Adele Kuckartz Pergher
Setembro de 2011
ESTRUTURA E CONTROLE DE INFECÇÃO
EM UNIDADE DE TRATAMENTO
INTENSIVO
UTI:
paciente grave+ procedimentos invasivos=
infecção?????
Boas práticas!!!
INTRODUÇÃO
LEGISLAÇÃO
Portaria Ministério da Saúde 466, de 4 de junhode 1998:
Normatiza o funcionamento das UTI’s:
Devem contar com a assitência de uma CCIH eseguirem as normas e rotinas para prevenção econtrole das infecções hospitalares.
Elaborar normas e rotinas para: procedimentosmédicos, de enfermagem, processamento deartigos e superfícies, controle e manutenção dosequipamentos, procedimentos de biossegurança,transporte intra-hospitalar.
Implantar controle de qualidade
acompanhando taxas de infecção, realização
de procedimentos invasivos como cateter
vascular e ventilação mecânica.
Instrução Normativa ANVISA nº 04, de 24
de fevereiro de 2010. Indicadores para
avaliação:
Taxa de mortalidade absoluta e estimada;
Tempo de permanência;
Taxa de reinternação em 24 horas;
Incidência de Pneumonia Associada à Ventilação
Mecânica (PAV);
Taxa de utilização de ventilação mecanica;
Taxa de infecção da corrente sanguinea relacionada
ao acesso vascular;
Taxa de utilização de cateter venoso central (CVC);
Incidência de infecções do trato urinário relacionada a
cateter vesical
RDC 50 de 21 de fevereiro de 2002
Dispõe sobre o regulamento técnico para planejamento, programação,
elaboração e avaliação de projetos físicos de estabelecimentos.
UTI é obrigatória em hospitais terceários e em
secundários com mais de 100 leitos, bem como nos
especializados que atendam pacientes graves e de risco
O número de leitos deve corresponder a 6% do total de
leitos.
Deve ser previsto uma quarto de isolamento para cada 10
leitos de UTI, ou fração
Um Posto de enfermagem para cada área coletiva ou
conjunto de quartos, ao menos um dos postos deve ter 6m2.
• Boxes com 9m2, distância entre paredes e leito de
1m, exceto cabeceira. Espaço de 2m entre leitos e
com espaço suficiente para manobra de maca.
ESTRUTURA FÍSICAAMBIENTES DE APOIO:
Sala de utilidades
Sala de espera para acompanhantes e visitantes
Quarto de plantão
Sala administrativa ( secretaria )
Rouparia
Depósito de material de limpeza
Depósito de equipamentos e materiais
Copa
Banheiro para quarto de plantão
Área de estar para equipe de saúde
Sanitários com vestiários para funcionários ( mas. e fem. )
Sanitário para público (junto à sala de espera)
Sanitário para pacientes ( geral ) – Pode ser substituído, quando se fizer uso de quartos individuais, por equipamento ou bancada contendo lavatório e bacia sanitária juntos.
OBSERVAÇÕES.:
Os boxes das áreas coletiva de tratamento devem
possuir dispositivos que permitam a privacidade dos
pacientes quando necessário.
Na UTI pediátrica deve ser prevista poltrona para
acompanhante junto aos leitos, sem que isto implique
em aumento de área prevista para cada leito.
O posto de enfermagem deve estar instalado de
forma a permitir observação visual direta ou
eletrônica dos leitos ou berços. No caso de
observação visual por meio eletrônico, deverá dispor
de uma central de monitores.
Características específicasPias:
Uma para cada 4 leitos,
Profundidade e altura
Torneiras acionadas sem contato manual
Preparo de medicação (RDC 45)
Local sem circulação de pessoas,
Superfícies laváveis e resistentes a desinfetantes,
Protegido da luz solar e com temperatura ambiente adequada.
