NEWSLETTER | janeiro - março 2016
Ferreira da Conceição, Menezes & Associados, Sociedade de Advogados, R.L. Avenida da República, n.º 44, 2.º Dto. 1050-194 Lisboa, Portugal Telefone | + 351 21 795 05 55 Fax | + 351 21 795 74 62 E-mail | [email protected] Correspondentes nacionais: Porto e Valença; Correspondentes: Angola, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Moçambique, S. Tomé e Príncipe, Espanha e Ucrânia. https://www.facebook.com/fcmsociedadedeadvogados
BREVES
Aviso n.º 890/2016, de 27 de
janeiro,
Definidas as taxas supletivas de
juros moratórios comerciais para
vigorar no 1.º semestre de 2016.
|pág. 2
Resolução da Assembleia da
República n.º 35/2016, de 19 de
fevereiro
Cessada a vigência do Decreto-
Lei n.º 165/2015, de 17 de agosto,
que procedeu à regulamentação
da Lei dos Baldios …
|pág. 2
Acórdão do Supremo Tribunal de
Justiça n.º 2/2016, de 07 de
fevereiro,
É proibida a cláusula contratual
geral que autoriza o banco
predisponente a compensar o seu
crédito sobre um cliente com o
saldo de conta coletiva solidária …
|pág. 3
DESTAQUES
ATUALIDADE
ALIMENTOS DEVIDOS A MENOR| pág. 4 Acórdão do Tribunal da Relação de Coimbra, de
26 de janeiro de 2016
REPRESENTAÇÃO FISCAL DO RESI-
DENTE NO ESTRANGEIRO | pág. 4 Acórdão do Supremo Tribunal Administrativo,
de 03 de fevereiro de 2016
AS GARANTIAS DE BENS DE
CONSUMO | pág. 4 Acórdão do Supremo Tribunal de Justiça, de 05
de maio de 2015;
Tribunal da Relação de Coimbra, de 01 de
janeiro de 2016
A ATUALIDADE DA ARBITRAGEM | pág. 5 João Paulo Ferreira da Conceição
GARANTIA NA COMPRA DE BENSS
MÓVEIS E IMÓVEIS NOVOS | pág. 5
Manuel de Menezes
RESOLUÇÃO DE LITÍGIOS EM LINHA
(RLL) | pág. 6
Joana Barrilaro Ruas
ABUSO DE CONFIANÇA CONTRA A
SEGURANÇA SOCIAL - RESPONSABILI-
ZAÇÃO DE SOCIEDADE | pág. 7
Filipe Schönburg de Mira
A COMPETÊNCIA DO TRIBUNAL CEN-
TRAL DE INSTRUÇÃO CRIMINAL | pág. 8
Mónica Simões
AGENDA DE EVENTOS | pág. 10
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2
BREVES
Legislação
Aviso n.º 890/2016, de 27 de janeiro
Foi publicado o aviso que define as taxas
supletivas de juros moratórios relativos a
créditos de empresas em vigor no 1.º
semestre do ano de 2016, fixando-as em
7,05% para créditos de sociedade
comerciais, e em 8,05% para sociedades
sujeitas às medidas contra os atrasos no
pagamento de transações comerciais, isto
é, quando os pagamentos são efetuados
como remuneração de transações
comerciais.
Resolução da Assembleia da República
n.º 35/2016, de 19 de fevereiro
Cessou a vigência do Decreto-Lei n.º
165/2015, de 17 de agosto, que procedeu
à regulamentação da Lei dos Baldios, nas
seguintes matérias:
-Equipamentos comunitários;
-Aplicação das receitas do baldio;
-Transferência da administração do baldio
em regime de associação no termo da
administração;
-Compensação devida no termo da
administração em regime de associação
entre os compartes e o Estado;
-Identificação e extinção do baldio por
ausência de uso, fruição e administração.
