BENS&SERVIÇOSRevista da Federação do Comércio de Bens e de Serviços do Estado do Rio Grande do Sul – Número 89 / SEtEmBRO 2012
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SEntrevista EliNE Bullock dESvENda a gEração y E moStra o quE aS EmprESaS podEm aprENdEr com Ela
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Publicação mensal do sistema Fecomércio-rs Federação do comércio de bens e de serviços do estado do rio Grande do sul
Avenida Alberto Bins, 665 – 11º andar – Centro CEP 90030-142 – Porto Alegre/RS – BrasilFone: (51) 3284.2184 – Fax: (51) 3286.5677 www.fecomercio-rs.org.br – [email protected]
Presidente: Zildo De Marchi
vice-Presidentes: Luiz Carlos Bohn, Ronaldo Netto Sielichow, Levino Luiz Crestani, Luiz Antônio Baptistella, Jorge Ludwig Wagner, Antônio Trevisan, André Luiz Roncatto, Arno Gleisner, Cezar Augusto Gehm, Flávio José Gomes, Francisco José Franceschi, Itamar Tadeu Barboza da Silva, Ivanir Antônio Gasparin, Joel Vieira Dadda, Leonardo Ely Schreiner, Leonides Freddi, Luiz Caldas Milano, Moacyr Schukster, Nelson Lídio Nunes, Olmar João Pletsch, Olmiro Lautert Walendorff, Julio Ricardo Andriguetto Mottin, Alécio Lângaro Ughini, Ibrahim Muhd Ahmad Mahmud, Renzo Antonioli, João Oscar Aurélio, Maria Cecília Pozza, Manuel Suarez Cacheiro, Joarez Miguel Venço, Ivo José Zaffari, Jaime Gründler Sobrinho, João Francisco Micelli Vieira
diretores: Adair Umberto Mussoi, Ary Costa de Souza, Carlos Cezar Schneider, Celso Canísio Müller, Cladir Olimpio Bono, Darci Alves Pereira, Edson Luis da Cunha, Edison Elyr dos Santos, Élvio Renato Ranzi, Francisco Squeff Nora, Gabriel de Oliveira Souto Jr., Gerson Nunes Lopes, Gerson Jacques Müller, Hélio Berneira, Henrique José Gerhardt, Isabel Cristina Vidal Ineu, Jamel Younes, Joel Carlos Köbe, Jorge Salvador, José Nivaldo da Rosa, Jovino Antônio Demari, Liones Oliveira Bitencourt, Luís Alberto Ribeiro de Castro, Luiz Carlos Dallepiane, Luiz Henrique Hartmann, Marco Aurélio Ferreira, Marcos André Mallmann, Marice Fronchetti, Milton Gomes Ribeiro, Paulo Roberto Kopschina, Paulo Renato Beck, Rogério Fonseca, Rui Antônio dos Santos, Sérgio José Abreu Neves, Sueli Lurdes Morandini Marini, Tien Fu Liu, Túlio Luis Barbosa de Souza, Walter Seewald, Zalmir Francisco Fava. Diretores Suplentes: Airton Floriani, Alexandre Carvalho Acosta, André Luis Kaercher Piccoli, Antonio Clóvis Kappaun, Arlindo Marcos Barizon, Carmen Zoleike Flores Inácio, Clobes Zucolotto, Daniel Miguelito de Lima, Dinah Knack, Eduardo Vilela Neves, Eider Vieira Silveira, Ernesto Alberto Kochhann, Everton Barth dos Santos, Francisco Amaral, Gilberto José Cremonese, Gilmar Tadeu Bazanella, Hildo Luiz Cossio, Janaína Kalata das Neves, Jair Luiz Guadagnin, Jarbas Luff Knorr, João Antonio Harb Gobbo, Jorge Alfredo Dockhorn, José Joaquim Godinho Cordenonsi, José Vilásio Figueiredo, José Vagner Martins Nunes, Juares dos Santos Martins, Jurema Pesente e Silva, Ladir Nicheli, Luiz Alberto Rigo, Luiz Carlos Brum, Marcus Luis Rocha Farias, Miguel Francisco Cieslik, Paulo Ganzer, Ramão Duarte de Souza Pereira, Régis Luiz Feldmann, Ricardo Pedro Klein, Romeu Maurício Benetti, Silvio Henrique Frohlich, Susana Gladys Coward Fogliatto, Valdir Appelt
conselho Fiscal
titulares: Rudolfo José Müssnich, Erselino Achylles Zottis, Fábio Norberto Emmel suplentes: Luiz Roque Schwertner, Nelson Keiber Faleiro, Gilda Lúcia Zandoná
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coordenação editorial: Simone Barañano
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edição: Fernanda Reche (MTb 9474)
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rePortaGem: Ana Paula Sardá, Belisa Lemes da Veiga, Luísa Kalil, Marcelo Salton Schleder, Patrícia Campello e Rafael Tourinho Raymundo
colaboração: Edgar Vasques, Luiza Muttoni, Priscilla Buais Avila e Ricardo Setyon
edição de arte: Silvio Ribeiro revisão: Flávio Dotti Cesa
Foto de caPa: Carlota Pauls
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sumárIo
opinião
agenda 06palavra do presidente 07notícias & negócios 08sustentabilidade 12guia de gestão 14
17entrevista 18marcas 24tendência 26saiba mais 32segurança do trabalho 34segmento
tributos 38personalidade
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visão trabalhista
visão política
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equipes 44visão tributária 46glossário
mais & menos
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Bens & Serviços / Setembro 2012 / Edição 89
&sErVIÇosbens
0536segmento
estacionar é um ótimo neGócio
Tudo o que você precisa saber sobre as vantagens
e os cuidados necessários para investir como empreendedor
em estacionamentos
44
FleXibilidade na cultura emPresarial
Conheça a história de empresas que apostam na
flexibilização de horários e em quais casos essa iniciativa
pode trazer melhores resultados equipes
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a Pesquisadora da juventude
Eline Kullock é uma das maiores especialistas em Geração Y
no país. Saiba quais são os traços dessa geração e o que as
empresas podem aprender com ela entrevista
26o Futuro cheGou
Pesquisas apontam tendências para o
consumo e as principais demandas do
consumidor em 2020
Tendência
Bens & Serviços / Setembro 2012 / Edição 8906A G E N D A setembro / outubro4/09DroGADIÇÃo
O objetivo do evento produzido pelo Senac Centro é de conscientizar os jovens sobre as drogas. A palestra será ministrada pelo Denarc em dois turnos: manhã (a partir das 10h) e tarde (a partir das 14h30). Site: www.senacrs.com.br/comunidade.
5/09Web DesIGNer
O Senac São Leopoldo e o docente Ademir Felipe Flores Meissinger ministram a palestra Web Designer: A mídia, o mercado e a criação. O valor da inscrição é 1kg de alimento não perecível ou um brinquedo. Para mais informações acesse www.senacrs.com.br/saoleopoldo.
12 e 13/09FeIrA De ProJetos
A Feira de Projetos do Senac-RS ocorre no Sesc Campestre (Av. Protásio Alves, 6220 – Porto Alegre), com o tema No que é possível inovar para melhorar ou aprimorar o desenvolvimento da vida de modo sustentável. Mais informações pelo site www.portal.senacrs.com.br/site/eventos_feira_projetos.asp.
19/09eXPosIÇÃo FotoGrÁFICA
Senac Cachoeira do Sul realizará exposição fotográfica dos alunos do curso de Fotografia Digital com Photoshop. Contato pelo telefone: (51) 3722-3187 ou pelo site www.senacrs.com.br/cachoeiradosul.
Até 14/09 PROJEtO ERICO VERISSIMO
Em comemoração aos 50 anos da publicação de O tempo e o vento, o Sistema Fecomércio-RS/Sesc e a Associação Lígia Averbuck promovem a turnê do
espetáculo O Sobrado, do Grupo Cerco, e com apoio da Fundação Maurício Sirotsky Sobrinho distribuem livros a escolas de oito cidades gaúchas.
De 25/09 A 05/10turNÊ
O espetáculo Oxigênio, da Companhia Brasileira de Teatro (PR), participante do Circuito Nacional Palco Giratório, do Sesc, estará em cartaz em Gravataí, Novo Hamburgo, Caxias do Sul, Passo Fundo e Ijuí.
26/09ANIVersÁrIo
Para comemorar os cinco anos da Unidade Senac Santana do Livramento, uma palestra será oferecida ao público: Gestão, Congestão e Indigestão – Os problemas de gestão que as empresas e gestores encontram nas suas rotinas diárias, a administração das mudanças e adaptação das mudanças às novas realidades de mercado, com César Augusto Pancinha Costa. Site: www.senacrs.com.br/santanadolivramento.
29 e 30/09JoGos
O Sesc promoverá a final estadual da segunda edição do Jogos Sesc de Masters e Sêniors, em Erechim. O objetivo da iniciativa é incentivar a prática do esporte para pessoas com 40 anos ou mais.
30/09CorrIDA
O Circuito Sesc de Corridas chega a Ijuí, com prova adulta (a partir de 16 anos) nas modalidades de 3 km, 5 km e 10 km; e percurso infantil com 1 km e 2 km.
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Palavra do Presidente
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Zildo De Marchi Presidente do Sistema Fecomércio-RS/Sesc/Senac
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Como será o consumidor em 2020? Quais serão suas demandas e que tipo de marca ou empresa ele valorizará? Quais serão as empresas de maior destaque no mercado? Essas perguntas e muitas ou-tras vêm sendo respondidas, aos poucos, por meio de estudos que apontam possí-veis tendências. Algumas já estão sendo comprovadas pelo mercado, outras ainda estão por vir. Dois pontos são inegáveis: a tecnologia e a sustentabilidade che-gam com uma força suprema. Enquanto a primeira facilita inúmeros aspectos da vida humana, a segunda firma-se como a questão central para o futuro de nossa sobrevivência. Os três setores da econo-mia – agricultura, indústria e comércio –, se antenados a estas tendências e unidos ao governo, terão a capacidade de transformar o cenário econômico de uma cidade, estado ou país.
Ainda em 2010 um estudo realiza-do pelo Sistema Fecomércio/Sesc/Senac apontou que, em 2020, devemos registar um aumento na população idosa, e que jovens adultos entre 20 e 40 anos ocupa-rão, em média, 30% da pirâmide etária no Estado. Com a promessa de que a renda familiar e individual aumentará nos pró-ximos anos, o consumo permanecerá em alta, apenas mais focado nesses públicos.
Não há bola de cristal que revele exatamente o que irá acontecer, mas uma medida simples a ser tomada pelas empresas é o acompanhamento dessas mudanças. Inevitáveis, elas não preci-sam ser interpretadas como algo nega-tivo, e sim, como o aprimoramento da vida, tal como a conhecemos. Temos a chance de criar um futuro melhor não apenas para as gerações mais novas, mas para nós mesmos.
O consumo permeia todos esses as-pectos: ele pode ser praticado de forma mais consciente, transparente e colabo-rativa. E isso não depende apenas das exigências dos consumidores, mas de nós, empreendedores do comércio de bens e serviços.
A Fecomércio-RS está atenta a essas tendências, e estamos certos de que o fu-turo que está por vir será glorioso.
As mudanças do amanhã
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Para presidente do BC, economia está reagindoDurante sua participação no 12º Congresso
Fenabrave (Feira de Negócios da Distribui-
ção Automotiva), em São Paulo, em agosto,
o presidente do Banco Central, Alexandre
Tombini, demonstrou otimismo com a reação
da economia, em tempos nos quais o PIB está
sendo apontado como um dos mais baixos
da história do país. “Estimativas do mercado e
dos organismos internacionais apontam para
a aceleração do crescimento nos próximos
trimestres, em um ambiente de preços sob
controle, com inflação convergindo para a meta”, disse. Para ele, o choque
de oferta é ocasionado por fatores climáticos que dificultam a produção
de determinados insumos fundamentais nas lavouras. A saída para isso
tudo são os estímulos ao crédito que o Governo vem preparando, além
da ascensão de empregos e, consequentemente, de renda. “O mercado de
crédito reúne condições pelo lado da oferta e da demanda para continuar
se expandindo de forma sustentável pelos próximos anos”, conclui.
Sistema Fecomércio comemora aniversárioO Sistema Fecomércio-RS/Sesc/Senac
celebra, no dia 3 de agosto, os 67 anos
de sua luta pelas melhores condições de
trabalho aos comerciantes do setor de
bens e de serviços do Rio Grande do
Sul. O começo da história foi em 1945,
quando a mais antiga federação varejista
abria as portas no Estado, ao lado de
outras quatro representações similares.
Em janeiro de 2000 elas se uniram e
deram corpo a esta entidade que hoje
abriga 112 sindicatos patronais e 580
mil empresas responsáveis pela geração
de 1,4 milhão de empregos formais e
de 47,5% do PIB gaúcho.
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Tendências de moda para as próximas estaçõesOs comerciantes que trabalham com o setor
de vendas de roupas e acessórios e ainda não
totalizaram seus pedidos para primavera/verão
2012 devem garantir desde já as peças que serão
hits nessas estações. Entre as novidades apresen-
tadas nas semanas de moda dos principais centros
fashionistas mundiais – como Londres, Paris, Nova
Iorque, Milão e São Paulo – estão:
Esporte chic: tecidos em nylon, plástico e embor-
rachados aparecem nos acessórios (bolsas, óculos
e relógios). As roupas são feitas com materiais
que auxiliam a pele a respirar, além de ser muito
confortáveis. O design apela para as listras, para as
roupas mais folgadas e decotes de nadador.
Estampas de natureza: Flores, frutas e animais dão
vida a vestidos, sapatos, shorts, blusas e bolsas.
Tons pastel: As empresas devem apostar em pro-
dutos com essa cartela de cores, mas com cautela.
Os consumidores tendem a enjoar desses tons.
Saias Mullet: Mantém a assimetria da frente curta e
a das costas longa para vestidos e maxi saias.
Transparências: Ideal para o calor, tecidos leves,
esvoaçantes, frescos e leves, como os transparen-
tes, são a peça-chave do guarda-roupa de verão.
Sesc terá nova USSP no EstadoCom o objetivo de auxiliar na qualidade de vida da população de baixa renda
dos 496 municípios gaúchos, o Sesc contará com a segunda Unidade Sesc
de Saúde Preventiva (USSP) no Rio Grande do Sul, a partir do ano que vem.
Através da ajuda de aparelhos que reduzem o tempo de diagnóstico, o projeto
pioneiro no país permite o acesso da comunidade à exames como mamo-
grafias, ultrassom (ambos sob prescrição médica), citopatológicos de colo de
útero, colesterol, triglicerídeos, diabetes, hipertensão e eletrocardiogramas. No
segundo semestre de 2009, a primeira USSP circulou no Estado e partir daí, já
passou por 16 cidades e realizou cerca de 22 mil assistências gratuitas.
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Inscrições abertas para Festival de Música Entre os dias 14 e 26 de janeiro do próximo ano, o 3º Fes-
tival Internacional Sesc de Música desembarca na cidade de
Pelotas, no sul do Estado. A programação cultural contará
com 40 espetáculos gratuitos, como recitais, música de
câmara, concertos e música instrumental. Além disso, os
participantes poderão participar de 30 oficinas instrumen-
tais e de canto, entre elas cordas, madeiras, metais, piano,
coral, choro e jazz. Os alunos que se cadastrarem poderão
optar pelo turno das aulas (manhã ou tarde) e comparti-
lharão experiências com 203 artistas do Brasil, do Merco-
sul, da Ásia e da Europa. As inscrições estão abertas até 5
de outubro deste ano. Para isso, além de acessar o www.
sesc-rs.com.br/festival, os interessados devem publicar
um vídeo no Youtube informando nome de professores,
escolas e obras que executam. Para aqueles que já atuam
em orquestras profissionais, é necessário dizer o nome da
instituição e a função exercida. Os participantes seleciona-
dos serão divulgados no site no dia 29 de outubro.
