Caio Bezerra de Mattos Brito
Mestrando – Zoologia – UFPB
Filogeografia/Ornitologia
www.caiobrito.com
Caio Bezerra de Mattos Brito
Mestrando – Zoologia – UFPB
Filogeografia/Ornitologia
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História da Ornitologia: da pré-história à atualidade
Choca-do-planalto (Thamnophilus pelzelni)
Apresentação
Thamnophilus pelzelni Hellmayr, 1924;
• August von Pelzeln (ornitólogo austríaco):
- Responsável pela coleção de mamíferos e de aves do Museu Imperial de Viena durante quarenta anos. Realizou um notável trabalho sobre 343 espécies de aves coletadas por Johann Natterer no Brasil.
- Ornithologie Brasileiras (1871)
- Beitrage zur Ornithologie Sud Afrikas (1882).
Introdução
• Importância da Ornitologia;
- Na história da biologia (da humanidade)?
- E hoje?
Introdução
• Ornitologia (ornitólogos) contribuindo para formulação de teorias em outras áreas da biologia:
- Especiação geográfica;
- Evolução;
- Biogeografia histórica.
Introdução
- Especiação geográfica
- Biogeografia de ilhas
- Evolução
Introdução
- Evolução
Introdução
- Biogeografia histórica
??
...destas populações?
Estas populações são diferentes...
Introdução
Introdução
• Diferenças nas populações de aves (genética, bioacústica e/ou morfológica) indicam um histórico recente ou antigo de formações florestais (ou campos em outros casos)
Introdução
• A História da Ornitologia é formada por quem?
Pré-história
• O interesse pré-histórico por aves:
Da antiguidade clássica ao Renascimento
• Antiguidade clássica 4.000 a.c. – 476 d.c.
• Renascimento Fim do Século XIV ao início do Século XVII.
Platão • Platão (427 a.c. – 347 a.c.)
- “o mundo é dividido entre o imaterial (= o mundo das ideias = Ceu) e o material (= o mundo de fenômenos = terra); um é pura realidade, o outro nada.”
- Como naturalista, Aristóteles passou a vida tentando superar esta dualidade platônica, alocando as ideias no próprio fenômeno.
Da antiguidade clássica ao Renascimento
Aristóteles
• Aristóteles (384 a.c. – 322 a.c.)
- Aluno de Platão
- Elevou o conhecimento sobre as aves a um tema de ciência.
- Seus estudos com as aves abriram caminho para diversas áreas da zoologia: morfologia, fisiologia, sistemática, embriologia e outros.
Da antiguidade clássica ao Renascimento
Aristóteles
• Aristóteles (384 a.c. – 322 a.c.)
- Estudo das aves como ocupação
Digna da mente;
- “A história dos animais” – 140 espécies de aves;
- Informações verdadeiras e falsas.
Da antiguidade clássica ao Renascimento
Uso da etnobiologia nas obras mais antigas (Aristóteles)
• Passarinheiros (birdcatchers);
• Observadores de aves/passarinheiros (birdwatchers);
• Pescadores (fishermen);
• E hoje?
Da antiguidade clássica ao Renascimento
Gaius Plinius Secundus
• Caio Plínio Segundo / Plínio, O Velho (23 – 79)
- Em 77 escreveu "Naturalis Historia“ 37 volumes. Citação sobre 35.000 fatos úteis. Selecionou mais de dois mil livros de 146 autores romanos e 327 estrangeiros.
Da antiguidade clássica ao Renascimento
“A Ciência é formada por verdades temporárias”
• Por 1.500 anos esta enciclopédia [Historia naturalis, 10ª edição, de Pliny] foi utilizada por naturalistas como base para estudos em aves.
- Exemplos: migrações
Da antiguidade clássica ao Renascimento
Ciência antiga e suas “verdades”
• As gaivotas que carregam conchas para o alto e depois as soltam para quebrarem contra as pedras agem “inteligentemente”;
• Os cisnes egípcios que fingem estar machucados/aleijados para distrair os predadores para longe dos ninhos “são diferenciados dos outros animais pelo amor que tem pela cria”;
Claudius Aelianus (Romano)
Da antiguidade clássica ao Renascimento
Ciência antiga e suas “verdades”
• Das Buch der Natur (The Book of Nature) – Konrad von Megenberg
Ciência antiga e suas “verdades”
Augustus Fredericus (1194-1250)
• Imperador e naturalista;
• Sua obra [De arte venandi cum avibus] foi concebida por volta de 1240, porém apenas impresso em 1596 e somente atraiu a atenção de ornitólogos em 1788.
