Efeitos do Treino Pliométrico na Capacidade de Salto Vertical e
Horizontal após Período de Destreino – Estudo realizado em Jovens Púberes
Dissertação apresentada com vista à obtenção do grau de Mestre em Ciências do Desporto, na área de especialização de Treino de Alto Rendimento Desportivo, nos termos do Decreto-Lei nº 216/92 de 13 de Outubro
Orientador: Prof. Doutor José Augusto Rodrigues dos Santos Marta Filipa Alves Ferrão Porto, 2010
Ferrão, M. (2010). Efeitos do Treino Pliométrico na Capacidade de Salto Vertical e Horizontal após Período de Destreino: um estudo realizado com Jovens Púberes em contexto escolar. Porto: M. Ferrão. Dissertação de Mestrado apresentada à Faculdade de Desporto da Universidade do Porto. Palavras-chave: pliometria, jovens púberes, destreino, força explosiva, saltos
“ Eu não tenho nenhuma coragem, mas procedo como se a tivesse,
o que talvez venha a dar ao mesmo!!” (Gustave Flaubert)
Muito obrigada às pessoas que me dão coragem para seguir em frente…
Aos meus pais
Aos meus irmãos
Aos meus sobrinhos
Aos que acreditam em mim…
III
Agradecimentos
Uma vez mais, não podia deixar de mostrar o meu sincero agradecimento, ao
que foi para mim um Homem digno de ser considerado como um exemplo a
seguir, Professor Doutor José Augusto, que me ensinou muito sobre esta área
tão rica que é o atletismo, e me tem ensinado muito sobre a vida. Um
OBRIGADO por tudo que representou para mim nesta minha vida académica,
que sem dúvida seria muito mais pobre se dela não tivesse feito parte.
À “sempre minha” Professora Dulce Vicente, pela amabilidade com que
novamente se disponibilizou em me ajudar nesta etapa tão decisiva da minha
vida. Por toda a sua simpatia e apoio inqualificáveis. Por todos os transtornos
que este projecto lhe possa ter causado, e por acreditar nele com tanta
convicção. Por ser a amiga que é.
Ao Professor Luís pela disponibilidade, e por toda a ajuda prestada.
Ao Professor Doutor André Seabra pelo auxilio prestado, pela sua
disponibilidade em me “socorrer” num momento em que mais necessitava de
ajuda.
Aos alunos de doutoramento do gabinete de estatística, Diego e Taísa,
agradeço a paciência e disponibilidade no momento tão delicado para ambos.
Aos alunos do 8º B, 9º A, B e C da Escola E.B. 2/3 Tourais Paranhos, minhas
cobaias, a minha eterna gratidão pela colaboração, pois sem vocês este
trabalho não seria possível.
Aos verdadeiros amigos, Nelson, Fernando, Neuza, Romano, Hugo, Sarinha,
pela amizade, apoio e companheirismo demonstrado, e acima de tudo, por
estarem sempre presentes nos momentos menos bons.
IV
Aos colegas e amigos do Holmes Place por terem suportado as minhas
inseguranças e medos, bem como a minha ausência.
Aos meus pais, por nunca terem desistido de fazer de mim uma pessoa melhor.
A toda a minha família, irmãos, sobrinhos, tias…, por me suportarem, ajudarem
e compreenderem nos momentos onde o meu mau humor se sobrepunha a
tudo e todos. Perdoem-me todos os momentos em que não soube apreciar a
vossa companhia.
A ti Artur, por toda a ajuda, compreensão, apoio, carinho, e acima de tudo, por
transformares cada momento da minha vida em algo único e inesquecível, por
me fazeres sentir novamente uma pessoa feliz. “Já te disse hoje que gosto
muito de ti?”
A todos vós, o meu sincero MUITO OBRIGADO.
V
Resumo
Na literatura, podemos encontrar vários estudos realizados no âmbito do treino
pliométrico e do destreino. No entanto, a grande maioria dos estudos centra-se
fundamentalmente em amostras com desportistas de alto rendimento e
principalmente em idades pós-púberes. Como tal, achamos pertinente a
abordagem a este tema, estudando os efeitos do treino pliométrico após
período de destreino em sujeitos em idade pubertária, não praticantes
regulares de desporto. Foi objectivo deste estudo, verificar os efeitos do
destreino após a realização de um programa de treino pliométrico simples de
reduzido impacto articular e muscular, durante 6 meses com 2 sessões
semanais, e verificar os níveis da força dos MI e composição corporal (peso,
altura e perímetros geminal e crural), após a nova aplicação do mesmo
programa, durante o mesmo período de tempo, nas mesmas condições. A
amostra foi constituída por 40 sujeitos de ambos os sexos, sem prática
actividade desportiva, divididos em dois grupos. O grupo de controlo (GC) foi
constituído por 19 sujeitos e o grupo experimental (GE) por 21 sujeitos, com
14,5 ± 0,61 e 14,6 ± 0,65 anos de idade, respectivamente. Os parâmetros
sujeitos a avaliação foram: impulsão vertical, salto a pés juntos, triplo salto sem
balanço, quíntuplo salto e décuplo salto e a medição dos perímetros geminal e
crural. O GC realizou somente as aulas normais de EF, enquanto o GE realizou
o mesmo tipo de aulas com a inclusão de uma série de exercícios pliométricos.
Os principais resultados apontam para a melhoria significativa (p<0.05) da
performance em todos os saltos, dos perímetros geminal e crural e no peso,
isto para o GE, facto que não se verificou no GC. Ambos os grupos tiveram um
aumento significativo (p<0.05) relativamente à altura. As conclusões mais
evidentes deste estudo apontam para o facto de que após um período de
destreino, a performance é rapidamente recuperada, facto este que parece
estar mais relacionado com processos neuro-coordenativos. Concluímos
também que a inclusão de exercícios pliométricos simples nas aulas de EF tem
efeitos positivos na performance múltipla de salto, melhoria essa que parece
estar relacionada tanto com neuro-coordenativos como processos hipertróficos.
VI
Palavras-chave: pliometria, jovens púberes, destreino, força explosiva, saltos
VII
Abstract
Literature is able to provide several researches about Plyometric training and
the absence of any kind of training, yet, the largest amount of these studies has
been focused on athletes of high performance and mostly concerning post
pubertal age athletes. Once the approach to this matter seems to be relevant,
we committed ourselves to study the outcomes of the Plyometric training after a
period of absence of any kind of training in pubertal age individuals, who had
not a regular sportive practice. The goal of this research headed to verify the
results of the absence of any kind of training after the performance of a simple
Plyometric training program with reduced muscular and articular impact , during
6 months with 2 sessions per week, and verify the lower limbs (LL) strength
levels and the body composition (weight, height and geminal and crural
perimeters), after the performance of the same program, matching the same
conditions and the same period of time. The sample included 40 individuals
both genders, without physical practice, divided into two groups. The control
group (CG) comprised 19 individuals and the test group (TG) 21 individuals,
who were 14,5±0,61 and 14,6±0,65 years old, respectively. The assessment
parameters were: vertical impulsions, two feet jump, triple jump without running,
quintuple jump and decuple jump and the measurement of geminal and crural
perimeters. The control group (CG) attended the ordinary Physical Education
classes, while the test group (TG) accomplished the same classes including a
series of Plyometric drills. The main outcomes revealed an important
improvement (p‹ 0.05) concerning the performance of test group (TG) within
every jumps, of geminal and crural perimeters and weight, which didn’t happen
with the control group (CG). An expressive rising (p‹ 0.05) was obtained by both
groups regarding height. The clearest conclusions of this research point out to
the fact that after a period of absence of any kind of training, performance
returns rapidly, which seems to be connected with neuro–coordinative
processes. The inclusion of simple Plyometric drills into Physical Education
classes has positive results in the multiple performance of jump and that
VIII
improvement seems to be connected not only with neuro–coordinative
processes but also with hypertrophic processes. Keywords: Plyometrics, pubertal young, explosive force, jump.
IX
Résumé
Dans la littérature on peut trouver des plusieurs études effectués sur le champ
d’action de l’Entrainement Pliométrique et sans entraînement. Cependant, la
grande majorité des recherches mettre au centre, fondamentalement, des
échantillons avec des athlètes d’haute performance et surtout celles en âge
post-pubère. Ainsi, on juge pertinent d’étudier ce thème, en recherchant les
effets d’entrainement Pliométrique chez personnes dans l’âge pubertaire,
après un période sans entraînement et qui ne pratiquent pas du sport avec
régularité. Le but de cette recherche a été de constater les résultats sans
entraînement après la performance d’un programme d’entrainement
Pliométrique simple avec un impact réduit aux niveaux articulaire et musculaire,
pendant 6 mois avec 2 sessions par semaine, en regardant la force des
membres inferieures (MI) et la composition corporelle ( poids, hauteur et
périmètres géminé et crural), après la nouvelle application du même
programme, pendant le même période de temps, dans les mêmes conditions .
L’échantillon a été composé par 40 individus des deux sexes, sans aucune
activité sportive, partagés en deux groupes. Le groupe de contrôle (GC) a été
composé par 19 personnes et le groupe d’essai (GE) par 21 personnes avec
14,5 ± 0,61 et 14,6 ± 0,65 ans, respectivement. Les facteurs estimés on été :
L’impulsion verticale, le saut aux deux pieds, tripe saut sans prendre son élan,
quintuple saut et décuple saut et le mesurage des périmètres géminé et
crural. Le groupe de contrôle (CG) a accompli seulement les classes ordinaires
d’Education Physique (EF), tandis que le groupe d’essai(GE) a effectué les
mêmes classes avec l’inclusion d’exercices pliométriques. Les résultats
obtenus montrent une amélioration significative (p‹ 0.05) en concernant la
performance dans tous les sauts des périmètres géminé et crural et dans le
poids chez le groupe d’essai(GE) et cela ne c’est pas vérifié chez le groupe de
contrôle (GC). Tous les deux groupes ont obtenu un agrandissement significatif
(p‹ 0.05) de l’hauteur. Les conclusions les plus visibles de cette investigation
mettent en évidence que après un période sans entraînement la performance
c’est rapidement récupérée, et ce fait semble être connecté avec des procès
X
neuro – coordinatifs. On peut inférer que l’inclusion des exercices
pliométriques simples dans les classes d’Education Physique a des effets
positifs sur la performance multiple du saut, et cette amélioration semble être
plus rapportée avec des procès neuro-coordinatifs et avec des procès
hypertrophiques.
Mots-Clef : Pliometrie, jeunes puberes, force explosive, sault.
XI
Índice Geral Pág Agradecimentos III
Resumo V
Abstract VII
Résumé IX
Índice Geral XI
Lista de Abreviaturas XV
Índice de Figuras XVII
Índice de Quadros XVIII
1. Introdução 1
2. Revisão da Literatura 5
2.1. Força 7
2.1.1. Conceito de Força 7
2.1.2. Formas de Manifestação da Força 9
2.1.3. As três Formas de Manifestação da Força 11
2.1.3.1. Força Máxima 11
2.1.3.2. Força Rápida 13
2.1.3.3. Força Resistência 16
2.1.4. Factores Determinantes da Força Muscular 18
2.1.4.1. Factores Biológicos 20
2.1.4.2. Factores Mecânicos 23
2.1.4.3. Factores Funcionais 26
2.1.4.4. Factores Sexuais 27
2.2. O treino de Força 28
2.2.1. Os Princípios do Treino 28
2.2.1.1.Princípios Gerais do Treino 29
2.2.1.2. Princípios da Planificação do Treino da Força 30
2.2.2. Componentes do Treino da Força 31
2.2.2.1. Volume 32
2.2.2.2. Intensidade 32
XII
2.2.2.3. Velocidade de Execução 33
2.2.2.4. Tipo de Exercício 33
2.2.3. Adaptações ao Treino da Força 33
2.2.3.1. Adaptações Musculares 34
2.2.3.2. Adaptações Neurais 34
2.3. O Treino Pliométrico 36
2.3.1. Origem e Evolução 36
2.3.2. Conceito 37
2.3.3. O Ciclo de Alongamento-Encurtamento 38
2.3.3.1. Formas de Contracção Muscular 38
2.3.3.2. Eficácia Mecânica do CAE 41
2.3.3.2.1. Propriedades Elásticas do Músculo 41
2.3.3.2.1.1. Factores Determinantes do Armazenamento e
Utilização da Energia Elástica 44
2.3.3.2.1.1.1. Magnitude de Alongamento 45
2.3.3.2.1.1.2. Velocidade de Alongamento 47
2.3.3.2.1.1.3. Tempo de Transição 48
2.3.3.2.2. Reflexo de Alongamento 49
2.3.4. Orientações Metodológicas 51
2.3.4.1. Considerações Gerais 51
2.3.4.1.1. Idade do Sujeito a Treinar 52
2.3.4.1.2. Nível Inicial da Força 53
2.3.4.1.3. Experiência no Treino Pliométrico 54
2.3.4.1.4. Superfície de Contacto 55
2.3.4.1.5. Progressões das Cargas de Treino 55
2.3.5. Dinâmica da Carga 56
2.3.5.1. O Saltitar 56
2.3.5.2. Os Saltos 57
2.3.5.3. Os Saltos em Profundidade (SP) 57
2.4. A Força em Crianças e Jovens 57
XIII
2.4.1. Fases Sensíveis 57
2.4.2. Maturação Biológica 60
2.4.3. Idade e Sexo 62
2.4.4. Características Metodológicas do treino de Força 64
2.4.5. As Críticas ao treino de Força 66
2.4.6. Princípios e Recomendações para o Treino de Força 68
2.5. Destreino 71
3. Objectivos e Hipóteses 77
4. Metodologia 81
4.1. Amostra 83
4.2. Instrumentos e Procedimentos 84
4.2.1. Idade e hábitos desportivos 85
4.2.2. Perímetro geminal e crural 85
4.2.3. Peso e altura 86
4.2.4. O treino pliométrico 86
4.3. Procedimentos Estatísticos 88
5. Resultados 89
5.1. Destreino 91
5.2. Avaliação ao 2º mês de Treino (A) 96
5.3. Avaliação ao 2º mês de Treino (B) 98
5.4. Avaliação ao 4º mês de Treino 102
5.5. Avaliação ao 6º mês de Treino (A) 106
5.6. Avaliação ao 6º mês de Treino (B) 110
5.7. Perímetro Geminal e Perímetro Crural 114
5.8. Altura 116
5.9. Peso 117
6. Discussão dos Resultados 119
XIV
6.1. Destreino 121
6.2. Efeitos do Treino Pliométrico 125
7. Conclusões 131
Bibliografia 135
Anexos 159
XV
Lista de Abreviaturas
Abreviatura Descrição CAE Ciclo Alongamento-encurtamento
dp Desvio Padrão
EC Elemento Contráctil
EE Elemento Visco-elástico
EF Educação Física
GC Grupo Controlo
GE Grupo Experimental
Méd Média
SP Saltos em Profundidade
UM Unidades Motoras
XVII
Índice de Figuras Pág
Figura 1 – Fita métrica utilizada na determinação dos perímetros geminal e
crural dos sujeitos. 85
Figura 2 e 3 – Balança utilizada na determinação do peso corporal dos sujeitos
e fita métrica utilizada na determinação da altura dos sujeitos. 86
XVIII
Índice de Quadros Pág Quadro 1 – Modelo das fases sensíveis para as capacidades motoras
condicionais, (Martin, 1982, Grosser et al., 1989, cit. por Cunha, 1996). 58
Quadro 2 – Formas de trabalhar as diferentes manifestações da força com a
idade em função do sexo (Navarro, 1995, cit. por Manso et al., 1996). 59
Quadro 3 – Proporção e treinabilidade da força do homem e da mulher
(Adaptado de Ehlenz et al., 1990). 63
Quadro 4 – Características da amostra. Valores da media e desvio padrão
relativos à idade dos sujeitos aquando da avaliação inicial. 83
Quadro 5 – Programa de treino a que o grupo experimental esteve sujeito.
87
Quadro 6 – Valores médios e respectivos desvios padrão, valor de t e nível de
significância, obtidos no momento de avaliação B e 1 em ambos os grupos,
respeitantes aos saltos de impulsão vertical, salto a pés juntos, triplo, quíntuplo
e décuplo saltos. 92
Quadro 7 – Valores médios e respectivos desvios padrão, valor de t e nível de
significância, obtidos nos momentos de avaliação B e 1, apenas nos sujeitos do
sexo masculino, em ambos os grupos, respeitantes aos saltos de impulsão
vertical, salto a pés juntos, triplo, quíntuplo e décuplo saltos. 94
Quadro 8 – Valores médios e respectivos desvios padrão, valor de t e nível de
significância, obtidos nos momentos de avaliação B e 1, apenas nos sujeitos do
sexo feminino, em ambos os grupos, respeitantes aos saltos de impulsão
vertical, salto a pés juntos, triplo, quíntuplo e décuplo saltos. 95
XIX
Quadro 9 – Valores médios e respectivos desvios padrão, valor de t e nível de
significância, obtidos nos momentos de avaliação B e 2, no grupo experimental,
respeitantes aos saltos de impulsão vertical, salto a pés juntos, triplo, quíntuplo
e décuplo saltos. 96
Quadro 10 – Valores médios e respectivos desvios padrão, valor de t e nível
de significância, obtidos nos momentos de avaliação B e 2, no grupo
experimental, apenas no sexo masculino, respeitantes aos saltos de impulsão
vertical, salto a pés juntos, triplo, quíntuplo e décuplo saltos. 97
Quadro 11 – Valores médios e respectivos desvios padrão, valor de t e nível
de significância, obtidos nos momentos de avaliação B e 2, no grupo
experimental, apenas no sexo feminino, respeitantes aos saltos de impulsão
vertical, salto a pés juntos, triplo, quíntuplo e décuplo saltos. 97
Quadro 12 – Valores médios e respectivos desvios padrão, valor de t e nível
de significância, obtidos nos momentos de avaliação 1 e 2, em ambos os
grupos, respeitantes aos saltos de impulsão vertical, salto a pés juntos, triplo,
quíntuplo e décuplo saltos. 99
Quadro 13 – Valores médios e respectivos desvios padrão, valor de t e nível
de significância, obtidos nos momentos de avaliação 1 e 2, no grupo
experimental, apenas no sexo masculino, respeitantes aos saltos de impulsão
vertical, salto a pés juntos, triplo, quíntuplo e décuplo saltos. 100
Quadro 14 – Valores médios e respectivos desvios padrão, valor de t e nível
de significância, obtidos nos momentos de avaliação 1 e 2, no grupo
experimental, apenas no sexo feminino, respeitantes aos saltos de impulsão
vertical, salto a pés juntos, triplo, quíntuplo e décuplo saltos. 101
XX
Quadro 15 – Valores médios e respectivos desvios padrão, valor de t e nível
de significância, obtidos nos momentos de avaliação 2 e 3, em ambos os
grupos, respeitantes aos saltos de impulsão vertical, salto a pés juntos, triplo,
quíntuplo e décuplo saltos. 103
Quadro 16 – Valores médios e respectivos desvios padrão, valor de t e nível
de significância, obtidos nos momentos de avaliação 2 e 3, no grupo
experimental, apenas no sexo masculino, respeitantes aos saltos de impulsão
vertical, salto a pés juntos, triplo, quíntuplo e décuplo saltos. 104
Quadro 17 – Valores médios e respectivos desvios padrão, valor de t e nível
de significância, obtidos nos momentos de avaliação 2 e 3, no grupo
experimental, apenas no sexo feminino, respeitantes aos saltos de impulsão
vertical, salto a pés juntos, triplo, quíntuplo e décuplo saltos. 105
Quadro 18 – Valores médios e respectivos desvios padrão, valor de t e nível
de significância, obtidos nos momentos de avaliação 3 e 4, em ambos os
grupos, respeitantes aos saltos de impulsão vertical, salto a pés juntos, triplo,
quíntuplo e décuplo saltos. 107
Quadro 19 – Valores médios e respectivos desvios padrão, valor de t e nível
de significância, obtidos nos momentos de avaliação 3 e 4, no grupo
experimental, apenas no sexo masculino, respeitantes aos saltos de impulsão
vertical, salto a pés juntos, triplo, quíntuplo e décuplo saltos. 108
Quadro 20 – Valores médios e respectivos desvios padrão, valor de t e nível
de significância, obtidos nos momentos de avaliação 3 e 4, no grupo
experimental, apenas no sexo feminino, respeitantes aos saltos de impulsão
vertical, salto a pés juntos, triplo, quíntuplo e décuplo saltos. 109
Quadro 21 – Valores médios e respectivos desvios padrão, valor de t e nível
de significância, obtidos nos momentos de avaliação 1 e 4, em ambos os
XXI
grupos, respeitantes aos saltos de impulsão vertical, salto a pés juntos, triplo,
quíntuplo e décuplo saltos. 111
Quadro 22 – Valores médios e respectivos desvios padrão, valor de t e nível
de significância, obtidos nos momentos de avaliação 1 e 4, no grupo
experimental, apenas no sexo masculino, respeitantes aos saltos de impulsão
vertical, salto a pés juntos, triplo, quíntuplo e décuplo saltos. 112
Quadro 23 – Valores médios e respectivos desvios padrão, valor de t e nível
de significância, obtidos nos momentos de avaliação 1 e 4, no grupo
experimental, apenas no sexo feminino, respeitantes aos saltos de impulsão
vertical, salto a pés juntos, triplo, quíntuplo e décuplo saltos. 113
Quadro 24 – Valores médios e respectivos desvios padrão, valor de t e nível
de significância, obtidos nos momentos de avaliação 1 e 4 em ambos os
grupos, respeitantes ao perímetro geminal e perímetro crural. 114
Quadro 25 – Valores médios e respectivos desvios padrão, valor de t e nível
de significância, obtidos nos momentos de avaliação 1 e 4, apenas nos sujeitos
do sexo masculino, em ambos os grupos, respeitantes ao perímetro geminal e
perímetro crural. 115
Quadro 26 – Valores médios e respectivos desvios padrão, valor de t e nível
de significância, obtidos nos momentos de avaliação 1 e 4, apenas nos sujeitos
do sexo feminino, em ambos os grupos, respeitantes ao perímetro geminal e
perímetro crural. 115
Quadro 27 – Valores médios e respectivos desvios padrão, valor de t e nível
de significância, obtidos nos momentos de avaliação 1 e 4 em ambos os
grupos, respeitantes à altura. 116
XXII
Quadro 28 – Valores médios e respectivos desvios padrão, valor de t e nível
de significância, obtidos nos momentos de avaliação 1 e 4, apenas nos sujeitos
do sexo masculino, em ambos os grupos, respeitantes à altura. 116
Quadro 29 – Valores médios e respectivos desvios padrão, valor de t e nível
de significância, obtidos nos momentos de avaliação 1 e 4, apenas nos sujeitos
do sexo feminino, em ambos os grupos, respeitantes à altura. 117
Quadro 30 – Valores médios e respectivos desvios padrão, valor de t e nível
de significância, obtidos nos momentos de avaliação 1 e 4 em ambos os
grupos, respeitantes ao peso. 117
Quadro 31 – Valores médios e respectivos desvios padrão, valor de t e nível
de significância, obtidos nos momentos de avaliação 1 e 4, apenas nos sujeitos
do sexo masculino, em ambos os grupos, respeitantes ao peso. 118
Quadro 32 – Valores médios e respectivos desvios padrão, valor de t e nível
de significância, obtidos nos momentos de avaliação 1 e 4, apenas nos sujeitos
do sexo feminino, em ambos os grupos, respeitantes ao peso. 118
3
1. Introdução Desde há muito tempo que podemos considerar o treino pliométrico
como método vinculado de forma inquestionável ao treino desportivo,
nomeadamente no atletismo. A evolução que este método de treino sofreu ao
longo dos últimos anos é notória, facto que se deveu, em grande parte, ao
enorme interesse demonstrado por parte de cientistas e treinadores. O treino
pliométrico afirma-se como essencial no aumento da força na maioria dos
desportos, pois é através deste método que se dá o desenvolvimento das
manifestações reactivas de força e da performance no salto. No entanto, a sua
utilização deverá estar baseada na compreensão dos fenómenos fisiológicos e
motores que lhe estão subjacentes, e também aos princípios pedagógicos que,
se forem negligenciados, poderão ter consequências nefastas para a saúde
dos atletas.
No entanto, quando verificamos a literatura existente relativa a este
tema, podemo-nos deparar com algumas controvérsias na utilização deste
método de treino em crianças e jovens. Alguns autores afirmam-se contra a
utilização de exercícios desta natureza, quando aplicados em crianças e
jovens em crescimento, justificando-se como sendo prejudicial ao bom
desenvolvimento das mesmas. Em contrapartida, muitos autores defendem
que, o treino pliométrico só será prejudicial se não se tiver em conta os
princípios fundamentais do treino, bem como o tipo de exercícios a planear
respeitando as condições auxológicas do jovem.
Frequentemente, quando se pensa em exercícios pliométricos, a
primeira imagem que se tem é relativa aos denominados “saltos em
profundidade”, ao tradicional “trabalho de caixas”. No entanto, não podemos
esquecer que um simples saltar à corda, é um trabalho que apela o ciclo de
alongamento-encurtamento (CAE), logo, é um exercício pliométrico. Quantas
crianças no seu dia-a-dia não saltam à corda, ou não jogam ao elástico?
Quantos de nós não o fizemos na nossa infância, e quantos de nós
prejudicamos o nosso desenvolvimento devido a estas brincadeiras? Será que
4
através destas inocentes brincadeiras não estaríamos, inconscientemente, a
desenvolver a nossa força, nomeadamente nos membros inferiores?
Um outro tema que muito frequentemente é discutido na área do treino
está relacionado com as perturbações a que os atletas ficam expostos após
períodos prolongados nos quais os estímulos de treino terminam, ou seja,
períodos de destreino. Este fenómeno está intimamente ligado ao princípio da
reversibilidade. Será que em contextos escolares este fenómeno também se
evidenciará?
Várias questões inerentes a esta temática necessitam ainda de
respostas consensuais ou de estudos mais profundos e específicos.
Deste modo, justifica-se a elaboração do presente trabalho que
pretende, fundamentalmente, dar um pequeno contributo para a compreensão
dos efeitos do treino pliométrico, no desenvolvimento da força dos membros
inferiores em jovens que se encontram na puberdade, bem como analisar a
evolução sofrida pelos jovens após o período de ausência de estímulos de
treino, destreino.
5
6
7
2. Revisão da Literatura
2.1. A Força 2.1.1. Conceito de Força Ensaiar uma definição de força não é uma tarefa que nos pareça fácil e,
muito menos, gratificante, uma vez que este conceito é equivoco, isto é, o
sentido da sai definição pode ser alterado consoante o contexto a que se
refere. Porque senão vejamos: o cidadão normal que pretenda aceder à
definição deste conceito a partir, por exemplo, do seu dicionário de língua
portuguesa, vai encontrar força como toda a causa capaz de produzir
deformações ou de modificar o estado de repouso ou de movimento de um
corpo; faculdade de operar; energia; causa; poder; violência; impulso;
destacamento de tropas; hérnia; etc… (Costa e Sampaio e Melo, sd). Como
podemos constatar, neste exemplo, existe uma panóplia de significados que,
em muitos casos, não apresentam, aos nossos olhos, uma relação directa
entre si. Por isso a extrema dificuldade em estabelecer uma definição precisa e
concisa do termo força.
Na nossa área de intervenção não nos interessa considerar a força num
sentido tão lato, mas de uma forma mais restrita, e que se refere á capacidade
de força, à força muscular.
No desporto, podemos encontrar varias situações de força: opor-se à
força da gravidade e ao próprio peso corporal; acelerar a própria massa
corporal ou os pesos adicionais; superar a força de fricção, do ar e da água;
superar as forças internas do adversário; e superar as reacções dos objectos
elásticos (Grosser e tal., 1988).
Segundo Ehlenz e tal. (1990) e Letzelter e Letzelter (1990) a capacidade
de força, em termos motores, é normalmente definida sob duas vertentes:
como grandeza física e como capacidade biológica do ser humano. Aqui alguns
autores distinguem dois tipos de força que se relacionam directamente com
estas duas vertentes: as forças externas, que agem externamente ao corpo
humano, tais como a gravidade, o atrito, a oposição de um adversário, a
8
inércia, etc. (Carvalho, 1987; Hartmann e Tunnemann, 1995); e as forças
internas, que são produzidas pelos músculos, ligamentos e tendões e que, ao
serem transmitidas ao sistema ósseo, permitem a oposição ou superação das
resistências (Carvalho, 1987; Hartmann e Tunnemann, 1995).