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Panorama sobre diferentes mídias no paísA publicação anual lançada pelo Ibope Media, o
Media Book, agrupa dados sobre o consumo de
meios de comunicação de massa em 13 países
da América Latina. A edição de 2012 traz dados
referentes à penetração desses veículos no cotidiano
das famílias brasileiras. A plataforma mais consumida
continua sendo a televisão aberta, com 97% de in-
gresso, seguida pelo rádio, com 76%, internet (53%),
jornais (46%), TV por assinatura (35%) e revistas
(33%). Já a atração mais assistida continua sendo a
novela, que angariou 38,5 pontos de audiência em
2011. O maior aplicador foi o setor do comércio,
que contabilizou aos cofres das empresas U$$ 11
bilhões, sendo a TV a cabo e os jornais os que mais
se beneficiaram desse montante, apresentando
índices de 53% e 20%, respectivamente.
Senac-RS marcou presença na Courovisão 2012A edição 2012 da Courovisão, que aconteceu nos dias 28, 29
e 30 de agosto na Fenac, em Novo Hamburgo, contou com a
presença do Senac-RS. No dia 28, os alunos do curso Técnico
em Criação e Coordenação de Moda apresentaram um desfile
com 30 looks próprios. Já no dia 29, houve a palestra Moda e
Comportamento, com a
participação da estilista
Isabela Capeto e da
jornalista Ana Clara Gar-
mendia, e mediação do
coordenador de moda do
Senac-RS, Márcio Weiss.
Nesse dia, os partici-
pantes da feira também
puderam conferir o Estú-
dio Courovisão, com os
alunos de Canoas e Novo
Hamburgo.
Alternativas sustentáveis na Feira do EmpreendedorO Sebrae-RS promove a Feira do Empreendedor, que acontece entre os dias 27 e 30 de setembro, das 14h às 21h, no Centro de
Exposições da Fiergs, em Porto Alegre. No espaço Onde boas idéias viram ótimos negócios, serão apresentadas vinte orientações,
oriundas de pesquisas realizadas pela entidade, sobre dados necessários para quem pretende abrir uma empresa ecologicamente
correta, socialmente justa e economicamente viável. Além disso, a entidade disponibilizará consultores para esclarecer dúvidas e ajudar
os aspirantes a empreendedor a escolherem o melhor momento para abrir um negócio, através de etapas de análise de mercado e
projeção de faturamento, que mostrarão para o empresário onde, como, quando e para quem oferecer seus produtos e serviços.
Fecomércio-RS lança Agenda Legislativa 2012No início de agosto, O Sistema Fecomércio-RS lançou a Agenda Legislativa
de 2012, cujo intuito é mostrar a visão da entidade a respeito dos projetos de
lei que interessam ao setor terciário gaúcho, e que ainda estão em tramitação
na Assembleia Legislativa. Dos 32 citados na publicação, 81,25% não agrada-
ram a Federação, por terem ideias que vão à contramão do que é defendido
pelo Sistema. Segundo o presidente Zildo De Marchi, os itens polêmicos são
a formalização e longevidade das empresas, racionalização dos impostos e
modernização na relação entre capital e trabalho. Tendo o material em mãos,
empresários do setor e autoridades políticas poderão cobrar retornos dos
parlamentares com o subsídio necessário para isso.
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Considerado um dos gurus da área de gestão, César Souza alerta para a importância das empresas reorganizarem seus processos a partir das demandas do século 21. Essa transformação também requer uma
nova postura do líder, mais customizada e menos por “atacado”.
no livro a neoempresa, o senhor aborda as características necessárias para uma empresa crescer no século 21, entre elas, o perfil do novo líder. Esse profissional precisaria customizar a relação com o liderado. como é possível aplicar
essa teoria na prática?
Souza É importante o neolíder entender que as pessoas não querem mais ser tratadas como um “cargo”, pois isso não estimula produtividade e comprometimento. A liderança precisa aprender a customizar a relação com as pessoas, entender quem é aquele ser, seus sonhos e necessidades. Os bons líderes que eu conheço dedicam aproximadamente 40%
do seu tempo às pessoas.
pessoas felizes produzem mais. com uma relação mais próxima é possível realizar ações individualizadas e menos por “atacado” capazes de gerar felicidade?
Souza Sem dúvidas. A maioria das pessoas é infeliz no local trabalho, em função das corporações não permitirem que os colaboradores tenham autonomia para desenvolver seu potencial e exercer a criatividade.
assim como hoje há um apagão de profissionais, há também um apagão de lideranças?
Souza Com certeza. Há três anos fiz uma pesquisa com 1.065 representantes de empresas. Perguntei se a organização dispunha de líderes na quantidade e na qualidade necessárias para o momento de crise da economia: 71% disseram que
não. Recentemente, em um congresso, questionei novamente e o número aumentou para 87%. Esses dados graves mostram que é preciso tomar uma providência urgente no sentido de recapacitar os líderes da atualidade.
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Pós-graduação a distânciaO Senac-RS oferece
diversas opções de cursos
de especialização para
aqueles que buscam crescer
profissionalmente ou até
mesmo ampliar os hori-
zontes dentro da área de
atuação. Entre as opções,
destacam-se os setores de
Artes, Educação, Gestão,
Informática, Meio Ambiente
e Saúde. Se o tempo está curto e o estudante almeja conciliar
tarefas, a opção EAD é a melhor escolha. As aulas são a distância
e o material didático é disponibilizado online, permitindo que o
aluno participe de fóruns de discussão com os colegas e professo-
res através do computador. As inscrições encerram no dia 15 de
setembro. Para mais informações acesse www.senacrs.com.br/pos
ou ligue para (51) 3284-1990.
Empreendedores Individuais ultrapassarão MPEsCriada em 2009, a categoria de Empreendedores
Individuais (EIs) vem adquirindo cada vez mais
mercado. É o que comprova um apontamento
realizado pelo Sebrae Nacional. Hoje, são 2,1
milhões pessoas que abriram seu negócio sozinhas,
enquanto as pequenas companhias totalizam 3,9
milhões. A estimativa para 2014 é que haja aumen-
tos para 4,3 milhões de empreendedores indivi-
duais e 4,2 milhões para empresas, o que indica
tempos favoráveis para quem deseja se tornar um
EI. Ainda segundo a pesquisa, o comércio e os ser-
viços são os setores que mais abrigam empresários
individuais, sendo a lista encabeçada pela venda de
roupas (214 mil proprietários solo), seguida por
cabeleireiros (151 mil), obras de alvenaria (62 mil),
lanchonetes (59 mil), e minimercados (54 mil).
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Bens & Serviços / Julho 2012 / Edição 8712
Para que um empreendimento seja sustentável, vale cuidar os detalhes que o compõe,
desde sua concepção, se possível. Seja a redução do consumo de energia ou embalagens
de papel reciclado, o que importa é estar atento às demandas do planeta (e dos clientes)
um jeito“verde” de ser
Écomum imaginar que todo proje-to sustentável custa caro e que o retorno não é imediato. Albert Koelln, arquiteto, prova que as coisas não são bem assim. “Sustentabilidade é, primeiro, respeitar a geografia, e isso não é caro.” Alguns materiais e tecnologias, como o coletor solar, sim, têm um valor elevado. No en-tanto, nesse caso, a média de redução de gastos com eletricidade é de 30%. Sendo assim, o investimento inicial se transfor-ma em economia e ajuda a gerar energia limpa, gratuita e infinita.
A inspiração para abrir a empresa de arquitetura sustentável surgiu quando Koelln e sua sócia, Ingrid Dahm, estagia-ram na Alemanha. Lá, eles perceberam a existência de vários escritórios como o que vieram a montar em 2009, em Porto Alegre, o Cubo Verde. “Já tinha a ideia, mas lá identifiquei o foco do ne-gócio”, lembra. A partir daí, ele passou a dispensar os projetos convencionais para se dedicar apenas aos ecológicos, que demandam ainda mais criatividade
e adaptação. “Sustentabilidade é um ci-clo, é pensar desde o anteprojeto, pas-sando pela supervisão até o descarte de materiais”, descreve.
Koelln conta que é procurado por curiosos que ainda não sabem como funciona um investimento assim. Quem realmente fecha um contrato com o
Cubo Verde é porque quer realizar uma obra com o mínimo de desperdício e investir em fontes menos poluentes de energia. “São pessoas de todos os ramos que querem agregar sustentabilidade ao negócio”, esclarece. Diferente de quan-do se constrói do zero, no caso de uma reforma, às vezes é necessário adaptar. É o caso do sistema de captação de água da chuva, que depende da gravidade para ser implantado. Koelln relata que já foi necessário enterrar uma caixa d’água no solo, pois o local não comportava um reservatório suspenso.
Hoje não é mais necessário comprar móveis novos para equipar uma sala ou um restaurante. Trabalhando também com arquitetura de interiores, o arqui-teto conta que é possível reutilizar os já existentes, diminuindo o consumo de madeira. Ele dá o exemplo de um bar, em Porto Alegre, que foi decorado ape-nas com mobiliário já existente nos fun-dos da casa. “Eles tinham um depósito e todos os móveis saíram dali”, relembra.
Para construir o Café Bonobo, Marcelo Guidoux Kalil inspirou-se no período que morou em Londres
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TexTo: BeLiSa LeMeS da VeiGa
Bens & Serviços / Julho 2012 / Edição 87 13
Da horta à DecoraçãoMarcelo Guidoux Kalil e Valesca
Kuhn sempre tiveram a ideia de abrir um restaurante sustentável, onde quase toda a matéria-prima dos pratos saísse do próprio quintal. Em 2009, se estabe-leceram no bairro Bom Fim, em Porto Alegre, e deram início ao Café Bonobo. O antigo sobrado, que já abrigou uma galeria de arte, agora é um lugar que serve comida vegana (que elimina o uso de produtos de origem animal). “As pessoas vêm porque a comida é gostosa. A maioria nem é vegana”, conta.
Com as próprias mãos, eles reforma-ram a casa, transformando a garagem em sala de estar e depois em um salão, com capacidade para 30 pessoas. O conceito de sustentabilidade abrange toda deco-ração do local, onde parte das cadeiras, mesas, molduras, estantes e quadros foi adquirida no lixo. O restante foi com-prado em lojas de móveis usados.
Marcelo conta que a inspiração veio do tempo em que morou em Lon-dres. “Lá, conheci um formato que se assemelha mais a uma cooperativa”, relata. Na horta, há árvores nativas,
feijão vermelho e uma grande varieda-de chás. O que não cresce ali, é adqui-rido na feira de produtos ecológicos do bairro. “Compramos pronto suco de uva, cerveja (de produtores artesanais da região) e vinho (chileno, sem con-servantes).”
Para regar as plantas e limpar a casa, eles montaram uma estrutura caseira de reutilização da água da chuva. O sistema para captação de energia solar funciona desde o ano passado e já trouxe resul-tados. “O primeiro painel solar custou R$ 2 mil, e, em menos de um ano, já economizamos o equivalente a um mês de energia elétrica.” Para reduzir ainda mais o consumo, eles planejam adquirir o segundo em breve. As lâmpadas que iluminam o café são de LED e custam cerca de R$ 20 cada. Não há ar-condi-cionado, mas dois ventiladores de teto.
Para incentivar o uso de bicicletas, o Café Bonobo implantou um bicicletá-rio. Mas, como revela Kalil, “a maioria das pessoas ainda vêm de carro”. Junto ao caixa, é possível levar para casa uma muda de planta, como o abacateiro. Eles não vendem refrigerantes e a água
servida aos clientes não é mineral, mas potável, evitando a eliminação de resí-duos ao meio ambiente.
Loja eco Planejada com foco na ecoeficiên-
cia, a C&A Eco, no centro da capital gaúcha, foi a primeira loja ambiental-mente sustentável da rede no Brasil, se-guindo o modelo da primeira no mundo da marca, localizada em Mainz, na Ale-manha. O projeto foi elaborado com o objetivo de reduzir emissões de carbo-no e racionalizar o consumo de água e energia. Toda a concepção da loja e sua operação funcionam de maneira sus-tentável, desde a utilização de produtos corretos até a criação de um espaço de sustentabilidade ao cliente. Para isso, a loja adotou um coletor de lixo eletrô-nico, paredes claras que melhoram as condições térmicas (reduzindo, assim, o uso do ar-condicionado) e sacolas oxibiodegradáveis, em substituição às de plástico, além de papel reciclado nas embalagens de presente e em todo o material de papelaria utilizado pela em-presa, entre outras soluções.
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Bens & Serviços / Setembro 2012 / Edição 89
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As mídias sociais promoveram, na última década, mudanças no relacionamento entre
empresas e o público-alvo. Conheça as particularidades das principais redes e como
elas podem ser usadas para impulsionar o seu negócio
s mídias sociais deixaram de ser novidade. Em 2012, Twitter e Facebook são quase tão familiares para os usuários de internet quanto o e-mail e os comunicadores instantâneos. Para as empresas, é uma oportunidade de tornar seus produtos e serviços mais co-nhecidos, sem a necessidade de investir muitos recursos financeiros. Essa apa-rente facilidade de veicular as marcas para os consumidores esconde armadi-lhas e ainda hoje é comum encontrar companhias sem uma estratégia ade-quada para a rede.
Como qualquer estratégia de co-municação, é preciso estudar qual a tática correta para atingir o público-alvo e potencializar a divulgação da marca. O primeiro passo para obter sucesso nas mídias sociais é compre-ender o seu funcionamento. Os blogs corporativos são mais indicados para
quem deseja publicar conteúdo mais longo, e são frequentados por um pú-blico que conhece ou tem interesse em saber mais sobre a marca. Já as redes sociais se baseiam em relacionamentos e tem uma dinâmica veloz. Uma inte-ração inadequada é capaz de gerar um impacto negativo sobre o negócio.
Para fortalecer a presença na inter-net, as organizações recorrem a profis-sionais especializados no meio digital. Eles auxiliam a identificar o interesse de potenciais clientes, estabelecer obje-tivos, planejar ações e promoções, além de fazer um acompanhamento constan-te para eventuais mudanças de cenário.
Sócio-proprietário da agência de comunicação digital Sudhouse, Duda Miralha diz que as relações com o pú-blico sempre fizeram parte da rotina das empresas. Na avaliação do especialista, a principal mudança – e que assusta
muitos gestores – é a rapidez com que as interações acontecem. “Há um abis-mo entre o que era realizado até uma década atrás, o que está sendo feito hoje e as projeções das novas tecnolo-gias”, explica.
a interação digitalCurtindo
TexTo: Marcelo SalTon Schleder
Miralha: é necessário monitorar e acompanhar a repercussão das postagens
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Bens & Serviços / Setembro 2012 / Edição 89 15Independentemente da empresa
optar pela ausência nas mídias sociais, os clientes estarão lá, prontos para dar depoimentos sobre a qualidade dos pro-dutos e do atendimento, a pontualidade da entrega e o processo de pós-venda. É o tradicional boca a boca, porém nas mídias digitais ele é mais forte.
INFORMAÇÃOTer um relacionamento próximo
com os consumidores é o sonho de qual-
quer organização. As mídias sociais per-mitem isso, mas é preciso oferecer atra-tivos para que os usuários acompanhem as ações da empresa. Conhecer o recep-tor é fundamental. “Para falar você deve ouvir primeiro, por isso é tão importante uma etapa inicial de monitoramento, que produzirá uma matriz de conteúdo dos principais temas de interesse de cada público”, destaca Miralha.
A partir desse monitoramento, há elementos suficientes para a criação de
uma estratégia. Usar da criatividade é essencial para levar aos clientes temas de interesse e que tenham relação com o negócio da empresa. Depois disso, com o acompanhamento da repercus-são das postagens, é possível direcionar as novas interações de acordo com os interesses do público.
