120 REVISTA LATINO-AMERICANA DE PSICOLOGIA CORPORAL No. 9, p.120-145, Junho/2020 – ISSN 2357-9692
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Revista Latino-Americana de Psicologia Corporal
Corpo Padrão: Um Estudo sobre as
Concepções do Corpo Feminino
Exposto pela Mídia Resumo: Trata-se de um estudo de abordagem qualitativa. Adotou-se ainda a
revisão integrativa da literatura. A coleta de dados foi realizada em duas
etapas, sendo a primeira em uma busca avançada nas bases de dados
Plataforma Periódicos CAPES e na Biblioteca Virtual Scielo. Os critérios de
inclusão definidos para a seleção dos artigos foram: últimos 09 anos, artigos
originais, em língua portuguesa e que se aproximem da temática após leitura
dos títulos e resumos, foram excluídos da pesquisa aqueles que se
distanciaram da temática após leitura na íntegra, não gratuitos e duplicados.
Por meio desse processo, obteve-se 10 artigos para discussão. As ideias
apresentadas na presente revisão, demonstram que a mídia é o principal meio
de manipulação e alusão para um corpo perfeito, e vem sempre inovando as
suas formas de manipulação e modulação na sociedade. Nesse sentido, os
autores refletem a pertinência deste estudo, uma vez que tecer informações
sobre a temática nos compromete ainda mais nas ações de cuidado, bem
como nossa implicação política enquanto pesquisador e/ou profissional.
Palavras-Chave: Corpo; Mídia; Mulher.
Standard Body: A Study on the
Conceptions of the Female Body
Exposed by the Media
Abstract: This is a qualitative approach study. The integrative review of the
literature. Data collection was performed in two stages, being the first in a
advanced search in CAPES Periodic Platform databases and Library Virtual
Scielo. The inclusion criteria defined for the selection of articles were: last 09
years, original items, in the Portuguese language and approaching after
reading the titles and abstracts, were excluded from the research those who
departed from the theme after reading in full, not free and duplicate. Through
of this process, 10 articles for discussion were obtained. The ideas presented
in this review, demonstrate that the media is the main means of manipulation
and allusion for a perfect body, and has always been innovating its forms of
manipulation and modulation in society. In this sense, the authors reflect the
relevance of this study, once providing information on the subject further
compromises us in care actions, as well as our political implication as a
researcher and/or professional.
Keywords: Body; Media; Woman.
_____________________________________________________________________
Rafael Cândido Tomaz1,
Erika Suyanne Sousa
Silva2,
Marcos Antônio Araújo
Bezerra3,
José de Caldas Simões
Neto4,
Ariza Maria Rocha5
1 Centro Universitário Vale do
Salgado – UNIVS.
2 Centro Universitário Vale do
Salgado – UNIVS.
3 Centro Universitário Dr. Leão
Sampaio – UNILEÃO.
marcosantonio@
leaosampaio.edu.br;
4 Centro Universitário Dr. Leão
Sampaio – UNILEÃO.
5 Universidade Regional do
Cariri – URCA.
do Vale do São Francisco.
Contato:
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Introdução
O corpo sofre inúmeras modificações, sejam elas físicas ou psicológicas
durante toda a nossa história. Atualmente, enfrentamos as dimensões do corpo passando
por fortes influências das mídias sociais na era digital. Diante disto, a mídia se destaca
como meio para formação/construção de corpos idealizados como padrões ideais. Este
cenário, entretanto, necessita de discussões em diversos ambientes, especificamente
naqueles que correspondem a formação de sujeitos, em especial o corpo da mulher.
O corpo da mulher durante o período colonial era tido como dentro dos padrões
de beleza ao apresentar um aspecto saudável, simbolizado pela aparência não tão magra,
ou seja, quanto mais gorda a mulher fosse, mais bonita ela era considerada. Hoje
vivemos uma autocracia do corpo ideal que é exposto pela mídia, como exemplo as
mulheres com um peso elevado sofrem exclusão de inúmeros preconceitos.
De acordo com Adams (1977), percebe-se que o mundo social, claramente,
discrimina os indivíduos não atraentes, numa série de situações cotidianas importantes.
Pessoas julgadas pelos padrões vigentes como atraentes são tratadas muito bem,
funciona como uma espécie de aceitação, assim, indivíduos tidos como não atraentes,
estão mais propícios a encontrar ambientes sociais com um modelo rejeitador e que vos
desencorajam a estarem em um convívio igualitário.
O corpo é uma grande ferramenta de alusão à sociedade, tudo que é imposto
pela mídia é o mais importante. Atualmente o culto ao corpo está entrelaçado em todos
os fatores sociais no Brasil e no mundo. A busca por um corpo perfeito vem sendo
imposta em vários lugares, além da própria mídia, em universidades, escolas, revistas e
etc. A obsessão e o fanatismo são constantes na busca de academias, clinicas de estética,
dietas sem prescrição nutricional e principalmente exercícios sem orientações de um
profissional.
Para Caron (2014), o padrão de beleza feminino difundido nos meios de
comunicabilidade tem construído rótulos de mulheres que são enigmáticos para a
maioria desse mercado consumidor. Discutido em âmbito social, o corpo tem
encontrado na mídia um grande espaço, todas as ideias ao seu respeito são largamente
construídas, de modo que, anúncios publicitários de revista, textos jornalísticos, fotos e
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outdoors soam como vozes e opiniões sobre de como o corpo é visto pela sociedade
consumista e extremista quando se trata do padrão de beleza.
