II CONINTER – Congresso Internacional Interdisciplinar em Sociais e Humanidades
Belo Horizonte, de 8 a 11 de outubro de 2013
DAS MIGRAÇÕES DO CAMPO A FAVELIZAÇÃO METROPOLITANA: PRÁTICAS E CONSTITUIÇÕES RELIGIOSAS NA FAVELA DO
MUTIRÃO EM BAYEUX
FLORES FILHO, JOSÉ H. (1).
1. UMESP – SP. Programa de Pós-Graduação em Ciências da Religião. [email protected]
RESUMO
O texto fala sobre a importância das migrações de indivíduos e famílias pobres que migraram do campo para a região metropolitana de João Pessoa na Paraíba, constituindo com isso comunidades pobres ou aglomerados subnormais. Nesta migração os indivíduos levaram consigo sua cultura e sua religiosidade que se constitui de grande importância para a criação de uma estrutura social coesa na periferia. Em sua grande maioria o cristianismo católico e protestante. Contudo, o número de igrejas protestantes pentecostais aparece em maior número nas favelas. Mas também se encontram as vertentes com caracteres muito singulares da religião afro-brasileira como, por exemplo, a jurema. Assim como também o espiritismo. O texto discute a relação entre migração e a formação das favelas. Discute os conceitos de favela e periferia, bem como sobre a importância da constituição religiosa na coesão de grupos de indivíduos desses aglomerados subnormais. Delimitamos o nosso estudo a comunidade do Mutirão em Bayeux cidade satélite de João Pessoa, por possuir em seu histórico informações relevantes que se assemelham as problemáticas encontradas em toda região metropolitana de João Pessoa. Para a realização do trabalho se fez necessário a pesquisa de campo e o levantamento de dados sobre a população da favela do Mutirão através de bibliografia adequada e atualizada.
Palavras-chave: Religiosidade. Migração. Favela.
INTRODUÇÃO
A cidade de Nossa Senhora das Neves, atual João Pessoa, foi fundada em 1585. João
Pessoa é a capital da Paraíba e localiza-se no Nordeste do Brasil no lado mais oriental das
Américas. Segundo José Otávio A. Mello (1994, p. 24-25): “Devido à importância estratégica,
a Paraíba fora convertida em capitania real, isto é, diretamente subordinada a coroa, o que
propiciou o emprego de recursos oficiais”. Foi criada a capitania da Paraíba que se tornou
importante na época colonial com a pacificação dos índios Potiguaras. Com isso, se tornou
possível a coroa portuguesa avançar nas terras do Norte e conquistar terras onde hoje é Rio
Grande do Norte, Ceará e Maranhão1. Desde a sua colonização a Paraíba foi palco do trânsito
de várias etnias. A etnia autóctone protagonizado pelos Tupis, os quais se dividiam em dois
grandes grupos, os potiguaras e tabajaras 2 . E etnias alóctones como os europeus
portugueses, franceses, holandeses e também, negros escravizados provindos da África.
Embora pudesse ser considerado como subúrbio da capital, o distrito de Santa Rita
denominado de Barreiras, atual Bayeux, foi criado em 1944. Seu povoamento se teve por
intenso transito dos colonizadores e comerciantes que deixavam o interior e a capital e se
fixavam as margens do caminho deste povoado. Segundo o Dicionário Corográfico do estado
da Paraíba de Coriolano Medeiros (1950, p. 32):
Grande povoamento pertencente ao município de Santa Rita e ao da capital,
ligando-se a esta por uma ponte sobre o rio Sanhauá. Ocupa a península
formada pelos rios, Paraíba ao N, e do Meio, Marés e Sanhauá L e S. O nome
da povoação veio do engenho Barreiros, que ali existiu e na invasão
holandesa pertenceu a Domingos Carreiro.
O nome Bayeux foi uma sugestão do paraibano Assis Chateaubriand em
homenagem a cidade francesa de Bayeux, quando na segunda guerra
mundial foi a primeira cidade a ser ocupada no território Francês pelas forças
aliadas3. Posteriormente, a Bayeux brasileira foi desmembrada do município
de Santa Rita e emancipada em 1959.
1
Fonte: Site do Instituto histórico e Geográfico Paraibano: http://www.ihgp.net/aconquistadaparaiba.htm -
Acessado em 28/10/2012.
2 Fonte: Entre a Cruz e a Jurema: a resistência indígena à evangelização católica no litoral da Paraíba. Luiz
Francisco da Silva Junior – FIP. Texto disponível em:
http://www.anpuhpb.org/anais_xiii_eeph/textos/ST%2006%20-%20Luiz%20Francisco%20da%20Silva%20Junior
%20TC.PDF - Acessado em 28/10/2012.
