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FUNDAÇÃO GETÚLIO VARGAS .�� ' L. ' . � ..... -. � " -
I"
ESCOLA BRASILEIRA DE ADMINISTRAÇÃO PÚBLIC . CENTRO DE FORMAÇÃO ACADÊMICA E PESQUISA . CURSO DE MESTRADO EM ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA .�/
o SISTEMA DE FRANQUIA NA ORGANIZAÇÃO PÚBLICA -
CASO EMPRESA BRASILEIRA DE CORREIOS E TELÉGRAFOS
DISSERTAÇÃO DE MESTRADO APRESENTADA POR
AÍDA HELENA CERQUEIRA DE AZEVEDO
RIO DE JANEIRO, 1999
-BI1e! O ' ;C I IO IE�',,1 ,,1:.lONSEN FUNOAÇlo rEleJ: V�RGAS
=
BB-00065565-1
Ficha catalográfica elaborada pela Biblioteca Mario Henrique SimonsenIFGV
Azevedo, Aída Helena Cerqueira de.
O sistema de franquia na organização pública -
caso Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos / Aída Helena Cerqueira de Azevedo. -1999.
vii, 151f.
Orientador: Paulo Reis Vieira.
Dissertação (mestrado) - Escola Brasileira de
Administração Pública, Centro de Formação Acadêmica
e Pesquisa.
Inclui bibliografia.
1. Franquias (Comércio varejista) - Estudo de casos.
\..J J
2. Concessões administrativas - Estudo de casos. 3. Empre- v sa Brasileira de Correios e Telégrafos. I. Vieira, Paulo v Reis. ll. Escola Brasileira de Administração Pública. Cen-
tro de Formação Acadêmica e Pesquisa. ll. Título.
CDD - 658.8708
J J J J ...J J
FUNDAÇÃO GETÚLIO VARGAS ESCOLA BRASILEIRA DE ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA CENTRO DE FORMAÇÃO ACADÊMICA E PESQUISA CURSO DE MESTRADO EM ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
o SISTEMA-DE FRANQUIA NA ORGANIZAÇÃO . PÚBLICA - CASO EMPRESA-BRASILEIRA DE
CORREIOS É TELÉGRAFOS
DISSERTAÇÃO APRESENTADA À ESCOLA BRASILEIRA DE ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA PARA A OBTENÇÃO DO GRAU DE MESTRE EM ADMINISTRAÇÃO
PÚBLICA
AÍDA HELENA CERQUElRA DE AZEVEDO
RIO DE JANEIRO, 1999 -
FUNDAÇÃO GETÚLIO VARGAS ESCOLA BRASILEIRA DE ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA CENTRO DE FORMAÇÃO ACADÊMICA E PESQUISA CURSO DE MESTRADO EM ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
E
o SISTEMA DE FRANQUIA NA ORGANIZAÇÃO PÚBLICA - CASO EMPRESA BRASILEIRA DE .
CORREIOS E TELÉGRAFOS
DISSERTAÇÃO DE MESTRADO APRESENTADA POR
AÍDA HELENA CERQUEIRA DE AZEVEDO
APROVADA EM 17.08.99 PELA COMISSÃO EXAMINADORA
PA()REIS VIEIRA Doutor em Administração Pública (PhD)
PAULO ROBERTO DE MENDONÇA MOTTA Doutor em ministração P , . a"(PhD) -
ENR
AGRADECIMENTOS
Ao meu orientador, Professor PAULO REIS VIE�
por todo o interesse, apoio, paciência, boa vontade, orientação e tempo
dispensados durante todo o curso e ao exame desta dissertação, o meu
sincero agradecimento.
Aos meus professores, que durante todo o período do
mestrado me transmitiram não só informação, mas também interesse e
empolgação com uma nova fase a se iniciar.
Aos funcionários da Escola Brasileira de
Administração Pública - EBAP e da FGV, que sempre se mostraram
prestativos e de grande ajuda, em especial a Vânia Mattos da Silva
Oliveira, Juarez de Oliveira, Jorge Santos, Marly Batista e às pessoas
ligadas à Biblioteca.
--
A realização deste trabalho não teria sido possível sem
o estímulo e a presteza de pessoas ligadas à Empresa Brasileira de
Correios e Telégrafos - ECT, em especial ao Sr. Haroldo Corrêa de
Mattos e ao Sr. Paulo Machado Belém Filho; à Associação Brasileira de
Franchising - ABF; ao Instituto Franchising de Marcelo Cherto; ao-
Intemational Franchise Masters - IFM presidido por Luiz Felizardo
Barroso; e à Professora Sylvia Constant Vergara que me permitiu
participar de algumas entrevistas de seu trabalho com a ECT.
Finalmente, agradeço a confiança, o apOlO e o
incentivo recebidos de meu marido, pais, irmão e amigos, que sempre me
fizeram acreditar nos meus sonhos e realizá-los.
ii
RESUMO
A proposta deste trabalho é descrever o sistema de
franquia no seu aspecto geral, dentro do contexto da presente conjuntura
econômica brasileira, onde cortes nos gastos governamentais e
implementação dos processos -de privatização. e licitação estão sendo
-
utilizados como fatores fundamentais para a competição e a atualização
da indústria e dos serviços públicos no âmbito da globalização.
Buscou-se fazer uma revisão da parte conceitual do
sistema de franquia e das organizações públicas. A ECT - Empresa
Brasileira de Correios e Telégrafos é um estudo de caso concreto de uma
empresa pública utilizando o sistema de franquia em larga escala e com
sucesso.
Paralela a esta apresentação, buscou-se demonstrar
outras modalidades de parceria entre a iniciativa privada e a organização
pública, através da licitação, privatização e terceirização, de forma a
fornecer serviços e produtos ao consumidor com maior qualidade e
menores investimentos para o governo.
üi
ABSTRACT
The purpose of this work is to describe the franchising
system lU its general aspect inside the actual brazilian economical
conjucture, which reduction in govemment spendings and privatization
and public tender processes are being implemented, and are used as the
most important factors to the competition, the industry and the public
services updated facing up with the globalization scenario.
It was intended to make a revision of the conceptual
part of the franchising system and the public organizations. The ECT -
Brazilian Mail&Telegraph Company is a real study case of a public
organization making use of the franchising system in large scale and
successfully.
In addition to this presentation, it was wanted to
demonstrate other types of association between the private company and
the public organization, through the public tender, privatization and
outsourcing, in order to supply services and products to the costumer
with better quality and less investments to the govemment.
iv
suMÁRIo
Páginas
CAPÍTULO 1- rNTRODUÇÃO
1.1 - Justificativa do Tema . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 01
1.2 - Objetivos do Estudo . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 06
1.3 - Metodologia . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 09
1.4 - Definições dos Termos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 11
CAPÍTULO II - O SISTEMA DE FRANQUIA
2.1 - Conceito . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 15
2.2 - Histórico . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 17
2.3 - Classificação . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 22
2.4 - Vantagens da Franquia . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 26
2.5 - Desvantagens da Franquia . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 30
2.6 - A Franquia e a Lei . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 33
2.7 - Considerações Gerais . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 37
CAPÍTULO lU - AS ORGANIZAÇÕES PÚBLICAS
3. 1 - Conceito . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 47
3.2 - A Franquia nas Organizações Públicas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 53
v
CAPÍTULO IV
EMPRESA BRASILEIRA DE CORREIOS E TELÉGRAFOS
4. 1 - Histórico e Finalidade da ECT . . . ... . .... . . . . .. .. . ... . . . .... . . . . . . . .. .......... . . . . 57
4.2 - A Franquia na ECT . .. . .. . . .... . ..... . . . . . . ... . ... . ..... . . .-. . . . .... . . . . .. ........ . . . . . . .. . 67
. 4 .3 - Considerações Gerais .. . . . . "........... . .................................................. 75"
CAPÍTULO V
A ORGANIZAÇÃO PÚBLICA E A INICIATIVA PRIVADA
5 . 1 - Licitação . . . . . . .. . . . . . ... .. .. ". . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 80
5 .2 - Privatização . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . ". . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 1 04
5.3 - Terceirização . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .. . . . . . . . . . . .. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .. . . 1 20
CAPÍTULO VI - CONCLUSÃO
Conclusão . .... . . . . .. . . . ....... ..... . . . . . . . . . .. .. . .. . . . .... . . .... . . .. . . . ..... . . . . . ..... . .. . .. . . . . . . . . . 124
ANEXOS .... . .. ....... . ....... . . . . . ... . . . . . . . . . .... .... . . . . . . . . . . . . . . . . . . .. .. . .... . . . ..... . . . . . . . . . . 1 3 1
BffiLIOGRAFIA . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 1 43
vi
CAPÍTULO I - INTRODUÇÃO
1. 1 - Justificativa do Tema
A sociedade moderna apresenta mudanças
constantes em sua estrutura face ao aparecimento de tecnologia,
concorrência, produtos e serviços novos que são detectados pelo grau
de contato e comunicação existentes entre as nações, ou seja, a
globalização está presente e é uma detenninante importante nas
mudanças que ocorrem no mercado. As organizações, sejam públicas
ou privadas, devem ter estruturas ágeis, flexíveis, enxutas, com pessoal
qualificado e boa interligação e conhecimento de seus diversos setores,
mercados e público. As alternativas procuradas referem-se aos
procedimentos operacionais, aos métodos de administração e à gestão
de produção para, dentro das perspectivas econômicas e sociais, se
tomarem competitivas no mercado internacional e interno.
