Download pdf - casos praticos

Transcript
Page 1: casos praticos

CCOOLLEECCTTÂÂNNEEAA

55..ºº AANNOO

Dezembro de 2008

DDeeppaarrttaammeennttoo ddee FFoorrmmaaççããoo CCuurrrriiccuullaarr ee VVaalloorriizzaaççããoo CCíívviiccaa

Page 2: casos praticos

Dezembro de 2008

Caro colega,

Uma vez mais a AAFDL procura na época que se aproxima, proporcionar-te uma

ferramenta de apoio para os exames. Para o efeito seleccionámos um conjunto

homogéneo de testes e exames das cadeiras de 5º ano comuns a todas as menções,

uma vez que não foi possível seleccionar o bastante para constarem da colectânea

todas as cadeiras das diversas menções.

Esperamos que esta colectânea te possa auxiliar na preparação e estudo para os

exames, contudo, devemos advertir que a recolha dos mesmos, não abarca todas as

questões passíveis de serem colocadas em exame e não vincula as equipas

docentes.

Por fim, resta agradecer a todos os que colaboraram e ajudaram a reunir todo o

material desta compilação.

Boa Sorte e Bons Exames!

Formação Curricular e Valorização Cívica

Page 3: casos praticos

DDiirreeiittoo IInntteerrnnaacciioonnaall

PPrriivvaaddoo

Page 4: casos praticos
Page 5: casos praticos
Page 6: casos praticos
Page 7: casos praticos
Page 8: casos praticos
Page 9: casos praticos
Page 10: casos praticos
Page 11: casos praticos
Page 12: casos praticos
Page 13: casos praticos
Page 14: casos praticos
Page 15: casos praticos
Page 16: casos praticos
Page 17: casos praticos
Page 18: casos praticos
Page 19: casos praticos
Page 20: casos praticos
Page 21: casos praticos
Page 22: casos praticos
Page 23: casos praticos
Page 24: casos praticos
Page 25: casos praticos
Page 26: casos praticos
Page 27: casos praticos
Page 28: casos praticos
Page 29: casos praticos
Page 30: casos praticos

DDiirreeiittoo PPrroocceessssuuaall PPeennaall

Page 31: casos praticos
Page 32: casos praticos
Page 33: casos praticos

FACULDADE DE DIREITO DA UNIVERSIDADE DE LISBOA

DIREITO PROCESSUAL PENAL AN0 LECTIVO 200712008

5." AN0 - TURMA DIA PROVA DE FREQU~NCIA ~ C A (06- 12-2007)

Atente a seguinte hipotese:

Uma patrulha da GNR, enquanto circulava por Aldntara, ouviu urna comunicagio via radio de que acabava de ser cometido um furto no Laranjeiro, no valor de 5000 euros perpetrado por um suspeito, do sexo masculino, com uma camisola cor de laranja, de raga caucasiana e cabelos loiros, com idade aproximada de 30 anos e que, ap6s subtrair aquele valor a uma senhora, Berta, hgira numa viatura "Nissan Micra", cor verde, em direcgio a Lisboa.

De imediato, os agentes da GNR puserarn-se em carnpo a saida da Ponte 25 de Abril e, vendo passar urn veiculo "Nissan Micra", de cor verde, conduzido por um homem louro, com urna "T-shirt" cor de laranja, foram em sua perseguigio e mandararn-no parar, acabando por dete-lo.

0 s agentes pediram a identificagio do condutor, que, nervoso, se identificou como sendo Antonio Alves. Instado a apresentar o seu bilhete de identidade, Antdnio abriu a carteira e os agentes aperceberam-se de que esta estava recheada de uma grande quantidade de notas de 100 euros. 0 s agentes de imediato procederam a apreenao da carteira de Antonio e, ap6s confekncia do seu conteudo, viram que as notas perfaziam o valor de 5000 euros. Convencidos de terem detido o agente do crime de furto, inquiriram-no sobre a provenikncia do dinheiro, ao que Antonio balbuciou que o dinheiro era seu.

0 s agentes da GNR deduziram que tinham apanhado o autor do furto cometido no Laranjeiro e levaram-no de imediato ao Ministdrio Mblico (MP), remetendo-lhe o auto com a descrigio completa e os meios de prova apreendidos.

Responda fundamentadamente As seguintes questbes (e apenas a estas) ': I ) 0 s agentes da GNR podiam validamente deter Antonio? - 4 valores

2) Devia Antonio ser julgado em alguma forma de process0 especial? - 2 valores

' Considere a aplicap?o do arligo 203,"e seguintes do Cddigo Penal (CP).

Page 34: casos praticos

3) Qua1 o Tribunal material, funcional e territorialmente competente para o julgamento de Antonio? - 4 valores

4) Supondo que o process0 seguia para a forma comurn e que o MP acusava Antonio pelo crime de hr to qualificado, p. e p. no artigo 204.", n." I, alinea a), do CP, podia Berta requerer a abertura de instruqiio para acrescentar o facto de Antonio ter retirado a quantia furtada do porta-luvas do carro dela, imputando- Ihe assim a circunsthcia prevista na alinea e) do n." 1 do mesmo artigo? - 4 valores

5) Admitindo que Antonio tinha sido pronunciado pelo crime de furto qualificado, p. e p. no artigo 204.", n." 1, alinea a), do CP e que no final da audi6ncia de julgamento o Tribunal niio deu como provada a subtracqiio, podia absolvblo do crime de furto e condend-lo pel0 crime de apropriaqgo ilegitima (p. e p. no art." 209.", n." 2 do CP)? - 4 valores

Apreciaqiio global (fundamentaqiio geral, sistematizaqiio, clareza e portuguh) - 2 valores

Page 35: casos praticos

FACmDADE DE DIREITO DA UNIVERSIDADE DE LISBOA

DIREITO PROCESSUAL PENAL AN0 LECTIVO 200712008

5." AN0 - TURMA DIA Tbpicos para a correcgdo da

Frequ Encia ~ n i c a (06-12-200 7)

A resposta 6 afirmativa.

Qualificaqiio juridica:

A subtracqiio de uma quantia no valor de 5000 euros consubstancia um crime de furto

qualificado p. e p. pelo art. 204", n." 1 , alinea a), do C6digo Penal (CP), uma vez que tal

quantia deve ser qualificada como constituindo valor elevado nos termos previstos no

art. 202", alinea a) do CP, pois corresponde a um valor que excede 50 UCP, avaliadas

no momento da pratica do facto, i.e., 50 x 96 euros (valor actual da UCP) = 4800 euros

(cfi. arts. 5" e 6" do DL n." 212189, de 3016 e valor fixado no DL n." 238105, de 30112).

PresunqHo de flagrante delito:

0 art. 256", n." 2 do Codigo de Processo Penal (CPP) consagra uma presunqgo de

flagrante delito quando o agente for, logo ap6s o crime, encontrado com objectos ou

sinais que mostrem claramente que acabou de cometer o crime. Ora, os agentes da

GNR, tendo tomado conhecimento via radio patrulha de que acabava de ser cometido

um crime de furto no Laranjeiro e de que o agente, com determinadas caractensticas

fisicas, fugira numa viatura ((Nissan Micra)) verde em direcqiio a Lisboa, ou seja, que se

dirigia para a Ponte 25 de Abril, puseram-se em campo a saida da Ponte e viram passar

um suspeito que se enquadrava perfeitamente no perfil comunicado. Corn efeito, era um

hornem de raqa caucasiana, cabelos loims, com idade aproximada de 30 anos, com uma

((T-shirt)) cor de laranja, que conduzia uma veiculo ((Nissan Micraw verde e estava a

atravessar a Ponte naquele precis0 momento.

Nas situaqces previstas no n." 2 do art. 256" dispensa-se a visibilidade e actualidade que

constituem o cerne do flagrante delito previsto no n." 1 e C suficiente que se possa

Page 36: casos praticos

inferir de determinados factos, designadarnente o facto de ser encontrado com

determinados objectos ou sinais (in cam, a descriG5o fisica do agente, a condu~iio de urn

veiculo ((Nissan Micra)) verde e estar a atravessar a Ponte 25 de Abril em direcqBo a

Lisboa), outros factos, ie., o facto de que se tratava do suspeito do crime de furto

cometido no Laranjeiro.

Sllblinhe-se que crucial para a afirrnagiio de que se pode presurnir o flagrante delito

neste caso e o facto de o suspeito ser encontrado corn os sinais e objectos referidos e

nlo o facto de mais tarde se vir a descobrir que o suspeito tinha na carteira exactarnente

a quantia furtada em notas de 100 euros, o que, quando muito, reforgou probatoriamente

a presungiio que habilitou os agentes da GNR a procederem A detenqiio do veiculo a

saida da Ponte, mas teve lugar em momento posterior a detengb.

Por outro lado, essential a qualificagiio dos referidos sinais corno atestando claramente

que o suspeito acabara de cometer o crime de furto foi o facto de ter sido encontrado a

saida da Ponte logo ap6s a pdtica do facto e fuga em direcglo a Lisboa. Se, porventura,

fosse encontrado algu6m que correspondesse i descriglo fisica a circular nurn ((Nissan

Micrm verde em outra mna do pais ou dentro da cidade de Lisboa, ja niio se poderia

afirmar que os sinais e objectos rnostrassem claramente que o agente acabara de

cometer o crime.

DetenqHo em flagrante delito:

Tratando-se de uma situaqlo de flagrante delito e sendo o crime punivel com pena de

prislo, os agentes da GNR poderiam proceder a deteng50, na medida em que o art. 25S0,

n." 1, alinea a), do CPP habilita p m tanto qualquer entidade policial (art. lo, n." 1,

alinea c), do CPP).

Natureza juridica do crime:

0 crime de h t o qualificado 6 um crime p6blico (art. 48" do CPP conjugado com o

disposto no art. 204", n." 1, alinea a) do CP). Como tal, niio depende de queixa ou

acusagBo particular, o que significa que niio se verificam as circunstdncias

condicionantes ou impeditivas da detengo em flagrante delito (cfr. art. 25S0, n." 3 e 4

do CPP, respectivamente).

(Outras questties que se podiam suscitar na hifitese, mas que ndo integravam a

questdo):

Page 37: casos praticos

- Constituiggo obrigatoria de Antonio como arguido (art. 5S0, n." 1, alinea c), e 59", n."

1, do CPP) e omissiio desse dever por parte das entidades policiais e do MP (art. 1 18",

n." 2 e art. 58", n."s 3 e 5 e, eventualmente, art. 126", n."s 1 e 2 , alinea d), do CPP);

- Identificaggo do suspeito e infoma$6es/inquiri$20 informal proibida (art. 250°, n." 1 e

n." 8, do CPP);

- ApreensFio do dinheiro (art. 249", n." 2, alinea c), e 178", n."s 1 e 4, do CPP);

- Primeiro interrogatorio nlo judicial de arguido detido (art. 143O do CPP);

- Auto de denlincia, em vez de auto de noticia (art. 243" e art. 2463 n."s 1 e 4 e art. 275O,

n." 2, do CPP).

Ouestiio n." 2

A resposta 6 afirmativa.