No que se refere à grandeza física, esta vertente é baseada na ideia de
que as forças tendem a acelerar os corpos, dai que surja, na física, a aplicação
da segunda lei de Newton que define a força como o produto da massa de um
corpo pela aceleração que aquela lhe imprime (F = m x a). Porém, não se
vislumbra uma aplicabilidade prática deste conceito no plano desportivo, a
menos que seja solicitada pela biomecânica desportiva (Cunha, 1996). No que
se refere ao aspecto biológico, a dificuldade de conceptualização da força é
permanente, porque as áreas de intervenção científica são diversas, originando
conotações diferenciadas.
A partir das definições consultadas na literatura, parece-nos existir um
ponto comum entre a maior parte delas, ou seja, a importância da acção
muscular para vencer uma qualquer resistência, que pode ser o peso do
próprio corpo, a acção da gravidade, o atrito, o peso do colega, um qualquer
material ou engenho desportivo, etc… No fundo, tudo isto faz com que a força
muscular esteja constantemente associada à prática desportiva.
Meusel (1969, citado por Carvalho, 1993, 15) considera que a força é a
capacidade do ser humano mover uma massa (o seu próprio corpo ou um
engenho desportivo) ou ainda a capacidade de superar uma resistência ou de
se lhe opôr através do trabalho muscular. A esta definição juntamos uma outra
que, na nossa opinião, poderá completa-la e que a considera como a
capacidade neuromuscular de superar resistências externas ou internas,
graças á contracção muscular, de forma estática (isométrica) ou dinâmica
(isotónica) (Bompa, 1983, citado por Nespereira, 1992, 9). Estas duas
definições são as que reúnem maior concordância com outros autores e foram
as que nós elegemos como mais representativas aquilo que consideramos ser
a força, as que melhor se encaixam num quadro mais restrito da actividade
desportiva. Elas referem-se a três aspectos importantes, que lhe são
dissociáveis: a forma de contracção, o trabalho muscular (também
9
referenciados por Carvalho, 1993) e o aspecto neuromuscular, ou seja, o papel
importante que, a relação entre o sistema nervoso e o motor desempenham
para a força muscular, uma vez que esta depende em grande parte desta
relação.
2.1.2. Formas de manifestação da força Quando nos referimos à força, não o devemos fazer no sentido singular
do termo, mas sim num sentido mais pluralista, uma que não podemos falar
numa força, mas em vários tipos de força. Na actividade física e desportiva e,
até mesmo, nos movimentos do nosso dia-a-dia, estamos constantemente a
utilizar os vários tipos de força, e não apenas um em exclusivo.
Na literatura existente, a grande parte dos autores divide essencialmente
a força em três formas de manifestação: Força máxima, Força rápida e Força
de resistência (Mitra e Mogos, 1982, 1990; Vieira, 1985; Matveiev, 1986;
Weineck, 1986; Carvalho, 1987; Raposo, 1987; Platonov, 1987; Letzelter e
Letzelter, 1990; Carvalho, 1993; Hartmann e Tunnemann, 1995; Cunha, 1996).
Estes tipos de força que são mais referenciados quando aplicados à actividade
física e desportiva.
No entanto, utilizando outros critérios de classificação podemos
determinar ainda outros tipos e formas de manifestação da força.
A força geral é do tipo mais referenciado para as idades mais jovens e
especialmente para a aula de Educação Física (Mitra e Mogos, 1982,1990),
sendo a manifestação de força de todos os grupos musculares, independente
da disciplina desportiva (Weineck, 1986; Mitra e Mogos, 1982, 1990), que tem
como objectivo o desenvolvimento harmonioso da força dos principais grupos
musculares, através de uma grande variedade de exercícios (Gonzalez, 1987)
e por meio de diferentes métodos (Manno, 1989). No seguimento metodológico
desta, surge a força especifica que é a forma de manifestação da força, para os
músculos ou grupos musculares directamente implicados na disciplina
desportiva, a que se refere (Weineck, 1986; Mitra e Mogos, 1982, 1990). O seu
objectivo será então o desenvolvimento da força através da utilização de vários
exercícios específicos da disciplina desportiva que coincidam com os seus
10
aspectos técnico-motores, e que sejam requeridos na competição (Gonzalez,
1987). Estes são outros dois tipos de força que são referenciados,
constantemente, na Metodologia do Treino, principalmente na elaboração do
plano de desenvolvimento das capacidades físicas, na maior parte das
modalidades desportivas. Podemos mesmo dizer que a primeira refere-se a um
nível inicial de treino e a segunda a um nível mais avançado, mais
especializado. A força máxima, a força rápida e a força de resistência, são três
formas de manifestação da força que estão englobadas no desenvolvimento
das outras duas, a que nos referimos anteriormente. Isto é, quando fazemos
um trabalho geral ou específico, os conteúdos de treino vão assentar na força
máxima, rápida e de resistência, modificando apenas as componentes da carga
de treino (intensidade, duração, frequência, densidade e volume), consoante o
tipo de trabalho objectivado.
Outros tipos de força podem ser referenciados como:
− Força dinâmica: manifestação da força através de contracções
musculares isotónicas (Mitra e Mogos, 1982, 1990).
− Força estática: manifestação da força através de contracções
musculares isométricas, sem acções de alongamento e
encurtamento do musculo (Fernandes, 1981; Mitra e Mogos,
1982, 1990).
− Força absoluta: força máxima que se pode desenvolver em determinado
movimento desportivo (Wazny, 1975, referenciado por
Ferreira, 1994; Matveiv, 1986; 1991; Silva, 1992).
− Força relativa: força que se pode desenvolver em determinado
movimento desportivo, em função do peso corporal da
desportista (Wazny, 1975, referenciado por Ferreira, 1994;
Mitra e Mogos, 1982, 1990; Matveiv, 1986; 1991; Silva,
1992).
A partir do que foi exposto anteriormente, pensamos que Serpa mais
fácil perceber o porque de não devermos falar num conceito único de força, já
11
que além destas anteriormente relatadas, ainda podemos encontrar um sem
número de forças, de capacidade de força, como, por exemplo, a força de
sprint, a força de salto, a força de arremesso, a força de remate, etc… um sem
número de forças que se relacionam com as actividades físicas e desportivas e
que dependem do tipo de movimento que se pretende desenvolver.
2.1.3. As três formas de manifestação de Força: Força Máxima; Força Rápida e Força de Resistência
2.1.3.1. Força Máxima Como será natural, as definições acerca deste conceito também são
variadas. Porem, de uma forma geral a que parece ser mais referenciada é a
que considera a Força Máxima como a maior força que o sistema
neuromuscular pode desenvolver em situação de contracção voluntária
(Bormann, 1980; Mitra e Mogos, 1982, 1990; Marella et al, 1984; Vieira, 1985;
Weineck, 1986; Rapouso, 1987; Platonov, 1988; Ehlenz e tal, 1990; Letzelter e
Letzelter, 1990; Hartmenn e Tunnemann, 1995; Barbanti, 1996; Cunha, 1996).
É a máxima força que um individuo possui de acordo com as suas
características biológicas e genéticas e o seu nível de treino ou solicitação
desta capacidade.
Numa qualquer unidade de treino que vise o desenvolvimento desta
capacidade, a intensidade de carga necessária para que isso aconteça solicita
em grau elevado os músculos, tendões e articulações utilizados na execução
dos exercícios (Carvalho, 1987). Como a carga para o desenvolvimento da
força máxima é elevada, isso pressupõe que todas as estruturas implicadas
nos exercícios a executar sejam solicitadas na sai capacidades máxima, o que
poderá originar algumas limitações na sua utilização, quando nos referimos ao
treino com crianças e jovens. Isto porque, o treino de força máxima pressupõe:
tensões musculares de elevadas a máximas, contracções tão rápidas quanto
permita o tipo de resistências a vencer e duração óptima da tensão (carvalho,
1987, 41).
12
Segundo Weineck (1986) a força máxima divide-se em força máxima
estática e força máxima dinâmica. A primeira é a maior força que o sistema
neuromuscular pode exercer por uma contracção voluntaria, contra uma
resistência insuperável. A segunda é a maior força que o sistema
neuromuscular pode exercer por uma contracção voluntaria, na realização de
um movimento (Weineck, 1986). Ou seja, o que as distingue é o tipo de
resistência a vencer, o que possibilita, ou não, a ocorrência de movimento
durante o seu deslocamento.
Este tipo de força pode ainda ser expresso de forma isométrica (sem
modificação do comprimento do músculo), concêntrica (com encurtamento do
músculo) e/ou excêntrica (com alongamento do músculo) (Vieira, 1985).
Porém, estas três formas de expressão da força máxima estão relacionadas
com a força máxima estática (no caso da isométrica) e com força máxima
dinâmica (a concêntrica e a excêntrica).
A força máxima assume um papel importante, quer ao nível do
desenvolvimento e funcionalidade do aparelho locomotor, quer mesmo pela
elevação da condição física dos indivíduos. Além disso, parece desempenhar
uma acção importante sobre outras formas de manifestação da força. Ela
parece situar-se num nível hierarquicamente superior que, em termos práticos,
significa que qualquer alteração que ocorra nos seus níveis de
desenvolvimento vai proporcionar alterações nos parâmetros de força rápida e
de força de resistência. (Castelo et al., 1998) Assim sendo, parece, que a força
máxima pode ser considerada como uma capacidade de base (Vieira, 1985),
quer para a prestação a nível desportivo, quer para o desenvolvimento das
outras formas de manifestação da força ou de outras capacidades (Letzelter e
Letzelter, 1990).
A optimização e desenvolvimento da força máxima parece depender da
secção fisiológica transversal do músculo, da coordenação intermuscular (entre
as músculos que cooperam num determinado movimento) e da coordenação
intramuscular (coordenação no interior do músculo) (Weineck, 1986), o que de
certa forma poderá não ser conseguido devido à possível falta de manutenção
biológica, uma vez que, em princípio, eles já atingiram a sua maturação
13
nervosa. Como é natural este pressuposto estará mais relacionado com a
secção transversal do músculo, uma vez que, segundo a literatura, a força
desenvolve-se inicialmente devido aos aspectos coordenativos. Esta
capacidade parece ser também condicionada pela velocidade de contracção
muscular, pelo estado de tensão prévio existente no músculo, pela
biomecânica da execução dos movimentos e pela motivação (Vieira, 1985, 4).
Transportando este assunto para o tema do nosso estudo, o
desenvolvimento desta capacidade de força na Escola, apesar de ser
importante, torna-se difícil, uma vez que para isso será necessário utilizar
materiais que, na maior parte das vezes, são de difícil aquisição para uma
Escola. Além do mais, existe um conjunto de aspectos relacionados com a
individualidade de cada aluno que poderão interferir no pleno desenvolvimento
desta capacidade na Escola, como a idade, o sexo, as predisposições
genéticas, a motivação, etc…
2.1.3.2. Força Rápida No que se refere ao conceito de Força Rápida, a tarefa torna-se um
pouco mais árdua. Isto porque há uma variedade de conceitos e significados
que se encontram associados à mesma capacidade.
No nosso trabalho o conceito que adoptámos é o que se refere à força
rápida, e que é a capacidade do sistema neuromuscular de vencer resistências
(sub-máximas) com uma velocidade de contracção elevada (Harre, 1982; Mitra
e Mogos, 1982, 1990; Maralle et al., 1984; Vieira, 1985; Harre e Lotz, 1986
citados por Silva, 1982; Weineck, 1986; Raposo, 1987; Platonov, 1988;
Letzelter e Letzelter, 1990; Barbanti, 1988; 1996; Cunha, 1996). Não é mais do
que a aplicação dos exercícios de força. Porém, outros conceitos surgem
associados a este da força rápida, como são o caso da força explosiva, da
potência, da força inicial, etc… A força explosiva e/ou a potência são definidas
como a capacidade de produzir níveis elevados de força, numa unidade de
tempo (Fernandes, 1981; Vieira, 1985; Szumuchrowski e Vidigal, 1999). Num
âmbito mais restrito, a força inicial é a capacidade de produzir tensões
musculares elevadas nos momentos iniciais (0,050 segundos) da contracção
14
muscular (Vieira, 1985). Se analisarmos bem as diferenças existentes entre as
três definições, podemos constatar que é o factor tempo que diferencia as duas
ultimas da primeira, ou seja, na força explosiva e/ou potência e na força inicial,
a execução de uma contracção muscular num determinado período de tempo,
é que se torna o factor fundamental para a consecução deste tipo de força.
Estes serão, na nossa perspectiva, conceitos mais específicos. No contexto a
que nos referimos (na Escola), não nos interessa tanto situarmos as nossas
preocupações em aspectos mais específicos, mas numa perspectiva mais
geral. Portanto, optámos por adoptar o conceito de força rápida, que satisfaz
plenamente os nossos objectivos e engloba, de certa forma, os outros. Além do
mais, Maia (1989) e Prata (1987) consideram que estes tempos (força rápida,
força explosiva e potência) são conceitos sinónimos que, no fundo, significam a
mesma coisa, mas dito de formas diferentes. Por tudo isto, vamos considerar
apenas o termo força rápida. A partir dos dados recolhidos na literatura,
pudemos constatar que a força rápida assume um papel bastante importante
na prática de actividades físicas e desportivas, no sentido da optimização da
prestação individual, nessas actividades. Este tipo de força está presente na
maioria dos desportos, em que os movimentos rápidos constituem um factor
determinante para o rendimento (Fernandes, 1981; Szumushwski e Vidigal,
1999) e é uma forma de manifestação de força especifica nos jogos
desportivos colectivos, uma vez que permite ao jogador a execução rápida e
eficaz de diversas acções de natureza técnica (Colli et al., 1988 citado por
Silva, 1990). Se analisarmos a essência da actividade física dos nossos alunos
na escola, na aula de Educação Física, na operação dos seus tempos livres,
etc., o tipo de movimentos que eles realizam são predominantemente de
natureza rápida, ou seja, eles correm, saltam, lançam, rematam, fintam, etc.,
movimentos em que a força rápida irá exercer uma influência significativa na
optimização da sua realização. Além do mais, as actividades lúdicas das
crianças, os saltos e as corridas, fazem com que as capacidades de força
rápida dos membros inferiores já estejam relativamente desenvolvidas
(Letzelter e Letzelter, 1990). A força rápida é um termo que é, engloba vários
tipos específicos de força, como a força de salto ou de impulsão, a força de
15
lançamento, a força de remate, etc. (Carvalho, 1987). Por isso, parece-nos que
o treino desta capacidade, na escola, poderá ir ao encontro das necessidades
prementes das crianças e dos jovens.
Segundo Vieira (1984, 4) a força pode expressar-se sob duas formas
fundamentais:
− A força rápida produzida por contracções musculares
predominantemente concêntricas;
− A força rápida como resultado da energia acumulada num ciclo de
encurtamento-alongamento muscular (regime pliométrico).
Verchosanskij (1971, cit. por Harre e Lotz, 1989) ainda distingue, nos
movimentos da força rápida, vários tipos de tensão muscular: tónico explosiva,
balístico-explosiva, reactivo-balística explosiva e tensão muscular rápida.
Como já vimos anteriormente, a relação entre a velocidade e a força é
que parece ser o factor que diferencia esta capacidade das outras. Porém,
outros factores são considerados importantes como é o caso da relação que
existe entre a força rápida, a técnica e as características coordenativas
(Ferreira, 1994). Por este facto é que se encontram na literatura autores que
consideram esta capacidade um pouco híbrida, uma vez que depende quer de
factores de natureza energética, quer de factores de natureza nervosa (do
controlo do sistema nervoso central).
Letzelter e Letzelter (1990) consideram ainda que a força rápida
manifestada sob a forma de força de salto, é uma componente insubstituível da
condição física geral, o que deverá constituir, por isso, objectivo de
desenvolvimento nos planos curriculares da Educação Física na Escola.
Reforçando esta ideia, Barbani (1979) considera que a força de salto depende
de três qualidades: a força propriamente dita, a velocidade e a coordenação,
capacidades estas que apresentam o seu período de desenvolvimento,
precisamente, nas faixas etárias que são abarcadas pelo período
correspondente ao ensino básico. No seguimento desta ideia, Weineck (1986)
dia que a força rápida depende não só da coordenação intermuscular, mas
16
também da contracção intramuscular, da velocidade de contracção e da força
de contracção dos músculos implicados no movimento.
2.1.3.3. Força Resistência Muitas definições podemos encontrar na literatura, para a força de
resistência. Porém, de uma forma geral, todas elas parecem convergir para a
capacidade neuro-muscular do organismo resistir à fadiga, em desempenhos
de força de longa duração (Gonzalez, 1987; Borrmann, 1980; Fernandes, 1981;
Harre, 1982; Mitra e Mogos, 1982; 1990; Marella e tal., 1984; Vieira, 1985;
Raposo, 1987), num trabalho muscular estático ou dinâmico (Ehlenz e tal.,
1990) e sem perder a qualidade do movimento (Gonzalez, 1987). Portanto, a
capacidade de realizar exercícios de força, com ou sem movimento, contraindo
o aparecimento da fadiga, de forma a que o nível de execução se mantenha
óptimo.
À resistência é atribuído um papel importante, não só, para o
desempenho na maioria dos desportos colectivos, como também representa
um factor decisivo para a capacidade geral dos atletas (Harre, 1982). Em
sintonia com esta ideia, está também a capacidade de força de resistência, a
qual vai servir de base de sustentação à realização de desempenhos de força
(máxima ou rápida) nas várias modalidades desportivas e mesmo a nível da
condição física geral dos indivíduos. O conceito de resistência de força refere-
se à prestação motora que é determinada pela relação existente entre a
capacidade de força (máxima ou rápida) e a resistência (Ferreira, 1994). Em
estudos realizados no âmbito da condição física, constatou-se que um treino
bem doseado de força resistente, deve ser efectuado, principalmente, pelo que
contém a nível do desenvolvimento da tolerância à carga (letzelter e Letzelter,
1990).
Segundo os autores citados anteriormente, a resistência de força é
fundamental quer ao nível do treino, quer ao nível da competição, nas
actividades desportivas que dependem essencialmente do potencial de força e
de resistência do atleta. Assim como no treino e na competição, parece-nos
que, mesmo na aula de Educação Física, esta capacidade assume, também
17
ela, um papel importante no nível de prestação motora os alunos, uma vez que
lhes permitirá executar movimentos que sejam dependentes da força durante
mais tempo e com maior eficiência.
Como referimos anteriormente, o tipo de força que, no nosso entender, é
mais utilizado na actividade física e desportiva das crianças e jovens é a força
rápida. Assim sendo, há que desenvolver uma resistência que permita realizar
durante mais tempo esses exercícios que solicitam a força rápida, surgindo
então uma capacidade que consideramos deveras importante: a resistência de
força rápida. Esta é uma forma particular da força de resistência que, segundo
Weineck (1986, 139) e de acordo com Harre e Leopold (1990 a) é de uma
importância capital nos desportos onde, durante bastante tempo, os
movimentos efectuados em força rápida ou explosiva dos membros ou do
tronco, contribuem para determinar a qualidade da performance, como por
exemplo no boxe, na esgrime, na patinagem artística, assim como em todos os
desportos colectivos (futebol, voleibol, etc.). esta é um tipo de resistência que é
solicitada nas actividades em que a força rápida desempenha uma importância
vital, sendo por isso o tipo de trabalho que nós defendemos no contexto
escolar, já que consideramos que os esforços desenvolvidos nas aulas
solicitam predominantemente esta capacidade de força.
Pelo facto desta capacidade ser aquela que até ao momento menos
motivou os especialistas para o sei estudo e investigação (Carvalho, 1993;
Cunha, 1996), a sua importância parece ser clara, quer ao nível da prestação
motora e obtenção do melhor rendimento físico e desportivo, quer mesmo ao
nível da saúde.
Na aula de Educação Física, esta capacidade acaba por desenvolver-se
através dos conhecidos “abdominais” (sit-up’s) ou “flexões de braços”, que são
frequentemente utilizados com carácter “punitivo” ou de preparação física, mas
que no fundo vão contribuindo para o desenvolvimento da resistência muscular
do tronco e dos membros superiores. No entanto, Harre e Leopold (1990b)
consideram que a capacidade de carga e de resistência de força dos grupos
musculares do pé e da perna é indispensável para se utilizar com eficácia, dois
meios de treino muito importantes em quase todas as modalidades desportivas,
18
que são a corrida e os jogos desportivos. No fundo, será necessário
desenvolver a resistência de força em toda a plenitude do organismo, mas mais
particularmente nos principais músculos e grupos musculares.
2.1.4. Factores determinantes da força muscular Existe um conjunto de factores que vão condicionar o desenvolvimento
da força muscular. O conhecimento desses factores é um aspecto importante
para um melhor planeamento de meios e métodos, e até mesmo de objectivos,
na concretização de um qualquer estudo relativo a esta capacidade. Ou seja,
se soubermos de que forma é que se pode desenvolver a força em
determinada população, isso ira contribuir para que o nosso trabalho tenha
maiores possibilidades de obtenção de êxito.
Não é nossa intenção dissecar este assunto, mas sim enumerar alguns
factores mais apontados como determinantes do valor de força.
Os factores condicionadores da capacidade de força podem situar-se a
vários níveis. Podem ser de carácter anatomo-fisiológico, de carácter
biomecânico, de carácter morfológico, de carácter psicológico, etc.
Um, factor que reúne um maior consenso entre os autores é o que se
refere à secção transversal do músculo (Weiss, 1980; Mitra e Mogos, 1982;
1990; Marella et al., 1984; Carvalho, 1987; Grosser et al., 1988; Manno, 1989;
Carvalho, 1993; Ferreira, 1994). Segundo os dados recolhidos na literatura,
parece haver uma relação de proporcionalidade directa entre a secção
transversal do músculo e a produção de força. Segundo os trabalhos de
Carvalho (1993) existem autores que contrariam este pressuposto, porém esta
premissa mantém-se, referindo mesmo uma influência significativa
relativamente a força isométrica máxima. Ainda relativamente a este tema,
Fukunaga (1978, citado por Weineck, 1988) refere-se à diferença entre homens
e mulheres a nível da secção transversal do músculo. Segundo o autor, a
secção muscular transversal na mulher não é, em media, superior a 75% da do
homem e, quando essa secção é igual à do homem, a força muscular da
mulher é menor, devido à diferença promovida pelo sistema hormonal, que
19
estabelece uma repartição diferente da proporção de tecido ou seja, a
percentagem de tecido adiposo da mulher é praticamente o dobro da do
homem.
Outro factor referido frequentemente é o que se refere as fibras
musculares. Aqui as características vão variando um pouco consoante os
autores, ou seja, os aspectos essenciais apontados referem-se à estruture e
características da fibra onde se inclui a disposição anatómica das fibras
(Grosser et al., 1988), os tipos de fibras (tipo I e tipo II) (Carvalho, 1998), o
comprimento do músculo e a influência do sistema nervoso (Ferreira, 1994) e
ao número de fibras implicadas na orientação (Weiss, 1980; Mitra e Mogos,
1982; 1990).
A influência do sistema nervoso pressupõe a existência de outro factor
condicionante da força que é a frequência dos impulsos nervosos que o
motoneurónio transmite ao músculo (Marella et al., 1984; Manno, 1989;
Carvalho, 1993).
Outro aspecto que nos parece importante é o que se refere à
coordenação inter e intramuscular (Carvalho, 1987). Segundo a literatura,
parece que a melhoria de força nas fases iniciais e para principiantes se deve
essencialmente a estes dois factores. Assim sendo, este será um elemento
importante para a determinação dos meios e métodos de treino, para o
desenvolvimento da força, no contexto do nosso estudo.
Muitos outros factores são enumerados no campo anatomo-fisiológico:
condições de estiramento e acção dos músculos agonistas e sinérgicos
(Ferreira, 1994), sincronização das unidades motoras (Marella et al., 1984;
Manno, 1989) e capacidade de contracção muscular (Carvalho, 1987).
Em termos biomecânicos, os factores referidos são: o ângulo das
articulações (Grosser et al., 1988), relação braço da alavanca/carga (Weiss,
1980; Ferreira, 1994), estrutura do músculo (Weiss, 1980), o momento da
inércia e os movimentos de rotação da articulação (Ferreira, 1994).
A relação força/peso corporal, a idade e o sexo, a motivação e a
temperatura do músculo, referenciados por Ferreira (1994), e o grau de
20
domínio da técnica por parte do praticante (Carvalho, 1987) são outros factores
que poderão marcar a sua influencia nos níveis de produção de força muscular.
A contracção muscular que está na origem da produção de força está
dependente de vários factores que variam com o treino desportivo. Alguns
deles encontram-se intimamente ligados com o trabalho reactivo. Seguindo a
classificação proposta por Manso e colaboradores (1996) temos os:
• Factores Biológicos
• Factores Mecânicos
• Factores Funcionais
• Factores sexuais.
2.1.4.1 Factores Biológicos
A contracção muscular está determinada pela estrutura das fibras musculares. Existem diferenças metabólicas, estruturais e de inervação entre
as fibras de tipo I e as fibras rápidas (subdivididas em IIa e IIb), que expressam
diferentes formas de contracção muscular e produção de força.
A percentagem de cada um dos tipos de fibras musculares varia pouco
com a idade ou com o treino. No entanto, alguns trabalhos realizados nesta
área concluem que, com um treino de força adequado, é possível alterar, de
certa forma, a funcionalidade das fibras musculares, embora se reconheça que
á mais provável a transformação de fibras musculares rápidas em fibras mais
lentas do que o contrário (Badillo e col., 1995; Cometti, 1998). A distribuição e
recrutamento das fibras musculares podem também ser afectadas pela idade
ou pela fadiga (Viitasalo, 1980).
O volume muscular tem também um papel relevante na força absoluta. É
sabido que o aumento do número ou volume das miofibrilas (hipertrofia) resulta
num maior poder contráctil do músculo trabalhado (Komi, 1986). Segundo
observações recentes, um músculo hipertrofiado gera mais força quando
produz uma contracção muscular, mas gera menos força por área de secção
transversal do que um músculo sem aumentos significativos de volume. Por
sua vez, estudos longitudinais verificam incrementos de força substancialmente
21
superiores ao aumento do volume muscular no período inicial do treino, pelo
que se poderá dizer que a hipertrofia não é, necessariamente, sinonimo de
força, existindo outros factores mais decisivos para a performance muscular.
A capacidade para produzir força não depende apenas do volume dos
músculos, mas também da capacidade do sistema nervoso os activar
convenientemente (Schimdtbleicher, 1996). O aspecto neuro-muscular desempenha um papel fundamental na produção de força, especialmente em
movimentos rápidos (Hakkinen e Komi, 1985).
As características contrácteis de um músculo responsável pela taxa de
produção de força, são determinadas por dois fenómenos do sistema
neuromuscular (Viitasalo, 1980; Schimdtbleicher, 1996): a frequência de
activação e o padrão de recrutamento das Unidades Motoras (UM).
A actividade contráctil é desencadeada por um impulso nervoso que
provém da superação do limiar de estimulação por parte de estímulo eléctrico
captado pela UM. Este impulso nervoso é conduzido a uma velocidade e
magnitude independentes da intensidade do estímulo inicial. De acordo com a
chamada lei do “tudo-ou-nada”, a intensidade do impulso eléctrico resultante da
activação da UM é constante, assim como a força ou tensão dai proveniente
(Schimdtbleicher, 1996). A tensão desenvolvida pelo músculo depende da
sumação dos impulsos de cada UM (frequência da activação). Por conseguinte,
uma UM poderá produzir uma grande variação de força conforme a variação da
frequência dos impulsos nervosos.
O aumento da tensão muscular é proporcional à frequência de activação
da UM, até se atingir uma frequência a partir da qual a tensão máxima
estabiliza. A frequência de activação superior ao limite da tensão máxima tem
particular relevância na velocidade muscular. As UM com um elevado limiar de
activação (fibras tipo II) possuem elevadas frequências de impulsos nervosos.
Deste modo, a capacidade de um nervo motor em enviar impulsos nervosos de
alta frequência é acompanhada da capacidade de produzir força num curto
espaço de tempo (Schimdtbleicher, 1996), pelo que se torna evidente a
importância da compreensão deste fenómeno no treino das manifestações
reactivas da força. Se as características de activação de um α – motoneurónio
22
pudessem ser alteradas pelo treino, então as características contrácteis da
respectiva UM sofreram as mesmas alterações (Viitasalo, 1980).
O patrão de recrutamento das UM é outra característica a ter em conta
na contracção muscular. Para que um músculo possa produzir força máxima é
necessário não só que as frequências dos impulsos nervosos sejam
suficientemente elevadas, mas também que todas as UM de um músculo
sejam activadas (Schimdtbleicher, 1996).
Na maioria dos autores aponta o “princípio do tamanho” para explicar o
padrão de recrutamento das UM de um músculo aquando de uma contracção
sub-máxima. De acordo com este princípio, as UM são recrutadas de forma
ordenada de acordo com o tamanho e função muscular, à medida que a
contracção muscular voluntária aumenta de intensidade. Desta forma, as fibras
tipo I são recrutadas com cargas de baixa intensidade, as fibras tipo IIa a uma
intensidade e as fibras tipo IIb a uma intensidade de força superior a 90% do
máximo. À medida que a produção de força ultrapassa o limiar de recrutamento
da UM, aumenta a frequência de activação (Hannerz, 1974 cit. por
Schimdtbleicher, 1996).
