CONTRATO ADMINISTRATIVO
Contrato Administrativo:
Trata-se de um ajuste firmado pela administração pública, agindo nesta qualidade, com particulares ou outras entidades administrativas, em conformidade com o interesse público, sob a regência predominante do direito público.
Contrato da Administração:
Trata-se de um ajuste firmado entre a administração pública e particulares, na qual a administração não figura na qualidade de poder público, sendo tal ajuste regido predominante pelo direito privado.Ex: contrato locação, abertura conta entre um particular e um banco estatal.
Contrato Administrativo
Forma
Regra Geral: Formais e escritos.
Art. 60, p. único Lei 8666/93: é nulo e de nenhum efeito o contrato verbal com a administração, salvo o de pequenas compras de pronto pagamento, cujo valor não exceda a R$ 4.000,00.
Contrato Administrativo
Forma O contrato administrativo deve constar: Art. 61a)Nome das partes e seus representantes;b)Finalidade;c)Ato que autorizou sua celebração;d)Número do processo de licitação, da dispensa ou inexigibilidade;e)Sujeição às normas da Lei 8666/93 e às cláusulas contratuais.
Contrato Administrativo
PublicaçãoArt. 61, parágrafo único da Lei 8666/93:
Obriga a publicação na imprensa oficial do resumo do instrumento do contrato, qualquer que seja o valor, como condição à eficácia do contrato.
Contrato AdministrativoPublicação (Art. 26 da Lei
8666/93)
No caso de inexigibilidade de licitação e da dispensa, para o contrato ter eficácia, serão exigidas as seguintes formalidades:a) Ratificação pela autoridade superior e publicação na imprensa oficial dos atos ;b) Publicação do resumo do instrumento do contrato respectivo na imprensa oficial.
Contrato AdministrativoObrigatoriedade do
Instrumento (Art. 62 da Lei 8666/93)
a)concorrência;b)Tomada de preços;c)Dispensa e inexigibilidade, cujos preços estejam compreendidos nos limites das duas modalidades;
Contrato AdministrativoInstrumento Facultativo (Art. 62 , da Lei 8666/93)
É dispensável o termo de contrato e facultada sua substituição, independente do valor, nos casos de compra com entrega imediata e integral dos bens adquiridos, dos quais não resultem obrigações futuras. (art. 62, § 4º)
Na hipótese de dispensar o uso do instrumento do contrato, a administração pública deve substitui-lo por outros instrumentos hábeis, tais como carta-contrato, nota de empenho de despesa, autorização de compra ou ordem de execução de serviço.
Contrato de Adesão (Art. 55 da Lei 8666/93)
O contrato administrativo enquadra-se na categoria dos contratos de adesão, pois uma das partes propõe as cláusulas e a outra parte não pode propor alterações, supressões ou acréscimos. Nos contratos de adesão, a autonomia de vontade da parte que adere ao contrato é limitada à aceitação ou não das condições propostas.As cláusulas obrigatórias do contrato administrativo encontram-se expressas no art. 55.
Pessoalidade (intuitu personae)
Regra geral: contrato pessoais, ou seja, sua execução deve ser levada a termo pela mesma pessoa física ou jurídica que se obrigou perante a administração.
Como decorrência desta regra, não é possível, a princípio, a subcontratação parcial, salvo se já estiver prevista no edital ou no contrato e que seja autorizado pela administração em cada caso.
Na hipótese de serviço técnico especializado, a vedação é absoluta (art. 13, § 3º Lei 8666/93).
Prerrogativas de Direito Público da Administração Contratante (Cláusulas
Exorbitantes)
São cláusulas que conferem prerrogativas especiais à administração derivadas do princípio da supremacia do interesse público.
São assim chamadas pois exorbitam, extrapolam as cláusulas comuns de direito privado e não seriam neste admissíveis.
