chef Gabriela Carvalho, do Quintana Café & restaurante, juntou dois clássicos da culinária brasileira – aipim com costela e escondidinho de mandioca e carne seca – nesta receita. Serve quatro pessoas.
inGrEdiEntES• 500 g de costela
• 2 cebolas cortadas em 4
• 1 cenoura em pedaços
• ½ maço de alecrim (folha)
• ½ maço de tomilho (folha)
• 100 ml de vinho branco
• 50 g de manteiga de alho dourado *
• 700 g de aipim orgânico
mOdO dE prEpArOLimpe todo o excesso de gordura da costela e tempere com cebolas, cenoura, alecrim e tomilho, sal e pimenta do reino. Coloque em uma assadeira um dedo de vinho branco e, em seguida, a carne temperada, as ervas, a cebola e a cenoura. Cubra com papel alumínio e leve ao forno (170 graus C) durante três horas, ou até
a carne estar se desmanchando (de macia). Desfie-a e reserve (retire os legumes). Cozinhe bem o aipim orgânico e depois amasse-o, mas não dispense toda a água do cozimento – reserve dois copos para hidratar o aipim amassado. Acrescente a manteiga de alho dourado* e um toque de sal marinho. Em uma cumbuca ou travessa, monte a costela desfiada e cubra com o purê de aipim. Salpique queijo coalho ou parmesão por cima e leve ao forno para gratinar. Sirva quente
* Para fazer a manteiga de alho dourado: em fogo
baixo deixe a manteiga derreter, coloque um fio de
óleo e três dentes de alho picado. Aromatize a
manteiga e se preferir, ao misturar, retire o alho,
preservando somente seu aroma na manteiga.
20 GAZETA DO POVO junho de 2012 bom gourmet
É de lá também o famoso escondidinho, feito originalmente com purê de mandioca, mas comumente produzido no Brasil com purê de batata. Essa substituição acontece também em outros casos, principalmente em massas, pães e sopas. “Quase tudo o que você faz com batata, você pode fazer com mandioca”, afirma o chef e professor do curso de cozinheiro do Senac/PR Eunedes Bordim. Para ele, a vantagem da utilização do aipim para fazer massas, por exemplo, é a consistência. “A mandioca pede menos farinha de trigo, a massa fica mais saborosa”, diz.
Castro aponta outro benefício dessa substituição. “Ela é boa para os celíacos, já que a mandioca não contém glúten”, explica Bordim. Neste caso, o chef sugere também que pizzas sejam feitas com farinha de tapioca.
Para quem não tem restrições alimentares, porém, a chef e proprietária do Quintana Café & Restaurante, Gabriela Vilar de Carvalho, dá uma dica: “Pães e sopas podem ser feitos com os dois ingredientes juntos, para um resultado delicioso.”
Sem transformaçõesAs receitas que pedem que a mandioca seja transformada em outro produto antes de ser utilizada resultam em pratos que dão água na boca, mas nos estados do CentroOeste, Sudeste e Sul ela é geralmente consumida apenas cozida, aos pedaços, ou como parte de um prato mais elaborado.
Na receita de vaca atolada, típica da região de Minas Gerais, o aipim acompanha a costela bovina, formando uma espécie de guisado. A versão do CentroOeste para o prato é chamado de caribéu, feito com carnedesol. Lá, inclusive, a mandioca cozida é utilizada como acompanhamento para churrasco. “Dispensamos a maionese
receIta tapIoca de tomate seco
A receita da chef Gabriela Carvalho, do restaurante Quintana, dá uma cara nova para a tradicional tapioca
inGrEdiEntES• 400 g de goma tapioca seca (ou polvilho doce)
• 100 g de tomates secos temperados
• 100 ml de água (ou quanto baste)
• 1 galho com folhas de manjericão
• 240 g de queijo minas padrão ralado (ou de sua preferência)
mOdO dE prEpArOGoma de tapioca com tomateno liquidificador bata completamente os tomates secos com água para obter uma pasta líquida vermelha. Em uma tigela coloque a goma e aos poucos despeje a água de tomates sem deixar a mistura líquida – é impor-tante que a água adicionada seja somente o sufi ciente
para aglutinar a goma. Deixe repou sar por 4 horas ou use-a no dia seguinte (manter em geladeira e usar em até 7 dias).
tapiocaAqueça a frigideira no fogo médio. Passe a goma pela peneira, esfarelando-a e formando um disco (semelhante a uma panqueca). Para isso, utilize as mãos ou uma colher. Assim que formar a tapioca, vire o lado por uns instantes, logo retornando ao lado inicial. Recheie com o queijo e folhas de manjericão. Dobre a tapioca e deixe o queijo derreter. Sirva quente.
