O PROFESSOR PDE E OS DESAFIOSDA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE
2008
Produção Didático-Pedagógica
Versão Online ISBN 978-85-8015-040-7Cadernos PDE
VOLU
ME I
I
GOVERNO DO PARANÁ
SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO
SUPERINTENDÊNCIA DA EDUCAÇÃO
PROGRAMA DE DESENVOLVIMENTO DE EDUCAÇÃO
CADERNO PEDAGÓGICO DE EDUCAÇÃO FÍSICA
ATIVIDADE FÍSICA, NUTRIÇÃO E ESTILO DE VIDA
CURITIBA
2008
GISELLE INÊS PADOAN FILGUEIRAS
LILIAN MESSIAS SAMPAIO BRITO
REGINA HELENA ASSUMPÇÃO
CADERNO PEDAGÓGICO DE EDUCAÇÃO FÍSICA
ATIVIDADE FÍSICA, NUTRIÇÃO E ESTILO DE VIDA
Este Caderno Pedagógico está sendo entregue
como Produção Didático – Pedagógica, do
Programa de Desenvolvimento Educacional (PDE)
da Secretaria Estadual de Educação do Paraná.
Orientadora: Professora Dra. Neiva Leite
CURITIBA
2008
Apresentação
Este caderno pedagógico nasceu da iniciativa conjunta de professores da
Rede Estadual de Ensino do Paraná, participantes do Programa de
Desenvolvimento Educacional (PDE), que sob a orientação da Profª. Dra Neiva Leite
da Universidade Federal do Paraná, no decorrer do ano 2008/2009 trabalharão em
projetos relacionados aos temas desse material didático.
Na primeira unidade deste caderno, propomos aos professores abordar
questões nutricionais presentes no processo de crescimento e desenvolvimento de
crianças e adolescentes do ensino fundamental e a sua relação com a prática de
atividades físicas, realizada pela professora PDE Regina Helena Assumpção.
Na segunda unidade deste caderno, propomos aos professores como deve
ser detectado o excesso de peso dos alunos do ensino fundamental, bem como as
atividades relacionadas à prevenção e intervenção na escola, realizada pela
professora PDE Giselle Inês Padoan Filgueiras.
Na terceira unidade, a proposta se dirige aos professores do ensino médio
que deverão abordar assuntos relacionados à obesidade e fatores de riscos
cardiovasculares, desde a prevenção, até a orientação de atividades físicas
apontadas pelas diretrizes da Organização Mundial de Saúde (OMS, 2006),
realizada pela professora PDE Lilian Messias Sampaio Brito.
Finalizando todas as unidades teremos as tabelas e questionários com suas
devidas explicações e modo de usar nas intervenções dentro da Escola
Cada uma das unidades traz o “que”, “como”, e “por que”, abordar vários
tópicos sobre o tema, discutindo as novas linguagens a eles associados e propondo
atividades que levem o professor de Educação Física a refletir sobre atividade física,
saúde e estilo de vida na escola pública, estabelecendo mudanças nas suas atitudes
e na dos educandos, conscientizando a melhor utilização do tempo livre, dos hábitos
alimentares e a socialização, possibilitando também gerar futuras produções
acadêmicas.
iv
Índice Geral
1. Objetivo Geral........................................................................................................6
2. Objetivos Específicos ...........................................................................................6
3. Unidade 1 ...............................................................................................................7
3.1- Crescimento, Desenvolvimento e suas relações com a Nutrição e a Prática de
Atividades Físicas para o Ensino Fundamental. ......................................................8
3.1.1 – Introdução.................................................................................................8
3.1.2 – Tema: Crescimento e Desenvolvimento ...................................................9
3.1.2.1 – Sugestão de Atividades para 5ªs séries do Ensino Fundamental ....12
3.1.3 – Tema: Nutrição e suas influências no crescimento.................................16
3.1.3.1 – Sugestão de Atividades para 5ªs séries do Ensino Fundamental ....21
3.1.4 – Tema: Atividade Física ...........................................................................25
3.1.4.1 – Sugestão de Atividades para 5ªs séries do Ensino Fundamental ....28
3.2- Unidade 2: O papel do profissional de Educação Física na prevenção e
controle do sobrepeso e Obesidade no Ensino Fundamental................................36
3.2.1 – Introdução...............................................................................................36
3.2.2 – Definições ...............................................................................................39
3.2.2.1. – Algumas diferenças que você precisa saber. ..................................39
3.2.2.2 – Sugestões de atividades...................................................................41
3.2.3. Fatores que podem levar à obesidade e sobrepeso.................................45
3.2.3.1 Pirâmide Alimentar ..............................................................................48
3.2.4 – Avaliação Física e Composição corporal ................................................57
3.3- Unidade 3: Abordagem Pedagógica dos fatores de riscos cardiovasculares em
alunos do Ensino Médio.........................................................................................65
3.3.1. A Obesidade e suas causas .....................................................................65
3.3.2. O retrato da obesidade .............................................................................67
3.3.3. Excesso de peso e obesidade ..................................................................68
v
3.3.4. A Diabetes e a Saúde Pública ..................................................................70
3.3.5. Hábitos Alimentares..................................................................................72
3.3.6. Alguns conceitos importantes ...................................................................75
3.3.7. Doenças Cardiovasculares e Exercício Físico..........................................83
3.3.8. Prevenção Primária da Hipertensão e dos Fatores de Risco Associados 87
3.3.9. Atividade Física ........................................................................................90
4. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS.....................................................................94
5. ANEXOS .............................................................................................................102
6
1. Objetivo Geral
Abordar a obesidade, estilo de vida e saúde durante as aulas de Educação
Física.
2. Objetivos Específicos
• Conceituar obesidade, estilo de vida e saúde;
• Conceituar crescimento e desenvolvimento;
• Diagnosticar a obesidade e fatores de risco;
• Mensurar os dados antropométricos dos alunos;
• Aplicar protocolos de estilo de vida, alimentar e estágio maturacional;
• Classificar o IMC dos alunos conforme CDC E Conde Monteiro;
• Verificar as conseqüências da obesidade e do sedentarismo;
• Verificar riscos e benefícios da atividade física para alunos com excesso de
peso;
• Orientar alunos sobre as atividades físicas mais adequadas para cada grupo.
7
UNIDADE 1 Crescimento, Desenvolvimento e suas relações com a Nutrição
e a Prática de Atividades Físicas para o Ensino Fundamental
8
3.1- Unidade 1: Crescimento, Desenvolvimento e suas relações com a Nutrição
e a Prática de Atividades Físicas para o Ensino Fundamental.
Professora PDE: Regina Helena Assumpção
Orientadora: Professora Dra. Neiva Leite (UFPR)
3.1.1 – Introdução
No espaço escolar, mais propriamente nas aulas de Educação Física, “existe
a necessidade da consciência do cuidado com a saúde e com o corpo, a qual não
pode ser restringida, quase de forma sumária, a experiência motora, ou
psicomotora” (TABORDA, 2003), entre outras.
Para isso, não basta analisar a saúde dos escolares apenas sob o ponto de
vista das condições físicas, pois para tal, as condições nutricionais atuam
interferindo de forma significativa no crescimento e desenvolvimento dos escolares.
Para se manter a velocidade normal do crescimento e desenvolvimento dos
escolares é importante que se observe o aumento da prática de atividades físicas, a
redução do sedentarismo, um suporte emocional e que ocorra modificações
comportamentais (FISBERG)1.
É nessa perspectiva, de acordo com Taborda Oliveira (2003), que se torna
“possível uma análise da interferência do meio ambiente”, sobre o perfil nutricional
dos escolares que os expõem a uma constate adaptação fisiológica, sobretudo em
relação a nutrição, atividade física, estímulos sociais (afetividade), que se
manifestam no crescimento e desenvolvimento dos escolares.
A composição genética dos escolares, as questões nutricionais, a cultura e a
sociedade onde os escolares estão inseridos, cria uma tensão que possibilita o
desenvolvimento da corporalidade como perspectiva de formação humana
(TABORDA, 2003), onde os escolares passam a entender e significar conceitos de
hábitos alimentares e práticas de atividades físicas como práticas corporais
saudáveis e compatíveis com a sua realidade.
1 Curso Ministrado pelo Professor Doutor Mauro Fisberg, no 19º JOPEF, na cidade de Curitiba – PR, de 26 a 29
de maio de 2005.
9
Segundo Mendes/Leite (2008, p. 80, 82) a escola é um espaço importante de
educação para a saúde e precisa ser resgatado. As atividades físicas aliadas a
orientação nutricional fazem parte das ações terapêuticas para diminuir a obesidade
e suas co – morbidades. Portanto programas que visem a educação e a saúde de
escolares devem ter incentivo a sua implementação.
3.1.2 – Tema: Crescimento e Desenvolvimento
10
O crescimento é considerado à medida que
melhor define o estado de saúde e nutrição dos indi-
víduos, sendo afetados por fatores genéticos e ambi-
entais (MARCONDES, 1978).
O crescimento e desenvolvimento são características atribuídas aos seres
vivos. (SILVA, 1997 p.14). O crescimento do individuo depende do seu próprio
organismo de do ambiente em que ele vive das condições físicas e psicossociais,
favoráveis ou desfavoráveis que podem atuar antes ou depois do nascimento
(MARCONDES, 1978).
Segundo Marcondes (1978, p.4), no estudo do crescimento, podemos focar
quatro grandes fatores que interferem no crescimento.
1. Herança Genética: Determina o tipo genético do individuo, como cor dos
olhos, cabelos, estatura, tipo sanguíneos, entre outros. A hereditariedade é
um fator primordial, pois é através da bagagem genética herdada dos pais,
que as células terão a capacidade de crescimento definida.
2. Sistema Neuroendócrino: Relação entre o sistema nervoso e as glândulas
endócrinas, (em destaque o hipotálamo, pois a liberação dos hormônios é
controlada pelo sistema hipotalâmico). Células hipotalâmicas são capazes de
estimular ou inibir a liberação de hormônios hipofisarios, de acordo com a
quantidade periférica.
3. Fatores Ambientais: Podem ser divididos em pré-natais e pós-natais. A
herança genética e fatores pré-natais estão integrados de maneira tão intima
que muitas vezes é impossível diferenciar suas contribuições ao
desenvolvimento de um organismo.
Entre a concepção e o nascimento, o organismo pode sofrer a ação de
um grande número de fatores: nutricionais (deficiência de vitaminas, iodo e
possivelmente outros fatores), mecânicos (posição fetal anormal), endócrinos
(diabetes, melito materno, possível relação com a idade dos pais), actinicos
(irradiações), infecciosos (rubéola, toxoplasmose, sífilis e outras), dentre
outros.
11
Após o nascimento o meio ambiente apresenta uma fantástica e
continua variabilidade, o que obriga o individuo a uma constante adaptação
fisiológica, sobretudo em relação à nutrição, atividade física, alterações
climáticas e ambientais de ordem física e estímulos biopsicossociais (que
incluem o afeto e o impacto da urbanização).
4. Nutrição: Como todo esforço o crescimento consome energia, onde quarenta
por cento (40%), fornecidas normalmente a criança no primeiro ano de vida,
são destinadas ao crescimento. Deve se fornecer energia a uma criança para
atender às necessidades de:
A. Metabolismo basal;
B. Ação dinâmico – especifica dos alimentos;
C. Perda calórica pelos excreta;
D. Atividade muscular;
E. Crescimento.
O metabolismo basal consome proporcionalmente menos calorias
conforme a criança aumenta de idade. O “custo-calórico”, dos alimentos (ação
dinâmico – especifica), varia com a dieta, sendo proporcionalmente mais elevado
quando aumenta a taxa de proteínas da dieta, mas é importante lembrar que
proteína incorporada para o crescimento esta livre da ação dinâmico – específica. A
parte referente à atividade varia muito de individuo para individuo, em diferentes
idades e conforme o sexo.
A avaliação do estado nutricional das crianças pode se dar nas tomadas
de peso e altura, relacionadas com sexo e idade, e comparadas aos padrões
recomendados pela Organização Mundial de Saúde (OMS) (SAWAYA, 1997, p. 24).
Quanto aos indicadores hormonais presente na fase de crescimento
do individuo, o hormônio de crescimento (GH), é um dos principais envolvidos do
processo, tendo ações anabólicas e catabólicas. A ação catabólica é oposta à ação
da insulina, provocando o aumento da lipólise e da glicólise sanguínea. Em
contrapartida, sua ação anabólica, semelhante a insulina, regula a excreção de
nitrogênio corporal, bem como sua distribuição, e potencializa a ação de fatores de
crescimento para a proliferação celular (TIRAPEGUI, 2002, p. 247).
