MICHELE ATHANASIO SHWETZ
BRUXISMO: ASPECTOS CLiNICOS,ETIOLOGIA E TRATAMENTO
Monografia apresentada do curso de protesedentaria da Faculdade de CienciasBiologicas e da Saude da UniversidadeTuiuti do Parana, como requisito parcial aobtenc;:ao ao titulo de Especialista emProtese Dentaria.
Orientadora: Prof;! Dra.Therezinha Pastre.
CURITIBA2007
Dedicat6ria
Dedico este trabalho as pessoas que mais amo nessemundo, que e a minhafamilia! Meupai, Alexandre, minhamae, EvangueZia, meus irmaos, Alexandre, GuiZherme eAna Claudia, que sao a base de tudo na minha vida.
E tambem ao amor da minha vida, Juliano, companheiroe etemo incentivador.
AGRADECIMENTOS
Agrade<;oa Universidade Tuiuti do Paranii e ao Uapeo.
Agrade<;oao Dr. Marcos Andre Kalabaide Vaz, coordenador
da Especilizac;:aode Protese Dentiiria.
Agradec;o aos demais professores, Dra. Therezinha Pastre,
Dr. Nerildo Ulbrich e Dr. Paulo Milani.
Agradec;:oao Sr. Marcos Romanini e sua esposa Jacira.
Agrade<;oaos meus amigos e colegas do curso: Ale Nasser
Saleh, Alexandre Anibal Manfroni, Angela Guimaraes, Ana Camila
Godoy Mimbela, Cristine Farjallah Bazzi, Eduardo Anversa
Pereira Borges, Geysa Gugelmin de Lima, Giselle Kaiser Vieira,
Marcela Roberta Lopes Turin, Paulo Henrique Oddpis, Sandra
Montemezzo.
Agrade<;oa minha colega Sandra Montemezzo, que cedeu as
[otos de urn caso clinico de seu paciente para ilustrar esta
monografia.
Agrade<;o ao paciente pela autoriza<;ao do uso de suas
imagens no caso clinico.
Finalizando com meu agradecimento especial a uma pessoa
que muito me ensinou sobre a odontoiogia e sobre a vida, a
professora e minha orientadora Dra.Therezinha Pastre.
SUMARIO
LIST A DE FIGURAS ..
RESUMO .
INTRODUCAO ..
2 REVISAO DA LlTERATURA ..
2.1 ASPECTOS CLiNICOS ..
2.1 .1 Classificagao ..
2.2 ETIOLOGIA ..
2.3 TRATAMENTO ..
3 DISCUSSAO ..
4 CONCLUSAO ..
REFERENCIAS ..
ANEXO A ..
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6
8
10
10
14
16
18
22
24
25
27
LlSTA DE FIGURAS
FIGURA 1 DESENHO ESQUEMATICO MOSTRANDO PLACAINTEROCLUSAL ..... 27
FIGURA 2 FACETAS DE DESGASTE ACENTUADO .. 28
FIGURA 3 FACET AS DE DESGASTE ACENTUADO NO ARCO INFERIOR .. 28
FIGURA 4 FACETAS DE DESGASTE ACENTUADO, VISTA ANTERIOR .. 29
FIGURA 5 TERAPIA DE OVERLA Y .... 29
FIGURA 6 TERAPIA DE OVERLAY ... 30
FIGURA 7 TERAPIA DE OVERLAY ... 30
FIGURA 8 TERAPIA DE oVERLA Y ... 31
RESUMO
SHWETZ Michele Athanasio. BRUXISMO: ASPECTOS CLiNICOS, ETIOLOGIA ETRATAMENTOOrientadora: Prof'. Therezinha Pastre, Curitiba: UTP 2007, Especializa~ao emProtese Dentaria
o bruxismo e um dos habitos mais destrutivos da cavidade bucal porque ocorre deforma constante, disfuncional e utiliza fon;;:asexcessivas para os tecidos dentals eperiodontais. A maiaria dos auto res pesquisados, afirmaram que 0 bruxism a podetrazer seqOelas importantes para todo 0 sistema estomatognatico, como desgastesdentarios, dentes doloridos, altera~ao de dimensao vertical de oclusao, fadigamuscular, dar facial e dares de cabe<;a. Entre as fatores etiologicos citados pelosautores, 8StaO: tensao muscular aumentada, tensao emocional, presen<;a deinterfere!:ncias oclusais. 0 tratamento e multidisciplinar, mas 0 tratamentoodontologico envolve ajuste oclusal e placas interoclusais, que podem reduzir ossinais e sintomas, mas nao 0 eliminam totalmente. A partir desta revisao deliteratura, ficou evidente, que abordagem e tratamento do paciente com bruxismo,deve ser multidisciplinar.
Palavras-chave: bruxismo, placas oclusais,
TERMO DE APROVACAOMichele Athanasio Shwetz
BRUXISMO: ASPECTOS CLiNICOS,ETIOLOGIA E TRATAMENTO
Esta monografia foi jutgada e aprovada para a obtengao do titulo de Especialista emProtese Dentaria do Curso de Especializagao em Protese Universidade Tuiuti do
Parana
Curitiba, 17 de julho de 2007.
