Registro na Fundação Biblioteca Nacional
N.o 389.024
Livro 723
Folha 184
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Índice
Comentário.....04
Introdução...............06
Quem foi Jesus?........08
Por que o Salvador?............... 10
Entendo o significado de Morte substitutiva.....13
O sacrifício melhor...............16
Argumento contra a morte substitutiva....18
Jesus, a tríplice função e sua messianidade.............19
Por que Jesus é sacerdote?............19
Por que Jesus é profeta?.......20
Jesus é um Juiz no sentido do Antigo Testamento e rei.....21
3
Por que Jesus é o Messias?......22
Designações messiânicas........23
Os milagres de Jesus o Cristo.....24
Tabela dos milagres de Jesus......26
A superioridade de Jesus é evidenciada.....28
Por que Jesus inteiramente Divino?...............35
Os nomes que revelam a natureza Divina de Jesus......39
Por que Jesus inteiramente homem?.....40
Desenho sobre a criação do homem e a encarnação de Jesus......42
Jesus homem verdadeiro.........43
Jesus humano nosso espelho................46
Conclusão......53
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Comentário
Acredito que uma das coisas que mais chamam atenção de todos os homens é o assunto
que se refere ao céu e da possibilidade de chegar a ele.
Quase todos que ouvem falar sobre o céu desejam poder um dia usufruir da alegria de
estar nele e quando falamos em céu, esta palavra na verdade trás em si um significado maior que
um lugar de paz, ou seja, é: estar perto de Deus.
O céu significa ter o privilegio de viver eternamente com Deus.
Será que realmente todos os homens querem ir para este céu?
Muitos dizem que se existe um céu com certeza irão para lá, pois, segundo o seu ponto
de vista são excelentes pessoas. Outros acreditam que o amor de Deus é tão grande que jamais
irá castigar alguém com um possível inferno, pois isto feriria sua suposta bondade. Existem
pessoas que não sabem a vontade de Deus, outros simplesmente a ignoram. Quando indagados
se estão se esforçando para fazer a vontade de Deus respondem: ―Eu sirvo a Deus da minha
maneira!‖
Para os que usam esta última expressão com vigor, gostaria de dizer que em primeiro
lugar o céu não é nenhuma bagunça! A salvação e o perdão também não são realizados de
qualquer maneira.
Para que você possa entender o que quero dizer vou usar uma comparação entre as leis e
regras da nossa sociedade e as leis de Deus. No nosso mundo temos regras e normas que ajudam
o bom andamento de nossa sociedade. Graças a Deus por isso! Você já imaginou um mundo
sem regras? Qual seria o tamanho da bagunça? Um mundo sem leis forneceria ocasião para
acontecimentos desastrosos, ruins e etc., se com leis, normas e regras a sociedade sofre com
pessoas que as desobedecem, sem elas a única palavra que se encaixa com a desorganização que
seria é o caos.
As normas estão no nosso cotidiano, vejamos, por exemplo, que:
Temos direito de usufruir do uso de água potável, luz, gás e telefone, mas temos a
obrigação de pagar por estes serviços, caso contrario o fornecimento deles serão suspensos.
Quando queremos trabalhar em algum escritório, firma e etc., nós devemos nos adaptar
ao regime interno de funcionamento deste local de trabalho. Imagine o que acontecerá com um
funcionário que disser para o patrão que irá trabalhar da maneira que quiser. Logicamente será
despedido na hora!
Imagine que se eu prestando os testes para conseguir a carteira de habilitação para dirigir
automóvel disser que irei dirigir da maneira que quero e não da maneira que esta determinada
pelo órgão governamental competente que no caso de São Paulo é o Detran? Eu não vou
conseguir ter uma carteira de habilitação, pois o principio básico para obtê-la é obedecer às
normas.
Se alguém quiser se formar em um curso e obter um diploma de uma escola que se
enquadra nas normas do MEC terá que estudar, participar das aulas e realizar testes que
comprovarão que está qualificado para exercer a atividade que escolheu. Sabendo desse
principio podemos concluir que se uma pessoa não fizer estas coisas não poderá ter seu diploma.
Se um professor der aula e não souber transmitir seus conhecimentos os alunos
aprenderão o que ele quer ensinar?
Se um cantor não entoar músicas de uma maneira agradável aos ouvidos venderá algum
cd?
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Agora eu pergunto:
―Para poder chegar ao céu o homem pode ir de qualquer maneira?‖
Lógico que não!
Ele tem que fazer o que Deus determinou!
E onde está escrito o que Deus determinou?
Na Bíblia sagrada encontramos tudo a respeito da vontade de Deus, pois, ela é o mapa
que nos leva ao céu.
E o assunto central da Bíblia é a salvação da humanidade que é realizada por aquEle que
Deus enviou: ―Jesus Cristo!‖
Tendo em mente que devemos entender qual é à vontade de Deus para nossa vida e
querendo obedece-la convido a todos a uma excelente leitura.
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Introdução
O que é o Cristianismo? Quem foi Jesus? Quem é verdadeiramente Cristão?
A natureza humana tem em si muitos pontos de interrogação. Isto está dentro de cada um
e de certa maneira é uma coisa muito boa, pois, desperta o perscrutar e assim o conhecer.
A Cristologia (estudo de Cristo) é a algo que há muito tempo tem me despertado o
interesse. Assim nasceu este trabalho baseado no amor pelo Mestre querido e por essa
disciplina.
Procurei com simplicidade fazer uma síntese da Cristologia, sabemos, porém que o
assunto não se esgotou, e nem vai se esgotar e para quem quer se aprofundar nele saiba que o
mercado oferece bons livros.
Não cesse de pesquisar, é nosso conselho em Cristo para você. Ok!?
Jesus sempre foi, é, e será... João coloca esta verdade bem explicita no seu evangelho,
mas não podemos dizer que ele é o único porque o Filho de Deus é o tema central das escrituras.
O divino homem—Deus homem, que encarnou para salvar a humanidade perdida. Seria
impossível conceber que Deus viesse resgatar o homem? Seria contrário acreditar que Deus se
importa com aqueles que não querem saber dele? O seu inigualável amor, graça, misericórdia
responde tudo isso em Jesus Cristo que se despojou assumindo forma de servo, deixando sua
natureza divina inerte no finito, sendo após sua morte e ressurreição restaurado com a glória que
sempre teve na sua eternidade (Jo 17:05).
O cerne do Cristianismo é o seu Salvador Perfeito, Único e Especial! Ainda hoje vemos
muitas afrontas daqueles que podemos classificar de inimigos e opositores de Cristo, que tentam
retirar a divindade ou sua humanidade, transformando-o numa meia aberração histórica
mentirosa. Quereríamos que muitos que hoje seguem a direção oposta à verdade pudessem
mudar a ótica de suas falhas visões, pois as escrituras não são de particular interpretação (1 Pe
1:20), todavia o julgamento pertencerá ao nosso Deus.
Jesus Cristo, Salvador Universal, o verbo divino o Deus-Filho que encarna para cumprir
seu excelso propósito, assim abordamos o sacerdócio de Cristo iniciando no real significado da
palavra salvação e morte substitutiva. Também abordaremos brevemente o fato de Deus no
antigo Pacto ter estabelecido a Aliança Levítica para poder encaminhar os homens de então para
a comunhão atingida pela substituição, doutrina central bíblica, onde o pecado é reparado pela
morte de uma vitima inocente, neste caso, a morte de animais; vemos a grande dificuldade de se
apresentar diante do Deus Santo e os rituais que davam à purificação e a continuidade dos atos
purificatórios ou sacrificiais para remissão do pecado que não podia ser extinto devido à
imperfeição destes mesmos, no tocante ao mudar a consciência, mas com seu valor temporário
de justificação bem definido até a chegada da plenitude dos tempos onde seria apresentado um
sacrifício de amplitude universal e perfeito em todos os aspectos.
Vemos assim a transição da antiga aliança para a nova, onde os antigos rituais levíticos
foram substituídos pelo sacrifício supremo de Nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo, o qual é a
vitima e o réu, o sacrifício e o sacerdote, a oferta e o ofertante, o único Mediador entre Deus e
os homens.
Jesus com a oferta de si mesmo conseguiu o que os sacrifícios cruentos de animais não
conseguiram, remover o pecado da consciência, abrindo ao homem o caminho da comunhão
perdida no jardim do Éden por Adão, o fazendo participante de seu Reino e o adotando na
qualidade de filho.
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O Deus eterno que encarnou, o divino que se tornou homem, sem deixar de ser divino.
Ele não teve principio, não passou existir quando encarnou, Ele sempre foi. Jesus é Deus
verdadeiro e podemos ter certeza disso! (Jo 1.1)
A humanidade do verbo é clara nas escrituras e Jesus se auto denomina como ―o filho do
homem‖ (Mt 16.55; Mc 8.38; Lc 21.27; Jo 3.14) e sua identificação com a humanidade é
apresentada como um exemplo a ser seguido. Homem verdadeiro estampado em seu
nascimento, crescimento, no ter fome, sede, sono, fé, dedicação, esperança, angustia, medo,
agonia e em sua morte. Emanuel—Deus conosco em nossa história, vida e miséria! Que
maravilhoso é ter em Jesus a redenção do homem caído, pois o tanto que a humanidade estava
perdida em Adão, agora em Cristo está salva e em sua vida terrena temos um exemplo que
devemos seguir. Realmente podemos ver a Jesus como a porta de entrada do céu (Jo 10.07) que
nos possibilita entrar pela grata atitude de ser como ele foi, seguindo seus passos.
A vida, morte, ressurreição e ministério celestial de Cristo marca o presente tempo (o
agora) como oportuno para obter a salvação sem barreiras, (sexo, idade, raça, nível social e etc.)
aplicando o requisito essencial para isto: a fé.
Abrindo o véu deste trabalho coloco uma frase que frui de meu coração:
“Não poderia de mim mesmo encontrar um tão perfeito Salvador, todavia a dádiva
de um amor inexplicável a finita mente humana tornou acessível o bem que não anelava.
Oh insondável amor! Prêmio máximo deste tão puro coração à tão pequeno ser. Ver ,
ouvir e sentir... Não são as palavras que podem expressar, mas o coração grato que
transborda no sorrir da alma que reluz na esperança deste teu dom que concedeste.
Agraciado, remido, santificado, transformado, salvo, encontrado... O que posso então
dizer? Digo: Glórias a ti Senhor!”
Paulo Francisco dos Santos
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―E a vida eterna é esta: que te conheçam, a ti só, por único Deus verdadeiro, e a Jesus Cristo, a
quem enviaste‖.
João 17.03
Quem foi Jesus?
Uma pergunta bem simples e sua resposta parece mais simples ainda. Você concorda
comigo?
Em uma roda de amigos que moram num país cristão como o Brasil a resposta seria ele é
o Salvador do mundo!
Entre aqueles que são céticos, simplesmente um homem muito inteligente.
Para os críticos ferrenhos e opositores da Bíblia um monstruoso enganador.
Para os estadistas um magnífico reformador.
Para religiosos diversos ele é o fundador do Cristianismo, uma das três religiões
monoteístas do mundo.
Entre os filósofos ele seria caracterizado como um grande filósofo.
Para os islâmicos ele seria um grande profeta, porém menor que Maomé.
Para os judeus não cristãos um escriba ou rabino que interpretou a lei numa nova visão.
Para alguns historiadores talvez a resposta seria: ele foi o homem que mais fez bem a
humanidade!
Jesus Cristo pode ser considerado para alguns um enigma! Ele mesmo nunca escreveu de
si um único til e mesmo assim seus ensinos influenciam a humanidade até os nossos dias.
Nunca durante toda história um homem foi tão amado e ao mesmo tempo tão odiado.
Jamais em toda a humanidade houve tamanho interesse para se aprender da vida de um homem
como o é em relação a Jesus Cristo. Bom ou ruim indiscutivelmente Ele é tanto durante a
história como na atualidade um personagem singular e que não só influência vidas no presente,
mas que sem questionamento irá exercer sua influência nas gerações vindouras.
A contagem dos anos de nosso calendário Cristão começa com o seu nascimento,
atualmente estamos no ano de 2005 (com uma pequena diferença de anos + ou – 5).
Historicamente seus ensinos abalaram a estrutura do império Romano.
Hoje em dia os cristãos somam mais de dois bilhões de pessoas neste mundo de seis
bilhões de habitantes. Uma gigantesca população!
Sua influência é tão grande que se uma pessoa estiver caminhando em uma certa avenida
que se localiza em uma grande metrópole como São Paulo e, esta ver um terrível acidente de
carro, ela com certeza irá exclamar o seguinte jargão: ―- Jesus!‖. Como sinal de espanto e um
pedido espontâneo de socorro divino para os infelizes acidentados.
Sua vida tem inspirado filmes, reportagens, livros, revistas, jornais, sites, notas, poemas,
comércio, educação, estados, religiões e etc.
Ele também é o motivo deste livro, e quando me refiro a isto, lembro-me do que o
Apóstolo São João escreveu no capitulo 20 e verso 30, 31 do seu evangelho:
―Jesus, pois operou também em presença de seus discípulos muitos outros sinais, que
não estão escritos neste livro. Estes, porém, foram escritos para que creiais que Jesus é o Cristo,
o Filho de Deus, e para que crendo, tenhais vida em seu nome‖.
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A perspectiva deste nosso livro é cristã e tem como objetivo ajudar a apresentar o Senhor
Jesus para os novos convertidos à fé e aos curiosos, ou melhor, aos que querem entender mais
um pouco sobre o cristianismo. Assim abordaremos de uma forma simples procurando evitar
uma linguagem técnica os ensinos que transmitem a essência do evangelho.
10
Por que o Salvador?
O elevador celeste.
Certo professor ilustrou a salvação desta maneira:
Existia um lugar especial onde tudo era muito bom.
Neste lugar havia uma boa moradia, comida em abundância, atividades que
proporcionam uma vida feliz sem o infortúnio da ociosidade.
Este lugar era tão especial que não se localiza na terra, mas entre a terra e o céu. Um
lugar perfeito com tudo que era necessário para viver alegremente.
Uma nuvem gigante abrigava um paraíso que era habitado por um casal que sempre era
visitado pelo proprietário do paraíso.
Onde tudo é bom, tudo vai bem. Todavia por um descuido o feliz casal por não obedecer
a uma placa de proibido a passagem acabou caindo num buraco.
Eles caíram num lugar diferente do que estavam acostumados a viver. Tudo era ruim
comparado a sua antiga habitação.
Eles queriam voltar, mas como eles poderiam fazer isso.
O ser humano não tem asas. A força da gravidade puxa o corpo em direção ao solo de
maneira que sem auxilio de algum mecanismo eles não poderiam sair do chão.
Jogar uma corda para cima não dava, pois além de muita força para alcançar a nuvem
seriam necessário vários metros de corda.
O quê fazer? Se o auxilio não viesse do alto seria impossível o retorno.
O proprietário do paraíso celeste ao sentir a falta dos seus amigos os procurou
incessantemente e chegou à conclusão que eles deveriam ter caído em direção a terra e por isso
comprou um elevador. Por um imenso cabo de aço desceu o elevador até a terra e chamou o
casal para subir nele e retornarem para seu antigo lar.
Conclusão:
Como nós não podíamos voltar para Deus, Ele enviou o Senhor Jesus que ilustra o
elevador que nos possibilita retornar para o lar, ou seja, para a comunhão na presença de
Deus.
Jesus Cristo o Salvador!
Não é necessária a presença de um salvador ou uma atitude de salvamento se não existe
uma situação em que alguém está correndo algum tipo de risco de ruína, perda ou morte.
Concluímos com isso que Jesus é o Salvador de alguém que se encontra em uma
situação de perigo.
Mas qual o perigo que o homem (humanidade) está correndo? O que a Bíblia diz?
O perigo está expresso na palavra ―morte‖.
Morte? Mas todos morrem.
Sim. Mas as Escrituras dizem que o salário do pecado é a morte (Rm 6.23) e a morte é
descrita em duas fases:
A primeira como a separação do corpo físico do espiritual (Gn 3.19; Ec 12.7; Hb 9.27).
A segunda é descrita como a segunda morte, onde aqueles que receberem essa sentença
estarão eternamente separados de Deus e estarão em tormento no lago de fogo segundo
Apocalipse 20.11-15:
―Vi um grande trono branco e aquele que nele se assenta, de cuja presença fugiram a
terra e o céu, e não se achou lugar para eles. Vi também os mortos, os grandes e os pequenos,
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postos em pé diante do trono. Então se abriram livros. Ainda outro livro, o livro da vida, foi
aberto. E os mortos foram julgados, segundo as suas obras, conforme o que se achava escrito
nos livros. Deu o mar os mortos que nele estavam. A morte e o além entregaram os mortos que
neles havia. E foram julgados, um por um, segundo as suas obras. Então a morte e o inferno
foram lançados para dentro do lago de fogo. Esta é a segunda morte, o lago de fogo. E, se
alguém não foi achado inscrito no livro da vida, esse foi lançado para dentro do lago de fogo‖.
(grifo meu)
Em conformidade com o ensino de Jesus em Jo 5.27-29 (E lhe deu autoridade para
julgar, porque é o filho do homem. Não vos maravilheis disto, porque vem a hora em que todos
os que se acham nos túmulos ouvirão a sua voz e sairão: os que tiverem feito o bem, para a
ressurreição da vida; e os que tiverem praticado o mal, para a ressurreição do juízo) e o texto
anterior de Ap 20.11-15 haverá a ressurreição para o julgamento final, onde o homem que é um
ser pleno no estado original que Deus o criou será restabelecido, ou seja, a primeira morte será
anulada e cada um individualmente voltará a possuir corpo, alma e espírito para ser julgado
segundo suas obras.