Pode e deve ser adoptada a forma de processo sumirio, urna vez que se encontram

reunidos todos os seus pressupostos e, desde a revis20 do CPP de 2007, o julgamento

em processo sum6rio deixou de ser urna mera faculdade (cfr. art. 38 1 ", n." 1 e art. 390"

do CPP).

Requisitos do processo sumario:

Antonio podia ser julgado em processo sumario: foi detido em flagrante delito, o crime

de furto qualificado e punivel com pena de pris3o ate 5 anos (niio superior a 5 anos), foi

detido por uma entidade policial (art. lo, n." I , alinea c), e art. 381°, n." I , alinea a), do

CPP), pode ser submetido a julgamento no prazo de 48 h (art. 382", n." 3, do CPP) e

verifica-se o requisite negativo implicit0 de o Tribunal competente n8o ser o Tribunal

colectivo (ou de j ~ , mas nunca seria o caso), segundo o critCrio qualitative.

0 s agentes da GNR siio brgios de policia criminal (art. lo, n." 1, alinea c), do CPP),

sendo que, ao contr&io do que sucede na detenqgo fora de flagrante delito, em que so as

autoridades de policia criminal (art. lo, n." 1, alinea d), do CPP) podem ordenar a

deten~iio por iniciativa propria, para a detenqiio em flagrante delito e julgamento em

forma sumkria 6 suficiente que se trate de uma entidade policial.

Discusiio doutrinaria:

S6 nao seria adrnissivel se fosse defendido, na esteira do ensinamento de Teresa Beleza

e Frederico Costa Pinto, que o jdgamento em forma sumaria nio deve ser utilizado nas

situagBes de presun~lo de flagrante delito, previstas no art. 256", n." 2, do CPP, por falta

Page 38: casos praticos

de consistencia probatoria, mas apenas nas situag6es do n." 1 em que a propria entidade

que realiza a detengiio ionha assistido a execuflo do crime ou a parte dela. Com efeito,

de harmonia com esta corrente doutrinal, a finalidade do processo sumh-io 6 a

realizagiio mais cClere da justiga penal nas situagcks de flagrante delito em sentido

proprio, caracterizadas pela actualidade e visibilidade da infraqiio, uma vez que apenas

nestas se justifica a simplificagiio e aceleqiio do processo, atendendo a diminuiglo dos

problemas de prova. JB niio se justificaria o sacrificio das garantias oferecidas pel0

processo comum nas situagks em que a autoridade ou entidade que procede detengiio

n2o assistiu aos factos ou a uma parcela dos mesmos, constituindo urna mera presungiio

de flagrante delito que deve ser harmonizada com a presun~2o de inocencia do arguido.

E de real~ar, porGm, que com a revislo de 2007 e a expressa previslo de que se deve

seguir a forma sumtiria mesmo que a detenggo tenha sido efectuada por um particular,

desde que o detido seja entregue no prazo de duas horas a uma entidade policial ou

judiciaria, enfraquecem consideravelmente os argumentos expendidos.

Jurisdiqiio:

A jurisdiggo e dos tribunais portugueses (arts. 202" e 21 l o da CRP e art. 8" do CPP).

CompetGncia funcional:

0 s tribunais competentes em funqiio da fase processual, in casu, na fase do julgamento,

siio os tribunais judiciais de 1 ." insthcia (arts. 1 1" e 12" do CPP a contrario sensu e arts.

33" a 37" e 55" e 56" da LOFTJ).

Cornpetencia material:

A competencia material, deterrninada em d o das qualidades do agente, das matCrias e

dos tipos de crime e respectivas penas, C do tribunal singular, tendo presente a

inexistsncia de uma reserva de competgncia em d o do tipo penal de fUrto, aplicando-

se, portanto, o critdrio quantitative previsto no art. 16", n." 2, alinea b), do CPP: a pena

miixima do furto qualificado C inferior a 5 anos.

Competencia territorial:

No que respeita a compethcia territorial, niio se verificando nenhurn dos critdrios

especiais previstos nos arts. 20" a 23" do CPP, siio aplicaveis as regras gerais constantes

do art. 19" do CCP. A consumaqiio do furto deu-se no Laranjeiro, sendo competente o

Page 39: casos praticos

Tribunal da Area da consuma@o (art. 19", n." 1, do CPP). 0 mapa JJ do RLOFTJ integra

o Laranjeiro na comarca de Almada. 0 Tribunal de comarca de Almada, nos termos

previstos no mapa VI do RLOFTJ, 6 um tribunal de compettncia especializada, civel e

criminal, mas nil0 dispik de tribunais de compettncia especifica (juizos e varas ou

tribunal de pequena instiincia criminal, que seria o competente para o julgamento em

process0 surnario). Em c o n c l ~ o , serh competente o juizo de competi?ncia

especializada criminal de Almada.

( 0 crime de furto e uma crime de estado: nio ha uma acgio que se prolonga no tempo,

nem uma compressiio do bem juridic0 posterior ao momento da consumagio, como

sucede, por exemplo, no crime de sequestro ou no crime de furto de uso do veiculo,

apenas subsiste o estado lesivo. Nio se aplica, em confomidade, o critirio do art. 19O,

n." 3 do CPP).

A resposta 6 negativa.

Pretendendo o assistente imputar ao arguido uma alteragio n50 substancial de factos

(ANSF), o mecanismo apropriado seria a dedugio de acusagio subordinada, nos termos

do art. 284", n." 1, inJne, do CPP.

Requisitos do requerirnento para a abertura de instruyfo:

Dever-se-ia comeGar por identificar que era admissivel, em abstracto, o requerimento

para a abertura de instruqio, se estivessem preenchidos os seus requisitos,

nomeadamente: i) legitimidade; ii) tempo (no prazo de 20 dias a contar da notificagiio

da acusagio do MP, nos termos do art. 287", n." 1, do CPP); iii) contelido (atendendo ao

disposto no art. 287O, n." 2, do CPP), e iv) pagarnento da taxa de justi~a devida (art. 51 9'

do CPP).

Sucede que o assistente tem legitimidade para requerer a abertura de instruggo apenas

para discutir quest6es de facto e, dentto destas (quando tenha havido acusaqlo do MP),

apenas aquelas que representarem urna alteraqiio substancial de factos (ASF) - cfi. art.

287", n." 1, alinea b), e art. 284", n." 1, in$ne, do CPP.

Caso concreto:

No caso concreto, tudo dependia de saber se o assistente acrescentava urn novo facto

que constituia uma ASF, caso em que poderia requerer a abertura da instrug20 (art.

287", n." I , alinea b), do CPP), ou uma ANSF, caso em que ngo poderia requerer a

Page 40: casos praticos

abertura da instru@o, devendo antes recorrer A acusa~iio subordinada (art. 284", n." 1,

do CPP).

Sern rnargem para duvidas, o assistente pretendeu adicionar um novo facto, alterando o

acontecimento e a sua valora~iio: que a carteira se encontrava dentro do porta-luvas do

seu veiculo automovel. 0 novo facto constitui assirn uma altera~iio de factos.

Seria esta alteragiio substancial? Nos termos do art. lo, n." 1, alinea 0, do CPP sera

substancial quando: i) agtavar a pena rnkima abstractarnente aplicavel (o que niio e o

caso, pois o arguido ja era acusado de fbrto qualificado) ou ii) constituir uma imputa~lo

de crime diverso (mas niio parece que fosse crime diverso, face a historia ja constante

dos autos).

Deveria concluir-se que se tratava enti40 de uma ANSF, pelo que o requerimento do

assistente deveria ser rejeitado por inadmissibilidade legal da instru~io, dado que o

assistente deveria ter usado a acusa$io subordinada para o seu intento - art. 287", n." 1,

alinea b), e 284", n." 1, infine, do CPP.

(Apontamento susceptive1 de valorizaq30 da resposta):

Berta podia requerer a constituiqiio como assistente com base no art." 6S0, n." 1, alinea

a), do CPP dado que era titular de um interesse especialmente protegido corn a

incrirnina~iio, independenternente do conceit0 de ofendido perfilhado.

A resposta C igualmente negativa.

0 Tribunal nlo devia condenar o arguido nern pel0 crime de firto (pois niio se fez prova

dos respectivos elementos do t i p ) , nern pelo crime de apropriaqiio ilegitima (o qua1 nlo

C um minus face ao primeiro, pois exige a verificasio autonoma do elemento

((apropriac$o ilegitima))).

Deveria identificar-se uma s i tua~lo de niio prova de factos (i-e., a subtracqiio), que

levaria A absolvi~lo do arguido quanto ao crime de hr to qualificado (art. 204", n." 1,

alinea a), do CP). S6 que o Tribunal pretendeu proceder a urna alteqiio da qualificagio

juridica (AQJ) para passar a condenar o arguido pel0 crime de apropria~iio ilegitima

(art. 209", n." 2, do CP). A ser uma AQJ, devia seguir o regime da ANSF na fase do

julgarnento (art. 35S0, n." 1, ex vi n." 3 do rnesrno preceito do CPP).

Page 41: casos praticos

0 problema C que, neste caso concreto, nio ha uma mera AQJ. Para a imputaqiio do

crime de apropriaqio ilegitima era necess6rio que a coisa (i.e., o dinheiro) tivesse sido

encontrada, e tal nlo resulta apenas da mera niio prova dos factos descritos na pronhncia

(integrantes do crime de furto qualificado). Ou seja, a coisa ter sido encontrada e em si

mesmo um facto novo (mudando o acontecimento/historia).

Seria assirn uma alteraqiio de factos. E seria esta alteraqio substancial? Nos termos do

art. lo, n." 1, alinea f), do CPP C substancial quando: i ) agravar a pena mixima

abstractamente aplicavel (o que nio 12 o caso, p i s a pena mhima ate e mais reduzida)

ou ii) constituir uma imputago de crime diverso (o que seria o caso, p i s subtrair ou

encontrar s io historias distintas quer pel0 criterio naturalists, quer pelo criterio do

problema sujeito a apreciaqiio juridica, incluindo o relevo da alteraqio para a estrategia

de defesa do arguido).

Sendo uma ASF, esta seria autonomi~vel, p i s a ((nova historia)) (encontrar a coisa e

apropriar-se ilegitimamente da mesma) 6 uma altemativa a historia inicial, que podia so

por si ser object0 de um processo autonomo. A soluqlo final passava, p i s , pela

absolviqio do arguido do crime de furto e pela comunicaqlo ao MinistCrio Pliblico para,

noutro processo, proceder pelos novos factos. Mas isto s6 sucederia se o Tribunal

tivesse concluido realmente que os factos em nada condiziam com a acusaqio, ao passo

que, pel0 contkio, parece que o Tribunal se limitou a convolar, a l ik contra legem,

uma acusaqiio por furto noutra por urn crime menos grave, mas aut6nom0, caso em que

a sentenqa seria nula (art. 3 7 9 O , n." 1, alinea b) do CPP).

Page 42: casos praticos

FACULDADE DE DIREITO DA UNNERSIDADE DE LISBOA DJREITO PROCESSUAL PENAL

AN0 LECTIVO 200712008 1 .O Semestre

5." ano - Turma: Dia Exame escrito de 7 de Janeiro de 2008

CoordenaqZo e reghcia: Prof. Doutor Paulo de Sousa Mendes Colaboraqb: Mestre JoZo Gouveia de Caires; Mestra Ana Gouveia Martins; L ~ c . ~ Ana de Oliveira

Monteiro Duraqlo: 2 horas

Urna jovern de 15 anos sofreu urna rnorte insolita. ao ser atingida por urna bala que nlo Ihe era dirigida.