Um exemplo consagrado de ação nas mídias sociais são as ofertas exclu-sivas. Elas permitem às organizações criar uma base de seguidores. Outras práticas aconselháveis são dicas de uso de produtos, avisos sobre serviços e compartilhamento de causas relaciona-das à atuação da empresa. Entretanto, Miralha ressalta que a eficiência das ações podem sofrer grandes variações. “O certo é que não há fórmula. O que deu certo pela manhã pode causar um grande ruído no final da tarde, porque do outro lado existem pessoas, que al-ternam suas opiniões em função das mais diversas motivações”, comenta.
CASOS DE SUCESSOA gerente de Marketing da franquia
da Pizza Hut no Rio Grande do Sul, Dana Chmelnitsky, avalia que a sen-sibilidade é um emento-chave para o sucesso nas mídias sociais. “Gerenciar um perfil é mais baseado em um exercí-cio de empatia do que de técnica.” Na empresa, há uma preocupação constan-te em ser cordial e útil aos seguidores. “Por ser uma ferramenta extremamente segmentada e espontânea, temos que ter o cuidado em postar conteúdo de relevância e não sermos invasivos.”
A estratégia deu certo. Através da divulgação de campanhas promocio-nais e lançamento de produtos, a Pizza
Bens & Serviços / Setembro 2012 / Edição 89
uia de GestãoG16
Hut superou a marca de 3 mil seguidores no Twitter e de 10 mil no Facebook. “É necessário entender as movimentações da sociedade e caminhar no mesmo sen-tido. A forma de se comunicar mudou, e precisamos entender isso e nos adequar. As redes sociais nos permitem criar um relacionamento que não esteja baseado no processo de compra e venda”, co-menta Dana.
A rede de lojas Gang tem como pú-blico-alvo os adolescentes, categoria de consumidor mais inserida no ambiente online. “A prioridade é o conteúdo que envolva as promoções. Ainda assim, postamos muito conteúdo sobre os lan-çamentos e tendências da moda, sem-pre tentando relacionar com os nossos produtos e com o interesse dos clien-tes”, diz a coordenadora de Marketing da empresa, Letícia Steibel.
Na Gang, todo o conteúdo de mí-dias sociais é programado com uma semana de antecedência. Contudo, a empresa não deixa de acompanhar os assuntos mais comentados e promove
modificações conforme a necessidade. Hoje, são 9,4 mil seguidores no Face-book e 8,5 mil no Twitter, além de um blog e página no Orkut.
DIFERENÇASFacebook, Twitter, Orkut, Goo-
gle+, Pinterest. Com tantas opções, fica a questão: como conciliar ações em redes tão diferentes? Para responder, os gestores devem considerar o perfil do público a ser atingido, as ferramentas de cada serviço, se o conteúdo é de foco promocional ou institucional e qual o objetivo da estratégia.
Há empresas que optam em criar conteúdo diferente para cada rede so-cial, em razão dos diferentes tipos de interação e consumo. Outro grupo pre-fere integrar as contas, concentrando a maior parte do conteúdo em uma delas.
Miralha esclarece que, além das fer-ramentas, o tempo de vida de uma pos-tagem costuma variar de acordo com a rede. “A interface do Twitter torna seu uso direcionado para pessoas que con-
sigam estar atentas às postagens no mo-mento em que surgem, e daí repassam para o seu grupo. Já no Facebook, ocor-re um consumo de interesse e pesqui-sa, onde o comportamento é de busca por assuntos interessantes na linha do tempo e o comentário, por vezes com grande lapso de tempo da postagem original, ainda assim pode desencadear um novo debate”, ensina.
A Pizza Hut faz um trabalho especí-fico para cada rede que atua, com resul-tados variados. “A interatividade é mui-to maior, no Facebook, pois além de ter mais de 140 caracteres, pode se postar imagens, e é possível fazer comentários, que geram interação e efeito viral entre os amigos de quem curte nossa página. O tempo de vida da publicação é muito maior do que no Twitter”, relata Dana.
Só as experiências de cada compa-nhia irão determinar quais as escolhas corretas. O importante é que as empre-sas estejam preparadas para aproveitar a oportunidade de interação da melhor forma, com respostas rápidas e monito-ramento para identificar oportunidades.
Nas mídias sociais, a interação am-plia o poder do consumidor. Dessa forma, é comum que clientes insatisfeitos façam reclamações públicas e cabe às empresas estar preparadas para um retorno veloz para solucionar o problema. “Quando recebemos alguma reclamação, vamos in loco entender o que houve para dar um retorno personalizado e real para cada situação”, relata a gerente de Marketing da franquia da Pizza Hut. O importante é encerrar o processo como uma opor-tunidade de melhoria do produto ou do serviço, assim como seria feito por tele-fone ou no balcão.
Passo a passoSaiba como montar uma estratégia de sucesso nas mídias sociais
Conheça o público alvo: classe social, sexo, faixa etária e interesses
Estude a maneira mais adequada de se relacionar: tipo de mensagem com
maior aceitação e hábitos de uso da internet
Ouça e interaja: o cliente se sente valorizado
Poste conteúdo relevante: relacione os produtos da empresa com a
utilidade para o consumidor
Aprenda a ser sucinto: o texto não deve ultrapassar poucas linhas
Mantenha os contatos atualizados: aumente as chances de interação
Crie metas periódicas: revise a linha de ação constantemente
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Ricardo Setyon Jornalista e professor do MBA Gestão e Marketing Esportivo da Trevisan Escola de Negócios
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A cidade de Londres realizou uma Olim-píada impecável, apostando na grandiosi-dade de suas tradições, na organização, na educação de seu povo e, como não poderia deixar de ser, na gestão adequada e profissio-nal de cada detalhe.
As tradições estavam presentes nas fes-tas de abertura e fechamento. Estavam nas provas de rua, onde se viram por dias os be-líssimos cartões postais da cidade. Estavam na pontualidade das provas e na constante presença da família Real.
A população londrina aproveitou cada momento. Marcou presença nas competi-ções, recebeu os turistas com educação e or-gulho, manteve todos os serviços funcionan-do impecavelmente. O povo britânico tem a característica de manter tudo com extrema organização, talvez com uma certa dose de inflexibilidade que causa estranheza a perso-nalidades latinas. Nesses jogos, era impossí-vel não observar o que classifico como over organization, uma prática de delinear normas, definir regras, ter tudo em tabelas e planilhas que, no final, causa um certo engessamento. Mas não podemos deixar de considerar que eventos como Copa do Mundo e Olímpiadas carregam grande dose da cultura e da per-
sonalidade dos povos que os sediam. A co-nexão Londres-Rio de Janeiro teve início lá, no Estádio Olímpico, onde pudemos mostrar as nossas características, os nossos valores e tradições. E fizemos bonito. E os ingleses, assim como os demais, das mais diversas na-cionalidades ali presentes, gostaram do que viram. E aplaudiram.
Em pouco tempo, fomos capazes de mos-trar que o Brasil é também samba e mulher bonita. Mas não só. Somos o contraste do gari Sorriso e do gringo “cintura dura”. Mas somos Marisa Monte e Heitor Villa Lobos.
A conexão Londres-Rio começou quando o presidente do Comitê Olímpico Internacio-nal, Jacques Rogge, passou a bandeira olímpi-ca às mãos do prefeito carioca, Eduardo Paes. O Rio de Janeiro será responsável pela primei-ra Olimpíada na América Latina desde 1968, quando a cidade do México foi sede.
É na capacidade de gestão de um gran-de evento que temos que nos aproximar de Londres e dar conta de responder a tamanha responsabilidade. Nossas tradições, valores e traços culturais serão mais bem vistos e per-cebidos se tivermos competência e recursos profissionais para pensar, planejar, organizar e realizar algo tão grandioso!
C onexão Londres-Rio
“É na capacidade de gestão de um grande evento que temos que nos aproximar
de Londres e dar conta de responder a tamanha responsabilidade.”
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FOTOS: Daniel KullOcK/DivulgaçãO
Bens & Serviços / Setembro 2012 / Edição 89 19
O que é essencial saber sobre a geração Y?
eline Em primeiro lugar, a Geração Y não está acostumada ao ‘tempo’ de outras gerações. Meu conceito, meu modelo mental de ‘rápido’ é diferente do modelo mental de alguém da Ge-ração Y. O meu modelo é do tempo da carta – em que uma correspondência levava dez dias para chegar ao seu des-tinatário – e uma mistura disso com o Twitter, dos tempos atuais. O modelo mental do jovem percebe somente o Twitter. Nossos tempos são distintos e não nos damos conta disso. Em segundo lugar, eles são de uma época em que não há mais manuais: tudo é aprendido por tentativa e erro. Eu sou da época dos manuais. Nós líamos
A pesquisadora da
juvenTuDe
E n T R E V i S T A
antes para aprender como uma gela-deira funcionava. Hoje o aprendizado deve ser por tentativa e erro, e os mais velhos ainda esperam pelo modelo de ‘manual’, desconhecido pelos mem-bros da Geração Y. Um terceiro aspec-to a considerar é que eles aprendem com os pares, não com pais, professo-res e chefes. Em um mundo em que a tecnologia avança muito rapidamente, onde se compartilha tudo, é mais fácil entrar num site para tirar dúvidas, ou para escolher um hotel, um compu-tador ou uma moto, por exemplo. Em quarto lugar, está a questão da autori-dade, que também mudou. A família deixou de ser autoritária para ser mais compreensiva e tornar-se ‘amiga’ dos filhos. São eles que escolhem onde se
almoça no domingo ou aonde a família vai. Na escola, a figura autoritária do professor também perdeu espaço. Na empresa, chegam tratando todos de igual para igual.
como está a inserção desses jovens no mercado de trabalho?
eline Esses jovens estão entrando num mercado de trabalho mais aquecido do que em outras épocas, o que reforça a alta autoestima. Eles não passaram pelos árduos tempos da hiperinflação, do país subdesenvolvido, da ditadura. Nasceram e cresceram sob o contexto de um ‘Brasil BRICS’ (sigla para o agrupamento Brasil-Rússia-Índia-China-África do Sul). A cultura brasileira
À frente do Grupo Foco, consultoria que fundou há 19 anos, Eline Kullock
tem vasta experiência no que diz respeito à pesquisa sobre tendências de
comportamento dos jovens, fazendo da executiva uma das maiores especialistas no
país sobre os desejos e anseios da conhecida Geração Y
entrevista
Bens & Serviços / Setembro 2012 / Edição 8920
é muito diferente, neste momento, da cultura espanhola, por exemplo, em que um em cada três jovens estão desempregados. Eles podem optar, como o fazem. E não criam os mesmos vínculos que eram criados no passado. Podem decidir sair para ‘mochilar’ por um tempo, ou criar uma banda ou um projeto que os interesse muito. Isto porque viram um modelo falido de seus pais que não podem se aposentar aos 60 anos ou 70 anos e têm que ganhar a vida até seus 80, 90 anos. Os jovens da Geração Y querem ter prazer agora e
não depois, porque não sabem quando este ‘depois’ surgirá.
Quais as principais características desses jovens?
eline São tecnológicos, questionadores, voltados para resultado, com uma tomada de decisão muito rápida, de bom humor. Só aceitam a liderança pela admiração, são mais egoístas que os membros de outras gerações, querem ter prazer instantâneo e têm mais difi-culdade de receber feedback negativo.
e qual o perfil do líder admirado por essa geração?
eline Eu faço essa pergunta para plateias, sobre quem é o ídolo des-sa geração, e é muito interessante, porque essa moçada não sabe dizer. Essa é a geração do ‘muito’. Na minha época de jovem, tínhamos poucas opções sobre o que decidir: a marca da televisão, do automóvel, os tipos de cursos nas universidades eram poucos. Hoje em dia, a quantidade de cursos dentro do campo da engenharia, por exemplo: os jovens ficam perdidos porque têm muitas opções. É a geração do ‘muito’ em relação à cor da capa do celular, ao modelo de carro, etc. Essa geração nem se dá conta de como tem opões de escolha. Eles falam muito do Steve Jobs, mas eles todos sabem que o Jobs tinha um gênio muito difícil para lidar numa organização. O líder que for difícil vai gerar muita insatisfação e frustração. O líder (que eles admiram) será aquele que escuta; esses jovens querem ter voz e um líder que os engaje desde o início em um projeto. Eles estão acostumados a falar o que pensam do presidente, das marcas: dar voz é importante e engajá-los desde o início também. O líder que fizer isso, além de liderar pelo exemplo, vai ter melhor aceitação. você costuma chamar essa geração de “questionadores”. Por quê?
eline Porque a eles foi permitido, pela família, o questionamento. Seus pais já os educaram dizendo ‘não pode fazer isso por tal e tal motivo’. As explica-
“A FAmíliA dEixou dE SER AuToRiTáRiA
pARA SER mAiS compREEnSiVA E ToRnAR-SE
‘AmiGA’ doS FilhoS.”
Bens & Serviços / Setembro 2012 / Edição 89 21
ções já lhes foram passadas pelos pais, que não queriam educar seus filhos de uma forma rígida como foram educados. A família passou a exercer uma autori-dade menor sobre os filhos, que apren-deram a não aceitar ‘não’ como resposta. Querem a explicação de por que não lhes é permitida alguma coisa e querem contra-argumentar, e ter voz ativa nas organizações como têm em casa.
Quais os benefícios desse tipo de comportamento?
eline Eles fazem você questionar se sua afirmativa é valida ou não. Esses jovens são as melhores pessoas para você falar sobre uma ideia, porque essa contra-argumentação te ajuda a racio-nar melhor do que se você fizesse isso sozinho. Quando você é questionado a todo tempo você tem que se reformular. Você tem que ter certeza da resposta que tem que dar, e eles fazem você se questionar o tempo todo. Nesse sentido é uma contribuição enorme que a Gera-ção Y está oferecendo em comparação a outras gerações que simplesmente concordavam ou discordavam sem contra-argumentar. Em uma empresa, acredito que ajuda a repensar a estra-tégia. Eles não estão viciados em um modelo. Como exemplo: uma loja que vende normalmente no mundo físico e de repente vem um jovem que sugere vender no modelo virtual. Você pode estar matando um modelo tradicional, mas é melhor você mesmo fazer isso do que um concorrente. Esses jovens não estão presos a um modelo, podem te ajudar a perceber oportunidades que es-tão no mundo 2.0. Eles podem oferecer
uma nova percepção sobre o raciocínio no mundo do ‘muito’ e do ‘pouco’.
no mercado profissional, o que as empre-sas podem aprender com a geração Y?
eline Podem aprender os seguintes aspectos: primeiramente, o seu ritmo, que é acelerado, como demandam os novos tempos da economia. Em segun-do lugar, podem aprender o pensamen-to sobre um universo maior, porque os jovens estão inseridos num contexto maior que o nosso (há mais opções de tudo para se analisar a decisão de compra de um determinado produto, há mais variáveis intervenientes num processo, já que o mundo é plano). Por último, podem aprender a funcionar pelo método tentativa e erro, que é uma tendência, para aprender, sem esperar um ‘professor’.
e o contrário?
eline Os jovens devem aprender com os membros de outras gerações: a ter maior resistência a frustração; a pensar a mais longo prazo; a analisar as situações de forma mais profunda e a aprimorar seu autoconhecimento.
e quais dificuldades as empresas podem encontrar na geração Y, como profissionais?
eline Todos os pontos citados na ques-tão anterior. Essa geração se conhece pouco, porque recebeu muito feedback positivo de seus pais. É a geração ‘Yes, you can’ da campanha do (Barack) Obama. Tudo lhes era permitido, como diziam os educadores do nosso tempo, para que não crescessem frustrados, com baixa autoestima. Com a necessi-
“oS joVEnS dA GERAção Y quEREm TER
pRAzER AGoRA E não dEpoiS, poRquE não SABEm
quAndo ESTE ‘dEpoiS’ SuRGiRá.”
entrevista
Bens & Serviços / Setembro 2012 / Edição 8922
“ESTA GERAção SE conhEcE pouco, poRquE REcEBEu
muiTo feedback poSiTiVo dE SEuS pAiS. É A GERAção
‘Yes, You can’ dA cAmpAnhA do oBAmA.”
dade de tomar decisões rápidas, o pro-cesso de análise pode ser superficial. Como não sabem como serão em um mundo em mudança acelerada, não têm pensamento de longo prazo. Essa geração não aprendeu a ser con-trariada, porque foram mais mimados, de maneira geral, se comparados a outras gerações. Assim, essa geração tem menor resistência à frustração.
e de que forma é possível contornar essa situação? como esses jovens podem adqui-rir mais autoconhecimento e lidar melhor com a frustração?
eline Tanto a resistência à frustração quanto o autoconhecimento não são
algo que você aprende em um livro, são exercícios cotidianos, e que precisamos fazer com eles. Ajudá-los a pensar, pois talvez eles não dediquem muito tempo para fazer isso no mundo prático que eles têm. Então, o papel da chefia é fa-zer com que esses jovens repensem eles mesmos, baseado muito no coaching, e com base na ação do que esse jovem fez, ajudá-lo a pensar sobre ele. E quan-do o jovem desanimar com um projeto, buscar nominar essas possíveis dificul-dades, tais como a frustração, para que toda vez que esse assunto surgir seja possível voltar a ele e discutir.
alguns estudos apontam a dificuldade da geração Y em respeitar
superiores. isso ainda acontece com frequência no mercado ou é um comportamento que está mudando?
eline Acontece e acontecerá com maior frequência. Em função de não verem mais os pais nem seus professores como uma fonte de autoridade, o conceito dessa palavra muda muito no desen-volvimento do novo modelo mental. Seu chefe não é mais uma autoridade, nem o presidente de sua empresa, nem o especialista. Ele pesquisa o que quer em ‘real time’, contra-argumenta com os médicos, questiona a autoridade e não aceita um ‘porque não’ como resposta.