3 Fonte do IBGE: http://www.ibge.gov.br/cidadesat/link.php?uf=pb – Acessado em 28/10/2012.
Nas configurações atuais João Pessoa possui de acordo com os dados do censo
2010 4 uma população de 723.715 mil habitantes, um território de 211,474 km² e uma
densidade demográfica de 3. 421,30 habitantes por km². A cidade de Bayeux é fronteiriça de
João Pessoa em seu lado Oeste, localiza-se entre João Pessoa e Santa Rita. Possui pequeno
território de 31.973 km². Contudo, Bayeux possui uma densidade demográfica bastante
significativa com 3.118, 76 habitantes por km² com uma população de 99.716. Ou seja, sua
densidade demográfica se aproxima da capital João Pessoa. Fato este que nos chamou
atenção.
De acordo com o censo 2010, João Pessoa possui um total de moradores em situação
conhecida como favela e chamadas pelo IBGE de “aglomerados subnormais” 91.351
habitantes. Bayeux possui um total de 7.835 habitantes morando em favelas.
Em referência as religiões, podem ser encontradas, a maioria católica, em segundo as
pentecostais e demais denominações protestantes. E em seguida grupos espíritas e cultos
afro-brasileiros heterogêneos 5 . Em sua maioria a umbanda ou o candomblé com forte
influência sincrética indígena que se torna difícil definir se o culto se caracteriza umbandista
ou candomblecista. Tendo a Jurema um importante papel no culto de características
Umbandistas na Paraíba 6 . Todas essas religiões com uma representatividade bastante
marcante em cada uma das etnias. Algumas religiões mais presentes em um grupo do que em
outros. A migração de pessoas pobres provindas do campo não apenas para a região
periférica da capital, mas em toda a Região Metropolitana de João Pessoa, também contribuiu
para a formação e configuração do atual quadro sociocultural religioso periférico destas
cidades.
João Pessoa é marcada pela presença da mata atlântica em uma expressiva extensão
encontrada no entorno da Universidade Federal da Paraíba chamada mata do buraquinho que
foi transformada no ano de 2000 no jardim botânico Benjamin Maranhão7. Bayeux também
possui uma expressiva presença de mata atlântica chamada mata do Xenxém. E uma
4 Ibidem.
5 Ver “Chica Baiana Passeando em Terra Alheia”: presença da mina
maranhense em terreiros de João Pessoa” deAntônio Giovanni Boaes Gonçalves. Disponível em:
http://www.xiconlab.eventos.dype.com.br/resources/anais/3/1306930076_ARQUIVO_CHICABAIANA.pdf -
Acessado em 06/11/2012.
6 Ver o trabalho de Sandro Guimarães de Salles intitulado: À sombra da Jurema: a tradição dos mestres juremeiros
na Umbanda de Alhandra. Revista ANTHROPOLÓGICAS, ano 8, volume 15(1): 99-122(2004)
7 Fonte: Folha de São Paulo. Disponível em: http://www1.folha.uol.com.br/folha/turismo/noticias/ult338u4932.shtml
- Acessado em 06/11/2012.
expressiva presença de manguezal devido à presença dos rios Paraíba e Sanhauá que
ambos se encontram com o Oceano Atlântico via município de Cabedelo.
O conceito e as alternativas mais usuais do tão estigmatizado, ou não, termo favela
Com o crescimento populacional nas cidades devido às migrações, cresceram em conjunto
problemas de ordem social. Em busca de melhores condições de vida, famílias pobres
migraram para a região da grande João Pessoa. E se instalaram nas periferias desta região,
constituindo em instalações precárias e formação de bolsões de pobreza. Com isso,
problemas de infraestrutura e de ordem socioeducativa são deficiências que ainda
hodiernamente são observados nestes bairros e seus bolsões de pobreza.
Mas para podermos entender melhor a situação das populações de aglomerados subnormais
e sua formação faremos uma espécie de retrospectiva histórica e conceitual de uma situação
tão complexa como é a questão da pobreza e sub-humanidades presentes nas cidades. E que
isso constitui as mazelas da nossa sociedade, não apenas da moderna, diga-se de
passagem, mas um problema tão antigo quanto à origem das cidades. Mas que se reconfigura
com suas peculiaridades e agravantes em cada época, e que atualmente possui
singularidades próprias da modernidade capitalista, que continuam gerando contradições,
paradoxos sociais e egotismo institucional exacerbado.
No século XIX ocorreram dois importantes eventos a nível nacional que foram importantes
para a geração do que entendemos hoje como segregação. A primeira foi a Lei de Terras de
1850, que promoveu à separação dos que tinham condições de acesso a propriedade da
terra, como mercadoria e os não proprietários. E em 1888 a abolição da escravatura.