Para a sociedade que está sendo formada e modulada, é viável a visão de
corpo-objeto, pois, a padronização da imagem corporal, serve de manutenção ao
mercado de consumo. Pode-se destacar o corpo mais procurado hoje em dia, o magro,
um corpo padrão para modelo de passarela e misses, fotógrafo, donos de agências e
olheiros buscam o melhor corpo e rosto que a estética oferece, cogitando assim no seu
retorno e no pensamento extremista de um mercado consumidor.
O pensamento extremista, ter um padrão e regras faz com que a concepção do
corpo feminino venha sendo transformada em função das demandas da mídia. É notório
em âmbito social, o comportamento das mulheres em relação ao padrão imposto pela
mídia, e não só a isso, mas a maneira como disputam qual melhor estilo de vestimentas,
acessórios e calçados demandados pelas revistas de moda, sites e registros midiáticos.
Diante do exposto, faz-se necessário investigar esses ideais de corpo e quais os efeitos
deles nas mulheres.
É preciso também refletir o corpo no meio midiático e explanar a importância
dessa temática para discutir tais assuntos, e como podem auxiliar na formação de seres
aptos a refletirem e transformarem a realidade, evidenciando-se a necessidade de
debater em âmbitos sociais, educacionais e midiáticos, sendo este último o meio de
veiculação mais rápido, os assuntos relacionados ao corpo e suas subjetividades, de
modo que cada indivíduo possa compreender-se e aceitar-se como único.
Dentre as várias discussões possíveis, as imagens do corpo feminino exposto
pela mídia produzem variados tipos de ideias, que são dia após dia explicitadas nos
costumes das pessoas. Sant’Anna (2006 p. 3) diz que “[...] há sempre outras maneiras de
compreender o corpo, assim como possibilidades inéditas de estranhá-lo”.
Assistir a um filme, ver um outdoor com a foto de uma mulher “em forma”
alimenta o modo como às pessoas encaram o corpo, pois a utilização dos meios de
comunicação provoca um enorme conflito de conceitos, expondo um padrão de beleza
que encobre uma subjetividade do corpo a ser conquistado. Um corpo em que as
mulheres fazem de tudo para ter, de forma que chegue ao estado perfeito, para que se
realizem e aumentem seu próprio ego.
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Essa pesquisa, tem como objetivo tratar da percepção do corpo feminino, que é
imposto não só pela mídia, mas também pela sociedade, que traz a cada dia uma nova
ideia de corpo, estando atrelado ao senso comum, o qual está diretamente vinculado às
vias de comunicação, criando padrões de ser e estar no mundo. É um estudo realizado
por intermédio da literatura e percepção de vários autores específicos do contexto,
atentando também sobre a influência da Educação Física na construção do
conhecimento sobre questões do corpo, tratado dentro do Referencial Teórico junto aos
capítulos O Corpo como Contexto Histórico e Corpo/Mídia e Sociedade de Consumo.
Referencial Teórico
O Corpo como Contexto Histórico
A concepção que se tem de corpo é fruto de uma construção antiga de valores,
do homem primitivo descrito por Costa (2011) ao homem ocidental moderno citado por
Breton (2012), que nos trouxe as atuais formas de enxergá-lo. Falar de corpo, na
sociedade moderna, requer uma reconstrução de uma longa jornada das concepções
anteriores que levaram o homem moderno aos conflitos atuais entre si e sua forma de
representação no mundo.
Até então, esse corpo tem passado por um processo de transformação e
inquietude que chega aos dias de hoje cheio de concepções e imaginários sobre
determinado ideal. Segundo Costa (2011, p. 248) “a assimilação de si mesmo se
amparava na forma como explicavam um mundo feroz, pelo medo que sentem diante do
perigo”. O homem antigo era a conexão mais verídica e original com o ambiente.
O corpo antigo e atual é tido como uma cultura bastante deslumbrante, o mesmo
é e sempre foi exposto em fotos e ilustrações, inclusive em pinturas de grandes pintores
mundial. Nessa perspectiva, Nóbrega (2010, p. 23) fala que “A percepção do corpo é
dominada pelas imagens da cultura de consumo, refletindo na percepção de vida social e
das relações humanas de um modo amplo. ”
Mesmo liberto das armaduras do templo cristão, o homem moderno amarrou a si
mesmo à aparente imposição de produção, fazendo-se escravo de si, uma necessidade
crescente. O conhecimento corporal e a solidificação da medicina sofisticada trouxeram
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mais uma forma de domínio do corpo através das possibilidades do mesmo (BRETON,
2012).
O verdadeiro papel do corpo na sociedade é imposto sem regras, sem padrão, um
corpo no qual ser e estar seja muito mais importante de como as pessoas querem que
sejam. Breton (2012) nos remete que o valor “atribuído ao corpo se inverte” (p. 246).
Enquanto que na Idade Média, o corpo tornava-se obstáculo para que o indivíduo
alcançasse a vida eterna.
Foucault (1987) discute o cárcere do corpo ao longo da história. Em um de seus
dizeres, ele traz a ideia do corpo durante a história e sua participação nesta, as várias
significações até então feitas, de cunho biológico, utilizada pelos historiadores. Porém,
para ele:
[...] o corpo também está diretamente mergulhado num campo político; as
relações de poder têm alcance imediato sobre ele; elas o investem, o marcam,
o dirigem, o supliciam, sujeitam-no a trabalhos, obrigam-no a cerimônias,
exigem-lhe sinais. Este investimento político do corpo está ligado, segundo
relações complexas e recíprocas, à sua utilização econômica; é, numa boa
proporção, como força de produção que o corpo é investido por relações de
poder e de dominação; mas em compensação sua constituição como força de
trabalho só é possível se ele está preso num sistema de sujeição (onde a
necessidade é também um instrumento político cuidadosamente organizado,
calculado e utilizado); o corpo só se torna força útil se é ao mesmo tempo
corpo produtivo e corpo submisso (FOUCAULT, 1987, p. 29).