O que é o lago de fogo?
Um lugar de tormento eterno, onde para sua chama arder não é necessário haver o
circulo do fogo (combustível, comburente e calor), pois é inextinguível e de ordem sobrenatural.
A principio vemos que o lago de fogo foi preparado para o diabo e seus anjos (Mt 25.41), porém
todo ser humano que seguir o exemplo de rebelião do antigo anjo de luz e seus seguidores terá o
mesmo destino.
O lago de fogo é um lugar especial:
A palavra eternidade significa sem principio e sem final de dias ou tempo e é uma
referencia única e exclusiva para Deus, porém em nossa explicação sobre o lago de fogo
está no sentido de não ter final de tempo, sem levar em conta o inicio da existência do
individuo que infelizmente irá passar sua triste eternidade neste lugar horrível.
Quem for lançado no lago de fogo irá ser atormentado nos cinco sentidos físicos, e (+)
mais o emocional, e (+) mais o espiritual.
No sentido espiritual o individuo irá sofrer:
Separação eterna de Deus. Ao ser lançado no lago de fogo o ser humano irá passar a
eternidade distante de Deus, o que podemos classificar como sofrimento espiritual. Isto significa
que quem passar a eternidade neste lugar de sofrimento nunca mais irá ouvir a palavra de Deus,
sentir sua presença, nem gozar de comunhão ou ver o Altíssimo e ser feliz, ter paz, descanso e
etc, algo terrível, pois o homem somente pode obter o máximo da vida em todos os aspectos
junto daquEle que o criou.
No sentido emocional. Aquele que for lançado no lago de fogo terá através do juízo
final (Ap. 20.11-15) a ciência que estará sendo atormentado na eternidade por responsabilidade
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pessoal, ou seja, existirá o sentimento de culpa e remorso, pois a todos é entregue a
oportunidade de salvação que cabe a cada um fazer jus em aproveitar.
.
No sentido físico irá o individuo no lago de fogo sofrer:
No tato. A dor será algo incessante, pois o fogo queima e o queimado não morre
e o fogo não se extingue (Mc 10.44,46,48).
Na visão. O fogo do lago de fogo é um fogo escuro. Neste lugar não existe
nenhuma luz. (Mt 8.12; 22.13; 25.30; Jó 38.17)
Na fala / paladar. A dor provocada pelo tormento do fogo fará o infeliz
atormentado gritar e ranger os dentes sem cessar. (Mt 8.12; 22.13; 24.51; 25.30;
Lc 6.25). Também é necessário lembrar que o infeliz nunca mais poderá sentir o
prazer dos alimentos.
Na audição. Além de gemer, chorar, lamentar e ranger os dentes quem estiver no
lago de fogo também irá ouvir milhares de gemidos, choros, lamentos e ranger de
dentes durante toda a eternidade daqueles que também estarão neste triste destino
(os versículos do tópico anterior são as referências para esta afirmação).
No olfato. O enxofre produz uma sensação muito desagradável ao ser inalado por
nossas narinas e quem estiver no sofrimento do lago de fogo irá sentir esse cheiro
terrível para toda eternidade (Ap 14.10; 19.10).
A afirmação lógica para nossa questão inicial conhecendo o que o fator segunda morte
significa é: ―Jesus veio salvar a humanidade deste triste destino!‖
De que maneira ele nos salvou?
―Pela sua morte na cruz, ora, essa. Todo mundo sabe disto! Ele morreu para nos salvar.
Qualquer um chorou ao ver o filme!‖
Essa pode ser sua resposta, mas o simples fato de morrer na cruz pôde fazer de Jesus
nosso salvador? Por que o salvador não foi outra pessoa, visto que tantos morriam desta terrível
morte? Nós sentimos dó do Cristo que é maltratado, espancado e é pendurado na cruz, mas será
que entendemos o sentido dessa demonstração de amor e morte? Por que ele morreu para nós
salvar? Qual é a resposta?
Jesus morreu em nosso lugar!
Isto é chamado de morte substitutiva ou vicária.
13
Entendo o significado de Morte substitutiva?
A morte substitutiva significa que alguém morre em lugar de outrem. Quando falamos
que Jesus morreu por nós, queremos dizer que ele morreu a morte que deveria ser nossa. Mas
por quê? O amor é a única explicação para essa atitude! ―Porque Deus amou ao mundo de tal
maneira que deu o seu Filho unigênito, para que todo o que nele crê não pereça, mas tenha a
vida eterna‖. Jo 3.16
O amor motivou Deus enviar Jesus, que de forma voluntária, por este mesmo amor se
doou para transmitir vida ao homem que estava destinado a sofrer o dano da segunda morte.
Mas por que Jesus tinha de morrer para me substituir?
Porque o ato de pecar exige a morte do pecador (Rm 6.23) e este pecador não pode evitar
isto, pois não existe fiança, o dinheiro não apaga a transgressão e os atos de justiça são
considerados como trapo de imundícia (Is 64.6).
Mas você pode dizer eu não sou tão mau assim. Eu não mato, não faço isso ou aquilo e
comparado a muitos por aí eu sou bom! O que você desconhece é que o padrão de justiça em
que o homem é avaliado não provem de uma comparação de conduta de homem com homem,
mas do homem em relação a Deus, e ao fazer esta comparação todos são declarados imperfeitos.
Mas por que todos são imperfeitos?
Porque nós herdamos do primeiro homem (Adão) a imperfeição. Como herdamos de
nossos pais cor de olhos, cabelos, feição, estatura e etc. também herdamos em nosso ser o
estigma do pecado. Quando Adão transgride segundo o relato de Gênesis capitulo três e perde
sua forma original de santidade se fazendo pecador e a partir de então não havendo mudança
neste seu estado ele o transmite para seus descendentes (Rm 5.19) – a humanidade se torna
então aprisionada pelo pecado.
―Não há Justo (homem sem pecado), nem sequer um‖. (Rm 3.10, Sl 14.1-3).
Quem peca?
A resposta é o homem.
Existe alguém que não peca?
A resposta é: não existe. (1 Rs 8.46; Rm 3.23)
Qual a sentença para quem peca?
A resposta é a morte. (Rm 6.23)
Qual morte?
A resposta é: a física e a espiritual que chamamos de separação eterna de Deus (Rm
6.23; Ap 20.14,15).
Existe uma maneira de escapar da condenação do pecado?
A resposta é: em Jesus isto é possível (Jo 3.16).
Por que isto é possível?
Porque Jesus nos substituiu (1 Co 15.3;1 Jo 2.1,2).
Por que foi necessário que ele nos substituísse?
Para responder essa pergunta vou desenvolver o pensamento que é o cerne deste capitulo
e assim entender como se iniciou a ideia de morte substitutiva e consequentemente chegar à
doutrina da expiação.
Leiamos Gênesis capítulo três. Este capítulo destaca a queda do homem e sua tentativa
de auto justificação estampada na feitura de cintas (vestes) de folhas de figueiras (vers.7) e
depois por suas palavras (12). O homem perde a comunhão com Deus, fica despido do estado
original de santidade, e por pecar recebe o pagamento por sua atitude – morte. Mas Deus
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demonstra para o homem que ele não aprovou seu ato, mas continua o amando, sem, porém
amar o seu pecado. Promete um Salvador (15) e prepara vestes (túnicas) para eles de peles de
animais (21). Não podemos afirmar com certeza que este fato seja uma referencia ao primeiro
sacrifício, mas nos direciona a pensar que a morte dos animais e o vestir do casal remetem à
substituição e justificação – o acontecimento pode ilustrar a justificação pela morte substitutiva
dos animais no lugar do casal e o vestir simbolizando a justificação recebida.
Daí em diante as Escrituras nos direcionam a idéia de substituição pelo sacrifício de um
animal. Um animal é inocente por não ter pecado (embora não tenha consciência) e pode
substituir o pecador sofrendo a pena da morte em seu lugar, ou seja, para o pecador não morrer
o animal morre no seu lugar e este é beneficiado pelo sacrifício. Dá-se o nome de expiação ao
sacrifício substitutivo, pois o sangue é derramado para cobrir a transgressão.
Em Gênesis capítulo 22 vemos na história do oferecimento de Isaque outra referência a
morte substitutiva, pois quando Abraão é isento de sacrificar seu filho pela ordem divina, ele
olha para trás e vê um carneiro preso pelos chifres nos arbustos e pega-o e sacrifica-o no lugar
de Isaque.
Em Êxodo capítulo 12, onde lemos que é instituída a páscoa, observa-se que a última
praga trata-se da morte dos filhos primogênitos dos incrédulos e para que aqueles que eram
crédulos não perdessem seus filhos primogênitos também era necessário imolar um cordeiro ou
cabrito de um ano sem defeito. Este sacrifício foi substitutivo, pois, a morte do cordeiro
substituía a morte do filho primogênito.
Com a construção do tabernáculo e a oficialização do sacerdócio foi estabelecido pelo
próprio Deus que para haver perdão de pecados era necessário que houvesse uma morte
substitutiva. O relato da instituição das leis sacrificiais está em Levítico do capitulo 1 a 7, e em
especial sobre a expiação do capitulo 6.24 à 7.10.
No capitulo 16 é instituída a festa anual da expiação que consistia na morte de um
novilho para expiação do pecado do sacerdote e sua casa, e em seguida na morte de um bode
para expiação do pecado do povo, cujo sangue era levado para dentro do véu no lugar
Santíssimo (Santo dos Santos), onde estava a presença do Deus Altíssimo.
Tudo isto demonstra que o pecado só pode ser expiado com o derramamento de sangue
(Lv 17.11).
E sem derramamento de sangue não há remissão de pecado (Hb 9.22).
O sistema sacrifical do Antigo pacto apresentava certas dificuldades para sanar
completamente o homem dos males do pecado. Vemos que os sacrifícios de animais eram
aceitos por Deus concernente a cobrir o pecado, ou seja, Deus perdoava o pecado cometido, mas
o individuo que pecava continuava com a mesma índole, pois sua natureza não era mudada e
por isso ele facilmente reincidiria na prática do mesmo pecado (Hb 10.1-4).
Outro problema era que estes sacrifícios não perdoam qualquer tipo de pecado. Pecados
como adultério era punido com a morte (Lv 20.10), Bestialismo ( Lv 20.15), homossexualismo
(Lv 20.13), por desobedecer a regra da guarda do sábado (Nm 15.32-36).
Mais outro problema era quando houvesse um deslize e o individuo morresse antes de
chegar ao lugar escolhido para apresentar o sacrifício, pois ele tinha de apresentar-se perante o
sacerdote no altar que ficava em Jerusalém para que este fizesse o sacrifício expiatório para o
perdão ser concedido ao pecador. Você pode perguntar onde está o problema? Se este individuo
morasse longe, por exemplo, e na viajem até o templo ele morresse no meio do caminho, sem
haver oferecido o sacrifício expiatório o que aconteceria como ele? Morreria sem perdão, o que
resulta em receber a segunda morte! Em outras palavras, você que mora no Brasil para receber
perdão segundo os rituais do antigo testamento deveria ir até o Oriente médio, em Jerusalém, no
15
templo para oferecer o sacrifício e receber o perdão dos pecados, e se porventura no meio do
caminho você morresse sem chegar ate lá, a sua condenação era certa.
Como já não bastasse esses três probleminhas (que na verdade são bem grandes), ainda
existia um terceiro. Mesmo depois de receber o perdão após o sacrifício, se o cidadão
rescindisse e cometesse outro erro cinco minutos depois, esse erro (pecado) precisava ser
removido por outro sacrifício. Isto significa que todas às vezes que o individuo pecar é
necessário fazer um novo sacrifício para receber o perdão.
Qual difícil era o caminho para a presença de Deus!
Em suma era necessário um sacrifício melhor. Esse sacrifício melhor que fazemos
referencia deveria cobrir qualquer tipo de pecado e remove-lo, transformando a natureza do
pecador, libertando-o do domínio que o pecado exerce sobre sua vida. Sendo melhor deveria
também ser um sacrifício que valesse em qualquer parte do mundo. E por fim, um sacrifício que
pudesse estar disponível ao pecador a qualquer momento para lhe conceder perdão, sem que
tomasse o tempo que em certos casos poderia interferir em sua salvação.
“Daí a necessidade de um sacrifício perfeito.”
16
O sacrifício melhor seria:
Aquele que mudasse o coração (natureza) do ser humano.
Aquele que perdoasse qualquer tipo de pecado.
Aquele que concedesse perdão em qualquer lugar do mundo.
Aquele que não tivesse tempo de validade, ou seja, valesse agora, daqui a um
minuto, uma hora, um dia, um mês, um ano, mil anos, milhares de anos e etc.
Mas onde achar este sacrifício? Quem pôde idealizar um sacrifício assim? A resposta
obvia é o Deus todo-poderoso. E é ai que entra em cena o Salvador do mundo: ―JESUS
CRISTO O FILHO DE DEUS‖.
Quando João Batista olha para Jesus e diz em João 1.29: ―Eis aqui o Cordeiro de Deus,
que tira o pecado do mundo‖, ele está pensando na morte substitutiva ou expiatória, que no caso
de Jesus, por sua perfeição não seria apenas dada a uma nação, mas a todo o Universo de
homens tanto daquela época quanto do futuro.
Jesus Cristo o Deus-homem, santo, sem mácula, se qualifica por sua perfeição para ser o
sacrifico expiatório que Deus aceitou com prazer para remover os pecados da humanidade.
Quando o Senhor Jesus é entregue a prisão e sentenciado à morte, cumprisse a profecia
do resgate da humanidade feita em Gn 3.15, pois ao subir a cruz, Ele substitui a humanidade.
Ao morrer nos lemos que o véu do templo que separava o lugar santo do santíssimo é
rasgado de alto a baixo (Mt 27.51; Mc 15.38; Lc 23.45), este fato nos mostra que o caminho que
era dificílimo para chegar perto Deus, agora em Cristo seria facilitado pelo o novo caminho que
a fé em Jesus iria proporcionar. Antes somente o sacerdote da descendência de Aarão podia
transpassar o véu com sangue alheio (de animais) para pedir perdão por si e pelo povo de Israel,
agora em Cristo o caminho foi aberto para que não somente Israel receba o perdão, mas que
todos os homens o recebam este mesmo perdão sem distinção de nacionalidade. Agora toda
humanidade precisa do homem Jesus para ser seu mediador entre Deus (1 Tm 2.05), que é
também o Sacerdote Eterno pela ordem de Melquisedeque e é também a propiciação pelos
pecados (1 Jo 2.2).
Jesus assume o papel mais importante para salvação da humanidade, ele se torna tudo
aquilo que é necessário para restaurar a todos a perfeição e comunhão para com Deus: vitima e
o réu, o sacrifício e o sacerdote, a oferta e o ofertante, o único Mediador entre Deus e os
homens.
Seu sacrifício sendo perfeito é realizado uma única vez (Hb 9. 22-28; 10.12) e serve para
o perdão dos pecados de toda humanidade (1 Jo 2.2), tendo como requisito para o receber a fé
(Rm 5.1,2; Gl 2.16;3.26; Ef 2.8; 1 Pe 1.5). Este sacrifício diferentemente dos sacrifícios de
animais age na natureza do pecador fazendo ela mudar, então o homem deixa de ser dominado
pelo pecado porque é liberto (Jo 8.32), recebe o novo nascimento e passa a ser filho por adoção
(Jo 1.12, Gl 4.5) e assim acontece o milagre do retorno—retorno para os braços de Deus. O
sacrifício perfeito de Jesus tem um valor permanente na vida de quem o recebe pela fé, pois esse
homem perdoado e reintegrado a comunhão de Deus pode até vacilar e errar involuntariamente,
e assim requerer o perdão sempre que necessitar, pois o sacrifício de Jesus foi realizado uma vez
e não possui rotulo de validade, seu valor realmente é eterno. Não importa se estamos no Brasil
17
ou no Japão, ou até mesmo na Antártica ou na Lua, esse sacrifício atravessa as fronteiras dos
países e abençoa a todos, qualquer um em sua pátria, cidade, bairro ou casa pode receber o
perdão dos pecados.
O sacrifício de Jesus Cristo é aquele sacrifício melhor que fiz referência a pouco,
pois:
Ele muda o coração (natureza) do ser humano;
Ele perdoa qualquer tipo de pecado1;
Ele perdoa o pecado dos homens em qualquer lugar do mundo;
Ele não tem tempo de validade, ou seja, realmente seu valor é atual e se estende
para daqui a um minuto, uma hora, um dia, um mês, um ano, mil anos, milhares
de anos e etc.
“ATENÇÃO”
O sacrifício de Cristo
só se torna nulo na vida daquele que o rejeita.
1 Com exceção apenas da blasfêmia contra o Espírito Santo que caracteriza uma rejeição voluntaria e
consciente da autoridade do Espírito ao operar milagres seguido de ofensa segundo o texto de Mc 3.29; Mt 12.32;
Lc 12.10, isto, significa que para ser considerada blasfêmia a pessoa que a fizer deve conhecer as escrituras e o
porque desta não ter perdão está relacionado ao fato do Espírito Santo ser aquele que convence o mundo do pecado
( Jo 16.8), se porventura Ele se afasta fica necessariamente impossível alguém se arrepender.
18
Argumento contra a morte substitutiva de Cristo.
Os opositores da morte substitutiva de Jesus Cristo usam o argumento bíblico de Dt 5.17
que nos indica que Deus não aceita sacrifícios humanos e por isto discordam daquilo que é à
base do Cristianismo em relação ao perdão dos pecados da humanidade.
Porque Deus não aceitava sacrifícios humanos?