Que tipos de consequência essa atitude pode trazer para a carreira?
eline Acredito que a impaciência possa levar a decisões precipitadas. Tem a ver com a geração delete/restart. Às vezes deletamos algo e nos damos conta depois que não devíamos ter deletado. É uma geração que está muito acostumada ao jogo: perde, deleta, recomeça. Acredito que a consequência dessa impaciência pode acarretar decisões muito precipitadas na vida, de uma maneira geral, e no trabalho. Eu já ouvi de um jovem executivo que, em uma reunião com o presidente de uma empresa, havia feito uma série de sugestões e que o presidente fez perguntas muito óbvias, e ele se deu conta de que não tinha uma opinião formada com base em dados reais, mas na opinião própria, sem embasamento suficiente. Ele poderia fazer uma campanha inteiramente errada. Acredito que muitos vão
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errar nisso. E eles precisam ser confrontados, porque só vão aprender na hora em que isso acontecer. Esse executivo me disse que aquele contato com o presidente o ajudou muito na sua carreira porque ele viu que estava fazendo apologia de uma campanha sem embasamento algum.
O que o mercado deve saber sobre o con-sumo vindo da geração Y?
eline Eles serão menos fiéis às marcas, exigirão respostas rápidas. Inserção nas mídias sociais (onde eles podem ser mais iguais); estarão mais inseridos no consumo ecológico que outras gera-ções, estarão prontos a experimentar o novo. Estarão extremamente ligados a tudo o que puder acelerar seu tempo, o que for prático. Vão se vestir de forma a transmitir, pelas roupas, seu estilo de vida. Irão misturar o que é de marca com o prático, barato, numa forma de mostrar como pensam.
como as empresas podem aproveitar ao máximo o potencial desse jovem como profissional?
eline Deixá-los criar, escutá-los, dar espaço para ouvir suas ideias. Argu-mentar com eles, fazê-los desenvolver uma análise mais profunda para ver se sustentam sua argumentação, o que irá torná-la mais forte (a argumentação).
Que perfil de líder essa geração formará (ou já está formando)?
eline Essa geração liderará de forma mais impessoal, partindo do pressupos-
to de que todos sabem os seus próprios papéis. Conduzirá mais reuniões vir-tuais, por estar acostumada ao modelo virtual. Dará tarefas e não cobrará o andamento da tarefa, por ser mais concentrada em resultados. Pode ser que falte o líder inspirador, inflamado com suas ideias e ideais.
O que esperar para depois da geração Y? Quem é a geração Z?
eline Eu tenho certa dificuldade em falar em Geração Z porque eu gosto de dar nomes de acordo com as caracte-rísticas que elas têm, e essa geração que vem por aí nós ainda não sabemos que modelo mental terá. E uma gera-ção, para ser de fato uma geração, tem que ter um modelo mental próprio, e
eu não sei se essa geração que vem aí terá um modelo mental diferente. Mas certamente esses jovens vêm com uma questão ecológica mais bem preparada para lidar com o mundo por uma ques-tão de necessidade, não por questão de conceito. Certamente terão uma visão de mundo mais diferente dessa que está aí, porque eles irão entrar em um mundo onde o empowerment das pessoas será maior, porque elas pode-rão criar ou destruir uma marca. Ela já vem com a segurança de que a opinião dela conta muito, a geração que está aí começa a viver isso, mas não é algo nativo. Então a próxima vai ter essa noção de empowerment mais forte. É que nem o tabuleiro de xadrez: o poder do peão é muito maior do que andar para frente uma casa.
“ESSA GERAção lidERARá dE FoRmA mAiS impESSoAl,
pARTindo do pRESSupoSTo dE quE TodoS SABEm oS
SEuS pRópRioS pApÉiS.”
arcasM
Bens & Serviços / Setembro 2012 / Edição 8924
ma marca forte é cons-truída com um posicionamento bem-definido. Por trás do nome, existe uma estratégia de mercado – quem é a em-presa, qual a sua identidade, que valo-res ela quer transmitir para o público. O conceito deve perpassar todos os
U
O logotipo é a representação visual de uma marca. Para evitar más interpretações e
transmitir a mensagem que se pretende, é necessário planejamento estratégico e estar
atento às transformações do mundo sem perder de vista a identidade do negócio
para além dos olhosConCeito
âmbitos do negócio, da filosofia interna de trabalho à relação com o cliente. No entanto, ele é mais perceptível por meio de um elemento-chave: o logotipo.
Desenvolver um logo não é sim-ples. A imagem, além de esteticamente aprazível, deve ser funcional e adequa-da aos objetivos da marca. Para isso, é preciso que o desenho esteja atrelado à mensagem que se quer passar. Trata-se de um símbolo, de uma representação visual para várias ideias. Porém, muitos empresários ainda tratam o logotipo apenas como uma mera ilustração. E isso pode prejudicar o sucesso do em-preendimento.
Valores alinhadosO primeiro passo para criar um bom
logo é entender o próprio negócio. É preciso ter metas definidas, assim como missão, visão e valores bem-delineados. “Todos têm que entender o âmbito da marca, tanto o público interno quanto
o público externo”, explica o consultor de branding Helio Moreira. Feito isso, a empresa se posiciona estrategicamente no mercado buscando diferenciação, destaque no segmento em que atua.
Atrelada a esses fatores, vem a pesquisa. Busca-se conversar com diri-gentes, colaboradores e consumidores. Reuniões e entrevistas com esses gru-pos auxiliam a entender a percepção que se tem da marca. Compreender o contexto em que a empresa está inse-rida também é importante. A publici-tária Paula Quintas, sócia-diretora do Estúdio Bergamota, afirma que a marca precisa “ter a noção do segmento com que ela conversa: saber quais os sinais e signos que o público entende, como pode falar com ele e, principalmente, como pode se diferenciar”.
Mais que estétiCaCom todos estes âmbitos encaixa-
dos, parte-se para a concepção do lo-Paula: “Deve-se entender a relevância da marca no mercado”
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Bens & Serviços / Setembro 2012 / Edição 89 25
gotipo. A essência da marca será trans-formada numa figura cuidadosamente planejada. Cores, tipografia e demais elementos são combinados de maneira que remetam às ideias a serem passadas. Quando bem-feito, o resultado positivo do logo é inegável. Nike e McDonald’s, por exemplo, têm representações visu-ais icônicas. Basta ver o logotipo para saber do que se trata.
A representação visual demanda o trabalho de profissionais. “Muitas mi-cro e pequenas empresas contratam contabilista, advogado, arquiteto, mas não uma agência especializada para fa-zer a sua marca, que é a principal fonte de comunicação com o cliente”, alerta Moreira. Assim, alguns empreendimen-tos optam por um “desenho bonito”, sem considerar a funcionalidade e as interpretações possíveis da figura.
Cada uM Vê de uM jeitoA interpretação está ligada a ques-
tões culturais. “Toda marca, por ser emocional, vai ter olhares e relações
diferentes em relação a ela. Questões cromáticas, de simbologia e conceituais não vão ser lidas de uma maneira tão homogênea”, explica Jeff Barros, sócio-diretor da agência Packaging. Em outras palavras, nem sempre se pode prever um impacto negativo – apenas minimizá-lo.
Mudanças sociais como a ascensão da classe C e a vigente preocupação com sustentabilidade também afetam as marcas. Um bom logo costuma ser atemporal, mas há vezes em que certas alterações são necessárias. “A Coca-Cola muda seguidamente, mas faz pequenos ajustes – uma tonalidade, o desenho da letra. É quase como lapidar um diamante. As marcas bem-dese-nhadas são lapidadas”, compara Paula. É o chamado redesign, ou redesenho, quando são necessárias somente leves modificações.
Por outro lado, há marcas que sim-plesmente não alcançam sucesso de público e precisam ser completamente alteradas para se adequar à realidade contemporânea. A maior concorrente
da Coca-Cola, a Pepsi, costuma trocar de identidade visual a cada dez ou quin-ze anos. Nestes casos mais extremos, as mudanças podem assustar o público.
Paula cita a marca de sucos Tropica-na. Num reposicionamento de mercado, as embalagens do produto foram troca-das por versões minimalistas. Perdeu-se, assim, o apelo de bebida saudável. As vendas despencaram e, alguns meses depois, a empresa voltou atrás. Acon-teceu algo semelhante com a grife de roupas Gap. O novo logo repercutiu tão negativamente entre os consumidores que, em poucos dias, a empresa decidiu permanecer com a marca clássica.
Na realidade das PMEs, uma mu-dança de logo pode ser interpretada como transformação de todo o negócio. Clientes podem pensar que a loja mudou de dono, por exemplo. Por isso, cabe a recomendação: entender a função da empresa. “O segredo é estar sempre com os olhos no mundo, entender sua rele-vância no mercado. Com isso, a marca acompanha”, explica a publicitária.
Lúcia SiMon
T E N D Ê AN C I
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TexTo: Luísa KaLiL
ão há dúvidas sobre a crescente velocidade com que tudo se transforma hoje, em especial a partir do constante progresso tecnológico, provocando impac-tos tanto em hábitos individuais quanto coletivos. Em pouquíssimo tempo, redes sociais, smartphones e o e-commerce passaram a integrar a rotina de crianças, adultos e idosos, tanto homens quanto mulheres, no ambiente pro-fissional e familiar. Fato é que o avanço na tecnologia não irá parar por aqui, e por isso é necessário estar atento às tendências para os próximos anos. No caso do comércio, quais serão as principais mudanças nos hábitos de consu-mo? E, com base nisso, qual será o perfil do consumidor?
Um estudo da Deloitte Touche Tohmatsu Limited, divulgado no ano pas-sado, aponta alguns traços do consumidor em 2020 e antecipa mudanças a serem acompanhadas pelas empresas. Um arquivo de 28 páginas revela, entre gráficos e texto, como o cenário em que vivemos hoje irá se apresentar em um futuro não muito distante. Afinal, faltam apenas oito anos para 2020 se tornar uma realidade.
Segundo a pesquisa, uma mudança crucial na economia global irá mudar a forma como varejistas e as marcas registram crescimento. Neste novo ce-nário, uma das prioridades dos consumidores será a busca pelo preço baixo.
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Estamos em fase de transição. A tecnologia e a sustentabilidade
tornam-se cada vez mais presentes nas vivências de uma sociedade; os
consumidores estão mais bem informados e ávidos por novidades. Neste
aspecto, quem é o consumidor do futuro e quais serão as suas demandas?
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Bens & Serviços / Setembro 2012 / Edição 8928
NEgóCIO DA ChINAA crise na economia norte-america-
na e a turbulência no continente europeu alteraram certos aspectos no comporta-mento do consumidor. Na terra do Tio Sam, as mudanças apontam o aumento de refeições feitas em casa e no consumo de produtos de marca própria. Mesmo que a economia se recupere, é possível que esse comportamento permaneça. De qualquer forma, o que pode mudar são os requisitos necessários para que varejistas e marcas obtenham sucesso entre consu-midores.
Na China, a crise no setor de expor-tação – provocada pela crise na economia global – levou a um desemprego massi-vo. Ainda assim, o consumo continuou a crescer. O estudo da Deloitte aponta que, mesmo quando a economia global estiver integralmente recuperada, os chi-neses continuarão a consumir de forma crescente. Entretanto, a maior população do mundo permanecerá um país pobre. O alerta é que isso vale igualmente para
outras economias emergentes, como a Índia, o México, a Rússia e o Brasil. Mas o que isso quer dizer? Conforme aponta o estudo da Deloitte, isso significa que, para continuar atendendo a esses consu-midores – classificados como classe média –, é necessário compreender o que eles entendem como valor. Neste aspecto, está incluída uma forte sensibilidade ao preço, o que reservará um bom espaço do mercado para compras com desconto.
O pApEl DOS EmErgENTESO contínuo crescimento dos países
emergentes é esperado, e com isso cres-ce também o mercado de consumidores de classe média. O destaque vai para os BRICS – Brasil, Russia, Índia, China e, mais recentemente, a África do Sul –, além de Indonésia, México, Turquia e Vietnã. Esses países são gigantes não apenas em território, mas também por tamanho econômico, crescimento e por concentrarem um potencial significati-vo. O estudo da Deloitte revela que, até
2020, o Brasil deve crescer acompanhado do rápido aumento no número de pessoas com poder aquisitivo relativamente mé-dio. Na continuidade, a pesquisa aponta que, à medida que os países se tornam mais desenvolvidos, uma série de fatores levará as pessoas a ter menos filhos; com a diminuição da população, a mão de obra atuante e o poder de consumo também diminuirão, enfraquecendo o potencial de crescimento da produção econômica do país. Entretanto, um país em desenvolvi-mento garantirá mais oportunidades para que mais mulheres estudem e integrem o mercado. A questão é: com mais mulhe-res no mercado, a tendência é que casem cada vez mais tarde, tenham filhos mais tarde ou, ainda, tenham menos filhos. O desenvolvimento de um país também exigirá que o profissional seja mais bem qualificado, o que implicará um custo maior da educação e também a elevação do custo de vida. Com as famílias desen-corajadas a ter mais filhos, sobra mais espaço para o consumo de produtos indi-
“O melhor preparo é
não resistir às mudanças.”
Ricardo Vontobelpresidente da Vonpar
Marco QuinTana/DivuLgação vonpar
Bens & Serviços / Setembro 2012 / Edição 89 29
viduais, como viajar e comer fora de casa, bem como diminui o gasto com produtos relacionados a crianças ou adolescentes.
