MARIE MONIQUE BITTENCOURT
DESENVOLVIMENTO DE DESIGN DE SUPERFÍCIE PARA INTERIORES
BALNEÁRIO CAMBORIÚ, 2006-1
MARIE MONIQUE BITTENCOURT
DESENVOLVIMENTO DE DESIGN DE SUPERFÍCIE PARA INTERIORES
Trabalho de conclusão de curso apresentado ao Curso de Design de Moda da Universidade do Vale do Itajaí para a obtenção do Título de Bacharel em Design de Moda, sob a orientação da Profa. Esp. Graziela Morelli.
BALNEÁRIO CAMBORIÚ, 2006-1
Os sonhos se realizam porque alguém acredita que pode, e , sem pensar no fracasso, arrisca tudo o que possui por eles. As esperanças são sempre renovadas quando alguém não desiste e não permite que os riscos envolvidos o impeçam de tentar. Os desejos que parecem impossíveis podem ser, ainda assim, almejados, e se tornarão realidade graças à mera fé. Dedico este projeto à meus pais Carlos Wagner Bittencourt e Cilmara Tamochunas Bittencourt pela oportunidade e credibilidade que apostram em meu futuro e também à minha família, amigos e namorado que me apoiaram durante esta etapa.
AGRADECIMENTOS
Primeiramente agradeço a minha mãe Cilmara Tamochunas Bittencourt que além de ter me acompanhado e ajudado neste projeto, me acompanhou durante todo o curso. E agradeço também a minha avó Dilma Duarte Bittencourt a amiga Pauline, a orientadora Graziela Morlli, a Cia das Estampas e a Todeschine que foram muito importantes para o resultado final deste projeto.
I am still to learn how to let be this feeling that inside of me burns. Marie Louise Bittencourt
RESUMO
O presente projeto trata do desenvolviento de uma coleção de produtos
para adorno de interiores trabalhando o diferencial através do Design de Superfície
(estamparia). Buscando atingir um público jovem e proporcionar Design com custo
acessível, os produtos desenvolvidos são decorativos, coloridos, modernos, e
funcionais pois, sua dinamicidade proporciona a facilidade de combinação à gosto e
criatividade do público.
Palavras-chave: Estampa, Design de Interiores, Jovem.
ABSTRACT
The object of this project is to develop a collection of adormente for Interior
Design, focus on the Print Design as it`s differencial. Traying to reach the yong public
providing dsign at an acessible cost, the developed products are decotatives,
colorful, moderns and funcionals, there fore, it`s dinamice facilitates the combination
and creativity by the public.
Keywords: Print, Interior Desing, Youth.
LISTA DE FIGURAS
Figura 1 - O Comprimento ............................................................................................................. 81H17 Figura 2 - Objetos de cozinha Art Decó.........................................................................................19 Figura 3 - Relógio Art Decó............................................................................................................19 Figura 4 - Cadeira Formiga, Criação de Arne Jacoben, 1951....................................................... 20 Figura 5 - Interiores Emilio Pucci ................................................................................................... 82H21 Figura 6 - Minimalismo................................................................................................................. 83H233 Figura 7 - Marilyn Monroe por Andy Warhol................................................................................ 84H233 Figura 8 - Interiores Art Pop........................................................................................................... 85H22 Figura 9 - Poltrona Pop de Piero Lissoni, exposta Semana do Design Milão, 2006.....................25 Figura 10 - Os cubos Optic, design de Patrick Jouin para a Kartell, ...............................................26 Figura 11 - Cadeira Sharpey, com flocos de tecidos e desenho de Massimiliano Adami................27 Figura 12 - Expresive........................................................................................................................28 Figura 13 -Vestido estampado século XV ... ................................................................................... 86H29 Figura 14 - Estampa Oriental........................................................................................................... 29 Figura 15 - Estampa Oriental 2....................................................................................................... .29 Figura 16 - Estampa Floral .............................................................................................................. 87H30 Figura 17 - Estampa Floral 2 ........................................................................................................... 88H30 Figura 18 - Estampa Floral 3 ........................................................................................................... 31 Figura 19 - Estampa Klimt................................................................................................................31 Figura 20 - Estampas de Emilio Pucci............................................................................................. 89H32 Figura 21 - Artistic Fabric.................................................................................................................33 Figura 22 - Mesa, Quadro Manual....................................................................................................36 Figura 23 - Quadro Automático........................................................................................................37 Figura 24 - Estamparia por Cilíndro..................................................................................................39 Figura 25 - Quarto jovem feminino moderno. .................................................................................. 90H44 Figura 26 - Porta-retrato sucesso, metal ......................................................................................... 91H45 Figura 27 - Vaso janela, alumínio ................................................................................................... 92H45 Figura 28 - Roupa de cama Paixão ................................................................................................. 93H45 Figura 29 - Almofadas retrô ............................................................................................................. 94H45 Figura 30 - Espelho retrô ................................................................................................................. 95H46 Figura 31 - Fronhas SIM e NÃO ...................................................................................................... 96H46 Figura 32 - Roupa de Cama Bela Adormecida................................................................................ 97H46 Figura 33 - Roupa de Cama de Algodão ......................................................................................... 98H46 Figura 34 - Puff PVC........................................................................................................................ 99H48 Figura 35 - Luminária foguete, acrílico e alumínio cromado ........................................................... 100H48 Figura 36 - Pufe de Ivo Pons. .......................................................................................................... 101H48 Figura 37 - Colcha Floral, Algodão .................................................................................................. 102H49 Figura 38 - Colcha Tafetá ................................................................................................................ 103H49 Figura 39 - Cama, por Fause Haten ................................................................................................ 104H49 Figura 40 - Cama ............................................................................................................................. 105H49 Figura 41 - Almofada Algodão ......................................................................................................... 106H50 Figura 42 - Almofada retrô ............................................................................................................... 107H50 Figura 43 - Cortina retrô, de contas................................................................................................. 108H50 Figura 44 - Tapetes Psicodélicos .................................................................................................... 109H50 Figura 45 - Desfile e coleção Casa de Giorgio Armani ................................................................... 110H52 Figura 46 - Vestido Lino Vilaventura e Abajur Simone Figueiredo Luz.......................................... 111H52 Figura 47 - Poltrona com estrutura de madeira ecologicamente correta ........................................ 112H53 Figura 48 - Pratos de fibras de Bananeira....................................................................................... 113H54 Figura 49 - Luminária de Bananeira ................................................................................................ 114H54 Figura 50 - Tapete e almofada fibra natural .................................................................................... 115H55 Figura 51 - Tapete fibra natural ....................................................................................................... 116H55
Figura 52 - Natural Branco............................................................................................................... 117H56 Figura 53 - Almofada Natural........................................................................................................... 118H57 Figura 54 - Elefantes de madeira. ................................................................................................... 119H58 Figura 55 - Almofadas Africanas ..................................................................................................... 120H58 Figura 56 - Estampa Afro.................................................................................................................58 Figura 57 - Tecidos Indianos............................................................................................................59 Figura 58 - Estilo Étnico................................................................................................................... 59 Figura 59 - Étnico.............................................................................................................................60 Figura 60 - Quarto Étnico.................................................................................................................60 Figura 61 - Lavabo Pop, de Regiana Adorno e Juliana Mammana. ................................................ 61 Figura 62 - Quarto Neon .................................................................................................................. 121H61 Figura 63 - Branco e Vermelho........................................................................................................ 122H62 Figura 64 - Quarto Neon .................................................................................................................. 63 Figura 65 - Ribbon Chair de Cesare Leonardi................................................................................. 123H63 Figura 66 - Almofada Urbana........................................................................................................... 124H63 Figura 67 - Chelsea Georgeson, vencedora mundial WCT em 2005.............................................. 65 Figura 68 - Osmar e o maior troféu do surf ..................................................................................... 125H66 Figura 69 - Eddie Aikau, ícone do surf havaiano brasileiro na década de 40................................. 66 Figura 70 - Kelly Staler, hepta campeão mundial de surf................................................................ 67 Figura 71 - Surf Espiritualidade........................................................................................................68 Figura 72 - Surf Natureza.................................................................................................................69 Figura 73 - Foto da I Mostra de Arte e Cultura Surf......................................................................... 126H70 Figura 74 - I Mostra de Arte e Cultura Surf...................................................................................... 127H71 Figura 75 - Surf Feminino.................................................................................................................74 Figura 76 - Surf Girl..........................................................................................................................74 Figura 77 - Surfmusic.......................................................................................................................75 Figura 78 - Painel de Público............................................................................................................92 Figura 79 - Painel de Temática.........................................................................................................93 Figura 80 - Painel de Coceito...........................................................................................................94 Figura 81 - Painel de Produto...........................................................................................................95 Figura 82 - Briefing Visual................................................................................................................96 Figura 83 - Impressão Transfer Sublimático...................................................................................141 Figura 84 - Corte dos Desenhos.....................................................................................................142 Figura 85 - Encaixe dos Desenhos.................................................................................................142 Figura 86 - Corte do Tecido............................................................................................................142 Figura 87 - Prensa do Tecido.........................................................................................................142 Figura 88 - Desenhos.....................................................................................................................143 Figura 89 - Transferência dos Desenhos.......................................................................................143 Figura 90 - Desenho da Colcha......................................................................................................143 Figura 91 - Tapete..........................................................................................................................143 Figura 92 - Costura.........................................................................................................................144 Figura 93 - Acabamentos...............................................................................................................144 Figura 94 - Modelo Final.................................................................................................................156 Figura 95 - Modelo Dupla-Face......................................................................................................157 Figura 96 - Modelo Multifuncional...................................................................................................158
LISTA DE TABELAS
Tabela 1 - Análise da Problemática......................................................................................128H89 Tabela 2 - Valores dos Produtos.........................................................................................155
SUMÁRIO
0H 1 INTRODUÇÃO ............................................................................................................................... 129H6
1.1 OBJETIVO GERAL ................................................................................................................ 130H8 1.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS.................................................................................................. 131H8 1.3 METODOLOGIA .................................................................................................................... 132H9
2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA ................................................................................................... 11 2.1 CONCEITOS DE DESIGN................................................................................................... 133H11 2.2 CONCEITOS DE MODA...................................................................................................... 134H12 2.3 DESIGN DE INTERIORES E MODA................................................................................... 135H13 2.4 EVOLUÇÃO DESIGN DE INTERIORES E DECORAÇÃO ................................................. 136H14
2.4.1 Século XX e Contemporâneo .......................................................................................... 137H15 2.4.2 Design Contemporâneo................................................................................................. 138H244
2.5 ESTAMPARIA...................................................................................................................... 139H27 2.5.1 História das estampas ..................................................................................................... 140H28 2.5.2 Processo Criativo............................................................................................................. 141H33 2.5.3 Processos de Produção .................................................................................................. 142H35
3 PESQUISA ................................................................................................................................... 143H41 3.1 PESQUISA DE MERCADO ................................................................................................. 41
3.1.1 Situação do Mercado....................................................................................................... 144H41 3.1.2 Mega Tendências ............................................................................................................ 145H43 3.1.3 Estado do Design ............................................................................................................ 146H43 3.1.4 Materiais .......................................................................................................................... 147H47
3.2 PESQUISA DE TENDÊNCIAS ............................................................................................ 148H51 3.2.1 Moda e Decoração .......................................................................................................... 149H51 3.2.2 Natural ............................................................................................................................. 150H53 3.2.3 Étnico............................................................................................................................... 151H58 3.2.4 Mix Urbano ...................................................................................................................... 152H60
3.3 PESQUISA DE TEMÁTICA ................................................................................................. 153H64 3.3.1 O Surf .............................................................................................................................. 154H64
3.4 PESQUISA DE PÚBLICO.................................................................................................... 155H76 3.4.1 O Jovem no Brasil ........................................................................................................... 156H76 3.4.2 Jovens, Gostos e Hábitos................................................................................................ 157H77 3.4.3 Questionário .................................................................................................................... 158H83 3.4.4 Público-Alvo..................................................................................................................... 159H87
4 CONCEITUAÇÃO ........................................................................................................................ 160H89 4.1 ANÁLISE DA PROBLEMÁTICA........................................................................................... 161H89 4.2 BRIEFING ............................................................................................................................ 162H90 4.3 PAINÉIS SEMANTICOS ...................................................................................................... 163H91 4.4 BRIEFING VISUAL................................................................................................................96 4.5 CARTELA DE CORES..........................................................................................................96 4.6 CARTELA DE MATERIAIS..................................................................................................100
5 CONCEPÇÃO.............................................................................................................................1055.1 GERAÇÃO DE ALTERNATIVAS..........................................................................................1055.2 ALTERNATIVAS ESCOLHIDAS...........................................................................................1145.3 FICHA TÉCNICA..................................................................................................................118 5.4 DESENHOS TÉCNICOS......................................................................................................130 5.5 ESTUDO DE COMBINAÇÕES DE CORES E VARIANTES................................................137
6 REGISTRO DO PROJETO..........................................................................................................1416.1 EXECUÇÃO DO MODELO...................................................................................................1416.2 TESTES E ADEQUAÇÕES..................................................................................................144 6.3 MODELAGEM......................................................................................................................145
7 MEMORIAL DESCRITIVO...........................................................................................................1507.1 FUNÇÃO DE USO.............................................................................................................. 150
7.2 FUNÇÃO ERGONOMICA................................................................................................... 150 7.3 FUNÇÃO OPERACIONAL.................................................................................................. 151 7.4 FUNÇÃO INFORMACIONAL.............................................................................................. 151 7.5 MARCA............................................................................................................................... 153 7.6 FUNÇÃO DE MARKETING................................................................................................. 154
8 MODELO FINAL....................................................................................................................... 156 9 CONCLUSÃO.............................................................................................................................159
6
1 INTRODUÇÃO
Atualmente os mercados de moda e design de interiores são amplos
e significativamente crescentes em pesquisas tecnológicas, no
desenvolvimento de materiais diferenciados e de novos profissionais do ramo.
Ambos focam proporcionar o bem estar do usuário, buscando unir a estética
com as necessidades do consumidor, para tornar os produtos melhores que de
seus concorrentes, agregando valor ao design, na busca da qualidade de vida.
A união destes segmentos torna-se um diferencial para a conquista
de mercado, pois é importante ressaltar que ambos se concretizam no
desenvolvimento de produtos diferenciais que proporcionem a qualificação,
tanto estética quanto simbólica e, de vida do produto e usuário. Leva-se
também em consideração o custo, fazendo com que este produto torne-se
acessível ao público em questão, de forma que sem perder a qualidade e o
valor estético, este seja consumido.
O jovem como consumidor em potencial, apresenta características
comportamentais que estão em constante evolução. Assim há uma
oportunidade para o surgimento de novos produtos. Baseado na tendência de
cocooning, ou encasulamento que, pode ser definido como uma preferência por
uma vida caseira, esta tendência está vinculada à necessidade que as pessoas
têm de se proteger contra os imprevistos do mundo exterior. Esta tendência
mostra que as pessoas buscam se refugiar em lugares em busca de segurança
e conforto, tornando muito importante e valorizando o bem estar e a qualidade
de vida doméstica. (POPCORN, 1997).
7
A segurança é apenas um aspecto do encasulamento, que tem a ver
com a família, está relacionado com o conforto e o sentimento de que no lugar
onde moramos somos aceitos tal como somos. Um lugar decorado da maneira
como gostamos. Tudo isso também se refere a quem está no casulo conosco.
Essa tendência fala de conforto e segurança, como também de estar só, mas
sentindo-se bem e plenamente identificado consigo mesmo (POPCORN, 1997).
A partir dessa tendência, abriu-se assim um nicho de mercado voltado à
facilidade, conforto e qualidade de vida doméstica, que será explorado neste
projeto através do desenvolvimento de produtos que tornem o ambiente
doméstico mais identificado pelos jovens, o quarto, um ambiente
aconchegante, dinâmico, adornado e que tenha a “cara” do público, sendo
possível o próprio público montar o “seu” cantinho a gosto.
Alguns estudiosos têm a preocupação de que os lares se tornem
provedores de lazer tão aconchegantes que as pessoas não sentirão mais
necessidade de saírem deles e que, protegidos em seus santuários privados,
ficarão isolados. Complementando isso, as tendências mostram que, cada vez
mais, as pessoas demonstram interesse em produtos que envolvam tecnologia
e inovação, principalmente em artigos de moda e para a casa. (GUIASJP,
2005).
Sendo assim, este projeto se propõe a desenvolver uma coleção
para adornos de interiores com conceito de produtos coloridos, confortáveis,
dinâmicos e funcionais, para o público jovem feminino, trabalhando a estética
através da estamparia. A criação têxtil neste projeto está associada a dar uma
resposta às necessidades e desejos do consumidor jovem, desencadeando um
processo criativo na busca de soluções originais.
8
O jovem, por sua vez, é o público mais indicado como consumidor,
por ser aquele que utiliza expressivamente o espaço do quarto para suas
atividades diárias. Assim, através da ligação entre o design de interiores e a
moda, utilizar-se-á como fonte de inspiração, o “surf como um estilo de vida”,
traduzido na estamparia dos produtos.