12
Outros hormônios exercem ação significativa no processo de crescimento,
dentre eles os hormônios sexuais, como o estrogênio e progesterona (óvulos),
responsável pelo aumento da deposição de gorduras e do aparecimento dos
caracteres sexuais femininos. A testosterona e as supra-renais (testículos) são
responsáveis pelo crescimento das células musculares e do número de hemácias,
desenvolvendo os caracteres sexuais masculinos (TIRAPEGUI, 2002, p. 47).
Existem as influências de fatores ambientais, culturais e étnicos no
crescimento. Mesmo que o potencial médio de crescimento seja similar em todo o
mundo, é importante dispor de indicadores referenciais estabelecidos a partir de
estudos que procurem atender as necessidades de cada população na qual o
escolar esteja inserido (GUEDES, 1994).
DICAS DE REFERENCIAL TEÓRICO
- GUEDES, D. P. Crescimento, composição corporal e desempenho motor em
crianças e adolescentes do município de Londrina – PR [Tese de doutorado],
São Paulo – Universidade de São Paulo, 1994.
- MARCONDES E. Crescimento: Normal e Deficiente; 2ª Edição Sarvier; São
Paulo–Brasil, 1978.
- MENDES, Ricardo Alves; LEITE, Neiva. Ginástica Laboral, Princípios e
aplicações práticas, Ed. Manole, 2ª Edição – Revista e ampliada, São Paulo –
Brasil, 2008.
- SAWAYA, Lydia A. Desnutrição Energético-Proteica, In. Desnutrição Urbana
no Brasil em Período de Transição; Editora Cortez, São Paulo – Brasil, 1997.
- SILVA, Osni Jacó da. Exercícios em situações especiais I, Crescimento,
Flexibilidade, Alteração Posturais, Asma, Diabetes, Terceira Idade. Ed. da
UFSC, Florianópolis – Brasil, 1997.
- TIRAPEGUI, J. Nutrição: Fundamentos e Aspectos atuais; Editora Atheneu; São
Paulo – Brasil, 2002.
3.1.2.1 – Sugestão de Atividades para 5ªs séries do
13
Ensino Fundamental
Professor: Realize uma leitura prévia do texto do Tema 1 como embasamento
teórico e na seqüencia converse com os alunos, sobre o que eles sabem a respeito
do assunto, focando três aspectos:
a) Crescimento e desenvolvimento;
b) Fatores que interferem no processo (ambientais e nutricionais);
c) Se eles percebem as semelhanças e diferenças com os irmãos e com os
pais.
Objetivo
� Identificar as transformações ocorridas no próprio corpo no último ano;
� Discutir quais foram às diferenças mais significativas;
� Identificar os possíveis fatores que os escolares julguem terem auxiliado nas
transformações ocorridas no corpo;
� Traçar semelhanças perceptíveis com seus familiares.
Encaminhamento Metodológico
Recursos necessários:
• Cartolinas
• Revistas
• Tesoura
• Cola
Desenvolvimento
Atividade 1
14
Em grupos, os alunos deverão trazes revistas para recortar diferentes
gravuras de pessoas em diferentes faixas etárias. Na seqüência, cada grupo devera
montar um painel colocando as gravuras em uma ordem cronológica, escrevendo
abaixo das mesmas, uma característica que identifique a gravura com a faixa etária
do quadro.
Sugestão:
� O professor pode deixar um quadro de idade previamente traçado nas
cartolinas.
Exemplo:
Imagem 1 – Quadro A
Atividade 2
Mesmo uso da cartolina, porém as gravuras serão de fatores possíveis de
interferir no crescimento e desenvolvimento.
Exemplo:
15
Imagem 2 – Quadro B
Avaliação das atividades 1 e 2
Discutir com os escolares algumas características que fizeram com que os
mesmos optassem por colocar as fotos nas referidas idades (Quadro A), e porque os
escolares optaram pelos fatores de interferência no crescimento colocando gravuras
dentro do devido quadro (Quadro B)
Atividade 3
Através do uso do protocolo de Tunner de maturação sexual em Anexo, os
alunos deverão assinalar o estágio mais próximo das características do seu próprio
corpo. (anexo na unidade 4).
Avaliação da Atividade 3
Sugestão:
� O professor devera pedir a um médico pediatra o auxilio na interpretação do
resultado da analise dos questionários para posteriormente junto com os
alunos realizar uma discussão das diferenças de comportamento que ocorrem
nas aulas de Educação Física, devido às diferentes etapas que os escolares
apresentam apesar de estarem cursando a mesma série.
Observação:
16
� O questionário só poderá ser aplicado com o consentimento dos pais, que
anterior ao mesmo receberão orientações sobre a finalidade da aplicação dos
questionários.
3.1.3 – Tema: Nutrição e suas influências no crescimento
17
No início dos anos 90 introduziu-se uma nova proposta para alimentação
saudável para a maioria das pessoas, enfatizando mais a ingestão de cereais
integrais, frutas e verduras. Alimentos ricos em gordura saturada e colesterol,
refinados ou processados industrialmente, doces em geral e alimentos com altos
teores de gordura trans (biscoitos e bolachas em geral) passaram a ser
considerados como dispensáveis numa dieta saudável, devendo ser consumidos
com extrema moderação.
A Associação Americana de Nutricionistas propôs a Pirâmide Alimentar,
estabelecendo as prioridades e proporções dos diversos grupos de alimentos e
dentro dessa perspectiva moderna, as proporções variam de acordo com a
necessidade calórica individual (NAHAS, 2006 p. 189).
Segundo o Ministério da Saúde (2002) a organização da Pirâmide Alimentar
é feita em função do tipo de alimento: principal nutriente que ele fornece e
quantidade necessária. Um alimento não é mais importante que o outro por sua
localização, todos os grupos são importantes e tem a sua função.
Fonte: www.coisasdemenina.com/ Pirâmide Alimentar
CURIOSIDADES
18
Há uma nova proposta de Pirâmide, baseada nas porções dos alimentos que será
vista na unidade 2, no item 3.2.3.1.
Há milênios o homem tem observado os efeitos dos alimentos na prevenção
de doenças. A evolução e o progresso fizeram com que os hábitos alimentares e os
tipos de doenças também mudassem, e isto aconteceu de forma acentuada no
último século (NAHAS, 2006, p. 190).
A alimentação saudável é um dos estimuladores do crescimento, o qual
consome 40% das calorias fornecidas à criança no primeiro ano de vida, e ao final
do primeiro ano essa taxa declina para 20%. A fonte de calor é proporcionada
principalmente pelos hidratos de carbono, gorduras e acessoriamente pelas próprias
proteínas. A dieta deve ser suficiente em calorias e equilibrada em suas proporções,
sem o que não haverá crescimento normal (MARCONDES, 1978, p. 28).
Para se ter uma nutrição adequada é necessário ter acesso aos alimentos em
quantidades e qualidades, respeitando a cultura de cada povo, os hábitos
alimentares e de higiene, de forma regular (mínimo de 3 refeições diárias) (BATISTA
FILHO, 2007, p. 16).
A taxa calórica reservada ao crescimento varia de acordo com a idade, tendo
em vista a desaceleração da mesma (TIRAPEGUI, 2002, p. 253).
Os hidratos de carbono constituem a fonte de energia mais comum e mais
econômica. São compostos formados por carbono, oxigênio e hidrogênio (ex:
glicoses, frutoses, galactoses, celuloses e pectina). As gorduras, além de ser fonte
poderosa de energia, são indispensáveis para a constituição de protoplasma. São
veículos de vitaminas lipossolúveis (vitaminas A, D, E e K), contribuem para o sabor
da dieta sendo essenciais para a síntese de esteróides. Quanto aos minerais, a
criança necessita de pelo menos 12 deles em quantidade adequada para a
formação de novos tecidos, sendo que seis deles tem uma ação mais direta: cálcio,
fósforo, magnésio, potássio, ferro e o iodo que participa de um dos hormônios mais
ligados ao crescimento que é o hormônio tireoidiano.
Em relação às vitaminas, comprovou-se que na sua ausência ocorre uma
detenção do crescimento, pois na falta daquelas não há estimulação do
metabolismo. Todas as vitaminas são indispensáveis ao crescimento mais as que
têm uma ação mais evidente no crescimento e desenvolvimento são as vitaminas A,
19
D e C. Todo o complexo B atua sobre o crescimento, porém de maneira mais
indireta (MARCONDES, 1978, ps. 31-32).
Relação sócio – econômico e nutrição
Segundo Silva (1997), o ser em crescimento deve ser suprido em nutrientes
para atender as suas várias necessidades, tais como o metabolismo basal, a ação
dinâmico – específica das proteínas, perdas das calorias não aproveitadas na
digestão, crescimento e, especialmente, aquelas destinadas às atividades diárias,
incluindo a atividade física. Este último aspecto é fundamental, principalmente
quando se trabalha com as crianças de baixo nível econômico. Aconselham-se
nesse caso atividades que possuam baixo custo calórico, mas que lhes
proporcionem experiências igualmente positivas.
Diversos estudos comprovam que uma dieta pobre em calorias pode
comprometer ou mesmo interromper o crescimento em crianças. Porém, quando a
oferta de alimentos se normaliza, o crescimento se restabelece. Após o período de
desnutrição, desde que curto, o crescimento é acelerado para compensar as perdas
ocorridas. Porém se o período de carência alimentar for muito prolongado, as perdas
dificilmente serão recuperadas.
O ambiente no qual as nutrição se dá de forma insatisfatória não pode ser
visto apenas pelo aspecto da pobreza, mas, sobretudo pelo baixo nível intelectual e
cultural, ignorância de normas básicas de saúde, ausência de obras de saneamento
básico, bem como predominância de tabus e crendices religiosas (SILVA, 1997,
ps.22 – 23).
A relação escola / mídia e alimentação
A escola por ser um espaço educacional e social deve fornecer informações
necessárias sobre alimentação saudável, seja através de aulas formais, palestras,
vídeos, materiais educativos, pesquisas, bate – papo, conversas e discussões em
sala de aula orientando para um consumo alimentar adequado sem proibições,
porém condizentes com a faixa etária e com o gasto calórico individual dos
escolares, respeitando o poder aquisitivo dos mesmos (RADAELLE, 2001, p. 24).
20
Conforme Radaelle (2001) existe ainda a influência dos meios de
comunicação que sem percebermos dita a nossa alimentação. Devido a facilidade
de acesso as informações, os escolares estão se alimentando de forma parecida,
comendo , bebendo e consumindo as mesmas coisas sem que haja um processo
crítico das necessidades nutricionais de cada sujeito.
Essa interferência da mídia na alimentação do homem pode trazer
conseqüências desastrosas quando valoriza alimentos supérfluos como é o caso
dos biscoitos, doces e salgadinhos que, além de não serem realmente nutritivos,
contribuem para o desenvolvimento de doenças como obesidade, diabetes,
hipertensão arterial dentre outros (RADAELLE, 2001, p.24).
Os hábitos alimentares inadequados e o sedentarismo fazem parte também
do universo infantil atual. As crianças e adolescentes ingerem cada vez mais
alimentos industrializados, com alto teor calórico e baixa qualidade nutricional
(FISBERG, 1993, p. 93).
O individuo precisa ser educado quando ao estilo de vida saudável o mais
precocemente possível para provocar mudanças de comportamento e a formação de
hábito de atividade física regular por toda a vida (MENDES;LEITE, 2008, p. 79).
CURIOSIDADES
O dia mundial da alimentação é celebrado anualmente no dia 16 de outubro, este dia
marca a criação da Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação
(FAO), em 1945.
DICAS DE ÁREA
Para subsidiar a discussão com seus alunos acesse os sites:
www.nutrociencia.com.br
www.cdc.gov/growthcharts/.
www.gallopersonal.com.br
www.fao.org
ESTRATÉGIAS PARA TRATAMENTO E PREVENÇÃO NUTRICIONAL
- Regular o padrão alimentar, e adequar a ingestão energética.
21
- Adequar a quantidade de Lipidios e fibras na dieta.
- Evitar restrições ou modificações alimentares rígidas.
- Estimular o controle estratégico da dieta alimentar em situações diversas.
Fonte: Palestra ministrada pelo professor Doutor Mauro Fisberg, no 19º JOPEF, Curitiba – Paraná, 26 a 29 de
maio de 2005.
DICAS DE REFERENCIAL TEÓRICO
- BATISTA FILHO, M. O Brasil e a Segurança Alimentar, Revista Brasileira de
Saúde, Materno Infantil, V. 7, N.2, P.121-22, Abril – Junho de 2007.
