e n t r e v i s t a
O MUNICIPAL N.º 364 - Maio/2011
ASSOCIAÇÃO
DOS TÉCNICOS ADMINISTRATIVOS
MUNICIPAIS
Chaves já retirou benefícios desta associação?
Dr. João Gonçalves Martins Batista - O Eixo
Atlântico do Noroeste Peninsular, agrupa 34
cidades (17 portuguesas e 17 galegas) e tem
como objectivo o desenvolvimento integrado
da região.
A Eurocidade Chaves/Verin e toda a sua
envolvência têm sustentabilidade no contexto
do Eixo Atlântico. Daí Chaves beneficia de
visibilidade e promoção, bem como participação
em diversos programas comunitários de âmbito
transfronteiriço.
“O Municipal” - A cidade flaviense é muito
rica na sua gastronomia. Quais os prazeres da cozinha de maior
destaque e que são mais procurados pelos visitantes?
“O Municipal” - Com a aproximação do
Verão, e com o aumento das temperaturas,
como se refrescam os flavienses, estando
Chaves longe do mar?
Foi criada - ou existe -, alguma infra-
estrutura para colmatar esta distância?
Dr. João Gonçalves Martins Batista - Em 2004
foi inaugurado um excelente complexo de
piscinas ao ar livre na Quinta do Rebentão.
Esta mesma Quinta dispõe ainda de um Parque
Biológico e um Circuito de Manutenção e um
Parque de Campismo aberto todo o ano. A
média de visitantes/ano ultrapassa os 60.000.
“O Municipal” - Oficializada em 1992, quais as características e os
objectivos do Eixo Atlântico do Noroeste Peninsular?
D r . J O ã O G O n ç a lv e s M a r t i n s B at i s ta
Presidente da Câmara Munic ipal de Chaves
CHAVES
O Município de Chaves desenvolve-se ao longo do vale do rio Tâmega, situado no centro do concelho e que é delimitado
pelas encostas das terras altas de relevos graníticos e xistosos, que chegam a atingir os mil metros de altitude.
Implantado no extremo norte do país, na fronteira com a Espanha, confina a norte com a Galiza e, do lado
português, é limitado a oriente pelos municípios de Vinhais e Valpaços, a sul por Vila Pouca de Aguiar e a oeste
por Montalegre e Boticas.
O Município de Chaves abrange uma superfície territorial de 591,32 km2, distribuída por 51 freguesias.
São numerosos os vestígios deixados por civilizações pré-históricas, que levam a admitir mesmo a existência de
povoamentos no longínquo período Paleolítico.
Também existem abundantes achados procedentes do Neolítico, do Calcolítico, em Mairos, Pastoria e São
Lourenço, e das civilizações proto-históricas, nomeadamente, nos múltiplos castros situados no alto dos montes
que envolvem toda a região do Alto Tâmega.
A 12 de Março de 1929, Chaves foi elevada à categoria de cidade. Como património cultural da região flaviense,
pode-se salientar a Torre de Menagem e o jardim envolvente, a Igreja de Santa Maria Maior, a Igreja da
Misericórdia e a Ponte Romana de Trajano.
e n t r e v i s t a
O MUNICIPAL N.º 364 - Maio/2011
ASSOCIAÇÃO
DOS TÉCNICOS ADMINISTRATIVOS
MUNICIPAIS
“O Municipal” - Qual o objectivo do Município de Chaves ao aderir
ao Programa para a Mobilidade Eléctrica em Portugal - MOBI.E?
Que medidas promoveu ou vai implementar?
Dr. João Gonçalves Martins Batista - Preservar o ambiente pela
promoção do uso de energia mais “limpa”.
As primeiras medidas será incentivar a aquisição de viaturas e colocar
postos de abastecimento compatíveis.
“O Municipal” - A 15.ª edição do Encontro de Idosos, contou com a
participação de cerca de 5500 pessoas. O que aliciou estes “jovens
da 3ª idade” a juntarem-se no maior evento social do distrito?