Os aspectos energéticos são outro dos factores determinantes na
produção de força. As várias manifestações de força, pressupõem distintos
processos energéticos.
Actualmente, a maior parte dos trabalhos de força são de tipo anaeróbio
aláctico no momento da sua execução (Manso et al., 1996). Justifica-se, por
isso, o trabalho aeróbio no treino da força, na medida em que apresenta
benefícios colaterais para os processos de recuperação muscular,
nomeadamente o aumento da capilarização e o consequente aumento do
afluxo do sangue aos músculos, o aumento do tamanho e número de
mitocôndrias e a melhoria da capacidade enzimática (Ehlenz et al., 1990). As
enzimas oxidativas e glicolíticas são essenciais aos processos de produção de
energia nas fibras musculares. Nas modalidades desportivas de acções
explosivas contínuas e acíclicas é fundamental o trabalho das isoenzimas
LDH1 e LDH2 na eliminação do ácido láctico que, conjuntamente com a
23
produção de H+, se torna um dos factores desencadeadores da falência dos
mecanismos contrácteis das fibras musculares (Wilmore et al., 1994).
A origem das adaptações que se produzem no metabolismo muscular e
no sistema nervoso é bastante complexo e pouco conhecido. Com base em
estudos recentes, é possível afirmar que os mecanismos hormonais têm
também um papel relevante na expressão da força e potência muscular. Eles
estão condicionados pelo tipo e ordem dos exercícios, pela intensidade e
dosagem da carga e pelos processos de recuperação (Manso et al., 1996).
Diferentes estudos parecem indicar que a melhoria das distintas
manifestações de força com o treino é acompanhada por um balanço hormonal
anabólico traduzido por um aumento das hormonas anabólicas, como a
testosterona, e/ou diminuição das catabólicas, como o cortisol (Hakkinen et al.,
1985a).
Existem outras hormonas anabólicas que intervêm directamente no
treino da força, tais como adrenalina e a noradrenalina que surgem como
resposta a uma estimulação do sistema nervoso simpático, intervindo
directamente no grau de tensão muscular. No entanto, têm sido pouco
estudadas na medida em que têm, aparentemente, um papel menos importante
do que as hormonas responsáveis pelo equilíbrio anabólico-catabólico (Manso
et al., 1996).
2.1.4.2. Factores Mecânicos
É extremamente difícil compreender o comportamento mecânico do
músculo esquelético num determinado movimento, dada a complexidade de
acções e interacções a que ele está sujeito (Bosco, 1982). Não obstante, é
possível distinguir alguns aspectos mecânicos que podem condicionar os níveis
de força: o comprimento do músculo, a velocidade de contracção e a
elasticidade muscular.
A quantidade de pontes entra a actina e a miosina responsáveis pela
tensão varia com o comprimento do músculo. A posição relativa dos
segmentos corporais que intervêm directamente no movimento têm, por isso,
24
um papel importante na produção de força e na eficiência do movimento, pelo
que poderá ser explorada no treino.
Uma contracção muscular apresenta o menor grau de tensão quando o
músculo se encontra totalmente encurtado, dado que as bandas Z de cada
sarcómero se encontram na posição mais próxima, observando-se uma
sobreposição dos filamentos de actina que prejudicam os pontos de união com
a miosina. De uma forma geral, o músculo atinge a capacidade máxima para
gerar força a meio do sei alongamento máximo, no momento em que os
extremos interiores das filamentos opostos de actina estão à mesma altura. À
medida que o músculo caminha para o seu alongamento máximo vai
diminuindo capacidade para gerar força devido à perda de pontos de união
entre a actina e a miosina.
Como foi visto anteriormente, a velocidade de contracção muscular está intimamente relacionada com o nível de tensão que o músculo é capaz de
gerar. Segundo a curva de Hill (Manso et al., 1996), de carácter qualitativo e
não quantitativo, a relação força-velocidade não é representada linearmente,
mas por uma curva hiperbólica. Desta curva depreende-se que com o aumento
da carga aumenta a velocidade de encurtamento muscular, embora esta
relação não seja linear, dados os diversos parâmetros que afectam a
complexidade do movimento humano.
O conceito de potência é essencial para a compreensão dos
movimentos explosivos. O período de tempo no qual o sistema neuromuscular
tenta produzir a máxima tensão possível está dependente da carga contra a
qual o atleta tem de trabalhar e das características da organização da
aceleração (Schmidtbleicher, 1996). Segundo o mesmo autor, se a resistência
externa for baixa, a influência da força máxima diminui gradualmente e a taxa
de produção de força, que tem por base fenómenos neuromusculares, assume
maior predominância.
A maioria dos movimentos do quotidiano e do desporto pressupõem uma
ou várias modificações nas dimensões de um músculo. Estas modificações são
possíveis, devido às propriedades elásticas do sistema músculo-tendinoso
que, para além de permitirem a resistência de um músculo às alterações do
25
seu movimento, desempenham um papel importante na performance motora.
Nos movimentos que utilizam o ciclo alongamento-encurtamento, é produzida e
armazenada energia elástica durante a fase excêntrica do trabalho muscular,
sendo posteriormente transferida durante a fase concêntrica imediata. A
modificação das características elásticas aquando do alongamento de um
músculo activo resulta numa maior eficácia no subsequente encurtamento do
mesmo (Bosco, 1982; Verkhosansky, 1996; Schimidtbleicher, 1996).
A quantidade de energia elástica que é armazenada no músculo
depende, fundamentalmente, da intensidade de carga de treino e do grau de
deformação, não apenas dos seus componentes elásticos em série, mas
também dos elementos elásticos em paralelo. Sabe-se hoje em dia que, apesar
de participar nos processos mecânicos, a elasticidade em paralelo não
intervém nos movimentos desportivos (Cometti, 1998).
O grau de deformação muscular é determinado pela rigidez muscular
(“stiffness”) bom como pelas características dos componentes elásticos (Manso
et al., 1996).
A rigidez muscular, definida como a capacidade de oposição ao
alongamento por parte da componente contráctil do músculo, está ligada aos
factores neuromusuculares responsáveis pelo aumento da força e
performance, especialmente em alongamentos musculares de curto alcance
onde é predominante o reflexo miotático. O incremento da rigidez muscular é
benéfica na medida em que aumenta a capacidade do músculo ou grupo
musculares para suster cargas intensas, melhorando posteriormente as suas
características contrácteis (Komi, 1986).
A regulação da rigidez muscular encontra-se ligada a duas variáveis: a
pré-activação ou rigidez prévia à fase excêntrica do movimento e a inervação
reflexa, que não é mais do que o recrutamento da UM por acção reflexa
durante a fase excêntrica da contracção muscular. Segundo Schimidtbleicher
(1996), a pré-activação muscular é responsável pela rigidez muscular de
pequenas amplitudes, que contribui para diminuir o alongamento do complexo
músculo-tendinoso durante a fase excêntrica do movimento. Por sua vez, o
estímulo neural de origem reflexa permite aumentar a força produzida pelo
26
músculo, aumentando a capacidade de armazenamento da energia elástica
nos tendões.
A elasticidade muscular deriva também, embora em muito menos grau,
da estrutura dos componentes elásticos, nomeadamente o tendão, o
endomisio, o perimisio, e o epimisio. Os tendões, com tecido conjuntivo, são
formados pelas fibras elastina, reticulina e colagénio. O colagénio é o
responsável pela rigidez do tendão e pela oposição à sua deformação por
tracção. Segundo estudos sobre o módulo elástico ou de Young, a capacidade
máxima de deformação do tendão situa-se geralmente nos 10%. A partir deste
limite as forças de tracção acabam por alterar ou romper o tendão. Este baixo
limiar de deformação é favorável à diminuição do atraso electromecânico e ao
aproveitamento da maior energia elástica possível.
2.1.4.3. Factores Funcionais A força manifesta-se de forma variada durante a prática das mais
variadas actividades físicas e desportivas. As diferentes modalidades de
contracção muscular poderão ser classificadas em função das características
do trabalho muscular e da relação com o peso corporal.
No que se refere ao comprimento das fibras musculares, as contracções
musculares podem ser classificadas como (Castelo et al., 1997):
- Contracções isométricas ou estáticas, onde a tensão desenvolvida pelo
músculo é igual à resistência que ele tem de vencer, apresentando como
consequência directa a ausência de alteração do comprimento das fibras
musculares. Este tipo de contracção muscular ocorre quando se pretende
exercer força contra uma resistência inamovível;
- Contracções anisométricas ou dinâmicas, que apresentam como
consequência directa a alteração do comprimento das fibras musculares.
Por sua vez, este tipo de contracções musculares pode ainda ser
classificadas como:
- Contracções concêntricas, cuja tensão desenvolvida pelo músculo é
superior à resistência que ele tem de vencer, apresentando como
consequência directa um encurtamento das fibras musculares;
27
- Contracções excêntricas, cuja tensão desenvolvida pelo músculo é
inferior à resistência que ele tem de vencer. Apesar do músculo se tentar
encurtar, ocorre um alongamento das fibras musculares;
- Contracções pliométricas, que se exprimem como a forma natural do
funcionamento muscular. Trabalho de força que combina os três tipos de
contracção muscular (excêntrica, estática e concêntrica) através do ciclo
alongamento-encurtamento das fibras musculares.
Poder-se-á também classificar as contracções musculares segundo a
tensão produzida durante o movimento. Assim tem-se (Badillo et al., 1995):
- Contracções isotónicas, que têm como característica a manutenção da
força constante e invariável ao longo de todo o movimento;
- Contracções alodinâmicas, que têm como características a variação da
força ao longo de todo o movimento.
No que respeita à velocidade com que se desenvolve a tensão muscular,
as contracções musculares poderão classificar-se em (Badillo et al., 1995):
- Contracções isocinéticas, cuja velocidade não varia ao longo de todo o
movimento;
- Contracções heterocinéticas, cuja velocidade varia conforme o
movimento da porção corporal.
A força poderá ainda ser classificada em função do peso corporal do
indivíduo:
- Força absoluta, que se define como a força máxima total que um
indivíduo poderá exercer. Segundo Buhrle, 1986 (cit. por Sale, 1992), esta
compreende o potencial que se activa involuntariamente mediante
electroestimulação ou cargas curtas de tipo excêntrico.
- Força relativa, que se exprime como índice de força relativa ao peso
corporal de um indivíduo.
2.1.4.4. Factores Sexuais Como é sabido, as diferenças entre homens e mulheres relativamente à
sua capacidade de rendimento são bem evidentes, especialmente quando nos
reportamos aos esforços que necessitam de valores absolutos de força. No
28
entanto essas diferenças são difíceis de quantificar quando nos referimos à
prática desportiva, pois são várias as variáveis relativas à modalidade
desportiva, à especificidade do treino e às características funcionais e
estruturais dos indivíduos (Manso et al., 1996).
As diferenças corporais estruturais, nomeadamente a altura, massa
corporal, percentagem de gordura, e biológicas, como a capacidade aeróbia e
o metabolismo celular, estão na base das diferenças da performance muscular.
Segundo Bosco (1982) a maior diferença entre os sexos situa-se na
magnitude da força máxima, apesar de esta variar entre grupos musculares.
Geralmente, as mulheres apresentam valores de força máxima absoluta inferior
à dos homens, sendo esta diferença mais significativa nos membros superiores
(MS). No que respeita às manifestações reactivas de força, que são
relativizadas ao peso corporal, as diferenças entre os sexos diminui a até se
anulam nos membros inferiores (MI).
2.2. O treino da Força
O treino de força, e a pliometria não é excepção, rege-se por princípios
metodológicos que orientam e racionalizam a sua construção e inclusão na
periodização geral.
2.2.1. Princípios de Treino A definição de princípios que espelhem as leis de maior importância no
âmbito da actividade prática, e que, deste modo, sirvam de guias para a acção,
é essencial na teoria do treino desportivo (Matveiev, 1991). Assim, existe na
literatura diversas terminologias para os princípios de treino desportivo em
geral e da força em particular, de acordo com a sua especificidade e função.
Temos então os:
- Princípios Gerais do Treino;
- Princípios de Planificação do Treino de Força.
29
2.2.1.1. Princípios Gerais do Treino Estes princípios dizem respeito a leis comuns as processos de treino das
diversas capacidades motoras e que se aplicam à prática desportiva em geral.
De entre estes princípios distinguem-se:
- Princípio da Sobrecarga: Para que o treino tenha efeito, o volume de trabalho
deverá ultrapassar aquele ao qual o organismo está habituado. Quando uma
carga de treino é aplicada num indivíduo, as suas capacidades funcionais
diminuem instalando-se a fadiga. Aquando da recuperação ocorre um
restabelecimento das capacidades funcionais e, posteriormente, uma exaltação
das mesmas. Esta adaptação à carga assume-se como o objectivo do treino.
- Princípio da Especificidade: Apenas as capacidades funcionais
especificamente solicitadas por estímulos próprios melhoram. O corpo apenas
se adapta às exigências específicas de um determinado trabalho.
- Princípio da Reversibilidade: Tal como o treino aumenta a performance, a
inactividade diminui-a. Todas as capacidades funcionais que foram sujeitas a
uma sobrecarga de forma específica, terão como consequência um
melhoramento das reservas funcionais. Contudo, este melhoramento apenas
se mantém pela aplicação contínua e progressiva das cargas de treino, caso
contrário, as capacidades funcionais voltam ao seu nível inicial.
- Princípio da Individualidade: Cada atleta responde de maneira distinta a uma
determinada carga de treino.
- Princípio da Variabilidade: É essencial variar os estímulos das cargas no
sentido de evitar a estagnação do organismo.
- Princípio da Progressão: As cargas de treino deverão ser aplicadas de
maneira progressiva para que o organismo se encontre em permanente
30
adaptação. A progressão deve ser feita do mais simples para o mais complexo
e do mais fácil para o mais difícil.
- Princípio da Recuperação: Para existir uma adaptação, deverá existir um
período de tempo consagrado à recuperação do organismo. Para além deste
ponto, uma boa recuperação previne lesões por “overstress” ou “ouveruse”.
- Princípio do Aquecimento: O corpo deverá estar bem preparado para receber
cargas de treino. O aquecimento aumenta a temperatura do corpo e, como
consequência, a amplitude a lubrificação das articulações.
- Princípio da Motivação: O atleta deverá estar motivado para que assim possa
aumentar a sua performance, fazendo os sacrifícios necessários.
2.2.1.2. Princípio da Planificação do Treino da Força Para além dos princípios gerais do treino, anteriormente desenvolvidos,
aquando da planificação do treino de força, temos de ter outros princípios em
consideração. Dever-se-á conhecer os princípios funcionais do sistema
neuromuscular, utilizar exercícios com base nos princípios fisiológicos e
mecânicos, conhecer os efeitos dos exercícios, dominar completamente o
treino da força (Tihany, 1989 cit. por Badillo et al., 1995).
Os princípios que iremos indicar, são apenas alguns dos considerados
pelos autores referidos.
- A planificação de um programa de treino da força requer um conhecimento
detalhado acerca do processo de treino anterior do atleta;
- Os exercícios mais gerais têm efeitos positivos e polivalentes que permitem
melhorar tanto a força máxima como a performance desportiva nos primeiros
anos de treino, no entanto, com o desenvolvimento da força e o aumento das
exigências desportivas, perdem esse efeito. Deste modo, é necessário partir
para exercícios mais específicos, próximos dos da competição;
31
- Uma combinação racional dos exercícios permite um maior rendimento, do
que a realização de cada exercício em separado;
- O nível de carga de treino deverá ser sempre suficiente para aumentar o
rendimento. O valor do estímulo adequado está relacionado com o limiar de
resposta do organismo do atleta, assim, uma má dosagem poderá limitar o seu
potencial de progressão;
- Todas as fontes de progressão deverão ser tidas em consideração para
incrementar, de forma racional, a carga de treino. Desta forma, uma progressão
adequada no treino da força deveria ter por características o aumento
progressivo da frequência semanal das sessões de treino de força, o aumento
progressivo do volume e intensidade entre e dentro dos ciclos de treino, a
aplicação gradual de exercícios mais específicos, e a modificação da dinâmica
de progressão de cargas;
- O tempo de aplicação de um método de trabalho deverá estar sempre
limitado pelo seu efeito positivo na performance desportiva;
- O grau de desenvolvimento da força, a variabilidade das cargas, a frequência
de treino e as diferenças individuais são determinantes na duração do efeito do
treino;
- O treino de força deverá estar sempre ligado à técnica ou ao gesto específico
da competição.
2.2.2. Componentes do Treino da Força Para que se possa obter a melhoria de rendimento de cada atleta, é
imprescindível a manipulação coordenada das componentes de treino, pois
estas são a base da planificação do treino de qualquer capacidade motora, em
qualquer modalidade desportiva.
Ao planificar um programa de treino deve ter-se em conta muitos
aspectos, como a escolha do exercício, o tipo de contracção, a sequência dos
exercícios, o número de séries, os períodos de recuperação e a intensidade da
carga (Manso et al., 1996). De uma forma mais geral, apresentamos os
seguintes componentes do treino da força (Badillo et al., 1995):
- Volume;
32
- Intensidade;
- Velocidade de Execução;
- Tipo de Exercício.
Também Chu (1992) estabelece uma classificação dos componentes de
treino, esta mais comum no treino desportivo. As componentes do treino,
denominadas “variáveis do exercício” são:
- Volume;
- Intensidade;
- Frequência;
- Recuperação.
No entanto, iremos descrever as componentes do treino segundo a
definição efectuada por Badillo e seus colaboradores (1995).
2.2.2.1. Volume O Volume de treino poderá ser definido como a totalidade de trabalho
realizado numa sessão ou ciclo de treino, ou seja, o número de repetições
realizadas. No entanto é necessário distinguir o tempo real de trabalho e o
tempo total da sessão de treino, pois o primeiro será sempre inferior ao
segundo, estando sempre dependente dos objectivos e dos períodos de
recuperação.
Tal como as outras componentes, a volume é um dado insuficiente para
uma planificação correcta, pois deverá estar sempre associado as restantes
componentes da carga.
2.2.2.2. Intensidade A intensidade pode ser definida como o grau de esforço que exige um
determinado exercício e representa-se normalmente por unidades de peso em
termos absolutos ou relativos no treino com cargas. Esta componente é considerada a mais importante em termos de
progressão da performance, e um equilíbrio entre ela e o volume é fundamental
33
no desenvolvimento do treino da força. O número de repetições está,
normalmente, em relação inversa com a intensidade, pelo que, numa
periodização clássica, o volume decresce à medida que a intensidade
aumenta.
2.2.2.3. Velocidade de Execução Esta componente é tida como crítica para a determinação do tipo de
trabalho. A velocidade de execução constitui-se como uma forma de
intensificação do treino, tornando-se fundamental no desenvolvimento das
manifestações reactivas da força e da capacidade para vencer cargas
máximas, pois tem um profundo efeito sobre a actividade neural e estrutura
muscular.
Segundo Badillo e seus colaboradores (1995), apenas se retira o
máximo proveito de uma carga quando a velocidade de execução for máxima
ou próximo dela.
2.2.2.4. Tipo de Exercício
O treino não visa desenvolver a força de forma isolada, mas sim
enquadrada num determinado contexto, com determinadas características, e
por este motivo, o tipo de exercícios escolhido, assume um papel decisivo nos
processos de adaptação ao treino. Os exercícios devem ser escolhidos
consoante a sua utilidade, especificidade e função, de forma a revelarem
eficácia na performance desportiva.
2.2.3. Adaptações ao Treino da Força O treino de força tem como principal objectivo promover adaptações
neuromusculares, biomecânicas e fisiológicas que permitam ao sujeito
desenvolver a capacidade de manifestação da força numa determinada
actividade desportiva (Hakkinen et al., 1985).
Relativamente às adaptações neuromusculares, a literatura aponta
fundamentalmente para dois tipos:
34
- Adaptações musculares;
- Adaptações neurais.
2.2.3.1. Adaptações Musculares A hipertrofia e a rigidez muscular, são as causas mais frequentemente
apontadas para as alterações das manifestações da força, relativamente aos
factores musculares.
A hipertrofia, é o efeito mais visível do treino de força, sem referir o
incremento dos níveis de força, que se pode traduzir no aumento do volume
muscular. Como a capacidade de um músculo produzir força depende da sua
secção transversal, do número de fibras musculares e pontes, a massa
muscular determina em grande parte o potencial de força do sujeito (Sale et al.,
1982).
No entanto, em certos casos, o aumento do volume muscular não
pressupõe um aumento de força, uma vez que se pode dar não uma hipertrofia
das proteínas contrácteis, mas sim sarcoplasmática.
Relativamente à rigidez muscular, esta pode ser definida como a
capacidade de oposição ao estiramento por parte da componente contráctil do
músculo (Komi, 1986).
Esta é uma importante adaptação para a performance em exercícios que
utilizam o ciclo de alongamento-encurtamento (CAE), na medida em que o seu
aumento influencia positivamente a pré-activação e o reflexo miotático,
contribuindo de forma decisiva para a diminuição dos efeitos inibitórios
(Scmidtbleicher, 1996).
2.2.3.2. Adaptações Neurais As adaptações do sistema nervoso ao treino da força melhoram o
comendo central dos músculos, e, como resultado, melhora também a
coordenação, as respostas reflexas e a eficácia do movimento realizado. O
aumento das adaptações ao nível do sistema nervoso torna-se ainda mais
35
importante quando se refere a movimentos desportivos de rápida execução,
como é o caso dos exercícios pliométricos.
Relativamente à força, a performance é determinada, não somente pelo
trabalho muscular, mas principalmente pela capacidade do sistema nervoso
activar convenientemente os músculos, facto este apontado em estudos
recentes que referem a precedente activação da Unidades Motoras (UM) como
condição necessária às alterações miofribilares hipertróficas (Komi, 1986). Sale
(1992), refere também que o aumento da força e da performance em fases
iniciais do treino da força se deve preferencialmente às alterações adaptativas
no sistema nervoso que optimizam o controlo e a activação dos músculos. Este
mesmo autor, refere três possíveis mecanismos de adaptação neural ao treino
da força:
- Aumento da activação dos músculos agonistas;
- Recrutamento selectivo das UM entre músculos agonistas;
- Co – contracção dos músculos antagonistas.
O aumento da eficiência e limiar de activação das UM, poderão ser a
causa do aumento da activação dos músculos agonistas, influenciando de
forma decisiva a aprendizagem e coordenação de um determinado movimento
desportivo, onde a sua repetição provocará certamente alterações no padrão
de recrutamento dos músculos envolvidos.
Também o recrutamento selectivo das UM, a activação preferencial
das UM das fibras mais rápidas, parece estar relacionado com a adaptação
neural ao treino da força.
Por último, a co – contracção dos antagonistas relaciona-se com a
eficiência do gesto desportivo, bem como com a coordenação intra e inter
muscular. Ao mesmo tempo da contracção dos músculos agonistas, dá-se
também uma contracção dos seus antagonistas. Este processo faz parte da
coordenação de um movimento na medida que funciona como estabilizador,
principalmente em gestos explosivos de grande velocidade.
È assim frequente observar-se no treino da força uma maior eficácia dos
agonistas e coordenação do movimento (Sale, 1992).
36
2.3. O treino pliométrico
2.3.1. Origem e evolução O termo pliometria deriva das palavras gregas "plethyein“, que significa
aumentar, e “isometric", que significa do mesmo comprimento (Wilt 1975 cit.
por Gambetta 1987). Já anteriormente ao aparecimento desta designação este
tipo de acção muscular era descrito pelos investigadores em Itália, Suécia e
União Soviética, sendo então designado por ciclo de alongamento-
encurtamento (Chu 1992).
A pliometria começou por ser utilizada no Leste Europeu durante os
anos 5o pelos atletas envolvidos nas especialidades de salto em altura, triplo-
salto e corridas de velocidade (Gambetta 1987). Os soviéticos eram então
grandes adeptos do método pliométrico, uma vez que este era considerado o
responsável pela sua crescente superioridade no atletismo (Yessis e Hattield
1986; Chu 1992). Pat Matzodorf, que bateu o recorde mundial do salto em
altura em 1971, realizava 4 a 5 séries de 10 saltos em profundidade desde 122
cm (Garnbetta 1987). Em 1972 Valery Borzov, o primeiro velocista a utilizar os
exercícios pliométricos (Gambetta 1987), venceu surpreendentemente as
provas de 1oo e 2oo m nos Jogos Olímpicos de Munique (Wilt 1975 cit. por
Parcells 1980).
O maior responsável pela expansão do método pliométrico nas suas
variadas formas foi o investigador e treinador Yuri Verkhoshanski, sendo dos
que mais tem investido nesta área. A primeira informação foi publicada na
Yessis Review of Soviet Physical Education and Sports (actual Soviet Sports
Review) no final dos anos 6o e principio dos anos 7o (Yessls e Hatfield 1986).
Na literatura desportiva americana a primeira referencia ao TP surgiu em
1975 num artigo intitulado “Plyometrics - What it is — How it works" publicado
no "The Athletic Journal" (Gambetta 1987). O seu autor foi o americano Fred
Wilt, ex-corredor olímpico e posterior treinador de atletismo (Yessls e Hatfield
1986; Chu 1992).
Nos finais dos anos 70 e durante a década de 80, a aplicabilidade e
eficácia do TP foi também reconhecida noutros desportos, concluindo com a
37
crescente publicação de artigos e livros. No decorrer dos anos 80 treinadores
de voleibol, futebol e halterofilismo começaram a introduzir os exercícios
pliométricos nos seus programas de treino.
A pliometria popularizou-se rapidamente entre treinadores e atletas,
constituindo-se então como um método que permitia combinar o
desenvolvimento da força e da velocidade de contracção e melhorar assim a
potência muscular, tornando-se essencial para todos os atletas que tinham de
saltar ou lançar (Yessls e Hatfield 1986). No meio de todo este
entusiasmo e fruto da inexperiência de treinadores e atletas, os programas
pliométricos eram multas vezes aplicados incorrectamente, pois persistia a
ideia de que quanto maior a carga melhor o efeito. Desde então, a investigação
aplicada e a aprendizagem por tentativa e erro tem conduzido a uma crescente
evolução neste campo. Devido ao sucesso obtido por treinadores e atletas
actualmente a pliometria é universalmente aceite, embora a sua eficácia seja
ainda objecto de alguma controvérsia.
2.3.2. Conceito O termo pliometria tem sido geralmente utilizado para descrever uma
forma de musculação dinâmica em que contracções concêntricas são
precedidas de contracções excêntricas de intensidade elevada (Sardinha e Mil-
Homens 1989), combinando o trabalho dinâmico positivo com o negativo
(Lemos 1991). Chu e Plummer (1984) referem que a pliometria inclui a
realização de qualquer exercício que utilize o reflexo de alongamento para
produzir uma reacção de carácter explosivo.
A pliometria assume muitas formas embora no geral envolva os diversos
tipos de saltos: saltos a um ou dois pés, saltos verticais, horizontais ou
combinados, saltos para cima e por cima de objectos e saltos de cima para
baixo com ou sem ressalto (Yessis e Hatfield 1986). Existem, no entanto,
quatro formas básicas (a utilizar de forma progressiva): pliometria simples,
pliometria de choque, pliometria com carga adicional e pliometria com
equipamento especial.
38
A pliometria simples inclui a realização de todo o tipo de saltos
efectuados sem desníveis de planos: multisaltos, skipping, saltos entre
barreiras, saltos com cordas, saltos entre bancos, etc.
A pliometria de choque envolve a realização de saltos com a passagem
de planos superiores para inferiores e inclui os saltos em profundidade e os
saltos em altitude. Os saltos em profundidade consistem na realização de um
salto (para cima ou simultaneamente para cima e para a frente) imediatamente
após a queda de determinada altura. Os saltos em altitude envolvem apenas a
solicitação da contracção excêntrica durante o amortecimento da queda, sem a
realização posterior do ressalto.
A pliometria com carga adicional envolve a utilização de cargas que se
irão sobrepor ao peso corporal do atleta durante o movimento.
A pliometria com equipamento especial envolve o recurso a máquinas de
musculação.
2.3.3. O ciclo do alongamento-encurtamento
Antes do aparecimento do termo pliometria, já este tipo do acção
muscular era descrito pelos investigadores em Itália, Suécia e União Soviética,
sendo então designado por ciclo de alongamento-encurtamento (Chu 1992). De
facto, sob o ponto de vista muscular os exercícios pliométricos envolvem o
CAE uma vez que a contracção concêntrica é precedida de uma contracção
excêntrica que provoca o alongamento activo do músculo previamente ao seu
encurtamento (Bosco 1982; Bosco et al. 1982a; Brown et al. 1986).