Substituindo a batata por mandioca, o chef Eunedes Bordim fez um nhoque
recheado com cogumelos, especialmente para a reportagem.
Boa para cozInhar
mandioca tem em todo o país e durante o ano inteiro, mas, por aqui, a melhor época é no outono e no inverno. Elas crescem durante o verão e a partir de junho estão boas para cozinhar. Confira algumas dicas:
COmprA• A mandioca precisa ser bem branquinha e leitosa por dentro. Para verificar isso, você pode quebrar uma pontinha do tubérculo. Se ela tiver filamentos escuros ou uma cor mais azulada, significa que já está exposta há mais de dois ou três dias e não tem a mesma qualidade.
• optar por uma raiz de tamanho e espessura médios. “As grossas podem ser muito velhas e as finas não têm muito aproveitamento por causa dos nós”, diz o chef Eunedes Bordim.
• Caso a mandioca seja comprada descascada, é preciso que ela esteja submersa em água para não oxidar.
• Caso a mandioca esteja embalada a vácuo, dar preferência para aquelas com data de embalagem mais recente.
prEpArO• Quanto mais fácil de descascar, melhor será o cozimento.
• É importante retirar toda a fibra existente no interior do tubérculo e cortá-lo em pedaços de tamanhos iguais, para que o cozimento fique proporcional.
• Para o cozimento, a água deve estar fervendo. Caso a mandioca seja colocada em água fria, ela vai demorar mais para cozinhar e pode ficar dura por dentro.
• A água deve cobrir a mandioca.
• Temperos são opcionais, mas é possível usar sal ou folhas de louro ou alecrim para agregar sabor. o chef Lênin Palhano sugere ainda o cozimento em caldo de galinha ou carne.
• o tempo de cozimento (em panela normal) é de 30 a 40 minutos.
22 GAZETA DO POVO junho de 2012 bom gourmet
Bolo de mandIoca com coco
receita do chef Bruno Castro, professor do Espaço Gourmet Escola de Gastronomia. rende 10 porções.
inGrEdiEntES
• 4 gemas
• 4 claras em neve
• 2 xícaras (chá) de coco ralado em flocos
• 1 kg de mandioca cozida e espremida ainda quente
• 120 g de manteiga
• 3 colheres (sopa)de fermento em pó
• Farinha de mandioca
• 1 lata de leite condensado
• 1 pitada de sal
Cobertura
• 1 xícara (chá) de coco fresco ralado
• 1 lata de leite condensado
• 1 xícara (chá)de açúcar
• 1 colher (sopa) de manteiga
• 1 vidro de leite de coco
e o vinagrete, mas tem que ter mandioca”, diz o chef Eunedes Bordim, nascido em Campo Grande.
Por aqui, apesar de a farinha ser utilizada no pirão do barreado, as porções de aipim frito acompanhadas de bacon são bastante populares. Mas não é só nos bares e botecos que a mandioca é bem aceita. “Hoje ela tem [espaço na culinária mais sofisticada], porque estamos numa época de valorização dos ingredientes nacionais”, explica o chef do restaurante C La Vie, Lênin Palhano.
A capacidade de adaptação do aipim é apenas uma das características que chama a atenção. “Ele é muito versátil, pode virar um purê ou um bolo”, conta o chef Paulino da Costa.
