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Departamento de Desenvolvimento Profissional
CONTABILIDADE PARA ENTIDADES SEM FINS
LUCRATIVOS - ONGS
Prof. Luis Antonio B Rangel
Rio de Janeiro
Abril de 2017
Rua 1º de Março, 33 – Centro – Rio de Janeiro/RJ – Cep: 20.010-000
Telefone: (21) 2216-9544 e 2216-9545 [email protected] – www.crc.org.br
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SUMÁRIO
1. Introdução
2. Aspectos Legais
2.1 Constituição e Legalização das Entidades Sem Finalidade de Lucro.
2.1.1 Natureza Jurídica
2.1.2 Associação
2.1.3 Fundação
2.1.4 Organizações Religiosas
2.1.5 Partidos Políticos
2.1.6 Registro civil da Ata de criação e do Estatuto das Entidades do 3°
Setor
2.2 Benefícios concedidos pelo Poder Público às entidades de interesse social
2.2.1 Titulações e Certificações
2.2.2 Título de Organização da Sociedade Civil de Interesse Público
(OSCIP)
2.2.3 Título de Organização Social (OS)
2.2.4 Certificado de Entidade Beneficente de Assistência Social (Cebas)
2.3 Marco Regulatório do 3º Setor
2.3.1 Pessoas Jurídicas Envolvidas
2.3.1.1 Organização da Sociedade Civil
2.3.1.2 Sociedade Cooperativa
2.3.1.3 Organização Religiosa
2.3.1.4 Instrumentos Jurídicos
2.3.1.5 Chamamento Público
2.3.1.6 Comissão de Seleção
2.3.1.7 Formalização do Termo de Colaboração e de Fomento ou
Acordo de cooperação
2.3.1.8 Liberação e contabilização dos Recursos
2.3.1.9 Prestação de Contas
2.4 Imunidades e Isenções
2.4.1 Imunidade tributária
2.4.2 Isenções tributárias
2.4.3 Contribuições Sociais alcançadas pela isenção
2.5 Obrigações acessórias das Entidades do 3° Setor
2.5.1 Declaração de Débitos e Créditos Tributários Federais (DCTF)
2.5.2 Demonstrativo de Apurações de Contribuições Sociais (DACON)
2.5.3 Escrituração Fiscal Digital Contribuições (EFD Contribuições)
2.5.4 Declaração de Imposto de Retido na Fonte (DIRF)
2.5.5 Declaração de Informações Econômico- Fiscais da Pessoa Jurídica
(DIPJ)
2.5.6 GFIP/SEFIP Guia de Recolhimento do FGTS e de Informações a
Previdência
2.5.7 Exercícios
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3. Aspectos Contábeis.
3.1 Normas Brasileiras de Contabilidade Aplicada ao 3° Setor (Res. CFC
1.409/12)
3.2 Escrituração Contábil
3.2.1 Mensuração e Reconhecimento Contábil das Receitas de Doações
3.2.2 Trabalho Voluntário utilizado como investimento
3.2.3 Trabalho Voluntário utilizado como custeio
3.2.4 Reconhecimento das imunidades e isenções
3.2.5 Receita de Convênios e Contrapartidas de Convênios
3.2.6 Reconhecimento da gratuidade
3.3 Demonstrações Contábeis
3.3.1 Finalidade das Demonstrações Contábeis
3.3.2 Regime de Competência
3.3.3 Pressuposto da Continuidade Normal das Operações
3.3.4 Modelos de Demonstrações Contábeis ( Res. 1.409/12 )
3.3.4.1 Balaço Patrimonial
3.3.4.2 Demonstração do Resultado do Período
3.3.4.3 Demonstração das Mutações do Patrimônio Líquido
3.3.4.4 Demonstração dos Fluxos de Caixa
3.3.5 Notas Explicativas às Demonstrações Contábeis
4. Exercícios
5. Anexos
6. Referências
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Introdução.
Impulsionada pelos Movimentos Sociais a década de 1980 foi marcada pelo
crescimento significativo das Entidades do Terceiro Setor, notabilizada pelo
segmento das Organizações Sociais atuante em áreas específica como: meio
ambiente, pobreza, discriminação racial, entre outras. O meio ambiente
dominou a pauta dos debates na sociedade, sobretudo, os temas versando
sobre biodiversidade, preservação das espécies, despoluição do ar, etc. Neste
cenário realizou-se a ECO-92, vinte anos após a realização da primeira
conferência sobre o meio ambiente, em Estocolmo Suécia. No Rio de Janeiro,
representantes de cento e oito países do mundo reuniram-se para decidir que
medidas tomar para conseguir diminuir a degradação ambiental e garantir a
existência de outras gerações. A intenção, nesse encontro, era introduzir a
ideia do desenvolvimento sustentável, um modelo de crescimento
econômico menos consumista e mais adequado ao equilíbrio ecológico. Dentre
os resultados da Conferência aparece o crescimento de fundos internacionais
para apoio às ONG.
No Brasil, o termo ONG não está contemplado na nossa legislação, sendo mais
usado termos como Organização da Sociedade Civil, Terceiro Setor ou
Entidade sem fim lucrativo. Estas Instituições são constituídas com a natureza
jurídica de Associações, Fundações, Partidos Políticos e Instituições
Religiosas.
Segundo Estudo do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística IBGE e o
Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada – IPEA em parceria com a
Associação Brasileira de Organizações Não Governamentais - Abong e o
Grupo de Institutos, Fundações e Empresas – GIFE existiam no Brasil “em
2010, 290,7 mil Fundações Privadas e Associações sem Fins Lucrativos -
Fasfil. Sua importância é revelada pelo fato de este grupo de instituições
representar mais da metade (52,2%) do total de 556,8 mil entidades sem fins
lucrativos e uma parcela significativa (5,2%) do total de 5,6 milhões de
entidades públicas e privadas, lucrativas e não lucrativas, que compunham o
Cadastro Central de Empresas - Cempre, do IBGE” neste mesmo ano.
No nosso curso vamos fazer uma abordagem das Entidades do Terceiro setor
sob dois aspectos: O legal e o contábil. No primeiro, trataremos de questões
como constituição, benefícios concedidos pelo Poder públicos, Imunidades e
Isenções e obrigações acessórias; no segundo será a vez de abordarmos as
Normas Brasileiras de Contabilidade, Escrituração e Demonstrações
Contábeis.
Não temos a pretensão de esgotar o assunto, contudo, esperamos contribuir
para o aprofundamento do conhecimento das Entidades com compõem o
Terceiro Setor.
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2. Aspectos Legais.
Delimitando o campo de aplicação da Contabilidade do Terceiro setor,
podemos definir como sendo o das pessoas jurídicas que não tem objetivo de
lucro. Neste sentido, o quadro abaixo mostra as pessoas jurídicas existente no
Brasil de acordo com a Lei 10.406 de 2002, nosso Código Civil.
Interno: União, Estados, Distrito Federal, Municípios, Autarquias e demais Entidades de caráter público criadas por Lei.
1° Setor Direito Público
Externo: Estados estrangeiros e toda pessoa Jurídica regida pelo Direito Público Internacional
Direito Privado
Associações Fundações Organizações Religiosas Partidos Políticos
Pessoa Jurídica
3° Setor
Sociedades Empresarias
Limitada Anônima Nome coletivo Comandita Simples Comandita Por ações
Não Empresárias Sociedade Simples Sociedades Cooperativas
2° Setor
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2.1 Constituição e Legalização das Entidades Sem Finalidade de Lucro.
As Entidades Sem Finalidades de Lucro se constituem de fato e de direito a
partir dos registros dos seus atos constitutivos nos órgãos competentes.
Compõem os atos constitutivos das Entidades do terceiro setor.
Associação:
o Ata da Assembleia de Fundação
o Estatuto aprovado pela Assembleia de Fundação
Fundação.
o Escritura pública ou testamento
o Estatuto
Organizações Religiosas:
o Ata da Assembleia de Fundação
o Estatuto aprovado pela Assembleia de Fundação
Partidos Políticos:
o Requerimento do registro de partido político, dirigido ao cartório
competente do Registro Civil das Pessoas Jurídicas, da Capital
Federal, devendo ser subscrito pelos seus fundadores, em
número nunca inferior a cento e um, com domicílio eleitoral em,
no mínimo, um terço dos Estados, e será acompanhado de:
o I - cópia autêntica da ata da reunião de fundação do partido;
o II - exemplares do Diário Oficial que publicou, no seu inteiro teor,
o programa e o estatuto;
o III - relação de todos os fundadores com o nome completo,
naturalidade, número do título eleitoral com a Zona, Seção,
Município e Estado, profissão e endereço da residência.
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2.1.1 Natureza Jurídica
De acordo com os incisos I, III, IV e V do Art. 44 da Lei 10.406 de 2002, Código
Civil a Natureza Jurídica se apresenta:
“Art. 44. São pessoas jurídicas de direito privado:
I – as associações;
II – as sociedades;
III – as fundações.
IV – as organizações religiosas; (Incluído pela Lei nº 10.825, de 22.12.2003);
V – os partidos políticos. (Incluído pela Lei nº 10.825, de 22.12.2003).”
2.1.2 Associação
É uma forma jurídica de legalizar a união de pessoas em torno de
necessidades e objetivos comuns, sem finalidade de lucro. Sua
constituição permite a construção de melhores condições do que
aquelas que os indivíduos teriam isoladamente para a realização dos
seus objetivos.
Segundo o Art. 53 do CCB “Constituem-se as associações pela união
de pessoas que se organizem para fins não econômicos”.
PRINCIPAIS CARACTERÍSTICAS.
De modo geral as associações caracterizam-se por:
Reunião de duas ou mais pessoas para a realização de objetivos
comuns (lembrando que a lei não define o número legal para criar uma
associação);
Seu patrimônio é constituído pela contribuição dos associados ou de
seus membros, por doações, subvenções. Não possui capital social, por
isso dificulta a obtenção de financiamento junto às instituições
financeiras;
Seus fins podem ser alterados pelos associados;
Seus associados deliberam livremente;
São entidades do direito privado e não público.
CONSTITUIÇÃO.
Passos para constituição de uma Associação.
1 assembleia geral de Fundação da organização;
2 aprovação dos estatutos;
3 eleição dos membros da diretoria;
4 posse dos membros da diretoria;
5 lavratura das atas de reuniões;
6 registro dos atos constitutivos.
ESTATUTO
O instrumento de constituição de uma associação é o estatuto, o qual
deve conter, segundo o art. 54 do Código Civil, os seguintes itens:
“Art. 54. Sob pena de nulidade, o estatuto das associações conterá:
I – a denominação, os fins e a sede da associação;
II – os requisitos para a admissão, demissão e exclusão dos associados;
III – os direitos e deveres dos associados;
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IV – as fontes de recursos para sua manutenção;
V – o modo de constituição e funcionamento dos órgãos deliberativos;
(Lei nº 11.127/2005)
VI – as condições para a alteração das disposições estatutárias e para a
dissolução;
VII – a forma de gestão administrativa e de aprovação das respectivas
contas. (Lei nº 11.127-2005) (Código Civil)”
DISSOLUÇÃO
De acordo com o Art. 61 do Código Civil a dissolução de uma
Associação deve estar expressa no seu Estatuto.
Ainda, neste mesmo Artigo, está previsto a possibilidade de restituição
dos valores das contribuições prestadas ao patrimônio da Associação.
“Art. 61. Dissolvida a associação, o remanescente do seu patrimônio
líquido, depois de deduzidas, se for o caso, as quotas ou frações ideais
referidas no parágrafo único do art. 56, será destinado à entidade de fins
não econômicos designada no estatuto, ou, omisso este, por deliberação
dos associados, à instituição municipal, estadual ou federal, de fins
idênticos ou semelhantes.
§ 1º Por cláusula do estatuto ou, no seu silêncio, por deliberação dos
associados, podem estes, antes da destinação do remanescente referida
neste artigo, receber em restituição, atualizado o respectivo valor, as
contribuições que tiverem prestado ao patrimônio da associação.
§ 2º Não existindo no Município, no Estado, no Distrito Federal ou no
Território, em que a associação tiver sede, instituição nas condições
indicadas neste artigo, o que remanescer do seu patrimônio se
devolverá à Fazenda do Estado, do Distrito Federal ou da União.”
2.1.3 Fundação.
São organizações sem fins lucrativos, que podem ser públicas ou
privadas. Instituídas a partir da destinação de um patrimônio com a
finalidade de servir a uma causa, podendo constituir-se somente para
fins religiosos, morais, culturais ou de assistência. Não é necessária a
reunião de várias pessoas para constituí-la, como no caso das
associações. No caso das fundações públicas estas são entidades de
personalidade jurídica de direito público, sem fins lucrativos, criadas por
autorização legislativa para o desenvolvimento de atividades de
interesse público (educação, cultura e pesquisa, entre outras). Vamos
abordar somente as fundações privadas.
PRINCIPAIS CARACTERÍSTICAS.
De modo geral as Fundações caracterizam-se por:
Patrimônio disponibilizado por um instituidor.
Fins definidos pelo § Único do Art.62 do Código Civil - somente poderá
constituir-se para fins religiosos, morais, culturais ou de assistência
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Não se forma pela associação de pessoas físicas, nasce em virtude da
dotação de um patrimônio inicial, o qual servirá para prestar serviços de
interesse coletivo ou social.
Podem assumir personalidades jurídicas de direito Público ou Privado
Controlada e fiscalizada pelo Ministério Público
CONSTITUIÇÃO.
Passos para constituição de uma Fundação.
1. o instituidor e/ou instituidores, designando os bens patrimoniais,
elaborará o estatuto e o submeterá ao Ministério Público (Curador de
Fundações) que, após analise aprovará ou não a instituição, bem
como indicará modificações estatutárias, se necessário;
2. autorizado pelo Ministério Público, o instituidor e/ou instituidores
providenciará a lavratura da escritura;
3. após a lavratura da escritura de constituição da fundação, esta será
registrada perante Cartório de Registro de Pessoa Jurídica,
atribuindo-lhe, então, a personalidade jurídica.
ESTATUTO
Cabe aos administradores indicados pelos Instituidores a formular o
Estatuto da Fundação, submetendo em seguida ao Ministério Público, com
recurso ao Juiz.
Deverá conter:
Denominação;
Fundo social (patrimônio), quando houver;
Fins;
Endereço completo da sede;
Prazo de duração da Fundação;
Modo de constituição de todos os órgãos e seus mandatos;
Atribuições dos diretores;
Cargo que representa a sociedade, ativa e passivamente, judicial e
extrajudicialmente;
Se o estatuto é reformável no tocante à administração, e de que
modo;
Se os membros respondem ou não subsidiariamente pelas
obrigações sociais;
Condições de extinção e, nesse caso, o destino de seu patrimônio;
Nomes dos fundadores ou instituidores, informando identidade e
CPF;
Relação dos membros da diretoria, provisória ou definitiva, com a
indicação da nacionalidade, estado civil, profissão, residência, CPF e
identidade de cada um.
DISSOLUÇÃO
Os artigos 69 do Código Civil e 1.204 do Código de Processo Civil
enumeram as hipóteses de dissolução da Fundação, a saber:
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a) quando a finalidade da fundação tornar-se ilícita, impossível ou
inútil;
b)quando vencer o prazo de sua existência;
c)quando for impossível sua manutenção.
Ocorrendo uma destas hipóteses, portanto, o Ministério Público ou
qualquer interessado promoverá a extinção da fundação.
Da interpretação destes dispositivos legais podemos concluir que
qualquer interessado e também o Ministério Público podem requerer a
extinção da fundação, que se dar pela via judicial ou administrativa.
O Estatuto também deve prever a destinação dos bens quando da
extinção da fundação, consignando o nome da instituição, com fins
iguais ou semelhantes, na qual serão incorporados.
Não havendo previsão estatutária, se a extinção ocorrer pela via
judiciária, ficará a cargo do juiz decidir; se ocorrer pela via administrativa,
caberá a escolha ao Ministério Público.
É importante que conste do Estatuto a responsabilidade por realizar o
registro da extinção da fundação no Registro Civil das Pessoas
Jurídicas, para que produza seus efeitos perante terceiros.
2.1.4 Organizações Religiosas
A lei l0.825 de 22 de dezembro de 2003 deu nova redação aos Art. 44
da lei 10.406 de 10 de janeiro de 2002 Código Civil, introduzindo o Inciso
IV as organizações religiosas, definindo-a como pessoas jurídicas de
direito privado.
PRICIPAIS CARACTERÍSTIAS
As organizações religiosas é uma forma associativa que agrega pessoas
que professam as mesmas convicções religiosas. Deste modo geral as
organizações religiosas caracteriza-se por:
Reunião de pessoas que professam e se dedicam na vivência de
uma religião, de uma crença, de uma espiritualidade e através da
meditação, da oração e de outras práticas próprias e peculiares
segundo a opção pessoal e individual das pessoas;
Patrimônio é constituído pela contribuição dos associados ou de
seus membros, por doações, dízimos e ofertas. Não possui capital
social, por isso dificulta a obtenção de financiamento junto às
instituições financeiras;
Seus associados deliberam livremente; e
São livres a criação, a organização, a estruturação interna e o
funcionamento sendo vedado ao poder público negar-lhes
reconhecimento ou registro dos atos constitutivos e necessários
ao seu funcionamento.
CONSTITUIÇÃO
As organizações religiosas são associações de pessoas que processam
as mesmas convicções religiosas, portanto, sua constituição segue os
mesmos passos da associação, ou seja:
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Assembleia geral de Fundação da organização religiosa;
Aprovação do Estatuto;
Eleição dos membros da diretoria;
Posse dos membros eleitos;
Lavratura da ata de fundação; e
Registro dos atos constitutivos.
ESTATUTO
Na elaboração do ato constitutivo, a organização religiosa tem ampla
liberdade para estabelecer os objetivos, a estrutura administrativa, as
regras de funcionamento e outros aspectos inerentes ao modo de ser da
Instituição. Deste modo o estatuto das organizações religiosas além de
conter as cláusulas exigidas nas associações ( Art. 54 do Código Civil),
pode mencionar, ainda, a sua liturgia.
DISSOLUÇÃO
De acordo como o Inciso VI do Art. 54 do Código Civil, sob pena de
nulidade o Estatuto das Associações deverá conter as condições para a
alteração das disposições estatutárias e para a dissolução.
2.1.5 Partidos Políticos
O inciso V do Art. 44 da lei 10.406 de 2002 Código Civil introduzida pela
Lei 10.825 de 2003 define Partido Político como pessoa jurídica de
direito privado.
Já o parágrafo 1º do art. 17 da Constituição Federal de 1988 e o artigo
3º da Lei nº 9.096/95 introduzem no ordenamento jurídico nacional a
autonomia que é assegurada ao partido político para definir sua
estrutura interna, organização e funcionamento.
PRINCIPAIS CARACTERÍSTICAS
O partido político é uma associação de pessoas, todas com iguais
direitos e deveres, que comungam do mesmo ideário político,
caracterizando-se por:
Tem a pretensão de alcançar o poder político, ou influenciá-lo tanto
quanto possível, para que o Estado possa ser conduzido em
consonância com esse ideário;
Vedação a criação de partidos Regionais;
Autonomia para definir sua estrutura interna, organização e
funcionamento;
Assegurar, no interesse do regime democrático, a autenticidade do
sistema representativo e a defender os valores fundamentais da
pessoa humana;
Na falta da lei, estabelece limites de campanhas para seus
candidatos.
CONSTITUIÇÃO
Faz-se muita confusão quando o tema é a criação de partidos políticos.
Alguns, equivocadamente, pensam que o partido é criado a partir do
registro do seu estatuto no Tribunal Superior Eleitoral. Todavia, a
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finalidade do registro do estatuto do partido junto ao TSE, não é apenas
sua criação.
É preciso separar três coisas:
Fundação do partido;
Aquisição de personalidade jurídica;
Aquisição de direitos próprios de partidos políticos.
A criação (ou fundação) do partido ocorre com a reunião de fundação do
partido e a confecção da ata correspondente (Lei nº 9.096/95, art. 8º, I).
A aquisição de personalidade jurídica pelo partido ocorre com o
registro do seu ato constitutivo (estatuto) no Registro Civil das Pessoas
Jurídicas da Capital Federal (Código Civil, art.45 e Lei nº 9.096/96, art.
7º,caput e art. 8º, §3º).
A aquisição de direitos próprios de partido político ocorre com o
deferimento do registro do seu estatuto no TSE:
direito de participar do processo eleitoral;
de ter acesso gratuito ao rádio e à televisão;
de receber quotas do fundo partidário;
de gozar das imunidades tributárias dos partidos políticos;
e
de ter exclusividade sobre o uso do nome e símbolos
partidários (Lei nº 9.096/95, art. 7º, §§ 2º e 3º).
