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EFEITO DOS FATORES DETERMINANTES NO VALOR DE MERCADO DAS
EMPRESAS DE CAPITAL ABERTO LISTADAS NA BM&FBOVESPA
1 INTRODUÇÃO
A avaliação de empresas tem sido utilizada por investidores, analistas
financeiros e gestores de recursos para precificar um determinado ativo, pois eles
sabem que ao conhecer o valor de uma empresa ou de um ativo podem fazer
melhores investimentos e serem direcionados a uma melhor tomada de decisão.
O mercado está em constante mudança e possui muitos fatores que podem
influenciar no valor de uma empresa, assim para identificar o valor de mercado de
uma empresa, podem-se recorrer às métricas de valor e seus fatores determinantes.
(ASSAF NETO, 2017)
Segundo Assaf Neto (2017), a métrica de valor é o que se refere a um
conjunto de métodos capazes de mensurar o valor de uma empresa, enquanto os
fatores determinantes são aquelas variáveis indispensáveis na métrica de valor, por
exemplo, alguns indicadores econômico-financeiros como: margem de lucro e
retorno sobre o ativo.
Portanto, entende-se que para determinar o valor de uma empresa é
importante conhecer as métricas de valor e suas variáveis micro e
macroeconômicas. Assim, por meio de algumas análises das métricas de valor é
possível identificar o valor de mercado de uma organização. Entende-se que uma
empresa totalmente endividada, com baixo lucro, péssimo retorno aos acionistas e
sem nenhuma perspectiva de crescimento no futuro, provavelmente terá um baixo
valor de mercado.
Este trabalho aborda algumas variáveis presentes na métrica de valor,
contudo, ainda não foi possível discutir todos os fatores ou variáveis existentes que
influenciam no valor de uma empresa, haja vista a grande quantidade dessas
variáveis.
Os indicadores selecionados para esta pesquisa são: PIB, taxa de câmbio,
liquidez geral, liquidez corrente, endividamento geral, composição do endividamento,
participação de capital de terceiros, retorno sobre o investimento – ROI, retorno
sobre o patrimônio líquido – ROE, margem líquida, giro do ativo, lucro por ação e
valor patrimonial por ação.
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Sabe-se que são diversos os fatores que determinam o valor de uma
companhia, e são justamente esses fatores que precisam ser analisados e
compreendidos para que a empresa consiga gerar valor para seus acionistas e
stakeholders. Ciente disso, este estudo visa identificar o efeito dos fatores
determinantes no valor de mercado das empresas de capital aberto listadas na
BM&FBovespa no período de 2011 a 2017.
O estudo se justifica devido à relevância para o mundo dos negócios de se
conhecer o valor justo de um ativo e o de saber qual empresa é mais vantajosa
investir. Ao conhecer os efeitos de cada indicador a empresa/ gestor poderá optar
por dar maior prioridade a determinado indicador e tomar decisões mais assertivas e
eficientes, capazes de criar maior valor para a companhia.
O restante do trabalho está estruturado da seguinte forma: a próxima seção
apresenta uma breve discussão do valor de mercado das empresas, seus fatores
determinantes e estudos anteriores. A terceira explica a metodologia usada na
pesquisa e descreve os dados utilizados. A quarta seção apresenta o resultado e faz
uma análise dos mesmos. Na última seção é apresentada as considerações finais.
2 REVISÃO DA LITERATURA
2.1 VALUATION – O VALOR DE MERCADO DAS EMPRESAS
O termo “valuation” que significa avaliação de empresas em inglês é utilizado
no mundo dos negócios por ser um método sistemático que usa modelo quantitativo,
qualitativo e metodologia reconhecida e praticada no mundo todo. Diversos livros da
área financeira que utilizam essa expressão trazem consigo o ensinamento de como
se calcula o valor de mercado de uma empresa, determinando o seu preço justo e o
retorno do investimento em suas ações.
Segundo Assaf Neto (2017), a avaliação de empresas tem se tornado uma
ferramenta relevante para a estimativa de valor de um negócio e para a orientação
dos gestores no processo decisório. Para avaliar corretamente uma empresa, é
necessário que se tenha uma compreensão não somente dos seus indicadores
econômico-financeiros, mas também do cenário no qual está inserida, levando em
consideração seu histórico, a fim de traçar o futuro e entender qual o risco do
negócio, para que ela possa ser avaliada da forma mais justa.
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Para avaliar uma empresa existem alguns métodos dos quais se podem citar:
avaliação pelo valor contábil; pelo valor de liquidação; por múltiplos padronizados;
pelo valor de mercado; e pelo fluxo de caixa descontado.
Logo abaixo segue uma descrição sucinta de cada uma dessas avaliações:
a) avaliação pelo valor contábil;
A medida é dada pelo valor do patrimônio líquido. Ela não é muito utilizada e
substituída por outros métodos devido não considerar a continuidade da empresa e
outras variáveis importantes de decisão em seu cálculo, admitindo que a empresa
irá encerrar suas atividades ao término do exercício.
b) avaliação pelo valor de liquidação;
É aquele valor que a empresa tem caso seja necessário realizar a sua
liquidação, em situações em que seu valor de mercado é inferior ao seu valor
contábil. Essa avaliação não considera a continuidade da empresa, a sua marca e
carteira atual de clientes. Método utilizado por organizações que se encontram em
situações bastante desfavoráveis e que não se tem expectativa de retorno do
empreendimento. Neste sentido, Assaf Neto (2017) discorre que:
O valor de liquidação de uma empresa é o valor dos ativos existentes caso todos fossem negociados (liquidados) em certo momento pelo valor de mercado de cada um, como edificações, máquinas e equipamentos, estoques, carteira de recebíveis etc. Esse valor também pode ser entendido como o valor que sobraria aos acionistas após a alienação de todos os ativos tangíveis da empresa deduzido do pagamento de todas as dívidas (passivos) existentes. (ASSAF NETO, 2017, p.206)
Segundo Assaf Neto (2017, p.206), “pode-se entender o valor de liquidação
como o preço mínimo pelo qual uma empresa pode ser negociada; não há lógica em
vender uma empresa por preço inferior ao de liquidação de seus ativos.”
