ECONOMIA ECONOMIA SOLIDÁRIA:SOLIDÁRIA: A SERVIÇO DA VIDAA SERVIÇO DA VIDA
ECONOMIA ECONOMIA SOLIDÁRIA:SOLIDÁRIA: A SERVIÇO DA VIDAA SERVIÇO DA VIDA
I – OUTRA ECONOMIA I – OUTRA ECONOMIA PARA OUTRO PARA OUTRO
DESENVOLVIMENTODESENVOLVIMENTO
DesenvolvimentoDesenvolvimento
• Ação Cultural.• Dinâmica Transformadora.• Construção Societária.• Satisfação de Necessidades e
Melhoria das Condições de Vida.
“Se o desenvolvimento funda-se na realização das capacidades humanas, é
natural que se empreste a esta idéia um sentido positivo. As sociedades são
desenvolvidas na medida em que nelas mais cabalmente o homem logra
satisfazer suas necessidades e renovar suas aspirações”
(Celso Furtado, 1980) (Celso Furtado, 1980)
Qual desenvolvimento?
• Concepção reducionista: progresso material - crescimento econômico– Produção de riquezas– Progresso técnico-científico– Consumo de bens
• Contradições: – Desigualdades sociais e territoriais– Destruição da vida, da natureza
Vi ontem um bichoNa imundície do pátio
Catando comida entre os detritos.
Quando achava alguma coisa,Não examinava nem cheirava:
Engolia com voracidade.
O bicho não era um cão,Não era um gato,Não era um rato.
O bicho, meu Deus, era um homem.
Manuel Bandeira
Retrocesso social num mundo de fome de comida e de justiça!
• CRISE ALIMENTAR? especulação agrofinanceira, fatores climáticos adversos, consumo e desperdício obscenos, agricultura intensiva e asfixia da agricultura familiar, entre outros.
• FAMINTOS: aumentam de 800 milhões para 1,5 BILHÃO de pessoas.
• GUERRAS DA FOME: entre 2007 e 2008 ocorreram protestos públicos motivados pela disparada dos preços alimentares em 50 países.
Crise Econômica! Quem paga a conta?
• O número de desempregados e de empregos vulneráveis aumentou devido à crise econômica mundial;
• Presume-se que mais de 50 milhões de pessoas ficaram desempregadas e empobreceram em todo o mundo;
• Cerca de 200 milhões de trabalhadores, sobretudo nas economias em desenvolvimento, passaram a integrar as filas da pobreza extrema. (OIT)
Fonte: IPCC WGI 2007. Imagens de cenários utilizados por Carlos A. Nobre – Instituto de Pesquisas Espaciais no I Simpósio sobre Mudanças Climáticas e Desertificação no Semi-Árido Brasileiro . Embrapa/CPTASA, 2008.
Cenários globais: variam de aumento de 1,8 a 6,4 graus na temperatura.
TERRA EM TRANSE: Mudanças Climáticas Globais
Concentrações atmosféricas de dióxido de carbono, metano e óxidonitroso aumentaram significativamente.Solo
ameaçado: 16% da superfície agrícola útil da terra em estado de degradação.
Hoje há 500 milhões de pessoas vivendo em regiões de escassez crônica de água: em 2050 serão 4 bilhões
Insustentabilidade
“O estilo de vida criado pelo capitalismo industrial sempre será o privilégio de uma
minoria. O custo em termos de depredação do mundo físico, desse estilo de vida é de tal
forma elevado que toda tentativa de generalizá-lo levaria inexoravelmente ao
colapso de toda uma civilização, pondo em risco a sobrevivência da espécie humana”
(O Mito do Crescimento Econômico - Celso Furtado, 1974)
Sustentabilidade• Reconhecimento da unidade da
vida na terra • Equilíbrio entre as dimensões:
ambiental, social, cultural, política e econômica.
Solidariedade
• Inclusão nos benefícios do desenvolvimento como cidadania.
• Cooperação e autogestão: responsabilidade coletiva e compartilhada
• Respeito às diversidades e superação das desigualdades....
Novos paradigmas de desenvolvimento
Territorialidade
• Projeto nacional a partir de estratégias territoriais de desenvolvimento, com identidades, limites e soluções partilhadas entre Estado e sociedade
Felicidade Interna Bruta - FIB
Bem Viver
• Principal não é a “quantidade” de bens, mas em que contribuem para o bem viver.
• Desenvolvimento: processo de mudanças qualitativas.
• Indicadores: Reconhecimento social e
cultural Códigos éticos e
espirituais de conduta Relação com a natureza Valores humanos Possibilidade de futuro
Novos indicadores de desenvolvimento
• A economia a serviço do Bem Estar da população.
• Objetivo: construir uma sociedade colaborativa, solidária e sustentável.
• Indicadores: Bem estar psicológico Bem estar ecológico Padrão de vida: saúde,
educação, cultura, uso do tempo
Vitalidade comunitária Boa governança
II – ECONOMIA II – ECONOMIA SOLIDÁRIASOLIDÁRIA
Economia SolidáriaEconomia Solidária
O conjunto de atividades econômicas – de produção, distribuição, consumo, poupança e crédito – organizadas e realizadas solidariamente de forma coletiva e autogestionária.
Atividades econômicas:• Produção de bens• Prestação de serviços• Finanças solidárias• Comércio justo• Trocas • Consumo solidário
Organizações solidárias:• Cooperativas• Associações• Empresas autogestoras• Grupos solidários• Redes solidárias• Clubes de troca etc.