Além dos biscoitos, do bolo e da tapioca doce, os chef apontam o pudim e até uma versão do brigadeiro como opções de doces feitos a partir do tubérculo. “A mandioca combina muito bem com receitas que agregam leite condensado e coco ralado”, afirma a chef Gabriela.
mOdO dE prEpArOmassaBata na batedeira a manteiga e as gemas até ficarem volumosas, e acrescente delicada-mente o coco, a mandio-ca, o fermento e o sal. Em outro recipiente bata as claras em neve e incorpo-re na massa. unte uma assadeira com furo central com manteiga e a farinha de mandioca. Leve ao forno quente (180 graus C) por 1 hora ou até que fique bem more ninho. Desenforme ainda morno.
CoberturaDoure levemente o açúcar em uma panela e acrescente o restante dos ingredientes, cozinhe por 5 minutos e despeje sobre o bolo ainda morno.
SErviçO
RESTAuRAnTES
C La Vie. Rua Comendador Araújo, 970 –
(41) 3029-9988. Pier do Victor (Bar, Bistrô,
Petiscaria e Victor Fish’n’Chips) – www.pier
dovictor.com.br. Quintana Café &
Restaurante. Av. do Batel, 1.440 –
(41) 3078-6044.
ESCoLAS DE GASTRonoMiA
Centro Europeu (sede Gourmet). Al.
Princesa Izabel, 1.300 – (41) 3324-6669.
Espaço Gourmet. Al. Prudente de Moraes,
129 (fundos) – (41) 3019-0437. Senac/PR.
Rua André de Barros, 750 – (41) 3219-4700.
LojAS/PEçAS DAS FoToS
Bergerson Presentes. Alameda
Presidente Taunay, 45, Batel –
(41) 3304-4426. Spicy. Shopping
Crystal – (41) 3233-2248. Vanessa
Taques. Al. Dr. Carlos de Carvalho,
2.512 – (41) 3527-9800. Via Mundi.
Al. Dr. Carlos Carvalho, 1.036 – (41)
3323-3435. Peças esmaltadas/
acervo pessoal Eliane Morgenstern.
AGRADECiMEnTo
Casa Lia. R. Vieira dos Santos, 40,
Centro Cívico – (41) 3053-1092.
[bastidoresGastronomia na Casa Cor:: O Bom Gourmet não poderia ficar de fora do maior evento de decoração e arquitetura do Paraná. Pe lo segundo ano, a editoria de gastronomia da Gazeta do Povo tem um espaço na mostra: compreende a Sala Vip (projetada pelos arquitetos Ernest Böhm e Milena Schul meister), a Sala de Jantar (da arquiteta Viviane Tabalipa – foto ao lado) e a Cozinha Outdoor (do arquiteto Eduardo Mourão).Além de estar aberto para a visitação, o es paço Bom Gour met receberá jantares especiais para convidados, prepara dos por grandes no mes da gastronomia. Acompanhe as novidades dos jantares nos sites do Bom Gourmet e do Viver Bem (www.gazetadopovo.com.br/viverbem).A Casa Cor fica aberta até 11 de julho, na Al. Dr. Carlos de Carvalho, 389, Centro.
Cozinha Solidária:: A cozinha planejada pelo arquiteto Eduardo Mourão com móveis da marca Todeschini (foto abaixo), para a Casa Cor Paraná, estará em breve em um lar de idosos de Curitiba. E o leitor da Gazeta do Povo é quem escolherá, pelo voto, qual será a instituição beneficiada. São instituições sem fins lucrativos e que prestam atendimento ao idoso, seja acolhimento ou convivência. A votação começa na semana que vem. Fique atento ao lançamento da promoção pelo site da www.gazetadopovo.com.br/bomgourmet
Doce mundo de Daniela Caldeira:: Doces finos são a nova aposta da chef curitibana Daniela Caldeira, que comanda o bufê La Table Gastronomie e elaborou o menu dos restaurantes Mediterrâneo. Desde abril, a profissional comanda a cozinha do La Table Douce, empresa que elabora chocolates, docinhos e minissobremesas para festas e eventos. O cardápio tem 35 opções – todas elas com sofisticação gourmet. A chef aceita encomendas pelo telefone (41) 32740875.
Fotos: Mel Gabardo/Gazeta
24 GAZETA DO POVO junho de 2012 bom gourmet
[entrevista
Francês com pitadas de brasileiro
O chef Alain Burnel incorpora não só na personalidade, mas também nos pratos, os valores do Brasil
Gilson Garrett Jr.
