Transcript
  • 1. Rua Henrique Schaumann, 270, Cerqueira Csar So Paulo SP CEP 05413-909 PABX: (11) 3613 3000 SACJUR: 0800 0557688 de 2 a 6, das 8:30 s 19:30E-mail: [email protected]: www.saraivajur.com.brFiliaisAMAZONAS/RONDNIA/RORAIMA/ACRERua Costa Azevedo, 56 Centro Fone: (92) 3633-4227 Fax: (92) 3633-4782 ManausBAHIA/SERGIPERua Agripino Drea, 23 Brotas Fone: (71) 3381-5854 / 3381-5895 Fax: (71) 3381-0959 SalvadorBAURU (SO PAULO)Rua Monsenhor Claro, 2-55/2-57 Centro Fone: (14) 3234-5643 Fax: (14) 3234-7401 BauruCEAR/PIAU/MARANHOAv. Filomeno Gomes, 670 Jacarecanga Fone: (85) 3238-2323 / 3238-1384 Fax: (85) 3238-1331 FortalezaDISTRITO FEDERALSIA/SUL Trecho 2 Lote 850 Setor de Indstria e Abastecimento Fone: (61) 3344-2920 / 3344-2951 Fax: (61) 3344-1709 BrasliaGOIS/TOCANTINSAv. Independncia, 5330 Setor Aeroporto Fone: (62) 3225-2882 / 3212-2806 Fax: (62) 3224-3016 GoiniaMATO GROSSO DO SUL/MATO GROSSORua 14 de Julho, 3148 Centro Fone: (67) 3382-3682 Fax: (67) 3382-0112 Campo GrandeMINAS GERAISRua Alm Paraba, 449 Lagoinha Fone: (31) 3429-8300 Fax: (31) 3429-8310 Belo HorizontePAR/AMAPTravessa Apinags, 186 Batista Campos Fone: (91) 3222-9034 / 3224-9038 Fax: (91) 3241-0499 BelmPARAN/SANTA CATARINARua Conselheiro Laurindo, 2895 Prado Velho Fone/Fax: (41) 3332-4894 CuritibaPERNAMBUCO/PARABA/R. G. DO NORTE/ALAGOASRua Corredor do Bispo, 185 Boa Vista Fone: (81) 3421-4246 Fax: (81) 3421-4510 RecifeRIBEIRO PRETO (SO PAULO)Av. Francisco Junqueira, 1255 Centro Fone: (16) 3610-5843 Fax: (16) 3610-8284 Ribeiro PretoRIO DE JANEIRO/ESPRITO SANTORua Visconde de Santa Isabel, 113 a 119 Vila Isabel Fone: (21) 2577-9494 Fax: (21) 2577-8867 / 2577-9565 Rio de JaneiroRIO GRANDE DO SULAv. A. J. Renner, 231 Farrapos Fone/Fax: (51) 3371-4001 / 3371-1467 / 3371-1567 Porto AlegreSO PAULOAv. Antrtica, 92 Barra Funda Fone: PABX (11) 3616-3666 So Paulo

2. ISBN 978-85-02-18540-1Dados Internacionais de Catalogao na Publicao (CIP)Gonalves, Marcus Vinicius RiosDireito processual civil esquematizado / Marcus Vinicius Rios Gonalves. 3. ed. rev. e atual. So Paulo: Saraiva, 2013.Bibliografia.1. Processo civil 2. Processo civil Brasil I. Ttulo.CDU-347.9ndices para catlogo sistemtico:1. Direito processual civil 347.92. Processo civil: direito civil 347.9Diretor editorial Luiz Roberto CuriaGerente de produo editorial Lgia AlvesEditor Jnatas Junqueira de MelloAssistente editorial Sirlene Miranda de SalesProdutora editorial Clarissa Boraschi MariaArte, diagramao e reviso Know-how EditorialServios editoriais Camila Artioli Loureiro / Elaine Cristina da SilvaCapa Aero ComunicaoProduo eletrnica Know-how EditorialData de fechamento da edio: 7-11-2012Dvidas?Acesse: www.saraivajur.com.brNenhuma parte desta publicao poder ser reproduzida por qualquer meio ou forma sem a prvia autorizao da Editora Saraiva. Aviolao dos direitos autorais crime estabelecido na Lei n. 9.610/98 e punido pelo artigo 184 do Cdigo Penal. 3. HISTRICO DA OBRA 1.a edio: fev./2011; 2.a tir., abr./2011; 3. tir., jun./2011; 4. tir., jul./2011; 5. tir., ago./2011 2.a edio: jan./2012; 2.a tir., maio/2012; 3. tir., jul./2012 3.a edio: dez./2012 4. s minhas sobrinhas: Jlia, Isabella, Gabriela e Valentina. 5. Este livro no poderia ter sido redigido sem a colaborao de familiares e amigos, de cuja companhia tive de me privar poralgum tempo, mas que nem por isso deixaram de me incentivar e estimular. Gostaria de dedicar especial agradecimento aosmeus pais, Carlos Roberto e Elbe, e aos meus irmos, Victor e Daniela.Tambm gostaria de agradecer Luciana, pela pacincia, e ao amigo Maurcio Ribeiro, pela ajuda.Agradeo ainda ao Dr. Pedro Lenza, pelo convite e pelo apoio. 6. Durante o ano de 1999, pensando, naquele primeiro momento, nos alunos que prestariam o exame da OAB, resolvemos criaruma metodologia de estudo que tivesse linguagem fcil e, ao mesmo tempo, oferecesse o contedo necessrio preparaopara provas e concursos.O trabalho foi batizado como Direito constitucional esquematizado . Em nosso sentir, surgia ali uma metodologiapioneira, idealizada com base em nossa experincia no magistrio e buscando, sempre, otimizar a preparao dos alunos.A metodologia se materializou nos seguintes pilares: esquematizado: a parte terica apresentada de forma objetiva, dividida em vrios itens e subitens e em pargrafos curtos. Essaestrutura revolucionria rapidamente ganhou a preferncia dos concurseiros; superatualizado: doutrina, legislao e jurisprudncia em sintonia com as grandes tendncias da atualidade e na linha dos concursospblicos de todo o Pas; linguagem clara: a exposio fcil e direta, a leitura dinmica e estimulante trazem a sensao de que o autor est conversando como leitor; palavras-chave (keywords): os destaques na cor azul possibilitam a leitura panormica da pgina, facilitando a fixao dos principaisconceitos. O realce colorido recai sobre os termos que o leitor certamente grifaria com a sua caneta marca-texto; recursos grficos: esquemas, tabelas e grficos favorecem a assimilao e a memorizao dos principais temas; questes resolvidas: ao final de cada captulo, o assunto ilustrado com questes de concursos ou elaboradas pelos prprios autores,o que permite conhecer as matrias mais cobradas e tambm checar o aprendizado.Depois de muitos anos de aprimoramento, o trabalho passou a atingir tanto os candidatos ao Exame de Ordem quantotodos aqueles que enfrentam os concursos em geral, sejam das reas jurdica ou no jurdica, de nvel superior ou mesmoos de nvel mdio, assim como os alunos de graduao e demais profissionais.Ada Pellegrini Grinover , sem dvida, anteviu, naquele tempo, a evoluo do Esquematizado . Segundo a Professoraescreveu em 1999, a obra destina-se, declaradamente, aos candidatos s provas de concursos pblicos e aos alunos degraduao, e, por isso mesmo, aps cada captulo, o autor insere questes para aplicao da parte terica. Mas ser tiltambm aos operadores do direito mais experientes, como fonte de consulta rpida e imediata, por oferecer grande nmero deinformaes buscadas em diversos autores, apontando as posies predominantes na doutrina, sem eximir-se de criticaralgumas delas e de trazer sua prpria contribuio. Da leitura amena surge um livro fcil, sem ser reducionista, mas querevela, ao contrrio, um grande poder de sntese, difcil de encontrar mesmo em obras de autores mais maduros, sobretudo nocampo do direito.Atendendo ao apelo de concurseiros de todo o Pas, sempre com o apoio incondicional da Editora Saraiva, convidamosprofessores das principais matrias exigidas nos concursos pblicos das reas jurdica e no jurdica para compor aColeo Esquematizado.Metodologia pioneira, vitoriosa, consagrada, testada e aprovada. Professores com larga experincia na rea dosconcursos pblicos. Estrutura, apoio, profissionalismo e know-how da Editora Saraiva . Sem dvida, ingredientesindispensveis para o sucesso da nossa empreitada!Para o Direito Processual Civil , tivemos a honra de contar com o competente trabalho de Marcus Vinicius RiosGonalves, que soube, com maestria, aplicar a metodologia esquematizado sua vasta e reconhecida experinciaprofissional como professor extremamente didtico, juiz de direito h quase 20 anos e autor de consagradas obras.O autor, desde 1994, tem lecionado Direito Processual Civil no Complexo Jurdico Damsio de Jesus , o que o credenciacomo um dos maiores e mais respeitados professores da rea.O professor Marcus Vinicius, mestre pela Pontifcia Universidade Catlica de So Paulo (PUC/SP), autor, entre outrostrabalhos, do Novo curso de direito processual civil , bem como de Processo de execuo e cautelar (v. 12),Procedimentos especiais (v. 13) e Tutela de interesses difusos e coletivos (v. 26) da vitoriosa Coleo Sinopses Jurdicas daEditora Saraiva.O grande desafio, em nossa opinio concretizado com perfeio, foi condensar todo o Direito Processual Civil em um nicovolume, cumprindo, assim, o objetivo da coleo.No temos dvida de que este livro contribuir para encurtar o caminho do ilustre e guerreiro concurseiro na busca dosonho dourado!Esperamos que a Coleo Esquematizado cumpra o seu papel. Em constante parceria, estamos juntos e aguardamossuas crticas e sugestes.Sucesso a todos!Pedro Lenza 7. [email protected]: @pedrolenzahttp://www.saraivajur.com.br/colecao_esquematizado/ 8. A boa acolhida das edies anteriores animou-me a escrever nova nota, agora para a terceira edio. O sucesso deve seratribudo menos s qualidades do autor do que generosidade dos leitores, tanto dos estudantes de direito que se valem daobra como ajuda nos concursos que tm de enfrentar quanto dos profissionais da rea, que a tm utilizado em suasatividades prticas.Essas circunstncias aumentam a responsabilidade do autor, que procura mant-la sempre atualizada; a tarefa espinhosanum pas em que so frequentes as alteraes legislativas e comuns as mudanas de jurisprudncia.Desde a edio anterior, no houve grandes alteraes legislativas. Algumas orientaes jurisprudenciais foram cristalizadasem smulas do Superior Tribunal de Justia, j incorporadas ao texto. Tambm foram atualizadas as questes de concurso, como acrscimo de algumas que compuseram as provas de Processo Civil no ltimo ano.O autor no poderia deixar de registrar o seu agradecimento aos leitores que fizeram sugestes, ou manifestaram interesseou apreo pela obra. E de manifestar a esperana de que ela continue ajudando os operadores do direito, nas rduas tarefas deque se desincumbem. 9. LIVRO INOES GERAIS1. INTRODUO1. O processo civil1.1. Conceito1.2. Processo civil direito pblico ou privado?1.3. Direito material direito processual1.4. Instrumentalidade do processo1.5. O processo civil e os demais ramos do direito2. Breve histrico do processo civil2.1. Introduo2.2. Direito romano2.3. Perodo medieval2.4. O processo civil moderno2.5. O momento atual e as perspectivas para o futuro2.6. Esquematizao do histrico do processo civil3. O processo civil no Brasil2. A LEI PROCESSUAL CIVIL1. Norma jurdica2. Duas categorias de normas: as cogentes e as no cogentes3. Norma processual4. Fontes formais da norma processual civil4.1. A lei federal como fonte formal do processo civil4.2. Constituio e leis estaduais4.3. Fontes formais acessrias4.4. Smulas vinculantes5. Fontes no formais do processo5.1. Jurisprudncia6. Interpretao da lei6.1. Hermenutica jurdica6.2. Mtodos de interpretao6.3. Quadro indicativo dos vrios mtodos de interpretao7. Lei processual civil no espao8. Lei processual civil no tempo8.1. Vigncia8.2. A lei processual nova e os processos em curso8.3. Isolamento dos atos processuais8.4. Lei nova que altera competncia3. PRINCPIOS FUNDAMENTAIS DO PROCESSO CIVIL1. Introduo2. Princpios gerais do processo civil na Constituio FederalPrincpio do devido processo legal2.2. Princpio do acesso justia2.3. Princpio do contraditrio2.4. Princpio da durao razovel do processo2.5. Princpio da isonomia2.6. Princpio da imparcialidade do juiz (juiz natural)2.7. Princpio do duplo grau de jurisdio2.8. Princpio da publicidade dos atos processuais2.9. Princpio da motivao das decises judiciais3. Princpios infraconstitucionais do processo civil 10. 