c) avaliação por múltiplos padronizados;
É um tipo de avaliação relativa, o qual tem como base empresas já avaliadas
que atuam no mesmo segmento, onde julga-se quanto vale um ativo, analisando o
que o mercado está pagando por ativos similares. Para Damodaran (2007), neste
método é necessário padronizar os valores de alguma forma, escalonando-os em
relação a uma variável comum. Geralmente os valores podem ser padronizados em
relação aos lucros gerados pelas empresas, ao valor contábil ou ao custo de
reposição das próprias empresas, às receitas geradas, ao EBITDA ou aos
indicadores econômico-financeiros específicos de um segmento. Neste método,
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considera-se, por exemplo, que a empresa vale “N vezes” sua receita gerada ou ao
seu EBITDA atual.
d) avaliação pelo valor de mercado;
É adquirido pelo produto da quantidade de ações emitidas pelo seu preço de
negociação em determinada data. Segundo Assaf Neto (2017), o método de
avaliação de empresa pelo valor de mercado não costuma se igualar com o método
de valor contábil do patrimônio líquido. Em geral, o valor de mercado é maior que o
valor contábil. Essas diferenças são justificadas principalmente porque o mercado
considera em sua precificação o valor de continuidade da empresa, agregando em
seu cálculo projeções futuras de retorno e oportunidade de crescimento.
Sendo:
e) avaliação pelo fluxo de caixa descontado.
Neste método o valor de uma empresa são os fluxos de caixa livres previstos
para o futuro, descontado a uma taxa de atratividade que reflita o risco associado a
esses fluxos e o custo de oportunidade dos proprietários de capital.
Para Póvoa (2007):
Dentre Todos os instrumentos de precificação de ativos, o Fluxo de Caixa Descontado (FCD) é considerado o mais completo. Os críticos do modelo chegam a afirmar que, dado o elevado número de hipóteses que devemos utilizar para calcular o “valor justo” da empresa, o resultado é pouco verossímil. Rebate-se o comentário com uma indagação: quem disse que o “valor justo” de um ativo é um número preciso? Adicionalmente, é um erro afirmar que métodos aparentemente mais simples, como múltiplos comparativos, não levem em conta implicitamente as mesmas variáveis consideradas no fluxo de caixa descontado. (PÓVOA, 2007, p. 105).
Para o cálculo do valor da empresa pelo método de fluxo de caixa descontado
é necessário somar o valor do fluxo de caixa explícito (valores projetados e
previsíveis) com o valor residual:
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Onde:
FCL = Fluxo de Caixa Livre ou disponível do período;
i = período do fluxo de caixa;
K = taxa de desconto (custo de capital), também conhecido como WACC;
n = número de anos do período explícito ou projetado;
g = taxa de crescimento constante anual dos fluxos de caixa
Segundo Assaf Neto (2017), não é recomendado avaliar uma empresa com
um período de fluxo de caixa projetado muito curto, inferior a cinco anos, por
exemplo. Período de previsões muito reduzido apresenta um nível de incerteza
muito alto no valor encontrado.
Pode-se observar um grande grau de subjetividade nos métodos de avaliação
de empresas que consideram a continuidade da organização. Por isso a importância
de se conhecer a empresa, o cenário no qual ela atua e o que ela poderá oferecer
em termos futuro, para que esse grau de subjetividade não venha fazer com que o
analista avalie de forma errônea uma empresa.
O valor de uma empresa é determinado por inúmeros fatores que precisam
ser analisados em conjunto para que o seu valor seja condizente com o que a
empresa ainda pode render no futuro. Essa avaliação não é uma ciência exata, onde
todos chegam a um mesmo resultado, nem somente arte, onde se chega ao valor
desejado, mas na sua combinação. Neste sentido, Damodaran (2007) salienta que:
Há dois extremos nas visões sobre o processo de avaliação. De um lado, há aqueles que acreditam que a avaliação, quando bem feita, é uma ciência exata, com pouca margem para a opinião de analistas ou para o erro humano. De outro, estão aqueles que consideram a avaliação uma forma de arte, em que analistas perspicazes podem manipular os números de modo a gerar o resultado desejado. A verdade está de fato no meio-termo. (DAMODARAN, 2007, p.01)
Uma empresa precisa criar valor para seus acionistas, pois eles pagam por
uma ação o que eles acreditam ser o seu valor justo. Para Assaf Neto (2017), uma
empresa cria valor para seus acionistas quando consegue um retorno de seus
investimentos maior que o custo de oportunidade do capital aplicado, ou seja, dentre
as opções de investimento ou carteira que o investidor possui, a empresa de valor é
a que lhe traz o melhor retorno. Quando esse resultado econômico é positivo,
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entende-se que houve uma criação de valor, quando negativo, ocorreu uma
destruição de valor, ou seja, não trouxe o melhor retorno ou não lhe atendeu as
expectativas.
2.2 DETERMINANTES DO VALOR DE MERCADO
Neste estudo são pesquisadas variáveis de controle micro e
macroeconômicas que também podem influenciar no valor de mercado das
empresas.
Como variáveis microeconômicas pode-se citar as características de
determinado setor, a oferta e a demanda dos produtos, os indicadores econômico-
financeiros da empresa, a tendência de crescimento, o risco do negócio, a
concorrência, o capital intelectual da organização, a marca da empresa, a carteira de
clientes, a demanda e oferta do produto ou serviço, o fluxo de caixa, dentre outros
fatores.
Já como variáveis macroeconômicas que são aquelas que podem influenciar
a economia de um país como um todo, tem-se o PIB, a taxa de desemprego, a taxa
de juros, a balança comercial, as crises nacionais e internacionais etc. Alguns
desses fatores são mais utilizados que outros na avaliação devido a sua maior
perceptividade e melhor facilidade de mensuração.
O estudo não tem o objetivo de abordar todas essas variáveis, tendo-se em
vista tamanha complexidade, mas é valido ressaltar a relevância de cada uma delas
na formação do valor de uma empresa.
Dentre esses fatores determinantes, os indicadores econômico-financeiros da
empresa são muito utilizados pelos usuários da administração financeira, pois esses
indicadores fornecem valiosas informações da situação econômico-financeira da
empresa. Eles são calculados com base em documentos históricos que resumem o
que aconteceu em determinado período, como por exemplo, o balanço patrimonial, a
demonstração do resultado do exercício, a demonstração dos fluxos de caixa, dentre
outras demonstrações financeiras.
Segundo Garrison (2013), todas as demonstrações financeiras das quais os
usuários da administração financeira utilizam como base para a tomada de decisão,
são documentos históricos. Entretanto, a maioria dos usuários das demonstrações
financeiras está interessada no que acontecerá futuramente. Por exemplo, os
acionistas ou proprietários estão interessados nos lucros e dividendos futuros, e os
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credores, na futura capacidade da empresa de pagar suas dívidas. Contudo, apesar
de ser de natureza histórica, ainda podem ser utilizadas para examinar tendências
dos principais dados financeiros.