:: Ao chegar ao Restaurante Durski para conversar com o chef Alain Burnel, que esteve em Curitiba em maio, esperava me deparar com um típico francês, objetivo e sem meias palavras. O que eu encontrei foi algo além disso, um chef com pitadas brasileiras, simpático, contador de piadas, humilde e apaixonado pelo Brasil. Ainda arriscou algumas palavras como “obrigado”.
Esperei alguns minutos até que ele terminasse de fazer o prépreparo da sobremesa da primeira noite – crêpe 100% chocolate com recheio de frutas frescas da estação perfumadas ao Kirsch e chantilly. Quando entrou na sala de recepção do restaurante, com a doma respingada e mangas dobradas, se desculpou pelo atraso de 20 minutos.
O chef é representante da gastronomia provençal do restaurante Oustau de Baumanière, no hotel que leva o mesmo nome, triestrelado do Guia Michelin, onde trabalhou por quase 30 anos. Serviu desde chefes de estado, como a Rainha Elizabeth, até o tenor Luciano Pavarotti.
Como eu posso definir a cozinha provençal?A região onde ela está – sudoeste da França – é muito iluminada, tem muito sol. A gastronomia é muito local, utiliza apenas ingredientes da região, como o azeite de oliva.
Atualmente a cozinha molecular é conhecida e reco-nhecida em todo mundo. O que você pensa sobre ela?Eu detesto a gastronomia molecular. Na verdade isso nem é gastronomia.
por que você deixou de chefiar a cozinha do restaurante?
Quando se é chef de um restaurante, você tem que passar muito tempo na cozinha. Chegou um momento na minha vida em que coloquei algumas questões e elegi prioridades. Na verdade, conheci minha mulher em 2000, que não é da profissão, e isso fez com que me dedicasse mais à família. Hoje sou consultor do restaurante em eventos no mundo todo e consigo conciliar trabalho e lado pessoal.
O que você acha da gastronomia brasileira?Adoro as frutas brasileiras e as churrascarias. Até um dos pratos que preparei para o jantar leva manga [tartare de camarões e manga, zeste de limão e azeite de avelãs]. Esta é a fruta brasileira com que eu mais gosto de trabalhar. Abacaxi é outra de que eu também gosto muito. Eu adoro o Brasil, se eu soubesse falar português, moraria aqui.
Mar
celo
And
rade
/ Gaz
eta
do P
ovo
chefs 5 estrelasAS diCAS dOS FErASConfira as sugestões do mês dos Chefs 5 Estrelas, eleitos os melhores da gastronomia curitibana pelo Prêmio Bom Gourmet 2011.
CElSO FrEirE, do restaurante Zea maïs
“Continuo puxando meus alunos para a Terra, para deixá-los com os pés no chão. Para isso acho imprescindível a leitura do livro Cartas a Um Jovem Chef, do meu mestre Laurent Suaudeau, com que tive a honra de trabalhar por um ano em São Paulo.”
pAulinO dA COStA, consultor do pier do victor
“uma dica para quem está começando: antes de tudo, estude, respeite e valorize a cozinha de seu país. Busque, pesquise. o cozinheiro que não sabe valorizar a riqueza gastronômica de seu país é uma frigideira sem cabo: dá para usar, mas não é tão eficaz.”
ivAn lOpES, do terra madre ristorante
“Todas as pessoas que se interessam por gastronomia têm que estar antenadas ao que acontece no mercado. ir a restaurantes novos, experimentar um ingrediente novo, se arriscar mais, sair da mesmice. É muito bom buscar novas experiências. Eu, por exemplo, costumo sempre indicar novidades do meu cardápio para que as pessoas possam descobrir coisas novas.”
mAnu BuFFArA, do restaurante manu
“Minha dica do mês é a semente de Cumaru, nossa baunilha da Amazônia. Conhecidas internacionalmente como Fava Tonka, elas são superaromáticas, com um sabor levemente adocicado, muito semelhante à baunilha, mas com um toque de café, amêndoa e canela. Substituem a baunilha em cremes, sorvetes, bolos, caldas, salsas, temperos para carnes e saladas.”