3.1. Introduo3.2. Princpio dispositivo3.3. Princpio da oralidade3.4. Princpio da persuaso racional (ou livre convencimento motivado4. QuestesLIVRO IIINSTITUTOS FUNDAMENTAIS DO PROCESSO CIVIL1. INTRODUO2. JURISDIO CIVIL1. Introduo2. Conceito3. Jurisdio, legislao e administrao4. Caractersticas essenciais da jurisdio5. Espcies de jurisdio5.1. Jurisdio contenciosa e voluntria5.2. Classificao da jurisdio quanto ao objeto5.3. Classificao da jurisdio quanto ao tipo de rgo que a exerce5.4. Classificao da jurisdio quanto hierarquia6. Jurisdio e competncia3. DA COMPETNCIA1. Introduo2. Competncia internacional (jurisdio de outros Estados)2.1. Sentena estrangeira2.2. O que pode e o que no pode ser julgado pela justia brasileira3. Competncia interna3.1. Introduo3.2. Noes sobre a estrutura do Poder Judicirio3.3. Quadro esquemtico da estrutura do Poder Judicirio3.4. Algumas premissas para a compreenso das regras de competncia interna3.5. Conceito de foro e juzo3.6. A competncia de foro e juzo3.7. Competncia absoluta e relativa3.8. A perpetuao de competncia3.9. Critrios para a fixao de competncia3.10. Como identificar se uma regra de competncia absoluta ou relativa?3.11. Esquema dos critrios para apurao de competncia3.12. Um exemplo de como apurar a competncia3.13. Regras gerais para a apurao de competncia3.14. Competncia da Justia Federal3.15. A apurao do foro competente3.16. Alguns exemplos de competncia funcional3.17. Esquema resumido das regras de competncia de foro3.18. Competncia de juzo breves consideraes3.19. A competncia nos Juizados Especiais Cveis4. A modificao de competncia4.1. Prorrogao de competncia4.2. Derrogao4.3. Conexo4.4. Continncia5. Preveno6. Conflito de competncia6.1. Procedimento do conflito7. Questes4. DA AO1. Introduo2. Direito material e direito de ao3. O direito de ao3.1. Introduo3.2. Natureza3.3. A ao e os demais institutos fundamentais do processo civil (jurisdio, exceo e processo)3.4. As duas acepes de ao3.5. O direito de ao condicionado3.6. Os elementos da ao 11. 3.7. Classificao das aes4. Questes5. O DIREITO DE DEFESA (EXCEO)1. Introduo1.1. As vrias acepes em que a palavra exceo pode ser tomada1.2. Esquema das vrias acepes do termo exceo6. O PROCESSO1. Introduo2. Processo e procedimento3. Instrumentalidade do processo4. Diversos tipos de processo5. O processo ecltico6. Processo e ao7. Pressupostos processuais7.1. Pressupostos processuais, condies da ao e mrito7.2. Pressupostos processuais como matria de ordem pblica7.3. Pressupostos processuais de existncia e validade8. QuestesLIVRO IIIOS SUJEITOS DO PROCESSO1. DAS PARTES E SEUS PROCURADORES1. Introduo2. Capacidade de ser parte3. Capacidade processual3.1. Representao e assistncia4. Curador especial4.1. Curador especial dos incapazes4.2. Curador especial do ru preso4.3. Curador especial do ru citado fictamente4.4. Curador especial em favor do idoso4.5. Poderes do curador especial4.6. Curador especial em execuo4.7. Curador especial na ao monitria4.8. Exerccio da funo de curador especial4.9. Se no nomeado o curador especial pode haver nulidade5. Integrao da capacidade processual das pessoas casadas5.1. Introduo5.2. Aes que versam sobre direito real imobilirio5.3. Outorga uxria ou marital5.4. O polo ativo das aes que versem sobre direito real imobilirio5.5. O polo passivo das aes que versem sobre direito real imobilirio5.6. Outorga uxria e unio estvel5.7. Forma da outorga uxria5.8. A recusa da outorga e a possibilidade de suprimento5.9. Esquema da capacidade processual das pessoas casadas nas aes que versem direito real sobre bens imveis6. Regularizao da capacidade processual e da representao processual7. Dos deveres das partes e seus procuradores7.1. Introduo7.2. Dos deveres7.3. Dos deveres das partes quanto s despesas processuais7.4. Multas7.5. Honorrios advocatcios8. Dos procuradores9. Da substituio das partes e dos procuradores9.1. Da alienao da coisa ou do direito litigioso9.2. A sucesso em caso de morte9.3. Substituio de procuradores10. Questes2. DO LITISCONSRCIO1. Introduo2. Justificativa3. Litisconsrcio multitudinrio3.1. Requisitos para que haja o desmembramento 12. 3.2. Questes prticas sobre o desmembramento3.3. O desmembramento requerido pelo ru3.4. Recurso em caso de desmembramento4. Classificao do litisconsrcio4.1. Litisconsrcio necessrio4.2. Litisconsrcio facultativo4.3. Litisconsrcio unitrio4.4. Litisconsrcio simples4.5. Das diversas combinaes possveis5. Momento de formao do litisconsrcio6. Problemas relacionados ao litisconsrcio necessrio6.1. Introduo6.2. Das consequncias da ausncia, no processo, de um litisconsorte necessrio6.3. A formao do litisconsrcio necessrio7. O regime do litisconsrcio7.1. Regime no litisconsrcio simples7.2. Litisconsrcio unitrio7.3. Esquema do regime do litisconsrcio8. Os litisconsortes com procuradores diferentes9. Questes3. DA INTERVENO DE TERCEIROS1. Introduo2. Interveno de terceiros voluntria e provocada3. Quando o terceiro transforma-se em parte4. Interveno de terceiros e a ampliao dos limites objetivos da lide5. A interveno de terceiros no cria um novo processo6. Tipos de processo que admitem interveno de terceiros7. Das diversas formas de interveno7.1. Assistncia7.2. Da oposio7.3. Nomeao autoria7.4. Denunciao da lide7.5. Chamamento ao processo8. Panorama geral das diversas espcies de interveno9. Questes4. DA INTERVENO DO MINISTRIO PBLICO DO PROCESSO CIVIL1. Introduo2. O Ministrio Pblico como parte2.1. O Ministrio Pblico como parte e os honorrios advocatcios3. O Ministrio Pblico como fiscal da lei3.1. Consequncias da falta de interveno do Ministrio Pblico como fiscal da lei4. Aspectos processuais da interveno do Ministrio Pblico5. Procedimento da interveno ministerial6. Questes5. DO JUIZ1. Introduo2. Impedimento do juiz3. Suspeio4. Poderes e deveres do juiz4.1. A vedao ao non liquet4.2. Excepcionalmente admite-se julgamento por equidade4.3. A necessidade de respeitar os limites da lide (o princpio da demanda)4.4. Outros poderes e deveres5. Responsabilidade do juiz6. Questes6. AUXILIARES DA JUSTIA1. Introduo2. Quem so?LIVRO IVDOS ATOS PROCESSUAIS1. NATUREZA E ESPCIES1. Introduo 13. 2. Conceito de ato processual3. Omisses processualmente relevantes4. Classificao dos atos processuais4.1. Atos das partes4.2. Atos do juiz2. FORMA E REQUISITOS1. Forma dos atos processuais1.1. O processo eletrnico1.2. Comunicao eletrnica dos atos processuais2. Requisitos dos atos processuais2.1. Requisitos gerais quanto ao modo dos atos processuais2.2. Requisitos gerais quanto ao lugar2.3. Requisitos gerais quanto ao tempo2.4. Precluso3. Esquema dos atos processuais quanto aos requisitos4. Invalidade do ato processual4.1. Atos meramente irregulares4.2. Nulidades processuais4.3. Nulidades absolutas ou relativas4.4. Como distinguir entre nulidade absoluta e relativa?4.5. As nulidades e a instrumentalidade das formas4.6. O efeito expansivo das nulidades4.7. Regularizao do processo4.8. Os atos processuais inexistentes4.9. Esquema geral das invalidades do processo3. DA COMUNICAO DOS ATOS PROCESSUAIS1. Introduo2. Carta rogatria3. Carta de ordem4. Carta precatria5. Citaes e intimaes4. DISTRIBUIO E REGISTRO1. Introduo2. Hipteses de distribuio por dependnciaLIVRO VFORMAO, SUSPENSO E EXTINO DO PROCESSO CIVIL1. FORMAO DO PROCESSO1. A propositura da demanda iniciativa da parte2. O impulso oficial2. SUSPENSO DO PROCESSO1. Introduo1.1. Morte ou perda da capacidade processual de qualquer das partes, de seu representante legal ou procurador1.2. Conveno das partes1.3. Oposio de exceo ritual de incompetncia do juzo e suspeio ou impedimento do juiz1.4. Sentena de mrito que depende do julgamento de um outro processo, ou da verificao de fato, ou da produo de certa prova, requisitada a outrojuzo, ou ainda do julgamento de questo de estado objeto de declarao incidente1.5. Fora maior1.6. Demais casos previstos em lei3. EXTINO DO PROCESSO DE CONHECIMENTO1. Introduo2. Extino do processo sem resoluo de mrito2.1. Quando o juiz indeferir a petio inicial2.2. Quando fique parado por mais de um ano por negligncia das partes2.3. Quando, por no promover os atos e diligncias que lhe compete, o autor abandonar a causa por mais de trinta dias2.4. Quando se verificar a ausncia de pressupostos de constituio e desenvolvimento vlido e regular do processo2.5. Quando o juiz acolher a alegao de perempo, litispendncia e coisa julgada2.6. Quando no concorrer qualquer das condies da ao, como a possibilidade jurdica, a legitimidade das partes e o interesse processual2.7. Quando houver conveno de arbitragem2.8. Quando houver desistncia da ao2.9. Quando a ao for considerada intransmissvel por disposio legal2.10. Quando ocorrer confuso entre autor e ru2.11. Nos demais casos prescritos em lei 14. 3. Consequncias da extino do processo sem julgamento de mrito3.1. A reiterao de aes3.2. A cessao da litispendncia3.3. A interrupo da prescrio4. Da resoluo de mrito4.1. Introduo4.2. Quando o juiz acolher ou rejeitar o pedido do autor4.3. Quando o ru reconhecer a procedncia do pedido4.4. Quando as partes transigirem4.5. Quando o juiz pronunciar a decadncia ou a prescrio4.6. Quando o autor renunciar ao direito em que se funda a ao5. QuestesLIVRO VIDO PROCESSO E DO PROCEDIMENTO1. DO PROCEDIMENTO COMUM ORDINRIO1. Introduo2. FASE POSTULATRIA1. Petio inicial1.1. Introduo1.2. Requisitos da petio inicial1.3. Pedido1.4. Indeferimento da inicial1.5. O juzo de admissibilidade positivo2. Resposta do ru2.1. Introduo2.2. As variadas formas de resposta2.3. Prazo de resposta no procedimento ordinrio2.4. Da contestao2.5. Excees rituais2.6. Reconveno2.7. Ao declaratria incidental2.8. Impugnao ao valor da causa3. Revelia3.1. Introduo3.2. Revelia e contumcia3.3. Efeitos da revelia4. Questes3. FASE ORDINATRIA1. Introduo2. A revelia e o julgamento antecipado da lide3. A ao declaratria incidental4. Rplica5. Regularizao6. Especificao de provas7. Julgamento conforme o estado do processo7.1. Extino do processo7.2. Julgamento antecipado do mrito7.3. Audincia preliminar4. FASE INSTRUTRIA1. Introduo2. Natureza jurdica das provas3. Classificao das provas4. Objeto da prova5. Fatos que no precisam ser comprovados6. Presunes e indcios6.1. Presunes simples ou hominis7. Prova de fato negativo8. O juiz e a produo da prova9. nus da prova9.1. A prova como nus9.2. nus da prova aspecto subjetivo e objetivo9.3. Distribuio do nus da prova9.4. Inverso do nus da prova 15. 10. Hierarquia das provas11. Provas ilcitas11.1. A gravao e a interceptao telefnica12. Meios de prova13. Da prova documental13.1. Introduo13.2. Conceito de documento13.3. Classificao dos documentos13.4. Exibio de documento ou coisa13.5. Fora probante dos documentos13.6. Eficcia das reprodues13.7. O incidente de falsidade documental13.8. Produo da prova documental14. Prova pericial14.1. Introduo14.2. Espcies de percia14.3. Admissibilidade da prova pericial14.4. O perito15. Inspeo judicial15.1. Introduo15.2. Procedimento16. Prova testemunhal16.1. Introduo16.2. Admissibilidade e valor da prova testemunhal16.3. A testemunha17. Depoimento pessoal17.1. Introduo17.2. Quem pode requer-lo e prest-lo17.3. Pena de confisso17.4. Procedimento18. Interrogatrio das partes18.1. Introduo18.2. Procedimento19. Confisso19.1. Introduo19.2. Espcies de confisso19.3. Eficcia da confisso19.4. Perda de eficcia da confisso19.5. Indivisibilidade da confisso20. Audincia de instruo e julgamento20.1. Introduo20.2. Procedimento da audincia de instruo e julgamento20.3. Adiamento da audincia21. Questes5. FASE DECISRIA1. Sentena1.1. Introduo1.2. A conceituao atual de sentena1.3. Espcies de sentena1.4. Requisitos essenciais da sentena1.5. As sentenas meramente terminativas1.6. As sentenas de improcedncia de plano1.7. Oportunidades em que a sentena poder ser proferida1.8. Defeitos da sentena1.9. Possibilidade de correo da sentena1.10. Efeitos da sentena1.11. A sentena que condena declarao de uma emisso de vontade1.12. Sentena condicional?1.13. Os captulos da sentena1.14. A sentena e os fatos supervenientes1.15. Efeitos secundrios da sentena2. Coisa julgada2.1. Introduo2.2. A coisa julgada no efeito da sentena2.3. As formas de manifestao da coisa julgada 16. 