- FISBERG, M. Alimentação da criança, PRADO, F. C., RAMOS, J., RIBEIRO DO
VALLE, J. P., RAMOS, O. L., ROTHSCHILD, H. A. (Org). Atualização terapêutica,
17º Edição, Editora Artes Médicas, p. 93 – 1993.
- GUEDES, D. P. Crescimento, composição corporal e desempenho motor em
crianças e adolescentes do município de Londrina – PR [Tese de doutorado],
São Paulo – Universidade de São Paulo, 1994.
- MARCONDES E. Crescimento: Normal e Deficiente; 2ª Edição Sarvier; São
Paulo–Brasil, 1978.
- MENDES, Ricardo Alves; LEITE, Neiva. Ginástica Laboral, Princípios e
aplicações práticas, Ed. Manole, 2ª Edição – Revista e ampliada, São Paulo –
Brasil, 2008.
- NAHAS, Markus Vinicius. Atividade Física, Saúde e Qualidade de Vida, 4ª
Edição, Editora Midiograf, São Paulo – Brasil, 2006.
- SILVA, Osni Jacó da. Exercícios em situações especiais I, Crescimento,
Flexibilidade, Alteração Posturais, Asma, Diabetes, Terceira Idade. Ed. da
UFSC, Florianópolis – Brasil, 1997.
- TIRAPEGUI, J. Nutrição: Fundamentos e Aspectos atuais; Editora Atheneu; São
Paulo – Brasil, 2002.
3.1.3.1 – Sugestão de Atividades para 5ªs séries do
22
Ensino Fundamental
Atividade 1
Professor solicite aos seus alunos uma pesquisa com os familiares sobre o
tipo de alimentação que costumam fazer em suas residências.
Objetivo da atividade: discutir com os alunos a diversidade alimentar e o quanto
essa variação está relacionada com as questões culturais e sociais da comunidade.
Atividade 2
Professor faça uma cópia do texto a seguir para uma leitura junto com seus
alunos pois o texto introdutório do tema 2 serve de embasamento para a discussão
do tema com os escolares..
Calorias e valores nutricionais
Objetivo do texto: Explicar o conceito de calorias e pesquisar o valor nutricional de
alimentos apontados pelas crianças após realizar a aplicação do questionário de
Hábitos Alimentares e Controle de Peso (em anexo).
Desenvolvimento do texto: Vocês já observaram que as embalagens de muitos
alimentos contêm uma tabela onde são descritos os valores nutricionais do produto,
isto é, a quantidade de calorias e de nutrientes (açúcares, gorduras, proteínas,
vitaminas e minerais)?
23
Essas informações podem nos ajudar a escolher alimentos mais saudáveis, a
controlar as calorias da nossa alimentação, a evitar os alimentos muito ricos em
gorduras, etc.
Para isso, devemos saber primeiro o que significa caloria e como calcular as
calorias de um alimento. Então vamos lá!
O organismo humano, bem como os de todos os seres vivos, precisa de
energia para realizar as suas funções vitais. O nosso organismo obtém energia dos
nutrientes que consumimos, através de reações de combustão ou queima.
Assim, os nutrientes obtidos pela transformação dos alimentos no sistema
digestivo funcionam como o combustível que fornece energia para o organismo. É
graças à energia obtida dos nutrientes que o coração bate sem parar, que os
pulmões enchem-se de ar e esvaziam-se continuamente, que o sangue corre por
todo o corpo, que o cérebro não deixa de trabalhar, enfim, que todo o organismo
funciona (RADAELLE, 2001, p. 20).
Avaliação das atividades
Professor, a sua turma já realizou uma pesquisa sobre os alimentos, leu o
texto “Calorias e valores nutricionais”, responderam o questionário sobre “Hábitos
Alimentares” (anexo), realizaram um estudo sobre o valor nutricional dos alimentos
(os mais apontados no questionário dos escolares) agora finalize esse tema
construindo uma Pirâmide Alimentar.
SUGESTÃO
- Professor, solicita aos seus alunos que tragam embalagens de produtos
industrializados, com as informações nutricionais, conforme o modelo apresenta nas
gravuras do texto.
Recursos necessários:
24
� Placas de isopor grosso;
� Cola;
� Tesoura;
� Gravuras de alimentos ou alimentos plásticos em miniaturas.
Encaminhamento metodológico:
Separe a turma em pequenos grupos para que a participação de todos os
componentes seja efetiva, e oriente a construção da pirâmide alimentar. Para
facilitar o entendimento o professor poderá mostrar um modelo através de uma
gravura, porém, é importante que a construção se dê de forma que os escolares
possam manusear a Pirâmide para que haja uma fixação maior do conteúdo.
Na seqüência o professor poderá organizar uma exposição da confecção das
pirâmides onde as crianças deverão além de expor deverão explicar para colegas de
outras turmas como se interpreta a colocação dos alimentos nos compartimentos.
DICAS PRÁTICAS DE UMA ALIMENTAÇÃO SAUDÁVEL
� Prefira alimentos frescos, naturais, integrais e variados;
� Consuma diariamente frutas, verduras e legumes;
� Diminua as frituras e os alimentos com elevada quantidade de açúcar,
gordura e sal;
� Faça suas refeições em ambiente tranqüilo, procure manter os mesmos
horários e os intervalos regulares;
� Prefira sucos e refrescos naturais aos refrigerantes;
Fonte: www.cfn.org.br
Dicas de como reconhecer um alimento seguro
25
Fonte: Folder distribuído pela Secretária da Saúde da Prefeitura Municipal de Curitiba
3.1.4 – Tema: Atividade Física
26
As atividades físicas, entendidas como característica inerente ao ser humano,
com dimensões biológicas e culturais, representa um tema interdisciplinar e
complexo que tem atraído a atenção de pesquisadores, da mídia e da saúde pública
em todo o mundo nas últimas décadas (NAHAS, 2006, p. 40)
Atividade física e exercício físico, embora relacionados, não devem ser
entendidos como sinônimos, definindo-se exercício como uma das formas de
atividade física planejada, estruturada, repetitiva, que objetiva o desenvolvimento (ou
manutenção) da aptidão física, de habilidades motoras ou a reabilitação orgânico –
funcional.
Entre as atividades físicas podemos incluir atividades ocupacionais (trabalho),
da vida diária (vestir - se, banhar-se), deslocamento (transporte), e as atividades de
lazer (NAHAS, 2006, p. 40). As atividades corporais estão diretamente ligadas às
qualidades de espaço e materiais que utiliza (ou tem oportunidade de conquistar) e
reproduzidas de acordo com os modelos sociais existentes, tipo de sociedade ou
características sócio – geográficas (NETO, 1996, p. 107).
A atividade física pode ser entendida como qualquer movimento corporal
voluntário com gastos energéticos acima dos níveis de repouso (MADUREIRA,
2002).
Será, pois pelo movimento que a criança exprime as suas possibilidades
motoras em situações vividas corporalmente e onde são construídas as estruturas
fundamentais do pensamento abstrato (NETO, 1996, p. 107).
É o movimento que permite a criança encontrar um conjunto de relações
(sujeito, coisas e espaço) necessário ao seu desenvolvimento motor aprendendo a
perceber e a interacionar o vivido, o operatório e o mental (NETO, 1996, p. 117).
Mudanças nos modos de viver do ser humano
Durante séculos acreditou-se que certas características físicas, como a força
muscular ou a resistência física, estivessem associadas à boa saúde e à
longevidade. Isso, porém não era uma questão de saúde pública.
Somente no século passado que surgiu o interesse pelo estudo cientifico da
atividade física, primeiramente com o objetivo de melhor atender o processo de
treinamento de atletas (NAHAS, 2006, p. 31).
27
Nos últimos 50 anos, observou-se uma série de modificações nas sociedades
humanas, de magnitude e ritmo sem precedentes, que fizeram com que a atividade
física passasse a ser estudada como fator de prevenção e tratamento de inúmeras
doenças (NAHAS, 2006, p. 32).
Cientistas do Controle e Prevenção de Doenças (CDC / EUA) estimam que
dois terços das doenças provocadas por causas que poderiam ser evitadas, estão
relacionados a três fatores: Inatividade física, alimentação inadequada e tabagismo
(OMS, 2005).
A escolha do tipo de atividade física é da maior importância. Cada atividade
implica um nível de estimulação diferente, quanto às capacidades físicas,
emocionais, sociais e mentais (NETO, 1996, p. 137).
A prática habitual de atividades físicas caracteriza-se como componente
essencial para o estabelecimento de situação ideal de saúde. Em adultos observam-
se claras indicações no sentido de que menores níveis de prática de atividades
físicas estão diretamente associados à elevada incidência de cardiopatias, diabetes,
hipertensão dentre outras, em sujeitos classificados como sedentários (GUEDES,
2001, p.194).
Segundo Mendes; Leite (2008, p. 81), o fato é que as medidas preventivas
não estão sendo suficientes e precisam ser ampliadas, porque o excesso de peso,
aumentou 359% entre os meninos e 105% entre as meninas brasileiras de 1974 a
20022. As doenças consideradas fatores de risco cardiovasculares em adultos, estão
sendo diagnosticadas em crianças e adolescentes e associadas ao crescimento da
obesidade infantil, aumento da gordura visceral e à menor massa muscular.
Embora menor número de adolescentes possa vir a apresentar disfunções
crônicas – degenerativas, estudos recentes apontam comprometimentos em
indicadores como pressão arterial e gordura corporal em conseqüência de menores
níveis de prática de atividades físicas e hábitos alimentares inadequados (GUEDES,
2001, p. 194).
O meio sócio – cultural em que o adolescente se desenvolve não fomenta
suficiente e adequadamente a prática de atividades físicas, de tal maneira que o
sujeito passa a identificar-se com atitudes sedentárias. Por exemplo: longo tempo de
assistência à TV e ao vídeo, brinquedos eletrônicos, que substituem os esforços
2 IBGE / POF, 2004, Op. City.
28
físicos, pratica esportiva excessivamente formal e a falta de lazer, atuam em prejuízo
do caráter lúdico das atividades recreativas (GUEDES, 2001, p.194).
Dessa forma, pode-se dizer que as discussões sobre os benefícios da
atividade física se tornaram indiscutíveis. A visão multifatorial que se tem procurado
oferecer à atividade física e à saúde, nos dias de hoje, retira a discussão dos limites
impostos pelos aspectos exclusivamente biológicos e, se inclui também nas
competências educacionais (MADUREIRA, 2003, p. 56)
DICAS DE REFERENCIAL TEÓRICO
- GUEDES, D. P. Artigo: Níveis de Prática de atividade Física, habitual e em
adolescentes, Revista Brasileira Med. Esporte, v. 7, Nº. 6, 2001.
- MADUREIRA, Alberto Saturno. Artigo: Estilo de vida e Atividade Física Habitual
de Professores de Educação Fisica, Revista Brasileira de Cinantropometria e
Desempenho Humano, v. 5, nº. 1, p. 54-62, 2003.
- MENDES, Ricardo Alves; LEITE, Neiva. Ginástica Laboral, Principios e
aplicações práticas, Ed. Manole, 2ª Edição – Revista e ampliada, São Paulo –
Brasil, 2008.
- NAHAS, Markus Vinicius. Atividade Física, Saúde e Qualidade de Vida, 4ª
Edição, Editora Mimiograf, São Paulo – Brasil , 2006.
- NETO, Carlos Alberto Ferreira. Motricidade e Jogo na Infância, Ed. Sprint, Rio de
Janeiro – Brasil, 1996.
3.1.4.1 – Sugestão de Atividades para 5ªs séries do
Ensino Fundamental
29
Atividade 1
Professor, um bom parceiro da Atividade física é o cuidado com a
alimentação. Para isso tenha uma idéia de qual é o índice de massa corporal (IMC)
de seus alunos.
O que é IMC?
É o Índice de Massa Corporal de um indivíduo e serve de indicativo do estado
nutricional do mesmo. Serve para estabelecer um objetivo quanto ao melhor peso
corporal em relação à sua altura. É calculado através da fórmula que divide o peso
pela estatura ao quadrado de um indivíduo. O resultado indica em que grupo este
indivíduo pode estar.
IMC= PESO (kg)_
ALTURA2 (m)
SUGESTÃO
Professor, para saber mais sobre o IMC, consulte a unidade 3 no tem 3.3.5.
DICAS DE ÁREA
Professor lembre-se de considerar que as tabelas de IMC são diferentes para
os adolescentes.
Após realizar as medidas e os cálculos insira-os nas tabelas do CDC (tabela de
curva do crescimento) e Conde e Monteiro (tabela de índice corporal).