JuniOr durSKi, do restaurante durski e da rede madero
“Quando não estou nos meus restaurantes vou ao Baalbeck, excelente restaurante árabe, na Rua Bispo Dom josé, 2.655, Batel, e ao L’Epicerie, um bistrô francês na Rua Fernando Simas, 340, Mercês.”
26 GAZETA DO POVO junho de 2012 bom gourmet
tOSCAnA, nA itáliAJosi Basso, especial para a Gazeta do poVo
:: Os sabores da Toscana (Itália) e do Brasil têm muito em comum, e praticamente extrapolam as fronteiras entre os dois países. Basta olharmos para o cardápio dos nossos avós, muitos deles imigrantes, para constatar que preservaram a tradição do ‘bem comer’ – comum no dia a dia dos moradores da península.
Neste cenário também podemos conferir uma grande parte da trajetória da história da gastronomia brasileira, principalmente do sul do país. Recuperar essa tradição, que remonta à história da cultura nacional perdida tão rapidamente nas últimas duas décadas, não é tão fácil no cotidiano dos brasileiros. Porém, não é impossível, pois a receita para tal feito é simples: cuidado com os alimentos – desde o cultivo, manuseio, preparo e conservação – e admiração pela culinária do Brasil.
O fundamental é lembrar que o
Segunda edição da série
mostra que receitas simples
e genuínas, elaboradas com
poucos ingredientes – porém
sabiamente combinados –
dão vida a pratos únicos
e incomparáveis
Orgânicos sem fronteiras
[estilo de vida
importante é não ter pressa, pois cada ingrediente tem o seu tempo e o seu momento para proporcionar o seu sabor mais intenso. A partir desta receita podemos fazer uma revolução no país inteiro com aquilo que temos de melhor: nossos produtos.
Na Toscana, a capacidade dos mo radores de reviver sabores, sensações e emoções surpreende. Lembran ças recentes, como a dos gostos pelos ingredientes da estação anterior (in verno), a exemplo das azeitonas recémcolhidas, que agora estão com suas f lores brotando, e as últimas garrafas do azeite local, feito artesanalmente, sendo degustadas.
pés e mãos na terraHá várias maneiras de plantar a semente para retomar os preceitos do sabor intenso dos alimentos, recupe
rar o verdadeiro significado da comida, combinando sabor, saúde, sustentabilidade e respeito ao ritmo da terra. Uma delas é poder vivenciar a experiência das fazendas orgânicas italianas no seu cotidiano.
A Itália, além de tradicional produtora desse tipo de alimento, tem também uma das redes mais procuradas e organizadas da Wwoof (World Wide Opportunities on Organic Farms) na Europa.
A Wwoof é uma organização internacional, presente em mais de 50 países, que abre as portas de fazendas orgânicas a quem se interessa pelo tema. Em troca do trabalho, as fazendas oferecem hospedagem e alimentação. É uma grande forma de conhecer a maravilhosa cultura camponesa italiana e suas tradições.
No site da Wwoof italiana (www.
orgânicos cultivados e vendidos pelos próprios agricultores.
wwoof.org) é possível se inscrever no programa e conferir as fazendas que estão disponíveis para receber os voluntários interessados. E, quanto maior o número de pessoas que puderem trabalhar em prol desta causa, melhor será o sabor que virá amanhã à nossa mesa.
riqueza e variedadeComidas de simples elaboração são comercializadas pelos pequenos agricultores que dedicam a vida ao agroturismo, principal forma de atividade econômica da região.
Os agricultores estão sempre prontos a receber visitantes à mesa, executando rapidamente cardápios simples e delicados, com pesto, azeite de oliva ou sugo de funghi – tudo elaborado e vendido nas pequenas ‘comunas’, fazen das que recebem hóspedes, de forma simples, oferecendo o que tem a cozinha, de queijos e pães a azeites e vinhos deliciosos.