Uma classificação social dicotômica da condição humana no Brasil daquela época
expressava a importância dos escravos no trabalho mercantil. Tal classificação era entre os
chamados “homens livres” que se dividiam entre pobres em sua grande maioria e ricos, e,
escravos ou cativos, a grande gama de negros presos a ferro e sob açoites importados a força
pelo tráfico humano. Maria Sylvia de C. Franco (1997, p 14) aponta sobre a problemática que
gerou a importação de mão de obra escrava e estrangeira:
[...] uma das mais importantes implicações da escravidão é que o sistema
mercantil se expandiu condicionado a uma fonte externa de suprimento de
trabalho, e isso não por razões de uma perene carência interna (efetiva de
início) de uma população livre que poderia ser virtualmente ser transformada
em mão-de-obra. Essa situação deu origem uma formação sui generis de
homens livres e expropriados, que não foram integrados à produção
mercantil - destituídos de propriedade dos meios de produção, mas não de
sua posse (p. 14).
O agravamento de uma situação de pobreza social gerada pelo sistema mercantil escravista
desde a sua implantação no Brasil até o seu desfecho com a abolição, os “homens livres”
pobres não eram considerados capazes de exercer funções de mão de obra para o trabalho
mercantil. E viviam marginalizados, sem direitos de cidadão, sem propriedade e sem trabalho
e discriminados. Com o desfecho da lei de terras privadas e a abolição da escravatura a
situação toma um rumo decisivo para a fixação e a conceituação do que entendemos hoje
como segregação social, espacial e racial.
Com estas ocorrências, juntam-se aos “homens livres” pobres grandes levas de ex-escravos,
recém-libertos, que semelhantes aqueles, não tinham qualificação nem educação para o
trabalho mercantil (CARRIL, 2006). A condição social de “homens livres” pobres se
assemelhava aos ex-escravos, que naquele momento engrossava a multidão de miseráveis
sociais. A condição de negação a simples condição de cidadão os faziam expropriados e
espoliados sociais pela elite agrícola daquela época constituída pelos senhores de engenho e
latifundiários. Em ocasião do Congresso Agrícola do Recife em 1878, a situação dos “homens
livres” pobres são apontadas pelo congressista (Congresso Agrícola, 1978: 91):
[...] Esses indivíduos, que não são para desprezar-se, nem adquirem raízes
no solo nem espírito de família e levam uma vida quase nômade, contraindo
hábitos de ociosidade, dissipação, imoralidade e anarquia, que os levam
facilmente ao crime, donde não raro saem impunes, graças à intercessão do
novo senhorio... As coisas têm chegado a tal ponto, que para muitos homens
pobres a única linha divisória entre o livre e o escravo é que este é obrigado a
trabalhar e aquele não.
Pode-se observar nas palavras do congressista uma clara comparação com a situação
precária e sub-humana dos “homens livres” pobres e dos escravos. Onde a única diferença
entre eles estaria na obrigatoriedade do trabalho. Neste interim Lourdes Carril (2006, p.58)
escreve que:
Por sua vez, a abolição não representou a inserção do ex-escravo como
trabalhador assalariado, nem o reproduziu como trabalhador, uma vez que
ele teve de competir em condição desigual com o imigrante para integrar as
novas bases da acumulação do capital. Não havendo lugar na sociedade
para o ex-trabalhador escravo, a reprodução dos seus meios de vida ficou
condicionada às formas de superexploração, e as opções de moradia foram
os cortiços e as favelas, já que não tinha a possibilidade de produzir seus
meios de subsistência, nem sua moradia.
A questão da propriedade era uma solução para os ricos detentores dos latifúndios e um
grave problema para os pobres e ex-escravos, que a pesar de livres, suas liberdades era
patrocinada pelas misérias criada pela sociedade mercantil. E esta, a misérias era a prisão
dos marginalizados. As moradias dos superexplorados e marginalizados se configuravam em
cortiços e favelas. O eixo paradigmático que representa as favelas é a ausência. Ou seja, a
definição de favela seria na perspectiva daquilo que não teria ou pelo que não seria (SILVA et
al, 2009). Segue abaixo uma definição, ou melhor, uma descrição do que são esses espaços
urbanos tão problemáticos quanto estigmatizados:
[...] é apreendido, em geral, como um espaço destituído de infraestrutura
urbana – sem água, luz, esgoto, coleta de lixo; sem arruamento; globalmente
miserável; sem ordem; sem lei; sem regras; sem moral. Em fim, expressão do
caos. Outro elemento peculiar da representação usual das favelas é sua
homogeneização. Presentes em diferentes sítios gráficos – em planícies, em
morros, às margens de rios e lagoas – e reunindo algumas centenas de
moradores até alguns milhares, possuindo diferentes equipamentos e
mobiliários urbanos, sendo constituídas por casas e/ou apartamentos, com
diferentes níveis de violência e presença do poder público, com variadas
características socioambientais, as favelas constituem-se como territórios
que se exprimem em paisagens consideravelmente diversificadas (SILVA et
al, 2009, p. 16).
