Transcript
  • CSLL

    - Fundamentao legal:

    CF - Art. 195. A seguridade social ser financiada por toda a

    sociedade, de forma direta e indireta, nos termos da lei,

    mediante recursos provenientes dos oramentos da Unio, dos

    Estados, do Distrito Federal e dos Municpios, e das seguintes

    contribuies sociais:

    I - do empregador, da empresa e da entidade a ela equiparada

    na forma da lei, incidentes sobre: (Redao dada pela Emenda

    Constitucional n 20, de 1998)

    c) o lucro; (Includo pela Emenda Constitucional n 20, de 1998)

    Lei 7689/88 - Art. 1 Fica instituda contribuio social sobre o

    lucro das pessoas jurdicas, destinada ao financiamento da

    seguridade social.

  • - FG e BC:

    O fato gerador da CSLL a aferio de lucro pela pessoa

    jurdica. Lucro o ganho realizado em atividades econmicas

    acima e alem das despesas.

    A BC o resultado ajustado (antes da proviso para o IRPJ e

    aps as dedues legais).

    - Lei 9316/96 - Art. 1 O valor da contribuio social sobre o

    lucro lquido no poder ser deduzido para efeito de

    determinao do lucro real, nem de sua prpria base de

    clculo.

    -Prejuzos anteriores e BC negativa.

  • Questo 1: suposta inconstitucionalidade do art. 1 da Lei 9.316/96 Necessidade de deduo da CSLL

    de sua BC e da BC do IRPJ, pois somente assim

    poderia ser apurado o lucro. CSLL nus tributrio e

    no compor a sua prpria BC, nem a BC do IRPJ.

  • - Como j visto essa tese no merece prosperar pelos mesmos

    motivos que o ICMS deve compor a BC da PIS/COFINS.

    * Tese da Unio.

    - O conceito de lucro est relacionado apenas existncia de

    um resultado positivo, no havendo bice a que a lei determine

    o que integra o lucro e o que pode dele ser deduzido para

    efeitos de tributao.

    - Receita no se confunde com lucro. A Constituio tratou

    diferentemente os conceitos, originrios do direito privado (Art.

    195, I, b e c).

    REPERCUSSO GERAL NO RE 582525

  • Lucro = receita despesas + adies (estabelecidas na lei)

    dedues (estabelecidas na lei).

    CONCLUSO: O CONCEITO DE LUCRO UM CONCEITO LEGAL,

    FORNECIDO PELA LEI DE INSTITUIO DA CSLL!!!!!!

    TRIBUTRIO - CONTRIBUIO SOCIAL - BASE DE CLCULO - LEI

    9.316/96.

    Receitas = receitas no-operacionais + receitas operacionais

    (=faturamento).

  • 1. A incluso do valor da contribuio na sua prpria base de

    clculo no vulnera o conceito de renda constante do art. 43 do

    CTN.

    2. Legalidade da Lei 9.316/96 que, no art. 1, pargrafo nico,

    vedou a deduo da contribuio social para configurao do

    lucro lquido ou contbil.

    3. Recurso especial improvido.

    (REsp 395842/SC, Rel. Ministra ELIANA CALMON, SEGUNDA

    TURMA, julgado em 11/03/2003, DJ 31/03/2003 p. 198)

  • TRIBUTRIO E CONSTITUCIONAL. RECURSO ESPECIAL.

    CONTRIBUIO SOCIAL SOBRE O LUCRO (CSSL). DEDUO.

    ART. 1, DA LEI 9.316/96. CTN, ART.

    43. COMPATIBILIDADE. PRECEDENTES.

  • 1. firme a orientao da Turma quanto compatibilidade do

    art. 1 da Lei n 9.316/96 que no autoriza a deduo do valor

    da contribuio social sobre o lucro lquido da base de clculo

    desse tributo. Precedentes.

    2. A soluo da controvrsia federal suscitada pela recorrente,

    a violao ou no do art. 110 do CTN, tema que refoge ao

    mbito desta Corte, uma vez que tal dispositivo simples

    explicitao da supremacia constitucional.

    3. Recurso especial conhecido em parte e improvido.

    (REsp 750.178/SC, Rel. Ministro CASTRO MEIRA, SEGUNDA

    TURMA, julgado em 16/06/2005, DJ 15/08/2005 p. 298)

  • Questo 2 Imunidade sobre receitas decorrentes de

    exportao: art. 149,, 2, I, da CF/88 : amplitude do dispositivo? A imunidade abrange a CSLL?