A cozinha desta região hoje é símbolo de riqueza e variedade. A partir de ingredientes da estação nascem as receitas e as variações que têm ajudado a fazer alguns pratos especiais dos mais característicos da região.
tradIção
Em defesa dos produtos locais
A Toscana é a região mais agrícola da itália. A quantidade de pousadas-fazenda é extensa, e grande parte delas tem produção orgânica. uma dessas Propriedades Agrícolas orgânicas (ou em italiano, Azienda Agricola Biologica) é il Borgo Della Colomba (www.ilborgodellacolomba.com), em Fosdinovo, Massa Carrara.
A região faz parte da rede internacional das slow cities, “Cidades do Bem-Viver”, movimento que deriva do slow food. Para ganhar o título do “bem viver”, as cidades precisam cumprir 55 exigências, entre elas ajudar os pequenos investidores a defender os produtos locais. na Toscana, o bem viver é, antes de tudo, proteger a civilização rural.
FAZEndAConheça a Il Borgo Della Colomba,
uma das fazendas italianas partici-
pantes do projeto Wwoof.
www.gazetadopovo.com.br/bomgourmet
Verduras orgânicas cultivas na Toscana e
vendidas no comércio de rua local.
Fotos: Josi Basso
28 GAZETA DO POVO junho de 2012 bom gourmet
SEntidO 2008Bodegas y viñedos neo – ribera del duero – Espanha[nota 89] O calor da Tempranillo, chamada Tinta Del País na Ribera, ajuda a aquecer no inverno. Aporta boa estrutura aos vinhos para acompanhar pratos mais sólidos, mas com requinte e sem brutalidades. É o caso deste vinho, elaborado 100% com a casta, de vinhas velhas com cerca de 50 anos de idade. Sobre um frutado amplo e nervoso, notas de torrefação que lembram café e cacau dão vigor a um corpo de boa profundidade e mais firme. Algo de couro e notas animais sem peso compõem o conjunto bem resolvido.
SErviçO
VINO!, R$ 90 – (41)3335-6060.
vitiCCiO ChiAnti ClASSiCO 2008Fattoria viticcio – Chianti – itália[nota 89] Eis aqui um Chianti Classico bem polido, sem nada das arestas nem azedumes de alguns chiantis da velha guarda. O vinho mostra bem a personalidade regional, com boa intensidade e elegância. Fruta madura e sofisticada na base, lembra tâmaras, algo de morangos e ameixas. Boa profundidade, dada por uma acidez refrescante e refinada, com taninos finos e maduros fechando a boa estrutura. Toques suaves de hortelã e canela enfeitam o conjunto. Um tinto muito bem equilibrado, de classe, bom final, estimulante e perfeito acompanhante para carnes, caça, massas e refeições de inverno.
SErviçO
Grand Cru, R$ 89 – (41)3044-0292.
rÓtulos – eu indico dois tintos encorpados e elegantes.
Tradicional ou moderno, qual é o seu estilo?
Como as torcidas do Coxa e do Atlético, os adeptos dos vinhos tradicionais vivem em permanente conf lito
com os fanáticos pelos vinhos modernos. Os antigos acusam os modernos de fazerem “CocaCola wines”, bebidas de fundo doce, muito frutadas, através de processos de alta tecnologia e intervenção. Vinhos globalizados, sem identidade regional. Os modernistas devolvem e rotulam os adversários de fundamentalismo, apego a práticas enológicas defuntas e de origem questionável, que dão vinhos duros e ásperos, impossíveis de beber novos e, quando velhos, já mortos.
Lembrei do tema quando degustava um grande Barolo. Em poucos
lugares do mundo a rixa dos classistas com modernistas foi tão acesa como no Piemonte, com sua mais notável uva, a Nebbiolo. Ainda há as duas escolas bem marcadas. Aproximaramse face à adoção das boas práticas enológicas gerais e o bom senso. Mas ainda são duas igrejas rivais. Uma das diferenças centrais é o período em que deixam as películas das uvas em contato com o mosto. No altar dos clássicos, cerca de 30 dias, tempo longo. No dos modernistas, cerca de 20. Também o estágio na madeira. Os clássicos deixam o vinho por mais tempo em tonéis grandes de madeira usada, os botti. A outra escola utiliza barris de carvalho, boa parte nova, na casa dos 250 litros cada, e deixam menos tempo o
vinho na madeira. Entre os classicistas, Mascarello, Giacosa, Giacomo Conterno . Entre o modernistas, Elio Altare, Domenico Clerico, Voerzio.