Para elucidar melhor a relevância desses indicadores econômico-financeiros
na avaliação de uma empresa, serão apresentados a seguir de forma resumida,
todos fatores determinantes que foram utilizados nesta pesquisa e que de alguma
forma podem ter efeito no valor de mercado das empresas:
2.2.1 Produto Interno Bruto – PIB
O Produto Interno Bruto - PIB é uma variável macroeconômica e é um dos
principais indicadores de uma economia. Segundo o Portal Brasil (2016), “o PIB é a
soma de todas as riquezas produzidas e, para chegar a esse número, o IBGE
calcula a quantidade de veículos, alimentos, venda de serviços, estoques e tudo o
que é produzido”. O IBGE calcula o valor desses bens e serviços depois de
deduzidos os custos dos insumos. Ele representa a somatória de todos os bens e
serviços finais de uma região (País, Estado, Cidade) em determinado período de
tempo (trimestral, semestral, anual).
Ainda de acordo com o Portal Brasil, para chegar ao resultado final, só é
considerado o valor que for acrescentado em cada processo. As matérias-primas,
por exemplo, são desconsideradas para evitar a contagem repetida. O que já for
usado também não entra na conta porque já está no patrimônio do País.
Comunale (2010) reforça o significado do PIB com seguinte definição:
O PIB é o somatório dos valores de mercado de todos os bens e serviços finais produzidos em um país durante um determinando período de tempo, que geralmente leva um trimestre ou um ano. O Cálculo do PIB soma os preços de mercado de milhões de bens (sapatos, camisas, relógios, carros, geladeiras etc.) e serviços (consultas odontológicas, consultas médicas, serviços advocatícios, aulas de tênis etc.) diferentes. Perceba também que apenas são somados os valores de mercado dos bens finais, pois o valor dos bens intermediários já está embutido no preço dos bens finais. (COMUNALE, 2010, p.64)
2.2.2 Taxa de Câmbio
Segundo o Banco Central do Brasil (2014), “Taxa de câmbio é o preço de uma
moeda estrangeira medido em unidades ou frações (centavos) da moeda nacional”.
No Brasil, o dólar é a moeda estrangeira mais negociada, e por isso ela é a moeda
oficial para câmbio. O dólar é a moeda usada hoje em vários países, como Estados
Unidos, Canadá, Austrália, entre outros. O dólar está em constante flutuação,
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ocasionado pela sua oferta e demanda. Quando existe um aumento de procura
dessa moeda frente ao real, o dólar tende a aumentar e o real tende a cair,
ocasionando a desvalorização ou enfraquecimento da moeda nacional.
De acordo com o Portal Mises Brasil (2015), com o aumento do dólar, não são
apenas os preços dos produtos importados e das viagens internacionais que ficam
mais caros para os brasileiros. Bens produzidos nacionalmente também encarecem,
pois geralmente as indústrias produtoras utilizam insumos ou peças importadas.
Neste sentido, a desvalorização cambial também encarece os remédios (85% da
química fina é importada), commodities precificadas em dólar e até mesmo os
preços dos aluguéis e das tarifas de energia elétrica (ambos são reajustados pelo
IGP-M, índice esse que mensura commodities e matérias-primas, ambas sensíveis
ao dólar).
Para o Mises Brasil “uma moeda fraca, longe de afetar exclusivamente os
preços dos importados, afeta também todos os preços internos, inclusive dos bens
produzidos nacionalmente”.
2.2.3 Liquidez geral
Segundo Silva (2013) o Índice de Liquidez Geral (ILG) indica quanto a
empresa possui em dinheiro, bens e direitos realizáveis a curto e longo prazo, para
fazer face às suas dívidas totais.
Se os prazos de vencimento das obrigações forem inferiores aos de
realização dos ativos, a empresa, mesmo com um índice de liquidez aparentemente
bom (maior que um), poderá ter dificuldade de honrar seus compromissos. (SILVA,
2013)
2.2.4 Liquidez corrente
O Índice de Liquidez Corrente (ILC) indica quanto a empresa possui de
dinheiro mais bens e direitos realizáveis no curto prazo, comparado com suas
dívidas a serem pagas no mesmo período. (SILVA, 2013)
Ressalta-se que o índice de liquidez corrente é o mais famoso dos índices,
sendo utilizado por algumas pessoas como medidor da saúde financeira das
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empresas. Segundo Silva (2013), alguns autores acreditam que o índice tem de ser
maior que 1 (um), outros acreditam que acima de 1,5 (um e meio) já é muito bom. O
entendimento é de que o índice de liquidez corrente tem sua validade como
instrumento comparativo entre empresas do mesmo porte, do mesmo segmento e
da mesma região geográfica, porém, como medida isolada, não se pode afirmar que
a liquidez corrente é boa ou ruim. É possível encontrar empresas quebradas com
índice de liquidez corrente próximo de 2,00 e empresas saudáveis com o indicador
inferior a um.
2.2.5 Composição do endividamento
O índice de composição do endividamento (CE) indica quanto da obrigação
total da empresa deverá ser pago a curto prazo, isto é, as dívidas a curto prazo
comparadas com as obrigações totais. (SILVA, 2013)
Ainda de acordo com o autor, a interpretação do índice de composição do
endividamento é de que quanto maior, pior, mantidos constantes os demais fatores.
O motivo é que quanto mais dívidas a pagar a curto prazo, maior será a pressão
para que a empresa gere recursos para honrar seus compromissos.
2.2.6 Participação de capitais de terceiros
O índice de participação de capitais de terceiros (PCT) indica o percentual de
capital de terceiros em relação ao patrimônio líquido, retratando a dependência da
empresa em relação aos recursos externos. (SILVA, 2013)
A interpretação de um índice não é um processo fácil. A interpretação do
índice de capital de terceiros isoladamente, para o analista financeiro, cujo objetivo é
avaliar o risco da empresa, é de que quanto maior, pior, mantidos constantes os
demais fatores. Entretanto, para a empresa pode acontecer que o endividamento lhe
permita melhor ganho por ação, porém, associado ao maior ganho estará um risco
maior. (SILVA, 2013)
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2.2.7 Endividamento geral
O índice de endividamento geral (IEG) é utilizado pelas empresas para
identificar o quão comprometidos estão os ativos da empresa por terem sido
financiados pelo capital de terceiro, ou seja, por dívidas que devem ser liquidadas
em data futura.