Esta frequência do corpo perante a história traz a eclosão de uma nova cultura e
ela tem definido os corpos como objetos. Que para Santos (2011, p. 08), afirma que:
De fato, atualmente, as preocupações com o corpo são introduzidas em todas
as experiências de vida das pessoas, como se o corpo, fosse um objeto
problemático à nossa existência, um acessório que precisa ser consertado,
remodelado e aperfeiçoado e, assim, trazer soluções para outros problemas da
dimensão da vida humana. O corpo tornou-se, portanto, um ideal do “eu” e
uma representação do “outro”.
Ao referir-se ao corpo, Merleau-Ponty (1999, p. 269) nos destaca que
“ele é sempre sexualidade ao mesmo tempo em que liberdade, enraizado na natureza no
próprio momento em que se transforma pela cultura, nunca fechado em si mesmo e
nunca ultrapassado”.
Segundo Fischler (1995), o corpo cria na sociedade atual uma conduta que
resulta várias coerções sociais. Basta lembrar as situações menosprezadas e desprestígio
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que é vivenciada pelos obesos e pelas pessoas que se consideram feias na sociedade
atual.
Falar de corpo, na sociedade moderna, requer uma reconstrução de uma longa
jornada das concepções anteriores que levaram o homem moderno aos conflitos atuais
entre si e sua forma de representação no mundo. A questão da própria aceitação de si
como sujeito único já é algo para o que se voltar. Breton (2012), discute sobre a
construção da concepção de corpo atual, que navega por uma complexa relação entre o
homem, à natureza e as matérias primas que compõem a espessura do homem.
Corpo/Mídia versus Sociedade de Consumo
A mídia cotidiana tem sido uma grande influência para o corpo, ela quem traz
uma falsa fisionomia corporal para sociedade, uma fisionomia padrão, de impor que o
tão sonhado corpo e perfeito em si, seja o corpo magro, mostrando que as pessoas
podem fazer de tudo para tê-lo, tornando assim um instrumento para sociedade. Adorno
e Horkheimer (1985) concretizam que todo o meio de comunicação proposto pela mídia
impõe o padrão de corpo perfeito, e uma das ideias utilizadas para que as pessoas
possam seguir os modelos do mesmo é utilizar estereótipos.
A mídia tem uma grande parcela de responsabilidade nessa distorção dos
conceitos de “corpo belo” e “corpo não belo”, afinal está aí para quem quiser ver e
ouvir, programas de televisão, concursos de beleza e desfiles de moda, que mostram
mulheres com seus “corpos perfeitos” e tonificados a mostra. Esses programas e
concursos só ajudam a reforçar o narcisismo contemporâneo e a sociedade capitalista,
em que tudo está à venda, basta querer e poder.
Essas tecnologias estão aí e sendo incentivadas abertamente, de uma forma
perigosa, pelos meios de comunicação mais procurados pelos jovens. Estão no topo
dessa procura programas de auditório voltados para o público jovem e revista
especializada, também neste aspecto estão voltados principalmente os concursos de
beleza, que vem sendo um grande atrativo e influenciador na mídia atual, buscando e
rotulando a maneira de como deve ser o corpo feminino, para que seja aceito pela
sociedade.
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O corpo de antes, era um corpo em que a mulher poderia ser o que ela quisesse,
sem intervenção de padrão perfeito. Quanto mais ela estava acima do peso, mais bonita
era, de modo que a sociedade achava e não intervia em seu emponderamento cultural e
estético. Ao contrário da atualidade, que cada vez mais elas vêm se moldando conforme
a mídia estabelece. A influência da mídia é muito presente em diversos tipos de
comunicação. Hoje, é ela quem dá ênfase e um grande ponta pé em muitas pessoas que
querem ter o corpo belo. Segundo Adorno e Horkheimer (1985) expressa que a
influência das mídias, tem grandes efeitos, em relação a fábrica cultural, no que se
refere ao alastramento de valores estéticos impostos pela sociedade.
Os meios de comunicação vêm sendo a cada dia uma nova ideia para as
mulheres se espelharem, desde produtos como, cintas, remédios, cremes, roupas e várias
outras farsas. Fontanella (2005), fala que a cultura do consumismo para o corpo serve
como parte de exclusão, pois os que não estão de acordo com a padronização social, são
constrangidos.
Quando se trata de publicidade do corpo, vale ressaltar o quanto as revistas,
jornais e sites famosos, vem trazendo estampas de corpos sarados, magros, pele macia,
sem nenhuma imperfeição. A mídia escrita, mostra-se mais sensacionalista quando se
percebe a grande valorização do estilo atlético que algumas revistas impõem a seu
público, geralmente voltadas para a leitura feminina. As mulheres, com as facilidades
que estão à venda, acabam caindo fácil na rede das “soluções” rápidas para ter um físico
perfeito mais rápido e sem esforço.
Uma das principais revistas que expõe corpos de mulheres é a Vogue. Esta
Revista, está entre os meios de comunicação mais famosos para divulgação de novos
estilos no mundo da moda. Era antes reconhecida como a que mais explorava o modelo
de corpo padrão, e não poderia deixar de citá-la neste estudo, pois hoje, já não é mais
vista como um meio que estereotipa, fugindo do padrão de beleza, mostrando que a
mulher ideal não é somente magra, é historicamente construída com sua identidade.