ESTATUTO
O estatuto do partido deve conter, entre outras, normas sobre:
I – nome, denominação abreviada e o estabelecimento da sede na
Capital Federal;
II – filiação e desligamento de seus membros;
III – direitos e deveres dos filiados;
IV – modo como se organiza e administra, com a definição de sua
estrutura geral e identificação, composição e competências dos órgãos
partidários nos níveis municipal, estadual e nacional, duração dos
mandatos e processo de eleição dos seus membros;
V – fidelidade e disciplina partidárias, processo para apuração das
infrações e aplicação das penalidades, assegurado amplo direito de
defesa;
VI – condições e forma de escolha de seus candidatos a cargos e
funções eletivas;
VII – finanças e contabilidade, estabelecendo, inclusive, normas que os
habilitem a apurar as quantias que os seus candidatos possam
despender com a própria eleição, que fixem os limites das contribuições
dos filiados e definam as diversas fontes de receita do partido, além
daquelas previstas nesta Lei;
VIII – critérios de distribuição dos recursos do Fundo Partidário entre os
órgãos de nível municipal, estadual e nacional que compõem o partido;
IX – procedimento de reforma do programa e do estatuto.
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Art. 15 da lei 9.096 de 19 de setembro de 1995.
DISSOLUÇÃO
O Tribunal Superior Eleitoral, após trânsito em julgado de decisão,
determina o cancelamento do registro civil e do estatuto do partido
contra o qual fique provado:
I – ter recebido ou estar recebendo recursos financeiros de procedência
estrangeira;
II – estar subordinado a entidade ou governo estrangeiros;
III – não ter prestado, nos termos da Lei, as devidas contas à Justiça
Eleitoral;
IV – que mantém organização paramilitar.
A decisão judicial a que se refere este artigo deve ser precedida de
processo regular, que assegure ampla defesa.
O processo de cancelamento é iniciado pelo Tribunal à vista de denúncia
de qualquer eleitor, de representante de partido, ou de representação do
Procurador-Geral Eleitoral.
Art. 28 da Lei 9.096/95
2.1.6 Registro civil da Ata de criação e do Estatuto das Entidades do 3°
Setor.
ASSOCIAÇÃO.
O registro dos atos constitutivos de uma Associação é feito no Cartório de
Registro de Pessoa Jurídica, da seguinte forma:
Requerimento assinado pelo Presidente ou procurador (procuração
especifica para RCPJ), com firma reconhecida;
Tamanho mínimo de fonte em documentos digitados;
A Ata da Assembleia de Fundação deve conter:
o Aprovação do estatuto e da criação da associação;
o Relação dos Fundadores com identidade e CPF, assinaturas do
Presidente e Secretário da Assembleia de Fundação e mesma data da
ata;
o Rubrica do presidente e do Secretário da Assembleia de Fundação em
todas as páginas e suas assinaturas na última página;
o Eleição da diretoria com qualificação completa: cargo, nome, estado
civil, nacionalidade, profissão, CPF, identidade, endereço.
o Declaração do(s) administrador(es), firmada sob as penas da lei, de não
estar(em) impedido(s) de exercer(em a administração da associação,
em virtude de condenação criminal. O(s) mesmo(s) deve(m) assinar, a
ata com o presidente e o secretário da assembleia, OU fazer declaração
avulsa, assinada pelo Presidente e Vice-presidente da
Diretoria.(Res.02/2006 CGJ).
Se a qualificação for feita em folhas avulsas:
Rubrica do presidente e do Secretário da Assembleia de Fundação em
todas as páginas e suas assinaturas na última página;
Mesma data da Assembleia de Fundação na última página;
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o O Estatuto deve conter:
o Visto do advogado, com o número da OAB - somente na última folha;
o Rubrica do presidente e do Secretário da Assembleia de Fundação em
todas as páginas;
o Mesma data da Assembleia de Fundação na última página;
o Assinaturas do presidente e do Secretário da Assembleia de
Fundação na última página
o Classificar como "Associação Civil".
o Artigos que tratem dos seguintes assuntos:
o Endereço completo da sede;
o Prazo de duração da associação;
o Admissão, demissão, exclusão de associados;
o Direitos e deveres dos associados;
o Atribuições de todos os diretores;
o Modo de constituição e funcionamento dos órgãos deliberativo e
administrativo;
o Prazo de mandato de todos os órgãos;
o Fontes de recursos;
o Forma de gestão administrativa e de Aprovação das respectivas contas;
o Forma de dissolução;
o Destino do patrimônio, em caso de dissolução (entidade de fins não
econômicos);
o Incluir na competência da Assembleia Geral os assuntos abaixo,
definindo o quorum exigido:
o Destituir administradores
o Alterar o estatuto
FUNDAÇÃO.
A fundação somente pode constituir-se para fins religiosos, morais,
culturais ou de assistência.
Os documentos de criação da fundação deverão ser feitos através de
escritura pública e vir acompanhados de autorização do Ministério
Público (Travessa do Ouvidor, 38 – Centro, Rio de Janeiro/RJ).
Um advogado deverá dar seu visto ao final do estatuto, informando o
seu número da OAB.
Declaração do(s) administrador(es), firmada sob as penas da lei, de não
estar(em) impedido(s) de exercer(em a administração da associação,
em virtude de condenação criminal. O(s) mesmo(s) deve(m) assinar, a
ata com o presidente e o secretário da assembleia, OU fazer declaração
avulsa, assinada pelo Presidente e Vice-presidente da
Diretoria.(Res.02/2006 CGJ).
Todo pedido de registro deve ser apresentado com um Requerimento de
Registro (disponível neste site).
O Estatuto deve conter:
Denominação;
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Fundo social (patrimônio), quando houver;
Fins;
Endereço completo da sede;
Prazo de duração da Fundação;
Modo de constituição de todos os órgãos e seus mandatos;
Atribuições dos diretores;
Cargo que representa a sociedade, ativa e passivamente, judicial e
extrajudicialmente;
Se o estatuto é reformável no tocante à administração, e de que modo;
Se os membros respondem ou não subsidiariamente pelas obrigações
sociais;
Condições de extinção e, nesse caso, o destino de seu patrimônio;
Nomes dos fundadores ou instituidores, informando identidade e CPF;
Relação dos membros da diretoria, provisória ou definitiva, com a
indicação da nacionalidade, estado civil, profissão, residência, CPF e
identidade de cada um.
ORGANIZAÇÕES RELIGIOSAS
Requerimento assinado pelo Presidente, com firma reconhecida, ou por
procurador (procuração especifica para RCPJ com firma reconhecida);
Tamanho mínimo de fonte em documentos digitados.;
A Ata da Assembleia de Fundação deve conter:
o Aprovação do estatuto e da criação da associação;
o Relação dos Fundadores c/ identidade e CPF, assinaturas do
Presidente e Secretário da Assembleia de Fundação e mesma data da
ata;
o Rubrica do presidente e do Secretário da Assembleia de Fundação em
todas as páginas e suas assinaturas na última página;
o Nomeação da diretoria com qualificação completa: cargo, nome, estado
civil, nacionalidade, profissão, CPF, identidade, endereço;
o Se a qualificação for feita em folhas avulsas:
o Rubrica do presidente e do Secretário da Assembleia de Fundação em
todas as páginas e suas assinaturas na última página;
o Mesma data da Assembleia de Fundação na última página;
O Estatuto deve conter:
o Visto do advogado, com o número da OAB - somente na última folha;
o Rubrica do presidente e do Secretário da Assembleia de Fundação em
todas as páginas;
o Mesma data da Assembleia de Fundação na última página;
o Assinaturas do presidente e do Secretário da Assembleia de
Fundação na última página;
o Classificar como ORGANIZAÇÃO RELIGIOSA;
Artigos que tratem dos seguintes assuntos:
A. Endereço completo da sede;
B. Prazo de duração da organização;
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C. Atribuições de todos os diretores;
D. Modo de constituição e funcionamento dos órgãos
deliberativo e administrativo;
E. Prazo de mandato de todos os órgãos;
F. Fontes de recursos;
G. Órgão competente e quorum para dissolução.
Extraído do site http://www.rcpjrj.com.br/rcpj.web/#.
2.2 Benefícios concedidos pelo Poder Público às entidades de interesse
Social
As Entidades de Interesse Social são pessoas jurídicas de direito privado
reguladas, quanto a sua criação e funcionamento, pelo Código Civil. Como
reconhecimento da atuação dessas pessoas jurídicas, o Poder Público
lhes concede benefícios como a imunidade e a isenção de tributos, além
da concessão de títulos como, Organização Social (OS), Certificado de
Entidade Beneficentes de Assistência Social (CEBAS) e o título de
organização da sociedade civil de interesse público (OSCIP)
2.2.1 Titulações e Certificações
As organizações do Terceiro Setor, basicamente as associações e
fundações podem, de acordo com seus objetivos e funcionamento,
solicitarem e obterem titulações e certificações que lhes concedam e/ou
garantam benefícios, além daqueles previstos pela Constituição Federal, as
chamadas isenções ou imunidades em relação aos tributos.
Vamos nos concentrar basicamente nas titulações e certificações federais,
seguindo um breve resumo das suas vantagens, condições e obrigações
para obtenção ou manutenção dos mesmos.
2.2.2 Título de Organização da Sociedade Civil de Interesse Público
(OSCIP)
Titulação conferida as entidades que estabelecem termo de parceria com o
Estado. Para requerer a qualificação como Oscip a entidade interessada
deverá atender aos requisitos da Lei nº 9.790/99, regulamentada pelo
Decreto nº 3.100/99.
DELIMITANDO O CAMPO DE ATUAÇÃO
Podem – Observado o princípio da universalização dos serviços, no
respectivo âmbito de atuação das Organizações, somente será conferida
às pessoas jurídicas de direito privado, sem fins lucrativos, cujos
objetivos sociais tenham pelo menos uma das seguintes finalidades:
I - promoção da assistência social;
II - promoção da cultura, defesa e conservação do patrimônio histórico e
artístico;
III - promoção gratuita da educação, observando-se a forma
complementar de participação das organizações de que trata esta Lei;
IV - promoção gratuita da saúde, observando-se a forma complementar
de participação das organizações de que trata esta Lei;
17
V - promoção da segurança alimentar e nutricional;
VI - defesa, preservação e conservação do meio ambiente e promoção
do desenvolvimento sustentável;
VII - promoção do voluntariado;
VIII - promoção do desenvolvimento econômico e social e combate à
pobreza;
IX - experimentação, não lucrativa, de novos modelos sócio-produtivos e
de sistemas alternativos de produção, comércio, emprego e crédito;
X - promoção de direitos estabelecidos, construção de novos direitos e
assessoria jurídica gratuita de interesse suplementar;
XI - promoção da ética, da paz, da cidadania, dos direitos humanos, da
democracia e de outros valores universais;
XII - estudos e pesquisas, desenvolvimento de tecnologias alternativas,
produção e divulgação de informações e conhecimentos técnicos e
científicos que digam respeito às atividades mencionadas neste artigo.
Art. 3º Lei 9.790/99.
NÃO PODEM - Não são passíveis de qualificação como Organizações
da Sociedade Civil de Interesse Público:
I - as sociedades comerciais;
II - os sindicatos, as associações de classe ou de representação de
categoria profissional;
III - as instituições religiosas ou voltadas para a disseminação de credos,
cultos, práticas e visões devocionais e confessionais;
IV - as organizações partidárias e assemelhadas, inclusive suas
fundações;
V - as entidades de benefício mútuo destinadas a proporcionar bens ou
serviços a um círculo restrito de associados ou sócios;
VI - as entidades e empresas que comercializam planos de saúde e
assemelhados;
VII - as instituições hospitalares privadas não gratuitas e suas
mantenedoras;
VIII - as escolas privadas dedicadas ao ensino formal não gratuito e
suas mantenedoras;
IX - as organizações sociais;
X - as cooperativas;
XI - as fundações públicas;
XII - as fundações, sociedades civis ou associações de direito privado
criadas por órgão público ou por fundações públicas;
XIII - as organizações creditícias que tenham quaisquer tipo de
vinculação com o sistema financeiro nacional a que se refere o art. 192
da Constituição Federal.
Art. 2° Lei 9.790/99.
18
Para qualificarem-se como Organizações da Sociedade Civil de Interesse
Público, exige-se, ainda que as pessoas jurídicas interessadas sejam
regidas por estatutos cujas normas expressamente disponham sobre:
a observância dos princípios da legalidade, impessoalidade,
moralidade, publicidade, economicidade e da eficiência;
a adoção de práticas de gestão administrativa, necessárias e
suficientes a coibir a obtenção, de forma individual ou coletiva, de
benefícios ou vantagens pessoais, em decorrência da participação
no respectivo processo decisório;
a constituição de conselho fiscal ou órgão equivalente, dotado de
competência para opinar sobre os relatórios de desempenho
financeiro e contábil, e sobre as operações patrimoniais realizadas,
emitindo pareceres para os organismos superiores da entidade;
a previsão de que, em caso de dissolução da entidade, o
respectivo patrimônio líquido será transferido a outra pessoa
jurídica qualificada nos termos desta Lei, preferencialmente que
tenha o mesmo objeto social da extinta;
a previsão de que, na hipótese de a pessoa jurídica perder a
qualificação instituída por esta Lei, o respectivo acervo patrimonial
disponível, adquirido com recursos públicos durante o período em
que perdurou aquela qualificação, será transferido a outra pessoa
jurídica qualificada nos termos desta Lei, preferencialmente que
tenha o mesmo objeto social;
a possibilidade de se instituir remuneração para os dirigentes da
entidade que atuem efetivamente na gestão executiva e para
aqueles que a ela prestam serviços específicos, respeitados, em
ambos os casos, os valores praticados pelo mercado, na região
correspondente a sua área de atuação;
as normas de prestação de contas a serem observadas pela
entidade, que determinarão, no mínimo:
observância dos princípios fundamentais de contabilidade
e das Normas Brasileiras de Contabilidade;
que se dê publicidade por qualquer meio eficaz, no
encerramento do exercício fiscal, ao relatório de atividades
e das demonstrações financeiras da entidade, incluindo-se
as certidões negativas de débitos junto ao INSS e ao
FGTS, colocando-os à disposição para exame de qualquer
cidadão;
a realização de auditoria, inclusive por auditores externos
independentes se for o caso, da aplicação dos eventuais
recursos objeto do termo de parceria conforme previsto em
regulamento;
a prestação de contas de todos os recursos e bens de
origem pública recebidos pelas Organizações da
19
Sociedade Civil de Interesse Público será feita conforme
determina o parágrafo único do art. 70 da Constituição
Federal.
Art. 4° Lei 9.790/99.
Documentação Exigida
PEDIDO DE QUALIFICAÇÃO DE OSCIP
CHECK-LIST OSCIP
Base Legal: art. 5º, Lei 9.790, de 1999:
CLÁUSULAS OBRIGATÓRIAS ESTATUTÁRIAS – art. 4º da Lei 9.790, de
1999:
CONSTA
(S/N)
I) Observância dos princípios da legalidade, impessoalidade, moralidade,
publicidade, economicidade e da eficiência.
DOCUMENTAÇÃO CONSTA
(S/N)
a) Requerimento de qualificação como OSCIP, endereçada ao Ministro da
Justiça
b) Estatuto registrado em cartório (cópia autenticada)
c) Ata de eleição da atual Diretoria (cópia autenticada)
d) Balanço Patrimonial e Demonstração do Resultado de Exercício (original
ou cópia autenticada) - não serão aceitos tais documentos com valores
zerados, devendo ainda ser original ou autenticado. Deverá constar a
assinatura do representante legal e o contador.
e) Declaração de Isenção do Imposto de Renda
(modelo disponível no site do Ministério da Justiça)
f) Inscrição no Cadastro Nacional de Contribuintes
(com os dados atualizados: ex: Razão Social, endereço)
g) Declaração da entidade atestando que os membros da diretoria não
exercem ou ocupam cargo ou função pública.
(conforme Parecer nº45/2010/CEP/CGLEG/CONJUR/MJ, de 30.04.2010 c/c
parágrafo único do art. 4º da Lei 9.790/99).
20
II) Adoção de pratica de gestão administrativa, necessária e suficiente a
coibir a obtenção, de forma individual ou coletiva, de benefícios ou
vantagens pessoais, em decorrência da participação no respectivo
processo decisório.
III) Constituição do conselho fiscal ou órgão equivalente, dotado de
competência para opinar sobre os relatórios de desempenho financeiro e
contábil, e sobre as operações patrimoniais realizadas, emitindo
pareceres para os organismos superiores da entidade.
IV) Previsão de que, em caso de dissolução da entidade, o respectivo
patrimônio liquido será transferido a outra pessoa jurídica qualificada nos
termos da Lei nº 9.790/99, preferencialmente que tenha o mesmo objeto
social da extinta.
V) Previsão de que, na hipótese da pessoa jurídica perder a qualificação,
o respectivo acervo patrimonial disponível, adquirido com recursos
públicos durante o período que perdurou aquela qualificação, será
transferido a outra pessoa jurídica qualificada nos termos da Lei nº
9.790/99, preferencialmente que tenha o mesmo objeto social.
VI) Possibilidade de se instituir remuneração para os dirigentes da
entidade que atuem efetivamente na gestão executiva e para aqueles
que a ela prestam serviços específicos, respeitados, em ambos os
valores praticados pelo mercado, na região correspondente a sua área
de atuação.
VII a) Normas de prestação de contas com observância dos princípios
fundamentais de contabilidade e das Normas Brasileiras de
Contabilidade.
VII b) Normas de prestação de contas determinando a publicidade, por
qualquer meio eficaz, no encerrametno do exercício fiscal, ao relatório de
atividades e das demonstrações financeiras da entidade, incluindo-se as
certidões negativas de débitos junto ao INSS e ao FGTS, colocando-os à
disposição para exame de qualquer cidadão.
VII c) Normas de prestação de contas determinando a realização de
auditoria, inclusive por auditores externos independentes, se for o
caso, da aplicação de eventuais recursos objeto do termo de parceria
conforme previsto em regulamento.
VII d) Normas de prestação de contas de terminando que a prestação de
contas de todos os recursos e bens de origem pública recebidos pelas
OSCIP será feita conforme o parágrafo único do art. 70 da Constituição
Federal.
21
Obs. A documentação deve ser encaminhada ao seguinte endereço:
Ministério da Justiça - Secretaria Nacional de Justiça
Departamento de Justiça, Classificação, Títulos e Qualificação
Setor de Qualificação – OSCIP
Esplanada dos Ministérios, Ministério da Justiça, Ed. Anexo II – 3º Andar
– Sala 326 - CEP: 70.064-900 Brasília – DF.
TERMO DE PARCERIA.
É o instrumento passível de ser firmado entre o Poder Público e as entidades
qualificadas como Organizações da Sociedade Civil de Interesse Público
destinado à formação de vínculo de cooperação entre as partes, para o
fomento e a execução das atividades de interesse público.
São cláusulas essenciais do Termo de Parceria:
I - a do objeto, que conterá a especificação do programa de trabalho
proposto pela Organização da Sociedade Civil de Interesse Público; II - a de estipulação das metas e dos resultados a serem atingidos e os
respectivos prazos de execução ou cronograma;
III - a de previsão expressa dos critérios objetivos de avaliação de
desempenho a serem utilizados, mediante indicadores de resultado; IV - a de previsão de receitas e despesas a serem realizadas em seu
cumprimento, estipulando item por item as categorias contábeis usadas pela
organização e o detalhamento das remunerações e benefícios de pessoal a
serem pagos, com recursos oriundos ou vinculados ao Termo de Parceria, a
seus diretores, empregados e consultores; V - a que estabelece as obrigações da Sociedade Civil de Interesse
Público, entre as quais a de apresentar ao Poder Público, ao término de cada
exercício, relatório sobre a execução do objeto do Termo de Parceria, contendo
comparativo específico das metas propostas com os resultados alcançados,
acompanhado de prestação de contas dos gastos e receitas efetivamente
realizados, independente das previsões mencionadas no inciso IV; VI - a de publicação, na imprensa oficial do Município, do Estado ou da
União, conforme o alcance das atividades celebradas entre o órgão parceiro e
a Organização da Sociedade Civil de Interesse Público, de extrato do Termo de
Parceria e de demonstrativo da sua execução física e financeira, conforme
modelo simplificado estabelecido no regulamento desta Lei, contendo os dados
principais da documentação obrigatória do inciso V, sob pena de não liberação
dos recursos previstos no Termo de Parceria.
§ 2° Art. 10 da lei 9.790.