Valores e PrincípiosValores e Princípios
COOPERAÇÃCOOPERAÇÃO,O,
AÇÃO AÇÃO ECONÔMICECONÔMIC
AA
SSOLIDARIEDAOLIDARIEDADEDE
nana
AUTOGESTAUTOGESTÃOÃO
ee
“Um novo modo de organizar a produção, distribuição e consumo com base na cooperação”
Origens históricas da Origens históricas da Economia Solidária:Economia Solidária:
• O cooperativismo e o sindicalismo ingleses do Século XIX.
• O mutualismo e o cooperativismo franceses do Século XIX (associações).
• As formas de organização dos setores populares, das comunidades indígenase quilombolas.
• Associativismo e cooperativismo no Brasil no início do Século XX.
Trajetória recente da ES no BrasilTrajetória recente da ES no Brasil
Alternativa de trabalho emancipado, de melhoria de renda e de inclusão social
Atividades econômicas associativas alternativas ao “empreendedorismo individual”
Projetos alternativos comunitários Recuperação de empresas por trabalhadores Valorização de redes solidárias de produção,
comercialização e consumo Associativismo e cooperativismo na
organização da agricultura familiar Políticas públicas de economia solidária Fóruns e redes de economia solidária
Expansão da Economia Expansão da Economia Solidária no Brasil Solidária no Brasil
21.859 EES
EM 52% DOS MUNICÍPIOS BRASILEIRO
1.687.496 Participantes
Alternativa ao desemprego (46%)
Complemento de renda (44%)
Melhores ganhos em ação associativa(36%)
Possibilidade de gestão coletiva (27%)
Condição para acesso a crédito (25%)
Questão de múltiplas respostas
PRINCIPAIS MOTIVOS DE CRIAÇÃO PRINCIPAIS MOTIVOS DE CRIAÇÃO DOS EESDOS EES
“Resgate da dignidade do trabalho com base em valores e práticas que colocam o ser humano como sujeito e finalidade da atividade econômica”
COMPROMISSO AMBIENTAL
COMPROMISSO SOCIAL E POLÍTICO
Práticas fundadas em relações éticas de solidariedade entre as pessoas e com a natureza
Economia Solidária e Economia Solidária e DesenvolvimentoDesenvolvimento
• Privilegia o desenvolvimento comunitário, a justiça social, o cuidado com o meio ambiente e a responsabilidade com as gerações futuras;
• Apropriação solidária (da coletividade) e sustentável das potencialidades econômicas;
• Valorização da produção, dos produtos e do mercado consumidor local/territorial;
• Articulação de cadeias produtivas em redes de produção, comercialização e consumo solidário.
III – POLÍTICAS DE III – POLÍTICAS DE FORTALECIMENTO DA FORTALECIMENTO DA ECONOMIA SOLIDÁRIAECONOMIA SOLIDÁRIA
DESAFIOS DA ECONOMIA SOLIDÁRIADESAFIOS DA ECONOMIA SOLIDÁRIA
• Fomento e incubação de empreendimentos econômicos solidários - EES;
• Infra-estrutura para organização e qualificação da produção, beneficiamento e agregação de valor aos produtos locais;
• Desenvolvimento e disseminação de tecnologias sociais apropriadas ao local;
• Bases de serviços de apoio e assessoria tecnológica e organizativa para as iniciativas econômicas solidárias locais.
FOMENTO, INCUBAÇÃO E APOIO FOMENTO, INCUBAÇÃO E APOIO TECNOLÓGICO E ORGANIZATIVOTECNOLÓGICO E ORGANIZATIVO
• Valorização do mercado local e territorial - produção e consumo;
• Acesso às compras governamentais de produtos e serviços da ES;
• Bases de Serviço de Apoio à Comercialização Solidária;
• Implantação e multiplicação de espaços de comercialização solidária: • Feiras populares e
agroecológicas;• Entrepostos e centrais de
comercialização.
ORGANIZAÇÃO E APOIO A ORGANIZAÇÃO E APOIO A PROCESSOS DE COMERCIALIZAÇÃO PROCESSOS DE COMERCIALIZAÇÃO
SOLIDÁRIASOLIDÁRIA
• Formação sistemática e integral: cidadania, autogestão e viabilidade;
• Qualificação social e profissional apropriada às características e demandas locais;
• Elevação da escolaridade de trabalhadores/as (da alfabetização ao ensino superior);
• Inserção das práticas, princípios e valores da Economia Solidária no ensino formal;
• Produção de conhecimentos (pesquisas e tecnologias) para o desenvolvimento local.
FORMAÇÃO E CONHECIMENTOS PARA FORMAÇÃO E CONHECIMENTOS PARA UMA ECONOMIA SOLIDÁRIAUMA ECONOMIA SOLIDÁRIA
• Crédito produtivo orientado e apropriado às características, diversidades e necessidades locais;
• Fundos Públicos de financiamento do Desenvolvimento Local e da Economia Solidária;
• Apoio e assessoria na constituição e fortalecimento de organizações de finanças solidárias: – Bancos comunitários– Fundos solidários– Cooperativas de crédito
APOIO ÀS FINANÇAS APOIO ÀS FINANÇAS SOLIDÁRIASSOLIDÁRIAS
• Criação e fortalecimento dos mecanismos de participação e controle social (conselhos de gestão social, conferências, etc.);
• Planos, programas, projetos e ações de Economia Solidária;
• Fortalecimento das organizações da sociedade civil (fóruns e redes) de Economia Solidária.
RECONHECIMENTO LEGAL RECONHECIMENTO LEGAL E FORTALECIMENTO E FORTALECIMENTO
INSTITUCIONAL INSTITUCIONAL
• Reconhecimento legal: registro de EES e regime tributário adequado;