Dessa forma você estará analisando não só a massa corporal de seus alunos
como também o índice de crescimento avaliando se ambos os dados estão
dentro dos padrões esperados para a idade.
Obs.: Essas tabelas encontram-se em anexos na unidade 4
Atividade 2
30
Professor: reproduza em transparência a Pirâmide das Atividades (abaixo) e
junto com os alunos discuta as diferentes possibilidades de construção de uma nova
Pirâmide considerando a realidade local. Distribua os alunos em grupos para que
realizem a construção da nova Pirâmide, as quais deverão ser apresentadas ao
grande grupo.
Fonte: Folder distribuído pelo Sesi (Curitiba) na Campanha Lazer Ativo
Atividade 3
Professor: construa um termômetro da vontade (de realizar atividades físicas)
junto com os seus alunos conforme o modelo abaixo.
31
Fonte: http://www.curitiba.pr.gov.br
Material necessário:
� Isopor ou cartolina;
� Tinta guache ou pincel atômico;
32
� Tesoura;
� Cola.
Na seqüência peça para que os alunos levem o material construído para casa
e façam uma entrevista com um familiar ou pessoa adulta, sobre qual o tipo de
atividade física que a pessoa mais gosta e que circule no termômetro a escala em
que se encontra quanto a sua disposição de realizar atividades físicas. Após a
entrevista os alunos (de forma individual) deverão expor seus resultados para o
grande grupo.
DICAS DE ATITUDES SAUDÁVEIS PARA UMA MELHORIA NA QUALIDADE DE
VIDA
33
34
FONTE: Folder distribuído pelo Sesi (Curitiba) na Campanha por uma Vida Saudável
35
UNIDADE 2 O Papel do Profissional de Educação Física na prevenção e Controle do
Sobrepeso e Obesidade no Ensino Fundamental
36
3.2- Unidade 2: O papel do profissional de Educação Física na prevenção e
controle do sobrepeso e Obesidade no Ensino Fundamental
Professora PDE: Giselle Inês Padoan Filgueiras
Orientadora: Professora Dra. Neiva Leite (UFPR)
3.2.1 – Introdução
Presente desde o início da história do homem como um evento raro, a
obesidade se tornou epidêmica no século XX, constituindo-se em um problema
grave de saúde pública em países desenvolvidos e em muitos países em
desenvolvimento (MONTEIRO, 2004). De fato, inicialmente nos países
desenvolvidos, o século XX trouxe a chamada transição nutricional, isso é, o
surgimento de um novo perfil nutricional de populações, em que desaparece a
desnutrição e emerge a obesidade como um problema de saúde pública, com todas
as suas conseqüências e fatores relacionados.
Em seu estudo Guedes e Guedes (1998), já destacavam que a obesidade
têm se caracterizado como a disfunção orgânica que mais apresenta aumento em
seus números, não apenas nos países industrializados, mas particularmente nos
países em desenvolvimento. As evidências mostram que a adoção de vida
37
inadequada vem favorecendo este tipo de acontecimento, sobretudo no que se
refere ao sedentarismo e aos hábitos alimentares.
Também o estudo de Mello, Luft e Meyer (2004), mostraram que nas últimas
décadas a saúde pública nos países desenvolvidos vem sofrendo com o crescente
aumento dos problemas de saúde relacionado ao sobrepeso e obesidade onde os
mesmos também consideram essa doença uma EPIDEMIA, cada vez mais comum e
se manifestando também de forma epidêmica, nas crianças. Segundo dados da
Organização Mundial de Saúde, a prevalência da obesidade infantil careceu só nos
últimos 10 anos, de 10 a 40% na maioria nos países europeus.
Nos Estados Unidos, aproximadamente 25% das crianças entre seis e
dezessetes anos são obesas ou apresentam riscos de sobrepeso. E de uma forma
geral, nesse país, entre 20 e 27% das crianças e adolescentes são afetadas pela
obesidade (SILVA; BALABAN; MOTTA, 2005).
No Brasil não poderia ser diferente, dados semelhantes foram encontrados
em estudos realizados em algumas cidades brasileiras onde mostraram que o
sobrepeso e a obesidade já atingem mais de 30% de nossas crianças e
adolescentes, e de forma isolada em Recife que em 35% de escolares avaliados
também foi vista esta relação (OLIVEIRA; FISBERG, 2003).
Segundo Motta e Silva (2001), o índice de crianças com índice de massa
corporal (IMC), [Peso (kg) dividido pela altura multiplicado pela altura em
metros ao quadrado], elevado vem aumentando significativamente no Brasil
com 14,7% de crianças com sobrepeso e 4,1% de crianças com obesidade. O
mesmo estudo também revelou que nos últimos dez anos que antecederam a
pesquisa houve um aumento dos dois indicadores do IMC (peso e altura).
• A criança faz pelo menos uma refeição por dia na escola;
• Nesse ambiente, é possível trabalhar, de uma forma transversal
noções de educação alimentar;;
• Oportunidade de prática de atividade física e esporte;
• Potencial da criança de ser um agente de mudança na família;
• Para modificar o estilo de vida dos alunos, o corpo docente tem que
repensar o seu próprio.
38
Funciona basicamente como uma pirâmide invertida, onde podemos abranger
a comunidade escolar por inteiro: professores, alunos, pais e comunidade em geral.
Escola
Professores
Alunos
Familiares dos alunos
39
3.2.2 – Definições
3.2.2.1. – Algumas diferenças que você precisa saber.
a) Sobrepeso de Obesidade:
Sobrepeso: refere-se àqueles valores de massa corporal que se encontram
entre a massa tida como normal e a obesa, podendo ocorrer em função de
excesso de gordura corporal ou de valores elevados de massa magra
(BARBOSA, 2004).
Obesidade: refere-se à condição na qual o indivíduo apresenta uma quantidade
excessiva de gordura corporal. O aumento do peso corporal é um reflexo do
acúmulo da gordura em excesso no tecido adiposo, mas não significa
necessariamente que a pessoa esteja obesa (BARBOSA, 2004).
NORMAL SOBREPESO OBESIDADE
Retrato de www.tcketfactory.com em 06/11/2008
b) Massa Gorda de Massa Magra:
40
Segundo Barbosa (2004), por questões didáticas, nosso organismo foi dividido
basicamente em dois tipos de tecidos:
Massa Gorda: formada basicamente por gordura e com pouca água. É um tecido
mais leve.
Massa Magra: formada por todos os tecidos que não sejam gorduras. A maior
parte da massa magra é composta por músculos. É um tecido rico em água e
mais pesado que a gordura.
O peso corporal reflete, então, tanto a massa gorda quanto a magra. Dessa
forma, indivíduos que apresentam muita massa magra ( como é o caso de
atletas) podem ser mais pesados, porém não são considerados obesos. Para a
maioria da população, entretanto, o aumento no peso significa excesso de tecido
adiposo e, conseqüentemente, obesidade.
Retrato de www.tcketfactory.com em 06/11/2008
c) Atividade Física de Exercício Físico e Esporte
Para o Consenso Latino Americano (2000):
41
Atividade Física: é qualquer movimento do corpo, produzido pelo músculo
esquelético que resulta em um incremento do gasto energético, exemplo: subir
escadas
Exercício Físico: é uma atividade física planejada e estruturada, com o
propósito de melhorar ou manter o condicionamento físico, exemplo caminhada.
Esporte: é uma atividade física que envolve a competição, exemplo: futebol
profissional.
3.2.2.2 – Sugestões de atividades
Professor: Após leitura prévia do texto, converse com os alunos sobre o que eles
sabem a respeito do assunto, focando:
- os aspectos multifatoriais da doença;
- o papel de cada esfera da comunidade escolar na prevenção e intervenção da
doença;
- as diferenças entre os conceitos apresentados.
ATIVIDADE 1
Objetivos:
DICA LEGAL!
O companheiro inseparável da atividade física, do exercício físico e do
esporte é o alongamento. Sem ele, a criança e o adolescente podem
sofrer lesões. Fique atento! Antes de qualquer atividade se alongue!
42
a) Identificar a doença;
b) Discutir o papel de cada membro da escola como agente de prevenção;
c) Saber diferenciar atividade física de exercício físico e esporte.
Encaminhamento Metodológico:
Recursos Necessários:
- Papel Kraft;
- Revistas velhas;
- Tesoura;
- Cola;
- Lápis e Caneta.
a) Em grupos, os alunos devem recortar em revistas diferentes gravuras de pessoas que se enquadrem nos diferentes conceitos de normal, sobrepeso e obesidade e colar no papel Kraft, por exemplo:
Adequado
SOBREPESO
OBESIDADE
b) Depois da atividade “a”, cada grupo deverá explicar para os demais grupos
porque escolheu essas figuras e qual o critério que eles usaram para saber
diferenciar normal, sobrepeso e obesidade.
c) Discutir com os alunos quais as formas que eles estruturariam a pirâmide dos
agentes escolares envolvidos na prevenção e intervenção da doença, com
sugestões de possíveis práticas.Em seguida, distribua uma pirâmide ( como no
43
exemplo) e peça que os alunos listem tudo o que discutiram distribuindo nas esferas
correspondente ao agente escolar responsável para a realização da tarefa.
PIRÂMIDE DE AÇÕES: Liste abaixo de cada palavra, quais as ações que você acha
que cada segmento da escola deve fazer para prevenir e intervir na questão do
Sobrepeso e Obesidade em jovens.
44
FAMÍLIA________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________
ALUNOS________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________
PROFESSORES__________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________
ESCOLA_______________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________
Agora escreva dentro da pirâmide essas palavras de acordo como você acha que deva
ser a ordem das mesmas. Quem deve ficar no topo, quem deve ficar na base?
Justifique a sua resposta.
COMO SABER MAIS SOBRE O ASSUNTO?
BALABAN,G.; SILVA,A.G.P. Efeito protetor do aleitamento materno contra a
obesidade infantil. Jornal de Pediatria, Rio de Janeiro, v.80, 2004.
45
BARBOSA, V.L.P. Prevenção da obesidade na infância e na adolescência:
exercício, nutrição e psicologia. Barueri: Manole, 2004.
FISBERG, M. Obesidade na infância e adolescência. 2. ed.São Paulo: Fundo
Editorial BYK, 1997.
GUEDES, D.P.; GUEDES, J.E.R.P. (1998). Crescimento, composição corporal e
desempenho motor de crianças e adolescentes. Porto Alegre: Balieiro.
MELLO, E. D.; LUFT, V.; MEYER, F. Obesidade Infantil:como podemos ser
eficazes? Jornal de Pediatria, Rio de Janeiro, v.80, n.3, p.432-3, 2003.
MONTEIRO, CA; MONDINI, L; SOUZA, ALM; POPKIN, BM. Da desnutrição para a
obesidade: a transição nutricional no Brasil. In: Monteiro CA. Velhos e novos
males da saúde no Brasil: a evolução do país e de suas doenças. 2004.
3.2.3. Fatores que podem levar à obesidade e sobrepeso
A obesidade não é mais um problema estético, que incomoda por causa da
“zoação” dos colegas. O excesso de peso pode provocar o surgimento de vários
problemas de saúde como diabetes, problemas cardíacos e a má formação do
esqueleto(SILVA, 2007).
Segundo dados da Organização Mundial da Saúde (OMS), cerca de 15% das
crianças e 8% dos adolescentes sofrem de problemas de excesso de peso, e oito
em cada dez adolescentes continuam obesos na fase adulta.
As crianças em geral ganham peso com facilidade devido a fatores tais como:
- hábitos alimentares inadequados;
- inclinação genética;
- estilo de vida sedentário;
- distúrbios psicológicos;
- metabólicos
As pessoas dizem que crianças com excesso de peso ingerem grande
quantidade de alimentos. Esta afirmativa nem sempre é verdadeira, pois em geral as
crianças com excesso de peso usam alimentos de alto valor calórico que não
precisa ser em quantidade para causar o aumento de peso (NUNES, 2007).
46
Hábitos Alimentares Inadequados: os tipos de alimentos, a
forma de preparo, as preferências alimentares e o modo como
comemos podem levar ao aumento
da ingestão de alimentos e, conseqüentemente, ao consumo
elevado de energia ( aumento de calorias acima de suas necessidades). O resultado
é o excesso de peso (BARBOSA, 2004).
Inclinação Genética: significa que a criança pode ter uma
predisposição genética, ou seja, se numa família os pais ou
parentes apresentam excesso de peso, a chance de a
criança nascer com tendência a ser obesa é maior.
(BARBOSA, 2004).
Estilo de vida sedentário: o estilo de vida da criança reflete um
fator muito importante no desenvolvimento da obesidade. Crianças
que não fazem atividade física regularmente gastam menos energia
em relação às mais ativas, acumulando mais gordura corporal. Por
essa razão, a atividade física deve ser reconhecida como um
componente essencial de qualquer programa de redução ou controle de peso
(BARBOSA, 2004).