2.2.3 Título de Organização Social (OS)
O Poder Executivo poderá qualificar como Organização Social as Pessoas
Jurídicas de direito privado sem fins cujas atividades sejam dirigidas:
pesquisa científica;
ao desenvolvimento tecnológico;
à proteção e preservação do meio ambiente;
à cultura; e
22
à saúde.
São requisitos específicos para que as entidades privadas habilitem-se à
qualificação como organização social:
I - comprovar o registro de seu ato constitutivo, dispondo sobre:
natureza social de seus objetivos relativos à respectiva área de
atuação;
finalidade não-lucrativa, com a obrigatoriedade de investimento de
seus excedentes financeiros no desenvolvimento das próprias
atividades;
previsão expressa de a entidade ter, como órgãos de deliberação
superior e de direção, um conselho de administração e uma
diretoria definidos nos termos do estatuto, asseguradas àquele
composição e atribuições normativas e de controle básicas previstas
nesta Lei;
previsão de participação, no órgão colegiado de deliberação
superior, de representantes do Poder Público e de membros da
comunidade, de notória capacidade profissional e idoneidade moral;
composição e atribuições da diretoria;
obrigatoriedade de publicação anual, no Diário Oficial da União, dos
relatórios financeiros e do relatório de execução do contrato de
gestão;
no caso de associação civil, a aceitação de novos associados, na
forma do estatuto;
proibição de distribuição de bens ou de parcela do patrimônio líquido
em qualquer hipótese, inclusive em razão de desligamento, retirada
ou falecimento de associado ou membro da entidade;
previsão de incorporação integral do patrimônio, dos legados ou das
doações que lhe foram destinados, bem como dos excedentes
financeiros decorrentes de suas atividades, em caso de extinção ou
desqualificação, ao patrimônio de outra organização social
qualificada no âmbito da União, da mesma área de atuação, ou ao
patrimônio da União, dos Estados, do Distrito Federal ou dos
Municípios, na proporção dos recursos e bens por estes alocados;
haver aprovação, quanto à conveniência e oportunidade de sua
qualificação como organização social, do Ministro ou titular de órgão
supervisor ou regulador da área de atividade correspondente ao seu
objeto social e do Ministro de Estado da Administração Federal e
Reforma do Estado.
Conselho de Administração.
O conselho de administração deve estar estruturado nos termos que dispuser
o respectivo estatuto, observados, para os fins de atendimento dos requisitos
de qualificação, os seguintes critérios básicos:
I - ser composto por:
23
20 a 40% (vinte a quarenta por cento) de membros natos
representantes do Poder Público, definidos pelo estatuto da
entidade;
20 a 30% (vinte a trinta por cento) de membros natos
representantes de entidades da sociedade civil, definidos pelo
estatuto;
até 10% (dez por cento), no caso de associação civil, de membros
eleitos dentre os membros ou os associados;
10 a 30% (dez a trinta por cento) de membros eleitos pelos
demais integrantes do conselho, dentre pessoas de notória
capacidade profissional e reconhecida idoneidade moral;
até 10% (dez por cento) de membros indicados ou eleitos na
forma estabelecida pelo estatuto;
II - os membros eleitos ou indicados para compor o Conselho devem ter
mandato de quatro anos, admitida uma recondução;
III - os representantes de entidades previstos nas alíneas "a" e "b" do
inciso I devem corresponder a mais de 50% (cinqüenta por cento) do
Conselho;
IV - o primeiro mandato de metade dos membros eleitos ou indicados
deve ser de dois anos, segundo critérios estabelecidos no estatuto;
V - o dirigente máximo da entidade deve participar das reuniões do
conselho, sem direito a voto;
VI - o Conselho deve reunir-se ordinariamente, no mínimo, três vezes a
cada ano e, extraordinariamente, a qualquer tempo;
VII - os conselheiros não devem receber remuneração pelos serviços
que, nesta condição, prestarem à organização social, ressalvada a ajuda
de custo por reunião da qual participem;
VIII - os conselheiros eleitos ou indicados para integrar a diretoria da
entidade devem renunciar ao assumirem funções executivas.
Para os fins de atendimento dos requisitos de qualificação, devem ser
atribuições privativas do Conselho de Administração, dentre outras:
I - fixar o âmbito de atuação da entidade, para consecução do seu
objeto;
II - aprovar a proposta de contrato de gestão da entidade;
III - aprovar a proposta de orçamento da entidade e o programa de
investimentos;
IV - designar e dispensar os membros da diretoria;
V - fixar a remuneração dos membros da diretoria;
VI - aprovar e dispor sobre a alteração dos estatutos e a extinção da
entidade por maioria, no mínimo, de dois terços de seus membros;
VII - aprovar o regimento interno da entidade, que deve dispor, no
mínimo, sobre a estrutura, forma de gerenciamento, os cargos e
respectivas competências;
24
VIII - aprovar por maioria, no mínimo, de dois terços de seus membros, o
regulamento próprio contendo os procedimentos que deve adotar para a
contratação de obras, serviços, compras e alienações e o plano de
cargos, salários e benefícios dos empregados da entidade;
IX - aprovar e encaminhar, ao órgão supervisor da execução do contrato
de gestão, os relatórios gerenciais e de atividades da entidade,
elaborados pela diretoria;
X - fiscalizar o cumprimento das diretrizes e metas definidas e aprovar
os demonstrativos financeiros e contábeis e as contas anuais da
entidade, com o auxílio de auditoria externa.
Contrato de Gestão.
Instrumento firmado entre a Administração Pública e a entidade
qualificada como Organização Social, com vistas à formação de parceria
entre as partes, elaborado em comum acordo, discriminando as
atribuições e responsabilidades, devendo ser submetido ao Ministro de
Estado ou autoridade supervisora da área correspondente à atividade
fomentada, após aprovação pelo Conselho de Administração.
Na elaboração do contrato de Gestão devem ser observado os princípios
da legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade, economicidade
e, também, os seguintes preceitos:
I - especificação do programa de trabalho proposto pela
organização social, a estipulação das metas a serem atingidas e
os respectivos prazos de execução, bem como previsão expressa
dos critérios objetivos de avaliação de desempenho a serem
utilizados, mediante indicadores de qualidade e produtividade;
II - a estipulação dos limites e critérios para despesa com
remuneração e vantagens de qualquer natureza a serem
percebidas pelos dirigentes e empregados das organizações
sociais, no exercício de suas funções.
Desqualificação.
O Poder Executivo poderá proceder à desqualificação da entidade como
organização social, quando constatado o descumprimento das
disposições contidas no contrato de gestão.
A desqualificação será precedida de processo administrativo,
assegurado o direito de ampla defesa, respondendo os dirigentes da
organização social, individual e solidariamente, pelos danos ou prejuízos
decorrentes de sua ação ou omissão.
A desqualificação importará reversão dos bens permitidos e dos valores
entregues à utilização da organização social, sem prejuízo de outras
sanções cabíveis.
OBS.: Base legal Lei 9.637/98.
2.2.4 Certificado de Entidade Beneficente de Assistência Social (Cebas)
Certificação concedida pela União a organizações sem fins lucrativos
que atuem especificamente nas áreas da saúde, educação e assistência
25
social, conforme definido no art. 1º da Lei Federal nº 12.101/2009. A
conceituação e a abrangência dessas áreas são apresentadas na
Constituição Federal, como segue:
SAÚDE.
“Art. 196. A saúde é direito de todos e dever do Estado, garantido
mediante políticas sociais e econômicas que visem à redução do risco
de doença e de outros agravos e ao acesso universal e igualitário às
ações e serviços para sua promoção, proteção e recuperação.”
ASSISTÊNCIA SOCIAL
“. 203. A assistência social será prestada a quem dela necessitar,
independentemente de contribuição à seguridade social, e tem por
objetivos:
I - a proteção à família, à maternidade, à infância, à adolescência e à
velhice;
II - o amparo às crianças e adolescentes carentes;
III - a promoção da integração ao mercado de trabalho;
IV - a habilitação e reabilitação das pessoas portadoras de deficiência e
a promoção de sua integração à vida comunitária;
V - a garantia de um salário mínimo de benefício mensal à pessoa
portadora de deficiência e ao idoso que comprovem não possuir meios
de prover à própria manutenção ou de tê-la provida por sua família,
conforme dispuser a lei.”
EDUCAÇÃO
“Art. 205. A educação, direito de todos e dever do Estado e da família,
será promovida e incentivada com a colaboração da sociedade, visando
ao pleno desenvolvimento da pessoa, seu preparo para o exercício da
cidadania e sua qualificação para o trabalho.”
Breve Histórico
Cabia ao Conselho Nacional de Assistência Social (CNAS), órgão do
Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome (MDS), a
Certificação de Entidade Beneficente de Assistência Social, processo
pelo qual uma pessoa jurídica de direito privado, sem fins lucrativos, com
a finalidade de prestação de serviços na área de Assistência Social,
Educação e Saúde, antes denominada “filantrópica”, é reconhecida
como entidade beneficente de assistência social, com base em
requisitos e critérios definidos em lei.
A Lei nº 12.101, de 27 de novembro de 2009, criou novas regras e
atribuiu ao Ministério da Saúde (MS), ao Ministério da Educação (MEC)
e ao Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome (MDS)
a responsabilidade pela certificação das entidades em suas respectivas
áreas.
Requisitos para Obtenção.
26
Para obter a certificação, as entidades deverão obedecer ao princípio da
universalidade do atendimento, vedado o direcionamento de suas
atividades exclusivamente a seus associados ou a categoria profissional. Entidade com Atuação em mais de uma Área.
A entidade que atuar em mais de uma das áreas deverá
requerer a concessão da certificação ou sua renovação junto ao
Ministério certificador da sua área de atuação preponderante,
sem prejuízo da comprovação dos requisitos exigidos para as
demais áreas.
A atividade econômica principal constante do CNPJ deverá
corresponder ao principal objeto de atuação da entidade,
verificado nos documentos apresentados, sendo preponderante a
área na qual a entidade realiza a maior parte de suas despesas.
A área de atuação preponderante da entidade será
verificada pelo Ministério certificador que receber o
requerimento, antes da análise dos requisitos exigidos para sua
concessão ou sua renovação.
Na hipótese de recebimento de requerimento por Ministério sem
competência pela certificação na área de atuação preponderante
da entidade, este será encaminhado ao Ministério certificador
competente, considerada a data do protocolo inicial para fins de
comprovação de sua tempestividade.
O requerimento de concessão da certificação ou de sua
renovação protocolado em mais de um Ministério pela mesma
entidade será analisado de acordo com a ordem cronológica do
Ministério certificador competente na área de atuação
preponderante da entidade.
As entidades deverão manter escrituração contábil com registros
segregados de modo a evidenciar o seu patrimônio, as suas
receitas, os custos e despesas de cada área de atuação,
conforme normas do Conselho Federal de Contabilidade.
Os registros de atos e fatos devem ser segregados por área de
atuação da entidade e obedecer aos critérios específicos de cada
área, a fim de possibilitar a comprovação dos requisitos para sua
certificação como entidade beneficente de assistência social.
A concessão da certificação ou renovação de entidade com
atuação em mais de uma das áreas dependerá da manifestação
dos demais Ministérios certificadores competentes nas
respectivas áreas de atuação.
Recebido o requerimento de concessão da certificação ou de sua
renovação, o Ministério certificador competente na área de
atuação preponderante da entidade consultará os demais
Ministérios interessados, que se manifestarão no prazo de trinta
27
dias, prorrogável por igual período, sobre o cumprimento dos
requisitos nas suas respectivas áreas.
O requerimento deverá ser analisado pelos Ministérios
certificadores interessados e somente será deferido se
constatado o cumprimento dos requisitos previstos na Lei
no 12.101, de 2009, e no Decreto 8.242/14.
As entidades com atuação preponderante nas áreas de
educação ou de saúde deverão, para fins de comprovação dos
requisitos no âmbito da assistência social, demonstrar:
I - a inscrição das ações assistenciais junto aos
Conselhos municipal ou distrital de assistência social
onde desenvolvam suas ações;
II - que as ações e serviços socioassistenciais de
forma gratuita, continuada e planejada, para os
usuários e para quem deles necessitar, sem
discriminação.
III - que suas ações socioassistenciais integram o
sistema de cadastro nacional de entidades e
organizações de assistência social.
CERTIFICAÇÃO DAS ENTIDADES DE SAÚDE
Compete ao Ministério da Saúde conceder ou renovar a certificação das
entidades beneficentes de assistência social da área de saúde.
Consideram-se entidades beneficentes de assistência social na área
de saúde aquelas que atuem diretamente na atenção à saúde.
O requerimento de concessão ou renovação da certificação de
entidade que atue na área da saúde deverá ser protocolado junto ao
Ministério da Saúde, em sistema próprio, acompanhado, além dos
previstos para as áreas de Educação e Assistência Social, dos
seguintes documetntos:
o I - cópia da proposta de oferta da prestação de serviços ao
SUS no percentual mínimo de sessenta por cento, efetuada
pelo responsável legal da entidade ao gestor local do SUS,
protocolada junto à Secretaria de Saúde respectiva; e
II - cópia do contrato, convênio ou instrumento congênere
firmado com o gestor do SUS.
O Ministério da Saúde poderá exigir a apresentação de
outros documentos.
A prestação anual de serviços ao SUS no percentual mínimo de
sessenta por cento será comprovada por meio dos registros das
internações hospitalares e atendimentos ambulatoriais verificados
nos sistemas de informações do Ministério da Saúde.
28
Os atendimentos ambulatoriais e as internações hospitalares
realizados pela entidade de saúde serão apurados de acordo com os
seguintes critérios:
I - produção de internações hospitalares medida pela razão
paciente-dia; e
II - produção de atendimentos ambulatoriais medida por
quantidade de atendimentos.
A produção da entidade de saúde que presta serviços
exclusivamente na área ambulatorial será verificada apenas pelo
critério estabelecido no item II.
Para os requerimentos de renovação de certificação, caso a entidade
de saúde não cumpra a exigência constante de sessenta por cento
no exercício fiscal anterior ao do requerimento, o Ministério da Saúde
avaliará o cumprimento da exigência com base na média do total de
prestação de serviços ao SUS pela entidade durante todo o período
de certificação em curso, que deverá ser de, no mínimo, sessenta
por cento.
Apenas será admitida a avaliação da entidade de saúde pelo
Ministério da Saúde caso haja o cumprimento, no mínimo, de
cinquenta por cento da prestação de serviços em cada um dos anos
do período de sua certificação.
A comprovação da prestação dos serviços ao SUS, conforme
regulamento do Ministério da Saúde, será feita com base nas
internações hospitalares, nos atendimentos ambulatoriais e nas
ações prioritárias realizadas.
CERTIFICAÇÃO DAS ENTIDADES DE EDUCAÇÃO
Compete ao Ministério da Educação conceder ou renovar a certificação
das entidades beneficentes de assistência social da área de educação.
Para os fins de concessão da certificação ou de sua renovação, a
entidade de educação deverá:
o I - demonstrar sua adequação às diretrizes e metas estabelecidas no Plano Nacional de Educação (PNE), na forma do art. 214 da Constituição Federal.
o II - atender a padrões mínimos de qualidade, aferidos pelos processos de avaliação conduzidos pelo Ministério da Educação; e
o III - conceder anualmente bolsas de estudo na proporção de 1 (uma) bolsa de estudo integral para cada 5 (cinco) alunos pagantes.
Para o cumprimento da proporção descrita no item III, a entidade poderá oferecer bolsas de estudo parciais, observadas as seguintes condições:
o I - no mínimo, 1 (uma) bolsa de estudo integral para cada 9 (nove) alunos pagantes; e
29
o II - bolsas de estudo parciais de 50% (cinquenta por cento), quando necessário para o alcance do número mínimo exigido, conforme definido em regulamento.
A adequação às diretrizes e metas estabelecidas no Plano
Nacional de Educação - PNE será demonstrada por meio de
plano de atendimento que comprove a concessão de bolsas,
eventuais benefícios complementares e projetos e atividades para
a garantia da educação básica em tempo integral, submetido à
aprovação do Ministério da Educação.
O plano de atendimento constitui-se na descrição da concessão
de bolsas, eventuais benefícios complementares e projetos e
atividades para a garantia da educação básica em tempo integral
desenvolvidos pela entidade, e no planejamento destas ações
para todo o período de vigência da certificação a ser concedida
ou renovada.
O Ministério da Educação analisará o plano de atendimento
visando ao cumprimento das metas do PNE, de acordo com as
diretrizes estabelecidas na Lei no 9.394, de 20 de dezembro de
1996, e segundo critérios de qualidade e prioridade por ele
definidos, reservando-se o direito de determinar adequações,
propondo medidas a serem implementadas pela entidade em
prazo a ser fixado, sob pena de indeferimento do requerimento ou
cancelamento da certificação.
Todas as bolsas de estudos a serem computadas como aplicação
em gratuidade pela entidade deverão ser informadas ao Censo da
Educação Básica e ao Censo da Educação Superior, conforme
definido pelo Ministério da Educação.
O número total de bolsas de estudo, eventuais benefícios
complementares e projetos e atividades para a garantia da
educação básica em tempo integral deverão estar previstos no
plano de atendimento, de forma discriminada.
Serão computadas as matrículas da educação profissional
oferecidas em consonância com a Lei nº 9.394, de 1996, com
a Lei no 12.513, de 26 de outubro de 2011, e com o Decreto
no 5.154, de 23 de julho de 2004, na forma definida pelo Ministério
da Educação.
Serão computadas as matrículas da educação de jovens e
adultos oferecidas em consonância com a Lei nº 9.394, de 1996.
O Ministério da Educação estabelecerá as definições necessárias
ao cumprimento das proporções de bolsas de estudo, benefícios
complementares e projetos e atividades para a garantia da
educação básica em tempo integral..
As entidades de educação que prestem serviços integralmente
gratuitos deverão:
30
I - garantir a observância da proporção de, no mínimo, um
aluno cuja renda familiar mensal per capita não exceda o
valor de um salário-mínimo e meio para cada cinco alunos
matriculados; e
II - adotar e observar, no que couber, os critérios de
seleção e as proporções previstas na Seção II do Capítulo
II da Lei nº 12.101, de 2009, considerado o número total de
alunos matriculados.
As entidades de educação deverão selecionar os alunos a serem
beneficiados pelas bolsas previstas, a partir do perfil socioeconômico
e dos seguintes critérios:
I - proximidade da residência;
II - sorteio; e
III - outros critérios contidos no plano de atendimento
da entidade.
Na hipótese de adoção dos critérios previstos no item III, as
entidades de educação deverão oferecer igualdade de condições
para acesso e permanência aos alunos beneficiados pelas bolsas de
estudo, eventuais benefícios complementares e projetos e atividades
para a garantia da educação básica em tempo integral.
O Ministério da Educação poderá determinar a reformulação dos
critérios de seleção de alunos beneficiados constantes do plano de
atendimento da entidade, quando julgados incompatíveis com as
finalidades da Lei no 12.101, de 2009, sob pena de indeferimento do
requerimento de certificação ou de sua renovação.
No ato de concessão da certificação ou de sua renovação, as
entidades de educação que não tenham concedido o número mínimo
de bolsas, poderão compensar o número de bolsas devido nos três
exercícios subsequentes com acréscimo de vinte por cento sobre o
percentual não atingido ou o número de bolsas não concedido,
mediante a assinatura de Termo de Ajuste de Gratuidade, nas
condições estabelecidas pelo Ministério da Educação.
Após a publicação da decisão relativa ao julgamento do requerimento
de concessão da certificação ou de sua renovação na primeira
instância administrativa, as entidades de educação a que se refere
o caput poderão requerer a assinatura do Termo de Ajuste de
Gratuidade no prazo improrrogável de trinta dias.
O descumprimento do Termo de Ajuste de Gratuidade implicará o
cancelamento da certificação da entidade em relação a todo o seu
período de validade.
O Termo de Ajuste de Gratuidade poderá ser celebrado uma única
vez.
As bolsas de pós-graduação stricto sensu poderão integrar o
percentual de acréscimo de compensação de vinte por cento, desde
31
que se refiram a áreas de formação definidas pelo Ministério da
Educação.
Os requerimentos de concessão ou de renovação de certificação de
entidades de educação ou com atuação preponderante na área de
educação deverão ser instruídos com os seguintes documentos:
da mantenedora: aqueles comum as demais áreas
da instituição de educação:
ato de credenciamento regularmente expedido pelo
órgão normativo do sistema de ensino;
b) relação de bolsas de estudo, eventuais benefícios
complementares e projetos e atividades para a garantia
da educação básica em tempo integral, com
identificação precisa de cada um dos beneficiários;
c) plano de atendimento, na forma definida pelo art. 30,
durante o período pretendido de vigência da
certificação;
d) regimento ou estatuto; e
e) identificação dos integrantes do corpo dirigente, com
descrição de suas experiências acadêmicas e
administrativas.
