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O Centro de Estudos da Guiné Portuguesa nasceu há 25 anos, a 13 de
Dezembro de 1946, através duma portaria assinada pelo Governador de
então, Comandante Manuel Maria Sarmento Rodrigues. Destinava -se a
promover a cultura, organizar um museu e dirigir o Boletim Cultural da Guiné
Portuguesa, criado por uma portaria de 21 de Julho do mesmo ano.
O Centro de Estudos cumpriu o primeiro objectivo, formando o primeiro
núcleo de obras da biblioteca pública de Bissau e para ela encaminhando aspermutas e ofertas de livros e revistas, promovendo conferência s e
exposições, editando monografias sobre a Guiné , levando ao estrangeiro o
saber e a experiência dos seus melhores membros residentes e trazendo à
província nacionais e estrangeiros, que a enriqueceram com os seus estudos
e trabalhos. A crónica do Centro de. Estudos, na epígrafe Notas e Informações
do Boletim Cultural, dá conta da sua actividade ao longo dos 25 anos da sua
existência.
O segundo objectivo, a organização de um museu, também foi cumprido. O
decreto n.º 36639, de 29 de Novembro de 1947, cria o Museu da GuinéPortuguesa, com sede em Bissau, ficando-lhe anexos uma Biblioteca e um
Arquivo Histórico. Foram previstas quatro secções par a o museu: História.
Etnografia, Ciências Naturais e Economia. Para o Arquivo Histórico foram
copiados, sobretudo do Arquivo Histórico Ultramarino, alguns milhares de
documentos referentes à Guiné. Fizeram a recolha Fausto Duarte (que o
Senhor levou, em plena laboração, em 7 de Maio de 1953) e Jorge Faro. Estes
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documentos constituem o ponto de partida para o muito que há acerca da
Guiné nos arquivos metropolitanos, brasileiros e doutras nações com as quais
esta nossa Guiné manteve, no passado, relações comerciais, mormente a
França e a Inglaterra. A Biblioteca, anexa ao Museu, acaba de ascender à
categoria de Nacional através do Diploma Legislativo Ministerial n.º 1/70. O
mesmo Diploma, no artigo 7º, principia: «Anexo à Biblioteca Nacional daGuiné, e enquanto não se considerar necessária a sua existência autónoma,
funcionará o Arquivo Histórico da Guiné».
Cumpriu ainda o Centro de Estudos o terceiro objectivo: dirigir o Boletim
Cultural da Guiné Portuguesa. Com mais ou menos páginas, com uma
colaboração mais ou menos seleccionada, ora impresso em Lisboa (na
Sociedade Industrial de Tipografia, desde o primei ra número ao número 40.0
(fim de 1955) e do número 45.º ao número 59." (Julho de 1960), ora impresso
em Bolama (números de 1956), ora impresso no Porto (na Imprensa
Portuguesa), desde o número 60.º (Outubro de 1960) até à actualidade, com
maior ou menor apoio financeiro do Governo da Província, o nosso Boletim
Cultural subsistiu até hoje, desafiando os prognósticos dos pessimistas,
vencendo todas as crises, a mais grave das quais se situou em Junho de 1956,
quando foi encarregado do Governo o Capitão Abel d e Sousa Moutinho. A voz
autorizada do Comandante Avelino Teixeira da Mota fez -se então ouvir e, não
eram passados quatro meses, a normalidade voltou.
Um dos problemas que o Centro de Estudos teve de enfrentar. após a euforia
dos primeiros anos. foi a obtenção de original. A questão foi levantada na
reunião da Comissão Executiva de 4 de Dezembro de 1952. A 3 de Fevereiro
do ano seguinte, a Comissão Executiva propôs um Concurso a fim de obter melhores e maior quantidade de originais. Tais concursos hão -de repetir-se
pelos anos fora. Outra maneira de arranjar original foi as Bolsas concedidas a
investigadores. Edmundo Correia Lopes, falecido inesperadamente em
Bubaque a 7 de Junho de 1948, viera à Guiné como bolseiro do Centro de
Estudos realizar estudos filológicos. O pintor Martins da Costa percorrera a
Província em 1948 a colher motivos para a sua arte, igualmente como bolseiro
do Centro de Estudos. No Arquivo Histórico Ultramarino trabalharam Fausto
Duarte e Jorge Faro na recolha de documentos destinados ao Arquivo
Histórico da Guiné. O Dr. João Tendeiro publicou muitos estudos no nossoBoletim Cultural à custa da Bolsa concedida pelo Centro de Estudos. No
entanto, o sistema não dava suficiente resultado. Pela primeira vez, na reunião
da Comissão Executiva de 14 de Setembro de 1960, falou-se no pagamento
dos artigos a publicar. Todavia, a 30 de Novembro do mesmo ano ainda se fixa
o quantitativo das bolsas a conceder em função do dinheiro disponível. Mas na
reunião de 28 de Dezembro decidiu-se definitivamente substituir as bolsas
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pelo pagamento de cada trabalho, processo ainda hoje seguido. Na
valorização dos estudos a publicar atende -se um pouco à categoria do autor,
outro pouco à extensão, outro pouco ao trabalho e à despesa feita pelo autor,
ainda ao valor intrínseco do estudo, sem se descurar um elemento muito
importante: a disponibilidade de verba.