O CENárIO gAúChORealizado pelo Sistema Fecomércio-
RS/Sesc/Senac em 2010, o estudo Rio Grande do Sul 2020: o novo cenário socio-econômico e seu impacto sobre os negócios revela que a população gaúcha, atual-mente de 10,70 milhões, deve chegar a 2020 com 11,41 milhões, segundo a mais recente estimativa do IBGE (2008). O estudo também aponta uma redução nas taxas de natalidade, revelando predomi-nância da maturidade na pirâmide etária gaúcha, isto é, menos jovens e crianças. A previsão é de que, em 2020, a parcela de pessoas com 65 anos ou mais chegue a 12,1%. Atualmente, é de 8,9%. Os jo-vens entre 10 e 20 anos hoje engordarão o centro da pirâmide, e jovens adultos (entre 20 e 40 anos) responderão por, aproximadamente, 30% da população. De acordo com o estudo da Fecomércio-
RS, esta será a primeira vez que haverá um caráter de equilíbrio na estrutura etá-ria do Rio Grande do Sul. Claro que essas transformações terão impacto no consu-mo. O aumento no número de idosos e o envelhecimento da população surtirão reflexos positivos no que diz respeito aos gastos com bens e serviços relacionados à saúde. No Brasil, estudos apontam que, em 2020, o país deve registrar um aumento em 10 milhões de idosos. Ha-verá, também, mais pessoas morando so-zinhas: cerca de 15 milhões. Entre as dez capitais onde o consumo mais crescerá, Porto Alegre aparece na nona posição, com R$ 6,8 bilhões.
SAúDE E BEm-ESTArPara Luiz Goes, sócio-sênior da
GS&MD – Gouvêa de Souza, são muitas as tendências relacionadas ao consumo no futuro. Uma delas é a intensificação dos cuidados pessoais, isto é, produtos relacionados à saúde e ao bem-estar –
artigos de beleza, perfumaria e higiene pessoal, entre outros. “Fabricantes te-rão que incorporar esse tipo de perfil de consumidor”, constata. Goes também aposta na aproximação de faixas etárias, abordando o conceito da jovialização. Ele
“O que fazer a respeito
dessas mudanças irá surgir ao
longo do tempo.”
Luiz GoesSócio-sênior da gS&mD – gouvêa de Souza
eDuarDo De souza/DivuLgação gs&MD–gouvêa De souza
o que está por virA Trendwatching.com é uma referência mundial entre empresas que trabalham
com pesquisas de tendências e inovação. No mês de agosto, em evento promo-
vido pela empresa em São paulo, a diretora da Trendwatching.com na América
latina, luciana Stein, apontou tendências a serem acompanhadas pelo mercado.
Confira algumas:
Newism: busca pelo novo, inédito e personalizado
Flex life: consumo curto, rápido e flexível, para que o consumidor aproveite
o máximo de oportunidades
Bright is beautiful: valorização do conhecimento, do estudo, possibilitado pelo
crescimento profissional e pelo aumento da renda
Eco status: a sustentabilidade ganha posto de status, tanto para consumidores
quanto para marcas
I love my city: iniciativas que ajudam a sociedade a lidar com o caos e
descuido urbano
endênciaT
Bens & Serviços / Setembro 2012 / Edição 8930
explica que, antigamente, pessoas de 50 anos tinham hábitos de consumo mui-to diferente daquelas de 20 ou 30 anos. “Hoje são mais próximos, e a tendência é que se igualem ainda mais. A diferença entre o modo de se vestir e utilizar alguns equipamentos eletrônicos será cada vez menor”, exemplifica. Outra tendência, revela Goes, e que acontecerá indepen-dentemente da classe social, é a valori-zação do ambiente da casa. Os cuidados dispensados à casa se intensificarão, agre-gando mais momentos de lazer em família ou entre amigos.
Um fator relevante é a crescente ur-banização do Brasil. E em nome de uma consciência sustentável, que guarda seu lado ambiental, os consumidores busca-rão maior qualidade de vida nas cidades. “Isso, de certa forma, acaba afetando as relações de consumo.” Em vez de estimu-lar o deslocamento por carro ou transpor-te urbano, o consumidor irá investir com
pOSTurA SuSTENTáVEl A atenção especial aos fatores que
compõem a sustentabilidade não come-çou hoje. O debate sobre as condições do planeta em que vivemos também permeia as questões relacionadas ao consumo. E a tendência é que a susten-tabilidade ganhe cada vez mais força. Caberá às empresas não apenas com-provar a prática do discurso sustentável que adotarem, mas também orientar seus consumidores a realizarem esco-lhas sustentáveis. Isso pode ser feito tanto no local de venda quanto por meio de uma embalagem com informa-ções claras e simples.
O presidente da Vonpar, empresa responsável pela Coca-Cola no Estado, Ricardo Vontobel, adianta: uma das preocupações do consumidor será o ali-nhamento da imagem de um produto ou marca à postura ética da empresa, o que inclui tanto questões ambientais quanto sociais. De uma forma geral, é crucial que as empresas acompanhem os rumos da economia e da sociedade, com o intuito de estar por dentro das mudanças de cenário. “O melhor pre-paro é não resistir às mudanças”, avalia Vontobel. Até 2020, mais consumido-res deverão ter incorporado a prática da sustentabilidade em suas vivências e caberá às empresas não apenas en-gajar seus consumidores, mas também formar parcerias com governos. Desses, são esperadas iniciativas e programas de incentivo a uma economia mais sus-tentável. Segundo estudo da própria Vonpar, entre as tendências para o con-sumidor de 2020, além da maior preo-cupação com sustentabilidade e ética, estão: mais mulheres, mais idosos, mais
força no comércio eletrônico. “Alguns estudos apontam que, ao comprar um produto online, você promove a redução de um terço do carbono que você emitiria se comprasse na loja física.” Além do e-commerce, a busca por lugares mais próxi-mos de casa para fazer compras também pode ser uma alternativa.
Luiz Goes afirma que há dois pon-tos fundamentais quando o assunto são as demandas do consumidor no futu-ro: sustentabilidade e relacionamento. “Trata-se de um relacionamento expan-dido, isto é, de que forma aquela marca se relaciona com o consumidor? Ela o escuta? Oferece oportunidades diferen-ciadas ao cliente fiel? Trata-se do grau de envolvimento que o cliente tem com a marca e vice-versa”, conta. Por isso, é crucial que as empresas acompanhem essas mudanças nas demandas e no per-fil do consumidor. “Monitorar o que está mudando e em qual direção. Não impor-ta o tamanho da corporação, é importan-te estar bem preparado para absorver as mudanças em geral”. Goes lembra que o preparo da empresa para se tornar mais flexível e monitorar as mudanças é uma medida que já pode ser tomada agora. “O que fazer a respeito dessas mudanças irá surgir ao longo do tempo.” O estudo realizado pela Deloitte Touche Tohmat-su Limited reforça o depoimento de Luiz Goes, registrando que as empresas devem ir “aonde seus consumidores vão” e que a maneira mais fácil de engajar consumi-dores é por meio do seu quadro de fun-cionários. Estes por sua vez, estão sempre em contato não apenas com os clientes da empresa em que atuam, mas também consumidores e colaboradores em am-bientes externos ao do trabalho.
“Vemos a importância do
crescimento do e-commerce,
mas a loja ainda carrega muito
lazer, muita emoção.”
José GallóDiretor-presidente das lojas renner
jefferson BernarDes/DivuLgação Lojas renner
Bens & Serviços / Setembro 2012 / Edição 89 31
pessoas morando sozinhas, mais itens de marca própria, produtos mais cus-tomizados, classe C consumindo ainda mais e consumo multiocasiões.
A ExpErIÊNCIA DA COmprA A tecnologia mudou para sempre a
forma como o consumidor se relaciona com os produtos, serviços e marcas que consome. Seja por praticidade ou mesmo por questões ambientais, comprar não significa mais apenas ir à loja física. En-tretanto, não é o fim do comércio como o conhecemos. Pelo contrário, sugere apenas uma adaptação. De acordo com o diretor-presidente das Lojas Renner, José Galló, o futuro da loja física permanece intacto. “Do ponto de vista dos produtos, estamos inseridos em um negócio em que temos rápida adaptação. Vemos a impor-tância do crescimento do e-commerce, mas a loja ainda carrega muito lazer, mui-ta emoção. Vemos melhorias no que diz respeito às tecnologias, nas formas de en-contrar o produto, mas o ponto de venda em si continuará existindo.”
As pesquisas comprovam: os con-sumidores não apenas estão mudando, como o estão fazendo com uma veloci-dade voraz. Os desafios para as empre-sas, não importa o setor ou tamanho, são inúmeros. Conforme apontado por Luiz Goes e Ricardo Vontobel, o acompanha-mento e monitoramento das mudanças, por parte dos empreendimentos, é essen-cial para seguir em frente. O estudo ela-borado pela Deloitte reitera: as empresas precisam estar onde seus consumidores estiverem, garantindo que eles tenham uma experiência positiva em qualquer lu-gar, em qualquer momento, em qualquer estágio do consumo.
“a mudança é clara, e já está acontecendo.”Analista de tendências da Box 1824, especializada em descobrir e entender o que pen-
sam jovens de 18 a 24 anos como fortes influenciadores do consumo, Eduardo Biz revela
quais serão as principais demandas do jovem consumidor no futuro.
como será o jovem consumidor em 2020?Se caracterizará pela difusão de alguns caminhos que hoje começam a engatinhar no
mercado. O poder dos serviços transformadores e das experiências de compra que
vão além do formato tradicional do consumo estará presente em todos os setores,
despertando uma busca constante pelo inédito.
Quais serão suas principais exigências no mercado?A demanda será, cada vez mais, por produtos que exerçam um papel além de sua
função. O ‘consumo do conhecimento’, com produtos que educam informalmen-
te, é uma vontade que já se percebe hoje, e que em um futuro próximo será uma
exigência essencial do consumidor para marcas que queiram se destacar e se manter
em sintonia com o zeitgeist. Algumas empresas já estão trilhando este caminho de co-
laboração e compartilhamento e se adaptando a esta nova maneira de ver o mundo.
como as empresas podem se preparar para atender às demandas desse consumidor?O primeiro e maior passo é adotar uma postura de transparência com o consumidor.
uma revolução de linguagem é o que distingue empresas arcaicas das líderes do
mercado no futuro. Esse update não acontece de forma radical, mas aos poucos,
gradativamente. A mudança é clara, e já está acontecendo. uma postura institucional
mais alinhada com o nosso tempo será mais eficiente do que televisionar um
comercial em horário nobre.
o que será priorizado pelo jovem consumidor ao escolher uma marca ou produto/serviço?Além de todos esses pontos trazidos nas respostas anteriores (educação informal,
experiência de compra, linguagem transparente), que são percebidos pelo
consumidor de maneira tão orgânica que ele pode nem ter a consciência clara
dessas vontades, há também um apreço cada vez maior pelo design. A estética
deixará de ser um luxo e passará a ser prioridade na decisão de compra. Outro fator
valorizado será o poder de transformação constante de uma marca, renovando-se
incansavelmente, mas sem nunca perder seu DNA.
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Bens & Serviços / Setembro 2012 / Edição 8932
R E D E S S O C I A I SI m A g I n A S ó !
Um pit-stop no meio do diaMuitas vezes, em pleno expediente ou antes de
uma reunião importante bate aquele cansaço, e
só o que se pensa é em dormir um pouco. Mas
aonde seria possível fazer isso? Uma tendência
de mercado que já faz sucesso em grandes cen-
tros, como no Japão e Estados Unidos, chegou a
São Paulo. A empresa Cochilo oferece cabines
de descanso com cama, iluminação especial e até
fones de ouvido com diversas opções de música.
As cabines já estão disponíveis em shoppings e
aeroportos por um custo bem acessível. Para
cochilar durante 15 minutos, o valor médio é
de R$ 15, já para uma hora, a “dormidinha” sai
por R$ 30. Esse tipo de empreendimento faz
parte do que é conhecido como flex life, uma
nova maneira de consumir algo que tenha curta
duração e seja flexível, podendo ser utilizado no
horário e no local desejados pelos clientes.
A comunicação online das empresasO levantamento da E.life realizado entre novembro de 2011 e
fevereiro de 2012 comprova que, cada vez mais, o consumidor
investe no contato com suas marcas preferidas pela internet.
No Facebook, 74% dos entrevistados disseram curtir uma
determinada empresa, sendo a oferta de produtos a principal
causa para a decisão (35,2%). Eles citam ainda o interesse pelo
conteúdo publicado no perfil (30,8%), o suporte online (15,9%)
e o fato de já serem clientes da companhia (12,2%). Os dados
apontam ainda que apenas 3,7% dos internautas recorreram
do ato, enquanto 17% nunca o fizeram. No Twitter, 54,1% das
pessoas seguem algum selo, sendo 33,9% devido às oportuni-
dades exclusivas oferecidas ao público, 29,4% por considerarem
útil o que é postado, 19,7% por causa dos serviços, e 11% por já
serem fregueses antes de tornarem-se seguidores. Apenas 13,3%
nunca seguiram uma marca no Twitter.
COnSUmO
Cresce demanda por vestuário
De acordo com o Estudo dos Canais de Varejo, elaborado pela Iemi Inteligência de Mercado e pela Associação Brasileira do Varejo (Abvtex), a participação de hipermercados em volume de vendas de roupas cresceu 35,5% em 4 anos. Já as redes de pequenas lojas registraram um aumento no volume de vendas de 32,6% no período, enquanto as lojas de departamento especializado cresceram 36%. O varejo de roupas em geral deve movimentar neste ano R$ 160,5 bilhões, uma alta de 7% em relação ano passado. Isso se deve ao fato de que os consumidores que demandam mais peças de vestuário pertencem às classes B e C, somando 79,3% da aquisição de novos modelos.
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Bens & Serviços / Setembro 2012 / Edição 89 33
n E g ó C I O S
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Cada vez mais os consumidores
brasileiros buscam produtos
com tecidos, design e qualidade
diferenciados. Porém, a demanda
destes itens ainda é precária no país
e, portanto, os empresários do setor
têxtil se veem obrigados a importar
inúmeros itens, como os artigos
de inverno. Essas informações são
embasadas também pelo Estudo do
Consumo Aparente de Artigos de
Vestuário no Brasil, elaborado pelo
Instituto de Estudos e Marketing
Industrial (IEMI). As importações verde
e amarelas ocupam a 37ª posição
do ranking mundial, e o índice de
comercialização dos mesmos no
varejo equivale a 13,8%, dados que
indicam um mercado nacional fechado,
segundo a Associação Brasileira do
Varejo Têxtil (Abvtex).mA
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Setor de moda ainda é precário no país
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Setor de refeições coletivas apresenta crescimentoDados coletados pela Associação Brasileira das Empresas de Refeições Coletivas
(Aberc) indicam bons números para o setor em 2012. O mercado potencial teórico
de refeições está estimado em 24 milhões/
dia para empregados de empresas, e em
17 milhões nas escolas, hospitais e Forças
Armadas. O faturamento do setor em 2011
chegou a R$ 13,4 bilhões, e em 2012, deve
ultrapassar os R$ 15 bilhões. Por dia, em
2011 foram gastos R$ 10,5 milhões por pes-
soa em refeições, enquanto em 2012, esse
valor já chega a R$ 11,2 milhões.
Percentual de fusões e aquisições apresenta quedaO setor de fusões e aquisições do país teve baixa de 36,4% no primeiro semestre
do ano, em comparação com igual período de 2011, informa a Associação Brasileira
das Entidades dos Mercados Financeiros e de Capitais (Anbima). Em 2012 foram
69 transações, que totalizaram R$ 52,6 bilhões. No ano passado, foram anunciadas
85 operações, 18,8% a mais.
Na relação entre o primeiro
e o segundo trimestre houve
um crescimento significativo.
Enquanto de janeiro a março
foram 30 negócios fechados,
que somaram R$ 16,2 bilhões,
de abril a junho o número che-
gou a 39 fusões/aquisições com
montante de R$ 36,4 bilhões.
