Cronologia da Península Ibérica (379‐1500)Ricardo da COSTA (mailto:[email protected])
Esta cronologia tem o objetivo de facilitar o estudo dos historiadores quetrabalham com Portugal medieval. Concentrei o maior número possívelde informações no período que abrange os séculos XII‐XIV, com umaespecial predileção pelo Quatrocentos. Os séculos anteriores e posterioresa esse eixo cronológico entraram neste trabalho indiretamente, ou seja,através de comentários inseridos nos textos relacionados com os séculosXII‐XIV. Além disso, o caráter informativo desta Cronologia passadiretamente pelo político‐militar, com seqüências dinásticas e relações depoder nas "Espanhas" medievais.
O destaque dado às ordens militares também tem sua explicação: nosanos 1994‐1999 investiguei a Reconquista e a atuação das ordens foimarcante neste aspecto. As datas consideradas mais problemáticasquanto à sua precisão estão acompanhadas de um ponto de interrogação;optei por aquelas que possuem o maior consenso entre os especialistas,mas provavelmente vocês encontrarão dúvidas num levantamento maisaprofundado. De qualquer modo, espero que os medievalistasinteressados na Península Ibérica encontrem nesta Cronologia uma boacompanheira de trabalho para suas respectivas pesquisas.
Reis de Portugal (1128‐1481)
Dinastia de Borgonha I. D. Afonso I (Afonso Henriques) – 1128‐1185 II. D. Sancho I – 1185‐1211 III. D. Afonso II (rei‐leproso) – 1211‐1223 IV. D. Sancho II – 1223‐1248V. D. Afonso III – 1245‐1279 VI. D. Dinis, o Lavrador – 1279‐1325 VII. D. Afonso IV, o Bravo – 1325‐1357 VIII. D. Pedro I, o Cruel – 1357‐1367 IX. D. Fernando I, o Formoso – 1367‐1383D. Leonor Teles (regência) – 1383 (outubro a dezembro)Interregno – 1383 (dezembro)‐1385 (abril)
Dinastia de AvisX. D. João I, da Boa Memória – 1385‐1433XI. D. Duarte, o Eloqüente – 1433‐1438D. Leonor de Aragão (regência) – 1438‐1439D. Pedro, duque de Coimbra (regência) – 1439‐1448XII. D. Afonso V, o Africano – 1448‐1481
Mapa 1
Hispania sob a República Romana.
Cronologia
379‐468 — Período que abrange a Crônica de Idácio, galaico‐romanobispo de Chaves.
395‐408 — Arcádio, Imperador do Oriente.
395‐423 — Honório, Imperador do Ocidente.
399‐402 — Papado de Santo Anastácio I, romano.
402‐417 — Papado de Santo Inocêncio I, albanês.
408‐450 — Teodósio II, Imperador do Oriente.
409 — Entrada de suevos, vândalos asdingos, vândalos silingos e alanosna Península.
411 — Tratado entre os bárbaros e o Império: aqueles foram acantonadoscomo federados — suevos e vândalos asdingos na Galícia; vândalossilingos na Bética; alanos (mais numerosos) na Lusitânia e Cartaginense.
412‐415 — Ataulfo, rei visigodo.
415 — Entrada de visigodos na Península comandados por Wallia, apedido dos romanos para combater vândalos silingos e alanos quepilhavam as regiões mais romanizadas ao sul. (?) Baquiário, presbítero deBraga que tinha praticado o priscilianismo, escreve a obra De fide, para seretratar da heresia. Morte de Ataulfo, rei visigodo.
415‐417 — Wallia, rei visigodo.
417 — Morte de Wallia, rei visigodo.
417‐418 — Papado de São Zósimo, grego.
417‐451 — Teodorico, rei visigodo.
418‐419 — Antipapa Eulálio.
418‐422 — Papado de São Bonifácio I, romano.
419 — Vândalos asdingos, que tinha recebido terras na Galécia(provavelmente na zona mais montanhosa do interior), atacam os suevos(que viviam nos montes Nerbasios, na região de Orense). Esta agressãoserve de pretexto ao comes Hispaniarum Astério e ao vicarus Maurocelopara atacarem os Asdingos.
422 — É enviado, sem sucesso, um exército romano para atacar osasdingos. Morte do rei dos vândalos asdingos, Gunderico.
422‐432 — Papado de São Celestino I, da Campânia.
425 — Os vândalos tomam Sevilha e Cartagena.
425‐455 — Valentiniano III, Imperador do Ocidente.
428 — Genserico, novo rei dos vândalos asdingos, ataca povoações nasilhas Baleares.
428‐477 — Genserico, rei dos vândalos asdingos e alanos.
429 — Os vândalos, senhores do sul da Península, passam à África doNorte. Os visigodos desembarcam nas ilhas Baleares e em Tânger.
430‐456 — Consolidação do reino suevo na Península.
431 — Idácio, bispo de Chaves, vai à Gália, sem sucesso, pedir ao magistermilitium Aécio que organize um ataque contra os suevos.
432‐440 — Papado de São Sisto III, romano.
438 — O príncipe suevo Réquila, associado ao trono pelo rei Hermerico,invade a Bética e devasta várias cidades da Lusitânia, entre elas Mérida eMértola. O exército organizado pelo patriciado local, comandado porAndevoto, é derrotado nas margens do rio Genil.
440‐461 — Papado de São Leão I (Magno), toscano.
441 — Réquila, rei dos suevos.
441‐446 — Réquila, de Sevilha (e com a conivência de alguns membros daaristocracia local) domina toda a Lusitânia e parte da Bética.
441‐454 — “Bagauda” : perturbações na Península entre o Ebro e nasfronteiras dos povos bascos; revoltas locais contra as autoridades e osgrandes proprietários pelos povos do norte (autóctones), os menosatingidos pela romanização.
445‐450 — Últimos episódios do combate ao priscilianismo (heresia) porToríbio de Astorga.
446 — Os romanos, dirigidos por Vito, magister utriusque militiae(comandante de tropas compostas por soldados romanos e visigodos),tentam libertar‐se dos suevos, mas são derrotados.
448 — Morte de Réquila, rei suevo. (aprox.) O novo rei suevo, Requiário,converte‐se ao catolicismo (um desafio aos arianos visigodos) e continua aassolar a Lusitânia, a Bética e mesmo a Cartaginense. É o primeiro reibárbaro a cunhar moeda em seu nome.
449 — Requiário se associa aos bandos da “bagauda”, dirigidos por umchefe chamado Basílio, para assolarem Tarazona e depois Saragoça eLérida.
450‐457 — Marciano, Imperador do Oriente.
451 — Morte de Teodorico, rei visigodo.
451‐456 — Teodorico II, rei dos visigodos. Política de extermínio visigodacontra os suevos.
453 — Acordo de paz entre os hispano‐romanos e suevos estabelecidopelo comes Hispaniarum Mansueto e pelo conde Frontão.
454 — Os hispano‐romanos pedem auxílio a Teodorico, rei dos visigodos,para combaterem a “bagauda”.
455‐457 — Avito, Imperador do Ocidente.
456 — Requiário, rei suevo, infringindo seus acordos, ataca aCartaginense e, apesar do conde Frontão invocar o acordo anterior,invade também a Tarraconense, praticando o saque e fazendo numerososcativos. Teodorico II, rei visigodo, atravessa os Pireneus e dirige‐se aGalécia, derrotando os suevos junto ao rio Orbigo, perto de Astorga;marcha até Braga, que é inteiramente saqueada, sem poupar cidadãosromanos, clérigos e igrejas. Depois, segue até o Porto, vencendo Requiárionovamente e o condenando à morte. Por fim, entrega o reino suevo aAgiulfo, seu "cliente" da tribo dos varnas. Morte de Teodorico II, rei dosvisigodos.
457‐474 — Leão I, Imperador do Oriente.
457‐461 — Maioriano, Imperador do Ocidente.
459 — Nepociano, magister militium na Hispânia do imperador doOcidente, Maioriano, associa‐se ao conde visigodo Sunierico para atacaros suevos de Lugo.
460 — Maldras, chefe suevo que tinha se insubordinado contra Agiulfo(morto no castrum do Porto) luta pelo poder contra Frantano — duasfacções suevas rivais. É assassinado neste ano e sucedido por Frumário.Outro exército visigodo, desta vez sem o apoio romano, apodera‐se deSantarém. O imperador do Ocidente, Maioriano, permanece algum tempoentre Tarragona e Cartagena, para preparar um ataque naval contra os
vândalos, do qual sai derrotado. Frumário prende Idácio, galaico‐romanobispo de Chaves durante alguns meses por liderar uma tentativa oculta denegociação entre os galaico‐romanos e Requimundo (líder da outra facçãovisigoda que substituiu Frantano).
461‐468 — Papado de Santo Hilário, sardo. Severo, Imperador doOcidente.
463 — Os galaico‐romanos conseguem suscitar uma nova intervençãovisigoda na Galécia, enviando a Toulouse um membro local da antigaaristocracia senatorial, Palagório, para pedirem a Reodorico, rei visigodo,que impusesse a paz na região.
464 — Frumário e Requimundo, chefes das facções suevas que lutam pelopoder, morrem. Surge um novo chefe, Remismundo, apoiado pelo reivisigodo Teodorico. Teodorico, rei visigodo, manda retirar o magistermilitum Arbório para a Gália — nomeado por ele para controlar aHispânia — ficando então os hispano‐romanos defendidos apenas porVicêncio, dux provinciae da Tarraconense.
465 — Remismundo, rei suevo, retorna ao arianismo graças à pregação dobispo Ajax (ariano) na Galécia. Casa‐se com uma princesa visigoda erecebe a investidura das armas de Teodorico: aliança suevo‐visigótica. Ossuevos convertem‐se ao arianismo.
466 — Embaixada de Opílio para pedir auxílio do rei visigodo Euricocontra os suevos, que tinham atacado os galaico‐romanos de Aunona(talvez na zona de Tui).
466‐484 — Reinado visigodo de Eurico (sucessor de Teodorico): consolidaseu domínio na Gália e conquista a Península, expulsando os romanospara o norte do rio Loire.
467 — Os suevos saqueiam Conímbriga, que desde então perde toda suaimportância (sua população já começara a transferir‐se para Erminium —atual Coimbra).
467‐472 — Antemo, Imperador do Ocidente.
468 — Lusídio, governador romano de Lisboa, entrega a cidade aossuevos; logo a seguir os suevos possuem uma guarnição em Mérida (osvisigodos os expulsam de Mérida pouco depois).
468‐483 — Papado de São Simplício, tiburtino.
469 — Os suevos são obrigados a evacuar Olisipone: Eurico os expulsa daLusitânia, repelindo‐os até a Galícia. Fim da crônica de Idácio, maioresdificuldades de informações do que se passa no ocidente da Península.
469‐550 — Período obscuro sobre o reino suevo.
471 — O imperador do Ocidente, Antímio, tenta, em vão, conter osavanços de Eurico, rei visigodo, na Provença.
472 — Eurico, rei visigodo, ocupa a Tarraconense, por intermédio detropas comandadas pelo seu general Heldefredo, que se unem aos restosdo exército imperial (comandados pelo dux provinciae Vicêncio). Aautoridade de Eurico na Provença e no Auvergne é sancionada pelo novoimperador do ocidente, Júlio Nepote.
472‐475 — Júlio Nepote, Imperador do Ocidente.
474‐475 — Divergências entre Eurico, rei visigodo, e os bispos católicos daGália.
474‐491 — Zenão, Imperador do Oriente.
475 — Eurico, rei visigodo, rompe o tratado com o Império (de 418).
476 — Rômulo Augústulo, Imperador do Ocidente.
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Península Ibérica por volta de 476.
483 — Em Mérida, o dux Salla, governador militar às ordens de Eurico, reivisigodo, deixa uma inscrição romana da cidade e manda restaurar asmuralhas, decerto para assegurar a defesa contra os suevos.
483‐492 — Papado de São Félix II (III), romano.
484 — Morte de Eurico, rei visigodo.
484‐507 — Alarico, rei visigodo.
491‐518 — Anastácio I, Imperador do Oriente.
492‐496 — Papado de São Gelásio I, africano.
494 — A partir desta data, transferência maciça de contingentes godospara a Península. Seu estabelecimento na região de Saragoça provoca umarevolta regional.
496 — Batismo de Clóvis.
496‐498 — Papado de Anastácio II, romano.
497 — A revolta de Saragoça — contra a presença visigoda — após trêsanos, é afogada em sangue.
498 — Antipapa Lourenço.
498‐514 — Papado de São Símaco, sardo.
501‐505 — Antipapa Lourenço.
506 — Nova revolta na região de Saragoça (também esmagada) — contraa presença visigoda — conduzida por um líder de nome Pedro. Alarico II,rei visigodo, se reconcilia com os bispos católicos reunidos no Concílio deAgde e promulga a Lex Romana Visigothorum, base do célebre códigojurídico que perdurou na Hispânia até o século XIII: assimilação efetiva dacultura romana por parte de Alarico II.
507 — Batalha de Voillé: vitória de Clóvis e seus francos edesaparecimento do reino visigodo de Tolosa (morte de Alarico); ofabuloso tesouro visigodo é capturado.
508‐531 — Amalarico, rei visigodo.
514‐523 — Papado de São Hormisdas, de Frosinone.
518‐527 — Justino I, Imperador do Oriente.
521 — Concessão do vicariato romano da Bética e da Lusitânia pelo papaHormisdas ao metropolita Salústio de Sevilha.
523‐526 — Papado de São João I, toscano.
526 — Morte de Teodorico, rei ostrogodo; reinado independente de seuneto Amalarico (até 531).
526‐530 — Papado de São Félix IV (III), de Sanio.
527‐565 — Justiniano, Imperador do Oriente.
530 — Antipapa Dióscoro, alexandrino.
530‐532 — Papado de Bonifácio II, romano.
531 — Último ano de um Prefectus Hispaniarum; após essa data, nãohouve sucessor: indício de uma crescente quebra de influência de Romasobre a Península. O bispo Montano de Toledo acusa a igreja de Palênciade, contaminada pela heresia prisciliana, apoiar o combate que contra ela
travava o bispo Toríbio (da mesma diocese): os bispos católicos sãoapoiados pelos visigodos, apesar destes professarem a heresia ariana.Morte de Amalarico.
531‐554 — General Teudis, sucessor de Amalarico, rei ostrogodo.
533‐535 — Papado de João II, romano.
534 — Destruição do reino dos vândalos pelo imperador Justiniano,imperador do Oriente.
535‐536 — Papado de Santo Agapito I, romano.
536‐537 — Papado de São Silvério, da Campânia.
537‐555 — Papado de Vigílio, romano.
538 — Carta do papa Vigílio ao bispo Profuturo, de Braga, acerca dealgumas práticas litúrgicas.
542 — Childeberto e Clotário apoderam‐se de Pamplona e cercamSaragoça.
543 — Peste de âmbito transcontinental.
548 — Assassinato do General Teudis, sucessor de Amalarico, reiostrogodo.
549 — Assassinato do dux Teudisclo, sucessor do General Teudis, reiostrogodo. Eleição do rei Ágila, visigodo (que fixa‐se em Mérida; seuadversário, Atanagildo, proclama‐se rei em Sevilha).
550 — Chega à Galícia São Martinho, missionário romano da Panônia.Carrarico, rei dos suevos, converte‐se ao catolicismo, segundo Gregório deTours, — tendo como protagonista São Martinho de Dume (originário daPanônia—Hungria) — graças a uma cura milagrosa de seu filhoTeodomiro, tocado pelas relíquias de São Martinho de Tours. Fixação deÁgila, rei visigodo, em Mérida.
554 — Os bizantinos ocupam o sul da Península. Morte de Teudis, generale rei ostrogodo.
554‐567 — Atanagildo, rei visigodo.
555 — Assassinato de Ágila, rei visigodo; triunfo de seu adversário,Atanagildo.
555‐561 — Papado de Pelágio I, romano.
558 — (?) Morte de Carrarico, rei dos suevos.
558 ‐ 561 — (?) Ariamiro, rei dos suevos.
560‐636 — Isidoro de Sevilha.
561 — Concílio de Braga, suscitado por São Martinho de Dume.
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Península Ibérica por volta de 570.
561‐570 — Teodomiro, rei dos suevos.
561‐574 — Papado de João III, romano.
564‐567 — Atanagildo, rei dos visigodos.
565 — Atanagildo, rei visigodo, abandona o sul e fixa‐se em Toledo:retirada de Mérida do primeiro plano da cena política.
565‐578 — Justino II, Imperador do Oriente.
567 — Morte de Atanagildo, rei dos visigodos. Após cinco meses, osvisigodos elegem como rei a Liúva, duque de Septimânia, que resolvepermanecer na Gália e associar ao trono seu irmão Leovigildo.
567‐571 — Teodomiro, rei dos ostrogodos.
569 — (?) São Martinho de Dume sucede o bispo Lucrécio de Braga.
570 — Leovigildo inicia uma série de campanhas que restituem aosvisigodos a inteira supremacia sobre a Hispânia: conquista aos bizantinos(ainda nesse ano) Málaga, Medina Sidônia e Gibraltar.
570‐583 — Miro, rei dos suevos.
571 — Morte de Teodomiro, rei dos ostrogodos.
571‐572 — Leuva, rei dos visigodos.
572 — II Concílio de Braga, suscitado por São Martinho de Dume.Leovigildo submete Córdova, que ainda se mantinha independente.Ataque perpetrado pelo rei dos suevos, Miro, contra o povo dos ruccones,que se situava provavelmente na mesma zona dos montes Aregenses (verano 575).
572‐586 — Leovigildo, rei dos visigodos.
573 — Leovigildo, rei dos visigodos, reduz à obediência o povo dossappos, que viviam a ocidente de Zamora (próximo a Bragança), nafronteira com os suevos. Leovigildo torna‐se rei dos visigodos de plenodireito, sucedendo seu irmão Liúva. Associa‐se a seus dois filhos,Hermenegildo e Recaredo, e inicia uma política claramente inspirada nasinstituições bizantinas e no direito romano (títulos, moedas epromulgação de uma versão atualizada do código visigótico).
574 — Leovigildo, rei dos visigodos, dirige uma expedição na Cantábria.
574‐579 — Papado de Bento I, romano.
575 — Leovigildo, rei dos visigodos, dirige uma expedição aos montesAregenses (provavelmente entre as cidades de Leão e Orense), ondedominava o rico proprietário Aspídio — revide ao ataque de 572.
576 — Leovigildo ataca diretamente o rei dos suevos, Miro e este tem depedir a paz, (morre na batalha). Sucede‐lhe seu filho Eborico. Osaregenses, que habitavam na região de Orense e no norte de Portugal, sob
a autoridade de um chefe chamado Aspígio, são dominados porLeovigildo, rei dos visigodos.
578‐582 — Tibério I, Imperador do Oriente.
578‐584 — Calamidades na Península (principalmente no sul daLusitânia): numerosas e repetidas pragas de gafanhotos, com asconseqüentes más colheitas e fomes, seguidas de um surto de peste.
579 — Morte de São Martinho de Dume, bispo de Braga. Casamento deHermenegildo (filho de Leovigildo, rei dos visigodos) com Ingunda,princesa católica filha de Sigiberto da Austrásia. Leovigildo confia‐lhe ogoverno da Bética e ele fixa‐se em Sevilha. Ingunda converte‐se aocatolicismo e passa a se distanciar do pai.
579‐580 — Papado de Pelágio II, romano.
580 — Concílio de Toledo: sublevação de Hermenegildo, filho deLeovegildo, rei dos visigodos (as cidades de Mérida, Sevilha e Córdova oapoiam) — lutas entre o catolicismo e o arianismo.
582 — Hermenegildo pede apoio externo contra seu pai (suevos,bizantinos, à Austrásia e à Borgonha). Em resposta, Leovigildo ocupaMérida e cerca Sevilha.
582‐602 — Maurício I, Imperador do Oriente.
584 — Revolta do caudilho Audeca contra Eborico (filho de Miro, ver ano572) — Eborico aceita a submissão a Leovigildo, rei dos visigodos. Audecaencerra Eborico num convento e se casa com Sisegúntia, viúva do reiMiro. Leovigildo, ocupado com sua campanha em Sevilha, não interveiologo.
585 — Hermenegildo, atraiçoado por seus aliados é preso em Córdova, eassassinado (não se sabe se a mandado de seu pai). Extinção do reinosuevo: seu último rei, Andeca, é derrotado em Bracara e Portucale.Leovigildo, rei dos visigodos, dirige‐se à Galécia, prende Audeca numconvento situado em Beja, apodera‐se do tesouro régio e anexa o reinodos suevos — de nada vale a intervenção das tropas burgundas (enviadaspor mar pelo rei Gontran e destroçadas no mar Cantábrico) nem atentativa de revolta de um novo caudilho suevo, Amalarico (tambémderrotado): forte ocupação militar da Galécia.
586 — Morte de Leovigildo, rei dos visigodos.
586‐601 — Recaredo, rei dos visigodos — momento de esplendor e deequilíbrio do reino visigótico.
587 — Recaredo consagra em Toledo (capital visigoda) a catedral de SantaMaria.
588 — Calamidades naturais na Galécia.
589 — III Concílio de Toledo: conversão de Recaredo ao catolicismo.Revolta ariana na Septimânia, com o apoio dos burgúndios: o dux Cláudioé encarregado por Recaredo, rei dos visigodos, de a reprimir (com a ajudados merovíngios da Austrásia). Após essa data, consumada a assimilaçãoentre godos e hispano‐romanos. sancionada pela supressão do arianismo.
590‐604 — Papado de São Gregório I (Magno).
590‐621 — João de Biclara, natural de Santarém, após ter peregrinado pelooriente, funda um mosteiro e é sagrado bispo de Gerona, na Catalunha.Escreve uma crônica.
599 — O dux Cláudio, provavelmente regressado à Lusitânia, continuaainda a ser um dos principais chefes do exército, além de ser consideradomesmo em Roma, uma autoridade de grande prestígio, pois foi um doscorrespondentes a quem o papa Gregório Magno se dirigiu numa das suascartas.
600‐620 — Calamidades naturais na Galécia e Lusitânia.
601 — Morte de Recaredo, rei dos visigodos.
601‐612 — Sisebuto, rei dos visigodos.
601‐642 — Longa crise política no reino visigótico: sucessão rápida de reis,fraqueza da monarquia perante a aristocracia e novos surtos de pestes eoutras calamidades.
602‐610 — Focas, Imperador do Oriente.
604‐606 — Papado de Sabiniano, toscano.
607 — Papado de Bonifácio III, romano.
608‐615 — Papado de São Bonifácio IV, de Marsi.
610‐641 — Heráclio I, Imperador do Oriente.
610‐673 — Neste período, cinco referências de contingentes de tropasvisigodas partem da Galécia para atacar bascos, asturianos e ruccones.
612 — O duque Suintila submete os ruccones dentro das antigas periferiasdo reino suevo. Disposições de Sisebuto, contra os judeus. Morte deSisebuto, rei dos visigodos.
612‐615 — Campanhas de Sisebuto e Suintila contra os últimos redutosbizantinos na Península.
612‐621 — Recaredo II, rei dos visigodos.
615‐618 — Papado de São Deusdedit, ou Adeodato I, romano.
616 — Início de forte perseguição aos judeus na Península.
619‐625 — Papado de Bonifácio V, napolitano.
621 — Morte de Recaredo II, rei dos visigodos.
621‐631 — Suintuila é eleito rei dos visigodos.
623‐625 — Novas campanhas dos visigodos contra os últimos redutosbizantinos.
625 — Calamidades naturais na Galécia.
625‐638 — Papado de Honório I, da Campânia.
628 — Suintila expulsa os bizantinos do sul da Península.
631 — Suintila é deposto do trono por Sisenando (morre no mesmo ano),louvado pelos bispos.
631‐640 — Sisenando, rei dos visigodos.
631‐641 — Calamidades naturais na Galécia e Lusitânia.
633 — IV Concílio de Toledo: formulação da teoria política isidoriana(princípio do reinado eletivo): Sisebuto, rei dos visigodos é acusado dospiores crimes pelos padres congregados no concílio. Revolta em Mérida,opondo‐se ao rei Sisenando, típico representante da facção pró‐romana.Seus dois opositores: Geila e Iudila (o segundo chega a mandar cunharmoedas com seu nome e o título de rei).
639‐640 — Papado de Severino, romano.
640 — Morte de Sisenando, rei dos visigodos.
640‐642 — Papado de João IV, dálmata. Tulga, rei dos visigodos.
641 — Constantino II, Imperador do Oriente.
641‐668 — Constante II Pogonato (= Constantino III), Imperador doOriente.
642 — Segunda revolta em Mérida (a primeira em 633): agora contraChindasvinto, rei dos visigodos (tinha sido duque de uma província donorte da Hispânia antes de se apoderar do trono). Age com brutalidade,condenando à morte centenas de nobres, com o apoio do clero. Morte deTulga, rei dos visigodos.
642‐649 — Papado de Teodoro I, grego.
642‐653 — Chindasvinto, rei dos visigodos: momento de recuperação daautoridade régia visigoda (uso constante da violência).
646 — Concílio de Toledo: condenação de bispos da Galécia que exigiamcontribuições excessivas das suas freguesias das suas dioceses e deviajarem com séquitos de mais de 50 pessoas.
649‐653 — Papado de São Martinho I, de Todi (São Martinho foi preso edesterrado em junho de 653, Apesar de só haver falecido em setembro de655, foi sucedido pelo papa Santo Eugênio em agosto de 654).
653 — VIII Concílio de Toledo: perseguição aos judeus. Morte deChindasvinto, rei dos visigodos.
653‐672 — Rescevinto, rei dos visigodos.
654 — Rescevinto, rei visigodo, promulga o Liber Iudiciorum — últimaversão do código visigótico, sob a forma depois transmitida depois aosreinos da Reconquista. O bispo de Mérida, Orôncio, pede ao reiRescevinto a restauração dos direitos metropolíticos de Mérida até aoDouro, após a supressão do reino suevo.
654‐657 — Papado de Santo Eugênio I, romano.
655 — IX Concílio de Toledo.
655‐672 — Recesvinto, rei dos visigodos. Após sua morte, fragmentaçãodo poder político, novas pestes e fomes, o que mostra a incapacidade pararesistir às invasões muçulmanas de 711‐714.
656 — X Concílio de Toledo, por ordem de Rescevinto, presidido porEugênio II, bispo metropolitano: reorganização do calendário litúrgico.
657‐672 — Papado de São Vitaliano, de Segni.
661 — Dedicação da Igreja de San Juan de Baños.
665 — Morte de São Frutuoso, bispo de Dume e Braga, que viveu notempo do rei Rescevinto (era filho do dux da Galécia, parente do reiSisenando, de família visigótica).
666 — Concílio provincial de Mérida: as atas ainda se conservam ealudem à restauração dos direitos metropolíticos da cidade até o Douro.
668‐695 — Justiniano II, Imperador do Oriente.
672 — Morte de Rescevinto, rei dos visigodos.
672‐676 — Papado de Adeodato II, romano.
672‐680 — Wamba, rei dos visigodos.
674 — Wamba, rei dos visigodos, comemora a edificação das muralhas deToledo.
675 — XI Concílio de Toledo. III Concílio de Braga: condenação dos"estranhos" usos litúrgicos do norte da Península, que incluíam acelebração da missa com leite ou uvas, emprego das alfaias sagradas parausos profanos e exageradas formas de veneração dos bispos portadores derelíquias. Condenação de bispos que dizem a missa sem a estola, quevivem com mulheres e castigam os presbíteros com penas corporais(açoites).
676‐678 — Papado de Dono, romano.
678‐681 — Papado de Santo Agatão, siciliano.
680 — Wamba é destronado pela aristocracia. Morre no mesmo ano.
680‐687 — Eurico, rei dos visigodos.
682‐683 — Papado de São Leão II, siciliano.
683 — XIII Concílio de Toledo: institucionalização do triunfonobiliárquico e da feudalização do Estado.
684‐685 — Papado de São Bento II, romano.
685‐686 — Papado de João V, sírio.
686‐687 — Papado de Cónon.
687 — Antipapa Teodoro. Antipapa Pascoal. Morte de Eurico, rei dosvisigodos.
687‐701 — Papado de São Sérgio, sírio.
687‐702 — Ergica, rei dos visigodos.
691‐711 — Calamidades naturais na Galécia.
694 — O futuro rei dos visigodos Witiza, associado ao trono por seu pai,Égica, tem a sede do seu poder em Tui (aí [?] fere de morte o pai dePelágio).
695‐698 — Leôncio, Imperador do Oriente.
698‐705 — Tibério II, Imperador do Oriente.
701‐705 — Papado de João VI, grego.
702 — Morte de Ergica, rei dos visigodos.
702‐709 — Witiza, rei visigodo.
705‐707 — Papado de João VII, grego.
705‐711 — Justiniano II, Imperador do Oriente.
708 — Witiza recusa o trono a seu filho Áquila, dux da Tarraconense e oentrega a Rodrigo, dux da Bética, último rei visigodo (a facção quepreferia Áquila pede auxílio ao conde Julião, governador de Ceuta, quepor sua vez negocia a intervenção dos muçulmanos — que haviamconquistado há pouco o norte da África). Papado de Sisínio, sírio.
708‐715 — Papado de Constantino, sírio.
709 — Morte de Witiza, ex‐rei visigodo.
709‐711 — Roderico, rei dos visigodos.
710 — O chefe berbere Tarif ben Ziyad, com a conivência de umdignatário visigodo rebelde de nome Julian, conduz uma força invasoraatravés do Estreito até Tarifa.
711 — Batalha de Guadalete (perto de Cádiz): fim do domínio visigótico naEspanha. O rei dos visigodos, Roderico, é vencido pelos mouros lideradospor Tarif ben Ziyad (morre no mesmo ano).
711‐713 — Filípico, Imperador do Oriente.
711‐714 — Tarif ben Ziyad e Musa ibn Nusair, "emires" na Península.
711‐756 — Penetração e instalação de sucessivos grupos árabes e berberes.
712 — O general árabe Musa ibn Nusair toma Medina, Sidônia e Sevilha, ecerca Mérida, que resiste por muitos meses, rendendo‐se, sob pacto, emjunho de 713.
713 — Musa ibn Nusair instala‐se, com a ajuda dos judeus revoltados, nacapital (Toledo), submete também Huelva, Ossónoba (Faro) e Beja. Osvisigodos de Niebla e Beja ocupam Sevilha, mas são dominados por Abdal‐Aziz (filho de Musa ibn Nusair).
713‐715 — Anastácio II, Imperador do Oriente.
714 — Segunda campanha de Musa ibn Nusair: após ter‐se reunido comTarif ben Ziyad em Toledo (aí passando o inverno de 713‐714) tomaBurgos, Leão, Astorga, Lugo e talvez Viseu. Musa retorna a Damasco, caiem desgraça e é substituído por seu filho 'Abd al‐Aziz (com o título de válida Hispânia): realiza novas campanhas no território da Lusitânia—Évora,Santarém e Coimbra.
714‐717 — Abdelaziz, "emir" da Península.
715‐717 — Teodósio III, Imperador do Oriente.
715‐731 — Papado de São Gregório II, romano.
716 — Assassinato de Abd‐al‐Aziz (filho de Musa ibn Nusair) pelospartidários do califa e substituído por al‐Hurr ben Abd al‐Rahman, quecompleta as conquistas da Península a oriente, na Catalunha.
717 — Morte de Abdelaziz, "emir" da Península.
717‐741 — Leão III, Imperador do Oriente.
718‐719 — Alhor, "emir" da Península.
718‐737 — Pelágio, líder (e 1o. rei) das Astúrias.
719 — Morte de Alhor, "emir" da Península.
721 — Eudes, duque da Aquitânia, bate os muçulmanos diante de Tolosa.
722 — Batalha de Covadonga: vitória de Pelágio, que funda o reino dasAstúrias (capital Oviedo).
730‐732 — Abderraman de Gafeki, emir da Península.
731 — Nascimento de Abd‐al‐Rahman I, futuro emir de Córdova.
731‐741 — Papado de São Gregório III, sírio.
732 — Batalha de Poitiers: vitória de Carlos (Martel), duque de Austrásia eEudes, duque de Aquitânia, sobre os árabes. Morte de Abderraman, emirda Península.
735 — Os muçulmanos tomam Arles.
737 — Os muçulmanos tomam Avinhão e assolam o vale do Ródano atéLião.
737‐739 — Reinado (2o.) de Favila, das Astúrias.
739‐757 — Reinado (3o.) de Afonso I, das Astúrias: política derepovoamento da Galécia.
741 — Sublevação dos berberes instalados na Península.
741‐752 — Papado de São Zacarias, grego.
741‐775 — Constantino V, Imperador do Oriente.
742 — Balj ibn Bishr comanda um exército que reprime a revolta berbere.Recebe como recompensa o litoral mediterrâneo da Espanha, como feudo.Nascimento de Hisham I, futuro emir de Córdova (2o.).
750 — (aprox.) Afonso I, o Católico, consolida o reino de Astúrias.Massacre dos omíadas ordenado pelos abássidas.
750‐755 — Anos de seca e fome que dizimaram a população ibérica.
752 — Papado de Estêvão II (algumas fontes costumam omitir o papaEstêvão II, falecido três dias após sua eleição, sem que fosse realizada suaconsagração).
752‐757 — Papado de Estêvão III (II), romano.
756 — Fundação do emirado omíada de Córdova (durará até 912). Iníciodo reinado de Abd‐al‐Rahman I (neto do califa omíada Hixã).
756‐788 — Abd‐al‐Rahman I, emir de Córdova.
757‐767 — Papado de São Paulo I, romano.
757‐768 — Reinado (4o.) de Fruela I, na casa de Astúrias.
759 — Pepino, o Breve expulsa os muçulmanos do sul da França(Narbona, última praça árabe).
760 — Abd‐al‐Rahman I estabelece, com sua cunhagem de moedas, umnovo sistema monetário. Nascimento de Hakam I, neto de Abd‐al‐Rahman I e futuro emir de Córdova (3o.).
767‐768 — Antipapa Constantino II, de Nepi.
768 — Antipapa Filipe.
768‐772 — Papado de Estêvão IV (III), siciliano.
768‐774 — Reinado (5o.) de Aurélio, das Astúrias.
772‐795 — Papado de Adriano I, romano.
773 — Aparecimento da numeração árabe.
774‐783 — Reinado (6o.) de Silo, na casa das Astúrias.
775‐802 — Irene, Imperatriz do Oriente.
778 — Expedição de Carlos Magno a Saragoça: batalha de Roncesvalles(para proteger sua independência contra o emir de Córdova, osgovernadores árabes do norte da Península apelaram para os francos, queavançaram até Saragoça).
783‐788 — Reinado (7o.) de Mauregato, o Usurpador, das Astúrias.
785 — Início da construção da grande mesquita de Córdova. CarlosMagno retoma Gerona.
788 — Heresia adocionista: desintegração da Igreja visigoda. Morte deAbd‐al‐Rahman I, primeiro emir de Córdova. Nascimento de Abd‐al‐Rahman II, filho de Hakam I de Córdova (4o.).
788‐791 — Reinado (8o.) de Bermudo (Veremund) I, o Diácono, dasAstúrias.
788‐799 — Hisham I, (2o.) emir de Córdova (filho de Abd‐al‐Rahman I).
791‐842 — Reinado (9o.) de Afonso II, o Casto, na casa das Astúrias:fortalecimento do reino astúrio e nascimento do sentimento neogoticista.Carlos Magno retoma Urgel.
794 — Recepção da escola malequí em al‐Andaluz.
795‐816 — Papado de São Leão III, romano.
797 — Reorganização do exército hispano‐muçulmano por al‐Hakam I.“Jornada do fosso” em Toledo.
799‐822 — Hakam I, (3o.) emir de Córdova.
800 — O nome Castela aparece pela primeira vez para referir‐se a umpequeno e fragmentado distrito nas montanhas cantábricas ao norte deBurgos.
801 — Carlos Magno conquista Barcelona.
802‐811 — Nicéforo I, Imperador do Oriente.
809 — Carlos Magno alcança Tarragona: é a consolidação da marcahispânica.
811‐813 — Miguel I, Imperador do Oriente.
813 — “Motim do subúrbio”, em Córdova.
813‐820 — Leão V, Imperador do Oriente.
816 — Nascimento de Mohammed I, filho de Abd‐al‐Rahman II (4o. emirde Córdova).
816‐817 — Papado de Estêvão IV, romano.
817‐824 — Papado de São Pascoal I, romano.
820‐829 — Miguel II, Imperador do Oriente.
822‐852 — Reinado de Abd‐al‐Rahman II, 4o. emir de Córdova, filho deHakam I.
822 — Abd‐al‐Rahman II consegue atrair para sua corte o cantor Ziriyab,que cria um conservatório de música em Córdova. Morte do 3o. emir deCórdova, Hakam I.
824‐827 — Papado de Eugênio II, romano.