2.4. Os tipos de sentena (ou acrdo) que se revestem da autoridade da coisa julgada2.5. Limites objetivos da coisa julgada2.6. Limites subjetivos da coisa julgada2.7. Mecanismos pelos quais se pode afastar a coisa julgada2.8. Relativizao da coisa julgada3. Da ao rescisria3.1. Introduo3.2. Outros mecanismos de impugnao das sentenas transitadas em julgado3.3. Outras situaes em que no cabe a rescisria3.4. Ao rescisria contra deciso interlocutria?3.5. Juzo rescindente e juzo rescisrio3.6. Natureza jurdica da ao rescisria3.7. Requisitos de admissibilidade3.8. Hipteses de cabimento (CPC, art. 485)3.9. Procedimento da ao rescisria3.10. Prazo4. Questes6. PROCEDIMENTO SUMRIO1. Introduo2. Hipteses de admissibilidade2.1. O valor da causa (art. 275, I, do CPC)2.2. O procedimento sumrio em razo da matria2.3. Procedimento2.4. Panorama das principais diferenas entre o procedimento sumrio e o ordinrioLIVRO VIIDOS RECURSOS1. TEORIA GERAL1. Introduo2. Conceito3. Caractersticas dos recursos3.1. Interposio na mesma relao processual3.2. A aptido para retardar ou impedir a precluso ou a coisa julgada3.3. Correo de erros de forma ou de contedo3.4. Impossibilidade, em regra, de inovao3.5. O sistema de interposio3.6. A deciso do rgo ad quem em regra substitui a do a quo3.7. O no conhecimento do recurso e o trnsito em julgado4. Atos processuais sujeitos a recurso5. Juzo de admissibilidade e juzo de mrito dos recursos6. Requisitos de admissibilidade dos recursos6.1. Requisitos de admissibilidade intrnsecos6.2. Requisitos extrnsecos6.3. Inexistncia de smula impeditiva de recurso7. Modo de interposio dos recursos o recurso principal e o adesivo7.1. Processamento do recurso adesivo8. Princpios fundamentais do direito recursal8.1. Introduo8.2. Princpio da taxatividade8.3. Princpio da singularidade ou da unirrecorribilidade8.4. Princpio da fungibilidade dos recursos8.5. Princpio da proibio da reformatio in pejus9. Efeitos dos recursos9.1. Introduo9.2. Efeito devolutivo9.3. Efeito suspensivo9.4. Efeito translativo9.5. Efeito expansivo9.6. Efeito regressivo2. DOS RECURSOS EM ESPCIE1. Apelao1.1. Conceito1.2. Requisitos de admissibilidade1.3. Efeitos da apelao 17. 1.4. Possibilidade de inovar na apelao1.5. Processamento da apelao2. Agravo2.1. Introduo2.2. Cabimento2.3. Espcies3. Embargos infringentes3.1. Introduo3.2. Cabimento3.3. Processamento3.4. Efeitos4. Embargos de declarao4.1. Introduo4.2. Cabimento4.3. Requisitos de admissibilidade4.4. Processamento dos embargos4.5. Efeitos dos embargos de declarao4.6. Embargos de declarao com efeito modificativo5. Recurso ordinrio5.1. Introduo5.2. Cabimento5.3. Processamento6. Recurso extraordinrio e recurso especial6.1. Introduo6.2. Requisitos comuns de admissibilidade do recurso extraordinrio e especial6.3. Procedimento de interposio e admisso do RE e do REsp6.4. Recurso especial6.5. Recurso extraordinrio7. Embargos de divergncia em recurso especial e em recurso extraordinrio7.1. Introduo7.2. Processamento8. QuestesLIVRO VIIIDA EXECUO CIVIL1. DA EXECUO EM GERAL1. Introduo2. Como localizar, no CPC, os dispositivos que tratam da execuo civil3. O que execuo?4. Instrumentos da sano executiva5. Espcies de execuo5.1. Execuo mediata e imediata5.2. Execuo especfica5.3. Execuo por ttulo judicial ou extrajudicial5.4. Execuo definitiva ou provisria6. Princpios gerais da execuo6.1. Princpio da autonomia6.2. Princpio da patrimonialidade6.3. Princpio do exato adimplemento6.4. Princpio da disponibilidade do processo pelo credor6.5. Princpio da utilidade6.6. Princpio da menor onerosidade6.7. Princpio do contraditrio7. Atos executivos8. Competncia para a execuo civil8.1. Competncia para processar o cumprimento de sentena8.2. Competncia para a execuo de ttulo extrajudicial9. Das partes na execuo9.1. Legitimidade ativa9.2. Legitimidade passiva9.3. Litisconsrcio na execuo9.4. Interveno de terceiros10. Dos requisitos necessrios para a execuo10.1. Do inadimplemento do devedor10.2. Ttulo executivo 18. 11. Da responsabilidade patrimonial11.1. Obrigao e responsabilidade11.2. Bens sujeitos execuo11.3. Bens no sujeitos execuo11.4. Responsabilidade patrimonial de terceiros2. LIQUIDAO DE SENTENA1. Introduo2. Das diversas espcies de liquidao3. Fase de liquidao4. Legitimidade para a liquidao5. Natureza da liquidao6. Liquidao provisria7. Vedao de sentena ilquida8. Sentena parte lquida, parte ilquida9. Clculo do contador10. Liquidao por arbitramento11. Liquidao por artigos12. A liquidao julgada por deciso interlocutria13. Liquidao de sentena genrica em ao civil pblica14. Liquidaes no curso da fase de execuo3. EXECUO ESPECFICA1. Introduo2. Providncias que assegurem resultado prtico equivalente3. Converso em perdas e danos4. Mecanismos para compelir o devedor a cumprir a obrigao4.1. A multa4. PROCEDIMENTO DAS DIVERSAS ESPCIES DE EXECUO5. EXECUO DE TTULO EXTRAJUDICIAL1. Execuo tradicional2. Aspectos comuns a todas as espcies de execuo por ttulo extrajudicial2.1. Petio inicial2.2. Citao do executado2.3. Efeitos da citao vlida3. Processo de execuo para entrega de coisa certa4. Processo de execuo para entrega de coisa incerta5. Processo de execuo de obrigao de fazer e no fazer5.1. Execuo das obrigaes de fazer fungveis (procedimento)6. Execuo por quantia certa contra devedor solvente6.1. Introduo6.2. Petio inicial6.3. Despacho inicial6.4. Citao6.5. O arresto6.6. Curador especial6.7. Do pagamento6.8. Da penhora e do depsito6.9. Da avaliao de bens6.10. Intimao do executado6.11. Outras intimaes6.12. Expropriao7. Da defesa do devedor nas execues fundadas em ttulo extrajudicial7.1. Introduo7.2. Dos embargos de devedor7.3. Embargos de segunda fase7.4. Outras formas de defesa6. O CUMPRIMENTO DE SENTENA (EXECUO FUNDADA EM TTULO JUDICIAL)1. Introduo2. Evoluo da execuo fundada em ttulo judicial3. Cumprimento das sentenas condenatrias em obrigao de fazer, no fazer ou entregar coisa4. Cumprimento de sentena condenatria ao pagamento de quantia certa contra devedor solvente procedimento5. O incio da execuo5.1. O prazo para pagamento voluntrio5.2. A multa 19. 5.3. A iniciativa do credor6. O arquivamento por inrcia7. Prescrio intercorrente8. Honorrios advocatcios na fase executiva9. Mandado de penhora de avaliao10. Intimao da penhora11. Da defesa do executado em juzo11.1. Introduo11.2. Impugnao12. Peculiaridades do cumprimento de sentena condenatria por ato ilcito13. Execuo de sentena penal condenatria, sentena arbitral e sentena estrangeira14. Execuo por quantia certa contra a Fazenda Pblica14.1. Impossibilidade de penhora de bens14.2. A citao e a possibilidade de oposio de embargos prazo14.3. A no oposio dos embargos14.4. Os embargos14.5. O precatrio15. Execuo de penso alimentcia15.1. Execuo de alimentos pelo procedimento tradicional15.2. Execuo especial de alimentos16. Execuo por quantia certa contra devedor insolvente16.1. Introduo16.2. Procedimento as duas fases17. A reforma da execuo e o direito intertemporal7. DA SUSPENSO E EXTINO DAS EXECUES1. Da suspenso do processo de execuo2. Extino da execuo3. A sentena de extino4. QuestesLIVRO IXDA TUTELA ANTECIPADA E DA TUTELA CAUTELAR1. DA TUTELA ANTECIPADA1. Introduo2. A tutela antecipada e a efetividade do processo3. Conceito4. Satisfatividade e carter provisrio5. Tutela antecipada e cautelar6. Requisitos para a concesso da tutela antecipada6.1. Requerimento do autor6.2. Prova inequvoca da verossimilhana da alegao6.3. Perigo de dano irreparvel ou de difcil reparao6.4. O abuso do direito de defesa ou o manifesto propsito protelatrio do ru6.5. A no irreversibilidade dos efeitos do provimento6.6. A tutela antecipada em caso de incontrovrsia6.7. A tutela antecipada nas obrigaes de fazer ou no fazer (art. 461, 3, do CPC) e de entrega de coisa (art. 461-A, 3)6.8. Tipos de processo em que cabe a antecipao de tutela6.9. Momento para a concesso da tutela antecipada6.10. Possibilidade de revogao e modificao6.11. Recurso cabvel6.12. Fungibilidade entre tutela cautelar e antecipada6.13. Tutelas antecipadas contra a Fazenda Pblica6.14. A efetivao das tutelas antecipadas2. DA TUTELA CAUTELAR1. Introduo2. A tutela cautelar como uma das espcies de tutela de urgncia3. Em que consiste a tutela cautelar?4. Cautelares satisfativas?5. Processo cautelar e medidas cautelares6. possvel obter tutela cautelar fora do processo cautelar?7. As liminares7.1. A pouca utilidade da expresso liminar no sistema atual8. Caractersticas da tutela cautelar8.1. Acessoriedade 20. 8.2. Autonomia8.3. Urgncia8.4. Sumariedade da cognio8.5. Provisoriedade8.6. Revogabilidade e perda de eficcia8.7. Inexistncia de coisa julgada material8.8. Impossibilidade de reiterao, quando h cessao de eficcia8.9. Fungibilidade9. Eficcia da tutela cautelar9.1. Perda de eficcia quando no ajuizada a ao principal no prazo de trinta dias9.2. Perda de eficcia por falta de execuo dentro de trinta dias9.3. Perda de eficcia quando o juiz declara extinto o processo principal, com ou sem julgamento de mrito10. Poder geral de cautela10.1. O poder geral de cautela d ao juiz poderes para conceder tutelas cautelares de ofcio?10.2. Momentos em que pode haver o exerccio do poder geral de cautela11. O processo cautelar condies da ao e mrito11.1. Fumus boni juris11.2. Periculum in mora12. Procedimento do processo cautelar disposies gerais12.1. Introduo12.2. Processo cautelar preparatrio e incidente12.3. A relao processual autnoma12.4. Competncia12.5. Petio inicial12.6. A liminar12.7. Interveno de terceiros12.8. Citao12.9. Resposta do ru12.10. Sentena12.11. Recursos12.12. Coisa julgada12.13. A cauo12.14. Responsabilidade civil do requerente12.15. Tutela cautelar contra a Fazenda Pblica3. DOS PROCEDIMENTOS CAUTELARES ESPECFICOS1. Introduo2. Arresto2.1. Introduo2.2. Requisitos2.3. Bens que podem ser arrestados2.4. Procedimento3. Sequestro3.1. Introduo3.2. Requisitos3.3. Procedimento4. Busca e apreenso4.1. Introduo4.2. Procedimento5. Da exibio5.1. Introduo5.2. Cabimento5.3. Procedimento6. Produo antecipada de provas6.1. Introduo6.2. Tipos de provas que podem ser antecipadas6.3. Procedimento7. Dos alimentos provisionais7.1. Introduo7.2. Alimentos provisionais no se confundem com provisrios7.3. Hipteses de cabimento7.4. Procedimento8. Do atentado8.1. Introduo8.2. Requisitos8.3. Procedimento do atentado 21. 