DIREITO COLETIVO
CONCEITO E PRINCÍPIOS(adaptado à Lei 13.467/2017 e MP 880/2017)
Aula 1
Prof. Bianca Bastos
RELAÇÃO INDIVIDUAL E RELAÇÃO COLETIVA DO
TRABALHO
SUJEITOS , FUNÇÃO e OBJETO
distinguem-se quanto:
Conceito de relação coletiva.
Distinção da relação individual
CONCEITO DE RELAÇÃO COLETIVA
S
U
J
E
I
T
O
S
RELAÇÃO INDIVIDUAL: empregado x empregador
RELAÇÃO COLETIVA: GRUPOS
CATEGORIA PROFISSIONAL: ferroviário, metalúrgico, bancário
CATEGORIA ECONÔMICA: representação da empresa
TRABALHADORES DE UMA EMPRESA: ex.: acordo coletivo
VARIAS CATEGORIAS: ex.: greve
geral
F
U
N
Ç
Ã
O
RELAÇÃO COLETIVA: UNIÃO DOS TRABALHADORES PARADEFENDER SEUS DIREITOS EM CONJUNTO PERANTE OPODER ECONÔMICO
RELAÇÃO INDIVIDUAL XCONTRATO INDIVIDUAL
RELAÇÃO COLETIVA x PODER NORMATIVO DOS GRUPOS
O
B
J
E
T
O
Princípios do DIREITO COLETIVO DO
TRABALHO
LIBERDADE SINDICAL
Princípio da UNICIDADE SINDICAL;
Princípio da LIBERDADE DE SINDICALIZAÇÃO;
Princípio da AUTONOMIA SINDICAL
EXISTÊNCIA DOS ENTES SINDICAIS
REGENTES DAS RELAÇÕES
COLETIVAS
Princípio da autonomia privada
coletiva;
Princípio da inescusibilidade
negocial/interveniência obrigatória do
sindicato;
Princípio da igualdade/simetria dos
contratantes;
Princípio da temporalidade das normas
coletivas/Ultratividade
PRINCÍPIOS DA CONVENÇÃO 87 DA OIT:
QUATRO GARANTIAS UNIVERSAIS:
FUNDAR
ADMINISTRAR
ATUAR
FILIAR-SE
Liberdade sindical
DIREITO DE FUNDAR : constituir sem prévia autorização do
Estado, entidades julgadas convenientes pelos próprios
interessados, bem como o direito complementar de filiação
(positivo ou negativo);
DIREITO DE ADMINISTRAR: redigir seus próprios
estatutos e regulamentos administrativos, e de eleger os
seus respectivos representantes, como forma de liberdade
de gestão (definir programa de ações e funções de acordo
com o quê objetivem os interessados;
DIREITO DE NÃO-INTERVENÇÃO DO ESTADO: garantia
contra a necessidade de autorização, extinção ou a
suspensão das entidades sindicais pelo Estado, por via
administrativa, impedindo imposição autoritária do Estado
na vida sindical.
DIREITO DE FILIAÇÃO: direito das associações sindicais
de criar federações ou confederações, e a faculdade de
filiação a organizações internacionais de trabalhadores e
empregadores.
Empregadores e trabalhadores, sem qualquer distinção e
sem autorização prévia, têm o direito de constituir
organizações que considerem convenientes, assim como de
filiar-se a essas organizações, tendo como objetivos a
promoção e defesa de seus interesses, com a única
condição de respeitar seu estatuto.
ARION SAYÃO ROMITA
REPITA-SE: segundo a CONVENÇÃO 87 DA OIT, a
única condição ao exercício da liberdade sindical é a de
que os integrantes do sindicato respeitem seu estatuto!
Liberdade sindical x pluralidade de
sindicatos
E como é no Brasil? Há liberdade sindical?
O Brasil não é signatário da Convenção 87 da OIT. Por quê?
PORQUE não há LIBERDADE SINDICAL PLENA! Há liberdade
de sindicalização! Há autonomia sindical!