  • REPERCUSSO GERAL COM MRITO JULGADO NO RE 564413

    * Argumento dos contribuintes: contribuies sociais e de

    domnio econmico (CIDE) no incidiro sobre a exportao. O

    art. 149, 2 diz que no incidiro sobre receitas decorrentes de exportao. Logo, no poderia a CSLL ser cobrada da

    exportao.

  • * Teses da Unio:

    1) preciso interpretar com temperamento o art. 149, 2 - ele estabelece que no incidiro contribuies sociais e CIDE sobre

    receitas provenientes de exportao. No se deve confundir

    contribuies sociais com contribuies sociais da seguridade

    social. As primeiras so gneros e esto previstas no art. 149 da

    CF, ao passo que as segundas so espcies e esto previstas no

    art. 195. Estas ltimas tm sistemtica prpria, prevista no art.

    195 da CF. Quando o art. 149, 2 traz imunidade e fala em contribuio social, ele o faz em relao s contribuies

    sociais gerais.

    a) Gerais (art. 149)

    b) Contribuies sociais

    c) Seguridade social (art. 195).

    d) Outras contribuies de seguridade social (art. 195, 4).

  • Sucede, porm, que, havendo no sistema constitucional

    vigente contribuies sociais que se submetem ao artigo 149

    da Constituio (as denominadas "contribuies sociais gerais",

    que no so apenas as tipificadas no texto constitucional,

    porque, se o fossem, no teria sentido que esse artigo 149

    dispusesse que "compete exclusivamente Unio INSTITUIR

    contribuies sociais") e contribuies sociais a que se aplica o

    artigo 195 da Carta Magna (as contribuies para a seguridade

    social), resta determinar em qual dessas sub-espcies se

    enquadram as duas contribuies sociais institudas pela Lei

    Complementar n 110/2001.

    ADI n 2556/DF:

  • 2) Mesmo que voc entenda que o art. 149, 2 traz disposio geral em relao s contribuies sociais de

    seguridade social, o dispositivo se refere a receitas. O

    conceito de receitas diferente de faturamento e lucro tanto

    so diferentes que o art. 195 traz incisos prevendo contribuio

    sobre faturamento ou receita (b) e lucro (c).

    Receitas = receitas no-operacionais + receitas operacionais

    (=faturamento).

    Receitas = receitas no-operacionais + receitas operacionais

    (=faturamento).

    Lucro = receita despesas + adies (estabelecidas na lei)

    dedues (estabelecidas na lei).

  • - Apenas as contribuies de seguridade que adotem a receita

    como BC ou FG podem ser protegidas por essa imunidade. As

    nicas contribuies que adotam a receita como BC ou FC so

    PIS e COFINS. Por isso, no poderia essa imunidade abranger a

    CSLL.

    3) Imunidades na CF devem ser deferidas de forma explcita,

    especialmente no que concerne contribuies sociais de

    seguridade social. No que concerne s contribuies sociais de

    seguridade social s existe uma imunidade prevista art. 195,

    7 (imunidade das entidades de assistncia).

  • 4) A Lei 10833/03 (Lei da COFINS) diz em seu art. 6 que as receitas decorrentes de exportao esto isentas de COFINS. Se

    o art. 149, 2 trouxesse uma imunidade geral, no haveria sentido em esta lei estabelecer uma iseno, j que j havia

    uma imunidade. Esse ltimo argumento refora o primeiro.

    TRIBUTRIO. MANDADO DE SEGURANA. CSLL. IMUNIDADE

    DAS RECEITAS DE EXPORTAO. ART. 149, 2, I, DA CONSTITUIO FEDERAL. REDAO CONFERIDA PELA

    EMENDA CONSTITUCIONAL 33/2001.

  • A redao conferida ao inciso I do 2 do art. 149 da CF - no incidiro sobre as receitas decorrentes de exportao - h de

    ser interpretada teleologicamente.

    O contribuinte no tem direito de excluir da base de clculo da

    CSSL as receitas oriundas das operaes de exportao

    efetuadas a partir da Emenda Constitucional n 33/2001, pois

    sua base de clculo o lucro lquido, que no se confunde com

    a receita.

    Receitas = receitas no-operacionais + receitas operacionais

    (=faturamento).