Corpo e Cultura no Contexto da Educação Física
A Educação Física tem um papel importante para a sociedade nessa trajetória de
padrão corporal, podendo enfatizar e mudar o conceito dessa sociedade modulada pela
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mídia. Acredita-se que a Educação é capaz de mudar a cercania do sujeito. Esta parece
comprometer-se com a transformação da sociedade a partir do momento em que o
indivíduo se apropria dela com uma forma crítica fazendo gerar pensamentos acerca do
seu meio. Gonçalves (1994) afirma que podemos escapar de uma vida de opressão, de
alienação e injustiças sociais. Para o grande autor, a educação tem total importância
para mudar o pensamento da humanidade. A educação tem um importante papel de
colocar o sujeito a par de sua realidade. Daólio (1995), em seus raciocínios sobre corpo
e cultura, defende um homem provido de uma história, de raízes, que são retratadas no
seu corpo.
Sobre isso Bracht (1999, p.73) acredita que:
[...] o nascimento da EF se deu, por um lado, para cumprir a função de
colaborar na construção de corpos saudáveis e dóceis, ou melhor, com uma
educação estética (da sensibilidade) que permitisse uma adequada adaptação
ao processo produtivo ou a uma perspectiva política nacionalista, e, por
outro, foi também legitimado pelo conhecimento médico-científico do corpo
que referendava as possibilidades, a necessidade e as vantagens de tal
intervenção sobre o corpo.
O tratamento dado a Educação Física a partir desse caráter técnico e estético
reflete as características de uma sociedade inserida na lógica capitalista, a qual
estabelece um culto ao corpo, priorizando a beleza física como definidora da identidade
pessoal. Faz-se necessária, então, uma reflexão com relação a essa cultura, que, em sua
pluralidade, valoriza princípios estéticos e minimiza os sujeitos a uma lógica
individualista e de submissão.
Brandl (1998, p.64) nas suas reflexões acerca dos paradigmas que norteiam a
educação física geral e a educação física em especial neste século, cita que:
É pressuposto básico, para que haja uma mudança significativa na educação
física, o abandono urgente da visão dualista do homem (corpo-mente).
Somente a partir desta mudança de paradigma (que não pode ser parcial, mas
integral e efetiva) é que esta área poderá formular novas perspectivas.
Santin, (2002, p. 62) exterioriza que “torna-se fundamental a cultura corporal
baseada no respeito à vida. O corpo não pode continuar sendo instrumento ou meio para
atingir um resultado”. Ele nos lembra de que “a história é testemunha de ordens sociais
discriminatórias e odiosas, mas sempre em nome da preservação do ideal de
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humanidade” e que “hoje não estamos livres destes processos de exclusão. Apenas
mudamos de modelo, não sei se menos perverso”.
Nos dias atuais há um interesse e cuidado com os conteúdos do currículo
escolar, em vários campos do saber. Mas, a questão do Ser Humano, sua corporeidade
como processo de autodesenvolvimento, como processo de autoconhecimento e auto
expressão, não tem tido a importância que deveria ter. É preciso se assumir como
pessoa, como ser único. Trabalhar este tema nas escolas, especificamente nas aulas de
Educação Física, que temos oportunidade de intervir, embora nunca se deva esquecer a
responsabilidade social que temos também fora da escola. Que para Daólio (2001, p.34),
nas suas reflexões sobre a Educação Física Escolar:
[...] não deve ser vista como a área que apenas e tão-somente irá ensinar aos
alunos as técnicas ‘corretas’ dos esportes, da ginástica ou da dança, ou a que
vai corrigir ou refinar os gestos, mas a área que vai a partir da dinâmica
cultural específica de seus alunos no que se refere às questões do corpo, do
movimento, dos esportes, etc. para ampliá-la, discuti-la, confrontá-la, refutá-
la, enfim, tornar o aluno um sujeito emancipado e autônomo nas questões
corporais.
Na sociedade moderna, constata-se o aumento da consciência corporal e do uso
da sensualidade como instrumento de sedução e obtenção de vantagens de todos os tipos
nas relações interpessoais. Mauss (2003), afirma que o corpo é o primeiro e mais natural
instrumento, objeto e meio técnico do homem, é a melhor ferramenta para aferir a vida
social de um povo. Cabe a ele uma linguagem que se institui antes daquilo que
denominamos “falar”, ou seja, exprimir um conjunto de valores, crenças e ideais
aprendidos durante a vida e numa determinada cultura. São manifestações simbólicas,
dotadas de significado e sentido, representadas numa corporeidade manifestada no
conjunto de relações sociais que os indivíduos estabelecem no dia a dia.
Metodologia
Trata-se de estudo de abordagem qualitativa, para a identificação sobre as
concepções de corpo exposto pela mídia. Adotou-se a revisão integrativa da literatura,
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uma vez que ela contribui para o processo de sistematização e análise dos resultados,
visando a compreensão de determinado tema, a partir de outros estudos independentes.
A presente revisão compreendeu as seguintes etapas: (i) levantamento das
bibliografias em base de dados, através de descritores preestabelecidos; (ii) leitura dos
títulos e dos resumos, com posterior seleção dos estudos diretamente relacionados ao
objetivo ora proposto; (iii) recuperação e exame dos artigos selecionados, na íntegra;
(iv) categorização do conteúdo das produções.
A coleta de dados foi realizada em duas etapas. A primeira consistiu na busca
avançada nas bases de dados Plataforma Periódicos CAPES e a Biblioteca virtual
SciELO. Dessa forma, procurou-se ampliar o âmbito da pesquisa, minimizando
possíveis vieses nessa etapa do processo de elaboração da revisão integrativa, fazendo
uso para a pesquisa dos seguintes descritores: “Corpo e mídia” e “Sociedade de
Consumo Corporal”.
