Pontifícia Universidade Católica de Goiás
Departamento de Engenharia
Curso de Graduação em Engenharia de Produção
ENG 1090 – Introdução à Engenharia de Produção
Prof. Gustavo Suriani de Campos Meireles, M.Sc.
Projetar e produzir produtos em quantidade é uma atividade antiga: romanos e chineses produziam utensílios e artefatos de guerra artesanalmente, e é claro que não havia uniformidade e padronização
Não existia projeto de produtos na forma como conhecemos hoje: os artesão “especialistas” concebiam diretamente de sua mente para a matéria-prima, sem a representação do produto em um desenho
Veio a Revolução Industrial, novas máquinas apareceram, os produtos mudaram e tornaram-se intercambiáveis
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O elo que ligava design e manufatura foi rompido; o que antes era exclusividade dos artesãos separou-se em concepção e execução, ou melhor, em projeto e produção
O modelo de administração científica de Taylor difundiu-se pela Europa e Japão ao longo do século XX e funcionou enquanto a manufatura era padronizada e de baixa variedade
Hoje os produtos são diversificados e de menor escala produtiva: há redução no tempo de lançamento de novos produtos, ampliação de opções e esforço concentrado pela melhoria da qualidade
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Exemplos: A Nike é uma empresa globalizada: não tem fábrica
própria, concentra-se no design dos tênis e em sua marca e as fábricas estão espalhadas pela Ásia
A Renault dispõe de uma instalação específica para o desenvolvimento de novos produtos – o Technocentre -, estrutura esta compartilhada com fornecedores e parceiros
A Embraer tem relação semelhante à Renault com seu conjunto de fornecedores de sistemas e partes de aviões, localizados na França, na Alemanha, na Espanha, no Japão, no Reino Unido e nos Estados Unidos
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Denomina-se “ciclo de vida” de um produto ao histórico do produto desde sua criação até a sua retirada do mercado
Ao tripé básico de todo o projeto de produto – custo, qualidade e prazo –, foi adicionado atualmente mais um componente: a sustentabilidade ambiental, inicialmente representada pela reciclagem e pela economia de energia
Como regra geral, os produtos passam por 4 estágios ao longo de sua vida útil:
introdução – crescimento – maturidade – declínio
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Introdução – elevadas despesas de promoção e preços altos; incorporação de inovações ao produto para percepção pelo mercado
Crescimento – as vendas aumentam pelo maior conhecimento do produto; novas funções e qualidade
Maturidade – a taxa de crescimento estabiliza e o foco está na redução do custo final do produto
Declínio – decréscimo nas vendas e nos modelos ofertados; estudos de reciclagem dos produtos em fim de vida
É comum os produtos só começarem a dar lucros depois de certo nº de unidades vendidas; alguma melhoria pode dar sobrevida no mercado 6
O que existe de senso comum a respeito da atividade de projeto é que
“o processo de desenvolvimento de produtos (PDP) é uma atividade complexa e que os problemas a serem
enfrentados pelos engenheiros são mal estruturados ou complexos”
Considera-se que projetar é uma atividade que produz uma descrição de algo que ainda não existe, porém capaz de viabilizar a construção desse produto em fase de criação
Trata-se de uma atividade de resolução de problemas, num processo coletivo de comunicação e colaboração
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Um projeto pode ser classificado pelo seu caráter inovador: o forno de microondas nos anos 1980 foi um projeto inovador, mesmo que a técnica já existisse há 10 anos
A inovação só se concretiza quando a invenção se materializa através de um produto comercializável
Existem algumas classificações sobre os diversos tipos de projetos; há uma proposição baseada no tipo de problema que o projeto se propõe a resolver:
(a) projeto original: criação de novo produto
(b) projeto adaptativo: evolução de uma solução
(c) projeto variante: baseado em modificações11
CD player
Filtros
Hélices
Outras propostas de classificação consideram os aspectos complexidade e inovação presentes; 4 classes podem ser identificadas: Projeto incremental – modifica-se componentes ou
partes do produto, mantendo o conceito original
Projeto complexo – de grande porte e que envolve muitas pessoas; complicado
Projeto criativo – baixo grau de estruturação e problemas tecnologicamente simples
Projeto intensivo – envolvem situações novas e complexas; grandes equipes e problemas não-triviais
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Casa popular
Novo modelo de carro
Boing 777
Novo tênis
Há grande nº de métodos e técnicas para o desenvolvimento de projetos de produtos
As linguagens normalmente utilizadas para representar as informações relativas a aspectos particulares são: Semântica – descrição verbal ou textual do objeto. Ex.:
as dimensões de uma viga são relativas aos seus esforços
Gráfica – são os esboços e desenhos em geral
Analítica – são equações, regras e procedimentos para definir a forma ou a função do artefato
Física – modelos em escala reduzida, protótipo rápido ou real do objeto
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A atividade de projeto de produtos é vinculada à estratégia de negócios das empresas, sendo considerada uma atividade crítica para o sucesso e a competitividade das mesmas
O PDP está situado entre a empresa e o mercado, sendo responsável pelas atividades desde o planejamento do lançamento do produto até a sua desativação e disposição
O PDP é um processo no qual requisitos definidos pelo mercado (legais, desempenho, uso, etc.) são transformados em desenhos e procedimentos capazes de viabilizar a construção do produto
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Estima-se que 85% dos custos de um produto sejam reflexo direto das decisões tomadas na fase de projeto
Estima-se também que, se uma alteração de projeto custar R$ 10,00 quando realizada nas etapas preliminares do projeto, custará: R$ 100,00 na fase de detalhamento do projeto
R$ 1.000,00 na fase de protótipo e
R$ 10.000,00 quando realizada na fase de produção
Daí provém a importância de se ter um processo formal para o PDP com etapas identificáveis por todos os envolvidos
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A atividade de desenvolvimento de produtos é complexa e, nos últimos tempos, tem ficado mais difícil: As equipes participantes normalmente estão distantes:
são virtuais e trabalham com ferramentas informatizadas
Há várias disciplinas intervenientes e cada uma delas tem sua contribuição mediada pelo engenheiro ou projetista
Esta área envolve basicamente todas as demais subáreas da Engenharia de Produção, desde a gestão da produção até a gestão ambiental
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