2.3.3.1. Formas de contracção muscular O músculo-esquelético do organismo humano é essencialmente
constituído por dois elementos: um elemento contráctil (EC) e um elemento
viscoelástico (EE) (Ganong 1987).
Apesar de existir uma enorme diversidade de carácter terminológico a
maioria dos autores considera as seguintes formas de contracção: concêntrica,
isométrica e excêntrica (Sale e Norman 1982). De acordo com a contracção
39
efectuada Yessis e Hatfield (1986) utilizam as designações de força isométrica,
concêntrica e excêntrica.
(1) Contracção concêntrica
Durante a contracção concêntrica os EE não modificam o seu
comprimento apesar dos EC serem contraídos (Weineck 1986). O músculo
encurta à medida que desenvolve tensão, aproximando as suas extremidades
e diminuindo o ângulo articular (Sale e Norman 1982; Chu e Plummer 1984;
Poliquin 1985; Komi 1986a; Yessis e Hatfield 1986, Cometti 1988a; Raharinosy
1988; Von Duvillard et al. 1990). Esta fase do movimento é designada por fase
positiva ou motora (Lemos 1991) dado que o trabalho mecânico externo
desenvolvido é positivo (Bosco et al. 1982; Komi 1986a).
Durante a contracção concêntrica um aumento na velocidade do
encurtamento provoca uma diminuição da força desenvolvida (Sale e Norman
1982). A velocidade à qual são atingidos valores mais elevados de potência
durante as contracções concêntricas é variável. No entanto, é normalmente
inferior a 50% da velocidade máxima de contracção (Sale e Norman 1982).
(2) Contracção isométrica Yessis e Hatfield (1986) e Von Duvillard et al. (1990) atribuem também à
contracção isométrica a designação de contracção estática.
Durante a contracção muscular isométrica não se vislumbra qualquer
variação da distância entre as extremidades musculares ou do ângulo articular
(Pini 1978; Sale e Norman 1982; Marino e Gleim 1984; Fleck e Schutt 1985;
Komi 1986a; Cometti 1988a; Von Duvillard et al. 1990; Chu 1992) e o trabalho
mecânico externo desenvolvido é nulo (Komi 1986a, Ganong 1987). Apesar de
não ser perceptível nenhuma alteração no comprimento do músculo este
desenvolve uma tensão interna, originando o encurtamento dos elementos
contrácteis e o estiramento dos elementos elásticos e viscosos em série
(Maughan 1986; Ganong 1987).
40
A potência desenvolvida durante a contracção isométrica é nula, uma
vez que a velocidade é zero (Sale e Norman 1982).
A força máxima que conseguimos desenvolver numa contracção
isométrica é normalmente superior em cerca de 10-15% a força máxima
produzida durante uma contracção concêntrica (Y essis e Hatfield 1986).
(3) Contracção excêntrica A contracção muscular excêntrica ocorre quando o músculo desenvolve
tensão enquanto se alonga, afastando as suas extremidades e aumentando o
ângulo articular (Sale e Norman 1982; Chu e Plummer 1984; Fleck e Schutt
1985; Poliquin 1985; Komi 1986a; Yessis e Hatfield 1986; Cometti 1988;
Rahariuosy 1988; Von Duvillard et al. 1990). Dado que o mecânico externo
desenvolvido é negativo, uma vez que os músculos resistem activamente a
uma carga sendo alongados enquanto se contraem (Bosco et al. 1982; Komi
1986a; Gamumg 1987), esta fase do movimento é denominada fase negativa
ou resistente (Lemos 1991).
Este tipo de contracção ocorre quando a resistência externa é superior a
força produzida pelo músculo e é utilizada nas actividades desportivas para
desacelerar o movimento do corpo (Yessis e Hatfield 1986).
Durante a contracção excêntrica um aumento na velocidade de
alongamento origina, até determinado ponto, um aumento da força
desenvolvida (Sale e Norman 1982).
É durante a contracção muscular excêntrica que o sistema muscular
consegue desenvolver maior força e potencia (Komi 1986a). Aliás, está
demonstrado experimentalmente que quando um músculo desenvolve trabalho
de uma maneira excêntrica consegue resistir a uma força consideravelmente
maior do que durante a contracção concêntrica (Raharinosy 1988). A força
máxima que um músculo consegue desenvolver durante uma contracção
excêntrica é cerca de 35-40% (segundo Yessis e Hatfield 1986) e 1.2 a 1.6 (de
acordo com Lundin 1985) superior à força máxima que consegue produzir
numa contracção concêntrica.
41
Para manter o mesmo nível de tensão muscular durante a contracção
excêntrica não é necessário activar tantas unidades motoras como durante a
contracção concêntrica (Komi 1986a). Durante a contracção excêntrica regista-
se maior actividade eléctrica (Komi 1983 cit. por Komi 1986a; Yessis e Hatfield
1986; Cometti 1988a) e são desenvolvidas tensões mais elevadas que nos
restantes tipos de contracções (Astrand e Rodahl 1986; Poliquin 1988).
2.3.3.2. Eficácia mecânica do CAE Os músculos humanos podem desenvolver maior potência quando são
sujeitos a um estiramento prévio (Tihanyi 1984). De facto, vários estudos têm
demonstrado que o alongamento de um músculo potencia a sua contracção
concêntrica posterior (Cavagna et al. 1965 e 1968 cit. por Bosco et a1. 1982;
Asmusson e Bonde-Petersen 1974; Steben e Steben 1981). Este incremento
da eficácia mecânica de uma contracção concêntrica desenvolvida
imediatamente após uma contracção excêntrica parece estar associado a dois
factores (Bosco 1982; Bosco e Pittera 1982; Lundin 1985; Komi 1986a):
propriedades elásticas do músculo e reflexo de alongamento.
2.3.3.2.1. Propriedades elásticas do musculo Em 1949 Hill (cit. por Bosco 1982) propôs um modelo para o múscu1o
esquelético em que baseia as suas propriedades mecânicas em duas
componentes funcionais distintas: um elemento contráctil activo (EC), que
representa o processo pelo qual o múscu1o responde a uma estimulação e um
e1emento viscoelástico, constituído por dois elementos elásticos (EE): um
elemento elástico em série (EES) e um elemento elástico em paralelo (EEP).
Do acordo com este modelo, os EES 1oca1izam-se principalmente nos tendões
enquanto os EEP se encontram localizados nas membranas musculares
(endomísio, perimísio e epimísio), sendo colocados sob tensão quando o
músculo sofre um estiramento. São os EEP que asseguram o retorno do
músculo ao seu comprimento de repouso quando o músculo relaxado sofre um
estiramento para além do seu tamanho habitual em repouso.
42
Em 1950, Hill (cit. por Bosco 1982) sugere que parte dos EES se
localizam na própria componente contráctil do músculo. No entanto, só após os
estudos sobre a teoria do deslizamento dos filamentos, efectuados por Huxley
em 1957 e por Huxley e Simons em 1971 (cit. por Bosco 1982), foi possível
constatar que uma porção considerável dos EES (fracção activa) se
localizavam nas pontes cruzadas entre a actina e a miosina. A fracção passiva
dos EES constitui os tendões e uma parte do colagénio intramuscular (Shorten
1987 cit. Por Pousson et al. 1995).
Hill (1950 cit. por Bosco 1982) sugere ainda que a energia mecânica
armazenada nos EES pode ser utilizada para produzir uma velocidade final de
contracção muscular superior aquela que o componente contráctil poderia
desenvolver por si só (Bosco 1982).
Posteriormente, Cavagna et al., (1965 cit. por Parcells 1980)
investigaram os efeitos das contracções concêntricas e excêntricas no músculo
isolado da rã, verificando que a força concêntrica produzida pelo músculo
durante a contracção é maior se o musculo for previamente alongado.
Após a realização de experiências no músculo isolado da rã e do
homem, Cavagna et al., (1968 cit. por Parcells 198o) verificaram que o
componente contráctil do músculo é capaz de desenvolver maior tensão
quando a contracção é efectuada imediatamente após um alongamento prévio,
resultados confirmados também pelos estudos de Thys et al., (1972 cit. por
Parcells 1980).
Em estudos realizados no músculo estriado isolado da rã, Cavagna e
Citterio (1974 cit. Por Bosco 1982a) verificaram que o alongamento activo
temporário modifica as características do músculo fazendo com que este
trabalhe de forma mais eficiente e aumentando a quantidade de trabalho
produzido. Uma vez que no músculo isolado todas as conexões com o sistema
nervoso central estão cortadas, os autores atribuem o aumento da eficácia do
trabalho produzido durante o CAE à utilização da energia elástica armazenada.
De acordo com Huxley e Simons (1971 cit. por Mil-Homens 1987), no
interior de cada ponte cruzada existe um EES. A ligação da ponte cruzada à
actina é efectuada por um movimento em parte conseguido a custa do
43
estiramento deste (Huxley e Simons 1971 cit. por Mil-Homens 1987), uma vez
que a tensão exercida sobre o músculo durante a contracção excêntrica é
parcialmente suportada pelos EES (Flituey e Hirst 1978 cit. por Bosco 1982).
Durante o alongamento, a cabeça de miosina assume uma posição de rotação
para trás, contrariamente ao habitual, adquirindo assim uma posição de maior
energia potencial (Huxley e Simons 1971 cit. por Mil-Homens 1987; Cavagna
1977 cit. por Sardinha e Mil-Homens 1989; Flitney e Hirst 1975 cit. por Bosco
1982). Devido a este mecanismo, parte da energia utilizada é armazenada na
componente elástica em série do músculo, sob a forma de energia potencial,
podendo ser parcialmente convertida em energia mecânica e utilizada durante
a contracção concêntrica subsequente (Cavagna et al., 1965 cit. por Bosco
1982; Asmussen e Bonde-Petersen 1974; Steben e Steben 1981; Bosco e
Pittera 1982; Bosco et al. 1982, 1982b; Komi 1984 cit. por Gollhofer e
Kyrolainen 1991). Asmussem e Bonde-Petersen (1974) introduziram um
método que permite obter informações acerca das características
viscoelásticas dos músculos extensores dos MI, nomeadamente sobre o
armazenamento e reutilização da energia elástica. Este método consiste em
comparar a performance durante a realização de saltos verticais máximos com
(SCM e SP) e sem (SE) alongamento prévio dos músculos extensores dos MI
numa plataforma de força.
Os mesmos autores submeteram 14 sujeitos do sexo masculino e 5
sujeitos do sexo feminino aos testes de SE, SCM e SP (com AQ de 23.3, 40.4
e 69.0 cm), tendo concluído que a elevação do CG (HCG) alcançada no SCM
foi 5.5% superior à do SE e a do SP 40.4 cm foi 11% superior à do SE,
enquanto a altura de 69 cm provocou já uma diminuição da HCG. Os autores
concluíram que a rea1ização de trabalho negativo previamente ao salto e o
resultante armazenamento da energia elástica contribui para o aumento
significativo da HCG, até certo limite.
A comparação entre a performance no SE e no SCM ou SP foi
posteriormente utilizada por outros investigadores para estudar a questão das
características elásticas dos músculos extensores dos MI (Komi e Bosco 1978
cit. por Viitasalo 1982; Bosco 1981; Bosco e Pittera 1982).
44
Komi e Bosco (1978 cit. por Mil-Homens 1987) estudaram a variação da
HCG em estudantes de Educação Física de ambos os sexos e em voleibolistas
masculinos durante a realização de SE, SCM e SP a partir de alturas situadas
entre 20 e 100 cm, verificando que o SE foi o que produziu uma HCG mais
baixa. De acordo com os mesmos autores, no SE não é utilizado o CAE pelo
que a performance neste salto resulta da acção mecânica produzida apenas
pela componente contráctil (CC) do músculo, não permitindo uma elevação tão
acentuada do CG como a verificada nos SCM e SP. Devido ao alongamento
prévio no SCM e nos SP são so1icitados os EE: durante a flexão dos MI a CES
é alongada enquanto a CC se contrai e a energia potencial armazenada é
restituída durante a contracção concêntrica subsequente. Enquanto o SE
resulta da acção mecânica efectuada apenas pela CC, o SCM e os SP
reflectem também a reutilização da energia elástica armazenada durante a fase
excêntrica do contacto (Komi e Bosco 1978 e Viitasalo e Bosco 1981 cit por
Viitasalo 1982).
Em suma, quando uma contracção concêntrica é precedida de uma
contracção excêntrica são produzidas maiores força e potência musculares,
pois quando o músculo é activamente alongado a contracção concêntrica que
se segue é potenciada em virtude da utilização da energia elástica previamente
armazenada. De acordo com Viel et al. (1985), durante os exercícios que
envolvem saltos com contra-movimento o músculo é capaz de armazenar e
restituir mais 25% de energia do que durante os saltos em que a posição de
partida é estática. A elasticidade muscular revela-se então como um factor
fundamental para o desenvolvimento de tensões elevadas (Bosco 1983) e pode
ser melhorada através do treino (Gambetta 1987).
2.3.3.2.1.1. Factores determinantes do armazenamento e utilização da energia elástica Basicamente, a capacidade de armazenamento e utilização da energia
elástica é influenciada por três factores (Howard et al. 1985; Enoka 1988): a
magnitude do alongamento, a velocidade de alongamento e o tempo de
transição entre as contracções excêntrica e concêntrica.
45
2.3.3.2.1.1.1. Magnitude do alongamento A magnitude do alongamento depende da amplitude ou deslocamento
angular. No caso dos SP a magnitude de alongamento aumenta com a carga
de alongamento (intensidade do salto).
Em estudos realizados no músculo isolado e no homem Cavagna et al.
(1968 cit. por Mil-Homens 1987) verificaram que a utilização da energia elástica
era influenciada pela amplitude de alongamento do músculo.
Posteriormente Bosco e Komi (1979 cit. por Mil-Homens 1987)
estudaram a influência de diferentes tipos e graus de alongamento muscular
nos músculos extensores do joelho de um sujeito, verificando que a potência e
força desenvolvidas durante um deslocamento angular pequeno são superiores
às produzidas aquando de um deslocamento angular grande. Estes resultados
são concordantes com os de Thys et al., (1975 cit. por Mil-Homens 1987) e de
Bosco et al. (1981 cit. pcr Bosco et al. 1982).
Bosco et al., (1982) utilizaram um electrogoniómetro para estudar em
cinco sujeitos a influência da amplitude angular da articulação do joelho na
performance do salto, verificando que pequenos deslocamentos angulares
eram mais eficazes.
Tihanyi (1983) estudou a influência da variação do ângulo de flexão do
joelho na potência mecânica dos MI em sujeitos que realizaram 20 SCM sem
interrupção, tendo verificado que a restituição da energia elástica estava
associada ao deslocamento angular: a dissipação de energia era menor em
movimentos com deslocamentos angulares pequenos. Quanto maior o
deslocamento angular maior a perca da energia elástica devido à diminuição do
número de pontes cruzadas entre a actina e a miosina. O mesmo autor
encontrou decréscimos significativos dos valores da potência mecânica apenas
quando o ângulo formado pela articulação do joelho atingia valores inferiores a
l00°, tendo também constatado que a fadiga muscular era independente da
composição das fibras a um ângulo do joelho de l40°. Posteriormente Tihanyi
(1984) comparou os níveis de potência máxima desenvolvida com ângulos do
joelho de 90° e l30° em saltadores de altura e voleibolistas. Enquanto nos
46
primeiros a potência máxima se verificava para um ângulo do joelho de 90°, os
voleibolistas desenvolviam uma potência máxima superior com um ângulo de
l30°, embora as diferenças não fossem significativas do ponto de vista
estatístico. O mesmo autor encontrou os valores máximos durante a produção
de força máxima estática para um ângulo do joelho de l40°-145°.
Até determinado nível, quanto maior for o estiramento sofrido por um
músculo maior é a sua concentração reflexa (Ganong 1987). No entanto,
quando a tensão se torna demasiado grande, a concentração cessa
subitamente e o músculo relaxa.
Westing et al., (1990 cit. por Kawakami et al. 1993), demonstraram que
perante contracções voluntárias máximas o torque excêntrico produzido não
correspondia à sua capacidade máxima, baseando a explicação deste facto na
provável existência de um mecanismo inibitório de natureza nervosa. Com
base em resultados posteriores, Westing et al., (1991) sugerem que em
condições de elevadas tensões musculares (especialmente durante acções
musculares de natureza excêntrica) a estimulação nervosa dos músculos
agonistas é reduzida. Mais uma vez os resultados sugerem a presença de um
mecanismo inibitório que terá a função de proteger o sistema m1iscu1o-
esque1ético de possíveis lesões, resultantes da activação total das UM em
situações de elevadas tensões.
Gollhofer e Kyrolainen (1991) ao estudarem o efeito do controlo
neuromuscular dos músculos extensores dos MI verificaram que quando a
carga de alongamento era elevada a activação neuromuscular era reduzida de
forma a proteger o sistema músculo-tendinoso.
Além da inervação motora, o músculo possui inervação sensitiva para a
dor e pressão profunda e dois tipos de receptores sensoriais: o fuso
neuromuscular - que detecta os estiramentos musculares, o grau da contracção
muscular e a velocidade com que essas alterações do comprimento do
musculo ocorrem - e o aparelho de Golgi - que detecta a tensão aplicada aos
tendões durante a contracção muscular (Pini, 1978). Estes receptores
transmitem informações sobre os músculos e tendões ao SNC provocando
reacções reflexas que actuam sobre os movimentos musculares.
47
O aparelho tendinoso de Golgi é constituído por uma rede de
terminações nervosas em forma de botão situadas entre os fascículos do
tendão, junto à transição entre este e o músculo (Ganong, 1987) e conectadas
a um feixe de células musculares esqueléticas, sendo estimulado pela tensão
que esse pequeno feixe de fibras musculares sofre com as alterações do
comprimento muscular (Pini, 1978). Cada aparelho de Golgi transmite ao SNC
o grau de tensão sofrido pelos pequenos segmentos do músculo. Quando a
tensão do músculo aumenta, o órgão de Golgi transmite um estímulo à medula
espinal, cujo efeito causa a inibição dos motoneurónios anteriores da medula,
provocando a descontracção súbita do músculo. Este relaxamento em resposta
a um forte estiramento é denominado reflexo de estiramento inverso ou inibição
autogénica.
As fibras do órgão tendinoso de Golgi encontram-se também em
conexão com os motoneurónios que inervam os antagonistas desse musculo.
Uma vez que os órgãos tendinosos de Golgi - tal como os fusos
neuromusculares - se encontram em série com as fibras musculares, são
estimulados quer por estiramento passivo quer por contracção activa do
músculo. O grau de estimulação devido ao alongamento passivo não é grande,
uma vez que as fibras musculares mais elásticas suportam grande parte da
carga de alongamento sendo necessário um alongamento muito elevado para
produzir o relaxamento.
2.3.2.2.1.1.2. Velocidade de alongamento Komi e Bosco (1978 cit. por Vim 1994) referem que quanto mais rápido
for o contra-movimento maior será a velocidade vertical de saída do sa1to.
Uma combinação adequada da velocidade de alongamento e amplitude
angular maximizará o efeito do contra-movimento.
Não é o valor absoluto do estiramento mas sim a relação entre este e a
sua duração que determinam a reutilização da energia elástica e a
transformação do trabalho químico em traba1ho mecânico (Gambetta, 1987;
Raharinosy, 1988). A tensão máxima desenvolve-se quando o músculo é
48
rapidamente alongado. Quanto mais depressa o múscu1o for estirado maior
será a reacção exercida (tensão reactiva) (Raharinosy 1988).
De acordo com Bosco (1982a), o aumento da carga de alongamento
provoca um aumento na velocidade de alongamento dos músculos extensores
dos MI e maior possibi1idade de acumulação de energia elástica durante o
alongamento. No entanto, quando a tensão desenvolvida pelos extensores do
MI no trabalho excêntrico é demasiado elevada pode conduzir a um processo
inibitório através dos órgãos tendinosos de Golgi.
2.3.3.2.1.1.3. Tempo de transição A utilização da energia elástica armazenada parece estar também
associada a duração do intervalo de tempo que decorre entre a contracção
excêntrica e a contracção concêntrica subsequente. O tempo de transição
encontra-se intimamente associado à carga de alongamento prévio e amplitude
do movimento (Mil-Homens, 1987).
O período de transição entre as contracções concêntrica e excêntrica
deve ser curto, de forma a permitir a utilização da energia elástica armazenada
(Hill, 1961 e Cavagna et al., 1968 cit. por Bosco, 1982; Gambetta, 1987). Este
facto é devido ao carácter transitório das alterações da elasticidade muscular,
que torna um movimento realizado com uma elevada velocidade de contracção
mais eficaz de que quando efectuado com menor velocidade de contracção
(Cavagna e Citterio, 1974 cit. por Bosco, 1982).
Cavagna e Citterio (1974, cit. por Bosco, 1982) sugeriram que as
modificações induzidas pelo alongamento prévio nos EE dos músculos
assumem um carácter transitório, tendendo a desaparecer rapidamente após o
estiramento. Huxley e Simons (1971, cit. por Mil-Homens, 1987) baseiam a
explicação deste facto na duração do tempo de vida das pontes cruzadas.
Curtin et al. (1974 cit. por Bosco 1982) estimaram a duração média do ciclo de
vida das pontes cruzadas em 120 a 340 ms, enquanto Stienen et al., (1978 cit.
por Bosco, 1982, e Bobbert et al., 1987) sugeriram que esse valor seria de 15 a
30 ms. Desta forma, dada a limitação do tempo de vida de uma ponte cruzada,
se o tempo de transição exceder o tempo de vida das pontes cruzadas ocorrera
49
o desprendimento das mesmas (Flitney e Hrist, 1978, cit. por Mil-Homens,
1987). Assim, um tempo de transição curto entre o alongamento e o
encurtamento associado a uma pequena amplitude angular impedira o
desprendimento das pontes cruzadas e permitira uma melhor utilização da
energia elástica armazenada durante o alongamento.
Bosco et al., (1981, cit. por Mil-Homens, 1987) verificaram que quanto
menor o tempo de transição maior a tensão produzida no final do alongamento
e maior a força produzida na fase concêntrica.
Posteriormente, Bosco (1982) concluiu também que um tempo de
transição curto estava associado a uma elevada reutilização da energia
elástica.
Num estudo realizado em 10 voleibolistas do sexo masculino que
realizaram SP desde 20 cm, Bobbert et al., (1987) constataram que o
rendimento mecânico ao nível das articulações do joelho e do tornozelo era
maior quando a transição as fases excêntrica e concêntrica eram mais rápida.
Os estudos realizados neste âmbito realçam o facto de que a
recuperação e reutilização da energia elástica durante a contracção seguinte
só é possível se a passagem do estado do alongamento ao estado de
encurtamento do músculo for rápida. Caso a contracção excêntrica realizada
não seja imediatamente seguida da contracção concêntrica a energia potencial
produzida é dissipada sob a forma de calor (Cavagna et al., 1968, e Cavagna
1977, cit. por Osés 1986; Asmussen c Bonde-Petersen 1974; Komi 1986).
2.3.3.2.2. O reflexo de alongamento Como foi referido anteriormente, o músculo possui receptores sensoriais
que detectam os estiramentos musculares, o grau da contracção muscular e a
velocidade com que essas alterações do comprimento do músculo ocorrem
(Pini, 1978). Desta forma, quando o músculo esquelético é alongado o
estiramento muscular é detectado pelo fuso neuromuscular (Ganong, 1987).
Cada fuso neuromuscular é constituindo por 2-10 fibras musculares
envolvidas por uma cápsula (fibras intrafusais) (Ganong 1987). As fibras
intrafusais encontram-se em paralelo com as restantes fibras musculares, uma
50
vez que as terminações da cápsula do fuso se encontram ligadas aos tendões
em cada uma das extremidades do músculo ou a parte lateral das fibras
extrafusais (unidades contrácteis regularas do músculo)
Na parte média das fibras intrafusais encontra-se o receptor primário,
conectado às raízes sensoriais da medula espinal (Pini, 1978). Quando o
músculo é a1ongado, provoca o estiramento do receptor primário do fuso
muscular, que envia impulsos ao SNC através de fibras sensoriais (Ganong,
1987). Este, por sua vez, envia uma resposta através dos motoneurónios que
inervam o músculo que sofreu o alongamento, desencadeando o processo de
contracção muscular. Simultaneamente, a medula espinal envia impulsos
inibidores aos músculos antagonistas do músculo que foi estirado permitindo
que a contracção reflexa deste seja mais eficaz (Pini, 1978). Esta resposta, que
se traduz numa reacção muscular ao grau de alongamento do próprio músculo,
é designada por reflexo de alongamento, estiramento ou miotático.
O exemplo mais comum deste tipo de reflexo é o conhecido reflexo do
tendão rotuliano (Ganong, 1987). Uma simples pancada no tendão do
quadricípite provoca o estiramento do mesmo e a sua posterior contracção,
resultando na imediata (após cerca de 19-24 ms) extensão do joelho.
De entre os reflexos conhecidos, o reflexo de alongamento é aquele que
desencadeia a resposta mais rápida a um estímulo (Chu e Plummer, 1984)
potenciando a contracção do músculo homónimo (aquele que sofreu o
alongamento) e dos sinergistas (aqueles que o rodeiam e contribuem para o
mesmo movimento) e a inibição dos músculos antagonistas (que contrariam a
acção dos músculos envolvidos). A contracção desencadeada pelo reflexo de
alongamento é maior que uma contracção voluntária (Chu e Plummer, 1984),
sendo assim incrementado o número de UM activadas e potenciada a
contracção muscular (Bosco e Komi, 1979 e Bosco et al., 1981, cit. por
Sardinha e Mil-Homens, 1989).
O reflexo de alongamento parece estar relacionado com a velocidade de
estiramento do músculo (Kyrolainen e Komi, 1994). Segundo Huber (1987),
quanto mais rápido o músculo é alongado maior é a força concêntrica
desenvolvida imediatamente após o estiramento devido aos receptores
51
musculares que são sensíveis a quantidade e velocidade de alongamento.
Estes receptores transmitem a informação a medula espinal resultando numa
reacção de protecção das fibras musculares no intuito de inverter
imediatamente a contracção excêntrica numa contracção concêntrica.
Kyrolainen e Komi (1994) estudaram a resposta desencadeada pelo
reflexo de alongamento em atletas envolvidos em diferentes actividades
desportivas, tendo concluído que o controlo nervoso deste tipo de reflexo é
influenciado pelo passado desportivo dos atletas. Os mesmos autores sugerem
que o grau de solicitação do reflexo de alongamento é determinado pelo tipo de
UM e números de fusos neuromusculares que constituem os músculos
envolvidos. Constataram também que velocidades de alongamento mais
elevadas desencadeavam reflexos de alongamento mais potentes. Até
determinado ponto, quanto maior for o estiramento sofrido por um músculo
maior é a sua contracção reflexa. A contracção desencadeada pelo ref1exo de
alagamento é maior que uma contracção voluntária (Chu e Plummer 1984),
sendo assim incrementado o número de UM activadas e potenciada a
contracção muscular (Bosco e Komi, 1979, e Bosco et al., 1981 cit. por
Sardinha e Mil-Homens, 1989).
Em conclusão, durante a fase de amortecimento do salto os músculos
extensores da anca e do joelho são rapidamente alongados numa contracção
excêntrica. Para além de um determinado nível de alongamento a informação
aferente enviada pelo fuso neuromuscular desencadeia o reflexo de
alongamento que resulta numa contracção supra-maximal dos músculos
extensores dos MI.
2.3.4. Orientações metodológicas 2.3.4.1. Considerações gerais De um modo geral o conhecimento e a caracterização das exigências
específicas de uma modalidade desportiva constitui o passo inicial do processo
de treino da força. O passo seguinte tem a ver com a avaliação do estado
52
actual de treino do atleta. Por ultimo, definem-se objectivos coerentes face às
avaliações realizadas e seleccionam-se conteúdos, meios e métodos de treino.
Como parâmetro de diagnóstico do estado de rendimento do atleta,
Schmidtbleicher (1996) sugere a determinação do déficit de força. Segundo o
autor, a diferença entre a força isometria máxima e a força excêntrica máxima
dá-nos o déficit de força, ou seja, fornece uma indicação acerca da capacidade
de activação voluntária da massa muscular envolvida no teste em causa. Esta
avaliação não só proporciona ao treinador indicações sobre o nível actual de
treino do atleta, como também referências para a condução do próprio
processo de treino (Carvalho, 1993b). Assim, no caso de um déficit acentuado,
significa que um valor importante de potencial de força não está a ser possível
mobilizar. A diminuição deste déficit de força e consequentemente a melhoria
da capacidade de activação muscular é conseguida através de um treino
dirigido para as adaptações neurais. Pelo contrário, a utilização de um treino
com objectivos hipertróficos promoverá o aumento do déficit de força
(Schmidtbleicher, 1996).