O requerimento será analisado em relação ao cumprimento do
número mínimo de bolsas de estudo a serem concedidas
e,quanto ao conteúdo do plano de atendimento, será verificado o
cumprimento das metas do PNE, de acordo com as diretrizes e os
critérios de prioridade definidos pelo Ministério da Educação.
O requerimento de renovação de certificação deverá ser
acompanhado de relatório de atendimento às metas definidas no
plano de atendimento precedente.
Sem prejuízo do prazo de validade da certificação, a entidade
deverá apresentar relatórios anuais, contendo informações sobre
o preenchimento das bolsas de estudo e do atendimento às
metas previstas no plano de atendimento vigente, no prazo e
forma definidos pelo Ministério da Educação.
CERTIFICAÇÃO DAS ENTIDADES DE ASSISTÊNCIA SOCIAL
Compete ao Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome
conceder ou renovar a certificação das entidades beneficentes de
assistência social da área de assistência social que preencherem os
requisitos previstos na Lei no 12.101, de 2009.
Poderão ser certificadas as entidades de assistência social que
prestam serviços ou executam programas ou projetos
socioassistenciais, de forma gratuita, continuada e planejada, e
sem discriminação de seus usuários.
Consideram-se entidades de assistência social aquelas sem fins
lucrativos que, isolada ou cumulativamente, prestam atendimento
32
ou assessoramento aos beneficiários abrangidos pela Lei
no 8.742, de 1993, ou atuam na defesa e garantia de seus
direitos, nos termos do art. 3o da referida lei.
Observado o disposto acima, também são consideradas
entidades de assistência social:
as que prestam serviços ou ações socioassistenciais, sem
qualquer exigência de contraprestação dos usuários, com o
objetivo de habilitação e reabilitação da pessoa com
deficiência e de promoção da sua inclusão à vida
comunitária, no enfrentamento dos limites existentes para
as pessoas com deficiência, de forma articulada ou não
com ações educacionais ou de saúde.
as de que trata o inciso II do caput do art. 430 do Decreto-
Lei no 5.452, de 1o de maio de 1943, Consolidação das
Leis do Trabalho, desde que os programas de
aprendizagem de adolescentes, jovens ou pessoas com
deficiência sejam prestados com a finalidade de promover
a integração ao mercado de trabalho, nos termos da Lei nº
8.742, de 1993, observadas as ações protetivas previstas
na Lei no 8.069, de 13 de julho de 1990; e
as que realizam serviço de acolhimento institucional
provisório de pessoas e de seus acompanhantes, que
estejam em trânsito e sem condições de autossustento,
durante o tratamento de doenças graves fora da localidade
de residência.
Observado o disposto no item III, as entidades de acolhimento de
idosos poderão ser certificadas, com a condição de que eventual
cobrança de participação do idoso no custeio da entidade não
poderá exceder a 70% (setenta por cento) de qualquer benefício
previdenciário ou de assistência social percebido pelo idoso.
Para obter a concessão da certificação ou sua renovação, além
da documentação prevista comum a todas as áreas, a entidade
de assistência social deverá demonstrar:
natureza, objetivos e público-alvo compatíveis com a Lei
nº 8.742, de 1993 (Lei orgânica da Assistência Social), e
o Decreto no 6.308, de 14 de dezembro de 2007;
inscrição no Conselho de Assistência Social Municipal ou
do Distrito Federal, de acordo com a localização de sua
sede ou do Município em que concentre suas atividades,
nos termos do art. 9º da Lei nº 8.742, de 1993; e
inclusão no cadastro nacional de entidades e organizações
de assistência social de que trata o inciso XI do caput do
art. 19 da Lei nº 8.742, de 1993, na forma definida pelo
Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome.
33
A comprovação do vínculo da entidade de assistência social ao
SUAS ( Sistema Único da Assistência Social), suficiente para a
obtenção da certificação.
A verificação do vínculo da entidade de assistência social
ocorrerá no sistema de cadastro nacional de entidades e
organizações de assistência social na forma definida pelo
Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome.
A certificação de entidade de assistência social vinculada ao
SUAS não é automática e depende da formalização de prévio
requerimento, inclusive para sua renovação.
Documentação para Certificação.
Para a Certificação CEBAS são necessário os seguintes documentos:
comprovante de inscrição no Cadastro Nacional de Pessoa Jurídica -
CNPJ;
cópia da ata de eleição dos dirigentes e do instrumento comprobatório
de representação legal, quando for o caso;
cópia do ato constitutivo registrado, que demonstre a formalização como
PJ de direito privado e preveja, em seus atos constitutivos, em caso de
dissolução ou extinção, a destinação do eventual patrimônio
remanescente a entidade sem fins lucrativos congêneres ou a entidades
públicas.
relatório de atividades desempenhadas no exercício fiscal anterior ao
requerimento, destacando informações sobre o público atendido e os
recursos envolvidos;
balanço patrimonial;
demonstração das mutações do patrimônio líquido;
demonstração dos fluxos de caixa; e
demonstração do resultado do exercício e notas explicativas, com
receitas e despesas segregadas por área de atuação da entidade, se for
o caso.
2.3 Marco Regulatório do 3º Setor
Estabelecido pela Lei 13.019/2014 alterada pela lei 13.204/2015 e regulamentado pelo Decreto 8.726/2016 o terceiro setor experimenta e ainda absorve as transformações significativas na relação entre a Administração Pública e as entidades sem finalidade de lucro. O Marco Regulatório do terceiro setor estabelece o regime jurídico das parcerias entre a administração pública e as organizações da sociedade civil, em regime de mútua cooperação, para a consecução de finalidades de interesse público e recíproco, mediante a execução de atividades ou de projetos previamente estabelecidos em planos de trabalho inseridos em termos de colaboração, em termos de fomento ou em acordos de cooperação; define diretrizes para a política de fomento, de colaboração e de cooperação com organizações da sociedade civil. 2.3.1 Pessoas Jurídicas Enquadradas.
2.3.1.1 Organização da Sociedade Civil
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Considera-se Organização da Sociedade Civil as entidade privada sem fins lucrativos que não distribua entre os seus sócios ou associados, conselheiros, diretores, empregados, doadores ou terceiros eventuais resultados, sobras, excedentes operacionais, brutos ou líquidos, dividendos, isenções de qualquer natureza, participações ou parcelas do seu patrimônio, auferidos mediante o exercício de suas atividades, e que os aplique integralmente na consecução do respectivo objeto social, de forma imediata ou por meio da constituição de fundo patrimonial ou fundo de reserva. 2.3.1.2 Sociedade Cooperativa. As sociedades cooperativas previstas na Lei no 9.867, de 10 de novembro de 1999; as integradas por pessoas em situação de risco ou vulnerabilidade pessoal ou social; as alcançadas por programas e ações de combate à pobreza e de geração de trabalho e renda; as voltadas para fomento, educação e capacitação de trabalhadores rurais ou capacitação de agentes de assistência técnica e extensão rural; e as capacitadas para execução de atividades ou de projetos de interesse público e de cunho social. 2.3.1.3 Organização Religiosa
As organizações religiosas que se dediquem a atividades ou a projetos de interesse público e de cunho social distintas das destinadas a fins exclusivamente religiosos. 2.3.1.4 Instrumentos Jurídicos de Parceria As parcerias entre a Administração Pública Federal, independente de certificação, serão celebradas, tendo por objeto a execução de atividade ou projeto e deverão ser formalizadas por:
Termo de Fomento – Com transferência de recursos financeiros, adotado para consecução de planos de trabalho cuja concepção seja das Organizações da Sociedade Civil, com o objetivo de incentivar projetos desenvolvido ou criado por essas organizações.
Termo de Colaboração – Com transferência de recursos financeiros, adotado para consecução de planos de trabalho, cuja concepção seja da administração pública federal, com o objetivo de executar projetos ou atividades parametrizada pela administração pública federal.
Acordo de cooperação – instrumento por meio do qual são formalizadas as parcerias estabelecidas pela administração pública com organizações da sociedade civil para a consecução de finalidades de interesse público e recíproco que não envolvam a transferência de recursos financeiros, podendo ser proposto pela pela Administração publica federal ou pela organização da sociedade civil.
2.3.1.5 Chamamento Público. A celebração de termo de colaboração ou de fomento será precedida de chamamento público voltado a selecionar organizações da sociedade civil que tornem mais eficaz a execução do objeto, Exceto:
Os termos de colaboração ou de fomento que envolvam recursos decorrentes de emendas parlamentares às leis orçamentárias anuais e os acordos de cooperação.
Em relação aos acordos de cooperação, quando o objeto envolver a celebração de comodato, doação de bens ou
35
outra forma de compartilhamento de recurso patrimonial, hipótese em que haverá o respectivo chamamento público.
A administração pública poderá dispensar a realização do chamamento público:
o no caso de urgência decorrente de paralisação ou iminência de paralisação de atividades de relevante interesse público, pelo prazo de até cento e oitenta dias;
o nos casos de guerra, calamidade pública, grave perturbação da ordem pública ou ameaça à paz social;
o quando se tratar da realização de programa de proteção a pessoas ameaçadas ou em situação que possa comprometer a sua segurança;
o no caso de atividades voltadas ou vinculadas a serviços de educação, saúde e assistência social, desde que executadas por organizações da sociedade civil previamente credenciadas pelo órgão gestor da respectiva política.
2.3.1.6 Comissão de Seleção. O órgão ou a entidade pública federal designará, em ato específico, os integrantes que comporão a comissão de seleção, a ser composta por pelo menos um servidor ocupante de cargo efetivo ou emprego permanente do quadro de pessoal da administração pública federal.
O processo de seleção abrangerá a avaliação das propostas, a divulgação e a homologação dos resultados.
A avaliação das propostas terá caráter eliminatório e classificatório.
2.3.1.7 Formalização do Termo de Colaboração, de Fomento ou Acordo de cooperação. Clausulas essenciais:
I - a descrição do objeto pactuado;
II - as obrigações das partes;
III - quando for o caso, o valor total e o cronograma de desembolso;
V - a contrapartida, quando for o caso;
VI - a vigência e as hipóteses de prorrogação;
VII - a obrigação de prestar contas com definição de forma, metodologia e prazos;
VIII - a forma de monitoramento e avaliação, com a indicação dos recursos humanos e tecnológicos que serão empregados na atividade ou, se for o caso, a indicação da participação de apoio técnico, podendo a Administração Pública Federal delegar competência ou firmar parcerias com órgãos ou entidades que se situem próximos ao local de aplicação dos recursos.
IX - a obrigatoriedade de restituição de recursos, nos casos previstos Lei na Lei 13019/14;
X - a definição, se for o caso, da titularidade dos bens e direitos remanescentes na data da conclusão ou extinção da parceria e que, em razão de sua execução, tenham sido adquiridos, produzidos ou transformados com recursos repassados pela administração pública;
XI - a prerrogativa atribuída à administração pública para assumir ou transferir a responsabilidade pela execução do objeto, no caso de paralisação, de modo a evitar sua descontinuidade;
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XII - quando for o caso, a obrigação de a organização da sociedade civil manter e movimentar os recursos em conta bancária específica;
XIII o livre acesso dos agentes da administração pública, do controle interno e do Tribunal de Contas correspondente aos processos, aos documentos e às informações relacionadas a termos de colaboração ou a termos de fomento, bem como aos locais de execução do respectivo objeto;
XIV - a faculdade dos partícipes rescindirem o instrumento, a qualquer tempo, com as respectivas condições, sanções e delimitações claras de responsabilidades, além da estipulação de prazo mínimo de antecedência para a publicidade dessa intenção, que não poderá ser inferior a 60 (sessenta) dias;
XV - a indicação do foro para dirimir as dúvidas decorrentes da execução da parceria, estabelecendo a obrigatoriedade da prévia tentativa de solução administrativa, com a participação de órgão encarregado de assessoramento jurídico integrante da estrutura da administração pública;
XVI a responsabilidade exclusiva da organização da sociedade civil pelo gerenciamento administrativo e financeiro dos recursos recebidos, inclusive no que diz respeito às despesas de custeio, de investimento e de pessoal;
XX - a responsabilidade exclusiva da organização da sociedade civil pelo pagamento dos encargos trabalhistas, previdenciários, fiscais e comerciais relacionados à execução do objeto previsto no termo de colaboração ou de fomento, não implicando responsabilidade solidária ou subsidiária da administração pública a inadimplência da organização da sociedade civil em relação ao referido pagamento, os ônus incidentes sobre o objeto da parceria ou os danos decorrentes de restrição à sua execução.
Constará como anexo do termo de colaboração, do termo de fomento ou do acordo de cooperação o plano de trabalho, que dele será parte integrante e indissociável.
2.3.1.8 Liberação e contabilização dos Recursos Os recursos serão depositados em conta corrente, sem tarifa bancária, devendo ser automaticamente aplicado em caderneta de poupança ou em fundo de aplicação financeira de curto prazo ou em mercado aberto lastreado por título da dívida pública, enquanto não empregado na suas finalidade, obedecendo um cronograma de desembolso que guardará consonância com as metas da parceria.
2.3.1.9 Prestação de Contas. Objetivo demonstrar e verificar resultados e deverá conter elementos que
permitam avaliar a execução do objeto e o alcance das metas. Quando houver atuação em rede, cabe à organização da sociedade civil celebrante apresentar a prestação de contas. Para fins de prestação de contas anual e final, a organização da sociedade civil deverá apresentar relatório de execução do objeto, na plataforma eletrônica, que conterá:
I - a demonstração do alcance das metas referentes ao período de que trata a prestação de contas;
II - a descrição das ações desenvolvidas para o cumprimento do objeto;
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III - os documentos de comprovação do cumprimento do objeto, como listas de presença, fotos, vídeos, entre outros; e
IV - os documentos de comprovação do cumprimento da contrapartida, quando houver.
O relatório de execução do objeto, deverá ainda, fornecer elementos para avaliação:
o I - dos impactos econômicos ou sociais das ações desenvolvidas;
o II - do grau de satisfação do público-alvo, que poderá ser indicado por meio de pesquisa de satisfação, declaração de entidade pública ou privada local e declaração do conselho de política pública setorial, entre outros; e
o III - da possibilidade de sustentabilidade das ações após a conclusão do objeto.
Quando os elementos de avaliação acima forem desproporcional a complexidade da parceria ou ao interesse público, a administração publica federal, mediante justificativa prévia, poderá dispensar a observância destas exigências.
Estas informações serão fornecidas por meio da apresentação de documentos e por outros meios previstos no plano de trabalho.
O Plano de trabalho deverá conter, no mínimo os seguintes elementos: o I - a descrição da realidade objeto da parceria, devendo ser
demonstrado o nexo com a atividade ou o projeto e com as metas a serem atingidas;
o II - a forma de execução das ações, indicando, quando cabível, as que demandarão atuação em rede;
o III - a descrição de metas quantitativas e mensuráveis a serem atingidas;
o IV - a definição dos indicadores, documentos e outros meios a serem utilizados para a aferição do cumprimento das metas;
o V - a previsão de receitas e a estimativa de despesas a serem realizadas na execução das ações, incluindo os encargos sociais e trabalhistas e a discriminação dos custos indiretos necessários à execução do objeto;
o VI - os valores a serem repassados mediante cronograma de desembolso; e
o VII - as ações que demandarão pagamento em espécie, quando for o caso.
A organização da sociedade civil deverá apresentar justificativa na hipótese de não cumprimento do alcance das metas.
Quando a organização da sociedade civil não comprovar o alcance das metas ou quando houver evidência de existência de ato irregular, a administração pública federal exigirá a apresentação de relatório de execução financeira, que deverá conter:
o I - a relação das receitas e despesas realizadas, inclusive rendimentos financeiros, que possibilitem a comprovação da observância do plano de trabalho;
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o II - o comprovante da devolução do saldo remanescente da conta bancária específica, quando houver;
o III - o extrato da conta bancária específica; o IV - a memória de cálculo do rateio das despesas, quando for o
caso; o V - a relação de bens adquiridos, produzidos ou transformados,
quando houver; e o VI - cópia simples das notas e dos comprovantes fiscais ou recibos,
inclusive holerites, com data do documento, valor, dados da organização da sociedade civil e do fornecedor e indicação do produto ou serviço.
o A memória de cálculo deverá conter a indicação do valor
integral da despesa e o detalhamento da divisão de custos, especificando a fonte de custeio de cada fração, com identificação do número e do órgão ou entidade da parceria, vedada a duplicidade ou a sobreposição de fontes de recursos no custeio de uma mesma parcela da despesa.
o A análise do relatório de execução financeira será feita pela administração pública federal e contemplará: o I - o exame da conformidade das despesas, realizado pela
verificação das despesas previstas e das despesas efetivamente realizadas, por item ou agrupamento de itens, conforme aprovado no plano de trabalho.e
o II - a verificação da conciliação bancária, por meio da aferição da correlação entre as despesas constantes na relação de pagamentos e os débitos efetuados na conta corrente específica da parceria.
o As organizações da sociedade civil deverão manter a guarda dos documentos originais relativos à execução das parcerias pelo prazo de dez anos, contado do dia útil subsequente ao da apresentação da prestação de contas ou do decurso do prazo para a apresentação da prestação de contas.
Prestação de contas anual
o Nas parcerias com vigência superior a um ano, a organização da sociedade civil deverá apresentar prestação de contas anual para fins de monitoramento do cumprimento das metas previstas no plano de trabalho. o Prazo - até trinta dias após o fim de cada exercício, conforme
estabelecido no instrumento da parceria. o Exercício - cada período de doze meses de duração da parceria,
contado da primeira liberação de recursos para sua execução. o Consistirá na apresentação do Relatório Parcial de Execução do
Objeto na plataforma eletrônica. o Na hipótese de omissão no dever de prestação de contas anual, o
gestor da parceria notificará a organização da sociedade civil para, no prazo de quinze dias, apresentar a prestação de contas.
o Se persistir a omissão de prestar contas transcorrido o prazo para
saneamento da irregularidade ou da omissão, não havendo o saneamento, a autoridade administrativa competente, sob pena de responsabilidade solidária, deve adotar as providências para apuração
39
dos fatos, identificação dos responsáveis, quantificação do dano e obtenção do ressarcimento, nos termos da legislação vigente.
o A análise da prestação de contas anual será realizada por meio da produção de relatório técnico de monitoramento e avaliação quando a parceria for selecionada por amostragem, conforme ato do Ministro de Estado ou do dirigente máximo da entidade da administração pública federal, considerados os parâmetros a serem definidos pela Controladoria-Geral da União.
o A análise também será realizada quando: o I - for identificado o descumprimento injustificado do alcance das
metas da parceria no curso das ações de monitoramento e avaliação.
o II - for aceita denúncia de irregularidade na execução parcial do objeto, mediante juízo de admissibilidade realizado pelo gestor.
o A prestação de contas anual será considerada regular quando, da análise do Relatório Parcial de Execução do Objeto, for constatado o alcance das metas da parceria.
o Na hipótese de não comprovação do alcance das metas ou quando houver evidência de existência de ato irregular, a administração pública federal notificará a organização da sociedade civil para apresentar, no prazo de até trinta dias, Relatório Parcial de Execução Financeira, e subsidiará a elaboração do relatório técnico de monitoramento e avaliação.
o O relatório técnico de monitoramento e avaliação conterá: descrição sumária das atividades e metas estabelecidas; análise das atividades realizadas, do cumprimento das metas
e do impacto do benefício social obtido em razão da execução do objeto até o período, com base nos indicadores estabelecidos e aprovados no plano de trabalho;
valores efetivamente transferidos pela administração pública análise dos documentos comprobatórios das despesas
apresentados pela organização da sociedade civil na prestação de contas, quando não for comprovado o alcance das metas e resultados estabelecidos no respectivo termo de colaboração ou de fomento; e
análise de eventuais auditorias realizadas pelos controles interno e externo, no âmbito da fiscalização preventiva, bem como de suas conclusões e das medidas que tomaram em decorrência dessas auditorias
o o parecer técnico de análise da prestação de contas anual, que deverá: a) avaliar as metas já alcançadas e seus benefícios; e b) descrever os efeitos da parceria na realidade local referentes:
1. aos impactos econômicos ou sociais; 2. ao grau de satisfação do público-alvo; e 3. à possibilidade de sustentabilidade das ações após a
conclusão do objeto. o Na hipótese de o relatório técnico de monitoramento e avaliação
evidenciar irregularidade ou inexecução parcial do objeto, o gestor da parceria notificará a organização da sociedade civil para, no prazo de trinta dias:
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I - sanar a irregularidade; II - cumprir a obrigação; ou III - apresentar justificativa para impossibilidade de
saneamento da irregularidade ou cumprimento da obrigação.
o O gestor avaliará o cumprimento dos itens acima e atualizará o relatório técnico de monitoramento e avaliação, conforme o caso.
o Serão glosados valores relacionados a metas descumpridas sem justificativa suficiente.
o Na hipótese acima, se persistir irregularidade ou inexecução parcial do objeto, o relatório técnico de monitoramento e avaliação: o I - caso conclua pela continuidade da parceria, deverá
determinar: a) a devolução dos recursos financeiros relacionados à
irregularidade ou inexecução apurada ou à prestação de contas não apresentada; e
b) a retenção das parcelas dos recursos, o II - caso conclua pela rescisão unilateral da parceria, deverá
determinar: a) a devolução dos valores repassados relacionados à
irregularidade ou inexecução apurada ou à prestação de contas não apresentada; e
b) a instauração de tomada de contas especial, se não houver a devolução de que trata a alínea “a” no prazo determinado.
o O relatório técnico de monitoramento e avaliação será submetido à comissão de monitoramento e avaliação, que o homologará, no prazo de até quarenta e cinco dias, contado de seu recebimento.
o O gestor da parceria deverá adotar as providências constantes do relatório técnico de monitoramento e avaliação homologado pela comissão de monitoramento e avaliação.
o As sanções previstas poderão ser aplicadas independentemente das providências adotadas.