Previdência Privada cresce no primeiro semestreEm relação ao primeiro semestre de 2011, neste ano a indústria de Previdência Privada registrou aumento de 32% de arreca-
dação no mesmo período, que somou R$ 33 bilhões. O relatório foi feito pela Federação Nacional de Previdência Privada e
Vida (Fenaprevi). Os líderes em investimentos são os poupadores individuais, com aportes de R$ 28,6 bilhões, um aumento
de 36,33%. Os planos de previdência VGBL (Vida Gerador de Benefícios Livre), por sua vez, lideram a expansão, com 38,24%
e uma arrecadação de R$ 28 bilhões. A área que apresentou menor crescimento foi a de planos PGBL (Plano Gerador de
Benefícios Livre), com R$ 3,2 bilhões de contribuições e 8,50% a mais do que no ano passado.
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egurança do trabalhoS
Bens & Serviços / Setembro 2012 / Edição 8934
ara a maioria das empresas do comér-cio de bens e de serviços, a legislação não exige a instalação de uma Comissão In-terna de Prevenção a Acidentes (Cipa). No varejo, os riscos são bem menores e restritos em relação à indústria, mas ain-da assim é possível preveni-los. Indepen-dentemente do texto da lei, qualquer or-ganização pode formar um comitê com o objetivo de reduzir os riscos de acidentes.
A preocupação com a segurança la-boral surgiu no Reino Unido no século 18, quando a Revolução Industrial pro-moveu a chegada das máquinas. No Bra-sil, a primeira lei sobre o assunto data de 1919, mas foi só em 1944, um ano depois da Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), que foi instituída uma norma para a criação de Cipas. Desde então, a legisla-ção passou por diversas alterações.
NormaAtualmente, as Cipas são regula-
mentadas pela NR-5, que dispõe sobre a formação, o dimensionamento, as
atribuições e o processo eleitoral. De acordo com a lei, as empresas priva-das e públicas, sociedades de economia mista, órgãos da administração direta e indireta, instituições beneficentes, associações recreativas e cooperativas, dependendo do risco de sua atividade ou do número de colaboradores, devem manter comissões em funcionamento (veja quadro na página ao lado).
Para descobrir se a empresa precisa constituir Cipa, o primeiro passo é con-siderar a Classificação Nacional de Ati-vidades Econômicas (CNAE), presente no CNPJ. Esse número insere a compa-nhia em um grupo de classificação. A partir dessa graduação, são determinadas todas as exigências. De acordo com a NR-5, a instalação de Cipa é necessária para empresas do comércio de produtos considerados perigosos com 21 ou mais funcionários. No setor atacadista, a partir de 31 colaboradores; no varejista, acima de 51; quando no de serviços é somente a partir de 301 contratados. Entretanto,
P
Proteçãono ambiente de trabalhoReduzir os riscos de acidentes laborais é uma preocupação tanto de empresários
quanto dos colaboradores. No país, foram instituídas as comissões internas de
prevenção a acidentes, para melhorar as condições de trabalho
estão previstas exceções. Por essa razão, a melhor forma de conferir a obrigatorieda-de é pelo próprio CNAE.
Porém, as organizações sem a neces-sidade legal de contar com uma Cipa devem apontar, entre os seus colaborado-res, um responsável pela área. Essa desig-nação precisa ser realizada por escrito e arquivada, para eventual fiscalização do Ministério do Trabalho e Emprego.
atuaçãoAs Cipas têm mandato de um ano
e devem ser constituídas por número igual de pessoas indicadas pela empre-sa e de representantes dos empregados, eleitos através de eleição. Cabe à orga-nização apontar o presidente da comis-são. O seu vice é definido entre os re-presentantes dos colaboradores, em um novo pleito no qual apenas os eleitos e suplentes têm direito ao voto.
O secretário da Cipa pode ser um membro da comissão ou mesmo um funcionário que não tenha sido indica-
Bens & Serviços / Setembro 2012 / Edição 89 35
do pela empresa ou pelo voto. A única restrição é que precisa ser aprovado por todos os membros. A tarefa de mediar os conflitos, definir o calendário de reuniões e formar comissão eleitoral para o man-dato seguinte fica a cargo do presidente e do vice. O secretário tem a responsabili-dade de cuidar das atas dos encontros.
A Cipa tem a função de avaliar e re-latar as condições de risco no ambiente de trabalho, além de pedir à empresa uma solução para diminuir ou eliminar eventuais problemas de falta de segu-rança. As companhias sem a obrigação legal também têm a opção de constituir comissões. Nesse caso, a principal van-tagem seria conscientizar os funcioná-rios dos riscos, prevenindo acidentes e estimulando condutas responsáveis.
Sócia-proprietária da consultoria Personna Institut, Clarice Reguss avalia que “a comissão passa a enxergar as ati-vidades do dia a dia com um outro olhar, preparado para identificar situações de risco para a segurança”. Além disso, os integrantes criam uma relação de diálo-go entre o quadro de colaboradores e os gestores da empresa, e buscam conscien-tizar todos a respeito das práticas mais indicadas para cada situação de risco. É importante destacar que a Cipa não res-ponde a nenhum setor da companhia.
SiPatAs empresas enquadradas na
NR-5 devem realizar todos os anos a Semana Interna de Prevenção de Aci-dentes do Trabalho (Sipat). O evento é organizado pela Cipa e o objetivo principal é prevenir acidentes e dar orientações aos colaboradores sobre cuidados com a saúde, por meio de
dicas de alimentação saudável e dos riscos do sedentarismo.
Uma prática comum é a contratação de empresas de consultoria para realizar palestras, treinamentos e atividades lú-dicas, como peças de teatro, e a visita de médicos para promover avaliações mé-dicas. A Sipat pode ser usada também como uma ferramenta de gestão, com apresentações motivacionais, em que são destacadas a importância do espí-rito de equipe. Basta criatividade para adequar o que seria uma obrigação em uma prática de incentivo à solidarieda-de interna, podendo inclusive ampliar a frequência com que é realizada.
Sócio-gerente da consultoria em se-gurança do trabalho Mundo Ambiente Engenharia, Nelson Agostinho Burille acredita que as empresas que valorizam o bem-estar do colaborador só têm a ga-nhar. “Quando uma organização investe em segurança, ela preserva o maior pa-trimônio dela, o funcionário. É ele quem movimenta a companhia e, consequen-temente, gera os lucros”, observa.
Burille destaca que em um ambien-te sadio, com riscos mínimos, o traba-lhador se sente mais motivado. “Isso aumenta a produtividade, as pessoas sentem mais satisfação no que fazem e passam a ter mais orgulho de suas ativi-dades. Nessa situação, o trabalho deixa de ser uma obrigação para se transfor-mar em prazer.”
fotos: Lúcia simon
o que diz a leiA NR-5 determina o número mínimo de
colaboradores para a instalação de Cipas
em cada setor.
Comércio de produtos perigosos 21
Comércio atacadista 31
Comércio varejista 51
Comércio de serviços 301
Entretanto, há exceções. Para descobrir
o caso da sua empresa, confira o CNAE
presente no CNPJ. A partir desse número,
confira as exigências de acordo com as
informações presentes no site:
www.dataprev.gov.br
egmentoS
Bens & Serviços / Setembro 2012 / Edição 8936
Ramo de estacionamentos acompanha ritmo de crescimento da venda de carros e
da valorização imobiliária, ganhando força como alternativa de negócio próprio. Saiba
mais sobre este tipo de empreendimento
Estacionaré um ótimo negócio
A hora para estacionar vale ouro. E a quarta mais cara do país é a de Porto Alegre. A capital do Estado fica atrás apenas do Rio de Janeiro, São Paulo e Curitiba, de acordo com dados da pesquisa realizada pela Associação Brasileira de Estacionamentos (Abra-park), com 12 empresas em 18 capi-tais. O levantamento, feito no primei-ro semestre deste ano, foi subdividido nas seguintes categorias: 1ª hora (hora avulsa) e mensalistas. Nesse último quesito, Porto Alegre foi classificada como a sétima de maior valor, atrás do Rio de Janeiro, Brasília, São Paulo, Flo-rianópolis, Curitiba e Salvador.
Presidente da Abrapark e do Sindi-cato das Empresas de Garagens, Esta-cionamentos, Limpeza e Conservação de Veículos do Estado do Rio Grande do Sul (Sindepark-RS), André Picco-li justifica que o alto preço se deve ao momento econômico e à valorização
imobiliária no país. Piccoli, que é pro-prietário da Safe Park Estacionamentos, alerta: “O valor para estacionar em Por-to Alegre já está defasado, se compara-do a outras cidades, e deve aumentar nos próximos meses”.
Assim como quase todos os outros segmentos de mercado, o de garagens
funciona em círculo e entrelaçado a vá-rios fatores. Se a cada esquina surgem cada vez mais lugares para deixar os carros, é porque há demanda. Essa, por sua vez, é causada pela crescente quan-tidade de veículos nas ruas, que é de-corrência da redução do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) e de ou-tras facilidades, como as amplas linhas de crédito. Prova disso são os dados da indústria automobilística que teve, em 2012, o melhor mês de julho em ven-das, com 364,2 mil veículos, incluindo caminhões e ônibus. Esse também foi o segundo melhor resultado mensal da história, perdendo apenas para dezem-bro de 2010, com 381,5 mil unidades.
Durante esse período de expansão do setor, entidades representativas são de valiosa importância para trocar infor-mações, discutir normas e procedimen-tos. Desde 1993, o Sindepark-RS orienta empresários que, em geral, investem no
André Piccoli alerta: o negócio de estacionamentos exige responsabilidade
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texto: BelisA lemes dA veigA
Bens & Serviços / Setembro 2012 / Edição 89 37
negócio, imaginando que ele seja de ga-nho fácil. “Isso é pura ilusão. O empre-endimento exige cuidado com questões trabalhistas e alta responsabilidade, já que qualquer dano que venha a aconte-cer é culpa da empresa”, salienta Picco-li. O emprego de pessoal, por exemplo, deve ser proporcional ao tamanho do estabelecimento. O empresário também exemplifica que há pontos em shoppings com 110 pessoas trabalhando, desde o menor aprendiz até o manobrista.
O primeiro estacionamento para ve-ículos a motor surgiu no ano de 1898, em Boston, nos Estados Unidos. Desde lá, com a modernização das metrópoles e dos carros, muita coisa mudou. Como não existem mais tantos terrenos baldios dentro das cidades, o que mais cresce é o modelo de prédio-garagem, que pode estar dentro ou fora de estabelecimen-tos comerciais como shoppings, escolas e universidades. Além da verticalização, a tecnologia tem modificado o dia a dia dos estacionamentos. Com cancelas
automáticas casa vez mais precisas e rá-pidas, o ato de estacionar se torna mais seguro para clientes e funcionários.
Profissionalização é a mEta
Tudo começou quando Ricardo Go-lin era sócio de um estacionamento em Caxias do Sul, cidade onde mora. Em 2002, com o sonho de ter seu próprio ne-gócio, ele abriu mão de uma sociedade e fundou o primeiro RG Park. Nesses últi-mos dez anos, o empresário acompanhou lado a lado sua terra rumo ao crescimen-to. Enquanto Caxias passou de 360.419 para 435.482 habitantes (dados do Censo brasileiro de 2010), Golin inaugurou 13 pontos de estacionamento no município. Além disso, abriu outra dezena em ci-dades da região sul do país, como Bento Gonçalves, Curitiba e Blumenau.
O sucesso de Ricardo Golin compro-va que o negócio, se bem administrado, torna-se lucrativo. Mais barata do que na Capital, na maior cidade da Serra a
hora para estacionar varia de R$ 3 a R$ 5, dependendo da localização do estabe-lecimento. No entanto, assim como em Porto Alegre, a tendência é encarecer de-vido ao valor do aluguel imobiliário e ao custo de mão de obra.
lúci
A si
moN
saiba maisConfira algumas dicas para quem deseja
investir no ramo de estacionamentos
Tenha em mente: esse não é um ramo
de ganho fácil
Quando investir no negócio, priorize
os prédios-garagem, que estão mais
adequados à proposta atual das cidades
Apesar do alto valor, invista em
tecnologia, como as cancelas
automáticas: são mais rápidas, seguras
e precisas
Incentive a profissionalização do
negócio e de seus funcionários
Associa-se a grupos que promovam
treinamentos e cursos de capacitação
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Bens & Serviços / Setembro 2012 / Edição 8938
Lançamento da Nota Fiscal Gaúcha oficializa iniciativa que deve estimular
a cidadania fiscal e o combate à concorrência desleal. Sistema Fecomércio-RS/Sesc/
Senac é uma das entidades parceiras do programa
garantia do benefício social
No dia 16 de agosto, autorida-des, empresários e a imprensa gaúcha reuniram-se no Palácio Piratini para o lançamento da Nota Fiscal Gaúcha, um projeto que tem por objetivo estimular a educação e a cidadania fiscal, fortalecen-do a parceria entre Estado e sociedade gaúcha na arrecadação e aplicação dos recursos públicos.
A ideia também é de, por meio do programa, combater a sonegação fiscal. Promovido pela Secretaria da Fazenda (Sefaz), o programa conta com o respaldo das secretarias da Saúde, da Educação, do Trabalho e do Desenvolvimento Social.
A Nota Fiscal Gaúcha deve ser mo-vida por três vetores: empresas, cidadãos e entidades sociais. O Sistema Fecomér-cio-RS/Sesc/Senac é um dos principais parceiros da iniciativa. De acordo com o presidente da entidade, Zildo De Mar-chi, a NFG é uma promoção que motiva a atitude de cidadania. “Nossa contri-buição é garantir o desenvolvimento por meio de processos legais”, afirmou o diri-gente. O presidente também afirmou es-tar pronto para colaborar com o objetivo traçado pela NFG, que estará disponível aos cidadãos a partir do mês de outubro. “Estamos dispostos a colaborar.”
Durante a apresentação do progra-ma, o Secretário de Estado da Fazenda, Odir Alberto Pinheiro Tonollier, enume-rou os benefícios que a NFG trará, entre os quais, prêmios mensais de diferentes valores, estando reservado a partir de março de 2013 um prêmio anual extra no valor de R$ 1 milhão. Também devem ser repassados R$ 20 milhões às entidades beneficiárias. Para participar, qualquer in-divíduo com CPF pode se cadastrar, ao solicitar a NFG, e acumular pontos para o sorteio. No caso das empresas, o proces-so de adesão ainda em 2012 será feito de forma voluntária. Os documentos serão enviados eletronicamente à Secretaria da Fazenda. O embrião da NFG é o Pro-grama Solidariedade, que seguirá funcio-nando paralelamente, até a substituição completa pela Nota Fiscal Gaúcha.
O governador Tarso Genro, após assi-nar o decreto, agradeceu aos envolvidos no desenvolvimento da NFG, afirmando que este é um “programa de continuida-de”, o qual estabelece uma “comunhão extraordinária” que beneficiará todos.
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os 12 anos, as responsabi-lidades de um adolescente limitam-se, em geral, aos compromissos com a es-cola. Encerrado o ano letivo, é tempo de curtir as férias de verão. No caso de Luiza Helena Trajano, as férias eram o período de adquirir experiência na em-presa da família: o Magazine Luiza. A atual presidente de uma das maiores redes de varejo do país deu seus primei-ros passos rumo ao empreendedorismo ainda na adolescência. Era o início de sua formação como futura líder.
Natural de Franca, em São Paulo, Luiza Helena é formada em Direto e Administração de Empresas. Mãe de três filhos, a sobrinha de Luiza Traja-no Donato – fundadora do Magazine – se destacou entre os demais familia-res envolvidos na empresa na hora de escolher um sucessor. De balconista a gerente geral, Luiza Helena assumiu como superintendente em 1991, quan-do foi criada a holding LTD, que passou a controlar o magazine.