Distúrbios Psicológicos: problemas emocionais ou
psicológicos podem levar a criança a comer mais como
mecanismo de compensação ou defesa. Diariamente, somos
também bombardeados com propagandas de todos os tipos
de alimentos e guloseimas, o que faz com que a criança e o
adolescente entrem em conflito (BARBOSA, 2004).
Metabólicos: segundo Silva (2000),é importante saber que o metabolismo,
isto é, o modo como o organismo de cada um funciona, varia de pessoa para
pessoa. Há crianças que nascem com um metabolismo que facilita o aumento de
peso sem que elas comam muito. Há outras que, ao contrário, comem muito e não
ganham peso.
47
Quando falamos em metabolismo estamos nos referindo ao gasto energético,
ou seja, à energia gasta pelo organismo para realizar todo tipo de atividade, como
locomoção, renovação de células, produção de substâncias, realização de
movimentos musculares, entre outros.
O gasto energético é composto por:
� Metabolismo Basal: gasto energético de um organismo para manter-se em
repouso, ou seja, para manter suas funções vitais, como batimento cardíaco,
circulação, atividade cerebral.
� Termogênese: quantidade de calor produzido por meio da combustão dos
alimentos ingeridos pelo indivíduo.
� Atividade física: energia gasta para manter o corpo em movimento.
Dos componentes do gasto energético, o único que pode ser modificado é a
atividade física. Dessa forma, se o objetivo é aumentar o gasto energético, devemos
aumentar a atividade física.
Nosso organismo funciona como uma balança. Veja a ilustração a seguir para
ver como ele reage:
48
3.2.3.1 Pirâmide Alimentar
Uma alimentação nutritiva e variada garante uma boa saúde e muita energia para
enfrentar o dia-a-dia.
Uma boa alimentação é constituída de alimentos frescos, variados em
quantidade suficiente.Comer bem não significa comer muito!
O QUE É ALIMENTAÇÃO NUTRITIVA?
Praticar atividade física regularmente não apenas queima calorias como aumenta a sensação de saciedade. E esse é o jeito mais saudável de controlar e manter o peso.
49
É aquela em que você come alimentos construtores, energéticos e
reguladores!
Alimentos construtores: são alimentos ricos em proteínas, que auxiliam no
crescimento e são repositores de energia.
Alimentos reguladores: são os alimentos que regulam o funcionamento do
organismo e evitam doenças porque são ricos em vitaminas e sais minerais.
Alimentos energéticos: dão ao corpo muita energia! Alguns contêm açúcar e
outros gorduras.
SUGESTÕES DE ATIVIDADES:
1- Responder o questionário de Hábitos Alimentares, Controle de Peso.
50
2- Resolva as operações e descubra o nome de cinco alimentos construtores:
2x9 4x3 7x4 2x0 2x5
____ ____ ____ ____ _____
9x3 4x7 6x2 8x0 8x8 3x8
____ ____ ____ ____ _____ _____
8x3 4x4 6x4 3x1
____ ____ ____ ____
5x5 10x1 4x9 8x4 5x2
____ ____ ____ ____ ____
7x8 7x7 1x10 6x6 9x7 4x6
____ ____ ____ ____ ____ _____
Código:
A C E F G I J L N O Q R S T U V
12 18 10 27 64 36 63 25 0 24 56 28 3 32 49 16
3- Escreva nos pratos os nomes dos alimentos que encontramos no quadro:
51
Para encontrar os alimentos reguladores é só pintar as letras H ,T e V:
F T I H G V A T D H O V T
T C V E H N H O V U T R H
A H S T L V A T R H A V N
T J V A H S H P V E T I H
X H E T H V C T A H J V U
T H V A H R H R V O T Z H
L H I T M V A T O H A V C
V E V R H O H L V A T H V
4- Usando o código ZENIT/POLAR, descubra o nome de dez alimentos energéticos.
Faça como o modelo. É só substituir a letra da palavra pelo código. Se a letra
desejada não estiver no código, é só repeti-la, como no exemplo:
Z E N I T
P O L A R
I Ç Ú C I T
52
A Ç Ú C A R
E N O E
B I R I R I S
I M O L D E A M
M I C I T T I E
~
M I L R O A G I
G E T D U T I
Z I E
B I L I L I S
M O N
Agora escreva aqui quais foram os alimentos que vocês encontraram:
53
5- Comparando:
Pinte de vermelho os alimentos que devemos consumir em pouca quantidade, de
amarelo os que devemos consumir em quantidade moderada, de verde os que
podemos consumir ä vontade.
6- Construa a sua própria pirâmide alimentar, de acordo com o questionário sobre
hábitos alimentares que você respondeu na atividade 1. Recorte os alimentos, pinte-
os da forma que quiser e em uma folha de sulfite em branco, construa a pirâmide,
cole os alimentos na ordem correta, não se esqueça de colocar as porções como na
tabela do texto que você estudou.
54
55
56
57
COMO SABER MAIS SOBRE O ASSUNTO?
BARBOSA, V.L.P. Prevenção da obesidade na infância e na adolescência:
exercícico, nutrição e psicologia. Barueri: Manole, 2004.
SILVA, R.J.S. (2000). Crescimento e desenvolvimento ponderal de crianças e
adolescentes do Vale do Cotinguiba (Se). In: L. T. D. Menezes (coord).Coletânea
de trabalhos do III Encontro Estadual de Educação Física.(p.60-67). Aracaju:
Secretaria de Estado da Educação e do Desporto e Lazer.
Martins, IS; MARINHO, SP. O potencial diagnóstico dos indicadores da
obesidade centralizada. Rev Saúde Pública 2003; 37: 760-7.
3.2.4 – Avaliação Física e Composição corporal
A obesidade na adolescência vem aumentando e já atinge 10,6% das
meninas e 4,8% dos meninos. A probabilidade de adolescentes obesos com 18
anos de idade apresentarem obesidade na vida adulta é 0,7% maior do que os
adolescentes com IMC normal (TERRES, 2006).
Em termos de gasto de energia há uma relação direta entre ser ativo na
infância e adolesc6encia e manter-se ativo na vida adulta. Parece haver maior
dificuldade em fixar certos hábitos na vida adulta, e um deles é a prática de
atividades físicas (MARTINS; CARVALHO, 2006).
Do mesmo modo, parece ser mais difícil abandonar maus hábitos na vida
adulta. Por isso a importância da conscientização e exemplo dos pais para
influenciar positivamente os hábitos alimentares e de prática de exercícios físicos,
impedindo assim a obesidade e o início precoce do processo aterosclerótico
(MENDES et.al., 2006).
As medidas para diminuir, ou pelo menos evitar aumentos ainda maiores na
prevalência da obesidade, são relativamente simples de realização, como a
diminuição do consumo calórico com refeições mais saudáveis e, aumento do gasto
energético com prática regular de atividades físicas. São medidas de prevenção e
58
terapia com custo insignificante, mas dependem da conscientização e ação de cada
indivíduo, ou dos pais, no caso de influenciar positivamente o comportamento das
crianças. Estudos mostram que ser sedentário na adolescência resulta em mais
chances de ser inativo também na vida adulta, aumentando assim a chance de
obesidade (ALVES et.al, 2005).
Já há uma grande preocupação com o tratamento da obesidade, devendo
começar com a prevenção desde muito cedo. Sendo o estilo de vida o fator mais
importante no desenvolvimento da obesidade, crianças que não fazem atividade
física gastam menos energia e acumulam mais gordura corporal que as crianças
mais ativas (MELLO; LUFT, 2004).
Desse modo, qualquer programa de redução de peso corporal deve incluir a
atividade física, devidamente programada e supervisionada, para que não ocorra
exagero de exercícios numa busca de resultados rápidos. Esse comportamento
típico do adulto que procura livrar-se rapidamente do excesso de peso, pode
acontecer também com pais ansiosos que inadvertidamente sobrecarregam a
criança, resultando em lesões e estresse (BARBOSA, 2004).
59
Neste sentido, as aulas de Educação Física podem ter um papel que vai além
das pistas, quadras, piscinas ou ginásios, sendo o de conscientizar o aluno a
importância da prática regular, e por toda a vida, de atividades físicas que não
apenas previnam a obesidade, como também lhe proporcionem prazer e bem-estar,
motivação e autoconfiança.
No ambiente escolar, a aula de Educação Física é um dos momentos mais
oportunos para enfatizar a relação existente entre a prática da atividade física e a
alimentação com a saúde e as doenças. É necessário que ensine a prática de
atividades que possam beneficiar os alunos em sua atual fase da vida e também nas
fases futuras da adolescência e da vida adulta. Não haveria muita dificuldade para
um professor de Educação Física, com um mínimo de conhecimento e competência
ensinar durante as práticas de corridas, exercícios localizados e outros, o “por que
fazer”, o “como fazer”, o “quando fazer ”, o “onde fazer”, e o “com que freqüência
fazer” (SANTOS, 2007).
60
Como saber se a criança e o adolescente estão com excesso de peso?
A maneira mais simples de saber se tem excesso de peso é avaliar seu Índice
de Massa Corporal (IMC), que se calcula dividindo o peso em quilos pelo quadrado
da altura em metros.
Medindo e pesando a criança e adolescente
Altura
Meça a altura da criança com rigor para calcular o Índice
de Massa Corporal (IMC):
1. Retirar o calçado à criança, roupa volumosa, os
adornos do cabelo e desviar o cabelo que possa interferir
com a medida;
2. Fazer o exame da medida da altura num piso que não
seja alcatifado ou tenha tapetes e contra uma superfície
plana, como uma parede sem saliências;
3. Manter a criança de pé, com os pés juntos e contra a
parede. Certificar que as pernas estão direitas, os braços
de lado e os ombros nivelados;
4. Certificar que a criança está a olhar em linha reta e que
essa linha é paralela ao chão;
5. Tirar a medida enquanto a criança mantém a cabeça,
ombros, nádegas e calcanhares encostados à superfície lisa (parede). Dependendo
do formato do corpo da criança, nem todos os poderão tocar na parede;
6. Utilizar a uma peça móvel para a cabeça de maneira a formar um ângulo reto com
a parede, o qual deve descer até assentar no topo da cabeça;
7. Certificar que o nível dos olhos está ao mesmo nível que a peça móvel para a
cabeça;
IMC = ______PESO________
(Altura X Altura)
61
8. Marcar o ponto na parede correspondente à altura em que a peça móvel assenta
na cabeça;
9. Seguidamente, utilizar uma fita métrica de metal para medir desde a base do chão
até ao ponto marcado na parede, de modo a obter a medição da altura;
10. Anotar a altura com um rigor de 0,1 centímetros
Peso
Meça o peso da criança com rigor para calcular o IMC:
1. Utilizar uma balança digital. Deve evitar utilizar balanças de
casa de banho que sejam de mola. Coloque a balança em chão
firme (como madeira) em vez de carpete;
2. Retirar o calçado à criança e roupa volumosa;
3. Mantenha a criança direita com os pés no centro da balança;
4. Anotar o peso com rigor decimal (por exemplo, 25,1 quilogramas).
Depois de calculado o IMC, verificar na tabela CDC, e Conde e
Monteiro(tabelas no anexo), se a criança ou adolescente está Baixo Peso,
Normalidade, Sobrepeso ou Obesidade. Veja o exemplo abaixo:
0 a 5 = Baixo Peso
5 a 85= Peso Saudável
85 a 95 = Risco de excesso de peso ( sobrepeso)
95 a 100 = Excesso de peso ( Obesidade)
62
Outros itens a pesquisar:
a) Medidas de dobras cutâneas;
b) Circunferências
a) Medidas de dobras cutâneas: Para as crianças não será utilizada a dobra do
roteiro normal, para este grupo será somada, somente a dobra cutânea de tríceps.
- Tríceps: Toma-se uma dobra vertical na linha média da parte superior do braço, a
meio caminho entre o ombro e o cotovelo;
- Pernas: Toma-se uma dobra vertical no lado médio da perna no local de maior
circunferência (meio do gastrocnêmio, ou panturrilha). Para facilitar deve-se pedir
que o testado apóie seu pé em um banco voltado para o examinador.
Todas as medidas deverão ser tomadas com compasso específico, com
características especiais para essa finalidade (GUEDES, 2006, p.52).
c) Circunferências: As regiões corporais medidas são: ombro, peito, braço direito e esquerdo,
antebraço direito e esquerdo, cintura, abdominal, quadril, coxa direita e esquerda,
panturrilha direita e esquerda, punhos. Será medida em cm, com fita flexível e
inextensível, com precisão de 0,1 cm, com o indivíduo em pé (LEITE, 2005, p.23).