1.1 OBJETIVO GERAL
Desenvolver uma coleção de linhas de produtos para adorno de
quartos para o público jovem feminino utilizando e estamparia como elemento
principal.
1.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS
- Pesquisar o crescente mercado de design de interiores, coletando
dados sobre tendências e design de superfície.
- Traçar uma relação entre a decoração, o design de interiores e a
moda, buscando elementos para a criação de um novo conceito de
produtos;
- Realizar pesquisas sobre técnicas de estamparia, harmonia e
combinação das cores;
- Desenvolver uma coleção de linhas de adornos para quartos,
adequado às necessidades e estilos do público jovem feminino;
9
- Pesquisar sobre o surf como estilo de vida, fonte de inspiração
para o desenvolvimento das estampas da linha de produtos.
1.3 METODOLOGIA
A metodologia utilizada neste trabalho é baseada no MD3E
(Metodologia de Desdobramento em Três Etapas) de Santos (2000), por sua
facilidade de organização do projeto, e também na metodologia de
Planejamento de Coleção de Treptow (2003), de onde foram utilizados alguns
conceitos relacionados à coleção na segunda etapa do projeto.
Na primeira etapa do projeto, que se define como Pré-Concepção, é
definido o problema a ser solucionado, assim constatado como a necessidade
de desenvolvimento de uma coleção de produtos para adorno de quartos para
o público jovem. Nessa primeira etapa, torna-se necessário um maior
aprofundamento na pesquisa através da fundamentação teórica do projeto,
sobre os temas design de interiores, decoração e suas ligações com a moda e
os fundamentos da estamparia.
Após esta primeira parte seguiu-se para a pesquisa de campo, onde
a primeira a ser realizada foi a pesquisa de mercado, registrando os produtos,
concorrentes, estado do design, situação do mercado e materiais. A segunda, a
pesquisa de tendências nos segmentos de moda, decoração e design de
interiores. A terceira pesquisa é a de público onde, através da coleta de dados
com aplicação de questionários, definiu-se o perfil do público, preferências e
estilo de vida. A última etapa da pesquisa compreendeu a definição da temática
utilizando o surf como inspiração.
10
Em seguida, foi feito o briefing onde definiu-se o mix de produtos,
que é o nome que se dá à variedade de produtos oferecidos e o mix de moda,
que classifica a coleção ou linha em básica, fashion ou vanguarda, além de
outras informações importantes relativas ao projeto. Após estas definições fez-
se uma Tabela de Parâmetro, onde o cruzamento destes dados serviu como
parâmetro para o trabalho de criação.
Finalmente, definiu-se o conceito da coleção de produtos com o
auxílio das ferramentas projetuais painel semântico e análise da problemática.
A segunda etapa do projeto, que recebe o nome de Concepção
segundo a metodologia MD3E, se mistura com a metodologia de Planejamento
de Coleção. Nessa etapa foram definidas as cores que comporiam a cartela a
ser utilizada, assim como os materiais. A seguir, foram geradas diversas
alternativas e logo após, definidas e selecionadas as que fariam parte da linha.
A terceira e última etapa projetual iniciou-se com o detalhamento da
linha, execução do modelo volumétrico e especificação do processo de
fabricação. Nesta etapa, consta toda a etapa de fabricação do modelo
volumétrico, com fotos e descrições. Em seguida, foram feitas análises e
melhorias no detalhamento dos componentes. Na finalização, foi feito todo o
detalhamento da coleção e desenvolvido o planejamento de venda e
lançamento da coleção.
11
2 FUDAMENTAÇÃO TEÓRICA
2.1 CONCEITOS DE DESIGN
Segundo Icsid (2000), design é uma atividade criativa com o
propósito de estabelecer a qualidade de objetos, processos, serviços e ciclos
de vida. Assim, o design é o fator central da humanização inovadora das
tecnologias e o fator crucial das trocas econômicas e culturais, combinando de
maneira inovadora cinco fatores: a funcionalidade, a qualidade, a durabilidade,
a estética e o custo. Além disto, o design não se limita aos produtos apenas,
mas também a serviços e sistemas que determinam a identidade pública da
empresa, como por exemplo, o design gráfico, a publicidade, as embalagens, o
design de interiores e a decoração das fábricas e pontos de venda (KOTLER,
1989).
Desta forma, entende se que design é o processo de materialização
de uma idéia criativa que busca otimizar a satisfação dos clientes e a
lucratividade das empresas, proporcionando ao usuário qualidade e inovação
em produtos ou serviços com diferencial, conjugando a satisfação do cliente
com o lucro da empresa.
Para Huygen apud Manu (1995), “o design realça produtos e os
vende; resolve problemas e os converte em idéias; é artístico e comercial,
intelectual e físico.”O design é abrangente, não se limita ao óbvio, vai além do
comum, na busca de uma solução inovadora.
“O design é uma forma de definir a qualidade dos produtos e da comunicação da empresa, ativando o gerenciamento de seus recursos criativos e suas competências. O design como agente de
12
interface coloca, de um lado, os produtos e empresas e, do outro, os consumidores, usuários e mercado em geral.” (BERSEN,1987)
Desta forma, pode-se verificar a estreita relação que é colocada
entre design e qualidade, deixando claro o conceito de que a qualidade de um
produto está em relação direta com seu design.
“É uma atividade especializada de caráter técnico-científico, criativo e artístico, com vistas à concepção e desenvolvimento de projetos de objetos e mensagens visuais que equacionem sistematicamente dados ergonômicos, tecnológicos, econômicos, sociais, culturais e estéticos, que atendam concretamente às necessidades humanas”. (PROJETO de LEI nº. 1.965, de 1996, que visa regulamentar a profissão no Brasil)
2.2 CONCEITOS DE MODA
Segundo O’Hara (1992), “a moda é o reflexo móvel de como somos
e dos tempos em que vivemos.”
“É um estilo de vida, nela pulsam a rua, feminino/masculino, as
tradições, o comportamento e as vanguardas de uma cultura”. (RODRIGUES,
2001)
A moda refere-se às tendências variáveis derivadas de gostos de
uma sociedade ou grupo. Tem caráter psicológico, onde expressa humor,
sentimentos e personalidade, traduzindo o seu verdadeiro Eu.
“A moda é um todo harmonioso mais ou menos indissolúvel. Serve à estrutura social, acentuando a divisão entre classe, e concilia o conflito entre o impulso individualizador de cada um de nós (necessidades de afirmação como pessoas) e o socializador (necessidade de afirmação como membro do grupo); exprime idéias e sentimentos, pois é uma linguagem que se traduz em termos artísticos”.(SOUZA, 1987)
13
A moda tem como objetivo fornecer identidade social, ilustrar através
de suas mudanças a idéia de um processo em movimento. Com criatividade,
transpõe características e necessidades pessoais, é um fenômeno social e
cultural, que consiste na mudança periódica de tendências, e serve como
elemento de expressão pessoal e social.
2.3 DESIGN DE INTERIORES E MODA
O design de interiores caracteriza-se por ser uma técnica
cenográfica visual e arquitetônica de composição e decoração de ambientes
internos. É a arte prática de planejar e arranjar espaços, escolhendo e
combinando os diversos elementos de um ambiente, estabelecendo relações
estéticas e funcionais que dependam do fim a que este se destina.
(WIKIPEDIA, 2005)
A Moda, por sua vez, é a mediadora das relações do homem com a
sociedade, expressa na roupa e na identidade, comportamento e estilo de vida.
(BRAGA, 2004) Ambas são necessidades humanas impostas pelas mudanças
de hábitos, fruto da globalização e dos meios de comunicação, que universaliza
e compõe as diferentes culturas, e assim, são expostas através da moda e do
espaço de convívio do homem, habitação, trabalho, lazer, incluindo os objetos
que o compõem.
Surge assim uma forte sintonia entre estes dois segmentos
totalmente mutantes e expressivos, pois a moda é o reflexo da sociedade e das
características pessoais e o design de interiores é o responsável por fazer uma
maior projeção destes, além do guarda-roupa.
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Tanto a moda como o design de interiores retrata tendências de
comportamento, porém a moda é muito mais rápida do que a decoração.
Mesmo assim, elas têm pontos em comum quando se pensa que as duas
refletem o estilo de vida das pessoas. (PIVA apud PALOMINO, 2005)
2.4 EVOLUÇÃO DESIGN DE INTERIORES E DECORAÇÃO
O homem sempre procurou abrigar-se em um habitat. O chamado
homem das cavernas procurava cobrir o chão com peles de animais abatidos,
para maior conforto. Com a evolução no processo de moradia, o homem, cada
vez mais, foi aprimorando detalhes que proporcionavam melhor qualidade de
vida.
Desta época remota até os dias atuais, muito tempo se passou e
muita coisa evoluiu. A forma de habitar diz respeito ao local onde este habitat
está inserido, ao habitante em questão. Anteriormente, o fator pessoal não
tinha peso nas escolhas e definições dos espaços. Os mesmos eram
concebidos de forma mais ampla, ou seja, por uma categoria. Hoje, a
especificação dos espaços é muito pessoal, o homem está qualificado neste
processo e o valor dado a ele e o seu “bem-estar” é ímpar.
O design de interiores, assim como a decoração, traça uma trajetória
onde a relação pessoa/espaço é íntima e pessoal. O mundo está mudando a
uma velocidade estonteante. De fato, a mudança tem sido a única constante
deste século. Além dos avanços tecnológicos com que a ciência contribuiu para
o design, os designers e artesãos também foram influenciados por uma
sucessão de movimentos, que retratam a evolução histórica do design como
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um todo e de seus segmentos como o design de interiores e a decoração.
(PEUSNER, 1996)
2.4.1 Século XX e Contemporâneo
No início do século XX, uma frenética série de espetaculares
avanços tecnológicos causou impacto na sociedade. Artigos anteriormente
fabricados à mão podiam ser feitos de modo mais rápido e barato pela
máquina. A máquina também revolucionava o mundo doméstico e, com o
advento do rádio, do telefone e da televisão, o lar e o trabalho passaram por
mudanças intensas relacionadas a comunicação. (TAMBINI, 1997)
Art Nouveau (1882-1900)
O movimento que renovou as artes decorativas e a arquitetura no
século XIX nasceu na França e difundiu-se na Europa, com várias
denominações, como Modern Style na Inglaterra, Jugendstill na Alemanha,
Liberty na Itália e outros. A produção desta época valorizava o trabalho artístico
e artesanal em oposição à produção seriada de móveis e objetos. Novas
formas, novos materiais ligados à tecnologia e criatividade fizeram aparecer
diversos estilos. O primeiro momento da Art Nouveau foi o momento de total
liberdade, onde formas flexíveis e contorcidas imitavam vegetais, numa
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ornamentação irregular e assimétrica. A Art Nouveau floresceu numa época
onde a casa se modernizava e passava a ter o conforto do gás e da água.
Toda essa decoração nova surgia, integrando arquitetura, escultura, pintura,
mobiliário, tapeçaria e demais artes do período, ou seja, surge o que hoje
chamamos de Design de Interiores. (TAMBINI, 1997)
O piso era um parquet recoberto com um tapete de flores estilizadas.
A iluminação era feita com lustres e lâmpadas de formas muito originais, alguns
com inspiração oriental e italiana. As cadeiras, de maneira geral, eram bastante
rígidas e desconfortáveis, mas de uma ornamentação muito refinada e
rebuscada. Os pés em forma de hastes de vegetais e os encostos eram estritos
e ornados de uma decoração floral. As mesas tinham, freqüentemente, formas
irregulares e sinuosas. Os armários eram numerosos e os espelhos eram
utilizados. Todo o mobiliário possuía incrustações delicadas, cuja complexidade
e riqueza de detalhes dificultavam a reprodução. Os materiais utilizados eram
os ferros, aços, vidro e madeira compondo peças de espessura fina. Nos
motivos e cores, a assimetria e contornos sinuosos inspiravam-se nas formas
orgânicas da natureza e os temas como o lírio, a tulipa e as asas de borboletas
eram famosos neste período. Os cristais fluíam flores, libélulas e corpos
femininos.
Num segundo momento, a Art Nouveau volta-se para a linha reta,
dando assim um passo decisivo nas formas do século XX. O expoente máximo
deste período foi o escocês Charles Mackintosh. Sutileza, austeridade, rigor e
simplicidade estrutural marcaram seu trabalho. Ele abriu caminho para a
linguagem da Bauhaus, do Art Déco e todo design contemporâneo.
17
Art Nouveau também revolucionou o 1Hdesign de moda, o uso dos
2Htecidos e o 3Hmobiliário, assim como o design de vasos e lamparinas Tiffany,
artigos de vidro Lalique e estampas Liberty. (TAMBINI, 1997)
4H Figura 1 – O Cumprimento Fonte: www.wikipedia.org, 2006
Art Déco (1920)
Movimento que se manifestou na 5Harquitetura, nas 6Hartes plásticas, no
7Hdesign gráfico, e no 8Hdesign indústrial que surge na 9Hdécada de 1920 e ganha
força nos 10Hanos 30 na 11HEuropa e nas 12HAméricas. Representa a adaptação pela
sociedade de massa dos princípios do cubismo. Buscando linhas retas, curvas
sóbrias, paredes nuas, os artistas projetavam para a indústria. Esta aliança
18
com a indústria tinha um objetivo muito sério, numa reação contra a fabricação
industrial em qualidade, que vinha se verificando então. Esta busca da
conciliação entre a arte e a indústria que se verificam nesse período são muito
importantes, abrindo caminho para a Bauhaus. A exposição internacional de
Paris, de 1925, dedicada às artes decorativas e industriais, assinalou o triunfo
do movimento Art Dèco. O mobiliário cubista seguia, em linhas gerais, a
doutrina estética proveniente da pintura. Na decoração, procurava-se tirar
partido da cor, seja do próprio material, seja através da pintura do móvel. A
forma do móvel era concebida de forma a desempenhar determinada função,
as linhas eram simples e as formas geométricas. (PEUSNER, 1996)
Nos materiais, surgiram novas madeiras como a bubinga, o pau-
marfim e a raiz de imbuia, trazidas da África. Da mesma forma, o cromo, a laca,
o couro e o vidro tornaram-se presenças comuns.
Nos revestimentos era utilizados brocados, veludos e peles de
animais. Predominavam as cores quentes, como o laranja, o roxo e o verde-
limão em pequenos detalhes. No mobiliário, a produção pedia linhas
geométricas, simples e retas. Exceto por alguns excessos, foi um dos estilos
que melhor sobreviveu ao tempo, pela atualidade de seus desenhos.
(INSTITUTO BRASILEIRO DE DESIGN DE INTERIORES, 2006)
19
Figura 2 -Objetos de cozinha Art Déco
Figura 3 -Relógio Art Decó de Lawson Time
Fonte: www.arte.unb.br,2006 Fonte: www.arte.unb.br,2006
Modernismo (1920-1950)
A rejeição ao uso excessivo de ornamentos do Art Nouveau, o
rápido desenvolvimento de novas máquinas e técnicas de construção e
introdução de materiais como aço e o concreto propiciaram mudanças radicais
na arquitetura.
Além do aço e do concreto, os tijolos de vidro marcaram a
arquitetura. Couro, algodão, metal cromado e lona eram a matéria-prima de
móveis, luminárias e utilitários. Linhas retas e simétricas reinavam absolutas.
Para os mais puristas, o branco do chão ao teto era a única cor permitida.
Entram em cena os móveis pré-fabricados e os tubulares cromados, a madeira
laminada e o vidro ganharam formas mais limpas. (INSTITUTO BRASILEIRO
DE DESIGN DE INTERIORES, 2006)
A partir do Modernismo surgiram outros movimentos como o
Funcionalismo e o Organicismo que perduraram durante a década de 50
buscando a funcionalidade, as linhas retas e a introdução de novos materiais,
como o plástico, alteraram bastante o visual dos objetos. (TAMBINI, 1997)
20
Figura 4 - Cadeira Formiga, Criação de Arne Jacoben,1951.
Fonte: 13Hwww.correioweb.com.br, 2005
Futurismo
Ainda na década de 60, a era espacial influenciava os designers e
estilistas da época. Com trajes com materiais futurísticos, exemplificados pelos
termos “prata em folhas” de Courrèges, era também expressa através das
formas dos objetos. (TAMBINI, 1997)
Consumismo (1960)
Na década de 60, os indivíduos nascidos durante o baby-boom do
pós-guerra haviam crescido e formado um novo e poderoso nicho de
consumidores. Assim começou a rejeição ao modernismo, considerado incapaz
21
de atender às demandas desse ávido exército de novos consumidores
desejosos de mudanças e variedades, em vez de permanência e uniformidade.
No design de Interiores, vários movimentos tiveram vida curta, como
o Psicodelismo, mas eram incandescentes e muito influentes. Essa época era
de fascínio pelo plástico, materiais transparentes, cores brilhantes e formas
suaves. (TAMBINI, 1997)
Figura 5 - Interiores Emilio Pucci Fonte: www.uol.com.br/modaalmanaque, 2006
Pós-Modernismo
Este termo tem peculiar importância no mundo da arte, arquitetura e
design. É essencialmente uma rejeição a todo o legado do modernismo, que os
detratores atacam como elitista, ininteligível e sem apelo.