Simplesmente porque toda a humanidade é imperfeita devido ao pecado de Adão (Rm
3.23; 5.19; Sl 14.1-3; Gl 3.22), e o principio da morte substitutiva era que o inocente animal
(que não possuía pecado) levava os pecados do ofensor o substituindo.
Realmente Deus não poderia receber um sacrifício humano devido sua imperfeição, mas
no caso do Senhor Jesus a lógica da imperfeição humana é quebrada, pois ele não HERDOU O
PECADO ORIGINAL DE ADÃO E TAMBÉM NUNCA COMETEU PECADO
DURANTE SUA VIDA e na sua boca não houve engano (1 Pe 2.21,22; 1 Jo 3.5), o que foi
reconhecido até pelo descrente Pilatos que o chamou de justo (Mt 27.24), o que também o fez o
centurião que observava a sua crucificação (Lc 23.47).
A perfeição (Hb 9.26) de Cristo o qualificou para substituir a humanidade levando sobre
si as iniquidades (Is 53.11), sendo um sacrifício único (Hb 9.26-28; 10.12, 14) proporcionando a
remissão dos pecados (Hb 10.18) e sendo ele mesmo o sacerdote, pela sua ressurreição e
ascensão ao céu pode interceder eternamente junto a Deus pelos pecadores (Hb 7.22-28)
concedendo eterna salvação aos que obedecem à palavra de Deus (Hb 5.9).
19
JESUS, A TRÍPLICE FUNÇÃO E SUA MESSIANIDADE.
Por que Jesus é sacerdote?
A melhor síntese do significado sacerdotal e que demonstra este ministério de Jesus
Cristo está no livro de aos Hebreus. E é essencial que aquele que quer aprender sobre quem
eram e o que faziam os sacerdotes leia os livros de Números capitulo 3 sobre a escolha de
Aarão, Êxodo capítulos 35-40 sobre o que era o tabernáculo, o livro de Levítico que é o manual
de uso do tabernáculo e o livro de Hebreus que fala sobre o sacerdócio de Cristo.
Quem criou a função sacerdotal foi o próprio Deus e a oficializou em Aarão (Nm 3, Ex
28. 1-3). Aarão foi constituído por Deus como sumo sacerdote e foi designado aos deveres do
oficio sacerdotal. Sua missão era representar o povo diante de Deus.
Lembramos que ninguém podia ocupar o cargo de sumo sacerdote só porque desejava.
Havia a necessidade de ter o chamado de Deus e a devida Unção para este trabalho, da mesma
forma como Deus escolheu Aarão.
O sacerdote intercedia a favor dos pecadores com sacrifícios cruentos a Deus, que
perdoava o pecado.
Esses sacrifícios inicialmente eram oferecidos no tabernáculo que era um templo móvel
que mais tarde foi substituído pelo templo que foi construído por Salomão (1 Reis 7 e 8), mas os
sacerdotes continuaram sendo os descendentes de Aarão.
A idéia fundamental de sacerdote é a de um mediador entre o homem e Deus.
O sacerdote interpõe-se entre o homem e Deus, ao contrario do profeta, que se coloca
entre Deus e o homem.
O supremo sacerdote judaico é simplesmente um homem como qualquer outro, porem é
escolhido por Deus para falar por todos os outros homens naquilo que eles tem a tratar com Ele.
Ele apresentava as ofertas deles a Deus e oferecia o sangue dos animais que eram
sacrificados para cobrir os pecados do povo e os seus próprios também. E por ser homem, pode
tratar com bondade os outros homens, embora estes sejam insensatos e ignorantes, pois ele
também está rodeado das mesmas tentações e compreende muito bem o problema deles.
O sacerdócio atestava a vida pecadora do homem, a santidade de Deus e, por
conseqüência, a necessidade de certas condições para que o pecador pudesse aproximar-se de
Deus. O homem devia ir a Deus por meio de um sacrifício e estar perto de Deus pela
intercessão.
No antigo pacto quem fazia está função eram os descendentes de Aarão, que eram da
tribo de Levi e conseqüentemente levitas.
Jesus era descendente de Aarão?
Não. Jesus era descendente de Davi, da tribo de Judá (Hb 7.14).
Mas como ele foi ser sacerdote?
Jesus não exerceu a função sacerdotal no templo em Jerusalém, mas no tabernáculo
superior ao terreno (Hb 9.11,23) que está nos céus.
Na morte de Jesus vemos o sacrifício único (Hb 10.12) que nos substitui e remove
nossos pecados (Hb 9.28) e que este sacrifício é apresentado por Ele mesmo, porque depois de
sua ressurreição e ascensão aos céus Ele se torna sacerdote eterno pela ordem de Melquisedeque
(Hb 6.20; 7.21).
Sendo nosso único mediador (1 Tm 2.5) possui um sacerdócio eterno (Hb 7. 24,25)
diante de nosso Deus, e assim se estabelece à nova aliança que substitui a anterior, pois é
melhor (Hb 7.22). Melhor porque este seu sacrifício aperfeiçoou os que crêem nele (Hb 10.14).
20
Por que Jesus é profeta?
―Do meio de seus irmãos lhes suscitarei um profeta semelhante a ti; e porei as minhas
palavras na sua boca, e ele lhes falará tudo o que eu lhe ordenar‖ (Dt 18.18)
Um profeta tinha a função de se colocar entre Deus e o homem, ou seja, era enviado a
falar em seu nome.
―O profeta no Antigo Testamento exorta em nome de Deus‖.
―Repreendia em nome de Deus‖.
―Consolava em nome de Deus‖.
―Separava e ungia reis e profetas em nome de Deus‖.
―Aplicava juízos em nome de Deus‖.
O profeta Moisés possuía uma tríplice função: era profeta (fala em nome de Deus), era
sacerdote (era mediador entre o homem e Deus) e era um juiz (presidia sobre o povo de Deus).
Após Moisés somente Samuel assumiu esta tríplice função os demais eram porta-vozes das
mensagens divinas.
Deus levantou inúmeros profetas a Israel para os direcionar, mas nenhum que se
enquadrasse na profecia de Dt 18.18, e quando a Moisés foi dirigida a voz divina dizendo que
iria levantar um profeta semelhante a ele, estava revelando a autoridade que foi outorgada a
Moisés e que seria também dada a outro profeta. Moisés foi o libertador do povo de Israel da
escravidão Egípcia.
O profeta que Deus predisse que enviária para guiar o povo foi Jesus (At 3.20-26) que
também libertou o povo de Israel, porém não unicamente a Israel, mas também os outros povos.
Não de um domínio imposto por uma nação, mas do domínio que o pecado exercia sobre todos
os homens (Jo 8.32).
Qual foi a mensagem que o profeta Jesus trouxe em nome de Deus?
A mensagem consiste em acreditar em Deus e em Jesus, pois a vida eterna esta ao
alcance de todos pelas boas novas de salvação que é doada gratuitamente a aquele que crê. As
palavras de Jesus exprimem isto:
―E a vida eterna é está: que te conheçam, a ti só, por único Deus verdadeiro, e a Jesus
Cristo, a quem enviaste‖ (Jo 17.3).
―E disse-lhes: Assim está escrito que o Cristo padecesse, e ao terceiro dia ressurgisse
dentre os mortos; e que em seu nome se pregasse o arrependimento para remissão dos pecados,
a todas as nações, começando por Jerusalém. Vós sois testemunhas destas coisas‖ (Lc 24. 46-
48).
Jesus é o profeta (porta-voz) de Deus concernente a revelação da Salvação a todos os
homens.
21
Jesus é um Juiz no sentido do Antigo Testamento e rei.
Jesus pode ser considerado como um juiz no sentido do Antigo Testamento, pois,
também preside sobre o povo, porém em amplitude maior, na verdade a palavra que define
melhor a função que o Senhor Jesus tem sobre toda a humanidade é a de ―REI!‖. Os juizes do
antigo testamento presidiam sobre apenas Israel e eram constituídos por Deus e eram
representes deste, pois até então o governo em Israel era Teocrático, ou seja, Deus é quem
presidia sobre o povo na figura dos seus juizes. Depois por uma má escolha eles decidiram ser
presididos por um rei como as demais nações rejeitando a Teocracia pela monarquia e por isso
receberam como rei a Saul e em seguida seu sucessor Davi que é o ancestral de Jesus. Vemos
que na monarquia Israel teve reis tementes a Deus e também reis incrédulos que fizeram o povo
se afastar de Deus e receberem juízo divino sobre seus atos. A monarquia visa em si os
interesses das famílias que estão sobre o domínio do povo e em seguida os interesses deste,
todavia o reinado de Jesus não é monárquico, pois Ele mesmo é Deus (Jo 1.1) concluímos que o
reinado de Jesus é diferente de todos os reinados anteriores, pois é Teocrático e não
monárquico. Jesus não herdou somente o trono de Davi no sentido de ser rei apenas de Israel,
mas o reinado mundial e universal, pois Ele é Rei dos Reis e Senhor dos Senhores (1 Tm 6.15;
Ap 19.16).
Jesus é um Rei que tem domínio muito maior do que qualquer outro homem jamais teve,
pois Ele é rei sobre:
O Universo (Jo 1.3; Cl 1.16).
Os anjos (Mt 13.41; 24.31; Hb 1.4,7; 1 Pe 3.22).
Satanás (Jó 1.12; 2.6; Ap 20.2,10).
Os anjos Caídos (Mc 5.2-10; Lc 8.27-31; Pe 2.4; Ap 20.12,15).
Israel (Mt 27.37; Lc 19.38; Jo 1.49; 12.13; 19.19).
Todas as nações (1 Tm 6.15; Ap 19.16).
E seu reino é o único que não se acabará (Dn 7.14,27).
Jesus é a revelação máxima da vontade divina para o homem englobando a tríplice
função de rei, sacerdote e profeta.
Ele governa.
Ele é mediador entre os homens e Deus. E por isso intercede a favor de todos que nEle
crêem.
Ele fala em nome de Deus aos homens.
Em Jesus cumprisse a vontade divina para com toda a humanidade que tem o privilegio
de servir a Deus para sempre.
Pela revelação da salvação dada por intermédio de Jesus e por tudo que Ele é estamos
seguros.
22
Porque Jesus é o Messias?
Jesus é chamado de o Cristo. A palavra grega Christos que tem o mesmo valor da
palavra Messias que vem do Hebraico Mashiach que significa o Ungido, o Escolhido.
O Messias era esperado pelo povo de Israel para estabelecer o reino de Israel sobre os
demais e guia-los em toda à vontade de Deus. Ao passar dos anos essa esperança se tornou cada
vez mais crescente devido às ocupações que Israel sofreu por diversas nações (Ex. Egito,
Assíria, Babilônia, Medo-Persas, Gregos, Romanos) aspirando à vinda do libertador à moda do
rei Davi, ou seja, um grande Rei e Guerreiro.
Até hoje os judeus não cristãos esperam a chegada desse messias e rejeitam que Jesus
tenha sido o Ungido de Deus, pois não estabeleceu uma revolução armada para colocar Israel
em uma posição de proeminência entre as nações, estabelecendo um reino intercontinental e
imperialista. Para os judeus da época (ao falar de judeus o destaque cabe a classe dominante
deste período) não foi só por esse motivo que o rejeitaram, mas por temerem perder suas
posições de honra na nação que foi conferida pelos Romanos (Jo 11.48) e também por causa da
inveja que eles sentiam de Jesus (Mt 27.18; Mc 15.10). Vemos que a ganância e a inveja
endureceram os seus corações de tal maneira que mesmo depois de saberem que Jesus havia
ressuscitado devido ao depoimento dos guardas que estavam no sepulcro, procuraram subornar
a estes e persuadi-los a mentir dizendo que os discípulos haviam roubado o corpo (Mt 28.11-
15).
Qual a evidência que Jesus é o Messias?
O Messias seria descendente de Davi.
―Quando teus dias se cumprirem, e descansares com teus pais, então farei levantar
depois de ti o teu descendente, que procederá de ti, e estabelecerei o seu reino. Este edificará
uma casa ao meu nome, e eu estabelecerei para sempre o trono do seu reino. Eu lhe serei por
pai, e ele me será por filho; se vier a transgredir, castigá-lo-ei com varas de homens e com
acoites de filhos de homens. Mas a minha misericórdia se não apartará dele, como a retirei de
Saul, a quem tirei de diante de ti. Porém a tua casa e o teu reino serão firmados para sempre
diante de ti; teu trono será estabelecido para sempre‖. 1 Samuel 7.12-16 (grifo meu)
―Eis que conceberás e darás à luz um filho a quem chamarás pelo nome de Jesus. Este
será grande e será chamado Filho do Altíssimo; Deus, o Senhor, lhe dará o trono de Davi, seu
pai. Ele reinará para sempre sobre à casa de Jacó, e o seu reinado não terá fim‖. Lucas
1.31,32 (grifo meu)
O Messias nasceria na cidade de Belém, cidade pertencente à
Tribo de Judá.
―E tu, Belém Efrata, pequena demais para figurar como grupo de milhares de Judá, de ti
me sairá o que há de reinar em Israel, e cujas origens são desde os tempos antigos, desde os dias
da Eternidade‖. Miquéias 5.2
23
―Tendo Jesus nascido em Belém da Judéia, em dias do rei Herodes...‖ Mateus 2.1
Profecias sobre seu advento: Gn 3.15; Dt18.15; Is 55.5, Dn 2.44; Zc 3.8.
Designações messiânicas de Jesus e suas referencias:
O amém. Ap 3.14
Cabeça do Corpo (igreja). Cl
1.18
Cordeiro Jo 1.19-36; Ap 5.6.
Descendente da mulher. Gn
3.15
O esposo. Jo 3.29
O que batiza com Espírito
Santo. Jo 1.33
O que dá testemunho de si
mesmo. Jo 8.18
O que havia de vir. Mt 11.3
Emanuel. Mt 1.23
Escolhido de Deus. Lc 9.35;
Hb 1.9
Estrela de Jacó, rei de Israel.
Nm 24.17
Governante (guia, rei) de
Israel Mq 5.1-2.
Fiel e verdadeiro. Ap 19.11
Filho. Mt 2.15
Filho de Davi. Mt 9.27
Filho de Deus Lc 1.35
Filho do Deus Altíssimo. Lc
1.35
Filho do Deus bendito Mc
14.61
Filho do homem. Mt 24.27
Filho do pai 2 Jo 3
Imagem visível de Deus. Cl
1.15
Libertador. Is 59.20. Rm
11.26-27.
Mestre e filho de Deus. Jo
1.49
Palavra. Jo 1.1
Palavra de Deus. Ap 19.13
Pastor. Mt 26.31; Jo 10.1-21
Paz. Ef 2.14
Príncipe. Dn 9.25; At 5.31
Príncipe da paz. Is 9.6
Príncipe dos reis da terra
Plenitude de Deus. Cl 2.9
Primeiro e último. Ap 1.17
Primícia. 1 Co 15.20
Primogênito. Cl 1.15; Hb 1.6
Primogênito dos mortos. Ap
1.5
Profeta. Dt 18.18; Jo 1.21;
At 7.37
Rei de Jerusalém. Zc 9.9; Mt
21.5; 25.34
Rei dos Reis. Ap 19.16
Rocha espiritual. 1 Co 10.4
Santo. Lc 1.35
Santo de Deus. Jo 6.69
Esperança e glória. Co 1.27
Sinal. Lc 2.34
Senhor. Lc 1.43; Cl 3.24
Senhor dos Senhores. Ap
19.16
Servo. Is 42; 49; 50.4-11;
52.13-53.12
Sumo sacerdote. Hb 9.11
Sumo sacerdote segundo a
ordem de Melquisedeque. Hb
6.20
Testemunha fiel. Ap 1.5
Varão (homem) aprovado
por Deus. At 2.22
Vida. Cl 3.3-4.
24
Os Milagres de Jesus o Cristo
Os milagres que Jesus operou evidenciam claramente que Ele recebeu autoridade divina.
Há alguns que alegam que os milagres efetuados por Jesus são manifestações de sua divindade,
todavia, vemos milagres sendo realizados por personagens anteriores ao advento de Cristo na
história humana, tais como Moises, Josué, Elias, Eliseu sem atribuir a nenhum deles
prerrogativas divinas atestando somente sua escolha e autoridade conferidas por Deus. E não
podemos esquecer que depois da ascensão de Jesus os discípulos continuaram a anunciar o
evangelho operando milagres e prodígios (Mc 16.20; Hb 2.3,4).
Assim, olharemos os milagres que Cristo operou com a perspectiva de revestimento de
autoridade dada por Deus para exercer seu ministério terreno que estava fundamentado na plena
dependência de Deus mediante a ação do divino Espírito Santo.
Quando colocamos em pauta a dependência da ação do Espírito Santo estamos deixando
claro a inércia dos atributos divinos em Jesus Homem. Faz-se necessário saber que Jesus não era
um fantoche, ou seja, não estava fingindo ser homem em todos os aspectos possíveis, mas como
nós participou da carne e do sangue e suas limitações (Hb 2.17; 1 Jo 1.1). [pode-se conferir isso
no capitulo Jesus homem verdadeiro]
É necessário termos em mente que o enviado de Deus precisaria possuir testemunho que
credibiliza-se seu ministério diante do povo. Assim podemos ver Jesus recebendo testemunho
de João Batista (Jo 1.29-34) que é a ―voz do clama no deserto‖ ou o que prepararia o caminho
para manifestação do Messias (Lucas 7.27). Também vemos o Senhor recebendo o testemunho
do Pai e do Espírito Santo no momento do Batismo (Mt 3.13-17; Mc 1.9-11; Lc 3.21-22) e pelas
obras que nenhum outro havia feito até então (Jo 15.24).