825 — Luís, o Pio, Imperador do Ocidente (814‐840, n. 778), concede umprivilégio ao mercador judeu Abraham de Saragoça.
827 — Papado de Valentim, romano.
827‐844 — Papado de Gregório IV, romano.
829‐842 — Teófilo, Imperador do Oriente.
839 — Refugia‐se em Saragoça Bodo, diácono do imperador Luís, o Pio,convertido ao judaísmo.
840‐851 — Reinado (1o.) de Inigo Arista, de Navarra.
842 — Morte de Afonso II, o Casto, rei das Astúrias.
842‐850 — Reinado (10.) de Ramiro I (filho de Bermudo I, o Diácono), dacasa de Astúrias: repovoa Tui, Astorga, Leão e Amaia.
842‐867 — Miguel III, Imperador do Oriente.
844 — Início das incursões normandas no litoral peninsular. AntipapaJoão. Nascimento de Mondhir, filho de Mohammed I (5o. emir deCórdova).
844‐847 — Papado de Sérgio II, romano.
847‐855 — Papado de São Leão IV, romano.
848 — Nascimento de Afonso III, o Grande, rei das Astúrias.
850 — Surge o conflito moçárabe; líder: padre Eulógio. Vários mártirescristãos. Morte de Ramiro I, rei das Astúrias.
850‐866 — Reinado (11o.) de Ordoño I (filho de Ramiro I), das Astúrias.
850‐912 — Os cristãos progridem até a linha do rio Douro, assentando asbases do repovoamento do vale do rio.
851 — Morte do mártir moçárabe de Beja, São Sisenando.
852 — Navarra aparece como reino unificado sob Garcia I. Morte de Abd‐al‐Rahman II, 4o. emir de Córdova.
852‐886 — Reinado de Mohammed I, 5o. emir de Córdova (filho de Abd‐al‐Rahman II).
855 — Antipapa Anastácio.
855‐858 — Papado de Bento III, romano.
858‐867 — Papado de São Nicolau I (Magno), romano.
865‐874 — Anos de fome e epidemias.
866 — Morte de Ordoño I, rei das Astúrias.
866‐909 — Fernando Gonzalez funda o condado de Castela, que seestende até o rio Douro.
866‐910 — Reinado (12o.) de Afonso III, o Grande, das Astúrias:repovoamento de Braga, Portucale, Orense, Eminum (Coimbra), Viseu eLamego.
867‐872 — Papado de Adriano II, romano.
867‐886 — Basílio I, Imperador do Oriente.
868 — Nascimento de Abdallah, filho de Mondhir, 6o. emir de Córdova.
870 — (aprox.) Carlos, o Calvo, rei de França (840‐877, n. 823) encarregaum judeu de nome Judas de levar uma mensagem e soma de dez libras deprata ao bispo Frodoíno de Barcelona.
871 — Reconquista de Coimbra pelos cristãos.
872‐882 — Papado de João VIII, romano.
878 — Hermenegildo Mendes, conde de Coimbra, repovoa a cidade.
878‐898 — Vifredo, o "Velloso" unifica e dirige o repovoamento daCatalunha.
882‐884 — Papado de Marino I, de Gallese. Antipapa Martinho II.
884‐885 — Papado de Santo Adriano III, romano.
885‐891 — Papado de Estêvão V, romano.
886 — Morte de Mohammed I, 5o. emir de Córdova.
886‐888 — Reinado de Mondhir, 6o. emir de Córdova.
886‐913 — Leão VI, Imperador do Oriente.
888 — Morte de Mondhir, 6o. emir de Córdova.
888‐912 — Reinado de Abdallah, 7o. emir de Córdova.
889‐922 — Carlos, o Simples, rei de França.
891 — Nascimento de Abd‐al‐Rahman III, neto de Abdallah, 7o. emir deCórdova.
891‐986 — Papado de Formoso.
896 — Papado de Bonifácio VI, romano.
896‐897 — Papado de Estêvão VI, romano.
897 — Papado de Romano, de Gallese. Papado de Teodoro II, romano.
898‐900 — Papado de João IX, tiburtino.
900‐903 — Papado de Bento IV, romano.
900‐911 — Luís IV, o Menino, rei alemão.
900‐924 — Eduardo I, rei da Inglaterra.
903 — Papado de Leão V, de Andréia.
903‐904 — Antipapa Cristóvão, romano.
904‐911 — Papado de Sérgio III, romano.
905 — Instala‐se em Pamplona a dinastia Jimena.
905‐925 — Reinado (2o.) de Sancho Garces, de Navarra.
910‐914 — Reinado (1o.) de Garcia, de Leão.
911‐913 — Papado de Anastácio III, romano.
911‐918 — Conrado I, rei alemão.
911‐924 — Arias Mendes (filho de Hermenegildo Guterres), conde deCoimbra.
912 — Morte de Abdallah, 7o. emir de Córdova. Morte de Afonso III, oGrande, rei das Astúrias.
912‐961 — Califado de Abd‐al‐Rahman III, 1o. califa de Córdova.
913 — Nascimento de al‐Hakam II, filho de Abd‐al‐Rahman III (1o. califade Córdova).
913‐914 — Papado de Lando, sabiniano.
913‐959 — Constantino VII e Romano I (920‐914).
914 — Transferência da capital de Olviedo para Leão: início da existênciado reino de Leão. Morte de Garcia, rei de Leão.
914‐924 — Reinado (2o.) de Ordoño II (filho de Afonso III, o Grande), deLeão.
914‐928 — Papado de João X, de Tosiquano.
915‐919 — Anos de secas e fome na Península.
919‐936 — Henrique I da Saxônia, rei alemão.
922 — O condado de Aragão é incorporado ao reino de Pamplona.
922‐923 — Roberto I, rei de França.
923 — Os navarros ocupam a Rioja alta.
923‐936 — Raul, rei de França.
924 — Morte de Ordoño II, rei de Leão.
924‐925 — Reinado (3o.) de Fruela II, de Leão.
924‐940 — Atelstano, rei da Inglaterra.
925 — Morte de Fruela II, rei de Leão.
925‐930 — Reinado (4o.) de Afonso IV, o Monge, de Leão.
925‐970 — Reinado (3o.) de Garcia Sanchez I, de Navarra.
928 — Papado de Leão VI, romano.
928‐981 — Gonçalo Moniz (neto de Arias Mendes), conde de Coimbra.
929 — Abd‐al‐Rahman III assume o título de califa em Córdova.
929‐931 — Papado de Estêvão VII, romano.
930 — Morte de Afonso IV, o Monge, 4o. rei de Leão.
930‐950 — Reinado (5o.) de Ramiro II, de Leão.
931‐936 — Papado de João XI, romano.
936‐939 — Papado de Leão VII, romano.
936‐954 — Luís IV, rei de França.
936‐973 — Otão I Magno, rei alemão.
938 — Primeiro documento em que Portucale aparece com um sentidoregional: território ao sul do rio Lima e a norte do Douro, já separado daGalícia.
939‐942 — Papado de Estêvão VIII, romano.
939‐1058— Abu‐Ibrahim Samuel ben Iosef Halevi ibn Nagrela, ministrojudeu (1038‐1058) do rei Habus de Granada: início da Idade de Ouro dosjudeus na Espanha.
940‐946 — Edmundo I, rei da Inglaterra.
942‐946 — Papado de Marino II (Antipapa Martinho III), romano.
946‐955 — Papado de Agapito II, romano. Edredo, rei da Inglaterra.
950 — Morte de Ramiro II, 5o. rei de Leão.
950‐956 — Reinado (6o.) de Ordoño III (filho de Ramiro II), de Leão.
950‐997 — (?) Gonçalo Mendes, conde de Portucale.
951 — (aprox.) O condado de Castela (capital Burgos) torna‐se estadoindependente por Fernando González.
954‐986 — Lotário, rei de França.
955 — Lisboa é atacada por Ordoño III, rei de Leão.
955‐959 — Edvigo, rei da Inglaterra.
955‐963 — Papado de João XII, tusculano.
956 — Morte de Ordoño III, 6o. rei de Leão.
956‐967 — Reinado (7o.) de Sancho I, o Gordo (filho de Ordoño III), deLeão.
959‐963 — Romano II, Imperador do Oriente.
959‐975 — Edgar, rei da Inglaterra.
961 — Morte de Abd‐al‐Rahman III, 1o. califa de Córdova.
961‐976 — Califado de al‐Hakam II, 2o. califa de Córdova. Primeiro‐ministro e médico judeu Hasdai ibn Isaac ibn Xaprut (Abu Yusuf); generalAlmançor (Maomé ibn Abi Amir).
963‐964 — Papado de Leão VIII, romano (sua eleição foi realizada em963, após haver sido deposto o papa João XII, que faleceu em maio de 964.Entretanto, existem dúvidas acerca da validade destes atos. Para aceitarcomo legítima a atuação de Leão VIII, haveria de admitir‐se Bento V,eleito em maio e deposto em junho de 964, como antipapa).
963‐969 — Nicéforo Focas, Imperador do Oriente.
964 — Papado de Bento V, romano.
965‐972 — Papado de João XIII, romano.
967 — Morte de Sancho I, o Gordo, 7o. rei de Leão.
967‐982 — Reinado (8o.) de Ramiro III (filho de Sancho I, o Gordo), deLeão.
969‐976 — João I, Imperador do Oriente.
970 — Morte de Fernando González, primeiro conde de Castela.
970‐994 — Reinado (4o.) de Sancho Abarca, de Navarra.
973‐974 — Papado de Bento VI, romano.
973‐983 — Otão II, rei alemão.
974 — Fuero de Castrogeriz, concedido pelo conde Garcia Fernandez.Antipapa Bonifácio VII, romano.
974‐983 — Papado de Bento VII, romano.
975 — Nascimento de Hisham II, filho de Hakam II, 3o. califa de Córdova.
975‐979 — Eduardo, o Mártir, rei da Inglaterra.
976 — Nascimento de Mohammed II, 4o. califa de Córdova.
976‐1008 — Califado de Hisham II, 3o. califa de Córdova. Ditadura deAlmançor — conquista Coimbra, Leão, e Zamora.
976‐1025 — Basílio I, Imperador do Oriente.
978‐1016 — Etelredo II, o Irresoluto, rei da Inglaterra.
980 — Nascimento de Suleyman, 5o. califa de Córdova.
980‐1037 — (aprox.) Vida do filósofo persa Avicena (ibn Sina), que viveupor algum tempo em Saragoça.
982 — Morte de Ramiro III, 8o. rei de Leão.
982‐999 — Reinado (9o.) de Bermudo II (filho de Ordoño III), de Leão.
983‐984 — Papado de João XIV, paduano.
983‐1002 — Otão III, rei alemão.
984‐985 — Antipapa Bonifácio VII (antipapa de 974).
985‐996 — Papado de João XV, romano.
986‐987 — Luís V, rei de França.
987 — Almançor repõe Coimbra sob o jugo islâmico.
987‐996 — Hugo Capeto, rei de França.
994‐1000 — Reinado (5o.) de Garcia Sanchez II, de Navarra.
996‐997 — Notícia sobre Gonçalo Mendes como dux magnus das terrasportucalenses, o que atesta a crescente autonomia e influência desta novaunidade política.
996‐999 — Papado de Gregório V, saxão.
996‐1031 — Roberto, o Santo, rei de França.
997 — Almançor toma e arrasa Santiago de Compostela.
997‐998 — Antipapa João XVI, rosano.
999 — Morte de Bermudo II, 9o. rei de Leão.
999‐1003 — Papado de Silvestre II, francês.
999‐1008 — Mendo Gonçalves II (neto de Gonçalo Mendes), conde dePortucale.
999‐1027 — Reinado (10o.) de Afonso V, o Nobre, de Leão.
1000 — (aprox.) Ramón Borrel I consegue a soberania do condado deBarcelona.
1000‐1035 — Reinado (6o.) de Sancho, o Grande (n. 992), de Navarra.
1002 — Almançor invade Castela.
1002‐1024 — Henrique II, rei alemão.
1003 — Papado de João XVII, romano.
1003‐1009 — Papado de João XVIII, romano.
1008 — Califado de Mohammed II, 4o. califa de Córdova. Morre nomesmo ano. Morte de Abd‐al‐Malik (filho de Almançor). Seu irmão Abd‐er‐Ramã Xandjul o substitui como primeiro‐ministro. Morte de MendoGonçalves II, conde de Portucale. Sem ter deixado descendentes, ogoverno condal cai de novo na descendência direta de Vímara Peres, porintermédio de Auvito Nunes, com o exercício simultâneo da autoridadepor parte da viúva de Mendo Gonçalves II, a condessa Tutadomma.
1008‐1015 — Auvito Nunes, conde de Portucale.
1009 — Deposição de Xandjul por uma revolução. Califado de Suleyman,5o. califa de Córdova.
1009‐1012 — Papado de Sérgio IV, romano.
1010‐1012 — Califado de Hisham II (reentronado), 6o. califa de Córdova.
1012 — Os berberes tomam e pilham Córdova. Antipapa Gregório VI.
1012‐1017 — Califado de Suleyman (reentronado), 7o. califa de Córdova.
1012‐1024 — Papado de Bento VIII, tusculano.
1016 — Morte de Hisham II, 3o. (976‐1008) e 6o. (1010‐1012) califa deCórdova.
1016‐1035 — Canuto, o Grande, rei da Inglaterra.
1017 — Fuero de Leão. Morte de Suleyman, 5o. (1009) e 7o. (1012‐1017)califa de Córdova.
1017‐1021 — Califado de Ali ibn Hamoud, 8o. califa de Córdova.
1017‐1028 — Nuno Auvites, conde de Portucale. Seu casamento com umafilha de Mendo Gonçalves II volta a unir as famílias Nunes e Mendes. Ocargo condal transmite‐se então em linha direta a Mendo Nunes (1028‐1050) e a Nuno Mendes (1059‐1071), último conde de Portucale.
1018‐1033 — Raimundo Berengário, conde de Barcelona.
1020 — Testemunho da arabização das comunidades cristãs da Beira: ocádi de Sevilha, Abul‐l‐Qasim realizou uma expedição a Lafões, ondeencontrou uma população cristã que falava árabe, e trouxe para sua terra300 cativos.
1021 — Morte de Ali ibn Hamoud, 8o. califa de Córdova.
1021‐1022 — Califado de Abd‐al‐Rahman IV, 9o. califa de Córdova.
1022 — Morte de Abd‐al‐Rahman IV, 9o. califa de Córdova. Califado deAlcasim, 10o. califa de Córdova. Morre no mesmo ano.
1022‐1023 — Califado de Abd‐al‐Rahman V, 11o. califa de Córdova (oscordoveses expulsam os berberes de Córdova e o instalam no trono).
1023‐1024 — Abd‐al‐Rahman V é deposto por Mohammed al‐Mustaqfi III,novo califa (12o.). Sevilha independente de Córdova — dinastia abádidasevilhana.
1024 — Morte de Mohammed al‐Mustaqfi III.
1024‐1027 — Califado de Yahya ibn Ali, 13o. califa de Córdova.
1024‐1032 — Papado de João XIX, tusculano.
1024‐1039 — Conrado II, rei alemão.
1026 — (?) O abade Tudeildus de Vacariça se refugia em Leça, junto aoPorto, ficando aí até o resto de sua vida — exemplo de emigraçãomoçárabe.
1027 — Morte de Yahya ibn Ali, 13o. califa de Córdova. Morte de Afonso V,o Nobre, 10o. rei de Leão.
1027‐1031 — Califado de Hisham III, 14o. califa de Córdova.
1027‐1037 — Reinado (11o.) de Bermundo III, de Leão.
1028‐1050 — Mendo Nunes, penúltimo conde de Portucale.
1030 — Sancho, o Grande, de Navarra, estimula a introdução da regra deSão Bento nos monastérios de seus reinos. Nascimento de Afonso VI, deLeão e Castela (filho de Sancho II).
1031 — Abdicação de Hisham III (morre no mesmo ano). Fim de fato docalifado de Córdova. Ibn Jauar primeiro cônsul do conselho de estado.Primeiros reinos de taifas (1031‐1085).
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Península Ibérica em 1031.
1031‐1060 — Henrique I, rei de França.
1032 — Fernando I, o Magno, segundo filho de Sancho, o Grande, deNavarra, reúne sob um mesmo reino Castela e Leão.
1032‐1045 — Papado de Bento IX, tusculano (Bento IX ocupou o sóliopontifício em três ocasiões diferentes).
1035 — Sancho III, o Grande, de Navarra, deixa o reino de Aragão a seuterceiro filho, Ramiro I (ver abaixo). Toledo independente de Córdova.
1035‐1040 — Haroldo, Pé‐de‐lebre, rei da Inglaterra.
1035‐1054 — Reinado (7o.) de Garcia Sanchez III, de Navarra.
1035‐1065 — Reinado (1o.) de Ramiro I, de Aragão.
1037 — Unificação da meseta em benefício de Castela, com Fernando I, oMagno, de Castela e Leão e Astúrias (Galícia e Portugal). Derrota e mortedo (11o.) rei de Leão Bermundo III. Al‐Ma'mun, rei de Toledo.
1037‐1065 — Reinado (1o.) de Fernando I, o Magno, de Leão e Castela(filho de Sancho, o Grande, de Navarra, 1000‐1035).
1038‐1058 — Ministério do rabino Samuel Halevi (Ismail ibn Nagrela) emCórdova.
1038 — Batalha de Tamarón: morte de Bermuto, rei de Leão.
1039‐1056 — Henrique III, rei alemão.
1040‐1042 — Hardicanute, rei da Inglaterra.
1042‐1066 — Eduardo III, o Confessor (Santo), rei da Inglaterra.
1042‐1068 — Reinado em Sevilha de Abad al‐Mutadid — dinastia abádida.
1045 — Os cristãos reconquistam Calahorra. Antipapa Silvestre III.
1045‐1046 — Papado de Gregório VI, romano.
1046‐1047 — Papado de Clemente II, saxão.
1047‐1048 — Papado de Bento IX, tusculano.
1048 — Duas famílias da cidade italiana de Amalfi solicitam permissão aocalifa fatímida Mustansir Billah (1036‐1094) para construir um hospital emJerusalém, entregue aos cuidados de monges beneditinos. Papado deDâmaso II, bávaro.
1049‐1054 — Papado de São Leão IX, de Egesheim.
1050 — Concílio de Coyanza.
1054 — Morte de Garcia Sanchez III, 7o. rei de Navarra.
1055‐1057 — Papado de Vítor II.
1056‐1106 — Henrique IV, rei alemão.
1057 — Conquista de Lamego no reinado de Fernando I, o Magno, deCastela, Leão e Astúrias.
1057‐1058 — Papado de Estêvão IX, loreno.
1058 — Conquista de Viseu no reinado de Fernando I, o Magno, deCastela, Leão e Astúrias. Morte do ministro Nagrela de Córdova. Seu filhoJossef ibn Nagrela o sucede no cargo.
1058‐1059 — Antipapa Bento X, romano.
1058‐1061 — Papado de Nicolau II, borgonhês.
1059‐1071 — Nuno Mendes, último conde de Portucale.
1060‐1108 — Filipe I, rei de França.
1061‐1073 — Papado de Alexandre II, milanês.
1061‐1072 — Antipapa Honório II, veronês.
1063 — Fuero de Jaca, concedido por Sancho Ramirez de Aragão.Fernando I, o Magno, de Castela, Leão e Astúrias recebe a homenagem dorei muçulmano de Toledo e conduz para Leão o corpo de Santo Isidoro(onde erige a grande basílica de Leão). O papa Alexandre II (milanês,1061‐1073) prega a cruzada na Península.
1064 — Conquista definitiva de Coimbra no reinado de Fernando I, oMagno, de Castela, Leão e Astúrias. Os cruzados tomam a cidadela deBarbastro: recolhem imenso espólio. Fundação da primeira escola emPortugal, instalada em Coimbra, tendo um monge beneditino comoresponsável.
1064‐1068 — Administração do moçárabe Sisenando (morto em 1091) emCoimbra, seguindo uma política de grande autonomia face ao podercentral do reino de Leão.
1065 — Morte de Fernando I, o Magno. Os muçulmanos retomamBarbastro. Morte de Ramiro I, 1o. rei de Aragão.
1065‐1072 — Reinado (2o.) de Sancho II (filho de Fernando I, o Magno), deLeão e Castela.
1065‐1094 — Reinado (2o.) de Sancho I Ramirez, de Aragão.
1066 — Insurreição popular em Granada. Pogroom: o ministro judeuJossef ibn Nagrela é crucificado por uma multidão enraivecida e grandenúmero de judeus são assassinados. Os sobreviventes deixam Granada porum bom tempo. O papa Alexandre II (milanês, 1061‐1073) felicita o condeRaimundo Berengário I de Barcelona por sua sabedoria em preservar damorte os judeus em seus territórios. Haroldo II, rei da Inglaterra.
1066‐1087 — Guilherme I, o Conquistador, rei da Inglaterra.
1067‐1107 — Sultanato almorávida (1o.) de Yusuf ibn Teshonfin.
1068‐1091 — Reinado em Sevilha de al‐Mutamid — dinastia abádida —um dos maiores poetas da Espanha muçulmana.
1070 — (aprox.) Introdução da Reforma Cluniacense na Península. Osalmorávidas fundam Marrakech. Restauração do bispado de Braga.
1071 — Morte do conde português Nuno Mendes em Pedroso numarevolta contra o rei de Galiza, perto de Braga: decadência da nobrezacondal portucalense.
1072 — Batalha de Golpejera (janeiro): Afonso VI é derrotado por seusirmãos. Morte de Sancho II, de Leão e Castela.
1072‐1109 — Reinado (3o.) de Afonso VI (filho de Sancho II), de Leão eCastela.
1073‐1085 — Papado de São Gregório VII, toscano.
1074 — Assassinato de al‐Ma'mun em Córdova.
1075 — Início da construção da catedral de Santiago de Compostela sob asordens do mestre francês Bernard le Vieux. Morte de Sesnando, bispo doPorto.
1075‐1091 — Pedro, bispo de Braga, governa a Sé do Porto.
1076 — Desaparição do reino de Navarra, com sua repartição entreCastela e Aragão. Fuero de Sepúlveda, concedido por Afonso VI de Leão eCastela.
1076‐1094 — Reinado (8o.) de Sancho III Ramirez (filho Sancho I Ramirezde Aragão, 1065‐1094).
1077 — Construção da catedral de Jaca.
1080 — Concílio de Burgos: substituição do rito moçárabe pelo romano.Afonso VI de Leão e Castela impõe o rito romano a todo seu reino.Bernardo de Sédirac chega a Castela como abade de Sahagún. Restauraçãodo bispado de Coimbra. Antipapa Clemente III, parmesão.
1081 — O papa Gregório VII (toscano, 1073‐1085) pede a Afonso VI de Leãoe Castela para não deixar os judeus dominar, em suas terras, os cristãos eexercer seu poder sobre eles. Nascimento de Urraca, de Leão e Castela(filha de Afonso VI).
1083 — Afonso VI de Leão e Castela em Tarifa.
1084‐1100 — Antipapa Clemente III, parmesão.
1085 — Afonso VI de Leão e Castela reconquista Toledo. Morte do papaGregório VII. Afonso VI de Leão e Castela funda o centro de Logroño.
1085‐1117 — Movimentos comunais anti‐senhoriais no reino de Castela.
1086 — Batalha de Segrajas e de Zala: Afonso VI, rei de Leão e Castela, éderrotado em ambas pelos almorávidas, liderados por Iusuf ibn Tashfin.Afonso VI, atribuindo ao "debilitante" uso dos banhos públicos a derrotade seu exército em Zala, manda destruí‐los. A grande mesquita toledanatorna‐se catedral, consagrada por Bernardo de Sauvetat, cluniacense,arcebispo de Toledo (1086‐1125).
1086‐1087 — Papado de Vítor III, de Benevento.
1087 — Uma segunda cruzada na Península, liderada por Raimundo deSaint‐Gilles, conde de Toulouse e Eudes I, duque da Borgonha. Morte dobispo de Coimbra, Paterno, que resistiu à introdução do rito romano.
1087‐1100 — Guilherme II, o Ruivo, rei da Inglaterra.
1088 — Bernardo primaz da Espanha. Na Galícia, revolta do condeRodrigo Olveques contra Afonso VI de Leão e Castela. Concílio deHusillos, perto de Palença: Afonso VI de Leão e Castela e o arcebispo deToledo, na presença do legado papal Ricardo, sagra bispo de CoimbraCrescónio, que tem de esperar pela morte do alvazil Sisnando (1092) paratomar posse.
1088‐1099 — Papado de Urbano II, francês.
1089 — Bernardo sagra a catedral de Braga.
1090 — Fuero de Estella. Iusuf ibn Tashfin toma Granada. Aliançamuçulmana‐cristã contra Iusuf. (aprox.) Casamento de Raimundo deBorgonha com Urraca, filha de Afonso VI de Leão e Castela.
1090‐1145 — Dominação almorávida em Al‐Andaluz: Yusuf ben Tasufin,emir de Marrocos, atravessa o estreito e se apodera sucessivamente deGranada, Málaga e Sevilha.
1091 — Os almorávidas matam o rei de Sevilha. Morte do alvazil deCoimbra, Sesnando, que resistia à introdução da liturgia romana.
1092 — Derrota de Afonso VI de Leão e Castela em Jaén. Crescónio, bispode Coimbra, sagra a igreja abacial de Pendorada. Morte de Sisnando,governador de Coimbra e fiel servidor de Fernando, o Magno e Afonso VIde Leão e Castela: recusou‐se a receber o rito romano (era adepto do ritomoçárabe, ou hispânico). Crescónio de Tui (fiel ao rito romano),designado bispo de Coimbra pelo Concílio de Husillos.
1093 — Al Mutawakkil, rei de Badajoz (reino taifa) entrega Lisboa, ocastelo de Sintra e Santarém a Afonso VI de Leão e Castela. Bernardo,núncio papal para toda a Espanha. Eleição de Dalmácio, monge francês deCluny, para o bispado de Santiago de Compostela. Soeiro Mendes, senhorde Maia, governador de Santarém e da fronteira.
1094 — Tomada de Valência por El Cid, rei de Valência em nome deAfonso VI de Leão e Castela: derrota um exército almorávida vindo daÁfrica. D. Raimundo governa o território desde a Galícia ao Tejo.Casamento de D. Teresa (herdeira de Leão e Castela) com D. Henrique,quarto filho do duque de Borgonha (recebe como dote o CondadoPortucalense). Os almorávidas retomam Lisboa e Sintra. Crescónio, bispode Coimbra, consegue junto ao conde D. Raimundo o patronato domosteiro da Vacariça, da diocese de Coimbra. Morte de Sancho IIIRamirez de Navarra (filho de Sancho I, 2o. rei de Aragão).
1094‐1104 — Reinado (3o.) de Pedro I de Aragão.
1095 — Derrota do conde D. Raimundo na tentativa de recuperar Lisboaaos almorávidas. Começo do governo no condado de D. Henrique ao suldo Minho. Fuero de Logroño e Santarém, concedido por Afonso VI deLeão e Castela; no mesmo ano este ainda funda o centro de Sahagún.Morte de al‐Mutamid no Marrocos como prisioneiro de Iusuf. Pregaçãoda Cruzada em Clermont pelo papa Urbano II.
1096 — Morte de Dalmácio, bispo de Santiago de Compostela. Vacânciado bispado até 1101, com a eleição de Diego Gelmírez. O conde D.Henrique dá um foral à cidade de Guimarães (residência habitual dosantigos condes portucalenses) e outro ao burgo de Constantim dePanoias. O papa Urbano II manda voltar os espanhóis que seguiam paraJerusalém (1a. cruzada).
1096‐1099 — Primeira Cruzada. Tomada de Edessa e Antioquia, Fundaçãodo reino latino de Jerusalém.
1097 — El Cid derrota um segundo exército africano nas portas deValência.
1099 — Morte do Cid. Governo em Valência de Ximena. Geraldo, eleitobispo de Braga, sagrado pelo primaz de Toledo na abadia de Sahagún:desenvolve intensa atividade eclesiástica, moral e administrativa.
1099‐1108 — Maurício Burdino governa a diocese de Coimbra.
1099‐1118 — Papado de Pascoal II, de Ravena.
1100 — Batalha de Malagón: D. Raimundo e D. Henrique juntos nocombate. Geraldo, bispo de Braga, consegue em Roma, junto ao papaPascoal II, o reconhecimento da dignidade metropolítica para a sua sé. Nasce o infante Sancho, filho de Afonso VI de Leão e Castela e damoura Zaida, nora do rei de Sevilha. O papa Pascoal II nega o pedido deAfonso VI de Leão e Castela para participar da Cruzada.
1100‐1102 — Antipapa Teodorico, de Santa Rufina.
1100‐1135 — Henrique I, Beauclerc, rei da Inglaterra.
1101 — Eleição de Diego Gelmírez para o bispado de Santiago deCompostela (auge do bispado).
1102 — Os almorávidas apoderam‐se de Valência, abandonada por AfonsoVI de Leão e Castela. Antipapa Alberto, sabiniano.
1103 — Batalha de Vatalandi, onde morre Soeiro Fromarigues, senhor deGrijó. Geraldo, bispo de Braga, consegue em Roma, junto ao papa PascoalII, a enumeração das seguintes dioceses sufragâneas: Astorga,Mondoñedo, Orense e Tui (na Galiza), e Porto, Coimbra, Lamego e Viseu(em Portugal). O conde D. Henrique põe‐se a caminho de Jerusalém (nãochegou a realizá‐la). O conde D. Henrique em Sahagún.
1104 — (Fevereiro, março maio e setembro) O conde D. Henrique emCastela. Afonso VI de Leão e Castela passa a considerar o infante Sanchoseu herdeiro. Morte de Pedro I, 3o. rei de Aragão.
1104‐1108 — Peregrinação de Maurício Burdino, diácono de Coimbra, aJerusalém.
1104‐1134 — Reinado de Afonso I, o Batalhador, de Navarra e (4o.) Aragão.
1105 — O conde D. Henrique em Santo Isidro de Las Dueñas e Burgos.Pacto entre D. Henrique (casado com D. Teresa) e D. Raimundo (casadocom Urraca) sobre a sucessão do reino de Leão e Castela, na presença dolegado cluniacense Dalmácio Geret: Henrique reconhece Raimundo comolegítimo herdeiro dos reinos de Leão, Castela e Galiza, colocando‐se comoseu vassalo. Nasce Afonso Raimundes, filho de Raimundo e Urraca.
1105‐1111 — Antipapa Silvestre IV, romano.
1105‐1125 — Período de anarquia devido à luta pela sucessão do reino deLeão e Castela: processo de feudalização.
1106 — Afonso VI de Leão e Castela cai doente. Nascimento de Afonso VII,o Imperador (filho de Urraca, neto de Afonso VI de Leão e Castela).
1106‐1108 — O conde D. Henrique em Portugal.
1106‐1125 — Henrique V, rei alemão.
1107 — Morte do conde D. Raimundo (de Borgonha). Morte do (1o.) sultãoalmorávida, Yusuf ibn Teshonfin.
1107‐1144 — Sultanato almorávida (2o.) de Ali ibn Yusuf.
1108 — Batalha de Uclés: morte do filho único de Afonso VI de Leão eCastela (o infante D. Sancho) em derrota diante os mouros. Afonso VImanda reunir cortes em Toledo para decidir a sucessão do trono. Mortede São Geraldo. Maurício Burdino o sucede na arquidiocese de Braga.Peregrinação do clérigo bracarense Honoricus a Jerusalém.
1109 — Morte de Afonso VI de Leão e Castela em Toledo. Morte do abadeHugo de Cluny, partidário do conde D. Henrique. (?) O conde D.Henrique toma o castelo de Sintra. O papa Pascoal II exorta o cleroportuguês que anime o povo a continuar a guerra contra os mouros. Opríncipe norueguês Sirgud diz, a respeito de Lisboa, que sua população é"meio cristã, meio pagã".
1109‐1114 — União fugaz entre Leão‐Castela e Aragão: matrimônio deUrraca e Afonso I, o Batalhador, de Navarra e Aragão.
1109‐1126 — Reinado (4o.) de Urraca, de Leão e Castela (filha de AfonsoVI).
1110 — (Janeiro) Batalha de Valtierra: D. Henrique participa a serviço deAfonso I, o Batalhador, de Navarra e Aragão, e Urraca contra o rei deSaragoça. (Outubro) Batalha de Candespina: D. Henrique luta com o reide Aragão contra as tropas da rainha Urraca. (Novembro) D. Henriquepassa para o lado de Urraca e cerca o marido desta (Afonso I, oBatalhador, de Navarra e Aragão) em Peñafiel. O papa Pascoal II exortanovamente o clero português a incentivar o povo a continuar a guerracontra os mouros.
1111 — Os almorávidas, sob o comando de Sir ben Abu Bakr, apoderam‐sede Santarém e Saragoça. Rebelião dos habitantes de Coimbra contradelegados do conde D. Henrique: foral da cidade. Martinho Moniz serebela contra D. Henrique. Forais de Sátão, Soure, Tavares e Azurara daBeira que reproduzem o modelo de Coimbra.
1111‐1112 — O conde D. Henrique em Leão e Coimbra, onde pacifica acidade.
1111‐1127 — Guerras entre Afonso I, o Batalhador, de Navarra e Aragão eseu genro Afonso VII, o Imperador, de Castela (1126‐1157).
1112 — O conde D. Henrique em Astorga, onde morre. D. Teresa regente.Restauração do bispado de Portucale. Hugo de Compostela é nomeadopara a diocese do Porto. Foral de Tavares concedido por D. Henrique.
1113 — Bula do papa Pascoal II (de Ravena, 1099‐1118): o hospital deJerusalém torna‐se uma ordem religiosa subordinada apenas ao papa. Olegado papal Pôncio de Cluny chega à Hispânia e excomunga todos os queapoiavam a união dos soberanos de Leão e Castela.
1114 — Os almorávidas avançam até Barcelona. Bula papal que separaAfonso I, o Batalhador, de Navarra e Aragão de Urraca. Sagração episcopaldo bispo de Lugo, sufragâneo de Braga.
1115 — Tomada de Toledo pelos cristãos.
1116 — Primeira menção conhecida de uma feira na Península: a deBelorado. Os mouros tomam Miranda do Corvo e o castelo de SantaEulália.
1117 — Raimundo Berengário III, conde de Barcelona, unifica o espaçopolítico catalão. Os mouros incendiam os arrebaldes de Coimbra: mortede centenas de cristãos. Urraca, rainha de Leão e Castela, assina um
acordo com os representantes de Afonso Henriques, reconhecendo suaautoridade sobre Galiza e Toledo, reservando para si o governo de Leão eo resto de Castela.
1118 — Afonso I, o Batalhador, rei de Navarra e Aragão, toma Saragoça,que se torna a capital do reino aragonês. Em Jerusalém, fundação daOrdem do Templo. Tomada da cidade de Alcalá de Henares.
1118‐1119 — Papado de Gelásio II, gaetano.
1118‐1121 — Antipapa Gregório VIII, francês.
1119‐1124 — É eleito papa o arcebispo de Vienne com o nome de Calixto II,tio paterno de D. Afonso Raimundo, o jovem rei de Galiza: papado deCalixto II, borgonhês.
1120 — Na Palestina, Raymund du Puy organiza a Ordem do Hospitalcomo uma ordem religiosa e militar. (17/02) Bula papal que atribui aDiego Gelmírez, arcebispo de Santiago de Compostela, direitosmetropolíticos sobre Mérida (ainda sob o jugo muçulmano), com diocesessufragâneas de Coimbra e Salamanca. (18/02) O arcebispo de Santiago deCompostela Diego Gelmírez é nomeado legado da Sé Apostólica sobre asprovíncias eclesiásticas de Braga e Mérida. A rainha de Leão e CastelaUrraca invade Portugal e saqueia todo o território: D. Teresa refugia‐se nocastelo de Lanhoso, sujeitando‐se à irmã.
1121 — O arcebispo de Braga consegue do papa os direitos metropolíticossobre as dioceses de Viseu, Lamego e Idanha, todas pertencentes outroraà província de Mérida, portanto sufragâneas de Santiago de Compostela.Casamento de Urraca Henriques, filha de D. Teresa, com Bermundo Peres(da família dos Travas).
1122 — Bula papal ordenando a D. Teresa a libertação do arcebispo deBraga. Concordata de Worms: fim de uma fase da luta das Investiduras.Peregrinação de Petrus Gunsalviz a Jerusalém.
1124 — Morte do arcebispo Bernardo. Afonso VII arma‐se cavaleiro emSantiago de Compostela. Antipapa Celestino II, romano.
1124‐1130 — Papado de Honório II, de Imola.
1125 — Fundação da feira de Ponte de Lima. Começam em Toledo asgrandes traduções do árabe para o latim. (?) D. Afonso Henriques arma‐secavaleiro em São Salvador de Zamora no dia de Pentecostes.