    (TRF4 - Processo: 200870050004257 / PR 2 Turma, Data

    da deciso: 02/12/2008)

  • * o STF j se pronunciou definitivamente sobre a questo, no

    julgamento do RE 564413/SC, sob o regime da repercusso

    geral, e que recebeu a seguinte ementa:

    IMUNIDADE CAPACIDADE ATIVA TRIBUTRIA. A imunidade

    encerra exceo constitucional capacidade ativa tributria,

    cabendo interpretar os preceitos regedores de forma estrita.

    IMUNIDADE EXPORTAO RECEITA LUCRO. A imunidade

    prevista no inciso I do 2 do artigo 149 da Carta Federal no alcana o lucro das empresas exportadoras. LUCRO

    CONTRIBUIO SOCIAL SOBRE O LUCRO LQUIDO EMPRESAS

    EXPORTADORAS. Incide no lucro das empresas exportadoras a

    Contribuio Social sobre o Lucro Lquido.

    (RE 564413/SC, Rel. Min. MARCO AURLIO, Julgamento em

    12/08/2010, Tribunal Pleno, DJ 03/11/2010).

  • - Surgiu com a EC 12/96 art. 74 do ADCT

    Art. 74. A Unio poder instituir contribuio provisria sobre

    movimentao ou transmisso de valores e de crditos e direitos de

    natureza financeira.

    1 A alquota da contribuio de que trata este artigo no exceder a vinte e cinco centsimos por cento (0,25%), facultado ao Poder

    Executivo reduzi-la ou restabelec-la, total ou parcialmente, nas

    condies e limites fixados em lei.

    2 A contribuio de que trata este artigo no se aplica o disposto nos arts. 153, 5, e 154, I, da Constituio. 3 O produto da arrecadao da contribuio de que trata este artigo ser destinado integralmente ao Fundo Nacional de Sade, para

    financiamento das aes e servios de sade.

    4 A contribuio de que trata este artigo ter sua exigibilidade subordinada ao disposto no art. 195, 6, da Constituio (anterioridade nonagesimal), e no poder ser cobrada por prazo

    superior a dois anos.

    CPMF SNTESE:

  • - Lei 9.311/96 criou a CPMF. No foi por LC porque no foi

    criada no exerccio da competncia residual da Unio. Foi

    criada pela EC exatamente porque a CPMF era cumulativa e, se

    instituda com base na competncia residual, no poderia s-

    lo.

    CPMF SNTESE:

    - Em 1999, a EC 21 acrescenta o art. 75 ao ADCT.

    Art. 75. prorrogada, por trinta e seis meses, a cobrana da

    contribuio provisria sobre movimentao ou transmisso de

    valores e de crditos e direitos de natureza financeira de que

    trata o art. 74, instituda pela Lei n 9.311, de 24 de outubro de

    1996, modificada pela Lei n 9.539, de 12 de dezembro de

    1997, cuja vigncia tambm prorrogada por idntico prazo.

  • CPMF SNTESE:

    1 Observado o disposto no 6 do art. 195 da Constituio Federal (anterioridade nonagesimal), por a

    alquota da contribuio ser de trinta e oito centsimos cento,

    nos primeiros doze meses (0.38 jun/99 a jun/2000), e de

    trinta centsimos , nos meses subseqentes (0,30 a partir

    de jul/2000 at 2002), facultado ao Poder Executivo reduzi-la

    total ou parcialmente, nos limites aqui definidos.

    2 O resultado do aumento da arrecadao, decorrente da alterao da alquota, nos exerccios financeiros de 1999,

    2000 e 2001, ser destinado ao custeio da previdncia social.

    3 a Unio autorizada a emitir ttulos da dvida pblica interna, cujos recursos sero destinados ao custeio da sade e

    da previdncia social, em montante equivalente ao produto da

    arrecadao da contribuio, prevista e no realizada em

    1999. (Vide ADIN n 2.031-5)

  • CPMF SNTESE:

    - Em junho de 2002, veio a EC 37.

    Art. 84. A contribuio provisria sobre movimentao ou

    transmisso de valores e de crditos e direitos de natureza

    financeira, prevista nos arts. 74, 75 e 80, I, deste Ato das

    Disposies Constitucionais Transitrias, ser cobrada at 31

    de dezembro de 2004.

    1 Fica prorrogada at a data referida no caput deste artigo, a vigncia da Lei n 9.311, de 24 de outubro de 1996, e suas

    alteraes.

  • CPMF SNTESE:

    3 A alquota da contribuio de que trata este artigo ser de:

    I - trinta e oito centsimos por cento (0,38) , nos exerccios

    financeiros de 2002 e 2003;

    II - oito centsimos por cento (0,08), no exerccio financeiro de

    2004, quando ser integralmente destinada ao Fundo de

    Combate e Erradicao da Pobreza, de que tratam os arts. 80

    e 81 deste Ato das Disposies Constitucionais Transitrias.