Liberdade de sindicalização: posso ser sindicalizado ou não!
Autonomia sindical: não preciso de autorização estatal para criar
sindicato. E o Estado não pode suspender ou extinguir a atividade
sindical
Mas não há liberdade de escolha, porque a CF prevê a
UNICIDADE SINDICAL!!
O Brasil não é signatário da Convenção 87 da OIT. Por quê?
PORQUE não há LIBERDADE SINDICAL PLENA! Há liberdade
de sindicalização! Há autonomia sindical!
DISPÕE o Art. 8º, CF:
Art. 8º É livre a associação profissional ou sindical, observado o seguinte: (...) II – é vedada a criação de mais de uma
organização sindical, em qualquer grau, representativa de categoria profissional ou econômica, na mesma base territorial,
que será definida pelos trabalhadores ou empregadores interessados, não podendo ser inferior à área de um município
V - ninguém será obrigado a filiar-se ou a manter-se filiado a sindicato;
Juridicamente está fundamentada no artigo 3º da Convenção 87
da OIT (Brasil não é signatário) e no Brasil do Art. 8º, I CF
Artigo 3°
1. As organizações de trabalhadores e de empregadores terão o direito de
elaborar seus estatutos e regimentos, eleger livremente seus representantes,
organizar sua administração e atividades e formular seus programas de
ação.
2. As autoridades públicas abster-se-ão de qualquer intervenção que possa
limitar esse direito ou cercear seu exercício legal.
1. Data
Artigo 4°
As organizações de trabalhadores e de empregadores não
estarão sujeitas a dissolução ou suspensão por autoridade
administrativa.
Liberdade sindical x pluralidade de
sindicatos
Porque o Art. 8º, II CF veda a criação de mais de uma
organização sindical, em qualquer grau, na mesma base
territorial
Princípio da unicidade sindical
A CF manteve o princípio da unicidade sindical ou
da proibição de mais de um sindicato da mesma
categoria na mesma base territorial, que foi herdado
da CLT, que foi fundada em pirncípios do
corporativismo
Qual seria outro modelo de organização sindical?
Empresa;
Ramo de atividade
Quem a defende, diz que unicidade sindical foi adotada
para impedir a pulverização de vários sindicatos e o
enfraquecimento dos entes coletivos , diminuindo sua
capacidade de reinvindicação.
Princípio da unicidade sindical:
argumento de quem defende
Existe unicidade e unidade sindical. Qual a
diferença?
A unicidade é o reconhecimento pelo Estado de único ente sindical em determinada base territorial; na unidade atine na
união espontânea em torno de único sindicato: é o que ocorre na Alemanha
Pluralidade sindical: possibilidade de se criar mais de uma
entidade sindical, em qualquer grau, dentro da mesma
base territorial!
Unicidade sindical e pluralidade
sindical
Na pluralidade sindical, o trabalhador pode escolher
o sindicato ao qual se filiará, respeitando-se
plenamente o princípio da liberdade sindical
Como resolver questões acerca da existência de mais
de um sindicato na mesma base territorial??
Princípio da unicidade sindical x
princípio da especialidade
Como resolver questões acerca da existência de mais
de um sindicato na mesma base territorial? Havendo 2
sindicatos, qual é o legítimo representante da categoria?
Vigora o princípio da especialidade para solucionar essa
situação. Está no Art. 571 da CLT
Art. 571 - Qualquer das atividades ou profissões concentradas na forma do parágrafo único do artigo anterior poderá dissociar-se do Sindicato
principal, formando um Sindicato especifico, desde que o novo Sindicato, a juízo da Comissão do Enquadramento Sindical, ofereça possibilidade de
vida associativa regular e de ação sindical eficiente.