1125‐1126 — Afonso I, o Batalhador, rei de Navarra e Aragão, realiza umaexpedição a Andaluzia, trazendo em seu regresso a Aragão um importantecontingente de moçárabes. Nascimento em Córdova de Maimônides(1126‐1198), médico e filósofo judeu.
1125‐1137 — Lotário I, rei alemão.
1126 — Morte de Urraca, rainha de Leão e Castela. Ali ben Yusuf deportamilhares de moçárabes para a África, sob o pretexto de haveremcolaborado com Afonso I de Aragão.
1126‐1157 — Reinado de Afonso VII, o Imperador, de Leão e Castela.
1126‐1152 — Episcopado de Raimundo em Toledo.
1126‐1198 — Vida do filósofo hispânico Averróis.
1127 — Acordo de Zamora entre Afonso VII de Leão e Castela, D. Teresa eFernão Peres. Ação militar de Afonso VII de Leão e Castela contra o rei deAragão: acordo no vale de Tâmara. Afonso VII de Leão e Castela submetepela força sua tia D. Teresa, que se recusava a prestar‐lhe vassalagem.Cerco de Guimarães: expedição militar de Afonso VII de Leão e Castela aPortugal, resistência de D. Afonso Henriques. Primeiro foral de Satão.
1128 — Batalha de S. Mamede: D. Afonso Henriques vence sua mãe D.Teresa e os nobres partidários da ligação com a Galícia e passa a governarcom o título de rei (D. Afonso I): infante e príncipe (1128‐1139). (?) D.Teresa doa a primeira casa conventual dos hospitalários em Portugal, omosteiro de Leça do Bailio. Raimundo Bernardo, cavaleiro templário,dirige‐se à Península para reunir dinheiro e alistar membros para aOrdem. Em março, se encontra na corte portuguesa. (19.03) A Ordem doTemplo se instala em Portugal: D. Teresa doa à ordem o castelo do Soure,no rio Mondego e todas as terras entre Coimbra e Leiria, as quais estavamdespovoadas e ainda em poder dos infiéis (confirmado em 29 do mesmomês). O co‐regente conde Fernando e dezesseis nobres portugueses,apoiam a doação do lugar de Fontacarda de D. Teresa aos templários. Concílio de Troyes estabelece a regra da Ordem do Templo. Morte doconde Pedro Froilaz, tutor de Afonso VII de Leão e Castela. Foral deGuimarães confirmado por D. Afonso Henriques.
1128‐1137 — Afonso I de Portugal em rebelião aberta contra Afonso VII, deLeão e Castela.
1129 — Doação de Afonso I de Portugal a Monio Rodrigues (documentoonde afirma a posse de todas as cidades de Portugal). (?) Afonso I dePortugal entrega o castelo de Soure aos templários, confirma a doação docastelo do Soure e se declara "irmão templário". Lourenço Viegas deRibadouro, filho de Egas Moniz, primeiro alferes‐mor do palácio luso.
1130 — Morte de D. Teresa, a condessa portucalense destronada.
1130‐1143 — Papado de Inocêncio II, romano.
1130‐1138 — Antipapa Anacleto II, romano.
1130‐1284 — Atividade da "Escola de Tradutores" de Toledo.
1130‐1136 — Fernão Cativo, segundo alferes‐mor do palácio luso.
1131 — Afonso I de Portugal abandona Guimarães, antiga residência doscondes de Portucale, para fazer de Coimbra o centro de suas deslocaçõesatravés de seus domínios.
1131‐1162 — Raimundo Berengário IV, conde de Barcelona.
1132 — Fundação do mosteiro de Santa Cruz de Coimbra por D. Telo,arcediago da Sé Catedral. Anteriormente a essa data, os cavaleiroshospitalários, sob a chefia do vigário da ordem, Paio Galindes, seestabelece em Portugal, adquirindo bens imóveis (documento de SantaCruz de Coimbra).
1132‐1142 — Traduções de João de Sevilha.
1133 — São Teotônio, prior da comunidade de Santa Cruz de Coimbra.
1134 — Morte de Afonso I, o Batalhador, de Navarra e Aragão: restauraçãodo reino de Navarra. Em seu testamento, Afonso I, o Batalhador, que nãodeixou herdeiros, doou seu reino às ordens do Templo e do Hospital.Concílio de Tarragona, em Aragão: nenhum sarraceno pode abraçar ojudaísmo e nenhum judeu pode tornar‐se sarraceno. Os Regrantesintroduzem a regra de Santo Agostinho em mosteiros antigos no norte dopaís. Afonso I de Portugal concede albergaria a Marão, com o intuito derepovoamento e confia sua proteção à Santa Sé.
1134‐1137 — Reinado (5o.) de Ramiro II, o Monge, de Aragão (irmão deAfonso I, o Batalhador, de Navarra e Aragão).
1134‐1150 — Reinado (9o.) de Garcia Ramirez IV, de Navarra.
1135 — Nascimento em Córdova de Maimônides (1135‐1204), médico,teólogo e filósofo judeu. Coroação de Afonso VII, rei de Castela, emBurgos, como imperador. Construção do castelo de Leiria por Afonso I dePortugal. Morte de Ermígio Moniz, irmão de Egas Moniz e provável chefeda linhagem de Ribadouro. Isenção canônica dos cônegos regrantes deCoimbra.
1135‐1154 — Estêvão de Blois, rei da Inglaterra.
1136 — Foral de Miranda do Corvo. Foral de Seia. Afonso I de Portugalconcede albergaria a Gavieiras e confia sua proteção à Santa Sé.
1136‐1146 — Egas Moniz de Ribadouro, magnate portucalense, segundocomo dapifer curiae, espécie de mordomo‐mor da corte de Afonso I dePortugal.
1137 — Tratado de Tui, para a paz entre portugueses e leoneses. Morte deRamiro II, o Monge, 5o. rei de Aragão. Constituição da coroa de Aragão:matrimônio de Raimundo Berengário IV de Barcelona e Petronila, filha deRamiro II, o Monge, de Aragão. Assim, o condado de Barcelona é unido aoreino de Aragão. Foral de Penela. (?) Um exército português éexterminado perto de Tomar.
1137‐1139 — Foral da pequena comunidade rural de Ansiães concedido porAfonso I de Portugal.
1137‐1162 — Reinado (6o.) de Petronila, de Aragão.
1138 — Antipapa Vítor IV (atuou apenas dois meses).
1138‐1141 — Garcia Mendes de Sousa, provavelmente irmão mais novo domordomo‐mor Gonçalo de Sousa, terceiro alferes‐mor do palácio luso.
1138‐1152 — Conrado III, rei alemão.
1139 — (?) Batalha de Ourique: vitória de Afonso I de Portugal sobre osmuçulmanos; começa a utilizar o título de rei: 1139‐1185. Bula papal Omnedatum optimum estabelece os privilégios da Ordem do Templo. Segundoforal de Satão, concedido por Afonso I de Portugal. Isenção canônica domosteiro canonical de Grijó.
1140 — Afonso I de Portugal invade a Galícia e reconquista Santarém.Santarém já possui uma comunidade judaica com sinagoga (a mais antigade Portugal). Cistercienses e premonstanenses estabelecem seus
primeiros monastérios na Península. (?) Os mouros arrasam o castelo deLeiria. (?) Presença de Afonso I de Portugal em Valdevez. Afonso I dePortugal concede carta de couto aos cavaleiros hospitalários,comprovando a posse de Leça do Bailio com seus bens e couto. Auge dacarreira de Ibn Jachia, judeu favorito de Afonso I de Portugal, mordomoreal e cavaleiro‐mor.
1140‐1217 — Oito frotas de cruzados do Mar do Norte ou do Canal daMancha são retidas pelos portugueses e convencidas a guerrear os mourosna Península.
1142 — Afonso I de Portugal manda construir o castelo Germanelo, juntoao Rabaçal, além (?) dos castelos de Alvorge e Ancião. Segundo o primeiroforal de Leiria, Afonso I de Portugal recupera o castelo de Leiria. (?) Umaconsiderável armada de cruzados devasta os arredores de Lisboa.
1142‐1144 — Foral de Germanelo concedido por Afonso I de Portugal.
1142‐1145 — Álvaro Peres, provavelmente irmão de Fernão Cativo, quartoalferes‐mor do palácio luso.
1143 — Intervenção do legado papal Guido da Vico (cardeal e diácono deSão Cosme e Damião). Tratado de Zamora: Afonso VII, o Imperador, deCastela, reconhece o novo reino de Portugal. É oficialmente o nascimentodo reino. Afonso I de Portugal coloca o reino sob a proteção (vassalagemlígia) da Santa Sé. Presença de Afonso I de Portugal em Zamora. Morreem Marrocos o emir Ali ben Yusuf. Após demoradas negociações entreRaimundo Berengário IV e Roberto de Craon (mestre templário), ficouacertado que os templários ficariam com Monzón e outros lugares deAragão. Desde essa data se encontra em Portugal o cavaleiro templárioHugo de Martônio, que mais tarde recebe o título de mestre dostemplários em Portugal. Sancho I de Portugal incumbe o mestre doHospital de fazer chegar às mãos do papa, por dois cavaleiros que iam àRoma, 504 morabitinos, em que importavam, à razão de 04 onças, os anosdecorridos desde o Concílio de Latrão III.
1143‐1144 — Papado de Celestino II, de Città di Castello.
1144 — Ataque dos mouros ao castelo de Soure, de propriedade templária:a ordem é derrotada. Os discípulos de Ibn Qasi ("muridin", os adeptos)tomam Mértola e lhe entregam a cidade para governar. Foral de Espinho,
Panoias, no concelho de Mortágua, concedido por Afonso I de Portugal.Morte do 2o. sultão almorávida, Ali ibn Yusuf.
1144‐1145 — Papado de Lúcio II, bolonhês.
1144‐1147 — Sultanato almorávida de Teshoufin ibn Ali.
1145 — Fim da dominação almorávida em al‐Andaluz: segundos reinos detaifas em Mértola, Silves e Évora. O concelho de Coimbra proíbe seuscidadãos de ir a Jerusalém para a Segunda Cruzada. Apelação em Coimbrapara seus habitantes auxiliarem os do castelo de Leiria. Casamento deAfonso I de Portugal com Matilde, filha do conde Amadeu II de Sabóia ePiemonte. A Ordem do Templo recebe em Portugal uma região florestal,onde fundarão Pombal e Redinha. (Agosto) O arcebispo de Braga, D. João,com o seu cabido, e com a aprovação e o consentimento de Afonso I dePortugal, confirmou e de novo concedeu aos templários o hospital que oarcebispo D. Paio havia fundado e dotado em Braga, para uso dos pobres emiseráveis.
1145‐1153 — Papado de Eugênio III, pisano.
1146 — Penetração almôada na Península (os reinos independentes de al‐Andaluz são submetidos). Mendo Fernandes de Bragança, quinto alferes‐mor do palácio luso.
1146‐1149 — Segunda Cruzada na Terra Santa. Cruzada contra os vênedos(rio Elba, Alemanha Oriental).
1146‐1155 — Fernão Peres Cativo, de origem galega, terceiro mordomo‐mor do palácio, um dos mais fiéis seguidores de Afonso I de Portugal efundador da casa de Soverosa.
1147 — Afonso I de Portugal reconquista (com a ajuda dos cruzados)Lisboa, Santarém e al‐Usbuna: fixação da linha do Tejo: oferece domíniosaos cruzados que quiseram ficar em Portugal. Os templários recebem deAfonso I de Portugal vastos domínios, juntamente com os direitoseclesiásticos de Santarém, logo depois da conquista da cidade, quando foiajudado por alguns cavaleiros da ordem (primeira entrada dos templáriosnos exércitos do rei português). Tomada de Almería por Afonso VII, oImperador, de Castela. Nascimento de Santo Antônio de Lisboa. Fundaçãoem Portugal da Ordem de Avis. Conquista de Sevilha por Barraz benMuhammad al‐Masufi, general do califa almôada Abd al‐Mumin. Afonso
VII, o Imperador, de Castela, toma o porto mediterrâneo de Almeria.Morte do 3o. sultão almorávida, Teshoufin ibn Ali (fim do sultanatoalmorávida).
1147‐1163 — Sultanato almôada de Abd‐el‐Moulmin (1o.)
1147‐1169 — Pêro Pais da Maia, sexto alferes‐mor do palácio luso.
1148 — Raimundo Berenguer IV de Aragão reconquista Tortosa. Protestosde Afonso VII, o Imperador, de Castela, quanto às nomeações eclesiásticasde Afonso I de Portugal para os bispados de Lisboa (o inglês Gilberto deHastings), Viseu Odório e Lamego (o cônego regrante de CoimbraMendo). Todos sagrados pelo arcebispo de Braga, que assim afirma suaindependência de Santiago de Compostela e Toledo: resposta do papaEugênio III.
1149 — Raimundo Berenguer IV de Aragão toma Lérida e Fraga.
1150 — Afonso VII, o Imperador, de Castela, toma Uclés. A partir destadata, os combates decisivos eram travados, do lado cristão, pelas ordensmilitares, e do lado muçulmano, pelos cavaleiros voluntários dos ribat,que faziam da guerra santa um ato de piedade. Morte de Garcia RamirezIV, 9o. rei de Navarra.
1150‐1180 — Traduções de Gerardo de Cremona e de Domingo González.
1150‐1194 — Reinado (10.) de Sancho V, o Sábio, de Navarra.
1151 — Afonso VII, o Imperador, de Castela põe cerco a Jaén. Tratado deTudilém entre Afonso VII, o Imperador, de Castela e RaimundoBerengário IV, de Aragão, sobre a partilha das terras a conquistar. IbnQasi tenta uma aliança com Afonso I de Portugal; é morto (1152) e suacabeça entregue espetada na lança que recebera de presente de Afonso Ide Portugal. O bispo de Lisboa, Gilberto de Hastings vai à Inglaterrapregar a cruzada e tentar convencer seus compatriotas a organizaremuma expedição a Sevilha, esperada por Afonso VII, o Imperador, deCastela. Foral de Arouce (junto a Lousã) concedido por Afonso I dePortugal. (?) Morte de Ibn Jachia, judeu, mordomo real, cavaleiro‐mor efavorito de Afonso I de Portugal.
1152 — Criação da feira de Valladolid. Foral de Mesão Frio e Banho (juntoa São Pedro do Sul) concedido por Afonso I de Portugal.
1152‐1190 — Frederico I Barbaroxa, rei alemão.
1153 — Primeira menção conhecida de uma feira em Catalunha: a deMoyá. Fundação em Portugal da abadia cisterciense de Alcobaça. Afonso Ide Portugal chama os Cistercienses a Alcobaça, dando‐lhes enormeterritório, onde esta ordem começa a desbravar. Acordo de Sahagún:Fernando (II) assina um acordo com seu irmão Sancho (III), no qualreserva para si a posse da zona do Alentejo e Algarve.
1153‐1154 — Papado de Anastácio IV, romano.
1154 — Foral concedido por Afonso I de Portugal aos cavaleiros de Sintra.Isenção canônica do mosteiro canonical de Refojos de Lima. Visita docardeal legado Jacinto a Coimbra, Tibães e Tui.
1154‐1159 — Papado de Adriano IV, inglês.
1154‐1189 — Henrique II Plantageneta, rei da Inglaterra.
1155 — Bispos portugueses tomam parte no concílio de Valladolid, no qualo cardeal legado Jacinto promulga uma expedição contra os mouros econcede indulgências. Nascimento de Afonso VIII de Castela, filho deSancho III de Castela.
1156 — Domínio almôada no sul de Portugal. Fundação em Castela daOrdem de Alcântara. (?) Afonso I de Portugal faz mais doações a mestreGualdim Pais, o procurador dos templários em Portugal (Foral deFerreira). Os templários dão foral a Ferreira de Alves.
1156‐1169 — Foral de Barcelos concedido por Afonso I de Portugal.
1157 — Criação da Ordem religiosa‐militar de Calatrava. Morte de AfonsoVII, o Imperador, de Castela em Fresneda: separação dos reinos de Castelae Leão. O califa Abd al‐Mumin colocou seu filho Abu Yaqub Yusuf comogovernador de Sevilha, e este suprimiu por completo a autonomia dosreinos de taifas. O único a resistir foi o de Múrcia (até 1172). Os mourosrecuperam o porto de Almeria.
1157‐1158 — Reinado (1o.) de Sancho III, de Castela, filho de Afonso VII, oImperador, de Leão e Castela.
1157‐1167 — D. Gonçalo de Souza, mordomo‐mor.
1157‐1188 — Reinado (1o.) de Fernando II de Leão, filho de Afonso VII, oImperador.
1158 — (?) Afonso I de Portugal toma Alcácer do Sal com a ajuda de algunscruzados. Tratado de Sahagún entre os filhos de Afonso VII, o Imperador,de Leão e Castela. Morte de Sancho III, 1o. rei de Castela, filho de AfonsoVII, o Imperador, de Leão e Castela. Afonso I de Portugal passa aostemplários uma carta de liberdade e imunidade para eles e suas terras,igrejas, homens e quaisquer possessões que tivessem ou viessem a ter.
1158‐1214 — Reinado (2o.) de Afonso VIII, o Nobre, de Castela, filho deSancho III de Castela.
1159 — Afonso I de Portugal doa à Ordem do Templo o castelo de Ceras(ou Cera), algum tempo mais tarde transferido para Tomar (ver 1160). Ostemplários ficam assim encarregados da defesa de Santarém e de Lisboa,além de desenvolverem intensa atividade colonizadora. Isenção canônicapara os templários em Portugal. Os templários dão foral à Redinha.
1159‐1164 — Antipapa Vítor IV (deveria chamar‐se Vítor V, mas como oanterior Vítor IV atuou apenas dois meses, resolveu repetir o número IV).
1159‐1181 — Papado de Alexandre III, sienês.
1160 — (?) Fundação da Ordem de Santiago. Foral de Celeirós concedidopor Afonso I de Portugal. Afonso I de Portugal recebe em Tui o conde deBarcelona, Raimundo Berenguer IV para negociar com ele o casamento deseu filho Raimundo com a princesa Mafalda: política de aproximaçãoentre Portugal e a Catalunha ou Aragão. Afonso I de Portugal e FernandoII de Leão encontram‐se no mosteiro beneditino de Celanova, na Galiza,celebrando um acordo que restituía a Fernando II a cidade de Tui e orespectivo território. Os templários fundam a primeira igreja, sob ainvocação de Santa Maria do Olival. Lançam também os fundamentos docastelo de Tomar, sobre um alto e escarpado cerro, na margem direita dorio Nabão. Também se dá princípio à vila de Tomar.
1160‐1190 — Templários e Hospitalários portugueses colocaram nomercado os rendimentos das suas enormes propriedades no Norte.
1161 — (?) Repovoamento de Cidade Rodrigo (antiga Augusto‐briga) porFernando II de Leão. Visita dos núncios Teodino e Leão em Coimbra, pararecolher dinheiro para a Santa Sé.
1162 — Geraldo sem Pavor toma a cidade de Beja aos muçulmanos. AfonsoI de Portugal exerce atos de soberania sobre Límia. Peregrinação do condeGonzalo a Jerusalém. A vila de Tomar, pertencente aos templários, já
possui um bom número de povoadores; mestre Gualdim dá foral a ela.Morte de Petronila, 6a. rainha de Aragão. Morte de Santo Teotônio,primeiro prior do mosteiro de Santa Cruz de Coimbra.
1162‐1196 — Afonso II, conde de Barcelona, 7o. rei de Aragão (filho deRamon Berenguer IV).
1163 — Isenção canônica aos mosteiros cistercienses de Tarouca e Lafões.Gilberto de Hastings, bispo de Lisboa, vai à França pedir a Luís VIIvoluntários para a cruzada na península. Afonso I de Portugal recuperaToronho e estende sua autoridade a Salamanca. Morte do 1o. sultãoalmôada, Abd‐el‐Moulmin. Canonização de Santo Antônio. A cidade deViseu toma‐o como padroeiro.
1163‐1178 — Sultanato almôada (2o.) de Yusuf abou Yacoub.
1164 — Isenção canônica para o mosteiro de Alcobaça. A Ordem deCalatrava é confirmada pelo papa Alexandre III.
1164‐1168 — Antipapa Pascoal III, cremonense.
1165 — Conquista definitiva de Évora por Geraldo sem Pavor; toma aindaas cidades de Trujillo, e Cáceres. Afonso I de Portugal se encontra comFernando II de Leão em Pontevedra e selam novo acordo de paz. Afonso Ide Portugal doa aos templários Idanha‐a‐Velha e Mosanto.
1166 — Foral de Évora. Geraldo sem Pavor toma os castelos deMontánchez, Serpa e Juromenha; se instala nesta última, assediandoBadajoz. Fernando II de Leão conquista Alcântara. (?) Afonso I dePortugal manda edificar o castelo de Coruche. Fernando II de Leão se casacom Urraca Afonso, filha de Afonso I de Portugal. Entram em Portugalalguns membros da ordem castelhana de Calatrava, estabelecendo‐se emÉvora.
1167 — Fuero de Benavente, concedido por Fernando II de Leão. (?) Mortede Gonçalo Mendes de Souza, quarto mordomo‐mor do palácio luso.Sucede‐lhe o conde Vasco Sanches de Barbosa.
1168 — (?) Visita Portugal mestre Pedro, com funções de coletor da cúria.
1168‐1178 — Antipapa Calisto III, arentino.
1169 — Desastre de Afonso I de Portugal e Geraldo sem Pavor em Badajoz:Fernando II de Leão, aliado dos almôadas, aprisiona o rei de Portugal (osolta em seguida). Foral ao concelho de Linhares concedido por Afonso Ide Portugal. Pêro Pais da Maia, sexto alferes‐mor do palácio luso,incompatibilizado com Afonso I de Portugal, passa ao reino de Leão, ondeFernando II lhe confia o mesmo cargo na sua corte. Afonso I de Portugalfaz uma doação à catedral de Tui. Afonso I de Portugal, em Lafões, doaaos templários a terça parte de tudo o que conquistasse no Alentejo. Opríncipe D. Sancho de Portugal passa a orientar a política portuguesa.
1169‐1175 — Foral de São João da Pesqueira concedido por Afonso I dePortugal.
1170 — Fernando II de Leão funda a Ordem de Santiago da Espada (deCáceres, de Uclés, ou de Santiago). As ordens de Calatrava e Santiago seinstalam em Portugal. Sayyid Abu Hafs, irmão do califa em Marrocos,comanda um poderoso exército e chega a Badajoz; retirada de Fernando IIde Leão. Afonso I de Portugal arma cavaleiro seu filho Sancho (I), de 17anos, no dia da festa da Assunção de Nossa Senhora. Os cavaleirostemplários, que já fazem há mais de vinte anos a defesa de Lisboa, sãoreforçados para lá do Tejo pela ordem de Évora, e na Beira interior, pelosde Santiago. Os templários dão foral aos povoadores do castelo deAlmourol.
1170‐1231 — Dominação almôada em al‐Andaluz.
1172 — Começa a construção da catedral de Ávila. Construção do minareteda mesquita de Sevilha, "La Giralda". Morte de Ibn Mardanish, o "reiLobo" de Múrcia, último a resistir ao avanço almôada. Seu filho decidesubmeter‐se ao califa Abu Yaqub. (?) Geraldo sem Pavor ataca e pilhaBeja. Afonso I de Portugal entrega o castelo de Mosanto (dos templários)à Ordem de Santiago, além da vila de Arruda.
1173 — Beja é abandonada. Acordo de Sevilha: o conde Nuno de Lara(tutor do pequeno rei Afonso VIII, filho de Sancho III) e Afonso I dePortugal pedem uma trégua de cinco anos a Yusuf I. Geraldo sem Pavorpassa a servir o califa e se instala em Sevilha (até 1176). Visita do cardealJacinto a Portugal.
1174 — Casamento de Sancho I, filho de Afonso I de Portugal, com D.Dulce, filha de Raimundo Berenguer IV, rei de Aragão. Fernando II deLeão tem de suportar o ataque de Abu Hafs, um dos chefes, de Abu Yaqub
Yusuf. Este toma as fortalezas de Alcântara e de Cáceres; cerca ainda aCidade Rodrigo, que conseguiu resistir. Afonso I de Portugal concedecarta de couto ao mosteiro cisterciense de Santa Maria de Aguiar. O foralda vila de Tomar (ver 1162), dos templários, é ampliado. Os templários dãoforal aos povoadores do castelo do Zezêre.
1174‐1175 — Yusuf I manda repovoar Beja e reconstruir suas muralhas.
1175 — (?) Afonso I de Portugal funda a Ordem de Évora, milíciaportuguesa, e entrega seu comando ao governador militar de Lisboa e daEstremadura, Gonçalo Viegas de Lanhoso. Fernando II de Leão,pressionado pela Santa Sé, separa‐se de sua esposa Urraca Afonso, filha deAfonso I de Portuga e irmã de Sancho.
1176 — Afonso I de Portugal confia a defesa de Coruche à Ordem deÉvora. Os templários dão foral aos povoadores da terra e castelo dePombal.
1177 — Tomada de Cuenca pelos castelhanos. Estatutos da Ordem deSantiago. Fernando II de Leão organiza uma expedição de contra‐ataqueaos almôadas, chegando até Jerez e Arcos de la Frontera. O arcebispo deBraga Godinus e Marchus vão até Roma, talvez tenha ido à Terra Santa.
1178 — Fernando II de Leão repele um ataque de seu sobrinho Afonso VIIIde Castela em Terra de Campos. Sancho I de Portugal organiza umaexpedição em território muçulmano, alcançando e destruindo osarredores de Sevilha, na margem direita do Guadalquivir. Morte do 2o.sultão almôada, Yusuf abou Yacoub.
1178‐1199 — Sultanato almôada (3o.) de Yacoub ibn Yousouf.
1179 — Reconhecimento da independência de Portugal pelo papaAlexandre III (bula Manifestis probatum): Afonso I de Portugalquadruplicou o censo que pagava à cúria romana, pagando de uma só vez1.000 peças de ouro. Forais de Lisboa, Santarém, Évora e Coimbra:estímulo das atividades comerciais e artesanais. Tratado de Cazorla entreAfonso VIII, o Nobre, de Castela e Afonso II de Aragão (repartição deterras a conquistar em território muçulmano, excluindo qualquervassalagem entre eles): Afonso VIII, o Nobre, de Castela, renuncia assim aqualquer pretensão de supremacia sobre Aragão. D. Afonso I de Portugaldispõe em seu testamento de "8.000 mosmodiz e 400 marcos de pratamenos 24, pelo que dá 162 maravedis e 6.000 maravedis maiores" à
Ordem do Hospital. Gonçalo Viegas de Lanhoso, mestre da Ordem deÉvora, é chamado para organizar a defesa da zona de Lisboa, atacadaconstantemente por mar. Multiplicação dos ataques mouros: represáliasao ataque de Sancho I a Sevilha. Abrantes sofre um ataque conduzido pelopróprio filho do califa e por seu irmão.
1179‐1180 — Antipapa Inocêncio III, de Sezza.
1180‐1190 — A mais intensa produção literária portuguesa relacionada como tema de cruzada ou da guerra santa.
1180 — (aprox.) Fuero de San Sebastián, concedido por Sancho VI deNavarra. Batalha de Arganal (perto de Cidade Rodrigo): Sancho I dePortugal (ainda infante) sofre pesada derrota frente a Afonso VIII, oNobre, de Castela (seu tio) em sua ofensiva sobre a região de Ribacoa.Coruche (pertencente aos cavaleiros de Évora) é atacada pelos almôadas:seu castelo é destruído e seus habitantes levados em cativeiro.
1180‐1223 — Filipe II Augusto, rei de França.
1181 — Paz de Medina de Rioseco: Afonso VIII, o Nobre, de Castela eSancho I de Portugal. (Maio) Ataque do váli de Sevilha, Abu Abd AllahMuhammad ben Wanudin a Évora.
1181‐1185 — Papado de Lúcio III, lucano.
1182 — Isenção canônica para o mosteiro de Santa Maria de Aguiar. (?)Passam a desempenhar as mesmas funções dos chanceleres‐mores, jádesignados mestres (formados em Direito ou Teologia), os criados do rei,provavelmente de origem não‐nobre.
1183 — (01.07) Novas hostilidades entre Sancho I de Portugal e AfonsoVIII, o Nobre, de Castela, entre Fresno e Lavandera (pretensõesexpansionistas de Sancho I de Portugal).
1184 — Grande ofensiva fracassada dos almôadas contra Santarém, ondemorre o emir de Marrocos Yacub Yusuf (a cidade foi defendida porSancho I de Portugal). É aclamado emir Yaqub al‐Mansur, filho de YacubYusuf.
1185 — Morre D. Afonso I (Henriques) de Portugal.
1185‐1187 — Papado de Urbano III, milanês.
1185‐1211 — Reinado de Sancho I, de Portugal.
1186 — Sancho I de Portugal doa os castelos de Almada, Palmela e Alcácerdo Sal (que asseguravam a proteção de Lisboa ao sul) aos cavaleiros deSantiago (espatários). Sancho I de Portugal concede privilégios a Gouveiae Covilhã. No dia de São Jorge, nasce o primeiro filho varão de Sancho I dePortugal: o futuro Afonso II. Pêro Pais da Maia, sexto alferes‐mor dopalácio luso, após servir o rei de Leão, volta à corte portuguesa.
1187 — Sancho I de Portugal conquista Alvor e Silves. Faz ainda novas eimportantes concessões às ordens militares: aos freires de Évora o castelode Alcanede e a vila de Alpedriz, prometendo ainda o castelo deJuromenha, caso conquistado. Sancho I de Portugal concede privilégios aAvô, Viseu e Folgosinho e forais a Bragança e Penarroias. Ainda nãoexistiam judeus em Bragança (que tornou‐se posteriormente um dosmaiores centros judaicos em Portugal). Nascimento do segundo filhovarão de Sancho I de Portugal: Pedro. Sancho I de Portugal recebe convitedo papa Gregório VIII para participar da cruzada. Saladino retomaJerusalém aos muçulmanos. Papado de Gregório VIII, de Benevento.
1187‐1191 — Papado de Clemente III, romano.
1188 — Morte de Fernando II (filho de Afonso VII, o Imperador, de Leão eCastela), 1o. rei de Leão. Nascimento das cortes de Leão, as mais antigasda Península. Sancho I de Portugal concede privilégios a Valelhas. (?)Sancho I de Portugal concebe (não realizada) uma expedição a Jerusalém.Afonso VIII, o Nobre, de Castela, invade Leão: é derrotado e faz umacordo. Sancho I de Portugal dita seu (primeiro) testamento.
1188‐1230 — Reinado (2o.) de Afonso IX, de Leão, filho de Fernando II deLeão.
1189 — Chega a Lisboa uma armada de cruzados da Dinamarca e Frísia:atacam e conquistam o castelo de Alvor, em frente a Silves. Cerco etomada de Silves, mantida até 1191. Sancho I de Portugal expulsatemplários e hospitalários de Silves.
1189‐1192 — Terceira Cruzada, com Frederico Barbaroxa, Ricardo Coraçãode Leão e Filipe II Augusto. Conquista de Chipre e reconquista de Acre.
1189‐1199 — Ricardo Coração de Leão, rei da Inglaterra.
1190 — Fuero de Cuenca, concedido por Afonso VIII, o Nobre, de Castela.Os almôadas, comandado por Sayyid Yaqub ben Abi Hafs, governador deSevilha, sitia Silves, sem conseguir tomá‐la. Os almôadas sitiam Évora,
também sem êxito. Os almôadas tomam Torres Novas e sitiam Tomar,defendida pelos templários (comandados por seu mestre Gualdim Pais).Forais de Torres Novas e Almada concedidos por Sancho I de Portugal. Oscruzados alemães (futura Ordem Teutônica, ver 1197) fundam um hospitalna palestina para os doentes de sua nação.
1190‐1191 — Novas ofensivas almôadas, que atingem o Tejo.
1190‐1197 — Henrique VI, rei alemão.
1190‐1210 — Crise demográfica em Portugal.
1191 — (10.07) Os almôadas tomam Alcácer do Sal, e destroem os castelosde Palmela e Almada (abandonados pelos cavaleiros espatários). Tomamainda Silves. Casamento de Sancho I com sua prima direta Tereza Sanches(filha de Afonso IX de Leão). Acordo de Huesca: coligação de Portugal,Leão e Aragão contra Castela. O emir Yaqub al‐Mansur destrói o castelode Torres Novas.
1191‐1198 — Papado de Celestino III, romano.
1192 — (?) Sentenças de excomunhão e interdito lançada sobre Portugal eLeão pelo cardeal Reinério.
1193 — Sancho I de Portugal doa a torre e paços da alcáçova de Santarémaos cavaleiros da Ordem de Santiago (espatários).
1194 — Naufrágio de um navio português que ia para Brughes. Sancho I,de Portugal doa à Ordem do Hospital de São João de Jerusalém as terrasda coroa da margem direita do Tejo chamada Guidimtesta, permitindoque se edificasse um castelo, de nome Belver — transformação dos freiresdo Hospital em cavaleiros (em Portugal). Fernando Afonso, filho bastardode Afonso I de Portugal, se torna grão‐mestre da ordem dos hospitalários.Renuncia no mesmo ano. Tratado de Tordehumos entre Afonso IX deLeão e Afonso VIII de Castela. Zamora: Tratado entre Sancho I dePortugal e Afonso IX de Leão. Ação repovoadora de Sancho I de Portugalem Marmelar e Pontével (concede‐a aos francos). Morte de Sancho V, oSábio, 10o. rei de Navarra. Sancho I de Portugal doa à Ordem de Santiago(espatários) o edifício de Santos‐o‐Velho, junto a Lisboa.
1194‐1234 — Reinado (11o.) de Sancho VI, o Forte, de Navarra.
1195 — Derrota de Afonso VIII, o Imperador, de Castela frente aosalmôadas na batalha de Alarcos, onde este perde a Marca de Espanha(limes hispanicus, enclave franco situado além Pireneus e governado apartir de 817 pelo conde de Barcelona). Morrem também o mestrefundador dos cavaleiros de Évora, Frei Gonçalo Viegas e Rodrigo Sanches(antigo governador de Silves). (22/07) Breve do papa Celestino III,concedendo ao prior de Santa Cruz de Coimbra o direito de dar a cruz aperegrinos e a quem quisesse combater os pagãos e de impor penitênciaspúblicas. Ação repovoadora de Sancho I de Portugal em Povos. Sancho Ide Portugal concede foral a S. Vicente da Beira e Penedono. (15/08) EmLisboa, nascimento de Fernando de Bulhões (Santo Antônio).
1196 — Peregrinação de Afonso II de Aragão a Santiago de Compostela;vai depois a Coimbra com o intuito de persuadir Sancho I de Portugal anão desencadear hostilidades. Morte de Afonso II, 7o. rei de Aragão:sucede‐lhe Pedro II.
1196‐1213 — Reinado (8o.) de Pedro II de Aragão (filho de Afonso II deAragão).
1197 — Povoamento da cidade episcopal da Guarda. Expedição decruzados alemães contra Silves. Os cruzados alemães na Palestinaorganizam‐se à semelhança do Hospital de São João de Jerusalém:intitularam‐se Irmãos da Casa Alemã, ficando mais conhecidos comoCavaleiros da Ordem Teutônica. O papa Celestino III concede a Sancho Ide Portugal indulgência de Jerusalém para a luta contra Afonso IX deLeão, que se aliara aos muçulmanos. Afonso VIII de Castela dá sua filhaBerenguela em casamento a Afonso IX de Leão. (?) Sancho I de Portugalconfia aos templários as povoações de Idanha e Açafa (a partir de 1199chamada Ródão).
1198 — Afonso, filho bastardo de Afonso I de Portugal, mestre da Ordemdos hospitalários na Hispânia. Sancho I de Portugal encarrega seu irmão(bastardo) Fernando Afonso, mestre dos hospitalários na Hispânia, deentregar ao papa o censo que lhe devia. O papa Inocêncio III ordena aseparação de Afonso IX de Leão e Berenguela. Afonso IX de Leão lançauma ofensiva na Beira Alta: Batalha de Ervas Tenras — morremnumerosos membros das mais nobres famílias portuguesas. Afonso IX deLeão cerca Bragança. Sancho I de Portugal cerca Cidade Rodrigo: morremo nobre Nuno Fafes e o mestre dos templários Lopo Fernandes. (?) Morteda rainha de Portugal, Dona Dulce, de peste. Morte de Yacub al‐Mansur.
1198‐1208 — Filipe da Suábia, rei alemão.
1198‐1215 — Otão IV, rei alemão.
1198‐1216 — Papado de Inocêncio III, de Anagni.