Quadro 01: Pesquisa por Descritores
Fonte: Dados coletados pelo autor (2019)
Este levantamento foi realizado no período de Março de 2019 a Outubro de
2019. Os critérios de inclusão definidos para a seleção dos artigos foram: últimos 09
anos, artigos originais, em língua portuguesa e que se aproximem da temática após
leitura dos títulos e resumos. Foram excluídos da pesquisa aqueles que se distanciaram
da temática após leitura na íntegra, não gratuitos e duplicados. Por meio desse processo,
obteve-se 10 artigos para discussão.
DESCRITORES FONTE TOTAL DE
REGISTROS
TOTAL DE
TRABALHOS
RELACIONADOS
O TEMA
TOTAL DE
TRABALHOS
SELECIONADOS
CORPO E
MIDIA.
Periódicos
CAPES: 2
SciELO: 3
2461 542 5
SOCIEDADE DE
CONSUMO
CORPORAL.
Periódicos
CAPES: 2
SciELO: 3
1832 406 5
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Fluxograma 01 – Seleção e Identificação dos Artigos
Fonte: Dados coletados pelo autor (2019)
Após o processo de seleção e identificação dos artigos que obedeceram aos
critérios de inclusão e exclusão estabelecidos, foi realizada leitura na íntegra de todos os
artigos. Posteriormente a releitura de cada, preencheu-se um quadro síntese com as
seguintes informações: identificação, autor, título, metodologia, resultados e ano.
Quadro 02: Síntese dos Artigos ID AUTOR TÍTULO METODOLOGIA RESULTADOS ANO
A1
Waléria do Socorro
de Oliveira Ainett;
Vanessa Vieira
Lourenço Costa e
Naíza Nayla
Bandeira de Sá
Fatores
associados à
insatisfação com
a imagem
corporal em
estudantes de
nutrição
O trabalho se trata de
um estudo
transversal,
quantitativo
descritivo, com uma
amostra de
conveniência do tipo
correlacional que tem
A população do
estudo foi formada
por13 3 estudantes
do curso de
Nutrição. E teve
como característica
os resultados de
distribuição do
2017
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como objetivo
associar uma variável
dependente
(desfecho) e causa
um grande efeito
entre elas.
gênero, 80,5% dos
estudantes são do
sexo feminino e
19,5% masculino.
A2
Ana Carolina
Capellini Rigoni;
Felipe Gustavo
Barros Nunes e
Karina das Mercês
Fonseca
O culto ao corpo
e suas formas de
propagação na
rede social
facebook:
implicações para
a Educação Física
Escolar
Uma compreensão
sobre o Facebook
como uma agência
estimuladora do
“culto ao corpo”, o
estudo procurou
analisar de que forma
algumas práticas
como dietas,
cirúrgicas, entre
outras intervenções
do mercado de
consumo, na busca
do corpo perfeito.
Estas questões são
fundamentais
principalmente
quando
presenciamos
inúmeras mulheres
(adolescentes e
adultas) furtando-
se de um dia na
praia ou na piscina,
por exemplo,
simplesmente por
vergonha de se
exporem.
2017
A3
Amliz Ferreira
Lopes e Érika de
Sousa Mendonça
Ser jovem, ser
belo: a juventude
sob holofotes na
sociedade
contemporânea
o artigo foi pensado e
formulado baseando
em uma pesquisa
empírica, de forma
qualitativa.
Segundo a revista
da Associação
Brasileira de
Academia (ACAD
Brasil, 2014, p.
22), o Brasil é o
segundo pais que
mais recebe alunos
em academias na
busca de o corpo
perfeito.
2016
A4
Terezinha Petrucia
da Nóbrega; Maria
Isabel Brandão de
Souza Mendes e
Jacques Gleyse
Compreensões de
corpo na
educação física:
análise de
conteúdo das
revistas EPS
(França) e RBCE
(Brasil)
Foi analisado no
estudo 76 artigos da
Revue Éducation
Physique et Sportive
e 74 da Revista
Brasileira de
Ciências do Esporte.
Esta pesquisa
buscou analisar a
visão de corpo e a
maneira como essa
compreensão é
transformada no
campo da
Educação Física.
2016
A5
Vivian Iara
Strehlau; Danny
Pimentel Claro e
Silvio Abrahão
Laban Neto
A vaidade
impulsiona o
consumo de
cosméticos e de
procedimentos
estéticos
cirúrgicos nas
mulheres? Uma
investigação
exploratória
A metodológica
deste estudo é de
caráter quantitativa,
os dados foram
obtidos com um
instrumento de
pesquisa feito com
perguntas fechadas.
O estimado modelo
apresentou um
ajuste bastante
aceito, nos dados
dos indicadores
estatísticos da. E
como já era
esperado, rejeitou o
teste a significância
de 1%.
2015
A6
Francisco Nataniel
Macêdo Uchôa;
Romário Pinheiro
Lustosa; Maria
Tatiana de Lima
Rocha; Thiago
Medeiros da Costa
Daniele e Ágata
Causas e
implicações da
imagem corporal
em adolescentes:
um estudo de
revisão
Essa pesquisa foi
realizada e
caracterizou-se como
uma revisão de
literatura.
Ao todo foram 56
artigos
encontrados, 23
estavam dentro dos
critérios da seleção.
2015
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Revista Latino-Americana de Psicologia Corporal
Cristina Marques
Aranha
A7
Fernanda Lyrio
Heinzelmann;
Patrícia Fasolo
Romani; Adriana
da Silva Lessa;
Marília Saldanha
da Silva e
Marlene Neves
Strey
A tirania da moda
sobre o corpo:
submissão versus
subversão
feminina.