2.4 Imunidades e Isenções
As Entidades de Interesse Social que atuam em benefício da sociedade,
sem a finalidade de lucro, têm uma função social da mais alta relevância.
Suas atividades são tipicamente públicas, apesar de serem pessoas
jurídicas de direito privado. Ocorre que o Estado não consegue
desempenhar seu papel social de maneira satisfatória. Daí, a sociedade se
organiza em associações e fundações, buscando, ao menos, amenizar a
inoperância do Estado. Muito ainda precisa ser feito, mas a sociedade
organizada tem desempenhado um papel da mais alta importância social.
Reconhecendo o trabalho dessas entidades, o Poder Público tem procurado
conceder alguns benefícios para incentivar a criação de novas associações
e fundações e até mesmo propiciar a sobrevivência das que já existem.
Os principais benefícios concedidos são a imunidade e a isenção de
impostos e contribuições e a possibilidade do recebimento de recursos
41
públicos, por meio de convênios, contratos, subvenções sociais e termos de
parceria.
2.4.1 Imunidade
Vem de norma constitucional, que impõe ao Estado diversas vedações no poder de tributar. No que diz respeito às Entidades de Interesse Social, a Constituição Federal, em seu art. 150, estabelece a seguinte vedação:
“Art. 150. Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, é vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios: (...) VI – instituir impostos sobre: (...) c) patrimônio, renda ou serviços dos partidos políticos, inclusive suas fundações, das entidades sindicais dos trabalhadores, das instituições de educação e de assistência social, sem fins lucrativos, atendidos os
requisitos da lei”
A norma constitucional deixa claro que os Partidos Políticos e suas fundações
estão coberta pelo instituto da imunidade, contudo, não deixa claro a mesma
regra para as instituições de Educação e Assistência Social .
Estão abrangidas pela imunidades as Instituições de Educação que prestam
serviços educacionais de ensino fundamental, médio e superior, observado os
arts. 206 e 209, incisos I e II da Carta Magna. Estas Instituições só podem ser
associações, uma vez que o Novo Código Civil Brasileiro veda a criação de
Fundação para fins da Educação.
Já as Instituições de Assistência Social, podemos interpretar o termo
“Assistência Social”, em sentido amplo. Assim, estão abrangidas pelo preceito
constitucional as instituições de saúde, previdência e assistência social
propriamente dita.
A parte final do preceito constitucional em questão impõem que as instituições
de educação e de assistência social sejam sem finalidade de lucro, atendendo
aos preceitos da lei.
Lei 5.172/66 Código Tributário Nacional atendendo ao preceito Constitucional
estabelece:
“Art. 14. O disposto na alínea e do inciso IV do art. 9º é subordinado
à observância dos seguintes requisitos pelas entidades nele
referidas:
I – não distribuírem qualquer parcela de seu patrimônio ou de suas
rendas, a qualquer título;
II – aplicarem integralmente, no País, os seus recursos na
manutenção dos seus objetivos institucionais;
III – manterem escrituração de suas receitas e despesas em livros
revestidos de formalidades capazes de assegurar sua exatidão.”
42
Tributos alcançados pela imunidade.
FEDERAL ESTADUAL MUNCIPAL
Imposto sobre a Renda e Proventos de qualquer Natureza (IR)
Imposto sobre a Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS)
Imposto sobre Propriedade Predial e Territorial Urbana (IPTU)
Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI)
Imposto sobre a Propriedade de Veículos Automotores (IPVA)
Imposto sobre Serviços de Qualquer Natureza (ISS)
Imposto Territorial Rural (ITR)
Imposto sobre Transmissão Causa Mortis ou Doação de Bens e Direitos (ITCD)
Imposto sobre Transmissão Inter Vivos de Bens Imóveis (ITBI)
Imposto sobre Importação (II)
Imposto sobre Exportação (IE)
2.4.2 Isenções tributárias
A isenção é a inexigibilidade temporária do tributo, devido previsão
em lei, mesmo com a ocorrência do fato gerador e, em tese, da
obrigação tributária.
A isenção diferencia-se da imunidade. A imunidade tem caráter
permanente, somente podendo ser mudada com a alteração da
Constituição Federal, enquanto a isenção é temporária, ou seja, já na
sua concessão pode-se delimitar prazo de vigência, pois decorre de lei.
Na imunidade não ocorre o fato gerador da obrigação tributária,
diferentemente da isenção, onde ocorre o fato gerador, mas a lei torna o
crédito inexigível.
Assim, as isenções podem alcançar todos os tipos de tributo (impostos,
taxas, contribuições de melhoria, empréstimos compulsórios e
contribuições especiais). Cada esfera de Governo (federal, estadual e
municipal) legisla sobre a isenção dos tributos de sua competência.
Desta feita, se as pessoas jurídicas constituídas sob a forma de
fundação ou associação não se enquadrarem nas regras da imunidade,
deverão procurar identificar todas as normas referentes às isenções
(federal, estadual e municipal) para obtenção do benefício. Verificando
atender aos requisitos, deverá requerer à autoridade tributária, que não
poderá denegar o pedido diante do pleno enquadramento da entidade
nas regras da isenção.
2.4.3 Contribuições Sociais alcançadas pela isenção
As contribuições sociais possíveis de isenção são indicadas pelos artigos 22 e
23 da Lei nº 8.212, de 24 de julho de 1991, transcritos a seguir:
43
Art. 22. A contribuição a cargo da empresa, destinada à Seguridade Social,
além do disposto no art. 23, é de:
I – vinte por cento sobre o total das remunerações pagas, devidas ou
creditadas a qualquer título, durante o mês, aos segurados empregados e
trabalhadores avulsos que lhe prestem serviços, destinadas a retribuir o
trabalho, qualquer que seja a sua forma, inclusive as gorjetas, os ganhos
habituais sob a forma de utilidades e os adiantamentos decorrentes de
reajuste salarial, quer pelos serviços efetivamente prestados, quer pelo
tempo à disposição do empregador ou tomador de serviços, nos termos da
lei ou do contrato ou, ainda, de convenção ou acordo coletivo de trabalho ou
sentença normativa.
II – para o financiamento do benefício previsto nos arts. 57 e 58 da Lei nº
8.213, de 24 de julho de 1991, e daqueles concedidos em razão do grau de
incidência de incapacidade laborativa decorrente dos riscos ambientais do
trabalho, sobre o total das remunerações pagas ou creditadas, no decorrer
do mês, aos segurados empregados e trabalhadores avulsos:
a) 1% (um por cento) para as empresas em cuja atividade preponderante o
risco de acidentes do trabalho seja considerado leve;
b) 2% (dois por cento) para as empresas em cuja atividade preponderante
esse risco seja considerado médio;
c) 3% (três por cento) para as empresas em cuja atividade preponderante
esse risco seja considerado grave.
III – vinte por cento sobre o total das remunerações pagas ou creditadas a
qualquer título, no decorrer do mês, aos segurados contribuintes individuais
que lhe prestem serviços;
IV – quinze por cento sobre o valor bruto da nota fiscal ou fatura de
prestação de serviços, relativamente a serviços que lhe são prestados por
cooperados por intermédio de cooperativas de trabalho
Art. 23. As contribuições a cargo da empresa provenientes do faturamento
e do lucro, destinadas à Seguridade Social, além do disposto no art. 22, são
calculadas mediante a aplicação das seguintes alíquotas:
I – 2% (dois por cento) sobre sua receita bruta, estabelecida segundo o
disposto no § 1º do art. 1º do Decreto-lei nº 1.940, de 25 de maio de 1982,
com a redação dada pelo art. 22, do Decreto-lei nº 2.397, de 21 de
dezembro de 1987, e alterações posteriores;
II – 10% (dez por cento) sobre o lucro líquido do período-base, antes da
provisão para o Imposto de Renda, ajustado na forma do art. 2º da Lei
nº8.034, de 12 de abril de 1990.
§ 1º No caso das instituições citadas no § 1º do art. 22 desta Lei, a alíquota
da contribuição prevista no inciso II é de 15% (quinze por cento).
§ 2º O disposto neste artigo não se aplica às pessoas de que trata o art. 25.
2.5 Obrigações acessórias das Entidades do 3° Setor
Prevista no Código tributário Nacional, as obrigações acessórias
representam instrumentos jurídicos que funcionam como confissão aos
44
órgãos que representam o Estado, na figura do Fisco e outros reguladores.
Impostas às organizações, muitas vezes com informações redundantes as
Obrigações Acessórias têm a função de abastecer com dados diversos e
interligados de forma que sejam capazes e suficientes para levantamentos,
estudos, estatísticas, projeções, mas essencialmente, são instrumentos
fiscalizadores.
Art. 113. A obrigação tributária é principal ou acessória. § 1º A obrigação principal surge com a ocorrência do fato gerador, tem por objeto o pagamento de tributo ou penalidade pecuniária e extingue-se juntamente com o crédito dela decorrente. § 2º A obrigação acessória decorrente da legislação tributária e tem por objeto as prestações, positivas ou negativas, nela previstas no interesse da arrecadação ou da fiscalização dos tributos. § 3º A obrigação acessória, pelo simples fato da sua inobservância, converte-se em obrigação principal relativamente à penalidade pecuniária.
Enfim, todas as organizações formalmente constituídas estão sujeitas a apresentação das obrigações acessórias que podem variar de acordo com ramo de atividade, tributação, localização, etc...o que inclui também as organizações sem finalidade de lucro(o Terceiro Setor). 2.5.1 Declaração de Débitos e Créditos Tributários Federais (DCTF)
Obrigação onde são informadas à Receita Federal do Brasil, através de
aplicativo próprio todos os valores de tributos federais devidos (pagos ou
não) à Receita Federal, no período a que se refere. Criada pela
Instrução Normativa 129/1986 a mesma já teve várias alterações,
inclusive quanto à periodicidade que agora é mensal.
Caso a entidade de fato não tenha informações sobre débitos e créditos
de tributos federais, deverá, na entrega da DCTF relativa ao mês de
Dezembro, informar os meses os quais não teve informação a declarar.
2.5.2 Demonstrativo de Apurações de Contribuições Sociais (DACON)
Obrigação onde são demonstradas à Receita Federal do Brasil, a memória de cálculo das contribuições ao PIS/Pasep e à COFINS. No que tange às organizações sem a finalidade de lucro a obrigatoriedade da entrega dessa obrigação só atinge à organização cuja soma mensal das contribuições (PIS/Pasep e COFINS) sejam superiores a R$ 10.000,00 (Dez mil Reais).Esta Declaração, desde 01/2013, foi substituída pela Escrituração Fiscal Digital (EFD) para as empresas tributadas pelo lucro presumido e imunes/isentas do IRPJ e CSLL, que possui a mesma finalidade, entretanto, em formato de arquivo digital, com informações analíticas, onde a possibilidade de cruzamentos é extremamente ampla e rápida.
A Dacon foi instituído pela Instrução Normativa SRF nº 387, de 20 de janeiro de 2004 em substituição ao Demonstrativo de Apuração da Contribuição para o PIS/Pasep não-cumulativo (DAPIS), instituído pela IN SRF nº 365, de 29 de outubro de 2003 , que não produziu efeitos.
45
Estão obrigadas à entrega do Dacon as pessoas jurídicas de direito privado em geral e as que lhes são equiparadas pela legislação do Imposto de Renda, submetidas à apuração da Contribuição para o PIS/Pasep e da Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social (Cofins), nos regimes cumulativo e não-cumulativo, inclusive aquelas que apuram a Contribuição para o PIS/Pasep com base na folha de salários.
2.5.3 Escrituração Fiscal Digital Contribuições (EFD Contribuições)
Advento do Projeto do Serviço Público de Escrituração Digital (SPED), instituído pelo Decreto 6.022 de Janeiro/2007, a EFD veio para substituir a DACON, apresentando e demonstrando ao FISCO o cálculo e apuração das Contribuições Sociais ao PIS e COFINS, de forma analítica sobre os relativos à receita ou fato gerador das respectivas contribuições, quer seja sob a forma de vendas de mercadorias, serviços, ou folha de salários. Para as organizações sem finalidade de lucro, na condição de imune/isenta do Imposto de Renda, a obrigatoriedade da apresentação da EFD Contribuições ocorrerá a partir do mês em que o valor de tributos e contribuições for superior a R$ 10.000,00(dez mil Reais),conforme Instrução Normativa RFB 1252/2012. 2.5.4 Declaração de Imposto de Retido na Fonte (DIRF)
É a declaração feita pela fonte pagadora destinada a informar à Receita
Federal o valor do Imposto de Renda Retido na Fonte, dos rendimentos pagos
ou creditados para seus beneficiários, criada pela Instrução Normativa SRF 65
de 05 de Dezembro de 1996.
2.5.5 Declaração de Informações Econômico- Fiscais da Pessoa Jurídica
(DIPJ)
Instituída pela Instrução Normativa SRF 127/1998, a DIPJ é o resumo de todas
as operações econômico, fiscais e financeiras de todas as entidades durante o
exercício social, obrigatória a todas as pessoas jurídicas, ainda solicita dados
sociais ,previdenciários e sobretudo contábeis, onde além de outros o Balanço
Patrimonial e a Demonstração de Resultado do Exercício são fundamentais. No
caso das organizações do Terceiro Setor, normalmente as DIPJ´s são
entregues com a informação de imunidade ou isenção, conforme a
classificação da entidade.
Normalmente o prazo para entrega da DIPJ anual é até o último dia útil do mês
de Junho do ano seguinte.
Caso a entidade esteja inativa, ou seja, não tenha efetuado nenhum tipo de
operação financeira, econômica e/ou patrimonial no ano anterior, deverá
entregar a Declaração de Inatividade, cujo prazo normalmente encerra-se em
31 de Março do ano seguinte.
Importante ressaltar que o não cumprimento das obrigações acessórias, a
entrega em atraso, a entrega com informações incompletas e/ou incorretas
geram punições, que vão desde multas administrativas até início de
procedimentos de fiscalização, podendo ainda trazer efeitos negativos como
suspensão de imunidades, isenções, benefícios, impossibilidade de
emissão/renovação de certidões negativas, dentre outros.
46
A DIPJ foi substituída, a partir do ano-calendário de 2014, pela ECF -
Escrituração Contábil FISCAL.
A ECF será transmitida anualmente ao Sistema Público de Escrituração
Digital (Sped) até o último dia útil do mês de setembro do ano seguinte
ao ano-calendário a que se refira.
2.5.6 GFIP/SEFIP Guia de Recolhimento do FGTS e de Informações a
Previdência
A finalidade da GFIP é fornecer ao Governo informações sobre o empregado,
sua remuneração etc., além de apresentar dados de interesses da Previdência
Social, como informações relativas a fatos geradores de contribuições
previdenciárias e outras.
A GEFIP deve ser entregue por toda pessoa física ou jurídica sujeitas ao
recolhimento do FGTS ou as contribuições previdenciárias inclusive as
instituições sem fins lucrativos. Sua periodicidade é mensal e deve ser
entregue até ao dia 7 do mês seguinte da competência.
2.5.7 EXERCÍCIOS
1) Entidade que pode ser de personalidade jurídica de Privado e de direito
público
A) Associação
B) Partidos políticos
C) Fundação
D) Entidades religiosas
E) Autarquias
2) É uma forma jurídica de legalizar a união de pessoas em torno de
necessidades e objetivos comuns, sem finalidade de lucro.
(A) Partidos políticos
(B) Associação
(C) Fundação
(D) Autarquia
(E) Sociedade simples
3) Representam instrumentos jurídicos que funcionam como confissão aos
órgãos que representam o Estado, na figura do Fisco e outros reguladores.
Impostas às organizações, muitas vezes com informações redundantes,
têm a função de abastecer com dados diversos e interligados de forma que
sejam capazes e suficientes para levantamentos, estudos, estatísticas,
projeções, mas essencialmente, são instrumentos fiscalizadores.
A) Fato gerador
B) Contrato de gestão
C) Termo de parceria
D) Obrigação principal
E) Obrigação acessória
4) A Constituição Federal no Art. 150 inciso VI c veda a Administração
pública de instituir impostos. Esta vedação corresponde a:
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A) Isenção tributária
B) Imunidade tributária
C) Redução da base de cálculo
D) Elisão fiscal
E) Fato gerador
5) As entidades de interesse social de atuação em mais de uma área
deverá requerer o Certificado de Entidade Beneficente de Assistência
Social junto ao Ministério certificador da sua área de atuação
preponderante. Entende por área de atuação preponderante:
(A) Atividade principal da entidade
(B) Sempre será a de Assistência Social
(C) Área em que a entidade atua ha mais tempo
(D) Área na qual a entidade realiza a maior parte das suas
despesas
(E) Área de maior relevância
¨6) São requisitos essenciais para obtenção do CEBAS-EDUCAÇÃO.
EXCETO.
(A) Comprovação de constituição como pessoa jurídica de direito
público sem finalidade de lucro
(B) Obedecer ao princípio da universalidade de atendimento
(C) Estar constituída e em funcionamento há, no mínimo 12
meses
(D) Estar em conformidade com diretrizes e metas estabelecidas
pelo Plano Nacional de Educação (PNE)
(E) Atender a padrões mínimos de qualidade, aferidos pelos
processos de avaliação conduzidos pelo MEC.
7) A Escrita Fiscal Digital EFD para a entidade imunes/isentas ocorrerá:
(A) A receita bruta atingir a R$ 3.600.000,00.
(B) A partir do mês em que o valor de tributos e contribuições for
superior a R$ 10.000,00(dez mil Reais),conforme Instrução
Normativa RFB 1252/2012.
(C) A partir do mês em que o valor de tributos e contribuições for
superior a R$ 5.000,00(dez mil Reais),conforme Instrução
Normativa RFB 1252/2012.
(D) As entidades imunes/isentas não estão obrigadas a
apresentação da EFD.
8) São características inerentes a Fundação. EXCETO:
(A) Patrimônio disponibilizado por um instituidor.
(C) Somente poderá constituir-se para fins religiosos, morais,
culturais ou de assistência
(D) Se forma pela associação de pessoas físicas, nasce em
virtude da dotação de um patrimônio inicial, o qual servirá para
prestar serviços de interesse coletivo ou social.
(E) Controlada e fiscalizada pelo Ministério Público.
48
9) Assinale alternativa que contem somente pessoa jurídica de direito
privado.
(A) Partidos Políticos, Organizações Religiosas, Empresas
públicas.
(B) Autarquias, Partidos Políticos, Organizações Religiosas.
(C) Empresas Públicas, Partidos Políticos e Embaixadas.
(D) Embaixadas, Partidos Políticos e Autarquias
(E) Autarquias, Embaixadas e Consulados.
10) Não são passíveis de qualificação como Organizações da Sociedade
Civil de Interesse Público OSCIP. EXCETO:
(A) As sociedades comerciais.
(B) Os sindicatos, as associações de classe ou de representação
de categoria profissional.
(C) As instituições religiosas ou voltadas para a disseminação de
credos, cultos, práticas e visões devocionais e confessionais.
(D) As organizações partidárias e assemelhadas, inclusive suas
fundações.
(E) Promoção da assistência social.