9. QuestesLIVRO XDOS PROCEDIMENTOS ESPECIAIS1. DOS PROCEDIMENTOS ESPECIAIS DE JURISDIO CONTENCIOSA1. Introduo2. Por que alguns procedimentos so especiais e outros no?3. Os vrios tipos de procedimentos especiais4. Uma seleo dos processos de procedimentos especiais de jurisdio contenciosa5. Da consignao em pagamento5.1. Introduo5.2. Dois tipos de ao de consignao5.3. Quais os bens que podem ser consignados?5.4. At quando possvel requerer a consignao em pagamento?5.5. possvel, em aes de consignao, discutir a validade de clusulas contratuais?5.6. Procedimento6. Da ao de depsito6.1. Introduo6.2. Depsito judicial desnecessidade de ao6.3. A priso civil do depositrio infiel6.4. Procedimento7. Da ao de prestao de contas7.1. Introduo7.2. Alguns exemplos de relaes das quais resulta a obrigao de prestar contas7.3. Natureza dplice7.4. A ao de exigir contas e a de prest-las7.5. Da ao de exigir contas7.6. Da ao de dar contas7.7. Forma pela qual as contas devem ser prestadas, tanto na ao de exigir como na de dar contas7.8. Prestao de contas por dependncia8. Aes possessrias8.1. Introduo8.2. Peculiaridades das aes possessrias8.3. Procedimento das aes possessrias9. Ao de nunciao de obra nova9.1. Introduo9.2. Natureza9.3. Nunciao de obra nova e dano infecto9.4. Hipteses de cabimento9.5. Procedimento10. Ao de usucapio de imveis10.1. Introduo10.2. Procedimento especial?10.3. Competncia10.4. Natureza10.5. Legitimados ativos10.6. Legitimados passivos10.7. Intimaes necessrias10.8. Procedimento11. Do inventrio e da partilha11.1. Introduo11.2. Casos em que o inventrio pode ser feito por escritura pblica, dispensando-se o inventrio judicial11.3. Inventrio11.4. Inventrio e partilha11.5. Procedimento do inventrio11.6. Da partilha11.7. Inventrio conjunto11.8. Arrolamento11.9. Arrolamento sumrio12. Dos embargos de terceiro12.1. Introduo12.2. Requisitos especficos de admissibilidade12.3. Casos especiais de embargos de terceiro12.4. Procedimento13. Da arbitragem 22. 13.1. Introduo13.2. O que arbitragem?13.3. A utilidade da arbitragem13.4. Limites da arbitragem13.5. Constitucionalidade da arbitragem13.6. Espcies de arbitragem13.7. Da conveno de arbitragem e seus efeitos13.8. Os rbitros13.9. O procedimento arbitral13.10. Sentena arbitral14. Procedimento monitrio14.1. Introduo14.2. Espcies de procedimento monitrio14.3. Facultatividade do procedimento monitrio14.4. Natureza da ao monitria14.5. Requisitos14.6. Ao monitria contra a Fazenda Pblica?14.7. Procedimento15. Juizados Especiais Cveis15.1. Introduo15.2. Fundamento constitucional e legal15.3. Natureza15.4. Princpios15.5. Competncia15.6. Litisconsrcio e interveno de terceiros15.7. O advogado no juizado especial cvel15.8. Do juiz, dos conciliadores e dos juzes leigos15.9. Procedimento2. DOS PROCEDIMENTOS ESPECIAIS DE JURISDIO VOLUNTRIA1. Introduo2. Natureza3. Distines entre jurisdio voluntria e contenciosa4. Caractersticas da jurisdio voluntria5. Regras gerais do procedimento5.1. Legitimidade5.2. Petio inicial e citao5.3. Interveno do Ministrio Pblico5.4. Resposta5.5. Instruo e sentena5.6. Recursos6. Pedidos que obedecem ao procedimento examinado nos itens anteriores (5.1 a 5.6)7. Dois procedimentos especficos de jurisdio voluntria7.1. Separao consensual8. QuestesREFERNCIAS 23. 1. O PROCESSO CIVILUma introduo que vise dar uma noo geral do Processo Civil no pode esquecer as origens dessa cincia. Aqueles queesto familiarizados com seus institutos muitos deles altamente abstratos esquecem-se, muitas vezes, de que o processosurgiu, antes de tudo, porque ao Estado, em determinada poca da evoluo histrica, foi atribudo o poder-dever desolucionar os conflitos de interesses . Essa observao necessria, porque aquele que quer lidar adequadamente com acincia do processo no pode jamais perder de vista essa finalidade, sob pena de transform-la em um amontoado deabstraes, nas quais os estudiosos perdem-se em questes de somenos.O risco de dissociao entre a cincia do direito e a sua finalidade ltima no recente. Erasmo de Rotterdam, no incio dosculo XVI, j observava, com fina ironia: Os jurisconsultos... rolam assiduamente a rocha de Ssifo, amontoando textos de leissobre um assunto sem a mnima importncia. Acumulando glosa sobre glosa, opinio sobre opinio, do a impresso de que suacincia a mais difcil de todas[1].A cincia do processo no pode perder de vista que o ser humano, naturalmente gregrio, envolve-se, com frequncia, emconflito de interesses. Dir-se-ia que isso faz parte de sua essncia, tanto que no h notcia de tempos passados, nem esperanade tempos vindouros, em que conflitos no se manifestem, e perturbem a sociedade.O Estado incumbido de zelar pela paz social edita normas, estabelecendo quais os direitos de cada um. Se todosrespeitassem estritamente os direitos alheios, e observassem os seus deveres, tais como estabelecidos na legislao, no haveriaconflitos e o processo seria desnecessrio. Mas as coisas no so assim, por vrios motivos. Nem sempre as regras so claras;nem sempre so adequadas e, sobretudo, nem sempre so suficientes para reprimir impulsos humanos profundamenteenraizados, que, cedo ou tarde, se manifestam. comum que o mais forte queira tomar do mais fraco; que o que no trabalhouqueira arrebanhar o fruto do esforo alheio; que o mais esperto queira ludibriar o mais ingnuo.Com isso, aquelas regras de conduta, previstas em abstrato pelo legislador, para regular situaes genricas, so violadas, esurge o conflito de interesses.A rigor, esse conflito no , ainda, um fenmeno processual, mas sociolgico. Pode ser que os envolvidos entrem emacordo, ou que um deles renuncie ao que acha ser seu. Mas pode ocorrer que no se chegue a uma soluo. Se assim for,qualquer dos interessados poder recorrer ao Estado-juiz para que d uma soluo imparcial (porque proferida por algum noenvolvido no conflito) e dotada de fora coercitiva. Quando o envolvido no conflito procura o Judicirio, o processo tem incio, e nesse ponto que intervm a cincia do processo, cujo fim perscrutar os mecanismos por meio dos quais o Estado-juizintervir na soluo dos conflitos a ele levados. Sem a possibilidade do processo e do recurso ao Judicirio prevaleceria a fora.Parafraseando Rousseau, convenhamos, pois, que a fora no faz o direito e que no se obrigado a obedecer seno apoderes legtimos[2].Eis o momento de formular o conceito do Processo Civil. 1.1. ConceitoO Processo Civil o ramo do direito que contm as regras e os princpios que tratam da jurisdio civil , isto , daaplicao da lei aos casos concretos, para a soluo dos conflitos de interesses pelo Estado-juiz.O conflito entre sujeitos condio necessria, mas no suficiente para que incidam as normas de processo, s aplicveisquando se recorre ao Poder Judicirio apresentando-se-lhe uma pretenso. Portanto, s quando h conflito posto em juzo.PROCESSO CIVIL: conflito de interesses + pretenso levada ao Estado-juizIsso fundamental para que no se confunda a relao entre as pessoas, nas suas vivncias intersubjetivas das quais podemresultar eventuais conflitos, com a que se estabelece com a instaurao do processo. Nesta, h um sujeito que no figurava narelao anterior: o juiz, cuja funo ser a de aplicar a lei ao caso concreto, na busca da pacificao social. S se compreendeo processo civil como ramo autnomo do direito quando se faz a distino entre as relaes dos envolvidos em conflitos nolevados a juzo, com as daqueles que so levados. As primeiras so lineares, as segundas triangulares. 24. 1.2. Processo civil direito pblico ou privado?O Direito um s, assim como o poder uno e indivisvel. Mas a cincia do Direito, influenciada pelos ideais aristotlicos ,no se priva de dividi-lo em grupos, subgrupos, ramos, divises. O direito processo civil um dos subgrupos do direitoprocessual, divido em processo civil e penal, aos quais poder-se-ia acrescentar o processo trabalhista. clssica a subdiviso entre os ramos do direito pblico e do direito privado. J Ulpiano, no Digesto, formulava a dicotomia:Direito pblico o que corresponde s coisas do Estado; direito privado, o que pertence utilidade das pessoas [3]. Muito setem criticado essa classificao, que simplifica demais, porque considera cada ramo do direito um bloco homogneo, como setodas as normas que o compem tivessem idntica natureza. As coisas no funcionam dessa maneira, e nos dias de hoje, ascoisas evoluram de forma a expor ainda mais a fragilidade da antiga distino. So frequentes as hipteses de publicizao derelaes que sempre foram consideradas privadas, como vem acontecendo, por exemplo, no direito contratual ou nas relaesde consumo.Mas, se considerarmos que a insero de um ramo do direito em uma das categorias pode ser feita levando em conta apredominncia da natureza pblica ou privada das normas que o compem, ainda se poderia encontrar alguma utilidade naclassificao.Feitas essas consideraes, havemos de concluir que o processo pertence categoria do direito pblico , tal como odireito constitucional, o administrativo, o tributrio e o penal, em oposio ao direito civil e comercial, que tradicionalmentepertencem ao direito privado. E pertence ao direito pblico porque regula um tipo de relao jurdica no qual o Estado figuracomo um dos participantes: os princpios e normas que o compem regem a atividade jurisdicional, e a dos litigantes, frente jurisdio. Novamente se acentua a distino entre a relao formada no processo, e aquela originada do conflito intersubjetivo.A relao civil entre duas pessoas pode ser privada. Mas, quando posta em juzo, forma uma nova, de cunho processual, quepertence ao direito pblico. 1.3. Direito material direito processualA lei atribui numerosos direitos aos membros da coletividade. As normas de direito material so aquelas que indicamquais os direitos de cada um. Por exemplo, a que diz que determinadas pessoas tm direito de postular alimentos de outras material: atribui um interesse primrio ao seu titular. As normas de processo so meramente instrumentais. Pressupe que otitular de um direito material entenda que ele no foi respeitado, e recorra ao Judicirio para que o faa valer. O direito materialpode ser espontaneamente respeitado, ou pode no ser. Se a vtima quiser faz-lo valer com fora coercitiva, deve recorrer aoEstado, do que resultar a instaurao do processo. Ele no um fim em si mesmo, nem o que almeja quem ingressou em juzo,mas um meio, um instrumento, para fazer valer o direito desrespeitado . As normas de direito processual regulamentamo instrumento de que se vale o Estado-juiz para fazer valer os direitos no respeitados dos que a ele recorreram.DIREITO MA T ERIA L DIREITO PROCESSUA LInteresse primrio Interesse secundrio Instrumento para fazer v aler o direito material desrespeitado 1.4. Instrumentalidade do processoO processo o instrumento da jurisdio , o meio de que se vale o juiz para aplicar a lei ao caso concreto. No umfim em si, j que ningum deseja a instaurao do processo por si s, mas meio de conseguir um determinado resultado: aprestao jurisdicional, que tutelar determinado direito, solucionando o conflito.O processo goza de autonomia em relao ao direito material que nele se discute. Mas no absoluta: ele no existedissociado de uma situao material concreta, posta em juzo. S ser efetivo se funcionar como instrumento adequado para asoluo do conflito.Os esforos dedicados conquista da autonomia do processo civil levaram ao surgimento da cincia processual, ramoindependente do direito. Mas alguns institutos de direito processual s so compreensveis quando examinados luz da relaoque deve haver entre o processo e o direito material. o caso, por exemplo, da ao e de suas condies. impossvelexaminar a legitimidade ad causam dos litigantes, sem referncia ao direito material alegado.Decorre da instrumentalidade que o processo no deve ser considerado apenas como algo tcnico, mas como mecanismotico-poltico-social de pacificao dos conflitos.E dela deriva, entre outras coisas, a instrumentalidade das formas : a desobedincia a determinada forma prescrita na leiprocessual no invalidar o ato que tenha atingido o resultado para o qual foi previsto. Por exemplo: a lei impe determinadasformalidades para a citao do ru. Ainda que desobedecidas, o ato ser vlido se o ru comparecer a juzo (CPC, art. 214, 1). A finalidade da citao dar cincia ao ru da existncia do processo, e se ele compareceu, porque tomou conhecimento.O princpio da instrumentalidade das formas foi expressamente consagrado no art. 154, do CPC, que assim estabelece: Osatos e termos processuais no dependem de forma determinada seno quando a lei expressamente a exigir, reputando-sevlidos os que, realizados de outro modo, lhe preencham a finalidade essencial. 