    (Includo pela Emenda Constitucional n 37, de 2002)

    (Revogado pela Emenda Constitucional n 42, de 19.12.2003)

  • CPMF SNTESE:

    - Em dezembro de 2003, EC 42.

    Art. 90. O prazo previsto no caput do art. 84 deste Ato das

    Disposies Constitucionais Transitrias fica prorrogado at 31

    de dezembro de 2007.

    1 Fica prorrogada, at a data referida no caput deste artigo, a vigncia da Lei n 9.311, de 24 de outubro de 1996, e

    suas alteraes.

    2 At a data referida no caput deste artigo, a alquota da contribuio de que trata o art. 84 deste Ato das Disposies

    Constitucionais Transitrias ser de trinta e oito centsimos

    por cento.

  • Questo 1: EC 42 e Anterioridade Nonagesimal.

  • REPERCUSSO GERAL COM MRITO JULGADO NO RE 566032

    - Essa EC 42 no faz aluso anterioridade nonagesimal. A EC

    42 majora o CPMF de 2004 (que era de 0,08 e passou para

    0,38) e, por isso, deve respeitar a anterioridade nonagesimal.

    S poderia fazer afeito a partir de marco/2004. No perodo de

    janeiro a maro de 2004 no pode ter efeito essa norma que

    majora a alquota. Deve continuar operando, ento, a norma

    que diz q a AL 0,08. Logo, os contribuintes pedem restituio

    do indbito desse perodo.

  • * Argumento da Unio J foi aceito pelo STF. Uma coisa

    efetivamente alterar uma Alquotq que est sendo aplicada a

    uma contribuio. Outra coisa bem diferente violar

    expectativa de direitos. O princpio da anterioridade

    nonagesimal protege um efetivo acrscimo de carga tributria.

    No caso, no houve efetivo acrscimo de carga tributria

    porque o contribuinte j estava suportando essa carga. O que a

    EC 42 fez no foi uma majorao, mas prorrogao da

    Alquota, uma vez que j se pagava 0,38%. No h no sistema

    jurdico nenhuma norma que respalde direito adquirido

    expectativa de direitos ou a regime jurdico.

  • Entendeu-se no haver majorao da alquota de modo a atrair

    o disposto no art. 195, 6, da CF, haja vista que a EC 42/2003 teria apenas mantido a alquota de 0,38% para o

    exerccio de 2004 sem instituir ou modificar a alquota

    diferente da que os contribuintes vinham pagando. Explicou-se

    que os contribuintes, durante o exerccio financeiro de 2002 e

    2003, vinham pagando a contribuio de 0,38% e no a de

    0,08%. Considerou-se que, no mximo, haveria uma

    expectativa de diminuio da alquota para 0,08%, mas que o

    dispositivo que previa esse percentual para 2004 teria sido

    revogado antes de efetivamente ser exigvel, ou seja, antes do

    incio do exerccio financeiro de 2004.

  • Afastou-se, ainda, ofensa segurana jurdica, princpio

    sustentador do art. 195, 6, da CF, na medida em que o contribuinte, h muito tempo, j pagava a alquota de 0,38%,

    no tendo, por conseguinte, sofrido ruptura com a manuteno

    dessa alquota durante o ano de 2004. Por fim, salientou-se

    que, se a prorrogao de contribuio no faria incidir o prazo

    nonagesimal, conforme reiterados pronunciamentos da Corte,

    quando se poderia alegar expectativa do trmino da cobrana

    do tributo, por maior razo no se deveria reconhecer a

    incidncia desse prazo quando havia mera expectativa de

    alquota menor. STF 29/06/2009 Gilmar Mendes.

  • Questo 2: A CPMF estaria abrangida pela imunidade do art.

    149, 2, I da CF? No incidiro contribuies sociais nem CIDE sobre bens destinados ao exterior.

  • - Usam-se os mesmos argumentos da CSLL: o art. 149, 2, I s se aplica s contribuies sociais gerais e no s

    contribuies sociais da seguridade; a CPMF no tem por BC a

    receita referida no art. 149, 2, I da CF. Est pendente o julgamento no STF.