Liberdade associativa:ASPECTO POSITIVO: LIVRE VINCULAÇÃO
ASPECTO NEGATIVO: LIVREDESFILIAÇÃO
REPRESENTA A LIBERDADE DE ASSOCIAÇÃO (FILIAÇÃO/DESFILIAÇÃO) A UM SINDICATO
E o que afronta a liberdade de sindicalização?
a) Cláusulas de sindicalização forçada; e
b) Práticas antissindicais;
LIBERDADE DE SINDICALIZAÇÃO : uma
faceta da LIBERDADE SINDICAL
É nula qualquer cláusula de convenção coletiva
ou contrato individual de trabalho que subordine
a admissão no emprego ou a aquisição de
direitos a condição de ser filiado ou não
Por quê?
Por afronta ao princípio da liberdade de sindicalização
que é uma das facetas da liberdade sindical – Art. 8º, V
da CF/88
Princípio da LIBERDADE DE
SINDICALIZAÇÃO
SINDICALIZAÇÃO
FORÇADA
OBTENÇÃO/MANUTENÇÃO DO EMPREGO depende da SINDICALIZAÇÃO: cláusulas negociais coletivas
denominadas closed shop; union shop; preferencial shop; maintenence of membership
Há um conflito entre a pretensão de fortalecimento sindical e
da liberdade individual de filiação
Essas cláusulas são mais presentes nos sistemas anglo-
americanos! No Brasil, elas são nulas!!
PRÁTICAS ANTISSINDICAIS: exemplos
DESISTIMULA A SINDICALIZAÇÃO : entre contratantes e
não negociação coletiva
Empregado tem compromisso de nãofiliação com o empregador, para seradmitido;
Empregador estimula e controla aorganização e ações sindicais;
Lista negra: empregadores divulgamentre si nome de trabalhadores comexpressiva atuação sindical
Que norma preserva a proibição de prática
antissindical?
Art. 543,§ 6º - A empresa que, por qualquer modo, procurarimpedir que o empregado se associe a Sindicato, organizeassociação profissional ou sindical ou exerça os direitos inerentes àcondição de sindicalizado fica sujeita à penalidade prevista na letraa do art. 553, sem prejuízo da reparação a que tiver direito oempregado. (Parágrafo incluído pelo Decreto-lei nº 229, de28-02-67, DOU 28-02-67)
Art. 553 - As infrações ao disposto neste Capítulo serão punidas,
segundo o seu caráter e a sua gravidade, com as seguintes
penalidades:
a) multa de 2 (dois) valores-de-referência a 100 (cem) valores-de-
referência regionais, dobrada na reincidência;
GARANTIA À ATUAÇÃO SINDICAL – LIBERDADE DE FILIAÇÃO -
Convenção 98 da OIT – aprovada GENEBRA 1949 – adotada desde 1953
no Brasil : Decretos 49/52 (aprovação) e 33196 (promulgação)
ARTIGO 1º1 - Os trabalhadores deverão gozar de proteção adequada contra quaisquer
atos atentatórios à liberdade sindical em matéria de emprego.
2 - Tal proteção deverá, particularmente, aplicar-se a atos destinados a:
a) subordinar o emprego de um trabalhador à condição de não se filiar a um sindicato ou de deixar de fazer parte de um sindicato;
b) dispensar um trabalhador ou prejudicá-lo, por qualquer modo, em virtude de sua filiação a um sindicato ou de sua participação em atividades
sindicais, fora as horas de trabalho ou, com o consentimento do empregador, durante as mesmas horas.
Norma INTERNACIONAL : OIT
E ainda: Art. 2º da Convenção 98 da OIT
ARTIGO 2º
1 - As organizações de trabalhadores e de empregadores deverão gozar de proteção adequada contra quaisquer atos de ingerência de umas em
outras, quer diretamente, quer por meio de seus agentes ou membros, em sua formação, funcionante e administração.
2 - Serão particularmente identificadas a atos de ingerência, nos termos do presente artigo, medidas destinadas a provocar a criação de
organizações de trabalhadores dominadas por um empregador ou uma organização de empregadores, ou a manter organizações de
trabalhadores por meios financeiros ou outros, com o fim de colocar essas organizações sob o controle de um empregador ou de uma organização de
empregadores.