Nesse universo de espaços irregulares, outros termos são utilizados como alternativa para
favela. Como comunidade, aglomerados subnormais, loteamentos irregulares e clandestinos -
e nestes, se incluem os cortiços e conjuntos habitacionais “desgovernados” -, assentamentos
precários e terrenos favelizados. Como também, os fenômenos dos prédios invadidos, ou
ocupados, também podem entrar nesse rol quando se refere comumente a favelas. Contudo
Silva et al (2009) admite que favela seja um espaço complexo e marcado por forte
estigmatização. Mas que a diversidade das dinâmicas sociais e das formas, bem como as
econômicas e culturais são importantes características para se definir favela dentro de
parâmetros mais abrangentes que orientem uma definição mais precisa.
No alcance do que já discorremos sobre as problemáticas geradas no espaço urbano,
chegamos a uma situação em que as fronteiras tanto espaciais, socioculturais, raciais e
semânticas se intercruzam, ou se repelem para formar-se uma designação própria para
entendermos do que estamos falando na verdade. Refiro-me as distinções dos termos
subúrbio, periurbano e periferia em estreita relação com o centro da urbe. Tais concepções
tocam em questões sociais históricas e muito atuais como o é a questão da segregação.
A URBE: O SUBÚRBIO, O PERIURBANO E A PERIFERIA
Neste compósito semântico, de significações urbanas temos o subúrbio, o periurbano e
periferia. A periferia em oposição ao centro é o lugar que fica as margens do centro, o entorno.
Geralmente lugar onde se localizam as populações mais pobres. Alguns estudiosos da
sociologia preferem utilizar um desses termos ao invés de outros. E, ou, contrastá-los. Mas
suas definições são idênticas e em algum ponto se tocam. José de Souza Martins (2008), por
exemplo, prefere o termo subúrbio a periferia. O que ele chama este de “concepção ideológica
de um neopopulismo”; “produto mais de ignorância do que de conhecimento”; “armadilha
ideológica política”.
Para Martins (2008), subúrbio se define como sendo um suavizador das descontinuidades
bruscas da espacialidade, um atenuador de contrastes entre a cidade e a roça, bairro rural e a
fazenda. Um lugar aonde se encontra, ou se encontrava alguns elementos do campo. Um
lugar de nostalgia de um campo que não é campo, mas o faz lembrar. Já o periurbano se
localizaria para além dos subúrbios de uma determinada cidade. Neste espaço as atividades
rurais e urbanas se misturam. Seus limites ficam imprecisos; seu povoamento é disperso; a
atividade agrícola é instável e a atividade industrial e de serviços pode-se se implantar8 (essa
descrição se assemelha com o que José de Souza Martins (2008) identifica como subúrbio).
A periferia seria uma vitória da renda da terra sobre a urbe. O termo periferia para Martins
(2008) seria uma ocupação antiurbana de um solo urbano; a designação de espaços pela
urbanização patológica. Destarte, os termos subúrbio e periferia são postos,
supracitadamente, como dicotômicas e contrários. Algo que gravita mais no plano semântico
de suas significações supostamente originais da cidade, do que no plano sociogeográfico e
histórico do desenvolvimento da urbe. Que leva em consideração toda uma problemática
social de classes, elites, pobreza, segregação social, espacial e racial desta relação humana
de trabalho, moradia, vida e bem estar e organização espacial urbanística da cidade. Ou seja,
é muito mais complexo que uma definição e divisão espacial.
Centro e periferia não se restringiram apenas a conceitos de espacialidade geográfica. Ou
seja, periferia como o entorno do centro, da cidade. Mas uma designação de relatividade com
a pobreza construída historicamente, que empurravam os indivíduos pobres para as margens
do centro ou regiões afastadas dos centros de poder e da elite, como era afirmada pela
sociologia urbana (TORRES et al, 2003). Nessa linha de pensamento sociológico se via um
espaço urbano homocêntrico, que partia do centro a periferia (ROLNICK, 1997). Contudo, os
8 In Infopédia. Porto Editora. Porto. 2003-2008. Disponível em http://www.infopedia.pt/$%c3%a1rea%20
periurbana. Consultado em 2008-03-12.
novos empreendimentos veio a por em xeque tal conceito, devido aos grandes
empreendimento de habitação de luxo e infraestrutura a se estabelecer nas periferias das
cidades. Em muitas vezes tendo como forte impulso o refúgio ao adensamento populacional e
a violência dos grandes centros.
Bem, com as bases conceituais fundamentadas partimos agora para o nosso estudo da
periferia da Grande João Pessoa, mas propriamente a comunidade do Mutirão em Bayeux.