11) Contabilize a operação a seguir:
Determinada entidade recebeu, em 15/6/2013, da prefeitura local um terreno avaliado em R$36.000,00 sobre o qual será edificado um abrigo para idosos. Os recursos financeiros estimados para construção, no valor de R$60.000,00, são da entidade. A entidade contratou uma empreiteira para edificação com pagamento ao final do contrato, previsto para 30/09/2013.
a) recebimento do terreno b) Pagamento efetuado à empreiteira c) Na conclusão do abrigo, reclassificação de imóvel em
andamento para imóvel de uso. O reconhecimento da receita de subvenção deve ocorrer a partir do reconhecimento da depreciação da edificação, de acordo com o item 18 da NBC TG 07, que assim estabelece:
18. Subvenção relacionada a ativo não depreciável pode requerer o
cumprimento de certas obrigações. O reconhecimento como receita deve
então acompanhar a apropriação das despesas necessárias ao cumprimento
das obrigações. Exemplificando: uma subvenção que transfira a propriedade
definitiva de um terreno pode ter como condição a construção de uma
planta industrial e é apropriada como receita na mesma proporção da
depreciação dessa planta. Poderão existir situações em que essa correlação
exija que parcelas da subvenção sejam reconhecidas segundo critérios
diferentes. Considerando que a depreciação da edificação ocorra em 30 anos, o reconhecimento da receita relativo ao valor do terreno recebido deve ocorrer na proporção do tempo de 30 anos. Como 30 anos corresponde a 360 meses, o valor mensal da receita a ser reconhecida é igual a:
49
Valor da receita mensal de subvenção = valor do terreno tempo de vida da edificação Valor da receita mensal de subverção = 36.000,00 = R$ 100,00 360 Valor da deprecição do abrigo = 60.000,00 = R$ 166,66 360 O valor de R$100,00 corresponde ao valor da receita de subvenção do terreno reconhecida proporcionalmente ao tempo de depreciação da edificação do abrigo. Contudo, deve-se observar que o valor da depreciação do abrigo é diferente do valor da receita de subvenção, em função de o valor da edificação ser maior do que o valor do terreno. Ainda deve ser observado que o terreno deve ser reconhecido pelo valor justo, que corresponde, neste caso, ao valor de mercado. O valor justo deve ser obtido por meio de avaliação realizada por profissional competente.
a) reconhecimento mensal da receita de subvenção do terreno;
b) reconhecimento mensal da despesa de depreciação
RESPOSTA
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10
3. Aspectos Contábeis
A ITG 2002 Entidade Sem finalidade de Lucro, estabelece critérios e
procedimentos específicos de avaliação, de reconhecimento das transações e
variações patrimoniais, de estruturação das demonstrações contábeis e as
informações mínimas a serem divulgadas em notas explicativas de entidade do
Terceiro setor.
3.1 Normas Brasileiras de Contabilidade Aplicada ao 3° Setor (Res. CFC
1.409/12)
A Resolução 1.409 do Conselho Federal de Contabilidade de 21 de
setembro de 2012 aprova a Interpretação Técnico Geral que trata das
peculiaridades inerentes às Entidades sem finalidade de lucro, descrevendo
o objetivo, o alcance, o reconhecimento dos atos e fatos administrativos, as
demonstrações contábeis, as contas de compensação, a divulgação das
demonstrações e traz ainda um apêndice com exemplos de demonstrações
contábeis mencionadas nesta Interpretação, cujo objetivo é auxiliar os
preparadores para divulgação das informações contábeis e financeiras das
entidades sem finalidade de lucros.
A entidade pode alterar e incluir contas para atender às especificidades da
entidade, inclusive agregar contas similares para fins de divulgação das
demonstrações contábeis, sempre que entender ser necessário. A
Resolução traz, ainda, um apêndice que acompanha, mas não faz parte da
Interpretação.
50
3.2 Escrituração Contábil
O CFC aprovou, por meio da Resolução CFC n.º 1.330/11, a Interpretação
Técnica Geral – ITG 2000 – Escrituração Contábil. A Interpretação
estabelece critérios e procedimentos a serem adotados pela entidade para
a escrituração contábil de seus fatos patrimoniais, por meio de qualquer
processo, bem como a guarda e a manutenção da documentação e de
arquivos contábeis e a responsabilidade do profissional da Contabilidade.
Além disso, a Interpretação deve ser adotada por todas as entidades,
independente da natureza e do porte, na elaboração da escrituração
contábil, observadas as exigências da legislação e de outras normas
aplicáveis, se houver.
Resumidamente, a Interpretação trata das formalidades da escrituração
contábil, livros diário e razão, da escrituração de filial, da documentação
contábil, do uso de contas de compensação e da retificação de lançamento
contábil.
Quanto às formalidades, a escrituração contábil deve ser realizada com
observância aos Princípios de Contabilidade.
A escrituração dos atos e fatos ocorridos nas Entidades sem finalidade de
lucro deve respeitar as peculiaridades dessas instituições. Assim, ao
elaborar o Plano de contas o contador observará as contas mais adequadas
para contemplar as transações de movimentação desse patrimônio,
reconhecendo que são diferente das demais, adotando terminologias
específicas para as contas de Lucros, Capital e para a denominação da
Demonstração de Resultado.
Para as entidades de interesse social com potencial de recebimento de
recursos de terceiros deve ser previstas contas para suportar tais
operações.
Sugestão de contas:
Recursos de Projeto
Ativo Circulante:
Banco conta movimento – Recursos Livres
Banco conta movimento – Recursos de terceiros
Banco conta movimento – Recursos com restrição
Aplicações Financeiras de liquidez imediata – Recurso livres
Aplicações Financeiras de liquidez imediata – Recurso de terceiros
Aplicações Financeiras de liquidez imediata – Recursos com
restrições
Passivo Circulante
Recursos de Entidades Pública Nacional
(-) Recursos aplicados de Entidades Pública Nacional
Recursos de Entidades Privada Nacional
(-) Recursos aplicados de Entidade Privada Nacional
Recursos de Entidade Internacional
(-) Recursos aplicados de Entidade Internacional
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Recursos Pendentes de Convênios e Contratos Pendentes Encerrados
Recursos de Entidade Pública Nacional
Recursos de Entidade Privada Nacional
Recursos de Entidade Internacional
Patrimônio Líquido
2.3.1 Patrimônio Social
2.3.2 Outras Reservas
2.3.3 Ajuste de Avaliação Patrimonial
2.3.4 Superávit ou Déficit
Receitas e Despesas
Devem ser segregadas por atividades e por custeio e investimento,
na Demonstração de Superávit ou Déficit do exercício. 3.2.1 Mensuração e Reconhecimento Contábil das Receitas de Doações.
Uma doação pode ser condicional ou incondicional: Incondicional, quando o
doador não impõem nenhuma condição a ser cumprida pela entidade;
condicional, sujeita a cumprimento de certas obrigações por parte da
entidade donatária. A utilização dessa classificação é muito importante para
o usuário externo, devendo constar do Plano de contas da entidade. As
doações podem ser classificadas, quanto à restrição em: sem restrição,
com restrição permanente e temporariamente restrita.
As doações podem ser recebidas para custeio ou investimento. Em
quaisquer das formas as doações podem ser in natura ou em espécie.
Quando in natura, os bens doados podem ter valor declarado ou não. Se o
doador preferir não declarar o valor do bem doado, é necessário que a
Entidade estime o valor com base nos preços cobrados pelo mercado.
Assim, se a entidade recebe arroz, feijão, óleo comestível e farinha, por
exemplo, deve valorar as quantidades recebidas pelo valor que esta
desembolsaria se fizesse a aquisição no mercado. O modo natural de obter
os preços é pesquisar em supermercado o bem recebido ou gênero
semelhante e produzir documento apto para registro, conforme
demonstrado no Quadro 1.
Quadro 1: Mensuração de doação de gênero alimentícios recebidos
Produtos recebidos Quantidade Parâmetro Unitário Valor Estimado
Feijão carioquinha 100 Kg 3,50 350,00
Arroz tipo 1 200 Kg 2,40 480,00
Farinha 10 Kg 4,50 45,00
Óleo de soja 20 litros 3,75 75,00
Total das doações 950,00
Considerando que a operação tenha ocorrido em uma data fictícias, por
exemplo, em 10 de julho de 2015, os registros contábeis seriam processados,
conforme demonstrado no Quadro 2.
Quadro 2: Reconhecimento contábil da despesa e receita
DATA Título da conta Débito Crédito Histórico
10/07/2015 Despesa suprimento alimentação 950,00 Doação de alimentos
52
10/07/2015 Receita de doação 950,00 Doação de alimentos
Total das doações 950,00 950,00
A titulação da conta deve obedecer ao elenco de contas previsto para
utilização pela Entidade. O Manual de Procedimentos Para o Terceiro Setor
2015, pag.117, disponível no endereço www.cf.org.br, sugere um elenco
de contas que poderá ser utilizado, caso o profissional da contabilidade
entenda que aquelas contas sejam adequadas para a Entidade.
3.2.2 Trabalho Voluntário utilizado como investimento.
Há circunstâncias em que trabalho voluntário e doações são recebidos com a finalidade de serem agregados ao patrimônio da entidade. Situações comuns desse tipo de ocorrência são construções de abrigos ou acomodações administrativas e de apoio. O trabalho voluntário típico dessa ocorrência é o de servente, pedreiro, mestre de obra e de engenheiro. Nessas circunstâncias, a doação é representada por material de construção, como cimento, ferro, tijolo, areia, brita e outros. A soma desses esforços, material de construção e trabalho voluntário resulta na edificação de unidade imobiliária que é incorporada ao patrimônio da entidade. Considerando a mesma data fictícia acima, vamos mensurar materiais e
serviços doados na construção de um abrigo.
Para tanto o Quadro 3 mostra o valor dos materiais de construção recebidos
e o trabalho voluntário profissionais envolvidos nesta construção.
Quadro 3: Mensuração de material de construção e trabalho voluntário
na edificação de um abrigo
Produtos recebidos Quantidade Parâmetro unitário Valor estimado
Tijolo de 8 furos 3 mil 200,00 600,00
Ferro de 5/16 600 kg 6,00 3.600,00
Cimento 100 sacos 25,00 2.500,00
Brita 2 caminhões 300,00 600,00
Areia lavada 4 caminhões 250,00 1.000,00
Serviço de pedreiro 100 horas 50,00 5.000,00
Serviço de servente 100 horas 20,00 2.000,00
Serviço de Engenheiro 50 horas 150,00 7.500,00 Soma das transações 22.800,00
O trabalho dos voluntários, o pedreiro, o ajudante e o engenheiro poderá
ser mensurado através de parâmetro fornecidos pelos Sindicatos de cada
categoria ou pelo valor que o mercado remunera esses profissionais.
Os preços dos materiais de construção poderão ser avaliados através de
consulta ao comércio do ramo.
O reconhecimento contábil, nesse caso, deve ser processado na conta de
construção em andamento, uma vez não se tratar de bens de consumo
imediato, e, sim, de um bem permanente que será utilizado ao longo da
existência da instituição. Assim, considerando que a transação tenha
ocorrido no dia 10 de julho de 2015, os registros contábeis ficariam
conforme demonstrado no quadro 4.
53
Quadro 4: Reconhecimento contábil do investimento produzido por
doação e trabalho voluntário
3.2.3Trabalho Voluntário utilizado como custeio.
Uma das formas para mensurar o valor do trabalho voluntário é recorrermos
a consulta as instituições de profissão regulamentada, ou, com base no
valor praticado no mercado.
O quadro 5 mostra exemplo de valoração de trabalho voluntário por
categoria profissional.
Quadro 5: Mensuração do trabalho profissional voluntário
Serviços voluntários Unidade de tempo
Parâmetro unitário
Valor estimado
Serviços médicos 10 horas 100,00 1.000,00
Serviços odontológicos 30 horas 100,00 3.000,00
Serviços contábeis 100 horas 100,00 10.000,00
Serviços de limpeza 120 horas 5,00 600,00
Serviços jurídicos 20 horas 100,00 2.000,00 Valor total do trabalho voluntário 16.600,00
A partir da mensuração do valor do trabalho, deve ser procedido o
reconhecimento contábil nas rubricas específicas de cada natureza de
serviço, utilizando a titulação e a função adequada de cada conta utilizada
pela entidade. No caso específico, as contas a serem utilizadas são contas
de despesas, pois a natureza dos serviços é de custeio. Considerando que
a transação tenha ocorrido no dia 10 de julho de 2015, os registros
contábeis seriam processados conforme demonstrado no Quadro 6.
Quadro 6: Reconhecimento contábil de trabalho voluntário aplicado no
custeio
DATA Título da conta Débito Crédito Histórico
10/07/2015 Despesas serviços médicos 1.000,00 Serviço Voluntário
10/07/2015 Receita de trabalho voluntário 1.000,00 Serviço Voluntário
10/07/2015 Despesa serviço odontológico 3.000,00 Serviço Voluntário
10/07/2015 Receita de trabalho voluntário 3.000,00 Serviço Voluntário
10/07/2015 Despesa serviços contábeis 10.000,00 Serviço Voluntário
10/07/2015 Receita de trabalho voluntário 10.000,00 Serviço Voluntário
10/07/2015 Despesa serviço de limpeza 600,00 Serviço Voluntário
10/07/2015 Receita de trabalho voluntário 600,00 Serviço Voluntário
10/07/2015 Despesa serviços jurídicos 2.000,00 Serviço Voluntário
10/07/2015 Receita de trabalho voluntário 2.000,00 Serviço Voluntário
Soma das transações 16.600,00 16.600,00
Com este procedimento, a entidade registra, simultaneamente, a aplicação
na despesa de custeio e a fonte em receita de trabalho voluntário.
DATA Título da conta Débito Crédito Histórico
10/07/2015 Construção em Andamento 8.300,00 Mat.Construção
10/07/2015 Receita de doação 8.300,00 Mat.Construção
10/07/2015 Construção em Andamento 14.500,00 Trb. Voluntário
10/07/2015 Receita de trabalho Voluntário 14.500,00
54
3.2.4 Reconhecimento das imunidades e isenções
As Entidades de gozem dos benefícios da imunidade e da isenções devem
reconhecer para cada tributo, a despesa e o passivo tributário, como se devido
fosse no mês do fato gerador.
O Quadro 6 mostra como fica esse reconhecimento.
Quadro6: Reconhecimento de tributos oriundos de imunidade e isenção
1 Imposto de Renda Pessoa Jurídica
Debitar Despesa de Imposto de Renda (Conta de Resultado)
Creditar Imposto de Renda - Exigibilidade suspensa ( Conta de Passivo) 2 Contribuição Social Sobre Lucro Líquido
Debitar CSLL (Conta de Resultado)
Creditar CSLL – Exigibilidade Suspensa ( Conta de Passivo)
3 Imposto sobre Produtos Industrializados
Debitar IPI (Conta de Resultado)
Creditar IPI – Exigibilidade Suspensa (Conta de Passivo) 4 Imposto de Importação
Debitar Imposto de Importação ( Conta de Resultado )
Creditar Imposto de Importação – Exigibilidade Suspensa ( Conta de Passivo
5 Contribuição para a Previdência Social
Debitar Previdência Social ( Conta de Resultado )
Creditar Previdência Social – Exigibilidade Suspensa ( Conta de Passivo) 6 ISSQN
Debitar ISSQN ( Conta de Resultado )
Creditar ISSQN – Exigibilidade Suspensa ( Conta de Passivo )
Constatada as condições exigidas para o gozo do benefício tributário, o
passivo deve ser baixado contra a conta de resultado.
O Quadro 7 mostra como deve ser esta baixa.
Quadro 7: Baixa do Passivo tributário objeto do Beneficio da imunidade e
da isenção.
1 Imposto de Renda Pessoa Jurídica
Debitar Imposto de Renda - Exigibilidade suspensa ( Passivo)
Creditar Isenção e Imunidade tributária - IRPJ ( Resultado) 2 Contribuição Social Sobre Lucro Líquido
Debitar CSLL – Exigibilidade Suspensa ( Passivo)
Creditar Isenção e Imunidade Tributária - CSLL ( Resultado)
3 Imposto Sobre Produtos Industrializados
Debitar IPI – Exigibilidade Suspensa ( Passivo )
Creditar Isenções e Imunidades Tributárias IPI ( Resultado) 4 Imposto de Importação
Debitar Imposto de Importação – Exigibilidade Suspensa ( Passivo)
Creditar Isenção e Imunidade Tributária - II (Conta de Resultado)
5 Contribuição para Previdência
Debitar Previdência Social – Exigibilidade Suspensa ( Passivo)
Creditar Isenção e Imunidade Tributária - Prev. Social ( Resultado) 6 ISSQN
Debitar ISSQN – Exigibilidade Suspensa (Passivo)
Creditar Isenção e Imunidade Tributária – ISSQN (Resultado)
55
Obs: É importante acompanhar o ato da autoridade tributária homologando o
tributo, reconhecendo que a Entidade satisfaz às condições para fruição do
tributo respectivo.
3.2.5 Receita de Convênios e Contrapartidas de Convênios
Convênios são representados por instrumentos jurídicos em que as partes se
obrigam na execução do objetivo. Quando celebrado com a Administração
Pública, o convênio não permite remuneração à Entidade executora. Se exigir
contrapartida, por parte da Entidade executora, esta poderá ser financeira ou
não. Tendo caráter financeiro o aporte deverá ser na conta do convênio para
completar a totalidade dos recursos necessários quantificado no plano de
trabalho. Se não for financeira o Instrumento jurídico deverá estabelecer a
forma que a contrapartida poderá ser efetuada ( Pessoal, material, serviços de
terceiros e outros)
A Entidade deverá manter em sua contabilidade contas específicas com
esquemas contábeis distintos para cada convenio que executar.
Os registros dos recursos de Convênios, estão demonstrados no Quadro 8.
Quadro 8: Reconhecimento de Recursos de Convênios
1 Entrada de Recursos Financeiros na Contabilidade do Convênio
Debitar Banco (Conta de disponibilidade de Convênio)
Creditar Recursos de Convênios ( Passivo)
2 Realização da Despesa na Conta de Convênio
Debitar Despesa de Convênio (Resultado)
Creditar Banco ( Disponibilidade de Convênio)
3 Reconhecimento simultâneo da Receita de Convênio
Debitar Recursos de Convênio (Passivo)
Creditar Receita de Convênio ( Resultado)
Registros da contrapartida estão demonstrados no Quadro 9.
Quadro 9: Reconhecimento da Contrapartida de Recursos de Convênio
1 Contrapartida com Recursos Financeiros na Contabilidade do Convênio
Debitar Banco (Conta Disponibilidade )
Creditar Recurso de Convênio ( Passivo ) 2 Contrapartida com Recursos Não Financeiros na Contabilidade do Convênio
Debitar Despesa de Convênio ( Conta específica )
Creditar Recursos de Convênio (Passivo)
Com a realização da despesa do convênio, deve ser reconhecida a receita
do convênio em igual valor, como segue:
Quadro 10: Reconhecimento da Receita da Contrapartida do Convênio
1 Reconhecimento da Receita de Contrapartida do Convênio
Debitar Recursos de Convênio (Passivo)
Creditar Receita de convênio
Há de se compreender que a receita de contrapartida do convênio
corresponde a uma despesa da entidade executora do convênio que deve
ser registrada em rubrica contábil específica do resultado.
56
Assim, a entidade executora deverá manter registros por convênio referente
à contrapartida financeira e não financeira em conta de resultado.
3.2.6 Reconhecimento da gratuidade
A ITG 2002 aprovada pela Resolução 1.409/12 estabelece no item 13 que:
“Os benefícios concedidos pela entidade sem finalidade de
lucros a título de gratuidade devem ser reconhecidos de
forma segregada, destacando-se aqueles que devem ser
utilizados em prestações de contas nos órgãos
governamentais.”
A titulo de exemplo o Quadro 11 demonstra como a entidade deve proceder
no reconhecimento da gratuidade.
Quadro 11: Reconhecimento do valor da gratuidade ofertada pela
Entidade de Interesse Social
1 Gratuidade ofertada em bens tangíveis (Medicamentos, vestuários, etc)
Debitar Benefícios concedidos de Gratuidade ( Resultado)
Creditar Estoque ( Ativo Circulante )
2 Gratuidade disponib bens intangíveis (serviços de educação, saúde, etc)
Debitar Benefícios concedidos de Gratuidade ( Resultado )
Creditar Contas a Receber ( Ativo Circulante)
3.3 Demonstrações Contábeis
As demonstrações contábeis, que devem ser elaboradas pela entidade sem
finalidade de lucros, são:
Balanço Patrimonial;
Demonstração do Resultado do Período;
Demonstração das Mutações do Patrimônio Líquido;
Demonstração dos Fluxos de Caixa; e
Notas Explicativas,
Conforme previsto na NBC TG 26 ou na Seção 3 da NBC TG 1000, quando
aplicável.