Especializagao em Pr6teseUniversidade Tuiuli do Parana
Prof2Universidade Tuiuti do Parana
INTRODU<;:iio
Bruxismo e urn dos habitos mais destrutivos da cavidade bucal porque
Dcorre de forma constante, disfuncional e utiliza lorgas excessivas para os tecidos
dentais e periodontais. Pode estar presente na dentigao decidua, mista ou
permanente, assim como em individuos portadores de pr6teses removiveis. Estudos
e observac;oes clinicas sugerem que 0 bruxismo pode ocorrer de forma aguda au
cronic8, podendo ser continuo, intermitente, temporario e permanente. 0 habito
pode apresentar remiss6es e exarcebac;6es. Em inumeras ocasi6es 0 estresse
agudo ou cranico, a tensao, frustragao, ansiedade au qualquer latar que provoque
desequilibrio emocional pode estar relacionado com os perfodos de bruxismo.
(MOLINA, t 989)
Se descontrolado, geralmente conduz a urn serio desgaste abrasivo das
supertfcies oclusais ou a mobilidade dos dentes, e, alem disso, contribuir para
mudangas adaptativas na articulagao temporomandibular, resultando em um
achatamento dos c6ndilos e na perda gradual da convexidade da eminencia
articular. Em pacientes com bruxismo grave, os musculos masseteres sao muitas
vezes aumentados, podendo causar mud an gas perceptivas no contorno facial.
(DAWSON, t993).
Para Litonjua et al. (2003), em pacientes com bruxismo, encontramos
caracterfsticas clinicas, como a atrigao, erosao e abrasao. A mais correlacionada e a
atrigao, que e definida como uma perda da estrutura dentaria, que e atritada contra
alguma superficie e apresenta como etiologia 0 latar psicologico, desencadeando a
perda de estrutura dentaria no processo mastigatorio.
Tosun, Karabuda e Cuhadarogiu (2003), relataram que as parafung6es
oclusais incluem 0 bruxismo, apertamento, atrigao, morder labios, chupar dedo e
postura anormal da mandibula (Classe II E III). Em contraste com 0 comportamento
luncional como mastigagao, deglutigao ou fala, atividades classificadas como
parafuncionais, aparecem sem ter nenhum proposito funcional. Tambem chamado
por estes autores, como neurose oclusal habitual, neuralgia traumatica, bruxomania
e dentes triturados.
Carisson et al. (2006) definem que 0 bruxismo nao e uma atividade
funcional, e e rotulada como parafungao. As amostras epidemiol6gicas most ram
10% a 20% dos bruxistas esta consciente dos seus habitos, provavelmente sendo 0bruxismo diurno 0 mais facil de diagnosticar.
Diante do exposto 0 objetivo desta revisao de iiteratura Ii mostrar os
aspectos clinicos do bruxismo, sua etiologia e tratamento.
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2 REVISAO DE LlTERATURA
2.1 ASPECTOS CLiNICOS
o lermo "BRUXISMO" deriva da palavra grega Brychein, que significa
apertamento, fric<;ao ou atrito dos dentes entre 5i, com for<;ae sem nenhum objetivofuncional aparente. Como citado anteriormente, e urn dos habitos mais destrutivosda cavidade buca!. Ja que 0 habito e inconsciente, forgas excessivas podem seraplicadas sobre os museu los elevadores especial mente sobre aqueles que
participam no fechamento mandibular e realizam as movimentos laterais e
protrusivDs. A atividade bruxistica pode S8r iniciada, reforgada e sustentada semnenhum objetivo funcional aparente, a nao S8r para a liberag3.o da tensaoemociona1. 0 padrao de tensao emotional prevalente no bruxismo, nao tern sideestudada e elucidada de forma convincente. 0 bruxismo e considerado um habito
parafuncional, porque as for<;as neuromusculares repetitivas que sao geradasdurante essa atividade nao estao relacionadas com a mastigac;ao, deglutic;ao,fona,ao, respira,ao e posturas normais. (MOLINA, 1989). (Figuras 2, 3 e 4, ANEXO
A)
Molina et. aI., neste estudo avaliaram sinais e sintomas especificos de DTM
(Disfun,ao Tempora Mandibular) em tres grupos selecionados de pacientes que
apresentavam bruxismo leve, moderado e severo. Estes grupos comparados comum grupo de pacientes sem bruxismo e sem DTM. Os resultados demonstraram quea medida que 0 bruxismo tornava-se ma;s severo, aumentava a prevalencia desinais e sintomas especfficos de DTM, e tambem sugerem que todos as pacientescom DTM devem ser avaliados em relac;aoao bruxismo porque grupos diferentespodem estar presentes.
Dawson em 1993, no diagnostico diferencial das DTMs, e imprescindivel que
se proceda uma manipulac;ao precisa da mandfbula para obtenc;ao da relac;aocentrica, bem como a apalpagao do musculo pterigoideo lateral.
Molina em 1997, sugere em nrvel cHnico que 0 bruxismo pode ser
parcialmente responsavel pela dar de cabe,a cr6nica (cefaleia) que ocorre de forma
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uni ou bilateral, e que pode estar presente tanto quando a pessoa acorda pela
manha como no decorrer do dia.Em estudo realizado por Conti et al. (1999), para avaliar a presen~a ou nao a
presen~a de h!lbitos parafuncionais, entre pacientes portadores de protese total, no
primeiro grupo estes apresentavam tempo de usa das pr6teses menor au igual a 5
anos, e Dutro grupo com tempo de usa maior que 5 anos, conclufram que 0
bruxismo e/ou apertamento foi principal habito parafuncional encontrado em ambos
os grupos estudados e que nao houveram diferen~as entre os dois grupos.