Ao longo destes 25 anos, a Comissão Executiva reuniu -se 463 vezes. Aparte estas reuniões, essencialmente deliberativas e executivas, houve
umas tantas «Reuniões Magnas», públicas, promovidas para apresentar os
relatórios anuais e para eleger membros honorários. A última Reunião Magna
levada a efeito data de 22 de Outubro de 1956. Em 18 de Maio de 1960, a
Comissão Executiva propôs para membro honorário o Governador de então,
Dr. Alvaro da Silva Tavares, aliás já membro residente desde a primeira hora
do Centro de Estudos. A eleição fora prevista para o dia 9 de Junho durante
uma «Reunião Magna». Razões imprevistas não permitiram a sua realização
nesse dia... e ficou adiada para sempre.
As reuniões ordinárias principiaram por ser feitas numa dependência da
Repartição do Gabinete, às quintas-feiras, primeiro às 17.30 horas, depois às
18 horas. Em Maio de 1953, já com sede no Museu desde há anos,
transferiram-se as reuniões para o sábado de tarde, às 16 horas, a fim de
poderem assistir os membros residentes de Bissau. Em Junho de 1954
voltaram a efectuar-se às quintas, pelas 17 horas, e, pouco depois, às sextas,
pelas 21. Em 1956, no mês de Outubro, as reuniões ordinárias fixaram -se mais
uma vez às quintas-feiras, pelas 18 horas. Em fins de 1964, foram marcadas
de 15 em 15 dias para as sextas -feiras e às 21 horas. A seguir - e até hoje - as
reuniões começaram a ser cada vez menos regulares, cerca de mês a mês,tendo sido entregue o expediente mais urgente e imediato ao Secretário do
Centro, Sr. Joaquim Augusto Areal, ao qual compete também a administração
financeira na qualidade de Conservador do Museu.
A Comissão Executiva do Centro de Estudos da Guiné Portuguesa
exerceu sempre as suas funções sem qualquer remuneração monetária .
Como a quaisquer outros membros, é-lhes oferecido o Boletim Cultural.
Precisamente por isso é que n ão há termo de posse. Disse-o há anos Teixeira
da Mota: «A entrega de poderes das Comissões Executivas não se faz
através de assinaturas de posse. O Centro de Estudos não é um serviço
público».
Noutra ocasião, o mesmo Teixeira da Mota, definindo o Centro de
Estudos, escreveu: «O Centro não é verdadeiramente um organismo de
investigação... O Centro tem feito aquilo que consiste fundamentalmente em
estimular e facilitar as actividades intelectuais dos indivíduos, funcionários ou
particulares».
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O Centro de Estudos tinha, há 25 anos, uma importância diferente e mais
ampla do que tem hoje. A promoção e o desenvolvimento cultural da Guiné,
que era então o principal objectivo, foram confiados aos Serviços de
Educação da Província, criados apenas há uns 10 anos e scassos [em 1961,
potanto]. Em 1946, o ensino rudimentar e primário era ministrado em poucas
escolas oficiais e oficializadas missionárias , cujos assuntos corriam pelaEstatística. O ensino médio e superior era todo ministrado fora da Guiné .