Cláusulas Exorbitantes Art. 58 Lei 8666/93
a)Poder de alteração unilateral do contrato (art. 60, I);b)Possibilidade de rescisão unilateral do contrato;c)Fiscalização da execução do contrato;d)Aplicação direta de sanções;e)Ocupação temporária;f)Restrições à oposição do contrato não cumprido (exceptio non adimpleti contractus);g)Exigência de garantias;h)Exigência de medidas de compensação.
Cláusulas Exorbitantes Alteração unilateral do contrato
A alteração unilateral do contrato administrativo sempre deve ter o intuito de promover sua melhor adequação às finalidades de interesse público.
Devido a possibilidade de alteração unilateral, aos contratos administrativos não se aplica integralmente a regra pacta sunt servanda, ou seja, o contrato será cumprido conforme cláusulas pré-estabelecidas.
Hipóteses previstas no art. 65, I, Lei 8666/93:
a) alteração qualitativa (modificação projeto ou especificações);
b) alteração quantitativa (modificação do valor: acréscimo ou diminuição quantitativa do objeto).
Alteração unilateral do contratoManutenção equilíbrio econômico-
financeiro do contrato(Art. 65, § 5º, 6º e 8º)
Revisão: sempre que houver uma alteração unilateral de cláusula de execução que afete a equação financeira original, deve ser feita uma revisão do valor do contrato pela administração público, a fim de assegurar a manutenção do equilíbrio econômico-financeiro.
Reajuste: ocorre periodicamente e se relaciona à inflação ou perda do poder aquisitivo da moeda.
Rescisão unilateral do contrato
É uma das mais expressivas manifestações da desigualdade jurídica entre as partes no contrato administrativo e ocorre, comumente, nas seguintes situações:
a)Inadimplemento contratual inescusável pelo particular contratado;b)Razões de interesse público, de alta relevância e amplo conhecimento, sem que tenha havido qualquer descumprimento contratual por parte do particular;c)Força maior ou caso fortuito.
Fiscalização (art. 67 e 68 Lei 8666/93)
Trata-se de uma prerrogativa que possui a administração de controlar e fiscalizar a execução do contrato administrativo.
Deverá ser designado um representante da administração especialmente para acompanhar e fiscalizar a execução do contrato.
Por outro lado, o contratado deve manter preposto, aceito pela administração, no local da obra ou serviço, para representá-lo na execução do contrato (art. 68).
Aplicação sançõesArt. 86/87 Lei 8666/93
a)Multa de mora;b)Advertência;c)Multa por inexecução total ou parcial do contrato;d)Suspensão temporária da possibilidade de participação em licitação e impedimento de contratar com a administração por prazo não superior a dois anos;e)Declaração de inidoneidade para licitar ou contratar com a administração pública.
Multa de mora e multa por inexecução total ou
parcial do contrato (art. 86, § 1º e 87, § 2º)
A multa de mora e a multa por inexecução total ou parcial do contrato podem ser aplicadas cumulativamente umas com as outras e também com as demais sanções.
Suspensão
A penalidade da suspensão temporária de participar em licitações e contratações, quando aplicada pela Administração Pública, deverá determinar previamente o prazo, que não poderá ultrapassar 02 anos, levando em conta a gravidade das infrações praticadas.
Declaração de Inidoneidade(art. 87, § 3º)
A declaração de inidoneidade para licitar ou contratar com a administração pública é sanção de competência exclusiva do Ministro de Estado, secretário estadual ou municipal, conforme o caso.
Esta sanção permanecerá enquanto durarem os motivos determinantes da punição, ou até que seja promovida a reabilitação perante a própria autoridade que aplicou a penalidade
Reabilitação(art. 87, § 3º)
A reabilitação somente poderá ser requerida após 02 anos da aplicação da sanção relativa à declaração da inidoneidade pra licitar ou contratar com a administração pública e será concedida sempre que o contratado ressarcir a administração pelos prejuízos resultantes da inexecução total ou parcial do contrato.