No Balanço Patrimonial, a denominação da conta Capital deve ser
substituída por Patrimônio Social, integrante do grupo Patrimônio Líquido.
No Balanço Patrimonial e nas Demonstrações do Resultado do Período,
das Mutações do Patrimônio Líquido e dos Fluxos de Caixa, as palavras
lucro ou prejuízo devem ser substituídas por superávit ou déficit do
período.
Na Demonstração do Resultado do Período, devem ser destacadas as
informações de gratuidade concedidas e serviços voluntários obtidos, e
divulgadas em notas explicativas por tipo de atividade.
Na Demonstração dos Fluxos de Caixa, as doações devem ser
classificadas nos fluxos das atividades operacionais.
3.3.1 Finalidade das Demonstrações Contábeis
Especificamente, o objetivo das demonstrações contábeis destinadas a
atender a propósitos gerais sob a ótica do Terceiro Setor deve ser o de
proporcionar informação útil para a tomada de decisão e para demonstrar a
57
existência da accountability da entidade quanto aos recursos que lhe foram
confiados, fornecendo informações:
sobre fontes, destinação e uso de recursos financeiros;
sobre como a entidade financiou suas atividades e reuniu
os recursos financeiros necessários;
que são úteis na avaliação da habilidade da entidade de
financiar suas atividades e cumprir com suas obrigações e
compromissos;
sobre a condição financeira da entidade e mudanças
adotadas que contribuíram para a consolidação dessa
condição;
úteis e agregadas para a avaliação do desempenho da
entidade em termos de custos de seus serviços, eficiência
e realizações.
3.3.2 Regime de Competência
Com a finalidade de atingir seus objetivos, demonstrações contábeis são
preparadas conforme o regime contábil de competência. Segundo esse
regime, os efeitos das transações e outros eventos são reconhecidos
quando ocorrem (e, não, quando caixa ou outros recursos financeiros
são recebidos ou pagos) e são lançados nos registros contábeis e
reportados nas demonstrações contábeis dos períodos a que se
referem. As demonstrações contábeis preparadas pelo regime de
competência informam aos usuários não somente sobre transações pas-
sadas envolvendo o pagamento e o recebimento de caixa ou outros
recursos financeiros, mas também sobre obrigações de pagamento no
futuro e sobre recursos que serão recebidos no futuro. Dessa forma,
apresentam informações sobre transações passadas e outros eventos
que sejam as mais úteis aos usuários na tomada de decisões
econômicas. O regime de competência pressupõe a confrontação entre
receitas e despesas.
3.3.3 Pressuposto da Continuidade Normal das Operações
Ao elaborar as demonstrações contábeis, a administração deve fazer uma
avaliação da capacidade de a entidade continuar em operação em futuro
previsível. A entidade está em continuidade a menos que a administração
tenha intenção de cessar suas atividades, ou ainda não possua alternativa
realista senão a descontinuação de suas atividades. Ao avaliar se o
pressuposto de continuidade é apropriado, a administração deve levar em
consideração toda a informação disponível sobre o futuro, que é o período
mínimo, mas não limitado, de doze meses a partir da data de divulgação
das demonstrações contábeis. Os estatutos das Entidades do Terceiro
Setor normalmente disciplinam qual será a destinação do seu patrimônio
em caso de descontinuidade. Via de regra, em caso de descontinuidade, o
patrimônio é revertido para outra entidade de finalidade comum, algumas
vezes identificada no próprio estatuto.
58
Quando a administração, ao fazer sua avaliação, tiver conhecimento de
incertezas relevantes relacionadas com eventos ou condições que possam
lançar dúvidas significativas acerca da capacidade de a entidade
permanecer em continuidade, essas incertezas devem ser divulgadas.
Quando as demonstrações contábeis não forem elaboradas no
pressuposto da continuidade, esse fato deve ser divulgado juntamente
com as bases com as quais as demonstrações contábeis foram
elaboradas e a razão pela qual não se pressupõe a continuidade da
entidade.
3.3.4 Modelo de Demonstrações Contábeis ( Res. 1.409/12 )
A Resolução 1.409/12 apresenta, apêndice com exemplos de
Demonstrações Contábeis mencionadas na ITG 2002 cujo objetivo é
auxiliar os preparadores para divulgação das informações contábeis e
financeiras das entidades sem finalidade de lucros. A entidade pode
alterar e incluir contas para atender às especificidades da entidade,
inclusive agregar contas similares para fins de divulgação das
demonstrações contábeis, sempre que entender ser necessário. O
Apêndice acompanha, mas não faz parte da Interpretação.
3.3.4.1 Balanço Patrimonial
20x1 20x0
ATIVO
Circulante
Caixa e Equivalentes de Caixa
Caixa
Banco C/Movimento – Recursos sem Restrição
Banco C/Movimento – Recursos com Restrição
Aplicações Financeiras – Recursos sem Restrição
Aplicações Financeiras – Recursos com Restrição
Créditos a Receber
Mensalidades de Terceiros
Atendimentos Realizados
Adiantamentos a Empregados
Adiantamentos a Fornecedores
Recursos de Parcerias em Projetos
Tributos a Recuperar
Despesas Antecipadas
59
Estoques
Produtos Próprios para Venda
Produtos Doados para Venda
Almoxarifado / Material de Expediente
Não Circulante
Realizável a Longo Prazo
Aplicações Financeiras – Recursos sem Restrição
Aplicações Financeiras – Recursos com Restrição
Valores a Receber
Investimentos
Investimentos Permanentes
Imobilizado
Bens sem Restrição
Bens com Restrição
(-) Depreciação Acumulada
Intangível
Direitos de Uso de Softwares
Direitos de Autor e de Marcas
(-) Amortização Acumulada
60
20x1 20x0
PASSIVO
Circulante
Fornecedores de bens e serviços
Obrigações com Empregados
Obrigações Tributárias
Empréstimos e Financiamentos a Pagar
Recursos de Projetos em Execução
Recursos de Convênios em Execução
Subvenções e Assistências Governamentais a Realizar
Não Circulante
Empréstimos e Financiamentos a Pagar
Recursos de Projetos em Execução
Recursos de Convênios em Execução
Subvenções e Assistências Governamentais a Realizar
Patrimônio Líquido
Patrimônio Social
Outras Reservas
Ajustes de Avaliação Patrimonial
Superávit ou Déficit Acumulado
3.3.4.2 Demonstração do Resultado do Período
20x1 20x0
RECEITAS OPERACIONAIS
Com Restrição
Programa (Atividades) de
Educação
Programa (Atividades) de
Saúde
Programa (Atividades) de
Assistência Social
Programa (Atividades) de
Direitos Humanos
61
Programa (Atividades) de
Meio Ambiente
Outros Programas
(Atividades)
Gratuidades
Trabalho Voluntário
Rendimentos Financeiros
Sem Restrição
Receitas de Serviços
Prestados
Contribuições e Doações
Voluntárias
Ganhos na Venda de Bens
Rendimentos Financeiros
Outros Recursos Recebidos
CUSTOS E DESPESAS
OPERACIONAIS
Com Programas (Atividades)
Educação
Saúde
Assistência Social
Direitos Humanos
Meio Ambiente
Gratuidades Concedidas
Trabalho Voluntário
RESULTADO BRUTO
DESPESAS OPERACIONAIS
Administrativas
Salários
Encargos Sociais
62
Impostos e Taxas
Aluguéis
Serviços Gerais
Manutenção
Depreciação e Amortização
Perdas Diversas
Outras despesas/receitas
operacionais
OPERAÇÕES DESCONTINUADAS
(LÍQUIDO)
SUPERÁVIT/DÉFICIT DO PERÍODO
Observações:
1) As despesas administrativas se referem àquelas indiretas ao programa
(atividades);
2) As gratuidades e o trabalho voluntário devem ser demonstrados por
programa (atividades) em Nota Explicativa.
3.3.4.3 Demonstração das Mutações do Patrimônio Líquido
Em 1/12/20x1
Patrimônio
Social
Outras
Reservas
Ajustes de
Avaliação
Patrimonial
Superávit
/ Déficit
Total do
Patrimônio
Líquido
Saldos iniciais em
31.12.20x0 X - - X X
Movimentação do
Período
Superávit / Déficit
do Período X X
Ajustes de
Avaliação
Patrimonial
X X
63
3.3.4.3 Demonstração dos Fluxos de Caixa
Recursos de
Superávit com
Restrição
X (X) -
Transferência de
Superávit de
Recursos sem
Restrição
X (X)
-
Saldos finais em
31/12/20x1 X X X - X
1. Método Direto 20x1 20x0
Fluxo de Caixa das Atividades Operacionais
Recursos Recebidos
Entidades Governamentais 3,00 2,00
Entidades Privadas 3,00 1,00
Doações e Contribuições Voluntárias 1,00 1,00
Próprios 1,00 2,00
Rendimentos Financeiros 1,00 1,00
Outros 1,00 1,00
Pagamentos Realizados
Aquisição de bens e Serviços – Programas (Atividades)
Executados
(3,00) (2,00)
Salários e Encargos Sociais do Pessoal Administrativo (1,00) (1,00)
Contribuições Sociais, Impostos e Taxas (0,00) (0,00)
Outros Pagamentos (1,00) (1,00)
(=) Caixa Líquido Gerado pelas Atividades Operacionais 5,00 4,00
Fluxo de Caixa das Atividades de Investimento
Recursos Recebidos pela Venda de Bens 1,00 2,00
Outros Recebimentos por Investimentos Realizados 1,00 1,00
64
2. Método Indireto 20x1 20x0
Fluxo de Caixa das Atividades Operacionais
Superávit (Déficit) do Período 1,00 1,00
Ajustes por:
(+) Depreciação 1,00 1,00
(+) Amortização 1,00 1,00
(+) Perda de Variação Cambial 1,00 0,00
(-) Ganho na Venda de Bens do Imobilizado (1,00) (1,00)
Superávit (Déficit) Ajustado 3,00 2,00
Aumento (Diminuição) nos Ativos Circulantes
Mensalidades de Terceiros 2,00 3,00
Atendimentos Realizados 4,00 3,00
Adiantamentos a Empregados (1,00) (1,00)
Adiantamentos a Fornecedores (1,00) (1,00)
Recursos de Parcerias em Projetos (1,00) (1,00)
Tributos a Recuperar 1,00 1,00
Aquisições de Bens e Direitos para o Ativo (3,00) (4,00)
(=) Caixa Líquido Consumido pelas Atividades de Investimento (1,00) (1,00)
Fluxo de Caixa das Atividades de Financiamento
Recebimentos de Empréstimos 1,00 3,00
Outros Recebimentos por Financiamentos 1,00 1,00
Pagamentos de Empréstimos (2,00) (2,00)
Pagamentos de Arrendamento Mercantil (2,00) (3,00)
(=) Caixa Líquido Consumido pelas Atividades de
Financiamento
(2,00) (1,00)
(=) Aumento Líquido de Caixa e Equivalentes de Caixa 2,00 2,00
Caixa e Equivalentes de Caixa no Início do Período 3,00 1,00
Caixa e Equivalentes de Caixa no Fim do Período 5,00 3,00
65
Despesas Antecipadas (1,00) (1,00)
Outros Valores a Receber 2,00 5,00 1,00 4,00
Aumento (Diminuição) nos Passivos Circulantes
Fornecedores de bens e serviços (3,00) (2,00)
Obrigações com Empregados (2,00) (1,00)
Obrigações Tributárias (1,00) (1,00)
Empréstimos e Financiamentos a Pagar 4,00 3,00
Recursos de Projetos em Execução (2,00) (1,00)
Recursos de Convênios em Execução (1,00) (1,00)
Subvenções e Assistências Governamentais 3,00 2,00
Outras Obrigações a Pagar (1,00) (3,00) (1,00) (2,00)
(=) Caixa Líquido Gerado pelas Atividades Operacionais 5,00 4,00
Fluxo de Caixa das Atividades de Investimento
Recursos Recebidos pela Venda de Bens 1,00 2,00
Outros Recebimentos por Investimentos Realizados 1,00 1,00
Aquisições de Bens e Direitos para o Ativo (3,00) (4,00)
(=) Caixa Líquido Consumido pelas Atividades de
Investimento
(1,00) (1,00)
Fluxo de Caixa das Atividades de Financiamento
Recebimentos de Empréstimos 1,00 3,00
Outros Recebimentos por Financiamentos 1,00 1,00
Pagamentos de Empréstimos (2,00) (2,00)
Pagamentos de Arrendamento Mercantil (2,00) (3,00)
(=) Caixa Líquido Consumido pelas Atividades de
Financiamento
(2,00) (1,00)
(=) Aumento Líquido de Caixa e Equivalentes de Caixa 2,00 2,00
Caixa e Equivalentes de Caixa no Início do Período 3,00 1,00
Caixa e Equivalentes de Caixa no Fim do Período 5,00 3,00
66
3.3.5 Notas Explicativas
As demonstrações contábeis devem ser complementadas por notas
explicativas que contenham, pelo menos, as seguintes informações:
contexto operacional da entidade, incluindo a natureza social e
econômica e os objetivos sociais;
os critérios de apuração da receita e da despesa, especialmente
com gratuidade, doação, subvenção, contribuição e aplicação de
recursos;
a renúncia fiscal relacionada com a atividade deve ser
evidenciada nas demontrações contábeis como se a obrigação
devida fosse;
as subvenções recebidas pela entidade, a aplicação dos recursos
e as responsabilidades decorrentes dessas subvenções;
os recursos de aplicação restrita e as responsabilidades
decorrentes de tais recursos;
os recursos sujeitos a restrição ou vinculação por parte do
doador;
eventos subsequentes à data do encerramento do exercício que
tenham, ou possam vir a ter, efeito relevante sobre a situação
financeira e os resultados futuros da entidade;
as taxas de juros, as datas de vencimento e as garantias das
obrigações em longo prazo;
informações sobre os seguros contratados;
a entidade educacional de ensino superior deve evidenciar a
adequação da receita com a despesa de pessoal, segundo
parâmetros estabelecidos pela Lei das Diretrizes e Bases da
Educação e sua regulamentação;
os critérios e procedimentos do registro contábil de depreciação,
amortização e exaustão do ativo imobilizado, devendo ser
observado a obrigatoriedade do reconhecimento com base em
estimativa de sua vida útil;
segregar os atendimentos com recursos próprios dos demais
atendimentos realizados pela entidade;
todas as gratuidades praticadas devem ser registradas de forma
segregada, destacando aquelas que devem ser utilizadas na
prestação de contas nos órgãos governamentais, apresentando
dados quantitativos, ou seja, valores dos benefícios, número de
atendidos, número de atendimentos, número de bolsistas com
valores e percentuais representativos;
a entidade deve demonstrar, comparativamente, o custo e o valor
reconhecido quando este valor não cobrir os custos dos serviços
prestados.
67
4. Exercícios
1) A Entidade de interesse social ABC obteve no mês de julho as seguintes
doações:
Genero alimentícios.
o Feijão 100 kg valor unitário R$ 3,50
o Arroz 200 Kg valor unitário R$ 2,50
o Farinha 50 Kg valor unitário R$ 3,50
o Óleo de soja 20 litros, valor unitário R$ 2,75
o Salsicha 10 kg, valor unitário R$ 4,35
Trabalho voluntário.
o Médico – 20 horas – R$ 100,00 hora
o Dentista – 10 horas – R$ 100,00
o Contador – 30 horas – R$ 100,00
o Advogado – 10 horas – R$ 100,00
Elabore: quadro de mensuração e do reconhecimento contábil.
5. Anexos.
TERMO DE ADESÃO DE VOLUNTÁRIO COM BASE NA LEI DO
VOLUNTÁRIO (LEI Nº 9.608/98)
________________________ (NOME DA ENTIDADE), entidade beneficente
sem fins lucrativos situada na __________________________ (endereço),
inscrita no CNPJ sob nº ______________________, neste ato representada
por seu ____________________ (cargo), ____________________ (nome),
doravante denominada ENTIDADE, vem celebrar com _______________
(NOME DO VOLUNTÁRIO), ___________ (nacionalidade), ________ (estado
civil), RG nº ____________________, CPF nº ______________________
residente na ________________________________________ (endereço),
denominado/a VOLUNTÁRIO neste instrumento particular, o presente TERMO
DE ADESÃO, com as seguintes condições e condições abaixo:
Cláusula 1ª - O objeto do presente Termo que as partes supra qualificadas
firmam é o estabelecimento de regras para a atuação do voluntário.
Cláusula 2ª - O voluntário se compromete a auxiliar a entidade no
desenvolvimento/implementação
___________________________________________ (descrever as atividades
que o voluntário se comprometer a ajudar desenvolver: oficinas, projetos, etc.).
Cláusula 3ª - Seu horário de atividade será
__________________________________________ (período do dia e dias da
semana que o voluntário estará disponível). Parágrafo Único – O horário acima
estabelecido de pleno acordo entre as partes poderá ser revisto e alterado a
68
qualquer momento, por iniciativa de qualquer das partes, desde que conte com
o expresso consentimento da outra.
Cláusula 4ª - Poderá o voluntário ser aproveitado em outras atividades da
entidade durante a vigência deste instrumento particular, desde que conte com
o seu consentimento expresso e sejam os horários compatíveis com a
atividade mencionada neste termo de adesão, em sua cláusula 2ª.
Cláusula 5ª - As despesas expressamente autorizadas pela entidade e
realizadas em benefício desta poderão ser reembolsadas ao voluntário se este
assim o desejar. O reembolso será feito mediante assinatura de recibo por
parte do voluntário.
Parágrafo único - Caso o voluntário não desejar o reembolso, deverá esta
manifestação de vontade ser expressa, mediante termo escrito.
Cláusula 6ª - O presente instrumento particular tem prazo de duração de
_____ meses, tendo início em _________________ e término em
_________________, podendo, no entanto, ser rescindido antes do prazo
mediante comunicação escrita de uma das partes a outra, com antecedência
mínima de ________ (____________) dias, motivando a decisão.
Cláusula 7ª - Fica eleito de comum acordo o foro da Comarca de
__________________________ com exceção de qualquer outro, por mais
especial que seja, para dirimir qualquer dúvida ou litígio decorrente do
cumprimento deste instrumento particular. Por fim, consciente está o voluntário
que o serviço voluntário, conforme Lei Federal nº 9.608, que segue junto a este
Termo, "não gera vínculo empregatício, nem obrigação de natureza trabalhista,
previdenciária ou afim”. Estando as partes plenamente de acordo com o acima
exposto, subscrevem o presente em _____ (______) vias de igual teor e forma
na presença das testemunhas abaixo.