Leitos de isolamento
A cada 10 leitos
Sistema de exaustão com pressão negativa
Filtragem do ar por filtro HEPA (High Efficiency Particulate Air)
RECURSOS MATERIAISArt. 57 Cada leito de UTI Adulto deve possuir, no mínimo, os
seguintes equipamentos e materiais:
quatro (04) bombas de infusão com reserva operacionalde 01 (um) equipamento para cada 03 (três) leitos.
ventilador pulmonar mecânico microprocessado: 01 (um)para cada 02 (dois) leitos, com reserva operacional de 01(um) equipamento para cada 05 (cinco) leitos, devendodispor, cada equipamento de, no mínimo, 02 (dois)circuitos completos,
equipamento para ventilação pulmonar mecânica nãoinvasiva: 01(um) para cada 10 (dez) leitos
XXIV - eletrocardiógrafo portátil: 01 (um) equipamento paracada 10 (dez) leitos;
kit ("carrinho") contendo medicamentos e materiais paraatendimento às emergências: 01 (um) para cada 05 (cinco)leitos ou fração;
equipamento desfibrilador e cardioversor, com bateria: 01
(um) para cada 05 (cinco) leitos;
marcapasso cardíaco temporário, eletrodos e gerador: 01
(um) equipamento para cada 10 (dez) leitos;
dispositivo para elevar, transpor e pesar o paciente;
maca para transporte, com grades laterais, suporte para
soluções parenterais e suporte para cilindro de oxigênio: 1
(uma) para cada 10 (dez) leitos ou fração;
ventilador mecânico específico para transporte, com bateria:
1(um) para cada 10 (dez) leitos ou fração;
kit ("maleta") para acompanhar o transporte de pacientes
graves, contendo medicamentos e materiais para
atendimento às emergências: 01 (um) para cada 10 (dez)
leitos ou fração;
E a equipe
RESOLUÇÃO-RDC Nº 7, de 24 de fevereiro de
2010
contendo, para atuação exclusiva na unidade, no mínimo, os seguintes profissionais:
I - Médico diarista/rotineiro: 01 (um) para cada 10 (dez)leitos ou fração,
II - Médicos plantonistas: no mínimo 01 (um) para cada 10(dez) leitos ou fração, em cada turno.
III - Enfermeiros assistenciais: no mínimo 01 (um) paracada 08 (oito) leitos ou fração, em cada turno.
IV - Fisioterapeutas: no mínimo 01 (um) para cada 10 (dez)leitos ou fração, nos turnos matutino, vespertino e noturno,perfazendo um total de 18 horas diárias de atuação;
V- Técnicos de enfermagem: no mínimo 01 (um)para cada 02 (dois) leitos em cada turno, além de1 (um) técnico de enfermagem por UTI paraserviços de apoio assistencial em cada turno;
VI - Auxiliares administrativos: no mínimo 01 (um)exclusivo da unidade;
VII - Funcionários exclusivos para serviço de limpezada unidade, em cada turno.
Art. 15 Médicos plantonistas, enfermeirosassistenciais, fisioterapeutas e técnicos deenfermagem devem estar disponíveis em tempointegral para assistência aos pacientesinternados na UTI, durante o horário em queestão escalados para atuação na UTI.
CONTROLE DE INFECÇÃO EM UTI
PRECAUÇÕES PADRÃO E ESPECÍFICAS
PREVENÇÃO DE INFECÇÃO
Corrente sanguinea
Trato urinário
Pneumonia associada à ventilação mecânica
Sítio cirurgico
Precaução padrão
É um conjunto de precauções a serem aplicadas no
atendimento a todos os pacientes hospitalizados,
independentemente do seu estado presumivel de
infecção.
São aplicadas quando existir o risco de contato com:
sangue, fluidos (exceto suor), pele com solução de
continuidade, mucosas.
Lavagem das mãos com água e sabonete liquido, ou
fricciona-las com alcool 70%: antes e após o contato
com qualquer paciente, após a remoção das luvas e
após contato com sangue e secreções.
Use óculos, mascara e avental quando houver risco
de contato com sangue ou secreções, para
proteção da mucosa de olhos, boca, nariz, roupa e
superfícies corporais.
Descarte os materiais perfuro-cortantes em
recepientes adequados, sem desconectar ou
reencapar.
Precaução de contato
Indicada na colonização ou infecção por bactérias
multirresistentes, diarréia por Clostridium difficili,
Herpes simples ou Zoster, abcesso cutâneo,
escabiose, varicela, vírus sincicial respiratório,
rotavirus.