Uma vez decididos os objectivos, é necessário elaborar o programa.
Para o treino pliométrico e tendo como referência directrizes sugeridas na
literatura (Kraemer, 1984; Chu, 1986; Costello, 1986; Gambetta, 1986; Mil-
Homens e Sardinha, 1989; Yessis, 1994; Allerheiligen o Rogers, 1995; Hedrick,
1995; Bompa; 1996; Cervera et al., 1996; Cometti, 1998; William e Watts, 1998;
William et al., 1998), deverão ser tomados em linha de conta algumas
variáveis, das quais destacamos: (i) a idade do sujeito; (ii) o nível inicial do
força; (iii) a experiência neste tipo de treino; (iv) as superfícies de contacto; e
(v) a progressão das cargas do treino.
2.3.4.1.1. Idade do sujeito a treinar Apesar de alguns estudos concluírem da eficácia do treino pliométrico
com jovens (Silva, 1992; Seixo, 1995; Santos, 1995), vários são os autores que
alertam para os cuidados a ter com a utilização de alguns exercícios
pliométricos, em particular com os saltos em profundidade (SP), nas idades
53
mais baixas, face ao risco de lesão que lhes esta associado (Mil-Homens,
1987; Bompa, 1996; Cervera et al., 1996; Schmidtbleicher, 1996). Carvalho
(1993), após ter analisado vários programas de treino de forca com crianças e
jovens concluiu que, mais importante que os meios, as formas de organização
dos exercícios, os métodos e a descrição pormenorizada da carga, é a
estruturação do treino de forma moderada, de tal modo que as orientações
metodológicas salvaguardem o risco de lesão.
A este propósito, McFarlane (1984) destaca alguns princípios
fundamentais: (i) progredir dos exercícios mais simples para os mais
complexos; (ii) seleccionar exercícios coerentes com a idade e maturação
biológica dos sujeitos; (iii) seleccionar exercícios que permitam uma progressão
da carga ao longo do(s) ano(s).
Tendo em consideração o que foi enunciado, podemos concluir que a
utilização dos exercícios pliométricos reside no equilíbrio da definição da carga
dos exercícios a utilizar e a sua progressiva intensidade de acordo com o
escalão etário e com o nível atlético dos sujeitos ao qual se destina.
2.3.4.1.2. Nível inicial de força Na literatura internacional constata-se alguma divergência de opiniões
acerca dos valores de força que os atletas devem possuir para se envolverem
num programa de treino pliométrico. Autores como Verkhoshanski (1983),
Allerheiligen e Rogers (1995) ou William e Watts (1998) defendem a ideia de
que, antes de iniciarem o programa de treino pliométrico, os sujeitos devem ser
capazes de efectuar o exercício de semi-agachamento contra uma resistência
equivalente a 150% - 200% do seu peso corporal. Na opinião de Chu (1993) ou
Bompa (1996), se estas exigências fossem respeitadas, poucos atletas fariam
pliometria. Nesta mesma ordem de ideias Mil-Homens e Sardinha (1989)
argumentam favoravelmente e criticam a ideia do treino pliométrico só ser
possível após o términus de um programa de treino com pesos. Grosso modo,
os resultados obtidos nos diversos estudos que utilizaram programas de treino
pliométrico provam que muitos atletas têm beneficiado deste tipo de treino sem
54
revelarem uma tal forca dos músculos extensores dos membros inferiores
(Radcliffe e Osternig, 1995).
2.3.4.1.3. Experiência no treino pliométrico Os atletas inexperientes neste tipo de treino ou aqueles que evidenciam
deficiências técnicas na execução dos exercícios, devem utilizar, numa
primeira fase do treino pliométrico, formas de trabalho simples e executadas no
mesmo piano, de modo a assimilarem a mecânica correcta dos gestos (Yessis
e Hatfield, 1986; Smythe, 1987; Dintiman e Ward, 1988; Raharinosy, 1988; Mil-
Homens e Sardinha, 1989; Chu, 1992; Allerheiligen, 1994; Bompa, 1996;
Cometti, 1998). Como salienta Weineck (1994), a utilização de cargas
excessivas ou de uma técnica de execução do exercício incorrecta, não só
limitara a eficácia do treino, como irá favorecer o aparecimento de lesões tanto
ao nível das cartilagens das epífises como ao nível da coluna. A este propósito,
e sugerido na literatura uma atenção particular aos exercícios de fortalecimento
da musculatura do tronco (abdominais e lombares) no sentido de, não só
melhorar a tonicidade dos pontos de apoio das acções dos membros inferiores,
mas também para privilegiar uma postura e atitude corporal correctas
(Duchateau, 1984; Radcliffe e Farentinos, 1985; Yessis e Hatfield, 1986;
Gambetta, 1987; Chu, 1992; Weineck, 1994; Allerheiligen, 1995; Bompa, 1996;
Cervera et al., 1996; Cometti, 1998).
Durante a operacionalização dos exercícios pliométricos é ainda
sugerido na literatura (Mil-Homens e Sardinha, 199o; Chu, 1993; Allerheiligen e
Rogers, 1995; Bompa, 1996; Schmidtbleicher, 1996) que o contacto com o solo
seja realizado de forma activa e com a parte media e anterior dos apoios,
evitando o contacto com os calcanhares. Por outro lado, dada a natureza das
adaptações induzidas pelo treino pliométrico (analisadas mais adiante), este
tipo de trabalho deve ser operacionalizado em ausência de fadiga e após um
intenso aquecimento (Carvalho, 1993b; Bompa, 1996; Schmidtbleicher, 1996;
Cometti, 1998).
Só após esta ideia de aprendizagem dos gestos e (re)fortalecimento das
estruturas musculares será possível dizer que o atleta conhece o movimento e
55
então, todos os esforços deverão ser máximos e explosivos, de modo a serem
garantidas melhores expressões de potência (Radcliffe e Farentinos, 1985;
Chu, 1992; Bompa, 1996; Schmidtbleicher, 1996; Cometti, 1998), e neste
sentido realizar de facto um verdadeiro treino pliométrico.
2.3.4.1.4. Superfícies do contacto Dadas as exigências físicas dos exercícios pliométricos, em particular
dos SP, alguns autores (Klinzing, 1987; Dintiman e Ward, 1988) sugerem a
utilização de superfícies "suaves" que amorteçam os impactos, aquando da
utilização deste tipo do treino. Tal sugestão é contra-indicada por outros
autores (Bompa, 1996; Cervera et al., 1996; Schmidtbleicher, 1996; Cometti,
1998). Isto porque, ao serem utilizadas superfícies deste tipo, o efeito do treino
é substancialmente reduzido. De facto, como vimos anteriormente, a pliometria
baseia-se na concepção do que uma contracção concêntrica antecedida de um
rápido alongamento do músculo promove o aumento da força contráctil, em
consequência da utilização da energia elástica armazenada durante a fase
excêntrica do movimento. Ao serem utilizadas superfícies amortecedoras, o
tempo de transição entre as contracções excêntrica e concêntrica aumenta, o
que conduz à dissipação da energia elástica e, consequentemente, a uma
menor produção de força na fase concêntrica.
2.3.4.1.5. Progressão das cargas do treino A melhoria da performance depende da quantidade e qualidade do
trabalho realizado no treino (Bompa, 1996). Neste sentido, o principio da
sobrecarga estabelece que os aumentos dos níveis da força só acontecem
quando um músculo for estimulado durante um período de tempo com cargas
acima daquelas habitualmente utilizadas (Harre o Lotz, 1989; Ehlenz et al.,
1990; Matveiev, 1991; Platonov o Bulatova, 1993; Cervera et al., 1996). A este
propósito, importa salientar que a literatura revela alguma controvérsia em
torno da utilização ou não de cargas adicionais aquando da realização de
exercícios pliométricos. Autores como Bompa (1996) ou Schmidtbleicher
(1996), desaconselham a utilização de cargas adicionais, mesmo que muito
56
reduzidas, em virtude de conduzirem a uma redução da activação nervosa dos
músculos extensores dos membros inferiores e a uma instalação prematura da
fadiga. A esta questão, Schmidtbleicher (1996) adiciona razões de natureza
osteo-articular que, poderão sustentar ainda mais o conceito da não utilização
de cargas adicionais.
Opinião contrária expressa Cometti (1998), que vê neste tipo de
sobrecarga uma forma dos atletas aumentarem o efeito do treino pliométrico.
Da literatura consultada sobressai a ideia da eficácia da pliometria com cargas
adicionais (Ford et al., 1983; Bosco et al., 1986; Viitasalo, 1988; Silva, 1992;
Wilson et al., 1993; Santos, 1995). No entanto, as sustentações nos domínios
dos efeitos neuromusculares e nos riscos de lesão do treino pliométrico
apontadas pelos autores anteriormente citados, têm feito pender as decisões
de carácter metodológico acerca do principio da sobrecarga para aspectos
mais relacionados com a dinâmica das componentes da carga do treino, como
a duração da carga, o volume, a intensidade, a densidade e complexidade do
treino (Chu, 1993; Allerheiligen e Rogers, 1995).
2.3.5. Dinâmica da carga Tendo em conta a intensidade dos exercícios pliométricos, autores como
Cervera et al. (1996) ou Schmidtbleicher (1996), distinguem 3 formas
fundamentais de trabalho pliométrico: o saltitar; os saltos; e os saltos em
profundidade (SP).
2.3.5.1 O saltitar O saltitar (ou saltos verticais repetidos) tanto pode ser realizado com
dois apoios como com um apoio (pé coxinho), a um ritmo individual, à máxima
frequência ou com a máxima elevação possível. Allerheiligen e Rogers (1995)
sugerem 10 repetições por série com intervalos de 2 minutos entre séries e um
volume superior a 80 saltos por treino. Por sua vez, Bompa (1996) sugere 10 a
25 repetições por série, com um intervalo de 2 a 3 minutos entre séries e um
volume de treino de 150 e 250 saltos. Cometti (1998) propõe 20 a 30
57
repetições por série, com um intervalo de 2 minutos entre séries e um volume
total por treino de 300 saltos.
2.3.5.2. Os saltos
Os saltos podem ser realizados de diversas formas, das quais se
destacam: (i) os saltos isolados, como por exemplo o salto em altura sem
corrida preparatória, com o sem balanço dos braços; (ii) a sequência de saltos
curtos, tais como os saltos sucessivos com impulsão alternada ou com o
mesmo apoio; (iii) sequência de saltos longos, também designados por
multissaltos. Nestas formas de trabalho, Allerheiligen e Rogers (1995) sugerem
2 a 3 séries de 5 a 10 repetições por série, com intervalos de 2 a 3 minutes
entre as mesmas. Bompa (1998) recomenda para este tipo de exercícios 5 a 15
repetições, com intervalos de 3 a 5 minutos entre séries e um volume de 120 a
150 saltes por treino.
2.3.5.3. Os Saltos em Profundidade (SP) Como já vimos, o SP envolve um salto vertical realizado imediata e
activamente após a queda de determinado patamar. Para vários autores é
considerado como o mais importante exercício pliométrico (Yessis e Hatfield,
1986; Sardinha e Mil-Homens, 1989; Chu, 1992; Bompa, 1996;
Schmidtbleicher, 1996; Cometti, 1998).
2.4. A Força em Crianças e Jovens
2.4.1. Fases Sensíveis O processo de crescimento e desenvolvimento de qualquer ser humano
contém ritmos de desenvolvimento diferenciados consoante as suas
características internas e os factores externos a que estão sujeitos, no meio
envolvente.
Na vida infantil, há períodos em que se alternam momentos de
desenvolvimento mais rápidos e mais lentos (Zanatta 1985). Esses períodos
58
são denominados por períodos ou fases sensíveis, isto é, períodos com um
determinado tempo delimitado do desenvolvimento do ser humano, nos quais
este reage, adaptando-se, aos estímulos externos da forma mais intensiva do
que noutros períodos (Wintar, 1980 cit. por Marques, 1995). Estas fases
sensíveis aparecem associadas ao desenvolvimento das capacidades motoras.
Então, são períodos do crescimento e desenvolvimento das crianças e jovens
em que determinada capacidade pode ser incrementada de uma forma mais
forte, do que em outros períodos de menor intensidade. Se estas capacidades
não forem desenvolvidas nestes períodos, apesar de não deixarem de se
desenvolver, possivelmente não atingirão mais os níveis óptimos que podariam
alcançar, caso tivessem sido estimuladas nesse momento mais indicado
(Vieira, 1993). No entanto, é preciso ter em atenção que, para haver um
desenvolvimento óptimo das capacidades nesses períodos, implica que os
estímulos externos sejam adequados ao seu desenvolvimento, ou seja,
metodologicamente adequados e adaptados aos indivíduos a que se destina.
Quadro 1 – Modelo das fases sensíveis para as capacidades motoras
condicionais, (Martin, 1982, Grosser et al., 1989, cit. por Cunha, 1996). Idade
Cap. Condicionais 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17
Resistência Força Rápida (M/F) Força Resistente (M/F) Força Máxima (M) Força Máxima (F) Velocidade Flexibilidade
59
Para podermos promover o desenvolvimento das capacidades motoras,
neste caso as condicionais, é fundamental conhecer quais os períodos
sensíveis para cada uma delas. Assim, vários são os modelos referenciados na
literatura, no entanto, os modelos apresentados têm sido os mais utilizados na
definição dos períodos sensíveis (Quadro 1).
Analisando o quadro, podemos verificar que a força rápida e a força
resistente têm um período sensível relativamente amplo, mas o mesmo já não
acontece para a força máxima, onde o inicio desse período só se situa por volta
dos 13 anos, ou seja, no momento de entrada na puberdade. Ainda
relativamente à capacidade condicional força, Navarro (1995, cit. por Manso et
al., 1996), propõe outras formas de trabalhar as diferentes manifestações
desta, mediante a idade e o sexo (Quadro 2).
Quadro 2 – Formas de trabalhar as diferentes manifestações da força com a
idade em função do sexo (Navarro, 1995, cit. por Manso et al., 1996).
IdadesTipos de Força 10-12 12-14 14-16 16-18 18-
20 Força Máxima Força Rápida Força de Resistência
Através destes modelos, o trabalho de todos aqueles que situam as suas
preocupações no desenvolvimento das capacidades motoras, torna-se muito
mais simplificado, uma vez que, os modelos que consideram as formas
particulares de manifestação para cada uma das referidas capacidades. Essa
informação contribui, de certa forma, para a obtenção de um desenvolvimento
integral das crianças e dos jovens, relativamente às capacidades motoras.
Raparigas Rapazes
60
2.4.2. Maturação Biológica No desenvolvimento das capacidades motoras a partir da teoria das
fases sensíveis, deve considerar-se também o nível de desenvolvimento
biológico das crianças e dos jovens, ou seja, a maturação biológica. A
maturação é um processo geneticamente determinado, traduzido por diferentes
fenómenos de ordem anatómica, histológica e bioquímica (Gomes, 1991). Este
é um processo de desenvolvimento que ocorre no organismo e que promove
um vasto conjunto de alterações, no caminho entre a infância e a idade adulta.
Embora se encontre na literatura, muitos estudos que não consideraram
este factor, ele é imprescindível na elaboração de qualquer trabalho relativo ao
treino das capacidades motoras condicionais. Isto porque, a idade cronológica
apenas se refere ao momento temporal em que se encontra o indivíduo e não a
sua realidade biológica, ao desenvolvimento físico da própria criança.
Considerando que miúdos com a mesma idade cronológica podem diferir, na
sua idade anatómica ou óssea, até 60 meses (Martens, 1982), este representa
um aspecto extremamente importante para quem trabalha ao nível das
capacidades motoras, com as crianças e jovens.
Assim sendo, é necessário fazermos uma avaliação prévia do nível do
desenvolvimento biológico das crianças e dos jovens, a partir de um conjunto
de métodos para a determinação da maturação biológica. Esses métodos são
(Maia e Vicente 1991);
- Determinação da idade de maturação sexual;
- Determinação da idade dentária;
- Determinação da idade esquelética;
- Determinação da idade morfologia, relativamente ao tamanho do corpo.
Todos os métodos oferecem vantagens e desvantagens. Porém, os que
parecem ser mais utilizados para determinar a idade biológica são a
determinação da idade esquelética, os caracteres sexuais secundários e o
aparecimento da menarca (Manso et al., 1996). De todos eles, o mais
aconselhado e utilizado, na investigação, é a determinação da idade
esquelética, que se faz através de uma radiografia ao pulso e à mão, a partir da
qual se compara o desenvolvimento dos ossos com tabelas estandardizadas. O
61
problema é que este método é muito dispendioso, o que condiciona a sua
utilização. Os outros dois estão inseridos no método da determinação da
maturação sexual. Os indicadores da maturação sexual que caracterizam este
método são: a pilosidade púbica, o crescimento do pénis e dos testículos e a
pilosidade axilar, para os rapazes; e a pilosidade púbica, o desenvolvimento da
mama e a ocorrência do primeiro ciclo menstrual, para as raparigas. A maior
desvantagem na utilização deste método prende-se com o facto de ser um
método demasiado invasivo para intimidade das crianças (Maia e Vicente,
1991).
Após a avaliação dos caracteres sexuais secundários, os sujeitos são
agrupados em estádios de desenvolvimento maturacional que, de acordo com
os critérios de classificação de Tanner (1962), se relacionam com três fases do
desenvolvimento humano: a pré-puberdade, a puberdade e a pós-puberdade.
Este mesmo autor limitou as idades dos 10 aos 16 anos para as raparigas e
dos 12 aos 18 anos para os rapazes, como sendo aquelas correspondentes ao
começo e fim da puberdade.
Esta etapa, a puberdade, é uma fase extremamente importante, pois
com ela advém um vasto conjunto de transformações, como uma redução
progressiva do crescimento longitudinal, um restabelecimento da harmonia
entre as formas e as funções corporais e a expressão total das características
sexuais (Mellerowicz, 1985). Mas estas características surgem já no final da
etapa, pois no seu começo, ocorre um crescimento rápido das estruturas que
poderá revelar-se limitador para o desenvolvimento de algumas capacidades,
principalmente as coordenativas. Nesta fase parece haver um incremento das
dimensões corporais e uma melhoria ao nível das capacidades condicionais,
principalmente da força (Montes e Llaudes, 1992). Manso et al. (1996)
consideram ainda que o incremento de força depende da maturação do sujeito
e do seu crescimento, sendo que a maturação se divide em dois tipos: a
maturação do sistema nervoso e do sistema endócrino.
De acordo com Israel (1992), o rápido crescimento durante a puberdade,
não pede restrições físicas, mas sim certas precauções, no que se refere aos
exercícios para promover o desenvolvimento da força.
62
2.4.3. Idade e Sexo Olhando para a literatura existente, vários são os trabalhos realizados no
âmbito do dimorfismo sexual. No entanto, esta é uma questão onde o consenso
parece estar presente relativamente à sua presença.
Em termos morfológicos, existe um conjunto de características que
marcam a diferença entre homens e mulheres (Manso et al., 1996):
- O homem é 6-9% mais alto que a mulher;
- O homem tem uma maior massa corporal (entre 10 a 20%);
- A mulher tem maior percentagem de gordura (aproximadamente 16-
20%, contra os 12-14% dos homens);
- No homem a gordura acumula-se no tronco, enquanto nas mulheres
acumula-se nas ancas e glúteos;
- As mulheres têm uma massa muscular que ronda aproximadamente os
30%, enquanto que nos homens estes valores situam-se nos 40%;
- O MS na mulher é ligeiramente menor;
- O centro de gravidade do homem é mais elevado do que o da mulher.
Com todas estas diferenças na morfologia individual entre os dois sexos,
é natural que elas influenciem o nível de prestação dos indivíduos. Por
exemplo, como as raparigas tem uma menor massa muscular, então é
aceitável que os seus níveis de força sejam menores comparativamente aos
rapazes, e daqui, os resultados e níveis de prestação desportivo-motora vão
ser diferentes (Carter e Ackland, 1998).
Contudo, o que realmente interessa para o nosso estudo prende-se com
a capacidade condicional Força.
No decorrer da puberdade, a massa muscular dos rapazes parece
aumentar, relativamente ao peso corporal, em média cerca de 27 a 40% (Israel
e Buhl, 1988) e, no fim do crescimento, a força é, em valores absolutos, de 30
a 35% superior, comparativamente com as raparigas (Manno, 1989). A partir
daqui, podemos verificar que, ao nível da prestação de força entre os dois
sexos, os rapazes apresentam uma vantagem significativa, relativamente ao
63
sexo oposto. O quadro que se segue ilustra bem a dimorfia existente entre os
dois sexos relativamente à prestação e treinabilidade da força (Quadro 3).
Quadro 3 – Proporção e treinabilidade da força do homem e da mulher
(Adaptado de Ehlenz et al., 1990).
Importa ainda referir que, as raparigas normais atingem percentagens de
força inferiores às dos rapazes, durante o período ontogénico. Assim sendo, e
segundo Israel (1992), aos 11-12 anos as raparigas registam uma percentagem
de 90% da capacidade de força dos rapazes; aos 13-14 anos, 85%; e aos 15-
16 anos 75%. Como podemos constatar, antes da ocorrência do salto
pubertário, as diferenças entre sexos, no que diz respeito à capacidade força,
são pouco significativas. Porém, à medida que vamos avançando na idade, os
índices de força do sexo feminino vão diminuindo, relativamente ao sexo
oposto, com os rapazes a registarem um aumento dinâmico da força a partir
Proporção de Força e
Treinabilidade Homem Mulher
Percentagem de
musculatura no peso
corporal
Aprox. 42% Aprox. 32-36%
Relação resistência/
potência Menos favorável que no homem
Força máxima 100% Em relação absoluta com o
homem: 60-80%. Relativa: igual
Incremento da força entre
os 6 e os 26 anos
Umas cinco
vezes maior Umas três vezes maior
Treinabilidade
(quantitativa) 100%
Absoluta: 60-80%
Relativa: igual
Treinabilidade
(qualitativa) 100% Relativa: igual
64
dos 14 anos e as raparigas a estabilizarem ou mesmo a retrocederem (Raposo,
1987).
2.4.4. Características Metodológicas do Treino da Força, em Crianças e Jovens
Quando se pretende desenvolver a capacidade de força, há que
escolher uma metodologia que se ajuste aos sujeitos em causa. Para isso
devemos considerar as seguintes questões: Qual o tipo de força e treinar? A
natureza do exercício é geral ou específica? O trabalho e realizar é em regime
dinâmico ou estático? Quais os aspectos a considerar, nestas faixas etárias,
para a dinâmica das cargas? O treino efectuou-se por estações ou em circuito?
Muitas outras questões poderiam referir-se, centradas neste tema. No entanto,
pensamos que estas são de resposta fundamental para o trabalho com
crianças e jovens.
A força geral e a específica, deverão ser desenvolvidas na actividade
física escolar (Mitra e Mogos, 1982; 1990). Porém, o desenvolvimento da força
deve assentar essencialmente sobre uma base de treino geral, ou seja, deve-
se proporcionar às crianças e jovens a criação de um suporte físico e motor,
que possibilite a fácil aprendizagem de novas técnicas e a evolução nas suas
prestações e rendimentos futuros. Isto porque, parece que quanto menos
treinado for o individuo, mais ele deve fazer um treino geral e em grande
quantidade (volume) (Weineck, 1986). O desenvolvimento da força nas
primeiras etapas de treino (até, aproximadamente, aos 15-16 anos), irá
promover uma formação multilateral e constituirá uma conveniente base para o
futuro treino da força especial (Jarver, 1986).
Outro aspecto que nos convém referir, prende-se com carácter do treino,
ou seja, trabalho dinâmico ou trabalho estático. O trabalho dinâmico é aquele
que nos parece mais indicado para desenvolver com as crianças e os jovens
(Marques; 1989), pelo facto de solicitar uma maior número de músculos e
grupos musculares.
Parece estar demonstrado que, no desenvolvimento da força, a carga de
trabalho utilizada no treino, só tem importância quando ultrapassa a carga de
65
trabalho quotidiano (Facal, 1980). Assim as características da carga de treino
ocupam um lugar importante na metodologia do treino da força. Treinar
sistematicamente com cargas, incrementa a força muscular, quando a
comparação é feita com miúdos da mesma idade, mas que não se treinam
(Hegedus, 1988).
Nos métodos de treino da força, é importante determinar de forma clara
e especificadamente quais as características das componentes da carga, isto
é, a intensidade da carga, o número de repetições, o número de séries, a
duração da carga e a duração da pausa (Vieira, 1985). No entanto, não nos
podemos esquecer que a criança é totalmente diferente de um adulto em
termos biológicos, psicológicos e socio-afectivos, o que pressupõe um trabalho
diferenciado ao nível das capacidades físicas. No desenvolvimento da força é
igual. Não se deve impor às crianças e jovens um programa de treino
projectado para adultos, uma vez que esse programa não está de acordo com
as suas capacidades e necessidades físicas (Barbanti, 1979). O treino de
crianças e jovens diferem da dos adultos ao nível dos objectivos, dos
conteúdos e dos procedimentos de treino (Weineck, 1986). Por isso é que,
apesar de não ter reunido ainda consenso, é referido na literatura que, no
treino com crianças e jovens, deve-se incrementar a carga primeiro através do
volume, para, posteriormente, incrementá-la pela intensidade.
Relativamente aos aspectos referentes ao volume de treino, na literatura
da especialidade encontra-se que 1 ou 2 séries são suficientes, como estímulo
de treino, para que os praticantes que começam a realizar um programa de
força, apresentem melhoria nos seus resultamos de força (Poliquin, 1988).
Além disso, apesar de não reunir consenso, considera-se que uma frequência
semanal de duas, no máximo três sessões, desde que realizadas em dias
alternados, é suficiente para provocar ganhos sensíveis na capacidade de força
(Jacob, 1995).
Quanto à carga de trabalho deve-se procurar começar com cargas que
sejam, facilmente toleradas pelos indivíduos e aumentar a dificuldade à medida
que vão evoluindo na idade (principalmente biológica) e nas suas capacidades.
Deste modo, é necessário que o aumento da sobrecarga ocorra através
66
do volume para aumentar a intensidade, de acordo com as capacidades dos
indivíduos.
2.4.5. As criticas ao treino da Força, em crianças e jovens. Quando as pessoas se referem ao treino nestas faixas etárias, elas
fazem-no visando a problemática do desporto de alto nível, sem considerar que
uma correcta visão do treino só é possível tendo uma visão interdisciplinar em
que este conceito é integrado como um processo de ensino-aprendizagem, um
processo pedagógico (Greco, 1990). Este talvez seja um dos primeiros motivos
de se criticar tanto o treino, neste caso da força, em crianças e jovens, pois
analisam-no, frequentemente, sob uma perspectiva de rendimento ao mais alto
nível e não se referem ao seu carácter preventivo, de formação multilateral e
criação de uma base geral para uma fase posterior de especialização.
Assim, várias são as críticas que foram surgindo relativamente ao
desenvolvimento da força em crianças e jovens. Uma das principais críticas
que são feitas ao treino da força refere-se ao facto das crianças não
apresentarem condições biológicas para suportar um esforço desta natureza,
sendo necessário evitá-lo antes da puberdade. O problema é que, quando o
cidadão comum se refere ao treino da força, pensa-se logo na aplicação de
grandes cargas de treino com o intuito de promover o desenvolvimento de
massas musculares hipertrofiadas, o que se relaciona directamente com o
reportório hormonal que cada uma delas possui (Sobral, 1988). Não devemos
esquecer, porém, que as crianças ganham força através da melhoria da
capacidade funcional do sistema nervoso, em vez de aumentar o tamanho do
músculo (Kraemer e Fleck, 1993), ou seja, ganham força através das suas
componentes coordenativas (Marques, 1995). Quanto ao facto dos baixos
níveis de testosterona explicarem a impossibilidade de desenvolver a força em
idades mais tenras, esta parece ser uma ideia que vai prevalecendo, mas que,
também, não reúne consenso. Claxton e Lacey (1992) constataram que alguns
especialistas do treino da força em crianças, e particularmente com pesos,
explicam que os baixos níveis de substancias androgénias não permitem
aumentos significativos de força, enquanto que outros investigadores insistem
67
em afirmar que a ausência de desenvolvimento da força se deve à imaturidade
neurologia.
Outro aspecto que provavelmente esta na base da oposição ao treino da
força em crianças é o que se refere à força máxima, ou seja, quando se fala em
treino da força, este é restringido a força máxima. A força, como já vimos, tem
vários tipos de expressão, por isso a força máxima, apesar de ser importante,
não detém exclusividade de desenvolvimento. Se, porventura, numa fase de
desenvolvimento da criança, a treinabilidade da força máxima é menor, não
nos podemos esquecer que existem as outras formas de manifestação da
força, igualmente importantes, que promovem adaptações positivas e benéficas
para o desenvolvimento do individuo. Além disso, é possível promover o
desenvolvimento da força máxima, através do treino da força rápida e
resistência de força, uma vez que elas estabelecem relações positivas entre si.