Mesmo depois de João o batizador ter visto o Espírito Santo descer em forma de pomba
e ouvir a voz de Deus testificar sobre Jesus, uma fagulha de dúvida se apoderou de seu coração
fazendo-o enviar dois discípulos ao Mestre (Mateus 11.01-06 e Lucas 7.18-23) e perguntar se
Jesus era mesmo o enviado de Deus (o Messias), e vemos que Jesus não diz diretamente ―eu sou
o enviado de Deus‖, mas as escrituras dizem que ele operou sinais e maravilhas na frente dos
dois discípulos recomendando que eles testificassem o que viram a João, sabendo que o que
fizera falaria mais alto do que uma simples resposta afirmativa. Da mesma maneira os judeus
em Jo 10. 24, 25, o rodearam e lhe perguntaram: ―Até quando terás a nossa alma suspensa? Se
tu és o Cristo, dize-nos abertamente. E Jesus disse-lhes: “As obras que eu faço, em nome de
meu Pai, essas testificam de mim”. Uma outra resposta seria: “Os milagres que eu opero são
as palavras que vocês precisam ouvir acerca de minha Messianidade”. A operação de
milagres testificava a autenticidade do ministério de Jesus, pois antes dele, haviam acontecido
milagres no ministérios dos profetas já mencionados, mas não como no ministério de Jesus. Jo
15.24: “Se eu entre eles não fizesse tais obras, quais nenhum outro tem feito...”, e isso
deveria ser colocado na balança, ou seja, todos que viam o que Jesus fazia deveriam notar que
estava além de tudo que havia acontecido no passado e no presente, e isto, era a evidência que
Deus o enviara.
Jesus disse para Felipe : ―Crede-me que estou no Pai, e o Pai em mim: crede-me, ao
menos, por causa das mesmas obras‖ (Jo 14.11). Assim vemos que os sinais testificavam da
Messianidade de Jesus e isso foi compreendido por Nicodemos que falou: ―Rabi, bem sabemos
que és Mestre, vindo de Deus: porque ninguém pode fazer estes sinais que tu fazes, se Deus não
for com ele‖ (Jo 3.02). Nicodemos era príncipe e Mestre em Israel e ao fazer esta afirmação
estava fazendo uma analise critica e evidencial do que já havia sido escrito acerca dos antigos
25
profetas que foram chamados por Deus. Um exemplo singular disto é quando Deus comissionou
Moisés para libertar Israel da escravidão egípcia e foi lhe dirigida à ordem e ele falou a seguinte
frase: ―Mas eis que não me crerão, nem ouvirão a minha voz, por que dirão: O Senhor não
te apareceu”. Com isto Moisés afirma que o simples testemunho de seus lábios não traria
crédito em seu favor, em outras palavras ele disse: eu preciso mais do que palavras para que
creiam em mim! E Deus confere a ele o sinal da vara que se torna serpente e da mão que se
torna leprosa e um sinal extra que é a água que se torna em sangue (Ex 4.1-9). E a afirmação
divina é que: “E acontecerá que, se eles te não crerem, nem ouvirem a voz do primeiro
sinal, crerão a voz do derradeiro sinal;” (Ex 4.8). Assim vemos que Deus credenciou o
ministério de Moisés também com operação de sinais miraculosos descritos nos livros de Êxodo
e Números começando por estes primeiros sinais que evidenciavam que ele era o enviado de
Deus para libertar o povo de Israel da escravidão.
O enviado de Deus é credenciado a operar maravilhas para que acreditem em suas
palavras, e isto esta presente em todo o ministério do Senhor Jesus. E podemos classificar como
impressionante o fato de que além das maravilhas serem operadas por Jesus, o seu nome
“concedia” e “concede” a aqueles que o pronunciam a mesma virtude (Lc 9.49; 10:19; Mc
16.17,18), distinguindo-o de todos os outros profetas que operaram sinais antes dele, pois, nunca
ensinaram a outros realizarem os mesmos sinais ou outros maiores do que haviam feito em seu
próprio nome! Jesus, porém disse: “Na verdade, na verdade vos digo que aquele que crê em
mim também fará as obras que eu faço, e as fará maiores do que estas; porque eu vou
para meu Pai. E tudo quanto pedirdes em meu nome eu o farei, para que o Pai seja
glorificado no Filho” (Jo 14.12,13).
Podemos ver o Apostolo João no capitulo 20.30 reafirmando o que Jesus disse em 15.24.
―Jesus, pois operou também em presença de seus discípulos muitos outros sinais, que não estão
escritos neste livro‖; juntamente com o capitulo 21.25 que diz: ―Há, porém, ainda muitas outras
coisas (sinais, maravilhas e etc) que Jesus fez; e se cada uma das quais fosse escrita, cuido que
nem ainda o mundo todo poderia conter os livros que se escrevessem. Amém‖. E no versículo
31 do capitulo 20 afirma a que propósito foi escrito o evangelho de João, e por que não dizer de
todos os escritos sagrados: ―Estes, porém, foram escritos para que creiais que Jesus é o Cristo, o
Filho de Deus, e para que crendo, tenhais vida em seu nome‖.
Assim concluímos que realmente os milagres que Jesus operou testificam que Ele foi
credenciado por Deus para ser o ―Messias esperado‖ e o que as Escrituras previam sobre o
Messias se cumpriram nEle.
26
Os vários milagres realizados por Jesus nos evangelhos estão
colocados nesta pequena tabela abaixo:
Estão aqui os quatro evangelhos e a descrição dos milagres
MATEUS MARCOS LUCAS JOÃO DESCRIÇÃO
2:1-11 Água transformada em vinho.
4:46 O filho do nobre é curado.
4:30 Jesus escapa da multidão.
5:06 Pesca maravilhosa.
1:23 4:33 O espírito imundo é expulso.
8:14 1:30 4:38 A sogra de Pedro é curada.
8:16 1:32 4:40 Doentes são curados.
8:02 1:40 5:12 Um leproso é curado.
9:02 2:03 5:18 Um coxo é curado
5:09 Um homem enfermo é curado.
12:09 3:01 6:06 A mão seca é restaurada.
12:15 3:10 Doentes são curados.
7:11 O filho da viúva é
ressuscitado.
8:05 7:01 O servo do centurião é curado.
12:22 O demônio é expulso do cego
mudo.
8:23 4:35 8:22 A tempestade é cessada
8:28 5:01 8:26 Demônios expulsos entram nos
porcos.
9:18-23 5:22-35 8:40-49 A filha de um líder é
ressuscitada.
9:20 5:25 8:43 A mulher com hemorragia é
curada.
9:27 Cegos são curados.
9:32 Demônio é expulso do surdo-
mudo.
14:13 6:30 9:10 6:01 Cinco mil são alimentados.
14:25 6:48 6:19 Jesus anda sobre a água.
14:36 6:56 Doentes são curados em
Genesaré.
15:21 7:24 Filha de um gentio é curada.
7:31 Um surdo-mudo é curado.
15:32 8:01 Quatro mil são alimentados
17:01-08 9:02-08 9:28-36 Transfiguração de Jesus.
17:24 A moeda na boca do peixe.
9:01 A cura do cego de nascença.
11:14 Um surdo mudo
endemoninhado é curado.
27
13:11 A mulher enferma é curada.
14:01-04 O homem hidrópico é curado.
11:43 Lázaro é ressuscitado.
17:11 Dez leprosos são purificados.
20:30 10:46 18:35 Dois cegos são curados.
21:18 11:12 A figueira seca.
22:51 Orelha do servo é restaurada.
28 16:01-08 24 20 Jesus ressuscita dos mortos.
28:01-07 Um anjo rola a pedra e anuncia
a ressurreição.
28:05-08 16:05-07 24:04-08 Um anjo aparece no tumulo.
20:11-13 Anjos aparecem a Maria.
16:09 20:14-17 Jesus aparece a Maria
Madalena.
28:09,10 Jesus aparece para mulheres.
16:14-18 24:36-48 20:26-31 Jesus aparece para os onze.
21:01-25 Jesus aparece para sete.
21:06 Pesca milagrosa.
28:16-20 16:15-18 Jesus aparece aos apóstolos
24:51 Jesus é elevado aos céus.
28
A superioridade de Jesus é evidenciada.
Jesus é superior ao patriarca Abraão.
―Respondeu-lhes Jesus: Em verdade, em verdade eu vos digo: Antes que Abraão
existisse, EU SOU‖ Jo 8.58
Abraão é o patriarca, ou pai da nação de Israel, pois é o ancestral que recebeu a
promessa divina de formar uma nação que seria como a areia da praia em quantidade. Em
Abraão vemos o inicio de Israel e a grande honra que ele tem por este motivo entre seus
descendentes, porém Jesus é maior que ele. Jesus é maior que Abraão por existir antes dele
como descrevemos no versículo acima e por que sendo Deus fez a promessa e o seu
cumprimento acontecer.
Jesus é superior ao Sábado.
―O sábado foi estabelecido por causa do homem, e não o homem por causa do sábado;
de sorte que o Filho do homem é senhor também do sábado.‖ Mc 2.27,28.
O sábado é um sinal entre Deus e o povo de Israel (Ex 31.16,17), um dia especial para o
povo descansar e adorar.
O sábado foi criado para impor limites ao povo Israelita concernente a ganância e
exploração.
O sábado foi criado não para impor servidão ao povo Israelita, mas para servi-lo. Neste
dia além de descansar todos tinham a oportunidade de dedicar mais tempo a buscar
entendimento sobre a lei e adorar o Senhor.
Para aqueles que não são Israelitas porque não descendem carnalmente de Abraão, mas
foram chamados pelo evangelho para pertencerem a Igreja de Deus, o sinal entre Deus e a Igreja
é o próprio Senhor Jesus.
Porque é o próprio Senhor Jesus e não o Sábado?
Porque quem criou o sábado foi o próprio Senhor Jesus, pois Ele é Deus (Jo 1.1) e Ele
mesmo se declara Senhor do sábado (Mc 2.28) e maior é aquele que cria do a coisa criada (Hb
3.3) e não existe na nova aliança nenhuma especificação ou ordem direta para guarda deste dia.
Não estou querendo dizer com isso que Jesus não guardava o sábado. Jesus era um
israelita e sendo um israelita ele obedecia a lei, porém, após sua morte e ascensão e
consequentemente o estabelecimento da nova dispensação, vemos que o novo testamento não
adotou como mandamento um dia especifico semanal para ser observado como o era no antigo
testamento que influenciava a vida do povo até mesmo com a pena capital (Ex 31.14; Nm
15.32-36). Isto quer dizer que se alguém quer insistir em que o sábado é necessário para
salvação no novo testamento tem que concordar que a quebra de sua observância leva o
individuo a morte segundo os versículos nesse parágrafo citados.
O fato dos discípulos de Jesus não observarem o sábado ou qualquer outro dia de
descanso semanal não os elimina da igreja como ocorria com o israelita no antigo pacto (Ex
31.14).
29
O sábado não possui valor salvivifico como algumas poucas denominações cristãs
querem afirmar, pois quem salva o homem é o poder purificador do sangue de Jesus (Rm 5.9; Ef
1.17; Ap 1.5).
A igreja não adora a Deus somente num dia da semana, mas todos os dias.
Como a igreja não recebeu especificamente uma ordem para guardar um dia semanal de
descanso semelhante ao antigo pacto, ela pode em qualquer hora e dia da semana exercer sua
tarefa de evangelizar o mundo.
Gostaria de lembrar que nos dias de descanso de trabalho material (lavouras, comércios,
firmas e etc) os irmãos e irmãs trabalham para Jesus na evangelização, e isto quer dizer que eles:
Podem e até andam mais de novecentos metros2.
Carregam instrumentos, aparelhos de som, vídeo e etc para realizar cultos, palestras,
convenções, eventos e etc.
(O ato de carregar objetos era caracterizado como trabalho e quebra da observância do
dia de descanso no antigo pacto. Ex 20.10).
Usam água, luz, gás, telefonia e outros meios de comunicação.
(Existem pessoas que estão trabalhando para fornecer água, luz, gás, telefone,
comunicação e etc e no antigo pacto era proibido usufruir serviços no dias de descanso até de
pessoas que não pertenciam ao povo de Israel. Ex 20.10, 35.3).
Jesus é superior ao rei Davi.
―Mas Jesus lhes perguntou: Como podem dizer que o Cristo é filho de Davi? Visto como
o próprio Davi afirma no livro de Salmos: Disso o Senhor ao meu Senhor: Assenta-te à minha
direita, até que eu ponha os teus inimigos por estrado dos teus pés. Assim, pois, Davi lhe chama
Senhor, e como pode ser ele seu filho?‖ Lc 20.41-44.
O rei Davi é tido por todo povo judeu como o maior rei que Israel já teve e em seu
reinado Israel foi projetado como a nação mais forte de sua época. Davi é a referência máxima
sobre o modelo de rei que o povo israelita deseja ter devido sua bravura e poder de liderança.
Davi foi um homem que serviu a Deus, porém, teve algumas falhas que estão descritas nas
escrituras. Seu envolvimento com uma mulher casada (adultério) e sua estratégia para matar seu
marido (homicídio), mostram seu lado humano (quero exprimir o sentido de homem falho e
pecador) que declara que ele era um pecador comum como todos os outros e que era carente das
misericórdias divinas.
Jesus, porém nunca cometeu adultério ou qualquer relação sexual ilícita (fornicação) ou
homicídio e etc., ele sempre teve uma conduta perfeita aqui na terra e isto, testifica a seu favor,
demonstrando sua superioridade sobre Davi, que ao ter uma revelação divina acerca do advento
de Jesus Cristo escreve o salmo messiânico chamando o de meu Senhor (Sl 110.1).
2 Algo que no antigo pacto era proibido, pois andar mais que novecentos metros que era à
distância que os rabis permitiam aos judeus caminhar no sábado era proibido. Esta distancia limite aparentemente
foi calculada em Ex 16.19, interpretada a luz de Nm 35.5. Jesus é superior ao sábado: informação retirada da bíblia
anotada. Editora Mundo Cristão. página 1359. nota sobre o versículo 12 do capitulo 1 de atos dos apóstolos.
30
Jesus é superior ao rei Salomão.
―...E eis aqui está quem é maior do que Salomão‖. Mt 12.42
Salomão teve o privilegio te ter um reinado de paz, seu próprio nome significa pacifico,
embora em sua velhice ele abandonou o Senhor e passou por turbulências. Em sua época ele foi
o homem mais sábio e rico que existiu e é uma referência até nos dias atuais na fantasia
daqueles que gostariam de terem riquezas e glórias. Sua conduta foi boa durante alguns anos,
porém, não perseverou em seguir a Deus e virou um idolatra em sua velhice.
Enquanto homem Jesus não teve riquezas como Salomão, mas nem por isso, deixou de
seguir a Deus, mesmo sendo tentado pelo diabo que lhe oferecia a glória do mundo e suas
riquezas rejeitou-as e respondeu que somente adoraria ao Deus verdadeiro (Mt. 4) e sua
sabedoria é infinitamente maior que a de Salomão, pois, Ele mesmo é a fonte da sabedoria.
Jesus é superior ao profeta Jonas.
―...E eis aqui está quem é maior do que Jonas‖. Mt 12.41
Jonas é dentro do Antigo Testamento o único profeta que foi enviado a trazer uma
mensagem de juízo a outra nação, sendo desobediente e prevendo que Deus não iria destruir a
cidade de Nínive caso ela se arrependesse. Apesar de contrariar sua própria vontade sua
pregação de juízo fez com que pelo menos aquela geração que estava em Nínive sobrevivesse a
destruição divina.
Jesus é superior a Jonas, pois, voluntariamente antes da fundação do mundo já havido
disposto vir salvar os homens. A sua missão não reservou salvação somente para uma cidade,
mas para todas cidades da terra e esta mesma salvação transcende o tempo, pois, vendo salvado
gerações desde de que começou a ser anunciada.
Jesus é superior ao profeta Moisés.
―Jesus, todavia, tem sido considerado digno de tanto maior glória do que Moisés, quanto
maior honra do que a casa tem aquele que a estabeleceu‖. Hb 3.3
Moisés é tido como o maior profeta que Israel já teve, pois, por seu intermédio Deus os
libertou da escravidão no Egito e entregou a lei. Moisés marca o inicio da herança escrita do
legado de Deus para com seu povo, porém, falhou ao ferir a rocha em Meribá em vez de apenas
falar a ela para jorrar água para saciar a sede do povo (Nm 20.1-13).
Jesus é superior a Moisés porque nunca demonstrou falta de fé e foi obediente até a
morte e morte de Cruz (Fp 2.8) e acima disto, sua superioridade vem descrita em Hb 3.3, pois, a
própria chamada de Moisés não foi realizada involuntariamente a vontade Jesus, mas Ele
próprio foi quem o escolheu para realizar a redenção de Israel.
31
Jesus é superior a João Batista.
―No dia seguinte, viu João a Jesus, que vinha para ele, e disse: Eis o Cordeiro de Deus,
que tira o pecado do mundo! É este a favor de quem eu disse: Após mim vem um varão que tem
a primazia, porque já existia antes de mim.‖ Jo 1.29,30
João Batista é o último profeta no estilo do Antigo Testamento (Mt 11.11) e é o
escolhido de Deus para manifestar ao mundo o Messias (Jo 1.21) e o seu ministério é baseado
em anunciar o advento daquele que é maior do ele, assim, o próprio testemunho de João testifica
que Jesus é superior a ele (Jo 1.26,27) e suas palavras em Jo 3.30 são notáveis e devem ser
tomadas como exemplo para todos: ―Convém que ele cresça e que eu diminua‖.
Jesus é superior a todos os profetas.