Esse trabalho visa
compreender as
intersecções entre
moda e padrões de
beleza. Abordando o
corpo como é dito no
universo da moda.
O principal foco
deste artigo é
aprofundar as
relações sociais e
de gênero que
acreditamos que
tenham uma
relação íntima na
busca pela
magreza.
2014
A8
Virginia Costa
Lima Verde Leal;
Ana Maria
Fontenelle Catrib;
Rosendo Freitas de
Amorim e Miguel
Ângelo Montagner
O corpo, a
cirurgia estética e
a Saúde Coletiva:
um estudo de
caso.
O estudo se
caracteriza por uma
pesquisa de caráter
qualitativo, a
população do estudo
foi composta por 2
grupos, um de quatro
jovens universitárias
e um grupo
composto por quatro
cirurgiões plástico.
Este artigo procura
entender a relação
entre a cirurgia
plástica e a saúde
coletiva, usando
uma metodologia
de estudo de caso.
2010
A9
Maria Aparecida
Conti; Maria
Natacha Toral
Bertolin e Stela
Verzinhasse Peres
A mídia e o
corpo: o que o
jovem tem a
dizer?
Trata-se de um
estudo do tipo
transversal, no qual
teve como
participantes
adolescentes que
fossem matriculados
em uma instituição
da rede particular de
ensino no ABC
paulista.
Os 121 jovens que
participaram, 63%
eram do sexo
feminino, com as
idades das
adolescentes
variando entre onze
e dezoito anos.
2010
A10
Clara Maria
Silveira Monteiro
de Freitas
O padrão de
beleza corporal
sobre o corpo
feminino
mediante o IMC.
O estudo procurou
analisar a imagem do
corpo feminino em
uma pesquisa quali-
quantitativa, de
forma descritiva. Os
dados foram todos
categorizados, e
apresentados.
Quando analisadas
as imagens do
estudo (88,4%) dos
estudados
caracterizou como
o padrão de corpo
belo, o corpo
magro.
2010
Fonte: Dados coletados pelo autor (2019)
Discussões
A amostra final desse projeto, foi composta por 10 artigos, que foram
selecionados pelos critérios de inclusão estabelecidos. Os artigos foram encontrados nas
bases eletrônicas de duas fontes, Periódicos CAPES e Biblioteca virtual da Scielo.
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Diante dos artigos encontrados, conclui-se para o estudo de acordo com os descritores
utilizados os seguintes assuntos a serem abordados:
Corpo e Mídia
Na sociedade atual existe uma crescente intensificação do culto ao corpo, a
mulher vem se preocupando com a sua imagem corporal. Com isso, a mídia é uma
grande arma que ajuda na modificação do corpo, trazendo inúmeros meios para a
transformação do corpo feminino, por meio da publicidade, vem influenciando a
sociedade mudar o seu corpo. Segundo Miranda et. al, (2011), em A6 a insatisfação da
imagem corporal de adolescentes é um problema que está evidente em várias regiões do
mundo. Uma geração de idade que tem o poder de se sentir pressionado pela sociedade
midiática.
Contudo, Castro (2007) nos revela na sua pesquisa em A10 que o culto ao corpo
é visto também em revistas importantes, demonstrando uma grande adoração a
padronização do corpo, que vem mesclando argumentos estéticos e técnicos. Como
afirma Soares (1997) apud Freitas et. al (2010) ainda em A10, diz que ao analisar a
beleza corporal de uma mulher, é possível declarar que nela, recai um padrão. Da
mesma forma que Wolf (1992) diz que as revistas femininas são as principais
responsáveis para democratizar a beleza, e isso aconteceu especificamente quando
começaram a publicar anúncios entre os séculos XIX e XX.
Deste modo, o culto ao corpo é a maneira com que a mídia vem rotulando um
padrão estético em revistas de grande público, sendo correto afirmar que isso é uma das
principais formas de manipulação para mulheres. Como ressaltam Garritano e Sadala
(2009), Santos e Zanotti (2013) e Tucherman (2004) em A3, que o corpo reflete como
respostas de grande impacto psicossocial em jovens e mulheres, que estão situadas no
poder social de ser bela e estar dentro dos padrões midiatizados que soam como
expressões de aceitação.
Novaes (2006, p. 66-67) em A3, concorda com os autores acima e afirma que
“os padrões de estética podem ser entendidos como um molde de regulamentação
social, que vem estreitando e penitenciando, com as suas declarações” Com isso, a
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mídia pode intervir como meio de transformação para população, tudo o que é imposto
por ela, é o melhor a seguir. Como ressalta Shilder (1994) em A6, a imagem corporal é
uma figura do corpo formada em sua mente, que de modo geral é a maneira de como o
corpo é representado para nós. O mundo da moda é um dos mais espelhados pelas
mulheres que querem ter o corpo perfeito, elas buscam sempre está perto do corpo das
modelos de passarela. Com isso, essas mulheres estão sujeitas a tudo para chegar a esse
corpo padrão.
Em estudos de Goldenberg e Ramos (2002) e de Stenzel (2004) em A7,
comprovam que as mulheres que não têm vínculo profissional algum com a moda,
também desejam ter o corpo de modelos que está dentro dos padrões da mídia.
Entretanto, no imaginário nacional e internacional está sempre presente o aspecto do
corpo feminino da brasileira, que vem com um grande destaque nas nádegas e quadris.
Garder (1996) em A6, fala que a autoimagem corporal se conceitua em uma figura
mental, em que está no formato e na medida, juntamente com os centímetros que é
desejado pela mulher.