De fato, transformações devem ocorrer na
mentalidade dos dirigentes e na estrutura de suas empresas de forma a
pennitir, mediante o compromisso com a qualidade dos bens
produzidos e dos serviços prestados, o atendimento eficaz às demandas
dos clientes e uma maior competitividade e inovação no mercado.
As empresas públicas, que têm participação efetiva
do Estado, necessitam de articulação interna, estratégia de
investimentos e reestruturação em relação ao seu papel na atual
conjuntura social, política e econômica brasileira. As questões de
enfraquecimento do monopólio e da privatizaçao são realidade,
trazendo à tona o questionamento da função do Estado, as atividades e
os resultados esperados de suas organizações.
A Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos
ECT, é uma empresa de destaque dentro do contexto organizacional
Público brasileiro, seja pelo seu tamanho, sua estrututura ou pelas
inovações que vem realizando para enfrentar as mudanças necessárias,
a fim de manter seu negócio de forma correta no atendimento às
necessidades da sociedade. É uma empresa estatal que presta serviços
monopolizados (objetos postais, correspondência e telegrama) e não
monopolizados ( encomendas, transporte� distribuição de produtos,
fornecimento de passaportes, recebimento de pagamento de contas, de
2
inscrição em concursos e outros serviços).
Em 1989 a ECT adotou o sistema de franquia, a fim
de se expandir, em parceria com a iniciativa privada, possibilitando o
aumento de pontos de venda, maior agressividade. comercial, menores
custos na gerência e na manutenção de pessoal, impostos e beneficios
sociais, maior flexibilidade e sensibilidade para as mudanças do
mercado, maior conhecimento de mercados· específicos e motivação do
franqueado, maior agilização de informação, atendimento e acesso ao
usuário e rapidez em detectar e ocupar nichos de mercado.
A ECT caracteriza-se como uma empresa sujeita ao
controle de preços, pelo Estado, dos serviços monopolizados, à
proibição legal de investir em publicidade, aos grandes custos com os.
funcionários, à necessidade de implantação e manutenção da rede de
agências, além de ter função social e de integração do território
nacional. No entanto, ela apresenta credibilidade frente ao público,
boas condições . logísticas e tecnológicas de atividades operacionais,
liberdade sobre os preços de serviços não monopolizados,
padronização do sistema operacional e de comunicação visual e
3
automação dos pontos de venda. Com a implantação e a utilização do
sistema de franquia, algumas mudanças foram percebidas e necessárias
para a eliminação de conflitos e o maior aproveitamento dos recursos
disponíveis. As agências próprias repassam tecnologia de operação às
franqueadas e à ECT é dado concentrar investimentos em questões
-
logísticas, tecnológicas e de gestão do sistema de franquia. Neste
sentido, há maior demanda dos produtos e serviços por atender um
maior número de pessoas, através do aumento de pontos de venda,
criando-se uma barreira de entrada aos possíveis concorrentes e uma
nova mentalidade e perspectiva quanto às atividades, recursos
humanos e clientes. Assim, é possível trabalhar em harmonia o poder
público com a iniciativa privada obtendo bons resultados.
Em 1 993, a ECT apresentava cerca de 1 700 agências
franqueadas, que representavam 1 2,5% do faturamento da empresa. É
a primeira empresa estatal brasileira a utilizar o sistema de franquia e a
privatizar algumas de suas funções. O sistema de franquia na ECT
demonstra a participação efetiva dos micro e pequenos empresários no
mercado, a viabilidade da parceria entre os setores públicos e privados
e a utilização desse sistema em empresas públicas, principalmente de
4
serviços, sejam federais, estaduais ou municipais.
Em recente nota no Jornal O Globo de 23 de
dezembro de 1998 (p.27), o Ministério das Comunicações anunciou as
metas para os próximos três anos, em que a relação agência/usuário
passará dos atuais 5837 habitantes por ponto de atendimento para 5625
habitantes/ponto em 1999, 5173 habitantes/ponto em 2000 e 5051
habitantes/ponto em 2001, possibilitando assnn o atendimento cada
vez maior às novas comunidades.
A Secretaria de Serviços Postais enviará o Projeto da
Lei Postal para o Palácio do Planalto no início de 1999, visando a
abertura do mercado, criando funções específicas para a ECT, pois
11.652 das 16.137 agências serão terceirizadas. Isto demonstra que
muitas e novas mudanças irão surgir. Possibilidades como privatizar,
dar concessões ou ampliar o sistema de franquia são consideradas para
alcançar essas metas. Daí a importância do estudo sobre o sistema de
franquia na relação entre empresário e empresa pública para o aumento
dos pontos de venda vinculado ao melhor atendimento ao consumidor
em geral.
5
, "
, "
1.2 - Objetivos do Estudo
Este estudo tem como principal objetivo apresentar o
desenvolvimento e as características do sistema de franquia de forma
geral, e em específico na trajetória da ECT, como forma de incentivo
para modificar as atuais práticas de gestão e de relação entre as
estruturas públicas e privadas. É importante salientar outras formas de
relação entre as empresas das áreas públicas e privadas, como a
licitação, a privatização e a terceirização, para a criação ou
continuidade da prestação de servIços ou bens à comunidade.
Desta forma, o trabalho tenta abranger o sistema de
franquia, o conceito de organizações públicas, os dados da ECT,
modalidades de relação entre as empresas públicas e privadas e a
possibilidade de implantação e utilização da franquia na organizações
públicas. Neste contexto, conceitos, históricos, análises e legislação
serão apresentados como forma de embasamento para o que se
pretende apresentar neste estudo.
6
o capítulo II trata do sistema de franquia nos seus
conceitos, classificação, histórico, legislação, vantagens e
desvantagens e dados atualizados do sistema em funcionamento no
Brasil, além de algumas informações sobre sua estrutura em outros
países.
o capítulo IH descreve as organizações públicas nos
seus conceitos, descrições, - áreas e legislação, considerando-se a
qualidade do serviço prestado.
o capítulo IV refere-se à ECT na sua criação,
histórico, descrição, produtos e serviços e dados gerais da empresa e
do próprio sistema de franquia.
o capítulo V apresenta outras modalidades de
relação entre as empresas públicas e privadas, através de breve
histórico e conceituação, enfatizando a licitaçao e a privatização como
alternativas de relação entre o poder público e a iniciativa privada.
E, finalmente, o capítulo VI é a conclusão, em que é
7
feito um resumo do estudo, além de tecer algumas considerações finais
relevantes.
o estudo em questão não pretende propor um
modelo de sistema de franquia Ideal e compatível para as organizações
públicas em geral, nem tampouco abordar e analisar minunciosamente
o caso da ECT, pois seria extenso e por demais exaustivo. O que se
pretende, portando, é analisar e apresentar opções de relações de
convivência e comércio entre os setores públicos e privados no atual
estágio de privatizações, mudanças e globalização em que nos
encontramos, tendo o caso da ECT como parâmetro de estudo, sem, no
entanto, abranger uma agência franqueada específica.
�nno franquia sempre despertou interesse, seja
por parte de empresários, mídia, teóricos da administração ou público
em geral. O grande núme�'Pontos de venda, a facilidade de acesso
ao público, a possibilidade em � negócio já testado, e a própria
tru' - . . ai d� d d'
rees turaçao orgamzaclOn que po e pra�, respon e, em gran e
parte, por este interesse. Assim sendo, o sistema de franquia pode
significar um incentivo à revisão das atuais práti�e gestão e da � 8
relação entre o poder público e
caminhos �mpetitividade e
. . d � di ,.
maXImIZan o os recurso�omvels.
1. 3 - Metodologia
a iniciativa privada, buscando
modernidade no mercado e
o presente estudo tem um caráter inicial descritivo e
explicativo, além de exploratório, visando a exposição das
características e evolução do sistema de franquia, em especial na ECT.
Uma análise dos dados obtidos, com o objetivo de justificar os fatores
que contribuíram para a utilização do sistema de franquia e, a
investigação de possíveis relações de comércio entre o poder público e
a iniciativa privada, a fim de atender ao consumidor, são realizadas.
Os meIos utilizados foram, principalmente, a
pesqUIsa bibliográfica e documental, através de levantamento de
material disponível sobre o assunto em revistas especializadas, jornais,
teses, livros, manuais e legislação. O estudo de caso retratando a ECT
serve para dar maiores subsídios para o detalhamento do tema e o
melhor entendimento da proposta de estudo. A pesquisa de campo foi
9
feita em curto período de tempo, por diversos fatores de dificuldade,
mas o suficiente para se ter uma visão ampla do contexto do tema
abordado, através de técnica de entrevista aberta.
Assim, este estudo, através de um método
qualitativo, tem uma interpretação das informações coletadas para
melhor sistematizar todo o material encontrado, retratando o universo
do franqueador, do franqueado, do usuário e da empresa pública. A
flexibilidade na abordagem do tema e no registro dos dados foi
bastante utilizada e necessária. Os dados quantitativos foram utilizados
apenas para exemplificar o que se pretendia expor, quando relevantes.
As limitações se deram pela pouca disponibilidade
de material específico sobre os Correios em relação à criação e à
continuidade do sistema de franquia e pela disposição e tempo das
pessoas envolvidas com o assunto. Desde o momento da decisão de
realizar o estudo até o momento de fazê-lo, muitas mudanças
ocorreram na conjuntura mundial e brasileira e ajustes foram feitos
para a atualização da abordagem do estudo. O grau de subjetividade
não retira o aspecto científico do estudo nem o esforço em concretizar
10
a proposta inicial. O estudo não pretende criar um modelo ou padrão
de sistema de franquia para as organizações públicas, mas conhecer,
documentar e interpretar esta realidade brasileira, com algumas
generalizações.