Com o andar dos tempos, a escolarização rudimentar atingiu a maioria das
crianças e o ensino secundário pôde ser ministrado em Bissau. Advirta -se,
contudo, que a instrução primária e a secundária não são pontos de chegada,
antes são pontos de partida para a cultura. E o modesto Centro de Estudos de há
um quarto de século, que materialmente começava com nada, com a genica de um
punhado de pioneiros criou, indirectamente, a necessidade duma cultura de base a
ministrar na escola. Está ele ainda na origem do projectado Centr o Cultural de
Bissau, constituído pela Biblioteca Nacional (que vai ser implantada em edifício
condigno de quatro pisos), pelo Museu (a ampliar notavelmente, de forma a poder
satisfazer às diversas secções, de que foi dotado na criação em 1947) e,
finalmente, pelo Centro de Estudos propriamente dito (com mais espaço para
trabalhar), cuja principal tarefa tem consistido na publicação do Boletim Cultural da
Guiné Portuguesa, uma revista de alcance internacional, que muito tem honrado
esta Província.
A escola fornece, na verdade, as bases da cultura. A cultura, porém, ultrapassa a
escola. A palavra cultura sugere qualidades de espírito, de crítica e de
sentimentos. Como conjunto de respostas do homem à sua situação no mundo, a
cultura inclui a ciência e a técnica, mas é mais vasta do que elas. A ela competecriar as ideias orientadoras fundamentais, reafirmar os valores que dão sentido à
acção. O nível de cultura dum indivíduo ou dum povo afere -se pelo seu poder de
inserção no conjunto do seu pensamento ou da sua vida. Um homem culto é um
ser espiritualmente equilibrado, capaz duma síntese vivencial que ao mesmo
tempo o integra no seu meio sociológico e o faz reagir a esse meio.
O nosso Boletim Cultural, precisamente, pretende arquivar o que de mais
válido for produzindo a escola em matéria de valores espirituais, ao nível da Guiné
Portuguesa. A ciência teórica da escola, em si dispersa e não integrada num
sistema, produzirá surpreendentes resultados ao contacto com a vida. Osconhecimentos puros aliados à experiência quotidiana modelam os espíritos
superiores e provocam-lhes reacções que o Centro de Estudos deveria estar apto
a discutir e a promover.
Estamos fora - e queremos continuar a estar fora - das estruturas
educacionais da Província, o que não significa alheamento ao que nela se vai
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produzindo. Queremos mesmo estar muito atentos a todos os reais valores que a
escola desperte, para os aproveitar e pôr a render 100 %, dentro da sua específica
esfera de acção, desintegrados da estrutura escolar e integrados numa vida de
adultos e de construtores dum mundo mais perfeito, mais humano, mais justo e
mais belo.
As verdades desarticuladas aprendidas na escola e na experiênciaquotidiana precisam da elaboração intelectual, de forma a transformarem-se em
valores humanos universais. O filósofo Henrique Bergson chamava «socialização
da verdade» à tentativa de substituir os conceitos, que são universais, por coisas,
que são concretas, individuais e fáceis de observar. Ora, é no dom de ver o
particular sob o ângulo do universal que consiste a cultura. A observação e a
experiência hão-de andar de mãos dadas com a reflexão intelectual, criadora de
princípios gerais, os únicos capazes de resolver os problemas técni cos dos
experimentalistas puros. Só quem tem a capacidade de ultrapassar a visão do
facto para entrar no domínio do princípio, através de madura reflexão, con segueser paladino do progresso autêntico.
Muito gostaríamos de aproveitar os valores humanos que por essa Guiné
dormitam. Quando, em 1916, foi lançado o Inquérito Etnográfico por Avelino
Teixeira da Mota, coadjuvado pelo Governador Com. Sarmento Rodrigues,
alguns investigadores se revelaram com produções de muito mérito, que
teriam ficado no perpétuo olvido se não fosse aquela oportunidade que se lhes
ofereceu. Que poderíamos nós hoje fazer para encontrar vocações perdidas?
Bastará dizer-lhes que as páginas do nosso Boletim Cultural estão abertas a
quem quer que julgue possuir uma palavra de novidade a dar acerca dos
problemas desta Província?O Centro de Estudos foi uma realidade no passado; o presente
apresenta-se-nos com frágeis perspectivas, em face das quais o futuro se nos
entrevê com alguma interrogação. A previsão é apanágio de homens que
sabem o que querem e para onde se encaminham. Estamos a querer
equacionar os problemas de hoje, para que amanhã possam ser resolvidos. E,
com certa mágoa, verificamos os homens mais válidos da nossa terra virados
por demais ao material, ao efémero, sem tempo para reflectir sobre os
momentosos problemas que as circunstâncias lhes põem diante. O
engrandecimento da técnica exige um «suplemento de alma», no pensamentode Bergson. O desequilíbrio entre um corpo desmesurado e uma alma
anémica, pequenina, provoca tensões e mal-estar. Só uma filosofia de valores,
que saiba dimensionar a acção em função do pensamento, mediante o culto da
verdade, do bem e do belo, permitirá trazer uma relativa felicidade ao homem.