O objetivo dos pós-modernos era popularizar o erudito e tornar o
intelectual acessível. Inspiravam-se livremente na história, alterando a cor,
22
textura ou material, muitas vezes numa paródia bem-humorada da fonte
original.
Os pós-modernos rejeitavam os objetos utópicos dos modernistas e
sua busca por uma estética universal e, em vez disso, procuravam criar uma
linguagem visual feita através de signos, metáfora visuais, referências ao
passado e ao trabalho de outros designers. (TAMBINI, 1997)
Figura 6 - Minimalismo Fonte: TAMBINI, 1997
Arte Pop
A moda e a arte exerceram fonte influência sobre o design dos
produtos e nenhum movimento artístico causou maior impacto sobre o design
comercial do que a Arte Pop. Os artistas viraram a arte de cabeça para baixo
introduzindo o cotidiano em seus estúdios e reciclando-o numa arte irônica e
23
irreverente. Andy Warhol, um dos ícones deste movimento artístico, celebrou
abertamente o consumismo em seus quadros de imagens repetidas de
símbolos da cultura popular. Ironicamente, os próprios fabricantes começaram
a usar a Arte Pop no design dos produtos, no marketing e na publicidade, a tal
ponto que logo se tornou parte da vida cotidiana. Outros movimentos artísticos
como o Op Art também foram utilizados pelos designers da época. (TAMBINI,
1997)
Figura 7 - Marilyn Monroe por Andy
Warhol Figura 8 - Interiores Art Pop
Fonte: 14Hwww.rpi.edu, 2005 Fonte: 15Hwww.leonardostore.com, 2006
24
2.4.2 Design Contemporâneo
Nas últimas duas décadas do século XX, os avanços tecnológicos
produziram muitas mudanças e a tecnologia computadorizada chegou
definitivamente.
Nesse período, surge também a preocupação com o design
ergonômico nos utensílios do dia-a-dia, criando o Design Universal isto é,
produtos que poderiam ser usados por todos, inclusive pessoas com
deficiências físicas. E a consciência social, o design voltado para as
necessidades, como o meio ambiente, reciclagem, devido a uma série de
ameaças ecológicas da década de 80, levou os designers a focalizarem mais
claramente a essas questões. (PEUSNER, 1996)
A um público cada vez mais numeroso, deve corresponder uma
produção em massa de objetos e móveis que se adaptem às reduzidas
dimensões das casas modernas.
Funcionalidade, estética e estratégia. Estas três palavras resumem
boa parte da essência do design na atualidade. Este esboça diferencial,
criatividade e tendências, tanto em materiais como em formas e cores.
(PEUSNER, 1996)
25
Figura 9 - Poltrona Pop de Piero Lissoni, exposta Semana do Design Milão, 2006
Fonte: www.revistacasaejardim.globo.com, 2006
Hoje, o design implica no conceito de conforto, de adequação, de
beleza. A função básica do profissional de design seria adequar a produção da
indústria ou do homem ao próprio homem modelar toda a produção de forma
que esse se sentisse confortável ao utilizar esses recursos. Uma vez resolvidos
os problemas ergonômicos, podemos dizer que hoje, mais do que tornar uma
produção em qualquer meio confortável ao homem, o papel fundamental do
designer é causar a impressão de que determinado produto é realmente
confortável, confiável, utilizável. Sendo assim, basicamente, o design atual
seria a tentativa de significar algo, seja no campo da construção de mensagens
visuais ou na construção de objetos. (ARCDESIGN, 2005)
26
Figura 10 - Os cubos Optic, design de Patrick Jouin para a Kartell, servem de assento ou para guardar objetos
Fonte: www.revistacasaejardim.globo.com, 2006
De forma que, a reviravolta ocorrida no mundo teve o efeito de mola
propulsora em relação à criatividade. A inovação é direcionada aos desejos do
consumidor exigente que sonha com produtos que satisfaçam às suas
necessidades subjetivas, emocionais, que despertem, um sorriso, ou um
desafio a novas formas de comportamento. O consumidor é, assim, a nova
estrela no sistema-design. É pensando no potencial de crescimento das
diversas faixas de mercado, e na criação de outras, que as empresas
direcionam seus produtos. Não apenas objetos elitizados, mas outros, capazes
de serem usufruídos por novos adeptos do design.
27
Figura 11 - Cadeira Sharpey, com flocos de tecidos e desenho de Massimiliano Adami.
Fonte: www.revistacasaejardim.globo.com, 2006
2.5 ESTAMPARIA
Estampar é um tipo de beneficiamento secundário no qual o tecido
passa por um 16Hacabamento cujo objetivo é a formação de motivos sobre o
material têxtil, podendo ser por 17Htingimento localizado, ou por eliminação da cor,
ou ainda por reserva de áreas. Este tratamento tem por finalidade dar ao tecido
propriedades visuais (MELLER e ELFFERS, 1998).
A estamparia é o meio mais simples e econômico de criar desenhos
sobre o substrato têxtil. Com o poder de transmitir mensagens, consegue
transformar as peças destacando-as.
Os estampados dão identidade à peça e deixam o visual mais leve.
Eles são femininos e positivos, mas exigem personalidade para usá-los.
Segundo Ronaldo Fraga (apud GAIOTTI e KUHN, 2006), "as mulheres que
28
recorrem aos desenhos são naturalmente sedutoras e passam uma mensagem
de otimismo".
Figura 12 - Expressive Fonte: Veranda, 2006
2.5.1 História das estampas
Os primeiros registros do algodão estampado ocorreram entre os
séculos XI e XV no Oriente, Oriente Médio e índia. Na Europa, a estampagem
do linho e da seda desenvolveu-se principalmente na Itália e na Alemanha e
eram inicialmente utilizados apenas na decoração, estofando móveis.
Para os espanhóis dos séculos XIV e XV, a seda era muito cobiçada
pois refletia uma distinção soberba que os atraia devido a seu temperamento.
Por volta do ano 1200, aconteceram várias mudanças importantes, entre elas o
fato das cores deixarem de possuir um significado simbólico, deixando de
serem usadas com o propósito específico de indicar as diferenças de classes –
29
papel este que passou a ser exercido pelo tecido, no caso a seda, devido ao
seu alto valor de mercado. (MODABRASIL, 2006).
Surgiu então uma imensa variedade de padrões de estamparia como
listras, quadrados, axadrezados e figuras.
Figura 13 – Vestido estampado século XV
Fonte: 18Hwww.uol.com.br/modabrasil, 2006
Com as expedições à Índia, no século XVII, os tecidos estampados
foram genericamente conhecidos mundo afora como os "indianos" ou
"pintados".
Apesar do trabalho dos centros têxteis europeus, os tecidos orientais
continuavam a exercer forte atração sobre os países ocidentais: musselina de
seda e ouro de Mossul; tecidos adamascados, isto é, com padronagem de
Damasco e Pérsia; sedas baldacchino decoradas com pequenas figuras; sendo
estas encontradas até na Inglaterra; tecidos com pequenos pássaros dourados
ou azuis sobre campos vermelhos ou pretos. Os tecidos orientais eram muito
apreciados por causa de suas padronagens mas, principalmente, devido a sua
perfeição técnica.
30
Figura 14 - Estampa Oriental Figura 15 - Estampa Oriental 2 Fonte: 19Hwww.uol.com.br/modabrasil, 2006 Fonte: 20Hwww.uol.com.br/modabrasil, 2006
Na Itália, durante o século XIV observou-se o desaparecimento dos
temas animais e divisões arquitetônicas e o florescimento das estampas de
flores cada vez mais estilizadas. A moda dos tecidos de estampas florais se
tornou generalizada desenvolvendo-se, especialmente, nas regiões de Gênova
e Florença.
No século XV, os padrões florais assumiram dimensões exageradas,
com grandes romãs ou cardos estampados entre linhas sinuosas.
Figura 16 - Estampa Floral Figura 17 - Estampa Floral 2 Fonte: 21Hwww.uol.com.br/modabrasil, 2006 Fonte: 22Hwww.uol.com.br/modabrasil, 2006
Durante o século XVIII, as padronagens dos tecidos passaram a
sofrer a influência das grandes descobertas e viagens de exploração e as
importações dos tecidos orientais tornaram-se lugar comum. Cada vez mais,
começaram a ser encontradas exemplos da flora exótica em padronagens que
31
exibiam flores e frutos desconhecidos na Europa até então. Flores, como o
crisântemo, acabaram por criar o gosto pelas padronagens florais exóticas. Isto
se manteve até o final deste século, quando a moda voltou às suas origens
ocidentais, com padronagens mais simples, como margaridas, papoulas e
rosas. Durante o século XIX, essas padronagens florais realísticas se
mantiveram populares.
Figura 18 -Estampa Floral 3 Figura 19 -Estampa Klimt Fonte: 23Hwww.uol.com.br/modabrasil, 2006 Fonte: Brandstätter, 2000
De lá para cá, o tecido estampado construiu uma trajetória de
sucesso e presenteou a moda com alguns padrões que se tornaram
verdadeiros ícones de épocas passadas e até hoje, em pleno século XXI,
continuam a ser importantes referências. (MODABRASIL, 2006).
É o caso da estampa Toile de Jouy, de inspiração indiana.
Originalmente monocromática, esta estampa tem motivos campestres e
românticos, em tons de azul ou vinháticos, e se originou na cidadezinha
francesa de Jouy - en - Roses, daí o nome da padronagem. No século XVII, a
Toile de Jouy se tornou febre na corte francesa e ficou famosa por ser a
predileta de Maria Antonieta, rainha da França no século XVIII. Até hoje a
estampa é encontrada na decoração e na moda, sendo também uma das
prediletas do estilista Jean Paul Gaultier, diretor criativo da Hermès.
32
O século XX foi rico em estampas que marcaram épocas e fizeram
história. No início do século, as mulheres se encantaram pelas delicadas e
miúdas florzinhas da loja inglesa Liberty. Na década de 20, a geometria das
estampas déco era o que havia de mais moderno. Nos anos 50, surgiram as
padronagens tropicais havaianas. A década de 60 foi marcada pelas estampas
psicodélicas do estilista italiano Emilio Pucci.
Figura 20 - Estampas de Emilio Pucci Fonte: www.uol.com.br/modaalmanaque, 2006
O movimento hippie dos anos 70 trouxe de volta à moda as
estampas indianas e florais. Na década de 80, o grafismo em preto e branco
das estampas op art dominaram a moda e o contraste de cores produziam
efeitos visuais. Nos anos 90, várias estampas se misturaram: o grafite do Hip
Hop, os motivos tecnho da geração rave e as padronagens repetidas de
logotipos - a logo mania - fecharam um século criativo e super estampado.
Aliadas às novas tecnologias, as estampas aparecem localizadas na peça
como se fosse um bordado, corrida em toda a extensão do tecido,
emborrachadas e até mesmo enganando o olhar, como um desenho em tinta
relevo que imita uma renda ou um motivo de tapeçaria no veludo, que parece
um bordado (MODABRASIL, 2006).
33
Figura 21 - Artistic Fabric Fonte: Veranda, 2006
2.5.2 Processo Criativo
Na criação de uma estampa, o designer responsável pela criação e
escolha, deve levar em consideração suas variantes de cor conforme o fundo
em que será aplicado e as tecnologias disponíveis neste setor. O desenho
pode ser criado tanto a mão quando no computador em programas vetoriais ou
em bitmap (TREPTOW, 2003).
Ao criar, as possibilidades são praticamente infinitas e a sensação
de liberdade pode proporcionar estampas muito interessantes e originais. Ainda
assim, é importante explorar um tema, sobretudo na elaboração de uma linha
ou coleção. A temática pode se originar de uma simples cartela de cores ou de
alguma tendência em voga (CAMPELO, 2006).
No desenvolvimento criativo das estampas devem-se observar
algumas peculiaridades da linguagem visual:
34
Composição: a maneira como se dá a composição dos elementos
sobre o fundo é de acordo com o pressuposto de que a "superfície", apesar de
plana, deverá ou poderá ser observada de vários pontos isto é, a pintura
realizada sobre um tecido com a finalidade de revestir, terá sua composição
alterada, pois acompanhará as formas tridimensionais que estará envolvendo.
Os motivos deverão se desenvolver sem direção ou posição determinada para
que possam ser vistos de cabeça para baixo ou para cima sem perder seu
valor visual;
Repetição: o conceito de "repetição", no contexto de Design de
Superfície, é a organização dos elementos formais contidos no desenho em
unidades ou módulos, que se repetem em intervalos constantes, de acordo
com um sistema determinado, gerando um padrão, ou seja, como uma unidade
pequena pode se repetir para gerar uma padronagem, de forma que o designer
deve ter o domínio e o controle do elemento de repetição.
Utilidade: o processo de criação voltado para o Design deve criar
algo utilitário, isto é, que possua um fim em si. Este fator predetermina algumas
exigências técnicas de produção e definição da imagem relativas a estilo,
aplicação e perfil do consumidor;
Conhecimento técnico: abrange o conhecimento dos processos
industriais, as matérias primas e o mercado que deseja atingir.
35
2.5.3 Processos de Produção
Preparação dos Quadros e Cilindros de Estampagem
Após a criação dos desenhos, faz-se necessárias algumas
atividades anteriores à estampagem propriamente dita, no caso a Obtenção do
Diapositivo ou Chapa e a Gravação do Dispositivo de Impressão.
A Obtenção do Diapositivo consiste em copiar o desenho sob a
forma de filmes transparentes e incolores. Cada cor do desenho é copiada num
filme, separadamente. Essas cópias podem ser feitas manual ou
automaticamente. Os diapositivos se destinam à gravação em quadros ou
cilindros perfurados.
A Obtenção da Chapa consiste em transportar o desenho para uma
chapa de zinco que, em seguida, é entalhado, ou seja, gravado em baixo
relevo. Essas chapas destinam-se à gravação de cilindros de cobre.
Após a obtenção dos diapositivos, estes são usados na gravação de
quadros ou cilindros perfurados, através de fotossensibilização, que consiste
na aplicação de uma camada de resina fotossensível à tela, depois na lavagem
desta tela para a retirada da resina não exposta a luz e, por último, o
envernizamento da tela (para quadros) ou polimerização da resina (para
cilindros de tela metálica).
36
Estamparia a Quadro
Estampas realizadas utilizando quadros, ou telas de serigrafia, ou
silk-screen, ou "screen-printing" em inglês, podem ser manuais ou automáticas
(MELLER e ELFFERS, 1998).
Na estamparia a quadro manual, o material têxtil a ser estampado é
fixado à mesa, que deve ser coberta com uma lona. O quadro é colocado sobre
o tecido onde é espalhada a pasta colorida. Ao posicionar a rasqueta (varetas
de tingimento) no tinteiro, força-se a saída da pasta colorida pela área
desobstruída da tela, imprimindo-se assim o desenho no tecido.
A - Rasqueta; B - Quadro; C - Tecido; D - Lona.
Figura 22 – Mesa, Quadro Manual Fonte: Senai, 2006
Já na estamparia a quadros automática, o tecido é colocado sobre
um tapete (manta), que se movimenta na medida do encaixe do desenho,
enquanto os quadros permanecem no lugar. Após a estampagem do último
quadro, a secadora, que fica acoplada à máquina de estampas, puxa-o
desprendendo-o do tapete facilmente. Este processo constitui um sistema de
37
estampagem intermitente, onde a colocação das pastas coloridas pode ser feita
manual ou automaticamente.
A - Tecido colado ao tapete; B - Painel de operações; C - Motor hidráulico;
D - Quadros de estampat; E - Zona de secagem.
Figura 23 - Quadro Automático Fonte: Senai, 2006
Estamparia por Cilindros
Através desse tipo de estamparia, pode-se estampar algo como 50
metros, ou mais, por minuto. Os cilindros permitem um sistema de estamparia
contínua.
Na estamparia por cilindros de cobre, os desenhos dos cilindros se
encontram sob a forma de ranhuras, ao passo que o restante da superfície é
liso. Os cilindros gravados são postos ao redor de uma calandra forrada com
uma camada de tecido grosso, conhecido como ”lapping”. Sobre o “lapping”
passa uma lona e, sobre esta, um tecido cru, cuja finalidade é reter o excesso
de pasta colorida que atravessa o tecido estampado.
Cada cilindro é montado junto a uma escova e esta é montada
dentro de um chassi, que contém a pasta. Quando a máquina é movimentada,
as escovas esfregam a pasta ao cilindro gravado, que desse modo, fica todo
coberto por ela. Encostada em cada cilindro encontra-se uma rasqueta, que
38
retira a pasta da superfície lisa do cilindro. Como o cilindro é rígido e pesado,
ele deixa a pasta colorida existente nas ranhuras passar para o tecido quando
recebe pressão contra a calandra.
Após a impressão, o cilindro passa por uma rasqueta, que tem por
finalidade eliminar os resíduos que possam ter, por ventura, aderido à
superfície do cilindro.