―Havendo Deus, outrora, falado muitas vezes, e de muitas maneiras, aos pais pelos
profetas, nestes últimos dias nos falou pelo Filho, a quem constituiu herdeiro de todas as cousas,
pelo qual também fez o universo.‖ Hb 1.1,2
Todos os profetas foram emissários de Deus para trazer exortação, repreensão,
consolação e tornar clara à vontade de Deus para o seu povo e em seus ministérios exercerem o
que sua chamada propunha anunciando também o advento do profeta maior: ―Jesus o Cristo‖.
Nenhum profeta fez referência a si mesmo, porém, todos apontavam para o advento do Messias,
assim podemos ver pelo testemunho dos profetas testificar a superioridade de Jesus que foi autor
das profecias por ser Deus verdadeiro e por cumpri-las em sua vida terrena.
Jesus é superior aos sacrifícios de animais.
―Não por meio de sangue de bodes e de bezerros, mas pelo seu próprio sangue, entrou no
Santo dos Santos, uma vez por todas, tendo obtido eterna redenção.‖ Hb 9.12
Como lemos no capitulo entendendo a morte substitutiva o sacrifício do Senhor Jesus é
superior aos dos animais porque concede aos que são purificados mudança de natureza
juntamente com o perdão sem o limite temporal e geográfico3.
3 temporal no sentido de não possuir rótulo de validade e geográfico por valer em todos os lugares que o ser
humano vivo pode estar (ver capitulo sobre morte substitutiva).
32
Jesus é superior ao sacerdócio levítico.
―Se, portanto, a perfeição houvera sido mediante o sacerdócio levítico (pois nele baseado
o povo recebeu a lei), que necessidade haveria ainda de que se levantasse outro sacerdote,
segundo a ordem de Melquisedeque, e que não fosse contado segundo a ordem de Arão?‖ Hb
7.11
Como lemos no capitulo entendendo a morte substitutiva o sacerdócio levítico que
fundamentava sua existência nos atos sacrificiais e esbarrava na imperfeição de tais atos (estou
fazendo a mesma referência do tópico acima e a ideia exposta no capitulo entendendo a morte
substitutiva que mencionada que os sacrifícios demonstravam dificuldades para atingir seu alvo
―purificação completa do pecador‖) foi substituído pelo sacerdócio de Jesus que segue a ordem
de Melquisedeque e que faz tudo o que este não pode fazer, demonstrando assim sua
superioridade.
Jesus é superior aos Anjos.
―Tendo-se tornado tão superior aos anjos, quanto herdou mais excelente nome do que
eles‖ Hb 1.4
Em pé de igualdade com os homens, os anjos são seres criados e devem obedecer ao
criador. Jesus é o Deus todo-poderoso e os anjos estão sujeitos a sua ordem e sua superioridade
é incontestável.
Jesus é superior a qualquer apóstolo.
―Quem é Apolo? E quem é Paulo? Servos por meio de quem crestes, e isto conforme o
Senhor concedeu a cada um.‖ 1 Co 3.5
Os apóstolos são apenas discípulos comissionados pelo Senhor Jesus para anunciarem
sua mensagem. Não existiriam apóstolos se não houvesse o mestre que lhes chamou e outorgou
o direito de anunciarem sua mensagem, assim, podemos dizer que por mais feitos que qualquer
apóstolo tenha feito, ele só pode realiza-lo porque foi escolhido e comissionado.
Jesus é superior a Maria que foi escolhida por Deus para o
gerar.
―Porquanto há um só Deus e um só Mediador, entre Deus e homens, Cristo Jesus,
homem,‖ 1 Tm 2.5
Maria foi escolhida para ser mãe de Jesus o homem, porém, Jesus Deus verdadeiro na
eternidade não possuiu mãe, pois, diferentemente de Maria sempre existiu. Maria teve pai e mãe
33
como todos os homens comuns e herdou de Adão o estigma do pecado, diferentemente de Jesus
que teve Maria como sua mãe, porém, não teve pai humano porque foi gerado pelo Espírito
Santo.
Maria morreu e ainda não ressuscitou, mas está esperando a ressurreição como todos os
justos que morreram sendo salvos em Jesus.
Jesus é superior a Maria porque ela é uma simples mulher e foi uma pecadora que
também precisou ser perdoada pelo sacrifício de Jesus.
Maria não é mencionada fora dos evangelhos em nenhuma epístola ao contrário de Jesus
que é o cerne de todas as cartas do Novo Testamento.
Toda intenção de adoração a Maria é um ato pecaminoso que contraria até mesmo as
próprias palavras que ela usou para demonstrar que todos devem fazer: ―Fazei tudo o que ele
(Jesus) disser‖. E a verdade maior que Jesus expressou sobre a salvação é que Ele é:
―Respondeu-lhe Jesus: Eu sou o (singular) caminho, e a verdade, e a vida; ninguém vem ao Pai
senão por mim‖ Jo 14.6
Jesus é superior a todos os homens.
―Antes a si mesmo se esvaziou, assumindo a forma de servo, tornando-se em semelhança
de homens; e, reconhecido em figura humana, a si mesmo se humilhou, tornando-se obediente
até à morte, e morte de cruz. Pelo que também Deus o exaltou sobremaneira e lhe deu um nome
que está acima de todo nome, para que ao nome de Jesus se dobre todo joelho, nos céus, na terra
e debaixo da terra, e toda língua confesse que Jesus Cristo é Senhor, para gloria de Deus Pai.‖
Fp 2.7-11.
Sem Jesus os homens não podem chegar a ser salvos e mesmo que os homens façam
boas obras, tenham muito dinheiro, todos estão debaixo do jugo do pecado. ―Todos os homens
pecaram e estão separados de Deus (Rm 3.23)‖ e precisam das misericórdias de Deus e da
salvação que está em Jesus Cristo.
A superioridade de Jesus em relação a todos os homens o possibilitou realizar a obra da
expiação e ser nosso exemplo a ser seguido.
Jesus é superior a todas as religiões que existem.
―Eu sou o caminho, a verdade e a vida; ninguém vem ao pai senão por mim.‖ Jo 14.6
Deus conhecendo a fragilidade do homem e que seus esforços para voltar-se a Ele
estavam apenas o levando para mais longe, decidiu por um ato da sua soberana vontade fazer
aquilo que o homem não podia fazer e assim a história da cruz foi formulada e concretizada para
o bem estar de toda humanidade.
Toda religião é uma clara tentativa do homem em voltar-se para Deus com seus próprios
méritos, porém, o Cristianismo (Jesus) é o próprio Deus se movendo em direção do homem
oferecendo a maneira correta para este conseguir obter sua comunhão.
A salvação vem pelo Cristianismo, por isso, Jesus é superior a qualquer religião.
34
Jesus o Deus-homem = homem-Divino.
Antes de falarmos sobre o assunto da humanidade e deidade de Jesus Cristo
separadamente é necessário voltar nossos olhos para todos os homens em Adão, pois, a situação
deles nos leva a verdade bíblica que todos são pecadores (Rm 3.23) e que devem morrer
eternamente por seu estado pecaminoso (Rm 6.23). Nenhum homem poderia reverter essa
situação, somente Deus seria capaz de restaurar o elo entre a humanidade e a divindade.
Segundo a profecia de Gn 3.15 um descendente da mulher iria esmagar a serpente e destruir o
domínio do pecado sobre o mundo, mas como algum dos filhos caídos de Adão poderia fazer
isto? Antes de Jesus nenhum homem poderia vencer o domínio do pecado, porém ao lermos o
texto de Gn 3.15 notamos que somente um homem verdadeiro poderia destruir o poder da
serpente e do pecado e também devemos entender que este homem não poderia ser dominado
por estes dois terríveis inimigos, assim podemos concluir que este homem de quem estamos
falando deveria ser alguém especial, diferente dos demais homens no quesito de perfeição, ou
seja, sem pecado algum. Além de perfeito e sem pecado, este precisa ter condições de
aperfeiçoar seus semelhantes—a humanidade, mas como um homem comum poderia realizar tal
feito? Um homem comum ainda que perfeito não teria a capacidade de atribuir perfeição aos
seus semelhantes, ainda que fosse bem intencionado, somente quem pode aperfeiçoar ou
purificar o ser criado é quem o criou! Afirmação simples e lógica. Com isto, chegamos à
conclusão que somente Deus pode intervir na história da humanidade e traze-la de volta para si,
destruindo o poder do pecado e o purificando cada homem.
Por isso:
Jesus precisa ser humano para ser o representante de nossa raça que se entrega
voluntariamente em sacrifício para pagar o resgate que era necessário para anular o pecado,
cumprindo a profecia de Gn 3.15.
Jesus precisa ser Deus verdadeiro para transmitir a perfeição conquistada pelo sacrifício
voluntário de si mesmo na cruz At 20.28.
Durante toda a história da igreja o fato do Senhor Jesus ser ao mesmo tempo homem e
ser Deus gerou várias controvérsias. As duas naturezas em um só ser foi e é algo para todos
misterioso, pois, humanamente falando é impossível de ser explicada. Acredito particularmente
que fora da esfera da fé no ato miraculoso da encarnação do verbo não podemos arranhar uma
resposta satisfatória para explicar o fato de Cristo ser homem e ser Deus, por isso, a exemplo do
credo de Nicéia que ao estabelecer o conceito da fé cristã deixou intocável este milagre e receito
claramente que a fé é a única maneira consistente de o explicarmos e assim reafirmo o mesmo:
―Jesus é o Deus-homem e homem-Divino!‖
Sem descartar o já afirmado nos tópicos a seguir venho expor a divindade e humanidade
de Cristo.
35
Porque Jesus inteiramente Divino?
Jesus é inteiramente Deus.
Essa afirmação tem levantado durante toda história do cristianismo polêmicas e várias
controvérsias, pois o cerne da questão é entender como Deus sendo infinito pode ter sido
contido num simples e finito corpo humano.
Uma questão realmente insolúvel para uma mente totalmente racional e incrédula.
A encarnação do verbo está ligada à manifestação de um milagre e milagre não se pode
explicar, por que a partir do momento que alguém conseguir explicar a ocorrência de um
milagre, este com certeza deixará de ser milagre.
Como explicar a criação do Universo? Muitas são as tentativas racionais de explica-la,
todavia caem no beco da dúvida não podendo ser provadas de maneira nenhuma ao chegarem na
simples pergunta ―Como se iniciou tudo?‖, ou ―Como surgiu a primeira molécula?‖, ou ainda
―Do nada pode surgir alguma coisa?‖.
A explicação da fé, embora, seja uma teoria para muitos é a mais coerente, pois afirma
que o principio de tudo surgiu em Deus.
Mas como ele fez isso? Alguém viu?
Ele criou o Universo pelo ato de sua soberana vontade, fazendo tudo surgir pelo seu
poder e de sua essência, duma forma que não sabemos detalhar ou explicar e por isso atribuímos
a esse fato o nome de milagre.
Concluímos com isso que sem o auxilio da fé e daquilo que está revelado na Palavra de
Deus nunca se entenderá a encarnação do Filho de Deus.
A Bíblia diz que Jesus sendo Deus se esvaziou para tomar forma de homem (Fp 2.7). O
que isso significa? Significa que Jesus deixou inertes seus atributos impessoais (onipotência,
onisciência, onipresença) para encarnar, porém não deixou de ser Deus (Hb 13.8). Talvez a
maior pergunta deva ser como alguém que andou aqui na terra, comeu, se cansou, falou, até
mesmo morreu e enquanto entre homens estava não era onipotência, onisciência, onipresença
pode ser Deus? Este acontecimento se assemelha a criação de tudo, será que alguém poderia
afirmar como esta ocorreu com detalhes? Nem com detalhes e nem de uma maneira superficial,
pois a dimensão da criação e sua grandeza estão além da compreensão humana e a magnitude da
encarnação do verbo divino está na dimensão superior de entendimento que o homem não pode
alcançar nos dias atuais e talvez nem no mundo vindouro que Cristo irá implantar este
alcançará.
Diferentemente de todo homem Jesus afirmou que sempre existiu (Jo 8.58) e antes de
morrer, ressuscitar e ser glorificado orou a Deus pedindo que fosse restaurado e voltasse a ter a
mesma glória que possuía antes de sua encarnação e antes que houvesse o mundo (Jo 17.5). Ele
criou todas as coisas (Cl 1.16; Jo 1.3) e sustenta todas as coisas (Cl 1.17).
João nos explica a Divindade e a encarnação de Jesus e colabora de uma forma singular
para elucidar as dúvidas sobre estes importantes pontos do cristianismo:
―No princípio era o verbo, e o verbo estava com Deus, e o verbo era Deus‖. São João
01.01.
O evangelho de João coloca-se numa perspectiva cósmica ao iniciar-se semelhantemente
como no capítulo primeiro de Gênesis do A.T. enxerindo a palavra principio, destacando a
posição de Jesus na Eternidade insondável: ―Principio e Fim, Primeiro e Último, letra A e Z,
Alfa e Omega‖.
36
Em foco podemos ver a palavra que está em destaque como sujeito desta oração:
“verbo” ou simplesmente “palavra”; mas o que significa exatamente esse verbo ou essa
palavra neste contexto? Uma pergunta que aparentemente é simples. A resposta seria que a
palavra é a junção de vogais e consoantes formando silabas e estas unidas dão vida aos sinais
gráficos ou sonoros?
Na verdade para entendermos isto, precisamos do auxilio da língua grega. A palavra
verbo é a tradução de uma palavra singular: “Logos”. Bom, agora para continuarmos
caminhando rumo ao esclarecimento deste versículo e seu contexto, temos de pedir auxilio a
religião grega. Os gregos acreditavam que o homem por ser feito de matéria era mau, em si, a
matéria era toda má. Os homens podiam se comunicar apenas com os semi-deuses (da união
entre humanos e deuses surgia os semi-deuses. Ex. Hercules) e também com os deuses como
Zeus, Era, Cronos e etc, que não eram totalmente bons ou maus, estes deuses seriam inferiores,
pois se comunicavam com a matéria má. Alem destes estava o Deus que não pode ser tocado ou
alcançado pelo ser humano: ―O LOGOS‖. Inacessível, desconhecido e totalmente alheio a toda
humanidade.
“LOGOS”
Barreira intransponível aos homens
Deuses
Semi-deuses
Humanidade
João inicia seu evangelho falando do Deus inacessível que todos os gregos já ouviram
falar antes, e não somente os gregos, mas de certa maneira todo império romano, pois, Roma era
o comando militar e político de então, todavia, a cultura grega exercia há muito tempo o
domínio intelectual e cultural, que não podia ser desfeito pelo poder bélico de nenhuma nação.
Até o dia de hoje a cultura, filosofia e até a religião grega exerce sua influência sobre o mundo.
O ditado popular: ―Você está falando grego!?‖- não está longe de ser uma realidade, pois
palavras como ginecologia, Cosmos, Cronologia, geográfica e outras mais, são de origem grega.
Perplexos, felizes, excitados, indiferentes, interessados, incrédulos... Podem ser
expressões bem próximas daqueles que tinham influência grega sob suas vidas ao começarem a
ler este evangelho. João inicia falando do Deus que estava distanciado do ser humano por sua
pureza, mas que resolve tomar a forma insignificante de homem, vindo com isso, socorrer a
matéria má, fazendo assim parte da história dela!
Inconcebível? Inacreditável? Estupendo! João quebra sem piedade todo o misticismo da
religião grega. Deus não somente pode se comunicar com o homem, como agora Ele tem
encarnado para estar conosco: junto da nossa realidade, da nossa fraqueza, das nossas
dificuldades, da nossa natureza, podendo ser chamado então de Emanuel: ―Deus Conosco‖.
João fala do principio e a seguir coloca o seguinte: ―O verbo estava com Deus...‖- Uma
pessoa distinta de Deus em sua personalidade, mas pertencente à unidade composta da trindade
que possui a mesma essência divina, sendo a segunda pessoa da Trindade (1 João 05.07).
37
E acrescenta: ―O verbo era Deus...‖ – O Logos—Jesus é o inicio de tudo e já existia
antes de encarnar e assumir sua forma de humilhação sendo homem verdadeiro e Deus
verdadeiro... ―O Verbo era... antes de sua encarnação, diferentemente de todo o homem comum
ele já existia sendo Deus‖.
Ele é Deus e criou todas as coisas: ―Todas as coisas foram feitas por ele, e sem ele nada
do que foi feito se fez‖. Jo 1.03
E ainda digo mais: ―Nele estava a vida, e a vida era a luz dos homens‖. Ele não somente
criou todas as coisas, mas ainda as sustenta pelo seu infinito poder! Jo 1:04
Este mesmo Logos que você dizem ter ouvido falar, que estudam sobre ele, mas não
podem chegar perto dele. Esse mesmo encarnou: ―E o verbo (Logos) se fez carne, e habitou
entre nós...‖ e se isso não bastasse eu e outros conversamos com ele, apalpamo-lo, caminhamos
ao seu lado, aprendemos de sua própria boca, e fiquem sabendo que esse negócio de a matéria
ser má, não é verdade, pois ele continua sendo santo, irrepreensível, verdadeiro... Saibam que
nós o vimos: ―e vimos a sua glória, como a glória do unigênito do Pai, cheio de graça e de
verdade‖. Jo 1.14.