Ao serviço do homem total, da Guiné Portuguesa e da cul tura tem estado
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o nosso Centro de Estudos. Queremos que ele continue com idênticos
objectivos. Enunciando aqui o que se realizou e quem o realizou, parece -nos
a melhor maneira de homenagear os nossos ante cessores, alguns deles já
falecidos, de despertar valores adormecidos do presente e de servir de
estímulo aos vindouros.
Não pode haver qualquer espécie de dúvida acerca do Boletim Cultural da
Guiné Portuguesa, publicado pelo Centro de Estudos, como o mais válido meio
de difusão da Guiné Portuguesa, nos seus mais variados aspectos. As suas
quase 20 mil páginas já publicadas constituem precioso material de base para
o conhecimento da Província. Isto não significa que possamos adormecer
sobre os louros. Há ainda longos caminhos a percorrer. Abrimos pistas
durante os passados 25 anos. Que os nossos vindouros as saibam percorrer,
não desmerecendo daqueles que laboriosamente lançaram o grão à terra.*
* *
Para comemorar as BODAS DE PRATA do Centro de Estudos, vamos a
seguir apresentar uma espécie de índice do que ele foi, princi piando pela
documentação publicada no Boletim Cultural. Prestamos ainda modesta
homenagem aos nossos antecessores e colaboradores, apontando -lhes os
nomes e a respectiva colaboração. T eremos uma palavra final acerca da
expansão do Boletim Cultural.
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Quem se der à paciência de consultar todas as páginas apontadas,
ficará com uma ideia bastante completa da história do Centro de Estu dos da
Guiné Portuguesa.
Como qualquer organismo hu mano, teve horas de Tabor e horas de
Calvário, como se depreende sobretudo das comunicações de A. Teixeira da
Mota e dos relatórios anuais, que habitualmente eram apresen tadospublicamente nas «Reuniões Magnas».
Através deles, verificamos as sólidas estr uturas iniciais e o impulso
decisivo dado pelos pioneiros, de forma que as crises por que tem pas sado o
Centro de Estudos não invalidaram a obra realizada ao longo dos seus
primeiros 25 anos de vida.
Se ao Governo da Guiné o Centro de Estudos sempre mere ceu especial
carinho, as sucessivas Comissões Executivas envidaram os melhores
esforços para que ele correspondesse aos objectivos da sua fundação e
existência.
O nível científico do Boletim Cultural da Guiné Portuguesa, que o Centro de
Estudos publica há 25 anos ininterruptos, com as suas quase 20 mil páginas,
constituem o mais válido testemunho de como é possível criar, mesmo num
clima inóspito e num meio sociocultural pouco propicio à investigação, à arte e
à especulação filosófica.
Aqui está a nossa revista a desmentir os velhos do Restelo de sempre e a
projectar voos mais altos para o futuro. Na verdade, parece lógico que a larga
alfabetização que decorre na Guiné, com mais amplo acesso aos cursos
médios e superiores a quem quer que dê provas de inteli gência e de iniciativa,
traga, num futuro mais ou menos próximo, uma colaboração preciosa, maisdiversificada e em primeira mão para o Boletim Cultural da Guiné Portuguesa,
que precisa de sangue, sangue novo, em constante renovação, de forma a
interessar o maior número possível de leitores.
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Este mapa dos membros do Centro de Estudos sugere-nos algumas
observações.