1199 — Foral da Guarda. Sancho I de Portugal atribui aos flamengos váriasterras em Montalvo de Sor. Sancho I de Portugal dá terras a colonosfrancos em Sesimbra. Sancho I de Portugal concede foral a Belmonte eGuarda. Na região galega Sancho I de Portugal manda construir uma torreem Melgaço, com a ajuda dos monges do Mosteiro de Longos Vales.Eclipse solar vista em Coimbra e Lisboa. Morte do 3o. sultão almôada,Yacoub ibn Yousouf. Nascimento de Fernando III, o Santo, de Castela,filho de Berenguela e Afonso IX de Castela.
1199‐1213 — Sultanato almôada (4o.) de Mohammed ibn Yacoub.
1199‐1216 — João sem Terra, rei da Inglaterra.
1200 — Ação repovoadora de Sancho I de Portugal em Benavente. SanchoI de Portugal atribui aos flamengos várias terras em Azambuja. Para omontante do Tejo, reforçou as posições dos templários no vale do Zezêre.Sancho I de Portugal concede carta de culto ao Santuário de SantaSenhorinha de Basto. O bispo do Porto, Martinho Rodrigues, chega a umacordo com seus cônegos sobre a distribuição das rendas da diocese e docabido.
1201 — Sancho I de Portugal concede foral à povoação de Sesimbra.Sancho I de Portugal reforça sua soberania organizando o município deJunqueiro da Vilariça, perto de Torre de Moncorvo. Os freires da Ordemde Évora são detentores de vasto patrimônio, e o papa Inocêncio III,através da bula Religiosam vitam (17.04.1201), declara tomá‐los sob suaproteção.
1202 — (?) Grande fome em Portugal. Nascimento de Henrique I deCastela, filho de Afonso VIII de Castela.
1202‐1204 — Fernando Afonso, filho bastardo de Afonso I de Portugal,toma parte na quarta Cruzada, na Ordem dos hospitalários. QuartaCruzada: tomada de Constantinopla.
1203 — Ação repovoadora de Sancho I de Portugal em Montemor‐o‐Novo.
1204 — Fernando Afonso, filho bastardo de Afonso I de Portugal,cavaleiro hospitalário, recebe uma doação do imperador deConstantinopla.
1204 — (Entre 1204 e 1208) Nascimento de Afonso Peres Farinha, futuroprior da Ordem do Hospital em Portugal (foi prior de Portugal duas outrês vezes, e três vezes passou ao Ultramar).
1206 — Afonso I de Portugal confia aos templários a povoação de Idanha‐a‐Nova. Um documento de Braga e uma bula papal referem‐se a umagrande fome.
1207 — Morte de Fernando Afonso, grão‐mestre hospitalário e filhobastardo de Afonso I de Portugal. Violenta chuva de pedra em Santarém oCoruche. O papa Inocêncio III intervêm no Porto e obriga seus cônegos acumprir o acordo de 1200.
1208 — Conflito de Sancho I de Portugal com o bispo do Porto. Rebeliãodos burgueses do Porto contra o bispo (tentativa de autonomiagovernativa do concelho). Excomunhão de Sancho I de Portugal.Episcopado de Rodrigo Jiménez de Rada em Toledo. Participa daconquista da Andaluzia. Escreve uma história da Espanha. Assenta aprimeira pedra da catedral gótica. Sancho I de Portugal reforça suasoberania organizando o município de Rebordãos. Grande tempestademarítima em Portugal, com numerosas vítimas. (?) Inimizade surgidaentre Sancho I de Portugal e o cavaleiro Pedro Poiares (família de Baião).Graves questões entre Sancho I de Portugal e o bispo do Porto, D.Martinho Rodrigues da Palmeira (tido cavaleiro Pedro Poiares).Casamento do príncipe D. Afonso (filho de Sancho I de Portugal) comUrraca de Castela (filha de Afonso VIII de Castela): o bispo do Porto,Martinho Rodrigues se recusa a assistir a cerimônia, pois os noivos eramparentes.
1209 — Sancho I de Portugal concede foral a Penamacor e Pinhel.Fernando Sanchez, um nobre, doa metade da Vila Franca de Cardosa, emCastelo Branco, aos templários. O rei Sancho I de Portugal protege porcarta as confrarias de pedreiros que trabalhavam nas pontes de várioslocais do país. Sancho I de Portugal faz testamento (segundo): nomeiajuízes pelo cumprimento o arcebispo de Braga, o abade de Alcobaça, oprior de Santa Cruz de Coimbra, o abade de Santo Tirso, o mestre dostemplários, o prior do Hospital e seu meio‐irmão Pedro Afonso.
1209‐1229 — Cruzada contra os albigenses no sul da França.
1210 — Templários e Hospitalários detêm uma parte do tesouro régio:conflitos (mal conhecidos) no reinado de Sancho I. Sancho I de Portugaltoma providências para cessarem os abusos sobre as propriedades doscidadãos e sobre mouros e judeus do rei. O papa Inocêncio III nomeiajuízes apostólicos para averiguarem o procedimento dos cônegos do Portona revolta da cidade. Sancho I de Portugal liberta o bispo de Coimbra.Sancho I de Portugal faz testamento (terceiro) em Coimbra ‐ os cavaleirosda Ordem de Santiago são designados neste testamento por freires dePalmela, e ocupam novamente as terras ao sul do Tejo. Afonso VIII deCastela faz apelo a franceses, italianos, aragoneses leoneses e navarrospara uma grande expedição contra os muçulmanos; obtêm do papaInocêncio III indulgências a favor. Os reinos de Leão e Portugal não sejuntam à cruzada de Afonso VIII de Castela. Partem de Portugal muitosmembros das ordens militares.
1211 — Morte de Sancho I de Portugal em Santarém aos 57 anos de idade.O papa Inocêncio III, informado dos preparativos dos marroquinos no sulda Espanha, ordena que em França, Alemanha e Itália se pregasse acruzada em favor da guerra espanhola. O papa Inocêncio III excomunga20 burgueses do Porto, considerados os líderes da revolta na cidade. Umabula papal acusa o chanceler Julião Pais de ocultar cartas apostólicas arespeito das questões de Coimbra (oposição da cidade e da maioria doclero à política de Afonso II de Portugal). O papa Inocêncio III nomeou oarcebispo de Santiago de Compostela juiz apostólico para a questão deCoimbra. (Fevereiro) Em bula papal, Inocêncio III censura a excessivaacumulação de bens fundiários nas mãos do clero português. Cúria de 1211:primeira lei de desamortização, onde se proíbem os mosteiros e ordensreligiosas de comprar bens fundiários, exceto para, com seusrendimentos, celebrar ofícios por alma dos reis. Afonso II de Portugal doaaos freires de Évora (Calatrava) o lugar de Avis, com a condição de opovoarem e nele edificarem um castelo.
1211‐1216 — Lutas entre Afonso II de Portugal e suas duas irmãs: GonçaloMendes de Sousa refugia‐se em Leão (era partidário das infantas naquestão com o rei Afonso II de Portugal), onde obtêm o governo deTrassara e Estremadura. Os hospitalários protestam junto à cúria romanapor terem sido expulsos por Afonso II de Portugal das vilas que a infantaMafalda lhes concedera. Afonso II de Portugal manda pôr cerco a
Montemor‐o‐Velho e Alenquer, pertencentes, respectivamente às infantasTeresa e Sancha. Pedro Sanches apodera‐se de várias povoações em Trás‐os‐Montes com o auxílio do rei de Leão, de Pedro Fernandes de Castro ede Fernando, filho de D. Teresa e de Afonso IX. Gonçalo Mendes de Sousaauxilia os sitiados de Montemor e derrota as tropas régias, sob o comandodo alferes Martim Anes da Riba de Vizela. Os hospitalários são acusadosde usurparem e de favorecerem a usurpação de terras da coroa, o queAfonso II de Portugal proibiu.
1211‐1223 — Reinado de Afonso II de Portugal. Início de uma vigorosacentralização estatal.
1212 — "Estudio General" de Palencia. Vitória de Afonso VIII, o Nobre, deCastela (Castela‐Navarra‐Aragão) frente aos almôadas na batalha de LasNavas de Tolosa. Fim do poder militar muçulmano na Península. AfonsoII de Portugal, não comparecendo, envia tropas. Primeiras mençõesdocumentais a tabeliães régios — implantação do notariado (Canedo,Panóias e Santarém). Em Coimbra, acordo de trégua entre Portugal, Leãoe Castela (iniciativa de Afonso VIII de Castela). Afonso IX de Leãoobrigou‐se a restituir a Portugal os castelos que tomou. Cruzada dascrianças.
1213 — Batalha de Muret: derrota e morte de Pedro II (8o. rei) de Aragão;fim da expansão ultrapirenaica da coroa aragonesa. O papa Inocêncio IIIordena aos juízes eclesiásticos que absolvam Afonso II de Portugal deexcomunhão, além da multa de 50.000 cruzados (o rei recorre ao papa e éparcialmente dispensado). Afonso II de Portugal confirma o juízo régiosobre os domínios das infantas. Morte de Muhammad al‐Nasir, filho deYacub al‐Mansur: enfraquecimento do império almôada. Morte do 4o.sultão almôada, Mohammed ibn Yacoub.
1213‐1223 — Sultanato (5o.) almôada de Abou Yaoub.
1213‐1276 — Reinado de Jaime I, o Conquistador, de Aragão (filho de PedroII de Aragão).
1214 — Afonso II de Portugal doa o restante da herdade da Vila Franca deCardosa, em Castelo Branco (vasta zona da Beira Baixa). O mestre doTemplo em Portugal, Pedro Auvito, dá o foral a Castelo Branco. Batalhade Bouvines: a coligação anti‐francesa é derrotada pelo rei Felipe Augusto.O infante D. Fernando, agora conde de Flandres, é aprisionado pelo reifrancês. Sancho I de Portugal oferece uma cruz de ouro ao mosteiro de
Santa Cruz de Alcobaça (ano da Encarnação). (Julho) Afonso II dePortugal redige seu primeiro testamento — primeiros documentosredigidos em português. São feitas treze cópias para enviar aos arcebisposde Braga, Santiago e Toledo, aos bispos do Porto, Lisboa, Coimbra, Évorae Viseu, aos mestres do Templo e do Hospital, ao abade de Alcobaça e aoprior de Santa Cruz. Em Guimarães, os mais antigos instrumentostabeliônicos conservados. Morte de Afonso VIII, 2o. rei de Castela.
1214‐1217 — Reinado (3o.) de Henrique I de Castela, filho de Afonso VIIIde Castela.
1215 — Criação da universidade de Salamanca. São Domingos funda aordem dominicana. IV Concílio de Latrão: prescrição de insígniadistintiva para os judeus e sarracenos vivendo em terras cristãs. O bispoSueiro de Lisboa, presente, pede autorização para reter os cruzados queeventualmente passassem nas costas espanholas e levá‐los à guerra contraos mouros. Morte de Julião Pais, chanceler português. Sucedeu‐lheGonçalo Mendes, que conservou o cargo até 1228. Aproximação entrePortugal e Castela, através de proposta de casamento entre Henrique I(que tinha 12 anos de idade), herdeiro de Afonso VIII, e Mafalda, irmã deAfonso II de Portugal — o matrimônio foi cancelado pelo papa. Já é dadoo nome de Avis à Ordem de Évora (Calatrava).
1215‐1250 — Frederico II, rei alemão.
1216 — Grandes intempéries em Évora, Santarém e Coruche. A partirdesta data, Gonçalo Mendes e Pêro Anes da Nóvoa, auxiliares daautoridade régia e inimigos dos poderes senhoriais, dominam a políticarégia. Bula papal que assegura ao bispo de Évora a jurisdição sobre todo oterritório povoado por cristãos entre os limites de sua diocese e os infiéis:a reconquista vai avançando em direção ao Baixo Alentejo, talvez poriniciativa das ordens militares.
1216‐1227 — Papado de Honório III, romano.
1216‐1272 — Henrique III, rei da Inglaterra.
1217 — Ocupação de Alcácer do Sal por Afonso II de Portugal. Oscavaleiros de santiago, templários e hospitalários participam da conquista(segundo Erdmann, a primeira cruzada portuguesa). Reforço de PedroAuvites, mestre dos templários de toda a Hispânia. Alcácer do Sal éentregue aos cavaleiros de Santiago (espatários ou freires de Palmela).
Morte de Henrique I, 3o. rei de Castela. Reinado (4o.) e renúncia deBerenguela de Castela, mãe de Fernando III. A coroa passa a Fernando(III), o Santo, filho de Afonso IX de Leão. Afonso II de Portugal passa a irrepetidas vezes a Santarém — talvez com o objetivo de tentar curar sualepra com médicos experientes na tradição árabe. (Novembro) Elaboraçãodo primeiro registro oficial dos diplomas régios. Doação de Aramenha aomosteiro de Alcobaça: construção do castelo de Marvão.
1217‐1252 — Reinado (5o.) de Fernando III, o Santo, de Castela.
1218 — Nascem as cortes de Catalunha. Grandes intempéries em Évora,Santarém e Coruche. (Janeiro) Afonso II de Portugal redige seu segundotestamento. (Abril) Afonso II de Portugal, a conselho dos juristasauxiliares do chanceler Gonçalo Mendes, oferece os dízimos dos direitosrégios a todas as dioceses do reino e a algumas ordens religiosas. Afonso IIde Portugal recorre novamente ao papa após a renovação do processo deexcomunhão movida pelo bispo de Lugo. (Maio) Teresa, ex‐mulher deAfonso IX de Leão, é julgada na cúria romana, a respeito de seus direitossenhoriais. João Fernandes da Límia, antigo dapífero de Sancho I dePortugal, regressa à corte, após seu casamento com a antiga barregã deSancho I, Maria Pais, a Ribeirinha. O mestre da Ordem do Templo doou aPelágio Farpado e a todos os seus descendentes o lugar de Ceiceira, com acondição de ali fundar uma albergaria "para nela servir a Deus,recolhendo e hospedando a todos os passageiros, fossem pobres ou ricos".
1218‐1219 — Cruzadas em Castela, com a participação de tropasportuguesas.
1218‐1238 — Gonçalo Anes, irmão de Pêro Anes da Nóvoa (mordomo‐mor), grão‐mestre da ordem de Calatrava.
1219 — Beatriz de Suábia tenta destronar Fernando III de Leão e Castela.Afonso II de Portugal vai a Santiago de Compostela. Os Sousas voltam àcorte portuguesa, juntando‐se a Garcia Mendes e a Rodrigo. Desligavam‐se, assim, de Afonso IX de Leão. (Março ou abril) Afonso IX de Leão voltaa atacar Portugal, conquistando Chaves. (Junho) Tratado de Baronal:Afonso II de Portugal vai a Santiago de Compostela e faz as pazes comAfonso IX de Leão.
1220 — Cinco franciscanos são martirizados no Marrocos — Em Coimbraserá construída uma arca tumular para suas relíquias (no século XIV).Primeiras inquirições gerais em Portugal: inovação muito precoce no
contexto da centralização régia européia. (aprox.) Franciscanos edominicanos estabelecem seus primeiros conventos na Península.Construção da Torre de Ouro em Sevilha. O papa Honório III concedeindulgência aos cavaleiros de Évora. (Dezembro) Bula papal quemenciona o chanceler de Portugal, Gonçalo Mendes e o mordomo PêroAnes da Nóvoa como personagens que conduziam o rei à impiedade.Questões entre Afonso II de Portugal e Estêvão Soares da Silva, arcebispode Braga: este o excomunga, juntamente com o mordomo‐mor e ochanceler. Gil Vasques de Soverosa, mordomo‐mor, é o principal executordas medidas tomadas contra o arcebispo de Braga. Depredações deoficiais régios sobre o couto de Ervededo: seu governador, MartimSanches, bastardo régio português a serviço do rei de Leão, pega emarmas com gente de Toronho e Límia e se dirige à Ponte de Lima, onde seencontra Afonso II de Portugal. Mendo Gonçalves de Souza, João Pires daMaia e Gil Vasques de Soverosa defendem o rei e são derrotados. Osportugueses se retiram para Braga e Guimarães e os galegos devastam aregião. (Dezembro) O papa Honório III encarrega os bispos de Palença,Astorga e Tui de confirmar a sentença de excomunhão contra Afonso II dePortugal.
1221 — A partir de então, Afonso II de Portugal não voltou a sair deSantarém. Redige em novembro seu segundo testamento. Nascimento deAfonso (X), primogênito de Fernando III de Leão e Castela e Beatriz daSuábia.
1221‐1254 — Começa a construção das catedrais de Burgos (lançamento daprimeira pedra por Fernando III de Castela e Leão), Toledo (1226) e Leão.
1222 — Consagração do mosteiro de Alcobaça. (Junho) Bula papal quesuspende de suas funções clericais os juristas auxiliares do chancelerGonçalo Mendes por serem considerados instigadores da política deAfonso II (mestre Vicente, deão de Lisboa, mestre Julião, deão de Coimbrae filho de Julião Pais, e mestre Pedro, chantre do Porto). Parte do cleroque apóia Afonso II de Portugal é suspensa em bula papal (16.06): o papaHonório III renova a ameaça de expor o reino de Portugal à conquista deoutros soberanos e de absolver seus vassalos do juramento de fidelidade.Mestre Vicente, deão de Lisboa, começa a negociar um acordo prévio coma Santa Sé, interrompido com a morte do rei em 1223. O papa Honório IIIreitera ameaça feita em 1220 de invasão de Portugal por outros reis.
1223 — Morte de Afonso II de Portugal (excomungado). Nos últimosdocumentos que promulgou já não podia desenhar o sinal de seu punho,devido à lepra. (Junho) Sancho II de Portugal, aos treze anos, faz duasconcórdias com suas tias, em Coimbra. As infantas recebem TorresVedras, Alenquer, Montemor e Esgueira. Estêvão Soares da Silva recebe6.000 maravedis de indenização (o restante seria calculadoposteriormente). (Setembro) Martim Anes, mordomo‐mor da corteportuguesa. Morte do 5o. sultão almôada, Abou Yacoub.
1223‐1225 — Sultanato (6o.) almôada de Abou Malik.
1223‐1226 — Luís VIII, rei de França.
1223‐1248 — Reinado de Sancho II de Portugal. Fortalecimento dosfranciscanos em Portugal: no início do reinado de Sancho II já possuíamconventos em Guimarães, Coimbra, Lisboa e Alenquer, fundando nosanos seguintes outros em Évora, Leiria, Porto, Guarda, Covilhã, Estremoze Santarém.
1224 — Fim do domínio almôada em al‐Andaluz: início dos terceirosreinos de taifas. (Abril) Henrique Mendes de Sousa, mordomo‐morportuguês. Martim Anes de Riba de Vizela, alferes‐mor português.(Outubro) Mestre Vicente recebe grandes elogios do papa. (Dezembro)Gonçalo Mendes (irmão de Henrique Mendes), mordomo‐mor português.João Fernandes de Límia, alferes‐mor português. Fernando III de Leão eCastela inicia uma vigorosa luta contra os muçulmanos. Sancho II dePortugal faz grandes concessões ao bispo de Évora.
1225 — (Junho) João Fernandes de Límia, mordomo‐mor português.Morte do 6o. sultão almôada, Abou Malik. Nascimento de Afonso X, oSábio, de Leão e Castela, filho de Fernando III, o Santo, de Castela.
1225‐1238 — Sultanato (7o.) almôada de Mamoun.
1226 — O rei da Inglaterra Henrique III (1216‐1272) passa 100 autorizaçõesde comércio a mercadores portugueses. Regência de Branca de Castela. Oarcebispo de Braga, Estêvão, que antes tomara parte ativa na conquista deElvas, obtêm do papa a faculdade de absolver os guerreiros que lutavamcontra os mouros. O infante português D. Fernando, conde de Flandres, élibertado do cativeiro de Filipe Augusto mediante pagamento de pesado
resgate oferecido por sua mulher. (Julho) Abril Pires de Lumiares,mordomo‐mor português. Martim Anes de Riba de Vizela, alferes‐morportuguês.
1226‐1270 — Luís IX (Santo), rei de França.
1226‐1283 — Os cavaleiros teutônicos conquistam a Prússia.
1226‐1238 — Sancho II de Portugal, auxiliado pelas ordens militares(Santiago, Calatrava, Hospitalários), conquista o Alentejo.
1227 — Um documento de Lisboa revela que seus juízes são impedidos deresolverem queixas apresentadas pelos pobres. Tomada de Cáceres eBadajoz pelas tropas leonesas (Afonso IX). O legado papal João deAbbeville consagra a Igreja de Santa Cruz de Coimbra. Uma bula acusaSancho II de Portugal de intervir abusivamente no Porto. Aos 32 anos,Santo Antônio prega em Roma para o papa Gregório IX.
1227‐1241 — Papado de Gregório IX, de Anagni.
1228 — Concílio de Valladolid: proibição aos judeus de Castela de usarcapas semelhantes aos clérigos. O infante português Pedro Sanchezconquista Mérida, a serviço de Afonso IX de Leão, além de repelir IbnHud, xeque de Sevilha.
1228‐1229 — O legado papal João Halgrin de Abbeville exorta os soberanosda Península a recomeçarem a cruzada. Quinta Cruzada, Frederico IIobtêm a restituição de Jerusalém através de negociações.
1228‐1231 — Pêro Anes da Nóvoa, antigo mordomo de Afonso II dePortugal, novamente mordomo‐mor português.
1229 — Reunião das Cortes em Coimbra. (13/03) Morte da infanta D.Sancha, irmã de D. Mafalda, ambas filhas de Sancho I de Portugal. Feirade Castelo Mendo já diferenciada do mercado local. Início da ocupaçãocristã das ilhas Baleares (Jaime I, o Conquistador, de Aragão). D. Sancho IIde Portugal conquista Elvas (dando‐lhe foral) e Juromenha.
1230 — Os conflitos entre Portugal e Leão terminam. (?) Conquista deBadajoz pelos leoneses (Afonso IX). (Setembro) Morte de Afonso IX deLeão: seu sucessor, Fernando III unifica Leão e Castela e faz da cruzadaseu principal objetivo.
1231 — Tratado do Sabugal: acordo entre Sancho II de Portugal eFernando III de Leão e Castela: a cidade de Chaves, tomada em 1219, érestituída a Portugal. Fernando III de Leão e Castela percorre o reino deLeão e Galiza para desencorajar qualquer ato de rebeldia. O legado papalJoão de Abbeville obtêm do papa Gregório IX violentas bulas contra o reiSancho II de Portugal. (13/06) Morte de Santo Antônio. (Dezembro)Portugal sofre o interdito papal.
1232 — Canonização de Santo Antônio de Lisboa. Afonso Peres Farinha,prior do Hospital conquista Serpa., Moura (indo aí residir), (?) Arouche eAracena. Início da dinastia násrida em Granada, que durará até 1492.Início da construção de Alhambra de Granada. (Março) Com o objetivo derepovoamento, Sancho II de Portugal doa o território chamado Ocrate(Crato) para a Ordem do Hospital. (?) Tomada portuguesa de Beja. Opapa Gregório IX proíbe qualquer eclesiástico de excomungar Sancho IIde Portugal enquanto permanecesse em combate contra os sarracenos.Morte do legado papal e bispo João de Abbeville. Início de disputasviolentas pelo cargo de bispo. (01/06) Bula Cum dicat dominus —canonização de Santo Antônio.
1232‐1234 — Cruzada contra os camponeses do norte da Alemanha.
1233 — (Junho) O papa Gregório IX encarrega o franciscano frei Tiago deabsolver Sancho II de Portugal de excomunhão por violência contraclérigos enquanto estivesse em expedição militar. As tropas castelhanasconquistam Úbeda. O bispo Martinho Rodrigues obtêm em Roma váriasbulas que acusavam Sancho II de Portugal de não respeitar a jurisdiçãotemporal do bispo sobre a cidade do Porto.
1234 — A Ordem de Santiago conquista Aljustrel (Paio Peres Correia).Navarra cai em órbita política da França. O papa Gregório IX induzSancho II de Portugal a participar da Cruzada à Terra Santa. Em outubro,concede as indulgências de cruzada a quem ajudasse Sancho II dePortugal na guerra contra os mouros e na ocupação das cidades por eleadquiridas. Sancho II de Portugal consegue, junto ao papa, indulgênciaspara seu exército. (?) Revolta de Álvaro Pires de Castro contra FernandoIII de Castela e Leão. (Fevereiro a Agosto) Uma série de bulas dão aentender que vários párocos do Porto se recusavam a pagar certos direitosexigidos pelo bispo. Morte de Sancho VI, o Forte, 11o. rei de Navarra.
1234‐1238 — Sancho II de Portugal, auxiliado pelas ordens militares(Santiago, Calatrava, Hospitalários) conquista o Algarve oriental.
1234‐1253 — Reinado (12o.) de Teobaldo I, de Navarra.
1235 — Fernando III de Castela e Leão conquista Córdova. (Setembro) Onovo bispo do Porto, Pedro Salvadores, obtêm do papa Gregório IX afaculdade de absolver da excomunhão os oficiais régios que vexavam a suadiocese. Os cavaleiros da Ordem de Santiago (espatários ou freires dePalmela) recebem de Sancho II de Portugal a terra de Aljustrel, queajudaram a conquistar.
1235‐1260 — Gonzalo de Berceo produz sua obra literária.
1236 — Os castelhanos (Fernando III de Castela e Leão) reconquistamCórdova. O infante D. Pedro, já alheio à sua pátria, vai ao Oriente lutarcontra os muçulmanos. As tropas castelhanas conquistam Córdova.Mestre Vicente de Lisboa entrega o cargo de chanceler do reino aDurando Froilaz, dedicando‐se ao governo da diocese de Braga. Oscavaleiros da Ordem de Santiago (espatários ou freires de Palmela)recebem de Sancho II de Portugal a terra de Sesimbra, que ajudaram aconquistar.
1237 — Jaime I, o Conquistador, de Aragão, toma Valência. Capítulo Geraldos dominicanos em Burgos. Tibúrcio (bispo de Coimbra) e Vicente(diocese da Guarda) vão a Roma tratar dos limites de suas dioceses.
1237‐1238 — Começa a construção do Alhambra de Granada.
1238 — Conquista portuguesa de Mértola por Paio Peres Correia e aOrdem de Santiago — passo decisivo para o domínio definitivo doAlentejo e do Algarve por Sancho II de Portugal. Conquista portuguesa deAlfajar de Pena. Criação do reino nazarí de Granada. Casamento deAfonso (irmão de Sancho II de Portugal) com Matilde, condessa deBologne‐sur‐Mer. Tomada de Valência por Jaime I, o Conquistador, deAragão. (Maio) Acordo entre Sancho II de Portugal e o bispo do Porto e oarcebispo de Braga. Morte do 7o. sultão almôada, Mamoun.
1238‐1273 — Reinado (1o.) de Maomé I, de Granada.
1239 — A Ordem de Santiago recebe de Sancho II de Portugal Alfajar dePena e Mértola (para onde passou o convento da Ordem, até 1284), queajudaram a conquistar. O papa Gregório IX concede 12 bulas ao infante
Fernando de Serpa (irmão mais novo de Sancho II de Portugal) para suasexpedições cruzadas. (?) Mécia Lopes de Haro enviuva de Álvaro Pires deCastro, ex‐revoltoso de Fernando III de Castela e Leão; casa‐se comSancho II de Portugal.
1240 — (?) Sancho II de Portugal conquista Mértola, Aiamonte, Alvor. AOrdem de Santiago conquista Cacela (Paio Peres Correia) e Aiamonte.
1241 — (Fevereiro) Sancho II de Portugal consegue novamente, junto aopapa, indulgências para seu exército. (?) A Ordem de Santiago conquistaPaderne (Paio Peres Correia). Paio Peres Correia, prior da Ordem deSantiago em Castela. Papado de Celestino IV, milanês.
1241‐1242 — Revolta de Diogo Lopes de Haro, irmão de Mécia Lopes deHaro (esposa do rei Sancho II de Portugal), contra Fernando III de Castelae Leão.
1241‐1243 — Sede pontifical vacante.
1242 — (17.06) Em Paris, primeira destruição oficial da literatura rabínica(talmude) pela Igreja católica. (Julho) O infante português (conde) Afonsode Bolonha participa da batalha de Saintes, como vassalo de Luís IX deFrança, contra Henrique III de Inglaterra. Torna‐se seu protegido.
1242‐1246 — Castela toma Múrcia, Arjona e Jaén.
1243 — Sancho II de Portugal ataca os bispos de Braga, Coimbra e Portoque conseguem com o papa Inocêncio IV sua deposição em 1245. O reinode Múrcia rende‐se pacificamente ao infante D. Afonso de Castela (futurorei Afonso X) — auxiliado pela Ordem de Santiago (Paio Peres Correia). Oinfante Fernando de Serpa (irmão mais novo de Sancho II) volta aPortugal como governador da Beira Oriental. O infante português Afonsode Bolonha faz a peregrinação a Santiago de Compostela.
1243‐1254 — Papado de Inocêncio IV, genovês.
1244 — (09.01) A Ordem de Santiago conquista Tavira. Tratado deAlmizra entre Jaime I, o Conquistador, de Aragão e Afonso, futuro rei dePortugal. D. Afonso de Castela (futuro Afonso X) conquista Lorca e Mulacom o auxílio da Ordem de Santiago (Paio Peres Correia). É nomeadobispo o galego Aires Vasques, dando fim às disputas do cargo desde a
morte de João de Abbeville (1232). O infante português Afonso de Bolonharetorna de Santiago de Compostela e se encontra com Luís IX de França esua mãe Branca de Castela em Limoges.
1245 — Afonso, conde de Bolonha e irmão de Sancho II de Portugal,recebe do papa Inocêncio IV convite para uma cruzada. (04.02) O papaInocêncio IV manda Sancho II de Portugal separar‐se de Mécia Lopes deHaro, por ter se casado sem dispensa de consagüinidade (a acusaçãopartiu de Afonso de Bolonha). (Março) Bula Inter alia desiderabiliadirigida aos barões, concelhos, bispos e clero (franciscanos edominicanos) e principalmente às ordens militares: responsabiliza SanchoII de Portugal pela situação do reino (lutas entre a nobreza e contra osbispos). Fim da reconquista aragonesa. (Junho) 1o. Concílio de Lião: osbispos portugueses são convocados para prestar contas do reinado deSancho II de Portugal, considerado negligente. (24.07) Bula Grandi nonimmerito: deposição de Sancho II de Portugal; seu irmão, Afonso, condede Boulogne‐sur‐Mer, é o escolhido para governar o reino: guerra civil.Afonso (X, o Sábio), primogênito de Fernando III de Leão e Castela apóiaSancho II. (Agosto?) Abril Pires de Lumiares e Rodrigo Sanches (tio deSancho II) ataca o rei em Gaia: as tropas do rei vencem e ambos morremna batalha. (Setembro) Afonso de Bolonha, em Paris, jura respeitar asliberdades da Igreja. Chega em Lisboa no final do ano, em plena guerracivil. O papa Inocêncio IV confirma as doações feitas à Ordem deSantiago em Portugal — entre elas menciona a vila de Tavira, os castelosde Mértola e Cacela, a vila de Sesimbra, o padroado das igrejas de Alcácer,Palmela e Alhambra e algumas terras de Santarém.
1246 — Fernando III de Castela e Leão conquista Jaén com a ajuda daOrdem de Santiago (Paio Peres Correia). Sancho II permanece emCoimbra (seu ponto de apoio). Os concelhos do Centro e sul e os castelosde Santarém, Alenquer, Torres Novas e Alcobaça apóiam Afonso deBolonha (futuro Afonso III). A rainha Mécia Lopes de Haro é raptada porRaimundo Viegas de Portocarrero, o Torres e levada para o castelo deOurém. Violentos combates entre Coimbra e Leiria.
1247 — (Janeiro) Afonso, conde de Bolonha, é derrotado em Leiria:centenas de mortos. (Fevereiro) Franciscanos e dominicanos da Guardainformam as determinações pontifícias aos partidários do rei. Nascem as
cortes de Aragão. Paio Peres Correia, prior da Ordem de Santiago,acompanha o infante Afonso de Molina na conquista de Aljarafe e nascampanhas contra o rei de Niebla.
1247‐1267 — Governo de Egas Fafes na diocese de Coimbra.
1248 — (Janeiro) Morte de Sancho II de Portugal em Toledo, sem filhos.Os castelhanos (Fernando III de Castela e Leão) reconquistam Sevilhacom o auxílio de Paio Peres Correia, prior da Ordem de Santiago. Acordoentre o bispo de Évora e a Ordem do Hospital sobre os direitoseclesiásticos de Moura e Serpa.
1248‐1254 — Sexta Cruzada. São Luís IX tenta reconquistar a Terra Santa apartir do Egito.
1248‐1279 — Reinado de Afonso III de Portugal.
1249 — Conquista portuguesa de Faro e do resto do Algarve ‐ que estavamnas mãos dos mouros — por Afonso III de Portugal (e a Ordem deSantiago): fim da reconquista portuguesa. Afonso III de Portugal concedeo Algarve à Ordem de Avis.
1250 — (01.03) Afonso III de Portugal doa o castelo de Albufeira à ordemde Avis, na pessoa de seu mestre, D. Martinho Fernandes. (Fevereiro)Afonso III de Portugal, em Santa Maria de Faro, doa o castelo de Porchesa seu chanceler, D. Estêvão. Afonso III de Portugal reúne as Cortes emGuimarães: os bispos ainda se queixam de banditismo em Portugal. Fomee carestia em Portugal. (17.06) Morte da infanta D. Teresa, filha de SanchoI de Portugal, no mosteiro de Lorvão. (04.08) Afonso III de Portugal doa aseu chanceler D. Estêvão os bens outrora pertencidos ao mouro Aboaale esua mulher, Zaporona, em Santa Maria de Faro. (Outubro) Bula do papaInocêncio IV a respeito da questão do Algarve (Niebla) entre Afonso III dePortugal e Afonso (X, o Sábio) primogênito de Fernando III de Leão eCastela.
1250‐1254 — Conrado IV, rei alemão (interregno 1256‐1273).
1250‐1258 — Viagens constantes de Afonso III de Portugal ao norte doDouro, afim de estancar a apropriação de direitos régios por fidalgos,bispos, ordens monásticas e sobretudo por ordens militares.
1251 — (Janeiro) Em Portugal lei geral que prevê severas penas contramalfeitores que invadissem as casas dos fidalgos, cortassem vinhas ouroubassem gado. Privilégios de Fernando III, de Leão e Castela à colôniagenovesa de Sevilha. Em Toledo, tradução de Kalila e Dimna. A Ordem doHospital faz um empréstimo de 14.000 maravedis ao Bispo de Coimbra:isso mostra sua capacidade financeira e acumulação de espécies emdinheiro. Conquista de Aroche e Aracena (em Niebla) por Afonso III dePortugal: protestos de Afonso (X, o Sábio), primogênito de Fernando IIIde Leão e Castela.
1252 — (Maio) Morte de Fernando III, o Santo, 5o. rei de Castela, emSevilha. (Outubro) Afonso X, o Sábio, de Leão e Castela, reúne cortes emSevilha. Pede ao papa a restauração do bispado de Silves. (?) Crise agrícolaem Portugal. (?‐ou 1256) Morte de D. Mafalda, filha de Sancho I dePortugal. Sepultada no mosteiro de Arouca.
1252‐1253 — Conflitos de Afonso III de Portugal com as classesprivilegiadas: com o bispo do Porto e com o mestre dos Templários (o reiteria se apoderado dos tesouros da ordem ou exigido algum empréstimoforçado).
1252‐1284 — Reinado (6o.) de Afonso X, o Sábio, rei de Leão e Castela,filho de Fernando III, o Santo, de Castela.
1253 — Reunião da Cúria plena ou extraordinária (que incluiurepresentantes dos concelhos) em Leiria. (?) Em Portugal, lei que proíbe aexportação de cereais. O papa exorta os dois reis (Afonso III de Portugal eAfonso X de Leão e Castela) a resolverem pacificamente a questão doAlgarve. (Maio) Casamento de Afonso III de Portugal e D. Beatriz (filhabastarda de Afonso X de Leão e Castela e Maria Guilhén de Gusmão).Afonso III era casado também com D. Matilde de Bolonha. Morte deTeobaldo I, 12o. rei de Navarra. (20.08) Afonso X de Leão e Castela doa aaldeia de Lagos (território português) a D. Frei Roberto. (26.12) Lei daAlmoçataria: tabelamento de preços em Portugal; repressão a uma alta depreços.
1253‐1258 — Promulgação de grande quantidade de forais e aforamentosem Portugal.
1253‐1270 — Reinado (13o.) de Teobaldo II, de Navarra.
1254 — (22.01) Afonso III de Portugal protesta na Sé de Lisboa contra atosunilaterais de Afonso X de Leão e Castela — principalmente a nomeaçãode um bispo (D. Frei Roberto) para um território nacional (ver20.08.1353). (Fevereiro e Março) Cortes de Leiria (tidas como as primeirasdo reino): decisão de proibir a exportação de metais preciosos, panos,couros e mel. O mosteiro de S. Cucufate é colocado sob a obediência de S.Vicente de Lisboa pelo concelho da cidade de Beja. Conflito de Afonso IIIde Portugal com o bispo de Coimbra. (Agosto) O papa censura Afonso IIIde Portugal em bula. O alcaide de Lisboa consegue a nomeação do seucapelão Mateus Martins para o bispado de Viseu.