As migrações como fator importante para a configuração das periferias da região
metropolitana de João Pessoa
A atual configuração da região metropolitana de João Pessoa criada pela Lei Complementar
Estadual n° 90/2009, de 23 de setembro de 2009 abarcam doze cidades: João Pessoa,
Bayeux, Cabedelo, Lucena, Santa Rita, Pedras de Fogo, Cruz do Espírito Santo, Rio Tinto,
Conde, Alhandra, Caaporã, Pitimbu9.
Figura: 1 – Mapa da Paraíba, em destaque a região metropolitana de João Pessoa
Mapa da Paraíba adaptado pelo autor. Em destaque a Região metropolitana de João Pessoa com seus
doze municípios. Fonte: www.mapasparacolorir.via12.com
9 http://www.cbtu.gov.br/planos/acoeseprogramas/planosdeacao/planodeacao2012_joaopessoa.pdf
Figura 2 – Mapa de Bayeux
Fonte: Google maps
O interior do estado da Paraíba se configurava nas décadas de 1970 a 1980 em uma
população em sua maioria pobre, analfabeta e sem propriedade. Grande parte dos pobres
viviam em moradias das fazendas em que trabalhavam, ou eram posseiros. Tais famílias em
sua maioria, muitas delas com numerosos filhos, sobreviviam daquilo que plantavam através
de arrendamento da terra em fazendas em troca de sua força de trabalho. Os filhos ainda
pequenos se constituíam em força de trabalho ainda criança, para ajudar na subsistência da
família.
Nessa configuração social do homem pobre do campo na Paraíba nas décadas supracitadas,
o acesso à escola era difícil, na verdade era escassa. E quando tinha era de até a primeira
fase do ensino fundamental – na época chamava-se primário, cujo ano era de primeira a
quarta série. A escola era tida, na mentalidade dos pobres, como um capricho dos ricos, um
artigo de luxo. Não se tinha tempo para a escola, porque trabalhar para por comida na mesa
era prioridade para as famílias pobres. Com isso, a educação limitada e escassa, precária, a
vida dura no campo com o sistema de trabalho arrendatário e como se chama na região “o
trabalho alugado10” e muito mal pago fazia com que famílias inteiras não vissem perspectivas
de vida futuras para sua família. É quando entram em cena as migrações.
As cidades eram enxergadas como o “Summus bonus” da vida pelos camponeses pobres,
ainda perfigurado como matuto, figura curiosa e estranha, sem modos da “Civita urbe”, mas
com as maneiras e perspicácia da fortaleza e a valentia do campo, do mato. Não era para se
estranhar essa visão porque a cidade oferecia comodidade, melhor acesso ao trabalho, à
saúde, a escola e a Igreja com sacerdotes, pois padres e pastores era coisa muito rara nos
rincões dos sertões. E que a religiosidade era algo marcadamente característico de tal povo.
Na verdade era o que norteava suas vidas e que se fez presente na constituição de suas vidas
nessa jornada migratória e de adaptação na cidade, periferia e favelas.
Na João Pessoa do Século XIX o centro era dos ricos, dos abastados. Os migrantes que
recorriam às cidades e construíam suas barracadas de palha e taipas nas proximidades do
centro da cidade se depararam com incursões de leis que inibiam, coibiam e até destruíam
construções tidas como insalubres para o padrão de higiene da cidade. Foi o caso da “lei de
posturas” editado em 1830 pela câmara municipal. Era uma espécie de conjunto de normas e
regulamentações modernizantes. Que dizia, por exemplo:
O movimento que incita todas as cidades a submeter-se às exigências da
higiene moderna, sob pressão enérgica da opinião pública, é irresistível. [...]
A morada pode ser comparada a um organismo vivo, si as leis que regem a
natureza que nos envolve e que vive de ar, de luz, e d’água são respeitadas.
As casas insalubres, as casas de taipas, as cobertas de folhagens,
receptáculo de insetos e outros, sacrificam esses elementos11
.
Tidas como focos de doenças e insalubridades, as habitações precárias dos pobres eram
coibidas dentro do raio de cobertura modernizantes da cidade. Ou seja, o centro da cidade.
Tendo eles como única opção as margens e periferias da cidade, e isso inclui o litoral praiano
lugar habitado por caiçaras, que na época não era muito apreciado, como hoje o é pelos ricos
e turistas. E nisso os pobres constituídos de operários, prostitutas, cabeceiros, estivadores,
10
Trabalho pago pelo dia de trabalho ao trabalhador rural pelos donos de terras e fazendeiros em plantações. Na
época, nos anos 1970 e 1980 as plantações de Sisal (Agave) e abacaxi, mandioca eram as mais expressivas no
estado. Tendo o agave sido responsável pela implantação de grandes fábricas de cordas e derivados do produto
em Bayeux como: a BRASCORDA, SISAL, FIBRASA Tais fábricas tiveram sua parcela de contribuição
povoamento da cidade. Mas que entraram em decadência nos anos 1990 com a desvalorização do Sisal para
exportação.