O sistema de estamparia por quadros perfurados é semelhante ao
sistema de estamparia a quadros, sendo que a diferença é que neste caso, a
tela que forma o cilindro é metálica (níquel). Esta tela apresenta pequenos
orifícios que variam em quantidade e forma.
Os cilindros são montados num “tapete” sobre o qual se coloca o
tecido a ser impresso. A pasta e a rasqueta são colocadas dentro dos cilindros.
Os cilindros ficam em contato com o tecido. A rasqueta é “puxada” de encontro
ao tapete por um campo eletromagnético. Os cilindros adquirem um movimento
de rotação, em que a rasqueta força a saída da pasta colorida e imprime o
tecido. A alimentação da pasta colorida no interior do cilindro é automática.
39
A - Cilíndro gravado; B - Calandra; C - Revestimento da calandra ou “lapping”; D - Lona;
E - Tecido cru; F -Tecido a ser estampado; G - Escova de alimentação da pasta colorida;
H - Tinteiro; I - Faca; J - Contra-faca.
Figura 24 - Estamparia por Cilindro Fonte: Senai, 2006
Estamparia em Transfer Sublimático
Este processo ocorre através de estampas que são transferidas de
um papel previamente impresso com a tinta de corante sublimático ("dye
sublimation" em inglês) (MELLER e ELFFERS, 1998).
Para a estamparia corrida, tais papéis são produzidos em bobinas
por gráficas especializadas, pelo processo "off-set".
A bobina de papel e o rolo do tecido são alimentados numa calandra
especial que transfere a estampa do papel para o tecido por pressão e calor. O
resultado é bonito e de alta precisão, mas tem o inconveniente de só servir
para estampar tecidos de poliéster depende de papéis pré-impressos
importados (SENAI, 2004).
40
Pastas para Estamparia
Na estamparia de superfícies pode–se utilizar tanto corantes como
pigmentos sobre o material têxtil. Os pigmentos são os mais utilizados devido à
simplicidade e baixo custo de aplicação.(SENAI, 2004)
Entre as pastas utilizadas nas técnicas de estamparia podemos citar:
estampagem em clear (sobre fundos claros), plástica (para fundos escuros),
puff (infla com o calor na polimerizadeira), gel, silicone, tintas perolizadas
(brilho), silicone 3D, glitter (efeito prateado alto brilho), tintas foto-sensíveis ou
termo-sensíveis e efeitos de corrosão (TREPTOW, 2OO3).
As propriedades mais importantes são a viscosidade e a
homogeneidade da pasta. A viscosidade é determinada pelo processo de
estampagem, pelas características do tecido a ser estampado, pela natureza
da fibra e pelas características do desenho.
Para obter uma melhor homogendade da pasta pode-se efetuar uma
filtração manual (tela de poliéster) ou mecânica (vácuo). Normalmente trabalha-
se com uma pasta incolor, à qual adiciona-se os pigmentos.
41
3 PESQUISA
3.1 PESQUISA DE MERCADO
3.1.1 Situação do Mercado
Atualmente, no mercado de decoração e design de interiores a
demanda é cada vez maior. Segundo a presidente da Associação Mineira dos
Decoradores de Nível Superior (AMIDE), Ana Lúcia Rodarte (GAZETA
MERCANTIL, 2004), o mercado de decoração está em expansão,
principalmente no padrão médio dos segmentos residencial e comercial. Os
projetos de apartamentos para construtoras de alto-luxo e dos segmentos
médio e popular formam outro nicho de mercado em que está sendo observado
crescimento.
Só na cidade de São Paulo este mercado movimenta sete milhões
de reais por ano, sem dúvida um mercado crescente e exigente (VEJA SÃO
PAULO, 2005). Com a valorização do espaço (doméstico, de trabalho e
público) e a percepção de que o projeto de interiores contribui efetivamente
para a melhoria da qualidade de vida, o setor ganhou uma visibilidade ainda
maior. Atualmente, principalmente nas grandes cidades, o consumidor está
mais atento e quer transformar os espaços onde passa mais tempo em
ambientes prazerosos. Com isso, a criação de ambientes diferenciados,
aconchegantes e inovadores, estão em alta.
42
O estudo do comportamento do consumidor procura identificar como
pessoas, grupos e organizações selecionam, compram, usam e descartam
artigos, serviços, idéias ou experiências para satisfazer suas necessidades e
seus desejos. Estudar o cliente fornece pistas para o desenvolvimento de
novos produtos, características de produtos, preços, canais de distribuição,
mensagens e outros elementos do mix de marketing (Kotler, 2001).
O mercado jovem representa um segmento de mercado com grande
potencial de consumo, cujas características comportamentais estão em
constante evolução. A população jovem brasileira é grande, representando um
mercado atrativo para as empresas.
Modernos, caretas ou ecléticos, os jovens podem ser de diferentes
tribos e estilos, mas uma coisa todos têm em comum: não abrem mão de ter
seu cantinho, do seu jeito. Não é para menos que o quarto desse público
geralmente é seu reduto sagrado. E boa parte adora comprar objetos de
decoração que tenham seu estilo. Trata-se de uma população nada
desprezível. A maior parte das lojas, e produtos de decoração ainda é voltada
para o público mais maduro. Isso indica que há muito espaço para novidades
neste sigmento jovem, que inclui os adolescentes e também pessoas de vinte e
poucos anos.
43
3.1.2 Mega Tendências
Em se tratando de mega tendência, sabe-se que cada vez mais as
pessoas executam suas atividades de trabalho e lazer no ambiente do lar, e
assim, de acordo com estudos realizados por profissionais de marketing e de
ciências correlatas, o “Relatório Popcorn” (POPCORN, 1997) define como
“encasulamento”, o impulso e a tendência de ficar dentro de casa, quando o
lado de fora se torna muito difícil e ameaçador, e que os homens do mundo
moderno estariam voltando às suas origens, buscando uma vida mais saudável
e natural. Nota-se também que as pessoas cada vez mais e por mais tempo
permanecem em suas casas, desfrutando das facilidades, como as vendas e
entregas domiciliares, serviços bancários, entre outros, visando sempre uma
maior segurança e conforto. (POPCORN, 1997)
Sendo assim, nota-se o aumento da necessidade de produtos que
facilitem o dia a dia dessas pessoas, suprindo seus anseios e desejos, e
auxiliando-os neste novo modo de vida.
3.1.3 Estado do Design
Os objetos de adorno de interiores trazem ao ambiente domiciliar
uma estética agradável, tornando este um local valorizado e característico de
quem o habita.
44
Assim, a busca de um espaço próprio faz aumentar a procura por
objetos que possam transformar facilmente e adequadamente o ambiente
domiciliar. O mercado de produtos para adorno de interiores, direcionado ao
público jovem feminino é crescente, havendo uma grande variedade de
novidades surgindo no mercado.
Atualmente encontra-se neste segmento objetos como porta-
retratos, quadros, murais, luminárias, almofadas, tapetes, velas, caixas,
mantas, cortinas de diversas formas, cores e materiais.
Uma das tendências mais utilizadas para criação destes objetos na
atualidade é a tendência moderna, trazida pela globalização e desenvolvimento
da tecnologia, que apresenta novidades e pode ser misturada com outras
tendências tornando-a mais original.
Figura 25 - Quarto jovem feminino moderno. Fonte: www.casacor.com.br, 2006
45
Figura 26 - Porta-retrato sucesso, metal Figura 27 - Vaso janela, alumínio Fonte: 24Hwww.imaginarium.com.br, 2006 Fonte: 25Hwww.imaginarium.com.br, 2006
Outra forte tendência que se encontra no mercado atual é a
decoração descontraída que traz de volta referências do barroco, rococó, ou
retrô. Estampas psicodélicas misturadas a características contemporâneas e
temáticas de antigos movimentos, músicas e cinema. (STRUMPF, 2005)
Figura 28 - Roupa de cama Paixão Figura 29 - Almofadas retrô Fonte: www.imaginarium.com.br, 2005 Fonte: www.pintassilgo.pop.com.br, 2005
46
Figura 30 - Espelho retrô Figura 31 - Fronhas SIM e NÃO Fonte: 26Hwww.kare-design.de, 2005 Fonte: www.imaginarium.com.br, 2005
Figura 32 - Roupa de Cama Bela Adormecida
Figura 33 - Roupa de Cama de Algodão
Fonte: www.imaginarium.com.br, 2005 Fonte: 27Hwww.teka.com.br, 2006
Uma das empresas que trabalham com linhas para adornar quartos
de jovens no mercado atual é a Imaginarium que trabalha com o design
moderno voltado para um público jovem, possuindo produtos direcionados para
este público com funcionalidade. A Imaginárium trabalha com produtos
divertidos, para um público que gosta de mudar, inovar e transformar. É uma
47
rede de lojas expecializadas em design de objetos decorativos com a marca
Imagináruim.
No segmento de cama e banho, empresas como a Karsten, Teka e
Buettner são líderes e também possuem produtos acessíveis voltados para
este público, de forma que podem ser considerados concorrentes de mercado.
Estas empresas se preocupam com a estética e bem estar do
consumidor. Suas linhas são coloridas mas seguem um padrão mais sóbrio,
voltadas para o conforto, possuem produtos com valores acessiveis e de
qualidade. Estes produtos são encontrados em lojas especializadas em cama,
mesa e banho, e também em algumas lojas de departamento.
3.1.4 Materiais
O mercado de Design de interiores tem investido em materiais
alternativos como o plástico, muito utilizado nos anos 60, como uma tendência
retrô, retratando na estamparia e uso dos materiais, movimentos artísticos do
passado como o psicodelismo, a pop art, e outros. Na tendência moderna são
utilizados materiais como metal, pvc, tecidos sintéticos, resistentes e
inovadores expressando tecnologia do mundo urbano.
48
Figura 34 - Puff PVC Figura 35 - Luminária foguete, acrílico e alumínio cromado
Fonte: 28Hwww.imaginarium.com.br, 2006 Fonte: 29Hwww.imaginarium.com.br, 2006
Já na tendência natural, os materiais são mais artesanais como
bambus, madeira, reutilização de materiais como sobra de tecidos, papéis e
espelhos. Técnicas de pintura artesanal como o provençal, muito utilizado
atualmente, também caracterizam esta tendência.
Figura 36 - Pufe de Ivo Pons. Fonte Revista Kaza, 2005
49
As colchas e almofadas, normalmente, são de algodão, tafetá ou
combinações de algodão e poliéster. A cor predominante é o branco e tons
claros com estampas e detalhes em tons fortes e alegres, com temas
geométricos ou florais.
Figura 37 - Colcha Floral, Algodão Figura 38 - Colcha Tafetá
Fonte:www.karsten.com.br, 2006 Fonte: 30Hwww.mmartan.com.br, 2006
Figura 39 - Cama, por Fause Haten Figura 40 - Cama
Fonte: www.buettner.com.br, 2006 Fonte: www.buettner.com.br, 2006
50
Figura 41 - Almofada Algodão Figura 42 - Almofada retrô
Fonte: 31Hwww.mmartan.com.br, 2006 Fonte: 32Hwww.imaginarium.com.br, 2006
As cortinas e tapetes também surgem com matérias e formas
alternativos, como cortinas de contas, plástico, tecidos sintéticos ou naturais
como o algodão. E nos tapetes, as mais variadas formas como flores, animais,
ou basicamente geométricas.
Figura 43 - Cortina retrô, de contas Figura 44 - Tapetes Psicodélicos Fonte: 33Hwww.kare-design.de, 2005 Fonte: 34Hwww.kare-design.de, 2005
51
3.2 PESQUISA DE TENDÊNCIAS
3.2.1 Moda e Decoração
As novas tendências ditadas pela moda agora estão sendo
assimiladas de uma forma ou outra pela decoração. Menos inconstante que a
moda, a decoração vive fitando as passarelas e vice-versa. Essa ligação
renova-se a cada estação tornando-se mais forte, ou seja, a tendência em
decoração pode ser traduzida como Moda.
Esta paixão cresceu na virada do milênio, com a mudança de
valores promovida pelo momento histórico do calendário. Depois, com a
questão da violência, mudaram as prioridades, e todos passaram a valorizar
mais a casa, a segurança, o bem-estar, o conforto e, por que não, também a
beleza.
Além destas preocupações, junto com a globalização vieram as
facilidades domésticas, e cada vez mais as pessoas usufruem disto. De
repente, ficar quieto no seu canto ganhou status do melhor dos programas.
Desta forma, a casa, assim como a moda tornam-se, uma demonstração de
qualidade de vida.
Incrementar a casa então torna-se uma extensão do que queremos
de melhor em nossas vidas, de forma que estender nossas vontades estéticas
do guarda-roupa para a decoração foi um passo natural. (PALOMINO, 2005)
Alguns dos grandes nomes da moda e decoração já estão nesta
sintonia, de romance com a moda e a decoração, como o italiano Giorgio
52
Armani, que conseguiu marcar muitos pontos e alavancar sua própria coleção
de prêt-à-porter com sua série de decoração e mobiliário chamada
simplesmente Casa, considerada um dos grandes êxitos do segmento de alto
luxo. (PALOMINO, 2005)
Figura 45 - Desfile e coleção Casa de Giorgio Armani
Fonte: 35Hwww.revistacasaejardim.globo.com, 2005
As estampas de Lino Vilaventura no vestido e no abajur com cúpula
de crepe, de Simone Figueiredo Luz. (PALOMINO, 2005)
Figura 46 - Vestido Lino Vilaventura e Abajur Simone Figueiredo Luz.
Fonte: 36Hwww.revistacasaejardim.globo.com, 2005
É evidente que a ligação de moda e decoração não fica só por aí.
Várias tendências são comuns aos dois universos. A começar da decoração,
53
em que motivos de tapeçarias e cortinas enriquecem as roupas e na moda que
as tendências e estamparia são traduzidas para a decoração de interiores.
3.2.2 Natural
Outra forte tendência nestes segmentos é a tendência do natural, a
comunhão com a vida e o meio ambiente. Na era da reciclagem, da economia
de matéria-prima, da escassez de recursos naturais de combustível, restaurar é
preciso. Uma escolha consciente do homem por morar bem, preservar e
recuperar a natureza.
Figura 47 - Poltrona com estrutura de madeira ecologicamente correta Fonte: www.novomilenio.inf.br, 2005
O uso de fibras naturais, sementes, madeira, e materiais reciclados,
compõem criações inusitadas que relacionam o homem e o meio ambiente,
numa procura de qualidade de vida e beleza. As peças de mobília misturam-se
e os acessórios e objetos desempenham um papel central na criação do toque
pessoal. O provençal também é fortemente encontrado nesta tendência, estilos
54
antigos porém com acabamentos em pinturas e desgastados em tons pastéis.
(TOKSTOK, 2005)
Figura 48 - Pratos de fibras de Bananeira Figura 49 - Luminária de Bananeira Fonte: Revista Kaza 2005, n.28, ano 3 Fonte: Revista Kaza 2005, n.28, ano 3
Outro material inovador encontrado nesta tendência é o bambu,
gramínea que possui inúmeras espécies diferentes e propriedades físicas
fantásticas, como alta resistência e flexibilidade. Em Hong Kong, ele é usado
para construir andaimes na edificação de arranha-céus. Altamente renovável, é
considerado a “madeira” do futuro, indicado para diversos usos como, por
exemplo, placas para pisos, revestimentos, móveis, além das tradicionais
técnicas de encaixe e amarrações. (TOKSTOK, 2005)
Os tecidos regressam em grande diversidade; tapetes, cortinados,
tapeçaria e acolchoados, tudo o que cria uma atmosfera quente e acolhedora.
Tecidos de materiais naturais, desde o veludo e lã pesada ao linho e algodão,
mantém-se fiel a ideologia de valorizar o toque (sentidos) através de tecidos
naturais (algodão, sedas, linhos e lonas) e de estampas listradas e xadrezes.
Texturas, sobreposições, cores naturais e neutras são iluminados pela
55
vivacidade dos tons alegres, estamparias e padrões com temática natural.
(CIADASFIBRAS, 2005)
A rusticidade das fibras naturais e as tramas artesanalmente tecidas
nos longínquos povoados da Índia ou no sertão nordestino do Brasil encantam
ambientes descontraídos. A nobreza da lã, combinada com acabamentos em
couro natural ou ecológico, agrega sofisticação e aconchego aos espaços mais
íntimos da casa. (CIADASFIBRAS, 2005)
Figura 50 - Tapete e almofada fibra natural Figura 51 - Tapete fibra natural
Fonte: 37Hwww.ciadasfibras.com.br, 2005 Fonte: 38Hwww.ciadasfibras.com.br, 2005
A cor desta tendência natural não poderia deixar de ser o branco, do
branco cristalino ao branco fosco e casca de ovo, misturados com cores
neutras quentes, castanhos e beges. São introduzidas cores mais vibrantes e
enérgicas, para os tecidos padronizados, acessórios e objetos de vidro.