Rodrigues et. al. (2001), avaliaram a freqOenciade h!lbitos parafuncionais e
$uas manifestac;oes cHnicas em pacientes com Disfunt;oes da ArticuJagaoTemporomandibular (DTM). Os h!lbitos parafuncionais foram, em ordem
decrescente, briquismo, isolado au associado a Qutros habitos, apertamento
dentario, onicofagia, morder objetos e morder a lingua. Sinais comuns as disfunc;6estemporomandibulares predominaram, havendo dar em museu los como masseter,
temporal e cervical, bern como sinais articulares representados par estalos e dar
articular, e sinais cHnicos como hipertrofia da linea alba jugal e lingua crenada,
facetas de desgaste foram freqOentes em dentes anteriores, em especial caninos.
Rodrigues concluiu que a freqOencia de habitos parafuncionais em disfun90es
temporomandibulares e alta, com predominio do briquismo, enquanto que
evidencias clinicas destes sao observadas apenas em parte dos pacientes.
Segundo Dekon et al. (2003), relatam que durante a atividade parafuncional,
aplica-se sobre a superficie oclusal uma fon;a muito maior do que durante os
movimentos fisiol6gicos, girando em torno de 90 Kg, alem da contra9ao da
musculatura durante um tempo exagerado (em torno de 2 horas). 0 periodo di!lrio
de contato dentario nos partadores de bruxismo e tambem bastante aumentado em
rela9aO a um paciente sem parafun9ao, e considerando que tais condigoes superam
a tolerancia fisiol6gica das estruturas envolvidas, passando a gerar danos ao
sistema estomatognatico.
Em estudo sobre bruxismo, Manfredini et. al. (2003), encontraram uma
associagao entre bruxismo e DTM, e que a maior prevalencia estava nos pacientes
com os seguintes sintomas: combinagao de dor miofacial, deslocamento do disco
articular e outras condigoes articulares. Sugeriram que 0 bruxismo tenha uma grande
relagao com disordens musculares que com 0 deslocamento do disco articular e
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patologias articulares, e que a relagao parece ser independente da presenga de
outras DTMs diagnosticadas com dores miofaciais.
A associagao entre 0 desgaste dentaria, bruxismo e dar facial em pacientes
com DTM, foi estudada par Pergamalian et. aI., (2003), que relatou ser um problema
complexo em pacientes com DTM que apresentam altos nfveis de bruxismo e
avangado desgaste dentario. 0 objetivo de seu estudo foi determinar existencia de
uma significante associagao entre 0 desgaste dentaria, as habitos parafuncionais do
bruxismo, dar na articulagao temporomandibular e dares musculares severas nesses
pacientes com DTM. Os resultados neste estudo mostraram que 0 desgaste dentario
esta correlacionado com a idade. Houve varia<;oes na atividade bruxfstica, e este
nao esta correlacionado as dores da musculatura facial na palpagao e foi
inversamente associado as desordens articulares. Dentes com desgaste dentario
nao esUio correlacionados com bruxismo, dares articulares e dares musculares.
Concluindo, nessa popular;;:ao com desordens temporomandibulares estudada, os
fatores dentiuios de desgaste nao diferenciaram dos pacientes com bruxismo dos
que nao tinham bruxismo. A equivalencia da atividade do bruxismo nao esta
associ ada com dores miofaciais severas e nao esta associada com a menor dor nas
desordens articulares na palpagao.
Tosun, Karabuda e Cuhadarogiu (2003) avaliaram 0 bruxismo do sono pelo
exame de polissonografia em paciente com implantes dentarios. Foram avaliados
implantes end6sseo em pacientes que tiveram complical;oes mecanicas com os
implantes, tais como: implantes ou abutmet fraturados, dificuldades em dar 0 torque
necessaria, au danos na face oclusal que foi selecionada para esse exame
anteriormente citado. Desde 0 possivel habito parafuncional oclusal pode ser
evidenciado em cada estagio do tratamento dentario, estes devem ser considerados
em relal;aO aos riscos. Concluiu-se que 0 estudo da polissonografia e efetivo, sendo
um metoda de baixo custo para diagnosticar habitos parafuncionais durante 0 sono.
o profissional deve ter precaul;oes com pacientes com bruxismo do so no quando
submetido a implantes end6sseos, sendo indicado 0 uso de algum dispositivo
noturno, como uma placa interoclusal. (figura1 do anexo).
Segundo Aloe et al. (2003) 0 bruxismo do Sana esta associado com a
sindrome das pernas inquietas e com os movimentos peri6dicos dos membros
(mioclonias noturnas) em portadores da sindrome da apneia-hipopneia obstrutiva do
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sono. E pode representar uma manifestagao sub-clinica e precoce do disturbio
comportamental do sono REM.