Segundo Iudícibus (2010), se a taxa de despesas financeiras sobre o
endividamento médio for menor que a taxa de retorno obtida pelo uso, no giro
operacional, dos fundos obtidos por empréstimos, a utilização de recursos de
terceiros será benéfica para a empresa, desde que isso não determine situação de
liquidez insustentável em determinado período do ano.
O blog Controlle (2016) ressalta que, gerencialmente, o endividamento pode
ser bom para a obtenção de lucros, pois a empresa pode pagar uma remuneração
fixa de juros para os seus credores, pelos financiamentos realizados, e pode gerar
margens de lucro bem maiores com esses empréstimos. No entanto, essa
possibilidade de maiores ganhos representa também mais riscos para o negócio, já
que os prejuízos também podem ser maiores.
2.2.8 Retorno sobre o ativo - ROI
Conforme Marion (2012), o retorno sobre o ativo, a taxa de retorno sobre
investimento ou também conhecido como rentabilidade do ativo pode ser obtido por
meio da multiplicação da Margem de Lucro pelo Giro do Ativo, as empresas que
ganham mais na margem líquida, normalmente ganham no preço. As organizações
que ganham mais no giro visam quantidade. A rentabilidade de uma empresa ou
companhia é obtida por meio de uma boa conjugação entre Preço e Quantidade, ou
seja, entre Margem (lucratividade) e Giro (produtividade).
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2.2.9 Retorno sobre o patrimônio líquido - ROE
Para Iudícibus (2010), o retorno sobre o patrimônio Líquido reside em
expressar os resultados globais auferidos pela gerência na gestão de recursos
próprios e de terceiros, em benefício dos acionistas. A principal tarefa da
administração financeira ainda é a de maximizar o valor de mercado para os
acionistas e estabelecer um fluxo de dividendos compensador. Ao longo prazo, o
valor de mercado da ação é influenciado pelo índice de retorno sobre o patrimônio
líquido.
2.2.10 Margem Líquida
A margem líquida (ML) é um índice que compara o lucro líquido da
organização com suas vendas líquidas, ou seja, o retorno sobre as vendas.
Empresas com alta margem líquida tendem a ganhar na margem do produto ou
serviço vendido e não na sua quantidade. Conforme já dito anteriormente por Marion
(2012), as empresas que ganham mais na margem líquida, normalmente ganham no
preço.
Iudícibus (2010) discorre a margem líquida com a seguinte afirmação:
Este quociente, apesar dos esforços constantes para melhorá-lo, comprimindo despesas e aumentando a eficiência, apresenta-se baixo ou alto de acordo com o tipo de empreendimento. Por exemplo, normalmente a indústria automobilística (ou de refino de petróleo) tem margens pequenas e valor de venda muito alto. O inverso pode ocorrer para pequenos negócios comerciais, industriais etc. (IUDÍCIBUS, 2010, p.106)
2.2.11 Giro do ativo (GA)
Segundo Silva (2013, p. 236) “o giro do ativo é um dos principais indicadores
da atividade da empresa. Estabelece relação entre as vendas do período e os
investimentos totais efetuados na empresa”.
De acordo com Silva (2013), é importante destacar algumas observações
gerais, quanto ao giro do ativo:
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Existência de itens representativos no ativo, que não estejam
relacionados com produção e vendas, podem avaliar o ativo acima do seu real valor
e prejudicar o significado do indicador. A rigor, devem-se excluir os ativos que não
contribuíram para geração da respectiva receita.
Organizações em fase de expansão, que adquirem ativos permanentes
durante o período, também introduzem imperfeição no índice, uma vez que esses
ativos não foram utilizados no processo produtivo durante todo o período.
2.2.12 Lucro por ação (LPA)
Segundo Campos e Sherer (2001), o lucro por ação (LPA) é a parcela do lucro
líquido de uma companhia que está alocado para cada ação investida, medindo a
rentabilidade dessa empresa. Geralmente ele é utilizado para determinar o preço
justo de uma ação, pois é por meio dele que uma série de métricas de valor são
utilizadas para analistas realizarem a avaliação de uma empresa.
Para Campos e Scherer:
Em sua forma simplificada, o Lucro por Ação é obtido da divisão do lucro (prejuízo) líquido do exercício pelo número de ações ordinárias em circulação (no final do exercício, segundo a prática brasileira, e em função do número médio de ações no caso dos Estados Unidos e Europa). O cálculo do LPA pode tornar-se mais complexo nas hipóteses de existência de instrumentos financeiros diversos, tais como ações preferenciais conversíveis, debêntures conversíveis e bônus de subscrição, os quais podem ser convertidos em ações ordinárias. (CAMPOS; SCHERER, 2001, p. 2)
2.13 Valor patrimonial por ação (VPA)
De acordo com o site Trader Gráfico (2008), o VPA é o valor patrimonial de
uma ação e ele é calculado dividindo-se o patrimônio líquido pela quantidade total de
ações de uma empresa. O Trader Gráfico salienta também que o VP de uma ação é
uma fotografia de determinado momento da empresa, com base em fatos históricos.
Desta forma não há uma comparação direta entre o VP de uma ação e o seu valor
no mercado atual, uma vez que, as informação são obtidas por meio de documentos
históricos e o mercado é dinâmico modificando-se dia a dia. Geralmente, o Mercado
precifica ações baseados nos lucros futuros e na sua expectativa de desempenho, e
não somente no Patrimônio líquido da empresa. Em conjunto com o Lucro por ação,
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o Valor Patrimonial por Ação é um indicador que também deve ser avaliado pelo seu
crescimento.
2.3 ESTUDOS ANTERIORES DO VALOR DE MERCADO
Banz (1981) analisou a relação empírica entre o retorno e o valor de mercado
de empresas com ações ordinárias cotadas na bolsa de Nova Iorque (NYSE) entre o
período de 1926-1975, levando em consideração somente empresas que possuíam
no mínimo cinco anos de ações negociadas na NYSE. Evidenciou por meio de um
modelo generalizado de precificação de ativos que empresas de menor porte
tiveram seus retornos mais ajustados ao risco, em média, do que empresas maiores.
Esse “Efeito de tamanho” não era linear no valor de mercado e já existia há
pelo menos 40 anos, sendo uma evidência de que o modelo de precificação de
ativos (henceforth CAPM) era mal especificado.