Em primeiro lugar, notamos a enorme desproporção entre os mem bros
residentes e os membros correspondentes - certo que alguns falecidos. Nos
primeiros dez anos, os membros residentes foram em maior número e assim mais
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facilmente puderam superar as dificuldades surgidas. Quando os membros
residentes entraram em minoria, já se tornaram mais graves as crises. Repare-se
como é que em meados de 1956 se tentou resolver o problema da falta de
membros residentes. Nomearam-se então sete duma só vez, precisando-se
embora de alterar a portaria da criação do Centro de Estudos. A reacção foi
dolorosa, mas salutar, pois quando em Outubro do mesmo ano se voltou àprimitiva constitucionalidade, viu-se que a constância da linha de pensamento se
robusteceu com esta crise de crescimento. Como qualquer outro corpo vivo, a
mudança dentro de certa continuidade deve ser a regra.
Há uma terceira categoria de membros, os «membros honorários», que não
são de nomeação do Governo, mas proclamados em «Reuniões Magnas».
Contamos apenas cinco membros honorários, todos proclamados nos primeiros
anos de existência do Centro de Estudos. Em 1960, como já se referiu, foi
proposto pela Comissão Executiva o Dr. Álvaro Rodrigues da Silva Tavares, aliás
já membro residente. Como a Reunião Magna, em princípio marcada para o dia 9de Junho de 1960, foi adiada sine die, não chegou a ser proclamado.
No primeiro ano do Centro foram nomeados 23 membros, quatro dos quais
correspondentes; no ano seguinte, 8 (dois não residentes); mais 8 em 1948 e 12
em 1949. Quer dizer, nos primeiros quatro anos foram nomeados nada menos de
51 membros, entre residentes, correspondentes e honorários, portanto mais do
que nos vinte anos seguintes. Nos últimos dez anos o Centro contou apenas com 8
novos elementos.
Todos reconhecemos a falta de novos membros, sobretudo resi dentes, com
renovadas ideias. O que tem valido ao Boletim Cultural têm sido os membroscorrespondentes, que principiaram quase todos por ser membros residentes e cuja
experiência directa dos problemas da Guiné mais os qualifica em tudo quanto
escrevem acerca desta Província.
Embora não seja tão fácil, como parece, discriminar a categoria dos
membros do Centro de Estudos, organizámos o seguinte mapa, que nos dá
uma ideia rápida do que foram ou são os nossos colaboradores:
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Alguns dos «funcionários», aqui tomados no sentido restrito, são
formados pelas nossas escolas de Ensino Superior, com graus acadé micos.
Dizemos em sentido restrito, porque a maioria dos membros do Centro de
Estudos, duma maneira ou doutra, são funcionários do Estado, a começar
pelo Prof. Dr. Marcelo Caetano, que é Professor de Direito da Universidade
de Lisboa e actualmente Presidente do Conselho de Ministros, logo seguido
pelo Oficial de Marinha, Comandante Manuel Pereira Crespo, actual Ministro
da Marinha, e de tantos outros.
Tivemos Engenheiros civis, agrónomos e silvicultores.
Os Professores Universitários distribuem-se por diversas Faculdades e
Institutos Superiores, tanto nacionais como estrangeiros.
Dentre os médicos contámos veterinários especialistas da doença do
sono, radiologistas e outras especialidades, sem contar os professores
universitários.
Os formados em Direito ocuparam lugares vários na administração pública ou
exerceram a actividade privada.
Os Investigadores formaram-se em Ciências Naturais ou outros ramos do
saber humano, todos com cursos universitários.
Desta forma, as múltiplas ocupações e interesses dos nossos colaboradorespossibilitaram uma diversificação de temas que enriqueceram o panorama
intelectual do Boletim Cultural.
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· Permitimo-nos fazer breve comentário a cada um dos três mapas, a começar
pelo dos Presidentes do Centro de Estudos.
Nos últimos 25 anos houve nove presidentes efectivos da Comissão
Executiva. Chamamos a atenção para o caso do administrador reformado AntónioBarbosa Carreira, que exerceu o cargo, interinamente, por três vezes, e continua
ainda hoje a viver com intensidade os problemas do Centro de Estudos da Guiné,
onde passou toda a sua vida profissional. A sua colaboração no Boletim Cultural é
das mais vastas e mais diversificadas. Outro extraordinário obreiro do Centro de
Estudos tem sido o Comandante Avelino Teixeira da Mota e, no entanto, apenas
assumiu a presidência após a crise de 1956 e por multo breve tempo. De notar
ainda que de 1957 a 1970 apenas houve dois presidentes e nos 12 anos anteriores
os presidentes foram seis. De início, a presidência durava apenas um ano, a qual
poderia ser atribuída ao mesmo em anos sucessivos. Depois, a lei foi modificada, afim de haver maior estabilidade e continuidade nas Comissões Executivas.Os Vogais da Comissão Executiva do Centro de Estudos são escolhidos
entre os membros residentes. Abriu-se uma excepção para a primeira, comoera natural, em 1946; abriu-se outra excepção para a constituída em 14 deJunho de 1956, que funcionou apenas até 1 de Outubro do mesmo ano.