11 Saneamento da Capital: Estudos e Opiniões. Almanach Administrativo Histórico e Commércial do Estado da
Parahyba para 1911. Coleção Paraibana: Biblioteca Central UFPB.
arrumadores e mendigos eram vistos como uma ameaça à transmissão de doenças, a ordem
e a moral e que por isso sofrem um processo de espoliação e segregação urbana
(NASCIMENTO, 2012). Isso no século XIX. Segundo Ana C. A. Nascimento (2012) os pobres
que tiveram suas casas demolidas passaram a viver uma nova realidade, submetidos ao
controle do estado e as intervenções higiênicas encontravam na periferia lugar apropriado
para erigira seus casebres.
Segundo Doralice S. Maia (1994, p. 132) “Tem-se então, em João Pessoa, uma
representação da urbanização brasileira, onde a partir da década de 1970 a população passa
a residir predominantemente nas cidades, elevando o número de favelas, decorrente
principalmente de uma expulsão do campo”. Na década de 1970 à abertura de grandes
avenidas que dão acesso as áreas distantes do centro, juntamente com a construção de
grandes conjuntos habitacionais começa a população pobre a se deslocar para as áreas de
favela e periferias. E no final desta mesma década (1970), a FIPLAN (Sistema Integrado de
Planejamento, Contabilidade e Finanças) contabilizava 16 favelas em João Pessoa
(NASCIMENTO, 2012).
Nos anos 1980, já configurado a dicotomia entre centro e periferias da Região Metropolitana
de João Pessoa e todas as suas problemáticas sócio espaciais, foi no governo do então
governador do estado da Paraíba Wilson Braga (1983-1986) que, segundo Nascimento
(2012) o problema da favelização se agravou ainda mais. Neste governo, foi criada a
Fundação de Ação Social do Trabalho, que tinha como objetivo ações no plano habitacional,
para suprir as necessidades habitacionais das populações sempre crescentes de migrantes
na Região metropolitana, em especial.
O problema é que esse empreendimento do governo foi realizado sem os devidos cuidados e
planejamentos adequados, ou foram negligenciados, pois os materiais utilizados de má
qualidade, áreas muito afastadas dos grandes centros, bem como a falta de infraestrutura
nestes locais como água, luz e muito menos saneamento básico, criava na realidade uma
“favelização metropolitana”. Essas obras eram construídas em um sistema comunitário
mútuo, um mutirão. E foi por este nome que foi batizado esta ação habitacional do governo na
época.
“Todo Povo no grande mutirão” assim dizia o slogan da canção que propagandeava no rádio e
na televisão o governo e sua ação habitacional. O governo fornecia o terreno, os materiais de
construção, a comida durante o dia de trabalho (almoço) e os futuros moradores forneciam a
força de mão de obra, construindo suas próprias casas. E foi por este nome que o bairro
nomeado de Mário Andreazza, foi “batizado” popularmente como “favela do mutirão”. Nome
este que perdura até hoje na população.
Posteriormente foi construído outro loteamento a leste do Mutirão, o “Comercial Norte”. Este
espaço foi posto a venda e dividido em quatro loteamentos o Planalto I, Planalto II, Sonho
verde e Panorâmico. Posteriormente surgiram como projeto do governo do estado os
conjuntos Mariz e Niná Caitano, e também o conjunto dos vigilantes (FARIAS, 2009). Este por
ter sido comercializado, possui um pouco de organização, mas com problemas idênticos a do
Mutirão, como o de capital humano e também de infraestrutura. Destarte, tanto o Mutirão
Quanto o Comercial Norte estão no mesmo cabedal problemático.
Figura 3 - Mapa do ZEIS (Zona especiais de Interesse Social)
A figura 3 mostra o
código de Zonas
Especiais de Bayeux
criada pela Lei
Complementar nº 02
de 27 de março de
2007. Nelas são
demarcadas cinco áreas: Dom Manoel, Jesus de Nazaré, Herbert de Souza e uma área sem
denominação. Contudo, segundo Farias (2009) existem mais três áreas de aglomerados subnormais
que não aparecem na ZEIS, comunidade Nova Esperança, Aratú e Comunidade Unida.