Mesmo considerando desenvolvimento da força máxima utilizando halteres
com pesos elevados, Letzelter e Letzelter (1990) consideram que esta forma de
treino é possível, desde que seja praticado correctamente.
A diminuição da flexibilidade articular e a interferência do treino da força
no crescimento infantil (Manso et al., 1996) são outros dois aspectos que são
referenciados em oposição ao treino desta capacidade. Relativamente à falta
de flexibilidade, Sewall e Micheili (1986, cit por Cunha, 1996) constataram que
o treino de força com pesos não provocou qualquer perda de flexibilidade. A
interferência no crescimento infantil parece, assim, não ser uma verdade
absoluta.
Outra crítica que encontramos frequentemente referenciada na literatura
é a que relaciona o treino de força com o aparecimento de lesões. Nós
sabemos, da literatura, que um baixo desenvolvimento em músculos ou grupos
musculares determinados, tem uma relação de proporcionalidade directa com o
aparecimento de alguma lesões, como é o caso do desequilíbrio acentuado
entre os músculos quadricípites e os isquiotibiais, que proporciona uma maior
fragilidade na articulação do joelho, tornando-o mais susceptível ao
aparecimento de lesões em alguma modalidades. Além do mais, quando o
treino é apropriado à individualidade das crianças e jovens, os riscos de lesão
68
devidos à prática de determinadas modalidades desportivas, são reduzidos
(National Strength and Conditioning Association, 1985, cit. por Manso et al.,
1996). Assim sendo, o trabalho de força assume um carácter profilatico e os
poucos riscos que ele promove, muito provavelmente, são largamente
suplantados pelos seus imensos benefícios.
A maior parte das críticas ao treino da força em crianças e jovens são
devidas à realização de alguns estudos metodologicamente limitados, e que
levam a interpretações menos correctas, após a análise dos resultados (Sobral,
1988; Carvalho, 1990).
O facto desta capacidade não ser desenvolvida por se pensar nos riscos
para acriança, ou por se acreditar não haver condições biológicas para tal
trabalho (Marques, 1995) ou mesmo pelas razões atrás referidas, hoje em dia,
não tem razão de ser, já que existem cada vez mais certezas acerca deste
tema, na extensa documentação existente na literatura.
Como diz Marques (1995), o fundamental é que se respeite o
desenvolvimento das crianças e jovens e se escolham métodos e cargas de
trabalho adequados a esses níveis de desenvolvimento. O aspecto da
metodologia e controlo do treino, é o que parece ser mais importante para que
se proporcione um desenvolvimento muscular equilibrado e apropriado às
crianças e jovens. Como é lógico, existem períodos em que uma ou outra
capacidade apresentam maior susceptibilidade de evoluírem, o que pressupõe
uma maior incidência no seu desenvolvimento. Porém, não podemos esquecer
a necessidade de promover um desenvolvimento integrado entre todas elas,
mesmo que algumas não se encontrem na sua fase de maior incremento.
Ainda Marques (1995), refere que “o que faz mal não é fazer, é fazer pouco e
não o excesso.”
2.4.6. Princípios e recomendações para o treino da Força Apesar de tudo o que já foi referido anteriormente, não podemos
esquecer que o treino da força, se não for correctamente aplicado, poderá
provocar acidentes e lesões bastante desagradáveis (Letzelter e Letzelter,
69
1990) uma vez que nas fases iniciais do desenvolvimento da criança o
aparelho locomotor passivo é menos resistente às cargas de pressão e
tracção, no caso de serem mal aplicadas.
Os factores mais apontados como causa da ocorrência de lesões e
acidentes no treino da força são:
- Insuficiente formação da condição física geral na infância, para
suportar um treino com barra de discos (Frietzsche, 1975, cit. por Manso
et al., 1996);
- Insuficiente domínio técnico de execução, dos diferentes exercícios
(Frietzsche, 1975, cit. por Manso et al., 1996);
- Insuficiente aquecimento geral e específico, antes e entre os diferentes
exercícios de força (Frietzsche, 1975, cit. por Manso et al., 1996);
- Cargas de treino inadaptadas a cada individuo (Frietzsche, 1975, cit.
por Manso et al., 1996);
- Utilização de equipamentos em más condições ou pouco seguros
(Frietzsche, 1975, cit. por Manso et al., 1996).
Vistos os factores mais apontados como causa de ocorrência de lesões
e acidentes no treino de força, importa referir alguns princípios para o treino de
crianças e jovens. Assim temos que:
- O treino da força para os jovens deve basear-se numa formação geral
prévia das capacidades de performance física (Letzelter e Letzelter,
1990);
- Executar previamente bons exercícios de aquecimento (Manso et al.,
1996);
- O exercício deve ser aprendido primeiro com pesos adicionais baixos e
só depois, com o domínio da técnica, aumentar a carga (Letzelter e
Letzelter, 1990; Manso et al., 1996);
- Usar variedade de exercícios e evitar cargas unilaterais nas
articulações da mão, pé e cotovelo, que são relativamente fracas (Harre,
1982);
70
- Proteger a coluna vertebral, fortalecendo os músculos dessa zona, mas
aumentando lentamente os pesos adicionais e quantidade de carga,
evitando esforços não fisiológicos (Harre, 1982);
- Não fazer alterações bruscas na carga sobre um organismo não
preparado (\Weineck, 1986), doseando com precaução cada novo
exercício de força (Weiss, 1980);
- Durante a realização dos exercícios, manter a coluna vertebral direita e
estável (Harre, 1982);
- Não realizar exercícios com barra sobre as espáduas ou outros
engenhos com carga vertical sobre a coluna vertebral antes ou durante o
processo de crescimento (Weineck, 1986);
- Não utilizar cargas de treino estereotipadas, nem cargas estáticas de
duração excessiva (Weineck, 1986);
- Evitar tensão frequente sobre a coluna vertebral, durante a sessão de
treino (Harre, 1982);
- Evitar bloquear a respiração (Harre, 1982);
- Realizar estiramentos após os exercícios, durante a sessão de treino
(Harre, 1982);
- Parar o exercício logo que surja uma dor nos músculos ou articulações
(Weiss, 1980; Harre, 1982);
- Manter a zona de treino limpa (Harre, 1982);
Letzelter e Letzelter (1990) referem também que:
- O treino da resistência de força apresenta, inicialmente, um carácter de
formação geral, para passar progressivamente para um treino
específico, de acordo com a modalidade;
- O treino da força rápida ocupa a maior parte do treino da força para os
jovens;
- O treino da força máxima, com cargas maximais ou submaximais, deve
ser precedido de um treino muscular de base;
71
Por último, mas não menos importante, Kraemer e Fleck (1993) referem
ainda que:
- No trabalho de força com crianças, não se deve trabalhar a pensar que
mais é melhor;
- Durante a aplicação de um trabalho de força, deve-se incutir nas
crianças e jovens, que estas só competem consigo próprias.
2.5. Destreino Destreino é considerado como o período no qual os estímulos de treino
terminam, ficando o atleta exposto a perturbações funcionais e mesmo a
perturbações psíquicas, sendo este o entendimento de Israel (1972). Destreino,
pode ainda ser definido como a redução permanente ou temporária de
estímulos de treino ou ainda como a ausência total de estímulos de treino
(Faigenbaum et aI., 1996). De forma mais aprofundada, Fry et aI., (2004)
entendem que destreino é não só a interrupção do treino de força como
também a redução do seu volume, intensidade e frequência. Para os autores,
este período de destreino poderá resultar de uma lesão incapacitante ou ainda
ser entendido como uma fase do planeamento anual de treino. Ainda mais é
acrescentado pelos autores, referindo que o conhecimento integrado das
características do destreino facilitará aos treinadores a elaboração de
programas de treino que melhorem o desempenho ao longo dos períodos de
interrupção e redução do treino.
São diversos os autores afirmam que, da mesma forma que o treino
melhora a performance, a inactividade (destreino) provoca um decréscimo no
desempenho atlético dos sujeitos devido a uma capacidade fisiológica
diminuída, estando esta afirmação intimamente associada ao princípio da
reversibilidade (Faigenbaum et aI., 1996; Fleck, 1994; Fleck & Kraemer, 1997;
Fry et aI., 2004). De acordo com Kolb (2003), um período de 8 semanas sem
treino leva a uma diminuição da força na ordem dos 10%. Faigenbaum (2000)
refere que os ganhos de força em pré-adolescentes não são permanentes ao
longo do destreino e tendem a regressar a valores de pré-treino, sendo
provável que evidências semelhantes possam ser observadas em
72
adolescentes. No entanto, para Mujika e Padilla (2000b) a produção de força
decrescer lentamente, permanecendo, em geral, acima dos valores de controlo
durante períodos muito longos. Esta velocidade das perdas na força muscular
depende de alguns factores tais como extensão do período de treino inicial, tipo
de teste utilizado e dos grupos musculares examinados (Fleck & Kraemer,
1997). Segundo Hãkkinen (1996) um período de treino de 16 semanas, seguido
de 8 semanas de destreino, provoca uma "drástica" redução de força nas
primeiras 4 semanas. A causa fundamental dever-se-á ao insuficiente estímulo
do sistema nervoso central, a que acresce uma atrofia muscular se o período
de destreino for prolongado. Wilmore e Costill (1988) pensam ser possível
manter os níveis de força anteriormente adquiridos durante 6 semanas de
destreino absoluto e conservar 55% dos ganhos ao longo de um ano, sem
recorrer a qualquer estímulo de treino específico. De acordo com Navarro
(2001 a), as adaptações de tipo muscular ocorrem e são retidas de uma forma
bastante consolidada, podendo perdurar durante alguns anos de prática
desportiva.
São vários os estudos realizados que abordam esta temática, centrando-
se estes muito nas alterações fisiológicas que ocorrem ao nível da expressão
da força em períodos de destreino (Mujika & Padilla, 2000a; 2000b; 2001a;
2001b). No entanto, é possível identificar outros estudos que abordam, num
período de destreino, o comportamento dos efeitos produzidos com a aplicação
de diferentes programas de treino de força (resistivo, pliométrico e complexo).
Colliander e Tesch (1992) estudaram os efeitos de 12 semanas de treino
seguidas de 12 semanas de destreino na capacidade de salto vertical de
jovens sedentários. Os sujeitos foram aleatoriamente distribuídos por um grupo
de treino resistivo excêntrico-concêntrico, e um outro grupo de treino resistivo
concêntrico. Ambos os grupos foram testados no final de 12 semanas de treino
resistivo (3 sessões semanais) tendo incrementado significativamente a altura
de salto vertical. No final do período de destreino, ambos os grupos
apresentaram diminuições não significativas na altura de salto vertical. No
entanto, face aos resultados obtidos no pré-treino pelos sujeitos de ambos os
73
grupos, os autores referem como conclusão do estudo aumentos sem
significado estatístico na altura de salto vertical.
Também Hakkinen et al., (1981) estudaram, durante 24 semanas, os
efeitos da aplicação de um programa de treino de força seguido de um período
de destreino. Os autores submeteram 14 sujeitos experientes no treino de força
(GE; idade 26.4±2.1 anos) a um programa de treino de força progressivo que
combinava contracções excêntricas e concêntricas. O trabalho realizado ao
longo de 16 semanas (frequência trissemanal) consistiu principalmente em
exercícios dinâmicos para os extensores da perna (agachamentos dinâmicos)
com cargas de 80 a 120% de 1 RM. Foi ainda constituído um grupo de controlo
(GC, n=10; idade 25.7±3.0 anos) sem experiência no treino de pesos que não
executou qualquer tipo de treino. Os resultados no pós-treino mostraram
incrementos estatisticamente significativos no salto sem contramovimento e no
agachamento dos sujeitos de GE. No período de destreino (8 semanas), os
sujeitos de GE apresentaram uma ligeira redução (não significativa) nos
valores do teste de salto sem contra movimento e um decréscimo
estatisticamente significativo na força de agachamento. Os indivíduos do grupo
de controlo (apenas avaliados no início e no final das 24 semanas) não
alteraram significativamente os resultados da capacidade de salto vertical.
Como conclusões, os autores realçam a importância de um regime de treino de
força combinando trabalho muscular excêntrico e concêntrico para a melhoria
da função muscular, com adaptações consideráveis nos músculos treinados
com sinais de hipertrofia muscular. Acrescentam ainda que estes sinais
adaptativos se tornam mais evidentes quando o treino progride para períodos
mais longos de duração. Salientam também que uma melhoria da capacidade
de recrutamento das fibras musculares de contracção rápida terá contribuído
para as alterações positivas na altura de salto vertical dos sujeitos envolvidos.
Segundo os autores, em situação de destreino ocorreram idênticas alterações
mas numa direcção oposta, ou seja, uma redução significativa ao nível da área
das fibras musculares terá implicado a consequente diminuição da força
muscular.
74
Villarreal et al., (2008) pretenderam examinar os efeitos de 3 programas
de treino pliométrico no desempenho de salto vertical de estudantes de
Educação Física. Os programas de treino tiveram a duração de 7 semanas e
apenas diferiram na frequência semanal de treino e no volume de saltos
realizados. Os grupos experimentais realizaram, respectivamente, uma sessão
semanal (G1, n=10; idade 22.4±1.1 anos; total de 7 sessões e 420 saltos em
profundidade), duas sessões semanais (G2, n=12; idade 23.1±3.1 anos; total
de 14 sessões e 840 saltos em profundidade) e quatro sessões semanais (G3,
n=10; idade 21.8±1.3 anos; total de 28 sessões e 1680 saltos em
profundidade). Os dez elementos que constituíram o grupo de controlo (GG;
idade 23.6±2.7 anos), não foram submetidos a qualquer tipo de treino. No final
do período de treino, apenas os sujeitos de G2 e G3 tinham incrementado, com
significância estatística, os valores do salto com contramovimento e do salto
em profundidade (alturas de queda de 20, 40 e 60cm). Para além disso, os
sujeitos destes dois grupos experimentais diferenciaram-se ainda dos
indivíduos de GC para todos os indicadores em estudo (diferenças com
significado estatístico). Num período subsequente de 7 semanas de destreino,
os sujeitos de G2 e G3 decresceram significativamente os resultados de todos
os testes realizados. Os autores concluíram que um programa de treino
pliométrico de curta duração, utilizando uma frequência de treino e um volume
de saltos moderados, produz ganhos semelhantes no desempenho de salto
comparativamente a altos volumes e altas-frequências de treino. Realçam
ainda que da mesma forma que o treino pliométrico provoca melhorias na
capacidade de salto, a cessação de treino ao longo de 7 semanas induz um
decréscimo significativo nesta capacidade.
Luebbers et aI., (2003) estudaram os efeitos de 2 programas de treino
pliométrico seguidos de 1 período de recuperação de 4 semanas no
desempenho do salto vertical de sujeitos masculinos fisicamente activos. Os
autores constituíram aleatoriamente dois grupos experimentais de treino, G1
(n=19; idade 20.4±1.6 anos) e G2 (n=1 9; idade 22.7±3.1 anos) que se
sujeitaram a um volume total de trabalho igual para ambos os grupos. Porém,
G1 cumpriu um programa de treino com a duração de 4 semanas, enquanto G2
75
realizou um programa de treino com a duração de 7 semanas. Ambos os
programas de treino foram realizados numa prática trissemanal. No final dos
respectivos períodos de treino; os sujeitos de G1 decresceram
significativamente nos valores da altura do salto verti cal, enquanto os
elementos de G2 mantiveram inalterados os valores desta variável. No entanto,
no período de recuperação de 4 semanas que se seguiu ao treino inicial todos
os sujeitos de ambos os grupos registaram aumentos estatisticamente
significativos da capacidade de salto vertical comparativamente aos resultados
do pré e pós-treino. Em qualquer um dos momentos de avaliação não se
identificaram diferenças significativas entre os 2 grupos de treino. Uma
explicação para o decréscimo na altura de salto vertical dos sujeitos de G1
poderá ter a ver, segundo os autores, com os efeitos de sobretreino resultantes
de um maior volume de trabalho ter sido efectuado num menor espaço de
tempo comparativamente com os sujeitos de G2 (4 semanas VS. 7 semanas).
Fundamental para os aumentos posteriores na capacidade de salto vertical lerá
sido a adopção de um período de recuperação, com efeitos significativos na
performance do salto vertical. Nas conclusões do estudo, os autores
evidenciam alguns aspectos metodológicos, com realce para a importância
particular de períodos de recuperação a seguir à aplicação de um programa de
treino pliométrico, e para o facto de programas mais curtos de treino pliométrico
serem tão efectivos quanto programas mais longos desde que seguidos de
períodos de recuperação bem ajustados.
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3. Objectivos e Hipóteses Com este trabalho pretendemos verificar quais os efeitos do destreino
após um período de treino pliométrico de desenvolvimento da força dos
membros inferiores em jovens que se encontram na puberdade, e
posteriormente a dimensão dos ganhos de força após período de re-treino.
Estabelecemos os seguintes objectivos:
i. Verificar os efeitos do destreino após a aplicação de um programa de
treino pliométrico no desenvolvimento da força dos membros
inferiores, expressa pela performance em vários tipos de salto;
ii. Verificar os efeitos de nova aplicação do mesmo programa de treino
pliométrico no desenvolvimento da força dos membros inferiores,
expressa pela performance em vários tipos de salto;
iii. Verificar as alterações ocorridas na área de secção transversal dos
músculos da coxa e da perna;
iv. Comparar, nos parâmetros estudados, as alterações verificadas em
função do género.
Considerando a revisão de literatura realizada, a partir dos objectivos
anteriores geraram-se as seguintes hipóteses:
1) A ausência do estímulo provocado pelo treino pliométrico realizado
leva à significativa diminuição nos níveis de força explosiva dos
membros inferiores;
2) A nova aplicação do mesmo tipo de treino pliométrico produz rápidos
incrementos significativos nos níveis de força explosiva dos membros
inferiores;
3) O treino pliométrico realizado provoca um crescimento significativo
na área de secção transversal dos músculos da coxa e da perna.
4) As alterações motoras e de composição corporal verificam-se em
ambos os géneros.
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4. Metodologia 4.1. Amostra Para a realização do presente estudo, foi utilizada uma amostra
constituída por 40 sujeitos, todos eles jovens saudáveis de ambos os sexos,
alunos do 3º ciclo da Escola E.B. 2/3 Tourais Paranhos, concelho de Seia.
Nenhum sujeito da amostra tem práticas regulares de actividade física,
excluindo as horas dedicadas à disciplina de Educação Física (dois blocos de
aulas, um de 90 e outro 45 minutos semanais).
A referida amostra divide-se em dois grupos, o grupo experimental (GE)
e o grupo de controlo (GE).
O GE é constituído por 21 sujeitos, dos quais 11 são do sexo feminino e
10 do sexo masculino. O GC é constituído por 19 sujeitos, 10 do sexo feminino
e 9 do sexo masculino.
Quadro 4 – Características da amostra. Valores da media e desvio padrão
relativos à idade dos sujeitos aquando da avaliação inicial.
Ambos os grupos participaram voluntariamente no estudo, tendo-se
informado e solicitado a colaboração dos mesmos por escrito.
Para a realização do estudo, foi ainda necessário pedir permissão por
escrito ao presidente do Conselho Executivo da referida Escola, para poder
permanecer nas instalações escolares.
Dimensão (n) Idades (anos)
GE
21 14,6 ± 0,65
GC
19 14,5 ± 0,61
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4.2. Instrumentos e Procedimentos
O presente estudo realizou-se entre o início do mês de Outubro de 2009
e estendeu-se até ao início do mês de Abril de 2010, tendo assim a duração de
seis meses. No entanto, foram utilizados dados obtidos num estudo por nós
anteriormente realizado que comportou uma avaliação inicial (A) e final (B) em
Outubro de 2008 e Março de 2009 respectivamente. Assim sendo, podemos
referir que este estudo comportou quatro momentos de avaliação, ou seja,
antes da aplicação do programa de treino (1) e depois ao segundo mês de
treino (2), ao quarto mês de treino (3) e por último, ao sexto mês de treino (4).
Em todos os momentos, os alunos foram sujeitos à realização de uma
sequência de cinco exercícios: o salto de impulsão vertical, salto a pés juntos,
triplo, quíntuplo e décuplo saltos, estes quatro últimos, saltos na horizontal. De
referir que as avaliações foram efectuadas sob condições semelhantes.
Na realização do salto de impulsão vertical, os alunos colocavam-se
lateralmente a uma parede, contendo esta, uma régua marcada. Inicialmente
os alunos elevavam o membro superior dominante, estando este em extensão
junto da régua, e registava-se a medida indicada pelo dedo médio. De seguida,
pedia-se ao aluno que flectisse os membros inferiores e saltasse o mais
possível, tocando na parede no ponto mais alto do salto. Registava-se de
seguida a medida do ponto mais alto na parede tocado pelo aluno. Repetiu-se
três vezes o salto com o mesmo procedimento, registando-se os resultados. O
valor encontrado diz respeito à diferença entre o salto mais elevado e a medida
do membro superior em extensão.
Para realizar o salto a pés juntos, foi necessária uma caixa de saltos
com areia e uma fita métrica. Os sujeitos, com os pés paralelos à largura dos
ombros, imediatamente atrás de uma linha marcada no solo, realizavam o salto
com a ajuda dos membros superiores para se impulsionarem. O valor registado
diz respeito à primeira marca deixada na areia, que neste caso corresponde ao
calcanhar. Também neste salto, o valor que consideramos é o melhor das três
repetições.
Os restantes saltos, triplo, quíntuplo e décuplo saltos foram realizados
seguindo os mesmos parâmetros. Os alunos colocavam-se na posição de
85
partida com o pé de impulsão imediatamente atrás da linha marcada no solo.
Após realizarem o número de saltos pretendidos era registado o valor
observado na marca do calcanhar. Uma vez mais, o valor considerado para o
estudo é o melhor das três tentativas realizadas.
As avaliações foram efectuadas no pavilhão polidesportivo da Escola
E.B. 2/3 Tourais Paranhos, com a excepção do salto a pés juntos que se
realizou na caixa de saltos situada no campo exterior da referida escola,
adjacente ao pavilhão polidesportivo.
4.2.1. Idade e hábitos desportivos Após obtermos a autorização para realizar o estudo, o passo seguinte
passou por pedirmos, junto da secretaria da escola, a lista dos alunos da nossa
amostra. Através dessa lista, ficamos a saber exactamente, qual a idade dos
alunos.
Relativamente aos hábitos desportivos, as informações foram obtidas no
primeiro momento de avaliação, através de uma pergunta feita directamente
aos alunos: “Para além das aulas de Educação Física, praticam mais algum
tipo de actividade física”? Cada aluno respondeu à questão, e as respostas
foram devidamente registadas.
4.2.2. Perímetro geminal e crural Nos momentos de avaliação 1 e 4, registaram-se os valores do
perímetro geminal e crural dos sujeitos.
Para as medições, os alunos estavam equipados com calções e
sentados, sendo que, entre a coxa e a perna se encontrava formado um ângulo
de 90º.
Todas as medições realizadas foram efectuadas pela mesma pessoa e
com a mesma fita métrica (figura 1), para assim, podermos obter uma maior
precisão nas medições.
Figura 1 – Fita métrica utilizada na determinação dos perímetros geminal e crural dos sujeitos.
86
4.2.3. Peso e altura
Nos momentos de avaliação 1 e 4, registaram-se os valores do peso
corporal e altura dos sujeitos.
Para as medições, os alunos estavam equipados com calções e
camisola, estando estes descalços.
Todas as medições realizadas foram efectuadas pela mesma pessoa e
com os mesmos aparelhos (figura 2 e 3), para assim, podermos obter uma
maior precisão nas medições.
Figura 2 e 3 – Balança utilizada na determinação do peso corporal dos sujeitos e fita métrica
utilizada na determinação da altura dos sujeitos. 4.2.4. O treino pliométrico Após a avaliação inicial, os alunos pertencentes ao grupo experimental,
foram sujeitos a aplicação de um programa de treino com exercícios de
pliometria.
O programa de treino, por nós elaborado, consistia na realização de dez
exercícios simples de pliometria, e tal como podemos verificar na tabela
seguinte, a carga de cada exercício sofreu progressivamente, de dois em dois
meses, um aumento.
A concepção do programa de treino obedeceu a alguns procedimentos
básicos entre os quais (Chu, 1992);
o Determinação das características dos indivíduos, indivíduos não-atletas
ou atletas;
o Determinação do período de aplicação do programa;
87
o Determinação das características do trabalho: trabalho dirigido aos
membros inferiores e contemplando as componentes horizontal e
vertical dos saltos; trabalho pliométrico simples, realizado com o peso
corporal e sem cargas adicionais;
o Progressão metodológica do treino relativamente à variável volume;
o Elaboração do programa de treino tendo em conta os seus princípios
gerais e específicos.
Quadro 5 – Programa de treino a que o grupo experimental esteve sujeito.
Descrição do Exercício
Carga 1º/2º Mês
Carga 3º/4º Mês
Carga 5º/6º Mês
1. Saltos com corda a pés juntos.
8 x 10 Repetições
10 x 10 Repetições
12 x 10 Repetições
2. Saltitares alternados em degrau.
4 x 20 Repetições
5 x 20 Repetições
6 x 20 Repetições
3. Deslocamentos laterais a pés juntos.
2 x 20 Repetições
3 x 20 Repetições
4 x 20 Repetições
4. Impulsão vertical com mãos na cintura.
50 Repetições
2 x 50 Repetições
3 x 50 Repetições
5. Afundos frontais sem deslocamento com mãos na nuca.
2 x 15 Repetições
3 x 15 Repetições
4 x 15 Repetições
6. Skipping alto.
2 x 15 Metros
3 x 15 Metros
4 x 15 Metros
7. Corrida saltada.
2 x 15 Metros
3 x 15 Metros
4 x 15 Metros
8. Deslocamentos a pé coxinho.
(2 x 15) 2 Metros
(3 x 15) 2 Metros
(4 x 15) 2 Metros
9. Galopes laterais.
(2 x 15) 2 Metros
(3 x 15) 2 Metros
(4 x 15) 2 Metros
10. Saltos em distância com os dois pés, (rãs).
2 x 15 Metros
3 x 15 Metros
4 x 15 Metros
88
A aplicação do programa de treino teve o seu começo no início do mês
de Outubro, e o seu término deu-se no início do mês de Abril.
Através da colaboração de dois Professores de Educação Física, os
alunos do grupo experimental realizavam os exercícios em todas as aulas de
Educação Física, duas sessões por semana. Os exercícios eram realizados no
início da aula, funcionando deste modo como, activação geral. Esta foi uma
estratégia adoptada, para que o tempo útil de aula não ficasse, de certa forma,
comprometido.
4.3. Procedimentos Estatísticos Para a caracterização da amostra, relativamente à idade, peso e altura
dos sujeitos, foi utilizada estatística descritiva, com recurso à média e ao desvio
padrão.
A análise exploratória dos dados da amostra precedeu a realização dos
testes comparativos de médias.
Nos testes para comparação de médias foram aplicados os testes Paired
Sample t-teste. O nível de significância assumido foi de p < 0,05.
Todo o tratamento estatístico dos dados foi realizado no software SPSS v 18.0.
89
90
91
5. Resultados 5.1. Destreino No quadro que se segue (quadro 6) podem ser observados os valores
médios relativos aos saltos realizados, salto de impulsão vertical, salto a pés
juntos, triplo, quíntuplo e décuplo saltos, de ambos os grupos, controlo e
experimental, nos momentos da avaliação B, relativo à avaliação final da
primeira realização do programa de treino, e a avaliação 1, correspondente à
primeira avaliação após o período de destreino, antes da nova aplicação do
programa de treino.
Podemos observar que no grupo de controlo houve diferenças
estatisticamente significativas nos saltos a pés juntos, triplo salto e quíntuplo
salto, enquanto que no grupo experimental, de um momento para o outro é
notória a diferença em todos os saltos, sendo esta estatisticamente
significativa.
92
Quadro 6 – Valores médios e respectivos desvios padrão, valor de t e nível de significância, obtidos no momento de avaliação B e 1 em ambos os grupos, respeitantes aos saltos de impulsão vertical, salto a pés juntos, triplo, quíntuplo e décuplo saltos.
* Valores registados em centímetros para o salto de impulsão vertical, e em metros para o salto a pés juntos, triplo, quíntuplo e décuplo saltos.