1.4 - Definições dos Termos
Franquia (ou Franchislng): acordo entre as partes envolYen_º9 __ o uso de
marca, distribuição e comercialização de' produtos e serviços, mediante
um conjunto de direitos e obrigações.
Franqueado (ou Franchisee): pessoa fisica ou jurídica, adquirente do
direito .de instalar, operar, administrar e explorar o negócio, conforme
orientação recebida.
Franqueador (ou Franchisor): pessoa jurídica, que detém a marca e a
tecnologia de instalação e operação do negócio, que autoriza terceiros a
utilizar seu negócio e tem experiência para exploração e ganhos, de
acordo com normas pré-estabelecidas.
1 1
Empresa pública: pessoa jurídica de direito privado com atividades
administrativas relativas ao capital privado� criadas por lei, como
instrumento de ação do Estado.
-
Administração pública: conjunto de meIOS institucionais� materiais,
-
financeiros e humanos preordenados à execução das decisões políticas.
Qualidade: conjunto de propriedades e características de um produto ou
serviço� satisfazendo as necessidades explícitas e implícitas.
Qualidade na organização: resultado conjunto da qualidade dos
processos� do cumprimento da missão e do perfil de motivação de seus
clientes.
Atendimento eficaz: qualidade do serviço prestado no que se refere ao
tempo� à solução das necessidades e aos anseios do cliente.
Produtividade: utilização eficaz dos recursos produtivos com vistas a
obter a máxima quantidade de bens e serviços ao custo mais baixo.
12
Consultoria de campo: visitas periódicas que o representante do
franqueador faz a cada franqueado para levantar problemas, fornecer
informações, treinar, atualizar procedimentos, reciclar, etc.
Conselho de franqueados: representação coletiva dos franqueados junto
ao franqueador para melhor comunicação.
Manuais de franquia: registro detalhado do sistema operacional e dos
conhecimentos sobre o negócio (instalação, operação e gestão) que o
franqueador passa ao franqueado.
Treinamento: programa para capacitação do franqueado a fim de manter
o padrão de qualidade.
Unidade Piloto: unidade implantada, operada e gerida pelo próprio
franqueador. Teste prático do seu negócio. Pode servir como local de
treinamento, teste de inovações ou padrão do negócio.
Taxa de royalties: valor pago, mensalmente, pelo franqueado para ter
acesso e integrar a rede padronizada de negócio do franqueador.
1 3
Taxa de franquia: valor pago pelo franqueado uma única vez quando.
adere à rede e, talvez, também, na renovação do contrato. Remunera os
custos iniciais para o franqueador passar o negócio.
Taxa de publicidade e propaganda: valor pago, em geral mensalmente,
pelos franqueados, para um Fundo de Propaganda da rede com o objetivo
de divulgar os produtos e serviços, com base no faturamento.
14
CAPÍTULO 11 - O SISTEMA DE- FRANQUIA
2.1 - Conceito
A franquia é um método de distribuição de produtos
e/ou servIços que, apesar de- funcionar em diversos locais e sob a
responsabilidade de diferentes pessoas, mantém o conceito do negócio
através da unifonnidade do sistema técnico- e gerencial e da padronização
das lojas, produtos e atendimento, conforIne a sua marca. A relação se dá
entre o franqueador, que detém a marca e o sistema de funcionamento da
empresa , e o franqueado, que implanta o sistema de acordo com as
especificações e o controle do franqueador.
No Brasil, o Conselho de Desenvolvimento Comercial
(CDC) do Ministério da Indústria e do Comércio, define franquia como
um sistema de distribuição de bens e serviços, em que o titular de um
produto, serviço ou método, devidamente caracterizado por marca
registrada, concede aos outros comerciantes, de sua relação, por ligação
contínua, licença e assistência para exposição do produto no mercado. O
sistema de franquia-pennite a socialização dos benefícios e vantagens de
1 5
uma estrutura corporativa maior e mais organizada com toda _ uma rede
formada por várias empresas menores independentes, nas áreas
econômica e jurídica, porém sujeitas às normas de conduta e atuação
derivadas da vinculação com a empresa-mãe.
o sistema de franquia fornece vários benefícios para
quem pretende operar o seu negócio, pois oferece uma marca conhecida e
um negócio já testado e aprovado no mercado e, permite ao franqueador
expandir a sua rede e marca sem dispender um investimento tão alto. Um
franqueador transfere experiência, ferramentas, manuais e treinamento
para o franqueado, a fim de garantir a qualidade de todos os que detém a
sua marca.
Franqueado ou jranchisee é a pessoa física ou jurídica
que adquire a franquia para administrar e operar, segundo os padrões
estabelecidos. Franqueador oufranchisor é a pessoa jurídica que autoriza
terceiros a usar a sua marca, comercializar os seus produtos e representar
os seus servIços e, que dita como o negócio deve se apresentar e
funcionar no mercado.
1 6
ÍNDICE DOS ANEXOS
ANEXO 1
Resum�: Franquia X Negócio Independente . . .... . . . . . . . ..... . . . . .. . .. . . . . . . . .. . . 1 3 1
ANEXO 2
A Lei no. 8.955/94 sobre Franquia . . . . . . . . . . . . . . .. . . . . . . . . . . .. . . .. . . . . . . . ... . . . . . . . .. . . 132
ANEXO 3
Modelo de Contrato de Franquia . . . . . . . . . .... . .. . . . . . .. .. . .... . . . .. . . . . . . .. . . . . . . . . . . . . . 135
vü
2.2 - Histórico
Basicamente franquia é a combinação da energia e do
trabalho do pequeno empreendedor com a experiênci� o reconhecimento
e o poder de compra da empresa que detém a marca. Apresenta-se,
assim, como uma alternativa para o pequeno empresário constituir seu
próprio negócio ao mesmo tempo em que oferece às empresas
franqueadoras uma estratégia de expansão de bastante eficácia.
A noção de franquia se reporta às expedições
marítimas européias que visavam o comércio, o lucro e o mercado
fornecedor de novos produtos para obtenção de um mercado consumidor
estável e dependente. Os reinos partilhavam os custos e as recompensas
com os aventureiros ou navegadores. Também a Igreja Católica, na
Idade Médi� mantinha parceria de direitos e deveres com os senhores
feudais para a cobrança e coleta de impostos.
A franquia no setor público se apresenta em diversos
graus, na forma de concessão de serviços públicos, fornecimento de
serviços ou construçao civil para empresas particulares ou de economia
17
mista . Sua origem se deu na Igreja Católica que se confundia com o
próprio Estado.
A ongem mais remota da palavra franquia está no
idioma francês, franchisage , significando a outorga de um privilégio ou
de uma autorização. As cidades franqueadas ofereciam a livre circulação
de pessoas e bens. O termo também poderia significar a liberdade ou
dispensa de servidão. Mas com o fim da Idade Média, o termo também
desapareceu. Hoje a França representa 50% das franquias de toda a
Europa.
O termo franchising na língua inglesa significa,
juridicamente, um direito que alguém adquire de fazer algo por
autorização ou concessão de outrem. Reapareceu em 1 950 nos Estados
Unidos como um sistema de distribuição, mas sua origem é de 1 860
através da Singer Sewing Machine Company, criando as Lojas Singer.
Depois vieram grandes empresas como a General Motors em 1 898 e a
Coca-Cola em 1 899 , utilizando formas de franquia através do sistema de
distribuição.
18
F oi somente no início do século :xx que a franquia -
desenvolveu-se como método para a expansão de empresas de diversas
atividades. Nos anos 30 as companhias de petróleo converteram os postos
de gasolina operados diretamente em franquias operadas por pessoas
franqueadas do local. Após a Segunda Guerra Mundial, com pouco
. dinheiro e mão -de obra disponível, o setor de alimentação cresceu muito
pelo sistema de franquia, como é o caso do McDonald's.
Na língua portuguesa,· franquia representa concessão,
permissão ou autorização. Teve origem no Brasil com os Calçados Stella
em 1 910 . As Lojas Ducal não chegaram a se expandir através desta
modalidade por problemas financeiros, mas criaram os manuais da sua
franquia, considerados avançados em 197 5 .
Em 1 987, em São Paulo, constituiu-se a ABF -
Associação Brasileira de Franchising, com a finalidade de:
.divulgar a franquia e as suas vantagens para o franqueador, o franqueado e
o consumidor;
• incentivar o aprimoramento técnico das empresas que a praticam;
.promover a defesa do sistema junto às autoridades e associações de classe;
19
• manter intercâmbio com as entidades congêneres;
• estabelecer padrões mínimos para moralizar o mercado e garantir seriedade
e profissionalismo da franquia no Brasil .
A Associação dos franqueadores do Brasil também tem
por objetivo promover, aperfeiçoar e assistir o sistema de franquia,
através de promoção de palestras, integração com outras associações,
representação junto às entidades públicas, entre outras.
o SEBRAE, visando o incentivo às micro, pequenas e
médias empresas, orienta, assessora e divulga o conceito e a fonna do
sistema de franquia.
Muitas empresas brasileiras adotaram o sistema de
franquia e dispõem de um plano bem estruturado de desenvolvimento,
expansão e assistência aos franqueados. São pioneiras no sucesso e no
tamanho conquistados, utilizando a franquia para o seu crescimento,
como é o caso do Yázigi (cursos de inglês) em 1 960 e O Boticário em-
1 979.