    - a CPMF possui disciplina constitucional e legal prpria, no se

    submetendo diretamente ao disposto no art. 149, 2, inciso I da CF/88. dizer, uma vez que a CPMF no se fundamentam

    no art. 149 da CF/88, conseqentemente, no se encontram

    abrangida pela imunidade lanada no corpo do artigo 149

    daquele Diploma pela Emenda Constitucional n 33/2001.

    REPERCUSSO GERAL COM MRITO JULGADO NO RE 566259

  • EMENTA: CONSTITUCIONAL. IMUNIDADE TRIBUTRIA. ART. 149, 2, I, DA CONSTITUIO FEDERAL. EXTENSO DA IMUNIDADE

    CPMF INCIDENTE SOBRE MOVIMENTAES FINANCEIRAS

    RELATIVAS A RECEITAS DECORRENTES DE EXPORTAO.

    IMPOSSIBILIDADE. INTERPRETAO ESTRITA DA NORMA.

    RECURSO EXTRAORDINRIO DESPROVIDO. I - O art. 149, 2, I, da Constituio Federal claro ao limitar a imunidade apenas s

    contribuies sociais e de interveno no domnio econmico

    incidentes sobre as receitas decorrentes de exportao. II - Em se

    tratando de imunidade tributria a interpretao h de ser

    restritiva, atentando sempre para o escopo pretendido pelo

    legislador. III - A CPMF no foi contemplada pela referida imunidade, porquanto a sua hiptese de incidncia -

    movimentaes financeiras - no se confunde com as receitas. IV

    - Recurso extraordinrio desprovido.

  • EMENTA: CONSTITUCIONAL. IMUNIDADE TRIBUTRIA. ART. 149, 2, I, DA CONSTITUIO FEDERAL. EXTENSO DA IMUNIDADE

    CPMF INCIDENTE SOBRE MOVIMENTAES FINANCEIRAS

    RELATIVAS A RECEITAS DECORRENTES DE EXPORTAO.

    IMPOSSIBILIDADE. INTERPRETAO ESTRITA DA NORMA.

    RECURSO EXTRAORDINRIO DESPROVIDO. I - O art. 149, 2, I, da Constituio Federal claro ao limitar a imunidade apenas s

    contribuies sociais e de interveno no domnio econmico

    incidentes sobre as receitas decorrentes de exportao. II - Em se

    tratando de imunidade tributria a interpretao h de ser

    restritiva, atentando sempre para o escopo pretendido pelo

    legislador. III - A CPMF no foi contemplada pela referida imunidade, porquanto a sua hiptese de incidncia -

    movimentaes financeiras - no se confunde com as receitas. IV

    - Recurso extraordinrio desprovido.

  • (RE 566259, Relator(a): Min. RICARDO LEWANDOWSKI,

    Tribunal Pleno, julgado em 12/08/2010, REPERCUSSO

    GERAL - MRITO DJe-179 DIVULG 23-09-2010 PUBLIC 24-09-

    2010 EMENT VOL-02416-05 PP-01071)

  • Questo 1 Aproveitamento do crdito do IPI (creditamento) -

    Insumo isento sada tributada.

    IPI

  • - Primeira vez que o STF analisou o tema: RE 212484. Nelson

    Jobim defende que o no reconhecimento do direito de

    credito seria provocar diferimento do imposto violaria o

    princpio da no-cumulatividade.

    - Atualmente o entendimento do STF:

    IPI

    REPERCUSSO GERAL NO RE 590809

  • Ementa: AGRAVO REGIMENTAL EM AGRAVO DE INSTRUMENTO.

    TRIBUTRIO IPI. INSUMOS ISENTOS, NO-TRIBUTADOS OU

    SUJEITOS ALQUOTA ZERO. INEXISTNCIA DE DIREITO AO

    CREDITAMENTO. PRECEDENTES. AGRAVO IMPROVIDO. I - Na

    sistemtica que rege o princpio constitucional da no

    cumulatividade, a operao desonerada de IPI impede o

    reconhecimento do imposto pago na operao anterior e no

    gera crdito para a seguinte, raciocnio que deve ser aplicado

    de forma indistinta aos casos de alquota zero, iseno, no

    incidncia e de imunidade. II - Agravo regimental improvido.

    (AI 736994 AgR, Relator(a): Min. RICARDO LEWANDOWSKI,

    Primeira Turma, julgado em 28/06/2011, DJe-156 DIVULG 15-

    08-2011 PUBLIC 16-08-2011 EMENT VOL-02566-02 PP-

    00217)

    IPI

  • Embargos de declarao em recurso extraordinrio. 2. No h

    direito a crdito presumido de IPI em relao a insumos

    isentos, sujeitos alquota zero ou no tributveis. 3. Ausncia

    de contradio, obscuridade ou omisso da deciso recorrida.