Lei n.º 1/2016, de 25 de fevereiro
Procedeu à vigésima quinta alteração
ao Código de Processo Penal, através
da qual os detidos em flagrante delito
por crime punível com pena de prisão
de limite máximo superior a 5 anos,
mesmo em caso de concurso de
infrações, apenas podem ser julgados
em processo sumário quando o
Ministério Público, na acusação,
entender que não deve ser aplicada,
em concreto, pena de prisão superior
a 5 anos.
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BREVES
Jurisprudência
Acórdão do Supremo Tribunal de
Justiça n.º 1/2016, de 05 de janeiro
O prazo de 30 dias previsto no antigo n.º
6 do art. 328.º do Código de Processo
Penal, referente à perda da eficácia da
produção de prova já realizada, é
inaplicável nas fases processuais em
que, após a deliberação do tribunal sobre
as questões da culpabilidade e da
determinação da sanção, seguida ao
encerramento da fase de discussão, seja
verificada a necessidade de repetição de
prova registada no decurso dessa
anterior fase de discussão por haver
deficiência no registo efetuado
mantendo-se, portanto, a eficácia da
prova.
Acórdão do Supremo Tribunal de
Justiça n.º 2/2016, de 07 de fevereiro
É proibida, por contrária à boa-fé (art.
15.º da Lei das Cláusulas Contratuais
Gerais), a cláusula contratual geral que
autoriza o banco predisponente a
compensar o seu crédito sobre um
cliente com o saldo de conta coletiva
solidária, de que o mesmo cliente seja
ou venha a ser contitular. É
absolutamente proibida, nos termos da
mesma Lei, a cláusula contratual geral
que autoriza o banco predisponente a
ceder total ou parcialmente a sua
posição contratual para outras entidades
do respetivo grupo, sediadas em
Portugal ou no estrangeiro. A nulidade
da cláusula de atribuição de
competência territorial pode ser
apreciada em ação inibitória, em função
da valoração do quadro contratual
padronizado e não apenas no âmbito dos
contratos concretos.
Acórdão do Supremo Tribunal de
Justiça n.º 4/2016, de 22 de fevereiro
Em julgamento de recurso interposto de
decisão absolutória da 1.ª instância, se o
Tribunal da Relação concluir pela
condenação do arguido, deve proceder à
determinação da espécie e medida da
pena, nos termos das disposições
conjugadas dos artigos 374.º, n.º 3,
alínea b), 368.º, 369.º, 371.º, 379.º, n.º 1,
alíneas a) e c), primeiro segmento,
424.º, n.º 2, e 425.º, n.º 4, todos do
Código de Processo Penal.
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4
DESTAQUES
Isso não quer dizer, como refere o Supremo
Tribunal Administrativo, que o contribuinte
não tenha o direito de recorrer ou
impugnar as decisões da Administração
Tributária que lhe sejam desfavoráveis.
Mas tão-só que não pode invocar a não
indicação de representante legal para
fundamentar o desconhecimento das
decisões que foram contra si proferidas.
Acórdãos do Supremo Tribunal de
Justiça, de 05/05/2015 e do Tribunal da
Relação de Coimbra, de 01/03/2016: As
garantias de bens de consumo
No caso de negócio de consumo, o
“consumidor” tem o direito à reparação, à
substituição, à redução do preço, à
resolução, e à indemnização, mas sem
qualquer hierarquização de direitos. No
entanto, ressalva-se que não se prescinde de
uma “eticização da escolha” por força do
princípio da boa fé e da cláusula do abuso
de direito. Verifica-se aqui uma derrogação
do princípio geral de direito, que é aliás
acolhido pela doutrina e que prescreve que
há uma espécie de sequência lógica, nos
termos da qual existe uma hierarquização
dos direitos acima referidos.
Acórdão do Tribunal da Relação de
Coimbra, de 26/01/2016: Alimentos
devidos a menor
O Tribunal da Relação de Coimbra
considerou que, quando o progenitor
sofra de doença incapacitante, e, por esse
motivo, não disponha de quaisquer
rendimentos, não está obrigado a prestar
alimentos ao menor.