1254‐1261 — Papado de Alexandre IV, de Anagni.
1255 — (20.02) Na Cúria reunida em Santarém, Afonso III de Portugal,com o consentimento de sua esposa, D. Beatriz, doa o castelo de Cacela eo de Aiamonte para o mestre da ordem de Santiago, D. Paio Peres Correia.(22.02) Afonso III de Portugal confirma o castelo de Sesimbra à ordem deSantiago. (24.02) Afonso III de Portugal confirma à ordem de Santiago,nas pessoas do mestre D. Paio Peres Correia e do comendador, oscastelos, outrora doados por Sancho I e confirmados por Afonso II, deAlcácer do Sal, Palmela, Almada e Arruda. Fuero Real, redigido porinspiração de Afonso X de Leão e Castela. (Março) Afonso III de Portugaljura perante o bispo de Évora que não procederá à quebra da moeda e àcobrança do imposto do "monetágio". Envia cópias do documento aosmestres das ordens militares, mais ligados a uma economia monetária.(Maio) A condessa Matilde de Bolonha, esposa de Afonso III de Portugal,protesta na cúria romana pela bigamia do rei. Afonso III é convocado paraser julgado. Foral de Vila Nova de Gaia concedido por Afonso III dePortugal, para incrementar seu comércio internacional.
1255‐1262 — Anos de colheita ruim em Castela.
1256 — Início da redação da obra jurídica Las Siete Partidas. (Julho) Aquestão da bigamia de Afonso III de Portugal: o papa ordena a Afonso IIIque se separe da condessa Matilde de Bolonha e lhe restitua o dote.
1256‐1257 — Viagens constantes de Afonso III de Portugal à Beira paraestancar a apropriação de direitos régios por parte de fidalgos, bispos,ordens monásticas e sobretudo por ordens militares. Afonso III de
Portugal interfere nas questões entre o bispo de Coimbra e o Mosteiro deSanta Cruz, além das violências físicas praticadas em Lisboa contra obispo Aires Vasques (morto em 1258).
1257 — Constituição da universidade dos prohomes de la ribera, emBarcelona. Eleição de Afonso X de Leão e Castela e de Ricardo deCornualha para o Sacro Império.
1258 — Novas inquirições em Portugal: cinco alçadas que colheminformações nos locais por onde passam. Imenso e minucioso inquérito,um dos mais impressionantes monumentos da documentação medievalportuguesa. (Abril) A questão da bigamia: bula papal acusando Afonso IIIde adultério e incesto, ordenando a restituição do dote da condessaMatilde de Bolonha. Morte da condessa Matilde de Bolonha. Afonso III dePortugal promulga um Regimento da Casa Real, com o intuito de moderaras despesas e definir as responsabilidades dos membros da corte(parcialmente reformulado em 1261). Morte do bispo de Lisboa, AiresVasques, assassinado. O alcaide de Lisboa apresenta Pedro Anes comobispo de Lamego. Nascimento de Sancho IV de Castela, filho de Afonso X,o Sábio, de Leão e Castela. (?) Início da construção do mosteiro doMarmelal, dos cavaleiros hospitalários (tendo como prior Afonso PeresFarinha). Reclamações dos bispos portugueses entregues ao papa (a 39a.rezava que o monarca português empregava judeus em cargos oficiais).
1258‐1262 — Afonso III de Portugal concede cartas de privilégios a váriasfeiras, para isentar de impostos os seus freqüentadores, estimulando ocomércio interno.
1259 — D. Beatriz, esposa de Afonso III de Portugal, dá a luz a D. Branca.(Abril) Afonso III de Portugal protege e funda o convento das clarissas emSantarém, autorizado pelo papa Alexandre IV — o convento éconsiderado um dos primeiros exemplos de igreja gótica portuguesa.(Setembro) Afonso III de Portugal doa a seu chanceler D. Estêvão o coutode Alvito, no Alentejo.
1260 — O papa Alexandre IV induz Afonso III de Portugal a participar daCruzada à Terra Santa. O alcaide de Lisboa influencia a eleição de VicenteMendes no Porto. (?) Construção de uma sinagoga em Lisboa, por partede José Ibn Jachia, pai de Salomão Ibn Jachia (autor de um comentário doTalmude hoje desaparecido).
1261 — (Janeiro a Março) Afonso III de Portugal, em Guimarães, promulgauma lei geral que regulamenta os direitos que os padroeiros podiam exigirdas suas igrejas e mosteiros (política de repressão dos abusos senhoriais).Afonso III de Portugal promulga uma solene proibição dos abusos dasordens militares quanto à cobrança do direito de montado, queprejudicava os criadores de gado não pertencentes a tais corporações.Cobra, ainda, um imposto geral proporcional aos rendimentos doscontribuintes, excetuando, os bispos, chefes das ordens militares,cavaleiros e cônegos. Em Portugal, importante atividade legisladora.Nascimento de Dinis, primeiro filho varão de Afonso III de Portugal e D.Beatriz. O Regimento da Casa real promulgado por Afonso III de Portugalem 1258 é parcialmente reformulado. (Abril) Cortes de Coimbra: (?)criação do cargo de meirinho‐mor, encarregado de vigiar e coordenar asintervenções dos meirinhos regionais. Nomeado Nuno Martins de Chacim(meirinho regional Entre Douro e Minho).
1261‐1264 — Papado de Urbano IV, de Troyes.
1262 — (Fevereiro) Supressão do reino de Niebla pela conquista da cidadea Ibn Mahfut por Afonso X de Leão e Castela. (01.04) Doação do castelo deUlgoso a Rodrigo Paes, mestre do Hospital, e à sua ordem. Confirmam: D.Henrique Mendes, mordomo‐mor, D. Martinho de Sousa (Annes?), alferesdel rei, D. Gonçalo Mendes, D. Poncio Affonso, Pedro Peres, D. Jo,Fernandes. Todos os prelados. Feita em Lisboa e incluída em sentença de1742 (G. 6, M. único no. 32, no Arq. Nac.). (Maio) Os bispos portuguesesescrevem ao papa pedindo a legitimação do casamento de Afonso III dePortugal com D. Beatriz e os filhos já dela nascidos (o pedido é apoiadopor Luís IX de França, Teobaldo, rei de Navarra, Carlos, conde de Anjou eProvença, e vários senhores portugueses). O prior do Hospital, D. AfonsoPires dá o primeiro foral a Tolosa.
1263 — Desvalorização da moeda em Portugal. (Abril) É nomeada umacomissão para solucionar as divergências da questão do Algarve entrePortugal e Castela. (Junho) Acordo entre Portugal e Castela para oAlgarve: discussão sobre a legitimidade das concessões de terras algarviasàs ordens militares feitas por ambos os soberanos. (Junho) Concessãopapal para o casamento de Afonso III de Portugal e D. Beatriz.
1263‐1266 — Sublevação mudéjar e contra‐ofensiva cristã no baixoGuadalquivir e antigo reino de Múrcia: Afonso X de Leão e Castela éobrigado a reunir um grande exército para recuperar várias praças.
1264 — (Setembro) Afonso X de Leão e Castela cede a Afonso III dePortugal as regalias sobre o Algarve que tinha conseguido no acordo de1263. Afonso III aproveita a ocasião para exigir um empréstimo forçadodos concelhos. Em Portugal, lei que proíbe a mudança de estatuto deterras foreiras, rengueiras e de cavalaria (para o rei não perder osrespectivos foros quando fossem adquiridas por privilegiados).Incompatibilizado com Afonso III de Portugal, Gil Martins de Riba deVizela deixa de ser mordomo‐mor português (abandonou o país para sefixar na corte do rei de Castela), passando o cargo para D. João de Aboim(fiel cortesão de categoria inferior) — Afonso III de Portugal apóia‐setambém nos seus bastardos, casando‐os com as melhores herdeiras doreino. Neste ano, sede pontifical vacante. Neste ano é concluída aconstrução do mosteiro do Marmelal, pertencente à Ordem do Hospital(e tendo como prior Afonso Peres Farinha).
1265 — Cortes de Egea: se delineia a figura de Justiça de Aragão. Tomadade Múrcia por Jaime I, o Conquistador, de Aragão. O papa dá umaconcessão a Afonso X de Leão e Castela para financiar a cruzada: a décimaparte dos rendimentos eclesiásticos de Castela e Portugal. Em Portugal,lei que regulamenta o pagamento das anúduvas, ou prestações emtrabalho para a reparação de muralhas e castelos. Afonso III de Portugaldota o tribunal régio de um corpo de magistrados.
1265‐1268 — Papado de Clemente IV, francês.
1266 — O alcaide de Lisboa consegue eleger para Évora o capelão darainha, Durando Pais. Em Portugal, lei que procura reprimir a usura. EmSantarém, um caso referente a profanação de hóstia por um judeu. AfonsoIII de Portugal promulga então uma lei considerada imparcial em relaçãoa tais casos.
1266‐1267 — Em Portugal, criação de um corpo de leis processuais queregula os mecanismos de justiça.
1267 — Assinalam‐se mercadores portugueses na feira de Lille. (16.02)Tratado de Badajoz, demarcando a fronteira entre Portugal e Castela: orio Guadiana a partir da foz do Caia para o sul. Legitima definitivamente aintegração do Algarve a Portugal (é reconhecida por Afonso X de Leão eCastela a soberania portuguesa do Algarve). (07.05) Afonso X de Leão eCastela dispensa o rei de Portugal da obrigação de, eventualmente, lheprestar auxílio militar com 50 homens de lança.
1267‐1268 — Todos os bispos do reino de Portugal se encontram na cúriapontifícia, apresentando um libelo de 43 artigos de acusações contraAfonso III de Portugal.
1268 — Lei de taxas de preços e salários de Afonso X de Leão e Castela.Afonso III de Portugal toma a cruz e obriga‐se a uma expedição à TerraSanta (nunca chegou a ir). O papa Clemente IV outorga dinheiro decruzada a Afonso III de Portugal, depois de obter a promessa de umacruzada à Terra Santa. (31.07) O papa levanta por seis meses o interditoque os bispos portugueses lançaram sobre Portugal, permitindo ao reireceber durante algum tempo o produto de legados pios e esmolas para aTerra Santa, para preparar sua expedição. (Novembro) Morte do papaClemente IV — vacância da Santa Sé até março de 1272.
1268‐1282 — Pero Anes de Portel, filho de D. João de Aboim (um dospersonagens principais da corte de Afonso III de Portugal), governador deLeiria e Sintra.
1268‐1271 — Sede pontifical vacante.
1270 — Nova cunhagem de moeda em Portugal: sinal de estabilização dacoroa. Afonso III de Portugal dá a seu infante um importante senhorio,constituído das vilas de Portalegre, Marvão, Arronches e (castelo de) Vide.Sétima Cruzada: São Luís IX de França ataca a Tunísia muçulmana. Mortede Teobaldo II, 13o. rei de Navarra. O bispo de Silves, D. Bartolomeu e seucabido, declaram não reconhecerem outro senhor senão D. Afonso III dePortugal, renunciando a todas as doações e direitos outorgados pelos reisde Castela, mesmo que tivessem sido confirmadas por autoridadepontifícia.
1270‐1274 — Reinado (14o.) de Henrique I, de Navarra.
1270‐1285 — Filipe III, rei de França.
1271 — Em seu testamento, Afonso III de Portugal deixa alguns legadospara a Terra Santa. Num diploma, manda‐se suscitar a observância dodireito estabelecido de apelação da justiça administrada pelas ordensmilitares em suas terras. (?) Nascimento de D. Isabel de Aragão, futuraesposa do rei de Portugal, D. Dinis.
1271‐1276 — Papado de Gregório X, placentino.
1272 — Em Portugal, renovação da lei de 1261, que reprime o abuso defidalgos contra bens de mosteiros e igrejas. Afonso III de Portugal emitelei para reprimir a vingança privada.
1272‐1275 — Afonso III de Portugal retoma a política de concessão decartas de privilégios a várias feiras.
1272‐1307 — Eduardo I, rei da Inglaterra.
1273 — Privilégios de Afonso X de Leão e Castela ao Honrado Concejo dela Mesta. Morte de Ricardo de Cornualha, última tentativa de Afonso X deLeão e Castela para convencer o papa (1275). Em bula, o papa Gregório Xretoma a questão entre os bispos e o rei.
1273‐1274 — Cortes em Santarém reunidas para tratar da questão entre osbispos e o rei Afonso III de Portugal. Durando Pais é designado um dos"corregedores" para arbitrar as questões.
1273‐1291 — Rodolfo de Habsburgo, rei alemão.
1273‐1303 — Reinado (2o.) de Maomé II, de Granada.
1274 — O papa Gregório X ordena que seja pregada a cruzada também emPortugal. Morte de Henrique I, 14o. rei de Navarra. Concílio de Lião: já sepensa em suprimir as ordens militares especialmente os templários. PedroDubois, autor do livro De recuperatione terrae sanctae, propôs que ostemplários fossem obrigados a residir na Palestina, que os seus bensfossem arrendados e que suas comendas e priorados se transformassemem escolas destinadas ao ensino das ciências.
1274‐1305 — Reinado (15o.) de Joana I, de Navarra.
1275 — Gregório emite a bula De regno Portugaliae, historiando toda acontrovérsia entre os reis e os bispos portugueses desde Afonso II dePortugal. A partir desse ano até sua morte, Afonso III de Portugal não saimais de Lisboa, provavelmente por sua saúde.
1275‐1315 — Ramon Llull escreve sua obra Libro de la orden de Caballeria.
1275‐1277 — O breve pontificado do papa João XXI (português, 1276‐1277,de nome Pedro Julião) constituiu um intervalo no conflito entre o clero ea nobreza lusa.
1276 — (Janeiro) Morte do papa Gregório X. (Fevereiro) Eleito o papaInocêncio V, que designa um franciscano (frei Nicolau Hispano) para ir aPortugal com plenos poderes para executar a bula apostólica; retorna semter conseguido. (Junho) Morte de Inocêncio V. (Julho a Agosto) Adriano Vpapa. (Setembro) Pedro Hispano, português, papa João XXI, dá novospoderes ao franciscano Nicolau Hispano para ir a Portugal. Ramon Llullfunda o colégio de Miramar para o estudo do árabe e a formação demissionário para países muçulmanos. Morte de Jaime I, o Conquistador,9o. rei de Aragão.
1276‐1285 — Reinado (10o.) de Pedro III, o Grande, de Aragão (n. 1239),filho de Jaime I, o Conquistador.
1276‐1277 — Papado de João XXI, português (não existe João XX na listade papas).
1277 — (Janeiro) Sob ordens de João XXI, o franciscano Nicolau Hispanochega a Portugal e consegue com o rei uma solene audiência, lendo aconstituição de Gregório X. (Fevereiro e Março) Vários encontros entreNicolau Hispano e Afonso III de Portugal, sem resultado. (Março) BulaJucunditatis et exultationis, onde o papa português João XXI exprime seudesejo de resolver a questão entre os bispos e Afonso III de Portugal.(Abril e Maio) Nicolau Hispano em Santarém, Coimbra, Porto, Braga,Guimarães, Lamego, Viseu e Guarda. (Maio) Morte do papa João XXI.(06.10) Nicolau Hispano é chamado a outra audiência com o rei, napresença dos infantes D. Dinis e D. Afonso, em que Afonso Peres Farinhadiscursa elogiando o zelo do legado papal. Afonso III de Portugal proíbeaos nobres, incluindo os ricos‐homens, pousarem nos casais foreiros dacoroa e nos reguengos — implantação da autoridade e do poder régio.
1277‐1280 — Papado de Nicolau III, romano.
1278 — (Abril) Bula do papa Nicolau III, onde o papa, nomeando um novoarcebispo de Braga, comunica sua decisão a Afonso III, pedindo suaproteção. Afonso III de Portugal entrega o governo do reino a seu filho D.Dinis. Já nesse ano, num documento oficial, vem citado o “arrabi moordos judeus”, conseqüência da regulamentação de Afonso III de Portugalao sistema de rabinato.
1279 — (Janeiro) Ainda excomungado, Afonso III de Portugal mandaredigir um documento em que declara sua submissão ao papa, ordena aentrega de várias terras à Igreja e recebe a absolvição de frei Estêvão,
abade resignário de Alcobaça. (16.02) Morte de Afonso III de Portugal:recebe exéquias litúrgicas. (Março) O papa Nicolau III nomeia o freifranciscano Telo para uma visita a Leão e Castela para solicitar a AfonsoX, o Sábio que intervenha junto a D. Dinis a respeitar as liberdadeseclesiásticas. Tratado de D. Dinis com os judeus de Bragança (em númerode 19). Estes comprometem‐se a pagar ao rei anualmente, no mês deagosto, um tributo de 600 maravedis leoneses, além de adquirir bens deraiz de estado pela quantia de 3.500 maravedis: 2.000 maravedis de linhas,1.000 maravedis de terras para lavoura e 500 maravedis em edificações.
1279‐1325 — Reinado de D. Dinis, o Lavrador, de Portugal.
1280 — (Agosto) Morte do papa Nicolau III — vacância da sede pontifíciaaté janeiro de 1281. D. Dinis em Trancoso: ordena uma embaixadaportuguesa que vá a Aragão: início das negociações para o casamento deD. Dinis e Isabel, filha de Pedro III, o Grande.
1281 — Lutas entre D. Dinis I de Portugal e o irmão D. Afonso: o primeiroataca o segundo em Vide, por este ter decidido cercar a vila e transformá‐la em castelo (aumentando‐lhe em uma torre) sem lhe pedir autorização.Em Portugal, leis que restringem os abusos dos padroeiros sobre igrejas emosteiros, favorecendo o clero contra extorsões dos nobres. Embaixadaaragonesa em Portugal, nas negociações do casamento de D. Dinis eIsabel de Aragão. (Abril) Generosa carta de dotação da futura rainha (D.Isabel), com o senhorio de três vilas e a segurança de doze castelos. Oprior do Hospital, D. Gonçalo Fagundes, dá o segundo foral a Tolosa.
1281‐1285 — Papado de Martinho IV, francês.
1281‐1295 — Intensificação da política de D. Dinis da prática deaforamentos (758 aforamentos, a uma média de 54 por ano).
1282 — (Fevereiro) Em Barcelona, casamento por procuração, entre D.Dinis de Portugal e Isabel de Aragão. (Fevereiro) Acordo de Estremozentre D. Dinis e o infante D. Afonso a respeito da questão de Vide (1281).(Abril) Cortes de Évora: é apresentado um texto final entre D. Dinis e osbispos, mandado ao papa Martinho IV (a resposta veio em 1284). (Junho)D. Dinis em Trancoso: celebração do casamento com D. Isabel de Aragão.(04.08) D. Dinis subscreve um diploma na Guarda. (Outubro) D. Dinis eD. Isabel em Coimbra: A corte permanece nessa cidade até o fim do ano.Guerra civil castelhana: insurreição de um irmandade geral em apoio aSancho IV contra seu pai Afonso X, o Sábio, de Leão e Castela (D. Dinis de
Portugal apóia o príncipe Sancho). A sublevação da Sicília contra Anjoucoloca a ilha em mãos de Pedro III, o Grande, de Aragão — "VésperasSicilianas" — os angevinos são expulsos. Em Portugal, proteção aempresários que se consagraram à exploração de minas de ferro e demercúrio (azougue). Pero Anes de Portel, governador de Trás‐os‐Montes.
1282‐1290 — Período de maior concessão de forais, política de D. Dinis. Amaior parte beneficiava povoações transmontanas, com fraca densidadedemográfica.
1283 — Criação do Consulado de Comércio de Valência. Pedro III, oGrande, de Aragão, concede à União Aragonesa seu Privilégio Geral.Nascem as cortes de Valência. Morte de Durando Pais, ex‐chanceler darainha e bispo de Évora. (Novembro‐dezembro) Cortes de Coimbra.(Dezembro) Inquirição em Silvade, na Terra de Santa Maria.
1284 — O papa Martinho IV envia resposta a D. Dinis sobre as questõesdos bispos, com exigências de emendas. (Fevereiro) D. Dinis manda fazerinquirições: cadastro geral no julgado de Gaia e na Terra de Santa Maria,prolongando‐se até agosto de 1284. Início da indústria têxtil emBarcelona. Afonso III de Aragão apóia os infantes de La Cerda. Sancho (IVde Leão e Castela) obtém a aliança de Filipe IV de França. Morte deAfonso X, o Sábio, de Leão e Castela, no meio de grave conflito com seufilho, Sancho IV. Nomeia D. Beatriz sua testamenteira, deixando‐lhe oantigo reino de Niebla. Sancho IV autoproclama‐se rei, é coroado emToledo e impõe sua autoridade sobre Castela.
1284‐1295 — Período de maior concessão de cartas de privilégio de feirasfrancas, política de D. Dinis I de Portugal. Privilegiou‐se os lugares pertodas fronteiras galega, leonesa e castelhana, junto às vias de penetração ede circulação no interior, como o Douro e a estrada da Beira. Reinado deSancho IV, de Castela, filho de Afonso X, o Sábio.
1285 — Sublevação em Barcelona encabeçada por Berengário Oller. Mortede Pedro III, o Grande, 10o. rei de Aragão. (Junho) Cortes de Lisboa: osbispos escrevem ao papa Honório IV fazendo acusações a D. Dinis. Osnobres protestam contra a quebra de imunidades senhoriais, face àofensiva da administração central nas inquirições iniciadas em 1284.Domingos Anes Jardo, chanceler favorável a D. Dinis, para Évora. EmPortugal, definição da taxação dos tabelionatos. Nascimento de Fernando
IV de Castela, filho de Sancho IV de Castela. (?) Nascimento de D. Pedro,filho bastardo do rei D. Dinis e autor do Livro de Linhagens e da CrônicaGeral de Espanha de 1344.
1285‐1287 — Papado de Honório IV, romano.
1285‐1291 — Reinado (11o.) de Afonso III de Aragão (filho de Pedro III, oGrande, de Aragão).
1285‐1312 — Fernando IV, o Aprazado, rei de Castela e Leão.
1285‐1314 — Filipe IV, o Belo, rei de França.
1286 — Lei de desamortização de D. Dinis (favoreciam a coroa e osnobres, prejudicados pela excessiva acumulação de bens fundiários peloclero). Álvaro Nunes de Lara se revolta abertamente contra seu senhor,Sancho IV de Castela, assolando com seu bando povoações castelhanasjunto à fronteira portuguesa (Beira e Trás‐os‐Montes) — o infante D.Afonso apóia Álvaro Nunes de Lara, um dos motivos de sua contenda comD. Dinis. Um dos combates se deu em Alfaiates (ainda pertencente ao reide Leão). Nele morreram dois cavaleiros portugueses irmãos do mordomodo infante D. Afonso. Pero Anes de Portel, governador de Panóias.
1287 — A "Lide dos Alfaiates": luta dos concelhos contra os nobresrevoltosos. Morte do papa Honório IV. D. Isabel recebe Sintra como arrade seu rei, D. Dinis. (Outubro e Novembro) D. Dinis associa‐se a SanchoIV de Castela para cercar o infante português D. Afonso em Aroches.(Dezembro) o infante D. Afonso, submetido a D. Dinis e Sancho IV deCastela, celebra a paz de Badajoz. Inquirição sobre a herança da fortunada família de Souza, a mais poderosa representante da nobreza tradicionalportuguesa (os herdeiros do conde Gonçalo Garcia de Souza).
1288 — Sancho IV assegura o poder real definitivamente em Leão eCastela. O tratado assinado em Lyon estabelece por dois séculos as linhasgerais da política externa castelhana. A aliança com a França será seuponto forte. (Fevereiro) Eleito novo papa, Nicolau IV: as negociaçõessobre as questões dos bispos recomeçam em Roma, com a presençadestes. (17.09) Na bula papal Pastoralis officii, Nicolau IV, respondendo aum pedido dos freires portugueses da Ordem de Santiago, permite‐lheseleger provincial próprio, independente do mestre da Hispânia. (?) Iníciodas negociações para a fundação de uma universidade em Portugal.(Junho) Cortes de Guimarães: D. Dinis I de Portugal, numa posição de
força após a submissão do infante D. Afonso (1287), responde aosprotestos dos nobres prometendo designar uma comissão para averiguar alegitimidade das honras criadas desde o tempo de Afonso II. (Setembro)Sentença sobre o destino dos bens da família de Souza: o rei se arroga nodireito de interferir na sucessão do patrimônio senhorial — afirmação dopoder régio.
1288‐1292 — Papado de Nicolau IV, de Ascoli.
1289 — Concordata de D. Dinis com a Santa Sé para pôr fim às querelasentre o clero português e a nobreza: texto com 40 artigos aprovados pelopapa em 07 de março. Domingos Anes Jardo, chanceler favorável a D.Dinis, de Évora para Lisboa. D. Dinis I de Portugal auxilia Sancho IV deCastela na guerra contra Afonso III de Aragão, apesar deste ser seucunhado. D. Dinis doa a seu filho D. Pedro (futuro conde de Barcelos,autor do Livro de Linhagens e da Crônica Geral de Espanha de 1344) bensem Lisboa, Estremoz, Évora‐Monte, para ele e sua descendência legítima(caso não tivesse descendentes, os bens deveriam reverter para seu irmãoAfonso Sanchez, outro bastardo).
1289‐1313 — D. Dinis I de Portugal sustenta graves questões com o bispoD. Egas de Viseu, levando este a escrever a obra De libertate Ecclesiae.
1290 — Os judeus são expulsos da Inglaterra pelo rei Eduardo I (1272‐1307). O papa Nicolau IV (de Ascoli, 1288‐1292) confirma o Estudo Geralde Lisboa, fundado por D. Dinis I de Portugal. Concordata de 1289:suspensão do longo interdito a que o reino estava sujeito desde 1267.(01.03) Fundação da Universidade de Lisboa por D. Dinis I de Portugal.Em Portugal, proteção a empresários que se consagraram à exploração doouro. (05.11) Provisão régia: sentença judicial sobre o resultado dasinquirições de 1288, reprimindo a extensão e a multiplicação de honras desenhores.
1291 — Queda de Acre na Terra Santa; o papa Nicolau IV manda que osclérigos portugueses celebrem concílios provinciais para deliberaremsobre o auxílio a enviar à Terra Santa. (Fevereiro) Nascimento de Afonso,futuro Afonso IV de Portugal, 7o. rei, filho de D. Dinis I de Portugal e darainha Santa Isabel. 2a. lei de desamortização de D. Dinis (a 1a. em 1286).(Março) Cortes de Coimbra: lei sobre heranças; novos protestos dosnobres diante da afirmação do poder régio. D. Dinis promulga a lei queproíbe as ordens militares de herdarem bens dos seus professos e de lhes
comprarem propriedades fundiárias ou os receberem em doação,alegando justamente que as terras dos fidalgos estavam "minguadas e muipobres". (Setembro) D. Dinis encontra‐se com Sancho IV de Castela emCidade Rodrigo para combinar o casamento de sua filha Constança comFernando, príncipe herdeiro de Castela. Morte de Afonso III, 11o. rei deAragão.
1291‐1327 — Reinado (12o.) de Jaime II de Aragão, irmão de Afonso III efilho de Pedro III, o Grande.
1292 — Sancho IV de Leão e Castela conquista Tarifa. Concordata (05artigos) respondendo a queixas dos bispos do Porto, da Guarda, deLamego e de Viseu contra o rei D. Dinis. 3a. lei de desamortização de D.Dinis (1a. em 1286, 2a. em 1291).
1292‐1294 — Sede pontifical vacante.
1292‐1298 — Adolfo de Nassau, rei alemão.
1293 — É criada uma bolsa de mercadores em Portugal, com entrepostosna Flandres, Inglaterra, Normandia, Bretanha e La Rochelle. Liberdade decomércio entre Portugal e Inglaterra. Esmorecimento da aliança luso‐castelhana (D. Dinis e Sancho IV): o rei português protege D. João Nunesde Lara nas suas desavenças com Sancho IV e quando este decide rompero acordo acerca do futuro casamento de seu filho, prometendo desposá‐locom uma filha do rei Filipe, o Belo, de França.
1294 — Papado de São Celestino V, dos Abruzzos. O papa Celestino Vconfirma a bula de 1288 do papa Nicolau IV que concede aos freiresportugueses da Ordem de Santiago a eleição independente do mestre daHispânia (ela foi revogada pouco depois pelo mesmo pontífice e porBonifácio VIII).
1294‐1303 — Papado de Bonifácio VIII, de Anagni.
1294‐1313 — João Martins de Soalhães, chanceler favorável a D. Dinis, emLisboa.
1295 — Em Portugal, fundação do mosteiro de monjas cistercienses deOdivelas, protegido por D. Dinis. Martim Pires de Oliveira, chancelerfavorável a D. Dinis, para Braga. (Abril) Morte de Sancho IV de Castela:disputa política entre Fernando IV (de apenas 9 anos), os infantesHenrique (irmão de Afonso X, o Sábio), João (irmão de Sancho IV),
Afonso e Fernando de la Cerda. D. Dinis apóia o infante D. João. (20.07)Bula Ab antiquis retro, do papa Bonifácio VIII: revoga a concessão do papaNicolau IV (de 1288) e os freires de Santiago voltam à sujeição do mestrede Castela (até 1314). (Outubro) Compromisso firmado entre D. Dinis e onovo tutor de Fernando IV, D. Henrique: D. Dinis se compromete aentregar as povoações de Moura, Serpa, Arouche e Aracena, demarcar afronteira luso‐castelhana em litígio e renovar a promessa de casamento deFernando IV com D. Constança. Carta de D. Dinis a favor dos judeus deLisboa.
1295‐1303 — D. Judá, rabino‐mor de Portugal e ministro das finanças de D.Dinis.
1295‐1312 — Reinado (8o.) de Fernando IV de Castela, filho de Sancho IVde Castela.
1296 — (Janeiro) Em Aragão, renovam‐se as tentativas para retirar o tronoa Fernando IV: os infantes D. João e D. Afonso de la Cerda partilham oreino entre si (Leão, Galiza e Astúrias ao primeiro e Castela e Andaluziaao segundo). (Abril) Os dois infantes são aclamados reis, em Leão eSahagún. Aragão ocupa Múrcia e Alicante. (Setembro e Outubro) D. Dinisauxilia o infante D. João com centenas de cavaleiros: com Afonso de laCerda marcham de Salamanca sobre Tordesilhas e Simancas paraconquistar Valhadolid. D. Dinis se retira para a Beira. Constituição da"Irmandade da Marinha de Castela com Vitoria", ou "Irmandade dasMarinhas". Pedro Martins, chanceler favorável a D. Dinis, para Coimbra.Generalização da adoção da língua vulgar nos documentos oficiais dachancelaria portuguesa.
1296‐1317 — Política de D. Dinis de aforamentos (532, a uma média de 25por ano).
1297 — (Setembro) Tratado de Alcanises: é atribuído a Portugal Sabugal,Castelo Rodrigo e Almeida (questão de Ribacoa). Portugal desiste deAroche e Aracena, além de Valência, Ferreira, Esparregal e Aiamonte. D.Dinis compromete‐se a ajudar Castela com 300 cavaleiros sob o comandode João Afonso de Albuquerque. Este tratado fixou a demarcação entrePortugal e Castela — é considerada a linha de fronteira mais estável daEuropa. É acertado o casamento de Fernando IV de Castela e sua irmã, D.
Beatriz, com D. Constança de Portugal e seu irmão, o infante D. Afonso.Em Portugal, leis que restringem os abusos dos padroeiros sobre igrejas emosteiros, favorecendo o clero contra extorsões dos nobres.
1298 — Início da construção da catedral de Barcelona. (Fevereiro) Cortesde Valhadolid: as hermandades de vários concelhos castelhanos pedem oauxílio de D. Dinis para combater o infante D. João e os nobres que oapoiavam. (Maio) Nomeação do primeiro conde territorial português,João Afonso de Albuquerque, conde de Barcelos. (Julho) D. Dinis dirige‐secom suas tropas a Castela, encontrando‐se em Toro e em Mota delMarqués com o infante D. Henrique. Propôs a D. Maria de Molina quereconhecesse D. João como rei de Galiza: a rainha recusou. (Agosto eSetembro) D. Dinis permanece no Sabugal, aguardando o evoluir dosacontecimentos castelhanos. D. Judá, rabino‐mor de Portugal e ministrodas finanças de D. Dinis, empresta 6.000 libras a D. Raimundo deCardona, para a compra da cidade de Mourão.
1298‐1302 — A política externa de Portugal é dominada pelas relações comCastela.
1298‐1308 — Alberto I, rei alemão.
1298‐1347 — Início da construção das catedrais de Barcelona, Gerona,Huesca, Saragoça, Palma de Mallorca e Tortosa.
1299 — Terceira revolta do infante D. Afonso, que desta vez foi cercadoem Portalegre (entre maio e outubro), com a ajuda das ordens militaresde Avis e do Templo. Como em 1281 e 1287, o resultado foi a submissão doinfante e a troca de seus senhorios por outros do interior: recebeu Ourémem vez de Marvão e Sintra em vez de Portalegre.
1300 — (aprox.) Las Siete Partidas adquirem sua forma definitiva. (Março)D. Dinis volta a encontrar‐se em Cidade Rodrigo com os soberanos deCastela para repartir os custos das bulas que era necessário obter emRoma para a legitimação de Fernando IV de Castela. (Julho) Acordo deLisboa sobre a terceira revolta do infante D. Afonso (1299).
1300‐1314 — Geraldo Domingues, chanceler favorável a D. Dinis, para oPorto.
1301 — Fernando IV de Castela atinge a maioridade. Em Portugal,proteção a empresários que se consagraram à exploração de sulfatos dealumínio e sódio ou potássio (pedra‐ume). D. Dinis manda recomeçar as
inquirições em quase todo o Minho e em parte da Beira. D. Dinis doa aseu filho bastardo D. Pedro (futuro conde de Barcelos) bens em Sintra.
1302 — (Janeiro) Fernando IV de Castela celebra bodas de casamento comD. Constança de Portugal. Fernando IV de Castela passa a ter o apoioefetivo de seu sogro, D. Dinis. Tratado de Caltabellota: reconhecimentodo império mediterrâneo da coroa de Aragão. Obras dos castelos deMonsanto e Sabugal, dirigidas por um monge cisterciense. Umainquirição deste ano diz que “havia 50 annos e mais”, naquela data, queArouche estava conquistada e que Afonso Peres Farinha — prior doHospital em Portugal — residira em Moura.
1303 — (Abril?) D. Dinis encontra‐se com Fernando IV de Castela, a seupedido, em Badajoz, obtendo um empréstimo monetário de 1 milhão demaravedis, ficando os rendimentos da cidade de Badajoz como penhor deseu pagamento. D. Dinis ainda obriga‐se a ajudá‐lo militarmente naguerra contra seus opositores. Cortes de Coimbra: lei sobre os tabeliães eos selos dos concelhos — inovação de grande importância, atribuindo àcoroa um instrumento de controle burocrático dos concelhos. D. Dinismanda recomeçar as inquirições de novo no Minho (a outra de 1301) e emTrás‐os‐Montes. D. Dinis doa a seu filho bastardo D. Pedro (futuro condede Barcelos) bens em Tavira.
1303‐1304 — Papado de Bento XI, de Treviso.
1303‐1309 — Reinado (3o.) de Maomé III, de Granada.
1304 — D. Guedelha, judeu filho de D. Judá, já ocupa o cargo de rabino‐mor de Portugal. Estêvão Anes Brochado, chanceler favorável a D. Dinis,para Coimbra. (Junho) Fernando IV de Castela declara aceitar aarbitragem portuguesa para as questões pendentes entre Castela e Aragão.(Julho) D. Dinis dirige‐se à fronteira castelhano‐aragonesa à frente deuma solene comitiva de mais de 1000 nobres. (Agosto) Tratado de Agreda:os três reis (Portugal, Aragão e Castela) encontram‐se em Torrellas, entreAgreda e Tarazona, onde D. Dinis pronuncia sua sentença acerca dasquestões de litígio. É estabelecida uma aliança perpétua entre os trêsreinos.
1305 — 4a. lei de desamortização de D. Dinis (1a. em 1286, 2a. em 1291, 3a.em 1292). Publicação do regimento dos tabelionatos em Portugal. (Maio)Lei que proíbe os nobres de armarem cavaleiros os vilãos dos concelhos,
declarando que só o rei podia exercer este privilégio. Morte de Joana I,15a. rainha de Navarra.
1305‐1306 — (?) Entre esses anos, casamento de D. Pedro (filho bastardodo rei D. Dinis, futuro conde de Barcelos e autor do Livro de Linhagens eda Crônica Geral de 1344) com D. Branca Peres, filha de Pero Anes dePortel, governador de Sintra e Leiria (1268‐1282), Trás‐os‐Montes (1282) ePanóias (1286).