Particularmente acho saudável e excelente que existam as duas escolas. Cada qual com um estilo diferente. Em qualquer delas, se é bom o produtor, temos vinhos fantásticos. As acusações das torcidas são válidas para os abusos dos maus produtores.
Bem, o vinho que bebi não é de nenhum dos dois extremos. Era o Barolo Pio Cesare 2004. Fabuloso: grande equilíbrio, força e elegância, com fruta madura, opulenta e refinada, lembra tâmaras, tem taninos maduros e finos. Não podia haver companhia melhor para um excelente barreado no domingo chuvoso.
notas báquicaspor Guilherme [email protected]
COnChA Y tOrO riBErA dEl CAChApOAl CArménèrE GrAn rESErvA 2009vinícola Concha y toro – d.O. peumo – valle Cachapoal – Chile[nota 90] Um Carménère impecável, com todas as virtudes bem equilibradas. O segredo são uvas de um dos melhores terroirs para a casta (Peumo) e o talento do enólogo Marcio Ramírez. De cor retinta, mostra um frutado copioso e cheio que lembra amoras. Boa estrutura, firme e sedoso, com notas a cacau, ervas finas, especiarias, baunilha e um belo tostado, revela-se um vinho elegante, vivaz e com um ótimo final de prova.
SErviçO
VCT/Adega Brasil, R$ 54,40 – (41) 3017-0051.
tErrAnOBlE lACOStA CArménèrE 2008terranoble – valle Colchagua – Chile[nota 89] Sob uma bela cor rubi escura, emergem aromas e sabores cheios, ricos, com boa profundidade e frescor. Complexo, fino, elegante, notas de ameixas com nuances minerais, ervas aromáticas e um suave floral. Persistente, boa intensidade, bom de beber.
SErviçO
Decanter/Adega Boulevard, R$ 84 – (41) 3224-8244.
SAntA CArOlinA rESErvA dE lA FAmiliA CArménèrE 2008viña Sta. Carolina – valle rapel – Chile[nota 89] Tinto bem redondo e equilibrado, encorpado e de bom volume. A Carménère bem resolvida, com nuances que lembram cacau, mocha, ervas finas e uma estrutura firme, mas sem arestas, que dá firmeza ao conjunto carnudo. Frutos negros, algo tostado.
SErviçO
Porto a Porto/Adega Curitibana, R$ 66 – (41) 3022-2929.
Carménerè às cegas:: A uva Carménère transformouse num ícone da vinicultura chilena. Mutação da célebre Cabernet Sauvignon, era usada nos grandes vinhos de Bordeaux no século 19. Após a praga da filoxera não foi replantada na sua origem, por ser casta de trato difícil. Mas sobreviveu no Chile, imune à praga, denominada Merlot Chileno. Em 1991 sua verdadeira identidade foi descoberta com exames de DNA. O nome vem da bela coloração carmim, que tinge suas folhas no outono.
Dá tintos escuros e encorpados. Lembra a Cabernet Sauvignon na textura, mas exibe nuances vegetais e acidez mais intensas. Daí a importância de ser bem cultivada e vinificada, senão ao invés de um agradável e fresco verdor sadio aparecem herbáceos pesados e duros. O Chile dominou a técnica perfeitamente. Há 12 ou 15 anos, com raras exceções, os Carménères eram pesadões e vegetais. Hoje, as raras exceções são os Carménères mais duros. Foi o que mostrou nossa prova: bem acabados, encorpados, viris, taninos finos, de frutado intenso e maduro, com nuances a cacau, baunilha, e notas de ervas finas. O uso do carvalho para estágio é essencial, mas não pode ser em excesso.
Provamos às cegas 22 amostras. Os rótulos só foram revelados após a prova. Qualidade geral muito boa, de vinhos encorpados, com personalidade, ideais para acompanhar carnes, churrascos e assados. Apresentamos aos leitores os seis campeões. A degustação transcorreu no restaurante Donadoni com serviço do maître Marcos.
rAmirAnA CArménèrE GrAn rESErvA 2008viña ventisquero – valle maipo – Chile[nota 88] As notas de cacau e de baunilha mostram-se bem sobre um frutado maduro que lembra frutos azuis e negros. Boa presença, equilibrado, com algo de ervas finas bem mesclado. Um final de prova mais quente e vivo.