(ESTILOAMBIENTACION, 2005)
56
Figura 52 - Natural Branco Fonte: www.estiloambientacion.com.ar, 2005
Esta corrente de ambientação está apoiada em diversas filosofias
como a aromaterapia, cromoterapia e o Feng Shui, que é a filosofia mais forte
neste segmento atualmente.
O Feng Shui é a filosofia chinesa de harmonização que ajuda a atrair
energias positivas para a casa e vida. Chama-se Feng Shui a prática oriental
milenar que ensina a expandir as boas energias da residência, através da
correta utilização de cores, formas e texturas. O objetivo é permitir a perfeita
integração do homem com a natureza (BOM ASTRAL, 2005).
Essa filosofia nasceu na China, há milhares de anos, para permitir o
reequilíbrio interior e a harmonização com o ambiente em que se vive,
promovendo, assim, a circulação das vibrações positivas. Para isso, é
necessário desejar mudanças. O Feng Shui é dividido em diferentes escolas.
No Ocidente, a mais difundida é a do Chapéu Negro, que emprega como
principal ferramenta o Ba-guá.
Ba-guá é um diagrama de oito lados (mais a parte central), que traz
as representações dos principais aspectos da vida humana: o trabalho, a
espiritualidade, a família, o desejo de prosperidade, o anseio de se obter
sucesso, o amor, a criatividade, os relacionamentos com os amigos e a saúde.
Eles são chamados de Setores (ou Áreas). Cada um desses Setores é regido
57
por 5 Elementos (Terra, Água, Fogo, Metal, Madeira) além de cores, formas e
objetos simbólicos.
O Ba-guá pode orientar a identificar a localização dos Setores na
residência. Para isso, é preciso colocá-lo sobre a planta baixa da casa,
alinhando a base do diagrama, que corresponde ao Trabalho, à parede da
porta de entrada. Adotado esse referencial, é possível identificar a localização
dos demais Setores em todos os cômodos. A partir daí, estes ambientes
devem ser modificados ou readaptados para que os aspectos da vida ligados a
eles sejam beneficiados (BOM ASTRAL, 2005).
Figura 53 - Baguá
Fonte: www.fengshuiintl.com, 2005
Esta tendência é feita sob medida para quem cultiva um modo de
vida mais contemplativo e confortável, os móveis e acessórios de proporções
baixas são um convite à introspecção.
39H
58
3.2.3 Étnico
O étnico surge como uma corrente resultando de novos costumes e
práticas. Os hábitos se modificaram resultando numa mescla de elementos
inter-culturais com objetos de claro significado religioso, cultural e filosófico.
Esta tendência valoriza as raízes humanas. Sua inspiração vem de
culturas distantes ou primitivas que podem ter toques indianos, buscar objetos
da estética africana ou passar pela enigmática Amazônia. O clima de mistério e
os ambientes são verdadeiros garimpos culturais, transmitem muita
personalidade e valorizam a diferença entre pensamentos, costumes, raças e
crenças. (PALOMINO, 2005)
Figura 54 - Elefantes de madeira. Figura 55 - Almofadas Africanas
Fonte: Revista Kaza, 2005 n.26. Fonte: 40Hwww.revistacasaejardim.globo.com, 2005
Figura 56 -Estampa Afro Fonte: 41Hwww.culturall.com.br, 2006
59
Este tema permite o uso de diversos materiais e texturas ligando-se
sempre a culturas e rituais pagãos, que refletem certa filosofia e são parte de
praticas intelectuais. Integram-se com facilidade ao étnico motivos africanos,
objetos índios, figuras decorativas de animais, tecidos artesanais, móveis de
madeira, almofadas com desenhos elaborados, e tematização oriental.
Os acessórios escurecidos usam fibras naturais, rústicas, porém
elegantes, uma forte característica da tendência como resposta ao excesso de
objetos sintéticos na decoração.
Tecidos em cores inspiradas na natureza como cáqui, camelo e tons
naturais equilibram a forte massa de tabaco. São também misturadas a cores
vibrantes referentes às etnias, como a etnia indiana que é o berço desta
tendência, com suas cores vibrantes e tecidos leves. (PALOMINO, 2005)
Figura 57 - Tecidos Indianos Figura 58 - Estilo Étinico
Fonte: 42Hwww.revistacasaejardim.globo.com, 2005
Fonte: Revista Kaza, 2005 n.26.
60
Figura 59 - Étnico Figura 60 - Quarto Étnico
Fonte: Revista Kaza, 2005 n.26. Fonte: Revista Kaza, 2005 n.26.
3.2.4 Mix Urbano
Fundir, misturar cruzar referências para criar o novo. A modernidade
traz às casas da atualidade um toque clean e as cores trazem a vida a estes
ambientes buscando energia e bom humor. As cores vibrantes e a forte
influência da estética das décadas de 60 e 70 se unem à anarquia dos anos 80:
a vida noturna, a euforia desmedida, o “viver agora”, a rebeldia controlada, o
new wave e, principalmente, a explosão do artificial e da sociedade de
consumo. A decoração dá uma olhada pra trás e busca elementos marcantes
que casam perfeitamente como complemento para a ambientação moderna.
(TOKSTOK, 2005)
61
Figura 61 - Lavabo Pop, de Regiana Adorno e Juliana Mammana. Fonte: Revista Casa e Jardim, 2005.
Além da cor, alguns objetos também são resgatados e a brincadeira
de mistura transforma o urbano num espaço mais atraente e aconchegante. É
totalmente um mix urbano unindo a máxima tecnologia e conforto com
elementos do passado.
Nesta tendência, o plástico se destaca e permite evoluções em
novos materiais com design avançado e riqueza tecnológica. Seus inúmeros
recursos favorecem a profusão de objetos práticos e ao mesmo tempo
divertidos.
Figura 62 - Quarto Neon
Fonte: 43Hwww.tokstok.com. 2005
62
O vermelho foi tão celebrado nos últimos tempos que, ao invés de
tendência passageira, se firmou como cor básica e clássica. Presente em
quase todas as coleções das grandes marcas de design, o vermelho é cor
obrigatória em ambientes modernos e urbanos ao lado do branco e dos cinzas.
Caracteriza ambientes marcados pelo geometrismo dos anos 60. Sua
associação com o metal cromado remete ao "boom" deste acabamento na
década de 70. O segredo é o equilíbrio das pinceladas de cor para que o efeito
seja atraente, sedutor e duradouro. (TOKSTOK, 2005)
Figura 63 - Branco e Vermelho
Fonte: 44Hwww.tokstok.com.br, 2005
O preto sai do anonimato e se espalha em pisos, paredes, sofás,
deixando o ambiente elegante e atual. O seu oposto, a cor branca, ainda bem
persiste e, destaca as demais cores.
63
Figura 64 - Quarto Neon Fonte: Revista Kaza, 2005 n.24.
Elementos de impacto compõem esta tendência com o espetáculo
de efeitos, cores, geometrias e reflexos. Dentre os materiais, o plástico se
destaca, sendo utilizado nas mais diversas criações.
45H
Figura 65 - Ribbon Chair de Cesare Leonardi Figura 66 - Almofada Urbana Fonte: 46Hwww.revistacasaejardim.globo.com,
2005 Fonte: 47Hwww.tokstok.com.br, 2005
64
3.3 PESQUISA DE TEMÁTICA
3.3.1 O Surf
O mais praticado de todos os esportes radicais, a total interação com
o mar, o contato com as ondas, a arte de domar a natureza. Esse é o surf, um
esporte praticado pelos Deuses e Reis havaianos, que conquistou milhares de
adeptos por todo o mundo, criando uma legião de fiéis e apaixonados
seguidores.
Para iniciar no esporte, é necessário apenas uma prancha e muita
coragem, para desafiar as ondas. Quem experimenta domar os tubos nunca
mais quer parar.
O surf, hoje, deixou de ser apenas um esporte, e é uma filosofia de
vida. Exerce uma grande influência na moda, na música, no cinema, enfim, o
surfe está em todos os lugares. Este esporte representa a veia mais autêntica
de expressão da moda como comportamento e estilo de vida da população
jovem do país. O próprio espírito do esporte faz do surf um tema de inspiração
e gera um mercado promissor e em constante expansão. Os 8 mil quilômetros
de costa litorânea brasileira possibilitam ao esporte ser o segundo mais
praticado e assistido no país. Com uma imagem saudável e de liberdade, o
surfe e seu estilo de vida são atrativos ao jovem brasileiro (ORADICAL, 2006).
65
Figura 67 - Chelsea Georgeson, vencedora mundial WCT em 2005 Fonte: Revista Alma Surf 2003, ano 3
História
Os primeiros relatos do surfe dizem que ele foi introduzido no Havaí
pelo rei polinésio Tahito. Mas, oficialmente, o primeiro fato concreto que
revelou a existência do esporte foi feito pelo navegador James Cook, que
descobriu o arquipélago do Havaí e viu os primeiros surfistas em ação
(ORADICAL, 2006).
Na época, o navegador gostou do esporte por se tratar de uma
forma de relaxamento, mas a Igreja Protestante desestimulou por mais de 100
anos a prática do surfe. O reconhecimento mundial veio com o campeão
olímpico de natação e pai do surf moderno, o havaiano Duke Paoa
Kahanamoku. Ao vencer os jogos de 1912, em Estocolmo, o atleta disse ser
66
um surfista e passou a ser o maior divulgador do esporte no mundo. Com isso,
o arquipélago e o esporte passaram a ser reconhecidos internacionalmente.
Após a vitória nas Olimpíadas, Duke introduziu o esporte nos
Estados Unidos e na Austrália com grande sucesso. O sucesso do esporte foi
tão grande que, hoje em dia, é um dos mais praticados em todo o mundo. Os
filmes do cinema e os comerciais de TV foram fundamentais para a exposição
do surfe (ORADICAL, 2006).
Figura 68 - Osmar e o maior troféu do surf
Figura 69 Eddie Aikau, ícone do surf havaiano brasileiro na década de 40
Fonte: Revista Hard Core 1999, ano 10 Fonte: Revista Hard Core 1998, ano 10
No início de sua prática no Brasil, aproximadamente nos anos 40,
até década de 60, o surfe viveu a era amadora. Nos anos 70, continuou sendo,
em grande parte, amador – ou seja, uma cultura exótica, não brasileira, de
classe média – mas popularizou-se. Aos poucos, o surfe deixou de ser “coisa
de gringo” e se tornou referência entre os jovens. Os anos 80 foram de busca
por institucionalização. A década seguinte, de aprofundamento da
institucionalização do esporte, foi marcada também pela profissionalização.
Durante as décadas de 80-90, o esporte e aquilo que o envolve cresceram
consideravelmente no Brasil, deixando de ser um esporte e se tornando um
67
estilo de vida para praticantes ou apenas adeptos de sua filosofia
(REPOSCOM, 2006).
Figura 70 - Kelly Staler, hepta campeão mundial de surf Fonte: BORTE, 2006
Surf Como Estilo de Vida
Definido como um “universo”, “mundo”, “cultura”, ou como um “estilo
de vida”, o surfe não se resume à prática de um esporte. Manifesta-se,
sobretudo, na cultura: diz respeito a roupas, visual, comida, natureza, saúde. O
surfe valoriza o jovem como sujeito. No caso, isto se dá fundamentalmente
através da associação da prática do esporte à juventude e a idéias como as de
liberdade, saúde, beleza e natureza.
“Transformar cada vez mais estilo em maneira de viver, acreditar nas origens polinésias e cantar, celebrar e brincar cada vez mais, a sensualidade e a harmonia com a natureza e o amor são traços da genética dos seguidores do surfe, surfistas de alma” (ANDREATA, 2004).
68
A palavra “surfe” pode ser encontrada como significando
arrebentação das ondas, espuma ou som das ondas de arrebentação, ressaca.
Mais do que isso, entretanto, o surfe se torna uma necessidade, uma terapia do
corpo e da mente. Repleto de gírias, modismos e neologismos, o surfe há
muitos anos deixou de ser uma simples forma de lazer para se tornar uma
mania mundial. O surfe inventa estilos, difunde conceitos e lança moda. Foi a
partir dele, por exemplo, que surgiram gírias tão conhecidas como crowd, point
e azarar. Até mesmo esportes tão expressivos como o windsurf, o skate,
snowboard (surfe na neve) e o sandboard (surfe nas dunas) surgiram a partir
do surfe (CAROLCORREIA, 2006).
O surfe hoje está totalmente vinculado à espiritualidade, levando
muitos à procura de um estilo de vida alternativo, com mais liberdade, que
possibilite maior contato com tudo que é natural, menos poluição e mais
harmonia com a natureza. Historicamente, foi um forte componente nessa
mudança de comportamento. Ao redor do mundo vemos lugares que
desenvolveram um estilo de vida alternativo onde a atração original foi o surfe.
Figura 71 - Surf Espiritualidade Fonte: Almasurf, 2004
69
Isso afeta no estilo de vida primeiramente pelo lado da saúde (corpo
são, mente sã), depois, pelo lado da sensação, do feeling, e por fim pela
grande harmonia com a natureza. Porém, cada um sente de maneira distinta e
peculiar. Mas parece que o consenso vai mais ou menos por aí, a ponto da
expressão “o real espírito do surfe” ser bastante utilizada. Até de maneira
comercial, comprova que o surfe consegue ir muito além de deslizar sobre
ondas, gerar modismo e movimentar milhões de dólares em todo o mundo
através da indústria de surfwear.
Surfe é esporte. Surfe é moda e comportamento. Surfe é negócio.
Estas são três verdades mais do que consolidadas do chamado “esporte dos
reis”, mas é também sem dúvida uma filosofia de vida, um movimento de
construção de identidade do jovem. São praticantes (e mesmo simpatizantes
não praticantes) que compartilham valores, hábitos e ideais. É um espetáculo
não só do esporte, mas da natureza. E é celebrado por seu aspecto estético: é
um show de imagens, um show da natureza.
Figura 72 - Surf Natureza Fonte: Catálogo Malarrara, 2004
70
Cultura Surf
A cultura do surfe é multifacetada. Atualmente, a cultura surfe
envolve a constante procura pelas ondas, tanto local como internacionalmente,
fazendo parte da vida de seus seguidores. Essa busca inclui a procura pelas
marcas do estilo, literatura, filmes e linguagem. A cultura surfe está refletida em
alguns filmes como o clássico Endless Summer de Bruce Brown´s que
glorificou o surfe em todo o mundo, na procura da onda perfeita.
O surfe como um movimento cultural também mostra várias formas
de expressão artística: artes plásticas (pintura, artes gráficas, pintura digital,
desenhos, gravuras, esculturas), fotografia, coleção de pranchas e shapers,
instalações baseado exatamente na quebra dos arquétipos do surfe e na busca
de novos limites, dentro ou fora d'água.
Figura 73 - Foto da I Mostra de Arte e Cultura Surf
Fonte: 48Hwww.bienalsaopaulo.globo.com, 2006
71
Figura 74 - I Mostra de Arte e Cultura Surf Fonte:49Hwww.bienalsaopaulo.globo.com, 2006
Surf, o Esporte
Basicamente, o surfe consiste em descer uma onda equilibrado em
cima de uma prancha. A princípio parece fácil, mas é necessário que o surfista
tenha uma série de conhecimentos que antecede o domínio das sábias
posições que permitem "pegar a onda".
A primeira condição para ser um bom surfista é saber observar o
mar. Ver onde a onda quebra (arrebentação), qual é a direção da água, como
está o vento. Antes de mais nada, o bom surfista é um observador cuidadoso
do mar e um real conhecedor de ventos e marés.
A sensibilidade de cada um dá a melhor posição. Depois é só remar
na direção das ondas. Bastam algumas remadas para entender as variações
de direção e iniciar a intimidade fundamental com o instrumento. O equilíbrio é
um fator determinante na prática do surfe. O importante no equilíbrio ao ficar de
pé na prancha é a base.
72
Os equipamentos necessários para a prática do esporte são:
prancha, parafina e cordinha. Se estiver frio recomenda-se utilizar uma roupa
de borracha e se estiver muito calor uma camiseta de lycra para que o contato
com a parafina não queime a pele.
As manobras mais conhecidas entre os surfistas são:
Cut back - esta manobra, bastante executada pelos surfistas, é um
corte de 180 graus na onda quando ela começa a perder a qualidade. Quando
os surfistas retornam à parte mais crítica da onda, ela já começa a se formar
novamente. O cut back pode ser tanto de front side como de back side.
Front side e back side- é quando o surfista está de frente pra onda
e back side é quando ele está de costas para onda .
Aerial - é quando o surfista voa sobre a crista da onda. Dá um vôo
com a prancha e cai novamente na parede da onda.
Tubo - manobra em que o surfista é encoberto pela parede da onda.
Figura 75 - Surf Feminino Figura 76 - Surf Girl Fonte: www.surffeminino.com.br, 2006 Fonte: www.surffeminino.com.br, 2006
73
Surfwear
O estilo surfwear surgiu a partir de dois jovens surfistas que queriam
ganhar uma grana extra. A partir daí, passaram a se preocupar com a
qualidade do esporte e produzir suas próprias pranchas. Foi então que Brian
Singer e Doug Claw Warbrick decidiram utilizar de suas habilidades como
shapers e passaram a fabricar pranchas para fora. A venda da pranchas ia
muito bem e, com o frio da Califórnia, os surfistas pensavam em formas de
poder surfar no inverno. Foi então que a Rip Curl lançou as roupas de borracha
que fizeram mais sucesso ainda.