1305‐1314 — Papado de Clemente V, francês.
1305‐1316 — Reinado (16o.) de Luís Hutfn, de Navarra.
1306 — Clemente V ordena que se reúna um concílio na Espanha parajulgar o procedimento dos templários ibéricos. Reuniu‐se em Salamanca,assistindo o arcebispo de Santiago, e mais onze bispos, entre eles o deLisboa, D. João de Soalhães. Nada se apurou contra a Ordem do Templo.D. Dinis doa a terra de Gestaçô com seus termos e jurisdições a seu filhobastardo D. Pedro (futuro conde de Barcelos).
1307 — Novas inquirições em Portugal (de novo no Minho, Trás‐os‐Montes e na Beira): novos protestos dos nobres, O rei confia o exame dosresultados a uma junta de cinco membros, presidida pelo arcebispo deBraga, o cortesão Martim Pires de Oliveira: os resultados foramconfirmados. Os nobres reclamaram de novo; foi designado o bispofranciscano do Porto, frei Estêvão Miguéis, que também aprova oresultado. Em Portugal, leis que restringem os abusos dos padroeirossobre igrejas e mosteiros, favorecendo o clero contra extorsões dosnobres. D. Constança, esposa de Fernando IV de Castela e filha de D.Dinis, pede pessoalmente ao pai um novo empréstimo ao marido. D.Dinis tem uma árdua contenda com o bispo de Tui, cuja diocese ia até oLima, porque não admitia que os clérigos desta parte do territórioportuguês mandassem redigir os seus documentos aos notários daquelacidade. (?) Nomeação do primeiro almirante português conhecido, NunoFernando Cogominho (até 1317). O papa Clemente V ordena que se realizena Hispânia um concílio que averiguasse as responsabilidades efetivas dostemplários na Península, face ao processo movido por Filipe, o Belo. Ospadres, reunidos em Salamanca, entre eles o bispo de Lisboa, concluírampela inocência. (04.2) Carta do rei da Inglaterra Eduardo I, escrita aos reisde Portugal, Castela, Sicília e Aragão, sobre as acusações que se faziam aostemplários, pede que sejam tratados com favor. (13.10) Prisão dos
templários na França. O conde D. Pedro, filho bastardo do rei D. Dinis,torna‐se mordomo da infanta D. Brites, esposada mas ainda não casadacom o infante D. Afonso.
1307‐1327 — Eduardo II, rei da Inglaterra.
1307‐1336 — D. Estêvão Vasques Pimentel, prior da Ordem do Hospitalem Portugal, conselheiro de D. Dinis.
1308 — Tratado de comércio entre Portugal (D. Dinis) e Inglaterra(Eduardo II). (26.02) O papa Clemente concede autorização a D. Dinispara transferir a universidade de Alfama (Lisboa) para Coimbra, queocorre em 1309. D. Dinis e Fernando IV de Castela estabelecem um pactode defender e conservar os bens dos templários contra qualquer decisãoem contrário, mesma vinda do papa (os templários tinham começado aser atacados por Filipe, o Belo, desde 1307). O rei de Aragão associou‐semais tarde a esse acordo. Política de criar coutos de homiziados(indivíduos fugitivos da justiça): instituição do de Noudar. Apesar dadecisão do concílio de Salamanca (1307) sobre os templários, o papaordena o seqüestro de seus bens (alguns eclesiásticos, como os CônegosRegrantes de Santa Cruz e o bispo da Guarda quiseram apoderar‐sedeles). O rei português não consentiu. Instala‐se então um processojudicial para os incorporar na coroa.
1308‐1313 — Henrique VII, rei alemão.
1309 — Concordata (22 artigos) para resolver divergências entre o bispo eo cabido de Lisboa. 5a. lei de desamortização de D. Dinis (1a. em 1286, 2a.em 1291, 3a. em 1292, 4a. em 1305). D. Constança pede novamente ao pai(D. Dinis) um empréstimo ao marido, Fernando IV de Castela, por ocasiãoda guerra com Granada, que levou ao cerco de Algeciras e à conquista deGibraltar. D. Dinis colaborou com a campanha de Fernando IV de Castela,com 700 cavaleiros comandados por D. Martim Gil de Souza. Casamentodo infante D. Afonso (IV) de Portugal com a infanta D. Beatriz, irmã deFernando IV de Castela. O baixo clero de Lisboa dirige‐se a Roma comlongas reclamações contra D. Dinis, especialmente pelo florescimento dajudiaria em Lisboa e a presença de judeus influentes na corte portuguesa.É sagrado bispo do Porto (30o.) frei Estêvão, franciscano. O papado seestabelece em Avignon.
1309‐1312 — Reinado (4o.) de Nazar, de Granada.
1310 — Concessão coletiva de Filipe, o Belo, de França, faz aos mercadoresportugueses de Harfleur (expansão do comércio luso). (21.01) É fechadoum pacto entre D. Dinis e seu genro, Fernando de Castela: para o caso deser abolida a Ordem do Templo, os dois reis se obrigam a defender econservar os bens templários em seus reinos. Clemente V determina quese reúna novo concílio para averiguar o procedimento dos templáriosibéricos. Dois concílios são realizados. Locais Medina del Campo eSalamanca (neste com a presença do bispo de Lisboa, D. João, e do bispoda Guarda, D. Vasco). É reconhecida a inocência dos templários. Oprocesso judicial (1307) para tratar da incorporação dos bens templários àcoroa portuguesa decide favoravelmente a D. Dinis. Concílio de Medinadel Campo e, a seguir, em Salamanca (neste, com a presença dos preladosportugueses) para tratar dos bens templários na Península. Nascimentode Afonso XI de Castela, filho de Fernando IV de Castela. 54 cavaleirostemplários são queimados à porta da Igreja de Santo Antônio, em Paris.
1310‐1313 — D. Dinis sustenta graves questões com o frei franciscanoEstêvão Miguéis do Porto.
1311 — Em Portugal, leis que restringem os abusos dos padroeiros sobreigrejas e mosteiros, favorecendo o clero contra extorsões dos nobres.
1312 — Bula Vox in excelso: supressão dos templários no Concílio deViena, com a presença de Filipe, o Belo e o papa Clemente V (além dequatro bispos portugueses): o papa exclui da decisão os bens templáriosque se situavam na Hispânia. (Janeiro) O tribunal régio decide a respeitodos herdeiros de João Afonso de Albuquerque: seus genros, o bastardorégio Afonso Sanches e o alferes‐mor, Martim Gil de Souza. Martim Gilherdou o título de conde de Barcelos, mas Afonso Sanches ficou com amaior parte da fortuna (o senhorio e o castelo de Albuquerque). (02.05)Bula Ad providam: Clemente V confere os bens templários à Ordem doHospital, exceto os situados nos reinos de Castela, Aragão, Portugal eMaiorca. O irmão bastardo da rainha Santa Isabel de Portugal, D. João deAragão, dirigiu uma embaixada à corte de D. Dinis para propor ocasamento de D. Violante, filha de Jaime II, na casa real portuguesa, alémde tentar resolver questões de fronteira entre Portugal e Castela.(Setembro) Morte de Fernando IV de Castela ‐ menoridade de Afonso IX.(Novembro) Ofendido com a decisão do tribunal régio (ver acima),Martim Gil exilou‐se em Castela, morrendo neste mês.
1312‐1325 — Reinado (5o.) de Ismail I, de Granada.
1312‐1350 — Reinado (9o.) de Afonso XI, o Bom de Castela, filho deFernando IV de Castela. Afonso XI de Castela protege a comunidadejudaica: faz de Don José De Écija seu ministro de finanças e Samuel ibnWakar seu médico (foram mais tarde acusados de intriga e morreram naprisão).
1313‐1322 — Estêvão Miguéis, agora frei de Lisboa, continua a sustentargraves questões com D. Dinis.
1314 — Conflitos entre D. Dinis e o filho, futuro D. Afonso IV, agravadospela guerra civil entre 1320‐1324. Geraldo Domingues, chanceler do Portodesignado para Évora, favorável a D. Dinis. (Outubro) Reunião dasdelegações portuguesa e castelhana para demarcar a fronteira na zona deMoura e Noudar. É eleito um mestre português para a Ordem de Santiagoindependente do mestre da Hispânia, apesar de bula contrária do papaBonifácio VIII. O bastardo régio D. Pedro é feito conde de Barcelos porseu pai, o rei D. Dinis — o único título de conde que havia em Portugal —e doava‐lhe a vila de Barcelos. D. Dinis confirma uma doação que lhefizera D. João Soares, da Ordem do Templo. Cinqüenta e quatrotemplários franceses são queimados em Paris.
1314‐1316 — Sede pontifícia vacante. Luís X, rei de França.
1314‐1347 — Luís IV de Baviera, rei alemão.
1315 — A partir desse ano o infante D. Afonso (futuro Afonso IV dePortugal) incompatibiliza‐se com o pai, D. Dinis, por razões relacionadascom o valimento na corte de seus meios‐irmãos Afonso Sanches, JoãoAfonso e Fernão Sanches. O mestre português eleito para a Ordem deSantiago é excomungado pelo mestre castelhano da Hispânia. Os nobresportugueses solicitam a designação de um cavaleiro para osrepresentarem junto ao processo sobre o resultado das inquirições de1307, que continua se arrastando no tribunal da corte. D. Diogo Muniz,mestre da Ordem de Santiago, publicou excomunhão contra os freires dePortugal, a qual foi passada em nome do arcebispo de Toledo, do bispo deSalamanca e do deão de Lugo; mas Lourenço Anes resistiu sempre,opondo processos dilatórios. Antes desse ano, morte de Pero Anes dePortel, governador de Leiria e Sintra (1268‐1282), Trás‐os‐Montes (1282) ePanóias (1286).
1316 — A decisão de manter os freires portugueses da Ordem de Santiagosujeitos a Castela (mestre da Hispânia) é confirmada pelo papa João XXII.O tribunal da corte repete mais uma vez a sentença anterior: o reicontinua então a encarregar seus delegados de exigirem os direitos régiosnas honras devassas. Raimundo de Cordona, testamenteiro de Martil Gilde Sousa (conde de Barcelos exilado em Castela em 1312) também se exilaem Castela. O papa João XXII encarrega o arcebispo de Compostela dereconciliar D. Dinis e o infante D. Afonso. Dissensões entre D. Dinis e osdois bispos do Porto e Lisboa, Fernando Ramires e seu tio frei EstêvãoMiguéis, entretanto transferido do Porto para a capital. Morte de LuísHufn, 16o. rei de Navarra.
1316‐1322 — Filipe V, rei de França. Reinado (17o.) de Filipe, de Navarra.
1316‐1334 — Papado de João XXII, de Cahors.
1317 — O genovês Manuel Pessanha é nomeado almirante da frota realportuguesa, em substituição ao primeiro almirante, Nuno FernandoCogominho. Concessão de bens e privilégios que D. Dinis oferece aManuel Pessanha. Em Portugal, leis que restringem os abusos dospadroeiros sobre igrejas e mosteiros, favorecendo o clero contra extorsõesdos nobres. (17.04) Bula Inter caetera: O papa João XXII confirma adecisão de manter os freires portugueses da Ordem de Santiago sujeitosao mestre da Hispânia (Castela). O rei apóia as reclamações do concelhodo Porto contra seu bispo, Fernando Ramires, e neste ano dá sentençacontra ele. O partido senhorial consegue como aliado o bastardo régio D.Pedro, apesar deste ter sido feito conde de Barcelos (1314) e alferes‐mor(1317). O conde de Barcelos D. Pedro encontra‐se no concelho da Feira,encarregado de proceder a uma das inquirições particulares que o rei D.Dinis fez seguir às inquirições gerais de 1290. O bastardo régio D. Pedro,conde de Barcelos, chefia um combate contra os partidários do tambémbastardo Afonso Sanches, derrotando‐os. Cai assim na ira régia e exila‐seem Castela. O bispo de Évora é encarregado de excomungar osadversários do rei no seio da nobreza.
1318 — D. Dinis envia embaixada à Santa Sé (de que fazia parte o genovêsalmirante Manuel Pessanha) para defender a sua causa dos cavaleirosportugueses da Ordem de Santiago. Uma embaixada é enviada à Santa Sépara tratar da criação da Ordem de Cristo em Portugal. Agrava‐se asdissensões entre D. Dinis e os bispos do Porto e Lisboa, iniciadas em 1316.
O rei condena à morte dois familiares do primeiro e manda seu mordomoVasco Pereira ocupar as torres e o palácio do segundo. Ambos deixam oreino e se refugiam em Avinhão.
1319 — Bulas de João XXII Olim felicis (27.02) e Tunc digne (01.07):separação entre a Ordem de Santiago de Portugal e de Castela. Bulaspapais Ad ea ex quibus (de 14.03) e Desiderantes ab intimus (de 15.03):criação da Ordem Militar de Cristo em Portugal por D. Dinis, pelo papaJoão XXII (de Cahors, 1316‐1334): os bens templários em terras portuguesaspassam a essa ordem; atribui‐lhe a regra de Calatrava, sujeitando‐a àjurisdição espiritual do abade de Alcobaça e colocando a sua sede emCastro Marim — o rei português seguia assim o exemplo do de Aragão,que com o patrimônio dos templários valencianos, criou a Ordem deMontesa, embora entregasse o restante do patrimônio aragonês à Ordemdo Hospital (o rei de Castela incorporou a maioria dos domínios dosextintos cavaleiros do Templo). Martinho, médico de D. Dinis, designadopara a chancelaria da Guarda. D. Afonso, herdeiro do trono de Portugalexige que lhe seja entregue a justiça do reino, apoiado nos nobres que sesentiam prejudicados pelas inquirições. (Maio) Encontro do herdeiro D.Afonso com a rainha D. Maria de Molina de Castela para conseguir apoiocontra D. Dinis. Concessão de bens e privilégios que D. Dinis oferece aManuel Pessanha. Após o envio da embaixada à Santa Sé (1318), D. Dinisconsegue que o papa nomeie como juízes apostólicos na causa doscavaleiros portugueses da Ordem de Santiago os arcebispos de Braga e deCompostela. A independência da província portuguesa face ao mestre daHispânia tornou‐se fato consumado (apesar de Roma nunca terconfirmado). (Novembro) É eleito o primeiro mestre da Ordem de Cristo.
1319‐1324 — Guerra civil: revolta do infante D. Afonso (futuro Afonso IV)que atribuía a D. Dinis a intenção de o preterir na sucessão do trono porum irmão bastardo, D. Afonso Sanches. De um lado, D. Afonso e sua mãe,a rainha Santa Isabel, além de um punhado de grandes senhores e muitosfilhos segundos, além dos bispos do Porto e de Lisboa (Norte e Centro doreino). Do outro, o sexagenário rei D. Dinis com os filhos bastardosAfonso Sanches, João Afonso e Fernão Sanches, os oficiais da corte, algunsnobres de segunda, o bispo de Évora, o deão do Porto e, importantíssimosaliados, os mestres das ordens militares (sul do reino).
1320 — (08.04) Nascimento em Coimbra do infante D. Pedro (futuroPedro I de Portugal). (23.05) Através da bula Apostolice Sedis, o papa JoãoXXII dá uma concessão a D. Dinis por três anos do dízimo de todas asrendas eclesiásticas do reino — exceto as do Hospital — para financiaruma armada de galés destinada a guerrear os mouros durante igualperíodo (guerra com Granada). (01.07) D. Dinis acusa seu filho D. Afonsopublicamente de revolta num manifesto. (Setembro) D. Dinis conseguecom o papa João XXII bula que condena todos aqueles que incitassem oinfante à revolta. (?) D. Dinis envia à cúria pontifícia o almirante ManuelPessanha e o deão do porto, D. Gonçalo Gonçalves de Pereira (futurobispo de Lisboa e arcebispo de Braga) a fim de solicitarem ao papa, entreoutras coisas, auxílio financeiro para a guerra contra os mouros.
1320‐1321 — Todas as igrejas do reino de Portugal são taxadas.
1321 — Morte da rainha D. Maria de Molina de Castela. (05.03)Assassinato do bispo de Évora pelos partidários do infante. Ordem régiapara o meirinho‐mor de Aquém‐Mouro reprimir os abusos praticados nashonras novas e na periferia das honras antigas. O infante D. Afonso ocupaa cidade de Leiria, por traição do copeiro do rei, cujos bens foram depoisconfiscados.
(Abril?) Conquista da alcaçóva de Santarém pelo infante D. Afonso.(Maio?) Reconquista da alcaçóva de Santarém por D. Dinis. (15.05) D.Dinis manda ler em Lisboa um segundo manifesto acusatório contra seufilho. Mensagem de D. Dinis a Aragão. (11.06) São aprovados os primeirosestatutos da Ordem de Cristo (a ordem possuía 69 cavaleiros armados emontados, 9 clérigos e 6 sargentos, num total de 84 freires). (Julho)Mensagem da rainha D. Isabel e do infante D. Afonso a Aragão. (Julho?)Desterro da rainha D. Isabel para Alenquer. (Setembro) Mensagem darainha D. Isabel a Aragão. (Verão e Outono) Marcha do infante D. Afonsosobre Lisboa. (Setembro a Dezembro) Missão do legado aragonês, D. freiSancho, meio‐irmão da rainha D. Isabel. (17.12) D. Dinis apresenta oterceiro manifesto contra o filho (o infante D. Afonso), ainda em Lisboa.Em resposta, D. Afonso apodera‐se de Coimbra, ainda neste mês.Inquirição dirigida à região de Lamego. Em Portugal, proibição de seconstituírem novas honras.
1322 — A nova frota portuguesa comandada por Manuel Pessanha passa oestreito de Gibraltar e ataca as costas de Marrocos e de Granada. (Janeiro)O infante D. Afonso entra em Montemor‐o‐Velho, avança para o norte,
ocupa os castelos da Feira e de Vila Nova de Gaia e o Porto. Ainda nessemês, D. Dinis reconquista Leiria. (Fevereiro e Março) O infante D. Afonsoataca Guimarães, onde tinha se refugiado o meirinho‐mor do rei, MenRodrigues de Vasconcelos, que dirigiu a defesa da cidade. Carta do papa àrainha D. Isabel. (Março) D. Dinis toma Leiria, castigando com a maiorseveridade alguns de seus habitantes; avança até Coimbra. O infante D.Afonso abandona o cerco de Guimarães para socorrer Coimbra. A rainhaSanta Isabel toma a iniciativa das conversações de paz, com a ajuda doconde D. Pedro de Barcelos (filho bastardo do rei), regressado do exílioem Castela. Novas cartas do papa ao rei e à rainha de Portugal. (01 a 10.05)O rei se estabelece em Leiria, o infante D. Afonso em Pombal. Chegam aum acordo: D. Afonso recebe o senhorio das povoações que tinhaocupado (Coimbra, Montemor, Feira, Gaia e Porto), mas o faz porhomenagem ao rei. (Maio a Julho) Embaixada do legado do papa. (Junho)D. Dinis, com 61 anos de idade e gravemente enfermo, faz seu segundotestamento. (Junho) De volta da expedição guerreira ao Marrocos eGranada, Manuel Pessanha recebe galardão pelo feito. Inquirição sobre opadroado da igreja de Valença. Proteção ao clero minhoto contra osabusos da nobreza. Em Portugal, leis que restringem os abusos dospadroeiros sobre igrejas e mosteiros, favorecendo o clero contra extorsõesdos nobres. Concessão de bens e privilégios que D. Dinis oferece a ManuelPessanha. Segundas núpcias do conde D. Pedro de Barcelos. Da primeiraesposa, D. Branca Peres, D. Pedro herda uma parte importante da fortunados Sousas. Morte de Filipe, 17o. rei de Navarra.
1322‐1328 — Carlos IV, rei de França. Reinado (18o.) de Carlos I, deNavarra.
1323 — (Outubro) Cortes de Lisboa, a pedido de D. Afonso: questõeslevantadas pela guerra civil. Não obtendo suas reivindicações, retira‐se daassembléia para Santarém, onde reúne um exército para conquistarLisboa. Os seus homens defrontam‐se com os do rei na batalha deAlbogas, perto de Loures. A rainha Santa Isabel intervêm novamente.(Dezembro) Os dois exércitos quase chegam às vias de fato em Alvalade,perto de Lisboa; chega‐se a novo armistício por intervenção conjunta deD. Isabel e do bispo da cidade, D. Gonçalo Gonçalves de Pereira. (19.12)Carta régia de entrega dos bens templários à Ordem de Cristo. EmPortugal, proibição ao clero de interferir nos testamentos.
1324 — (Janeiro) Rebelião de Santarém contra D. Dinis. (Fevereiro) O reidirige‐se de Lisboa a Santarém, onde seu filho continuava a morar. Nemeste nem o concelho quiseram recebê‐lo. Nova batalha, sem resultado.(26.02) Paz de Santarém: o infante D. Afonso obtinha a segurança dasucessão, sendo destituído dela e afastado da corte o bastardo emordomo‐mor Afonso Sanches. Recebe do rei um aumento de suasrendas em 10.000 libras. O rei ainda substitui o meirinho‐mor, MendoRodrigues de Vasconcelos por Vasco Pereira, e o meirinho da casa real,Lourenço Anes Redondo, por Lourenço Mendes; uma efetiva cedência àsreclamações e exigências de seu filho e da nobreza senhorial. (Maio)Chega a Santarém o arcebispo de Compostela, enviado pelo papa paraconfirmar os acordos estabelecidos e celebrar a paz. Inquirição sobre amata da Urqueira, na zona da Vila Nova de Ourém. Em Portugal, leicontra os abusos da jurisdição feudal. (31.12) D. Dinis faz seu terceiro eúltimo testamento.
1325 — (07.01) Morte de D. Dinis em Santarém. A rainha viúva SantaIsabel entra no convento de franciscanas de Santa Clara, em Coimbra,vestindo o hábito, mas sem fazer profissão religiosa. (Abril) Cortes deÉvora, convocadas por Afonso IV de Portugal com o objetivo de jurar o reiacabado de subir ao trono (desde 1254, ano das primeiras cortesseguramente comprovadas, até 1433, não se conhece outra além desta quetenha sido expressamente convocada para o juramento do rei). Afonso IVacusa o bastardo Afonso Sanches (refugiado em Castela) de traidor,condenando‐o a desterro perpétuo e confiscando‐lhe os bens. AfonsoSanches invade Portugal, desde Trás‐os‐Montes até o Alentejo; Afonso IVde Portugal em Albuquerque, na zona de Badajoz. É reafirmada a leisegundo a qual os judeus não podiam aparecer publicamente sem odistintivo, a estrela hexagonal amarela, colocada no chapéu ou no capote,nem usar colares de ouro ou prata.
1325‐1326 — Afonso IV de Portugal tenta, sem sucesso, o casamento desua filha, D. Maria, com o herdeiro da coroa inglesa, Eduardo (futuroEduardo III).
1325‐1333 — Reinado (6o.) de Maomé IV, de Granada.
1325‐1357 — Reinado de D. Afonso IV de Portugal, o Bravo.
1326 — Afonso IV de Portugal invade o feudo de seu meio‐irmão(bastardo) Afonso Sanches, localizado em Albuquerque (Castela) e põecerco a La Codosera, que acaba por se render. Acometido pela doença,Afonso Sanches suspende a luta. Alguns meses mais tarde negociou‐se apaz: Afonso IV de Portugal restitui os confiscos ao irmão. (04.07) AfonsoIV de Portugal, o Bravo, condena à morte seu outro meio‐irmão(bastardo) João Afonso. A rainha Santa Isabel, enclausurada em Coimbra,pede a paz, em vão.
1327 — Em Portugal, Reforma judicial: reforma da administração dajustiça — criação dos juízes de fora, corregedores e "juízes por El‐Rei".Morte de Jaime II, 12o. rei de Aragão. Tratado bilateral entre Portugal eCastela.
1327‐1336 — Reinado (13o.) de Afonso IV de Aragão.
1327‐1377 — Eduardo III, rei da Inglaterra.
1328 — Início da Guerra dos Cem Anos entre França e Inglaterra. AfonsoIV de Portugal opta pela Inglaterra, a nível da neutralidade militar(relações diplomáticas e acordos comerciais). Os sermões de um fradefranciscano incitam os cristãos de Estella, na Navarra, a matar 5.000judeus e incendiar‐lhes as casas. Morte de Carlos I, 18o. rei de Navarra.Confirmada a aliança perpétua de Portugal com Aragão e Castela(reafirmação do Tratado de Agreda, de 1304). São negociados oscasamentos da infanta D. Maria (filha de Afonso IV de Portugal) comAfonso IX de Castela e do infante D. Pedro (futuro rei de Portugal) comD. Branca (filha do infante Pedro de Castela).
1328‐1330 — Antipapa Nicolau V, de Corvária.
1328‐1349 — Reinado (19o.) de Joana II, de Navarra.
1328‐1350 — Filipe VI, rei de França.
1329 — Negociada a paz entre Afonso IV de Portugal e seu meio‐irmãoAfonso Sanches. Este recebe a restituição de seus bens confiscados. Mortedo bastardo de Afonso IV de Portugal, Afonso Sanches, sepultado noConvento de Santa Clara de Vila do Conde, que ele fundou. Confirmadonovamente o tratado de Agreda, de 1304. Tratado bilateral entre Portugale Castela (o 1o. de 1327). Encontro entre Afonso IV de Portugal e AfonsoIX de Castela em Fuenteguinaldo: coroamento da boa política peninsular.
1330 — Em Portugal, reforma processual (1a.).
1331 — (Maio) Cortes de Santarém: reforma do modo de atuaçãoparlamentar dos deputados do povo, repressão de abusos senhoriais ecriação de novas honras. Em Portugal, ordenação dos besteiros do conto.
1331‐1340 — Em Portugal, medidas inovadoras na organização dodesembargo régio (data indeterminada) e regulamentação do Tribunal deJustiça da Corte (data também indeterminada).
1332 — Expedição marítima portuguesa além Gibraltar para combater omundo islâmico. Em Portugal, reforma processual (2a.) e regulamentaçãodos corregedores.
1332‐1340 — Em Portugal, novamente, reforma da administração dajustiça (juízes de fora e corregedores).
1333 — Nascimento de Henrique II (Trastâmara), irmão de Pedro I, oCruel, de Castela. Grande fome na Península Ibérica e especialmente emCoimbra. A rainha Santa Isabel manda distribuir esmolas de pão e carneaos pobres da cidade, dando ainda mortalhas, mandando abrir sepulturase encarregando os seus clérigos da encomendação dos finados. EmPortugal, regulamentação sobre a venalidade judicial e ao barateamentoda justiça.
1333‐1354 — Reinado (7o.) de Youcef I, de Granada.
1334 — Em Portugal, repressão de abusos senhoriais e criação de novashonras. Nascimento de Pedro I, o Cruel, de Castela, filho de Afonso XI deCastela. D. Beatriz, mulher de Afonso IV de Portugal, recebe Sintra comoarras.
1334‐1342 — Papado de Bento XII, francês.
1335 — Em Portugal, repressão de abusos senhoriais e criação de novashonras. Inquirições em Trás‐os‐Montes e Beira.
1336 — A rainha Santa Isabel dirige‐se a Estremoz, a fim de aplacar acólera de seu filho Afonso IV, em guerra com seu genro, rei de Castela.(04/07) Um tumor no braço vitima a rainha Santa Isabel. Seu corpo, apóstranslado a Coimbra (12/07), é encerrado no túmulo de pedra que elamandara construir. Célebre exploração das ilhas Canárias, atribuída aLancelloto Malocelli, genovês, orientada pelo almirante‐mor de Portugal,Manuel Pessanha (também genovês). Morte de Afonso IV, 13o. rei de
Aragão. Início da guerra afonsina entre Portugal e Castela (1336‐1339): a)as hostes portuguesas do conde de Barcelos e D. Pedro, meio‐irmão dorei, passam pelo rio Minho e fazem cerco ao castelo de Entienza, onde seacolhera o arcebispo de Santiago de Compostela; b) por sua vez, AfonsoIV de Portugal cerca Badajoz (sem conseguir tomá‐la) e assola o territórioao sul dessa cidade até Aroche, Cortegana e Aracena; c) a frota portuguesa(capitaneada por Gonçalo Camelo) devasta a costa andaluza, da foz doGuadiana a Punta Umbria, com subidas pelos rios Odiel (até Gibraleón) ePiedras (até Lepe, onde se travou combate em 08.09).
1336‐1339 — Guerra afonsina entre Portugal e Castela (ver acima).
1336‐1387 — Reinado (14o.) de Pedro IV, o Cerimonioso, de Aragão (filhode Afonso IV de Aragão).
1337 — Guerra afonsina (1336‐1339): a) Afonso IX de Castela invade oAlentejo, passando por Elvas, Arronches, Assumar, Veiros, Vila Viçosa eOlivença. Retira‐se por se sentir doente; b) No norte, um exércitocastelhano, sob o comando de D. Fernando de Castro e seu irmão D. Juánde Castro, entra pelo Minho, até o Porto. Aí é detido pelas hostes do bispoda cidade, do arcebispo de Braga e do mestre da Ordem de Cristo, que oforçaram a retirar‐se e até matam D. Juán, num combate junto a Braga; c)(21.07) As galés portuguesas, chefiadas pelo velho almirante ManuelPessanha (que tinham atacado a Galiza e devastado sua costa até Baiona)sofrem pesada derrota junto ao cabo de São Vicente: o próprio almirante écapturado, além de seu filho Carlos.
1338 — São conferidos certos privilégios a comerciantes ingleses eitalianos em Portugal. Tratado bilateral entre Portugal e Aragão. Guerraafonsina (1336‐1339): a) Afonso IX de Castela volta a invadir Portugal,atravessando o Guadiana e devastando o Algarve Oriental (Castro Marim,Tavira, Loulé e Faro). A frota castelhana segue junto ao longo da costaalgarvia na direção de Lisboa, causando estragos; b) Os portuguesesinvadem a Galiza novamente, atacando Neves e Salvatierra de Miño; c)Trégua nas hostilidades: a intervenção do bispo de Rodes (enviado dopapa Bento XII) e do bispo de Reims (mandatário de Filipe VI de França).
1339 — (Julho) Paz de Sevilha entre Portugal e Castela: as fronteiras sãomantidas, com a vinda da infanta D. Constança para Portugal e o regressoda infanta D. Branca (havida por demente) a Castela, além de obrigarAfonso XI de Castela a dar a sua mulher o tratamento que lhe devia.
Ainda em julho, Afonso IV de Portugal visita Oeiras e Sintra, passandopor acaso por Cascais. Granada (muçulmana) toma Gibraltar, assolandoos territórios cristãos ao sul. Os navios portugueses continuam a exploraras Canárias. Inquirição ao bispo do Porto.
1340 — A partir deste ano, o prior do Hospital passa a ser designado Priordo Crato. (Junho) O sultão de Marrocos, Abu‐l‐Hassan ‘Ali atravessa oestreito com mais de 100 navios, unindo‐se ao rei de Granada, Yusuf I.(Setembro) Os exércitos mouros põem cerco a Tarifa. (30.10) Batalha doSalado: Castela, Aragão e Portugal contra o avanço marroquino. Vitóriacristã. D. Frei Álvaro Gonçalves de Pereira, prior da ordem do Hospital, D.Garcia Peres, mestre de Santiago, D. Frei Gonçalo Vaz, mestre de Avis,participam da batalha, além do próprio Afonso IV de Portugal (ÁlvaroGonçalves Pereira é filho de D. Gonçalo Pereira, arcebispo de Braga eTareja Pires Vilarinho). Em Portugal, reformas da administraçãoconcelhia e regulamentação dos corregedores. A partir desse ano emPortugal, ordenação sobre os oficiais dos concelhos, além de instituiçãodos vereadores. Em Portugal, tendência para o aumento de preços nosprodutos industriais (inquietação nas camadas sociais inferiores).
1341 — Em Portugal, repressão de abusos senhoriais e criação de novashonras. Desde esse ano, mercadores portugueses são privilegiados emHarfleur (Normandia), senhorio do rei da Inglaterra.
1342 — Em Portugal, reforma processual (3a.).
1342‐1352 — Papado de Clemente VI, francês.
1343 — Tratado de mútua proteção anticorso entre Inglaterra e Portugal.Em Portugal, repressão de abusos senhoriais e criação de novas honras.
1344 — Afonso XI, o Bom, de Castela (1312‐1350), toma Algeciras aosmouros.
1344‐1345 — Negociações entre Portugal e Inglaterra, visando o casamentoda filha mais nova de Afonso IV de Portugal (D. Leonor) com o herdeiroda coroa inglesa, Eduardo, o Príncipe Negro, filho de Eduardo III. Nãoforam adiante.
1345 — A partir dessa data, os reis portugueses, com base nas pioneirasviagens marítimas às Canárias, nunca deixarão de reivindicar junto aospapas (por mais de 100 anos) a sua soberania no arquipélago. (31.10)
Nascimento em Coimbra de D. Fernando, futuro Fernando I de Portugal.Em Portugal, reforma processual (4a.).
1346 — Tentativa de aproximação diplomática de Portugal com aInglaterra, sem sucesso.
1346‐1378 — Carlos, IV, rei alemão.
1347 — Casamento da infanta portuguesa D. Leonor com Pedro IV deAragão.
1348‐1349 — Peste Negra na Europa.
1348 — (?) Morte da rainha de Portugal, D. Constança. (Setembro aDezembro) Peste Negra em Portugal.
1349 — Em Portugal, medidas sociolaborais: lei procurando fixar ostrabalhadores aos seus ofícios (conseqüência da Peste Negra). Morte deJoana II, 19a. rainha de Navarra.
1349‐1354 — Em Portugal, uma série de medidas contra os judeus. Oinfante de Portugal D. Pedro faz Inês de Castro regressar de Castela epassa a viver com ela maritalmente, tendo quatro filhos nesse período.
1349‐1387 — Reinado (20o.) de Carlos II, o Mau, de Navarra.
1350 — Peste em Portugal. O povo culpa os judeus e Afonso IV contém osexcessos. (26.03) Morte de Afonso XI de Castela. Pedro, o Cruel, aosquinze anos, sobe ao trono de Castela, banindo os nove bastardos deAfonso XI e condenando à morte sua mãe, Leonor de Guzmán. D. FreiÁlvaro Gonçalves Pereira, prior do Crato (Hospital) vai a Castela. Pedro I,o Cruel, protege a comunidade judaica de Castela. Samuel Abulafia, judeu,torna‐se tesoureiro do Estado no reinado de Pedro I, o Cruel (juntou umagrande fortuna e foi condenado à morte pelo rei). (30.03) O conde deBarcelos D. Pedro (cronista do Livro de Linhagens e da Crónica Geral deEspanha de 1344), irmão bastardo do rei Afonso IV de Portugal, faz seutestamento. Data‐o de Lalim e pede que o sepultem em S. João deTarouca.
1350‐1364 — João II, o Bom, rei de França.
1350‐1369 — Reinado (10o.) de Pedro I, o Cruel, de Castela, filho de AfonsoXI de Castela.
1351 — (?) O infante de Portugal D. Pedro tenta obter do papa uma bulade dispensa que lhe permitisse o casamento com Inês de Castro. Éexecutada D. Leonor de Gusmão, amante de Afonso XI o Bom, de Castela.
1352 — Privilégio concedido aos mercadores portugueses na Inglaterra.Afonso IV de Portugal tira dos judeus a liberdade de emigrar. Todo judeuque possuísse bens até o valor de 500 libras não podia deixar o país semlicença régia. Cortes de Valladolid.
1352‐1362 — Papado de Inocêncio VI, francês.
1353 — Tratado comercial de Portugal com a Inglaterra, válido por 50anos. Afonso IV de Portugal organiza o fisco das comunas judias do país,além de promulgar uma lei que proibia aos judeus fechar “contratosusureiros”, limitando os juros a 33 1/3.
1354 — Casamento de D. Juana de Castro (irmã de Inês Peres de Castro)com Pedro I, o Cruel, de Castela. Um partido da alta nobreza castelhanaadversário do rei Pedro I, o Cruel (onde militava D. Álvar Péres de Castro)procura o infante D. Pedro e o convida a aceitar a coroa de Castela. Mortedo Conde de Barcelos D. Pedro, irmão bastardo do rei Afonso IV dePortugal e autor da Crónica Geral de Espanha de 1344 e do Livro deLinhagens. Foi sepultado no mosteiro de Tarouca. Entre fevereiro e julhodeste ano.
1354‐1359 — Reinado (8o.) de Maomé V, de Granada.