Para Litonjua et al. (2003), em pacientes com bruxismo, encontramos
caracteristicas clinicas, como a atri9ao, erosao e abrasao. A mais correlacionada e a
atrigao, que a definida como uma perda da estrutura dentaria, que a atritada contra
alguma superficie e apresentam como etiologia 0 fator psicol6gico, como fatores
emocionais envolvidos na perda de estrutura dentaria no processo mastigat6rio.Milam et. al. (2004) estudaram a incidencia de sinais e sintomas de
desordens temporomandibulares (DTM) em dois grupos. 0 exame anamnatico
utilizou 0 Criteria de Classifica<;ao e Diagnostico para pesquisas em DTMs. Os sinais
e sinlomas diagnosticados em ambos os grupos fcram: dar nas ATMs e na
musculatura que auxilia a mastigagao, limitagao nos movimentos de abertura e
fechamento da boca, dares faciais, bruxismo, dar relacionada a oclusao dentaria,
estalido ao abrir a boca, cansaC;omandibular, efeito de apertamento dos dentes.
Em estudo comparativD com 0 desempenho da mastiga<;ao de individuos
que apertam au rangem as dentes com 0 desempenho de individuos normais, os
resultados obtidos nao apresentou diferengas estatisticamente significativas entre os
grupos em relac;ao a consistencia alimentar preferida, presenga de fadiga muscular
ou mimica facial durante a mastigagao. Por outro lado, encontrou-se uma melhor
trituragao dos alimentos no grupo de controle e uma preferencia pela mastiga9ao
unilateral no grupo dos pacientes com bruxismo. Concluindo-se que existiu
diferencia9ao do alimento, que foi inferior no grupo dos pacientes com bruxismo,
alem de apresentarem pequena amplitude, predominancia vertical da mandibula e
mastigac;aounilateral. Os dois grupos foram submetidos a avalia9ao fonoaudi610ga
com enfase na mastiga9ao e responderam a urn questionario sobre seus habitos
alimentares anteriormente os resultados. (SOARES et. al. 2004)
Camparis et al. (2005), na avaliac;ao da prevalencia e caracteristicas de
tinidos (ruidos) em urn grupo de brasileiros com bruxismo do sono, foram
selecionados pacientes de acordo com 0 rangido e/ou bruxismo dentario durante 0
sono, confirmado pelos conjuges ou membros famiHares. Eles foram avaliados com
enfoque na Dor Orofacial e os criterios de Diagnosticos de Disfunc.;:oes Temporo
Mandibulares. Houve estatisticamente uma significante diferen9a entre os dois
grupos, com grande prevalencia no grupo de pacientes com queixas de ruidos, em
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relac;ao a presenga de cr6nicas dares faciais, inumeras areas de dor na palpa<;ao
dos museu los da mastigagao e tambem nos museu los cervicais, ausencia de dentes
sem restabelecimento protetico e indices de depressao. Altera90es estruturais como
deslocamento do disco articular e perda da dimensao vertical, nao diferem nos dois
grupos.
Pereira et al. (2006) caracteriza bruxismo pelo ato parafuncional de apertar
ou ranger dos dentes, que pode ocorrer de maneira consciente ou inconsciente,
durante 0 sona ou em vigilia.
Sander, Pachito, e Vianna (2006), 0 bruxismo do so no pode estar presente
em 3,5-14% dos pacientes com apneia do sona. Na sua investiga<;ao clinica
devemos sempre avaliar a passivel presen<;a da apneia do sona.
2.1.1 Classifica,ao
Estudos e observagoes clinicas sugerem que 0 bruxismo pode acorrer de
forma aguda ou cronica, podendo ser continuo, intermitente, temporario e
permanente. a habito pode apresentar remiss6es e exarcebat;6es e divide-se
bruxismo centrico e excentrico segundo Molina (1989).
Nos individuos com bruxismo cent rico podemos observar:
• 0 paciente aperta as dentes em oclusao central ou relac;ao central ou
entre ambas;
Nao se observa deslizamento, apenas apertamento dental;
• as individuos apresentam contrac;ao muscular isometrica ;
as tecidos musculares dos individuos com bruxismo centrico apresentam
muita dificuldade para eliminar residuos metab61icos que se originam na
contra,ao muscular prolongada e sustentada e no metabolismo
energetico;
• as indiviuos podem apresentar contatos prematuros centricos como
etiologia, ou entao ten sao emocional exacerbada.
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AS individuos com esse tipo de bruxismo nao apresentam facetas de
deslizamento e a contragao muscular isometrica permite maior acumulo de irritantes
locais, principalmente acido latieD.
Ne casa de bruxismo excentrico, observa·se que:
• Os individuos apertam e deslizam as dentes nas posigoes protrusivas e
latero-protrusivas;
• Os movimentos mandibulares sao bordejantes;
Os individuos apresentam facetas de desgaste excentricas, tanto nos
dentes anteriores como posteriores. a mais frequente e uma combinagao
de facetas na face vestibular incisal de incisivos e caninos inferieres e na
face lingual de incisivos e caninos superiores;
A musculatura apresenta maior facilidade em eliminar residuos
energeticos, acidos e irritantes. Contudo, isso nao significa que dor,
disfungao, hipertonismo muscular e sensibilidade a palpagao estejam
ausentes. (Motina, 1989).