0 s factos ocorrerarn no dia 1 de Janeiro de 2008. No interior de urn autornovel, que estava estacionado a beira-rio, junto a foz do Rio Tranclo (freguesia de SacavCrn, concelho de Loures), encontravarn-se, sentados a frente, Antbnio, de 25 anos, e a sua rnulher Beatriz, de 22 anos. Atras sentava-se Carla, irrnl de Beatriz.

Marido e rnulher discutiarn. Foi nessas circunsthcias que Beatriz se apoderou da arrna que o rnarido guardava no porta-luvas. Nurn rnovirnento rapido, a rnulher apontou o can0 da pistola para o seu proprio peito e prerniu o gatilho. 0 projkctil atravessou-lhe o corpo, perfurou o assento e foi acertar em Carla.

Beatriz e Carla forarn transportadas de arnbuliincia para o Hospital Curry Cabral, em Lisboa, onde a segunda rnorreu logo a chegada, ao passo que a prirneira conseguiria convalescer dos ferirnentos sofridos.

Responda fundamentadamente as seguintes questties (e apenas a estas):

1) 0 Ministirio Publico (doravante MP) deduziu contra Ant6nio acusaqlo por crime de hornicidio negligente, p. e p. no art. 137.", n." 2, do C6digo Penal (doravante CP), dado ter contribuido para a rnorte de Carla ao deixar uma arrna de fog0 carregada no porta- luvas do autornbvel.

Qua1 seria o Tribunal cornpetente para o iulgarnento de Antbnio? (3 valores).

2) 0 MP deduziu contra Beatriz identica acusaqlo por crime de hornicidio negligente, p. e p. no art. 137.", n." 2, CP, dado ter produzido voluntariarnente o disparo que rnatou Carla.

Deveria haver conexlo de processes? (2 valores).

* Inspirada nurn caso veridico apresentado por CARLOS A. ELBERT e HERNAN V. GULLCO, Ejercicios de derecho penal (y derecho procesnl penal) por cronicas periodisticas y jurisprudencia, Buenos Aires: Ediciones Depalma 1992, pp. 14-16.

Page 43: casos praticos

3) Beatriz requereu abertura da instruglo. Segundo revelava no requerirnento, o rnarido, durante a discusslo conjugal, gritara-lhe repetidarnente o seguinte: - Se estcis assirn tdo farta da vida, entdo ve' lb se te matas de urna vez p o r todas! Portanto, Beatriz discordava da acusagiio, pois considerava-se sirnplesrnente vitirna de urn crime de incitarnento ao suicidio, p. e p. no art. 135.", n." 2, do CP, em vez de autora de urn crime de hornicidio negligente. Pelo que:

a) Pretendia obter urn despacho de niio pronuncia pel0 crime de hornicidio negligente de que vinha acusada.

Justificava-se o requerirnento para abertura da instruclo para este efeito? (2 valores).

b) Requeria a sua constituigiio corno assistente, referindo que a irmii n l o tinha rnais farniliares.

Tinha legitirnidade para se constituir assistente? ( I valor).

c) Solicitava que Antonio fosse pronunciado pel0 referido crime de incitarnento ao suicidio.

Justificava-se o requerirnento para abertura da instruciio para este efeito? ( 2 valores).

4) 0 juiz de instrugzo:

a) Pronunciou Antonio por crime de incitarnento ao suicidio, p. e p. no art. 135.", n." 2, CP, alern de que, relativarnente a rnorte de Carla, ainda o pronunciou por crime de hornicidio negligente, p. e p. no art. 137.", n." 2, CP.

De que forrna poderia Antonio reagir contra o despacho de pronuncia? (2 valores).

b) Relativarnente a rnorte de Carla, pronunciou tarnbtrn Beatriz por crime de hornicidio negligente, p. e p. no art. 137.", n." 2, CP.

Poderia Beatriz recorrer do despacho de pronuncia? (2 valol-es).

51 0 Tribunal condenou Antonio corno autor rnediato de urn crime de hornicidio qualificado na forma tentada contra Beatriz, nos termos conjugados do art. 132.", n.OS 1 e 2, alinea b) e dos arts. 26." e 23.", n." 2, do CP, considerando que o estado passional de Beatriz induzido pelas palavras de Antonio - tal corno estava docurnentado nos autos atravis de pericia psiquiitrica ordenada pel0 M P no decurso do inquirito - fundarnentava urna incapacidade rnornentkea de autodeterrninagiio dela no rnornento do disparo, nos terrnos do art. 20.", n." 1, CP, tomando-a assirn urn "joguete" nas rnlos do rnarido, o qua1 niio podia deixar de saber que a rnulher levaria a serio o desafio para se rnatar, bastando isso para se afirmar que tinha havido pel0 rnenos dolo eventual por parte dele relativarnente a possivel rnorte dela, nos terrnos do art. 14.", n." 3, CP. Acresce que o Tribunal condenou Antonio por ter causado a rnorte de Carla corn negligsncia grosseira, nos terrnos do art. 137.", n." 2, CP. Em concurso de infracgbes, o ~ r i b i n a l aplicou-lhe a pena de 3 anos de prisiio. Em conforrnidade, o Tribunal absolveu Beatriz.

Essa decislo respeitou o principio da acusaciio, quanto a vinculaciio ternatica e quanto a igualdade de arrnas? (3 valores).

6) 0 MP recorreu dessa decislo, pedindo urna condenagiio de arnbos os arguidos nos terrnos da pronuncia.

0 Tribunal ad ~ u e m podia agravar a Dena aplicada a Antonio? ( I valor).

Apreciagiio global (sisternatizagiio, clareza e portugu&s): 2 valores.

Page 44: casos praticos

FACCLD.UJL D I DIRLlT ODA L%TVERSD.UIE DE LISBCL+ DIRE IT 0 P R O a =-AL. IrL N.4L

-4.S;O LECaR' 0,2007 3308 Y - -T-: Dra

T+spwe a cmruc& tda Emma escnto G% T d r faneno d a 2 W

Courderryk ere@-. I 'd Doutor Paulo de 5ousaSIede5 C c l z b - ~ k J a i n G u ~ - c u & C-, Me* &aG=%.cn L& h a & O h ~ - - a ~ a

Lb*

Pergunta 1 COT. M.&. COT OBTIDA

JurisdiGBo dos Tribunais portugueses - cfr. arts. 202." e 21 1 ." CRP e 8." Competdncia funcional Fase de julgamento - Trib. 1 .' lnstancia - arts. 11 ." e 12."a contrano Arts. 33.' a 37." e 55." e 56.' da LOFTJ

Compet~ncia material Nao aplicaMo do art. 14.012/a): nao e crime doloso Pena abstractamente aplicavel - ate 5 anos Criterio quantitativo art. 16."12/b) Tribunal singular - Juizo Criminal

Competencia territorial N lo verif ica~lo dos arts. 20." a 23." Regra geral art. 19." Homicidio- art. 19."11 - local da consuma~ao Aplica~ao do art. 19."/2: area onde o agente actuou: Sacavem Valoriza@o da resposta: discussao do criterio legal da proximidade da prova (e n l o do local da morte) Mapa Ill RLOFTJ - Sacavem - Comarca de Loures Mapa VI RLOFTJ - TC Loures - Juizo Criminal Competdncia: Juizo Criminal de Loures

TOTAL PERGUNTA 1

Pergunta 2

Questlo previa: competdncia para o processo-crime de Beatriz Remissao para a compet&ncia referida na questao 1 Competdncia: Juizo Criminal de Loures

Requisitos da conexao: i) pluralidade de processos (verificado); ii) pluralidade de tribunais competentes - nao estava verificado; iii) situa~ao tipica de conexao (nlo estava verificado: autorias paralelas n i o integram o art. 24."); iv) t ramita~lo concomitante e n l o verif ica~lo de exclusbes da conexao (verificado) 1

Discussao: autorias paralelas nao integram o art. 24."111d); Porem, as finalidades da conexao justificam a analogia, admitindo-se assim a conexao, porque nao e contra reurn

Ndo havia necessidade de determinar o Tribunal competente em virtude da conexao Haveria apenas conexao com apensaqao dos processos (art. 29."); Nao se devendo aplicar os arts. 27." e 28."

TOTAL PERGUNTA 2

Page 45: casos praticos

Pergunta 3 - a)

Admissibilidade do RAI: Requisitos Legitimidade - arguida: art. 287.'/I/a) Tempo - 20 dias a contar da notificaqiio da acusaqiio do MP Conteudo do requerimento - art. 287.'/2

COT. M~.X COT. OBTIDA

Legitimidade da arguida: discutir materia de facto e de direito (maior amplitude possivel) No caso: factos novos (0s alegados pela arguida que constituern incitamento ao suicidio) 0,s 0 3

TOTAL PERGUNTA 3-a) 1 1

Pergunta 3 - b)

Adrnissibilidade do requerimento de constituiqao como assistente: Requisitos:

i) Legitimidade - crime publico: art. 48.' - ofendido (art. 68.'/l/a)) falecido; art. 68.011/c), 2.' grupolclasse: na falta (fisica) dos elementos do 1 ." grupo/classe; ii) Tempo -art. 68.'/3/b): no prazo do RAI; iii) Pagamento da taxa de justiqa (art. 519.'). 0 5 0 6

Valorizaqao da resposta: discuss30 sobre o sentido da expresslo "na falta deles": parece ser "falta fisica", e nao falta de capacidade de exercicio 0,4 0,4

TOTAL PERGUNTA 3-b) 1 1

Pergunta 3 - c)

Adrnissibilidade do R.A.I.: Requisitos i) Legitimidade - constituiqao corno assistente: art. 287.0/1/b) ii) Tempo - 20 dias a contar da notificaq50 da acusaqao do MP iii) Conteudo do requerirnento - art. 287.'/2 iii) Pagarnento da taxa de justip (art. 519.')

