CONCORDÂNCIA NOMINAL
FÁBIO EMMANUELIGOR SENA
JERFFERSON BONFIMMARCOS VINICIUS
Conceito• Concordância nominal é como ,
tradicionalmente, se denomina a reiteração do mesmo conteúdo morfológico (categoria de gênero e/ou de número) de um nome no(s) determinante(s) (artigo, demonstrativos, possessivo), quantificador(es) e/ou adjetivo(s) a ele inter-relacionado(s) sintática e semanticamente, o que funciona, por vezes, como uma marca explicíta ou redundante dessa interdependência. (BRANDÃO, p. 57, 2007)
Conceito 2
• Bechara apud Brandão (2007, p. 60) afirma que “em português a concordância consiste em se adaptar a palavra determinante ao gênero, número e pessoa determinada”.
Aplicações Gerais• Concordância nominal é utilizada como
ajustes que fazemos aos demais termos da oração para que concordem em gênero e número com o substantivo;
• o fenômeno tem a ver com os traços de gênero e de número de certos constituintes, que precisariam harmonizar-se com os traços correspondentes de um constituinte considerado central;
• Ou seja, ocupa-se da relação entre os nomes.
Regra geral• O artigo, o adjetivo, o numeral e o pronome,
concordam em gênero e número com o substantivo; Exemplos: O namorado carinhoso / A namorada carinhosa
Uns alunos estudiosos / Umas alunas estudiosas
Este celular está velho/ Estes celulares estão velhos
Eles dançaram juntos / Elas beberam juntas
Casos especiais
Exemplo
• Oração é bom para o espírito – Esta oração é boa para o espírito;
Classificação dos Substantivos Quanto ao Gênero
• Para aplicar bem as regras de concordância, é necessário ter certeza do gênero dos substantivos. Na língua portuguesa há dois gêneros: masculino e feminino.
• Exemplo: – O avião o calçado o leão– A menina a camisa a cadeira
Substantivos Sobrecomuns
• São os que possuem um gênero fixo, aplicando-se para os indivíduos masculinos ou femininos.
• Exemplo: – A criança –> masculino ou feminino– O indivíduo –> masculino ou feminino– A vítima –> masculino ou feminino
Substantivos Comuns de Dois Gêneros
• São os que mantêm uma forma fixa, para o masculino e para o feminino. A distinção se dá através do artigo, adjetivo ou pronome.
• Exemplo:– O docente Fabrício conhece a docente Iola. – Meu colega Fábio discutiu com minha colega Maria. – Meu colega Igor é um bom estudante, e sua irmã é tão
boa estudante como ele.
Substantivos Epicenos
• São os que apresentam a mesma forma para designar os dois sexos, acrescida, geralmente, das palavras macho ou fêmea. – Exemplo:
• O jacaré macho – o jacaré fêmea• A cobra macho – o cobra fêmea
Substantivos Heterônimos
• São os que têm formas totalmente diferentes para o masculino e o feminino.
• Exemplo:– O bode – a cabra;– O cavalo – a égua;– O pai– a mãe.
Substantivos com Significado e Gênero Diferentes.
• Substantivos cujo gênero varia de acordo com o significado.
• Por exemplo:– Jofre queria abrir uma empresa, foi a capital
para tomar um empréstimo e adquirir o capital para abri-la.
ADJETIVO POSPOSTO
Flexiona-se no plural e toma o gênero predominante ou concorda com o substantivo mais próximo em gênero e número.
Ex. 1: Os alunos de direito passaram por trabalhos e provas complicados.
Ex. 2: Os alunos de direito passaram por trabalhos e provas complicadas.
ADJETIVO ANTEPOSTO
a)Adjunto adnominal
Concorda apenas com o mais próximo.
Ex.: Ofereci-lhe perfumadas rosas e lírios.
b) Predicativo
Vai para o plural no gênero predominante ou concorda com o mais próximo.
Ex. 1: Eduardo considerou satisfatórios a nota e o prêmio no seminário.
Ex. 2: Eduardo considerou satisfatória a nota e o prêmio no seminário.
OBSERVAÇÃO
Não há unanimidade entre os gramáticos.
Cegalla: “É preciso manter limpas as ruas e os jardins”.
Sacconi: “Mantenha acesas as lâmpadas e os lampiões”.
Savioli: “Estava deserta a vila, a casa e o templo”.
SUBSTANTIVOS SINÔNIMOS
Concorda sempre com o substantivo mais próximo.
Ex. 1: Gesiel tem ideia e pensamento fixo nas aulas de Filosofia.
Ex. 2: Gesiel tem pensamento e ideia fixa nas aulas de Filosofia.
Invariáveis
Permanecem invariáveis , sem flexionar:
- O advérbio composto formado por advérbio + advérbio:
Ex. 1: Jofre vive assim-assim.Ex. 2: Jofre e Robson vivem assim-assim.
- O adjetivo composto formado por adjetivo + substantivo:
Ex.1: Filipe tem cavalos puro-sangue. Ex.2: Marcos em sua viagem ao oeste americano viu os índios pele-vermelha.