Segundo Aloe et al. (2003) 0 BS (Bruxismo do Sono) e classificado como
primario quando nao ha causa medica evidente, sistemica ou psiquiatrica. Eclassificado como secundario quando vem associado a um transtorno clinico,
neuro16gico ou psiquiatrico, relacionado a fatores iatrogenicos (uso ou retirada de
subslEmcias ou medicamentos) ou a outro transtorno do sono. A maioria dos casos
de BS e de etiologia primaria. Bruxismo secundario pode estar associado a oulros
disturbios do movimento (doen9a de Parkinson, doen9a de Huntington, sind rome de
Shy-Drager, distonia oromandibular, discinesia oral tardia, sindrome de Gilles de la
Tourette, espasmos hemifaciais, acatisia ou distonia tardia) ou a hemorragia
cerebelar, atrofia oJivopontocerebelar, nas demencias, na fibromialgia, na dor
miofaciaJ, em criangas com retardo mental, com hiperatividade e deficit de atengao,
na sfndrome de ReU, na esquizofrenia, no transtorno do eslresse p6s-traumatico e
na bulimia nervosa.
Carlsson et al. (2006), dividem 0 bruxismo em noturno e diurno. Atualmente,
descreve-se bruxismo noturno, com a leoria mais ace ita pela maioria dos
pesquisadores, como sendo um disturbio com uma desordem do sono, relacionada
as condi90es emocionais do paciente. 0 bruxismo varia de noite para noile, e esta
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variat;ao correlaciona-se com as dias mais estressantes emocionalmente, assim
como com a antecipagao de futuros eventos importantes na vida do paciente.
2.2 ETIOLOGIA
Em 1977, Titus, analisou a etiologia do bruxismo como sendo um habito
parafuncional que pode resultar em les6es patologicas da estrutura dentaria. No
entanto, 0 seculo XX os dentistas se preocupavam com a etiologia do bruxismo para
ten tar entender e tratar esse problema. Nessa epoca pouco S8 sabia sobre 0
assunto, ainda eram usadas as teorias de Freud sobre a fase faJica estar associ ada
ao bruxismo. Obviamente que atividade bruxistica e multifatorial e que nao e aceito
urn DnicD conceito de etiologia, pois sao varios. Diferentes pacientes tern bruxismopor diferentes razoes, cada casa deve ser tratado como unico. Talvez a fator
comportamental pSicologicooferega a melhor hipotese de etiologia.
Em 1989, Molina descreveu sobre a etiologia psicologica e oclusal do
bruxismo. A psicol6gica salienta a importancia dos fatores emocionais do paciente,
como repress5es na fase oral, agressao reprimida, ansiedade, insonia,
hiperatividade. Ja a Dclusal descreve que defeitos nas superficies oclusais,
ex pan sao nas restaurac;oes de amalgama, rugosidades superficiais, restaurac;oes
alias, interferEmcias em dentes inclinados, dentes supra irrompidos, dentes
posteriores superiores com torque lingual das coroas, cuspides fora do plano oclusal,
pontes sem anatomia dental, contatos oclusais prematuros em individuos com
mordidas de topo na regiao anterior e posterior, mordidas cruzadas e outras
anomalias podem ser utilizadas pelos pacientes com bruxismo como um mecanismo
para liberar a ten sao emocional. Sugere que a bruxismo pode apresentar remissoes
e exarcebac;oes. Em inumeras ocasioes 0 estresse agudo au cronico, a tensao,
frustrac;ao, ansiedade ou qualquer fator que provoque desequilfbrio emocional pode
estar relacionado com as periodos de bruxismo.
a bruxismo e uma atividade parafuncional de etiologia multifatorial, que
segundo Dawson (1993) e exclusivamente relacionada a fatores oclusais,
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considerando as interferencias oclusais como fatar desencadeante. Hoje, entretanto
ha relatas de ser significativa a influancia do estreSS8.
Estudos sugerem que os latores ma oclusao mais 0 estresse (Iatores
pSicoI6gicos), isoladamente au em conjunto, sao as desencadeadores da
parafun~ao, associados diretamente aDs limiares individuais, que levam duas
pessoas a responderem de forma distinta, quando submetidas a urn mesma estfmul0
em momentos dilerentes de sua vida. (Okeson, 1993)
Molina (1997), continua atribuindo 0 bruxismo a latores oclusais (presen,a
de interferencias oclusais e falta de guias oclusais fisioI6gicas), assim como algum
tipo de tensao au estresse emocional. Ultimamente, e dada muita ateng8.o ao paps I
da hiperatividade muscular desencadeada central mente como urn fator importante
na 8tiologia desse habito parafunciona1. Deve-s8 salientar que aproximadamente
90% da populagao de adultos, e mesmo de criangas apresenta interferencias e
instabilidade aclusal e nem todos sao portadores de bruxismo, canseqOentemente
pode-se deduzir que as interferencias nem sempre estao relacionadas com 0 habita,
e que essa leoria deve ser reexaminada com cautela. Par outro lado, estudos
baseados em observac;6es clfnicas que mostram que nem todo indivfduo portador de
estresse, tensao, ansiedade e frustragao, utilizam os dentes para ranger e deslizar a
mandfbula aplicando forgas neuromusculares aumentadas, concluiu-se que 0 fator
estresse, nao e suficiente, por si so, para explicar a etiologia do habito.
Segundo Aloe (2003) 0 bruxismo do Sono pode ser causado por uso de
substancias, como alcool, cafe ina (doses altas), coca ina, anfetaminas, substancias
relacionadas as anfetaminas, como 0 metilenodioximetanfetamina (MDMA) au
ecstasy, assim como por medicamentos antipsicoticos antagonistas da
neurotransmissao dopaminergica, antidepressivos inibidores seletivos da recaptagao
da serotonina (fluoxetina, sertralina, paroxetina, citalopram, escitalopram,
venlafaxina), fenfluramina e inibidores dos canais de calcio (fJunarizina). Varios
fatores de risco e doengas estao associados ao bruxismo do Sono, fumantes
apresentam um risco aumentado em duas vezes de desenvolverem bruxismo do
Sana, e as fumantes que ja sao portadares de bruxismo do Sana apresentam mais
epis6dios de ranger de dentes durante 0 sono.