1355 — (Janeiro) Assassinato (ordenado ou consentido pelo rei Afonso IV)de D. Inês de Castro, amante do infante D. Pedro desde a morte da rainhaD. Constança (1348?). Os Castros estavam rebelados contra Pedro I, oCruel, de Castela, e temia‐se que D. Inês influenciasse D. Pedro a imiscuir‐se nos assuntos de Castela, provocando assim a guerra civil em Portugal: oinfante D. Pedro x o rei Afonso IV. (05.08) Graças ao prior do Hospital, D.Álvaro Gonçalves Pereira, assina‐se o tratado de paz entre pai e filho(Canaveses, 05 de agosto). Nele, o infante D. Pedro fica como co‐governador do país. Em Portugal, D. Pedro é o primeiro infante, e depoisrei, a instituir o "beneplácito régio" (censurar os restritos e letras papais).Tomada de Toledo por Pedro I, o Cruel, de Castela.
1355‐1356 — Fome em Portugal.
1356 — O prior do Crato (Hospital), D. Frei Álvaro Gonçalves de Pereira(o mesmo que participou da batalha do Salado com Afonso IV de Portugalem 1340) funda, na Flor da Rosa, uma igreja e mosteiro toreado.Assassinato de Martim Afonso Telo, antigo escudeiro e amante de Maria,rainha‐mãe de Castela e filha de Afonso IV de Portugal. Tomada de Toropor Pedro I, o Cruel, de Castela. Epidemia de peste e terremoto emPortugal.
1357 — (11.04) Nascimento de D. João I, Mestre de Avis, em Lisboa — filhobastardo do rei D. Pedro e de uma senhora galega, Teresa Lourenço — daqual não se sabe nada. (?) Em Évora, Afonso IV de Portugal assassina suafilha Maria, rainha‐mãe de Castela. (28.05) Morte de Afonso IV dePortugal, o Bravo, com a idade de 66 anos, 32 reinante. D. Pedro I dePortugal, o Cruel, fez conde de Barcelos a D. João Afonso Telo, seu validofavorito, outorgando‐lhe a inédita regalia de poder transmitir o título edireitos por hereditariedade. Samuel Abulafia (ou Levi), judeu etesoureiro do Estado no reinado de Pedro I, o Cruel, de Castela, constróiem Toledo a célebre sinagoga do Trânsito, transformada pelos jesuítas noreinado de Fernando na igreja cristã de Nossa Senhora do Tránsito (hojemonumento de arte hispano‐mourisca na Espanha). (22.06) Renovaçãodos privilégios dos estrangeiros residentes em Portugal. (28.07) EmPortugal, Leis que reprimem o adultério e perseguem as alcoviteiras.Sentença em pleito tomada por Pedro I de Portugal, o Cruel, contra omosteiro de Grijó. São legitimados os seguintes filhos do prior do Crato(Hospital), D. Frei Álvaro Gonçalves Pereira: Pedro Álvares (futuro mestrede Calatrava em Castela com Maria Domingues Brandão (solteira), emPortalegre; Rodrigo Álvares (filho de Iria Vicente e futuro senhor deSousel e Cerveira), em Morgado de Águas Belas; Fernando Álvares (filhode Iria Gonçalves do Carvalhal e futuro alcaide‐mor de Elvas).
1357‐1367 — Reinado de D. Pedro I de Portugal, o Cruel (cinge a coroa aos37 anos).
1358 — Nascimento de João I, de Castela, filho de Henrique II(Trastâmara) de Castela. (01.06) Em Portugal, Leis que discriminam eregulamentam os contratos de compra e venda praticados por judeus.Sentença em pleito tomada por Pedro I de Portugal, o Cruel, contra omosteiro de Vila Cova das Donas e a comendadeira de Santos. (Junho ouJulho) São acertados os casamentos do infante D. Fernando (herdeiro da
coroa) com D. Beatriz (filha de Pedro I de Castela) e do infantes D. João eD. Dinis (filhos de Inês de Castro) com D. Constança e D. Isabelrespectivamente (filhas de Pedro I de Castela) — não se consumaram.
1359 — (07.02) Em Portugal, Lei sobre apelações (aperfeiçoamento damáquina judicial portuguesa). D. Pedro I de Portugal, o Cruel, auxiliaCastela em sua guerra contra Aragão, cedendo‐lhe algumas galés. As galésportuguesas do almirante Manuel Pessanha vão bloquear o Ebro e atacarBarcelona. É feito um acordo de extradição de refugiados entre Portugal eCastela.
1359‐1361— Reinado (9o.) de Ismail II, de Granada.
1360 — (Fevereiro) São extraditados e executados Pero Coelho e ÁlvaroGonçalves, considerados os assassinos de Inês de Castro. (Junho) Inês deCastro é proclamada (post‐mortem) esposa legítima de Pedro I dePortugal, o Cruel e é anunciado que o casamento tivera lugar emBragança, algures em 1353. Nessa mesma data é realizada a cerimônia datranslação e construído o magnífico túmulo de Alcobaça. (29.08) EmPortugal, incentivo do comércio com Flandres. (?) Nascimento de NunoÁlvares, filho do prior do Crato (Hospital), D. Frei Álvaro Gonçalves dePereira.
1361 — Cortes de Elvas (antipatia com os eclesiásticos: prosseguimento daafirmação do Estado contra a Igreja): queixas do clero contra o rei. Nelas,é reinstalada a lei que proibia aos judeus ou mouros permanecerem nacidade após o pôr‐do‐sol, vedando às mulheres cristãs a entrada najudiaria sem acompanhamento de indivíduos do sexo masculino. D. PedroI de Portugal, o Cruel, faz dos filhos de Inês de Castro, que eram seusfilhos também, D. João e D. Dinis, senhores do Porto de Mós e do Prado.Pedro I, o Cruel, rei de Castela, manda envenenar sua esposa, Branca deBourbon, sob a acusação de conspiração, e casa‐se com a amante, Mariade Padilla. Reinado (10.) de Abou‐Said, de Granada. (05.01) Em Portugal,criação do concelho de Lagos. (15.04) Em Portugal, Lei sobre partilhas.(08.06) Em Portugal, Lei que regulamenta contratos com judeus. (24.07) Élegitimado em Portalegre Nuno Álvares, filho do prior do Crato(Hospital), D. Frei Álvares.(24.08) É legitimado em Portalegre LopoÁlvares, filho do prior do Crato (Hospital), D. Frei Álvaro GonçalvesPereira com Iria Gonçalves do Carvalhal. (09.09) Em Portugal, Lei que
regulamenta as comunas judaicas. (05.10) Em Portugal, reedição da Lei de08.06. Em Portugal, organização da Casa Real e ordenação dosdesembargos.
1361‐1363 — Peste em Portugal.
1361‐1391 — Reinado (11o.) de Maomé V (reentronado), de Granada.
1362 — Em Portugal, Lei sobre advogados e procuradores. (01.03) EmPortugal, Leis que regulamentam e fixam doutrina sobre as coutadas e asterras lavradas em todo o Alentejo e Ribatejo. (07.04) Em Portugal, Leisobre advogados e procuradores. (01.08) Renovação dos privilégios dosestrangeiros residentes em Portugal. (24.11) Em Portugal, criação doconcelho de Sines.
1362‐1370 — Papado de Urbano V, de Grimoard.
1363 — (07.03) Renovação dos privilégios dos estrangeiros residentes emPortugal. Guerra entre Inglaterra e Navarra.
1364 — D. Pedro I de Portugal, o Cruel, faz de seu filho bastardo D. João(futuro rei D. João I) mestre da Ordem de Avis, com isso iniciando anacionalização das ordens militares. (17 e 18.02) Em Portugal, Leis queregulamentam e fixam doutrina sobre as coutadas e as terras lavradas emtodo o Alentejo e Ribatejo. (07.06) Em Portugal, criação do concelho deCascais. Propõe‐se o casamento do infante D. Fernando (herdeiro dacoroa) com D. Joana (filha de Pedro IV de Aragão). Guerra entre Castela eAragão: as armadas portuguesas vão em auxílio de Castela.
1364‐1366 — Fome e (ou) escassez de mantimentos em Portugal.
1364‐1380 — Carlos V, rei da França.
1365 — (08.01) Em Portugal, Regimento dos sacadores e porteiros. (19.09)Em Portugal, Lei de segregação aos judeus. (04.12) Em Portugal, Leirestritiva da livre atividade dos mercadores estrangeiros. Tenta‐se ocasamento da infanta D. Beatriz (filha de Inês de Castro) com Pedro I deCastela, o Cruel — fracassado.
1366 — D. Pedro I de Portugal, o Cruel, institui senhor de Unhão o"cunhado", D. Álvares Péres de Castro (irmão de Inês de Castro). Propõe‐se o casamento da infanta D. Isabel (filha ilegítima do infante D.Fernando) com Frederico III da Sicília (irmão da rainha de Aragão) — anegociação fracassa. (Maio) Pedro I de Castela, o Cruel, vai a Portugal
pedir auxílio contra Henrique de Trastâmara, ao que o soberanoportuguês não acedeu. (Outubro ou Novembro) Pedro I de Portugal firmaum acordo com Henrique de Trastâmara. (Outono) Pedro I de Portugal, oCruel, envia um corpo diplomático à Inglaterra para dar explicações àcorte do príncipe de Gales Eduardo, o Príncipe Negro em Bayonne eBordéus, a respeito de seu acordo com Henrique de Trastâmara, onde serefugiara Pedro I de Castela.
1367 — (18.01) Morte de D. Pedro I de Portugal, o Cruel. (15.09) Élegitimado em Atouguia Gonçalo Pereira, filho do prior do Crato(Hospital), D. Frei Álvaro Gonçalves Pereira com Iria Gonçalves doCarvalhal.
1367‐1368 — Em Portugal, Leis que acodem a agricultura e à carência detrabalhadores.
1367‐1383 — Reinado de D. Fernando I de Portugal, o Formoso. Tinha 21anos quando subiu ao trono, solteiro e pai de uma filha ilegítima, D.Isabel.
1369 — Assassinato de Pedro I, o Cruel, de Castela pelo seu meio‐irmãoHenrique de Trastâmara. O trono é usurpado pelo regicida. Os soldadosvitoriosos de Henrique de Trastâmara massacram 1.200 judeus em Toledo.Fernando I de Portugal, o Formoso, vai ao norte de Coimbra num curtopasseio bélico, cujo destino era a Galiza. 1a. Guerra fernandina: (Julho) D.Fernando I de Portugal entra na Galiza, atingindo a Corunha, ao passoque Monterrey (Orense) se lhe rendia (1a. Guerra fernandina); a) A frotaportuguesa, aliada à dos castelhanos seus partidários, bloqueia Sevilha pormais de um ano; b) (Agosto) Henrique II de Castela (Trastâmara) cercaZamora, invade a Galiza e entra em Portugal ao norte, a oriente deValença, com auxílio de contingentes franceses de Du Guesclin. Nessemesmo mês, Henrique II cerca e toma Braga, que queimou em parte; c)(01.09) Henrique II cerca Guimarães, mas volta ao seu reino, capturandono caminho Vinhais, Bragança, Cedovim e Outeiro de Miranda; d) EmPortugal, Leis que protegem a marinha, o comércio externo e discriminacontra os judeus; e) (08.09) É legitimado em Coimbra Vasco Pereira, filhodo prior do Crato (Hospital) D. Frei Álvaro Gonçalves Pereira com IriaGonçalves do Carvalhal.
1369‐1373 — Sucessivas desvalorizações da moeda em Portugal: os preçossubiram rapidamente.
1369‐1371 — 1a. Guerra fernandina entre Portugal e Castela. Motivo: asucessão da coroa castelhana (durou até janeiro de 1371): a) Ao lado de D.Fernando I de Portugal, o Formoso: cidades e vilas galegas de Tuy,Salvatierra de Miño e Baiona (atual província de Pontevedra), Orense,Milmanda, Allariz, Araujo e Ribadavia (na de Orense), Lugo e Rocha (nade Lugo), Santiago de Compostela, Corunha e Padrón (na de Corunha); ascidades leonesas de Zamora (província de Zamora), Ciudad Rodrigo,Lumbrales e Hinojosa de Duero (província de Salamanca), Alcântara eValência de Alcântara na Estremadura (Cáceres), Carmona, na Andaluzia(Sevilha).
1369‐1372 — Álvaro Pais, Vedor da Chancelaria (um dos futurosconspiradores do assassinato do conde João Fernandes de Andeiro em1383).
1369‐1379 — Reinado (11o.) de Henrique II (Trastâmara) de Castela, irmãode Pedro I, o Cruel, de Castela.
1370‐1378 — Papado de Gregório XI, francês.
1371 — (Março) Paz de Alcoutim (fim da guerra entre Castela e Portugal):D. Fernando I de Portugal, o Formoso, desiste do trono de Castela, masalarga o território nacional para leste e oeste. (?) D. Fernando I dePortugal, o Formoso, cria o condado de Ourém. Em Portugal, mau anoagrícola. Casamento (em segredo) de D. Fernando I de Portugal, oFormoso, com D. Leonor Teles. (Outubro) Tumultos em Portugal: oalfaiate Fernão Vasques congrega 3.000 pessoas para um protesto socialem Lisboa, Tumultos também em Santarém (Luís Peres e outros) Tomar(Afonso Esteves) Abrantes (Lourenço Afonso de Punhete), Leiria(Lourenço Afonso) e Alenquer.
1371‐1372 — D. Fernando I de Portugal, o Formoso, cria o condado deViana do Lima, depois trocado em Arraiolos. Fome em Portugal.
1371‐1373 — O conde D. Juán Fernandez de Andeiro, partidário de D.Fernando I de Portugal, o Formoso, refugiado em Castela.
1372 — Nascimento da infanta D. Beatriz, herdeira do reino português. D.Leonor Teles, mulher de D. Fernando, recebe Sintra como arras. (Maio)Em Leça do Bailio, propriedade da Ordem do Hospital, casamento públicode D. Fernando I, o Formoso, com D. Leonor Teles (filha do inimigo deHenrique de Trastâmara, II de Castela — desrespeito ao Tratado de
Alcoutim): explosões populares contrárias são violentamente reprimidas.O infante D. Dinis (filho de Inês de Castro) se recusa a beijar a mão danova rainha, o que motivou uma tentativa de assassinato por parte dopróprio rei. O infante então abandona o reino, sendo os seus bensconfiscados. Acordo de Tui: é revogado o Tratado de Alcoutim, e seestabelece que as fronteiras luso‐castelhanas regressam ao status quo deantes da guerra de 1369. (10.07) Tratado de Tagilde: Portugal toma partidopela Inglaterra contra Henrique II de Castela e seus aliados franceses —Portugal e Inglaterra x Castela e Aragão. Fernando I de Portugal, oFormoso, vai ao norte de Coimbra. (17.08) Em Portugal, Leiregulamentando os privilégios da nobreza. D. Dinis (filho de Inês deCastro) busca o exílio em Castela. Em Portugal, mau anoagrícola. (Dezembro) 2a. Guerra fernandina entre Portugal e Castela: a)Tomando a ofensiva devido ao Tratado de Tagilde, Henrique II de Castelainvade Portugal, avançando sobre Lisboa, cercando a cidade e devastandoa maior parte do casario exterior à muralha; b) Henrique II parte deZamora em direção à frota portuguesa.
1372‐1373 — 2a. Guerra fernandina entre Portugal e Castela.
1373 — 2a. Guerra fernandina: a) (Janeiro) Henrique II de Castelaconquista, sem dificuldade, Almeida, Pinhel, Linhares, Celorico da Beira eViseu, chegando perto de Coimbra; b) (23.02) Henrique II de Castelaocupa Lisboa (então desprovida de qualquer muralha), saqueando eincendiando a judiaria da cidade. O exército de D. Fernando I dePortugal, mal organizado e mal comandado, fugiu diante do inimigo;c) (24.03) D. Fernando I de Portugal, o Formoso, vencido e humilhado,assina o acordo de paz em Santarém: Portugal obriga‐se a cortar a aliançacom os ingleses e juntar‐se à França e Castela outra vez; d) (07.04)Henrique II e Fernando I se encontram no Tejo; Henrique II abandonaPortugal e os dois soberanos realizam os esponsais dos infantes Sancho eBeatriz; e) (Junho) O Tratado de Tagilde é ratificado por D. Fernando I dePortugal, o Formoso, e Eduardo III da Inglaterra; f) Explosões popularesem Lisboa, Abrantes, Tomar, Leiria, Santarém. Motivo: desvalorização damoeda e alta dos preços; g) D. Fernando I de Portugal, o Formoso, cria oscondados de Viana do Alentejo e Neiva; h) O conde D. Juán Fernandez deAndeiro é exilado em Castela (e não mais refugiado); i) O prior do Crato(Hospital), D. Frei Álvaro Gonçalves Pereira, resolve enviar à corte seufilho, Nuno Álvares, de treze anos.
1373‐1375 — Amuralhamento de cidades e vilas: Lisboa, Évora, Porto,Braga, Óbidos, Coimbra, Santarém, Viana, Ponte de Lima e Beja.
1374 — Explosões populares em Portel, Montemor‐o‐Velho e Tomar. EmPortugal, Leis que reformam a administração pública, legislam contraabusos senhoriais e aumentam os impostos (sisas). (24.04) Em Portugal,Lei regulamentando os privilégios da nobreza. Em Portugal, mau anoagrícola, além de peste. Antes desse ano, outra agitação popular emPortugal: Portel (Afonso Mendes).
1374‐1376 — Fome em Portugal.
1375 — (08.01) São legitimados em Vila Viçosa Rui Pereira, Fernão Pereira,Afonso Pereira e Diogo Álvares, filhos do prior do Crato (Hospital), D.Frei Álvaro Gonçalves Pereira com Iria Gonçalves do Carvalhal. Explosõespopulares em Portugal. Lei das Sesmarias, leis protetoras dos mercadosnacionais, leis reguladoras dos privilégios jurisdicionais da nobreza. João,mestre da ordem de Avis e filho bastardo do rei D. Pedro I tem um casocom Inês Pires — desse amor nasceu Afonso, futuro conde de Barcelos eduque de Bragança, e anos depois Beatriz, que será condessa de Arundel.(13.09) Em Portugal, Lei regulamentando os privilégios da nobreza. EmPortugal, mau ano agrícola. Agitações populares em Portugal: Montemor‐o‐Velho (João Domingues), Sousel, Valença e novamente Tomar.
1376 — Em Portugal, mau ano agrícola.
1376‐1377 — Negociação do casamento da infanta D. Beatriz (aos 04 anos,herdeira do reino português) com D. Fradique Henriques, duque deBenavente — fracassada.
1377 — Foral da Portagem de Lisboa.
1377‐1380 — Em Portugal, Leis de fomento naval e sobre importação detêxteis.
1377‐1399 — Ricardo II, rei da Inglaterra.
1378 — Em Portugal, novas leis sobre a reforma da administração pública.Os judeus de Leiria, sujeitos a constantes maus tratos, queixam‐se ao rei:este ordena que não saiam de suas moradias durante as procissões e diassantos cristãos. Grande Cisma do Oriente: Castela e França seguiram opapa de Avinhão; Inglaterra o de Roma (Portugal vai seguir um e outroconforme lhe convenha: de Urbano VI passa a Clemente VII).
1378‐1394 — Clemente VII, rei alemão.
1378‐1389— Papado de Urbano VI, napolitano.
1378‐1394 — Antipapa Clemente VII, genebrês.
1378‐1400 — Venceslau da Boêmia, rei alemão.
1379 — Morte de Henrique II (Trastâmara), 11o. rei de Castela.Nascimento de Henrique III de Castela, filho de João I de Castela.
1379‐1380 — D. João (filho de Inês de Castro) busca exílio em Castela.
1379‐1390— Reinado (12o.) de João I, de Castela, filho de Henrique II(Trastâmara) de Castela.
1380 — Em Portugal Lei que Funda a Companhia das Naus. Acordo anglo‐luso de Estremoz (confirmação do Tratado de Tagilde, de julho de 1372),tendo como intermediário o conde D. Juán Fernandez de Andeiro:garante a Portugal a possibilidade de expandir‐se para norte e leste,acorda‐se o envio de uma força inglesa de 2.000 homens, negocia‐se ocasamento da infanta D. Beatriz, de 08 anos, com Edward of Langley, filhodo conde de Cambridge e sobrinho de John of Gaunt, duque de Lancaster(convencionando‐se que, ganha a guerra, o duque inglês seria rei deCastela).
1380‐1422 — Carlos VI, rei da França.
1381 — Portugal volta a se alinhar com Urbano VI na questão do GrandeCisma (ver 1378). 3a. Guerra fernandina entre Portugal e Castela: a) (Maio)Incursão castelhana no Alentejo, proveniente de Badajoz; b) (17.06)Batalha naval de Saltes (perto do Guadiana): pesada derrota da frotaportuguesa, destruída e aprisionada na sua quase totalidade pela frotacastelhana; c) (Julho) Chega em Lisboa uma força expedicionária inglesachefiada por Edmund, conde de Cambridge; d) (Julho e Agosto) Oscastelhanos invadem Trás‐os‐Montes e apoderam‐se de Miranda doDouro e de Mogadouro, a Beira, cercando e capturando Almeida, e oAlentejo, pondo cerco a Elvas; e) (Setembro) Os castelhanos retiram todasas suas frentes de batalha devido a questões internas; f) (Dezembro)Depois de meses de inatividade, o exército aliado inglês parte de Lisboarumo ao Alentejo (ficam com fama de odiados ocupantes); g) (Dezembro)
Morte do conde de Barcelos e Ourém. D. João Afonso Telo: seupatrimônio passa como herança para o conde de Barcelos, amante darainha D. Leonor Teles.
1381‐1382 — (Maio) 3a. Guerra fernandina entre Portugal e Castela (veracima).
1382 — 3a. Guerra fernandina: a) Primavera e Verão — Diversas correrias eescaramuças quase sempre em território castelhano; b) (Março) Ataqueda frota castelhana a Lisboa; c) (Agosto) Tratado de Elvas: D. Fernando Ide Portugal e João I de Castela fazem a paz, sem vencedores nemvencidos. A infanta D. Beatriz, herdeira do trono português, pelo acordo,casaria com o herdeiro de Castela;d) (Setembro) O exército inglêsreembarcou no Tejo a bordo de navios castelhanos que o transportou deregresso a Inglaterra. (?) Conspiração urdida pelo mestre de Avis, D. Joãoe por Gonçalo Vasques de Azevedo contra o rei. É preso no castelo deÉvora, D. João, mestre da Ordem de Avis e filho bastardo do rei D. PedroI. Portugal, pela segunda vez, volta a se alinhar com Clemente VII naquestão do Grande Cisma (ver 1378 e 1381). (Verão) Morte da rainha deCastela, D. Leonor (alteração do Tratado de Elvas).
1383 — (02.04) Tratado de Salvaterra de Magos: com a morte da rainhacastelhana D. Leonor, a infanta D. Beatriz, com onze anos, passa comonoiva do filho (infante) para o pai (rei de Castela). (Agosto) Cortes deValhadolid: ratificação castelhana do casamento do rei com a infanta D.Beatriz. (Setembro) Cortes de Santarém: ratificação portuguesa docasamento da infanta com o rei castelhano. (22.10) Morte de D. João I dePortugal, o Formoso (tuberculoso), em Lisboa. Revolução em Portugal(1383‐1385) e guerra contra Castela (1384‐1385): a) (Outubro a Dezembro)D. Leonor Teles, a Aleivosa, viúva, torna‐se regente de Portugal; b) (06.12)O conde Andeiro é assassinado em Lisboa e o povo da cidade émobilizado para proteger o assassino — precisamente o mestre de Avis,D. João (filho do infante e rei D. Pedro e de Inês de Castro). A rebelãoalastra‐se pelo reino, o rei de Castela, João I (filho de Henrique II deCastela) invade Portugal, D. Leonor Teles foge da capital mestre de Avisé proclamado, revolucionariamente e contra a vontade, "Regedor eDefensor"; c) As ordens religiosas militares — com exceção da do Hospital— seguiram o mestre de Avis; d) (13.12) João I de Castela entra emPortugal e se apodera da Guarda; e) (Dezembro) Assembléia de SãoDomingos, em Lisboa
1383‐1385 — Revolução em Portugal e guerra contra Castela (ver acima).Peste em Portugal.
1384 — Revolução em Portugal (1383‐1385) e guerra contra Castela (1384‐1385): a) (Janeiro) João I de Castela prende a regente D. Leonor Teles; b)(12.01) João I de Castela alcança Santarém, onde se detêm 4 meses; c)(14.02) Carta do mestre de Avis de missão ao Alentejo (pedindo auxíliofinanceiro para a guerra), dirigida aos concelhos de Montemor‐o‐Velho,Évora, Viana do Alentejo, Alvito, Vila Nova da Baronia, Alcáçovas, Portel,Beja, Serpa, Mértola, e a todas as vilas e lugares de Campo de Ourique,Odemira, Santiago de Cácem, Sines e Torrão; d) (01.04) Concessão aosmesteirais de Lisboa; d) (06.04) Nuno Álvares derrota forças castelhanasnos Atoleiros; e) (Abril a Setembro) Escaramuças entre portugueses ecastelhanos em vários locais do Alentejo (Évora, Vila Viçosa, Alandroal,Olivença, Elvas); f) (04.05) É concedida a Lisboa jurisdição cível e crimesobre os reguengos de Sacavém, Unhos, Frielas e Camarate; g) (Maio) Oexército do arcebispo de Santiago de Compostela não consegue vencer aresistência da cidade do Porto e bate em retirada; h) (27.05) João I deCastela marcha sobre Lisboa, cerca a cidade e captura Almada. A recém‐construída muralha fernandina conteve o avanço castelhano; i) (Junho) Afrota portuguesa ataca a costa da Galiza; j) (Julho) A frota portuguesa,regressando a Lisboa, se envolve num combate com a frota castelhana noTejo; k) (30.07) Almada, sitiada desde maio, se rende aos castelhanos,forçada pela sede; l) (03.09) Com seu exército dizimado pela peste, João Ide Castela levanta o cerco a Lisboa e se retira para Castela; m) (06.10) Omestre de Avis isenta Lisboa de qualquer direito de importação demantimentos e de exportação, por gentes suas, de mercadorias, doandotambém à cidade as suas carniçarias, paços das fangas da farinha e paçosdo trigo. Dias depois, isentava‐a das jugadas, relegos e outros direitosreais e senhoriais; n) Nesse mesmo dia, no Paço Real de Lisboa, o mestrede Avis recebe formalmente o preito e a menagem dos representantes dostrês estados; o) (Outubro) A causa do mestre de Avis já não é a de unsrebeldes que se ergueram contra Lisboa, mas a de Portugal contra Castela.O marco de prata em Portugal vale 36 libras. É eleito como mestre deCalatrava em Castela Pedro Álvares, filho do prior do Crato (Hospital), D.Frei Álvaro Gonçalves de Pereira e irmão de Nuno Álvares.
1384‐1387 — Fome em Portugal.
1385 — Revolução em Portugal (1383‐1385) e guerra contra Castela (1383‐1385): a) (03.03 a 10.04) Cortes de Coimbra. Os povos propõem quecasamentos régios passem a ser matéria do Parlamento. Decidem, poreleição unânime (sob as ameaças do condestável D. Nuno Álvares Pereira,mestre da ordem do Hospital), que D. João, mestre de Avis será João I dePortugal; b) (Abril e Maio) Nuno Álvares Pereira consegue a adesão dequase todo o Minho, pela persuasão ou força das armas (Neiva, Viana doLima, Vila Nova de Cerveira, Caminha, Monção, Guimarães, Braga ePonte de Lima); c) (30.05?) Batalha campal de Trancoso: vitóriaportuguesa; d) (14.08) Batalha de Aljubarrota (perto de Leiria): D. João Ide Portugal e D. Nuno Álvares Pereira, mestre da ordem do Hospital,derrotam os castelhanos: o rei de Castela foge, seu exército é chacinado, eas cidades, vilas e praças que lhe eram fiéis apressam‐se a render‐se ao reiportuguês; e) (Setembro) D. João I de Portugal doa ao concelho de Lisboaos concelhos e termos de Sintra, Mafra, Alenquer e Torres Vedras. Guerraentre Portugal e Castela (1385‐1389): a) (Outubro) Um exército portuguêsde cerca de 1.000 lanças e 200 peões, comandado pelo condestável, invadea Estremadura castelhana, passando por Badajoz, Almendral, La Parra,Zafra, Fuente del Maestre, Villagarcia de la Torre, Magacela e Villanuevade la Serena; b) (15 ou 16.10) Em seu regresso, o exército português éatacado nas margens do Guadiana (junto a Valverde de Mérida) por forçascastelhanas comandadas pelo mestre de Santiago. A batalha, conduzidapelo condestável, resultou em vitória portuguesa. Poucos dias depois,Nuno Álvares reentrou triunfalmente em Elvas; c) (Dezembro) NunoÁlvares junta suas forças com o rei e põe cerco a Chaves, que se rendequatro meses depois.
1385‐1389 — Guerra entre Portugal e Castela (ver acima).
1385‐1430 — Até o fim do reinado de D. João I de Portugal, 28 cortes sãoconvocadas.
1385‐1433 — Reinado de D. João I de Portugal (início da dinastia de Avis),de Boa Memória.
1386 — Em Portugal, confirmação do privilégio da feira de Pinhel. Guerraentre Portugal e Castela (1385‐1389): a) (Abril) Chaves se rende às forçasdo rei e de Nuno Álvares; b) (Maio) Bragança e Almeida caem diante dasforças portuguesas. Nesse mesmo mês os portugueses invadem Castela,passando por Ciudad Rodrigo, Gata e Coria, que cercaram sem resultado;c) (09.05) Tratado de Windsor: integração da guerra de D. João I de
Portugal na dos Cem Anos — a mais antiga aliança entre nações que oOcidente conhece (reiteração da aliança de 1373); d) (Julho) D. João Ireentra em Portugal; e) (25.07) Desembarque do duque de Lancaster naCorunha, com cerca de 3.000 homens; f) (24.10) Em Portugal, revogaçãoprovisória do aldeamento (medida para estimular o comércio); g) (01.11) Oduque de Lancaster se encontra com João I de Portugal em Ponte deMouro, na raia minhota.
1387 — Morte de Carlos II, o Mau, 20o. rei de Navarra. Morte de Pedro IV,o Cerimonioso, 14o. rei de Aragão. (02.02) D. João I de Portugal recebe emcasamento a filha do duque de Lancaster, de nome Filipa. D. Filipa deLancaster recebe Sintra de João I de Portugal, como arra. Guerra entrePortugal e Castela (1385‐1389): a) (26.03) Os exércitos português e inglêsinvadem Léon, atravessando o rio Maçãs. Daí alcançam Alcañides,marchando para nordeste, por Tábara, Benavente, Roales e outrospovoados; b) (16.05) Os exércitos português e inglês entram em Zamora;c) (04.06) Os exércitos português e inglês rumam para o sul, atingemCiudad Rodrigo, reentrando em Portugal por Almeida; d) (Julho) Tratadode Trancoso entre o duque de Lancaster e o rei de Castela; e) (Setembro)Reembarque do duque de Lancaster com destino a Bayonne, pondo fim àintervenção inglesa na guerra entre Portugal e Castela de 1383‐1393).(Verão) Correrias castelhanas no Baixo Alentejo.
1387‐1395 — Reinado (15o.) de João I, de Aragão (filho de Pedro IV, oCerimonioso, de Aragão).
1387‐1425 — Reinado (21o.) de Carlos III, o Nobre, de Navarra.
1388 — Guerra entre Portugal e Castela (1383‐1389): a) Correriasportuguesas no Melgaço; b) (Março) Os portugueses reconquistamMelgaço; c) (Dezembro) Os portugueses reconquistam Campo Maior; d)João I de Portugal reconquista todas as cidades, vilas e lugares queobedeciam a D. Beatriz e ao rei de Castela. Uns entregam‐seespontaneamente (na Estremadura, Trás‐os‐Montes e entre Tejo eOdiana), outros, houve que tomá‐lo à força (Chaves, Bragança, Almeida,Melgaço, Campo Maior).
1389 — Guerra entre Portugal e Castela (1383‐1389): a) (Setembro) Apósuma trégua de seis meses, os portugueses apoderam‐se de Tuy; b) (29.11)Tratado de Monsão: estabelece uma trégua de três anos e a restituiçãomútua das terras conquistadas (Portugal cedeu Tuy e Salvatierra de Miño,
recebendo em troca Olivença, Nôudar e Mértola (no Alentejo), e CasteloRodrigo, Castelo Mendo e Castelo Melhor (em Ribacoa). Capítulo Geralda Ordem de Santiago, reunido em Alcácer, determinou que os mestresnão dispusessem arbitrariamente dos bens da ordem a favor de quemquisessem, e que os freires não faltassem à obediência ao mestre, nem seeximissem ao desempenho de qualquer serviço. Cortes de Lisboa. Pesteem Portugal.
1389‐1404 — Papado de Bonifácio IX, napolitano.
1390 — (09.10) Morte de João I, 12o. rei de Castela, filho de Henrique II(Trastâmara) de Castela. Em Portugal, confirmação dos privilégios dasfeiras de Castelo Branco e Sertã.
1390‐1392 — No Porto, juízes por El‐Rei substituem os juízes eleitos(intervenção do poder central).
1390‐1406 — Reinado (13o.) de Henrique III de Castela, filho de João I deCastela.
1391 — Pogroom na Espanha: os sermões de Fernán Martínez levam apopulaça em todos os centros mais importantes da Espanha a massacrartodos os judeus encontrados que recusassem a converter‐se. (31.10)Nascimento de D. Duarte de Portugal, em Viseu. Cortes em Portugal. EmPortugal, confirmação dos privilégios das feiras de Pinhel (confirmado em1386), Amarante e Coimbra.
1391‐1392 — Fome em Portugal.
1391‐1396 — Reinado (12o.) de Youcef II, de Granada.
1392 — Nascimento do infante D. Pedro (filho de D. Duarte), na cidade deLisboa. Em Portugal, confirmação dos privilégios da feira de Viseu. (21.04)Em Portugal, a criação de um “porto franco” em Caminha (medida paraestimular o comércio).
1393 — (15.05) Tratado de Lisboa: prolongou o Tratado de Monsão (1389),estabelecendo a suspensão das hostilidades entre Portugal e Castela ematé quinze anos.
1394 — Cortes em Portugal. Fome em Portugal.
1394‐1395 — Em Portugal, renovação das bolsas de mareantes (medidapara estimular o comércio).
1394‐1417 — Bento XIII, rei alemão.
1394‐1423 — Antipapa Bento XIII, aragonês.
1395 — Morte de João I, 15o. rei de Aragão.
1395‐1410 — Reinado (16o.) de Martin I, o Humano, de Aragão (irmão deJoão I de Aragão).
1396 — Guerra entre Portugal e Castela (1396‐1402): (12.05) Os portuguesesapoderam‐se de Badajoz.
1396‐1402 — Guerra entre Portugal e Castela (ver acima).
1396‐1408 — Reinado (13o.) de Maomé VI, de Granada.
1397 — Guerra entre Portugal e Castela (1396‐1402): a) (Junho) Comoretaliação da tomada de Badajoz (1396), os castelhanos apresam váriasnaus portuguesas e talam os campos da Beira Alta até Viseu, regressandoem seguida a Castela; b) Verão e Outono — Um exército castelhanoinvade o Alentejo, chegando quase a Alcácer do Sal, mas se retira depois;c) (Dezembro) Os portugueses (exército do infante D. Dinis) entram naEstremadura por Ouguela, atingindo Cáceres e Valência de Alcântara,regressando logo depois. Atacam também Cádiz por mar. No Porto, juízespor El‐Rei substituem os juízes eleitos (intervenção do poder central). EmPortugal, renovação das bolsas de mareantes, já renovada em 1394‐1395(medida de estímulo ao comércio).
1397‐1400 — Fome em Portugal.
1398 — Guerra entre Portugal e Castela (1396‐1402): a) (Maio‐Junho) Osportugueses fazem nova ofensiva na Estremadura; b) (Maio) Osportugueses conquistam Salvatierra de Miño; c) (Junho‐Julho) As hostesdo infante D. Dinis (aclamado rei de Portugal) atacam em Trás‐os‐Montese na Beira, apoderando‐se de vários castelos e passando por Sabugal,Guarda, Viseu e Covilhã; d) (25.07) Os portugueses conquistam Tuy; e)(Dezembro) Correrias na Estremadura castelhana, seguindo‐senegociações e tréguas; f) Cortes em Portugal.
1399 — Em Portugal, a maior inflação de sua história: o marco de pratapassa de 36 libras (em 1384) para 330 (1399).
1399‐1413 — Henrique IV, rei da Inglaterra.
1399‐1400 — Guerra entre Portugal e Castela (1396‐1402): a) Nos verõesdesses anos reacende‐se o conflito: os portugueses entram em Castela porBadajoz e põem cerco a Alcântara; os castelhanos ocupam Miranda doDouro, Penacamor e outras praças‐fortes.
1400 — (?) Vasco de Lobeira escreve em português um romance decavalaria, Amadis de Gaula, um dos livros mais populares da Europa.Cortes em Portugal. Em Portugal, Lei discriminatória contra os judeus.Peste em Portugal.
1400‐1410 — Roberto, rei alemão.