Contamos, ao todo, 30 vogais, alguns dos quais serviram o Centro de
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Estudos em diversas e sucessivas (ou alternadas) Comissões Exe cutivas.Dentre eles, pela permanência e pela actividade. é justo salientar os nomes de A. Teixeira da Mota, Fernando Rogado Quintino, António Carreira e JoséMendes Moreira.
Não se fixou nunca o número de vogais. Em certas épocas, chega ram aaparecer nas reuniões meia dúzia; normalmente, não passaram de quatr o;não faltaram períodos em que foram menos de quatro. A sua escolha,apresentada pela presidência da Comissão Executiva, é feita pelo Governo daProvíncia. Assim tem sucedido terem sido nomeados certos vogais, nãopropriamente em substituição de outros, m as para preencher lugares deausentes.
A lista dos secretários é curta, graças ao dinamismo do Sr. Joaquim Augusto Areal, que detém o título desde há vinte anos, substituído, nas suasausências e férias, pelo ex -arquivista do Museu, João Francisco Mendes.
Trata-se de lugar muito importante na orgânica do Centro de Estudos, pois aoSecretário compete fazer rolar a máquina burocrática, intimamente ligada aoMuseu da Guiné, onde se tem processado - desde a fundação do Museu - todoo expediente. Primeiro, o expediente corria pela Repartição do Gabinete.Pouco depois passou para a Repartição da Estatística; finalmente, ficou ligadoà secretaria do Museu.
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COLABORADORES DO CENTRO DE ESTUDOS
Nem todos os membros do Centro de Estudos escreveram para oBoletim Cultural. Todos, porém, colaboraram dentro da sua esfera de acção,mais ou menos vasta e valiosa. No artigo 1.º dos Estatutos lê-se: «Os
membros residentes e correspondentes são designados entre os cola -boradores do «Boletim Cultural da Guiné Portuguesa» e as pessoas quedirectamente tenham prestado serviços notórios ao Centro de Estudos».
A lista dos membros colaboradores mostra, no entanto, como a grandemaioria escreveu no «Boletim Cultural» ou redigiu monografias publicadaspelo Centro e como há membros da primeira hora a prestar ainda hoje umacolaboração efectiva.
A principal actividade do Centro de Estudos tem sido a literária.
As Comissões Executivas têm recorrido a diversos expedientes, como
se referiu noutro lugar, no sentido de obterem colaboração variada e de nível,
sempre relativa à Guiné.
Os aspectos históricos e etnográficos desta província têm sido talvez os mais
explorados. A História da Guiné está belamente representada com os estudos de
A. Teixeira da Mota, Fausto Duarte, Jorge Faro, António Carreira, João Basso
Marques, Amadeu Nogueira, Jaime Walter, José de Oliveira Boléo, Francisco
Grandão, Gago Coutinho, Raymond Mauny, Henrique Alberto de Sousa Guerra,
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Jorge Frederico Velez Caroço, Theodore Monod, Michael Teaçue, Francisco Leite
Faria, Raúl Sousa Machado, A. P. Kup, Amílcar Mateus, António Morais Trigo,
Augusto de Barros, Luís António de Carvalho Viegas, Luís Ledo Pontes, Mário
Alberto Nunes Costa, P. H. Haír e Henrique Pinto Rema.
A Etnografia aparece um pouco por toda a parte, sobretudo nos estudos
históricos e de geografia humana. Há, todavia, trabalhos específicos acerca dosmuitos povos da Guiné, assinados sobretudo por administrativos que, pela força
das circunstâncias, os conhecem mais a fundo. Lembramos os nomes de A.
Teixeira da Mota, António Carreira, Amadeu Nogueira, Augusto Jesus Santos
Lima, José Mendes Moreira, Octávio Gomes Barbosa, Fernando Rogado Quintino,
Carlos L. Almeida, Francisco Artur Mendes, Artur Martins Meireles, James Pinto
Buli, Eduíno Brito, António Cunha Taborda, Artur Augusto Silva, Fernando
Barraqão, Rui Álvaro Vieira, João Eleutério Conduto, José Eduardo Silva Marques,
Carlos Bento Correia, Amílcar Mateus, A. Gomes Pereira, Carlos Santos Reis,
Fernando Schiappa Campos, J. Lombard e Joaquim Garcia de Carvalho.