Sarlo Neto et al. (2005) investigaram a relevância da informação contábil nos
preços das ações de 93 empresas com ações negociadas na Bolsa de Valores de
São Paulo (BOVESPA) entre o período de 1990 a 2002, procurando verificar como
os retornos das ações ordinárias ou preferenciais reagiam à divulgação dos
resultados contábeis anuais. A pesquisa comprovou a hipótese da relevância das
informações contábeis, já que as evidências encontradas indicaram que as
variações dos preços das ações preferenciais seguiam a mesma direção dos
resultados divulgados. Por outro lado, para as ações ordinárias a hipótese foi
confirmada parcialmente, pois somente a carteira com retornos negativos seguiu na
mesma direção dos resultados divulgados, indicando que, para os casos de lucros
anormais positivos, as informações contábeis divulgadas perdem relevância diante
de outras fontes de informações.
Aflatooni, Nikbakhat e Pourheidari (2008) utilizando a regressão de dados em
corte transversal examinaram o relacionamento entre as variáveis dividendo, valor
contábil do patrimônio e lucros com o valor de mercado das ações da Tehran Stock
Exchange (TSE) durante o período de 1996-2004. Encontrou evidências de que a
variável dividendo tinha grande conteúdo informacional, além de ter verificado
também um relacionamento positivo entre dividendos, valor contábil e lucros com o
valor de mercado das ações. Ressaltou ainda que para a estimativa dos preços das
ações e da tomada de decisões econômicas, era aconselhado aos investidores e
acionistas que, devido à alta taxa de inflação no Irã, não era interessante confiar
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apenas no valor contábil como variável de decisão, porque nesse país as variáveis
de dividendos e ganhos eram as que possuíam maior conteúdo informativo.
Galdi e Lopes (2008), utilizando teste de co-integração e em complemento a
investigação de causalidade de Granger, analisaram se existia relação de longo
prazo e de causalidade entre o lucro contábil e o preço das ações de 41 empresas
da América Latina no período de janeiro de 1995 a setembro de 2005. As
evidências da pesquisa apontaram que existia um relacionamento de longo prazo
entre o lucro e os preços das ações. Contudo, não se pôde estabelecer uma relação
clara de causa entre essas duas variáveis. Adicionalmente, os resultados indicaram
que o lucro apurado pela contabilidade Argentina apresentava comportamento mais
tipicamente estacionário e maior relação causal com o preço da ação quando
comparado com os lucros dos outros países da América Latina.
Oliveira, Montezano e Oliveira (2013) usaram uma amostra de dados de
mercado e informações contábeis de 219 empresas de capital aberto brasileiras do
período de 1995-2007, estudando o relacionamento empírico entre o preço de
mercado das ações e as variáveis contábeis, utilizando como suporte teórico uma
versão simplificada do modelo de Ohlson (1995). Concluíram que as variáveis
contábeis selecionadas foram relevantes na determinação dos preços das ações em
mercado. Porém, os efeitos de lucro e do valor patrimonial sobre preços são
assimétricos, dependendo do porte da empresa, sinal do lucro e do setor da
atividade.
3 METODOLOGIA
3.1 NATUREZA DO ESTUDO
A pesquisa é de natureza descritiva, pois registrou, analisou e ordenou os
dados dos indicadores econômico-financeiros para uma posterior análise. Para
Prodanov e Freitas (2013, p. 52) uma pesquisa é considerada descritiva quando ela
“observa, registra, analisa e ordena dados, sem manipulá-los, isto é, sem
interferência do pesquisador.”
É bibliográfica, pois trabalhou com livros que trata sobre avaliação de
empresas e que explica sobre os importantes indicadores financeiros utilizados
neste estudo, levantando conhecimentos sobre essa teoria, além de utilizar sites que
disponibilizam, ao público em geral, essenciais teorias referentes ao tema proposto.
É considerada documental por extrair dados das demonstrações financeiras
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que são documentos históricos que resumem o que aconteceu com a empresa em
determinado período.
E é quantitativa por trabalhar com dados passíveis de mensuração, como:
valor de mercado de uma empresa, valor do retorno sobre o ativo, lucro por ação
etc. Conforme Martins e Theóphilo (2009, p. 107), “As pesquisas quantitativas são
aquelas em que os dados e as evidências coletados podem ser quantificados e
mensurados”.
3.2 POPULAÇÃO E AMOSTRA
Para compor a amostra do estudo foram utilizadas as empresas que em
agosto de 2018 possuíam suas ações na formação do índice Bovespa (IBOV). Este
índice é o principal indicador médio de desempenho e representatividade do
mercado de ações do Brasil, e é formado pelas ações com maior volume negociado
nos últimos 12 meses, sendo revisado trimestralmente.
Para realizar a análise, inicialmente havia 65 empresas brasileiras para serem
calculados seus indicadores econômico-financeiros. Contudo, precisaram ser
retiradas da amostragem as instituições financeiras, por possuírem características
financeiras diferentes das demais empresas, e companhias que possuíam dados
inconsistentes para a análise. Neste sentido, foram retiradas da amostra as
seguintes empresas: seguradoras, corretoras, bolsas de valores/ mercadorias e
futuro e instituições financeiras (7 empresas); as que possuíam seus dados
incompletos por falta de algum indicador em um ou mais anos da análise (13
empresas); as que não foram possível a obtenção de seu valor de mercado em
todos os anos da análise, devido a falta de informações (10 empresas); e por fim,
foram eliminadas as que possuíam data de fechamento dos demonstrativos
contábeis diferente das demais empresas analisadas (2 empresas); restando na
amostragem 33 empresas.
Dessas 33 empresas restantes utilizadas para compor a amostra, foi utilizado
o valor de mercado de cada uma delas como variável dependente, e como variáveis
independentes foram utilizadas: o PIB, a taxa de câmbio, a liquidez geral, a liquidez
corrente, o endividamento geral, a composição do endividamento, a participação de
capital de terceiros, o retorno sobre o investimento – ROI, o retorno sobre o
patrimônio líquido – ROE, a margem líquida, o giro do ativo, o lucro por ação e o
valor patrimonial por ação.
16
3.3 COLETA DE DADOS
Nas técnicas de coletas de dados são utilizados procedimentos para reunir
informações, mediante definição de objetivos a serem alcançados. Trata-se da
elaboração de uma estratégia com a finalidade de facilitar a conclusão do trabalho,
desta forma pode-se definir que as técnicas de coleta de dados são as maneiras
diferentes de se obter informações. (ARIAS, 1999)
Ciente disso, os dados referentes às demonstrações financeiras foram
coletados do site da Comissão de Valores Mobiliários com o auxílio do programa
Empresas. NET na versão 13.0.0.2., e posteriormente calcularam-se os indicadores
econômico-financeiros das empresas durante o período de 2011 a 2017.