E a graça que é a manifestação do amor divino, que coloca a disposição do homem uma
ponte para este chegar ao Deus inacessível foi estabelecida por este Logos: ―A graça e a verdade
vieram por JESUS CRISTO‖. Jo 1.17
Jesus o Logos Divino tira o pecado do mundo. Nele a barreira que torna o alcance a
Deus impossível é removida: ―Eis o Cordeiro de Deus, que tira o pecado do mundo‖.Jo 1.29
Quero que entendam que o Logos—Jesus tem autoridade para realizar muitos sinais
entre os homens: Ele transforma água em vinho (Jo 2); curou o filho de o filho de um chefe de
nossa nação (Jo 4.43-54); também curou um homem que à trinta e oito anos estava paralítico (Jo
5.1-15); multiplicou Paes para cinco mil homens sem contar as mulheres e crianças (Jo 6.1-15);
andou sobre as águas do mar como se fosse terra seca (Jo 6.16-21); Ele fez enxergar um cego de
nascença (Jo 9.1-41); ressuscitou um homem chamado Lazaro que estava morto há quatro dias
(Jo 11.1-45)
João tinha muito a dizer em seu evangelho e colocou de uma maneira maravilhosa
expressando qual era à vontade de Deus para todos. Podemos ver Jesus falando sobre o homem
nascer de novo no capitulo três, dizendo que a natureza pecaminosa do homem pode ser mudada
pela ação do Espírito e da palavra de Deus, agora a regeneração era acessível a todos por
intermédio dEle. O Logos—Jesus transforma a natureza má e pecaminosa do homem, fazendo
que ele possa ser um novo homem que vive segundo a vontade de Deus.
No capitulo quatro seu foco é ensinar que para adorar a Deus não bastava um lugar
geográfico feito por mãos humanas, mas uma disposição que surgisse do fundo do ser no verso
que diz: ―Crê-me que a hora vem em que nem neste monte nem em Jerusalém adorareis o Pai.
Mas a hora vem, e agora é, em que os verdadeiros adoradores adorarão o Pai em espírito e em
verdade; porque o Pai procura a tais que assim o adorem;‖ Jo 4.21,23
No capitulo cinco ele se coloca em igualdade com o Pai dizendo: tudo o que o Pai faz o
filho também faz, o Pai ama o Filho, o Filho exercerá juízo sobre os homens, todos devem
honrar o Filho como honram o Pai.
No capitulo seis todos podem se alimentar do pão da vida que Jesus é, pão comum sacia
a fome por pouco tempo, mas o pão que desce do céu permite que aquele que o come viva por
Jesus eternamente.
No capitulo sete ele diz a todos que é a água para saciar a todos os que tem sede. Se
alguém quer conhecer a Deus e sua verdade tem que beber essa água.
38
No capitulo oito ele salva uma mulher que foi pega em adultério e foi trazida perante o
mestre sem a presença do adultero, numa tentativa de incriminar Jesus. Porém apresentado a
vida de cada um como um espelho todos os acusadores vão embora e a mulher recebe uma nova
chance. Em seguida Jesus inicia um novo discurso e diz que é a luz do mundo e reafirma sua
divindade dizendo: que antes que Abraão existisse ―Eu Sou‖.
No capitulo nove ele esclarece que alguns acontecimentos na vida do homem não
provem do pecado de seus pais ou dele mesmo, mas Deus permite para que a sua Glória seja
manifesta entre os homens. Os judeus não crêem na cura e acusam a Jesus e selam os seus
destinos por permanecerem em seus pecados não enxergando os sinais que Jesus fazia.
No capitulo dez vemos Jesus demonstrar que ele é o acesso a Deus, o sumo Pastor das
ovelhas e aquele que doa a vida por elas.
No capitulo onze o Pastor vai até onde sua ovelha jazia morta e a levanta viva
novamente e declara que ele tem poder para dar vida, sendo ele mesmo a ressurreição e vida
eterna para todos os que crêem.
No capitulo doze ele tem seus pés ungidos por Maria e é preparado antecipadamente
para seu sepultamento. Depois disto segue para Jerusalém e entra triunfalmente na cidade sendo
recebido com grande festa pelo povo.
Nos capítulos 13 a 17 Jesus lava os pés dos discípulos e prediz sua traição, começa a
descrever as ultimas instruções antes de sua morte aos discípulos acerca de si e do consolador
que haveria de vir. Jesus claramente apresenta sua posição como mediador sacerdote e
sacrifício. Ora por seus discípulos e pede sua restauração, ou seja, à volta ao seu primeiro estado
quando estava na eternidade, declarando mais uma vez sua deidade.
Nos capítulos 18 a 19 vemos sua traição, prisão e crucificação conforme tudo o que Ele e
as profecias haviam predito. Ele voluntariamente se entrega para salvar a humanidade, mesmo
sem ter cometido erro algum.
Nos últimos dois capítulos: 20 e 21. Vemos a vitória sobre a morte, a aparição a Maria
Madalena e aos demais discípulos e o objetivo do livro ser escrito: ―Jesus, pois operou também
em presença de seus discípulos muitos outros sinais, que não estão escritos neste livro. Estes,
porem, foram escritos para que creias que Jesus é o cristo, o Filho de Deus, e para que crendo,
tenhais vida em seu nome‖. Jo 20.30,31.
Jesus é glorificado e torna a assumir sua posição eterna vestindo-se da glória que ele
havia se despido para salvar a humanidade (Fp 2.7).
Assim o livro de João se encerra colocando o Logos divino numa perspectiva acessível
aos que querem conhecer a verdade e poder ter vida eterna e comunhão com Deus que não está
mais distante de nossa realidade, mas que viveu entre nós, morreu e ressuscitou e agora é o
nosso caminho de volta a perfeição de uma nova vida.
39
Os nomes que revelam a natureza divina de Jesus que são
idênticos a (Javé, Jeová, Iehová) = (Deus):
NOMES USADOS PARA DEUS PARA JESUS ALFA E OMEGA
PRIMEIRO E ULTIMO
Is 41.4; Is 48.12; Ap 1.8 Ap 1.17,18; Ap 2.8; Ap 22.12-16
CRIADOR Gn 1.1; Jó 33.4; Sl 95.5,6; Sl
102.25,26; Is 40.28
Jo 1.2,3,10; Cl 1.15-18; Hb 1.1-3,10
DEUS Gn 1.1; Dt 6.4; Sl 45.6,7; Dn
2.47
Is 7.14; 9.6; Jo 1.1,14; Jo 20.28; Tt
2.13; Hb 1.8; 2 Pd 1.1; 1 Jo 5.20
DOADOR DA VIDA Gn 2.7; Dt 32.39; 1 Sm 2.6; Sl
36.9
Jo 5.21; Jo 10.28; Jo 11.25
ETERNO Sl 102.26,27; Hc 3.6 Is 9.6; Mq 5.2; Jo 8.58
IMUTÁVEL Is 46.9,16; Ml 3.6; Tg 1.17 Hb 13.8
IAVÉ, JAVÉ, JEOVÁ - YHWH
(EU SOU)
Ex 3.14; Dt 32.39; Is 43.10
Jo 8.24; Jo 3.48; Jo 18.4-6
JUIZ Gn 18.25; Sl 50.4,6; Sl 98.13; Rm
14.10
Jo 5.22; 2 Co 5.10; 2 Tm 4.1
JUSTIÇA NOSSA Is 45.24 Jr 23.6; Rm 3.21-22
LUZ 2 Sm 22.29; Sl 27.1; Is 42.6 Jo 1.4,9; Jo 3.19; Jo 8.12; Jo 9.5
MARIDO Is 54.5; Os 2.10 Mt 25.1; Mc 2.18,19 (Noivo); 2 Co
11.2; Ef 5.25-32; Ap 21.2,9
O SENHOR QUE CURA Êx 15.26 At 9.34
ONIPOTENTE Is 40.10-31; Is 45.5-13,18 Jd 24; Mt 28.19
ONIPRESENTE Sl 139.7-12; Pv 15.3 Mt 28.20; Ef 3.17; 4.10
ONISCIENTE 1 Rs 8.39; Sl 139.1-2; Jr
17.9,10,16
At 1.24; Ap 2.23
PASTOR Gn 49.24; Sl 23.1; Sl 80.1 Jo 10.11,16; Hb 13.20; 1 Pe 2.25;
1 Pe 5.4
PERDOADOR DE PECADOS Êx 34.6-7; 2 Cr 6.21,30; Ne 9.17;
Sl 103.3; Dn 9.9; Jn 4.1; Ef 4.32
Mc 2.1-12; Lc 7.48; At 26.18; Cl
2.13; 3.13
PRÉ-EXISTENTE Gn 1.1; Is 48.28; Is 45.22. Jo 1.15,30; 3.13,30,32; 6.62; 16.28;
17.5
RECEBE ADORAÇAO 1 Cr 16.29; Mt 4.10; Jo 4.24; Ap
5.14; 7.11; 11.16
Mt 14.33; 28.9; Jo 9.38; Fp 2.10,11;
Hb 1.6
REDENTOR Jó 19.25; Sl 130.7,8; Is 48.17;
54.5; 63.9; Jr 14.8; 50.34
At 20.28; Ef 1.7; Hb 9.12
REI 1 Sm 12.12; Sl 10.15; 95.3; Is
43.15; Jr 10.10
Mt 21.5; 27.37; 1 Tm 6.15; Ap
17.14; Ap 19.16
ROCHA Dt 32.3,4; 1 Sm 2.2; 2 Sm 22.32;
Sl 89.26, Is 44.8
Rm 9.33; 1 Co 10.3,4; 1 Pe 2.4-8
SALVADOR Is 43.3; Is 43.11; Is 63.8; Lc 1.47;
1 Tm 4.10
Mt 12.8; Lc 2.11; Jo 1.29; Jo 4.42;
Tt 2.13; Hb 5.9
SENHOR
Dt 6.13; Is 45.23
Mt 12.8; At 7.59,60; At 10.36; Rom
10.12; 1 Co 2.8; 1 Co 12.3; Fp
2.10,11;
SENHOR DOS SENHORES Dt 10.17 Ap 19.16
SUSTENTADOR DE TODAS AS
COISAS
At 17.28 Cl 1.17; Hb 1.3
40
Por que Jesus inteiramente homem?
Jesus foi inteiramente homem.
O divino encarnou, Jesus se tornou humano, porém sem deixar de ser Deus.
Deus e homem verdadeiro ao mesmo tempo!?
100 % Deus
`````` 100 % Homem
É como dizer que um grama de ouro
se misturou em 100 gramas de
de prata, mas isso não quer dizer
que o ouro deixou de ser ouro!
Por este motivo vemos que Jesus ao encarnar tomou forma humana, mas conservou sua
deidade.
O infinito foi contido no finito? De uma forma miraculosa Jesus se esvaziou (Fp 2.7) e
tomou forma humana.
O nascimento virginal de Cristo (Mt.1:18; Lc 1:27,35,38) nos mostra a intervenção
divina na sua geração, pois não é realizado de uma forma comum, mas o Espírito Santo gera-o
no ventre da piedosa Maria que é noiva de José descendente do rei Davi, pertencente à tribo de
Judá. Jesus não é concebido como todo homem, mas de uma forma sobrenatural, pois o homem
passa existir no momento da fecundação, porém, Jesus sempre existiu, Ele é desde da eternidade
(João 1:01).
Mas como entender que Jesus nasceu sem pecado se sua mãe apesar de ser piedosa era
descendente de Adão e Eva e por isso herdou o pecado hereditário, sendo uma pecadora como
qualquer outra mulher?
Devemos entender que na concepção de um ser humano envolve informações genéticas
concedidas pelo pai e pela mãe, ou seja, cada um contribui com na formação do novo individuo.
Neste momento tenho de recorrer à biologia para explicar esse fato:
Algumas noções sobre reprodução sexuada:4 Na produção sexuada, ou
gâmica, a união de dois seres de sexos diferentes, da mesma espécie, se dará através de suas
células reprodutoras (gametas), que darão origem a seres semelhantes a seus pais. Porém, temos
o seguinte fato: os gametas masculinos e femininos não tem o mesmo numero de cromossomas
que o corpo humano: tem apenas um de cada cromossoma homologo. Pela meiose, os gametas
são constituídos da metade dos cromossomas do individuo. Assim, por exemplo, na espécie
humana, há 46 cromossomos nas células do corpo, porém os gametas são portadores de apenas
23 cromossomos, ou seja, apenas um cromossoma de cada para homólogo. O óvulo tem 23
cromossomos da mãe, enquanto o espermatozóide tem 23 cromossomas do pai.
Dos 46 cromossomos, 44 são autossomos, isto é, cromossomos sem implicação com o
sexo. Os outros dois são chamados de cromossomos sexuais, uma vez que determinam o sexo
do individuo. Na mulher, os dois cromossomos sexuais são ―iguais‖ e chamados de X. no
4 Fonte de pesquisa: Sibrac- Sistema Brasileiro de Consultas; Editor: MACHADO, Irineu Candido; Nova
Central Editora Ltda; pág. 1241 – Biologia Atual. Vol. 01; PAULINO, Wilson Roberto; Editora Ática, 2002, pág.
180.
41
homem há um cromossomo X e outro denominado Y. assim, considerando A: autossomo,
temos:
No homem: 44 A + XY;
Na mulher: 44 A + XX.
Conclui-se que o homem tem dois tipos básicos de espermatozóides: alguns com
genoma = 22A + X e outros com genoma = 22A + Y. Já a mulher tem apenas óvulos com
genoma = 22A + X.
No momento da concepção o homem determina o sexo do novo individuo, pois um dos
dois tipos de seus espermatozóides se unirá com o óvulo da mulher formando um novo homem
44A + XY ou uma nova mulher 44A + XX.
Quando ocorre a união dessas duas células, e, portanto a mulher fica grávida, cada
cromossoma do óvulo vai encontrar seu homólogo nos cromossomas do espermatozóide. Assim
formam-se novamente os pares, sendo que o zigoto (célula-ovo) tem novamente 46
cromossomas, arranjados em 23 pares.
É claro que o genótipo do novo ser será o resultado da fusão dos gens da mãe e do pai:
fica fácil então compreender que as características herdadas pelo filho foram transmitidas
através dos gametas (células reprodutoras) paterno e materno.
Depois destas informações biológicas sobre a formação do ser humano podemos
entender que o primeiro homem Adão passou a todos os seus descendentes suas características,
inclusive o pecado original que passou a fazer parte de sua natureza.
No caso de Jesus, isto não ocorreu, pois Ele nasceu sem receber o gens do pecado porque
não teve pai humano como todos os outros, que pudesse transmitir as características adâmicas
sobre sua vida.
Se o homem determina o sexo do novo ser doando o cromossomo X ou Y, concluímos
que o Y que Jesus recebeu foi doado pela ação do Espírito Santo (Mt.1:18), quebrando a
seqüência adâmica. Com as informações genéticas da piedosa Maria mais as que foram doadas
pelo Espírito, Jesus é concebido, tendo uma natureza totalmente humana, porém sem pecado, e
pode conservar sua natureza divina incontaminada.
Quando Deus criou Adão ele estabeleceu as informações genéticas 44A + XY e na
formação de Eva ele utilizou os 22 A + X de Adão e criou 22 A + X para Eva.
Em Jesus ele não utilizou o gens masculinos, mas utilizou os gens de Maria 22 A + X e
criou o 22 A + Y para fazer o zigoto, que recebeu as informações para concepção do Salvador.
A mulher (Eva) cedeu primeiro a tentação e pecou, depois o homem (Adão). Para
redimir a mulher por sua fraqueza no Éden Deus prometera enviar um redentor de sua semente
(Gn 3.15) e Jesus é o cumprimento desta profecia, pois se pela mulher o pecado teve
oportunidade de entrar na vida de toda humanidade, pela mulher (na pessoa de Maria) também a
redenção veio na concepção miraculosa do verbo divino.
42
Abaixo temos um desenho que ajuda no entendimento da ideia que está colocada nas linhas anteriores:
+
DEUS
HOMEM
XY
MULHER
XX
HUMANIDADE
TODOS PECADORES
MARIA
(PECADORA)
XX
JESUS HOMEM PERFEITO
(SEM PECADO)
XY
43
Jesus homem verdadeiro.
Sabemos que Jesus foi concebido de uma forma sobrenatural, mas os acontecimentos
após essa concepção ocorreram semelhantemente ao de todos os outros homens, Maria teve uma
gravidez de nove meses e dores de parto, e Jesus nasceu através do canal normal de nascimento,
como qualquer outra criança em sua época. Lucas, citando a lei mosaica, falou de Jesus como
―primogênito‖ (Lc 2.23), a mesma expressão usada para todos os judeus machos primogênitos.
O relato bíblico nos faz a menção do nascimento de Jesus e demonstra que não
aconteceu nenhuma coisa anormal: Assim, José também foi da cidade de Nazaré da Galiléia
para a Judéia, para Belém, cidade de Davi, porque pertencia à casa e à linhagem de Davi. Ele foi
a fim de alistar-se, com Maria, que lhe estava prometida em casamento e esperava um filho.
Enquanto estavam lá, chegou o tempo de nascer o bebê, e ela deu à luz o seu primogênito.
Envolveu-o em panos e o colocou numa manjedoura, porque não havia lugar para eles na
hospedaria (Lc 2.4-7), algo realmente normal (para época é claro) e que demonstra que até aqui
o seu nascimento ocorreu como qualquer um.
O Apóstolo Paulo nos diz que o nascimento de Jesus ocorreu como o de um homem normal:
―Mas, quando chegou a plenitude do tempo, Deus enviou seu Filho, nascido de mulher, nascido
debaixo da lei‖. Isto demonstra que Ele provém da mulher, como todos nós (1 Co 11.12).