20
As franquias se encontram em diferentes estágios de
evolução atualmente, chamadas de gerações, que são:
. 8 _ .FranqUlas de 1 geraçao ou de marca e produto sem exclusividade:
enfatizam o uso da marca com a revenda, mas sem exclusividade para o
franqueado, não havendo transferência de tecnologia nem treinamento e,
tendo outros pontos de venda concorrendo com o ponto da franquia;
.Franquias de i geração ou de marca e produto com exclusividade: são as
franquias empresariais em que há a licença da marca com a venda de
produtos. Apesar de haver exclusividade de fornecimento, o sistema de
planejamento e gestão do negócio não é repassado;
.Franquias de 38 geração ou de formato de negócio: é a transferência de
experiência, tecnologia, conhecimento e metodologia sobre a operação e
gestão do negócio já previamente testado, havendo parceria entre
franqueado e franqueador, para obter qualidade e uniformidade visual e
operacional de toda a rede;
• Franquias de 48
geração ou redes inteligentes ou de aprendizado contínuo:
abrange a estrutura da franquia de 3' geração com o canal de
comunicação ampliado, valorizando a missão, os valores e a participação
ativa dos franqueados nas decisões estratégicas do negócio com maior
liberdade de atuação.
21
2.3 - Classificação
A princípio a franquia pode ser dividida em Franquia
Empresarial (Uniform Business Format Franchising) e Franquia
Tradicional (Product and Tradename Franchising). A franquia
Tradicional refere-se ao fabricante ou distribuidor que detém a marca e
vende os seus produtos ao revendedor autorizado. São concessões
representadas pelas distribuidoras de derivados de petróleo, pelas
montadoras de veículos, pelos fabricantes de refrigerantes e cervejas,
etc ..
Na franquia Empresarial, o franqueador dispõe aos
seus franqueados não apenas o direito à comercialização dos produtos,
mas também o know-how, a assistência total e permanente e o controle
mais rígido, constante e intenso dos serviços necessários à es truturação e
condução de um negócio completo.
22
A ABF identificou quatro· categorias de franqui�
segundo seu grau de desenvolvimento e dos serviços prestados aos
franqueados, que são:
1. Franquia de marca e produto: rudimentar, pois a franquia não é o único
canal de distribuição e o franqueado pode sofrer o constragimento de
. seguir um padrão de compra de um único fornecedor e ter como
concorrente alguém com liberdade de comercialização do produto;
2. Franquia de revenda ou distribuição exclusiva: não há limites territoriais
garantidos para a comercialização do produto, tendo o franqueado outro
franqueado como concorrente;
3 . Franquia de conversão: transformação de um negócio independente em
um negócio formatado pelo franqueador, recebendo a marca, o produto, o
sistema operacional, o treinamento gerencial e administrativo e o sistema
de propaganda;
4. Franquia do negócio formatado: refere-se a todo o sistema de operação
do negócio, além da marca e do produto, com território exclusivo e
padrões estabelecidos .
A franquia pode apresentar quatro níveis, a saber:
23
e Franquia de produção: o franqueador produz e vende seus produtos para a
rede de franqueados, servindo-se de uma ou várias marcas;
e Franquia de distribuição: o franqueador atua como uma central de compras
para o franqueado, selecionando fornecedores para a produção dos
produtos sob sua marca;
eFranquia de serviços: o franqueado reproduz os servIços de seu
franqueador através de métodos de gestão;
eFranquia industrial: o franqueado fabrica produtos do franqueador,
utilizando sua marca, tecnologia, métodos e assistência técnica.
Dentro dos tipos básicos descritos, a franquia pode
adotar formas específicas, algumas até não são utilizadas ainda no Brasil.
São elas:
e Subfranchising, também chamado de master franchising, é a franquia da
franquia, ou seja, os franqueadores adquirem o direito de constituir e
comercializar franquias dentro de áreas delimitadas, ficando a seu cargo a
prestação de todos os serviços e a oritentação aos franqueados, podendo
também, ter o direito de comercializar os produtos que deverão ser
utilizados por esses últimos, estabelecidos em seu território;
24
• Area-development franchisees ou franqueados para o desenvolvimento de
área, que são aqueles que adquirem do franqueador o direito de explorar
diretamente um território, ou seja, não outorgam concessões, mas
instalam e exploram as franquias previstas para o território determinado;
• Franquia mista em que se englobam vários tipos de franquia num negócio,
como serviços e produtos, ou produtos e ind ústria, etc;
• Franquia associativa que ocorre com a participação recíproca do
franqueador no capital do franqueado ou vice-versa, geralmente através
de ações na Bolsa de Valores em que os franqueados adquirem ações da
empresa. Comum nos EU� essa forma se aproxima das sociedades
regulares e se distancia do conceito básico de franquia, já que a
independência dos contratantes não é mantida;
• Franquia financeira re fere-se ao franqueado que adquire a franquia
exclusivamente para investimento de capital, não gerindo o negócio
diretamente, mas através de pessoa de confiança. Não é muito utilizado
no Brasil;
• Franchise comer diz respeito aos pontos instalados estrategicamente nos
pequenos espaços cedidos nos corredores dos shopping centers, de forma
onerosa ou gratuita, em que o franqueador contrata com o franqueado a
instalação do negócio formatado;
25
• Franquia de nova instalação no qual o franqueado se obriga a adquirir o
local em que a atividade comercial será desenvolvida�
• Franquia de reconversão é quando o franqueado dispõe de ponto comercial
com outra atividade e o converte em franquia, já mencionada
anterionnente;
• Franquia multimarcas refere-se ao franqueado que detém duas ou mais
franquias distintas com poderes contratuais para gerí-Ias�
• Multifranquia trata do franqueado que possui mais de uma franquia da
mesma rede em pontos diversos;
• Franquia itinerante é quando o franqueador transfere seu negócio para
unidades móveis operadas pelo franqueado a fim de atingir locais
distantes e de difícil acesso ou mercados incipientes.
2.4 - Vantagens da Franquia
A franquia apresenta vantagens e desvantagens para o
franqueador e o franqueado. Cabe a cada parte fazer uma avaliação das
suas necessidades e objetivos e escolher o que melhor se adapte às suas
características .
26
franqueador são:
As principais vantagens do sistema de franquia para o
1. Rapidez na expansão: o franqueador pode contar com o capital e a força
de trabalho de cada franqueado;
2. Desenvolvimento de mercado: o franqueador· dispõe do empenho,
experiência, conhecimento e envolvimento dos franqueados em mercados
específicos ou em locais distantes, podendo in gressar em novos
mercados;
3 . Fortalecimento da inarca: a franquia permite criar, manter e divulgar a
marca mais facilmente, sendo o franqueado também uma combinação de
outdoor e show room da marca;
4. Baixo investimento de capital: o franqueador necessita de baixo capital
para inyestir na expansão da empresa, pois conta com o investimento do
franqueado;
5 . Alta motivação dos administradores dos pontos de vareJo: os
franqueados apresentam maior grau de motivação do que os gerentes,
pois são donos de seu próprio negócio, e visam maximizar o faturamento,
a rentabilidade e os níveis de eficiência operacional, tendo a
responsabilidade direta sobre os custos;
27
6 . Confiabilidade: o consumidor tem mais segurança com negócios testados
e encontrados em diversos locais�
7. Maior eficiência administrativa e menor envolvimento nos problemas
diários dos pontos de venda: os franqueados ficam com a
responsabilidade diária do negócio, cabendo _ ao franqueador tratar da
produção e do desenvolvimento do produto, da orientação aos
franqueados e do sistema de marketing, através da descentralização do
processo administrativo�
8 . Menos problemas de natureza trabalhista: o franqueador é juridicamente
independente do franqueado e, portanto, não se envolve nas questões
trabalhistas do franqueado �
9. Maior garantia de mercado para seus produtos/serviços: os franqueados
somente podem comercializar os produtos confonne as especificações do
franqueador�
10 . Estrutura central reduzida: os franqueados gerem e contratam seus
próprios funcionários, possibilitando ao franqueador ter uma equipe
menor e de melhor nível para coordenar o negócio�
11.Feedback: há uma relação de comunicação, troca de idéias e experiências_
em que o franqueador tem contato, através de seus franqueados, do
mercado e do consumidor final;
28
12.Canal diferenciado para seus produtos e/ou ser viços: os pontos de venda
diferenciam a marca e o produto em seu canal de distribuição.
franqueado são:
As principais vantagens do sistema de franquia para o
1. Marca conhecida: o consumidor já teve contato com a marca e presume
que há garantia da qualidade dos produtos;
2. Redução dos riscos e maior garantia de sucesso: o negócio já foi testado e
dispõe de uma estrutura pronta de fornecimento, publicidade e de todo o
sistema operacional;
3. Facilidades iniciais: a orientação, a assistência e o suporte técnico
prestados pelo franqueador quanto à instalação e manutenção das
operações, localização do ponto de venda, projeto de instalação e
aquisição de materiais, acompanhamento de obras, apresentação de
manual de operações e treinamento, geram suporte para o início de um
negócio;
4. Propaganda e marketing: o franqueado tem acesso às campanhas
promocionais e publicitárias, locais e nacionais;
29
5. F eedback: o franqueador, atra vés do contato direto e constante com os
demais franqueados, dispõe de melhor conhe cimento do mer cado,
podendo pre ver e repassar ajustes no negó cio;
6. Suporte moti va cional: o su cesso do franqueado depende do franqueador e
vi ce- versa, promo vendo apoio, ajuda e suporte moti va cional m útuo;
7. Desen vol vimento constante de no vos produtos e técnicas: o franqueado
dispõe de produtos no vos e té cni cas geren ciais ad vindos ·da. assessoria do
franqueador;
8. Rentabilidade mais rápida: o franqueado não ne cessita realizar todo o
trabalho de afirmação e projeção no mer cado, dispondo de mais tempo
para o esforço de venda;
9. Maior poder de barganha: o poder de nego ciar refere-se a toda uma rede,
podendo ter a cesso a preços reduzidos e condições de pagamento mais
fa cilitadas;
IO.Desen vol vimento contínuo: atra vés de informações e sugestões coletadas
de toda a rede, pelo franqueador e, o contato constante entre os
franqueados, surgirão idéias e melhoramentos para o negó cio.