25. 1.5. O processo civil e os demais ramos do direitoO poder e o direito so unos e indivisveis. Por isso, conquanto por razes tcnicas e didticas, a cincia processual osdesdobre em numerosos ramos, no h como consider-los isoladamente. O processo civil tem ligaes com todos os demaisramos do direito, com alguns mais intensa, com outros menos. 1.5.1. O processo civil e o direito constitucionalA maior parte dos princpios que rege o processo civil est na Constituio Federal . Como princpios so diretrizesque devem nortear a aplicao e a interpretao das normas, impossvel estudar e compreender o processo civil sem recorrer Constituio. A consagrao desses princpios pela Constituio indica uma tomada de posio: o processo no deverestringir-se a um aglomerado de regras tcnicas, mas em um mecanismo poltico e tico, cujas diretrizes so dadas pela leimais alta do Pas. A Constituio traa os princpios que serviro de norte para a aplicao das normas do processo. Tal arelevncia do arcabouo do processo formulado pela Constituio, que hoje se fala em um Direito ConstitucionalProcessual, quando se quer referir ao conjunto de princpios e normas de natureza processual civil que se encontra naConstituio; e em Direito Processual Constitucional , ao conjunto de normas que regulam a aplicao da jurisdioconstitucional[4].So exemplos de normas constitucionais que tm relevncia para o processo civil a garantia geral do acesso justia (art.5, XXXV), da isonomia (art. 5, caput e inc. I) e do contraditrio (art. 5, LV). A Constituio Federal cuida da organizaoda justia, da composio e atribuies dos rgos incumbidos de aplicar a jurisdio e das garantias dos juzes (vitaliciedade,inamovibilidade e irredutibilidade de vencimentos).So normas que regulam a jurisdio constitucional as que tratam do mandado de segurana, do habeas corpus , dosrecursos extraordinrio e especial e da ao direta de inconstitucionalidade, entre outras. 1.5.2. Processo civil e processo penalSo subdivises do direito processual. Existe uma teoria geral do processo , que estuda os princpios e institutosfundamentais da cincia processual, aplicveis ao processo civil, ao penal, ao trabalhista, ao tributrio etc. Os institutosfundamentais (jurisdio, ao, defesa e processo) e os princpios estruturais (devido processo legal, isonomia,contraditrio) so os mesmos. A diferena maior entre os diversos subgrupos est na pretenso posta em juzo. Na jurisdiopenal, a pretenso a aplicao da sano penal quele a quem se acusa de ter perpetrado um crime ou contraveno penal. Anatureza dessa pretenso e as peculiaridades da sano penal exigem que o processo penal tenha certas particularidades, que odiferenciam do civil. Mas o arcabouo estrutural das duas o mesmo. 1.5.3. Processo civil e direito penalA atribuio ao Estado de, em carter exclusivo, promover a soluo dos conflitos de interesses, pela aplicao da lei aocaso concreto, tornou ilcita, salvo excees previstas em lei, a autotutela. E para que tal vedao se tornasse efetiva, a leipenal tipificou a conduta, qualificando-a de exerccio arbitrrio das prprias razes; assim, a restaurao de um direito violadoter de ser feita pela jurisdio civil, sob pena de constituir crime de exerccio arbitrrio, salvo nos raros casos em que seautoriza a autotutela. 1.5.4. Processo civil e direito privadoApesar da autonomia do processo em relao ao direito material, a instrumentalidade o obriga a plasmar-se s exigncias dodireito material. por isso que, s vezes, a lei processual cria procedimentos especficos, que se amoldam s peculiaridades dodireito material.Um exame do procedimento da ao de consignao em pagamento, por exemplo, indica a preocupao do legislador emadaptar o processo s necessidades oriundas do direito material. Assim, quando h dvida sobre quem deve legitimamentereceber, a lei processual d ao procedimento da consignao uma estrutura adequada para solucionar o conflito, com a citaodos dois potenciais credores que passaro a disputar entre si a legitimidade do crdito. 1.5.5. Processo civil e direto pblicoO processo civil no se presta apenas aplicao, ao caso concreto, do direito privado, mas tambm do pblico. Ascontendas entre o particular e a Fazenda Pblica so veiculadas em processos cveis. 2. BREVE HISTRICO DO PROCESSO CIVIL 2.1. IntroduoO estudo do desenvolvimento do processo civil na antiguidade e na poca medieval, aps as invases brbaras, temrelevncia puramente histrica j que, a rigor, no se podia, ento, falar no processo como cincia autnoma.O que havia nesse perodo era uma assimilao entre os conceitos de processo e ao, em que no se fazia a distinoentre o direito material e o processual. No havia a cincia autnoma do processo, cujos institutos fundamentais no sedistinguiam daqueles do direito material.O direito processual integrava o material, era como uma espcie de ramo deste. Mas foi a partir dessa raiz romano-germnicaque ele evoluiu. Inmeros institutos se desenvolveram nesse perodo, e tornaram-se profundamente teis aoprocesso, mas sem que tivessem por matriz uma cincia autnoma. Eram estudados como pertences do direito material. 2.2. Direito romanoPodem-se distinguir trs fases no Direito Processual Civil romano: o perodo das legis actiones , em que o direito era 26. predominantemente oral, e o direito substancial era criao pretoriana; o perodo formulrio, em que o direito passou a teruma base escrita, embora continuasse em boa parte oral; e o perodo da extraordinria cognitio , em que o direito erapredominantemente escrito, no qual surgiram princpios e regras que tratavam do exerccio da jurisdio e da formao doprocesso, desde o seu incio at a sentena. 2.3. Perodo medievalO processo ainda no goza de autonomia, e persiste a confuso entre direito material e ao. Com a queda do imprio e asinvases brbaras, o direito altamente desenvolvido dos romanos sofreu o impacto de uma cultura muito inferior, que utilizavamtodos completamente diferentes. O sistema processual dos brbaros era fundado em supersties e ritos sacramentais ,que no se compatibilizavam com o sistema romano. Os invasores procuraram impor a sua forma de soluo de conflitos aosvencidos, que no se compatibilizava com o sistema romano. Neste, por exemplo, as provas destinavam-se a formar aconvico do juiz, que exercia a funo estatal de dirimir um conflito de interesses. No direito germnico, o papel do juiz eramais reduzido, pois a sua deciso no era dada com base na prpria convico, mas no resultado mecnico da soma dos valoresdas provas. Cada uma tinha o seu valor, e aqueles que as apresentassem mais valiosas venceriam a demanda,independentemente da convico do juiz (prova legal e ordlias) . O processo medieval foi caracterizado por essa simbioseentre o antigo direito romano e o dos brbaros. 2.4. O processo civil modernoConquanto o surgimento do processo como cincia autnoma seja fruto de uma poca, de uma evoluo prolongada epermanente, resultado da contribuio de inmeros estudiosos, costuma-se fixar uma data para o seu nascimento. o ano de1868 (o que o torna um dos ramos autnomos mais recentes do direito), quando Oskar von Blow publicou, na Alemanha, a suaTeoria dos pressupostos processuais e das excees dilatrias . Por que essa obra tida como o marco inicial? Porque nelase evidencia, com maior clareza, que o processo no podia mais ser confundido com o simples exerccio do direitoprivado; e que a ao no era o direito material em movimento, ou armado. Do que resulta que a relao que deriva doprocesso, no se confunde com a relao material que nele se discute. Foi o momento em que o processo ganhou autonomia,em que se deu incio superao do pensamento imanentista, que no distinguia entre a ao e o direito material.Da, foi um passo para o estabelecimento dos princpios e para a enumerao dos institutos fundamentais, que qualificamuma cincia como tal.Desde ento, a cincia processual teve um notvel desenvolvimento, em especial a partir dos estudos de grandes juristasalemes (Wach, Degenkolb, Goldschmidt, Rosemberg, Lent e Schwab) e italianos (Chiovenda, Carnelutti, Calamandrei,Liebman e Capeletti). 2.5. O momento atual e as perspectivas para o futuroO processo civil tem, nos dias de hoje, passado por grandes alteraes. A par das teorias e fundamentos clssicos, assiste-seao surgimento de novos movimentos e tendncias, cujos instrumentos prestam-se a atender as necessidades das sociedadescontemporneas.H, hoje em dia, uma priorizao de certos aspectos do processo, para os quais o sistema tradicional no dava soluo. Oscasos mais evidentes so os relacionados ao acesso justia e lentido dos processos , bem como distribuio dos nusdecorrentes da demora na soluo dos conflitos. H ainda a questo da socializao da justia, relacionada ao fato de quemuitos conflitos de interesses deixam de ser levados a juzo, seja em virtude do custo que isso demanda, seja porque o interesseno tem lesado direito, pois o dano pulveriza-se entre toda a sociedade (interesses difusos e coletivos).Entre outros instrumentos que apontam as novas tendncias do processo, podem ser mencionados os juizados especiaiscveis, cujo objetivo facilitar o acesso justia, tornando consumidores dela pessoas que possivelmente no levariam a juzoseus litgios de menor extenso; as tutelas de urgncia, que servem para reduzir os danos decorrentes da demora do processo; atutela de interesses difusos e coletivos, atribuda a determinados entes.A busca atual e os novos rumos do processo dirigem-se para a universalizao da justia, com facilitao do acesso detodos, melhor distribuio dos nus da demora do processo, e a tutela de interesses que, por fragmentados entre os membros dacoletividade, no eram adequadamente protegidos.A isso, deve-se acrescentar a tendncia de constitucionalizao do direito . O ordenamento jurdico composto denormas estabelecidas de forma hierrquica. O topo da pirmide ocupado pela Constituio Federal, e todas as normasinfraconstitucionais devem haurir dela a sua validade. Os princpios fundamentais do processo civil esto na Constituio, e asnormas processuais devem ser interpretadas sob a tica constitucionalista, respeitando as diretrizes por ela estabelecidas.O processo de hoje e do futuro busca os seguintes valores: FACILITAO DO ACESSO JUSTIA: A lei deve adotar mecanismos que permitam que todos possam levar aoJudicirio os seus conflitos, reduzindo-se a possibilidade da chamada litigiosidade contida, em que a insatisfao no levada a juzo, e permanece latente. DURAO RAZOVEL DO PROCESSO: A demora na soluo dos conflitos traz nus gravosos quele que ingressaem juzo, o que estimula o adversrio a tentar prolongar indefinidamente o processo. Devem-se buscar mecanismos querepartam esses nus. INSTRUMENTALIDADE: O processo instrumento que deve ser sempre o mais adequado possvel para fazer valer odireito material subjacente. Assim, deve-se buscar amold-lo sempre, de modo a que sirva da melhor forma soluo daquesto discutida. TUTELA DE INTERESSES COLETIVOS E DIFUSOS: decorrncia direta da exigncia de garantia de acesso justia. H direitos que esto pulverizados entre os membros da sociedade, o que traz risco sua proteo, se esta no for 27. atribuda a determinados entes. UNIVERSALIZAO: Todos os valores aqui mencionados poderiam ser resumidos neste: a busca pelademocratizao e universalizao da justia, nica situao em que o Judicirio cumprir idealmente o seu papel, que o de assegurar a todos a integral proteo de seus direitos. CONSTITUCIONALIZAO DO DIREITO PROCESSUAL: os princpios do processo civil esto, em grande parte,na Constituio, e as normas devem ser interpretadas sob a tica constitucional, o que permite falar em um direitoconstitucional processual. EFETIVIDADE DO PROCESSO: relacionada a todos os princpios anteriores. O processo tem de ser instrumento eficazde soluo dos conflitos. O consumidor do servio judicirio deve receb-lo de forma adequada, pronta e eficiente. Atcnica no deve ser um fim ltimo, mas estar a servio de uma finalidade, qual seja, a obteno de resultado que atenda aoque se espera do processo, do ponto de vista tico, poltico e social. 2.6. Esquematizao do histrico do processo civilMOMENTO HISTRICO CA RA CTERST ICA S MA RCA NT ESA ntiguidade C onfuso entre ao e direitoTrs fases: predominantemente oral (legis actiones)Base escrita (perodo formulrio)Escrita (extraordinaria cognitio)Idade mdia Persiste a confuso entre ao e direitoInv ases brbaras (prov a legal e ordlias)Fuso entre direito romano e brbaroProcesso moderno O skar v on Blow, 1868A utonomia do processo civ ilDistino entre direito material e processualC riao de princpios e institutos prpriosProcessual atual (e nov as perspectiv as) Univ ersalizao do acessoDurao razov el do processoInstrumentalidade das formasTutelas diferenciadasC onstitucionalizao do processo civ il 3. O PROCESSO CIVIL NO BRASILDurante o perodo colonial vigoraram no Brasil as Ordenaes Filipinas , editadas em Portugal, o que se prolongou atmesmo aps a proclamao da independncia.Em 1850 foi editado, junto com o Cdigo Comercial, o Regulamento 737 , aplicvel, de incio, somente s relaescomerciais, e discusses judiciais a ela relacionadas.Posteriormente, no incio da Repblica, a aplicao do Regulamento foi estendida s questes cveis.A Constituio de 1891 , ao atribuir capacidade aos estados federativos de legislar sobre processo, deu ensejo aosurgimento dos cdigos judicirios estaduais, que regulavam a justia dos estados.Somente com a Constituio Federal de 1934 que a competncia para legislar sobre processo passou a ser exclusivada Unio, do que resultou a edio dos dois Cdigos de Processo Civil que vigoraram no Brasil, o de 1939, e o atual, de 1973.Nos dois, j estavam bem assentadas as distines entre direito material e processual, embora no atual sejam evidentes asconquistas, sobretudo as relacionadas fase de saneamento, julgamento antecipado da lide, cabimento de recursos e medidascautelares.Recentemente, o Cdigo de Processo Civil passou por numerosas alteraes. Optou-se por um sistema gradual deimplantao de pequenas reformas , em detrimento de uma nova codificao. Entre as principais alteraes, destacam-se aque generalizou a possibilidade de concesso de tutelas antecipadas , a que alterou a execuo civil , a que implantou oprocedimento monitrio e muitas outras, sempre destinadas a dar maior efetividade ao processo. Teme-se, no entanto, que aextenso de tais reformas acabe por colocar em perigo a integridade e o carter sistemtico, de que gozava o Cdigo em suaredao originria.Resumidamente, tem-se: Fase das Ordenaes Filipinas (vigoraram durante o perodo colonial, e pelo primeiro e segundo Imprios). Regulamento 737 Entrou em vigor em 1850, mas se aplicava to somente s causas comerciais. Somente em 1890teve sua aplicao estendida s causas cveis. Constituio de 1891. Atribui competncia concorrente aos estados para legislar sobre processo civil, o que deu ensejo aosurgimento de Cdigos Judicirios estaduais, em alguns estados da federao, sem prejuzo da existncia de normas federaisde processo. Constituio de 1934. Tornou a atribuir Unio a competncia para legislar sobre processo. No revogou os CdigosJudicirios, que permaneceram vigentes at que fosse editado o Cdigo de Processo Civil, de vigncia nacional. Cdigo de 1939. Vigorou de 01 de janeiro de 1940 a 31 de dezembro de 1973. Embora tenha consagrado numerosas dasconquistas feitas, at a poca, pela cincia do Processo Civil, pecava pela timidez e falta de tcnica. No entanto, consistiuem um significativo avano em relao ao perodo anterior. Cdigo de 1973. Entrou em vigor em janeiro de 1974, e foi elaborado a partir do projeto do Min. Alfredo Buzaid, ilustre 28. representante da Escola Paulista do Processo Civil, que se desenvolveu a partir dos estudos realizados por Enrico TullioLiebman e seus discpulos. Representou enorme avano, pois imprimiu ao Cdigo um carter mais cientfico, adotando osdesenvolvimentos mais recentes da tcnica processual. Constituio de 1988. Atribuiu Unio competncia exclusiva para legislar sobre direito processual, concedendo aosestados competncia supletiva sobre procedimentos em matria processual. Consagrou inmeros princpios do processo,dando ensejo ao desenvolvimento do direito processual constitucional. Reformas sucessivas e pontuais da legislao. A busca da maior efetividade do processo e o desenvolvimento de novastcnicas processuais tm dado ensejo a uma onda de reformas que alteraram, em boa parte, a fisionomia do Cdigo, semmodificar-lhe, no entanto, a estrutura fundamental.1 Erasmo de Rotterdam, Elogio da loucura, p. 65.2 Rousseau, Do contrato social, Captulo III.3 Ulpiano, Digesto, Livro I, Ttulo I, 2.4 Essa distino entre Direito Processual Constitucional e Direito Constitucional Processual formulada por Nelson Nery Junior, em Princpios doprocesso civil na Constituio Federal , p. 15. Mas essa dupla denominao no tem sido usada de modo uniforme pela doutrina, havendo aqueles que autilizam de forma inversa quela usada pelo processualista mencionado. Essa divergncia no uso das expresses no relevante, se considerarmos osnomes como rtulos que apomos a coisas ou conceitos. Basta, para a compreenso do tema, que se apreenda a existncia, na Constituio Federal, deprincpios ou normas que regem o processo civil infraconstitucional; e normas que regulamentam o processo, relacionado a institutos de jurisdiopropriamente constitucional. Os primeiros se relacionam influncia da Constituio sobre o processo civil; os segundos, aos mecanismos processuais deefetivao dos institutos constitucionais. 29. 1. NORMA JURDICAVigora entre ns o princpio da supremacia da lei, norma escrita emanada da autoridade competente.As principais caractersticas da norma jurdica so: GENERALIDADE, j que ela se aplica a todas as pessoas indistintamente , ou ao menos a uma categoria delas. Dao seu carter abstrato. IMPERATIVIDADE, pois ela impe a todos os destinatrios uma obrigao. Por isso, a norma tem, em regra, carterbilateral: a cada dever imposto corresponde um direito. Exemplo: se impe o dever de no causar dano a algum, obrigaaquele que o causar a indenizar a vtima. AUTORIZAMENTO, que consiste na possibilidade de o lesado pela violao norma exigir-lhe o cumprimento, o quedistingue as normas legais, das ticas ou religiosas. PERMANNCIA, que significa que a norma vigora e prevalece at sua revogao. EMANAO DA AUTORIDADE COMPETENTE, nos termos impostos pela Constituio Federal. 2. DUAS CATEGORIAS DE NORMAS: AS COGENTES E AS NO COGENTESEssa classificao leva em conta a imperatividade da norma, que pode ser: COGENTE: de ordem pblica, no pode ser derrogada pela vontade do particular. Editada com finalidade de resguardaros interesses da sociedade. NO COGENTE: tambm chamada dispositiva, no contm um comando absoluto, inderrogvel. Sua imperatividade relativa. Subdivide-se em: PERMISSIVA: quando autoriza o interessado a derrog-la, dispondo da matria da forma como lhe convier. SUPLETIVA: aplicvel na falta de disposio em contrrio das partes.NORMA S COGENT ES NORMA S N O COGENT ESO rdem pblica No so de interesse pblicoInderrogv eis Podem ser derrogadasInteresse da sociedade Interesse especfico dos litigantesPodem ser permissiv as (permitem expressamente a derrogao) ou supletiv as (aplicv eisquando no houv er conv eno contrria) 3. NORMA PROCESSUALTrata das relaes entre os que participam do processo, e do modo pelo qual os atos processuais sucedem-se no tempo. Emsuma, da relao processual (como aquelas relativas aos poderes do juiz, aos nus e direitos das partes) ou do procedimento(como as que regulam a sucesso dos atos na audincia).Nem sempre fcil distinguir quais so as normas processuais cogentes e quais as dispositivas. Como o processo civilintegra o direito pblico, suas normas so quase todas cogentes, sendo raras as dispositivas.Os exemplos mais importantes de normas dispositivas do Cdigo de Processo Civil so: as que tratam da possibilidade de inverso convencional do nus da prova (CPC, art. 333, pargrafo nico); as que permitem a suspenso do processo e da audincia de instruo por conveno; as que estabelecem regras de competncia relativa, que pode ser derrogada pelos litigantes. 4. FONTES FORMAIS DA NORMA PROCESSUAL CIVILA expresso fonte do direito equvoca, pois pode ser empregada em mais de um significado. Pode indicar o poderde criar normas jurdicas e a maneira pela qual o direito se manifesta[5]. tradicional a distino entre fontes formais e no formais do direito, embora tal distino no seja de grande relevnciaprtica. So fontes formais as que expressam o direito positivo, as formas pelas quais ele se manifesta.A fonte formal por excelncia a lei (fonte formal primria) . Alm dela, podem ser mencionados a analogia, o costume,os princpios gerais do direito e as smulas do STF, com efeito vinculante (fontes formais acessrias ou indiretas) ,necessrios porque o ordenamento jurdico no pode conter lacunas, cumprindo-lhe fornecer os elementos para supri-las. 30. Fonte formal primria: Lei.Fontes formais acessrias: Analogia, costume e princpios gerais do direito, erigidos em fonte formal pelo art. 4, da Lei de Introduo s Normas doDireito Brasileiro, e art. 126, do CPC. Smula vinculante, editada pelo Supremo Tribunal Federal (art. 103-A, e pargrafos, da Constituio Federal e Lei n.11.417/2006).Entre as fontes no formais, destacam-se: A doutrina. Os precedentes jurisprudenciais (salvo os erigidos em smula vinculante).As normas processuais civis tm as mesmas fontes que as normas em geral, tanto as principais ou diretas quanto asacessrias ou indiretas (CPC, art. 126). 