    4. Tese que objetiva a concesso de efeitos infringentes para

    simples rediscusso da matria. Inviabilidade. Precedentes. 5.

    Embargos de declarao rejeitados.

    (RE 370682 ED, Relator(a): Min. GILMAR MENDES, Tribunal

    Pleno, julgado em 06/10/2010, DJe-220 DIVULG 16-11-2010

    PUBLIC 17-11-2010 EMENT VOL-02432-01 PP-00015)

    IPI

  • EMENTA: DIREITO CONSTITUCIONAL E TRIBUTRIO. IMPOSTO

    SOBRE PRODUTOS INDUSTRIALIZADOS. INSUMOS ISENTOS,

    SUJEITOS ALQUOTA ZERO OU NO TRIBUTADOS. PRODUTO

    FINAL TRIBUTADO. PRINCPIO DA NO- CUMULATIVIDADE.

    IMPOSSIBILIDADE DE APROVEITAMENTO DE CRDITOS.

    AGRAVO REGIMENTAL A QUE SE NEGA PROVIMENTO. 1. O

    artigo 153, 3, II, da Constituio dispe que o IPI ser no-cumulativo, compensando-se o que for devido em cada

    operao com o montante cobrado nas anteriores. 2. O

    princpio da no-cumulatividade alicerado especialmente

    sobre o direito compensao, o que significa que o valor a

    ser pago na operao posterior sofre a diminuio do que pago

    anteriormente, pressupondo, portanto, dupla incidncia

    tributria. Assim, se nada foi pago na entrada do produto, nada

    h a ser compensado.

    IPI

  • 3. O aproveitamento dos crditos do IPI no se caracteriza

    quando a matria-prima utilizada na fabricao de produtos

    tributados reste desonerada, sejam os insumos isentos,

    sujeitos alquota zero ou no tributveis. Isso porque a

    compensao com o montante devido na operao

    subsequente pressupe, necessariamente, a existncia de

    crdito gerado na operao anterior, o que no ocorre nas

    hipteses exoneratrias. 4. A jurisprudncia do egrgio STF,

    luz de entendimento hodierno retratado por recentes julgados,

    inclui os insumos isentos no rol de hipteses exoneratrias que

    no geram crditos a serem compensados, verbis: Embargos

    de declarao em recurso extraordinrio. 2. No h direito a

    crdito presumido de IPI em relao a insumos isentos,

    sujeitos alquota zero ou no tributveis.

    IPI

  • 3. Ausncia de contradio, obscuridade ou omisso da

    deciso recorrida. 4. Tese que objetiva a concesso de efeitos

    infringentes para simples rediscusso da matria.

    Inviabilidade. Precedentes. 5. Embargos de declarao

    rejeitados. ... Frise-se que, como bem esclareceu o voto

    condutor, 'a no-exigncia do IPI se d sempre que essa

    adquirida sob os regimes, indistintamente, de iseno

    (excluso do imposto incidente), alquota zero (reduo da

    alquota ao fator zero) ou de no incidncia (produto no

    compreendido na esfera material de incidncia do tributo) ( RE

    370.682 ED, relator o Ministro Gilmar Mendes, Plenrio, DJe

    17.11.10). TRIBUTRIO. IPI. INSUMOS ISENTOS, NO-

    TRIBUTADOS OU SUJEITOS ALQUOTA ZERO. INEXISTNCIA DE

    DIREITO AOS CRDITOS. DECISO COM FUNDAMENTO EM

    PRECEDENTES DO PLENRIO.

    IPI

  • 1. A deciso recorrida est em consonncia com a

    jurisprudncia do Plenrio desta Corte (RE 370.682/SC e RE

    353.657/RS), no sentido de que no h direito utilizao dos

    crditos do IPI no que tange s aquisies insumos isentos,

    no-tributados ou sujeitos alquota zero. 2. Agravo regimental

    improvido. (RE 566.551 AgR, Relatora a Ministra Ellen

    Gracie, Segunda Turma, DJe 30.04.10). 5. Agravo regimental a

    que se nega provimento.