Podia a assistente abrir a instruqio para este efeito? Tratava-se de acrescentar novos factos que perrnitem irnputar ao arguido outro crime Seria uma ASF? Art. l.'lf): crime diverso: vitirna e acontecirnento historic0 distintos dos da acusaqao do MP; Conclus50: podia requerer a abertura da instruqao porque se tratava de urna ASF 1,5 1,5

TOTAL PERGUNTA 3-C) 2 2

Pergunta 4 - a)

Nao se aplica o art. 309.' urna vez que despacho de pronuncia nSo e nulo visto que n%o importa qualquer ASF 0 despacho de pronuncia por crime de incitarnento ao suicidio e recorrivel nos termos gerais previstos no art. 399.' e art. 400.' - n%o ha "dupla-conforme" 1 1

Page 46: casos praticos

FICWLD.WL DE DIRLlT O D 3 L?iiIZRSID.9DE DL LIS30.4 DIRE IT0 PRO(I. SEX.& PE K.4L

mO LECm-0 X?O7 ?008 Y EM - Tnrma. m a

T+spara a ~~ &a

Erame rscrito dr ?dr Janeuo d s 2 S Coordenqk ere&-. Prof. Pautor Paulo de SousaLlendes

C d & e z ~ b l&&e J m i c & u r - c u & Cmrrr h Z e h rlnaGo~~rrra a%, Ld h a cL Qhr--a hIuntmr0

COT. ~ k . COT. OBTIDA

0 despacho de pronuncia na parte correspondente ao crime de hornicidio negligente n8o e recorrivel porque irnputa os mesrnos factos constantes da acusa~8o do MP: art. 31 O.O/l ("dupla-conforrne") 1 1

TOTAL PERGUNTA 4-a) 2 2

Pergunta 4 - b)

Beatriz n8o pode recorrer do despacho de pronuncia urna vez que foi pronunciada pelos rnesrnos factos constantes da acusa~ io : art. 310.0/1 1 1

Ratio legis do art. 310°1 1: "dupla conforme". Justifica~80 e interpreta~go do art. 310.0/ 1

TOTAL PERGUNTA 4-b)

Pergunta 5

Qualifica~80 corno altera~ao da qualifica~80 juridica (AQJ): A condenaq80 de Antonio corno autor mediato de urn crime tentado de hornicidio qualificado irnporta urna rnera altera~8o da qualifica~ao juridica, urna vez que os factos ja constavarn do requerirnento de abertura de instruq8o e do despacho de pronuncia e o estado passional de Beatriz se encontrava docurnentado nos autos desde a fase do inquerito

Discuss30 dos principios da acusa~8o quanto a vincula@o ternatica e a igualdade de arrnas.

Regime da AQJ: art. 358.Y 3 e viola@o do principio da igualdade de arrnas, ernbora n8o tenha sido violado o principio da vinculaq80 ternatica

SanMo para o desrespeito do art. 358.O13: rnera irregularidade? Ou aplica~8o por analogia do disposto no art. 379.0111b)?

TOTAL DA PERGUNTA 5

Pergunta 6

A reformatio in pejus n8o e proibida, salvo nos casos previstos no art. 409.011

No caso, aplica-se o art. 409.0/1 a Antonio, posto que a promo~8o do MP visava urna qualifica~80 juridica rnais favoravel no caso deste arguido. Por conseguinte, o MP recorreu no interesse dele, ja n8o no interesse da Beatriz (mas nada se perguntava sobre esta). ConclusBo: o Tribunal ad quem nao podia agravar a pena a Antonio.

TOTAL PERGUNTA 6

Page 47: casos praticos

PdCULD.4.DE DL DIREIT O D 3 L3iTZRSD.4DE DE LISIFOA DIRE I T 0 P R O a SSU-AL PE Pi.=

XWO LECm 0 ,W' F ano - Turma m a

T+xpva a -4 do E t a m e .n& de 7de Jane~ro d r Z W

C m r d w q k e regCnaa Pmf Doutar Padm de Souse51edes ColA-qh &;bc JoLbur-cu & C-s Blc& h z b m v e u L- tLL h a dc Ohr-a

B b Q x z n

Sisternatiza~So, clareza e portuguks

TOTAL

COT. ~ h . COT. OBTIDA

2 2

Page 48: casos praticos
Page 49: casos praticos

DDiirreeiittoo ddoo TTrraabbaallhhoo

Page 50: casos praticos
Page 51: casos praticos
Page 52: casos praticos
Page 53: casos praticos
Page 54: casos praticos

DDiirreeiittoo PPeennaall IIII

Page 55: casos praticos

FACULDADEDE DE DIREITO DA UNIVERSIDADE DE LISBOA

Frequhcia de Direito Penal II

5" an01 noite Regente: Prof. Doutor Augusto Silva Dias

Duraq2o: 60 minutos Colaborador: Mestre Antonio Sol

I I de Dezembro de 2007 ..

Abe cansado de viver, & (3 a Bento que o . Para o efeito, m, com conhecimento e concordiincia de Abe!, s o l ~ i e c t a v e l

ex-. ~~~

Carlos forneceu a Bento um liquido, garantindo-lhe qge - . A x i r i a sofier uma morte sem qualquer dpr. No entanto, Carlos, - que sempre odiara em

susce~tivel de ~rovocar ~rande s o f i d o , realizar a vontade de Abel, injectando-lhe o

referido liquid0 letal, n2o so porque a q u e m - poraue er? o que sempre sonhara ter. isaes de Carlos.

- 1

Determine a responsabilidade criminal de Bento e de Carlos.

Maria, de 17 anos, odiava o seu professor de Historia, por o mesmo seLnegro e - lhe dar sempre notas aquem do que ela pensava merecer. Farta das iniusticas daquele professor, decidiu par-lhe termo a vida. Para o efeito, pediu a Jo , de 14 anos, seu - c*a e filho daquele professor, que e asse ao seu pai um bolo envenen~do, oc,ultando-lhe, no entanto, tal facto. Jolo a~radecw - e deu o bolo envenenado ao pai, que o comeu, acabando por morrer na sua fiyte. Inconsolavel com a morte do gai, x o decidiu suicidar-qe, pedindo a Catariy., uma farmacEutica que conheci comprimidos para doqi r , alegando aue andava com insonias por causa do que lhe havia sucedido. Catarina deu-lhe os comprimidos e, nessa mesma noite, Abel tomou-os .. todos, acabando por morrer. +

Determine a responsabilidade criminal de w, Jolo e Catarina.

Cotaqiio: Grupo I - 8 val.; Grupo I1 - 10 val.; redacqiio e sistematizaqb - 2 val.

Page 56: casos praticos

5' ano/noite Duraqao: 1 hora 3 de Dezembro de 2007

Regente: Prof. Doutor Augusto Silva Dias Colaborador: Mestre Araujo Sol

Josefina, gravida de cinco meses, cansada da vida, decide 4 ~dr-lhe termo. Para tal pede a Bento, seu amigo, que abra a tomeira do g& do fogao da cozinha, depois de ela mesma se ter amarrado A porta do frigorifico por meio de algemas. Bento procedeu de acordo com o pedido, fechou portas e janelas e abandonou a casa da amiga. Cerca de meia hora depois Josefina ficava insconsciente em consequ&cia da into~caqiio com o gas. Carlos, companheiro de Josefina, chegou a casa alguns minutos depois e, percebendo o que se estava a passar, abriu imediatamente as janelas e +u a inWenqao de uma ambulacia. Josefina acabou por ser salva por intervenqgo dos medicos. So* diversa teve a crianqa, que nao conseguiu resistir A into~caqiio da mae.

* . Determine a responsabilidade QvIunal dos intervenientes.

se ela voltasse a abordar a sua filha Maria. propo_ndo-lhe namoro. Nao queria que Maria tivesse namoridas l4sbicas e havia de o impedir custasse o que custasse. Um dia viu as duas raparigas conversando na rua. Decidiu enMo esperar Sflvia num sitio ermo por onde esta teria de passar a canrinho de casa. Quando ela se encontrava perto, Abel saltou-lhe ao canxido e, com raiva, atacou-a com uma faca, golpeando-a ate A morte. Depois de ter enterrado o cadaver nn local. AbL regressava a casa no seu - autom6vel, quando foi s-dido por uma operacSo - <<stop>>. Como MO levava carta de - conduqiio e a documentaq%o do v d d o e o poficia Mo foi sensivel As suas explicaqGes, Abel, para Mo ser autuado e Mo ter de pagar coima elevada, e s f a c p e o u - o e s e em

ia 'acabaria por morrer em co-umaa aos ferimentos causados a pelas facadas. - Determine a responsabilidade crhinal de Abel.

Gmpo I (10 valores): grupo I1 (8 valores); clareza e correcqao da escrita (2 valores).

-

Page 57: casos praticos

HHiissttóórriiaa ddoo PPeennssaammeennttoo

JJuurrííddiiccoo

Page 58: casos praticos

Antonio, funcionario da Direcqiio-Geral dos Impostos, em Lisboa, foi

promovido a director de serviqos em 3 de Junho de 2002. Contudo, para que pudesse

ocupar este cargo, teria de aceitar a transferencia para a cidade de Leiria, uma vez que

1120 havia em Lisboa nenhuma vaga para aquele cargo.

Niio podendo aceitar essa transferencia por raz6es familiares, Antonjo recusou a

proinoqiio naquelas condiqaes, pel0 que, apesar de ser o mais antigo e bein classificado

funcionario da Direcq20-Geral, niio foi promovido.

A partir dessa data, Antonio passou a ser sistematicamente discriminado no

serviqo, sendo-lhe distribuido mais trabalho do que aos colegas, e foi deslocado para

uina sala na cave, sem luz natural e sem telefone.

Na sequencia destes acontecimentos, Antonio teve um esgotamento e uina

depressiio, encontrando-se ern tratamento medico.

Por isso, Antonio intentou uma acqiio contra a Administraqiio, nos termos do

artigo 37", 11" 2, aliileas d) e e) do Codigo de Processo nos Tribunais Adininistrativos,

para obter a promoqiio a que julga ter direito, bem colno uma indemnizaq20 por todos os

danos inorais e patriinoniais entretanto sofridos.

Quid juris?

Page 59: casos praticos

Faculdade de Direito de Lisboa Hist6ria do Pensamento Juridico

Ano Lectivo 2004 - 2005 Exame

4 de Fevereiro de 2005

c\ iii

Disserte, sobre tres, dos seguintes temas:

1 - 0 govern0 pelas leis no period0 medieval;

2 - A funqao regia e o poder de legislar na epoca medieval;

3 - 0 poder legislative como mama da soberania;

4 - A Lei no Liberalism0 - garantia da liberdade e da propriedade

5- A obediencia a Lei na epoca moderna.

Boa Sorte!

Page 60: casos praticos

Temas para o Exame de Historia do Pensamento Jurldico

1" - 0 Governo pelas Leis no periodo medieval;

2" - A Fun@o Regis e o Poder de Legislar na 6poca medieval;

3" - A Obediencia as leis no periodo medieval;

4" - 0 poder legislativo como marca da soberania;

5" - A Lei no Liberalism0 - Garantia da Liberdade e da Propriedade;

6" - A Lei e a Democracia - A Lei como manifestaqgo da vontade geral;

7" - CriaqBo, InterpretaqZio e Aplica~ao da Lei na epoca moderna;

8" - A obediencia a Leina epoca moderna;

9" - 0 Direito de Resistencia;

Page 61: casos praticos

FACULDADE DE DIREITO DA UNIVERSIDADE DE LISBOA

HISTORIA DO PENSAMENTO JUR~DICO

5.' AN0 - NOlTE

EXAME FINAL

21 de Junho de 1999

As relafles entre o pensamento grego e a classificagio tripartida do Direito

Romano. 0 conceit0 grego de natureza e a perspectiva estoica.

I I

ImportAncia do humanism0 cristso no Direito Natural medieval.

Breve nor,%o de jusracicnnalismo.

Page 62: casos praticos

EEccoonnoommiiaa PPoorrttuugguueessaa

Page 63: casos praticos

ECONOMIA PORTUGUESA

I. Com base no quadro, indique os principais factores que explicam a evolugiio do PIB portuguts durante os periodos considerados.