No caso, uma vez que o Fundo de
Garantia de Alimentos Devidos a
Menores não havia sido inicialmente
acionado (conjuntamente com o
progenitor faltoso), não pode, nesta sede,
vir a ser condenado a proceder ao
pagamento da prestação de alimentos, em
substituição do progenitor.
Acórdão do Supremo Tribunal
Administrativo, de 03/02/2016: Repre-
sentação fiscal de residente no es-
trangeiro
Nos termos do disposto no art. 19.º da
Lei Geral Tributária, o exercício dos
direitos dos sujeitos passivos depende da
designação de representante por parte do
contribuinte residente no estrangeiro ou
que para lá se tenha deslocado
temporariamente.
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5
ATUALIDADE
A ATUALIDADE DA ARBI-
TRAGEM
Os governos passam e, com eles, as
sempre prometidas reformas da
Justiça!
De prioridade em prioridade, as
décadas vão-se transcorrendo e dessa
prioridade ficam as intenções …
Perante o que sucede e não se tratando,
naturalmente, de solução "imaculada",
o recurso aos meios alternativos de
conflitos, não deixa de crescentemente
se impor.
Para tanto, convirá referir o empenho
que diversos Advogados e Sociedades
de Advogados têm emprestado a este
tema, como uma recente e interessante
publicação intitulada "100 anos de
Arbitragem, os Casos Essenciais
Comentados", Coimbra Editora, da
qual, a par de outras notas igualmente
úteis, se relembra como, em 1900, foi
o recurso à Arbitragem que solucionou
o diferendo que opunha Portugal ao
Reino Unido e aos Estados Unidos, a
propósito da linha de caminho-de-ferro
de Lourenço Marques.
Já naquela altura e consoante se relembra
na obra, a arbitragem, (no caso ad-hoc),
"… oferecia por vezes uma fuga à
escalada de pressões militares …", bem
como à desigualdade entre o poderio das
partes envolvidas, acrescentamos nós.
Transpondo as razões domésticas a início
referidas, para a turbulência da cena
internacional, também aqui a arbitragem,
como meio de resolução de conflitos,
parece fazer cada vez mais sentido!
João Paulo Ferreira da Conceição
GARANTIA NA COMPRA DE
BENS MÓVEIS E IMÓVEIS
NOVOS
Quer os bens móveis (televisões,
telemóveis, etc.) quer os bens imóveis
(moradias, apartamentos) estão cobertos
por uma garantia, sendo possível acioná-
la, reclamando em caso de se detetarem
defeitos ou desconformidades relativa-
mente àquilo que se adquiriu.
Verificado o defeito, o comprador tem
dois meses (bem móvel) ou um ano (bem
imóvel) a contar daquele momento, para
reclamar. A reclamação deverá ser
sempre efetuada por escrito, guardando-
se comprovativo da entrega ou do registo
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6
ATUALIDADE
postal da mesma, quando remetida por
carta – carta registada com aviso de
receção -).
Na eventualidade de não ser viável a
resolução ou reparação do defeito ou
avaria pelo vendedor, o comprador tem
dois anos (bem móvel) ou três anos
(bem imóvel) para reclamar
judicialmente, podendo fazê-lo
recorrendo a diversas entidades cujas
decisões têm força vinculativa para
comprador e vendedor.
Estas entidades podem ser (i)
especializadas na Mediação de
Conflitos de Consumo, (ii) Centros de
Arbitragem, (iii) Julgados de Paz e (iv)
Tribunais.
Cada uma delas tem características
específicas, seja em celeridade seja em
preço, que aqui se indicam num critério
ascendente de prazo de decisão e
preço: (i) na Mediação de Conflitos de
Consumo procura-se uma ajuda para
desbloquear o diálogo por via de um
mediador, (ii) Centros de Arbitragem
procura-se obter uma decisão oriunda
de árbitros independentes, (iii) nos
Julgados de Paz, a obtenção de uma
decisão por um Juiz de Paz, para
valores até €
15.000,00 e, por fim, (iv) a menos
expedita e mais cara, os Tribunais, com
a intervenção de um Juiz de Direito.