    (RE 592917 AgR, Relator(a): Min. LUIZ FUX, Primeira Turma,

    julgado em 31/05/2011, DJe-116 DIVULG 16-06-2011 PUBLIC

    17-06-2011 EMENT VOL-02546-01 PP-00191)

    IPI

  • Questo 2 Manuteno do crdito tributrio de IPI - insumo

    tributado produto final AZ, NT ou iseno.

    IPI

  • - Lei 9.779/99 (MP 1.788/98) estabelece o direito

    manuteno de crditos:

    Art. 11. O saldo credor do Imposto sobre Produtos

    Industrializados - IPI, acumulado em cada trimestre-calendrio,

    decorrente de aquisio de matria-prima, produto

    intermedirio e material de embalagem, aplicados na

    industrializao, inclusive de produto isento ou tributado

    alquota zero, que o contribuinte no puder compensar com o

    IPI devido na sada de outros produtos, poder ser utilizado de

    conformidade com o disposto nos arts. 73 e 74 da Lei no

    9.430, de 27 de dezembro de 1996, observadas normas

    expedidas pela Secretaria da Receita Federal do Ministrio da

    Fazenda.

    IPI

  • * Tese dos contribuintes:

    - A manuteno dos crditos decorrncia direta da no-

    cumulatividade, de forma que no est limitada ao perodo

    posterior Lei 9.779/99 ela decorre da CF.

    - Diferentemente do que ocorre com o ICMS (art. 155, 2, II), a Constituio no limitou o aproveitamento dos crditos de IPI

    (silncio eloqente);

    - A limitao, no perodo anterior Lei 9.779/99, anula a

    sistemtica da no-cumulatividade; No se trata de benefcio

    fiscal, mas de obstruo infra-legal a mandamento

    constitucional.

    IPI

  • * Argumentos da Unio:

    - O aproveitamento dos crditos um benefcio fiscal, que

    somente pode ser concedido por lei especfica (CF, art. 150,

    6) e isso s poderia ocorrer aps a Lei 9779/99, ou seja, s a partir de 1999 e no decorre do princpio da no-

    cumulatividade. O SP tem direito a manter seus crditos que

    sejam posteriores Lei 9.779/99.

    - No se pode falar em creditamento/manuteno de crditos

    quando no h dupla incidncia tributria (na entrada e na

    sada).A compensao a ser feita levar em conta o que

    devido e recolhido nas operaes anteriores com o montante

    cobrado na subseqente.

    IPI

  • Considerado apenas o princpio da no-cumulatividade, se o

    ingresso da matria-prima ocorreu com incidncia do tributo,

    logicamente houve a obrigatoriedade de recolhimento. Mas, se

    na operao final verificou-se a iseno, no existir

    compensao do recolhido anteriormente, ante a ausncia de

    objeto. Compensar com o qu? (Min. Marco Aurlio RE 460785)

    IPI

  • - STJ e STF: Determinados insumos que, embora participem do

    processo produtivo, no podem gerar direito a creditamento

    porque no se incorporam ao produto produzido. Art. 46, 1 do CTN.

    Ex: bens do ativo imobilizado no podem gerar creditamento de

    IPI maquina comprada para fabricar.

    Ex: energia eltrica utilizada no processo produtivo no se

    incorpora ao processo produtivo de produo de mercadoria.

    IPI

  • Manuteno X Creditamento (aproveitamento)

    Manuteno de crditos (tributao somente na entrada):

    A manuteno do crdito est ligada ao fabricante que se

    utiliza de insumos sujeitos a tributao na produo de bens

    desonerados, gerando crditos decorrentes de operao

    anterior tributada positivamente o qual, no tendo imposto a

    recolher na operao de sada, logicamente, no ir utiliz-los.

    Tais crditos seriam anulados (Decreto 2.637/98). A situao

    s foi alterada com o advento da Lei 9.779/99, que deve

    produzir seus efeitos para frente, no atingindo os fatos

    geradores ocorridos antes de sua vigncia.

    IPI

  • Creditamento (tributao somente na sada):

    No elo seguinte da cadeia, o adquirente dos insumos no

    tributados, utilizados na fabricao de bem sujeito

    tributao, busca o reconhecimento do direito ao crdito

    anterior, a ser abatido do imposto devido incidente sobre o

    bem produzido.

    IPI

  • Questo 3: IPI e descontos incondicionais.