É expressão da garantia de atuação sindical a proteção dada
ao dirigente sindical:Art. 543 da CLT – lastreado no art. 8º, VIII
da CF
Art. 543,§ 3º - Fica vedada adispensa do empregadosindicalizado ou associado, apartir do momento do registrode sua candidatura a cargo dedireção ou representação deentidade sindical ou deassociação profissional, até 1(um) ano após o final do seumandato, caso seja eleito,inclusive como suplente, salvose cometer falta gravedevidamente apurada nostermos desta Consolidação.
Art. 543 - O empregado eleitopara cargo de administraçãosindical ou representaçãoprofissional, inclusive junto aórgão de deliberação coletiva,não poderá ser impedido doexercício de suas funções, nemtransferido para lugar ou misterque lhe dificulte ou torneimpossível o desempenho dassuas atribuições sindicais
Art. 8º, I da CF/88:
“ a lei não poderá exigir autorização do Estado para afundação de sindicato, ressalvado o registro no órgãocompetente, vedadas ao Poder Público a interferência ea intervenção na organização sindical”
Autonomia sindical: é a liberdade de organização
interna e de funcionamento dos sindicatos,
federações e confederações
É proibida a interferência ou intervenção do Poder Executivo na
área sindical!!
Princípio da AUTONOMIA SINDICAL : outra
faceta da LIBERDADE SINDICAL
Conteúdo da autonomia sindical: inexistência de
interferência do Estado e empregador,
representada por:
AUTOGESTÃO = o estatuto define a estrutura de gestão
LIVRE ESTRUTURAÇÃO INTERNA
LIVRE ATUAÇÃO EXTERNA
SUSTENTAÇÃO ECONÔMICO-FINANCEIRA
DESVINCULAÇÃO DE CONTROLES ADMINISTRATIVOS ESTATAIS e DO EMPREGADOR
PRINCÍPIOS DA NEGOCIAÇÃO COLETIVA
Princípios regentes da negociação
coletiva
Princípio da autonomia privada coletiva
Princípio da inescusabilidade negocial
Princípio da razoabilidade – adequação dassoluções
Princípio da lealdade das partes
contratantes – boa fé objetive
Pressuposto: o Estado não é o autor exclusivo do direito
positivo; é possível a grupos intermediários estabelecer liames
jurídicos, que resultam em normas de obrigatoriedade admitida
pelas leis.
Princípio da autonomia privada
coletiva
As associações profissionais são livres para negociar com o
empregador ou seu respectivo sindicato as condições de trabalho
aplicáveis à categoria que representam
É o primeiro e principal negociação coletiva: derivação do
princípio da liberdade sindical. Cada coletividade é livre para
determinar para si própria o que é melhor e o que é pior.
Ocorre livre e direta negociação entre os sindicatos de
trabalhadores e empregadores, o que decorre do poder de auto-
regulamentação
Nenhum princípio é absoluto! Há limites
Dispõe o Art. 7º, XXVI da CF/88:
Negociação coletiva: princípio da
autonomia coletiva
Art. 7º São direitos dos trabalhadores urbanos e rurais, além de outros que visem à melhoria de sua condição social: (...)
XXVI - reconhecimento das convenções e acordos coletivos de trabalho;
Há um reconhecimento constitucional sobre o que é disposto em norma
coletiva;
A jurisprudência se inclinou por muito tempo em admitir a negociação coletiva,
garantindo os direitos adquiridos por Lei, especialmente aqueles decorrentes de
normas de Medicina e Segurança do Trabalho;
Por isto, havia impedimento de negociação sobre redução do intervalo
intrajornada (S.437 do TST)
Negociação coletiva: princípio da
autonomia privada coletivaSúmula 437 do TST
437. Intervalo intrajornada para repouso e alimentação. Aplicação do art. 71 da CLT. (Conversão das Orientações Jurisprudenciais nºs 307, 342, 354, 380 e 381 da SBDI-
1 pela Resolução nº 185/2012, DeJT 25.09.2012)I - Após a edição da Lei nº 8.923/94, a não concessão ou a concessão parcial do
intervalo intrajornada mínimo, para repouso e alimentação, a empregados urbanos e
rurais, implica o pagamento total do período correspondente, e não apenas daquele
suprimido, com acréscimo de, no mínimo, 50% sobre o valor da remuneração da
hora normal de trabalho (art. 71 da CLT), sem prejuízo do cômputo da efetiva
jornada de labor para efeito de remuneração.