O MUTIRÃO EM BAYEUX E A RELIGIOSIDADE DO POVO COMO
IMPORTANTE FATOR NA SUA CONSTITUIÇÃO DA FAVELA DO
MUTIRÃO. O PAPEL DAS CEBS
Francisco Vieira de Assis (Chicão) 77 anos. Migrou de Pombal, no sertão paraibano no início
da década de 1980. Lá trabalhava na agricultura. Plantava pra comer, o que segundo ele “até
pra isso era difícil”. A história de sua vida é apenas uma entre muitas histórias de famílias
inteiras que migraram do campo a região metropolitana de João Pessoa. E conta muito da
história compartilhada por muitas famílias migrantes do campo, que fugiram da seca do sertão
Paraibano, das precariedades do campo e se estabelecerão no Mutirão. Segundo ele:
O motivo de eu sair de lá é falta de inverno. Muita seca. Agente trabalhava
muito, no final não tinha resultado quase nada. Agente sofria muito. Eu tinha a
quarta série. A dificuldade de educação era grande. Tinha 38 anos; já
constituído família; tinha sete filhos. Na época não tinha casa pra morar, vivia
nas terras dos outros. Fui jogado porque não quis obedecer algumas regras
do patrão. Depois deixei a família desamparada morando em lugar que não
era apropriado e fui procurar trabalho na construção, primeiro como servente
de pedreiro em Sousa mais ou menos em setenta e oito/setenta e nove. O
oficio de pedreiro eu aprendi fazendo; olhando; não fiz curso, não fiz coisa
nenhuma. É como aprender violão, eu aprendi a tocar violão vendo os outros
tocar... Fui pra Bahia trabalhar, não deu certo. Voltei e fui pra João Pessoa e
comecei a trabalhar nas construções.
Naquela época quando veio às pessoas do interior “praqui”, imigração;
chamo de imigração né, aquela seca; mais ou menos em oitenta e um, oitenta
dois... Eu mesmo vim em oitenta e três. E fui trabalhar em construção no José
Américo (bairro de João Pessoa). Foi quando esse povão veio e não tinha
casa pra morar e o ganho era muito pouco não dava pra pagar aluguel e a
maioria ia se virando morando debaixo de ponte... Foi quando houve um
movimento grande pedindo casa pra morar. Tinha muito a participação da
Igreja. Foi no tempo de Dom José Maria Pires (Arcebispo da Paraíba na
época). No tempo das CEBS, foi nesse tempo que aconteceu isso. O Clóvis
Bezerra (o então governador do estado) já tinha doado o terreno (aonde é
hoje o bairro do Mutirão em Bayeux) e entrou o governo de Wilson Braga e
fez um projeto, mutirão. E era mutirão mesmo. Por exemplo, pra você ganhar
uma casa você tinha que trabalhar 780 horas. Quem fiscalizava era a
FUNSAT (Fundação Social do Trabalho).
Toda quinta – feira agente se reunia, tinha uma missa por mês, agente
planejava tanto a missa como as celebrações; todo domingo agente fazia
uma celebração em frente das casas, e planejava a luta pela água, pela luz...,
tudo em fim. Não tinha médico, não tinha posto médico, não tinha nada. [...]
As CEBS eram nós, pessoas, era o seguinte, através das irmãs (Freiras), foi
formando uma comunidade, chegava a umas sessenta pessoas mais ou
menos e escolhido os representantes, eu era o animador oficial, tinham
outros animadores. [...] Quando era pra fazer um movimento nós se juntava,
pedia dinheiro ao sindicato, a Igreja. [...] Ninguém sabia que tinha direito a
coisa nenhuma. E as CEBS berrava, não tinha medo, ia pras ruas, fazia
manifestação (Informação verbal).
A religião católica, que no caso na época nas periferias se configuravam nas CEBS e se
baseava na teologia da libertação, tendo as lutas sociais muito presentes em suas práticas, foi
muito importante no processo de desenvolvimento do conjunto habitacional favelizado.
Favelizado porque além das famílias pobres, vivendo em casas precárias de material barato,
o lugar era totalmente carente de infraestrutura. Mas assim como seu Chicão, muitas famílias
provindas do interior do estado, fugiram das dificuldades da seca, da escassez e miséria e
colocaram o pé na estrada rumo a capital ou uma das cidades da região metropolitana de
João Pessoa. As migrações iniciaram seu crescimento vertiginoso na década de 1970
mantendo o ritmo de crescimento nas décadas de 1980 e 1990. Quando começou a perder o
ritmo, como podemos observar no gráfico sobre a evolução da densidade demográfica da
cidade de Bayeux:
Figura 4 - Gráfico do crescimento populacional de Bayeux
Fonte: Gráfico elaborado a partir dos dados do Censo do IBGE.