  • REPERCUSSO GERAL NO RE 567935

    Art. 47. A base de clculo do imposto :

    II - no caso do inciso II do artigo anterior:

    a) o valor da operao de que decorrer a sada da

    mercadoria;

    b) na falta do valor a que se refere a alnea anterior, o preo

    corrente da mercadoria, ou sua similar, no mercado atacadista

    da praa do remetente;

  • Art. 14 DA Lei 4502/64, com redao dada pela Lei 7798/89. Salvo

    disposio em contrrio, constitui valor tributvel:

    I - quanto aos produtos de procedncia estrangeira, para o clculo

    efetuado na ocasio do despacho;

    a) o preo da arrematao, no caso de produto vendido em leilo;

    b) o valor que servir de base, ou que serviria se o produto tributado

    fosse para o clculo dos tributos aduaneiros, acrescido de valor

    deste e dos gios e sobretaxas cambiais pagos pelo importador;

    1. O valor da operao compreende o preo do produto, acrescido do valor do frete e das demais despesas acessrias,

    cobradas ou debitadas pelo contribuinte ao comprador ou

    destinatrio.

    2. No podem ser deduzidos do valor da operao os descontos, diferenas ou abatimentos, concedidos a

    qualquer ttulo, ainda que incondicionalmente.

  • - O desconto concedido de forma incondicional deve compor a

    BC do IPI? O desconto incondicional compe o valor da

    operao?

    - Descontos incondicionais so aquelas parcelas redutoras do

    preo de venda, quando constarem da nota fiscal de vendas de

    bens ou faturas de prestao de servios e no dependerem,

    para a sua concesso, de evento posterior emisso desses

    documentos.

    *Tese dos contribuintes: o art. 14 da Lei 4502/64

    inconstitucional pq ele viola o parmetro dos CTN. O art. 47 do

    CTN diz que o valor da operao e o art. 14 diz que os

    descontos incondicionais no integrariam a BC do IPI, uma vez

    que os valores referentes a tais descontos no integram, de

    fato o valor da operao.

  • *Argumentos da Unio: A lei 7798/89 no alterou a BC, que

    continua sendo o valor da operao, tal como disposto no art.

    47 do CTN, mas apenas tratou de definir o que integraria este

    valor; o valor da operao no se confunde com o preo de

    venda do produto.

  • MATRIA JULGADA EM SEDE DE RECURSO REPETITIVO:

    PROCESSUAL CIVIL - TRIBUTRIO - RECURSO ESPECIAL - IMPOSTO

    SOBRE PRODUTOS INDUSTRIALIZADOS - INCIDNCIA SOBRE O VALOR

    DA OPERAO - DEDUO DE DESCONTOS INCONDICIONAIS -

    ILEGITIMIDADE DA DISTRIBUIDORA PARA AO DE REPETIO DE

    INDBITO - POSSIBILIDADE. AFETAO DO RECURSO SISTEMTICA

    DE JULGAMENTO DE RECURSOS REPETITIVOS (ART.

    543-C DO CPC).

    1. A Primeira Seo, quando do julgamento do REsp. 903.394/AL

    (julgado em 24.3.2010, DJ de 26.4.2010) submetido sistemtica

    dos recursos repetitivos, alterou a sua jurisprudncia considerando a

    distribuidora de bebidas, intitulada de contribuinte de fato, parte

    ilegtima para pleitear repetio de indbito.

  • 2. A base de clculo do IPI, nos termos do art. 47, II, "a", do

    CTN, o valor da operao de que decorrer a sada da

    mercadoria.

    3. A Lei 7.798/89, ao conferir nova redao ao 2 do art. 14 da Lei 4.502/64 (RIPI) e impedir a deduo dos descontos

    incondicionais, permitiu a incidncia da exao sobre base de

    clculo que no corresponde ao valor da operao, em

    flagrante contrariedade disposio contida no art. 47, II, "a",

    do CTN. Os descontos incondicionais no compem a real

    expresso econmica da operao tributada, sendo permitida

    a deduo desses valores da base de clculo do IPI.

  • 4. A deduo dos descontos incondicionais vedada, no

    entanto, quando a incidncia do tributo se d sobre valor

    previamente fixado, nos moldes da Lei 7.798/89 (regime de

    preos fixos), salvo se o resultado dessa operao for idntico

    ao que se chegaria com a incidncia do imposto sobre o valor

    efetivo da operao, depois de realizadas as dedues

    pertinentes.

    5. Recurso especial no provido. Sujeio do acrdo ao

    regime do art. 543-C do CPC e da Resoluo STJ 8/2008.

    (REsp 1149424/BA, Rel. Ministra ELIANA CALMON, PRIMEIRA

    SEO, julgado em 28/04/2010, DJe 07/05/2010)


Recommended