TEMAA escolha do tema baseou-se especialmente na questão
dos papeleiros e nas diferenças sociais e financeirasexistentes entre os moradores daquela região.
Neste sentido foi desenvolvido o Mapa Coneitual do grupode forma a diminuir ou suavizar os antagonismosenvolvidos neste projeto.
Após análise das variáveis envolvidas chegou-se a trêsfocos que foram desenvolvidos para o projeto. A idéiageral foi criar uma harmonia entre os moradores,condomínio, bairro e natureza.
Melhora através
Como fazer os diferentes conviverem bem?
NATUREZA x ÁREA CONTRUIDA SOCIAL
APROVEITAMENTO DE CARACTERISTICAS DO
TERRENO
ÁREA ALAGADA
PARQUEÁREA DE
TRATAMENTO DE ÁGUA
VEGETAÇÃO EXISTENTE
ARQUITETURA;FORMA CONVIVIO DE
MORADORES
SOCIO-ECONÔMICA
PESSOAS COM NECESSIDADES
ESPECIAIS
ÁREAS ACESSÍVEIS
AUXÍLIO A RENDA
RECICLAGEM
TROCA DE SERVIÇOS POR
TAXAS CONDOMINIAIS
CONDOMÍNIO ABERTO
Relação entre
Pode se transformar em
CONDOMÍNIOxBAIRRO
Integram-se pela
Melhora através
ECONOMIA SOLIDÁRIA
Oferecendo
Através da
Aplicação do Sistema de Wetlands Artificiais para tratamento do esgoto produzido pelos moradores. Valorização das áreas verdes em relação as áreas concretadas para criar um microclima agradável e facilitar o escoamento e absorção da umidade e
chuva. Recolhimento e separação do Lixo para reciclagem. Posicionamento dos blocos no sentido N-S para garantir melhor insolação na maioria dos apartamentos, além de abertura longitudinal no meio
dos blocos, onde foi locada a passarela de circulação, auxiliando a ventilação e iluminação dos blocos a Oeste. Recolhimento da água da chuva para uso em serviços comuns do condomínio, como limpeza de calçadas e irrigação dos jardins. Uso de placas solares para aquecimento da água dos apartamentos. Uso de pilotis que permitem o alagamento do terreno sem que haja necessidade de intervenções no fluxo natural das águas.
NATUREZA
EXEMPLO DE WETLAND
Para definir a quantidade de Wetlands necessária foi usada a seguinte fórmula, baseada em estudosanteriores:
Área para uso de filtro de fluxo horizontal:
A= [Q x (lnCo - lnCe)/KT x p x n
Onde:- A = área superficial requerida para o filtro (m²);- Q = vazão afluente (m³/d) – 4,5 pessoas x 40 aptos x 1oo L/pessoa.dia- Co = concentração afluente em termos de DBO5 (mg/L =g/m³) – obtido em 207 g/m³- Ce = concentração efluente em termos de DBO5 (mg/L =g/m³) – obtido em 20,7 g/m³- KT = constante da cinética de 1ª ordem (d-1) = 0,81- n = porosidade do material filtrante (m³ vazios / m³ material) = 0,4-p = profundidade média do filtro (m) = 0,5m
O resultado obtido foi aproximadamente 255 m² que foram divididos em três tanques circulares para cada bloco.
SISTEMA DE FUNCIONAMENTO DA WETLAND
MODELO PLACA SOLAR
Para definir a quantidade de Coletores necessária foiusada a seguinte fórmula:
Consumo diário: CD = 4,5 pessoas por apto x 45 litros x 40 aptos = 8100litrosQ = m x c x ( t2 -t1 ) = 8100 x 1 x (60 -20) = 324000KcalInsolação Média de Florianópolis = 4500Xh/m²Área = Q/I/R= 324000Kcal/(4,5KWh/m²)/0,678/(860Kcal/Kwh)= 123,48 m² - TOTAL DE 124 PLACAS POR BLOCO
O volume de água da caixa d’água foi prevista baseando-se num total de 200 litros de água por pessoa. O volume total necessário foi de 36 m³ por bloco.
DETALHE CALHAS DO TELHADO PARA RECOLHIMENTO DA ÁGUA DA CHVA
A proposta foi criar no condomínio uma extensãodo bairro deixando o térreo livre para usocomum, com os apartamentos particularessomente do primeiro pavimento em diante, deforma a manter certa privacidade para osmoradores. O térreo, quando possível, e oprimeiro pavimento (no caso do último bloco)foi usado para comércio e serviços, visandoatrair público para uma parcela do condomínio.
CONEXÃO COM O BAIRRO
DETALHE DA OCUPAÇÃO DO PTVO TÉRREO
A área livre do terreno foi aproveitada para a locação de uma praça, que estáposicionada um pouco mais para o interior do terreno, para convidar osmoradores do bairro a penetrarem no interior do condomínio.
CONEXÃO COM O BAIRRO
EXEMPLO DE PRAÇA CONEXÕES DECAMINHOS -PROJETO
PRAÇA PROJETOCONEXÕES DE CAMINHOS -PROJETO
A pretensão do grupo era possibilitar espaços detroca entre os moradores. Sendo assim foi criadouma passarela de estrutura metálica com asescadas de acesso desencontradas em cada andare um Hall de Entrada do andar para uso dosmoradores. Desta forma a possibilidade doscondôminos se encontrarem nos corredores,criando elos que vão além da simples vizinhança,fortalecendo a amizade e diminuindo asdiferenças sociais.