Ocupação Temporária
Pode ocorrer se o objeto do contrato for a prestação de um serviço essencial, nas seguintes hipóteses:a)Como medida acautelatória, para apuração de irregularidade na execução do contrato;b)Imediatamente após a rescisão unilateral do contrato administrativo.
Na segunda hipótese, após a rescisão unilateral do contrato, em decorrência do princípio da continuidade do serviço público, administração assume imediatamente o objeto do contrato para assegurar sua continuidade, procedendo a ocupação temporária de todos os recursos materiais e humanos do contratado necessários para a execução do contrato.
Restrições à oposição da exceção do contrato não cumprido – art. 78,
XV
Ressalvada a ocorrência de calamidade pública, grave perturbação da ordem interna ou guerra, o atraso da administração, por mais de 90 dias, no pagamento de parcela devida ao particular contratado, possibilita a este, além de pleitear o ressarcimento pelos prejuízos comprovados, o seguinte:a)Suspender a execução do contrato;b)Obter a rescisão judicial amigável do contrato.
Nos contratos de concessão e permissão de serviço público, não é cabível a suspensão da execução do contrato, apenas a rescisão judicial, por iniciativa do particular, situação em que os serviços somente poderão ser interrompidos ou paralisados após o trânsito em julgado da decisão judicial.
Teoria da Imprevisão
A inexecução ou execução imperfeita do contrato pode dar-se com culpa ou sem culpa de qualquer das partes.
A inexecução culposa do contrato pelo particular acarreta a aplicação pela administração das sanções legais e contratuais, além de possibilitar a rescisão unilateral do contrato pela administração. Por outro lado, a inexecução por culpa da administração possibilita ao contratado pleitear a rescisão judicial ou o acordo.
A inexecução sem culpa pressupõe a existência de uma causa justificadora do inadimplemento e libera o inadimplente da responsabilidade, em razão da aplicação da Teoria da Imprevisão.
Teoria da Imprevisão
Segundo a Teoria da Imprevisão, para que caracterize uma causa justificadora do inadimplemento contratual é necessário que ocorra, após a celebração do ajuste, um evento imprevisível e extraordinário, que impeça, retarde ou torne excessivamente onerosa a execução do contrato como originariamente avençado.
Ocorrendo uma causa justificadora do inadimplemento contratual, a parte fica liberada dos encargos originários e o contrato poderá ser revisto, para garantir o restabelecimento do seu equilíbrio econômico, ou rescindido.
Teoria da ImprevisãoForça Maior
O caso fortuito e a força maior são previstos na Lei 8666/93 como hipóteses que ensejam a rescisão contratual (art. 78, XVII) ou sua alteração por acordo entre as partes, a fim de que se proceda sua revisão, destinada a recompor o equilíbrio econômico-financeiro original. (art. 65, II, d).
Teoria da ImprevisãoFato do Príncipe
É toda determinação estatal geral, imprevisível o inevitável que impeça ou onere substancialmente a execução do contrato, autorizando sua revisão, ou mesmo sua rescisão, nas hipóteses que tornar impossível seu cumprimento.
Ex: a) Aumento de um imposto incidente sobre bens a que tenha o contratado se obrigado a fornecer (revisão);b) Edição de lei proibindo a importação de um bem que devesse ser fornecido pelo contratado à administração (rescisão sem culpa).
Teoria da ImprevisãoFato da Administração
Toda vez que uma ação ou omissão do poder público especificamente relacionada ao contrato impede ou retarda a execução do contrato.
O fato da administração pode enseja a rescisão judicial ou amigável do contrato, ou, em alguns casos, sua paralisação até a normalização da situação.
Teoria da ImprevisãoIntervenções Imprevistas
São elementos materiais que surgem durante a execuções do contrato, dificultando extremamente a sua execução e tornando a execução insuportavelmente onerosa.
As interferências imprevistas não impedem a execução do contrato, apenas o tornam onerosa, cabendo, como consequência, a revisão contratual por acordo entre as partes.
Ex: Durante a execução de uma obra pública foi encontrado um terreno rochoso e não arenoso como indicado pela administração.