Para calcular o valor de mercado das companhias em cada ano, foi
necessário multiplicar a quantidade de ações pelo valor de cada ação, mas para
isso, foi essencial a extração da quantidade de ações do capital integralizado no site
da Bovespa. Após ter extraído a quantidade de ações referente a cada ano e a cada
empresa, foi obtido o valor de cada ação no site Infomoney. Utilizando para o cálculo
o último valor de fechamento da ação em cada ano.
O valor do PIB de todos os anos da análise foi disponibilizado pelo site do
IBGE e a cotação do dólar de 2011 a 2017 foi extraída do site Dólar Hoje.
3.4 TRATAMENTO DE DADOS
Os dados da pesquisa foram organizados em séries históricas e agrupados
em painel de forma balanceada para uma melhor análise. Conforme tabela abaixo:
Tabela 1 - Modelo de organização dos dados em painel balanceado.
EMPRESA ANO VM PIB TC LG LC EG CE PCT ML ROI ROE GA LPA VPA
Z1 2011
Z1 2012
Z1 2013
Z1 2014
Z1 2015
Z1 2016
Z1 2017
... ...
Z33 2017
Fonte: Elaborado pelo próprio autor, 2019.
17
Na primeira coluna foram colocados os nomes das 33 empresas da pesquisa,
na segunda os anos de 2011 a 2017 para cada empresa, na terceira o valor de
mercado correspondente a cada empresa em seus respectivos anos, considerando
o valor de mercado na análise como variável dependente, e da quarta coluna em
diante foram colocados os valores das variáveis independentes.
A análise das variáveis dependentes e independentes se deu por uma
regressão múltipla utilizando o Método Generalizado dos Momentos (MGM) e o
software estatístico E-Views na sua versão 9.5.
Adotou-se por uma estimativa MGM para que os problemas de endogenia
(proveniente, por exemplo, de causalidades reversas e variáveis omitidas)
pudessem ser tratados com a adição de variáveis instrumentais. Além do mais, tal
método trabalha de forma mais eficaz com o problema de heterocedasticidade.
Evidencia-se também que o MGM exibe melhores propriedades para pequenas
amostras (BUENO, 2012), o que vem a ser mais adequado para esta pesquisa.
4 APRESENTAÇÃO E ANÁLISE DOS DADOS
Para identificar o efeito dos fatores determinantes do valor de mercado das
empresas de capital aberto listadas na BM&FBovespa no período de 2011 a 2017,
utilizou-se a regressão múltipla pelo Método Generalizado dos momentos (MGM),
considerando a variável valor de mercado como variável dependente, e como
variáveis independentes, o PIB, a taxa de câmbio, a liquidez geral, a liquidez
corrente, o endividamento geral, a composição do endividamento, a participação de
capital de terceiros, o retorno sobre o investimento – ROI, o retorno sobre o
patrimônio líquido – ROE, a margem líquida, o giro do ativo, o lucro por ação e o
valor patrimonial por ação. Todas as variáveis são importantes determinantes que
possuem grande valor informacional para a tomada de decisão pelos analistas
financeiros.
Todas as variáveis utilizadas na pesquisa que não possuíam seus valores
representados em formato de índice tiveram seus valores corrigidos pelo efeito
inflacionário, tomando-se como base o ano de 2017.
Antes de realizar a regressão foi importante realizar a análise de correlação
entre cada uma das variáveis da pesquisa, já que é importante verificar a ausência
de multicolinearidade entre as variáveis, ou seja, duas ou mais variáveis explicando
o mesmo fenômeno (variáveis com informações similares). Se existe
18
multicolinearidade entre duas ou mais variáveis independentes, então o coeficiente
de correlação será alto, assim como as variâncias e as covariâncias para os
estimadores dos mínimos quadrados dos coeficientes de regressão também serão
altos. Isto implica que amostras diferentes, tomadas nos mesmos níveis de X
poderiam levar a estimativas amplamente diferentes dos parâmetros do modelo.
(MONTGOMERY; PECK; VINING, 2006).
Para verificar, simultaneamente, o grau de dependência ou associação
existente entre cada variável, utilizou-se a matriz de correlação:
Tabela 2 -Matriz de correlação das variáveis do ano de 2011 a 2017
VM PIB TXC LG LC EG CE PCT ML ROI ROE GA LPA VPA
VM 1
PIB -0,02 1
TXC -0,05 -0,02 1
LG -0,19 -0,00 -0,00 1
LC -0,04 -0,05 0,04 0,25 1
EG -0,11 -0,00 0,11 -0,38 0,04 1
CE -0,17 0,03 -0,04 0,59 -0,16 -0,09 1
PCT -0,09 0,00 0,10 -0,22 -0,28 0,57 -0,03 1
ML -0,04 -0,05 0,05 -0,03 0,82 0,24 -0,18 -0,05 1
ROI -0,02 0,04 -0,09 0,11 0,30 -0,13 -0,04 0,04 0,51 1
ROE -0,04 -0,00 0,07 -0,04 -0,15 0,23 -0,02 0,31 0,22 0,39 1
GA -0,02 0,11 -0,06 0,16 -0,02 0,11 0,35 0,03 -0,09 0,02 -0,02 1
LPA 0,04 -0,00 -0,23 0,05 0,15 -0,35 -0,04 -0,20 0,18 0,60 -0,16 -0,00 1
VPA 0,17 0,02 -0,15 -0,04 -0,03 -0,51 -0,19 -0,32 -0,09 -0,06 -0,12 -0,10 0,41 1
Fonte: E-viws 9.5, 2019.
Para uma melhor explicação dos valores encontrados na tabela 2, segue antes a
tabela de coeficiente de Pearson que determina se a correlação existente é
desprezível, fraca, moderada, forte ou muito forte:
Tabela 3 - Coeficiente de Pearson
0,9 Positivo ou Negativo indica uma correlação muito forte
0,7 - 0,9 Positivo ou Negativo indica uma correlação forte
0,5 - 0,7 Positivo ou Negativo indica uma correlação moderada
0,3 - 0,5 Positivo ou Negativo indica uma correlação fraca
0,0 - 0,3 Positivo ou Negativo indica uma correlação desprezível
Fonte: Martins e Theóphilo,2009
19
Na correlação da tabela 2 é possível observar uma desprezível correlação
entre a variável dependente e as variáveis independentes. Demonstrando que a
utilização de uma única variável independente possui desprezível relação linear com
o valor de mercado. Enfatizando que para se criar uma estimativa do valor de
mercado eficiente, uma única variável não é suficiente, o que torna necessário
utilizar um conjunto de variáveis independentes ou preditoras.