PIBper capita em Portugal (taxas mWas de crescimento anual) I PIB

Lais, P. e Silva, A., Hbtdria Econdmica de Portugal, vol. 111, p. 129.

"Falta de regulagso efectiva ou excess0 de regulagiio econdmica ou tkcnica (...) siio factores de ineficiencia na economia." Mateus, A. E c o m i a Pomguesa, 2006, p. 491

Tendo por base a economia portuguesa, comente esta afirmagso atendendo Bs formas, fundamentus e irnpacto econdrnico da regula@o.

111. Analise a posigso de Portugal no comercio international atendendo a teoria das vantagens comparativas, das f o v centnOpetaslcentnOFrgas e ao modelo gravitacionul.

Cota@o: I (7 valores), I1 (7 valores), 111 (6 valores).

Duragiio: Duas horas e trinta minutos.

Page 64: casos praticos

ECONOMIA PORTUGUESA

I. Responda As seguintes quest6es:

1. Caracterize, sucintamente, o corporativisn~o e o nacionalismo econ6mico que marcaram a "ordem econ6n1ica" do Estado Novo.

2. No context0 institucional da economia portuguesa coexistem a regulaqao sectorial e as normas de defesa da concorrencia. Explique a sua articulaqao e respectivos findamentos ecoi~omicos.

3. A posiqiio de Portugal no comercio internacional e aplicavel o modelo gravitacional. Porqut?

11. " ... o actual modelo de desenvolvimento do nosso pais estA esgotado." Prof. Abel Mateus, Econom ia Portuguesa (2006), p. 408.

Comente esta afirn~aqb atendendo aos seguintes aspectos: - convergencia real com a media comunith.ria; - produtividade media dos factores; - teoria neoclhsica do crescimento e teoria end6gena do crescimento; - politica economics (orqamental e fiscal).

Cota$iIo: Grupo I - 1 (33 valores), 2 (5 valores), 3 (33 valores); Grupo 11 -8 valores.

Dura~iio: Duas horas e trinta minutos.

Page 65: casos praticos

ECONOMIA PORTUGUESA ( ~ ~ o c a especial de Dezembro)

I. Responda iis seguintes questoes:

1. Qua1 a relevfincia do "condicionamento industrial" e dos "planos de desenvolvin~ento" (Planos de Fomento) na configuragb da estrutura produtiva portuguesa do Estado Novo?

2. Que factores macroecon6micos justificaram a intervengao do FMI nos anos de 1978 e 1983-85?

3. Comente: "o BCE adoptou uma politica monethria mais expansionista face il desaceleragao da economia na zona- euro7?.

I1 Analise a evolugZlo da economia portuguesa atendendo aos

- .# 1 seguintes aspectos: - abertura da economia; - context0 normative e institucional da concorr&icia - evolugb da despesa publica

Cotaqlo: Grupo I - 12 valores (4 valores por resposta); Grupo I1 - 6,5 valores ; ApreciaqIo global (capacidade de analise, de sintese e expresslo escrita: art. 73' no 1 do Reg. de Avalia~go) - 1,5 valores.

Duraqlo: Duas horas e trinta minutos.

Page 66: casos praticos

ECONOMIA PORTUGUESA (coincidencias)

Comente a seguinte afirma@o:

"No regime democritico, [ao contririo do Estado Novo] as regras da contabilidade piiblica passaram a ser menos rigidas e o control0 das despesas passou a ser muito menos rigosos. Multiplicaram-se os servicps com autonomia financeira, os institutes publicos e as fundams piiblicas. (...) floresceram as priticas de desorpmenta@o de despesas ..."

(Sihra Lopes, J. "Finamps fiblicasn, In Hkt6ria fiodrnica & Portugal, vol. 111,2005, p. 275)

"Podem distinguir-se duas filosofias diferentes: uma filmfia que "absolutiza" a conconencia (...) de uma filosofia que reconhece as virtnalidades de uma maior dimenao e de uma maior mncentra@o empresarial, devendo actuar-se apenas quando hB uma pratica lesiva dos interesses a defender."

(Manuel Porto, Economia; Urn T d o hbw&.&jrio, 2004, p. 180)

Comente, atendendo aos seguintes aspectos: - concep@o de conconencia acolhida pelo ordenamento juridico portuguCs; - a~-ticula@o entre regulaqo sectorial e defesa da conconencia; - aplica@o paralela do direito comunitario e do direito national.

"A nova macroeconomia do euro C uma mistura de teoria macroeconomics e de economia regional."

(Abel Mateus, fimmia Portugupsa, 2006, p. 420)

Tendo por base a frase reproduzida, analise, sucintamente: - impact0 na economia portuguesa da entrada na CTlEM, - convergencia real com a mMa comunitaria; - posi@o de Portugal no comkrcio international.

Cotago: I (6 valores), I1 (7 valores), Ill (7 valores) Duraqio: Duas horas

Page 67: casos praticos

ECONOMIA PORTUGUESA (Frequencia)

"Nos finais de 1929 C adoptada uma nova pauta aduaneira de cariz fiancamente proteccionista, e, em 1932 C introduzida uma sobretaxa de importa@o de 20%."

(Abel Mateus, Economia Portuguesa, 2006, pp. 62-63)

Comente esta afirma~go relacionando-a com os principios e politicas econ6micas do Estado Novo.

Analise o impact0 da UniZio Econ6mica e Monetiria, sobre a economia portuguesa, atendendo exclusivamente aos seguintes aspectos:

- efeito da queda das taxas de juro provocada pela entrada no euro; - efeitos da disciplina do Pacto de Estabilidade e Crescirnento.

"A falta ou distor~iio da concorrencia tem prejudicado seriamente as economias de todos os paises capitalistas, incluindo o nosso."

(Abel Mateus, Economia Portuguesa, 2006, p. 489)

Comente, analisando os fundamentos econdmicos e as fonnas de regulaqtio, em sentido amplo.

CotaGo: I (6 valores), I1 (7 valores), 111 (7 valores) DuraGo: Uma hora

Page 68: casos praticos

DDiirreeiittoo AAddmmiinniissttrraattiivvoo IIII

Page 69: casos praticos

Direito Administrativo I1 (Contratos e Funqio Piiblica)

Teste de subturma - 9 de Maichde 2003

Subturma 4

0 reitor da Universidade de Lisboa pretende celebrar um contrato para

remodelaqilo da aula magna da reitoria.

Para o efeito, o reitor fez um despacho autorizando a realizaqgo da despesa, no

montante estimado de 50.000 contos, e ordenou o lanqamento de um concurso publico,

cujo anuncio foi publicado no Jornal Oficial das Comunidades Europeias (JOCE).

No programa do concurso estabelecia-se que s6 podiam concorrer empresas com

capital social superior a 1.000.000 de contos e que possuissem nos seus quadros >, ". . .pessoal tecnicamente qualificado.. .

Sete empresas apresentaram a sua candidatura, mas uma delas - a empresa A -

n8o enviou nenhum representante ao act0 publico do concurso, raz2o pela qual foi

excluida pela comiss2o de abertura do concurso.

Na fase de qualificaqgo dos concorrentes, realizada pela comiss20 de analise das

propostas, foram excluidas mais duas empresas, uma por ter um capital social inferior a

1.000.000 de contos (empresa B) e outra por n2o ter pessoal devidamente qualificado

(empresa C).

A mesma comiss2o elaborou um relat6rio no qual as restantes quatro empresas

foram ordenadas em fung2o do criterio da proposta economicamente mais vantajosa,

tendo tambem em conta a qualificaqgo tecnica do pessoal.

Procedeu-se seguidamente a audiencia previa de todos os concorrentes, no

Smbito da qual:

- a empresa A alegou que foi indevidamente excluida, uma vez que a n2o

comparencia no act0 publico do concurso n2o e motivo de exclus20;

- a empresa B invocou a ilegalidade do programa do concurso por considerar que

a exigencia quanto ao capital social violava o principio da proporcionalidadz;

- a empresa C invocou a ilegalidade de todo o procedimento por incompetencia

do reitor para autorizar a despesa e ainda por outras irregularidades ocorridas durante o

procedimento.

Na sequencia da audiencia privia, a comiss2o de analise das propostas manteve

o seu relatorio. Como deve agir a entidade competente para a adjudicag20, face as

invalidades invocadas pelos concorrentes? Porqut?

Page 70: casos praticos

0 Ministtrio da Cultura pretende construir uma nova sala de espect~culos na

cidade de Braga, tendo em vista a candidatura desta cidade a capital Europeia da Cultura

no ano de 2006.

Para o efeito foi lanqado, por despacho do Ministro da Cultura, datado de 3 de

Maio de 2002, urn concurso limitado sem apresentaqiio de candidaturas para escolher o

projecto de arquitectura "mais inovador e mais arrojado ", tendo o contrato o valor

estimado de 250.000 contos.

No act0 publico do concurso, o jtiri excluiu tres concorrentes, pel0 que ficou

apenas um concorrente, cujo projecto, segundo o juri, niio reunia condiq6es para ser

adjudicatario. Por isso, no relat6rio o juri sugeriu que o concurso fosse considerado

deserto.

Contudo, ap6s a audihcia prtvia desse concorrente, a entidade competente para

autorizar a despesa decidiu adjudicar o contrato a esse concorrente.

Ap6s a adjudicaqgo do contrato de conce~iio, o Ministtrio da Cultura lanqou urn

concurso limitado com publicaqiio de antincio para adjudicar o respectivo contrato de

empreitada de obras publicas, no valor estimado de 2 milhaes de contos.

Na sequencia desse concurso, o contrato foi adjudicado a um empreiteiro cuja

proposta apresentava um preqo muito superior ao preqo base do concurso.

Quid juris?

Page 71: casos praticos

Imagine a seguinte

1. De acordo com o Estatuto da Ordem dos Paisagistas, aprovado por Decreto-Lei, constitui atribuiqiio da Ordem ((admitir e certificar a inscriqiio dos paisagistas, bem como conceder o respectivo titulo profissional>>.

E um outro preceito do mesmo Estatuto preve que a Ordem possa submeter os candidatos a inscriqao a provas de admissiio destinadas a avaliar a sua capacidade profissional, mas que tambem possa dispensar dessas provas os licenciados por cursos que, no entender da Ordem, garantam s6 por si a idoneidade profissional exigivel.

2. Nos termos do Estatuto do Ensino Superior Particular e Cooperativo, constitui atribuiqiio do Estado, atraves do Ministro competente, avaliar a qualidade cientifica, pedag6gica e cultural do ensino e autorizar o funcionamento de cursos conferentes de graus e reconhecer os graus.

Por Portaria de 2000, o Ministro do Ensino Superior aprovou o plano do curso de licenciatura em paisagismo da ((Universidade Latinan, pertencente a ((Fundaqiio Almada Negreirosn.

3. Por deliberaqiio de 20.04.2005, o ((Conselho Nacional de Delegadow da Ordem, sob parecer do ((Conselho de Admissaesn (um 6rgiio niio previsto no Estatuto), decidiu niio reconhecer a licenciatura em paisagismo da ((Universidade Latinan por insuficiencia de tempos lectivos e de percentagem de paisagistas no corpo lectivo. 0 ((Conselho Nacional de Delegadom e formado por um presidente e dez vogais. Estiveram presentes sete membros e houve quatro votos favoraveis e tr@s contrarios. Dois dos membros que votaram favoravelmente siio directores de uma cooperativa proprietaria de outra universidade privada na qua1 tambem se professa o curso de licenciatura em paisagismo.