Rousso (2000) em A7, diz que a inquietação de si, com a imagem de seu corpo,
sempre está presente livremente da época ou classe social. O psicológico da mulher em
meio a mídia, fica altamente elevado, pois tudo aquilo que elas desejam, a mídia vem
impondo para seu pensamento de corpo e de como o seu corpo deve estar. Nos
primórdios do século XX, a mulher vem tendo uma adequação em sua beleza corporal e
sendo perseguida pela inclusão social de ser e estar no padrão do corpo perfeito.
Vilhena, Novaes e Rocha (2008), Martins (2010), Severiano, Rêgo, Montefusco
(2010) em A7, falam que atualmente a mulher vem ocupando espaços e
posicionamentos de grande destaque fora do âmbito doméstico, inclusive com o uso da
sua autoimagem corporal, que está no lugar que deseja e com o corpo que estar. Para
isso, é preciso que elas estejam de bem com consigo mesma, que estejam com o corpo
belo de modo que traga felicidade e realização.
Eco (2004) no A10, fala que o interesse pelo corpo belo, vem desde a Grécia
antiga, embora a época não favorecesse quanto ao que se diz respeito a mídia, ou até
mesmo pelos padrões que hoje são estabelecidos por ela. Atualmente, isso vem sendo
ainda mais aprimorado, devidos os meios de comunicação e divulgação da imagem, que
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não estão ligados apenas na propagação do corpo, mas também em tudo que se o diz
respeito.
Grogan (2017) e Conti et. al (2009) em A6, remetem que a imagem corporal é
compreendida como uma concepção e um sentimento de cada indivíduo, que vem
respeitando a dimensão perceptual de seu próprio corpo. Cash (2012) em A6, fala sobre
a dimensão perceptual, é quando o próprio indivíduo está fazendo uma acurácia ao seu
tamanho, formato ou peso do mesmo, que geralmente é medida por meio do grau de
distorção do tamanho do corpo que é perceptível.
Marques, Oliveira e Assis (2013) e Miranda et. al, (2011) em A1, se referem as
transformações do corpo por meio de sentimentos de negação e comparações com
outros corpos. No entanto, a mídia vem influenciando e isso faz com que a busca do
corpo perfeito vire excessiva. Como afirma Smolak e Thompson (2009), dependendo do
grau, essa insatisfação pode mudar várias coisas na vida do indivíduo e isso diz respeito
principalmente a sua alimentação.
Sociedade de Consumo Corporal
A mulher vem objetivando ainda mais as suas formas de mudança no corpo, para
algumas o limite é a perfeição e mesmo chegando a isso, ainda assim não estão
satisfeitas, pois a cada procedimento acabam descobrindo algo novo para modificar.
Featherstone (1994) em A2, concorda e diz que a imagem corporal é o principal recurso
da cultura do consumo e ainda remete que a consumação vem do cultivo arsenal de
imagens.
O tráfico da imagem digital é um conjunto que vem da suplica midiática, que
formula uma estrutura na qual as tendências são achadas e levadas para uma caça
simbólica do corpo perfeito e da beleza fictícia. O consumo excessivo de produtos de
beleza é uma busca elevada entre as mulheres que almejam o corpo ideal, elas estão
dispostas a tudo o que tiver direito para alcançar o seu objetivo corporal, que vai além
de produtos, até tratamentos estéticos.
Jones (2008) e Hunt, Fate e Dodds (2011) em A5, afirmam esse pensamento,
nos remetendo a ideia de que existem inúmeros estudos com uma abordagem de
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conhecimento cultural e histórica sobre o capitalismo da beleza e seus produtos de
consumo. Assim, como os autores Vacker e Key (1993), Guthrie e Kim (2009), Kim e
Seock (2009), concordam e falam que outro meio de abordagem são os produtos que
são oferecidos pelo mercado, em que no Brasil são alvos de um bom marketing que
servem como objetos de consumação.
Inúmeros produtos são expostos em anúncios publicitários, redes sociais de
clínicas de estética e revistas de moda, buscando a comercialização da mente das
mulheres que buscam um corpo imposto de regras, porém existindo sempre os dois
lados da situação, que englobam a saúde e o bem-estar da praticante desse consumo. No
Brasil, a população que mais é atingida no mercado de consumo é a feminina, composta
por jovens, adolescentes e mulheres adultas, vítimas de uma ditadura midiática, na qual,
tem o objetivo de definir e ditar os padrões imposto por ela.
Chataignier (2002) em A8, diz que as revistas femininas também são grandes
contribuintes nessa doutrina de medidas corporais, trazendo o padecimento como modo
de aclamar a beleza, e para isso, procuram a dor para suprir essas necessidades, que são
por meio das cirurgias estéticas e plásticas. Com isso, devemos concordar com Vieira
(2006) que no A5, em relação a cirurgia estética, não podemos largar de vista essa
especialidade médica, porque na área da saúde não se pode dispensar o seu acordo com
o bem-estar da paciente. Muitas vezes, as mulheres buscam essas cirurgias como um
meio de realização de um corpo e até mesmo por vaidade.
Avelar e Veiga (2011) no A5, dizem que a vaidade está entrelaçada com a
autoestima corporal da mulher e Salomon (2008) ressalta que isso também reflete acerca
da positividade do conceito da mulher sobre o seu próprio corpo. A vaidade é uma das
definições do padrão estético e também da beleza corporal que é construída
culturalmente, sendo característica da personalidade da mulher que gosta de se expor e
estar sempre bonita.