- OMBRO: sobre o terço médio dos deltóides médios;
- PEITO (TÓRAX): mãos na cintura. Homens sobre a linha dos mamilos e as
mulheres sobre a linha sub-axilar;
- BRAÇOS: com o braço ao lado do corpo relaxado e um pouco abduzido ou mão
na cintura, circundar a fita em nível do ponto meso-umeral ou de maior perímetro;
- ANTEBRAÇO: estendidos ao longo do corpo e palmas das mãos para cima ou
mãos na cintura, sobre o ponto de maior perímetro;
- CINTURA ABDOMINAL: colocação da fita métrica inextensível ao nível do ponto
médio entre o último arco costal e a crista ilíaca antero-posterior, paralela ao solo,
sem provocar a compressão da pele, com o indivíduo em pé, ao final da expiração;
- QUADRIL: sobre o trocânter maior de cada fêmur;
- COXAS: contraídas, homens 10 e 20 cm – medir a partir da borda superior da
patela, as mulheres 10 e 25 cm – medir a partir da borda superior da patela;
63
- PANTURRILHA: com os pés ligeiramente afastados, distribuindo o peso do corpo
entre ambas as pernas, medir no ponto de maior perímetro;
OBS: ATIVIDADES DESSA UNIDADE EM CONSTRUÇÃO
64
UNIDADE 3
Abordagem Pedagógica dos fatores de riscos cardiovasculares em alunos do
Ensino Médio
65
3.3- Unidade 3: Abordagem Pedagógica dos fatores de riscos cardiovasculares
em alunos do Ensino Médio
Professora PDE: Lilian Messias Sampaio Brito
Orientadora: Professora Dra. Neiva Leite (UFPR)
3.3.1. A Obesidade e suas causas
1. Objetivos
Refletir a respeito das principais causas da obesidade
2. Introdução
Texto extraído da Revista Documento Reservado no06, setembro de 2008.
O excesso de peso pode ser atribuído a fatores genéticos ou aos chamados fatores ambientais. Segundo especialistas, as causas genéticas são muito importantes, porque explicam o fato de a obesidade resultar da interação destes genes com o meio ambiente, que favorece a deposição de gordura no organismo. Quando se analisa uma pessoa obesa, os fatores genéticos podem ser até mais importantes que os ambientais. Para explicar a epidemia, no entanto, há a preocupação de procurar a causa entre os fatores ambientais, já que o patrimônio genético da espécie humana não poderia ter modificado significativamente em poucas décadas.
Entre as causas chamadas ambientais, destacam- se como mais importantes a ingestão alimentar excessiva ou inadequada e a inatividade física. Para algumas populações, o consumo exagerado de calorias ou de gorduras pode ser o principal fator. Exemplo disso foi o aumento considerável no Brasil do percentual de gorduras ingeridas na alimentação, principalmente em algumas capitais do Nordeste, onde um maior número de desnutridos passou a ter acesso à comida .Observou-se na região aumento superior a 100% na proporção de gorduras consumidas.
São vários os fatores ambientais que contribuem para a diminuição do gasto energético. Os itens de conforto, como controles remotos, telefones sem fio e escadas rolantes, podem diminuir significativamente a queima diária de calorias. O hábito de ver televisão e utilizar computadores também desempenha um papel importante no condicionamento de hábitos de vida cada vez mais sedentários. Além dos excessos alimentares e da inatividade física, outros fatores também têm sido relacionados com a obesidade humana, a saber:
Estresse - Quando alguém é submetido a um estresse crônico, principalmente se
responder a isto com sintomas ansiosos e depressivos, pode apresentar uma hiperatividade das glândulas supra-renais, com aumento da liberação do hormônio cortisol que favorece o acúmulo de gordura na região interna do abdome, causa maior de riscos para a saúde.
Vírus - Alguns tipos de vírus parecem estar realmente ligados à obesidade humana. Os mais estudados têm sido o AD 36 e o SMAM 1, que são investigados em animais e humanos.
Desnutrição intra·uterina - Diversas pesquisas têm demonstrado que quando a mãe passa por privação alimentar durante a gravidez, a criança que nasce com baixo peso tem maior risco de se transformar em adulto obeso com o quadro da síndrome metabólica, que pode envolver diabetes, hipertensão arterial, aumento de colesterol e doença coronariana. Teoricamente, o filho de uma gestante que restringe exageradamente sua alimentação durante a gravidez terá risco maior de apresentar problemas relacionados com a obesidade na vida adulta.
66
Atividade
_______________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________
Após a leitura do texto acima, pesquise sobre esta mudança de comportamento do homem na sociedade ( historicamente construída) e escreva um texto argumentando as causas ambientais da obesidade na sociedade atual
67
3.3.2. O retrato da obesidade
1. Objetivo
Contextualizar a obesidade nos dias atuais
2. Introdução
Fotos e figuras como esta
estão ocupando as
primeiras páginas de
revistas e jornais. Hoje, a
preocupação com a
obesidade passou a ser
coletiva e não somente de
alguns segmentos da
sociedade. Nossa maior
preocupação tem sido as
crianças e os jovens, pois
mesmo tendo um futuro
pela frente, este futuro se
torna mais preocupante
principalmente pelo estilo
de vida que se adota.
Extraído da capa da Revista Documento Reservado no06, setembro de 2008.
68
Sugestão de atividade
3.3.3. Excesso de peso e obesidade
1. Objetivo
Conceituar excesso de peso e obesidade
2. Introdução
Afinal, o que é excesso de peso e obesidade para adultos?
Foi a Força Tarefa Internacional de Obesidade (FTIO, 2006). órgão ligado à
Organização Mundial de Saúde (OMS, 2006), quem deu a definição que é adotada
em todo o mundo. Ela está baseada em estudos que mostram maior risco de morte
quanto maior for o excesso de peso.
A taxa de mortalidade, em função do Índice de massa corporal (IMC), é maior
a partir de 25 kg/m2 de IMC. Quando ultrapassa o limite de 30 kg/m2 este risco
aumenta, tornando-se acentuado quando supera a marca de 40 kg/m2 para adultos.
É a chamada obesidade mórbida, atualmente conhecida por classe III ou grau 3.
As principais doenças freqüentemente associadas à obesidade, e que
contribuem para este aumento de risco, são o diabetes, a hipertensão arterial, a
doença coronariana e diversos tipos de câncer.
Pesquise em revistas de entretenimento três fotos ou figuras que você interprete como retrato da obesidade. Produza um painel e apresente para a turma. Faça um comentário de até 5 linhas sobre os fatores envolvidos em cada item apresentado.
69
Algumas pesquisas estão tentando desenvolver substâncias que bloqueiem a
ação dos estimulantes da ingestão de alimentos, para serem utilizadas no futuro
como remédios para emagrecer. Entre os que diminuem a ingestão de alimentos,
destaca-se a leptina, descoberta em 1994, e dava a impressão de ser um remédio
milagroso, que resolveria o problema da obesidade. Porém, depois de muitas
pesquisas, os resultados não foram assim tão satisfatórios. O medicamento só se
mostrou eficaz para pessoas com deficiência genética da sua produção, e isto é
raríssimo. Mas pode ser, dentro de alguns anos, uma alternativa a mais para auxiliar
no tratamento de alguns casos de obesidade (CEDDIA et. al., 1988; ASHIMA et al.,
2000).
Podemos utilizar os mesmos valores de IMC para crianças e adolescentes?
Não. As crianças e adolescentes tem tabelas específicas para idade e sexo. Porém
para o cálculo do IMC é utilizada a mesma fórmula, apenas muda a classificação.
Podemos utilizar as tabelas de Cole, CDC e Conde e Monteiro (anexo) para
classificar as crianças e adolescentes.
Atividade
Agora que você já sabe a diferença entre excesso de peso e obesidade produza um artigo como se você fosse um jornalista de uma revista para o público adolescente sobre o tema proposto, focando principalmente os riscos da obesidade.
70
LEIA MAIS!!!!
- STAMLER, J; DYER, AR; SHEKELLE, RB; NEATON, J; STAMLER, R.
Relationship of baseline major risk factors to coronary and all-cause mortality,
and to longevity: findings from long-term follow-up of Chicago cohorts.
Cardiology. 1993;82:191-222.
- REAVEN, PD; TRAUSTADÓTTIR, T; BRENNAN, J; NADER, PR. Cardiovascular
risk factors associated with insulin resistance in children persist into late
adolescence. Diabetes Care. 2005;28:148-50.
- CONDE, WL; MONTEIRO, CA. Body mass index cutoff points evaluation of
nutritional status in Brazilian children and adolescents. J. Pediatr.
2006;82(4):266-72.
- MENDES, R ; LEITE ,N. A. Ginástica Laboral: princípios e aplicações práticas
– 2ª edição – Editora Manole, 2008.
- ASHIMA, R. S.; FLIER, J. S. Adipose tissue as an endocrine organ. TEM, v. 11,
n.8, p. 327-332, 2000.
- CEDDIA, R. B., Jr. W. N. W.; LIMA, F. B.;CARPINELLI, A.R.; CURI, R. Pivotal role
of leptin in insulin effects. Braz. J. of Med. and Biol. Res., v.31, p.715-722,1998.
3.3.4. A Diabetes e a Saúde Pública
71
1. Objetivo
Analisar as conseqüências da obesidade na Saúde Pública
2. Contexto
Leia a matéria abaixo divulgada na Revista Documento Reservado em setembro de
2008, no 6.
Atividade
Se você fosse um político (a) quais seriam suas
72
3.3.5. Hábitos Alimentares
1.Objetivo
Analisar e Identificar hábitos alimentares
2.Contexto
O que você pensa a respeito dos seguintes alimentos?
Coxinha de galinha. Lanche com dois hambúrgueres, maionese, queijo e, para
contrabalançar, salada. Feijoada. Rodízio de carnes gordurosas. De sobremesa,
nada mais saboroso que quindim, tortas, pudins, ou, ainda, pé-de-moleque, cocada,
bolo confeitado. Hum...
Realmente, estes são pratos irresistíveis, embora extremamente calóricos. E,
por conta do corre- corre diário, não são poucas as pessoas no mundo que recorrem
à alimentação rápida, sem se preocupar com a saúde. E a história do mocinho
(pessoas querendo emagrecer) e bandidos (alimentação não saudável) se repete,
sem contar com aquelas pessoas que iniciam suas dietas às segundas-feiras.
O consumo de alimentos gordurosos, calóricos e vida sedentária, aliados ao
crescimento econômico, urbanização e globalização do setor de alimentos
contribuíram para o aumento do problema da obesidade nas duas últimas décadas
(OMS, 2006).
Pela primeira vez na história da humanidade, o número de pessoas com
excesso de peso ultrapassou o de desnutridos: 1,2 bilhão em todo o mundo. Os
números são alarmantes. Países que até pouco tempo só se preocupavam com a
73
fome e a escassez de alimentos, agora convivem com crescimento fora de controle
do número de obesos. Preocupada com a situação, a Organização Mundial da
Saúde (OMS, 2006) alerta para uma "epidemia da obesidade". Estima-se que
atualmente há 300 milhões de pessoas com sobre· peso no mundo. No Brasil, os
números são igualmente assustadores.
Segundo a OMS, 2006 o País tem 40 milhões de brasileiros acima do peso -
10 milhões são obesos e 15% destes são crianças. A preocupação com a
alimentação e a obesidade não é novidade. Levantamento do Instituto Brasileiro de
Geografia e Estatística (IBGE), realizado entre 2002 e 2003, mostrou que quatro em
cada dez brasileiros; com 20 anos ou mais, estavam com sobrepeso, e um deles era
obeso. Ainda conforme a pesquisa, 9% da população era obesa, ou seja, estava
pelo menos 15% acima do peso ideal. O levantamento também constatou que
apenas 4% dos pesquisados estava abaixo do peso. Esses dados revelam que o
Brasil está se transformando em um país de obesos.
WHO Comparable Estimates
RISK FACTOR AND DEFINITION FEMALE MALE
BMI / Overweight / Obesity BMI ≥ 25 kg/m²
53.5 47.4
BMI / Overweight / Obesity BMI ≥ 30 kg/m²
18.3 8.7
BMI / Overweight / Obesity
mean BMI (kg/m²) 25.6 24.8
Tobacco Use daily user cigarette (general/unspecified)
8.4 16.2
Tobacco Use daily user smoking tobacco (general/multiple sources)
9.6 16
Estimativa de fatores de risco.Tabela extraída do site oficial da WHO (OMS, 2008)
< http://www.who.int/en/> acesso em 7/12/2008
Atividade
74
Sugestões:
Como são seus hábitos alimentares? Quem prepara sua alimentação? Quantas
refeições você faz ao dia? Quais os grupos de alimentos que você mais consome?