Page 72: casos praticos

4. Em 19.10.2006, o <<Conselho de Admiss6esn indeferiu o requerimento - entrado dois dias antes - de Amelia, licenciada em paisagismo pela <<Universidade Latinan, de presta@o de provas de admissso a inscri@o na Ordem. 0 act0 teve exclusivamente a seguinte fundamenta@o: <<A requerente nso disp6e de licenciatura reconhecida pela Ordemn.

5. Em 30.06.2006, Amelia interpas dois recursos da delibera~so de 19.10.2006 do <<Conselho de Admiss6esn.

Um deles e dirigido ao Ministro das Obras Publicas, com o fundamento de que, cabendo-lhe a tutela sobre a <<Ordem dos Paisagistasn, <<lhe assiste por tal motivo e nesse ambit0 o poder de supervisZo>>.

0 outro recurso e dirigido ao Ministro do Ensino Superior. Amelia alega que, <<tendo sido exercida indevidamente por um orggo da Ordem uma cornpetencia deste membro do Governo, lhe cabe a ele restabelecer a legalidade, revogando o act0 recorridon.

6. Em 21.05.2007, n3o tendo ainda os Ministros despachado sobre os recursos a eles dirigidos, Amelia impugnou o act0 do <<Conselho de Admiss6esn perante o tribunal administrativo, pedindo a declarac30 da respectiva nulidade.

PERGUNTA-SE:

a) Identifique, a luz dos dados constantes da hipotese, os vicios de que enferma a deliberaqso de 20.04.2005 do <<Conselho Nacional de Delegadow.

b) Sofre a deliberaq30 de 19.10.2006 do <<Conselho de Adrnissdem de vicios de procedimento proprios?

c) Poderiam os Ministros ter decidido favoravelmente os recursos para eles interpostos por Amelia?

Page 73: casos praticos

d) Poderia a <<Universidade Latins,, vir impugnar hoje a deliberag20 dc 20.04.2005 do <<Conselho Nacional de Delegadosn?

e) Comente os seguintes fundamentos deduzidos pela Ordem dos Paisagistas na contestaqao da ac@o administrativa especial dc impugnaq8o de act0 administrativo intentada por Amelia contra 2

deliberaq20 do c<Conselho de AdmissGes,,:

(i) 0 act0 e irrecorrivel por ser mero act0 de execuqzo; (ii) A acq8o administrativa especial de impugnaqgo de actc

administrativo e intempestiva; (iii) So as decisaes dos Ministros, a proferir nos recurso:

administrativos pendentes, poderiam ser impugnadas contenciosamente por Amelia.

f) Tem alguma critica a fazer ao meio escolhido por Amelia para defender os seus interesses por via contenciosa?

VALORES

A. Quest20 de desenvolvimento

B. Hipotese

a) b) c) d) el r)

C. Apreciaqiio global

TOTAL 20

Page 74: casos praticos

GRELHA DE RESOLUCAO DA HIPOTESE

- Verifica-se incompetencia absoluta, ou por falta de atribuiqaes;

- Verifica-se vicio de procedimento e violaqiio do principio da imparcialidade devido a participaqiio na votaqiio de dois vogais impedidos (CPA, artigo 44.', n.' 1, alinea a));

- A audiqiio de urn parecer de urn <<conselhon sem natureza de 6rgFio niio parece constituir fonte de ilegalidade desde que niio tenha sido olhado como vinculativo, caso em que haveria err0 quanto a urn pressuposto de direito.

- Inexistencia, visto nso se tratar de uma conduta de urn orgiio da Administraqiio;

Mas, alem disso:

- Vicio de procedimento por falta de audiencia (CPA, art. 100.');

- Vicio de forma por insuficiencia de fundamentaqiio (CPA, arts. 124.', n.' 1, alinea c); 125.', n.'s 1 e 2).

c) Niio:

(i) 0 poder de tutela niio inclui, salvo norma expressa, o poder de supervisiio (CPA, art. 177.', n.' 2 e 142.', n.' 3);

(ii) 0 titular da competencia indevidamente exercida por outrem niio tern competencia revogatoria (CPA, art. 142.9 n.' 1).

d) Podia, visto tratar-se de act0 nulo por incompetencia absoluta (CPA, art. 133.', n.'2, alinea b) e CPTA, art. 58.', n.'l).

Page 75: casos praticos

e 1 (i) E duvidoso que seja um act0 de mera execuq30; mas mesmo que o

fosse, sofria de vicios proprios como se viu em b);

(ii) Se o meio fosse o proprio, a acqgo de impugnaq3o ngo seria intempestiva por se tratar de um act0 inexistente (resposta a alinea b) e art. 58.", n." 1, do CPTA) e porque a pendencia de meios de impugnaqso administrativa suspende o prazo de impugnaqgo contenciosa (CPTA, art. 59.", n."4);

(iii) Falso: ngo se trata de recursos administrativos necessarios, nem hoje ha uma regra geral de necessidade de recursos administrativos; e a pendencia de meios de impugnaqso administrativa nso impede o interessado de proceder B impugnaqgo contenciosa (CPTA, art. 59.", n." 5).

f) 0 meio processual proprio para reagir contra o indeferimento do requerimento de prestaqgo de provas de admissgo a inscriqgo era a acqgo de condenaqgo a pratica de act0 administrativo devido (CPTA, artigos 51.O, n." 4; 66.', n." 2 e 71.", n." 1).

NOTA: Todas as questdes suscitadas na presente hipotese foram object0 de exposiqgo nas aulas tebricas.

Page 76: casos praticos

CCoonntteenncciioossoo AAddmmiinniissttrraattiivvoo

Page 77: casos praticos

TESTE DE CONTENCIOSO ADMINISTRATIVO . Turma da Noite

Dia 3 de Maio de 2007

Suponha que:

a) o Presidente da C b a r a Municipal de Condeixa-a-Nova, pretendendo opor-se a instalaqiio de antenas de telemoveis junto de escolas e creches do municipio (todas elas respeitando as dist&ncias impostas por legislaqgo comunitiria e national), emite uma postura na qual se proibe tal instalaciio, ordenando a suspensZio de todas as operac6es de instalaqgo em curso. 0 fundamento da proibiqiio e o da defesa da saude publica, em virtude das duvidas que pairam sobre os efeitos das ondas hertzianas para a integridade fisica das pessoas.

Qual(is) a(s) mais eficaz(es) via(s) processual(ais) que TMN e Vodafone (as empresas que viram as operaq6es de instalacgo suspensas) tern ao seu dispor para se opor a esta postura?

b) Joiio, vizinho, contra a

pai de duas cr ian~as em idade pre-escolar, residente no municipio prop6e uma intimaqiio para protecciio do direito a vida dos seus filhos TMN, que detem duas antenas de difuco do sinal de telecomunica~6es

no tecto do edificio da creche que estes frequentam, requerendo ao juiz que condene a TMN a retira-las imediatamente. A TMN defende-se, afirmando que:

i) e parte ilegitima, n a medida em que tem uma autoriza~80 concedida pelas autoridades camaririas e estas n5o foram chamadas a juizo; ii) a intimacgo n5o se revela indispensavel a tutela do direito invocado; iii) niio existe urgencia que sustente a concessiio de tutela cautelar porque as

antenas ja se encontram no local ha mais de cinco anos e nunca se verificaram quaisquer danos a saude das criancas

Analise os argumentos da TMN e de a sua opiniZio sobre qual deve ser a decido do juiz

COTAGAO: 9 x 2 = 18 (+ 2 vdores para sistematizaqao e correcqgo ortogrsca) DURA~AO: i HOO

Page 78: casos praticos

CONTENCIOSO ADMINISTRATIVO

26 de Seternbro de 2003

Resolva a seguinte hip6tese.

Antbnio, aluno da Faculdade de Medicina do Porto, residente em Lisboa,

requereu, ao abrigo da Portaria n." 2 112001, uma bolsa de estudos.

A referida Portaria estabelece que "a bolsa sb pode ser atribuida aos alunos com

mddia superior a 16 valores no ano lectivo anterior e que comprovem urna situaqiio

econ6mnica dificil."

A bolsa C atribuida pelos yinistros de Finanqas e do Ensino Superior, precedicio

de parecer favoravel do Conselho Cientifico da Faculdade respectiva.

9 Conselho Cientifico da Faculdade de Medicina deu parecer negativo li

pretens5o de h t6n io . Afirmou que este niio tinha m a situiqiio econbmica dificil,

porque nos dois anos anteriores niio requereu a bolsa e tambem porque, como dirigente

associativo, promoveu uma greve contra o pagamento das propinas.

0 s Ministros competentes indeferiram o pedido e Antonio recebeu a notificaqzo

em 6 de Maio de 2003.

Em 12 de Novembro de 2003 apresentou urna acqiio administrativa contra o

despacho com hndamento na violaqiio dos pressupostos estabelecidos na Portaria.

Ped.iu tambkm a declaraqBo de nulidade do despacho, porque a Portaria violava o n." 8

do artigo 1 12." da Constituiqgo.

No entanto, o Tribunal convidou o autor a substituir a petiqiio inicial ac; abrigo do

disposto no n." 4 do artigo 5 1 ." do CPTA.

Na contestaqiio apresentada pel0 Ministro do Ensino Superior afirma-se que o

indeferimento da pretensgo de Antbnio 6 totalmente vinculado em hnqso do parecer do

Conselho Cientifico. Acrescentou, ainda, que o tribunal niio podia substituir-se A

Administraqiio na valoraqiio de conceitos vagos e indeterminados. Defendeu,

igualmente, que a impugnaqiio era intempestiva.

Page 79: casos praticos

Ant6nio e Carlos candidataram-se, separadamente, a um concurso piiblico lanqado pelo Instituto do Cinema, do Audiovisual e do Multimidia (ICAM) para atribui~lo de um

\ - subsidio no montante de 20.000 Euros, com vista 5 realizaqlo de um documenthrio de promoq5o do EURO 2004.

No regulamento do concurso deterrninava-se que as candidaturas deveriam ser instruidas com um relat6rio pormenorizado do conteudo do filme.

Na sua primeira reuniiio, o juri do concurso excluiu ambos os concorrentes por considerar que os relat6rios n5o eram suficientemente elucidativos quanto ao filme a realizar.

Abel intentou uma acqlo ____ de . . . . . . . impugna~lo do acto. de .excluslo, e requereu, simultaneamente, a s u p ibmiss~o condicipnal no concurso, invocando que . . . . esta- : . I A i ' '

providgncia deveria ser imediatamente concedida, urna v e i clue Carlos, que se encontrava - - -

numa situa~5o analoga, tinha recorrido hierarquicamente do act0 do juri para o Presidente + '2-4 - - - 1.--___ ....- - . . . . . . . . - . " ? do ICAM . e este tinha revogado o act0 com?undamento em invalidade. Por isso mesmo, ,it,, , ,

~ b e l nlo fez qualquer rnenC50, no requerimento que entregou no Tribunal, aos prejuizos - . --. . - -- _ .*

resultantes do act0 de excluslo. f . T,.., '." ------"" " " "~..' . ' -,," .--. ~

O juiz rejeitou l iminarr~~nte o requerimento. Quid juris? ..: , 1 , . 1."' / . - .- .! .i ! - . .,

.? ' ' I . :

I , $.