II - É inválida cláusula de acordo ou convenção coletiva de trabalho contemplando a
supressão ou redução do intervalo intrajornada porque este constitui medida de
higiene, saúde e segurança do trabalho, garantido por norma de ordem pública (art.
71 da CLT e art. 7º, XXII, da CF/1988), infenso à negociação coletiva.
Prevalência do NEGOCIADO sobre
o LEGISLADOLei 13.467/2017 – art. 611-A
Nova disciplina da REFORMA TRABALHISTA (Lei
13.467/2017) que reafirma a prevalência do NEGOCIADO
sobre o LEGISLADO, e amplia os limites e poderes sindicais,
antes limitados pela jurisprudência dos Tribunais Regionais e
do Tribunal Superior do Trabalho.
Mais: o art. 444, parágrafo único, com a redação da Lei
13.467/2017 diz que o trabalhador portador de diploma
superior, com salário mensal igual ou superior a duas vezes o
limite do Regime Geral de Previdência Social, pode fazer
NEGOCIAÇÃO INDIVIDUAL, com a mesma eficácia da
negociação coletiva, nas matérias do art. 611-A da CLT
Prevalência do NEGOCIADO sobre
o LEGISLADOLei 13.467/2017 – art. 611-A
Vejam: o art. 444, parágrafo único, não regula direito coletivo,
mas estipulações do contrato individual. Mas se refere ao art.
611-A da CLT, que está no capítulo do direito coletivo.
“Art. 444 (...)
Parágrafo único. A livre estipulação a que se refere o caputdeste artigo, aplica-se às hipóteses previstas no art. 611-A
desta Consolidação, com a mesma eficácia legal e
preponderância sobre os instrumentos coletivos, no caso de
empregado portador de diploma de nível superior e que
perceba salário mensal igual ou superior a duas vezes o limite
máximo dos benefícios do Regime Geral de Previdência Social
Negociação coletiva: princípio da
autonomia privada coletivaLei 13.467/2017 – art. 611-A
Art. 611-A. A convenção coletiva e o acordo coletivo de trabalho têm prevalência
sobre a lei quando, entre outros, dispuserem sobre;
I – pacto quanto à jornada de trabalho, observados os limites constitucionais;
II – banco de horas anual;
III- intervalo intrajornada, respeitado o limite mínimo de trinta minutos para jornadas
superiores a seis horas;
IV – adesão ao Programa Seguro-Emprego (PSE), de que trata a Lei 13.189, de 19
de novembro de 2015;
V – plano de cargos, salários e funções compatíveis com a condição pessoal do
empregado, bem como identificação dos cargos que se enquadram como funções de
confiança;
VI – regulamento empresarial;
VII- representante dos trabalhadores no local de trabalho;
VIII – teletrabalho, regime de sobreaviso, e trabalho intermitente;
IX – remuneração por produtividade, incluídas as gorjetas recebidas pelo
empregado, e remuneração por desempenho individual;
Negociação coletiva: princípio da
autonomia privada coletivaLei 13.467/2017 – art. 611-A
Art. 611-A. A convenção coletiva e o acordo coletivo de trabalho, observados os
incisos III e VI do art. 8º da Constituição, têm prevalência sobre a lei quando, entre
outros, dispuserem sobre;
X – modalidade de registro de jornada de trabalho;
XI – troca de dia de feriado;
XII – enquadramento do grau de insalubridade (MP 808, 14/11/2017));
XIII – prorrogação da jornada em ambientes insalubres, sem licença prévia das
autoridades competentes do Ministério do Trabalho;
XIV – prêmios de incentivo em bens ou serviços, eventualmente concedidos em
programas de incentivo;
XV – participação nos lubros e resultados da empresa
XII – enquadramento do grau de insalubridade e prorrogação de jornada em
locais insalubres, incluída a possibilidade de contratação de perícia,
