VIDA E OBRA DE CAMÕES
• Sumariamente, neste trabalho, pretende-se contextualizar a vida e obra de Camões.
VIDA E OBRA DE CAMÕES Contextualização
• O Homem, medida de todas as coisas
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• A Idade Média foi considerada uma época de trevas, de ignorância e de barbárie.
• À Idade Média, no entanto, deve reconhecer-se-lhe uma grande vitalidade intelectual já que, durante esse longo período, se sucederam os “renascimentos” e os esforços para reelaborar a sabedoria clássica.
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A Idade Média preparou, pouco a pouco, o Renascimento…
O Renascimento, designação ainda que imperfeita…, indica uma época dotada de individualidade própria, caracterizada por um novo espírito crítico, um escrupuloso desejo de restituir os textos à pureza original, uma confiança nova nas forças naturais do homem – medida de todas as coisas.
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A grande contribuição portuguesa para o Renascimento foi a expansão pelos Descobrimentos.
• Os Descobrimentos desvendaram novos mundos, alargando assim o conhecimento do Mundo e do Homem, ostentando a primazia da observação e da experiência sobre o saber livresco
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Em Portugal, é com Sá de Miranda, que passara anos estudando na Itália, que as inovações dos poetas do Renascimento italiano, como o verso decassílabo e as posturas amorosas do Doce stil nouvo são conhecidos.
É Sá de Miranda que introduz em Portugal a medida nova. Medida caracterizada pelo verso decassílabo (clássico ou heróico) e pelos novos subgéneros de origem greco-latina ou italiana: a ode, o soneto, a canção, a epopeia, a tragédia, etc
À medida nova opõe-se a medida velha, caracterizada por estruturas como a esparsa, o vilancete, em redondilha menor ou maior.
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A ideia de tomar os antigos como padrão veio com o Renascimento, mas ao conceito de literatura, expresso ou implícito, que tem raízes nessa Antiguidade greco-latina, chamamos Classicismo.
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É nesta época que, associado ao Renascimento e ao Classicismo, impera o humanista.
• Humanista - estudioso e cultor das artes humanitatis, e litterae humaniores, expressões ciceronianas cujo sentido indica que o conhecimento das letras torna o homem mais humano por aquilo que elas revelam sobre a sua natureza e condição.
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O Humanismo é um vigoroso movimento de descoberta e reabilitação da literatura e do pensamento da Antiguidade clássica e de afirmação das potencialidades do Homem.
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Renascimento
- “Movimento cultural que, baseado no conhecimento e na imitação dos clássicos (latinos e gregos), trouxe uma nova concepção de homem, encarado na sua integridade, e veio abrir novos horizontes à Humanidade e rasgar os caminhos da Idade Moderna.” – Buescu
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Classicismo
- “…a harmoniosa arquitectura da composição, a subordinação dos pormenores à ideia do todo, a clara simplicidade estrutural, a nítida e equilibrada perfeição das formas.” – António Sérgio- São tais qualidades artísticas que, existindo nas obras dos Antigos, os nosso escritores procuram imitar.
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Humanismo
- “Não designa apenas uma tendência literária, uma escola de filólogos, mas também uma direcção de vida, caracterizada pelo interesse que se confere ao elemento humano, objecto de observação e como fundamento da acção.” – Hoffding
- Pode sintetizar-se na famosa frase de Terêncio: “Nada do que é humano me é estranho.”
VIDA E OBRA DE CAMÕES O Renascimento em Portugal
texto de apoio, excerto de Os LusíadasOrganização, introdução e notas de Amélia Pinto Pais
“O nosso século XVI vai ser marcado, ao nível do desenvolvimento socioeconómico, por:
- grande riqueza proveniente dos Descobrimentos e conquistas;
- reforço do poder real (centralização do poder) acompanhado pela decadência da velha nobreza e o aumento do poder económico e político da burguesia;
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- abandono da agricultura, por uma vida mais fácil em Lisboa, onde se enriquecia rapidamente;
- decadência moral de costumes, denunciada por Gil Vicente e Sá de Miranda.
VIDA E OBRA DE CAMÕES O Renascimento em Portugal
A nível cultural, este século [XVI] vai ser marcado por duas grandes linhas de força:
- uma, de influência estrangeira (contributo do Renascimento europeu, através de viajantes, muitos deles bolseiros);
- outra, oriunda do nosso contacto privilegiado com as novas realidades ultramarinas…
VIDA E OBRA DE CAMÕES O Renascimento em Portugal
A assimilação do Humanismo e Classicismo vai ser, nos dois casos, realizada sob a égide e protecção da Coroa, tornando-se o Paço o principal foco de cultura.
VIDA E OBRA DE CAMÕES O Renascimento em Portugal
O nosso principal contributo para a cultura europeia está ligado à actividade de humanistas portugueses no estrangeiro (André de Resende, por exemplo) e com a actividade marítima dos Descobrimentos (Garcia de Orta, por exemplo, com os seus Colóquios
dos Simples e outras Drogas da Índia).
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[...] A assimilação das doutrinas literárias do classicismo será feita primeiramente através de Sá de Miranda, que delas tomou conhecimento aquando duma sua viagem a Itália; depois, António Ferreira procederá à difusão dessas doutrinas.
VIDA E OBRA DE CAMÕES O Renascimento em Portugal
Do ponto de vista da literatura marcada pelos Descobrimentos, vamos encontrar toda uma literatura de viagens:
- relatos de naufrágios e expedições (História Trágico-Marítima, Carta do Achamento do Brasil);
- desenvolvimento da historiografia: Ásia de João de Barros; História do Descobrimento e Conquista da Índia pelos Portugueses de Fernão Lopes de Castanheda;
- obras destinadas à formação específica: O Soldado Prático de Diogo do Couto; obras de carácter picaresco Peregrinação, de Fernão Mendes Pinto. [...]