2.5 - Desvantagens da Franquia
30
frangueador são:
As desvantagens do sistema de franquia para o
1. Rentabilidade menor: se a empresa tem capital para investir d i retamente,
terá maior lucrativ idade do que dividir a receita com um franqueado, isto
a curto prazo;
2. Retomo a prazos mais longos: o franqueador dispõe de capital para o
planejamento e instalação de unidades-piloto, confecção de manuais,
contratação de profissionais qualificados -e recrutamento e treinamento de
franqueados e, esses investimentos retomam mais a longo prazo;
3. Redução do controle sobre os pontos de venda: a rede de lojas não é
própria, cabendo o controle direto ao franqueado, sócio no negócio;
4. Possibilidade de disputas com os franqueados: após algum tempo, o
franqueado adquire mais conhecimento e segurança e passa a pressionar
por alterações nos métodos operacionais, a reclamar pelos royalties
pagos, a trocar de franqueado r, entre outros problemas.
franqueado são:
As desvantagens do sistema de franquia para o
1. Pouca independência: o franqueado deve obedecer os procedimentos e
padrões estabelecidos pelo franqueador;
3 1
2. Pagamento ao franqueador: o franqueado deve pagar uma taxa inicial ou
royalties periódicos pelo uso da marca e pelos serviços prestados pelo
franqueador;
3. Inflexibilidade: a regulamentação da relação franqueado-franqueador é
estabelecida em contrato com a determinação dos critérios de operação,
. mas tornando as - alterações e as-respostas ao mercado local mais lenta;
4. Limitações na venda do negócio: há limitação, por contrato, para a
transferência da franquia ou do ponto de venda por prazo pré-definido;
5 . Risco associado à performance do franqueador: o franqueado deve fazer
uma seleção rigorosa do franqueador para ter certeza que receberá a
assistência técnica e os produtos necessários durante a sua relação de
franquia;
6. Limitações quanto aos estoques e materiais: os materiais e suprimentos
necessários ao negócio, os produtos e os fornecedores só podem ser
adquiridos através do franqueador ou por ele estabelecido;
7. Dependência de outros franqueados: o sistema de franquia é integrado e,
portanto, a atuação de um ou mais franqueados pode afetar o
desempenho da estrutura em relação à marca e à qualidade;
8. Risco vinculado à imagem da marca: qualquer coisa que afete a imagem
da marca irá afetar diretamente os negócios de cada franquia.
32
2.6 - A Franquia e a Lei
o sistema de franquia possui uma legislação específica
para regulá-lo no Brasil, podendo, no entanto, ser regido pelo Código
Civil e Comercial e por outras leis, direta ou indiretamente, tais como: lei
anti truste, Códigos de Defesa e Proteção do Consumidor e da
Propriedade Industrial, a lei que trata dos crimes contra a ordem
econômica e o Código de Auto-regulamentação em Franchising com
re gras internacionais de conduta. A Lei no.8.955 de 15 .12. 1994 dispõe
sobre o contrato de franquia empresarial e define a franquia empresarial
como "o sistema pelo qual um franqueador cede ao franqueado o direito
de uso de marca ou patente, associado ao direito de distribuição exclusiva
ou semi-exclusiva de produtos ou serviços e, eventualmente, também o
direito de uso de tecnologia de implantação e administração de negócio
ou sistema operacional desenvolvidos ou detidos pelo franqueador,
mediante remuneração direta ou indireta, sem que, no entanto, fique
caracterizado vínculo empregatício".
33
/
o INPI - Instituto Nacional da Propriedade Industrial,
até bem pouco tempo não reconhecia no contrato de franquia nenhuma
transferência de tecnologia ou repasse de técnicas, dificultando o en vio
de royalties para franqueadores estrangeiros, pois o Banco Central
autoriza a remessa mediante o registro do contrato no INPI. Como a
internacionalização da franquia é ine vitá vel e até necessária, a Resolução
no . 35/92 do próprio INPI veio facilitar os pagamentos ao exterior
decorrentes dos contratos de franquia. Assim, os contratos que
conti vessem a concessão temporária de direitos en vol vendo o uso da
marca e a prestação de serviços de assistência técnica ou outra
modalidade de know-how, passariam a ser examinados pela Diretoria de
Transferência de Tecnologia, autorizada a a verbar os contratos de adesão
conforme a Lei no. 5.772 de 21.12.71. Com a lei no . 8.383/91, os
roya/fies passaram a ser dedutí veis pelo uso de patentes e marcas e pela
assistência técnica e administrati va, para fins de apuração do lucro real, e
pagos pela subsidiária brasileira a quem detém o controle no exterior, se
o contrato foi a verbado pelo INPI e registrado no Banco Central.
Basicamente, a lei nO.8.955 ino vou na caracterização
da não relação empregatícia entre franqueador e franqueado, na
34
obrigação do contrato escrito e na obrigatoriedade do fornecimento, pelo
franqueador, da Circular de Oferta de Franquia ao franqueado
interessado, com todas as informações sobre o negócio, obrigações e
direitos que existirão na relação. Esta circular decorre da adoção do
princípio do disclosure, que a tornou obrigatória, à semelhança do
prospecto exigido pela lei das S.A e mercado de capitais (CVM). Deve
ser especificado o total do investimento inicial para a aquisição,
implantação, compra de equipamentos e produtos e filiação à franquia,
inclusive com as condições de pagamento. Pagamentos e taxas futuras,
seguro, taxa de publicidade, aluguel de imóvel ou de equipamentos,
assistência esperada, relação dos demais franqueados e participantes da
rede, inclusive os que saíram no prazo de 12 meses, situação perante o
INPI, entre outros ítens, estão presentes na lei e são necessários para
haver uma relação mais transparente entre parceiros de negócio para se
adquirir maior confiabilidade e clareza na partipação de cada um.
O contrato de franquia é um contrato de adesão, com
cláusulas gerais, uniformes, abstratas e imutáveis. Deve ser comutativo,
oneroso, formal, personalista, misto, com duração continuada,
consensual, desdobrável ou não. Como o contrato faz lei entre as partes,
35
necessário é que todos os ítens importantes dessa relação estejam
contidos no contrato, de comum acordo, ressaltando a figura do
franqueador e do franqueado, titular da marca, o licenciamento, a
concessão da franquia, a transferência do know-how e seu
acompanhamento ao longo do contrato, o pagamento de taxa de ingresso,
.. contínuas e de propaganda, calculadas em percentual sobre 0-
faturamento, as condições de treinamento, a indicação do fornecedores se
possível, além do território de atuação. a prazo não pode ser inferior ao
retomo do investimento. A renovação geralmente é automática. O fim da
relação pode ser por rescisão (ruptura por desejo de uma das partes, por
inadimplemento ou descumprimento de alguma cláusula), resilição
(dissolução por ambas as partes) ou resolução (por sentença judicial) . Os
manuais de operação, administrativo, financeiro, arquitetônico, design,
treinamento, seleção de ponto, propaganda, etc. são partes integrantes do
contrato de franquia.
Quanto ao Fisco, o Imposto de Renda incide
normalmente sobre as declarações de rendimentos e patrimônio,
deduzidos, como despesa operacional, tudo o que o franqueado paga ao
franqueador ou gastos do franqueador com o franqueado. Mas o Fisco
36
Municipal tem atenção redobrada sobre o pa gamento do Im posto sobre
Serviços, . que incide sobre a atividade principal das franqueadoras
(concessão de novas unidades ) e sobre o a genciamento e a intermediação
de contratos de franqui a, Há uma discussão equivocada de equipara r -
tributavelmente a outor ga de franquia à locaçã o de bens móveis, o que só -
é possível pa ra efeitos cívis, em casos determinados,
2.7 - Considerações Gerais
A franquia empresarial no Brasil cresceu muito através
dos franqueados d �asse média que, após perderem ou saírem de seus
' I ' \ ' d ' - al ' nh d " empre gos, u h Izaram suas m e mzaçoes para re Izar o so o o ne goc Io
, ' D ' ' \ 1 ' · d 1 - , - d prop no , aI o cre SCImento Fe atIvamente gran e em re açao as opçoes e
fr ' Co 'da A ' \ " , fr ' anq Ulas Olere CI s , pos e ste p nme rro momento, m Ultas anqu las
fecha ram devido ao mau Plane j�en to e expansão das redes de franquia, , " \ b d mas um numero m Ulto ma IOr tem SI oO a e rto por outras e novas re es,
mesmo em tempo de crise e desemp �, possibilitando a geração de
rique za e oportunidades de trabalho ,
37
Em princípio qualquer ativ idade econômica é
franqueável, desde a fabricação até a venda de produtos. Franquear é uma
estratégia de crescimento mediante a associação de forças com o
franqueado. Ao se decidir em franquear, o empresário deve verificar a lei
que rege a franquia, além de encomendar um estudo de viabilidade
econômica e negocia I, através de um questionário de avaliação com cem
perguntas aproximadamente, referentes aos setores operacionais
financeiro, jurídico, come rcial, marketing, etc., finalizando com um
parecer sobre a adoção ou não do sistema de franquia para o seu negócio .
Se o parecer for positivo, a empresa deverá elaborar a " Circular de Oferta
de Franquia", abr indo os seus dados empresariais conforme a lei e o
código de Defesa e Proteção do Consu midor .