4.1. A lei federal como fonte formal do processo civilA disciplina do processo civil feita, em regra, por lei federal. Nos termos do art. 22, I, da Constituio Federal, compete Unio legislar sobre o direito processual civil. Todavia, o art. 24, IX da CF, atribui competncia concorrente Unio eaos Estados para legislar sobre procedimento em matria processual . Os 1, 2 e 3 desse dispositivo determinamque a Unio editar as normas gerais sobre procedimento, cabendo aos Estados competncia suplementar para editar as decarter no geral. Na ausncia de lei federal, a competncia estadual plena, podendo o Estado editar normas de cunho geral.A grande dificuldade que o tema da competncia legislativa sobre regras de processo traz distinguir quais so as regras deprocesso, e quais as de procedimento, uma vez que a todo processo corresponde um procedimento, e todo procedimento dizrespeito a um processo. possvel dizer que, em regra, as normas procedimentais so as que versam exclusivamente sobre a forma pelaqual os atos processuais se realizam e se sucedem no tempo . Diferem das que tratam das relaes entre os sujeitos doprocesso, os poderes, faculdades, direitos e nus atribudos a cada um. Mas a qualificao de uma norma como processual ouprocedimental pode gerar interminveis discusses.O CPC uma lei federal ordinria, sendo o repositrio mais importante de normas de processo. Mas h inmeros outrosdiplomas que se relacionam, direta, ou indiretamente, ao processo civil, como a Lei do Juizado Especial Cvel; a Lei do Mandadode Segurana; da Ao Civil Pblica, de Falncias, do Inquilinato, o Cdigo de Defesa do Consumidor, entre outros. 4.2. Constituio e leis estaduaisOs Estados, como j ressaltado, tm competncia concorrente para editar normas de cunho estritamenteprocedimental, cabendo Unio editar as normas gerais, e aos Estados as suplementares. No havendo lei federal, acompetncia estadual para legislar sobre o assunto ser plena, na forma do art. 24, 3, da CF.Alm da competncia concorrente, a Constituio Federal atribui aos Estados a incumbncia de organizar sua prpriajustia, editando leis de organizao judiciria (art. 125, 1), bem como dispor sobre a competncia dos tribunais e sobre adeclarao de inconstitucionalidade de leis estaduais e municipais. 4.3. Fontes formais acessriasSo as mesmas das normas em geral, estabelecidas no CPC, art. 126: analogia, costume e princpios gerais do direito.Servem para suprir as lacunas do ordenamento jurdico, integrando-o. 4.4. Smulas vinculantes 4.4.1. IntroduoForam introduzidas em nosso ordenamento jurdico pela Emenda Constitucional n. 45/2004 , depois de intensa polmica.Sua regulamentao, no entanto, s ocorreu com a Lei n. 11.417, de 19 de dezembro de 2006 , com vacatio legis de trsmeses.Embora de pouca relevncia prtica, a questo de a smula vinculante constituir ou no fonte formal do direito pode serlevantada, porque a jurisprudncia a classifica entre as fontes no formais. Mas, se considerarmos que o art. 103-A daConstituio e a lei que as regulamentou atribuem expressamente fora vinculante a tais smulas, teremos de concluir que elasforam elevadas a fontes formais.Podemos defini-las como as editadas pelo STF, com quorum qualificado, que tm por objeto a validade, a interpretaoe a eficcia de normas determinadas e que vinculam as decises judiciais e os atos administrativos. 31. 4.4.2. Objeto dado pelo art. 2, 1, da Lei n. 11.417/2006: a validade, a interpretao e a eficcia de normas determinadas ,acerca das quais haja, entre rgos judicirios ou entre esses e a administrao pblica, controvrsia atual que acarretegrave insegurana jurdica e relevante multiplicao de processos sobre idntica questo. 4.4.3. Requisitos 4.4.3.1. Matria constitucionalA smula no pode versar sobre qualquer tema, mas apenas matria constitucional. o que decorre do art. 102, daConstituio Federal, que atribui ao STF a guarda da Constituio, o que abrange as questes diretamente ligadas a ela ou asreferentes ao controle de constitucionalidade. Em suma, as questes afetas ao julgamento do STF. 4.4.3.2. Reiteradas decisesNo possvel que a smula vinculante seja editada aps um nico exame da questo controvertida. preciso que ela tenhasido objeto de reiteradas decises anteriores . Quantas? A lei valeu-se de um termo vago, deixando certo arbtrio aojulgador, para avaliar o contedo da expresso. Mas reiteradas traz consigo a ideia de numerosas decises anteriores. 4.4.3.3. Controvrsia atual entre rgos judicirios ou entre esses e administrao pblicaA questo que suscita a edio da smula deve ser atual, isto , deve ainda, suscitar divergncias, afastadas as questesj superadas. 4.4.3.4. Controvrsia que acarrete grave insegurana jurdica e relevante multiplicao de processos sobreidntica questoA smula no pode versar sobre questes de somenos, de importncia pequena ou de pequena repercusso. preciso que aquesto controvertida acarrete grave insegurana jurdica. Tambm aqui h o uso de palavras vagas, que em regra indicam ainteno do legislador de atribuir ao julgador o exame no caso concreto. Mas preciso ainda que a questo acarrete umamultiplicidade de processos envolvendo a mesma questo . Essa parece ser a razo principal da edio das smulasvinculantes: a preocupao com a proliferao de casos repetitivos, cuja multiplicao sobrecarrega o STF. No faz sentidoque a corte mais alta do Pas tenha de julgar milhares de vezes a mesma questo jurdica. A autorizao constitucional para aedio das smulas vinculantes deve ser compreendida como correlata preocupao com a durao razovel do processo. 4.4.4. CompetnciaSomente o STF est autorizado a emitir, revisar ou cancelar o enunciado das smulas vinculantes. 4.4.5. Legitimados a propor a edio, reviso ou cancelamentoO enunciado da smula vinculante pode ser editado, revisado ou cancelado de ofcio, pelo STF. Mas tambm a requerimentodas pessoas ou entes indicados no art. 3, da Lei n. 11.417/2006 , que so: O Presidente da Repblica, a Mesa do SenadoFederal, a Mesa da Cmara dos Deputados, o Procurador-Geral da Repblica, o Conselho Federal da Ordem dos Advogadosdo Brasil; o Defensor Pblico-Geral da Unio; partido poltico com representao no Congresso Nacional; ConfederaoSindical ou entidade de classe de mbito nacional; a Mesa de Assembleia Legislativa ou da Cmara Legislativa do DistritoFederal; o Governador de Estado ou do Distrito Federal e os Tribunais Superiores, os Tribunais de Justia de Estados ou doDistrito Federal e Territrios, os Tribunais Regionais Federais, os Tribunais Regionais do Trabalho, os Tribunais RegionaisEleitorais e os Tribunais Militares.Esses so os legitimados autnomos , porque o seu requerimento pode ser feito independentemente de existncia dequalquer processo em curso, no qual se discuta a questo a ser objeto da smula ou j sumulada.Mas a lei tambm atribui legitimidade ao Municpio, para que proponha a edio, reviso ou cancelamento da smula,incidentalmente, no curso de processo em que seja parte, o que no autoriza a suspenso do processo. Essa a legitimidadeincidental. 4.4.6. Procedimento tambm estabelecido pela Lei n. 11.417/2006. Nos processos de edio, reviso ou cancelamento do enunciado da smulavinculante ser sempre ouvido o Procurador-Geral da Repblica , exceto quando ele prprio tenha sido o autor dorequerimento. A deciso ser tomada por 2/3 dos membros do Supremo Tribunal Federal , que se reuniro em sessoplenria. Como o STF tem onze ministros, o quorum para aprovao de oito ministros.O art. 3, 2, da Lei permite que, no curso do procedimento para a edio, reviso ou cancelamento do enunciado desmula vinculante, o relator possa admitir, em deciso irrecorrvel, a manifestao de terceiros na questo, nos termos doRegimento Interno do STF. Trata-se da figura do amicus curiae, que Cssio Scarpinella Bueno define como o terceiro que,tomando a iniciativa de agir, pode fornecer informaes, teses, estudos jurdicos e no jurdicos (cientficos, sociais, econmicosfinanceiros, por exemplo) que, na sua perspectiva, tm aptido de viabilizar que aquele Tribunal, antes da edio, modificaoou cancelamento da smula, avalie todas as consideraes necessrias para melhor assentar a sua prpria jurisprudncia[6]. Ainterveno do terceiro pode ser espontnea, mas pode ser tambm provocada. Nada impede que o relator convoque o 32. terceiro para se manifestar sobre a matria controvertida. 4.4.7. Efeitos da smulaO enunciado da smula ser publicado no Dirio da Justia e no Dirio Oficial da Unio , no prazo de dez dias , acontar da sesso que editou, reviu ou cancelou a smula. Desde ento, ela adquire eficcia vinculante. O que isso quer dizer?Que ela vincula o julgamento de todos os rgos do Poder Judicirio e os atos da administrao direta e indireta,em todas as esferas de poder . S no h vinculao do Poder Legislativo, que pode revogar ou modificar a lei em que asmula se funda. Caso isso ocorra, o STF, de ofcio ou por provocao, proceder sua reviso ou cancelamento, conforme ocaso (art. 5, da Lei n. 11.417/2006). E no vincula o prprio STF, que pode, de ofcio, revisar ou cancelar as prprias smulas.A consequncia fundamental do efeito vinculante que, havendo descumprimento da smula por rgo do Poder Judicirioou da administrao pblica, o prejudicado poder valer-se do instrumento da reclamao. 4.4.8. Possibilidade de restrio da eficciaO art. 4 da lei que regulamentou a edio dos enunciados de smula vinculante autoriza o STF a, por deciso de 2/3 de seusmembros, restringir os efeitos vinculantes ou determinar que eles s tenham eficcia a partir de outro momento ,tendo em vista razes de segurana jurdica ou de excepcional interesse pblico. 4.4.9. ReclamaoCabe contra a deciso judicial ou ato administrativo que contrariar enunciado de smula vinculante, negar-lhevigncia ou aplic-lo indevidamente (art. 7, da Lei n. 11.417/2006). A reclamao no impede o prejudicado de valer-sedos recursos previstos na legislao processual, mas tem sobre eles a grande vantagem de ser dirigida diretamente ao STFque, se a acolher, anular o ato administrativo ou cassar a deciso judicial impugnada, determinado que outra seja proferida,com ou sem a aplicao da smula, conforme o caso (art. 7, 2). Mesmo que a deciso seja de primeira instncia, areclamao ser diretamente dirigida ao STF, uma vez que a sua natureza no de recurso . A reclamao o mecanismoadequado para tornar eficazes as smulas vinculantes.O art. 7, 1, da Lei estabelece que contra a omisso ou ato da administrao pblica, o uso da reclamao s seradmitido depois de esgotadas as vias administrativas. 4.4.10. Breve aluso a outras smulas, no vinculantes preciso no haver confuso entre a smula vinculante, e as outras smulas que, conquanto no tenham essa eficcia,podem ter outro tipo de repercusso sobre o processo, sobretudo no que concerne aos recursos.Dois exemplos destacam-se: Smula impeditiva de recurso: Vem tratada no art. 518, 1, do CPC. Todas as smulas do STF ou do STJ soimpeditivas de recurso e tm o condo de impedir o seu processamento, quando o objetivo for question-las .Quando o juiz profere sentena fundada nessas smulas e h apelao com o intuito de discuti-las, o juiz nem a receber.Elas no obrigam o juiz a julgar em conformidade com o seu enunciado, como fazem as smulas vinculantes; mas se ele ofizer, eventual recurso no ser recebido. Smula que autoriza o relator do recurso a negar-lhe seguimento de plano: todas as smulas do STF e dos tribunaissuperiores autorizam ao relator do recurso negar-lhe, de plano, seguimento, desde que estejam em confrontocom os seus enunciados . Ou ento, permitem ao relator, de plano, dar provimento ao recurso, desde que a decisorecorrida esteja em confronto com a smula (CPC, art. 557, caput e 1-A). 