1401 — É aberto um banco do Estado em Barcelona. Cortes em Portugal.Casamento de D. Beatriz, filha única de Nuno Álvares Pereira — prior daOrdem do Hospital — com o filho bastardo de D. João I de Portugal, D.Afonso, que recebeu do sogro o condado de Barcelos e um significativopatrimônio. Em Portugal, confirmação dos privilégios da feira de FonteArcada.
1402 — Acordo de 1402 entre Portugal e Castela — paz por 10 anos. EmPortugal, Lei discriminatória contra os judeus. D. João I procede a umacuidadosa revisão da constituição do rabinato (criada em Portugal desde oreinado de Afonso III) devido a queixas de lisboetas contra o rabino‐morD. Judá Cohen.
1403 — Fome em Portugal.
1404 — Em Portugal, antes desse ano, confirmação dos privilégios dasfeiras de Prado e Caria.
1404‐1406 — Papado de Inocêncio VII, de Sulmona.
1405 — Nascimento de João II de Castela, filho de Henrique III de Castela.O infante D. Afonso acompanha sua irmã D. Beatriz à Inglaterra, que foracasar com o conde de Arundel (aliança entre Portugal e a Inglaterra).
1406 — Morte de Henrique III, 13o. rei de Castela, filho de João I deCastela. O infante D. Afonso sai de Portugal com destino a Jerusalém,acompanhado por uma centena de cavaleiros. Passou por Castela, Aragão,França, Veneza e Sacro Império, tendo sido recebido pelo imperadorRoberto.
1406‐1415 — Papado de Gregório XII, veneziano.
1406‐1454 — Reinado (14o.) de João II de Castela, filho de Henrique III deCastela.
1407 — Em Lisboa, juízes por El‐Rei substituem os juízes eleitos(intervenção do poder central. Em Portugal, confirmação dos privilégiosda feira de Feira.
1408 — Cortes em Portugal. O infante D. Afonso, regressando aoOcidente após ter ido a Jerusalém, passa por Ferrara.
1408‐1425 — Reinado (14o.) de Youcef III, de Granada.
1409‐1410 — Antipapa Alexandre V, cretense.
1410 — Valladolid, e depois outras cidades, influenciadas pela eloqüênciado santo e fanático Vicente Ferrer, ordenaram o confinamento dos judeuse dos mouros em quarteirões determinados (Judería ou Alhama), cujasportas deveriam ser fechadas do pôr‐do‐sol até o amanhecer. Morte deMartin I, o Humano, 16o. rei de Aragão. Cortes em Portugal. (?) O infanteD. Afonso combate os turcos ao lado do imperador Segismundo.(Outubro) O infante D. Afonso passa novamente por Veneza. O infanteD. Fernando luta contra os muçulmanos do reino de Granada e tomaAntequera.
1410‐1415 — Antipapa João XXIII, napolitano.
1410‐1437 — Sigismundo, rei alemão.
1411 — Acordo de Segóvia entre Portugal e Castela, que pôs fim definitivoàs hostilidades entre os dois reinos ibéricos. D. João I de Portugal ficavarei de um Portugal restituído às fronteiras de 1297. Até esse ano, Portugalvive — desde o início do reinado de João I de Avis (1385) — praticamenteem guerra. A conquista de Granada é discutida em Portugal. (20.03.1411) Abula Eximie Devociones do antipapa João XXIII responde de modoafirmativo ao pedido de D. João I de Portugal de ajuda, por parte dasordens militares, a qualquer forma de guerra justa. (?) O infante D.Afonso em Portugal após peregrinação à Terra Santa.
1412 — Em Portugal, Lei discriminatória contra os judeus. Em Portugal,confirmação dos privilégios das feiras de Barcelos, Salzedas e Batalha (?).(?) D. João de Portugal associa ao trono seu filho e herdeiro, D. Duarte,um jovem de 21 anos (futuro rei D. Duarte I de Portugal), e atribuigradualmente lugares de comando e fontes de rendimento aos outros
infantes, D. Pedro e D. Henrique, dando a eles a direção dos negóciosexternos do Reino. Negociações entre Portugal e Castela a respeito deauxílio contra Granada. Começa a ser preparada a expedição militar aCeuta. Em todo o processo tiveram ação decisiva (além do rei, dosinfantes e dos principais senhores feudais do reino) o vedor da Fazenda(João Afonso de Alenquer), o prior do Hospital (Álvaro GonçalvesCamelo) e o capitão‐mor do Mar (Afonso Furtado de Mendonça).
1412‐1414 — Fome em Portugal.
1412‐1416 — Reinado (17o.) de Fernando I, de Aragão (irmão de João II deCastela).
1413‐1422 — Henrique V, rei da Inglaterra.
1414 — Em Lisboa, juízes por El‐Rei substituem os juízes eleitos(intervenção do poder central).
1414‐1416 — Peste em Portugal.
1415 — (25.07) Parte de Lisboa uma frota militar com destino a Ceuta(mais de 200 embarcações e 20.000 homens, incluindo navios emercenários flamengos, bretões, ingleses e outros). Faz escala em Lagos,Faro e Algeciras. (21.08) Desembarque português em Ceuta. (22.08)Conquista portuguesa de Ceuta, no Marrocos, comandada pelos infantesD. Duarte, D. Pedro e D. Henrique. (01.09) Regresso da frota portuguesade Ceuta, ficando na cidade uma guarnição de 2.700 homens chefiadospor 40 membros da nobreza chefiado por D. Pedro de Meneses.Casamento da filha de D. João I de Portugal, a infanta D. Isabel (que secasara em 1405 com o conde de Arundel) com o barão de Irchenfield(manutenção da aliança entre Portugal e Inglaterra).
1416 — Morte de Fernando I, 17o. rei de Aragão.
1416‐1458 — Reinado (18o.) de Afonso V, o Magnânime, de Aragão (filhode Fernando I de Aragão).
1417 — Em Portugal, confirmação dos privilégios das feiras de Lanhoso (?)e Pena.
1417‐1418 — Reforçam‐se as posições defensivas portuguesas em Ceutacom o auxílio inglês. (04.04) Bula de cruzada do papa Martinho V, RexRegum, onde Portugal recebe as rendas da Ordem de Santiago.
1417‐1431 — Papado de Martinho V, romano.
1418 — (22.01) Estreitamento de laços diplomáticos entre Portugal, oImpério e o reino da Hungria: doação da marca de Treviso, como feudo,ao infante D. Pedro. Isso implicou uma estadia de senhores e cavaleirosportugueses na região, entre os quais Álvaro Gonçalves de Ataíde, validodo infante. (08.10) Bula papal In apostolice Dignitatis Specula: D. João I dePortugal consegue junto ao papado a concessão para seu filho, o infanteD. João, ao posto de mestre da Ordem de Santiago. Portugal conquista ailha de Madeira. Fome em Portugal.
1419 — (13 e 18.08) Forças marroquinas e granadinas cercam Ceuta.(Setembro) Um contingente de socorro a Ceuta parte de Portugal,chegando à cidade quando um novo assédio estava em curso. Após duassemanas, os aliados muçulmanos, incapazes de reconquistar Ceuta,levantam o cerco.
1419‐1421 — Conquista portuguesa das ilhas da Madeira e do Porto Santo,após expedições de João Gonçalves Zarco, Tristão Vaz Teixeira eBartolomeu Perestrelo.
1420 — (Março) O infante D. Henrique, em Ceuta até esse mês (desde1415), projetou capturar Gibraltar, não conseguiu devido a um temporal.Em Portugal, confirmação dos privilégios da feira de Tomar (sede daantiga Ordem do Templo, agora de Cristo). (25.05) Bula papal Inapostolice Dignitatis Specula (homônima da de 1418): D. João I de Portugalconsegue junto ao papado a concessão para seu filho, o infante D.Henrique, o Navegador, ao mestrado da Ordem de Cristo.
1422 — Em Portugal, hiperinflação: o marco de prata sobe para 5.000libras (36 libras em 1384, 330 em 1399). Desde esse ano (ou até antes),expedições portuguesas à costa da África.
1422‐1427 — Fome em Portugal.
1422‐1433 — Conquista portuguesa da costa da África até o cabo Bojador.
1422‐1461 — Carlos VII, rei da França. Henrique VI, rei da Inglaterra.
1423 — Peste em Portugal.
1423‐1429 — Antipapa Clemente VIII, de Aragão.
1425 — Nascimento de Henrique IV de Castela, filho de João II de Castela.Morte de Carlos III, o Nobre, 21o. rei de Navarra. (?) O infante D. Pedroescreve uma carta ao irmão co‐governador e futuro rei Afonso V.(Setembro) O infante D. Pedro vai a Inglaterra. (Dezembro) O infante D.Pedro em Flandres.
1425‐1427 — Reinado (15o.) de Maomé VII, de Granada.
1425‐1430 — Contra‐antipapa Bento XIV, de Avignon.
1425‐1479 — Reinado (22o.) da rainha Branca e do rei D. João, de Navarra.
1426 — Carta escrita de Bruges pelo infante D. Pedro ao irmão, o infanteD. Duarte: “Portugal era terra que dava vontade de emigrar e que nãoatraía ninguém”. Em Portugal, hiperinflação: o marco de prata sobe para28.000 libras (36 libras em 1384, 330 em 1399, 5.000 em 1422). O marco deouro sobe de forma correspondente. Em Portugal, confirmação dosprivilégios da feira de Montemor‐o‐Velho. (Fevereiro) O infante D. Pedrono Sacro Império (passa por Colônia, Nuremberg e Regensbruck).(Março) O infante D. Pedro em Viena. Permanece ao serviço doimperador Segismundo durante dois anos, combatendo contra os turcos,estacionando na Hungria e na Valáquia.
1427 — Reinado (16o.) de Maomé VIII, de Granada. Cortes em Portugal:uma concordata de 94 capítulos suscitada pelo clero consagra, acontragosto dos prelados e em proveito da monarquia, normas e limitesàs ambições clericais (Lei Mental — ver 08.04.1434). Expedição portuguesa(Diogo de Silves) aos Açores.
1427‐1431 — Reinado (17o.) de Maomé VII (reentronado), de Granada.
1427‐1432 — Conquista portuguesa dos Açores.
1428 — O herdeiro do trono de Portugal, o infante D. Duarte casa‐se coma infanta D. Leonor de Aragão. (Março) O infante D. Pedro inicia viagemde volta a Portugal, passando por Veneza, Ferrara, Florença e Roma.(Junho) O infante D. Pedro parte de Pisa, por mar, rumo à PenínsulaIbérica. Demorou‐se no reino de Aragão até o final de Agosto. (Setembro)O infante D. Pedro atravessa Castela e entra em Portugal.
1428‐1429 — Aliança entre Portugal e Aragão: duplo casamento dosinfantes D. Duarte e D. Pedro com princesas aragonesas.
1429 — Peste em Portugal. O infante de Portugal D. Pedro casa‐se com afilha do conde de Urgel.
1430 — Aliança entre Portugal e Borgonha: casamento da filha de D. JoãoI de Portugal, D. Isabel, com o poderoso duque de Borgonha, Filipe, oBom.
1431 — Reinado (18o.) de Ebn Alhamar, de Granada.
1431‐1432 — Expedição portuguesa (Gonçalo Velho) aos Açores.
1431‐1447 — Papado de Eugênio IV, veneziano.
1432 — (15.01) Nascimento de Afonso (futuro Afonso V de Portugal, oAfricano), filho do infante D. Duarte de Portugal e D. Leonor de Aragão.(11.08) Pacto de Torres Novas assinado entre Portugal e Aragão: resoluçãoda querela entre o condestável castelhano D. Álvaro de Luna e os“infantes de Aragão”, D. Henrique e D. Pedro (Portugal foi o medianeiro).
1432‐1433 — Peste em Portugal.
1432‐1445 — Reinado (19o.) de Maomé VII (reentronado), de Granada.
1433 — (13.08) Morte de D. João I de Portugal, de Boa Memória, emLisboa, aos 76 anos de idade e 48 de reinado (“...prestigiado, amado echorado pelos seus súbditos” — A. H. de Oliveira Marques). (Novembro‐dezembro) Cortes de Leiria (depois transferidas para Santarém), asprimeiras do reinado de D. Duarte I (nelas os deputados afirmam seremas pestes um traço habitual do perfil do reino). Expedição portuguesa nacosta africana. Negociações entre Portugal e Castela (conseqüência doPacto de Torres Novas, de 1432). A política portuguesa da guerra na África(interrompida pelos custos da manutenção de Ceuta e o agravamento dainflação em Portugal) é retomada.
1433‐1438 — (14.08) Reinado de D. Duarte de Portugal, o Eloqüente (2o. dadinastia de Avis) — assume o trono aos 42 anos de idade (escreve umtratado de desporto: Ensinança de bem cavalgar toda a sela).
1434 — (02.03) Em Portugal, novos regimentos dos juízes dos Órfãos.(22.03) Em Portugal, novos regimentos dos juízes dos Contos. (08.04) EmPortugal, a Lei Mental (reforma na administração pública: lei sobre ajustiça, o senhorialismo e as terras da coroa, com a exceção da casa deBarcelos — pertencente pela doação de 1401 ao filho bastardo de D. João Ide Portugal, D. Afonso). (10.04) Em Portugal, novos regimentos dos
Capitães de Ceuta. (02.05) Em Portugal, proibição de cartas senhoriais deprivilégios. (?) Uma nova frota militar terá sido organizada em Portugalcom um objetivo: as Canárias. Expedição portuguesa na costa africana.Negociações entre Portugal e Castela (conseqüência do Pacto de TorresNovas, de 1432).
1435 — (02.09) Em Portugal, novos regimentos dos juízes de Monteiro‐Mor. (?) É fundado o seguro marítimo na Espanha. Início do saneamentoda moeda portuguesa: D. Duarte I de Portugal faz cunhar as primeirasmoedas de ouro e de boa prata que se viam desde os tempos de D.Fernando: o escudo e o real. Concílio de Basiléia: os castelhanos (o bispode Burgos, Alonso de Cartagena) argumentam ao papa sobre osportugueses e a questão das Canárias. Expedição portuguesa na costaafricana.
1436 — (06.01) Em Portugal, novos regimentos dos Besteiros do Conto.(20.01) Em Portugal, Leis sobre portagem. (Março) Cortes de Évora, asegunda do reinado de D. Duarte I de Portugal. Objetivo: obter fundospara a projetada expedição a Marrocos. (19.08) Em Portugal, Leis sobrejudeus. (08.09) Bula papal Rex Regum: o papa Eugênio IV concede a D.Duarte I de Portugal os direitos e os privilégios de cruzada contra o Islã.(15.09) Bula papal Romanus Pontifex: Eugênio IV concede as Canárias aPortugal. (06.11) Bulas Romani Pontifics e Dudum cum ad nos: o papaEugênio IV, por pressão da coroa castelhana, volta atrás na bula de 15.09 ea revoga. (05.12) Em Portugal, Leis sobre judeus. Expedição portuguesa nacosta africana.
1436‐1441 — Fome em Portugal.
1437 — (08.02) Em Portugal, novos regimentos das Valas. (13.04) EmPortugal, restrições a certas exportações. (03.08) Em Portugal, restrições acertas exportações. (27.08) D. Duarte I de Portugal prepara uma frota com6.000 a 7.000 homens que se reuniu em Ceuta, tendo como chefe daexpedição o infante D. Henrique. (13.09) Ataque português a Tânger: osmarroquinos conseguem repelir todos os assaltos, passando em seguida àofensiva. (12.10) O infante D. Henrique decide pela rendição em Tânger,comprometendo‐se a restituir Ceuta. Como penhor da entrega, o infanteD. Fernando, o infante Santo, mestre de Avis, ficou em poder dosmuçulmanos. (17.10) A expedição militar portuguesa derrotada em Tângerregressa a Portugal, via Ceuta. (?) Expedição portuguesa na costa africana.
1437‐1441 — Peste em Portugal.
1437‐1439 — Em Portugal, epidemia de peste.
1438 — (Janeiro‐fevereiro) Cortes de Leiria (terceira e última do reinadode D. Duarte I de Portugal). Objetivo: tratar da liberdade do infante D.Fernando e da possível cedência de Ceuta aos mouros. (Março) O infanteD. Henrique permanece até esse mês em Ceuta, instalando‐se a seguir noAlgarve. (09.09) Epidemia de peste em Portugal: morte do rei D. Duarte Ide Portugal, o Eloqüente, de peste (reinou apenas cinco anos). Seu filho,D. Afonso tem apenas 6 anos; o país é governado pela viúva, D. Leonor deAragão (regência). (Novembro) Cortes de Torres Novas: Regimento doReino de 1438: proposta do infante D. Henrique; é uma constituiçãodestinada a vigorar até que D. Afonso atinja a maioridade política, em1446. Estabelece que o poder seja partilhado pela rainha, pelo infante D.Pedro, duque de Coimbra, pelo conde de Arraiolos e por umas "cortesrestritas" de celebração anual. Assim, D. Leonor foi regente sozinha porapenas 3 meses. Em Portugal, carta régia de proteção aos bretões.
1438‐1439 — Alberto II, rei alemão.
1438‐1439 — Regência de D. Leonor de Aragão, viúva de D. Duarte I dePortugal.
1438‐1441 — Em Portugal, maus anos agrícolas e o espectro da fome.
1439‐1449 — Antipapa Félix V, de Savóia.
1439 — Os Açores começam a ser povoados. (Julho) Começam asdivergências abertas entre D. Leonor de Castela e D. Pedro, duque deCoimbra, por motivo da nomeação de um servidor do arcebispo de Bragapara escrivão da Câmara do Porto. (Setembro) Agitações em Lisboa,semelhantes às de 1383‐1385. (Dezembro a Janeiro 1440) Cortes de Lisboa:o regimento de Torres Novas é anulado e o infante D. Pedro, duque deCoimbra, é declarado por pressão do povo "Regedor e Defensor do Reino",tal como o pai. Mais tarde, é também designado tutor e curador do rei. Arainha tenta resistir, auxiliada por forças internas e pela promessa deajuda de seus irmão de Aragão. Foge para Castela, é despojada de seusbens e morre em Toledo (1445). O regente D. Pedro faz uma declaraçãopró‐nobiliárquica nas Cortes de Lisboa, além de recusar o oferecimento deuma estátua sua nos estaus da capital.
1439‐1448 — Regência do infante D. Pedro, duque de Coimbra.
1440 — (1o. Semestre) Aliança entre o infante D. Pedro e os adversáriosdos infantes de Aragão: Um contingente de 200 homens sob o comandode D. Duarte de Meneses entra em Castela para ajudar o mestre deSantiago, Gutierre de Sotomayor (partidário de A. Álvaro de Luna) edestrói Zalamea de la Serena (Badajoz), reforçando as guarnições doscastelos de Magacela e Benquerencia de la Serena (Badajoz). (09.05) Osirmãos do regente D. Pedro são nomeados fronteiros para as zonasameaçadas de invasão: D. Henrique para a Beira, D. João para o Alentejo eD. Afonso para o Entre‐Douro‐e‐Minho e Trás‐os‐Montes. (Setembro) Omarechal Vasco Fernandes Coutinho (inimigo do regente D. Pedro desdeo início) é promovido a 1o. Conde de Marialva. (Outubro) D. Leonor deCastela, a rainha viúva de Portugal, busca refúgio em Sintra, depois emAlmerim, e por fim em Ponte de Sor e no Crato, terras da Ordem doHospital, cujo prior, D. Frei Nuno Gonçalves de Góis a apoiava.(Dezembro) D. Leonor de Castela, sentindo‐se sem apoio interno,abandona o país, acolhe‐se em Albuquerque e solicita o auxílio dosirmãos. O infante D. Pedro é proclamado regente.
1440‐1493 — Frederico III, rei alemão.
1441 — (09.03) Em Portugal, Lei sobre a moeda. (25.05) Esponsais entre afilha do regente D. Pedro, D. Isabel e o rei, D. Afonso V de Portugal. Omatrimônio só se consumará em 06.05.1447, dada a tenra idade dosesposados. (Novembro) O regente e infante D. Pedro procura seu meio‐irmão, o conde de Barcelos, em Lamego para um acordo, e evita umaguerra civil em Portugal (sobre a questão do exílio da rainha, D. Leonorde Castela). O conde havia firmado um pacto com o infante de Aragão, D.Henrique e com o rei de Navarra, também irmão da rainha.
1442 — (27.04) Em Portugal, Regimento do Monteiro‐Mor. (30.09) EmPortugal, Lei sobre processo cível. (18.10) Súbito falecimento do infante D.Diogo, filho do recentemente falecido infante D. João: ambos detinham ocargo de condestável. (Novembro?) D. Afonso é feito 1o. Duque deBragança, sendo‐lhe aumentado consideravelmente o patrimôniosenhorial.
1443 — (Janeiro) Nomeação do filho primogênito do regente D. Pedro, D.Pedro, de 12 anos, para condestável. (31.01) Em Portugal, Lei sobre alcaidese prisões. (03.03) Em Portugal, Regimento do Chanceler‐Mor. (05.06)
Falecimento, no cativeiro, do infante D. Fernando, mestre da Ordem deAvis (que havia sido derrotado em Tânger, em 1437, ficando preso desdeentão). Em Portugal, carta régia de proteção aos ingleses.
1444 — (29.03) Nomeação do filho primogênito do regente D. Pedro, D.Pedro, para o mestrado de Avis. (23.05) O infante D. Fernando, jovemirmão do rei, é nomeado pelo regente D. Pedro mestre da Ordem deSantiago (que do infante D. João passara a seu filho D. Diogo). EmPortugal, carta régia de proteção aos bretões e ingleses.
1445 — (18.02) Morte de D. Leonor de Aragão, viúva de D. Duarte dePortugal, em Toledo. Fim do problema da regência de D. Pedro. (23.03)Em Portugal, repressão aos abusos dos donatários. (19.05) Vitória deOlmedo: D. Álvaro de Luna assegura ao regente de Portugal a pazdefinitiva para a questão de sua regência. (18.08) O conde de Arraiolos, D.Fernando, filho do duque de Bragança, é feito governador de Ceuta.Casamento de Joana, irmã de Afonso (V) de Portugal, com Henrique IV deCastela. Em Portugal, carta régia de proteção aos bretões, castelhanos,biscainhos e galegos.
1445‐1446 — Fome em Portugal.
1445‐1454 — Reinado (20o.) de Ebn Ostman, de Granada.
1446 — (Janeiro) Cortes de Lisboa: maioridade legal de Afonso V dePortugal (D. Pedro é mantido no governo). Oposição do duque deBragança à D. Pedro. (09.10) D. Sancho de Noronha (inimigo fidagal doregente D. Pedro), irmão do arcebispo de Lisboa, recebe o título de 1o.Conde de Odemira. (28.07) Em Portugal, o regente do reino e duque deCoimbra, D. Pedro, promulga as Ordenações Afonsinas, primeiro códigojurídico geral dos portugueses, cuja compilação tinha sido empreendidapelo rei D. Duarte. Em Portugal, carta régia de proteção aos castelhanos,biscainhos e galegos. Em Portugal, mau ano agrícola. Participação dosmesteirais na Câmara de Tavira.
1447 — Reunião prelatícia em Portugal. Casamento de D. Isabel, filha doinfante D. João (e sobrinha do rei D. Duarte), mestre de Santiago, com orei João II de Castela (segundas núpcias). D. Leonor de Aragão recebeSintra de D. Duarte, como arra
1447‐1455 — Papado de Nicolau V, de Sarzana.
1448 — (04.03) Em Portugal, a Legislação sobre coutos. Em Portugal, cartade proteção aos ingleses. (11.07) D. Pedro (ex‐regente), dispensado pelosobrinho, o rei D. Afonso V de Portugal, abandona o poder e retira‐se parao seu ducado. (Setembro) Face às reclamações dos antigos partidários darainha D. Leonor de Castela, D. Afonso V de Portugal ordena asconfirmações das terras, bens e ofícios recebidos desde o falecimento deD. Duarte I de Portugal.
1448‐1453 — Epidemia de peste em Portugal.
1448‐1481 — Reinado de Afonso V, o Africano, de Portugal.
1449 — (Abril) D. Pedro impede a passagem pelo seu feudo das forçasarmadas do duque de Bragança (seu inimigo), chamado a Lisboa pelo rei.Afonso V de Portugal rompe abertamente com D. Pedro, acusando dedesobediência, e ordena a prisão de seus partidários. (05.05) O duque deCoimbra parte em direção à Corte (e à morte). (19.05) Batalha deAlfarrobeira (entre o rei Afonso V de Portugal e seu tio e ex‐regente, D.Pedro), perto de Lisboa: morte do infante D. Pedro, ex‐regente do reino.
1450‐1455 — Negociação e casamento de D. Beatriz, filha do infante D.Pedro, com Adolfo Von Kleve.
1451 — Portugal relembra D. João I de Avis como o "pai dos portugueses".Cortes em Portugal — as primeiras do pós‐regência. Em Portugal, o condede Ourém passa a 1o. Marquês de Valença. Casamento da infanta D.Leonor (irmã do rei Afonso V de Portugal) com o imperador alemãoFrederico III.
1452 — Nascimento de Fernando II de Aragão (futuro 20o. rei).
1452‐1455 — Fome em Portugal.
1453 — O infante D. Fernando, irmão do rei, recebeu o título de 1o. duquede Beja.
1454 — Morte de João II, 14o. rei de Castela, filho de Henrique III deCastela.
1454‐1456 — Reinado (21o.) de Ebn Ismail, de Granada.
1454‐1474 — Reinado (15o.) de Henrique IV de Castela, filho de João II deCastela.
1455 — Cortes em Portugal. O papa Calisto III manda tanger à cruzadacontra os turcos todos os sinos cristãos. Em Portugal, o conde deArraiolos passa a marquês de Vila Viçosa. Casamento de D. Joana, irmã deAfonso V de Portugal, com o rei Henrique IV de Castela.
1455‐1456 — Afonso V de Portugal faz equipar navios e recruta homens dearmas com o objetivo de intervir no Mediterrâneo para uma cruzadacontra os turcos. Com essa finalidade, uma frota luso‐italiana parte para oLevante.
1455‐1458 — Papado de Calisto III, valenciano.
1456 — Afonso V de Portugal revoga (brevemente) o "beneplácito régio"instituído por D. Pedro I de Portugal quando este era ainda infante (verano 1355). Cortes em Portugal. Casamento de D. João, filho do infante D.Pedro, com Carlota de Lusignan, rainha de Chipre. D. Jaime, filho do ex‐regente D. Pedro, ascende a cardeal na Itália, além de arcebispo de Lisboa(embora nunca tenha regressado a Portugal).
1456‐1458 — Peste em Portugal.
1456‐1482 — Reinado (22o.) de Moulay Hacen, de Granada.
1457 — Afonso V de Portugal decide combater em Marrocos. Surge emPortugal os cruzados de ouro quase puro (23 3/4 quilates), entrando emcirculação uma boa moeda de prata (real grosso e meio real grosso).
1458 — (30.09) Uma frota de 220 velas parte do Sado e de outros pontosda costa portuguesa levando o rei, o idoso infante D. Henrique e a finaflor da nobreza portuguesa. (16.10) Os portugueses chegam ao Marrocos eatacam Alcácer Ceguer. (18.10) Conquista portuguesa de Alcácer Ceguer.(24.10) Alcácer Ceguer é integrado às conquistas portuguesas.(Novembro) Os marroquinos tentam reconquistar Alcácer Ceguer. Mortede Afonso V, o Magnânime, 18o. rei de Aragão.
1458‐1464 — Papado de Pio II, sienês.
1458‐1479— Reinado (19o.) de João II, de Aragão.
1459 — Assembléias parlamentares em Portugal. (Março a Julho) Osportugueses fortificam Alcácer Ceguer. (Julho) Durante 53 dias osmarroquinos cercam Alcácer Ceguer (pela segunda vez). Participação dosmesteirais na Câmara de Évora.
1459‐1461 — Fome em Portugal.
1460 — Morte do infante D. Henrique. D. Álvaro de Castro recebe o títulode 1o. conde de Monsanto. (Verão) É preparada outra expediçãoportuguesa ao Marrocos, que falha.
1461‐1483 — Luís IX, rei da França. Eduardo IV, rei da Inglaterra.
1463 — (?) D. Fernando, filho do segundo duque de Bragança recebe otítulo de conde de Guimarães. (Novembro) Mais uma expediçãoportuguesa é preparada ao Marrocos, e também falha (D. Afonso V comum contingente de 10.000 homens tenta apoderar‐se de Tânger, edemora‐se em Ceuta até março de 1464).
1463‐1464 — Portugal tenta conquistar Tânger, mas desiste.
1464 — D. Henrique de Meneses recebe o título de 1o. conde de Valença.(Março) Afonso V de Portugal esteve em risco de ser capturado ou mortopelos marroquinos, e é salvo por D. Duarte de Meneses, que morre norecontro. Uma expedição portuguesa (3a.) é preparada ao Marrocos quetambém falha. D. Pedro, condestável do reino de Portugal e mestre daOrdem de Avis aceita um convite para se candidatar ao reino de Aragão eparte, mesmo contra a vontade do rei Afonso V. Peste em Portugal.
1464‐1466 — Intervenção portuguesa na Catalunha e breve realeza docondestável D. Pedro, mestre de Avis e filho do ex‐regente D. Pedro,vencido em Alfarrobeira (1449). A Ordem de Avis e seus freires apóiam acausa do condestável D. Pedro.
1464‐1471 — Papado de Paulo II, veneziano.
1465 — Assembléias parlamentares em Portugal.
1466 — Pero Vaz de Melo recebe o título de 1o. conde de Atalaia.Morte de D. Pedro, mestre de Avis e pretendente ao trono de Aragão.
1467‐1468 — Fome em Portugal.
1468 — Assembléias parlamentares em Portugal.
1469 — O infante D. Fernando conquista Anafé (atual Casablanca),mas logo abandona, por situar‐se desconfortavelmente ao sul. D. Afonso,filho do segundo duque de Bragança recebe o título de 1o. conde de Faro.
1470 — D. Fernando, filho do segundo duque de Bragançarecebe o título de duque de Guimarães.
1471 — Discurso dos povos portugueses, afirmando que Santa Joananão podia escolher a vida monástica. (15.08) Afonso V parte de Lisboacom frota de ataque (mais de 477 embarcações e quase 30.000 homens).(20.08) A expedição ancora em Arzila. (24.08) Portugal conquista Arzila eocupa a praça tangerina — os mouros a abandonaram. (28.08) Afonso V,conquista Tânger. Com essas conquistas africanas intitula‐se "Rei dePortugal e dos Algarves d'aquém e d'além‐mar em África" (era dono deCeuta, Alcácer Ceguer, Arzila e Tânger). D. Afonso de Vasconcelos recebeo título de 1o. conde de Penela. D. Henrique de Meneses recebe o título de1o. conde de Loulé. D. João Galvão, bispo de Coimbra, recebe o título de1o. conde de Santa Comba.
1471‐1484 — Papado de Sisto IV, de Savona.
1472 — D. João Galvão, bispo de Coimbra e 1o. conde de Santa Comba,recebe o título de 1o. conde de Arganil. Peste em Portugal.
1472‐1473 — Cortes de Coimbra‐Évora. Fome em Portugal.
1473‐1478 — D. João, filho do segundo duque de Bragança, 1o. marquês deMontemor‐o‐Novo.
1473 — D. Leonor, ainda infanta, recebe Sintra de D. João II de Portugal,como arra.
1474 — (Dezembro) Morte de Henrique IV, 15o. rei de Castela, filho deJoão II de Castela.
1474‐1504 — Reinado de Isabel e Fernando V, reis da Espanha.
1475 — Afonso V de Portugal entrega ao príncipe D. João o pelouro dasnavegações e comércio atlânticos. Com a morte de Henrique IV deCastela, Afonso V de Portugal volta‐se para a Península Ibérica e acaricia aidéia de tornar‐se imperador das Espanhas: invade Castela (Batalha doToro) e sofre uma derrota. D. João Fernandes da Silveira recebe o título de1o. barão de Alvito. Lopo de Albuquerque recebe o título de 1o. conde dePenamacor. Participação dos mesteirais na Câmara do Porto (com direitoa voto).
1475‐1478 — Fome em Portugal.
1476 — Leonel de Lima recebe o título de 1o. visconde de Vila Nova deCerveira. Lopo de Almeida recebe o título de 1o. conde de Abrantes. D.Pedro Álvares de Soto Maior recebe o título de 1o. conde de Caminha. Ruide Melo recebe o título de 1o. conde de Olivença.
1477‐1494 — Peste em Portugal.
1479 — Reinado (23o.) da rainha Leonor, de Navarra. Morre no mesmoano. Morte de João II, 19o. rei de Aragão
1479‐1481 — Reinado (24o.) de Francisco Febo, de Navarra.
1479‐1516 — Reinado (20o.) de Fernando II de Aragão.
1481 — Morte de Francisco Febo, 24o. rei de Navarra. Na Vila de Sintra,morte de Afonso V, o Africano, de Portugal, aos 49 anos de idade.
1481‐1482 — Cortes de Évora‐Viana — as primeiras de D. João II dePortugal.
1481‐1495 — Reinado de D. João II de Portugal.
1481‐1512 — Reinado (25o.) de Catarina (e D. João de Aragão), de Navarra.
1482‐1492 — Reinado (23o.) de Abou Abdilehi (Boabdil), de Granada.
1483 — Eduardo V, rei da Inglaterra.
1483‐1485 — Ricardo III, rei da Inglaterra.
1483‐1498 — Carlos VIII, rei da França.
1484‐1488 — Fome em Portugal.
1484‐1492 — Papado de Inocêncio VIII, genovês.
1485‐1509 — Henrique VII, rei da Inglaterra.
1490‐1491 — Fome em Portugal.
1492 — Através de Bragança entram muitos judeus fugitivos de Castela.
1492‐1503 — Papado de Alexandre VI, valenciano.
1493‐1519 — Maximiliano I, rei alemão.
1494‐1496 — Fome em Portugal.
1495‐1521 — Manuel I, rei de Portugal.
1498 — Criação da confraria de Nossa Senhora da Misericórdia de Lisboa,por iniciativa de D. Leonor, regente durante a ausência de seu irmão, D.Manuel I, que se encontrava em Castela.
1497 — Em Portugal, conversão forçada dos judeus. Em Bragança,predominam os cristãos‐novos.
1498‐1515 — Luís XII, rei da França.
1503 — Papado de Pio III, sienês.
1503‐1513 — Papado de Júlio II, de Savona.
1504‐1506 — Reinado (2o.) de Filipe I e rainha Joana, da Espanha.
1506‐1516 — Regência de Fernando V da Espanha.
1509‐1547 — Henrique VIII, rei da Inglaterra.
1512 — Junção dos reinos de Castela e Aragão. O rei de Portugal, D.Manuel, confirma o foral de Amieira do Crato à Ordem do Hospital.
1513‐1521 — Papado de Leão X, florentino.
1515‐1547— Francisco I, rei da França.
1516 — Morte de Fernando II, 20. rei de Aragão.
1516‐1517 — Regência do Cardeal Cisneros, da Espanha.
1516‐1556 — Carlos I, rei da Espanha.
1519‐1556 — Carlos V, rei alemão.
1521‐1557 — João III, rei de Portugal.
1522‐1523 — Papado de Adriano VI, de Utrecht.
1523‐1534 — Papado de Clemente VII, florentino.
1534‐1549 — Papado de Paulo III, romano.
1547‐1553 — Eduardo VI, rei da Inglaterra.
1547‐1559 — Henrique II, rei da França.
1550‐1555 — Papado de Júlio III, romano.
1553‐1558 — Maria I, rainha da Inglaterra.
1555‐1559 — Papado de Paulo IV, napolitano.
1556‐1564 — Fernando I, rei alemão.
1556‐1598 — Filipe II, rei da Espanha.
1557‐1578 — Sebastião I, rei de Portugal.
1558‐1603 — Elizabeth I, rainha da Inglaterra.
1559‐1560 — Francisco II, rei da França.
1559‐1565 — Papado de Pio IV, milanês.
1560‐1574 — Carlos IX, rei da França.
1564‐1576 — Maximiliano II, rei alemão.
1566‐1572 — Papado de São Pio V, alexandrino.
1572‐1585 — Papado de Gregório XIII, bolonhês.
1574‐1589 — Henrique III, rei da França.
1576‐1612 — Rodolfo II, rei alemão.
1578‐1580 — Henrique (cardeal), rei de Portugal.
1580‐1598 — Filipe da Espanha, rei de Portugal.
1585‐1590 — Papado de Sisto V, de Grottamare.
1589‐1610 — Henrique IV, rei da França.
1590 — Papado de Urbano VII, romano.
1590‐1591 — Papado de Gregório XIV, cremonense.
1591 — Papado de Inocêncio IX, bolonhês.
1592‐1605 — Papado de Clemente VIII, florentino.
1598‐1621 — Filipe III, rei da Espanha.
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