Salto Grupo Momento de
Avaliação Méd ± dp* t p
B 26,21 ± 5,89 GC
1 26,53 ± 5,88 - 0,81 0,43
B 33,00 ± 7,62
Impulsão
Vertical GE
1 26,90 ± 7,24 7,17 0,00
B 1,55 ± 0,37 GC
1 1,58 ± 0,38 - 2,56 0,02
B 1,69 ±0,36 Pés Juntos
GE 1 1,58 ± 0,36
8,23 0,00
B 5,16 ± 0,73 GC
1 5,26 ± 0,76 - 3,03 0.00
B 5,58 ± 0,98 Triplo
GE 1 5,18 ± 0,96
10,32 0,00
B 8,90 ± 1,05 GC
1 9,13 ± 0,94 -4,29 0,00
B 9,17 ±1,35 Quíntuplo
GE 1 8,78 ± 1,31
8,87 0,00
B 18,63 ± 1,86 GC
1 18,91 ± 1,89 -1,81 0,08
B 19,25 ± 2,66 Décuplo
GE 1 18,48 ± 2,61
4,93 0,00
93
Vários são os estudos que indicam as diferenças entre sexos
relativamente aos níveis de força, tal como podemos ler na revisão da literatura
elaborada anteriormente. Assim, achamos pertinente verificar se, os resultados
atrás expostos (quadro 6) são concordantes tanto para o sexo masculino como
para o sexo feminino.
Os quadros que se seguem, quadro 7 e 8, demonstram que,
independentemente dos sujeitos da amostra serem de sexo masculino ou
feminino, registaram-se diferenças significativas no grupo experimental, do
momento da avaliação B e 1 em ambos os casos.
94
Quadro 7 – Valores médios e respectivos desvios padrão, valor de t e nível de significância, obtidos nos momentos de avaliação B e 1, apenas nos sujeitos do sexo masculino, em ambos os grupos, respeitantes aos saltos de impulsão vertical, salto a pés juntos, triplo, quíntuplo e décuplo saltos.
* Valores registados em centímetros para o salto de impulsão vertical, e em metros para o salto a pés juntos, triplo, quíntuplo e décuplo saltos.
Salto Grupo Momento de
Avaliação Méd ± dp* t p
B 27,89 ± 5,86 GC
1 29,22 ± 5,04 -3,02 0,01
B 38.00 ± 7,62
Impulsão
Vertical GE
1 32,10 ± 5,34 3,84 0,00
B 1,73 ± 0,46 GC
1 1,75 ± 0,49 -0,99 0,35
B 2,00 ± 0,24 Pés Juntos
GE 1 1,89 ± 0,25 5,41 0,00
B 5,65 ± 0,77 GC
1 5,78 ± 0,79 -1,97 0,08
B 6,47 ± 0,59 Triplo
GE 1 6,03 ± 0,60 7,78 0,00
B 9,49 ± 1,15 GC
1 9,63 ± 1,08 -3,49 0,00
B 10,25 ± 1,15 Quíntuplo
GE 1 9,80 ± 1,10 5,82 0,00
B 19,76 ± 2,08 GC
1 20,17 ± 1,93 -1,30 0,23
B 21,25 ± 2,44 Décuplo
GE 1 20,24 ± 2,68 3,58 0,00
95
Quadro 8 – Valores médios e respectivos desvios padrão, valor de t e nível de significância, obtidos nos momentos de avaliação B e 1, apenas nos sujeitos do sexo feminino, em ambos os grupos, respeitantes aos saltos de impulsão vertical, salto a pés juntos, triplo, quíntuplo e décuplo saltos.
* Valores registados em centímetros para o salto de impulsão vertical, e em metros para o salto a pés juntos, triplo, quíntuplo e décuplo saltos.
Salto Grupo Momento de
Avaliação Méd ± dp* t p
B 24,70 ± 5,77 GC
1 24,10 ± 5,72 1,26 0,24
B 28,45 ± 4,01
Impulsão
Vertical GE
1 22,18 ± 5,25 6,93 0,00
B 1,38 ± 0,13 GC
1 1,42 ± 0,14 -2,65 0,02
B 1,41 ± 0,11 Pés Juntos
GE 1 1,30 ± 0,12 5,95 0,00
B 4,72 ± 0,32 GC
1 4,79 ± 0,31 -3,51 0,00
B 4,77 ± 0,31 Triplo
GE 1 4,42 ± 0,43 7,06 0,00
B 8,35 ± 0,59 GC
1 8,69 ± 0,52 -3,56 0,00
B 8,20 ± 0,50 Quíntuplo
GE 1 7,85 ± 0,61 7,35 0,00
B 17,62 ± 0,80 GC
1 17,77 ± 0,88 -2,56 0,03
B 17,43 ± 1,06 Décuplo
GE 1 16,88 ± 1,15 4,35 0,00
96
5.2. Avaliação ao 2º mês de Treino (A)
No quadro número 9 estão registados os valores médios relativos a
todos os saltos do grupo experimental, nos momentos da avaliação B, relativo
à avaliação final da primeira realização do programa de treino, e a avaliação 2,
correspondente à segunda avaliação após o período de destreino, após dois
meses da nova aplicação do programa de treino.
Podemos observar que em todos os saltos os resultados obtidos não
são estatisticamente significativos, demonstrando deste modo a rápida
recuperação dos níveis anteriormente atingidos
Quadro 9 – Valores médios e respectivos desvios padrão, valor de t e nível de significância, obtidos nos momentos de avaliação B e 2, no grupo experimental, respeitantes aos saltos de impulsão vertical, salto a pés juntos, triplo, quíntuplo e décuplo saltos.
* Valores registados em centímetros para o salto de impulsão vertical, e em metros para o salto a pés juntos, triplo, quíntuplo e décuplo saltos. Também não se registaram diferenças estatisticamente significativas no
grupo experimental, do momento da avaliação B para a 2, tanto nos sujeitos do
sexo masculino como nos do sexo feminino (quadros 10 e 11).
Salto Grupo Momento de
Avaliação Méd ± dp* t p
B 33,00 ± 7,62 Impulsão
Vertical GE
2 33,95 ± 8,54 -0,70 0,49
B 1,69 ± 0,36 Pés Juntos GE
2 1,70 ± 0,36 -1,63 0,12
B 5,58 ± 0,98 Triplo GE
2 5,61 ± 0,99 -1,41 0,18
B 9,17 ± 1,35 Quíntuplo GE
2 9,16 ± 1,39 0,41 0,69
B 19,25 ± 2,66 Décuplo GE
2 19,27 ± 2,61 -0,45 0,66
97
Quadro 10 – Valores médios e respectivos desvios padrão, valor de t e nível de significância, obtidos nos momentos de avaliação B e 2, no grupo experimental, apenas no sexo masculino, respeitantes aos saltos de impulsão vertical, salto a pés juntos, triplo, quíntuplo e décuplo saltos.
* Valores registados em centímetros para o salto de impulsão vertical, e em metros para o salto a pés juntos, triplo, quíntuplo e décuplo saltos. Quadro 11 – Valores médios e respectivos desvios padrão, valor de t e nível de significância, obtidos nos momentos de avaliação B e 2, no grupo experimental, apenas no sexo feminino, respeitantes aos saltos de impulsão vertical, salto a pés juntos, triplo, quíntuplo e décuplo saltos.
Salto Grupo Momento de
Avaliação Méd ± dp* t p
B 38,00 ± 7,62 Impulsão
Vertical GE
2 36,30 ± 9,67 1,10 0,30
B 2,01 ± 0,24 Pés Juntos GE
2 2,02 ± 0,24 -1,15 0,28
B 6,47 ± 0,59 Triplo GE
2 6,50 ± 0,65 -0,75 0,47
B 10,25 ± 1,15 Quíntuplo GE
2 10,28 ± 1,18 -0,77 0,46
B 21,25 ± 2,44 Décuplo GE
2 21,25 ± 2,35 0,07 0,95
Salto Grupo Momento de
Avaliação Méd ± dp* t p
B 28,45 ± 4,01 Impulsão
Vertical GE
2 31,82 ± 7,15 -1,73 0,12
B 1,41 ± 0,11 Pés Juntos GE
2 1,42 ± 0,11 -1,27 0,23
B 4,77 ± 0,31 Triplo GE
2 4,80 ± 0,28 -1,46 0,18
B 8,20 ± 0,50 Quíntuplo GE
2 8,14 ± 0,51 2,14 0,05
B 17,43 ± 1,06 Décuplo GE
2 17,48 ± 1,12 -1,17 0,27
98
5.3. Avaliação ao 2º mês de Treino (B)
Os valores médios relativos à avaliação realizada ao 2º mês de treino
(2), quando comparados com os valores obtidos na avaliação anterior, antes da
nova aplicação de treino (1), demonstram a existência de diferenças
estatisticamente significativas em todos os saltos realizados, apenas para os
sujeitos do grupo experimental, não se verificando tal facto no grupo de
controlo, (quadro 12).
99
Quadro 12 – Valores médios e respectivos desvios padrão, valor de t e nível de significância, obtidos nos momentos de avaliação 1 e 2, em ambos os grupos, respeitantes aos saltos de impulsão vertical, salto a pés juntos, triplo, quíntuplo e décuplo saltos.
* Valores registados em centímetros para o salto de impulsão vertical, e em metros para o salto a pés juntos, triplo, quíntuplo e décuplo saltos.
Salto Grupo Momento de
Avaliação Méd ± dp* t p
1 26,53 ± 5,88 GC
2 26,78 ± 5,55 -1,05 0,31
1 26,90 ± 7,24
Impulsão
Vertical GE
2 33,95 ± 8,54 -4,07 0,00
1 1,58 ± 0,38 GC
2 1,58 ± 0,38 -1,09 0,29
1 1,58 ± 0,36 Pés Juntos
GE 2 1,70 ± 0,36 -9,33 0,00
1 5,26 ± 0,76 GC
2 5,22 ± 0,78 0,75 0,46
1 5,19 ± 0,96 Triplo
GE 2 5,61 ± 0,99 -8,02 0,00
1 9,13 ± 0,94 GC
2 9,14 ± 0,98 -0,29 0,78
1 8,78 ± 1,31 Quíntuplo
GE 2 9,16 ± 1,39 -6,71 0,00
1 18,91 ± 1,89 GC
2 18,92 ± 1,89 -1,11 0,28
1 18,48 ± 2,62 Décuplo
GE 2 19,27 ± 2,61 -4,80 0,00
100
No quadro 13, relativo ao sexo masculino, pode observar-se que houve
diferenças estatisticamente significativas no grupo experimental em todos os
saltos exceptuando no salto de impulsão vertical, do momento de avaliação 2
para o momento da avaliação 1, enquanto que no grupo de controlo houve
diferenças estatisticamente significativas apenas no quíntuplo salto. Quadro 13 – Valores médios e respectivos desvios padrão, valor de t e nível de significância, obtidos nos momentos de avaliação 1 e 2, no grupo experimental, apenas no sexo masculino, respeitantes aos saltos de impulsão vertical, salto a pés juntos, triplo, quíntuplo e décuplo saltos.
* Valores registados em centímetros para o salto de impulsão vertical, e em metros para o salto a pés juntos, triplo, quíntuplo e décuplo saltos.
Salto Grupo Momento de
Avaliação Méd ± dp* t p
1 29,22 ± 5,04 GC
2 29,33 ± 4,30 -0,23 0,82
1 32,10 ± 5,34
Impulsão
Vertical GE
2 36,30 ± 9,67 -1,91 0,09
1 1,75 ± 0,49 GC
2 1,77 ± 0,49 -1,12 0,30
1 1,89 ± 0,25 Pés Juntos
GE 2 2,02 ± 0,24 -5,83 0,00
1 5,78 ± 0,79 GC
2 5,70 ± 0,87 0,71 0,50
1 6,03 ± 0,60 Triplo
GE 2 6,50 ± 0,65 -5,50 0,00
1 9,63 ± 1,08 GC
2 9,67 ± 1,10 -2,69 0,03
1 9,80 ± 1,10 Quíntuplo
GE 2 10,28 ± 1,18 -4,85 0,00
1 20,17 ± 1,93 GC
2 20,18 ± 1,96 -0,69 0,51
1 20,24 ± 2,69 Décuplo
GE 2 21,25 ± 2,35 -3,38 0,01
101
No quadro 14, relativo ao sexo feminino, pode observar-se que houve
diferenças estatisticamente significativas apenas no grupo experimental em
todos os saltos, do momento de avaliação 2 para o momento da avaliação 1. Quadro 14 – Valores médios e respectivos desvios padrão, valor de t e nível de significância, obtidos nos momentos de avaliação 1 e 2, no grupo experimental, apenas no sexo feminino, respeitantes aos saltos de impulsão vertical, salto a pés juntos, triplo, quíntuplo e décuplo saltos.
* Valores registados em centímetros para o salto de impulsão vertical, e em metros para o salto a pés juntos, triplo, quíntuplo e décuplo saltos.
Salto Grupo Momento de
Avaliação Méd ± dp* t p
1 24,10 ± 5,72 GC
2 24,50 ± 5,74 -1,81 0,10
1 22, 18 ± 5,25
Impulsão
Vertical GE
2 31,82 ± 7,15 -3,92 0,00
1 1,42 ± 0,14 GC
2 1,42 ± 0,14 0,00 1,00
1 1,30 ± 0,12 Pés Juntos
GE 2 1,42 ± 0,12 -7,28 0,00
1 4,79 ± 0,31 GC
2 4,79 ± 0,32 0,56 0,59
1 4,42 ± 0,43 Triplo
GE 2 4,80 ± 0,28 -5,90 0,00
1 8,69 ± 0,52 GC
2 8,66 ± 0,56 0,82 0,43
1 7,85 ± 0,61 Quíntuplo
GE 2 8,15 ± 0,51 -5,44 0,00
1 17,77 ± 0,88 GC
2 17,79 ± 0,86 -0,85 0,42
1 16,89 ± 1,15 Décuplo
GE 2 17,48 ± 1,12 -3,93 0,00
102
5.4. Avaliação ao 4º mês de Treino
Os valores médios relativos à avaliação realizada ao 4º mês de treino
(3), quando comparados com os valores obtidos na avaliação anterior, 2º mês
de treino (2), demonstram a existência de diferenças estatisticamente
significativas em todos os saltos realizados, apenas para os sujeitos do grupo
experimental, não se verificando tal facto no grupo de controlo, (quadro 15).
103
Quadro 15 – Valores médios e respectivos desvios padrão, valor de t e nível de significância, obtidos nos momentos de avaliação 2 e 3, em ambos os grupos, respeitantes aos saltos de impulsão vertical, salto a pés juntos, triplo, quíntuplo e décuplo saltos.
* Valores registados em centímetros para o salto de impulsão vertical, e em metros para o salto a pés juntos, triplo, quíntuplo e décuplo saltos.
Salto Grupo Momento de
Avaliação Méd ± dp* t p
2 26,79 ± 5,55 GC
3 26,89 ± 6,19 -0,34 0,74
2 33,95 ± 8,54
Impulsão
Vertical GE
3 36,52 ± 7,77 -3,79 0,00
2 1,58 ± 0,38 GC
3 1,58 ± 0,38 0,00 1,00
2 1,70 ± 0,36 Pés Juntos
GE 3 1,73 ± 0,34 -3,05 0,00
2 5,22 ± 0,78 GC
3 5,28 ± 0,77 -1,09 0,29
2 5,61 ± 0,99 Triplo
GE 3 5,77 ± 1,08 -3,78 0,00
2 9,14 ± 0,98 GC
3 9,16 ± 0,94 -1,05 0,30
2 9,16 ± 1,39 Quíntuplo
GE 3 9,26 ± 1,39 -6,08 0,00
2 19,93 ± 1,89 GC
3 19,96 ± 1,92 -1,03 0,31
2 19,27 ± 2,61 Décuplo
GE 3 19,61 ± 2,75 -3,75 0,00
104
No quadro 16, relativo ao sexo masculino, pode observar-se que houve
diferenças estatisticamente significativas no grupo experimental nos triplo,
quíntuplo e décuplo saltos, do momento de avaliação 3 para o momento da
avaliação 2, enquanto que no grupo de controlo não se verificou em nenhum
dos saltos. Quadro 16 – Valores médios e respectivos desvios padrão, valor de t e nível de significância, obtidos nos momentos de avaliação 2 e 3, no grupo experimental, apenas no sexo masculino, respeitantes aos saltos de impulsão vertical, salto a pés juntos, triplo, quíntuplo e décuplo saltos.
* Valores registados em centímetros para o salto de impulsão vertical, e em metros para o salto a pés juntos, triplo, quíntuplo e décuplo saltos.
Salto Grupo Momento de
Avaliação Méd ± dp* t p
2 29,33 ± 4,30 GC
3 29,78 ± 4,82 -1,18 0,27
2 36,30 ± 9,67
Impulsão
Vertical GE
3 38,40 ± 8,30 -2,14 0,06
2 1,77 ± 0,49 GC
3 1,77 ± 0,49 -1,47 0,18
2 2,02 ± 0,24 Pés Juntos
GE 3 2,03 ± 0,24 -1,63 0,14
2 5,70 ± 0,87 GC
3 5,82 ± 0,77 -1,01 1,31
2 6,50 ± 0,65 Triplo
GE 3 6,74 ± 0,70 -2,94 0,02
2 9,67 ± 1,10 GC
3 9,66 ± 1,07 1,17 0,28
2 10,28 ± 1,18 Quíntuplo
GE 3 10,38 ± 1,15 -3,87 0,00
2 20,18 ± 1,96 GC
3 20,23 ± 2,00 -0,77 0,46
2 21,25 ± 2,35 Décuplo
GE 3 21,79 ± 2,30 -3,31 0,01
105
No quadro 17, relativo ao sexo feminino, pode observar-se que houve
diferenças estatisticamente significativas apenas no grupo experimental em
todos os saltos, do momento de avaliação 3 para o momento da avaliação 2. Quadro 17 – Valores médios e respectivos desvios padrão, valor de t e nível de significância, obtidos nos momentos de avaliação 2 e 3, no grupo experimental, apenas no sexo feminino, respeitantes aos saltos de impulsão vertical, salto a pés juntos, triplo, quíntuplo e décuplo saltos.
* Valores registados em centímetros para o salto de impulsão vertical, e em metros para o salto a pés juntos, triplo, quíntuplo e décuplo saltos.
Salto Grupo Momento de
Avaliação Méd ± dp* t p
2 24,50 ± 7,74 GC
3 24,30 ± 6,34 0,41 0,69
2 31,82 ± 7,15
Impulsão
Vertical GE
3 34,82 ± 7,21 -3,12 0,01
2 1,42 ± 0,14 GC
3 1,41 ± 0,14 0,86 0,41
2 1,42 ± 0,12 Pés Juntos
GE 3 1,46 ± 0,10 -2,94 0,02
2 4,79 ± 0,32 GC
3 4,79 ± 0,33 -0,13 0,90
2 4,80 ± 0,28 Triplo
GE 3 4,89 ± 0,31 -6,05 0,00
2 8,66 ± 0,56 GC
3 8,71 ± 0,52 -1,65 0,13
2 8,15 ± 0,51 Quíntuplo
GE 3 8,24 ± 0,50 -4,77 0,00
2 17,79 ± 0,86 GC
3 17,81 ± 0,85 -0,77 1,46
2 17,48 ± 1,12 Décuplo
GE 3 17,63 ± 1,13 -3,64 0,01
106
5.5. Avaliação ao 6º mês de Treino (A)
Os valores médios relativos à avaliação realizada ao 6º mês de treino
(4), quando comparados com os valores obtidos na avaliação anterior, 4º mês
de treino (3), demonstram a existência de diferenças estatisticamente
significativas em todos os saltos realizados excepto no quíntuplo salto, apenas
para os sujeitos do grupo experimental, não se verificando o mesmo no grupo
de controlo, pois nenhum valor é estatisticamente significativo (quadro 18).
107
Quadro 18 – Valores médios e respectivos desvios padrão, valor de t e nível de significância, obtidos nos momentos de avaliação 3 e 4, em ambos os grupos, respeitantes aos saltos de impulsão vertical, salto a pés juntos, triplo, quíntuplo e décuplo saltos.
* Valores registados em centímetros para o salto de impulsão vertical, e em metros para o salto a pés juntos, triplo, quíntuplo e décuplo saltos.
Salto Grupo Momento de
Avaliação Méd ± dp* t p
3 26,89 ± 6,19 GC
4 27,31 ± 5,88 -1,36 0,19
3 36,52 ± 7,77
Impulsão
Vertical GE
4 38,48 ± 8,03 -3,91 0,00
3 1,58 ± 0,38 GC
4 1,58 ± 0,36 0,20 0,84
3 1,73 ± 0,34 Pés Juntos
GE 4 1,77 ± 0,36 -6,02 0,00
3 5,28 ± 0,77 GC
4 5,28 ± 0,76 -0,15 0,88
3 5,77 ± 1,08 Triplo
GE 4 5,85 ± 1,09 -4,03 0,00
3 9,16 ± 0,94 GC
4 9,16 ± 0,98 0,05 0,96
3 9,26 ± 1,39 Quíntuplo
GE 4 9,30 ± 1,43 -0,80 0,43
3 18,96 ± 1,91 GC
4 18,94 ± 1,88 0,55 0,58
3 19,61 ± 2,75 Décuplo
GE 4 19,77 ± 2,81 -3,22 0,00
108
No quadro 19, relativo ao sexo masculino, pode observar-se que houve
diferenças estatisticamente significativas apenas no grupo experimental
excepto no salto de impulsão vertical, do momento de avaliação 4 para o
momento da avaliação 3. Quadro 19 – Valores médios e respectivos desvios padrão, valor de t e nível de significância, obtidos nos momentos de avaliação 3 e 4, no grupo experimental, apenas no sexo masculino, respeitantes aos saltos de impulsão vertical, salto a pés juntos, triplo, quíntuplo e décuplo saltos.
* Valores registados em centímetros para o salto de impulsão vertical, e em metros para o salto a pés juntos, triplo, quíntuplo e décuplo saltos.
Salto Grupo Momento de
Avaliação Méd ± dp* t p
3 29,78 ± 4,82 GC
4 30,22 ± 4,66 -0,88 0,40
3 38,40 ± 8,30
Impulsão
Vertical GE
4 40,40 ± 9,05 -2,24 0,05
3 1,77 ± 0,49 GC
4 1,77 ± 0,46 0,45 0,67
3 2,03 ± 0,24 Pés Juntos
GE 4 2,08 ± 0,26 -5,31 0,00
3 5,82 ± 0,77 GC
4 5,82 ± 0,75 0,24 0,82
3 6,74 ± 0,70 Triplo
GE 4 6,84 ± 0,68 -2,79 0,02
3 9,66 ± 1,07 GC
4 9,69 ± 1,09 -0,66 0,53
3 10,38 ± 1,15 Quíntuplo
GE 4 10,51 ± 1,10 -3,68 0,01
3 20,23 ± 2,00 GC
4 20,20 ± 1,92 0,55 0,60
3 21,79 ± 2,30 Décuplo
GE 4 22,04 ± 2,27 -2,60 0,03
109
No quadro 20, relativo ao sexo feminino, pode observar-se que houve
diferenças estatisticamente significativas apenas no grupo experimental em
todos os saltos excepto no quíntuplo salto, do momento de avaliação 4 para o
momento da avaliação 3. Quadro 20 – Valores médios e respectivos desvios padrão, valor de t e nível de significância, obtidos nos momentos de avaliação 3 e 4, no grupo experimental, apenas no sexo feminino, respeitantes aos saltos de impulsão vertical, salto a pés juntos, triplo, quíntuplo e décuplo saltos.
* Valores registados em centímetros para o salto de impulsão vertical, e em metros para o salto a pés juntos, triplo, quíntuplo e décuplo saltos.
Salto Grupo Momento de
Avaliação Méd ± dp* t p
3 24,30 ± 6,34 GC
4 24,70 ± 5,81 -1,00 0,34
3 34,82 ± 7,21
Impulsão
Vertical GE
4 36,73 ± 6,94 -3,49 0,01
3 1,41 ± 0,14 GC
4 1,42 ± 0,13 -0,21 0,84
3 1,46 ± 0,10 Pés Juntos
GE 4 1,48 ± 0,10 -3,54 0,01
3 4,79 ± 0,33 GC
4 4,80 ± 0,31 -0,39 0,71
3 4,89 ± 0,31 Triplo
GE 4 4,95 ± 0,33 -3,01 0,01
3 8,71 ± 0,72 GC
4 8,68 ± 0,58 0,64 0,54
3 8,24 ± 0,50 Quíntuplo
GE 4 8,20 ± 0,47 0,38 0,71
3 17,81 ± 0,85 GC
4 17,81 ± 0,88 0,55 0,96
3 17,63 ± 1,13 Décuplo
GE 4 17,71 ± 1,14 -4,00 0,00
110
5.6. Avaliação ao 6º mês de Treino (B)
Os valores médios relativos à avaliação realizada ao 6º mês de treino
(4), quando comparados com os valores obtidos na primeira avaliação antes do
começo da realização do treino (1), tal como era de esperar pelos valores atrás
apresentados, demonstram a existência de diferenças estatisticamente
significativas em todos os saltos realizados, apenas para os sujeitos do grupo
experimental, não se verificando o mesmo no grupo de controlo, pois nenhum
valor é estatisticamente significativo (quadro 21).
111
Quadro 21 – Valores médios e respectivos desvios padrão, valor de t e nível de significância, obtidos nos momentos de avaliação 1 e 4, em ambos os grupos, respeitantes aos saltos de impulsão vertical, salto a pés juntos, triplo, quíntuplo e décuplo saltos.
* Valores registados em centímetros para o salto de impulsão vertical, e em metros para o salto a pés juntos, triplo, quíntuplo e décuplo saltos.
Salto Grupo Momento de
Avaliação Méd ± dp* t p
1 26,53 ± 5,88 GC
4 27,32 ± 5,88 -2,80 0,01
1 26,90 ± 7,24
Impulsão
Vertical GE
4 38,48 ± 8,03 -6,26 0,00
1 1,58 ± 0,38 GC
4 1,58 ± 0,37 -0,42 0,68
1 1,58 ± 0,36 Pés Juntos
GE 4 1,77 ± 0,36 -10,32 0,00
1 5,26 ± 0,76 GC
4 5,28 ± 0,76 -1,88 0,07
1 5,19 ± 0,96 Triplo
GE 4 5,85 ±1,09 -9,32 0,00
1 9,13 ± 0,94 GC
4 9,16 ± 0,98 -0,78 0,45
1 8,78 ± 1,31 Quíntuplo
GE 4 9,30 ± 1,43 -5,80 0,00
1 18,91 ± 1,89 GC
4 18,94 ± 1,88 -2,70 0,02
1 18,48 ± 2,62 Décuplo
GE 4 19,77 ± 2,81 -5,98 0,00
112
No quadro 22, relativo ao sexo masculino, pode observar-se que, como
o esperado, houve diferenças estatisticamente significativas em todos os saltos
apenas no grupo experimental, do momento de avaliação 4 para o momento da
avaliação 1. Quadro 22 – Valores médios e respectivos desvios padrão, valor de t e nível de significância, obtidos nos momentos de avaliação 1 e 4, no grupo experimental, apenas no sexo masculino, respeitantes aos saltos de impulsão vertical, salto a pés juntos, triplo, quíntuplo e décuplo saltos.
* Valores registados em centímetros para o salto de impulsão vertical, e em metros para o salto a pés juntos, triplo, quíntuplo e décuplo saltos.
Salto Grupo Momento de
Avaliação Méd ± dp* t p
1 29,22 ± 5,04 GC
4 30,22 ± 4,66 -2,68 0,03
1 32,10 ± 5,34
Impulsão
Vertical GE
4 40,40 ± 9,05 -3,35 0,01
1 1,75 ± 0,49 GC
4 1,77 ± 0,46 -0,64 0,54
1 1,89 ± 0,25 Pés Juntos
GE 4 2,08 ± 0,26 -7,15 0,00
1 5,78 ± 0,79 GC
4 5,82 ± 0,75 -1,81 0,11
1 6,03 ± 0,60 Triplo
GE 4 6,84 ± 0,68 -6,93 0,00
1 9,63 ± 1,08 GC
4 9,69 ± 1,09 -1,57 0,16
1 9,80 ± 1,10 Quíntuplo
GE 4 10,51 ± 1,10 -6,25 0,00
1 20,17 ± 1,93 GC
4 20,20 ± 1,92 -2,14 0,07
1 20,24 ± 2,69 Décuplo
GE 4 22,04 ± 2,27 -4,90 0,00
113
No quadro 23, relativo ao sexo feminino, pode observar-se que, como o
esperado, houve diferenças estatisticamente significativas em todos os saltos
apenas no grupo experimental, do momento de avaliação 4 para o momento da
avaliação 1. Quadro 23 – Valores médios e respectivos desvios padrão, valor de t e nível de significância, obtidos nos momentos de avaliação 1 e 4, no grupo experimental, apenas no sexo feminino, respeitantes aos saltos de impulsão vertical, salto a pés juntos, triplo, quíntuplo e décuplo saltos.