Luiza Helena também estava à frente da empresa quando, em um projeto pio-neiro, o magazine criou as Lojas Eletrôni-cas Luiza, hoje chamadas Lojas Virtuais. Sempre investindo no desenvolvimento do grupo e na implantação de políticas de boas práticas, a executiva fortaleceu o relacionamento olho no olho e a des-centralização do poder, o que resultou em mais agilidade na tomada de deci-sões da empresa. Como presidente, ela também foi responsável por possibilitar aos colaboradores a participação nos lu-cros do Magazine Luiza, desde 1993.
O relacionamento próximo e o clima familiar são alguns dos traços mais mar-cantes de sua administração, e que refle-tem em cada uma das 734 unidades da rede, presente em 16 estados brasileiros. Não é toa que, há 14 anos, o magazine figura entre as Melhores empresas para tra-balhar, nos rankings da revista Exame e do Instituto Great Place do Work. O tra-balho de Luiza Helena também foi reco-nhecido por diversas instituições, como
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um exemplode liderança para seguir
a Associação dos Dirigentes de Vendas e Marketing do Brasil (ADVB) e a As-sociação Nacional dos Executivos de Fi-nanças, Administração e Contabilidade (Anefac). Em 1999 a empresária foi indi-cada ao 20 Prix Veuve Clicquot de la Fem-me D’Affaires, destinado a mulheres de negócios de todo o mundo. Em 2000, foi indicada pela revista IstoÉ como As 100 mulheres do século e, em 2002, recebeu o prêmio Empreendedor do Ano, concedido pela Ernst & Young, na categoria Comér-cio. Mais recentemente, em 2011, foi in-dicada como uma das sete mulheres no mundo que fazem sucesso nos negócios, pelo portal Exame. Além disso, também é vice-presidente do Instituto para Desen-volvimento do Varejo (IDV).
Neste ano, Luiza Helena foi a única mulher a figurar na lista dos 24 presiden-tes de companhias premiados no Execu-tivo de valor, do jornal Valor Econômico. Não restam dúvidas de que é um exem-plo a ser seguido por empreendedores – homens e mulheres – de todo o país.
Saiba quais são as características que fazem de Luiza Helena Trajano uma das
executivas de maior renome no país. Defensora do relacionamento olho no olho, ela
está à frente de uma das maiores redes varejistas do Brasil
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s brasileiros estão vivendo mais. A expectativa de vida no país, que chegava a 48 anos em 1960, hoje é calculada em 73,4 anos, segundo os dados mais recentes do IBGE. As pes-soas também estão tendo menos filhos, o que altera a pirâmide etária do país: a base (jovens) encolhe e o topo (idosos) expande, algo já comum em países da Europa, por exemplo.
Estas mudanças causam impactos na sociedade. Os núcleos familiares se alteram. Aumenta o número de depen-dentes da Previdência Social. Questões como essas despertam um importante debate sobre o papel do idoso nas famí-lias e nas comunidades.
Com uma população mais velha, cresce a preocupação com o envelhe-cimento ativo. “O ser humano ganhou muita quantidade de vida, mas a qualida-de nem sempre é boa”, comenta Eduardo Schmitz, coordenador técnico dos Clubes Sesc Maturidade Ativa do Rio Grande do Sul. O objetivo do programa é, justamen-
te, promover a autonomia e o protagonis-mo social do idoso, mostrando que idade não é empecilho para nada.
EnvElhEcimEnto ativoSão 45 Clubes Sesc Maturidade
Ativa espalhados pelo Estado. Cada um deles oferece atividades físicas e
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Com o aumento da expectativa de vida do brasileiro, cresce a preocupação com o
envelhecimento ativo. Ações do Sesc garantem a inclusão dos idosos na sociedade,
desenvolvendo potencialidades e aumentando a autonomia dessas pessoas
sociais, que estimulam e desenvolvem os talentos de pessoas com mais de 50 anos. “Não podemos olhar os idosos como um grupo homogêneo. Eles têm diferenças, têm particularidades. Temos que considerar do que cada um gosta, no que cada um pode contribuir”, ex-plica Schmitz. “Nós envelhecemos, o nosso corpo pode perder algumas capa-cidades biológicas, mas sempre vamos ter nossa potencialidade de ajudar ou-tras pessoas”, completa. Grupos para a prática de exercícios, teatro e visitas a creches são algumas das atividades pro-postas pelo programa.
As ações do Sesc Maturidade Ati-va seguem quatro diretrizes baseadas em resoluções da Segunda Assembleia Mundial das Nações Unidas sobre o Envelhecimento, realizada em Madrid, na Espanha, em 2002. A primeira dire-triz aborda as relações intergeracionais. Para o Sesc, a aproximação entre gera-ções ajuda a quebrar estereótipos nega-tivos que crianças e jovens podem ter
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No rio grande do Sul, estão em atuação 45 clubes Sesc maturidade Ativa
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dos mais velhos. A ideia é mostrar que pessoas da terceira idade ainda têm o que contribuir, com suas vivências e sua experiência acumulada.
A segunda diretriz é tratar a ge-rontologia (estudo do envelhecimen-to) como tema universal. Atividades corriqueiras como atravessar a rua ou abrir um recipiente de conserva podem se tornar verdadeiros desafios na velhi-ce. Isso prejudica a independência des-sas pessoas. Com a adoção de hábitos saudáveis, garante-se maior autonomia funcional na maturidade. Portanto, é preciso que pessoas de todas as idades entendam como e por que o corpo en-velhece. Nesse ponto, palestras e deba-tes sobre o tema entram em pauta.
O terceiro aspecto trabalhado é o protagonismo do idoso. Os participantes do Maturidade Ativa tornam-se multi-plicadores das atividades do Sesc. Eles organizam, por exemplo, campanhas para arrecadação de donativos como alimentos, agasalhos e materiais de hi-giene. Dessa maneira, interagindo com as comunidades locais, podem sentir-se reconhecidos, úteis, e perceber que têm potencialidades a desenvolver.
Completando as quatro diretrizes, tem-se o envelhecimento ativo: o estímu-lo à prática de exercícios físicos e mentais – leituras, jogos, esportes e artes. As ati-vidades em grupo também estimulam a socialização. “Acaba sendo um espaço de acolhimento, apoio e debate sobre temas do cotidiano”, afirma Schmitz.
aprEndEndo maisO metalúrgico aposentado Ariceu
Simão Paiva, 70 anos, participa do clube Sesc Maturidade Ativa de Santa Rosa desde o ano passado. Conheceu o progra-ma graças a amigos que já o frequentavam e resolveu ocupar-se com outros afazeres. “Eu andava meio acabrunhado. Filho e neto foram embora para Goiânia. Come-cei a participar de outras atividades”.
Às terças e quintas-feiras, Paiva se reúne com outros idosos para o Jogo de Câmbio – vôlei adaptado, em que é permitido segurar a bola antes de passá-la adiante; só não vale deixá-la cair no chão. “É muito divertido. O grupo está sempre aumentando”, garante. Com os colegas, ele também já foi para Santo Ângelo e Ijuí, em atividades de integração com outros participantes do programa.
Além do esporte, Paiva se dedica às artes. Músico desde criança – toca gaita, cavaquinho, violão e teclado –, ele também tem seis livros publicados. O primeiro veio após a aposentadoria. Depois, o ex-metalúrgico participou de concursos e foi tomando gosto pela es-crita. No clube Sesc Maturidade Ativa, ele acabou se envolvendo com as artes cênicas. “Eu nem gostava muito de tea tro, mas criamos um grupo e já nos apresentamos fora”.
Se depender da vontade, a partici-pação de “seu Ariceu” nas atividades do clube ainda vai longe. “Eu estou apren-dendo mais, até quando Deus quiser”, diz ele. No Rio Grande do Sul, entre os dias
27/09 e 04/10, as ações serão intensifi-
cadas, pois os Clubes estarão envolvidos
com a Semana do Idoso.
Para participarInteressados devem se dirigir a
uma das unidades do Sesc-RS que
oferecem os Clubes Maturidade
Ativa. O cadastro e as atividades são
gratuitos. Mais informações no site:
https://www.sesc-rs.com.br.
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Senac-RS ampliou a sua área de atendimento com a abertura de uma unidade na Região das Hortênsias. No dia 7 de agosto, as instalações de Gra-mado foram inauguradas em cerimônia que contou com a presença do presiden-te do Sistema Fecomércio/Sesc/Senac, Zildo De Marchi, dos diretores nacional e regional do Senac, Sidney Cunha e José Paulo da Rosa, respectivamente, e comunidade. Localizada no número 663 da rua São Pedro, a nova unidade é fruto
de um investimento de R$ 1,5 milhão. O espaço de 800m² é dividido em duas salas de idiomas, uma multiuso, uma co-zinha dedicada ao curso de cozinheiro e outra voltada às aulas de padaria e cho-colataria, um espaço temático de hote-laria, laboratório de informática, sala de aula para cursos técnicos e uma biblio-teca. A escola funciona em três turnos diários e tem capacidade para atender até 150 alunos em cada um deles. Além de Gramado, serão atendidos os muni-
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oportunidadede capacitação na Serra gaúcha
cípios de Canela, Nova Petrópolis, São Francisco de Paula, Cambará do Sul, Ja-quirana e Picada Café.
Na inauguração, De Marchi ressal-tou o compromisso social importante que o Sistema Fecomércio tem com a região. “O desenvolvimento econômi-co e empresarial está totalmente ligado ao processo de qualificação profissional. E é desta forma que o Senac Grama-do chega para contribuir no constante crescimento do município”, disse.
Foco diFerenciadoA escolha por Gramado não acon-
teceu por acaso. Com pouco mais de 32 mil habitantes, o município é um dos principais polos turísticos do país. Graças a atrações culturais – como o Festival de Cinema e o Natal Luz, além da decoração herdada dos imigrantes alemães e italia-nos e as paisagens naturais –, a cidade atrai visitantes de todos os cantos do país durante o ano inteiro.
“Quando os turistas chegam a Gra-mado, eles esperam por um serviço dife-
Sistema Fecomércio-RS inaugura unidade do Senac em Gramado. A escola
oferece oportunidades de formação e qualificação nas áreas de Gastronomia,
Turismo e Hotelaria e Idiomas
Autoridades prestigiaram a abertura da unidade do Senac-RS em Gramado
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renciado. Por isso, há uma forte demanda de profissionais extremamente qualifica-dos. A nossa proposta é de elevar o nível das empresas e do atendimento, que já é bom e por isso se tornou uma referência”, explica o diretor da escola, Alex Poletto.
Após a abertura, a resposta dos ha-bitantes de Gramado foi positiva. Os primeiros cursos oferecidos rapidamente tiveram todas as vagas preenchidas, de-monstrando a confiança no trabalho de-senvolvido pelo Senac-RS. “Somos uma escola de excelente qualidade e o custo não é elevado. A comunidade, de forma geral, clamava bastante pela nossa chega-da”, afirma Poletto.
Com os cursos, a atividade econômi-ca da região será beneficiada. Pessoas que não tinham acesso à capacitação, seja pela falta de opções ou pelo preço exigido, agora têm uma alternativa real de alavan-car a carreira profissional. Isso ameniza os problemas relacionados à falta de mão de obra qualificada, tornando ainda mais forte a atividade turística e gastronômica na região das Hortênsias.
excelência em Gastronomia
Gramado é reconhecida pela qua-lidade dos restaurantes. Para auxiliar ainda mais o setor, o Senac-RS ofere-
ce aulas de culinária e confeitaria. O coordenador da área de Gastronomia, Gustavo Ruffato, revela que a estrutura montada garante a constante participa-ção dos alunos. “A cozinha é didática e difere um pouco do que costumamos ver nas demais escolas. Cada dupla tem a sua bancada, com duas bocas de fogão.
O estudante trabalha mais, se compara-do com os outros modelos”, conta.
Enquanto há cursos com a intenção de formar cozinheiros e padeiro-con-feiteiros, a escola conta também com alternativas para quem quer aprender culinária sem se profissionalizar. São dis-ponibilizadas oficinas dedicadas ao prepa-ro de carnes, cupcakes, finger food, massas e molhos, pizzas, risotos e comidas japo-nesa e mediterrânea.
Ruffato declara que, fora das oficinas, “a intenção não é de passar as receitas, mas transmitir as técnicas necessárias para produzi-las”. Em relação à abertura da unidade, o coordenador de Gastrono-mia vê a comunidade local sensibilizada. “As pessoas estão surpresas porque não imaginam como uma estrutura desse por-te foi montada. Isso é motivo de orgulho para quem é de Gramado”, analisa. Um exemplo é Vinícius Loesch, aluno do cur-so de Inglês. Estudante do Ensino Médio, ele considera a chegada do Senac-RS um avanço: “É uma instituição importante, reconhecida em todo o país. Foi significa-tiva para a cidade a vinda da escola e com isso toda a população tem a ganhar”.
Área de Gastronomia conta com cozinha altamente equipada para atender à demanda da região
Senac Gramado tem capacidade para atender até 150 alunos por turno
cursos do Senac GramadoVeja as opções para quem busca
qualificação profissional.
Gastronomia:Cozinheiro Básico
Pizzas
Técnicas Básicas Confeitaria
idiomas:Inglês
turismo e Hotelaria:Camareira em Meios de
Hospedagem
Organizador de Eventos
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Bens & Serviços / Setembro 2012 / Edição 8944
Empresas procuram, cada vez mais, adequar seu modo de trabalho à rotina pessoal dos
profissionais, visando a resultados atrelados à qualidade de vida. Saiba quais são as vantagens
e também os pontos negativos dos horários flexíveis nas organizações
Flexibilidadena cultura empresarial
Ter a liberdade de chegar mais tarde no trabalho na segunda-feira, terminar o expediente mais cedo para levar o fi-lho ao médico ou mesmo para um happy hour com os colegas. Quem não gostaria de trabalhar em um lugar assim? Essa realidade já é possível em algumas em-presas, em número menor do que mui-tos profissionais gostariam, mas pode ser uma tendência para aqueles que buscam bons resultados em vez de apenas cum-prir o que lhes foi mandado.
Quando pensamos nesse regime dife-renciado de trabalho, podem vir à mente
apenas empresas de tecnologia da infor-mação ou da comunicação, mas outras áreas começam a acompanhar este for-mato organizacional. É o caso da Unimed Missões, sediada em Santo Ângelo.
Com mais de 200 funcionários, a em-presa possui um sistema flexível de gestão desde sua fundação, em 1972; trabalhan-do sempre com a negociação como elo entre colaboradores e seus superiores. A Unimed Missões possui o sistema de banco de horas, em que os funcionários que tiverem que se ausentar ou ficar mais tempo na empresa possam utilizar essas
horas quando lhes for necessário. No caso dos colaboradores que estudam, há nego-ciação com seus gestores para que possam sair no horário das aulas e compensar de-pois. Não são todas as áreas da empresa que adotaram este sistema, como no caso do setor de enfermagem, que trabalha por escalas. “O diferencial da Unimed é que sempre é possível negociar”, relata Ver-gínia Donadel Forgiarini, supervisora de Recursos Humanos.
Ela afirma que a recompensa da flexi-bilização é maior do que os transtornos, pois a equipe tem mais satisfação no que faz, sabendo que seus objetivos pessoais não serão prejudicados ou influencia-rão de forma negativa em seu trabalho. “Gestores e funcionários são treinados desde seu início na empresa para traba-lhar com o sistema de negociação.”
Home oFFiceNo Grupo S7, agência especializa em
intercâmbios, a flexibilidade é baseada no plano de carreira. De acordo com Marjo-li Caeron da Silva, gerente comercial da
O benefício na balançaConfira as vantagens e os cuidados para estabelecer a flexibilidade de horários:
PrósMelhora no ambiente de trabalho
Alinhamento com objetivos pessoais
Possibilidade de negociação
ContrasPerda do foco
Aumento da exigência por resultados
Conflitos internos devido à divergência de horários
TexTO: AnA PAulA SArdá
Bens & Serviços / Setembro 2012 / Edição 89 45
unidade Porto Alegre, a intenção é fideli-zar o profissional para que, junto às van-tagens, venha a vontade de criar raízes na empresa. Após um ano de contratação, o colaborador pode trabalhar em home office a cada 15 dias, no dia escolhido e de acordo com a escala do seu setor. Ape-nas o setor financeiro não participa desse sistema, pois se torna inviável em função das tarefas que executa.