Dr. João Gonçalves Martins Batista - A participação activa num convívio
saudável e divertido. É uma homenagem do Municipio àqueles queque
exemplarmente nos continuam a motivar no trabalho persistente para
melhorar a qualidade de vida.
“O Municipal” - Este é o último mandato como Presidente da
Câmara Municipal. Ao longo destes anos, à frente dos destinos
da autarquia local, pode salientar algumas das iniciativas que lhe
tenham dado especial prazer e orgulho em realizar?
Que outros projectos gostava de ver concluídos?
Dr. João Gonçalves Martins Batista - A requalificação e valorização
ambiental das margens do Tâmega, do Centro Histórico e da rede
escolar com destaque para o Centro Escolar e a Escola Superior de
Enfermagem, a Biblioteca Municipal, o Arquivo e o Centro Escolar de
Chaves, bem como as múltiplas intervenções no meio rural.
Dr. João Gonçalves Martins Batista - O presunto de Chaves, o pastel de
Chaves, o folar de Chaves, os enchidos, os milhos e outras iguarias que
deliciam o gosto de quem tem o privilégio de as apreciar.
“O Municipal” - Em que consiste o Projecto Eurocidade Chaves-
Verín?
Dr. João Gonçalves Martins Batista - É um meio de desenvolvimento das
pessoas e do território dos dois concelhos. Consiste na procura constante
da vivência da cidadania europeia no terreno. Aproveitamos em conjunto
recursos únicos, em que sobressai a Água (mineral e termal).
“O Municipal” - Os estudantes do concelho, querendo seguir o ensino
superior, que instituições e especializações têm como opção?
Dr. João Gonçalves Martins Batista - Em Chaves, os cursos de Turismo
e Animação Sócio Cultural da UTAD, bem como a licenciatura em
Enfermagem da Escola Superior Dr. José Timóteo Montalvão Machado,
para além de mestrados e pós-graduações nas instituições referidas.
“O Municipal” - A nível desportivo, que tipo de modalidades se
podem praticar em Chaves, e que infra-estruturas possuem?
Dr. João Gonçalves Martins Batista - Praticamente todas. Tem havido
especial apetência para o BTT, Ténis, Futsal, além dos mais tradicionais,
com o futebol em 1º lugar. Possuímos campos de jogos, polivalentes
nas diversas freguesias rurais e uma excepcional pista de pesca.
“O Municipal” - Já na época romana, as legiões, após as
suas incursões bélicas, deleitavam-se nas águas ferventes
da cidade de Aquae Flaviae, recuperando forças. Hoje, o
Complexo Termal de Chaves continua a ser procurado?
Quais as indicações terapêuticas das suas águas e o que é a
Fonte do Povo e o Buvete?
Dr. João Gonçalves Martins Batista - As termas de Chaves estão
entre as mais movimentadas do país, associando termalismo
clínico e bem-estar. Cerca de 6.000 utentes/ano nos procuram.
As indicações terapêuticas privilegiam as vias respiratórias,ias respiratórias,
problemas ósseos, aparelho digestivo. A Fonte do Povo é o
lugar onde, em permanência, qualquer cidadão pode beber
ou levar para casa água termal. A Buvete é um espaço de
acesso mais condicionado, com prioridade para os utentes das
termas, com horário de atendimento.
e n t r e v i s t a e n t r e v i s t a
O MUNICIPAL N.º 364 - Maio/2011
ASSOCIAÇÃO
DOS TÉCNICOS ADMINISTRATIVOS
MUNICIPAIS
Gostaria de ver concluídas as obras da Fundação Nadir Afonso, o
Museu das Termas Romanas, da recuperação do Cine-Teatro e outros
edifícios públicos donde releva a Pousada da Juventude.
“O Municipal” - Que análise faz da evolução das competências e
atribuições das autarquias locais?