Depois do nascimento Jesus se desenvolveu como uma criança normal. Foi amamentado,
chorava quando sentia fome, desenvolveu os sentidos levando o tempo que é comum a todas as
crianças, para começar andar deve ter tropeçado e caído e assim por diante. Como outros
meninos judeus, foi circuncidado ao oitavo dia e dedicado ao Senhor no templo aos quarenta
dias (Lc 2.22-24). Teve uma infância humana, apesar de não termos muitas referências sobre a
infância de Jesus, sabemos o suficiente para concluir que ele cresceu como as outras crianças,
aprendeu e se desenvolveu normalmente. Aparentemente era uma criança precoce (Lc 2.41-49),
impressionando os lideres religiosos com seu conhecimento de assuntos espirituais aos doze
anos de idade (Lc 2.42-47). A partir daí, Lucas relata: ―Jesus ia crescendo em sabedoria,
estatura e graça, diante de Deus, e dos homens‖(Lc 2.52). Como homem, tinha conhecimento
finito, ou seja, ele usou as vias que todos tem que usar para aprender. Foi ensinado pelos pais,
pela escola da época. Ia a sinagoga com seu pai, ouvia a leitura e também lia a Torá, apreendeu
com rabinos os ensinos da lei, até a profissão de seu pai aprendeu com explicações e na prática
(segundo o costume da época dos filhos seguirem as profissões dos pais com Mt 13.55; Mc 6.3).
Teve um lar como todos homens (Jo 1.38,39) pelo menos até iniciar o seu ministério ele era
morador da cidade de Nazaré onde crescera.
Um homem comum tem instintos natos que ajudam preservar sua vida como fome, sede, sono,
repousar e etc. Jesus teve fome e Lucas registrou que no deserto ―onde, durante quarenta dias foi
tentado pelo Diabo. Não comeu nada durante esses dias e, ao fim deles, teve fome‖ (Lc 4.2).
Este fato declara que o corpo de Jesus necessitava de comida para sustenta-lo.
Jesus também teve sede como qualquer homem. João diz: ―Jesus, cansado da viagem,
sentou-se à beira do poço. Isto se deu por volta do meio-dia. Nisso veio uma mulher samaritana
tirar água. Disse-lhe Jesus:―Dê-me um pouco de água‖ (Jo 4.6,7). Jesus necessitava de água para
o sustento de seu corpo e se não bebesse o suficiente, precisaria de mais, ou então ficaria com
sede.
44
Jesus sentiu seu corpo exausto e precisou de descanso. Jesus também ficava cansado
fisicamente. E quando ficava cansado, descansava. João disse que Jesus estava ―cansado da
viagem‖ (Jo 4.6). Outras vezes se afastou da multidão: ―Havia muita gente indo e vindo, ao
ponto de eles não terem tempo para comer‖. Jesus lhes disse : ―Venham comigo para um lugar
deserto e descansem um pouco‖ (Mc 6.31). Jesus também dormia: ―Ele, porém, estava na popa
dormindo sobre a almofada; e despertaram-no, e lhe perguntaram: Mestre, não se te dá que
pereçamos?‖ (Mc 4.38)
Jesus teve emoções humanas. Jesus se alegrou-se ―Naquela mesma hora exultou
(alegrou-se) Jesus no Espírito Santo, e disse: Graças te dou, ó Pai, Senhor do céu e da terra,
porque ocultaste estas coisas aos sábios e entendidos, e as revelaste aos pequeninos; sim, ó Pai,
porque assim foi do teu agrado.‖ (Lc 10.21). ―Jesus chorou‖ (Jo 11:35), quando ele estava ao
lado do sepulcro de seu amigo. Mas, um momento antes, o texto diz ―Ao ver chorando Maria e
os judeus que a acompanhavam, Jesus agitou-se no espírito e pertubou-se (v.33). Jesus chorou
por Jerusalém dizendo: ―Jerusalém, Jerusalém, você, que mata os profetas e apedreja os que lhe
soa enviados! Quantas vezes eu quis reunir os seus filhos, como a galinha reúne os seus
pintinhos debaixo das suas asas, mas vocês não quiseram‖ (Lc 13.34). ―Se entristeceu e se
angustiou‖: E levando consigo Pedro e os dois filhos de Zebedeu, começou a entristecer-se e a
angustiar-se. (Mt 26:37). ―Também pavor‖: E levou consigo a Pedro, a Tiago e a João, e
começou a ter pavor e a angustiar-se; (Mc 14.33). O autor de Hebreus descreve as emoções de
Jesus vividamente: ―Durante os seus dias de vida na terra, Jesus ofereceu orações e súplicas, em
alta voz e com lágrimas, àquele que o podia salvar da morte, sendo ouvido por causa da sua
reverente submissão‖ (5.7). Jesus também ficou irado quando viu o templo sendo profanado:
―Então ele fez um chicote de cordas e expulsou todos do templo, bem como as ovelhas e os
bois; espalhou as moedas dos cambistas e virou as suas mesas‖ (Jo 2.15).
Jesus possuía a linguagem e cultura Judaica de sua época (se tivesse nascido em outro país ou
em época diferente falaria a linguagem e teria a cultura deste lugar e da mesma época). Jesus era
judeu. Era o descendente de Abraão e de Davi (Mt 1.1). Tinha uma mãe judia (Mt 1.20-25; Gl
4.4). Tinha cultura e religião judaicas (Jo 4.5-9,21,22). A mulher de Samaria o reconheceu
imediatamente como judeu pela aparência e pelo modo de falar (Jo 4.9). Quando ia para
Jerusalém e quis pousar numa aldeia de samaritanos não foi recebido por estes por
reconhecerem que era judeu e ia para Jerusalém (Lc 9.52,53).
Jesus como homem verdadeiro dependia em tudo da ajuda de Deus, por isto Ele orava
constantemente (Mt 14.23; Mc 6.46; Lc 6.12, 9.28; Jo 6.15), pedia poder a Deus para fazer os
sinais (Lc 5.16,17; Jo 11.41-43) e direção para fazer a obra como no exemplo da escolha dos
apóstolos (Lc 6.12-16).
Um homem é tentado durante sua vida a fazer coisas ruins e Jesus sofreu tentações, porém não
cedeu a nenhuma delas. O autor de Hebreus nos informa: ―Pois não temos um sumo sacerdote
que não possa compadecer-se das nossas fraquezas, mas sim alguém que, como nós, passou por
todo tipo de tentação, porém, sem pecado‖(4.15). A tentação foi uma realidade em sua vida (Mt
3). Como ser humano, Cristo sentiu toda sua força (Mt 26.38-42), mas venceu. Ele teve
oportunidade como qualquer um de pecar, mas escolheu ser obediente.
Todo homem nasce, cresce e morre. Vimos que Jesus nasceu e cresceu e que sendo humano era
feito de carne e osso, sangrava quando cortava. ―Um dos soldados perfurou o lado de Jesus com
uma lança, e logo saiu sangue e água‖ (Jo 19.34). A crucificação infligiu dor e morte agonizante
e sentiu cada segundo que ela lhe infligiu até o momento de sua morte. O livro de Hebreus
compartilha as implicações desse sangue e água: ―Portanto, visto que os filhos são pessoas de
45
carne e sangue, ele também participou das dessa condição humana, para que, por sua morte,
derrotasse aquele que tem o poder da morte, isto é, o Diabo‖ (2.14). A Bíblia declara varias
vezes que Jesus morreu, veja Paulo: ―Pois, quando ainda éramos fracos, Cristo morreu a seu
tempo pelos ímpios.‖ (Rm 5.6) e também: Mt 16.21; Rm 5.8; 1 Co 15.3. ―Ele foi morto no
corpo‖ (1 Pe 3.18). Na sua morte Jesus derramou seu ―sangue‖ para perdoar nosso pecado. ―E
da parte de Jesus Cristo, que é a fiel testemunha, o primogênito dos mortos e o Príncipe dos reis
da terra. Àquele que nos ama, e pelo seu sangue nos libertou dos nossos pecados‖, (Ap 1.5) e ―E
cantavam um cântico novo, dizendo: Digno és de tomar o livro, e de abrir os seus selos; porque
foste morto, e com o teu sangue compraste para Deus homens de toda tribo, e língua, e povo e
nação‖; (Ap 5.9). Paulo em Colossenses 1.20 nos diz fomos reconciliados pelo sangue: ―E que,
havendo por ele feito a paz pelo sangue da sua cruz, por meio dele reconciliasse consigo mesmo
todas as coisas, tanto as que estão na terra como as que estão nos céus.‖
46
Jesus humano nosso espelho.
O Cristo que é Eterno nos leva a adoração.
O Cristo esperado através dos séculos nos trás esperança.
O Cristo que nasceu nos trás alegria.
O Cristo que prega as boas novas nos transmite paz.
O Cristo que realiza milagres nos transmite fé.
O Cristo que é morto na cruz nos emociona.
O Cristo que ressuscitou nos dá vida.
E o Cristo humano?
O Cristo humano é nosso modelo para também sermos humanos!
Quando Deus criou Adão e Eva lhes dotou de perfeição.
Eles eram perfeitos fisicamente, moralmente e espiritualmente.
Ao pecarem eles perderam o estado pleno de perfeição e passaram a demonstrar que suas
vidas estavam distantes de seu estado original, pois, tiveram medo (Gn 3.10), não assumiram a
culpa de seu erro (Gn 3.12,13), a dor de parto de Eva foi multiplicada (Gn 3.15), o
envelhecimento, doenças e a morte viriam sobre suas vidas (Gn 3.19). Daí em diante vemos os
descendentes deste infeliz casal cada vez mais se distanciando da perfeição original. Caim
matou Abel (Gn 4.8), a terra se encheu de violência (Gn 6.11) e de lá pra cá as coisas não
mudaram, a distância parece gradativamente ter aumentado. Vemos na sociedade atual as
marcas da deformidade evoluindo cada vez mais: mentiras, roubo, seqüestro, abuso sexual,
fome, violência, guerras, enfermidades, doenças de alma, má administração pública, ganância
pelo dinheiro, desespero, atos de crueldade e etc. acontecimentos que nós podemos caracterizar
numa frase bem comum no nosso cotidiano: ―Faltam corações mais humanos! O mundo seria
melhor se todos fossem mais humanos!‖ Não sei quem elaborou está frase, mas na minha
opinião ela transmite que Deus não criou o homem para fazer coisas tão ruins como ele tem
feito, mas que o seu propósito é muito maior, o seu desejo para todos nunca foi essa seqüência
desastrosa de infortúnios que assolam as vidas.
O homem como a coroa da criação divina (Sl 8.4-6) ao ser criado demonstra a soberania
de Deus e que o reino dos céus estava presente na terra.
O Deus que ama deu condições para o homem amar, o Deus que tem misericórdia deu
condições para o homem ter misericórdia, o Deus que é bom deu condições para o homem ser
bom, o Deus que é justo, santo, benigno concedeu ao homem ser um espelho que pudesse
refletir sua imagem. Adão antes de sua queda era o modelo de uma sociedade que seria perfeita,
sim, a sociedade que figura no mundo utópico de corações que sonham com uma perfeição que
infelizmente não incluem Deus já estava preparada, mas foi destruído por um único ato (Rom
5.18) que reflete em todo universo atual, por este motivo Jesus Cristo o homem verdadeiro veio
restaurar a humanidade imperfeita, levando-a perfeição que foi idealizada na criação (Cl 1.28).
Desta verdade tiramos a frase: “O Cristo humano é nosso modelo para também sermos
humanos”. Humanos no sentido de espelhar o divino em nosso modo de ser e viver.
Jesus não impressionou o mundo de sua época, o de hoje e há de impressionar o que se
levantará apenas pelo que ensinou, mas por ser e viver em conformidade a mensagem que
47
pregava. Desde o inicio de seu ministério o Senhor Jesus inspirou seu discípulos o desejo de
serem como ele foi – algo que é na atualidade uma meta para todos os verdadeiros cristãos.
Na pessoa de Cristo todo homem pode encontrar um referencial para seguir e assim
obter comunhão com Deus em uma ligação vertical e horizontalmente com seu semelhante e
isto ilustra o significado da cruz: “restauração completa”.
O parágrafo que está colocado na introdução cabe perfeitamente também neste
momento: ―Que maravilhoso é ter em Jesus a redenção do homem caído, pois o tanto que a
humanidade estava perdida em Adão, agora em Cristo está salva e em sua vida terrena temos
um alvo que devemos seguir. Realmente podemos ver a Jesus como a porta de entrada do céu
(Jo 10.07) que nos possibilita entrar pela grata atitude de ser como ele foi, seguindo seus
passos‖.
O quê significa ser como ele foi? Significa ensinar o evangelho? Significa amar?
Significar fazer o bem? Significa isto que acabei de perguntar e mais ainda.
Jesus referencial de amor
Jesus é a demonstração do amor divino por ser Deus verdadeiro e ainda por transmitir a
humanidade à possibilidade de imita-lo por também ser homem verdadeiro. Ele amou no céu, na
terra continuou amando, na morte não deixou de amar e na ressurreição provou que este amor
não pôde ser apagado, ensinando a todos que é possível amar, mesmo não sendo amado e assim
mudar a trajetória daqueles que encontrarão neste amor o referencial para ter comunhão com
Deus e com seu próximo sendo humanizados. Ser cristão é poder amar como Cristo amou a
cada um de nós e a todos os homens. Impossível!? Ele era Jesus! Isto é algo comum de se ouvir,
mas espere um pouco, antes de despejar uma nova multidão de interjeições e exclamações não
se esqueça que Jesus também foi humano como você e eu. Ele realmente é nosso exemplo! Se
amar como Ele nos amou fosse impossível acredito que nunca teria nos dito: “Isto vos mando,
que vos ameis uns aos outros” Jo 15.17 (grifo meu). Um dos mais maravilhosos exemplos
bíblicos do amor que se espelha em Jesus é o de Estevão. Muitos ao lerem a história de Estevão
em Atos dos Apóstolos impressionam-se com sua conduta exemplar que lhe distinguiu dentre
muitos outros discípulos e lhe qualificou para ser escolhido um dos sete diáconos, ou pelo poder
de Deus que emanava de sua vida para fazer milagres, ou então com a sabedoria que fazia calar
todos que se dispunham a discutir sobre a verdade do evangelho, ou ainda com a privilegiada
visão que superou qualquer telescópio terrestre, pois daqui da terra ele pode contemplar o céu e
Jesus a destra de Deus. Realmente foram realizações formidáveis na vida de Estevão, mas o que
em minha opinião se destaca e supera todas estas, foi o amor que abundava de sua vida e se
assemelhava ao do Senhor Jesus, pois na hora de sua morte quando os seus algozes o
apedrejavam ele conseguiu perdoa-los dizendo: ―Senhor, não condenes esta gente por este
pecado!‖. Atos 7.60
Quem ama se doa e Jesus ensinou isto em Jo 15.13 onde Ele disse: Ninguém tem maior
amor do que este: de dar alguém a própria vida em favor dos seus amigos. Quando lemos a
palavra dar a vida olhamos primeiramente para o exemplo de Jesus que morreu pelos seus
amigos na cruz, mas eu gostaria de ir além desse acontecimento que podemos classificar como o
clímax do amor demonstrado pelo sacrifício de si próprio, podemos concluir que dar a vida
também é usar uma parte do nosso precioso tempo para prestar auxilio ao nosso próximo. Em
que podemos auxiliar nosso próximo? Emprestando o ouvido para poder ouvir suas queixas,
lamentos, alegrias e etc.; repartindo o conhecimento que possuímos do evangelho; evitar
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denegrir a imagem de qualquer um; tendo uma boa palavra para edificação daqueles que estão
ao nosso alcance; visitar doentes e consolar enlutados; abrir o coração e a mão para ajudar o
prosseguimento do evangelho; ajudar aos necessitados espiritualmente e materialmente; alegrar-
se com os que se alegram e chorar com os que choram (Rm 12.15).
Jesus referencial para obedecer
Jesus nos ensina obediência com sua maneira singular de viver, desde de sua meninice
demonstrou sujeição a Deus obedecendo a seus pais (Lc 2.51) esperando o tempo em que
começaria o seu ministério redentor entre os homens. Para poder herdar o reino de Deus todos
os homens devem voluntariamente propor em seus corações obedecer a vontade divina e assim
imitar a Jesus que com suas atitudes e palavras demonstrava sua obediência que pode ser
conferida nas seguintes referencias bíblicas: ―E aquele que me enviou está comigo; o Pai não
me tem deixado só, porque eu faço sempre o que lhe agrada.‖ Jo 8.29 – ARC. e ―Embora fosse
o Filho de Deus, ele aprendeu, por meio dos seus sofrimentos, a ser obediente.‖ Hb 5.8 –
NTLH. O exemplo que Jesus nos deixou mostra que quem tem um objetivo e quer alcança-lo
deve seguir adiante, Adão falhou em obedecer e por isso toda humanidade em todos os tempos
sofreu a consequência, isto é, algo que todos nós devemos meditar: ―as consequências da
desobediência são devastadoras‖. Imagine se Jesus não fosse obediente, o que seria de cada um
de nós? Mas, graças a Deus que Ele venceu.
Jesus obedeceu:
1. A justiça divina se batizando.
2. A vontade divina resistindo ao diabo, mesmo em uma situação difícil, depois de
jejuar quarenta dias e noites.
3. A vontade divina anunciando a salvação para o povo.
4. O plano que Ele mesmo estabeleceu morrendo a favor de homens maus e
pecadores.
Jesus referencial para compartilhar
Jesus sempre foi dono de tudo e podemos classifica-lo como rico, apesar desta palavra
não poder transmitir o que realmente Ele é (riquíssimo, multimilionário e etc também não
chegam à ideia real da imensidão de seu poder), mas nosso divino ricaço se fez pobre, porque
nós éramos pobres e não querendo que permanecêssemos nesta situação pôde através desta
atitude altruísta fazer que nós fossemos enriquecidos (2 Co 8.9). Quem verdadeiramente se
espelha em Cristo e segue seu exemplo herda a grata atitude de ser um compartilhador altruísta.