afastada a licença prévia das autoridades competentes do Ministério do
Trabalho, desde que respeitadas, na integralidade, as normas de saúde,
higiene e segurança do trabalho previstas em lei ou em normas
regulamentadores do Ministério do Trabalho
Princípio da autonomia privada
coletiva
“São direitos dos trabalhadores urbanos e rurais, além de outros que visem à
melhoria de sua condição social: (...) XXVI- reconhecimento das convenções e
acordos coletivos de trabalho”
Art. 7º, XXI da CF
Art. 8º, §3º CLTLei 13.467/2017
Princípio da intervenção mínima na autonomia da vontade
coletiva
“No exame de convenção coletiva ou acordo coletivo de trabalho, a Justiça do
Trabalho analisará exclusivamente a conformidade dos elementos essencais do
negócio jurídico, respeitado o disposto no art. 104 da Lei 10.406, de 10 de janeiro de
2002 (Código Civil), e balizará sua atuação pelo princípio da intervenção mínima na
autonomia da vontade coletiva”
Princípio da interveniência do sindicato na normatização
coletiva/ Princípio da inescusabilidade
A validade do processo negocial depende da participação
do sindicato dos trabalhadores (Artigo 8º, III e VI da CF/88)
Objetivo: evitar negociação informal do empregador com
grupos coletivos sem organização estrutural, reunidos de
forma episódica e eventual. Não há neles institucionalização
democrática do sindicato
Art. 8º CF. (...) III – ao sindicato cabe a defesa dos direitos e interesses
coletivos ou individuais da categoria, inclusive em questões judiciais ou
administrativas;
(...) VI – é obrigatória a participação dos sindicatos nas negociações
coletivas de trabalho
Princípio da equivalência dos contratantes coletivos/
Princípio da igualdade/ Princípio da simetria
Os sujeitos do Direito Coletivo do Trabalho possuem a
mesma natureza, a de seres coletivos
Ambos contam com instrumentos de pressão e atuação, o
que viabiliza a negociação
Empregador : empresa que é ser
coletivo mesmo considerada
individualmente
Trabalhador: se apresenta
através de ente
representativo = sindicato
Trabalhador: garantia de
emprego/prerrogativa de
atuação sindical/greveEmpresa: poder
econômico
X
X
Como há equivalência entre os contratantes coletivos a
aplicação da hipossuficiência = diretriz protecionista e
intervencionista. Não incide, no âmbito coletivo, o princípio
protetivo
GODINHO: há instrumentos dispostos para os sindicatos (e
seus agentes) que reduzem a disparidade existente entre
trabalhador e empregador
Princípio da igualdade dos entes
coletivos
Exemplo:garantias de emprego,prerrogativas de atuação sindical,possibilidades de pressão emobilização sobre sociedade civil ouEstado, greve, etc.
Princípio da lealdade e transparência na negociação
coletiva ou lealdade de boa fé
Boa fé objetiva:
A boa fé objetiva deve ser
encarada como uma regra
de conduta, ou seja, um
dever de agir de acordo com
determinados padrões
socialmente recomendados,
de correção lisura,
honestidade para (...) não
frustar a confiança legítima
da outra parte
Célia Slawinski
Princípios da negociação coletiva:
faltantes
Paz social
Transparência
Paz social: na negociação coletiva há objetivo de
pacificação de um conflito em potencial, apaziguamento
de ânimos contraditórios. Negociação deve ser feita em
clima de paz. Ex.dever de respeitar a norma coletiva
durante sua vigência, pq o conflito esta pacificado.
Transparência: compromisso com a verdade: não obstar
conhecimento às partes direito ao acesso à informação.
Ex. acesso a atas de assembléia e ao balanço patrimonial