5. FONTES NO FORMAIS DO PROCESSOAs fontes no formais so a jurisprudncia e a doutrina . O julgador, ao examinar controvrsia relacionada a umadeterminada norma processual, pode socorrer-se de precedentes judiciais, ou da opinio dos estudiosos da cincia do processocivil. Interessa-nos, em especial, a jurisprudncia, como fonte no formal do direito. 5.1. JurisprudnciaO nosso ordenamento jurdico, oriundo do sistema romano-germnico, est baseado fundamentalmente na norma escrita,diferentemente dos pases da common law, em que a jurisprudncia erige-se em verdadeira fonte formal do direito, pois osjulgamentos so feitos com base nos precedentes jurisprudenciais. No nosso sistema, a jurisprudncia no fonte formal dodireito. Uma sentena ou uma deciso judicial no podem estar fundadas apenas em jurisprudncia, porque tecnicamente elano fonte de direito; devem basear-se em lei, ou, no caso de lacuna, nas fontes formais subsidirias. Os precedentesjudiciais sero teis para reforar as concluses do julgador . Quanto mais reiteradas so as decises em determinadosentido, mais auxiliaro a demonstrar o acerto do julgamento, sobretudo quando provierem dos Tribunais Superiores. inequvoca a fora de persuaso que podem ter as smulas (no vinculantes) do STF e do STJ. O julgador no est obrigado aobedec-las, e pode decidir em desacordo com elas, j que lhes falta a fora imperativa. Mas, sendo as smulas fruto dedecises reiteradas de tais tribunais, a quem compete dar a palavra final sobre as questes constitucionais ou legais, raro quetal acontea. Alm disso, quando editadas pelo STF ou pelos Tribunais Superiores, tero os efeitos indicados no item 4.4.10. 6. INTERPRETAO DA LEIA lei obriga a todos: ningum pode alegar ignorncia para descumpri-la. As normas jurdicas so gerais e abstratas e cabeao juiz aplic-las ao caso concreto. Ao realizar essa tarefa, o juiz deve partir do texto legal, mas no deve ficar restrito aele. Antes, deve compreend-lo luz do sistema jurdico, buscando alcanar a finalidade com que a norma foi editada. Alm 33. disso, deve compreender que a norma no existe isolada, mas faz parte de um conjunto maior, de um sistema jurdico global.Para que o juiz possa formular bem a norma concreta, que regular a questo que lhe submetida, preciso, primeiro, que eleinterprete a norma geral e abstrata. No basta que ele se atenha estritamente ao texto da lei, como se a norma abstrataexistisse isoladamente e desprovida de um fim.Cumpre lembrar, por exemplo, que os princpios fundamentais do processo esto na Constituio Federal, e que toda alegislao processual deve ser interpretada em consonncia com o que o dispe a Carta Magna.O art. 5, da Lei de Introduo s Normas do Direito Brasileiro, que se aplica tambm ao processo, dispe que na aplicaoda lei, o juiz atender aos fins sociais a que ela se dirige e s exigncias do bem comum. 6.1. Hermenutica jurdica a cincia que se dedica ao estudo da interpretao das leis . No h peculiaridades quanto aos diversos mtodos deinterpretao em relao s leis processuais civis, s quais se aplicam os mesmos mtodos vlidos para os demais ramos dodireito. 6.2. Mtodos de interpretaoClassificam-se quanto s fontes (ou origem), quanto aos meios e quanto aos resultados.Quanto s fontes, a interpretao pode ser: Autntica, quando formulada pelo prprio legislador que criou a norma, e que, reconhecendo a dificuldade de suacompreenso, edita outra, que lhe aclara o sentido. Jurisprudencial: a dada pelos tribunais no julgamento reiterado de casos por ele julgados. A reiterao de julgadosnum ou noutro sentido pode ajudar o julgador a formar a sua convico e a interpretar a norma. Doutrinria: dada pelos estudiosos e comentaristas da cincia do direito.Quanto aos meios, a interpretao pode ser: Gramatical ou literal: o texto da lei examinado em si, do ponto de vista lingustico. O intrprete examinar cadapalavra, o seu suporte lingustico e o seu sentido semntico, procurando extrair do conjunto o significado do enunciado danorma. Costuma constituir o primeiro passo do processo interpretativo. Sistemtico: O ordenamento jurdico constitudo por um conjunto de diplomas e normas, que deve constituir um todoharmnico. Entre as normas que o compem, h uma hierarquia que deve ser respeitada, prevalecendo as constitucionaissobre as demais. A interpretao sistemtica aquela que procura examinar a norma no mais internamente, em seusignificado intrnseco, mas em sua relao com as demais normas, que integram o diploma em que ela est inseridae as demais que compem o sistema , sobretudo as de hierarquia superior, buscando harmoniz-las e extrair um sentidoglobal, de conjunto. Teleolgica ou finalstica: forma de interpretao que busca alcanar a finalidade para qual a norma foi editada, dando-lheuma destinao que atenda obteno do bem comum, e respeite os objetivos sociais a que se destina. Cabe aointrprete estar atento ao texto constitucional, no qual so indicadas as finalidades ltimas do Estado, e da ordem jurdica,social e poltica. Histrica: busca interpretar a norma em consonncia com a sua evoluo histrica, o que incluiu o processo legislativo eas discusses que a precederam.Por fim, quanto aos resultados, a interpretao pode ser: Extensiva: o intrprete conclui que a norma disse menos do que deveria, e estende a sua aplicao para outrassituaes, que no aquelas originariamente previstas. Restritiva: atribui norma um alcance menor do que aquele que emanava originariamente do texto. Declarativa: no nem restritiva, nem ampliativa. D norma uma extenso que coincide exatamente com o seu texto,nem estendendo nem reduzindo a sua aplicao. 6.3. Quadro indicativo dos vrios mtodos de interpretaoMTODOS DE INT ERPRETA OFontes Meios ResultadosA utntica formulada pelo legislador Gramatical texto literal da lei Extensiv a d lei aplicao de maior amplitudeDoutrinria formulada pelos estudiosos e doutores Sistemtica a lei em sua relao com o ordenamento Restritiv a d lei aplicao de menor amplitudeJurisprudencial resultado de decises judiciais Teleolgica a finalidade a ser alcanada pela lei Declarativ a d lei interpretao que no amplia nemrestringeHistrica o processo legislativ o e histrico que aantecedeu 7. LEI PROCESSUAL CIVIL NO ESPAOAs normas de processo civil tm validade e eficcia, em carter exclusivo, sobre todo o territrio nacional, comoestabelece o art. 1, do CPC. Todos os processos que tramitam no Pas devem respeitar as normas do CPC.Mas, cuidado! No se pode confundir as normas de processo com as de direito material, aplicadas relaojurdica discutida no processo. possvel que, em um processo no Brasil, o juiz profira sentena aplicando norma de direitomaterial estrangeiro. Por exemplo, na hiptese do art. 10, da Lei de Introduo s Normas do Direito Brasileiro. 34. Se um estrangeiro falece no Brasil, e o inventrio ajuizado aqui, forosamente sero respeitadas as regras processuaisestabelecidas no CPC. Mas as regras de direito material referentes sucesso (por exemplo, a ordem de vocao hereditria)sero as do pas de origem do de cujus, desde que mais favorveis ao cnjuge ou filhos brasileiros. Ou seja, o juiz conduz aprocesso na forma determinada pelo CPC, mas na soluo do conflito aplica a lei estrangeira. Para tanto, poder exigir ocumprimento do art. 337, que assim estabelece: A parte, que alegar direito municipal, estadual, estrangeiro ou consuetudinrio,provar-lhe- o teor, se assim o determinar o juiz.Quanto aos processos que correm e as sentenas que so proferidas no estrangeiro, a regra a da total ineficcia emterritrio nacional, salvo se houver a homologao pelo Superior Tribunal de Justia. 8. LEI PROCESSUAL CIVIL NO TEMPO 8.1. VignciaCom frequncia, as prprias normas de processo indicam o prazo de vacatio legis. Se no o fizerem, aplica-se o art. 1, daLINDB: Salvo disposio contrria, a lei comea a vigorar em todo o pas 45 (quarenta e cinco dias) depois de oficialmentepublicada. A vigncia estende-se at que seja revogada por lei posterior, que expressamente o declare ou quandocom ela seja incompatvel ou regule inteiramente a matria de que tratava a lei anterior. 8.2. A lei processual nova e os processos em cursoA questo do direito intertemporal, isto , da aplicabilidade das novas leis aos processos em andamento de granderelevncia. As dificuldades s aparecem com relao aos processos em curso, quando da entrada em vigor da nova lei, pois osque j esto concludos ou ainda no se iniciaram no traro nenhum embarao ao aplicador.O CPC, art. 1.211, estabelece o paradigma que deve valer para as demais normas de processo: Este Cdigo reger oprocesso civil em todo o territrio brasileiro. Ao entrar em vigor, suas disposies aplicar-se-o desde logo aos processospendentes.A regra, pois, que as normas de processo tenham incidncia imediata, atingindo os processos em curso .Nenhum litigante tem direito adquirido a que o processo iniciado na vigncia da lei antiga continue sendo por ela regulado, emdetrimento da lei nova.Nesse sentido decidiu o STJ a respeito da aplicabilidade das novas regras da execuo civil aos processos em andamento:EMENTA: O art. 1.211, do CPC, em sua interpretao literal, no uma norma geral de direito intertemporal. Ao contrrio, seu sentidoest, a princpio, adstrito eficcia das normais originais do CPC no tempo. Com efeito, o mencionado artigo estabelece que este Cdigoreger o Processo Civil em todo o territrio nacional. Ao entrar em vigor suas disposies aplicar-se-o desde logo aos processospendentes. No entanto, esta Corte vem dando interpretao mais ampla a esta regra, para trat-la como regra geral aplicvel a todoprocesso civil. Com isso, essa norma regula os efeitos temporais da Lei n. 11.232/05. Confira-se: PROCESSUAL CIVIL. EXECUO.IMPUGNAO. RECURSO CABVEL. DIREITO INTERTEMPORAL. 1 Em tema de direito processual intertemporal prevalece ochamado isolamento dos atos processuais, pela qual a lei nova, encontrando um processo em desenvolvimento, respeita a eficcia dosatos processuais j realizados e disciplina o processo a partir de sua vigncia (Amaral Santos). 2 O recurso cabvel contra a decisoque resolve a impugnao, na fase executiva do processo, , como regra, o agravo de instrumento, conforme o art. 475-M, par. 3, do CPC,acrescentado pela Lei n. 11.232/2005. O fato de, no caso concreto, ter havido o manejo de embargos de devedor, ainda sob a vigncia doanterior regramento, no faz concluir pelo cabimento de apelao s porque proferida a deciso que o resolve j quando em vigor omencionado dispositivo. Aplicao do art. 1.211 do CPC (tempus regit actum). Recurso especial conhecido e provido para determinar aoTribunal de origem o julgamento do agravo, conforme entender de direito (REsp 1.043.010-SP, 4 Turma, Rel. Min. Fernando Gonalves,DJE 23/06/2008).(...) Embora o processo seja reconhecido como um instrumento complexo, no qual os atos que se sucedem se inter-relacionam, talconceito no exclui a aplicao da teoria do i


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