Ainda é possível elucidar na tabela 2 que as variáveis independentes
possuem em sua maioria desprezível ou fraca correlação linear uma com as outras,
com exceção de algumas que possuem correlação moderada ou forte, como, por
exemplo, no caso da moderada correlação entre ROI – LPA (0,60); LG – CE (0,59);
EG – PCT (0,57); ML – ROI (0.51); VPA – EG (-0.51); e no caso de forte correlação
existente entre a ML – LC (0,82), indicando uma multicolinearidade forte entre essas
duas últimas variáveis, ou seja, posteriormente uma dessas variáveis precisará ser
eliminada da regressão para que seja evitado o problema de multicolinearidade.
Para identificar o efeito que cada uma das variáveis utilizadas na pesquisa
tem sobre o valor de mercado das empresas, foi utilizada a regressão múltipla
utilizando o método generalizado dos momentos.
O valor de mercado da empresa (número de ações emitidas x preço da ação)
que é a variável resposta foi convertido em logaritmo de base dez. A conversão em
logaritmo foi devido diminuir os efeitos da heterocedasticidade na regressão, que é
quando a variância no erro não é constante para todas as observações.
(HOFFMANN, 2016).
Para saber se a regressão seria realizada pelo efeito fixo ou aleatório, utilizou-
se o teste de especificação de Hausman que apontou para o efeito aleatório. Para
Wooldridge (2002) o modelo com efeitos fixos é operacionalmente mais simples,
mas pode consumir muitos graus de liberdade quando há muitas unidades de corte
transversal e/ou temporal. Dessa forma, o modelo com efeitos aleatórios seria
especialmente atraente nas situações em que haja uma caracterização
substancialmente grande das variações de corte transversal e séries temporais.
Seus estimadores teriam menores variabilidades e consequentemente seriam mais
eficientes.
Na tabela a seguir, encontram-se os resultados da regressão pelo método
generalizado dos momentos:
20
Tabela 4 – Resultado das regressões pelo método generalizado dos momentos
REGRESSÃO - MÉTODO GENERALIZADO DOS MOMENTOS
1ª ETAPA 2ª ETAPA
VARIÁVEL DEPENDENTE
VALOR DE MERCADO DAS EMPRESAS
VARIÁVEIS INDEPENDENTES
INTERCEPTO VALOR P INTERCEPTO VALOR P
VPA -0,0012 0.6145 ELIMINADO ELIMINADO
TXC 0,0231 0.2523 ELIMINADO ELIMINADO
ROI 1,9345 0,0001*** 1,8079 0,0000***
ROE -0,0441 0,0831* -0,067 0,0000***
PIB_LOG 0,0998 0,9129 ELIMINADO ELIMINADO
PCT -0,0158 0,0576* -0,0156 0,0213**
ML -0,032 0,0002*** -0,0225 0,0000***
LPA 0,0082 0,5735 ELIMINADO ELIMINADO
LG -0,1323 0,3958 ELIMINADO ELIMINADO
LC 0,2637 0,0590* ELIMINADO ELIMINADO
GA -0,0035 0,9201 ELIMINADO ELIMINADO
EG 0,0009 0,9976 ELIMINADO ELIMINADO
CE 0,4671 0,0973* 0,2167 0,2163
CONSTANTE 8,427 0,4707 9,8515 0,0000***
R2
39,32% 38,02%
R2 AJUSTADO 35,68% 36,64%
Fonte: elaborado pelo próprio autor com base nos resultados gerados pelo E-viws, 2019. Nota: *** significativo a 1%, **significativo a 5% e *significativo a 10%.
A variável dependente foi utilizada em duas etapas pelo MGM, na primeira
etapa foram consideradas todas as variáveis independentes da pesquisa para
explicar a variável resposta, já na segunda etapa foram eliminadas as variáveis que
não tiveram resultado significativo na primeira etapa.
O indicador de Liquidez Corrente (LC), apesar de ter tido um p valor
significativo para o modelo estimativo, precisou ser eliminado por apresentar forte
correlação com a variável de Margem Líquida (ML). Como já dito anteriormente,
variáveis independentes com forte correlação precisam ser retiradas da regressão
para evitar possíveis problemas de multicolinearidade no modelo.
21
Os indicadores econômico-financeiros de valor patrimonial por ação (VPA),
lucro por ação (LPA), taxa de câmbio (TXC), Produto Interno Bruto em logaritmo
(PIB_LOG), Liquidez geral (LG), endividamento geral (EG) e Giro do ativo (GA)
demonstraram possuir baixo efeito explicativo sobre o valor de mercado das
empresas listadas na BM&FBovespa.
Provavelmente o VPA e o LPA não foram significativos devido aos diferentes
pesos provocados pelo número de ações, já que empresas com o mesmo valor de
mercado, mesmo valor patrimonial e lucro podem assumir facilmente diferentes
VPA’s e LPA’s, dependendo do número de ações emitidas, o que causa grandes
variações e inconsistências quando comparado com o valor de mercado. Esses
indicadores podem ser muito utilizados para análise do valor da ação já que também
tem como peso o número de ações, mas pouco provável para o valor de mercado.
A taxa de câmbio e o PIB possuíram efeitos não esperados. Acreditava-se
existir algum efeito desses indicadores, já que um país com moeda valorizada e em
crescimento econômico tende a atrair um maior número de investidores, o que
consequentemente deveria valorizar o valor das ações e o valor de mercado das
empresas do país.
Os indicadores de liquidez geral e o endividamento geral também se
comportaram de forma não esperada, já que uma empresa com alta liquidez e um
endividamento geral eficientemente controlado indicaria uma empresa capaz de
cumprir com suas obrigações e de melhor solvência, o que deveria valorizar a
companhia.
Por um lado, os investidores conservadores podem entender que uma
empresa com alta liquidez é uma empresa mais segura para investir, porém lhe trará
menor retorno. Por outro lado, os investidores mais agressivos ou arrojados podem
entender que uma empresa apesar de possuir baixa liquidez e alto grau de
endividamento, poderá lhe trazer um melhor retorno, porém, quanto menor for a
liquidez e maior for o retorno e o endividamento, maior será o risco do negócio.