Você se preocupa com o alimento que coloca no seu prato? Quem prepara sua
alimentação?De que forma você se alimenta?assistindo TV?em pé?sentado á mesa
com seus familiares?
Não identifique os indivíduos pelo nome apenas por números, pergunte a eles sobre
a realização de Atividade Física (número de horas gastas com exercício por
semana), seu peso e estatura. Após coletar estes dados calcule o Índice de Massa
Corpórea.
Nesta atividade, sugerimos que você entreviste cinco pessoas com idade superior a 20 anos com as seguintes perguntas e outras que você achar relevante.
75
CÁLCULO DO ÍNDICE DE MASSA CORPÓREA (IMC)
IMC= peso (Kg) / estatura 2 (m)
3.3.6. Alguns conceitos importantes
Com base nos dados coletados, calcule o resultado do IMC e trace um perfil deste individuo, comente sobre seus hábitos alimentares, pontos positivos e negativos. Depois, contextualize com o texto apresentado.
Ex:. Um indivíduo, sexo feminino, 36 anos
peso = 62 Kg
Estatura = 1,68 m
62 = 21,97 kg/m2
(1,68)2
76
1.Objetivo
Definir e conhecer os conceitos de algumas variáveis utilizadas no estudo da
Atividade Física
2. Contexto
Composição Corporal:
A composição corporal é considerada um componente da aptidão física relacionada
à saúde por diversos autores, devido às relações existentes entre a quantidade e a
distribuição da gordura corporal com alterações no nível de aptidão física e no
estado de saúde das pessoas
Percentual de Gordura
As medidas que determinam a gordura corporal são feitas analisando-se as dobras
cutâneas, normalmente usa-se um compasso, um aparelho que chamamos de Skin-
fold, este tipo de medida deve ser feita por especialista da área da atividade física
< http://www.copacabanarunners.net/perg0801.html> acesso em 27/10/2008
Massa Magra
A massa magra consiste dos tecidos sem gordura, incluindo músculos, ossos,
sangue e órgãos.
Pressão Arterial
1. Epidemiologia da hipertensão arterial
1.1. Hipertensão arterial: a importância do problema
A elevação da pressão arterial representa um fator de risco independente,
linear e contínuo para doença cardiovascular. A hipertensão arterial apresenta
custos médicos e socioeconômicos elevados, decorrentes principalmente das suas
complicações, tais como: doença cerebrovascular, doença arterial coronariana,
insuficiência cardíaca, insuficiência renal crônica e doença vascular de
extremidades. (V Diretrizes Brasileiras de Hipertensão Arterial)
77
1.2. Mortalidade
No Brasil, em 2003, 27,4% dos óbitos foram decorrentes de doenças
cardiovasculares, atingindo 37% quando são excluídos os óbitos por causas mal
definidas e a violência. A principal causa de morte em todas as regiões do Brasil é o
acidente vascular cerebral, acometendo as mulheres em maior proporção.
Observa-se tendência lenta e constante de redução das taxas de mortalidade
cardiovascular. A doença cerebrovascular, cujo fator de risco principal é a
hipertensão, teve redução anual das taxas ajustadas por idade de 1,5% para
homens e 1,6% para mulheres. O conjunto das doenças do coração, hipertensão,
doença coronária e insuficiência cardíaca também teve taxas anuais decrescentes
de 1,2% para homens e 1,3% para mulheres. No entanto, apesar do declínio, a
mortalidade no Brasil ainda é elevada em comparação a outros países, tanto para
doença cerebrovascular como para doenças do coração.
Entre os fatores de risco para mortalidade, hipertensão arterial explica 40%
das mortes por acidente vascular cerebral e 25% daquelas por doença coronariana4.
A mortalidade por doença cardiovascular aumenta progressivamente com a
elevação da pressão arterial, a partir de 115/75 mmHg.
FATORES DE RISCO PARA HIPERTENSÃO ARTERIAL
78
Pressão arterial
(* Preparado por C.A. Bertulani para o projeto de Ensino de Física a Distância)
A pressão arterial mantém o sangue circulando no organismo. Tem início
com o batimento do coração. A cada vez que bate, o coração joga o sangue pelos
vasos sangüíneos chamados artérias. As paredes dessas artérias são como bandas
elásticas que se esticam e relaxam a fim de manter o sangue circulando por todas
as partes do organismo. O resultado do batimento do coração é a propulsão de uma
certa quantidade de sangue (volume) através da artéria aorta. Quando este volume
de sangue passa através das artérias, elas se contraem como que se estivessem
espremendo o sangue para que ele vá para a frente. Esta pressão é necessária para
que o sangue consiga chegar aos locais mais distantes, como a ponta dos pés, por
exemplo.
Para conhecimento geral, colocamos em destaque alguns dos componentes
do sistema cardio-circulatório:
79
O coração - é um órgão muscular que fica dentro do peito e que é
responsável por bombear o sangue para os pulmões (para ser oxigenado) e para o
corpo (suprindo as necessidades de oxigênio e nutrientes) depois que o sangue foi
oxigenado nos pulmões. O coração bate em média de 60 a 100 vezes por minuto em
situação de repouso. É composto por duas câmaras superiores chamadas de átrios,
e duas inferiores, os ventrículos. O lado direito bombeia o sangue para os pulmões e
o esquerdo para o restante do corpo.
A B
As artérias - são os vasos por onde o sangue corre vindo do coração. Elas
estão distribuídas como se fossem uma grande rede de abastecimento por todo o
corpo, podendo ser palpadas em alguns locais, onde estão mais superficializadas.
Alguns destes locais são: na face interna de seu punho, na região da virilha e no
pescoço. Este movimento ou pulsação, que você sente quando coloca seu dedo, é
quando o sangue está sendo empurrado por um batimento do coração e que
ocasiona uma determinada pressão dentro do vaso. Em geral as artérias são bem
mais profundas, por isso somente em alguns locais é que elas podem ser palpadas.
É nas artérias que ocorre o processo da doença da hipertensão.
As veias - são os vasos sanguíneos que trazem o sangue, agora cheio de
impurezas, de volta ao coração. Assim como as artérias, elas formam uma enorme
rede. A grande característica que diferencia uma veia de uma artéria, é que elas
estão mais superficiais e podem ser mais facilmente palpadas e visibilizadas. Além
desta diferença, pode-se citar a composição de sua parede, que é mais fina.
80
O QUE SIGNIFICAM OS NÚMEROS DE UMA MEDIDA DE PRESSÃO ARTERIAL?
Significam uma medida de pressão calibrada em milímetros de mercúrio
(mmHg). O primeiro número, ou o de maior valor, é chamado de sistólico, e
corresponde à pressão da artéria no momento em que o sangue foi bombeado pelo
coração. O segundo número, ou o de menor valor é chamado de diastólico, e
corresponde à pressão na mesma artéria, no momento em que o coração está
relaxado após uma contração.
Não existe uma combinação precisa de medidas para se dizer qual é a
pressão normal, mas em termos gerais, diz-se que o valor de 120/80 mmHg é o
valor considerado ideal. Contudo, medidas até 140 mmHg para a pressão sistólica,
e 90 mmHg para a diastólica, podem ser aceitas como normais. O local mais comum
de verificação da pressão arterial é no braço, usando como ponto de ausculta a
artéria braquial. O equipamento usado é o esfigmomanômetro ou tensiômetro,
vulgarmente chamado de manguito, e para auscultar os batimentos, usa-se o
estetoscópio
Colesterol
HDL-C baixo
Redução do HDL-C (homens <40 mg/dL e mulheres <50 mg/dL) isolada ou em
associação com aumento de LDL-C ou de TG.
Hipercolesterolemia isolada
Elevação isolada do LDL-C (≥ 160 mg/dL).
Hiperlipidemia mista
Valores aumentados de ambos LDL-C (≥ 160 mg/dL) e TG (≥150 mg/dL).
<http://publicacoes.cardiol.br/consenso/2007/diretriz_DA.pdf> acesso em 9/12/2008
< http://www.abcdasaude.com.br/artigo.php?465> acesso em 27/10/2008
Resistência a Insulina
Resistência à insulina é quando nosso corpo não consegue usar a própria
insulina apropriadamente. A insulina, hormônio produzido no pâncreas, envia um
81
sinal para as células do nosso corpo dizendo que devem permitir que o açúcar ou
glicose se mova do sangue para as células.
Desta forma o açúcar pode entrar nas células através do corpo onde será
usado como combustível ou armazenado como energia que será usada mais tarde.
Quando as células não estão recebendo os sinais da insulina devido ao defeito na
célula, o açúcar ou a glicose não consegue entrar nas células, e esta condição é
chamada resistência à insulina.
Há muitas pessoas que têm esse deficiência, o qual causa resistência à
insulina, mas o pâncreas pode produzir insulina suficiente para superar a resistência
e manter os níveis de glicose no sangue normais ou só um pouco elevados.
Algumas pessoas têm resistência à insulina geneticamente, isto é, elas não
têm como ser diferentes dos pais, mas há outros fatores que contribuem para a
resistência à insulina que podem ser prevenidos.
Os fatores são: estar acima do peso falta de atividades físicas, isto é, sem
exercícios diários. Pessoas que estão acima do peso, com resistência à insulina,
tendem a ter o seu peso mais acentuado na área abdominal, conhecidas como
“corpo em forma de maçã”, ao invés de “corpo em forma de pêra”.
Para as pessoas que têm diabetes, elevados níveis de glicose podem levar à
mais resistência à insulina. Infelizmente, para pessoas que têm somente resistência
à insulina e não têm sintoma, esta condição pode ser ainda pior para sua saúde em
geral.
A resistência à insulina altera os níveis de gordura no sangue, e está
associada com pressão arterial elevada e com o aumento de ataques cardíacos.
Como não há sinais associados com a resistência à insulina, o melhor conselho para
as pessoas que têm um histórico de diabetes na família, estão acima do peso, e não
são ativas, é fazer um teste de glicose, de preferência com orientação médica.
Fonte: Health Interactive
<http://www.diabete.com.br/biblio/resistencia1.htmlacesso>em 26/10/2008
Volume de Oxigênio máximo (VO2máx)
É a taxa máxima que o organismo de um indivíduo tem de captar e utilizar o oxigênio
do ar que está inspirando para gerar trabalho.
82
VO2 max é diferente de VO2
VO2 refere-se ao consumo de oxigênio pelo organismo numa determinada
intensidade de exercício.
Tanto VO2máx. (consumo máximo de oxigênio) como VO2 (consumo de oxigênio)
podem ser expressos em:
a) l . min-1 (litros por minuto = litros de oxigênio absorvidos no espaço de tempo de 1 minuto, pode ser chamado de valor absoluto, Adams 1994).
ou
b) ml . kg -1 . min -1 (mililitros por quilograma de peso por minuto = mililitros de oxigênio absorvidos por quilograma de peso corporal no espaço de tempo de 1 minuto, pode ser chamado de valor relativo, Adams 1994)
Atividade
LEIA MAIS!!!!
Fatores de risco para hipertensão arterial
Pesquise cada fator de risco e elabore uma cartilha explicando cada um destes fatores e apresente para sua turma
83
- Sociedade Brasileira de Cardiologia. Consenso brasileiro sobre dislipidemias:
detecção, avaliação e tratamento. Arq Bras Cardiol. 2007:p.5-6.
- KENCHAIH, S; EVANS, JC; LEVY, D; WILSON, PWF; BENJAMIN, EJ; LARSON,
MG et al. Obesity and the risk of heart failure. N Engl J Med. 2002; 347(5):305-13.
- POZZAN, R; MAGALHÃES, MEC; BRANDÃO, AA; BRANDÃO, AP. Dislipidemia,
síndrome metabólica e risco cardiovascular. Rev SOCERJ. 2004;17(2):97-104.
- Sociedade Brasileira de Cardiologia. I Diretriz de prevenção da aterosclerose na
infância e adolescência. Arq Bras Cardiol. 2005;85:1-36.
- MENDES, R ; LEITE, N. A. Ginástica Laboral: princípios e aplicações práticas
– 2ª edição – Editora Manole, 2008.
3.3.7. Doenças Cardiovasculares e Exercício Físico
84
1. Objetivo
Pesquisar e analisar o efeito terapêutico dos exercícios sobre as doenças
cardiovasculares
2. Contexto
Segundo a Organização Mundial de Saúde, a reabilitação cardíaca é o
somatório das medidas necessárias para garantir a pacientes cardiopatas as
melhores condições físicas, mentais e sociais, de forma que eles consigam levar
uma vida ativa e produtiva para a sociedade (BROWN, 1964).