A franquia representa atualmente no Brasil 1/3 de todo
o movimento de v arejo. O sistema de franquia faturou em 1996 US $ 8,3
bilhões, com 151.908 funcionários e, em 1997, com as altas taxas de
juros, evasão de dólares e desemprego crescente, teve faturamento de
US $ 9,9 bilhões com 196.381 empregados, um aumento significativo de
190/0 no fatura mento e 30% no n ú mero de empregados, apesar do n ú mero
de franqueadores ter caído 5%, segundo pesquisa realizada pela revista
38
Pequenas Empresas Grandes Negócios (Ano X, no . 118, nov 98, p.121 ).
As franquias são representadas, principalmente, por micro, pequenas e
médias empresas, através de recursos próprios dos franqueados, tomando
evidente o potencial para que o Governo incentive o setor a fim de
diminuir as taxas de desempr ego . Está em funcionamento no Ministério
da Ind ústria, do Comércio e do Turismo, Grupos de Trabalho: GT l
(Aperfeiçoamento da Lei de Franquia ), GT2 (Financiamento ) e GT3
(Educação e Qualidade ) dentro do Sistem a de Franquia Empresarial .
As empresas, em geral, não estão criando novos
negócios em setores diversos, mas concentrando-se nos setores que já
conhecem e sabem fazer, terceirizando as demais operações, para evitar a
v ulnerabilidade de u m mercado globalizado com mudanças constantes. A
franquia é uma forma de terceirização, com uma relação mais estreita
entre a empresa maior e o pequeno empresário. Até planos de sa úde e
odontológicos utilizam o sistema de franquia . Mas a atividade seg uradora
ainda é proibida de utilizar este sistema.
A lei no . 8955/94 do Deputado Magalhães Teixeira,
instit ucionalizou o princípio do full and fair disclousure (revelação
39
ampl� irrestrita e sincera dos dados empresari ais ), já presente na lei das
Sociedades Anônimas e da C VM. Assim, o franqueador deve fornecer ao
candidato à sua franquia a Circular de Oferta de Franquia (C OF ), com
pelo menos dez dias de antecedência do recebimento de qualquer
import ância ou ass inatura de contrato ou pré -con trato . É um documento
legal, em linguagem clara e a cess ível, contendo dados cadastrais e um
histórico da empresa, balanços e demonstrações financeiras, pendências
ju diciais, descrição detalhada da fran quia, perfil do franqueado,
requisitos do envolvimento direto do franqueado na operação e
administração do negócio e direitos e obrigações, situação do registro da
marca no INPI, total inicial para a aquisição e in ício de operação, valor
do aluguel dos equipamentos e ponto e taxa de publicidade, seguro,
manua is, vantagens o f erecidas, territorialidade, expiração e rescisão do
contrato, modelo do contrato, relação com os atuais franqueados, recibo
de entrega da Circular ao franqueado com termo de sigilosidade e
fidedi gnidade; sob pena de devolução das quantias pagas pelos
franqueados, perdas e danos e anulabilidade do contrato . A atualização é
anua L A lei também trouxe a obrigatoriedade do contrato escrito,
prevenindo improvisações e mal-entendidos.
40
Geralmente, quando há a intenção de ce'ebrar um
contrato no futuro, faz-se um contrato preliminar, ou pré-contrato ou
ainda, carta de intenção, que compromete às partes frrmarem novo
contrato. É muito útil por ser a franquia um contrato de quase adesão,
com cláusulas posteriores, de acordo com a implementação efetiva da
-
franquia. Além do contrato preliminar e do principal, pode-se firmar,
posteriormente, contratos derivados ou vinculados (licenciamento da
marca) e contratos subordinados (locação ou sub-locação, comodato).
Apesar da eficiência do sistema de franquia ser
consequência dos recursos dos franqueados, uso de técnicas de
marketing, desenvolvimento tecnológico e automação, padronização,
controle de qualidade, treinamento, seleção de bons pontos comerciais,
economia de escala, marca conhecida e assistência contínua, o Governo
não incentiva a sua expansão, pois não há linhas de crédito ou
fmanciamento disponíveis. A falta de conhecimento das instituições
financeiras, privadas ou não, sobre o sistema de franquia e vice-versa,
além do pouco comprometimento do franqueador com os resultados do-
franqueado, acarretam a não utilização deste veículo para o aumento das
franquias e acesso a outros empresários, seja pelo franqueador no seu
41
projeto, manua IS, d i vulgação, ou pelo franqueado na implantação da
franquia, estoque, aqu isição de equ ipamentos ou instalações. A franquia
também tem seus r i scos e sofre as influências da conjuntura econômica.
A inadimplência dos franqueados ocorre, e é com o d i álogo constante, a
fim de conhecer o que está acontecendo com cada parte, que franqueados
e franqueadores podem ter mais êx ito para resol ver este problema .
Segundo matéria da re vista Veja sobre montar o
próprio negócio, a p articipação das micro e pequenas empresas no P IB
brasile iro em 1998 foi de aproximadamente 40%, com 40 milhões de
empregados em 1997, ou 60% da mão -de -obra ocupada, respondendo por
40% da riqueza prod uzida. O n úmero de pessoas que procuram o Sebrae
- Ser viço Bras ileiro de Apo io às M i cro e Pequenas Empresas, ped indo
or ientação para abr ir uma empresa foi de 1,2 milhão em 1997. Segundo o
Sebrae, das empresas abertas no país, 80% não completam do is anos de
ati vidade . Em 1997 foram abertas 400.000 empresas, mas em 1998
restaram 80.000 ainda em funcionamento. Conforme pesquisa feita pela
agência de publicidade Standard, Ogil v y&Mather, em 1997 o segundo
maior desejo das pessoas era ser empresário, atrás do sonho da casa
própria. Um fator que contribui para este aumento é a terceirização,
42
transferindo para as empresas menores tarefas que as empresas maiores
faziam anteriormente. Pesquisas sobre o desempenho das micro e
pequenas empresas mostram que a maioria não dá certo na primeira vez.
Em média, o empresário brasileiro quebra três vezes . Mas é um grande
cresimento para um país que não as favorece com crédito barato, apoio
tecnológico e legislação trabalhista flexível. O único beneficio é a carga
tributária menor do que a das grandes empresas. Nos Estados Unidos,
essas empresas são responsáveis por 80% do PIB americano e no Japão
por 60% das exportações. De cada dez novos empregos gerados no
mundo, seis são proporcionados por pequenas empresas, ainda de acordo
com a revista Veja (Eu quero ser Patrão. Seção Economia e Negócios,
25 . 1 1 .98, p. 1 58- 1 63) .
As peq�enas e médias empresás tem passado por um
processo de constante re�struturação deZ às mudanças crescentes,
. . 1 1 \1) l ' / . .
pnnClpa mente com a g o a lZação,/para se manter compettttva no \ / mercado. Há sempre a constan��úvida entre ter um negócio próprio ou
ter um negócio franquead�a �em quer investir nesta realidade. Na
franquia, a liberdade é/Íimitada n\e diz respeito à condução do
negócio e à tomada d�ecisões. O negócio jà está testado e aprovado por f 43 \
outros franqueados� com toda uma estrutura de distribuição e propaganda
. fr \ .
, nh '/da D _.
eXIstente ente a \uma marca Ja c07eel . escontos com os
� - -
fornecedores é possível de�do a quanticlàde requisitada de toda a rede.
P · l d "\
" /d " or outro a o, no negocIo Wropn.0, a emora e maIOr para se ter um
sistema efetivo de compra,�buição e venda, além de poucos
descontos devido à POUC�uantidàde adquirida dos fornecedores, mas há
uma total Iiberdad/padrão�
co�a e tomada de decisões, podendo
talvez vir a se toniar uni franqueador no fu-turo.
Em 1 992, havia no país 1 6 .000 unidades franqueadas.
Em 1 998 são mais de 32 .000, fazendo do Brasil o terceiro maior mercado
de franquias no mundo, atrás apenas dos Estados Unidos e do Japão. O
perfil dos franqueados são executivos que perderam ou deixaram o
emprego e investiram a indenização no negócio próprio. Mais de 70%
dos candidatos a franqueado dispõem de 40.000 a 70 .000 reais para
iniciar o negócio. A taxa de mortalidade é inferior à dos negócios
independentes. 65% das pequenas empresas vão à falência antes de
completar o segundo ano de vida. No caso das franquias, este índice é de
20% nos primeiros cinco anos de existência, apesar de não existir uma
pesquisa detalhad� conforme é descrito na revista Veja (Os riscos no
44
mundo da franquia. Seção Guia. São Paulo: Abril, 17 .06. 1998, p. 1 32-
134).
Segundo matéria da revista Pequenas Empresas
Grandes Negócios (Os Pilotos da Franquia. São Paulo: Globo, Ano I,
-
no.6, outl94, p. 1 7-25), o perfil do franqueado brasileiro é: homem com
menos de 40 anos, curso universitário completo, negócio instalado em
São Paulo, exigente e satisfeito com o negócio. 35% são mulheres, 26%
tem entre 20 e 30 anos, 42% entre 3 1 e 40 anos, 25% entre 4 1 e 50 anos e
8% acima de 5 1 anos e, 65% tem fonnaçào superior, geralmente em
Administração ou Economia. As principais razões para a escolha do
sistema de franquia é a segurança (58%) e a falta de experiência (22%).