Também aplicada para pacientes provenientes de
outras instituições
Use luvas e avental em toda a manipulação do
paciente. Coloque-os imediatamente antes do contato
com o paciente ou com as superficies e retire-o logo
após o uso, higienizando as mãos em seguida
Equipamentos como termômetros, esfignomanômetro
e estetoscópio devem ser de uso exclusivo do
paciente.
Técnica do capote
Preferir capotes descartáveis, caso contrário trocar a
cada 12h ou antes se estiver sujo
Precaução para gotículas
Utilizada para pacientes
portadores ou com suspeita de
doenças por transmissão por
gotículas (particulas > 3micras).
Ex: meningite por Meningococo
ou Hemófilo.
Usar: luvas, capote e máscara
cirurgica.
No caso de transporte o paciente
deverá utilizar máscara.
Pacientes em prótese ventilatória
manter sistemas fechado (filtro,
trach-care)
Precauções para aerossóis
Utilizada para pacientes portadores ou com
suspeita de doenças por transmissão por
aerossóis (particulas < 3micras). Ex:
tuberculose
Manter a porta do quarto sempre fechada e
colocar máscara PFF2/N95 antes de entrar no
quarto.
A máscara é de uso individual, deve ser
descartada apenas quando estiver suja
PREVENÇÃO DE INFECÇÕES RELACIONADAS
À ASSISTÊNCIA À SAÚDE
IRAS: condições sistêmicas ou localizadas
resultantes de reações adversas à presença do
agente infeccioso que não estejam presentes na
admissão do paciente.
De acordo com o MS o tempo entre a internação e o
aparecimento da infecção deve ser de 72h.
Tempo de acompanhamento:
UTI: 48 horas infecções até 48h após a alta do
setor serão atribuidas a ele
Neonatos: IRAS se até 28º dia de vida desde que
não tenha sido adquirida por via transplacentária.
Infecções cirurgicas: até 30 dias após a realização
do procedimento; ou até um ano no caso de
procedimentos com prótese.
Infecção da corrente sanguinea
Prevenção:
Cuidados com a manipulação do sitio de inserção;
Cuidados com a manutenção do cateter;
desinfecção do diafragma com álcool 70%;
Remoção do cateter (quando não mais indicado,
ou quando inserido em situaçãoes de
emergência);
Escolha do sitio de punção: subclávia-jugular-
femural
Cuidados na inserção do cateter
Tecnica asséptica: degermação+antissepsia
Barreira máxima: capote estéril, luvas estéreis,
campo amplo, máscara, touca.
• Rotinas de troca:
Equipo infusão contínua: 72-96h
Equipo infusão intermitente: 24h
Equipo NPT, propofol: 24h
Equipo de sangue e hemoderivados: a cada etapa
Extensores/torneirinhas: trocar junto com o equipo
Curativos:
Oclusivo, tecnica asséptica, manter limpo e
seco;
Gase+micropore: 24-48 horas;
Filme transparente: de acordo com o fabricante
(7 a 10 dias).
Infecção do trato urinário
Preferir alternativas ao cateterismo vesical de
demora;
Questionar diariamente a necessidade da
permanência do dispositivo;
Tecnica asséptica na inserção do cateter;
Usar sistema fechado de drenagem;
Fixar adequadamente o cateter;
Tecnica asséptica para coleta de urina
Pneumonia associada à ventilação
mecânica (PAV)
Interromper ou reduzir diariamente a sedação
para não causar depressão da tosse e aumentar
o risco de PAV;
Manter cabeceira elevada de 30 a 450 ;
Manter a pressão do cuff em torno de 20cm H2O;
Sonda oro-enteral previne sinusite e,
consequentemente, redução de PAV por
aspiração de secreções;
Cuidados com os circuitos;
Preferir sistema fechado de aspiração (trach-
care);
Realizar higiene oral regularmente;
Checar posição da sonda enteral rotineiramente.
Infecção em sitio cirúrgico
Prevenção :
Realizar tricotomia imediatamente antes da cirurgia;
Controlar glicemia;
Realizar banho pré-operatório com anti-séptico na
manhã da cirurgia;
Manter curativo estéril por 24 a 48h. Curativo de
esterno por 96h;
Além deste período não há nenhuma
recomendação quanto a deixar com ou sem curativo
ou quanto ao tempo apropriado de banho com uma
incisão não coberta.