No entanto, apesar de os benefícios do exercício físico para cardiopatas já
terem sido relatados desde o século o exercício se tornou reconhecidamente um
aliado importante de indivíduos participantes de um programa de reabilitação
cardíaca. Infelizmente, atualmente, apenas 10% a 30 % dos indivíduos candidatos
estão participando de um programa formal de reabilitação (ACSM, 2000). Alguns
motivos são a falta de encaminhamento médico e falta de qualificação de
profissionais da área de saúde.
Programas de reabilitação cardíaca são desenvolvidos com o propósito de
proporcionar aos pacientes condições de retornar às atividades físicas diárias
habituais, com ênfase na prática de exercícios físicos, acompanhados de ações
educacionais voltadas para mudanças no estilo de vida (Arq. Bras. Cardiol., 2005).
Pacientes submetidos a gasto calórico maior que 2.200 Kcal/sem (5 a 6 horas por
semana) experimentaram redução na progressão da lesão arterosclerótica e
acentuada melhora na capacidade funcional e melhora na perfusão miocárdica
(NIERBAUER, 1994).
Nos últimos anos, foram descritos inúmeros benefícios da prática de
exercícios físicos regulares para portadores de cardiopatias, e hoje as maiores
instituições que advogam na área de exercícios incluem exercícios resistidos
associados ao exercício aeróbico como parte integrante de um programa completo
de exercícios para prevenção, controle ou tratamento de doenças cardiovasculares
(ACSM; AHA, 2007).
85
É preciso lembrar que os benefícios do programa de treinamento podem
variar dependendo da característica do exercício, do tipo e da gravidade da
cardiopatia e da presença de outras condições associadas (ADES, 2001).
Atividade
Podemos comparar na tabela abaixo as principais adaptações fisiológicas a
exercícios aeróbios e resistidos. Pesquise as variáveis citadas abaixo comparando
os efeitos entre o exercício aeróbio e resistido.
86
Variável Exercício Aeróbio Exercício Resistido
Composição Corporal
Densidade Mineral óssea
Percentual de Gordura Corporal
Massa Magra
Força Muscular
Sensibilidade a Insulina
HDL- colesterol
LDL-colesterol
Triglicerídeos
Frequência Cardíaca de Repouso
PAS em repouso
PAD em repouso
VO2 máx
Qualidade de Vida
Utilize e para responder estas comparações. (aumenta ou diminui). Utilize uma flecha quando o efeito é leve, duas flechas quando o efeito é moderado, três grande aumento; caso não haja efeito utilize 0. Após preencher a tabela, faça uma síntese justificando sua resposta
87
LEIA MAIS !!!!
- MATSUDO, V.K.R.; MATSUDO, S.M.M.; ARAUJO, T.L.; RIBEIRO, M.A.
Dislipidemias e a promoção da atividade física: uma revisão na perspectiva de
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- MENDES, R. A ;LEITE, N.Ginástica Laboral: princípios e aplicações práticas –
2ª edição – Editora Manole, 2008.
3.3.8. Prevenção Primária da Hipertensão e dos Fatores de Risco Associados
1.Objetivo
Conhecer os fatores de risco associados a hipertensão bem como previní-los
2.Contexto
A hipertensão arterial, principal fator de risco de morte entre as doenças não-
transmissíveis, mostra relação direta e positiva com o risco cardiovascular
(WHELTON et al., 2002, YUSUF et al., 2004)
Entretanto, apesar dos progressos na prevenção, no diagnóstico, no
tratamento e no controle, ainda é importante problema de saúde pública (COHN et
al., 2001).
88
Devem ser metas dos profissionais de saúde a identificação precoce e a
abordagem adequada dos fatores de risco para o desenvolvimento da hipertensão
arterial, principalmente na população de alto risco. Entre as medidas preventivas,
destacam-se a adoção de hábitos alimentares saudáveis, a prática de atividade
física e o abandono do tabagismo ( WAXMAN et. al, 2004).
Hábitos Alimentares Saudáveis
A adoção de hábitos alimentares saudáveis é um componente muito
importante da prevenção primária da hipertensão arterial (KRAUSS et.al, 2000) ,
sendo necessário manter o peso adequado, reduzir o consumo de sal, moderar o de
álcool, controlar o de gorduras e incluir alimentos ricos em potássio na alimentação
diária .
Peso corporal: a manutenção do índice de massa corporal entre 18,5 e 24,9 kg/m2
é o ideal. Além disso, é importante que a circunferência da cintura não seja superior
a 102 cm para os homens e 88 cm para as mulheres (LEMIEUX et.al, 2002). Quando
houver sobrepeso ou obesidade, a perda de 5% a 10% do peso inicial já traz
benefícios. O consumo de calorias deve estar de acordo com o gasto calórico diário,
incluindo o gasto com atividade física e evitando-se alimentos hipercalóricos e sem
valor nutricional.
Sal: estudos realizados na população brasileira detectaram consumo de sal elevado,
superior a 12 g/dia (MOLINA et.al, 2003 e Ministério da Saúde, 2006). Deve-se
diminuir a ingestão de sódio para, no máximo, 100 mmol ou 2,4 g/dia, o que equivale
a 6 g/dia de sal. Para tanto, recomenda-se reduzir o sal adicionado aos alimentos,
evitar o saleiro à mesa e reduzir ou abolir os alimentos industrializados, como
enlatados, conservas, frios, embutidos, sopas, temperos, molhos prontos e
salgadinhos. A redução da ingestão excessiva de sódio e/ou a perda de peso pode
prevenir a hipertensão arterial em 20% .
Álcool: deve-se limitar o consumo de bebida alcoólica a, no máximo, 30 ml/dia de
etanol para homens e 15 ml/dia para mulheres ou indivíduos de baixo peso Quem
não consome bebidas alcoólicas não deve ser estimulado a fazê-lo.
89
Gordura: no máximo 30% do valor calórico total da dieta deve ser de gorduras,
sendo a saturada até 10% e o colesterol até 300 mg/dia. Deve-se evitar a gordura
vegetal hidrogenada contida em bolachas doces recheadas, margarinas duras,
produtos com massa folhada, dar preferência ao uso dos óleos vegetais insaturados
e fazer uso de margarinas cremosas ou light com até 40% de lípidios
Potássio: deve-se garantir o consumo de 75 mmol ou 4,7 g/dia de potássio,
utilizando-se verduras, legumes, frutas, principalmente cruas, e leguminosas como
feijões, ervilha, lentilha, grão-de-bico.
É importante que esses cuidados nutricionais sejam adotados desde a
infância e a adolescência ( WAXMAN et. al, 2004). Sua adoção deve levar em conta
os aspectos culturais, sociais, regionais, ambientais e a realidade econômica de
cada paciente para que haja maior adesão.
Tabela extraída da IV Diretriz Brasileira Sobre Dislipidemias e Prevenção da Aterosclerose Departamento de Aterosclerose da Sociedade Brasileira de Cardiologia
90
3.3.9. Atividade Física
1.Objetivo
Demonstrar a importância da atividade física no dia a dia para diferentes faixas etárias.
2.Contexto
Adaptado de Park Nicollet Health Source, 1996. Fonte: Pirâmide CELAFISCS, American Dietetics Association, International Food Informations Council
Foundations e President‘s Council on Physical Fitness and Sports
ATIVIDADE
Evidências científicas mostram que a prática de atividade física de moderada a intensa traz efeitos positivos para a saúde. Por isso, pessoas sedentárias podem melhorar sua saúde com atividades moderadas, como caminhada, porém que sejam realizadas regularmente. A pirâmide em anexo indica como se tornar ativo com exercícios aeróbicos e de lazer
Agora é sua vez, escolha três modalidades esportivas
91
SUGESTÕES DE ATIVIDADES PRÁTICAS
Os testes físicos são utilizados para identificar a aptidão cardiorrespiratória
1. Objetivo
Identificar o grau de aptidão física (capacidade cardiorrespiratória) de um
indivíduo através do teste de Legér
2. Introdução
Atualmente, estudiosos da área, utilizam o protocolo de Legér, que é um
instrumento para avaliar a aptidão cardiorrespiratória de crianças e adolescentes.
A prova consiste em percorrer a distância de 20m, em ritmo cadenciado por fita
cassete ou cd (em anexo) , conforme padrão estabelecido internacionalmente. Os
estágios apresentam velocidades de deslocamento que devem ser mantidas por
períodos com duração aproximada de 1 minuto.
Equações
Materiais:
– Quadra, ou terreno plano com mínimo de 25m.;
– Equipamento de som;
– Cones;
92
– Monitores de freqüência cardíaca;
– Cronômetro.
Intensidade do teste
– a velocidade inicial será de 8,5 Km/h, sendo aumentada em 0,5Km/h ao final de
cada estágio de 1 minuto.
– Em cada estágio são realizadas de 7 a 15 idas e vindas de 20 metros;.
Formas de eliminação:
– Para caracterizar que um avaliado estará fora do teste, esse não deverá estar
mais acompanhando o ritmo imposto pelo CD, ou seja, estará em atraso em relação
ao teste chegando à linha que demarca os 20 metros após o sinal sonoro.
– O último estágio atingido deve ser anotado para se obter o VO2 EM ml/Kg/min.
Tipos de irregularidades:
1. Não atingir ao sinal sonoro a distancia de 20m;
3. Iniciar novo percurso antes do sinal sonoro;
5. Não estar dentro da área de escape ao toque do sinal sonoro.
Equações de predição do VO2 máx.. em ml/kg/min no teste aeróbio de corrida de vai
e vem de 20m
Pessoas de 6 a 18 anos:
Y= 31,025 + 3,238 X – 3,248 A + 0,1536 AX
Pessoas de 18 anos ou mais
Y= -24,4 + 6,0 X
Onde Y= VO2máx em ml/kg/min;
X= velocidade em km/h (no estágio atingido);
A= idade em anos
ATIVIDADE PRÁTICA
93
1. Teste sua aptidão cariorrespiratória
Deslocar os alunos até a quadra;
Em grupos de n;
Todos deverão realizar o teste;
Um grupo realiza o teste enquanto o outro toma nota da F.C. ao final de cada
estágio;
De posse dos resultados, plotar um gráfico de estágios que a turma atingiu com
FC
Explicar fisiologicamente o que, porque e como ocorreu a variação da F.C..
ATIVIDADE
Preencha o Questionário de Freqüência Alimentar que se encontra no anexo
Hábitos alimentares e um breve histórico da validação do Questionário de
Freqüência Alimentar
1. Objetivo
Identificar seus hábitos alimentares
2. Introdução
Validade do Questionário de Freqüência Alimentar (QFA) no Brasil
Um questionário semi quantitativo de freqüência alimentar foi desenvolvido a
partir de dados obtidos em um Inquérito nacional realizado em 1974-1975, na qual
foi realizada por entrevistadores treinados em 7 dias de pesagem dos alimentos. A
partir deste levantamento, que incluiu os 61 alimentos mais comumente consumidos.
Estes alimentos representaram 86 % do consumo total de energia, 84 % da ingestão
de vitamina A, e 76% ingestão de vitamina C em 1974 - 1975 realizada no estado do
Rio de Janeiro. O questionário da versão final continha 73 itens alimentares, que
incluiu esses alimentos mais 61 outros alimentos que, com base em parecer técnico,
eram comumente consumidas pelas populações urbanas de hoje.
O hábito destas porções foram registrados para cada item. Para a maioria dos
itens, havia apenas duas opções: colher de sopa e copo (xícara). Para um certo
94
número de alimentos comuns, havia mais opções. Assim, para o arroz, houve quatro
opções: colher de sopa, colher de arroz (uma colher maior do que uma colher de
sopa regular), utilizado para colher maiores fritura e prato de sopa meio cheio. Para
o feijão foram duas opções diferentes tamanhos de concha e colher de sopa; de
massas, houve seis opções.
Freqüências de consumo foram registradas por dia, semana mês, ou ano,
assim como nunca e quase nunca. Freqüências diárias foram calculadas
considerando nunca e quase nunca como zero. 24 horas da ingestão alimentar
recordada em todos os alimentos específicos, a preparação métodos, bem como
todos os tamanhos porção consumida. A quantidade de alimentos foi registrada
usando utensílios. A nutricionista perguntou sobre a última refeição e
sucessivamente todas as doses incluindo lanches rápidos no dia anterior para
calcular as primeiras 24 horas recordadas. O mesmo processo foi continuou a
buscar as últimas 24 horas.
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