Dr. João Gonçalves Martins Batista - Entendo que a evolução tem
sido positiva desde que acompanhada dos meios (sobretudo os
financeiros) necessários à sua concretização. Com cerca de 10% dos
recursos do país, os municípios são responsáveis por mais de 50%
do investimento existente. Isto diz tudo!
“O Municipal” - A propósito da reorganização da rede de escolas do
1.º ciclo do ensino básico, que comentário faz sobre o encerramento
de algumas e a concentração dos alunos em estabelecimentos de
maior dimensão?
Dr. João Gonçalves Martins Batista - A reorganização referida só
tem fundamento quando proporciona melhores condições de
aprendizagem aos alunos. Só se justifica nesta justa medida, nunca por
razões economicistas.
“O Municipal” - Como avalia a descentralização de competências
para os municípios no domínio da educação?
Dr. João Gonçalves Martins Batista - Deve prevalecer o princípio
da subsidiariedade. Mas o que tem acontecido é o aumento das
responsabilidades e encargos para os Municípios sem a correspondente
dotação dos meios necessários e/ou adequados.
“O Municipal - O que acha da Proposta de Lei n.º 25/XII, que altera
o regime jurídico da tutela administrativa em vigor?
Qual é a sua opinião sobre a perda de mandato por não avaliação
dos trabalhadores?
Dr. João Gonçalves Martins Batista - Entendo que o exercício de
cargos de natureza política deve ser tratado de maneira uniforme.
Não pode haver “filhos” e “enteados”.
A avaliação é uma necessidade. Quando justa e eficaz é uma mais-
valia para os trabalhadores e para a Instituição. Poderá haver outras
sanções para a sua falta antes da aqui referida.
“O Municipal” - A respeito da Lei n.º 55-A/2010, de 31 de Dezembro,
que aprovou o Orçamento do Estado para 2011, que comentário
faz às disposições aplicáveis aos trabalhadores do sector público,
em especial, as que se referem à redução das remunerações e à
proibição de valorizações remuneratórias, não esquecendo a forma
como passa a ser efectuada a determinação do posicionamento, no
âmbito dos procedimentos concursais?
Dr. João Gonçalves Martins Batista - Condeno qualquer redução de
remunerações. Penso que o Estado deve procurar (com urgência)
outras formas de redução de despesas e arrecadação de receitas que
não as citadas.
“O Municipal” - Perante as restrições em matéria de endividamento
municipal, para o ano de 2011, como encara o futuro da gestão
autárquica?
Dr. João Gonçalves Martins Batista - Com muita apreensão. É injusto
que sejam sempre e só as autarquias a ter que fazer mais com menos.
“O Municipal” - No que diz respeito ao memorando de entendimento
sobre os condicionalismos específicos de política económica
(FMI/BCE/CE), qual é a sua opinião sobre a reorganização do
mapa autárquico, envolvendo a fusão e extinção de municípios e
freguesias?
Dr. João Gonçalves Martins Batista - É uma medida muito mais
simbólica que potenciadora de poupança. Freguesias e Municípios
não são problema, são solução. Deve promover-se a “agregação” livre
destas entidades com incentivos à gestão eficaz do território.
“O Municipal” - Para além da limitação à admissão de novos
trabalhadores, que comentário faz ao objectivo de diminuir o número
dos que existem, de forma a atingir uma redução anual de 2%, no
período de 2012 a 2014?
O que acha da diminuição dos cargos dirigentes e das unidades
administrativas, em 15%, até ao final de 2012?
Dr. João Gonçalves Martins Batista - Estas medidas fazem parte de um
acordo que tem ser cumprido. Mas deve haver diferenciação na sua
aplicação prática, porque as situações são muito diferentes, caso a caso.
“O Municipal” - Ao nível do sector empresarial local, considera
razoável a intenção de proceder à redução das entidades
actualmente existentes?
Dr. João Gonçalves Martins Batista - Devem manter-se as que
cumprirem os objectivos que motivaram a sua criação e não dão
prejuízo.