Manuel de Menezes
RESOLUÇÃO DE LITÍGIOS
EM LINHA (RLL)
O crescimento do comércio digital na
União Europeia e a consequente
necessidade de proteção dos consu-
midores, levou a Comissão Europeia,
em cumprimento do disposto no
Regulamento (EU) 524/2013, de 21 de
maio, a criar uma plataforma eletrónica
com vista à resolução extrajudicial de
litígios de consumo entre consumidores
e comerciantes que decorram da
transação nacional e transfronteiriça de
bens e/ou prestação de serviços em
linha, isto é, através da internet.
A resolução de litígios processa-se por
várias etapas, iniciando-se com a
apresentação da reclamação pelos
comerciantes lesados com a compra de
um bem em linha, no sítio online, sendo
que, tanto os compradores como os
comerciantes têm de pertencer à União
Europeia.
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7
ATUALIDADE
De seguida, os litígios são canalizados
para as entidades de resolução de
litígios que estão ligadas à plataforma e
que foram selecionados por cada um
dos Estados-Membros participantes, no
qual se inclui Portugal, sendo
celebrado um acordo entre as partes
sobre essa mesma entidade, a qual será
então responsável pelo tratamento da
questão e pela apresentação das
conclusões quanto à reclamação.
A entidade de cada Estado-Membro
define as suas próprias regras e
procedimentos, sendo, em geral, este
procedimento multilingue de resolução
de litígios um meio mais célere e me-
nos oneroso do que o recuso a
Tribunal, uma vez que é fixado o prazo
máximo para a resolução do litígio e as
taxas a liquidar, de valor pouco
significativo, encontram-se dependen-
tes do montante do litígio ou da matéria
em disputa.
Enfim, para prestar a assistência
necessária aos consumidores
portugueses no acesso à entidade de
resolução alternativa de litígios, bem
como para desempenhar a função de
Ponto de Contacto Nacional da
Plataforma de RLL, foi designado o
Centro Europeu do Consumidor.
Joana Barrilaro Ruas
ABUSO DE CONFIANÇA
CONTRA A SEGURANÇA
SOCIAL – RESPONSABILIZA-
ÇÃO DE SOCIEDADE
O Tribunal da Relação de Coimbra, em
acórdão de Janeiro do corrente ano,
considerou que a declaração de
insolvência de uma sociedade comercial,
apesar de determinar a sua dissolução, não
leva à sua imediata extinção. Por
conseguinte, não se extingue o processo
de prática do crime de confiança fiscal
que contra ela tenha sido instaurado.
Efetivamente, no caso apreciado, verifi-
cou-se que, findo o inquérito, o Ministério
Público deduziu acusação contra os
arguidos pela prática de um crime de
abuso de confiança contra a segurança
social, tendo o Tribunal condenado um
deles pela prática de um crime de abuso
de confiança contra aquela.
Inconformado em parte com a referida a
sentença, o Ministério Público interpôs
recurso, tendo o Tribunal da Relação
esclarecido que o que está em causa é
decidir sobre se a declaração de
insolvência de uma sociedade por quotas
determina a extinção do respetivo
procedimento criminal.
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8
ATUALIDADE
De acordo com o citado acórdão, não
pode ignorar-se a norma expressa no
artigo 160º, nº 2 do Código das
Sociedades Comerciais, que aponta no
sentido de a extinção apenas ocorrer
com o registo do encerramento da
liquidação, pelo que o mesmo conclui
que o procedimento criminal
instaurado contra uma sociedade
comercial não se extingue com a
extinção da própria sociedade operada
nos termos do disposto no nº 2 do
artigo 160º do Código das Sociedades
Comerciais, não equivalendo tal
extinção à morte prevista nos artigos
127º e 128º, nº1 do Código Penal.
Neste sentido, é concedido provimento
ao recurso, revogando-se a sentença na
parte recorrida que declara a extinção
da responsabilidade criminal arguida
absolvida em primeira instância.