Talvez a pergunta crucial que surgirá depois desta afirmação será—―compartilhar o quê?‖ A
preocupação aparece por causa dos bens temporais, claro que eles estão incluídos nos propósitos
deste seguidor que pode sim, compartilha-los com aqueles que necessitam, mas o que mais ele
deseja fazer é compartilhar as boas novas de salvação e assim como Cristo o tornou rico, seu
desejo é que seu semelhante também o seja. O homem humanizado por Cristo é um
compartilhador! Esse é o real motivo que leva os discípulos nestes dois mil anos de história
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atravessarem fronteiras para anunciar o evangelho, serem perseguidos, caluniados, torturados,
mortos e não desistirem da missão de compartilhar as boas novas com todos os homens.
Os apóstolos Pedro e João eram homens cheios do Espírito Santo e deste sentimento
compartilhador e podemos vê-los transmitindo isto em atos 3. 1-8 que diz: Pedro e João subiam
ao templo para a oração da hora nona. Era levado um homem, coxo de nascença, o qual punham
diariamente à porta do templo, chamada Formosa, para pedir esmola aos que entravam. Vendo
ele a Pedro e João que iam entrar no templo, implorava que lhe dessem uma esmola. Pedro,
fitando-o, juntamente com João, disse: Olha para nós. Ele os olhava atentamente, esperando
receber, alguma cousa. Pedro, porém, lhe disse: Não possuo nem prata nem ouro, mas o que
tenho, isso te dou: em nome de Jesus Cristo, o Nazareno, anda! E, tomando-o pela mão direita, o
levantou; imediatamente os seus pés e artelhos se firmaram; de um salto se pôs em pé, passou a
andar e entrou no templo, saltando e louvando a Deus.
Jesus referencial de uma conduta exemplar
Jesus demonstrou para sociedade (discípulos, simpatizantes, inimigos, governo e etc)
que sua conduta era exemplar. Desde do berço Ele aprendeu a obedecer, pois sua família
anualmente participava das festas que foram ordenados por Deus para o povo de Israel (Lc
2.41). Vemos esse modo de vida exemplar quando ao fazer o sermão do monte Jesus disse: Seja,
porém, a tua palavra: sim, sim; não, não. O que disto passar vem do maligno. O quê Ele quis
dizer? Jesus quis dizer que nossa conduta e forma de falar devem transmitir tanta seriedade e
verdade que não deve ser necessário fazer nenhum tipo de juramento, mas apenas afirmar ou
negar. Será que hoje em dia alguma pessoa que se diz cristão fala sim, mas quer dizer não ou
vice versa? Jesus com sua vida nos mostrou o modelo de vida que temos de ter, pois em Jo 8.46
(versão NTLH) ele afirmou: “Qual de vocês pode provar que eu tenho algum pecado?”
(grifo meu). Você já parou para meditar nesta frase de Jesus? Um homem com pouco mais de
trinta anos de idade (trinta anos não são trinta dias ou meses!) afirmando que sua conduta é tão
exemplar que ninguém poderia acusa-lo de erro algum cometido por atitudes ou pelo falar. A
inculpabilidade de Jesus era algo tão visível que o próprio governador Pilatos testificou: Não
vejo neste homem crime algum (Lc 23.4); Eis que vo-lo apresento, para que saibais que eu não
acho crime algum (Jo 19.4);Estou inocente do sangue deste Justo (Mt 27,24). Pedro certo dia
foi questionado se o seu mestre tinha uma atitude coerente com aquilo que Ele pregava, pois
cobradores de impostos fizeram a seguinte pergunta: O vosso mestre não paga as didracmas?
(Mt.17.24) Pedro confiava tanto na integridade de Jesus que prontamente respondeu: Sim. (Mt
17.25) E Jesus não o decepcionou, pois enviou Pedro a uma outra pesca maravilhosa, só que
desta vez não de uma multidão de peixes, mas de apenas um que possuía em seu interior um
estáter que serviu para pagar o imposto por si e também por Pedro (Mt 17.27).Quando Jesus foi
questionado se a nação de Israel deveria pagar impostos ou não a Roma Ele disse: Daí, pois, a
César o que é de César e a Deus o que é de Deus. Em outras palavras Ele disse que não
podemos ser omissos nos deveres para com o governo, mesmo que existam as desculpas
rotineiras como: os impostos são muitos altos e não existe erro em não paga-los, com o jeitinho
brasileiro podemos esquecer os impostos e etc; ou no caso de Deus uns dizem: esse negócio de
dizimo ou ofertas são coisas do Antigo Testamento, Deus não precisa de dinheiro e etc. Os
deveres de cidadão são aprovados por Deus no que tange ao bom funcionamento da sociedade e
desde que estes não interfiram nas verdades bíblicas eles podem ser realizados. Existem certos
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sistemas religiosos que interpretam as escrituras numa perspectiva contraria querendo proibir os
seus membros de votar, pois afirmam que o cristão não tem parte com o governo terrestre;
dizem que um homem não pode se alistar ou participar das forças armadas de seu país e mais
uma porção de coisas que o nosso pequeno espaço nos priva da possibilidade de apresenta-las,
mas gostaria de refletir que o fato de sermos cristãos não nos retira os direitos de cidadão, pois
mesmo sendo cristão quem nasce no Brasil continua sendo brasileiro, com direito a vida, com
direito a liberdade, com direito a propriedade privada, com direito ao estudo, com direito a
formar uma família, com uma serie de direitos garantidos pela constituição e juntamente com
esses direitos existem os deveres tais como: pagar impostos, respeitar e honrar a pátria e ao seu
próximo, votar (participar da vida política do país) e outros. Imagine se pelo fato de ser tornar
cristão Cornélio o centurião (At 10) tivesse se demitido, ou se pelo fato de Paulo também ser um
cristão ele renunciasse ao seu direito de cidadão romano quando estava preste a ser açoitado (At
22.25) o que lhe aconteceria? Cada cristão deve se portar de tal maneira que não venha dar
ocasião aos opositores do evangelho blasfemarem da verdade.
Jesus referencial para que tenhamos propósitos em nossa vida
Quando Jesus deixou o céu para vir ao mundo veio com um propósito, não veio fazer
turismo ou algo parecido, Ele veio salvar o que se havia perdido (Mt 18.11) e concretizou o seu
objetivo (Hb 7.25-27). A missão de Jesus era restaurar o homem caído e para que isso viesse
acontecer Deus escolheu os melhores pais que seu Filho poderia ter—José e Maria um casal
piedoso que juntamente com a escola da época (sinagoga) ensinaram ao menino Jesus a crescer
temendo a Deus. Quando adulto e conhecendo que fora enviado para salvar a humanidade Jesus
estabeleceu metas: escolheu doze discípulos (Mt 10.1-4) que viviam ao seu lado formando uma
escola que proporcionou a continuidade de sua mensagem após sua morte—ressurreição;
nomeou mais setenta e os enviou a anunciar o evangelho (Lc 10); também havia mulheres
ajudando a Jesus em sua missão (Mc 15.40,41); aqueles que ingressaram na escola de Jesus
fazendo parte de seus discípulos somavam mais de quinhentos pessoas (1 Co 15.6). Jesus curava
enfermidades, expulsava demônios, ressuscitava mortos e anunciava as boas novas (Mt 11.4,5) e
outorgou aos seus discípulos a mesma autoridade (Lc 9.1; 10.19; Mc 16.17,18) para que a
mensagem de salvação se expandisse pelo mundo. O resultado disto você já sabe, depois de dois
mil anos de história o cristianismo se espalhou por quase todo globo terrestre e durante este
período venceu inúmeras perseguições e continua vivo no século XXI e sem dúvida alguma em
breve irá alcançar a último ser humano que ainda não ouviu a mensagem do evangelho.
Jesus é o nosso modelo no que diz respeito a uma vida com objetivos e cada um de nós têm o
dever de ser inteligente e imitar a Ele. Muitos hoje em dia não têm nenhuma meta, nenhum
plano concernente a sua vida transitória aqui na terra; outros se acham desgraçados e dizem que
estão neste mundo somente para sofrer; outros reclamam de tudo e de todos sem desempenhar o
papel que lhe cabe na sociedade em que vive. Sem sombra de dúvida para o bom andamento de
nossa vida terrena temos que analisar o que necessitamos e queremos alcançar e ir a luta. Como
exemplo quero tomar a constituição de uma família, se este for nosso objetivo o que faremos?
Em primeiro lugar procura-se escolher uma pessoa que se identifique com nossas expectativas.
E de que maneira isto acontece? Conhecendo essa pessoa (temperamento, objetivos e etc) e a
seguir sentando e fazendo as contas para saber se existe condições de casar-se, se é viável pagar
aluguel, se o salário de um ou de ambos pode sustentar as despesas com alimentação, carro,
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escola dos filhos e etc. As metas devem existir em nossas vidas, seja para a compra de uma
casa, para a escolha de um curso universitário, para a programação de nossas férias (onde
devemos passa-la?), para um investimento na bolsa de valores, para a abertura de uma firma e
assim por diante. Uma pessoa que tem objetivos específicos a alcançar tem mais disposição para
se esforçar para que eles se realizem. ―Pense nisso!‖ Até este momento estendi esse parágrafo
na perspectiva de metas no ponto de vista transitório porque cada um de nós deve pensar nelas
(não se esqueça que ainda estamos na terra), mas não quero de maneira nenhuma excluir a
necessidade de também planejarmos o nosso futuro pós tumulo. E falando sobre este futuro,
você já sabe qual é sua meta em relação à vida eterna? Se você disse—Eu vou morar
eternamente com Deus—quero lhe parabenizar e fazer uma nova pergunta: como você irá
realizar este prodígio? Quem conhece pelo menos um pouquinho sobre o que significa ser salvo
irá dizer que recebeu Jesus como salvador e que o sangue dEle lhe purificou os pecados e irá
procurar ser obediente aos ensinamentos do evangelho até o arrebatamento ou sua morte. Se sua
resposta coincidiu com a colocação anterior saiba que você está sabendo planejar muito bem a
sua eternidade e aproveitando sua disposição em relação a esse tema quero focalizar neste
momento as palavras—―ser obediente‖—que nesta explanação acarretam também o significado
de fidelidade, renúncia, honra, amor, fé, coragem, esperança. A meta especifica de possuir a
vida eterna permite ao verdadeiro cristão se esforçar para: ser fiel ao chamado de Deus em sua
vida; renunciar a tudo que possa impedi-lo de conquistar o céu; honrar ao Senhor com sua vida
e bens; amar a Deus sobre todas as coisas e ao seu próximo como a si mesmo; enxergar pela fé
as promessas divinas abraçando-as como os heróis da fé que estão descritos em Hebreus 11; ter
coragem de perder sua vida para encontra-la; manter viva a esperança que na jornada terrestre
nos possibilita a não desanimar em meio às dificuldades e provações.
Jesus referencial para aprendermos a conviver com as pessoas
Porque o povo descendente de Abraão recebeu a revelação da lei fica claro que foram
privilegiados herdando o titulo de povo de Deus. Ao escolher Israel será que Deus desprezou os
outros povos? Claro que não. Deus escolheu uma nação entre muitas para que ela pudesse servir
de luz para iluminar as trevas da distância e desconhecimento da verdade, ou seja, Israel era um
modelo para os outros povos seguirem. Infelizmente muitos israelitas achavam-se melhores que
os outros povos e até mesmo que seus próprios compatriotas. A idéia de uma super raça ou povo
puro se formou de sentimentos individualistas como este, causando discriminação, orgulho e a
reprovação do Deus todo-poderoso. Todos os homens são iguais: têm a mesma fonte primaria—
Deus que criou Adão e Eva os primeiros humanos (Gn 1.27; At 9.26); todos os homens são
feitos do pó (Gn 2.7); todos os homens morrem (1 Co 15.21; Hb 9.27); todos os homens
nascem, crescem e envelhecem; todos os homens são imperfeitos precisando da misericórdia
divina (Rm 3.23).
O desconhecimento da vontade divina ou a rebeldia ao seu cumprimento forma uma
barreira (impedimento) para se chegar a Deus.
Israel é privilegiado como povo de Deus quando se coloca em obediência diante dos
mandamentos e quando desobedece fica igual aos que não fazem parte do povo de Deus (os não
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judeus). Podemos concluir que se aqueles que não obedecem aos mandamentos passarem a
obedecer sendo israelitas ou não as bênçãos divinas chegam em suas vidas. Jesus quis ensinar
isto quando entrou na casa de Mateus/Levi (Mt 9.9-13; Lc 5.27-32) e participou do banquete
comendo com os publicanos (judeus cobradores de impostos que trabalhavam para o governo
romano e eram odiados e desprezados por seus patrícios que os chamavam de traidores) e
ensinando as verdades do reino de Deus para estes homens que precisavam de Deus tanto
quanto aqueles que se achavam donos do céu. Naquela época quem estava trilhando caminhos
errados era desprezado pela sociedade e esta não tentava reabilitar ao transviado, antes o
ajudava a afundar mais e mais no abismo do seu erro. Jesus veio mudar este conceito, pois Ele
mesmo deixou o céu para vir buscar o homem pecador e neste trecho bíblico juntamente com
outros ensina que da mesma maneira que Deus se importa com o perdido seus seguidores devem
também se importar e influencia-los a mudar de vida. Jesus foi uma influência tão positiva na
vida de Mateus que este passou a ser um apóstolo, vemos Zaqueu tendo a mesma experiência
(Lc 19.1-10), Maria Madalena que era possessa por sete demônios (Mc 16.9) e muitos outros
exemplos. Em João 7.5 nos declara que nem mesmo os irmãos de sangue de Jesus acreditavam
em sua pregação, todavia, após sua ressurreição a influência sobre sua família foi tão positiva
que sua mãe, e seus irmãos estavam perseverando em oração em At 1.14 e Tiago seu meio
irmão passou a ser um dos lideres da igreja em Jerusalém (Gl 2.9; At 12.17,15.13, 21.18).
Um cristão que se espelha em Jesus também influenciará pessoas que fazem parte de seu
convívio social. Infelizmente entre muitos cristãos tem germinado o mesmo sentimento de
superioridade que mencionamos no inicio desde tópico, fazendo com que o evangelho seja
escandalizado aos olhos dos incrédulos e retirando a eficácia da salvação tanto dos que se dizem
superiores quanto dos inferiorizados. É importante ver o próximo com a ótica divina, pois não
existe superioridade nenhuma entre o crente e o descrente, pois a mesma misericórdia que é
concedida ao homem que agora é cristão é concedida ao não cristão que pela graça divina
também poder se converter e ser salvo. Em nenhuma parte das escrituras se menciona que
devemos nos isolar das pessoas e formar um clube fechado aos que estão distanciados de Deus,
o que a Bíblia condena é agir como eles agem, mas a igreja é comparada como o sal da terra (Mt
5.13), e o sal faz conservar a alimentos da deterioração e o papel da igreja tem sido este,
impedir que o mundo venha se destruir totalmente. Imagine o mundo sem a igreja! Seria um
lugar de puras trevas se por ventura ainda existisse. Para viver longe daqueles que estão na
prática do pecado seria necessário sair do mundo segundo o apóstolo Paulo (1 Co 5.10), mas
essa ainda não é à vontade de Deus, Ele quer que nós testemunhemos sobre o que Jesus fez
pelos homens com sua morte na cruz e depois que as boas novas forem transmitidas a toda
humanidade virá o fim e o Senhor arrebatará sua Igreja, tirando-a desse mundo que jaz no
maligno. Enquanto isto não acontece sejamos pessoas que procuram ter quando possível paz
com todos (Rm 12.18), tenhamos também uma boa palavra a todo tempo para aqueles que
precisam conhecer a razão de nossa fé (1 Pe 3.15), sejamos um exemplo em nossa casa,
vizinhança, trabalho e igreja. Baseemos nossa vida em atitudes de amor, bondade, respeito,
compreensão, colaboração, dignidade, honra, lealdade, misericórdia, compaixão, alegria,
verdade e equilíbrio.
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Conclusão
O Senhor Jesus é a revelação divina ao homem. Como afirmamos no inicio o tema
abordado sobre a Cristologia não esgotou, cabe agora você querido leitor se embrenhar no
caminho do conhecimento e buscar mais e mais informações que farão em sua vida uma bem
sem igual.
O intuito deste trabalho é lançar luz as trevas do desconhecimento dos simples sobre a
pessoa do Senhor Jesus Cristo e despertar a atitude voluntária de cada um em tomar a decisão
mais acertada que qualquer homem que nasceu debaixo do jugo do pecado deve tomar:
―Receber ao Senhor Jesus como seu único salvador pessoal‖.
A oração é o momento em que nós conversamos com Deus e expomos a Ele nossos
anseios, frustrações e pedidos de misericórdia e perdão. Se você tem compreendido que é um
pecador que precisa de salvação e deseja tomar a decisão que acabamos de descrever faça o
seguinte:
Em oração diga a Deus que está arrependido dos seus pecados.
Fale que acredita naquilo que o Senhor Jesus fez por você na cruz e que deseja seguir o
que a bíblia ensina sobre ser seu discípulo.
Você agora é membro da família de Deus.
Nunca esqueça que a bíblia é a sua regra de fé. Por isso, nunca deixe de examinar as
escrituras.
Hoje em dia, temos muitos livros bons para enriquecer nosso conhecimento acerca das
doutrinas bíblicas. Se possível entre num seminário e procure apreender mais.
Ao compreender porque Jesus foi enviado você recebeu o maior presente que o homem
pode receber em sua vida, a oportunidade de viver eternamente ao lado do Criador.