VAMOS
EXERCITAR
?????????????
Questões de concursos
1. São recomendações para prevenir as infecções de sítio operatório:
I. Minimizar o tempo de internação pré-operatório.
II. Realizar tricotomia ampla dois dias antes da cirurgia.
III. Manter a porta da sala cirúrgica aberta durante o
procedimento operatório.
É correto o que se apresenta em
A) I, apenas.
B) I e II, apenas.
C) I e III, apenas.
D) I, II e III.
E) II e III, apenas.
2. Com relação ao controle de infecção, assinale a alternativa correta:
A) A eliminação de qualquer uma das etapas da cadeia de infecção ou ciclo
infeccioso pode ser considerada como uma medida para seu controle.
B) Embora importante, a lavagem das mãos do enfermeiro não consiste em
uma medida capaz de eliminar um veículo de transmissão de patógenos.
C) O controle de infecção envolve apenas medidas para tratamento da
infecção já instalada e não, para sua prevenção.
D) Não é possível controlar a infecção em pacientes hospitalizados, uma vez
que estes se encontram em condição debilitante e com resistência
diminuída à doença.
E) O contato com um patógeno tem como conseqüência obrigatória uma
infecção.
3. O cateterismo vesical de demora é um procedimento necessário
em muitos casos, acerca do qual é correto afirmar que:
(A) a movimentação e mobilização do cateter, após sua inserção,
é procedimento de rotina para evitar sua obstrução;
(B) o risco de infecção urinaria após o cateterismo é muito maior
nos pacientes do sexo masculino que nas mulheres;
(C) o sistema de drenagem aberto é preferível ao fechado por
diminuir o risco de infecção;
(D) para a deambulação do paciente, deve-se desconectar o
equipo de drenagem no sistema fechado;
(E) se a bolsa de drenagem tiver que ficar acima do nível da
bexiga do paciente, o equipo deverá ser pinçado para evitar
fluxo retrógrado.
4. Sobre as precauções respiratórias, analise as afirmativas a
seguir:
I – Clientes com patologias transmitidas por gotículas deverão permanecerem quarto privativo durante o período de transmissão.
II – O profissional cuidador de clientes portadores de patologiastransmitidas por gotículas deverão utilizar máscaras do tipo cirúrgica.
III – Tuberculose e sarampo são exemplos de patologias cuja a via detransmissão são as gotículas.
Assinale:
(A) apenas a afirmativa I está correta;
(B) apenas a afirmativa II está correta;
(C) apenas as afirmativas I e II estão corretas;
(D) apenas as afirmativas I e III estão corretas;
(E) apenas as afirmativas II e III estão corretas.
5. Quanto às medidas preventivas de infecção relacionada ao tubo
endotraqueal e à ventilação mecânica é correto afirmar que:
a) O posicionamento correto do filtro é abaixo da cabeceira.
b) A troca doTET deve ser realizada uma vez por semana.
c) A peridicidade recomendada da troca do filtro é de 24h.
d) Deve-se medir a pressão do balonete do TET a cada 12 horas,
mantendo uma pressão máxima de 30mmHg para pacientes
adultos
e) Deve-se manter o alinhamento corporal com a cabeceira
horizontal para pacientes emVM
6. São corretas as seguintes recomendações para prevenção de infecções
urinárias, exceto:
a) A primeira escolha de caterização da bexiga deve ser intermitente
(cateter de alivio)e, por último, a cateterização permanente (cateter
de demora).
b) Deve-se utilizar água destilada ou solução fisiológica estéril para
encher o balonete de sondas vesicais de demora.
c) O sistema de drenagem deve ser trocado a cada 12horas ou quando for
necessária a troca do cateter vesical.
d) A bolsa de drenagem deve ser mantida abaixo do nivel da bexiga a fim
de evitar o refluxo de urina.
REFERÊNCIAS
http://www.anvisa.gov.br/legis/portarias/466_98.htm
http://www.amib.org.br/pdf/RDC-07-2010.pdf
http://www.fiocruz.br/redeblh/media/50_02rdc.pdf
http://www.unic.br/hgu/p_hgu/ccih/Medidas%20de%20
prevencao%20das%20principais%20IH.pdf
http://www.saude.df.gov.br/sites/100/163/00007712.pdf