Em cada andar o espaço de dois apartamentos foiusado para áreas de Uso Comum, uma delas é ojá citado Hall de Entrada e outro e a lavanderia eas lixeiras seletivas. Estes espaços tambémpossibilitam o encontro das pessoas.
No térreo foi feito um Centro Comunitário e umacreche próximos a área da churrasqueiras quefavorecem a integração dos moradores no dia-a-dia e em eventos esporádicos.
INTEGRAÇÃO DOS MORADORES
VISTA DOS HALLS DE ENTRADA E LAVANDERIAS
PASSARELAS
Sobre o Direito a Moradia e o Bem-Estar do MoradorA moradia adequada foi reconhecida como direito humano em 1948,
com a Declaração Universal dos Direitos Humanos, tornando-seum direito humano universal, aceito e aplicável em todas aspartes do mundo como um dos direitos fundamentais para avida das pessoas. O direito à moradia integra o direito a umpadrão de vida adequado. Não se resume a apenas um teto equatro paredes, mas ao direito de toda pessoa ter acesso a um lare a uma comunidade seguros para viver em paz, dignidade esaúde física e mental.
A moradia é, em resumo, o nosso porto seguro, e a sua aquisiçãorepresenta uma das grandes conquistas de nossa vida.Para amaioria das pessoas poder adquirir a sua “casa própria” é muitomais que a realização de um negócio, é a concretização de umgrande sonho. A compra da residência é considerada uma dasprioridades entre os principais objetivos que buscamos emnossas vidas. A moradia própria é a certeza de que em qualquersituação nosso espaço estará garantido. Para estas pessoas,adquirir a sua residência é conquistar um status diferente de suaposição anterior. É como se essa residência lhe garantisse umatestado de que cumpriu com as expectativas dos seus familiarese grupo de relacionamento.
Foi seguindo este pensamento que surgiu a proposta de apartamentoscom possibilidade de ampliação, aumentando a sala ou criandoum terceiro quarto, pois abriga confortavelmente o morador enão o constrange a se mudar caso a família aumente. No casoespecial dos recicladores, a ideia de morar bem vai além dointerior do apartamento. O sistema de troca com o condomíniopossibilita o aumento da renda e melhora a auto-estima. Junto acreche e o Centro Comunitário foi instalado o Centro eReciclagem que dá um aspecto mais organizado e agradável parao trabalho deles, além de auxiliar nas despesas do prédio.
LAYOUT DO APARTAMENTO AMPLIADO
LAYOUT INTERNO DO APARTAMENTO
As vistas referem-se aos cômodos dosapartamentos, com e sem a ampliação,evidenciando que o bem-estar dosmoradores é possível, devido ao tamanhodos cômodos e da versatilidade doapartamento sem a perda do aconchego.
ESTRUTURAA estrutura dos blocos foi feita em concreto armado, pois é o material mais
utilizado, que demanda uma mão-de-obra menos qualificada e é, portanto,mais barata. A vedação dos apartamentos foi feita também com materialbastante comum, o bloco cerâmico furado, vulgarmente conhecido comotijolo furado. A escolha de materiais simples, além de baratear o custo da obra,facilita para o morador quando for fazer a ampliação do apartamento. Devidoa diferenciação dos pavimentos, ou seja , as paredes se desencontram de umandar para outro foi usado forro de gesso para esconder as vigas doapartamento superior.
As passarelas , escadas e brises foram feitos de metal por ser mais leve e maisversátil para a sustentação. A sustentação dos elementos metálicos é feitaatravés de chumbação na estrutura do prédio.
Os brises foram usados apenas na face Oeste para proteger os apartamentos de umainsolação indesejada, eles acompanham a forma desconstruída da fachada.
DETALHE SUSTENTAÇÃO PASSARELA
MODELO TRELIÇA PASSARELA
DETALHE DO FIOS DE SUSTENTAÇÃO DO FORRO E JUNÇÃO DAS PLACAS.
DETALHE DE SUSTENTAÇÃO DO FORRO DE GESSO.
BRISES
PASSARELAS
CONCLUSÃOO Partido Projetual se definiu a partir das diretrizes do Mapa Conceitual, buscou-se harmonizar
todas as variáveis e chegar a um Projeto que fosse aconchegante e agregador, semprevalorizando o bem-estar geral. A inclusão se estabelece nos diversos aspectos estudados.
O condomínio se insere no bairro não de forma agressiva, se impondo, mas entra no contexto dolocal, melhorando a qualidade de vida da região. Os vizinhos podem se apropriar docondomínio até um determinado ponto e, desta forma, a relação com os vizinhos se torna maispróxima, aumentando, por exemplo, na sensação de segurança dos condôminos.
Os moradores do condomínio podem se encontrar em muitos dos cruzamentos criados,fortalecendo os elos de camaradagem e criando um espírito de grupo e suavizando os aspectos queos diferenciam, tornando-os iguais.Este grupo do condomínio pode perceber a relação harmônica com a Natureza, através dos jardinse do aproveitamento dos recursos naturais e reutilização dos dejetos. Logo, a natureza não éagredida, mas se insere como parte do projeto.Enfim, a inclusão acontece em todos os níveis, numa relação tão harmônica de troca, que já não sepercebe as diferenças que antes existiam, tudo faz parte de um único ciclo.
CONCLUSÃO