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Pereira et al. (2006), fatores pSicossociais, os disturbios do sono, 0 uso
cronico de drogas de 3930 central, desarmonias oclusais e disturbios na via neuronal
dopaminergica sao comumente considerados na sua genese.
Segundo Carlsson et al. (2006), ao se discutir sobre a etiologia, tambem
deve S8 mencionar que muitas drogas, e em alguns individuQs, 0 alcool, sao
associ ados ao bruxismo. No bruxismo diu rna, esta relacionado a habitos
parafuncionais praticados durante 0 dia incluem 0 apertamento e 0 ranger dos
dentes, morderem labios, bochechas e lingua, morder objetos diversos, e uma
variedade de outros habitos pasturais.
2.3 TRATAMENTO
Em 1989, Molina, afirma que placas de mordida sao utHizadas com maior
frequencia antes de iniciar a terapia per equilibrio oclusal. Essa terapia tern como
objetivo redistribuir as for<;as oclusais sabre a maior numero de dentes, distribuirem
as forgas axialmente, prover estabiHdade aclusal, evitar deslizamento mandibular e
reorientar a memoria proprioceptiva. Com usa dessa placa, as musculos recuperam
a tonus de contra<;8.a e repauso fisial6gicos, a que ajuda a eliminar au diminuir as
reflexos de apertamento dental. (Figura 1, ANEXO A)
Dawson em 1993, as danos causadas pela sabrecarga podem ser reduzidas
pela distribuig8.o da carga em urn numera maximo de cantatas dentais, de igual
intensidade durante a intercuspidagao. Harmonizanda-se esses cantatas com os
c6ndilos central mente relacionados, reduz-se a sobrecarga em ambos, nas dentes e
nas estruturas articulares, eliminando-se a fator desencadeador da cantra<;8.a
descoordenada do pterigoideo lateral. Oeste modo, mesmo que 0 paciente aperte os
dentes, isto nao deve resultar em contra<;aa prolongada e isametrica dos musculos
antagonicos. No diagnostico diferencial das DTMs, e imprescindivel que se realize
uma manipula<;ao acurada da mandibula para obten<;ao da relagao centrica, bern
como a apalpa,iio do musculo pterigoideo lateral e a constru,iio de placa plana de
mordida que elimine a intercuspida,ao dos dentes (front-plateau).
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Segundo Fonseca e Bonfante (2000), 0 tratamento consiste em reabilita~ao
oral com overdenture, para restabelecimento da dimensao vertical de oclusao
(OVO). 0 primeiro passo consiste na determina~ao ou restabelecimento da OVO. As
perdas dentarias intercaladas e desencontradas do ponto de vista ociusaJ,
resultando numa falla de conten~ao centrica, em associa~ao com 0 desgaste
dentario pelo bruxismo, levam 0 padente a um colapso posterior de mordida e uma
diminui~ao da OVO. A placa e restabelecida com a ova, com caracteristicas de
P,P.A. proviso ria, ja que 0 paciente va; exercer suas fungoes mastigat6rias. A
primeira fase do tratamento, e a avaliac;ao par um periodo de 1-3 meses, com
sucessivos ajustes oclusais, reembasamentos da pr6tese com condicionadores de
tecida e avaliagao clfnica da musculatura atrav8S de conforta mastigatorio e fon8930.
A segunda fase e 0 planejamento definitivo. A utiliza~ao de uma placa oclusal sobre
tratamento protetico e uma op~ao de prote~ao contra 0 habito.
Nobilo et al. (2000), determinam uma tecnica das pistas deslizantes de
Nobilo como tratamento do bruxismo. E uma placa metalica com revestimento em
resina acrllica, lembrando urna protese parcial removivel usada tanto durante 0 dia
como a noite. Em funt;;:ao dos conceitos do bruxismo, nao devemos afirmar ao
bruxomano que vamos cunHo ou eliminar totalmente 0 seu habito de ranger os
dentes. Este afirmou que os objetivos basicos sao: reduzir ao minima a tensao
emocional do indivfduo; tentar eliminar ou diminuir os sinais e sintomas musculares e
articulares do paciente; eliminar ao maximo os cantatos prematuros e interferencias
oclusais do individuo; melhorar os padr6es de contragao-estiramento alterados da
musculatura; aumentar a estabilidade oclusal; reduzir a hipertonicidade muscular;
diminuir/eliminar a sintomatologia dolorosa; proteger as estruturas dentais; ajustes
peri6dicos; promover uma posigao articular mais estavel e funcional e
conscientizagao da continuidade do tratamento.