A desordem alimentar, está presente na vida de várias mulheres, que buscam ter
um corpo saudável, achando que estão se alimentando de forma coerente. Alves (2008),
Scherer (2010) e Forte (2013) no A6, debatem e concordam entre eles que as procuras
por esporte, alimentação e academias em busca de um corpo perfeito, são diagnósticos
dos transtornos alimentares, como anorexia e bulimia nervosa. O sexo feminino no qual
está sendo estudado é um dos mais atingidos em transtornos alimentares e tem alta
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prevalência no comportamento e riscos de Transtornos Alimentares, como relatam
Rodgers e Flament (2011) e Stice (2000) no A6.
Alvarenga et al. (2010) em A1, diz que, essa obsessão pela busca do corpo
perfeito, além de atingir a saúde, também pode trazer uma deformação na sua imagem
corporal. Costa (2005) no A3, diz que os cuidados com o corpo representam um
importante papel, pois a estética vem como um meio de regulamentação psicossocial,
como também na significação que é dada para esses cuidados. Muitas vezes o
esporte/saúde, também é um meio para adequação do corpo perfeito que é tido como
objeto instituído desde Platão. Merleau Ponty (1960) em A4, fala que o corpo pode sim
ser comparado a um objeto, mas não seria um objeto científico, antes a uma obra de
arte, em sua natureza aberta, inacabada e expressiva.
Jansen (2010) em A5 fala que, o Brasil perde apenas para os Estados Unidos
quando se trata de procedimentos estéticos e cirúrgicos. Maller e Reiss (1992)
concordam e refletem que pessoas vaidosas propendem a se encaixar em um modelo
estético, que se ligam a uma autovalorização e uma autoestima elevada. Mowen e Minor
(2003) ainda em A5, dizem que o pensamento e a envoltura são bastante críticos em
respeito da vaidade e salientam que existe uma diversidade de tópicos em relação ao
consumidor.
O cuidado com a beleza retrata e monitora uma preocupação contínua com os
efeitos estéticos. Segundo Bloch e Richins (1993) no A5, os cuidados com o corpo e
com a beleza, se tornaram uma espécie de lazer, com a tamanha naturalidade de lhe dar
com a situação. A vaidade hoje, é uma das grandes aliadas e de grande influência
midiática, pois, o quanto mais a mídia lança estratégias para alimentar-se, mais é
crescente o número de mulheres seguindo à risca o que ela impõe, aumentando assim a
consumação.
É importante ressaltar aqui nesse estudo a importância da Educação Física por
meio do esporte, alimentação e academias, que são grandes meios de contribuição e
melhoria para um corpo saudável. Segundo a Associação Brasileira de Academia -
ACAD, em uma pesquisa no ano de 2014 no A3, o Brasil ficou em segundo lugar em se
tratar de número de academias, e ocupa o quarto lugar em países que estão no ranque de
pessoas que buscam a academia como meio de transformação para o seu corpo. Goetz
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(2013) em A3, diz que todos esses elementos estão se propagando e contribuindo com o
crescimento da imagem corporal.
Considerações Finais
Quando se conceitua corpo e mídia, avalia-se o quanto é complexo, de
controvérsias, desafios e interrogações. As ideias apresentadas na presente revisão,
demonstram que a mídia é o principal meio de manipulação e alusão para um corpo
perfeito, e vem sempre inovando as suas formas de manipulação e modulação na
sociedade. A mesma, ainda por meio da tecnologia, alusão e exposição de imagens para
com a sociedade, expõe uma imensidão de lado que possibilitam mudanças na
concepção do corpo.
Entendemos ser este estudo uma importante contribuição, por oferecer subsídios
à reflexão sobre as repercussões de padrões estéticos em mulheres frente às informações
que recebem e assimilam em seu cotidiano, uma vez que tais ideais de beleza podem
fomentar a insatisfação dos sujeitos consigo, por não se adequarem aos corpos
propagados nas mídias.
Atualmente, ainda somos marcados por uma herança patriarcal que valoriza
características como controle, autoridade, competição, supremacia do pensamento
lógico e discriminação da multiplicidade. Falar sobre o corpo e seus ideais é falar do
sujeito em suas expressões e reivindicações contemporâneas, dos modos que constrói de
si no convívio em sociedade, das respostas que constrói frente a um leque de
expectativas partilhadas, de seus modos de subjetivar-se na relação com o outro.
Nesse sentido, os autores refletem a pertinência deste estudo, uma vez que tecer
informações sobre a temática nos compromete ainda mais nas ações de cuidado, bem
como nossa implicação política enquanto pesquisador e/ou profissional, atentos aos
movimentos constituintes que a mídia opera sobre nós no dia a dia, aí se incluindo uma
demanda de padronização de corpos e comportamentos que tem implicação direta na
construção subjetiva contemporânea, especialmente no contexto da juventude.
Como o culto ao corpo é um fenômeno cultural e a busca da cirurgia preenche
não somente um ideal de perfeição, mas também uma adequação às crenças e processos
culturais, pode contribuir para um bem-estar e um sentimento de pertencimento. Em
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razão desta valorização, vivemos numa cultura de produção em massa e padronização, o
que nos estimula a uma desassociação das emoções para uma adaptação extrema ao
coletivo, deixando adormecida a própria subjetividade e singularidade.
Portanto, profissionais, gestores da saúde e especialistas da mídia, devem se
comprometer em conhecer mais a profundamente estas relações e propor medidas de
intervenção que proporcionem a valorização dos aspectos positivos do uso da mídia.
Sem a pretensão de dar a temática por encerrada, espera-se que esta pesquisa fomente a
reflexão sobre os cuidados como corpo repercuta em um posicionamento crítico perante
as informações que absorvemos, seja pelos meios midiáticos, seja por aqueles com
quem nos relacionamos.
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