I1

Maria 6 proprietaria de um pequeno estabelecimento de restaura~lo, que, ap6s s realiza~lo de uma inspec~50 sanitaria, foi object0 de uma ordem de encerramento imediata por parte da Direc~lo-Geral de Salide.

Perante isto, Maria requereu ao Tribunal competente que Ihe fosse concedida -<+; '

iutorizaqao proviseria paramanter ~estabelecimento aberto,,d, subsidiariarnente, que'-i . . .

Administra~50 fosse provisoriamente condenada a pagar-lhe mensatmente urn montante eqfivdeiire aos~lucros que obtinha, uma vez que esta era a sua linica fonte de rendimento.

O . . . . . . . . . Tribunal notificou Maria para indicar qua1 a acqlo principal, bem como para t . f a z e t - ~ ~ c a - d a . . . s i tua~ lo decarencia.' ,:., ? . , . !/ , ..

.! ApOs a correcqlo do requerimento, o . . Tribunal . ---. indeferiu ... o primeiro pedido,.mas decretou a providhcia subsidiariamente requerida por aria, sujeitando-a, contud,~ a ' uma condiqiio resolutiva no caso de Maria encontrar outro meio de subsistencia.

1 Quid juris? i

Page 80: casos praticos

0 Conselho Cientifico da Faculdade de Engenharia do Porto aprovou um

regulamento de inscriqiio no qual se determinava que os alunos que reprovassem teriam

que pagar urna taxa de inscriqiio de 1000 euros quando se inscrevessein pela segunda

vez no inesmo ano.

Ana, aluna repetente, recusou-se a pagar a referida taxa, raziio pela qual iliio lhe

foi permitido inatricular-se no iilicio do ano lectivo. Ana decidiu, entiio, impugilar o

regulamento e pedir uma indemnizaqiio pelos danos morais e patrimoniais que esta a

sofrer por ficar um ano sem frequentar as aulas.

Ambos os pedidos foram formulados no imbito da acqiio prevista no artigo 37"

do Codigo de Processo nos Tribunais Administrativos e apresentados no Tribunal

Administrativo de Circulo do Porto.

Na contestaqiio, a Faculdade de Engenharia do Porto defendeu-se apenas por

excepqiio, iilvocando a incornpetencia do Tribunal.

0 Tribunal niio proferiu despacho saneador e reineteu o coul~ecimento da

excepqiio para a decisiio tiual.

Entretanto, Bento, aluno repetente do 4" ano, apesar de ter pago a taxa de

inscriqiio, pretende coligar-se com Aila quanto ao pedido impugnatorio e pedir tambem

~ u n a indeinnizaqiio de 1000 euros.

Quid juris?

Page 81: casos praticos

Antonio sustentou o cumprimento do prazo para intentar a acqiio e acrescentou

que os actos nulos podem ser impugnados a todo o tempo.

Na sentenqa o juiz anulou o act0 por entender que Antonio tinha direito 2 pensiio,

visto que niio estavarn em causa juizos de prognose.

Analise criticamente as diversas posiq6es de Antbnio, do Ministro e do

Tribunal.

Page 82: casos praticos

Contencioso Administrative

Subturmas 11 e 12

Resolva a seguinte hipotese pritica:

A Junta de Freguesia de Pedrogiio celebrou urn contrato de empreitada de obras

phblicas com uma empresa privada, com vista A construqiio de um estabelecimento de

ensino prC-escolar. 0 contrato foi celebrado em Maio de 2003, tendo sido fixado um

prazo de execuqiio da obra de tr2s meses, para que a escola pudesse entrar em

funcionamento no inicio do ano lectivo.

Contudo, em Dezembro de 2003, as obras encontravam-se ainda muito atrasadas,

sem que a Junta de Freguesia tivesse tomado quaisquer medidas.

Daniel, pai de uma crianqa de tr2s anos, descontente com a situaqiio, intentou, em

10 de Janeiro de 2004, vkias aqiies, aproveitando a entrada em vigor do novo C6dign de

Prwesso ncs Tribunais Administrativos (CPTA):

- uma acqgo de cumprimento do contrato de empreitada contra a Junta de

Freguesia e o empreiteiro, ou, subsidiariamente, a intimaqiio prevista no artigo 37", no 3.

do CPTA;

- uma ac@o de responsabilidade civil extracontratual contra ambos, para ser

ressarcido das despesas resultantes do facto de o filho estar a frequentar uma escola

privada;

- a titulo cautelar, pediu ainda, em requerimento que apresentou juntamente com a

petiqgo inicial, que a Junta de Freguesia fosse intimada a exercer o seu poder-dever de

aplicar as sanqaes pecunikias compuls6rias previstas no contrato pelo incumprimefito ou

atraso no cumprimento do contrato por parte do empreiteiro.

Quid juris?

Page 83: casos praticos

0 Municipio de Lisboa celebrou, em Outubro de 2000, um contrato de

concessiio com a EMEL, nos termos do qua1 esta empresa municipal ficava com o

direito de instalar e explorar parquimetros na cidade de Lisboa.

Em Janeiro de 2002, Bento estacionou o seu automovel num parquimetro

explorado pela EMEL, mas, quando pretendeu inserir a quantia no parquimetro,

verificou que este niio aceitava Euros: mas apenas Esclidos.

Furioso, porque estava com pressa e sabia que desde 1 de Janeiro de 2002 e

obrigatoria a aceitagiio do pagamento em Euros e que essa clausula constava

expressamente do contrato de concessiio celebrado entre o Municipio e a EMEL, Bento

decidiu deixar o carro estacionado sem pagar. No entanto, quando chegou ao carro duas

horas depois, o mesmo havia sido rebocado.

Quando pretendeu ir buscar o autom6vel ao parque da EMEL, solicitaram-lhe o

pagamento de 150 euros, referente ao custo do reboque e da coima que Ihe havia sida

aplicada. Alem disso, Bento verificou que o automovel estava muito danificado a frente,

devido a falta de cuidado na instalagiio do rebnque.

Bento pagou os 150 euros e, mais tarde, os r lc~os no automovel foram avaliadcs

1):~s uma oficina em I000 euros.

Perantz isto, Bento pretende ser ressarcido de todos estes danos, forinulando, por

isso, varios pedidos ao Tribunal, que cumulou ao abrigo do disposto no artigo 4" do

C6digo de Processo nos Tribunais Administrativos:

- o reconhecimento do seu direito a niio pagar o parquimetro por este niio receber

Euros;

- o cumprimento da clausula do contrato de concessiio entre a Ciimara Municipal

e a EMEL relativa a adaptagiio dos parquimetros ao Euro;

- ulna indemnizagiio no valor de 1150 euros, acrescida dos juros vencidos e

vincendos.

Tento em ateng5o que a EMEL e uma empresa municipal e que Bento cumulou

todos os pedidos nulna unica acgiio intentada contra o Municipio de Lisboa e a EhlIEL.

pronuncie-se sobre a viabilidade da mesma, quer ao nivel dos pressupostos pracessuais.

quer do eventual contei~do da sentenga judicial.

Page 84: casos praticos

Ana e Belmira, funcionarias do Ministerio do Trabalho e da Seguranqa Social

colocadas na Direcqio-Geral da Seguranqa Social em Lisboa, requereram ao Director-

Geral a sua transferencia para a Delegaqiio Regional do Norte e a Delegaqiio Regional do

Sul, respectivamente. Ambos os pedidos de transferencia foram recusados pel0 Director-

Geral por "conveni2ncia de sewiqo " no dia 20 de Maio de 200 1.

Ana recorreu do act0 do Director-Geral para o Ministro do Trabalho e da

Seguranqa Social (MTSS) em 20 de Junho, niio tendo obtido qualquer resposta.

Em 16 de Setembro, Ana e Belmira intentaram uma acqiio de impugnaqiio do act0

do Director-Geral junto do Tribunal Central Administrativo, ao abrigo do novo Codigo

de Processo nos Tribunais Administrativos (CPTA), com fundamento em violaqiio de lei,

por considerarem que tinham direito a transferencia.

Entretanto, o MTSS revogou o act0 do Director-Geral que recusou a pretensiio de

Ana, pel0 que o Ministro - que havia sido demandado na acqiio de impugnaqiio - solicitou

na contestaqgo a extinqgo da instincia.

No entanto, Belmira, em articulado superveniente, op6s-se a extinqiio da

instincia, alegando que o act0 do Director-Geral relativamente a sua transferhcia ngo

tinha sido revogado.

No despacho saneador, proferido em 3 de Fevereiro de 2002, o Tribunal decretou

a extinqgo da instincia.

Perante isto, Belmira pretende impugnar novamente o act0 do Director-Geral, mas

receia ja niio o poder fazer por ter decorrido o prazo para o efeito.

Resolva a hipbtese, tendo em conta as seguintes questdes:

1. Analise os pressupostos processuais da acqiio intentada por Ana e Belmira.

2. Pronuncie-se sobre a possibilidade de coligaqgo de autores.

3. Aprecie as consequ~ncias da revogaqiio do act0 pel0 Ministro.

4. Aprecie a decisiio do Tribunal no despacho saneador.

5. Possibilidade de fZe11nira intentar nova acgiio de impugnaqiio do act0 do

Director-Geral.

Page 85: casos praticos

Contencioso Administ rativo Subturma 4 10 de Maio de 2004

Resolva a seguinte hipdtese:

A AssociagZio Portuguesa de Apoio Social (APAS), cujo object0 social C " ... o apoio cis crianqas, 2 terceira idade, aos invalidos e aos dejcientes, atravks de actividades de apoio social, tais como abertura de creches, lares e centros de dia ... " requereu ao Primeiro-Ministro que h e fosse atribuida declaragZio de utilidade publica ao abrigo do artigo lo, no 1, do Decreto-Lei no 460177, de 7 de Novembro, nos termos do qua1 tem direito a declaragiio de utilidade publica "...as associaq6es ou fundaqces que prossigam fins de interesse geral, ou da comunidade nacional ou de qualquer regi60 ou circunscriqiio, cooperando com a Administraqfio Central ou a administraqiio local. "

0 requerimento foi apresentado em 3 de Maio de 2003, niio tendo a APAS recebido qualquer resposta da Administragiio.

Em 16 de Outubro de 2004, a M A S intentou junto do STA urna acgZio de impugnagiio do act0 tacito de indeferimento que imputou ao Primeiro-Ministro.

Citado para contestar, o Primeiro-Ministro defendeu-se apenas por excepgiio, invocando:

- a intempestividade da acgiio; - a inadequagao do meio processual; - a ilegitimidade passiva, uma vez que a competencia para decidir estes

requerimentos estava delegada no Secretario de Estado da Presidencia do Conselho de Ministros (SEPCM);

- a incornpetencia do Tribunal. No despacho saneador, o juiz remeteu o processo para o Tribunal Administrativo

de Circulo de Lisboa (onde se situa a sede da APAS). 0 TAC de Lisboa, por sua vez, convidou o autor a corrigir a petigiio inicial. Ap6s essa correcgiio, o processo continuou e, na sentenga, o juiz acabou por

absolver a entidade demandada do pedido por considerar que " ... n6o podia condenar a Administraqiio a pratica de urn act0 de conteudo discricionario. "

Responda as seguintes questaes: 1 - Pronuncie-se sobre a defesa do Primeiro-Ministro. 2 - Pronuncie-se sobre a actuagZio do STA. 3 - Qua1 o conteudo do despacho que ordena a correcggo do conteudo da petiggo

inicial? 4 - Concorda com os termos da sentenga?