Okeson (2000) recomenda aos clinicos utilizarem, tambem, do recurso de
placas interoclusais como dispositivos para diagn6stico e/ou tratamento das
desordens temporomandibulares, pois observaram a redugao dos sintomas na
ordem de 70 a 90% de casos estudados. Embora possam diferir em desenho e
finalidade, a maiaria das placas rigidas de resina acrilica tern alguns objetivos em
comum e cumprem as seguintes fun(}oes, determinou-se:
20
• NeutralizaC;3o temporaria e reversivel de desarmonias ou desvios na
posigao ou nos movimentos mandibulares;
• EstabilizaC;3o dos cantatas dentals em mordida cemtrica;
• Propicia uma posic;ao guia articular mais estavel, funcional e
fisiologiea;
• Estabelecimento de uma posi9ao condilar estavel, antes da terapia
definitiva, com relaxamento muscular e remissao da sintomatologia;
• Neutralizagao do reflexo neural condicionado;
Redugao do desgaste de estrutura dental no bruxismo excentrico;
• Instrumento auxiliar no diagnostico diferencial das DTMs;
• Estabilizagao ou reeuperagao da OV tolerilVel pelo paeiente durante 0
tratamento; estabilizagao de dentes com mobilidade;
• Oesoclusao temponiria de dentes para propositos ortod6nticos ou
outros tratamentos de mioespasmos.
Segundo Oekon et al. (2003), por ser de um problema multifatorial, sua
abordagem deve obrigatoriamente ser "transdisciplinar", ou seja, entendido e
analisado conjuntamente por outras especialidades. Este autor salienta que os
desgastes dentarios comprometem a funl:(8.o, a guia anterior e a estetica, havendo a
neeessidade de restabeleeimento da OVO. atraves de plaeas, levando em
consideragao, desde requisitos esteticos ate foneticos. A avaliagao da precisao da
D.V.O. deve acontecer depois dos 40 dias ou mais, ap6s os quais essa placa pode
ser substitufda por qualquer um dos seguintes tratamentos reabilitadores: Pr6teses
Parciais Removiveis convencionais ou do tipo "overlay", (Figuras 5, 6, 7 e 8, ANEXO
A) combinados ou nao, com proteses fixas ou elementos isolados ou restaurac;oes
metalicas fundidas. Em casos de parafunc;ao severa, faz-se necessaria aintervenc;ao de profissionais especializados, a fim de se instituir a terapia mais
adequada para cada situagao, visando sempre 0 restabelecimento funcional e
estetico do sistema estomatognatico do paciente. E de suma importancia tambem a
conscientizag8.o do paciente em relag8.o a presenga de sua parafungao para que 0
mesmo se policie principal mente durante 0 periodo diurno, e que a utilizagao de uma
placa miorrelaxante, de preferencia confeccionada em acrilico, devera ser utilizada
por tempo indeterminado e na estabilizagao da pega protetiea. (Figura 1, ANEXO A)
A esplintagem com protese fixa de todo 0 areo reabilitado, prineipalmente superior,
21
na medida do passlvel deve ser realizada objetivando aproveitar 0$ princfpios do
poligono de "Roy" para obter maior estabilidade da protese. Devido as constantes
sobrecargas funcionais impostas aDs casas de reabilitar;ao oral em pacientes
portactores de parafunr;ao severa, as periodos entre as consultas de controle devem
ser reduzidos.
Litonjua et at. (2003) 0 tratamento para cada tipo de desgaste dentario, ira
depender em identificar 0 fator associado a cada etiologia. Alguns casos podem
requerer procedimentos restauradores especificos, enquanto Qutros nao
necessitarao tratamento, apenas acompanhamento. (Figuras 5, 6, 7 e 8, ANEXO A)
A placa de mordida plana apresentou-se como terapia para 0 bruxismo, pelo
$8U baixo custo e simplicidade tecnica de confecgao pode ser utilizada como uma
das ferramentas de eleigao, para a soluc;ao de significativo n"mero de DTMs.
(MILAN et at., 2004) (Figura 1, ANEXO A)
Pereira et at. (2006), por ser de etiologia complexa e ainda obscura, e
impasslvel estabelecer urn tratamento padrao para todos as pacientes. Entretanto,
medidas importantes baseadas na educar;ao do paciente, controle consciente do
bruxismo, melhoram a qualidade do sono e terapias de suporte podem ter sucesso
no controle da para fun gao e resolugao da maio ria dos sintomas. Os autores
cancluiram que ainda e impassiveJ garantir a cura total, contudo 0 controle da
parafungao com enfase na conscientizagao e na meJhora da quaJidade de vida
parece ser a abordagem mais prudente para a bruxismo.
Para Sander, Pachito e Vianna (2006), 0 bruxismo do sono pode estar
presente em pacientes com apneia do sono, em seu tratamento muitas vezes e
necessaria uma investigagao a respeito deste disturbio para entao utilizarmos
tratamentos farmacol6gicos e dispositivos que diminuam os danos as estruturas
orofaciais. (Figuras 1, 5, 6, 7 e 8, ANEXO A)
Segundo Carlsson et al. (2006), nenhum metodo pode de uma maneira
permanente, eliminar 0 bruxismo, mas existem muitas formas de se ajudar os
pacientes que apresentam sintomas causados pel as parafung6es. a tratamento
odontologico incluindo 0 ajuste oclusaJ e placas interoclusais podem reduzir as
conseqOencias desfavoraveis do bruxismo, mas geralmente nao 0 eliminarn.
(Figuras 1, 5, 6, 7 e 8, ANEXO A) Mais efetivo e conseguir que 0 paciente se
conscientize das suas atividades parafuncionais destrutivas.