Geralmente as franquias são pequenas empresas com poucos
funcionários: 4 1 % tem de 3 a 5 empregados, 24% de 6 a 9, 1 6% tem até
2 funcionários, 8% de 12 a 1 5 e 1 1% com mais de 20 empregados. 48%
tem a franquia há menos de um ano, 37% entre um e três anos e somente
2 1 % tem o negócio há mais de três anos. Talvez por isso, 80% dos
franqueados possuem apenas uma loja. Geralmente, os investimentos dos_
franqueados ficam entre US$ 1 0.000 a 50.000. O perfil do franqueado
apresentado na mesma revista (Uma prova de fogo. São Paulo: Globo,
45
Ano III, no. 14, fev/96, p.44-52) em 1 996, demonstra que, apesar de
algumas variações, foram mantidas as características desse perfil em
relação ao número de funcionários e ao valor do investimento.
o sistema de franquia tem crescido tanto no mundo
como no Brasil e a previsão para após o ano 2000 é que a franquia
responderá por 50% do total de vendas a varejo. Vários novos serviços
serão adaptados ao sistema para crescer e atender a todos. Motivação,
treinamento, atualização e internacionalização serão a essência do
sistema de franquia. A internet, para o uso externo, e a intranet, para o
uso interno da cadeia de franquias terão papel fundamental para a
comunicação e a transmissão de informações de forma rápida, eficaz e
interativa, além da divulgação da empresa, e venda de produtos e
serviços ao consumidor final. Quem detém a informação e o
conhecimento, detém a ação para a mudança. E nesta estrutura
globalizada, é fundamental saber usar as informações para manter a
competitividade.
46
CAPÍTULO IH - AS ORGANIZAÇÕES PÚBLICAS
3. 1 - Conceito
o Estado . se manifesta através de seus órgãos
supremos, ditos constitucionais, com o exercício do poder político,
denominado como governo ou órgãos governamentais ou, através de seus
órgãos dependentes ou administrativos representados pela Administração
Pública.
Administração Pública pode ser entendida como o
conjunto de meios institucionais, materiais, financeiros e humanos,
ordenados conforme a necessidade de execução das decisões políticas,
segundo 1. Afonso da Silva ( 1992). Pode ser direta, indireta ou
fundacional no que se refere à União, Estados, Municípios e Distrito
F ederal. A administração direta é aquela centralizada em órgãos
administrativos subordinados diretamente ao Poder Executivo nas esferas
governamentais do Estado (entidades estatais). A administração indireta é
descentralizada, formada pelos órgãos integrados de prestação de
serviços ou exploração de atividades econômicas, vinculadas ao Poder
47
Executivo, e representadas pelas autarquias, · empresas públicas e as
sociedades de economia mista. As entidades fundacionais são instituídas
pelo Poder Público, criadas por lei específica.
As empresas públicas e de sociedade de econorma
. . mista podem criar subsidiárias com o objetivo de explorar a atividade
econômica ou prestação de serviços, sujeitas ao regime jurídico das
empresas privadas e com obrigações trabalhistas e tributárias.
A administração pública é regida por princípios
constitucionais, a saber: da legalidade e da finalidade (o fim submetido à
lei), da impessoalidade (os atos são imputáveis aos órgãos e não aos
funcionários), da moralidade e da probidade administrativa (exercício das
funções sem favorecimento), da publicidade, da licitação pública, ·da
prescritibilidade dos ilícitos administrativos e, da responsabilidade civil
(reparação dos danos patrimoniais).
o enfoque será dado à administração indireta. As
autarquias são pessoas jurídicas de direito público, autônomas, criadas
por lei, patrimônio e receitas próprios, para executar atividades típicas da
48
administração públic� que requeram, para seu melhor funcionamento,
gestão administrativa e financeira descentralizada, com responsabilidade
própria de seus atos. Seus bens são públicos, com imunidade aos
impostos e, seus procedimentos fmanceiros seguem as regras de
contabilidade públic� com regime de pessoal estatutário e os contratos
sujeitos à licitação.
A fundação pública é uma entidade dotada de
personalidade jurídica de direito, sem fins lucrativos, com autonomia
administrativa e funcionamento custeado pelos recursos da União e de
outras fontes e, seus contratos são sujeitos à licitação.
Sociedades de economia mista são as pessoas jurídicas
criadas por lei, como instrumento de ação do Estado, com personalidade
jurídica do direito privado, sob a forma de sociedade anônima, cujas
ações com direito a voto pertencem em sua maioria à União. As
prestadoras de serviço público não estão sujeitas à falência.
Empresas Públicas são pessoas jurídicas de direito
privado com atividades administrativas relativas ao capital público,
49
criadas por lei como instrumento de ação do Estado. Adotam qualquer
forma societária, sujeitas à falência e com bens passíveis de penhora e
execução. São autônomas, administrativa e financeiramente, com
patrimônio próprio de iniciativa particular, obrigações trabalhistas e
tributárias.
A concessão do servIço público é o ato em que o
Estado atribui a alguém o exercício do serviço público sob condições
fixas e só alteradas pelo Estado, com remuneração através de tarifas
cobradas. O concessionário deve ter como requisitos a capacidade
técnica, idoneidade financeira, competência administrativa, integridade
moral e não pode transferir a concessão. O Estado tem o poder de
inspeção e fiscalização. A concessão é em forma de lei, através de
licitação e se extingue com a expiração do prazo, rescisão judicial ou
consensual, ato unilateral do concedente (encampação ou resgate e
caducidade ou decadência), falência do concessionário que assume os
riscos e perigos inerentes à atividade desenvolvida.
Os convênios referem-se aos acordos entre entidades
públicas ou estas e particulares, para realizar objetivos de interesse
50
comum. Os consórcios referem-se aos acordos entre as entidades
públicas de mesma espécie para realizar objetivos comuns. Os serviços
públicos de competência da União podem ser privativos (defesa nacional,
polícia marítima, aérea e de fronteiras, emissão de moedas, serviço
postal, etc) ou comuns, com atuação paralela dos estados e municípios.
As organizações públicas foram criadas a fim de
incentivar determinadas áreas com a maIOr participação do Estado,
acelerando o processo de desenvolvimento e canalizando recursos para o
setor produtivo de insumos básicos. No entanto, elas necessitam de
articulação interna, estratégias de investimentos e reestruturação quanto
ao seu papel na atual conjuntura social, política e econômica do Brasil.
Elas apresentam responsabilidade pública e social, respondendo pelos
danos que seus agentes causarem a terceiros, assegurado o direito de
regresso contra o responsável nos casos de dolo ou culpa.
Na área pública, a missão é definida genericamente
para garantir consenso e apoio político para a organização. Deve ser
flexível, motivadora, realista e compreensível, incluindo a atividade a
desempenhar, público a atingir, domínio tecnológico, fronteira geográfica
51
de ação, compromIsso valorativo e desejo de imagem pública, para
acompanhar ' as mudanças constantes do ambiente em que se está. A
missão, os objetivos gerais e específicos são traçados para gerar
projeções planejadas de estados futuros desejáveis e os meios para atingí
los.
A princípio, as empresa públicas, apesar da
preocupação com o mercado, clientes, canais de distribuição, produtos e
serviços, tecnologia e comunicação, não são direcionadas apenas para o
lucro, mas também para a responsabilidade de atender às necessidades
públicas. Assim, elas precisam reestruturar o seu papel na atual
conjuntura social, política e econômica frente à discussão sobre a função
do Estado nos aspectos relativos à competitividade, lucratividade,
qualidade e atendimento ao consumidor.
Ao adotar o sistema de franquia, alterações
operacionais e administrativas serão necessárias, mas além dos produtos
e serviços até então comercializados, um novo produto chamado franquia
e um novo cliente chamado franqueado surgirão. E sta relação entre
franqueador, franqueado e consumidor final deve ser bem elaborada,
52
planejada e estabelecida, a fim de conciliar o caráter da empresa privada
com a responsabilidade social da organização que detém o poder público.
3.2 - A Franquia nas Organizações Públicas
o tema sobre a franquia no âmbito da Administração
Pública ainda não foi bastante estudado quanto à sua utilização,
adaptação, vantagens e desvantagens. Porém o assunto é bastante
interessante face a conjuntura atual de globalização, competitividade e
privatização.
Quando o franqueador é privado, as vantagens do
sistema de franquia são: rapidez na expansão, aumento da rentabilidade,
redução dos custos, motivação, maior participação no mercado,
publicidade, maior alcance territorial, entre outras. E as desvantagens
são: controle diminuído, maior custo de supervisão e formatação, perda
de sigilo e liberdade, seleção inadequada, etc . . Para o consumidor, há
melhor distribuição dos bens e serviços, atingindo áreas distantes, mas
mantendo a mesma qualidade da marca já conhecida e aprovada.
53
Para a Organização P ública , as vantagens e as
des vantagens são , praticamente , as mesmas , possibilitando e xpandir e
descentralizar as suas ati vidades comerciais e industriais sem os custos
necess ários para a abertura de no vos pontos de trabalho , mas im pondo
seus métodos com o controle das · ati vidades e xercidas pelo franqueado .
Im portante lembrar que para a franquia ser eficaz , é preciso que a
franqueadora também o seja . Essas vantagens e des vantagens coincidem
com a pr ivatização , quando esta não se dá na em presa , mas na e xecução
dos serv iços públicos , transferindo-os para a iniciati va pri vada .