Nota: Responda apenas as questBes colocadas. CotaqBes: 1 - 7 valores; 2 - 3 valores; 3 - 5 valores; 4 - 5 valores.

Page 86: casos praticos

DDiirreeiittoo IInntteerrnnaacciioonnaall

EEccoonnóómmiiccoo

Page 87: casos praticos

Direito Internacional Económico

5º Ano / Turma de Dia

Exame Final

14 de Junho de 2007

Duração: 3 horas

Responda sucintamente, mas de forma completa, às seguintes questões:

1- Quais as principais diferenças entre o GATT de 1947 e o GATT de 1994?

2- Explique a estrutura do acordo OMC e distinga acordos multilaterais de acordos

plurilaterais.

3- Diga qual é a composição e quais são as principais funções do Órgão de

Resolução de Litígios, dos Painéis e do Órgão de Recurso.

4- Explique a diferença entre o disposto no artigo 1º, nº3 do acordo TRIPS e o

princípio do tratamento nacional consagrado no artigo nº3 desse mesmo acordo?

5- Poderá falar-se na consagração de um princípio da segurança jurídica em Direito

Internacional Económico? Em caso afirmativo dê exemplos.

6- Quais as diferenças que encontra quanto à consagração do principio do

tratamento da nação mais favorecida no GATT, no GATS e no TRIPS?

7- Quais as diferenças que encontra quanto à consagração do principio do

tratamento nacional no GATT, no GATS e no TRIPS?

8- Em que consiste o principio da protecção aduaneira exclusiva? Dê exemplos.

9- Distinga a Parte II e a Parte IV do GATS

10- Tento em conta as normas relevantes de Direito Internacional Económico,

distinga pagamentos correntes e movimentos internacionais de capitais.

Cotação: todas as perguntas têm a cotação de 2 valores.

Page 88: casos praticos

DDiirreeiittooss FFuunnddaammeennttaaiiss

Page 89: casos praticos

FACULDADE DE DlRElTO DA UNWEFIDADE DE LISBOA

5.8 AN0 (DIA) - DlRErtOS FUNDAMENTAIS - 19.MA10.2006

SUBTURMA 12 - TESTE EM AV-AO C O ~ N U A

Da m M o do C6dlgo Penal resritou a p v M o de um navo dme, p n # o can p&4o

~J&S anos, para quem pertubar ma- que tmham luwr na via pll#iea,

n#neadamenb pa uso de expmdks que os maniiesaanOes tomem eomo pmvocat6dm w

Injuloses.

Um g ~ p o de lranseunbs, vendo que os manifestantes ammesmvam pap& e l a m de

, ceweja para o d*o, aortou-os a wmpmm-.e de modo cWo, o que fol tanado

como lnsrlto grave, pds o epls6dio fol captatlo e difmdklo pelas esb@m de t e b M o

que deram cobertua B r n a m o .

ConsMWos arglrldos, smdtaram a q d o da I n m o n e l l d a d e da noma dmlnal,

considerando m r - s e de uma IlmlIa@o da sua liberdade de expFegsilo d o prrnrlsEe

axpressemente no tetxto cmstitudonal, de modo dl- ou Indkecb.

Cons#erou o nbunal que, pedsemenbe, pa ser uma I l m m o , hawsla de obedeoer aos

mqulsitos do artlgo 29.9, n.9 2, da Deda-o Universal dos Direitas do Homem, em que

se dpla o respefto pelos dldtos e flberdades dos oulms. No entanto, enkndeu

-2 desaplicar a norma por inconstYtudonalldade, jB que os manifestantes eram esbangdms,

n8o podendo bewfidar de um dlreito prdprio dos ckladbs porhlgueses (artlgo 45.9,

Opusemm os assistenteg que a Id que reg& o direiLo de man-o o estende aos

estrangeirrrs dos palsas europeus ou de llngw aRdal portuguesa, aiando assim urn dlrelto

fundamental, por via do artigo 16.9, mP1, o qua1 n8o admite mdri@es n m limita(;aes.

Quid jwls 7

Page 90: casos praticos

IREITO D&lJlWE FAc"LDY\ I ,-

I d 0 (DM) - DIREITOS FUNDAMENTAIS - 5.MAI0.2006 \$.*

(" I

A Assem- de Rep&ka, sob proposta do Ocnremo, no gmbtto de um -ma de

medldas de chamtram, dellbemu o sigm

1 - para cads amm~ho, d o ddnidas mgras pdpias s o b ma-,

nomeadamente sobre locab, PBI#IM#) e M r l o s em que podem tar Ilrgar. A sue

@ apwa@io ampfa ao Qanno da R.pObL. 9 I s asmmbb*r *gU.lvr d a Aga e da

Madeira, oWdo o pa- favdvd da assemblela mlnklpal ~especttva, contanto que n8o

s#am demasiado restringldas as liberdades pQbllcas fundamemlais.

2 - As manilestaQbes de natulaza polRka t d o sempre pcedhfh s o h as demls,

salvo o caso des pmclssih e de oubos carts@ renglosos, a@ cr; lao se prove d o tar

sldo intemmplda nos UUmos 100 anos.

3 - Sempfa que haja necebsldede de interromper a dmla@o autombvel, o pornotor da

manbstaHo -a-se compa&cia mlnima de 200 manlfestantes, sob #wninaHo de

cdma a graduer en- C100,OO e C 200,00, agravada ao d o h , no cam de se traEsr de

3 --a.

4 - absdutamente Inderdito nas man- o uso de bandairas, paviibs e

estandaldes abdldos como slmbdas nadonals ap6s 5.10.1910, a menos que se tmte de

cortejos wocativas da memdrla hht&ca, a av8Ilar, caso a caso, pel0 presklente da

cflmara mmicipai.

Page 91: casos praticos

FACULDADE DE DIRE~TO DA UNNERSIDADE DE LISBOA 1

*

5.9 ANO ( DIA) - DlRErrOS FUNDAMEMAIS - 19.MAl0.2006

Uma asoda@o de adMnhos, qtdro- e dnridas m e ver reconheddo o dlmito a

serem identiflcedaq nos domml tm peasoak, pelos norneb que adopleram na sua

8dhMade. Fmbndem, sasfm, a aha* dos seus assentos de regikdo MI, lnvocando o

dlreito a e ao bom nome, ldentiRcendo esh, coin o nome Fevelado pa W s

esomcas.

0 Wmctar-Gml d m Registas e Nobarlado IndeWu o requatimento que aprrrsentaram,

0-0 que a led st5 admitla a b a # k s eo nome pa mdtvos peseoais, o que n8o era

o caso, pols o gmpo em q H o dedlcava-se a uma acthrIdade conmdal e era esw o

motfvo prlndpelmemw detennlnanb pa que querlam ver at!mdlda a m a o . Como tal, a

de que dtspunham serla a prote@o dos dlFeltos e#nhlcos , sodals e arlhrals,

nHo a do8 dhltos, llberdedes e garantlas, dimcbamente apHcaveds.

Conslderando-se dldmlnados pmante dds casos conhecidos de altera*o, impugnaram o

acto par vW@io do pdndplo da Igualdade. TraEeva-se de urn IndMduo que fora

submedido a uma intmveneo drlPgica para mudaw de saxe e de ouiro que, depds de

Implrgnar, ann &$to, a pamtdade pesumida, apenas msenra o apelldo marno.

Consldemu o Wikmal niio ser atingldo o conteMo essential do prfnd@o da igualdade. Por

outro lado, a ordm canstihrdonal d o m m W a dlreito algum a mudar de nome. Como

argument0 derradeiro para confinnar o ado Implrgnado, o t r f b a l considemu que os

Intemsados dewdarn ter-se didgldo dlrectamente ao T r l b a t Constlbrdonal.

Page 92: casos praticos

FACULDADE DE DlRElTO DA UNNERSIDADE DE LISBOA

5.9 AN0 (DM) - DlRErrOS FUNDAMENT* - 24.MAl0.2006

SUBTlJRMA 6 - TESTE EM A V ~ A O C O ~ N U A (facubiiw)

Ant6nlo conheceu hh qtdnza dlas o Wmr de adgms doannentos amWmWs debcadcis par sua mb, W a n d o que a palmWade que thsmhe& era de Banto, mia#1Mo que acebara de race&# um ptlemlo bastania ehsvado num Jogo de aposlas m.

Ao pmpa acCgo de In-o da patlemidade, o pedldo fd Indelirldo, ccmidemdo o b i k m a l que o a m debcera mpassar o prazo de dds an- e d o s d e s h que alingh a mal*.

SmdWa a questiro da lnconstihnlanalldsde da nama civU a a-r, Ant6nlo alegou estar $3 e m ~ ~ . o ~ d W b . ~ b n n n n * e n p u h g i o , a o q w o ~ M ~ W s o l n o dkeito B reaerva da lntlmldade da vlde phrada e fimlllar de Bmto. No mals, & d o Bemo enriqueddo subltammte dam-se uma esbanha cdnddBnda, deixando dcmconhr hbmsas pafdmonlats de n- wcadhla. No canfiito mlm os d h b s pfmoak de um e de oulm, haverla de pmvaker a resewa da lntlmldade da vida prlvada e familiar de Bento, paquanto sob a e d m de da nama ccmsWudonal Fespectiva se abrlgavam tambem os seus fllhos IegMmos e sua mdher. Por fim, se o trlknel atmmlesse a pre?mdo de A m , e&s& a apllart nrboac(lvamn& uma mlri@o ao dlmlto de - da lntlmldade d M a prvada de Bento e sua famllia.

Perante a aplka@o da nanna pelo trlbmal, Ant6nlo e o seu advagado hwltam em recurer ao Tribunal CansUtucIonal, ao Pmedor de J- w ao Tribunal E m p a dos Didtos do Homem.

Quid jwis 7

Page 93: casos praticos

FACULDADE DE DlRElTO DA

UNIVERSIDADE DE LISBOA

Regente: Prof. Doutora Maria Luisa Duarte

Assistente: Mestre Louren~o de Freitas

5O Ano (Noite) - 1 Semestre

Ano lectivo: 200512006

PROGRAMA

1. 0 conceit0 de direitos fundamentais - o criterio de "fundamentalidade" de

base positivista ou de base axiologica

2. 0 s direitos fundamentais e a evolu@io historica do Direito - breve

retrospectiva

3. Classifica$io de direitos fundarnentais

4. Direitos fundamentais e fun@es no Estado de Direito

5. A estrutura da norma de direitos fundamentais: regras e principios

6. Sobre a dirnensio internacional e plural da normatividade de direitos

7. Quem guarda o guardiio? 0 enquadramento do sistema estadual por

novas formas de controlo internacional