22
3 OISCUSSAO
Dawson (1993) mudou a sua deliniC;aosobre e1iologia, a exclusiva relaC;ao
entre interierencias oclusais e bruxismo. Antes afirmava que 0 bruxismo nao ocorria
sem que alguma forma de interferencia oclusal estivesse presente, este ponto de
vista estava incorreto, antes que fosse compartilhado par varios clinicos, base ados
no constante alivio dos sintomas, ap6s meticulosa correc;ao oclusal com ajustes
oclusais. Molina (1989) descreve sobre a tearia psicologica e oclusal do bruxismo
que seria a causa do bruxismo. A psicol6gica (fatores emocionais), ja a oclusal
(interlerencias oclusais e lalta de guias lisiologicas). Ja Aloe (2003) atribui 0
bruxismo do sone a substancias como alcool, cafe ina, coca ina, derivados de
anfetamina e medicamentos antipsicoticos. Hit rnais de urn fater correlacionado a
sua etiologia, e nao hit apenas um unico tratamento capaz de eliminar ou reduzir
lodo 0 bruxismo. Calrsson et al. (2006) concorda com os tres autores citados
anteriormente, po is atribui 0 bruxismo ao uso do alcool, dragas, medicamentos,
apertamento dentario e outros habitos posturais. Pereira el al. (2006) atribuiram aqualidade do sana no bruxismo como uma parassonia, assim como as habitos de
falar, caminhar, gritar e chorar durante 0 sana noturno, pesadelos e enurese
noturna. Manfredini et al. (2004) confirmam a mesmo, que a avaliagao psiquiatrica
relacionada com sintomas psicopatol6gicos e problemas do sana tem haver com a
bruxismo.
Ja Carlsson et al. (2006) afirmam que 0 ajuste oclusal nao e um tratamenlo
adequado para 0 bruxismo. Dekon et al. (2003) utilizaram a terapia de overlay, uma
placa m6vel para restabelecimento da nova dimensao vertical.
Rodrigues et al. (2001), no seu estudo sobre a freqOencia de habitos
parafuncionais, houve a predominancia do sexo feminino na faixa etar;a de 21-40
anos, sendo a bruxism a a habito parafuncional mais encontrado de forma isolada,
com facetas de desgaste em dentes ante rio res, predominio ern caninos. Cauas et al.
(2004), tambem se verificou urn maior indice predominancia do genera feminin~, a
maior incidencia de DTMs ocorreu na faixa etaria de 21 a 30 anos, existindo uma
maior correlagao nos exercicio de profissao que exige maior esforgo muscular.
Pergamaliam et al. (2003), correlacionaram a presenga do bruxismo de acordo com
a idade, e nao estavam associadas as dores musculares severas de DTMS. Cauas
23
et at. (2004), contradiz Pergamaliam que existe sim uma forte correlagao entre as
DCMScom muita dor miofaciat.
Segundo Milan et at. (2004), afirmam que por meio de diagnosticos dos
sinais e sintomas das DTMs, e passivel 0 levantamento de sua incidemcia,
distribuigao e inter-relagao nas comunidades. Encontraram alto Indiee nessa
pesquisa relacionada as DTMs, pressupoem-se consequencias de grande impacto
social e economicQ, sejam eles intangiveis como a dor e sofrimento, au tangfveiscomo 0 dispE'mdio com tratamentos especializados, 1alta5 nas atividades diarias au 0
baixo laboral dos individuos, sugerinda estas incidencias estarem relacionadas aDsaspectos socioecon6micos e culturais da amostragem. A adogao da placa de
mordida plana, como metoda de tratamento nao invasivD, simplificado e de baixoGusto, pode ser a minimizagao de grande numero desses problemas.
Carlsson et at. (2006), concluiram que 0 bruxismo e outras parafungoes orais
sao extremamente comuns, mas 56 raramente criam problemas que exigemtratamento, nos metodos sugeridos para tratamento, nenhum chega a ser 0 ideal, aplaca pode minimizar os problemas acarretados, com decrescimo dos efeitosadversos. Jil Carlsson et al. (2006) afirmam que 0 ajuste oclusal nao e um
tratamento adequado para 0 bruxismo. Dekon et al. (2003) utilizaram a terapia de
overlay, uma placa m6vel para restabelecimento da nova dimensao vertical.
24
4 CONCLUsiio
o bruxismo e um dos habitos mais destrutivos da cavidade bucal porque
ocarre de forma constante, disfuncional e utiliza forc;as excessivas para as tecidos
dentais e periodontais.
o bruxismo produz sequelas importantes para todo 0 sistema
estomatognatico.
o aspecto emocional e psiquico do paciente com bruxismo e muito
importante deve ser levado em considerac;ao.
o tratamento e multidisciplinar.
o tratamento odontol6gico envolve ajuste oclusal e piacas interoclusais, que
podem reduzir 0$ sinais e sintomas, mas nolo 0 eliminam totalmente.
E necessaria a intervenc;ao de profissionais especializados, a fim de S8
instituir uma terapia mais adequada para cada situa<;8.o, visando 0 restabelecimento
funcional e estetico do sistema estomatognatico do paciente.
Mais pesquisas S8 faz necessarias, para melhor esclarecimento sabre 0
assunto.
25
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ANEXO A
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28
29
iarea superior.Fonte: UTP. 2007.
30
, umaposicionado na boca, vista anterior.Fonte: UTP, 2007.
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