Provavelmente devido aos diferentes comportamentos dos investidores frente a
essas variáveis, a regressão não apresentou nenhum efeito dessas variáveis no
valor de mercado.
Não houve na pesquisa nenhum efeito significativo do giro do ativo no valor
de mercado. Empresas com alto giro é sinal de bom volume de vendas, mas não é
fator determinante para alta rentabilidade e valor de mercado. Esses produtos são
22
específicos para determinados setores e costumam ter baixa margem líquida e valor
agregado, fatores de mais fácil percepção pelos investidores. Possivelmente devido
a regressão ter abordado empresas dos mais diversos tipos, essa variável
apresentou nenhum efeito. Talvez se na pesquisa as empresas tivessem sido
separadas pela sua característica de giro, tal variável obtivesse um resultado mais
explicativo.
Já dentre as variáveis que em algum momento apresentaram um efeito
significativo no valor de mercado tem se o retorno tem-se o retorno sobre o ativo
(ROI) e a composição do endividamento (CE) que obtiveram níveis significativos de
1% e 10% respectivamente. Ambos obtiveram efeitos positivos na regressão, ou
seja, quanto maior esses indicadores, maior será o valor das empresas no mercado.
Entende-se que quanto maior o lucro frente ao ativo total investido, mais valiosa será
essa empresa no mercado. Quanto a composição do endividamento, grandes
literaturas como Silva (2013) argumentam que a composição do endividamento alta
não é boa para a empresa, quando mantido constante as demais variáveis, já que
quanto mais dívidas a pagar a curto prazo, maior será a pressão exercida sobre a
empresa para que ela honre esses compromissos, deixando dúvida quanto ao seu
efeito positivo provocado. Contudo, quando o investidor analisa que a empresa está
tendo mais dívidas de curto prazo do que dívidas de longo prazo, ele pode entender
que a empresa gera mais dívidas de curto prazo porque tem capacidade de honrar
seus compromissos mais rapidamente. Assim, pode ser uma justificativa para o
efeito positivo deste índice no valor de mercado.
O retorno sobre o patrimônio líquido (ROE), a participação de capital de
terceiros (PCT) e a margem líquida (ML) obtiveram efeitos negativos em relação ao
valor de mercado, ou seja, quanto menor for esses indicadores, maior será o valor
de mercado.
No caso do ROE, uma possível explicação para esse fato é de que uma
empresa com alto ROE, ao mesmo tempo que pode significar o ganho de altos
lucros, também pode indicar baixo valor do patrimônio líquido, e empresa com baixo
patrimônio líquido costuma ter menor valor no mercado, ao menos que essa
empresa seja vista pelo mercado como empresa que poderá lhe proporcionar
grande retorno futuro e que tem oportunidade de crescimento no mercado. Outro
ponto é que um ROE alto também pode significar uma empresa com alta taxa de
endividamento, já que ele não mostra se a empresa tem uma dívida alta.
23
Já ao se tratar da ML, é possível a confirmação de tal efeito, já que no
mercado brasileiro as empresas de maior valor de mercado são empresas que
trabalham com produtos vendidos em grande escala e com menor margem líquida.
Para melhores análises futuras acredita-se ser interessante separar as empresas
que ganham na margem das empresas que ganham no giro, para uma possível
linearidade melhor no modelo.
A participação de capital de terceiros com efeito negativo está na mesma linha
de raciocínio das literaturas que afirmam que a alta taxa do PCT pode ser ruim para
a empresa, por representar alto grau de dependência da empresa em relação aos
recursos de terceiros. Contudo, conforme afirma Silva (2013) pode acontecer que o
endividamento da empresa lhe permita melhor ganho por ação, porém, associado ao
maior ganho estará também um risco maior.
A regressão múltipla contribui significativamente para a identificação do efeito
de cada uma das variáveis da análise ou fatores determinantes do valor de mercado
e indicou que somente os indicadores de ROI, ROE, PCT, ML e CE possuem efeitos
que conseguem explicar 38,02% do valor de mercado, resultando no seguinte
modelo:
Como pode ser observado, o valor de mercado é um indicador que é obtido
por meio da análise do efeito de vários fatores determinantes, e quanto mais
parecido uma empresa da outra, melhor será a análise do efeito desses
determinantes dentro de uma regressão.
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS
O valor de mercado uma empresa sofre efeito de vários fatores determinantes
que podem ser analisados em conjunto para que o seu valor seja condizente com o
que a empresa ainda pode oferecer em termos futuro.
Na pesquisa, alguns fatores determinantes exerceram efeito sobre o valor de
mercado. Por exemplo, do modelo que apresentou o melhor R2 ajustado, identificou-
se que somente o retorno sobre o ativo, o retorno sobre o patrimônio líquido, a
margem líquida, a participação de capital de terceiros e a composição do
endividamento conseguiram explicar 38,02% do valor de mercado das empresas. O
ROI e a CE obtiveram efeitos positivos, enquanto o ROE, a PCT e a ML obtiveram
24
efeitos negativos no valor de mercado das empresas brasileiras de capital aberto
listadas na BM&FBovespa.
Observou-se também que os indicadores econômico-financeiros de valor
patrimonial por ação (VPA), lucro por ação (LPA), taxa de câmbio (TXC), Produto
Interno Bruto em logaritmo (PIB_LOG), Liquidez geral (LG), endividamento geral
(EG) e Giro do ativo (GA) demonstraram não ter efeito significativo sobre o valor de
mercado das empresas analisadas. Fato que não os torna inferior, apenas realçou a
subjetividade do mercado na avaliação de empresas dentre o período analisado.
Pode ser que dentre outra amostragem de empresas, em diferente período, esses
indicadores tenham valor significativo.
Assim, o valor de mercado de uma empresa é bastante relativo e nem sempre
está de acordo com o seu valor patrimonial, mas sim, nas projeções futuras de
retorno e oportunidade de crescimento do negócio. Se a procura/ demanda de ações
for maior que o número de ações disponíveis, o valor da empresa pode aumentar
ainda mais.
As variáveis explicativas de valor de mercado, conforme já mencionado em
outros artigos, sofrem efeito dos seus indicadores econômico-financeiros, contudo,
dependendo do setor de atividade e porte da empresa, essas variáveis podem
possuir diferentes efeitos, o que causa assimetria nos resultados. Portanto, sugere-
se para os próximos estudos um número maior de empresas e período analisado,
discriminando ou eliminando empresas atípicas para que elas não venham impactar
nos resultados encontrados.
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