VIDA E OBRA DE CAMÕES O Renascimento em Portugal
Entre os grandes os poetas do nosso Renascimento convém ainda destacar Diogo Bernardes e, naturalmente, Luís de Camões.
A este último se deve a obra máxima da nossa literatura resultante da confluência de duas linhas: a vontade de fazer renascer o género épico e a literatura ligada a viagens – justamente Os Lusíadas, publicada em 1572.”
VIDA E OBRA DE CAMÕES Datas importantes da época, em Portugal…
1525 Data provável do nascimento de Camões.
1531 Terramoto em Lisboa. D.João III requer ao Papa o estabelecimento da Inquisição em Portugal.
1532 Crise financeira.
1535 Cortes de Évora. A fortaleza de Diu é entregue aos portugueses.
1536 Estabelecimento da Inquisição. Fernão de Oliveira publica a primeira Gramática.
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1537 Pedro Nunes ocupa-se, pela primeira vez em bases científicas, da carta de marear. Tradução do Tratado de Esfera por Pedro Nunes.
1539 O Santo Ofício inicia a sua actividade em Lisboa, sendo o Cardeal D. Henrique o primeiro Inquisidor-mor. Damião Góis publica, em Lovaina, Comentari rerum gestarum in India.
1540 O Santo Ofício inicia a censura. Primeiros autos-de-fé. Chegada dos Jesuítas a Portugal. João de Barros publica Gramática.
VIDA E OBRA DE CAMÕES
1541 Estabelecimento, no Porto, do tribunal da Inquisição.
1545 Damião de Góis é denunciado à Inquisição. D. João de Castro é nomeado Vice-Rei da Índia.
1547 Fundação do Colégio da Companhia de Jesus em Lisboa.
1548 D. João III funda o Colégio das Artes em Coimbra.
1550 Abandono de Arzila (Marrocos). Primeiros contactos com Macau.
1554 Nascimento de D. Sebastião, neto de D. João III; futuro rei.
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1557 Morte de D. João III. Regência de D. Catarina de Ataíde.
1562 O cardeal D. Henrique, que assume a regência, institui o Conselho de Estado.
1568 D. Sebastião atinge a maioridade e assume o Governo.
1569 Surto da Peste Negra no país.
1570 Alvarás contra a mendicidade. Luís de Camões regressa a Lisboa, vindo do Oriente.
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1571 Processo de Damião de Góis, instaurado pela Inquisição.
1572 Damião de Góis é condenado pela Inquisição. Publicam-se Os Lusíadas, de Luís de Camões.
1574 Primeira expedição de D. Sebastião ao Norte de África.
1578 Batalha de Alcácer-Quibir; derrota portuguesa; morte de D. Sebastião.
1580 Cortes de Almeirim. Invasão de Portugal pelo exército espanhol. Fernão Mendes Pinto conclui a Peregrinação. Morte de Luís de Camões.
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• A Capela Sistina é uma capela situada no Palácio Apostólico, residência oficial do Papa na Cidade do Vaticano, erigida entre os anos 1475 e 1483, durante o pontificado do Papa Sisto IV. A Celebração Eucarística de inauguração ocorreu em 15 de Agosto de 1483.
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• Era um projecto relativamente simples e despretensioso, no início, destinado ao culto particular dos papas e da alta hierarquia eclesiástica, contudo, fruto de uma época de expansão política e territorial da Santa Sé, viria a tornar-se num dos símbolos desta, tamanha magnificência adquiriu.
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• A celebridade da capela deve-se, também, ao fato de que nela se realizam os conclaves para a eleição do Sumo Pontífice da Igreja Católica Romana
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Contexto histórico
A virada do Quattrocento para o Cinquecento foi um dos momentos mais marcantes para a História da Arte Ocidental, quiçá mundial. A Itália, com epicentro em Florença, deu ao mundo uma tal gama de geniais artistas que parece milagrosa. “Não há como explicar a existência do génio. É preferível apreciá-lo”, diz Gombrich, tentando entender por que tantos grandes mestres nasceram no mesmo período.
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A Capela Sistina é um dos locais mais propícios para aquilatar a dimensão desta explosão criativa.
Para a sua feitura concorreram os maiores nomes de que dispunha a Itália no momento.
Vista externa da Capela Sistina do alto da Basílica de São Pedro.
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Baccio Pontelli foi o autor do projecto arquitectónico para a construção da capela. Este florentino era um dos responsáveis pela reformulação e revitalização urbanística que Sisto IV efectuava em Roma, tendo realizado dezenas de obras públicas.
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No projecto, construído com a supervisão de Giovannino de Dolci entre 1473 e 1484, emprestaram seus dons: Perugino, Botticelli, Ghirlandaio, Rosselli, Signorelli, Pinturicchio, Piero di Cosimo, Bartolomeo della Gatta, Rafael e outros. Coroando este festival, alguns anos depois, um dos maiores génios artísticos de todos os tempos: Michelangelo Buonarroti.
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As dimensões do projecto de Baccio Pontelli tiveram como inspiração as descrições contidas no Antigo Testamento relativas ao Templo de Salomão. A sua forma é rectangular medindo 40,93 m de longitude, 13,41 m e largura e 20,70 m de altura. Os numerosos artistas vestiram o seu interior, esculpindo e pintando as suas paredes, transformando-a em um estupendo e célebre lugar conhecido em todo o mundo pelas maravilhosas obras de arte que encerra.