• Classificação geral das aves (ecologia, hábitos alimentares, migração, comportamento, ossos)
Da antiguidade clássica ao Renascimento
Racionalidade empírica de Frederick
• “Our intention in this book on hunting with birds is to show things as they are”
- Críticas à Aristóteles.
• Blasius Merrem (Século XVIII): “...far outstrips most of our recent authers... Such exact observations (which are wanting in all other writers)”
Da antiguidade clássica ao Renascimento
E ai!?!?
• Religião (ontem e hoje);
• Comunicação (ontem e hoje);
• Ciência (o que é ciência?);
• Coleção (naturalista e museológica/ontem e hoje).
Da antiguidade clássica ao Renascimento
Religião e Verdades
Vs.
Albertus Magnus (1193-1280), mestre em teologia
Augustus Fredericus (1194-1250)
Da antiguidade clássica ao Renascimento
Dificuldades ‘daquele’ tempo...
• Disseminação das obras;
• Impressão;
• Bibliotecas;
• Museus;
• Internet;
Da antiguidade clássica ao Renascimento
Observações museológicas
• Primeiras taxidermias (antes de 1555): banha.
• Instruções mais antigas (Belon, 1555): uso de sal e vinagre.
Observações museológicas
• Taxidermia científica (empalhamento com o bicho deitado) início do século XIX.
• Cientistas que iniciaram este tipo de taxidermia, no inicio eram acusados de comodistas (prejudicavam a apresentação pública).
Da antiguidade clássica ao Renascimento
O início e fim do Renascimento
• Augustus Fredericus,
• Albertus Magnus,
• Conrad Gesner,
• Ulisse Aldrovandi,
• John Jonston.
Da antiguidade clássica ao Renascimento
O início e fim do Renascimento
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A. Fredericus A. Magnus C. Gesner U. Aldrovandi J. Jonston
Série 2 Repercussão das obras [na época]
O início e fim do Renascimento
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A. Fredericus A. Magnus C. Gesner U. Aldrovandi J. Jonston
Série 2 Qualidade científica das obras
O início e fim do Renascimento
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A. Fredericus A. Magnus C. Gesner U. Aldrovandi J. Jonston
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A. Fredericus A. Magnus C. Gesner U. Aldrovandi J. Jonston
O início da “ornitologia exótica”
• Grandes expedições marítimas (A Era das Grandes Navegações) Século XV e XVII;
• Feudalismo (idade média) Idade moderna;
• Tráfico comercial de animais exóticos.
• 1555: primeiros relatos de aves (Pierre Belon).
Expedições Científicas
• 4 a 8 anos História Natural e Geografia
O início da “ornitologia exótica”
Carl Linnaeus and the Systema Naturae
• 1707 - 1778
• Botânico, zoólogo e médico sueco.
O início da “ornitologia exótica”
François Levaillant
• Levaillant e o sistema binomial
de classificação de Carlos Lineu;
Coenraad Jacob Temminck
• Naturalista dos Países Baixos com interesse em aves;
• Primeiro diretor do Museu Nacional de História Natural de Leida, de 1820 até sua morte;
• Descreveu 79 espécies brasileiras
• Picumnus temminckii
O início da “ornitologia exótica”
Charles Lucien Bonaparte
• Biólogo e ornitólogo francês;
• Casou com Zenaide, sua prima e
foram aos EUA (1822);
• Até então (com apenas 19 anos) já havia descrito uma espécie (Acrocephala melanopogon);
Charles Lucien Bonaparte
• Durante sua viagem para os EUA
Coletou uma nova espécie de petrel;
• Participou da defesa de Roma contra as 40.000 tropas francesas enviadas por seu primo Luís Napoleão;
• Reafirmou suas crenças políticas ao nomear uma ave-do-paraíso (Cicinnurus respublica) em honra à ideia republicana.
O início da “ornitologia exótica”
Charles Lucien Bonaparte
• Criou o gênero Zenaida em
homenagem à sua esposa;
Mundo Vs. Brasil
• Por que algumas expedições de coleta tiveram mais êxito que outras?
Lichtenstein (Friedrich Sellow)
(44 descrições)
vs.
Temminck (Natterer e Spix)
(79 descrições)
Leitura sugerida
• Stresemann, E. 1975. Ornithology: From Aristotle to the Present. Harvard University Press. ISBN 978-0-674-64485-4. Tradução de Erwin Stresemann Entwicklung der Ornithologie von Aristoteles bis zur Gegenwart, 1951.
• Mayr, E. 1997. This is Biology; the science of the living world. The Belknap Press of Harvard University Press. Cambridge, Massachusetts. London, England.