Na observação do gráfico o crescimento populacional em Bayeux, galopando em torno do
dobro percentual, em média, teve como maior responsável às migrações. E como
consequência disso, maior periferização ou favelização da região metropolitana de João
Pessoa. O Mutirão em Bayeux é apenas um dos casos. De acordo com o SIAB (Sistema de
Informação de Atenção Básica) O mutirão contava em 2008 com 11.166 moradores com
3.982 domicílios pesquisados. Nessa conjuntura de alta densidade demográfica crescente o
Mutirão surgiu com graves carências de capital humano e de investimentos neste setor, e
também de infra estrutura e equipamentos urbanos como escolas, posto de saúde, creche
entre outros. E que com isso o papel da religião foi relevante para manter coesa seus
moradores e enfrentar as duras lutas pela sobrevivência no cotidiano. O reflexo disso pode
refletir na grande quantidade de templos e centros religiosos encontrados atualmente no
Mutirão.
A CONSTITUIÇÃO RELIGIOSA DA FAVELA DO MUTIRÃO EM
BAYEUX
Fruto de toda essa disposição religiosa da população do Mutirão é notável o número de igrejas
e templos religiosos. Mesmo com toda a luta social de protestos e reinvindicações
impulsionada pela Igreja Católica através das CEBs no Mutirão, a primeira igreja a ser
construída foi a Igreja Assembleia de Deus. Logo em seguida foi construída a Paróquia de
São João Batista aos fundos da Igreja Assembleia de Deus. Depois foram surgindo outras
igrejas tanto católicas quanto protestantes, sendo que as protestantes são a de maior número
e o seguimento de maior responsabilidade pelo aumento deste número são as pentecostais.
No Comercial Norte conta-se um número de 25 igrejas protestantes, cinco igrejas católicas,
um centro espírita, quatro terreiros de tradição afro-brasileira 12 . O número de igrejas
protestantes é a mais numerosa, tendo a Assembleia de Deus, uma pentecostal, em maior
número do seguimento.
Já no Mutirão propriamente dito os números de centros religiosos ainda é de maior número,
pode-se explicar por ser este o primeiro assentamento populacional. Segue abaixo a discrição
destes centros religiosos e as respectivas ruas em que se encontram:
Igreja congregação Assembleia de Deus (R. Benjamin Maranhão); Igreja Batista do Sétimo
Dia (R. Paulo Afonso); Igreja Batista (R. Rua Larga); Igreja Batista Filadélfia (Av. Genival
Guedes); Igreja Batista Canaã (Av. Genival Guedes); Igreja Deus é Amor (Av. Genival
Guedes); Igreja Universal do Reino de Deus (Av. Genival Guedes); Igreja Mundial do Poder de
Deus (Av. Genival Guedes); Igreja Assembleia de Deus Ministério de Madureira (Av. Genival
Guedes); Igreja Assembleia de Deus (Av. Genival Guedes); Assembleia de Deus Arca de Noé
deus Proverá (R,. Dos Anjos); Assembleia de Deus (Vila Comunitária); Centro de Umbanda
(R. Joaquim Constâncio); Centro de Umbanda (Ayrton sena); Igreja Católica (R. São Vicente
de Paula); Igreja Pentecostal das Mulheres Guerreiras; (R. Bom Jesus); Igreja Adventista do
Sétimo dia (R. São Francisco); Comunidade Evangélica Cristã – Missão Internacional (R.
Lorival Caetano); Igreja Assembleia de Deus – O decreto (R. Maria Auxiliadora); Igreja
Católica São João Batista (R. Antônio Gomes); Igreja Católica (R. Do Leprosário).
Conclusão
12 Dados obtidos a partir da “Cartilha Social do Comercial Norte” elaborada pelo Serviço Pastoral do Migrante do
Nordeste (SPM NE).
É notável como a religião se constitui importante para a população pobre da favela do Mutirão
em Bayeux. Isso deste o assentamento até os dias atuais. Podem-se verificar pelo grande
número de centros religiosos, se sobressaindo às igrejas protestantes com maior número. Só
em uma única avenida, a Genival Guedes existem sete igrejas protestantes e duas delas são
da Assembleia de Deus. Sendo esta denominação pentecostal em maior quantidade com seis
unidades. Pode-se concluir que a disposição religiosa dos moradores pobres da favela do
Mutirão em Bayeux é bastante expressiva desde a sua fundação. E os ajudam a dar um
sentido para suas vidas e cotidiano na favela. Nesta, os centros comunitários estão
impregnados de religiosidade e todas as lutas sociais por moradia e melhoria na favela,
surgiram a partir do centro comunitário em parceria com as igrejas tanto católicas como
protestantes. As CEBs atualmente extintas, tiveram sua grande parcela de contribuição
através de mobilizações populares em reinvindicações em busca de melhorias e infraestrutura
para a comunidade. Pode-se perceber atualmente que o papel do sentido da religião na vida
de seus moradores pobres está em sua maioria, sob domínio das igrejas protestantes. Sendo
as pentecostais as de maior influencia e número.
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