Apesar da baixa faixa etária dos fun-cionários e do clima descontraído do escritório, eles não são contratados em função do perfil cultural da empresa, mas sim pelas atividades e experiência prévia nas áreas determinadas. Para Marjoli, as vantagens são bem mais significativas do que as desvantagens do sistema. “Poder almoçar em casa, tomar um mate, não precisar enfrentar o trânsito é algo muito positivo. Todos sabem de suas tarefas e que serão cobrados. Portanto, a discipli-na e responsabilidade são essenciais para
que a parceria funcione ou, do contrário, o benefício pode ser cortado”, finaliza.
A pouca caracterização desse tipo de relação trabalhista na Consolidação das Leis do Trabalho (CLT) faz com que algumas empresas evitem a flexibilização dos horários de seus funcionários. A Lei 12.551, de 2011, acrescentou alguns pon-tos em relação ao trabalho de forma não presencial (Home Office), trabalho via celular ou internet, onde os mesmos não se distinguem da forma presencial. Deve-se ressaltar que um funcionário que leva o notebook da empresa para casa, por exemplo, não esteja necessariamente trabalhando durante todo o período. A remuneração deve ser a mesma e demais regras como carga horária e horas-extras devem ser seguidas de acordo com a CLT. Acordos coletivos entre categorias, con-venção da empresa ou mesmo acordos entre a empresa e funcionários em situ-ações pontuais tem sido saídas encontra-
das para que tudo fique regulamentado perante a legislação. Em organizações mais tradicionais não é raro que os co-laboradores acompanhem a cultura dos horários delimitados, desta forma, im-plementar um sistema de trabalho mais aberto se torna mais complexo.
TendênciasDe acordo com Rose Sussenbach, ge-
rente-geral da Place Consultoria e Recur-sos Humanos, empresas que trabalham com a flexibilização de horários ainda são poucas. Costumam ser de grande porte, como as multinacionais, e estão localiza-das, em sua maioria, nas capitais.
Uma das saídas está na hora da se-leção. De acordo com Rose, se a inten-ção da empresa é mudar sua cultura, o processo deve ser feito desde sua cúpula, terminando na contratação de pessoas alinhadas a este perfil de trabalho. O funcionário também deve lembrar que a liberdade dada pela empresa muitas vezes pode aumentar a busca por resul-tados e metas; portanto, a responsabili-dade pode ser maior. Segundo a gerente geral, a tendência é que a flexibilidade no ambiente de trabalho seja sucesso no futuro. “Mas, no momento, ainda não estamos preparados para isso.”
A melhor forma para se trabalhar em harmonia é que gestores e funcionários tenham em mente a noção de respon-sabilidade com o cargo que lhes foi pro-posto, buscando sempre adequar-se aos imprevistos que surgirem. Além disso, é importante negociar e buscar entender as necessidades mais profundamente, para que a liberdade oferecida pela organiza-ção não prejudique a vida profissional, pessoal nem a própria empresa.
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Rafael PandolfoConsultor tributário da Fecomércio-RS
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Só tem direito de criticar aquele que pre-tende ajudar. A frase, atribuída a Abraham Licoln, é uma metacrítica que revela muito so-bre a função daqueles que se comunicam com o público, a finalidade da sua mensagem e sua vinculação interna. Criticar a única coisa que se enxerga ou criticar uma alternativa, em de-trimento de outra considerada adequada. Há uma diferença, pode se dizer, ontológica, e por isso me identifico com a segunda alternativa. Assim, alinho algumas sugestões sobre medidas que podem ajudar a transformar nosso sistema tributário num dos elementos de fertilidade do ambiente de negócios no Brasil. Aí vão elas:
– supressão da contribuição da folha (INSS) sobre os setores do comércio e do serviço, que mais utilizam mão de obra. Os empregos gerados, o aumento do faturamento e do consumo compensarão (IRPF, IPI, Pis/Cofins, ICMS, ISS, Simples) a perda da arrecadação com a supressão;
– unificação de todos os tributos federais incidentes sobre o consumo (IPI/Cofins/Pis);
– resolução do conflito existente (ICMS) en-tre o regime de substituição tributária (instru-
mento de arrecadação) e o regime do Simples, que acaba mitigando a garantia constitucional a um tratamento tributário compatível com a respectiva capacidade contributiva;
– ampliação e “simplificação” do Simples Nacional;
– diminuição de obrigações acessórias (relevante apenas caso o IPI seja unificado com o Pis/Cofins);
– ampliação e consolidação dos regimes tribu-tários especiais, ligados ao desenvolvimento de determinados setores e atividades;
– solução do passivo dos estados e municípios e do passivo tributário de muitos contribuintes.
– desburocratização da economia;
– eliminação da guerra fiscal entre os estados.
Não acredito em reformas abruptas, creio num transcurso formado por avanços e pausas. O primeiro passo é a formação do consenso na sociedade, que já se encontra presente. Algu-mas medidas cruciais, como a que envolve o INSS, ainda estão restritas a apenas segmentos específicos da economia. Mas há movimento e, com ele, crítica e esperança.
rítica e esperança
“Não acredito em reformas abruptas, creio num transcurso formado
por avanços e pausas. O primeiro passo é a formação do consenso na
sociedade, que já se encontra presente.”
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oi-se o tempo em que o trabalha-dor era visto apenas como um cumpri-dor de tarefas. As políticas de recursos humanos, cada vez mais, enfatizam a ideia de colaboradores: funcionários ativos, que têm poder de decisão e também contribuem para melhorias nos processos das empresas. Junto a isso, vem a noção do prejuízo causa-do pela demissão de um colaborador. Arca-se com encargos trabalhistas, mas também com a perda da experi-ência acumulada daquela pessoa.
Para engajar as equipes e man-ter talentos, algumas organizações recorrem a ferramentas de gestão como o Programa de Participação nos Resultados (PPR) – conhecido, em algumas ocasiões, como Progra-ma de Participação nos Lucros (PPL) ou Participação nos Lucros e Resul-tados (PLR). Esse recurso funciona, geralmente, sob a forma de metas a serem atingidas. Alcançados os re-
sultados, os colaboradores recebem um abono financeiro.
O primeiro registro do uso do PPR data de 1812. Na época, o imperador Napoleão Bonaparte concedeu parti-cipação nos lucros aos atores da Co-média Francesa. Foram consideradas características como a idade e a fama de cada artista. A partir de então, a prática foi sendo aprimorada em dife-rentes países. No Brasil, a participa-ção nos lucros e resultados é regulada pela Lei 10.101, em vigor desde de-zembro de 2000.
Como funCionaO PPR não possui natureza sala-
rial. Ou seja, não substitui nem com-plementa a remuneração devida ao funcionário. Tampouco há encargos trabalhistas envolvidos, como férias, 13º salário e outros benefícios sociais. Trata-se de uma despesa operacional da pessoa jurídica.
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O PPR é uma ferramenta de gestão que incentiva aos colaboradores a atingir metas e
otimizar os resultados da empresa. Conheça mais sobre esta prática, que tem seu primeiro
registro ainda no início do século 19
PartiCiPaçãoque motiva a equipe
Entre os fatores que levam à conquista do bônus estão índices de produtividade, qualidade e lucro das organizações, além de programas de metas, prazos e resultados. A defini-ção de como os colaboradores terão direito ao benefício é estipulada pre-viamente. Participam da discussão gestores e equipe – comissão de em-pregados ou representante sindical, quando for o caso.
Adotar o PPR não é obrigatório, mas a prática é uma maneira de esti-mular os trabalhadores. Com recom-pensas claramente definidas, eles po-dem se sentir motivados a tornar os processos do empreendimento mais eficientes. Isso faz com que toda a equipe trabalhe alinhada com os ob-jetivos e valores da empresa, “vestin-do a camiseta” do negócio. Além dis-so, os empregadores se mostram mais transparentes, aumentando a credibi-lidade perante seus colaboradores.
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Flávio Obino FilhoAdvogado trabalhista-sindical da Fecomércio-RS
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O art. 6º-A da Lei nº 10.101/00, com a re-dação dada pela Lei nº 11.603/07, é expresso ao permitir o trabalho em feriados nas ativi-dades do comércio em geral, desde que au-torizado em convenção coletiva de trabalho. Assim, somente através de ajuste categorial, englobando todas as empresas representadas por sindicato patronal e a totalidade dos co-merciários reunidos no sindicato obreiro, é possível a abertura do comércio em feriados.
Esta redação foi fruto de discussões entre empresários, comerciários e o Governo, tendo prevalecido o entendimento de que a autori-zação especial para o funcionamento em feria-dos deveria abarcar toda a categoria, evitan-do-se práticas discriminatórias decorrentes de condições especiais negociadas em acordos coletivos de trabalho. Todos estão autorizados a funcionar ou ninguém poderá utilizar a mão de obra comerciária em feriados.
Em que pese a regra expressa que resul-tou de acordo entre as partes envolvidas, várias entidades sindicais de comerciários têm negociado acordos coletivos de trabalho com empresas autorizando o funcionamen-to em feriados. São acordos inválidos, mas que na prática, por ausência de penalização, vêm cumprindo seu objetivo e criando con-dições diversas para empresas comerciais de uma mesma localidade.
A impunidade se explica pela comunhão de interesses dos envolvidos. Ganham as em-presas que funcionam sem concorrentes; em-pregados comissionados e os sindicatos profis-sionais que pressionam as entidades patronais para que ajustem para toda a categoria as condições negociadas com algumas empresas. Neste cenário, não há denúncia para a fiscali-zação do trabalho e ações judiciais.
A farra, contudo, parece estar com os dias contados. Neste mês de agosto, o TST, em decisão unânime da Seção de Dissídios Coletivos (SDC), em ação proposta por sin-dicato patronal, declarou nula cláusula de acordo coletivo que prevê o funcionamento de estabelecimento em feriado, sob a justifi-cativa de que o dispositivo de lei é de inter-pretação restritiva que, fundada no princípio da proteção ao trabalho, não pode ser alar-gada para abarcar as autorizações concedidas em sede de acordo coletivo de trabalho.
O sinal vermelho do TST deve encora-jar sindicatos patronais em todo o Brasil a ingressarem com ações anulatórias de cláu-sulas de acordos coletivos, restabelecendo a regra de que as autorizações para fun-cionamento em feriados somente podem ser estabelecidas em acordos categoriais firmados pelo sindicato dos comerciários e o sindicato patronal.
F eriados e acordos de empresa
“Todos estão autorizados a funcionar ou ninguém poderá utilizar a mão
de obra comerciária em feriados.”
Bens & Serviços / Setembro 2012 / Edição 89 49
Mais Menos&INCLUSÃO DIGITAL NO PAÍSEstudo da Fundação Getulio Vargas (FGV)
mostra que
da população do Brasil possui acesso à
internet, computador em casa, telefone fixo
ou celular.
ARRECADAÇÃO DE IMPOSTOSSegundo a Associação Comercial de São
Paulo (ACSP), o Impostômetro deve alcan-
çar no último dia do ano a marca de
número recorde. No final do mês de agos-
to chegou a R$ 1 trilhão.
GERAÇÃO YPesquisa realizada pela Fecomércio-RS
aponta que mais de
da Geração Y não se interessa por política.
CRISE ECONôMICAO nível de vida grego caiu
nos últimos três anos, segundo o pri -
meiro-ministro da Grécia, Antonis Samaras.
RETOMADA DA ECONOMIAO relatório Economia Brasileira em Perspec-tiva, do Ministério da Fazenda, aponta uma
recuperação do Produto Interno Bruto do
país, que deve chegar a
ao final do ano.
MObILIDADEO Brasil registrou crescimento de
no acesso à banda larga móvel, de janeiro
a julho deste ano. É o que comprova o
estudo Balanço da Banda Larga 2012, feito
pela consultoria Teleco.
ACESSO À INFORMAÇÃOO International Business Report (IBR) 2012
da Grant Thornton revela que
dos empresários acreditam que as políticas
de remuneração e os salários individuais de
executivos seniores de companhias abertas
devem ser divulgados.
51,2%
R$ 1,6 trilhão,
90%
35%
4%
46%77%
CUSTO DO TAbAGISMOO Brasil gastou
do Produto Interno Bruto (PIB) em
2011 para tratar doenças relacio-
nadas ao tabaco, conforme levan-
tamento feito pela organização não
governamental Aliança do Controle
do Tabagismo (ACT).
INVESTIMENTO FEDERALDe acordo com o Diário Oficial
da União, a Caixa Econômica Federal
irá repassar
do FGTS à produção e aquisição de
imóveis de planos do Governo.
CONSUMO DE MATERIAL ESCOLAREm 2012, serão consumidos
em material escolar, conforme
indica pesquisa Pyxis Consumo, do
Ibope Inteligência.
0,5%
R$ 5,345 bilhões
R$ 400 milhões
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Rodrigo GiacometConsultor Político da Fecomércio-RS
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Sete anos se passaram desde que uma desa-vença política na base do governo federal pro-vocasse a denúncia do “mensalão”. Até então, essa palavra não existia. Hoje, ao escrever esse artigo, vejo que ela ainda não foi adicionada ao dicionário da língua portuguesa, pois o editor de textos automaticamente a sublinha com um traço vermelho. Se ela fosse incluída no Au-rélio, talvez pudesse ser descrita como “meca-nismo de cooptação de apoio parlamentar, pra-ticado pelo Executivo, mediante o pagamento mensal de uma taxa, em espécie, a membros do Legislativo”. Algo um pouco parecido com a assinatura de um serviço de telefone, televisão ou internet. Talvez fosse possível até o débito em conta, desde que a conta fosse aberta no banco certo, é claro.
Não quero dizer que outros governos não utilizaram outros mecanismos para obter apoio no Congresso. Há tempos a distribuição de emendas parlamentares e a distribuição de cargos públicos é moeda corrente no processo de aprovação da agenda legislativa do Exe-cutivo. As grandes novidades desse processo foram o uso de dinheiro em espécie, provavel-mente público, e o pagamento mensal.
Esse episódio serviu para nos mostrar como é possível conduzir a opinião pública quando estão em jogo os interesses do governo. Os en-
volvidos conseguiram transformar a compra de apoio parlamentar em um simples caixa dois de campanha. Confessando um crime menor, desviaram o foco da prática institucionalizada de compra de votos no Congresso.
O fato de o dinheiro utilizado na com-pra do apoio parlamentar ser público nunca interessou a ninguém. A opinião pública nunca se manifestou contra isso, pois esta-va anestesiada pelo aumento da capacidade de consumo e pela ação do governo sobre os movimentos sociais. A palavra “men-salão” virou um simples sinônimo de cor-rupção, comum a todo o sistema político. Atualmente, são poucos os que conseguem entender a diferença entre esse e outros es-cândalos de corrupção.
E chegamos, finalmente, ao julgamento, pelo STF. A distância dos acontecimentos e a qualidade das argumentações dos advogados dos réus quase nos faz pensar que o crime, ao menos quando é político, compensa – que-ro dizer, prescreve. Como podemos ter sido tão duros com essas pessoas sete anos atrás? Como posso ter sido tão ingênuo ao acredi-tar que o “mensalão” aconteceu? Se George Orwell, que escreveu o clássico 1984, esti-vesse vivo, ele diria que criamos o 38° minis-tério, o Ministério da Verdade.
M inistério da Verdade
“O fato de o dinheiro utilizado na compra do apoio parlamentar ser
público nunca interessou a ninguém.”