Mesmo/próprio
- Quando usadas como pronomes devem concordar em gênero e número com a pessoa a que fazem referência: Ex. 1: Professora Iola mesma disse que o trabalho seria para a nota.
Ex. 2: Matheus e Rosiel, eles próprios definiram Homicídio culposo.
Mesmo/bastante
- Quando aparecem como advérbio são invariáveis:
Ex. 1: O professor Fabrício precisa mesmo de sua ajuda.
Ex. 2: Fiquei bastante contente com a nota na prova de direito civil.
Bastante - Quando acompanhar um substantivo flexionará
em número: Ex: Há pessoas bastantes para compor essa sala.
• Meio/só- As expressões meio(equivalendo a um tanto) e
só(equivalendo a somente) são advérbios, não flexionam.
Ex. 1: Manuelito ficou meio confuso na sala.Ex. 2: Os alunos de direito só tiram boas notas. - Quando a expressão só significar sozinho, será
adjetivo flexionando em numero e quando a expressão meio significar metade será numeral e flexionará:
Ex. 1: Anderson e Rosiel estudavam sós na biblioteca.Ex. 2: Gesiel e Gustavo são diretos: não usam meios-
termos.
Anexo/incluso
Essas palavras concordam com o substantivo ao qual se referem.
Ex. 1: Remeto-lhe anexos os temas da apresentação.
Ex. 2: Vai inclusa a fotografia dos alunos da sala.
Obs: A expressão em anexo é invariável.
Ex: Seguem em anexo todas as equipes do dia 27 de outubro.
Expressões invariáveis
- Locuções adjetivas: Ex. 1: Advogados sem caráter não vão longe.
Ex. 2: Alguns alunos sem vergonha colaram na prova.
- Palavras empregadas como advérbios:
Ex. 1: Os colegas falavam baixinho durante a prova.
Ex. 2: Os livros de Pedro Lenza custaram barato.
Expressões do tipo “É bom”Nas locuções do tipo é bom, é necessário, é proibido. O predicativo aparecerá invariável, quando o sujeito da oração é um substantivo usado na forma indeterminada.Ex. 1: Leitura é bom para aprender.
Ex. 2: É necessário paciência nas aulas de Filosofia do Direito.
Por outro lado...Ex. 1: A leitura é boa para aprender.
Ex. 2: É necessária a paciência de Gustavo nas aulas de Filosofia do Direito.
Melhor/pior
Quando essas expressões significam “mais bom” ou “mais mau”, elas flexionam: Ex. 1: Convidaram os melhores docentes para a palestra
Ex. 2: Os piores alunos são os que não estudam.
Quando essa palavras significam “mais bem” ou “mais mal”, não flexionam.
Ex. 1: Depois da divulgação das notas, todos sentiram-se melhor.
Ex. 2: As meninas jogam pior que os meninos.
Menos
- A palavra menos, mesmo acompanhando um substantivo, é invariável.
Ex: Ontem havia menos gente na sala.
Números cardinais
- Os numerais cardinais no lugar dos ordinais, eles ficam invariáveis:
Ex: Igor mora na casa duzentos e dois.
Pronome Pessoal Oblíquo
Emprega-se o pronome pessoal oblíquo “OS” (objeto direto pleonástico) no masculino plural, quando se refere a nomes de diferentes gêneros.
Exemplo:– A generosidade, o esforço e o amor, ensinaste-
os em toda a sua sublimidade.
QuiteUsa-se quite com a 1ª,a 2ª, e a 3ª pessoa do
singular.Exemplo:
• Tu estás quite com a tesouraria da FAN?Usa-se quites com a 1ª,a 2ª, e a 3ª pessoa do
plural.Exemplo:
• Estamos quites com as atividades da AV1 de Português Instrumental.
O mais Possível – O menos Possível
Quando o artigo definido estiver no singular, o adjetivo também ficará no singular.
Exemplo:• Estes alunos do II semestre de direito são o mais
aplicados possível. Quando o artigo definido estiver no plural, o
adjetivo possível pluralizará também.Exemplo:
• Os professores da FAN são os mais simpáticos possíveis.
REFERÊNCIASARAÚJO, A. Ana Paula de. Concordância nominal. Disponível
em:http://www.infoescola.com/portugues/concordancia-nominal/. acessado em 17 de outubro de 2010. BARBOSA, José Emmanuel Ferraz. Concordância nominal. Disponível em: http://www.juliobattisti.com.br/tutoriais/josebferraz/concordancianominal001.asp. Acessado em:17 de outubro de 2010.
BRANDÃO, Silvia Figueiredo. Concordância nominal. In: ____; VIEIRA, Silvia Rodrigues. Ensino de gramática: descrição e uso. São Paulo: Contexto, 2007. p. 57-84.
DORNELLES, José Almir Fontella. A gramática do concursando.16. ed. Brasília: Ed. Vestcon, 2006. (cap. XIV)
MARTINS, Dileta Silveira; ZILBERKNOP, Lúbia Scliar. Português Instrumental. 21ª ed. Porto Alegre: Sagra Luzzatto, p.2000. 378-398. SACCONI, Luiz Antonio. Novíssima gramática ilustrada Sacconi. São Paulo: Nova Geração, 2008. (cap. 47)