SErviçO
Cantu/Presenza, R$ 56,30 – (41) 3222-4979.
mOrAndé EdiCión limitAdA CArménèrE 2008viña morandé – morandé Edición limitada – valle maipo – Chile[nota 88] Um tinto bem vivo e dinâmico, com a tipicidade da Carménère apresentada num estilo vivaz, de corpo cremoso, longo, notas de cacau e ervas na medida. Boa estrutura, firme, bem focado e com bom final de prova.
SErviçO
Expand, R$ 108 – (41) 3022-1221.
CASA dOnOSO BiCEntEnAriO GrAn rESErvA CArménèrE 2009viña Casadonoso – valle maule – Chile[nota 88] Um delicioso especiado, que lembra canela e cacau, se mostra logo no começo da prova, sobre uma fruta madura, a cassis e amoras, de boa profundidade. Taninos finos e maduros, vinho equilibrado e de boa estrutura.
SErviçO
Vinhosul/Bacco & Tabacco, R$ 38,90 – (41) 3292-4272.
bar do celsopor Luís Celso Jr.
Cervejas e queijos: uma harmonização perfeita
A harmonização de cervejas é um assunto que até parece fácil. Mas só parece. Como já escrevi aqui, vários fatores influenciam na combinação entre a bebida e os pratos: os ingredientes, o
tempero, o preparo, a marca, o estilo, gosto pessoal, etc. Isso tudo torna essa arte algo bem complexo. Mas também prazeroso. Dentre as combinações mais interessantes está a harmonização entre queijos e cervejas.
O americano Garret Oliver, mestre cervejeiro da Brooklyn Brewery, em Nova York, e uma das maiores referências mundiais quando o assunto é harmonização da bebida, escreve em seu livro The Brewmaster’s Table que esta combinação é tão perfeita que não se sabe onde começa um e termina outro. Basta para isso fazer a escolha certa.
Oliver afirma, inclusive, que a harmonização é muito mais perfeita do que a feita com vinhos. Polêmicas à parte, isso se dá excepcionalmente bem pois os dois produtos são frutos de fermentação. Além disso, a carbonatação da cerveja é muito bemvinda para limpar a gordura do queijo da boca, deixando o “caminho aberto” para o próximo gole. O amargor, a acidez e o álcool têm efeitos similares, “cortando” a gordura.
Também aqui, valem as mesmas regrinhas da boa harmonização: equilibre a intensidade – queijos leves com cervejas leves e o mesmo para sabores intensos –, e explore a semelhança ou o contraste entre eles.
Entre as sugestões, podemos harmonizar por semelhança um queijo como Camembert com a Eisenbahn Kölsh, cerveja leve e filtrada, mista entre maltes de trigo e cevada.
Ou por contraste, um Brie fica muito bom com a Klein Bier Stout – experimentei com geleia de fruta sobre o queijo e foi divino. Já o amargor da Way Beer American Pale Ale contrasta muito bem com o Gouda, assim como a defumada Bamberg Rauchbier fica ótima com parmesão – melhor ainda se passar por defumação também. Por fim, queijos de fungo azul exigem cervejas mais encorpadas. Um Gorgonzola, por exemplo, vai bem com a Dark Strong Ale Trappistes Rochefort 8.
* Os preços são estimados, segundo as sugestões das cervejarias, importadoras ou distribuidoras.
[email protected] – www.gazetadopovo.com.br/blog/bardocelso
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Camembert com Eisenbahn Kölsh (355 ml – entre R$ 4,50 e R$ 7*)
Bamberg Rauchbier (355 ml – R$ 10,90)
Klein Bier Stout (600 ml – entre R$ 7,90 e R$ 9,90)
Way Beer American Pale Ale (310 ml – entre R$ 7,90 e R$ 9,90)
Trappistes Rochefort 8 (355 ml – entre R$ 15 e R$ 25)