Hoje, o surfwear é produzido para todos aqueles que se sentem
tocados por essa maneira de viver. É visto como um grande segmento que visa
a qualidade e procura em seus produtos facilitar o desempenho do atleta. É
também um dos maiores segmentos de moda no mercado, com produtos para
surfistas e simpatizantes da filosofia surfe.
O público-alvo deste segmento foi dividido em dois grupos:
Os Surfistas Hardcore: De 15 a 24 anos, estudantes, universitários
ou profissionais. Um autêntico surfista surf trip internacional Influenciado pelo
surfe mídia e sempre atualizado na moda.
O Surfista Clássico: De 15 a 24 anos estudante, início de carreira
profissional ou desempregado. Um autêntico surfista surf trip nacional que
busca descontos e precisa certificar-se do valor das roupas que compra.
A função do surfwear é obviamente vestir as pessoas de acordo com
o clima e estilo. Mas também existem as roupas de borracha que exercem a
função de manter a temperatura do corpo e não permitir o contato com a água.
74
Além da roupa de borracha (feita com neoprene), existem também outros
acessórios para proteger o corpo como as botas, luvas, tocas produzidas em
neoprene. O segmento inclui também calças despojadas, camisetas com
estampas inspiradas na temática do surf e body board, bermudas de tecidos
tecnológicos jaquetas de nylon e microfibra, bonés entre outros acessórios.
Esse tipo de peça e acessórios servem como uma forma de demonstrar como
pensam e agem assim sendo, identificando sua tribo.
Surfmusic
A surfmusic é o gênero popular de música gerado a partir da cultura
do surfe e é dividido em três categorias: o surf instrumental, o surf pop e o surf
rock.
Surf Instrumental: rítimo dançante no qual é utilizado o som
distorcido de guitarras elétricas.
Surf Pop: som que inclui tanto ritmos dançantes como baladas junto
ao vocal.
Surf Rock: é o gênero mais comum sendo até usado como
sinônimo de surf music, basicamente rock tocado por bandas ligadas ao surfe.
A afinidade surfe x música começou nos anos 50 com Dick Dale o
"rei da guitarra do surfe", passou pelos "Beach Boys" nos 60, seguiu para a
rebeldia e lisergia de Joplin, Hendryx, até chegar a "Australian Music" com
75
Midnight Oil, Yothu yindi, Gang Gajang, entre outros que estavam presentes na
maioria dos toca-fitas dos surfistas nos anos 80.
Na década de 90, com a chegada de filmes como "Black White",
“Billabong Pump”, estrelado por um renascido Occy e pela então revelação
Yankee, Kelly Slater, as bandas de punk rock californiano começaram a
despontar para os surfistas. Bad Religion, NOFX, Black Fags, Penny Wise,
ditavam o ritmo das manobras inovadoras do atual hexa e do power surf do
lendário Occy. Essa serve apenas para ilustrar um pouco do que aconteceu no
mundo do surf correlacionado com a música. Existem ainda outros nomes que
estão entre as preferências dos seguidores do surfe como Bob Marley, 50HJack
Johnson, 51HThe Beach Boys, Ben Harper, entre outros.
“O movimento das ondas, as manobras, o som do mar...nos fazem perceber a poesia, a harmonia, que o surf e na música tem em comum. Ondas sonoras, ondas do mar, seguem fazendo a nossa cabeça.”(FILHO, 2006)
Figura 77 - Surfmusic
Fonte: Revista Alma Surf, 2003, ano 3
76
3.4 PESQUISA DE PÚBLICO
3.4.1 O Jovem no Brasil
A população jovem do país constitui-se em um público-alvo de uma
gama de estratégias necessárias e/ou intencionais (marketing, mídia, indústria
de consumo e de lazer estão aí para isso) voltadas exclusivamente para este
grupo.
Desta forma, considera-se através do estudo, desenvolvido pelo
Departamento de População e Indicadores Sociais da Diretoria de Pesquisas
do IBGE, o segmento de jovens de 15 a 24 anos de idade, por se tratar de um
recorte etário que requer especial atenção por parte dos responsáveis diretos
pelo planejamento nacional, e até mesmo pela sua administração. De início,
basta citar que estes jovens formam o conjunto de pessoas que, efetivamente,
pressiona o desenvolvimento do diferencial em todas as áreas. (IBGE, 2005)
Em anos recentes, 1991 e 1996, os respectivos censos
populacionais enumeraram 28,6 e 31,1 milhões de pessoas de 15 a 24 anos de
idade, sendo que em apenas cinco anos (1991-1996) este segmento
experimentou um acréscimo de 2,5 milhões de jovens, representando um
aumento de 8,8%.
No tocante à população de jovens de 15 a 24 anos de idade,
observa-se que as proporções de residentes em áreas urbanas, de modo geral,
são superiores às respectivas proporções para os totais masculino e feminino,
em 1980, 1991 e 1996. Enquanto que 66,4% dos homens brasileiros residiam
77
em áreas urbanas, em 1980, ao segmento específico de jovens de 15 a 24
anos correspondia uma proporção de 68,3%, destacando-se aqueles jovens
com idades entre 20 e 24 anos (70,7%). No caso feminino, são ainda mais
elevadas as proporções de jovens residindo em áreas urbanas, do que no
masculino, tanto para o grupo de 15 a 24 anos como para o grupo particular
das que possuíam 20 a 24 anos de idade.
É importante destacar que as proporções de jovens do sexo
feminino residindo em áreas urbanas são superiores às correspondentes ao
sexo masculino. Os jovens de 15 a 24 anos constituem um grupo populacional
de grande importância e sua função na sociedade, em termos sociais, políticos
e culturais, é muito significativa (IBGE, 2005).
3.4.2 Jovens, Gostos e Hábitos
Os jovens de hoje nasceram em um mundo sem fronteiras, seja
devido às informações virtuais, seja devido às políticas mais abertas dos
países de uma forma geral. É uma geração tecnológica, formada por jovens
extremamente bem informados, que recebem diariamente um grande volume
de dados via televisão a cabo, Internet e sistemas de som. Os avanços dessas
tecnologias, acessíveis em todo o mundo, criaram uma geração de jovens com
uma cultura unificada, o que pode ser comprovado pelos resultados similares
de pesquisas locais e no exterior.
Ao entender as características dos consumidores jovens é possível
traçar estratégias de marketing para capturar as oportunidades desse mercado.
78
Pesquisas sobre o comportamento do consumidor devem analisar os fatores
que influenciam a decisão de compra e consumo. Estes fatores são: culturais,
sociais, pessoais e psicológicos (GADE, 1998).
Como parte do desenvolvimento do ser humano, a juventude é uma
etapa importante de auto-conhecimento.
Pode-se observar os seguintes comportamentos de um jovem:
- Ser ousado, alegre, com espírito de aventura, sempre em busca de
novidades (PEGN, 2002).
- O jovem quer isolar-se de tudo e de todos, trancando-se no quarto
em busca de um espaço só seu. A diferença dos jovens de hoje é que o quarto
é equipado com microcomputador, telefone celular, sistema de som e TV a
cabo, tornando-se uma janela para o mundo.
- Os jovens vivem a idade da afirmação. Valorizam a vida social, em
detrimento da familia. Procuram Diferenciar-se dos mais velhos como uma
questão de necessidade. Com os adultos prolongando sua juventude, esta
diferenciação torna-se cada vez mais difícil. Na adolescência, a necessidade
de auto-afirmação e conformidade ao grupo faz o jovem afastar-se dos padrões
de consumo familiares, incluindo vestuário e alimentação (GADE, 2000).
- Ser pouco idealista, muito individualista, crítico e bem informado
(PEGN, 2002).
- Permanecer mais tempo residindo com os pais. Esta é a chamada
“geração canguru”, pois apenas um em cada cinco jovens faz questão de morar
sozinho (VEJA, 2001). O jovem possui a liberdade desejada na casa dos pais,
além de não ter condições financeiras para sustentar sozinho seu padrão de
vida. Segundo uma pesquisa divulgada pela Revista Veja (2001), 54% dos
79
jovens não desejam sair de casa e, de acordo com uma pesquisa da MTV, 23%
dos pais de jovens brasileiros permitem que os filhos levem as(os)
namoradas(os) para dormir em casa.
- Participar ativamente das decisões de compra da família. Os pais
reconhecem que os filhos conhecem alguns produtos mais do que eles (GADE,
2000).
- Realizar muitas coisas ao mesmo tempo, buscando soluções de
curto prazo. Filhos do avanço tecnológico, eles querem tudo na hora (PEGN,
2002).
- Transitar por diferentes tribos ou turmas e respeitar as pessoas
com diferentes hábitos. Esta é a “era do camaleão”.
- Formar tribos, agrupando-se em torno de atividades de lazer, que
podem ser de caráter esportivo (surfistas e skatistas), cultural (pagodeiros,
roqueiros, alternativos que gostam de MPB) ou relativo à vida noturna (clubbers
e darks). É a tendência de Formação de Clãs observada por Faith Popcorn
(1997) segundo a qual o indivíduo possui a inclinação de participar de grupos
afins que ofereçam uma sensação de segurança e validem suas crenças.
- Ser infiel aos ídolos, assim como não se identificar com uma só
tribo. Estar sempre à procura do novo e enjoar facilmente de tudo e de todos,
sendo visto como um consumidor infiel. Esta postura obriga a comunicação e
lançamentos contínuos. (PEGN, 2002)
- Ter uma agenda superlotada. É a tendência de “99 Vidas” do
estudo de Faith Popcorn (1997), observando que o ritmo frenético da vida
moderna força o indivíduo a assumir vários papéis a fim de lidar com uma vida
atribulada e altamente tecnológica.
80
- Seguir o lema: “Consumo, logo existo”. As pesquisas mostram que
o jovem obtém pouca e curta satisfação das grandes quantias que gasta. Este
comportamento é motivado por insegurança e usado para satisfazer o ego e
minimizar as frustrações próprias da idade. Em outros casos, as compras são
motivadas pelos desejos de status intra e extragrupo (GADE, 2000).
- Preocupar-se com assalto, agressão, bala perdida, estupro,
atropelamento, além dos problemas com a família e o desemprego. A vida
moderna, mais violenta, alterou a rotina do jovem. A busca de segurança e o
medo da criminalidade fazem as pessoas permanecerem mais tempo em suas
casas, equipadas com computadores, TVs e sistemas de som, provendo
entretenimento e acesso ao mundo externo (Tendência de Encasulamento,
descrita por Faith Popcorn em 1997).
- Ser mais realista. Embora o jovem sonhe em ter casa própria e
carro, considera que a solução para concretizar seus sonhos é estudar,
trabalhar e economizar.
- Ter uma atitude otimista e confiante.
Segundo o IBGE, os jovens formam uma tribo de 35.2 milhões de
brasileiros, o equivalente a 20,78% da população. O estudo realizado por
Elissa Moses (2000) aponta o Brasil como o terceiro maior mercado jovem do
mundo.
A globalização fez jovens de todo o mundo terem gostos, aspirações
e comportamentos muito semelhantes. A pesquisa de Elissa Moses (2000) em
todo o mundo identificou que a cultura dos jovens está cada vez mais parecida,
devido ao que ela denominou os 10 principais fatores unificadores da cultura.
81
Reforçando a existência dos 10 unificadores, algumas tendências do
mundo moderno, detectadas no estudo de Faith Popcorn (1997), apontam os
mesmos fenômenos, ocorrendo em nível mundial:
Consumismo descarado: Com o crescimento da classe média e a
grande exposição dos jovens às propagandas, os mesmos tornaram-se
grandes consumidores, preferindo produtos com marca. As tendências de
revanche do prazer e pequenas indulgências mostram que a sociedade
continua consumindo cada vez mais.
Paixão por tecnologia: Além da facilidade natural para lidar com
novas tecnologias, estas trazem benefícios como garantia de sucesso
profissional, entretenimento e forma de comunicação com o mundo. Quanto
mais tecnologia o jovem possui, mais deseja adquirir.
Entretenimento sempre: O jovem está constantemente em busca
de entretenimento, estimulação e movimentação, através de música, jogos,
vídeos, etc.
Experiência e aprendizado intermináveis: Esta geração está
constantemente conectada, em comunicação com outros. Novas experiências
e sensações são trocadas via computadores e Internet, e-mail, programas de
televisão.
Exploração e mobilidade: O jovem deseja viajar para outros
lugares, seja de forma virtual, via Internet, seja fisicamente. Reflete a tendência
de Aventura da Fantasia onde, para fugir das tensões atuais, busca-se
estímulos através de aventuras basicamente seguras, via turismo, alimentação
ou realidade virtual.
82
Participação e observação de esportes: Os jovens, inclusive as
mulheres, adoram esportes e acompanham os maiores eventos esportivos em
todo o mundo.
Respeito aos ícones globais: Os jovens utilizam a marca para
mostrar sua identidade. Marcas com presença global e forte apelo para os
jovens são respeitadas e desejadas pelos mesmos.
Humanismo e Empatia: Os jovens são, por natureza, bons e
preocupados com os outros. O relacionamento com familiares e amigos é uma
de suas prioridades na vida. A preocupação com os aspectos sociais foi
observada no estudo de Faith Popcorn, na tendência Salve o Social.
Esperança e confiança no futuro: O jovem acredita que terá
dinheiro para viver com conforto, mesmo nos países com problemas
econômicos, o que justifica seu consumismo exagerado.
Self-navigation - o unificador máximo: O jovem acredita que seu
destino está em suas mãos. Não existem limites, somente possibilidades, em
um mundo em rápida transformação. Com a onipotência típica do jovem,
acredita que a realização dos seus objetivos de vida depende de sua própria
vontade (GADE, 2000).
O segundo segmento em termos de tamanho no Brasil é formado
pelos jovens que ‘Desfrutam a vida’ (Thrills and Chills), que neste caso é
considerado o segmento que mais se identifica a proposta deste projeto, pois
estes são consumistas, ousados e irreverentes, voltados para a diversão,
amigos e fortes sensações.
83
3.4.3 Questionário
A partir das pesquisas realizadas para obtenção da classificação do
público a ser explorado neste projeto, e assim decidido o público jovem
feminino com idade entre 15 a 24 anos, foram aplicados questionários com
cinqüenta jovens na Cidade de Balneário Camboriú no mês de Setembro de
2005, no intuito de verificar hábitos, gostos e se este por sua vez, está aberto a
novos produtos no segmento de design de interiores e decoração, tornando-se
um consumidor em potencial dos produtos aqui projetados.
A seguir, o modelo de questionário realizado, pode ser visualizado
com suas respectivas porcentagens de respostas.
Você mora com?
36%
41%
23%Familía
Amigas
Sozinha
Grafico 1 - Você mora com?
Qual o cômodo da casa que você mais se identifica?
84
35%
54%
0%
11%Sala
Quarto
Cozinha
Banheiro
Grafico 2 - Cômodo da casa
Você divide quarto com alguém?
20%
80%
Sim
Não
Grafico 3 - Divide quarto
Quanto tempo você fica no quarto durante o dia (tirando as
horas de sono)?
58%
35%
7%1 a 2 horas
2 a 5 horas
mais de 5 horas
Grafico 4 - Tempo que fica no quarto
85
Seu quarto é decorado?
47%
53%
Sim
Não
Grafico 5 - Quarto decorado
Se sim, quem o decorou?
0%
0%
100%
Decorador
familia
Você
Grafico 6 - Quem decorou
A decoração de seu quarto é importante?
30%
70%
Sim
Não
Grafico 7 - Decoração do quarto
86
Você compraria objetos decorativos direcionados a sua faixa
etária, para adornar seu quarto?
100%
0%
NãoSim
Grafico 8 - Objetos decorativos
A partir deste questionário pode-se verificar então, que este público
está aberto a novos produtos no segmento de design de interiores e
decoração, já que a maioria não possui quarto decorado. Para elas, a
decoração é muito importante, pois passam de duas a cinco horas em seus
quartos diariamente em atividades de estudo, lazer ou descanso.
Verificou-se também que a maioria mora com suas famílias ou
amigos, mas que não costumam dividir o quarto com alguém, possuindo mais
privacidade, podendo decorá-lo a seu gosto, de forma que este se torna o
cômodo da casa com o qual elas mais se identificam.
Contudo, o que indica é que há uma deficiência no mercado em
relação a produtos jovens que possam ser de fácil acesso, facilitando o
conforto do público feminino, uma vez que este é realmente um consumidor em
potencial.
87
3.3.4 Público-Alvo
Analisando as pesquisas realizadas sobre design de interiores,
moda e atitudes da população, verificou-se que nas áreas urbanas o poder de
consumo entre os jovens é detido pelo público feminino com faixa etária entre
15 à 24 anos, totalmente ligados as evoluções e tecnologias. O consumo é
ativado através de canais de informação, que fazem com que este público que
ainda se encontra em sua formação humana, expresse através do consumo
sua imagem, atitude, costumes, necessidades, entre outros.