Pode, deste modo, concluir-se, e foi
essa a interpretação do Tribunal, que
uma decisão em sentido diverso
estimularia as pessoas singulares a
extinguir as sociedades de que são
sócios, assim se furtando a
responsabilidades.
Filipe Schönburg de Mira
A COMPETÊNCIA DO TRIBU-
NAL CENTRAL DE INSTRU-
ÇÃO CRIMINAL
O Tribunal Constitucional julgou
inconstitucionais as normas dos artigos
22.º, n.º 1 (segundo o qual a competência
do Tribunal se fixa no momento em que
se propõe a ação), 23.º (nenhuma causa
pode ser deslocada do tribunal
competente) e 80.º, n.º 1 (competência do
TCIC quanto a atos jurisdicionais
relativos aos crimes enunciados no n.º 1
do artigo 47.º da Lei n.º 60/98, de 27 de
Agosto), da Lei de Organização e
Funcionamento dos Tribunais Judiciais,
na redação introduzida pela Lei n.º
46/2011, de 24 de junho.
A presente declaração de incons-
titucionalidade tem como objeto a in-
terpretação dos artigos em causa, de
acordo com a qual, a inexistência de
dedução de acusação por qualquer um dos
crimes do catálogo do n.º 1 do artigo 47.º
da Lei Orgânica do Ministério Público,
assim como a inexistência de qualquer
dispersão territorial da atividade
criminosa, ou seja, inexistência de ambos
os pressupostos cumulativos de
reconhecimento de competência do
mesmo em sede de inquérito, e mera in-
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9
ATUALIDADE
diciação pelo M.P, gera a sua extensão
à fase de instrução.
A fórmula decisória é clara, a
interpretação em causa padece de
inconstitucionalidade por afetação do
princípio do juiz natural. Sendo este
um reflexo da legalidade criminal, e
sendo a determinabilidade um
afloramento do mesmo, o TC
considerou que o direito dos cidadãos a
uma justiça penal independente e o
fortalecimento da sua confiança nos
tribunais não se coaduna com a
predefinição do tribunal competente
segundo quaisquer características que
não, as gerais e abstratas que, de
acordo com a interpretação dos artigos
em causa, considerou não estar a ser
respeitada.
Mónica Simões
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10
AGENDA DE EVENTOS
A FCM participou:
20/01/2016 Sessão de Esclarecimento sobre “Responsabilidade Civil Profissional dos Advogados:
da teoria à prática”, no Salão Nobre da Ordem dos Advogados, em Lisboa.
21/01/2016 Seminário “Investir em Moçambique”, no auditório da SRS Advogados, em Lisboa.
Colóquio sobre “Imposto Sucessório: Passado & Futuro”, na Faculdade de Direito da
Universidade Católica.
Lançamento de Livro sobre Arbitragem (PLMJ), na Associação Comercial e Industrial
de Lisboa.
22/01/2016 Nas “Jornadas O Novo Código do Processo Civil”, que se realizaram nos dias 22 e 23
de janeiro de 2016, na Sociedade de Geografia de Lisboa, promovida pelo Conselho
Regional de Lisboa da Ordem dos Advogados.
25/01/2016 “Perspectiva Macroeconómica para 2016”, no auditório do Millenium BCP, em Lisboa.
17/02/2016 Na quinta edição dos Euronext Lisbon Awards, que teve lugar no Teatro Tivoli BBVA.
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11
26/02/2016 Colóquio e Debate sobre “O Mar Português na perspectiva da Ciência e da Estratégia”,
no auditório da Fundação da Faculdade de Ciências de Lisboa.
03/03/2016 “VI Encontro da Corte Civil y Mercantil de Arbitraje”, no Grémio Literário, em Lisboa.
18/03/2016 Almoço do “Círculo do Contencioso”, na Sociedade de Advogados “Campos Ferreira,
Sá Carneiro e Associados”.
30/03/2016 Assembleia Geral da Associação das Empresas Familiares.
31/03/2016 Seminário “Temas de procedimento e contencioso administrativo: em especial, as
impugnações administrativas”, no Conselho Regional da Ordem dos Advogados em
Lisboa.