Entre outros, parece-nos de evidenciar, em Geografia física e humana. os
nomes de Alfredo de Carvalho Guerra e Carlos Armindo Guimarães
(climatologia), Manuel Pereira Crespo, Manuel Lopes de Mendonça e José
Beja Neves (hidrografia), A. Teixeira da Mota, Fausto Duarte, Jaime Monteiro
de Barros, José Emílio Estiveiro Cabido Ataíde, M. Marques Mano e J.
Dresch.
A crise estalou no Centro de Estudos em meados de 1956 precisamente
porque se entendia não estar o Centro de Estudos a desenvolver uma acção
em profundidade do ponto de vista económico, com a publicação de estudos
que dessem os princípios determinantes da acção aos governantes . A.Teixeira da Mota respondeu claramente à objecção, indicando os temas
teóricos ventilados no Boletim Cultural susceptíveis de serem explorados
pelos homens da acção imediata. Eis os colaboradores que nos parecem
mais ligados à Economia da Guiné: Filomeno Caetano de Sá, Aguinaldo
Veiga, L. Patrício Ribas, Fernando Rogado Quintino, Manuel Ferreira Rosa,
Maria Sofia Pomba Guerra, António Carreira, João Basso Marques, José de
Oliveira Boléo, Carlos Baeta Neves, Pio Coelho de Mendonça, Carlos Alberto
de Figueiredo Salgeiro Rego, A. Picado Horta, Luís dos Santos Lopes,
Zeferino Monteiro de Macedo e Tomás Joaquim da Cunha Alves.
Ligados mais à Administração, explorando assuntos de Direito comum e
particular das diversas etnias podemos enumera r Honório José Barbosa.
Álvaro Rodrigues da Silva Tavares, Artur Augusto Silva. Joaquim Areal,
Eduíno Brito, António Carreira e Arnaldo Brazão.
O grande estudioso de assuntos de Demografia foi António Carreira. No
entanto, Eduíno Brito, F. Rogado Quintino e A. Picado Horta merecem uma
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lembrança.
Em F ilologia e Linguística são notáveis os estudos de Edmundo Correia
Lopes, de Louríde de Sousa Bela, de João Basso Marques, de W. André
Wilson, de António Carreira, de Fernando Rogado Quintino e ainda, para um
pormenor acerca da origem do nome «Guiné», de M. Dias Belchior.
A Literatura, no sentido estrito, anda na Guiné muito ligada à etnografia eà história. O Boletim Cultural tem publicado páginas de ficção de múltiplos
interesses, assinadas por Fausto Duarte, Fernando Rogado Quintino,
Alexandre Barbosa, Maria Rosa, Luís Ledo Pontes, Fernando Barragão,
James Pinto Bull, António Carreira, Amadeu Nogueira, Artur Martins
Meireles, António Cunha Taborda, João Eleutério Conduto, Egídio Álvaro,
Francisco Valoura e A. Gomes Pereira.
A Botânica teve igualmente os seus cultores: Jaime Walter , Joaquim
Espírito Santo. Estela de Sousa e Silva, Jaime dos Santos Pinto. Fer nando
Jorge Pereira Nunes e J. da Fonseca George.
Aliados à Botânica andam os assuntos de Agricultura e Silvicultura, que,
por sua vez, têm grandes reflexos na economia e na etnografia. Ao longo dos
25 anos de existência do Boletim Cultural foram publicados assuntos
notabilíssimos sobre os mais diversos aspectos da agricultura e silvicultura,
cujos nomes importa registar: Manuel Martins Baptista, António Castro, J. da
Fonseca George, Amílcar Cabral, José Alberto Lemos Martins Santareno,
Raul Albuquerque Sardinha e José Luís Ferreira Mendes.
Dedicaram-se à Zoologia André Villiers e sua mulher, J. Araújo Ferreira,
João Tendeiro, Fernando Frade, Estela de Sousa e Silva, Jaime dos Santos
Pinto, Jorge Paulo Fonseca e Luís dos Santos Lopes. Ainda há muito queexplorar neste capítulo.