De acordo com o perfil do público escolhido, de 15 a 24 anos,
jovem, criativa, dinâmica, moderna, antenada, pode-se salientar a necessidade
de um local onde possa exercer todo o poder de sua personalidade.
Na busca de um lugar não somente voltado ao descanso, o quarto para este
público é um espaço onde boa parte do dia-a-dia acontece. Visitas,
telefonemas e momentos de reflexão, estudo, lazer, encontram no quarto o
cenário ideal. Por isso, este ambiente deve ser descontraído, dinâmico e cheio
de energia, onde impera a versatilidade.
Confirmou-se no questionário aplicado e nas pesquisas sobre o
design, a abertura de mercado para produtos que sejam consumidos por este
público potencial ligados ao design de interiores e a moda expressa através do
design de superfície.
De forma que será desenvolvida uma coleção de produtos para
adorno de interiores com diferencial no design de superfície (estamparia) para
o público jovem feminino de classe média, que estão antenadas nas tendências
e que, por passarem a maior parte do tempo em seus quartos, sentem a
88
necessidade de adorná-lo para torná-lo mais aconchegante, receptivo, e
agradável, fazendo com que estes momentos se tornem ainda mais prazerosos
e alegres.
89
4. CONCEITUAÇÃO
4.1 ANÁLISE DA PROBLEMÁTICA
De acordo com a análise dos aspectos previamente determinados,
tornou-se possível analisar os produtos existentes no mercado, possibilitando
uma ampla visão dos pontos positivos e negativos encontrados nos mesmos.
A análise elaborada abaixo (tabela 01) baseia-se na observação de
objetos pra interiores encontrados no mercado, verificando paralelamente seus
aspectos formais, de uso, materiais, cores, marketing, tecnologia, funcionais e
materiais.
Tabela 1 - Análise da problemática Aspectos Pontos negativos/
Desvantagens Pontos positivos/ Vantagens
Formais Formas sóbrias Padronização das formas
Limpeza e elegância
Uso Difíceis de combinar Difíceis de limpar
Versatilidade Design
Materiais Causam alergia
Resistentes Qualidade Alternativos
Cores Pouco uso da variedade Clássico
Variedade
Mercado/Marketing Falta de variedade e opção de produtos práticos e combinados
Aumento da procura
Tecnologia Aumento de custos do produto
Inovação em materiais e técnicas
90
4.2 BRIEFING
Esta ferramenta é utilizada para o desenvolvimento de novos
produtos. Através desta identifica-se o conceito e define-se os pré-requisitos,
análises do público, distribuição e comercialização do mesmo.
Produto
Nome: Hine
Categoria: Design de Superfície para Interiores.
Local de aplicação e uso: Quartos femininos, para adorno.
Imagem do produto no mercado: colorido, moderno, funcional,
econômico, prático e dinâmico.
Composição Industrial: Tecidos naturais e sintéticos e estampagem
cilíndrica.
Formas de uso: Adornar e, devido aos produtos da coleção serem
combinados, possibilita diversas combinações gerando mais inidividualidade e
identificação ao consumidor.
Características promocionais: Design arrojado, custo acessível, valor
agregado, dinamicidade.
Consumidor
Sexo: Feminino
Classe: B - C
Faixa etária: 15 a 24 anos
91
Características: Jovem, antenada, criativa, dinâmica, que procuram
produtos com um novo conceito.
4.3 PAINÉIS SEMÂNTICOS
A ferramenta dos painéis semânticos compara os produtos já
existentes e demonstra características do produto a ser desenvolvido através
de imagens. Esta pode ser dividida em temática, conceitos do produto, público
alvo entre outros.
Nesta ferramenta trabalha-se as idéias para um mesmo ideal, que
nada mais é do que conceituar o produto e embasar o produto final.
O projeto em questão utilizou-se de 3 painéis:
92
Público-alvo: este painel demonstra a delimitação do público alvo e
suas características, sendo estas: mulheres jovens de 15 a 24 anos, antenadas
nas novidades e tendências do mundo atual, e criativas.
Figura 78 - Painel de Público Alvo Fonte: Acervo pessoal, 2006
93
Temática: através deste painel quer-se reproduzir a inspiração do
projeto. O tema é o Surf, como um estilo de vida, visualmente exposto através
de sua filosofia, cultura, esporte, música, roupas, etc.
Figura 79 - Painel da Temática Fonte: Acervo pessoal, 2006
94
Conceito: este painel apresenta imagens através das quais o
conforto, o estético colorido, o dinamismo, a praticidade, a estamparia e a
modernidade compõem suas principais características.
Figura 80 - Painel do Conceito Fonte: Acervo pessoal, 2006
95
Painel do produto: Este painel mostra o modelo confeccionado do
produto. Nele se apresentão as princiais características estéticas do produto,
como a estampa e as cores, também a sua funcionalidade.
Figura 81 Painel do Produto Fonte: Acervo pessoal, 2006
96
4.4 BRIEFING VISUAL
Figura 82 - Briefing Visual Fonte: Acervo pessoal, 2006
4.5 CARTELA DE CORES
Baseando-se no estilo do usuário, os produtos em questão passam
uma imagem atual e moderna, tendo em suas cores e formas o diferencial
estético que é procurado pelo público.
Segundo Pedrosa (1999, p.17), “a cor não tem existência material: é
apenas a sensação produzida por certas organizações nervosas sob a ação de
97
luz, mais precisamente, é a sensação provocada pela ação da luz sobre o
órgão da visão.”
A cor foi estudada para o desenvolvimento das estampas para se
dar ênfase aos seus aspectos psicológicos visando que o objetivo é usar cores
que identifiquem-se ao público, dando um colorido ao quarto mas, sem deixá-lo
cansativo.
As cores representam um papel de grande importância para a vida
humana. Mesmo que não percebendo, essa influência existe e atua vivamente
na vida física, mental e emocional das pessoas.
Pesquisas têm demonstrado que as cores frias do espectro azul,
índigo e violeta têm efeito calmante e relaxante, portanto estas são cores que
se enquadram neste projeto (PRETTI, 2004). A verdade é que cada cor e
tonalidade desperta alguma reação, quer física, emocional ou psicológica.
Basta saber o momento correto e a melhor forma de utilizá-las.
Quanto mais forte a cor, maior seu efeito. Quanto mais puras elas
forem, mais penetrantes são os raios e mais rápida é sua reação
(WALKER,1995).
Os objetos possuem cores em suas superfícies, estas cores podem
ser naturais ou por pigmentos (tinta colorida) e seu efeito se dá a partir da
incidência da luz refletida. Caso a fonte de luz seja extinta (durante a noite
quando se apaga a luz), não há reflexão, deixando de produzir-se o efeito
daquela cor; porém produzindo ainda uma energia vinda da forma desse objeto
(por exemplo; circular, oval, triangular, etc.). O objeto irradia também a energia
intrínseca da matéria com que é constituída, por exemplo: celulose, metal,
algodão, acrílico, etc. (WALKER,1995)
98
É importante salientar que estes outros tipos de energias também
possuem uma cor relacionada e, possivelmente a energia da forma é de um
matiz diferente da energia intrínseca que, por sua vez, não é a mesma da cor
da superfície do objeto. Sendo assim, todas as energias provindas do objeto
afetam o indivíduo. Diferentes ondas se misturam, mas não se confundem,
mantendo cada uma sua propriedade. (WALKER,1995)
Diante dos diferentes significados de cada cor, o efeito da
cromoterapia relacionado ao conforto, relaxamento, harmonia, equilíbrio e
juventude, serão utilizadas na cartela de cores as variações do azul, verde e
violeta. Como segue a cartela abaixo:
LÖKAI
Palavra havaiana, Lökai significa “harmonia” no qual se encaixa
perfeitamente para o nome da cartela de cores dos tons verdes. O verde é a
cor mais agradável para o olhar. É a cor média do espectro, cor do equilíbrio,
harmonia e simpatia. Pessoas que gostam do que é certo e justo se identificam
com o verde, ele equilibra a mente o corpo e o espírito. É uma cor primaveril,
associada a natureza, a juventude e vigor.(VALCAPELLI, 1996)
99
KAI
Na tradução do havaiano, Kai significa “mar”, portanto foi escolhido este
nome para a cartela de cores dos tons azuis. O azul é uma cor fria e tradicional
da divina sabedoria. Ele simboliza a inspiração, a devoção a paz e a
tranqüilidade, é relaxante. É considerada a cor mais usada no mundo para
todos os segmentos. (VALCAPELLI, 1996)
MANA
Mana também de origem havaiana, significa “todo poder vem do
interior”, o que a faz perfeita para nomear a cartela de cores dos tons violeta, já
que o violeta transmite o envolvimento de paz e amor, sem ansiedade.
Interesse, não-preocupação, autoridade sem exigência, meditação e prece.
Bom para equilíbrio e concentração (VALCAPELLI, 1996).
100
OLU`OLU`
Esta última cartela representada como Olu`Olu, que significa “agradável”
em havaiano, é composta pelo branco e pelo preto, cores básicas e
indispensáveis. O preto representa a inércia, o fechamento, e o branco a
reunião de todas de todas as cores, ambas realção as outras cores.
4.6 CARTELA DE MATERIAIS
Os materiais escolhidos para a fabricação da linha foram o Percal
aplicado na colcha, lençóis, fronhas e almofadas, o Gorgurinho na cortina e a
Palmilha no tapete. A seguir estão esplanadas as características, propriedades
e aplicações destes e como serão aplicados nos produtos da linha.
Percal
Tecido de algodão ou misto (algodão + poliéster), ou seja, reúne
propriedades de ambos os materiais. (CASAPINTO, 2006)
O poliéster é a fibra química que tende a apresentar maior
crescimento e poder de competição, em decorrência de seu baixo custo, sendo
a mais barata das 52Hfibras, sejam elas químicas ou naturais e dos
melhoramentos tecnológicos.
101
Já o tecido a base de algodão detém melhor capacidade de
absorção de umidade é adequado para o clima brasileiro, quente e úmido. A
transpiração do corpo é mais bem absorvida quando se usa tecido com
algodão em sua composição. O tecido feito de algodão é macio, confortável,
durável, resistente ao uso, à traça e insetos e lava-se com facilidade.
(CASAPINTO, 2006)
Devido as vantagens encontradas em ambos os materiais decidiu-
se, portanto utilizar o cretone para a confecção dos lençóis, fronha, colcha e
almofadas reunindo propriedades importantes para uso doméstico e pela
possibilidade de obter-se um custo mais acessível do produto.
Amostra
102
Gorgurinho
53HTecido semelhante ao gorgurão, porém mais leve, encorpado, liso,
54Hjacquard ou estampado, geralmente misto de 55Halgodão e 56Hpoliéster, com efeito
57Hcanelado. Também muito utilizado em decoração, vestuário, confecção de
toalhas de mesa e estofamento, etc. (CASAPINTO, 2006)
Amostra
Palmilha
Material sintético, emborrachado, com uma das superfícies em
algodão, utilizado para tapetes e revestimentos devido suas propriedades
aderentes e maleáveis. Portanto, será utilizado na produção do tapete, pois
além de suas propriedades, possibilita um custo mais acessível do produto.
103
Amostra
Manta Acrílica
Material totalmente sintético (100% poliéster), a manta acrílica é
utilizada para preenchimentos, estofados, almofadas e roupas de cama. Este
material proporciona maciez e conforto às peças e é encontrado em várias
espessuras. Será utilizado na confecção da cocha da linha devido a estas
propriedades com espessura de 150 milímetros.
104
Amostra
105
5. CONCEPÇÃO
5.1 GERAÇÃO DE ALTERNATIVAS
Alternativa 1: O movimento das ondas inspira esta alternativa que
através de linhas curvas forma arabescos que lembram as ondas do mar.
106
Alternativa 2: Esta alternativa é inspirada na relação da natureza
com o surf, e é também com formas orgânicas que o fundo representa o mar. O
centro representa as ondas e as pétalas representam as flores, mais
especificamente o Hibisco que, assim como o surf, possui a origem havaiana.
Utilizada como adorno pelos havaianos hoje é um dos maiores símbolos do
surf.
107
Alternativa 3: Isnpirada no mar e nas ondas esta alternativa é
composta por listras que remetem a linha do horizonte, que é a visão dos
surfistas enquanto estão remando em busca da onda. E os círculos
representam as bolhas da espuma formada pelas ondas.
108
Alternativa 4: Inspirada no mar, esta alternativa apresenta uma
releitura das ondas ao serem repetidas formam uma desenho orgânico e
simétrico.
109
Alternativa 5: Esta alternativa também inspirada nas ondas do mar,
além de formarem desenhos orgânicos e simétricos, formam, conforme sua
repetição arabescos que nos remetem a flores.
110
Alternativa 6: Inspirada no surfmusic, esta alternativa apresenta
listras que demonstram os caminhos do surf e, sobreposta às listras, estão
rabiscos que mostram a irreverência do surf e sobre estes, estão as letras de
uma música de Jack Johnson, cantor que na atualidade é um dos maiores
símbolos do surfmusic mundial.
111
Alternativa 7: A alternativa de número sete foi inspirada no
movimento das ondas do mas, que representam a grande busca dos surfistas
pela onda perfeita.
112
Alternativa 8: Esta alternativa é inspirada na feminilidade das
surfistas, expressa através do rosto feminino. Os arabescos inspirados no mar
e nas formas orgânicas da natureza mostram a fusão desta com o “homem”, o
que caracteriza o surf como um estilo de vida natural.
113
Alternativa 9: Esta alternativa apresenta formas orgânicas inspiradas
no movimento das ondas do mar e nas pranchas dos surfistas. Suas formas
lembram folhas o que remete a ligação com a natureza que o estilo de vida surf
possui.
114
Alternativa 10: Também inspirada na ligação do surf com a natureza,
esta alternativa apresenta com formas orgânicas uma folha.
5.2 ALTERNATIVAS SELECIONADAS
Devida a intenção de criar uma coleção com linhas estampadas e
combinadas, as alternativas escolhidas se deram através dos padrões, 02, 03,
115
05, 07 e 08. Os padrões escolhidos possuem formas orgânicas que combinam
entre si, podendo assim ser misturados e combinados em um mesmo ambiente
à gosto.
A primeira linha ou composição sugerida será chamda de Hilo e é
composta pelas alternativas 02 e 07, onde o padrão 02 será estampado na
capa para almofadas, fronha, vira do lençol de cima e tapete e o padrão 07
será estampado na colcha e cortinas.
Quarto
116
A segunda linha ou composição sugerida é composta pelas
alternativas 03 e 08, e será chamada de Kalua. Nesta linha o padrão 03 será
estampado na colcha e cortinas e o padrão 08 na capa para almofadas, fronha,
vira do lençol de cima e tapete.
Quarto
117
A terceira e última linha da coleção será chamada de Lana`i e será
composta pela alternativa 05, que será estampada em todas as peças, capa
para almofadas, fronha, vira do lençol de cima, tapete, colcha e cortinas.