* Valores registados em centímetros para o salto de impulsão vertical, e em metros para o salto a pés juntos, triplo, quíntuplo e décuplo saltos.
Salto Grupo Momento de
Avaliação Méd ± dp* t p
1 24,10 ± 5,72 GC
4 24,70 ± 5,81 -1,41 0,19
1 22,18 ± 5,25
Impulsão
Vertical GE
4 36,73 ± 6,94 -5,86 0,00
1 1,42 ± 0,14 GC
4 1,42 ± 0,13 0,32 0,76
1 1,30 ± 0,12 Pés Juntos
GE 4 1,48 ± 0,10 -7,11 0,00
1 4,79 ± 0,31 GC
4 4,80 ± 0,31 -0,73 0,49
1 4,42 ± 0,43 Triplo
GE 4 4,95 ± 0,93 -8,00 0,00
1 8,69 ± 0,52 GC
4 8,68 ± 0,58 0,04 0,97
1 7,85 ± 0,61 Quíntuplo
GE 4 8,20 ± 0,47 -2,94 0,02
1 17,77 ± 0,88 GC
4 17,81 ± 0,88 -1,87 0,09
1 16,89 ± 1,15 Décuplo
GE 4 17,71 ± 1,14 -5,72 0,00
114
5.7. Perímetro Geminal e Perímetro Crural
Os valores médios relativos ao perímetro geminal e crural de ambos os
grupos, controlo e experimental, em dois momentos de avaliação, 1 e 4,
encontram-se registados no quadro seguinte (quadro 24). Podemos observar
que, nesta avaliação, o grupo experimental apresenta valores superiores no
momento 4 em relação ao momento 1, ao contrário do observado no grupo de
controlo. As diferenças observadas no grupo experimental, para o nível de
significância estipulado para todo o estudo, são estatisticamente significativas.
Quadro 24 – Valores médios e respectivos desvios padrão, valor de t e nível de significância, obtidos nos momentos de avaliação 1 e 4 em ambos os grupos, respeitantes ao perímetro geminal e perímetro crural.
* Valores registados em centímetros.
No quadro 25 pode observar-se que, também relativamente às
diferenças registadas, do momento 1 para o momento 4, os sujeitos do sexo
masculino, para os dois grupos, controlo e experimental, houve o aumento dos
perímetros. No entanto, as diferenças afirmam-se como estatisticamente
significativas apenas para o grupo experimental em ambos os perímetros, e
para o perímetro geminal no grupo de controlo.
Perímetros Grupo Momento de
Avaliação Méd ± dp* t p
1 33,97 ± 3,37 GC
4 32,87 ± 4,85 0,77 0,45
1 35,76 ± 4,14
Perímetro
Geminal GE
4 37,07 ± 4,17 -9,35 0,00
1 49,95 ± 5,68 GC
4 48,99 ± 5,58 0,86 0,33
1 49,55 ± 5,98
Perímetro
Crural GE
4 50,79 ± 5,89 -6,59 0,00
115
Quadro 25 – Valores médios e respectivos desvios padrão, valor de t e nível de significância, obtidos nos momentos de avaliação 1 e 4, apenas nos sujeitos do sexo masculino, em ambos os grupos, respeitantes ao perímetro geminal e perímetro crural.
* Valores registados em centímetros.
Relativamente às diferenças registadas no sexo feminino, do momento 1
para o momento 4, as diferenças são estatisticamente significativas apenas
para o grupo experimental em ambos os perímetros (quadro 26). Quadro 26 – Valores médios e respectivos desvios padrão, valor de t e nível de significância, obtidos nos momentos de avaliação 1 e 4, apenas nos sujeitos do sexo feminino, em ambos os grupos, respeitantes ao perímetro geminal e perímetro crural.
* Valores registados em centímetros.
Perímetros Grupo Momento de
Avaliação Méd ± dp* t p
1 33,94 ± 2,70 GC
4 34,33 ± 2,86 -2,80 0,02
1 35,60 ± 4,35
Perímetro
Geminal GE
4 37,00 ± 4,45 -6,33 0,00
1 48,17 ± 4,76 GC
4 48,50 ± 4,68 -2,00 0,08
1 48,70 ± 6,33
Perímetro
Crural GE
4 49,70 ± 6,14 -4,74 0,00
Perímetros Grupo Momento de
Avaliação Méd ± dp* t p
1 34,00 ± 4,03 GC
4 31,56 ± 10,57 0,90 0,39
1 35,91 ± 4,14
Perímetro
Geminal GE
4 37,14 ± 4,11 -6,71 0,00
1 51,55 ± 6,20 GC
4 51,85 ± 6,08 -1,96 0,08
1 50,32 ± 5,84
Perímetro
Crural GE
4 51,77 ± 5,75 -4,89 0,00
116
5.8. Altura
Relativamente à altura, nos dois grupos, controlo e experimental,
podemos observar valores superiores no momento 4 em relação ao momento
1. No entanto apenas para o grupo experimental estes são estatisticamente
significativos (quadro 27).
Quadro 27 – Valores médios e respectivos desvios padrão, valor de t e nível de significância, obtidos nos momentos de avaliação 1 e 4 em ambos os grupos, respeitantes à altura.
* Valores registados em centímetros. Relativamente às diferenças registadas no sexo masculino, do momento
1 para o momento 4, as diferenças são estatisticamente significativas apenas
para o grupo experimental (quadro 28).
Quadro 28 – Valores médios e respectivos desvios padrão, valor de t e nível de significância, obtidos nos momentos de avaliação 1 e 4, apenas nos sujeitos do sexo masculino, em ambos os grupos, respeitantes à altura.
* Valores registados em centímetros.
Grupo Momento de
Avaliação Méd ± dp* t p
1 156,00 ± 6,84 GC
4 156,47 ± 6,94 -3,38 0,00
1 157,00 ± 10,27 GE
4 157,52 ± 10,24 -3,99 0,00
Grupo Momento de
Avaliação Méd ± dp* t p
1 154,00 ± 7,09 GC
4 154,56 ± 7,30 -2,30 0,05
1 152,70 ± 7,47 GE
4 153,30 ± 7,38 -3,68 0,00
117
Relativamente às diferenças registadas no sexo feminino, do momento 1
para o momento 4, as diferenças são estatisticamente significativas apenas
para o grupo de controlo (quadro 29). Quadro 29 – Valores médios e respectivos desvios padrão, valor de t e nível de significância, obtidos nos momentos de avaliação 1 e 4, apenas nos sujeitos do sexo feminino, em ambos os grupos, respeitantes à altura.
* Valores registados em centímetros. 5.9. Peso
Relativamente ao peso, do momento 1 para o momento 4, podemos
observar uma diminuição de peso no grupo de controlo, e um aumento no o
grupo experimental. No entanto, os valores são estatisticamente significativos
apenas para o grupo experimental (quadro 30).
Quadro 30 – Valores médios e respectivos desvios padrão, valor de t e nível de significância, obtidos nos momentos de avaliação 1 e 4 em ambos os grupos, respeitantes ao peso.
* Valores registados em Kg.
Grupo Momento de
Avaliação Méd ± dp* t p
1 157,80 ± 6,43 GC
4 158,20 ± 6,48 -2,45 0,03
1 160,91 ± 11,19 GE
4 161,36 ± 11,25 -2,19 0,05
Grupo Momento de
Avaliação Méd ± dp* t p
1 56,89 ± 8,21 GC
4 56,84 ± 7,80 0,21 0,83
1 58,52 ± 10,03 GE
4 59,81 ± 10,38 -5,35 0,00
118
Relativamente às diferenças registadas no sexo masculino e feminino,
do momento 1 para o momento 4, as diferenças são também estatisticamente
significativas apenas para o grupo experimental (quadro 31).
Quadro 31 – Valores médios e respectivos desvios padrão, valor de t e nível de significância, obtidos nos momentos de avaliação 1 e 4, apenas nos sujeitos do sexo masculino, em ambos os grupos, respeitantes ao peso.
* Valores registados em Kg. Quadro 32 – Valores médios e respectivos desvios padrão, valor de t e nível de significância, obtidos nos momentos de avaliação 1 e 4, apenas nos sujeitos do sexo feminino, em ambos os grupos, respeitantes ao peso.
* Valores registados em Kg.
Grupo Momento de
Avaliação Méd ± dp* t p
1 50,78 ± 5,38 GC
4 51,22 ± 5,59 -1,51 0,17
1 53,90 ± 8,30 GE
4 55,40 ± 8,59 -4,39 0,00
Grupo Momento de
Avaliação Méd ± dp* t p
1 62,40 ± 6,19 GC
4 61,90 ± 5,80 1,46 0,18
1 62,72 ± 9,92 GE
4 63,82 ± 10,57 -3,18 0,01
119
120
121
6. Discussão dos Resultados Frequentemente, o trabalho pliométrico é associado ao tipo trabalho de
caixas que coloca a ênfase nos saltos em profundidade, no entanto, tal como
referem Chu e Plummer (1984), a pliometria inclui a realização de qualquer
exercício que utilize o reflexo de alongamento para produzir uma reacção de
carácter explosivo. Neste sentido, se nos reportarmos aos simples saltos de
corda, ou elástico, que a grande maioria das crianças faz em idades mais
baixas, não podemos referir que estes não acabam por ser exercícios de
pliometria.
Existem, quatro formas básicas de pliometria: pliometria simples,
pliometria de choque, pliometria com carga adicional e pliometria com
equipamento especial, sendo que, neste estudo, aquela a que recorremos, foi
sem duvida a pliometria simples, que se caracteriza pela realização de todo o
tipo de saltos efectuados sem desníveis de planos (Yessis e Hatfield, 1986).
Na literatura, encontram-se referidas algumas variáveis que se devem
ter em consideração na realização dos exercícios pliométricos, como a idade
do sujeito, o nível inicial de força, a experiência neste tipo de treino, as
superfícies de contacto, e a progressão das cargas do treino, (Chu, 1986;
Gambetta, 1986; Mil-Homens e Sardinha, 1989; Cometti, 1998). No entanto, na
realização de pliometria simples, podemos constatar que, por vezes, alguns
destes parâmetros deixam de ter qualquer sentido, uma vez que se tivéssemos
em conta os níveis iniciais de força, seria inviável a realização deste tipo de
trabalho. Também a idade do sujeito perde algum sentido, pois desde cedo que
as crianças realizam movimentos onde recorrem ao CAE, sem que lhe seja
dado o nome de trabalho pliométrico.
6.1. Destreino
Com a aplicação de programas de treino de força pretende-se não só
conhecer a sua eficácia na melhoria dos indicadores testados, mas também
estudar as suas repercussões em períodos mais ou menos prolongados de
122
ausência de estímulos físicos específicos. No presente estudo, fomos verificar
tais repercussões, após um período de destreino de 24 semanas. Embora a
literatura revista mostre uma insuficiência de estudos que procuram conhecer o
comportamento dos indicadores de força em períodos de destreino, com uma
duração prolongada, iremos fazer um paralelismo com o nosso estudo, de
forma a enriquecer esta discussão.
Ao associarem-lhe o princípio da reversibilidade, diversos autores
afirmam que, da mesma forma que o treino melhora a performance, a ausência
deste (destreino) provoca um decréscimo no desempenho atlético dos sujeitos
devido a uma capacidade fisiológica diminuída (Faigenbaum et aI., 1996; Fleck,
1994; Fleck & Kraemer, 1997; Fry et aI., 2004). No entendimento de Kolb
(2003), um período de 8 semanas sem treino acarretará uma diminuição da
força na ordem dos 10%. Nesta mesma linha de pensamento, Faigenbaum
(2000) refere que os ganhos de força em pré-adolescentes não são
permanentes ao longo do destreino e tendem a regressar a valores de pré-
treino, sendo provável que evidências semelhantes possam ser observadas em
adolescentes. No entanto, a convicção de Mujika e Padilla (2000b) aponta no
sentido da produção de força decrescer lentamente, permanecendo, em geral,
acima dos valores de controlo durante períodos muito longos. Esta velocidade
das perdas na força muscular depende de alguns factores tais como extensão
do período de treino inicial, tipo de teste utilizado e dos grupos musculares
examinados (Fleck & Kraemer, 1997).
Häkkinen (1996) refere que um período de treino de 16 semanas,
seguido de 8 semanas de destreino, provoca uma "drástica" redução de força
nas primeiras 4 semanas. A causa fundamental dever-se-á ao insuficiente
estímulo do sistema nervoso central, a que acresce uma atrofia muscular se o
período de destreino for prolongado.
Também no nosso estudo se verificou uma redução bastante consistente
nos valores de todos os parâmetros avaliados, sendo esta estatisticamente
significativa apenas no grupo experimental, não se registando reduções no
grupo de controlo, antes pelo contrário, em alguns saltos verificaram-se
123
aumentos de distâncias. Esta consistência de resultados verifica-se também
quando a análise dos dados é feita por sexos separadamente, pois tanto o
sexo masculino como o sexo feminino apresentam valores estatisticamente
significativos.
Faigenbaum et aI., (1996) avaliaram os efeitos de um programa de treino
de força de 8 semanas (frequência de dois treinos por semanal) seguida de um
período de destreino de igual duração na força e salto vertical de crianças pré-
púberes. Para ta l, constituíram um grupo experimental (GE, n=11 rapazes e 4
raparigas; idade 10.8±0.4 anos) e um grupo de controlo (GC, n=3 rapazes e 8
raparigas; idade 10.0±0.4 anos). Todos os sujeitos foram testados no pré e
pós-treino, no final de 4 semanas de destreino e no pós-destreino, para os
indicadores extensão de pernas e press de peito e ainda para a capacidade de
salto vertical. Os sujeitos de GC apenas revelaram incrementos significativos
às 4 semanas de destreino no press de peito, resultado este que os autores
atribuíram ao crescimento natural dos sujeitos. No pós-treino, os sujeitos de GE
mostraram aumentos estatisticamente significativos na capacidade de força, e
incrementos não significativos nos valores de salto vertical. Estes elementos,
ao longo do período de destreino (4 e 8 semanas) diminuíram
significativamente os resultados dos indicadores de força estudados,
regredindo até aos valores iniciais de pré-treino, porém, mantiveram
praticamente constantes os valores da altura do salto vertical. Os autores
salientam a eficácia de um programa de treino progressivo, de curta duração.
Realçam, no entanto, que os efeitos deste tipo de treino não se mostram
estáveis ao longo de 8 semanas de destreino, regredindo mesmo para valores
de pré-treino.
Também Ingle et aI., (2006) constataram no final de 12 semanas de
destreino decréscimos nos valores do desempenho do salto vertical, na
execução do passe de peito de basquetebol e na força dinâmica, resultados de
uma amostra de alunos de uma escola básica, previamente sujeitos a um
programa de treino complexo. Os autores salientam que após o período de 12
semanas de destreino foi evidente um declínio nos valores das variáveis
124
testadas para patamares de pré-treino, que terão resultado muito
provavelmente de uma deterioração da actividade neuronal dos grupos
musculares previamente solicitados na actividade de treino complexo.
Herrero et aI., (2006) estudaram os efeitos de um programa de treino
pliométrico e de um subsequente período de destreino na capacidade de salto
vertical de estudantes de Educação Física (GTP, n=9, idade 20 .8±O.6 anos).
O programa de treino teve a duração de 4 semanas, realizado numa frequência
quadrissemanal. O grupo de controlo (Ge, n=10; idade 20.6±O.6 anos) não
executou qualquer tipo de treino. No final das 4 semanas de estudo, os sujeitos
de ambos os grupos não apresentaram modificações significativas nos valores
do salto sem contramovimento e do salto com contramovimento. No período
seguinte de destreino (2 semanas), os sujeitos de GC decresceram sem
significado estatístico nos resultados das variáveis testadas. Por outro lado, os
sujeitos de GTP incrementaram sem significado estatístico a altura do salto
sem contramovimento e do salto com contra movimento. Face a estes
resultados, os autores realçam a incapacidade do treino isolado de pliometria
induzir melhorias significativas na altura de salto vertical. Por outro lado,
atribuem os resultados obtidos na situação de destreino a um provável "efeito
de ressalto que ocorre quando o treino cessa durante um curto período de
tempo.
Villarreal et aI., (2008) pretenderam examinar os efeitos de 3 programas
de treino pliométrico no desempenho de salto vertical de estudantes de
Educação Física. Os programas de treino tiveram a duração de 7 semanas e
apenas diferiram na frequência semanal de treino e no volume de saltos
realizados. Os grupos experimentais realizaram, respectivamente, uma sessão
semanal (G1, n=10; idade 22.4±1.1 anos; total de 7 sessões e 420 saltos em
profundidade), duas sessões semanais (G2, n=12; idade 23.1±3.1 anos; total
de 14 sessões e 840 saltos em profundidade) e quatro sessões semanais (G3,
n=10; idade 21.8±1.3 anos; total de 28 sessões e 1680 saltos em
profundidade). Os dez elementos que constituíram o grupo de controlo (GG;
idade 23.6±2.7 anos), não foram submetidos a qualquer tipo de treino. No final
do período de treino, apenas os sujeitos de G2 e G3 tinham incrementado, com
125
significância estatística, os valores do salto com contramovimento e do salto
em profundidade (alturas de queda de 20, 40 e 60cm). Para além disso, os
sujeitos destes dois grupos experimentais diferenciaram-se ainda dos
indivíduos de GC para todos os indicadores em estudo (diferenças com
significado estatístico). Num período subsequente de 7 semanas de destreino,
os sujeitos de G2 e G3 decresceram significativamente os resultados de todos
os testes realizados. Os autores concluíram que um programa de treino
pliométrico de curta duração, utilizando uma frequência de treino e um volume
de saltos moderados, produz ganhos semelhantes no desempenho de salto
comparativamente a altos volumes e altas-frequências de treino. Realçam
ainda que da mesma forma que o treino pliométrico provoca melhorias na
capacidade de salto, a cessação de treino ao longo de 7 semanas induz um
decréscimo significativo nesta capacidade.
6.2. Efeitos do Treino Pliométrico
A literatura revista mostra serem inquestionáveis as vantagens da
aplicação do treino pliométrico na melhoria dos níveis de força de diferentes
populações (Villareal at al., 2008). Ao analisarmos os resultados obtidos, não
poderíamos estar mais de acordo com a afirmação anterior, pois os níveis de
força dos sujeitos do grupo experimental foram rapidamente recuperados. Do
momento de avaliação B, para o momentos de avaliação 2, ou seja, após dois
meses do início da nova aplicação do programa de treino pliométrico, os
valores obtidos nos parâmetros avaliados são idênticos, não se registando
deste modo resultados estatisticamente significativos. Podemos desta forma
afirmar que, os ganhos se devem ao facto de existir uma memória biológica,
levando a que os sujeitos rapidamente alcançassem resultados idênticos
aqueles conseguidos em seis meses de treino.
Os resultados das avaliações seguintes por nós obtidos neste estudo,
revelam que, com um plano de trabalho simples, recorrendo a exercícios de
pliometria simples e de fácil execução, é possível aumentar os níveis de força
dos sujeitos. Sujeitos estes, sem qualquer actividade desportiva, excluindo a
126
prática das aulas de Educação Física. Em todos os saltos avaliados,
verificaram-se diferenças estatisticamente significativas nos sujeitos
pertencentes ao grupo experimental, quando o mesmo não se verificou nos
sujeitos do grupo de controlo. A distância de cada salto aumentou de avaliação
para avaliação evidenciando deste modo o aumento da performance dos
sujeitos envolvidos na realização do treino pliométrico. Estes ganhos de força,
podem revelar-se de extrema importância na vida futura dos sujeitos, pois,
embora uma das críticas feitas ao treino de força em idades baixas seja o
aparecimento de lesões, nós sabemos, da literatura, que um baixo
desenvolvimento em músculos ou grupos musculares determinados, tem uma
relação de proporcionalidade directa com o aparecimento de alguma lesões,
como é o caso do desequilíbrio acentuado entre os músculos quadricípites e os
isquiotibiais, que proporciona uma maior fragilidade na articulação do joelho,
tornando-o mais susceptível ao aparecimento de lesões. Além do mais, quando
o treino é apropriado à individualidade das crianças e jovens, os riscos de lesão
são reduzidos (National Strength and Conditioning Association, 1985, cit. por
Manso et al., 1996). Por isso, ao contrário do senso comum, o trabalho
pliométrico deve ser utilizado desde bem cedo na escola já que é um meio
eficaz de preparar o corpo (músculos, tendões, ligamentos e articulações) para
eventuais choques provenientes da vida de relação. Um trabalho pliométrico
bem orientado pode ser um meio válido para uma eficaz prevenção de lesões.
Apesar do nosso estudo não ter contemplado a monitorização de lesões,
certo é que elas não ocorreram no decurso do estudo. O facto desta
capacidade não ser desenvolvida por se pensar nos riscos para a criança, ou
por se acreditar não haver condições biológicas para tal trabalho, hoje em dia,
não tem razão de ser, já que existem cada vez mais certezas acerca deste
tema, na extensa documentação existente na literatura. (Marques, 1995).
O conjunto dos indicadores testados na nossa amostra está intimamente
ligado à produção de força explosiva dos músculos extensores da perna e ao
poder de salto que, segundo Gillam (1985), são características importantes no
desempenho neuromuscular. Com base nos resultados alcançados, o autor
127
entende que o treino pliométrico maximiza a coordenação das habilidades
neuromusculares. Não poderíamos estar mais de acordo com esta afirmação,
pois, os incrementos dos níveis de força nas fases iniciais do treino pliométrico
parecem estar mais relacionada com processos neuro-coordenativos que
hipertróficos. Assim, tal como aparece referenciado na literatura consultada,
parece que a melhoria de força nas fases iniciais e para principiantes se deve
essencialmente à coordenação inter e intramuscular, não se relacionando com
o aumento do tamanho do músculo (Carvalho, 1987). Deste modo, o
desenvolvimento da força em fases iniciais, parece mais relacionada com as
adaptações neurais que induzem a melhoria do comando central dos músculos,
e, como resultado, melhoria da coordenação, respostas reflexas e eficácia do
movimento realizado. O aumento das adaptações ao nível do sistema nervoso
proveniente dos exercícios pliométricos torna-se ainda mais importante quando
se refere a movimentos desportivos de rápida execução.
Podemos ainda acrescentar que o desenvolvimento da força está
intimamente relacionado com a capacidade do sistema nervoso activar
convenientemente os músculos, facto este apontado em estudos recentes que
referem a precedente activação das UM como condição necessária às
alterações miofribilares hipertróficas (Komi, 1986). Também Sale (1992) é da
mesma opinião e refere que o aumento da força e da performance em fases
iniciais do treino da força se deve preferencialmente às alterações adaptativas
no sistema nervoso que optimizam o controlo e a activação dos músculos. Indo
de encontro ao anteriormente referido, Potteiger et al. (1999), afirmam também
que os incrementos na capacidade de salto melhoram significativamente
devido à melhoria da coordenação motora. Esta melhoria poderá estar
relacionada com a especificidade dos movimentos utilizados durante o
programa de treino (Diallo et al., 2001). Esta noção de especificidade da prática
pliométrica está ainda bem expressa em diferentes investigações com atletas e
não-atletas (Thomas et al., 2009). No entanto, nem todos os estudos existentes
na literatura referente a esta temática vão de encontro aos resultados por nós
obtidos, pois Brown et al., (1986) ao realizarem um estudo em
128
basquetebolistas, não encontraram resultados estatisticamente significativos
para os valores obtidos no salto vertical.
Uma outra crítica feita ao treino da força refere-se ao facto das crianças
não apresentarem condições biológicas para suportar um esforço desta
natureza, sendo necessário evitá-lo antes da puberdade. O problema é que,
quando o cidadão comum se refere ao treino da força, pensa-se logo na
aplicação de grandes cargas de treino com o intuito de promover o
desenvolvimento de massas musculares hipertrofiadas (Sobral, 1988).
A hipertrofia, é o efeito mais visível do treino de força, que se pode
traduzir no aumento do volume muscular. Como a capacidade de um músculo
produzir força depende da sua secção transversal, do número de fibras
musculares e pontes, a massa muscular determina em grande parte o potencial
de força do sujeito (Sale et al., 1982). Os resultados obtidos no nosso estudo,
vão de encontro ao atrás referido, pois foi possível verificar-se aumentos
estatisticamente significativos dos perímetros geminal e crural nos sujeitos
envolvidos no programa de treino pliométrico, ao contrário do verificado nos
sujeitos do grupo de controlo. Ainda relativamente a este ponto, no nosso
estudo verificamos que no grupo experimental, do momento de avaliação 1
para o momento de avaliação 4, a altura e o peso corporal dos sujeitos
aumentaram, enquanto que no grupo de controlo, relativamente ao peso
corporal, tal não se verificou. Daqui podemos concluir que, houve aumento do
volume muscular nos sujeitos do grupo experimental.
Acreditamos portanto, que os efeitos positivos da aplicação do programa
de treino, identificados no nosso estudo, se justificam pelo facto do treino
pliométrico ser uma forma particular de estimular o sistema neuromuscular
(Chu, 1998), ou seja, activar de forma conjugada as fibras musculares e o
sistema nervoso, originando que as fibras de contracção lenta “aprendam a
comportar-se” como fibras de contracção rápida (Chu, 1996). Neste sentido, as
primeiras adaptações são por natureza de ordem neural e à medida que o
treino continua ocorrerão provavelmente aumentos nas áreas transversais dos
músculos implicados no movimento (Mihalik et al., 2008). Estamos em crer
129
portanto, que os efeitos por nós identificados decorrentes do treino pliométrico
aplicado, serão desta natureza.
Do nosso estudo, podemos referir ainda que, independentemente dos
sujeitos serem do sexo feminino ou masculino, os incrementos de força
registaram-se em ambos os géneros. No decorrer da puberdade, a massa
muscular dos rapazes parece aumentar, relativamente ao peso corporal, em
média cerca de 27 a 40% (Israel e Buhl, 1988) e, no fim do crescimento, a força
é, em valores absolutos, de 30 a 35% superior, comparativamente com as
raparigas (Manno, 1989). Embora se possa verificar que, ao nível da prestação
de força entre os dois sexos, os rapazes apresentam uma vantagem
significativa, relativamente ao sexo oposto, a verdade é que ambos
apresentaram aumentos de força estatisticamente significativos.
Também no que diz respeito ao aumento da área de secção transversal
da musculatura envolvida, tanto nos indivíduos do sexo masculino como nos do
sexo feminino, envolvidos no programa de treino pliométrico, foram notórias
diferenças estatisticamente significativas em ambos.
As conclusões mais evidentes deste estudo apontam para o facto de que
após um período de destreino, a performance é rapidamente recuperada, facto
este que parece estar mais relacionado com processos neuro-coordenativos.
Concluímos também que a inclusão de exercícios pliométricos simples nas
aulas de EF tem efeitos positivos na performance múltipla de salto, melhoria
essa que parece estar relacionada tanto com neuro-coordenativos como
processos hipertróficos.
130
131
132
133
7. Conclusões Com base nas hipóteses formuladas e nos resultados encontrados,
concluímos que:
1. A ausência do estímulo provocado pelo treino pliométrico realizado,
destreino, leva à significativa diminuição nos níveis de força explosiva dos
membros inferiores. Esta diminuição, estatisticamente significativa, verificou-se
em todos os saltos sujeitos a avaliação, facto esse que não se verificou nos
sujeitos pertencentes ao GC. Deste modo, confirma-se a hipótese 1.
2. A nova aplicação do mesmo programa de treino pliométrico produz rápidos
incrementos nos níveis de força explosiva dos membros inferiores nos
indivíduos sujeitos ao programa de treino com exercício pliométricos simples
(GE). Este aumento, estatisticamente significativo, verificou-se em todos os
saltos sujeitos a avaliação. Deste modo, confirma-se a hipótese 2.
3. Apenas no grupo experimental foram verificados aumentos estatisticamente
significativos na área de secção transversal dos músculos da coxa e da perna.
Deste modo confirma-se a hipótese 3.
4. Quando comparados os resultados obtidos por sexos, verificou-se que estes
seguem a mesma linha de resultados gerais. As alterações motoras e de
composição corporal verificaram-se em ambos os sexos dos sujeitos do GE.
Confirma-se assim a hipótese 3, que as alterações ocorridas se verificam
independentemente do sexo dos sujeitos.
134
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158
159
160
161
Exercícios de pliometria pertencentes ao Plano de Treino
Descrição do
Exercício Esquema
1. Saltos com corda a pés juntos.
2. Saltitares alternados em degrau.
3. Deslocamentos laterais a pés juntos.
4. Impulsão vertical com mãos na cintura.
5. Afundos frontais sem deslocamento com mãos na nuca.
162
6. Skipping alto.
7. Corrida saltada.
8. Deslocamentos a pé coxinho.
9. Galopes laterais.
10. Saltos em distância com os dois pés, (rãs).
85
85