A parasitologia animal é que teve um emérito estudioso na pessoa de
João Tendeiro, que fora precedido, mais no aspecto da medicina, por F. Cruz
Ferreira, e seguido, igualmente no aspecto da medicina, por entomólogos
como Armando Castelo Branco, A. C. Tordo, Maria Luísa Gomes Alves e
sobretudo Manuel Gardette Correia, ainda em plena elaboração.
A Medicina Tropical está representada talvez em milhares de páginas no
Boletim Cultural, mediante as penas ilustres de Jaime Walter, F. Cruz Ferreira,
Augusto Reimão Pinto, Carlos Lehmann de Almeida, Maurício de Oliveira
Lecuona, Rui Alvaro Vieira, Fernando Coutinho Costa, Carlos Tríncão, Herbert
Bíllman, João Tendeíro, F. Moura Pires, A. Ruas, Abel Noronha da Silva,
Carlos Alberto do Carmo Lopes da Cunha, Fernando das Neves Almeida,
António Scarpa, Manuel Gonçalves Dias, Rui Rodolfo Roncon e Manuel
Gardette Correia.
As Religiões, sobretudo o animismo, aparecem nos estudos históricos e
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sobretudo etnográficos. Também ali o muçulmanismo é tratado de muitas
maneiras. Alguns nomes merecem citação especial nesses aspectos:
Sarmento Rodrigues, António Carreira, José Júlio Gonçalves, Fernando
Rogado Quintino, Manual Dias Belchior, Eduíno Brito e Amadeu Nogueira. A
religião cristã foi estudada, do ponto de vista histórico, por Henrique Pinto
Rema.Os problemas da Arte mal foram esboçados até ao presente. F. Rogado
Quintino. Artur Augusto Silva. Carlos Bento Correia. José Júlio Gonçalves e
Abílio Gomes (música) escreveram. ao todo. umas largas centenas de páginas
sobre diversos temas.
A Matemática indígena foi estudada por António de Almeida. E até houve
um cultor de F ilatelia. Joaquim Pires de Figueiredo.
Dois nomes da Engenharia civil publicaram pequenos estudos sobre
pavimentos e construções de moradias: Rego Cabral e Mário Ven tim Neves.
Assuntos de Antropologia surgiram também. Lembramos apenas dois
nomes: Carlos Santos Reis e Emília de Oliveira Mateus.Toda esta colaboração veio publicada em 24 monografias e sobre tudo nos 25
volumes do Boletim Cultural da Guiné Portuguesa. Para se avaliar melhor o esforço
desenvolvido pelas Comissões Executivas do Centro de Estudos, damos a seguir o número de páginas de cada volume:
EXPANSÃO DO BOLETIM CULTURAL
Não obstante estar suspensa a remessa do nosso Boletim Cultural paravárias nações, sobretudo africanas, ainda hoje é esta a sua expansão:
A
maior parte das permutas e ofertas respeita a institutos culturais, o que tomamuito mais vasta a expansão da revista do que se se tratasse de ofertas a pessoas singulares.
Ainda que a Europa é relativamente a mais beneficiada com as nossas permutas e ofertas, respectivamente 14 e 7, o mapa mostra-nos a suaexpansão pelos quatro continentes, naturalmente com maior relevo para os
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países africanos, com os quais houve no passado muito mais intercâmbio para mútua utilidade. Apesar de a cultura ser a política, por um lado. econstituir elo espiritual entre os povos, mesmo assim levantam-se-lhe barreiras que todos lamentamos.
** *
Ao dar por finda esta nota comemorativa das BODAS DE PRATA doCentro de Estudos da Guiné Portuguesa, queremos agradecer a colaboraçãoenviada para este número do Boletim Cultural pelo actual Governador,General António Ribeiro de Spínola, e pelo fundador do Centro de Estudos,Contra-Almirante Sarmento Rodrigues. A colaboração destes dois ilustresgovernadores da Guiné [refere-se a artigos enviados por eles para o Boletim
comemorativo] constitui o elo de ligação do passado ao presente e é garantiado futuro. Esperamos, pois, que daqui a 25 anos outros possam celebrar -lhecom maior brilho as BODAS DE OURO.
Publicado no Boletim Cultural da Guiné Portuguesa,
Volume XXVI, Nº 101, Janeiro de 1971