Quarto
118
5.3 FICHA TÉCNICA
Descrição: Fronha Coleção:Hine
Ref: 001 Linha: Lana`i Data: 20/05/06
Desenho Técnico
Materiais: Composição: Quantidade: Cor: Observação:
Percal 50% algodão
50% poliéster
0,50m Olu`Olu`02 Frente e verso
Percal 50% algodão
50% poliéster
0,20m Mana 05 Detalhe na
frente, bainha
Estampa: Tipo: Localização: Tamanho: Cor:
05 Cilíndrica Centro 0,30mX0,30m Mana 03
Mana 04,
Kai 02
119
Padrão:
Variante 01:
Variante 02:
120
Descrição: Sobre Lençol Coleção:Hine
Ref: 002 Linha: Lana`i Data: 20/05/06
Desenho Técnico
Materiais: Composição: Quantidade: Cor: Observação:
Percal 50% algodão
50% poliéster
2,50 m Olu`Olu`02
Estampa: Tipo: Localização: Tamanho: Cor:
05 Cilíndrica Na vira 0,30mX0,30m Mana 03
Mana 04,
Kai 02
121
Padrão:
Variante 01:
Variante 02:
122
Descrição: Lençol de Baixo Coleção:Hine
Ref: 003 Linha: Lana`i Data: 20/05/06
Desenho Técnico
Materiais: Composição: Quantidade: Cor: Observação:
Percal 50% algodão
50% poliéster
1,90m Olu`Olu`02
Aviamentos: Elástico Olu`Olu`02 Em toda a
bainha
Estampa: Tipo: Localização: Tamanho: Cor:
Padrão:
Variante 01: Variante 02:
123
Descrição: Colcha Coleção:Hine
Ref: 004 Linha: Lana`i Data: 20/05/06
Desenho Técnico
Materiais: Composição: Quantidade: Cor: Observação:
Percal 50% algodão
50% poliéster
2,40m Olu`Olu`02 Frente
Percal 50% algodão
50% poliéster
3,00m Mana 05 Verso e
detalhe na
bainha na
frente
Manta Acrílica 100% poliéster 2,50m Olu`Olu`02
Estampa: Tipo: Localização: Tamanho: Cor:
124
05 Cilíndrica Centro 0,80mX0,80m Mana 03
Mana 04,
Kai 02
Padrão:
Variante 01:
Variante 02:
125
Descrição: Capa Almofada Coleção:Hine
Ref: 005 Linha: Lana`i Data: 20/05/06
Desenho Técnico
Materiais: Composição: Quantidade: Cor: Observação:
Gorgurinho 56% algodão
44% poliéster
0,50m Olu`Olu` 02 Frente
Gorgurinho 56% algodão
44% poliéster
0,50m Mana 05 Verso
Aviamento: Zíper Invisível 0,50m Olu`Olu`02 Lateral
Estampa: Tipo: Localização: Tamanho: Cor:
05 Cilíndrica Centro 0,50mX0,50m Mana 03
Mana 04,
126
Kai 02
Padrão:
Variante 01:
Variante 02:
127
Descrição: Cortina Coleção:Hine
Ref: 006 Linha: Lana`i Data: 20/05/06
Desenho Técnico
Materiais: Composição: Quantidade: Cor: Observação:
Gorgurinho 56% algodão
44% poliéster
2,30 m Olu`Olu` 02
128
Estampa: Tipo: Localização: Tamanho: Cor:
05 Cilíndrica 0,50mX0,50m Mana 03
Mana 04,
Kai 02
Padrão:
Variante 01:
Variante 02:
129
Descrição: Tapete Coleção:Hine
Ref: 007 Linha: Lana`i Data: 20/05/06
Desenho Técnico
Materiais: Composição: Quantidade: Cor: Observação:
Palmilha 100% poliéster 1,20m Olu`Olu` 02
Estampa: Tipo: Localização: Tamanho: Cor:
05 Cilíndrica Centro 0,30mX0,30m Mana 03
Mana 04,
Kai 02
Borda
preenchida
Cilíndrica Borda de fora 0,05mX0,05m Mana 04
Borda
preenchida
Cilíndrica Borda de
dentro
0,03mX0,03m Mana 03
130
Padrão:
Variante 01:
Variante 02:
5.4 DESENHOS TÉCNICOS
A coleção Hine, além da linha Lana`i fabricada como modelo e
representada acima na ficha técnica também possue mais duas outras linhas
onde a modelagem e ficha técnica apresentarão apenas pequenas
adequações, mantendo o mesmo padrão. A seguir estão represntadas as
linhas Hilo e Kalua através de seus desenhos técnicos.
131
LINHA HILO
132
133
134
LINHA KALUA
135
136
137
5.5 ESTUDO DE COMBINAÇÕES DE CORES E VARIANTES
Sendo uma das prioridades deste projeto a dinamicidade entre as
peças, houve uma preocupação em relação a combinação das cores e
padrões, de forma que à gosto do consumidor pudesse ser adequado formando
composições diferenciadas e criativas.
Partindo deste conceito, através da cartela de cores e dos padrões
escolhidos, foram então criadas sugestões para as combinação dos conjuntos.
LINHA LANA`I
Esta linha ou combinação será estampada em todas as peças com o
padrão 05, capa para almofadas, fronha, vira do lençol de cima, tapete, colcha
e cortinas. E também terá o verso liso favorecendo a dinamicidade.
05
05
05
Mana 04
(verso)
Kai 01
(verso)
Mana 03
(verso)
138
LINHA HILO
Nesta linha utilizarse-a o padrão 02 aplicado nas capas de
almofadas, sobre lençol e tapete, o padrão 07 na cocha e cortinas. E ainda as
capas de almofadas e a colcha terão o verso liso, que também poderá ser
usado e combinado á gosto. A baixo as combinações e cartela de cores:
02
02
02
07
07
07
Mana 04
(verso)
Kai 01
(verso)
Mana 03
(verso)
139
LINHA KALUA
Nesta linha ou combinação o padrão 03 será aplicado na colcha e no
sobre lençol, na cortina será utilizado o mesmo padrão porém, em tons mais
claros para não sabrecarregar o ambiente e o padrão 08 será aplicado nas
capas para almofadas e no tapete. O verso das capas para almofadas e a
colcha também serão lisos possibilitando mais opções.
03
03
03
03
03
03
08
08
08
140
Mana 04
(verso)
Kai 01
(verso)
Mana 03
(verso)
141
6 REGISTRO DO PROJETO
6.1 EXECUÇÃO DO MODELO
A intenção deste projeto é que as estampas sejam produzidas por
cilíndro mas, devido ao custo e a impossibilidade de fabricar uma pequena
quantidade neste tipo de processo de estamparia, o modelo foi produzido com
estamparia por transfer sublimático.
Primeiramente foram feitas as impressões dos padrões na
impressora para transfer sublimático.
Figura 83 -Impressão Transfer Sublimático Fonte: Bittencourt, 2006.
Em seguida, todos os desenhos foram cortados e separados, para
então estudar o encaixe dos desenhos no tecido. Para impressão de transfer
sublimático o tecido deve ser no mínimo 50% sintético, caso contrário o
desenho pode não pegar ou sair facilmente com a lavagem.
142
Figura 84 -Corte dos Desenhos Figura 85 Encaixe dos Desenhos Fonte:Bittencourt, 2006 Fonte:Bittencourt, 2006
O tecido foi cortado e depois riscado, marcando onde os desenhos
seriam transferidos. Antes de colocar os desenhos sobre o tecido, prensou-se
apenas o tecido por 5 segundos para garantir que o tecido não iria encolher
durante a transferência dos desenhos, pois este encolhimento poderia
deformá-los.
Figura 86 -Corte do Tecido Figura 87 -Prensa do Tecido Fonte:Bittencourt, 2006 Fonte:Bittencourt, 2006
Em seguida, os desenhos foram presos de cabeça pra baixo no
tecido com uma fita especial que não derrete com o calor da prensa. E então
143
foram prensados sobre o tecido com a temperatura de 200 graus, por 25
segundo numa prensa de 50X70 cm.
Figura 88 -Desenhos Figura 89 -Transferência dos Desenhos Fonte:Bittencourt, 2006 Fonte:Bittencourt, 2006
Após prensados, o papel foi retirado ainda quente, assim os
desenhos já estavam transferidos.
Figura 90 -Desenho da Colcha Figura 91 -Tapete Fonte:Bittencourt, 2006 Fonte:Bittencourt, 2006
Após o processo de estampagem por transfer sublimático, as peças
da linha passaram para a parte de costura e acabamentos.
144
Figura 92 -Costura Figura 93 -Acabamentos Fonte:Bittencourt, 2006 Fonte:Bittencourt, 2006
6.2 TESTES E ADEQUAÇÕES
Durante a produção das peças fez-se necessário alguns testes em
relação às cores, pois a tonalidade das cores escolhidas mudava com o calor
do transfer. Portanto, algumas das tonalidas tiveram que ser revistas para que
depois de estampados os desenhos permanecessem com a cor desejada.
Outra adequação feita na produção foi quanto a modelagem da
colcha que, para encaixar corretamente na cama e para que possa ser utlizada
dos dois lados, fez-se uma prega nos cantos de forma que não importa o lado
que ela esteja o caimento do tecido será o mesmo.
145
6.3 MODELAGEM (ESCALA 1:10)
Almofada – A – B = 0,50m B – C = 0,50m
C – D = 0,50m D – A = 0,50m
Cortar 2x
Tapete – A – B = 0,70m B – C = 0,50m
C – D = 0,70m D – A = 0,50m
Cortar 1x
146
Colcha - A – B = 1,90m C – D =1,90m A – B = 0,50m C – D = 0,70m
B – C = 1,00m D – A =1,00m B – C = 2,40m D – A = 1,90m
Cortar 2x Cortar 4x
A – B = 2,00m B – C = 0,70m C – D = 1,00m D – A = 0,70m
Cortar 2x
147
Fronha – Frente - A – B = 0,70m B – C = 0,50m
C – D = 0,70m D – A = 0,50m
Cortar 1 x
Fronha – Verso -
A – B = 0,67m B – C = 0,50m A – B = 0,23m B – C = 0,50m
C – D = 0,67m D – A = 0,50m C – D = 0,23m D – A = 0,50m
Cortar 1x Cortar 1 x
Detalhe – Frente – Cortar 1x
A – B = 0,60m C – D = 0,70m
B – C =0,07m D – A = 0,07m
148
Sobre Lençol – A – B = 1,70m B – C = 2,50m
Cortar 1x C – D = 1,70m D – A = 2,50m
149
Cortina – escala 1:25 A – B = 2,00m B – C = 2,10m
Cortar 2 x C – D = 2,00m D – A = 2,10m
Alça da cortina - A – B = 0,05m B – C = 0,10m
Cortar 28x C – D = 0,05m D – A = 0,10m
150
7. MEMORIAL DESCRITIVO
7.1 FUNÇÃO DE USO
A função principal da linha de produtos, sendo esta uma linha de
decoração para interiores é o adorno através de produtos estampados. Tem-
se como função secundária o conforto, já que esta é composta por peças como
lençóis, fronha, capa para almofadas, colcha, tapete e cortina.
Baseada nas funções secundárias, surge então a facilidade de
combinação e dinamicidade das peças, através da harmonia entre as
estampas, o que torna possível a montagem do conjunto à gosto, além da
multifuncionalidade que a colcha e as capas para almofadas oferecem, já que
ambas possuem um lado estampado e outro liso, havendo assim mais uma
opção de combinação entre as peças.
7.2 FUNÇÃO ERGONÔMICA
Sendo a ergonomia um dos principais requisitos deste projeto,
descreve-se aqui importantes aspectos dos produtos em questão.
O primeiro cuidado tomado quanto a ergonomia do produto, foi
devido a escolha do material. Como o custo acessivel do produto era uma das
requisições do projeto, preocupou-se em manter a qualidade das peças sem
encarecer o produto. Portanto, os materiais escolhidos possuem as boas
propriedades do algodão, mas junto ao poliéster, o produto tornou-se mais
acessível e continua sendo de boa qualidade.
151
Outro cuidado foi em relação ao material do tapete, pois este deve
ser anti-derrapante evitando escorregões ou acidentes, portanto utilizou-se a
palmilha, material sintéico, com aderência, já usado com esta finalidade.
Nas capas de almofadas, os zíperes foram aplicaos na lateral da
peça impedindo o desconforto e atrito, além da preocupação com a estética já
que estes produtos poderão ser utilizados em ambos os lados (frente e costas).
Na confecção do lençol de baixo, utilizou-se o elástico para que este
seja preso ao colchão, impedindo que este se solte com facilidade, assim
proporcionando um maior conforto durante o sono.
7.3 FUNÇÃO OPERACIONAL
Para maior facilidade no preenchimento e lavagem das peças, as
capas para almofadas possuem um zíper lateral facilitando a manutenção.
7.4 FUNÇÃO INFORMACIONAL
Na linha de produtos cada peça ou jogo de peças, possui um tag
explicativo. O tag trará informações específicas de cada peça como fotos do
produto, cartela de cores, medidas, composição, número de peças e também
contatos da empresa.
152
Além do tag explicativo, as peças virão com etiquetas, cada uma com
suas respectivas informações de composição e manutenção.
153
7.5 MARCA
Marca, segundo a Lei Brasileira, é todo sinal distintivo, visualmente
perceptível, que identifica e distingue produtos ou serviços, de procedência
diversa, bem como certifica a conformidade dos mesmos.
Com o conceito jovem, criou-se a marca BEVERS, vinda de uma
gíria para expressar algo bonito, legal, diferente, de forma que esta palavra se
encaixa perfeitamente para uma marca de produtos com design voltado para o
público jovem.
Definido o nome criou-se uma logomarca que é constituída de
formas orgânicas, onde se tem como destaque o nome da marca com detalhes
mantendo um visual clean, de fácil leitura e identificação.
A marca BEVERS será registrada segundo pedido ao INPI que a
examinará com base nas normas legais estabelecidas pela Lei de Propriedade
industrial e nos atos resoluções administrativos.
154
7.6 FUNÇÃO DE MARKETING
A marca BEVERS irá entrar no mercado brasileiro e sua primeira
coleção a ser divulgada será a coleção HINE apresentada neste projeto.
Inspirada no surf como estilo de vida e sendo o Havaí o berço desta
filosofia, de origem havaiana, a palavra Hine significa “mulher”, feminina”, que
se encaixa perfeitamente com o público comsumidor.”
Com foco neste público, uma das fontes de divulgação da marca
Bevers será através de publicidade na revista Capricho que atinge o público
entre 15 a 19 anos. Esta é uma linha direta com a garota que está definindo
sua personalidade e também construindo seu perfil de comportamento e
consumo.(CAPRICHO, 2006)
Além da publicidade pela internet através do site www.bevers.com.br
e do e-mail [email protected], a marca poderá ser encontrada em lojas
de departamento como Pernambucanas, Americanas, Wallmart, Big, Carrefour
e lojas especializadas em produtos para decoração ou lojas especializadas em
cama, mesa e banho.
A Bevers participará de propagandas via televisão vinculada às lojas
de citadas e também nos catálogos das mesmas.
Para melhores informações possui um serviço de atendimento ao
cliente através do fone: 08001111.
Os produtos da marca Bevers serão entregue aos clientes em uma
embalagem plástica transparente (como mostra modelo a baixo) , facilitando a
visibilidade das peças pelo consumidor e ao mesmo tempo, previnindo-as, já
que estarão ao contado direto do consumidor (self service).
155
Frente Verso
Estes produtos serão vendidos separadamente facilitando a
montagem e combinação das peças à gosto do consumidor. As únicas peças
que serão vendidas em jogo, serão o lençol de baixo, lençol de cima e a fronha.
Devido a preocupação em oferecer design com custo acessível, os
produtos da marca Bevers manterão uma margem de valor como mostra a
tabla a baixo:
Tabela 2 – Valores dos Produtos
Item Preço Atacado Preço Final Sugerido
Almofada 7,90 13,90
Colcha (edredom) 45,00 79,90
Cortina 49,90 89,00
Tapete 7,90 13,90
Jogo (lençois e fronha) 29,00 99,90
TOTAL 296,60
156
8 MODELO FINAL
Figura 94 - Modelo Final Fonte: Acervo pessoal, 2006
157
Figura 95 - Modelo dupla-face Fonte: Acervo pessoal, 2006
158
Figura 96 - Modelo multifuncional Fonte: Acervo pessoal, 2006
159
9 CONCLUSÃO
Diferenciar-se atravéz do apelo estético aliado a funcionalidade é
algo totalmente característico das áreas de Design, de forma que unir áreas
como a Moda, o Design de Interiores e a Decoração, tornou-se uma tarefa
criativa e harmônica.
Baseada na harmonia que estes três segmentos possuem, e
formando um diferencial de mercado através desta ligação expressa pela
elaboração e desenvolvimento de um produto ou coleção, que ao mesmo
tempo que adornasse a um ambiente por meio de elementos visuais têxteis, e
também contivesse a funcionalidade, neste projeto desenvolveu-se uma
coleção de produtos estético – funcionais, usufruindo de técnicas de Design de
Superfície (estamparia) para criar novos produtos.
Utilizando das pesquisas, desencadeiou-se um processo criativo de
desenvolvimento baseado no objetivo de unir fortes nichos de mercado
utilizando como foco o Design de Superfície inspirado na temática do “Surf
como estilo de vida”. Foi então de forma feminina desenvolvida a coleção Hine
de produtos para adornar interiores atravéz de combinações de estampas
totalmente voltadas para o público jovem feminino. Este público é influenciado
e vinculado as tendências tanto de Moda como de comportamento criadas pelo
mundo e pelas situações cotidinas. Por tanto, se encaixa perfeitamente a esta
coleção que assim como a jovem que se encontra em constante mutação, é
composta por produtos para o quarto que a combinação de suas estampas à
gosto do público possbilita uma dinamicidade maior entre as peças.
Foi então após o processo de criação, que se deu início ao processo
produtivo do modelo do produto, onde não foram encontradas grandes
160
dificuldades e apenas concretizadas algumas melhorias. Mantendo a qualidade
dos produtos e também preocupando-se em possibilitar o acesso ao Design
com um custo mais acessivel, buscou-se soluções em materiais de mais baixo
custo sem perder propriedades como o conforto e a qualidade estética das
estampas.
Totalmente vinculada ao público, a marca BEVERS, desenvolvida
para representar este projeto, será registrada na intenção de dar continuidade
a esta criação.
De forma geral o desenvolvimento deste projeto foi de grande
aproveitamento e aprendizado, permitindo ser colocado em prática todo o
conhecimento adquirido e assim desenvolver uma coleção de peças como
colcha, capa para almofadas, lençois, tapete e cortina com um visual
diferenciado e dinâmico.
Concluir este projeto foi realmente uma experiência gratificante,
considerando que este simboliza o desenvolvimento de inovações, pois quando
se trata das possibilidades da atuação do designer nada é finito.
6
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