________________, ____de ________________ de ________
_________________________________
(ENTIDADE) _________________________________
(VOLUNTÁRIO)
TESTEMUNHAS:
1. ______________________________
Nome: RG: CPF:
2. ______________________________
Nome: RG: CPF:
69
PLANO DE CONTAS
Código Título da Conta 1. Ativo
1.1 Circulante
1.1.1 Caixa e Equivalente de Caixa
1.1.1.01 Caixa
1.1.1.02 Depósitos Bancários à Vista
1.1.1.02.01 Bancos Conta Movimento – Recursos Livres
1.1.1.02.02 Bancos Conta Movimento – Recursos de Terceiros
1.1.1.02.03 Bancos Conta Movimento – Recursos com Restrições
1.1.1.03 Aplicações Financeiras de Liquidez Imediata
1.1.1.03.01 Aplicações Financeiras de Liquidez Imediata – Recursos Livres
1.1.1.03.02 Aplicações Financeiras de Liquidez Imediata – Recursos de Terceiros
1.1.1.03.03 Aplicações Financeiras de Liquidez Imediata – Recursos com Restrições
1.1.2 Créditos
1.1.2.01 Aplicações Financeiras a Prazo
1.1.2.01.01 Aplicações Financeiras a Prazo – Recursos Livres
1.1.2.02 Cheques a Depositar
1.1.2.03 Cartão de Crédito a Receber
1.1.2.04 Contas a Receber
1.1.2.04.01 (-) Ajuste a Valor Justo
1.1.2.05 (-) Perdas Estimadas em Crédito de Liquidação Duvidosa
1.1.2.06 (-) Títulos Descontados sem Coobrigação
1.1.2.07 Adiantamentos a Empregados
1.1.2.08 Adiantamento a fornecedores
1.1.2.09 Desembolsos para Ressarcimento Futuro
1.1.2.10 Valores Pendentes de Prestação de Contas
1.1.2.10.01 Repasses de Recursos
1.1.2.10.02 Adiantamento de Recursos
1.1.2.11 Créditos Tributários a serem Compensados ou Ressarcidos
1.1.2.11.01 Imposto de Renda
1.1.2.11.02 PIS/Pasep
1.1.2.11.03 Cofins
1.1.2.12 Antecipação de Recursos em Projetos e Parcerias
1.1.2.13 Despesas Antecipadas
1.1.2.13.01 Assinaturas
1.1.2.13.02 Prêmio de Seguro
1.1.2.13.03 Outras Despesas Antecipadas
1.1.2.14 Outros Valores
1.1.2.14.01 Pagamentos a Identificar
1.1.2.14.02 Outros Direitos
1.1.2.20 Gratuidade Concedida
1.1.2.20.01 Fornecimentos e Serviços
1.1.3 Estoques
1.1.3.01 Revenda
1.1.3.02 Manutenção
1.1.3.03 Produção própria
1.1.3.04 Adiantamento a Fornecedores
1.1.3.09 (-) Ajuste a valor recuperável (AVR)
1.2 Ativo não Circulante
1.2.1 Realizável a Longo Prazo
1.2.1.01 Créditos
1.2.1.01.01 Parcerias
1.2.1.02 Investimentos Temporários
1.2.1.03 Outros Créditos
1.2.2. Investimentos
70
1.2.2..02 Participações Societárias
1.2.2.03 Propriedades para Investimento
1.2.2.09 Outros Investimentos
1.2.3 Imobilizado
1.2.3.01 Imóveis de Uso
1.2.3.02 Utensílios
1.2.3.03 Instalações
1.2.3.04 Mobiliários
1.2.3.08 Veículos
1.2.3.10 Obras em Andamento
1.2.3.11 Adiantamento a Fornecedores
1.2.3.12 Bens de Uso com Restrição
1.2.4 (-) Depreciação Acumulada
1.2.4.01 Imóveis de Uso
1.2.4.02 Utensílios
1.2.4.03 Instalações
1.2.4.04 Mobiliários
1.2.4.08 Veículos
1.2.4.12 Bens de Uso com Restrição
1.2.5 Intangível
1.2.5.01 Software
1.2.5.02 Bens de uso com restrição
1.2.9 (-) Amortização Acumulada
1.9 Compensação Ativa
1.9.1 A (Título de acordo com a Entidade)
2. Passivo + Patrimônio Líquido
2.1 Circulante
2.1.1 Contas a Pagar
2.1.1.01 Obrigações com Instituições Financeiras
2.1.1.01.01 Empréstimos para Financiamento de Capital Circulante
2.1.1.01.02 Parcela de Empréstimos transferida do Longo Prazo
2.1.1.01.03 Créditos Rotativos
2.1.1.01.04 Outras Operações de Crédito
2.1.1.01.05 Parcela de Outras Operações de Crédito transferidas do Longo Prazo
2.1.1.01.06 Títulos Descontados com Coobrigação
2.1.1.02 Obrigações Vinculadas ao Fornecimento de Material e Serviços
2.1.1.02.01 Fornecedores
2.1.1.02.01.01 (-) Ajuste a Valor Justo
2.1.1.03 Consignações Vinculadas a Folha de Pagamento
2.1.1.03.01 Previdência Social – Empregados
2.1.1.03.02 Imposto de Renda na Fonte – Empregados
2.1.1.03.03 Sindical – Empregados
2.1.1.03.04 Pensão Alimentícia
2.1.1.03.05 Repasses a Terceiros
2.1.1.03.06 Obrigações não Reclamadas
2.1.1.04 Obrigações Tributárias Próprias
2.1.1.04.02 PIS/Pasep – Receita Própria
2.1.1.04.03 Cofins – Receita Própria
2.1.1.04.04 ISSQN – Receita Própria
2.1.1.04.05 Previdência Social – Folha
2.1.1.04.07 ICMS – Receita Própria
2.1.1.05 Obrigações Tributárias – Terceiros
2.1.1.05.01 CSLL – Fonte
2.1.1.05.02 PIS/Pasep – Fonte
2.1.1.05.03 2Cofins – Fonte
2.1.1.05.04 ISSQN – Fonte
2.1.1.05.05 Previdência Social – Fonte
2.1.1.05.06 Imposto de Renda - Fonte
71
2.1.1.06 Obrigações Tributárias – Renúncia Fiscal
2.1.1.06.02 PIS/Pasep – Renúncia Fiscal
2.1.1.06.03 Cofins – Renúncia Fiscal
2.1.1.06.04 ISSQN – Renúncia Fiscal
2.1.1.06.05 Previdência Social– Renúncia Fiscal
2.1.1.06.07 ICMS – Renúncia Fiscal
2.1.1.07 Obrigações com Empregados
2.1.1.07.01 Salários a Pagar
2.1.1.07.02 Salário a Pagar
2.1.1.07.03 Férias a Pagar
2.1.1.07.04 FGTS
2.1.1.08 Obrigações Tributárias – Projetos
2.1.1.08.01 CSLL – Fonte
2.1.1.08.02 PIS/Pasep – Fonte
2.1.1.08.03 Cofins – Fonte
2.1.1.08.04 ISSQN – Fonte
2.1.1.08.05 Previdência Social – Fonte
2.1.1.08.06 Imposto de Renda - Fonte
2.1.2 Provisões
2.1.2.01 Provisões Cíveis
2.1.2.01.01 Glosas de Prestação de Contas
2.1.2.01.02 Outros Danos
2.1.2.02 Provisões Trabalhistas
2.1.2.02.01 Reclamações trabalhistas
2.1.2.03 Provisões Tributárias
2.1.2.03.01 Tributos Federais
2.1.2.03.02 Tributos Estaduais
2.1.2.03.04 Tributos Municipais
2.1.3 Recursos de Projetos1
2.1.3.01 Recursos de Entidade Pública Nacional
2.1.3.01.01 Entrada de Recursos
2.1.3.01.02 (-) Recursos Aplicados
2.1.3.03 Recursos de Entidade Privada Nacional
2.1.3.03.01 Entrada de Recursos
2.1.3.03.02 (-) Recursos Aplicados
2.1.3.04 Recursos de Entidade Internacional
2.1.3.04.01 Entrada de Recursos
2.1.3.04.02 (-) Recursos Aplicados
2.1.3.05 Recursos Pendentes de Projetos Encerrados
2.1.3.05.01 Recursos de Entidade Pública Nacional
2.1.3.05.03 Recursos de Entidade Privada Nacional
2.1.3.05.05 Recursos de Entidade Internacional
2.1.4 Subvenções e Doações
2.1.4.01 Subvenções
2.1.4.02 Doações
2.1.5 Outras Obrigações
2.1.5.01 Outras Obrigações
2.1.5.01.01 Obrigações Trabalhistas
2.1.5.01.02 Outras Obrigações
2.1.5.01.03 Recebimentos Antecipados
2.1.5.01.04 Recebimentos a Identificar
2.1.5.01.05 Trabalho Profissional Voluntário
2.2 Passivo não Circulante - Exigível a Longo Prazo
2.2.1 Obrigações com Instituições Financeiras
2.2.1.01 Empréstimos para Financiamento
2.2.1.02 (-) Parcela de Empréstimos Exigível a Curto Prazo
2.2.1.04 Outras Operações de Crédito
2.2.1.05 (-) Parcela de Outras Operações de Crédito Exigível a Curto Prazo
72
2.2.2 Outras Obrigações de Longo Prazo
2.3 Patrimônio Líquido
2.3.1 Patrimônio Social
2.3.2 Outras Reservas
2.3.3 Ajuste de Avaliação Patrimonial
2.3.4 Superávit ou Déficit
2.9 Compensação Passiva
2.9.1 B (título de acordo com a entidade)
3. Despesas
3.1 Recursos Humanos
3.1.1 Remuneração de Pessoal com Vínculo Empregatício
3.1.1.01 Salários
3.1.1.02 Décimo Terceiro Salário
3.1.1.03 Férias
3.1.1.04 Diárias
3.1.1.05 Ajuda de Custo
3.1.1.06 Serviços Extraordinários
3.1.2 Benefícios a Pessoal com Vínculo Empregatício
3.1.2.01 Condução Urbana
3.1.2.02 Alimentação
3.1.2.03 Aperfeiçoamento Profissional
3.1.3 Encargos Sociais
3.1.3.01 Previdência Social
3.1.3.02 Fundo de Garantia por Tempo de Serviço
3.1.3.03 PIS/Pasep
3.1.4 Remuneração de Pessoal sem Vínculo Empregatício
3.1.4.01 Bolsa de Estagiário
3.1.4.02 Honorários Profissionais
3.1.4.03 Previdência Social
3.1.4.04 Indenização de Gastos de Trabalho Voluntário
3.1.4.05 Trabalho Voluntário
3.2 Despesas Ordinárias
3.2.1. Manutenção de Infraestrutura
3.2.1.01 Conservação de Imóveis
3.2.1.02 Conservação de Equipamentos
3.2.1.03 Conservação de Instalações
3.2.1.04 Conservação de Parque Público
3.2.2 Serviços de Comunicação
3.2.2.01 Locação de Equipamento de Comunicação
3.2.2.02 Uso da Internet
3.2.2.03 Tarifa de Telefonia
3.2.3 Apoio Administrativo
3.2.3.01 Aluguel de Imóveis
3.2.3.02 Taxas de Condomínio
3.2.3.03 Tarifa de Energia Elétrica
3.2.3.05 Material de Limpeza
3.2.3.06 Material de Escritório
3.2.3.07 Aluguel de Equipamentos
3.2.3.08 Tarifa de Água e Esgoto
3.2.3.09 Combustíveis e Lubrificantes
3.2.3.10 Viagens e Estadas
3.2.4 Despesas Financeiras
3.2.4.01 Juros Moratórios
3.2.4.02 Comissões e Encargos Financeiros
3.2.4.03 Multas
3.2.4.04 Juros sobre Empréstimos e Financiamentos
3.2.4.05 Ajuste a Valor Justo
3.2.7 Depreciação e Amortização
73
3.2.7.01 Depreciação de Bens Imóveis
3.2.7.02 Depreciação de Bens Móveis
3.2.7.03 Amortização
3.2.7.04 Ajuste por Recuperabilidade
3.3. Despesas de Projetos
3.3.1 Atividade Educacional
3.3.1.01 Atendimento a Criança
3.3.1.02 Atendimento a Adolescente
3.3.1.03 Atendimento a Bolsistas
3.3.1.04 Atendimento a Idoso
3.3.1.05 Atendimento a Deficiente
3.3.1.06 Atendimento a Comunidade Indígena
3.3.2 Atividade de Assistência Social
3.3.2.01 Atendimento a Criança
3.3.2.02 Atendimento a Adolescente
3.3.2.03 Atendimento a Bolsistas
3.3.2.04 Atendimento a Idoso
3.3.2.05 Atendimento a Deficiente
3.3.2.06 Atendimento a Comunidade Indígena
3.3.3 Atividade Esportiva
3.3.3.01 Atendimento a Criança
3.3.3.02 Atendimento a Adolescente
3.3.3.03 Atendimento a Bolsistas
3.3.3.04 Atendimento a Idoso
3.3.3.05 Atendimento a Deficiente
3.3.3.06 Atendimento a Comunidade Indígena
3.3.4 Atividade de Assistência de Saúde
3.3.4.01 Atendimento a Criança
3.3.4.02 Atendimento a Adolescente
3.3.4.03 Atendimento a Bolsistas
3.3.4.04 Atendimento a Idoso
3.3.4.05 Atendimento a Deficiente
3.3.4.06 Atendimento a Comunidade Indígena
3.3.5 Atividade de Proteção Ambiental
3.3.5.1 Preservação de Florestas
3.3.5.2 Preservação de Recursos Hídricos
3.3.6 Atividade Cultural
3.6 Despesa Tributária
3.6.2 Impostos Taxas e Contribuições
3.6.2.01 Impostos Taxas e Contribuições Federais
3.6.2.02 Impostos Taxas e Contribuições Estaduais
3.6.2.03 Impostos Taxas e Contribuições Municipais
3.7 Contrapartida de Convênios e Parcerias
3.7.1 Atividade Educacional
3.7.1.01 Pessoal, Encargos e Benefícios
3.7.1.02 Material de Uso e Consumo
3.7.1.03 Equipamentos
3.7.1.04 Serviços
3.7.2 Atividade de Assistência Social
3.7.2.01 Pessoal, Encargos e Benefícios
3.7.2.02 Material de Uso e Consumo
3.7.2.03 Equipamentos
3.7.2.04 Serviços
3.7.3 Atividade Esportiva
3.7.3.01 Pessoal, Encargos e Benefícios
3.7.3.02 Material de Uso e Consumo
3.7.3.03 Equipamentos
3.7.3.04 Serviços
74
3.7.4 Atividade de Assistência de Saúde
3.7.4.01 Pessoal, Encargos e Benefícios
3.7.4.02 Material de Uso e Consumo
3.7.4.03 Equipamentos
3.7.4.04 Serviços
3.7.5 Proteção Ambiental
3.7.5.01 Pessoal, Encargos e Benefícios
3.7.5.02 Material de Uso e Consumo
3.7.5.03 Equipamentos
3.7.5.04 Serviços
3.7.6 Atividade Cultural
3.7.6.01 Pessoal, Encargos e Benefícios
3.7.6.02 Material de Uso e Consumo
3.7.6.03 Equipamentos
3.7.6.04 Serviços
3.8 Outras Despesas
3.8.1 Perda na Baixa de Bens do Ativo Imobilizado
3.8.2 Estimativa de Demanda Judicial
4. Receitas
4.1 Ordinárias
4.1.1 Custeio
4.1.1.01 Doações
4.1.1.02 Subvenções
4.1.1.03 Taxas de Administração
4.1.1.04 Repasses Financeiros
4.1.1.05 Venda de Bens e Serviços
4.1.1.06 Mensalidades
4.1.2 Dedução da Receita
4.1.2.01 ISSQN
4.1.2.02 ICMS
4.1.2.03 PIS
4.1.2.04 Cofins
4.2 Receitas Financeiras
4.2.1 Fundos Próprios
4.2.1.01 Renda de Títulos
4.2.1.02 Renda Moratória
4.2.1.05 (-) Imposto de Renda na Fonte sobre Renda de Títulos
4.2.1.06 Ajuste a Valor Justo
4.2.2 Fundos de Projetos
4.2.2.01 Renda de Títulos
4.2.2.05 (-) Imposto de Renda na Fonte sobre Renda de Títulos
4.3 Receita de Projetos
4.3.1 Atividade Educacional
4.3.1.01 Atendimento a Criança
4.3.1.02 Atendimento a Adolescente
4.3.1.03 Atendimento a Idoso
4.3.1.04 Atendimento a Deficiente
4.3.1.05 Atendimento a Comunidade Indígena
4.3.2 Atividade de Assistência Social
4.3.2.01 Atendimento a Criança
4.3.2.02 Atendimento a Adolescente
4.3.2.03 Atendimento a Idoso
4.3.2.04 Atendimento a Deficiente
4.3.2.05 Atendimento a Comunidade Indígena
4.3.3 Atividade Esportiva
4.3.3.01 Atendimento a Criança
4.3.3.02 Atendimento a Adolescente
4.3.3.03 Atendimento a Idoso
75
4.3.3.04 Atendimento a Deficiente
4.3.3.05 Atendimento a Comunidade Indígena
4.3.4 Atividade de Assistência de Saúde
4.3.4.01 Atendimento a Criança
4.3.4.02 Atendimento a Adolescente
4.3.4.03 Atendimento a Idoso
4.3.4.04 Atendimento a Deficiente
4.3.4.05 Atendimento a Comunidade Indígena
4.3.5 Atividade de Proteção Ambiental
4.3.5.01 Preservação de Florestas
4.3.5.02 Preservação de Recursos Hídricos
4.3.6 Atividade Cultural
4.8 Outras Receitas
4.8.1 Ganho na Baixa de Bens do Ativo Imobilizado
4.8.2 Reversão de Estimativa de Demanda Judicial
5 Variações Patrimoniais
5.1 Benefícios Obtidos
5.1.1 Obtenção de Renúncia Fiscal
5.1.1.01 Impostos Taxas e Contribuições Federais
5.1.1.02 Impostos Taxas e Contribuições Estaduais
5.1.1.03 I Impostos Taxas e Contribuições Municipais
5.1.2 Obtenção de Serviços Voluntários
5.1.2.01 Atividade Educacional
5.1.2.02 Atividade de Assistência Social
5.1.2.03 Atividade Esportiva
5.1.2.04 Atividade de Assistência à Saúde
5.1.2.05 Atividade de Proteção Ambiental
5.1.2.06 Atividade Cultural
5.1.2.07 Atividade Administrativa
5.2 Benefícios Concedidos – Gratuidade
5.2.1 Benefício Integral
5.2.1.01 Atividade Educacional
5.2.1.02 Atividade de Assistência Social
5.2.1.03 Atividade Esportiva
5.2.1.04 Atividade de Assistência à Saúde
5.2.1.05 Atividade de Proteção Ambiental
5.2.1.06 Atividade Cultural
5.2.2 Benefício Proporcional
5.2.2.01 Atividade Educacional
5.2.2.02 Atividade de Assistência Social
5.2.2.03 Atividade Esportiva
5.2.2.04 Atividade de Assistência à Saúde
5.2.2.05 Atividade de Proteção Ambiental
5.2.2.06 Atividade Cultural
6 Encerramento do Exercício
6.1 Apuração do Resultado
6.1.1 Superávit do Exercício
6.1.2 Déficit do Exercício
3 Referêcias.
BRASIL, Conselho Federal de Contabilidade, Manual de Procedimentos
contábeis e Prestação de Contas das entidade de interesse social,
Brasília 2007
BRASIL, Conselho Regional de Contabilidade do Rio Grande do Sul,
Terceiro Setor – Guia de Orientação Profissional de Contabilidade, Porto
Alegre 2011.
76
BRASIL, Fundação Brasileira de Contabilidade, Caderno de
Procedimentos Aplicáveis à Prestação de Contas das Entidades do
Terceiro Setor, Brasília 2012.
BRASIL, Lei 10.406, de 10 de janeiro de 2002. Código Civil Brasileiro.
BRASIL, Lei 5.172, de 25 de outuburo de 1966. Dispõe sobre o Sistema
Tributário Nacionale institui normas gerais de direito tributário aplicáveis
à União, Estados e Municípios.
BRASIL. Constituição (1988 ). Constituição da República Federativa do
Brasil.
BRASIL, Conselho Federal de Contabilidade. Roluçao 1.409 de
21/09/212. Entidade sem Finalidade de lucro.
BRASIL, Lei 9.608,de 187 de fevereiro de 1998, Dispõe sobre o serviço
voluntário.
BRASIL, Lei 9.637, de 15 de maio de 1998. Dispõe sobre a qualificação
de entidades como organizações sociais, a criação do Programa
Nacional de Publicização, a extinção dos órgãos e entidades que
menciona e a absorção de suas atividades por organizações sociais, e
dá outras providências.
BRASIL, Lei 9.790, de 23 de março de 1990. Qualifica as pessoas
jurídicas de direito privado, sem fins lucrativos, como OSCIP, institui e
disciplina o Termo de Parceria.
BRASIL, Lei 12.101, de 27 de novembro de 2009. Dispõe sobre a
Certificação das entiades beneficentes de assistência social; regula os
procedimentos de isenção de contribuições e para a seguridade social;
altera a Lei 8.742, de 7 de dezembro de 1993; revoga dispositivo das
Leis 8.212, de 24 de julho de 1991, 9.429, de 26 de dezembro
dezembro de 1998, 10.684 de 30 de maio de 2003, e a Medida
Provisória 2.187/13, de 24 de agosto de 2001; e dá outras providências.
BRASIL, Decreto n°50.517, de 2 de maio de 1961. Regulamenta a Lei
91, de 28 de agosto de l935, que dispõe sobre a declaração de utilidade
pública.
BRASIL, Decreto 3100, de 30 de julho de 1999. Regulamenta a Lei
9.790, de 23 de março de 1999.
BRASIL, Decreto 8.242, de 23 de maio de 2014. Regulamenta a Lei
12.101 de 27 de novembro de 2009, para dispor sobre o precesso de
certificação das entidade beneficente de assistência social e sobre o
procedimento de isenção das contribuições para a seguridade social.
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2011-Decreto/D8242.htm#art70
http://justica.gov.br/seus-direitos/entidades-sociais/oscip/requerimento
http://justica.gov.br/seus-direitos/entidades-sociais/utilidade-publica-
federal