Há grande semelhança entre o contrato de concessão e
o contrato de franquia . A concessão pode abranger a obra pública , o
ser viço público , a ex ploração de minér io , o uso de bens públicos , etc . . Na
concessão , o concedente delega ao concessionário poderes e de veres ,
reser vando para si o domínio e a fiscalização . Na concessão de ser viço
público tanto como na franquia , a execução do ser v iço é delegada , mas a
titularidade , a dis ponibilidade sobre o ser viço , o controle e a fiscalização
da ati vidade são mantidos , podendo ha ver a rescisão unilateral do
cont rato; a personalidade ju rídica e a res ponsabilidade finance ira e
administrati va são inde pendentes; e a rem uneração é de acordo com os
54
resultados financeiros. Nos dois casos, o poder público estabelece o valor
a ser pago pelo consumidor final. Mas na concessão, o concessionário _.
atua em seu nome com técnicas próprias de trabalho, enquanto na
franquia, o franqueado atua sob o nome do franqueador, usando a sua
marca, padrão, regras de atuação, métodos, treinamento e pagando pelos
serviços recebidos de assistência, técnicas, produtos e uso da marca.
Assim, a diferença está no grau de limitações impostas, pois a franquia
pode ser uma espécie de contrato de concessão.
A terceirização possibilita à Administração Pública
contratar uma empresa para desempenhar algumas atividades suas,
através de contrato de prestação de serviços, muito utilizada para o
servIço de limpeza e vigilância, distribuição de contas, leitura de
hidrômetro e medidores de consumo, etc . . Seja na terceirização,
concessão ou franquia, a atividade pública transfere a terceiros a
execução e prestação de serviços, reguladas pelas normas contidas na Lei
no. 8.666 de 2 l .6.93 .
Não há impedimento à adoção do sistema de franquia
pela Administração Pública, até porque já é uma realidade comprovada.
55
" ,
Segundo Maria Sylvia Zanella Di Pietro, não há uma legislação
específica disciplinando os contratos de franquia na Administração
Pública, não impedindo, porém, a sua adoção. A franquia, se equiparada
ao contrato de concessão, se submete à Lei no . 8.666, que exige licitação
para as obras, serviços, compras, alienações, concessões, permissões e
locações (art. 2\ ou pelo seu caráter privado (art. 62). A seleção do-
franqueado deve ser feita por licitação (concorrência), de acordo com a
concessão de serviços públicos (art.3°
da Lei no . 7 .835), equiparando-se à
concessão de franquia. A licitação deve obedecer às normas da Lei no.
8 .666, atendendo-se à Lei no. 8.955 de 1 5 . 12 .94 sobre franquia
empresarial. (Da franquia na Administração Pública, RAPIFGV, Rio de
Janeiro, v. 1 99, jan/mar. 1 995, p.66-70).
56
CAPÍTULO IV
EMPRESA BRASILEIRA DE CORREIOS E TELÉGRAFOS
4. 1 - Histórico e- Finalidade da ECT
o correio foi instituído no Brasil em 25 de janeiro de
1663 , utilizando escravos, tropeiros e maçoeiros. Em 20 de janeiro de
1 798 foi criado o primeiro correio marítimo regular entre Portugal e
Brasil . Em 22 de novembro de 1 808 surgiu o primeiro regulamento
postal do Brasil . Em 05 de março de 1 829 foi reorganizado o correio
geral com administração em todas as províncias.
A criação do selo postal data de 29 de novembro de
1 842, com o lançamento em 0 1 de agosto de 1 843 do "Olho de Boi". Em
1 877, o Brasil tomou-se membro da União Postal Universal. Em 1 888 o
regulamento dos Correios garantia o monopólio postal. Em 1 925 adotou
se o franqueamento mecânico e o serviço postal aéreo.
Em 26 de dezembro de 1 93 1 houve a fusão, pelo
decreto-lei no. 20.859/3 1 , da Diretoria Geral dos Correios com a
57
Repartição Geral dos Telégrafos, resultando no Departamento dos
Correios e Telégrafos (DCT), subordinado ao Ministério da Viação e
Obras Públicas (MVOP) do governo de Getúlio Vargas. O DCI era
caracterizado por empregos vitalícios, funcionários sem treinamento,
instalações precárias, atendimento seletivo, franquias tarifárias, tarifas
aviltadas, arrecadação para o Tesouro Nacional (que não cobria metade
das despesas).
Em 20 de março de 1 969, O DCT foi transformado em
empresa pública denominada Empresa Brasileira de Correios e
Telégrafos (ECI), vinculada ao Ministério das Comunicações pelo
decreto-lei no. 509/69. O patrimônio do antigo DCI foi transferido para a
ECT. A empresa passa a ter maior autonomia econômico-financeira e a
buscar uma política de recursos humanos centrada em um plano de
cargos e salários (sem empregos vitalícios), treinamento e valorização
das funções. As franquias tarifárias foram eliminadas. As tarifas
representavam os custos reais. Houve preocupação com o planejamento
operacional e a diversificação de serviços frente à situação do mercado e
da concorrência.
58
A ECT teve o início de sua reestruturação com o
diagnóstico realizado por uma consultoria francesa, que detectou a -
precariedade das instalações, o despreparo do pessoal, a obsolescência do
material, a má política tarifária, causando baixo padrão de qualidade e
descrédito do público. Nos anos 70 a empresa fortaleceu a sua infra
estrutura operacional e administrativa mediante o crescimento do tráfego
postal de 1 8% ao ano.
Em 1 974, há a criação do primeiro sistema de controle
de qualidade da ECT averiguando os tempos de encaminhamento do
serviço postal entre as cidades . Em 1 5 de julho de 1 975, o regime
jurídico de pessoal passou de estatutário (lei no. 1 7 1 1 152) para o regime
regido pela legislação trabalhista. Em 1 976, já havia o equilíbrio
financeiro e a autonomia do Tesouro Nacional. Em 1 977 houve o
primeiro superávit financeiro da empresa. Muitos investimentos em
instalações e equipamentos foram realizados .
A Escola Superior de Administração Postal (ESAP),
situada em Brasília, foi inaugurada em 1 5 de março de 1 978 . Também foi
promulgada a lei postal no. 6 .538 unificando a legislação dos correios e
59
telégrafos. Neste ano os correIOS estavam presentes em todos os
municípios do país . Em 1979, mediante o decreto no. 83 .858 de 1 5 de
agosto, surgiu o atual regulamento do Serviço Postal e Telegráfico.
Na década de 80, as taxas de- crescimento do tráfego
postal se finnaram em 3,2% ao ano devido à recessão do país e, as tarifas
estavam congeladas pelo Plano Cruzado, além da taxa de investimento
ter caído de 1 2 % para 3 %. A empresa estava em situação financeira
difícil, devendo expandir suas atividades para além da entrega de cartas,
telegramas e pequenas encomendas. A estratégia era a diversificação,
pois já tinha o potencial da estrutura operacional e administrativa para a
prestação de serviços em nível nacional, além da infra-estrutura de
transporte e distribuição pela rede de atendimento por todo o território
brasileiro. As empresas de couriers já significavam uma concorrência
efetiva e o fax se tornava popular como outra fonna de comunicação
escrita. Em 1 985 surgiu o Correio Rural e em 1988 o Comprovante de
Franqueamento (CF), selo sem valor facial.
Em 1 987 e 1 988 a ECT teve o pnmelro lugar em
produtividade dentre as "Melhores e Maiores" empresas listadas pela
60
revista Exame. Em 1989 foi refonnulada sua estrutura organizacional
para se tomar mais flexível, com uma postura de marketing mais
agressiva, e modernizados os sistemas operacionais . A meta era operar
com um banco de serviços, diversificando a linha de produtos e serviços.
Visando a satisfação dos clientes, projetos foram implantados, tais como:
serviço de atendimento ao usuário (SAU), agências-modelo, integração
ECT com a comunidade, e sistema de franquia.
Em 1 990, a ECT passou a se vincular ao Ministério da .
Infra-Estrutura e, em 1 992, ao Ministério dos Transportes e
Comunicações. Neste ano, recebeu o prêmio, da revista Exame, de
melhor organização pública dentre as "500 Melhores e Maiores"
empresas da economia brasileira. Na década de 90 seria a empresa um
banco de serviços e uma empresa transportadora, atendendo a outros
órgãos públicos e empresas privadas. Novos serviços foram implantados
como: solicitação e entrega de passaporte, venda de fichas de telefone,
cadastramento de CPF, inscrições de vestibulares e concursos, inscrição e
pagamento de INSS, entrega de carteira de habilitação e recebimento de
taxa e de solicitação de licenciamento de veículos, recebimento das
solicitações de seguro-desemprego, recebimento do imposto de
61
importação e de multas do Código Eleitoral, distribuição de livros,
recebimento do fonnulário de Cadastro Geral de Empregados e
Desempregados e do Programa de Alimentação do Trabalhador (P AT).
Para as empresas privadas passou a preparar e entregar faturas,
operacionalizar a coleta e entrega de correspondência e documentos
internos, venda de camês, transporte de qualquer objeto, etc. Com isso, o
faturamento saltou de US$ 890 milhões em 1 989 para quase US$ 1 ,5
bilhão em 1 992 e US$ 1 ,7 bilhão em 1993, respondendo as agências
franqueadas com 27,20/0 de todo faturamento (Carvalho, 1996, p. 1 76).
Em 1996, foi criado o PASTE - Programa de Ampliação e Recuperação
do Sistema de Telecomunicações e do Sistema Postal e, em 1997 foi
implantado o Programa de Qualidade Total. Atualmente a ECT está
ligada ao Ministério das Comunicações e o presidente é Renzo Dino
Sergente Rossa.
Em linha gerais, os segmentos de atuação da ECT são
transporte postal (objetos postais, carga industrial) e telemático
(correspondência, encomendas, malotes, telegramas, fax, produtos
filatélicos) e atendimentos especiais (seguridade social, recebimento de
contas, venda para terceiros, emissão de documentos, inscrição para
62
concursos, telemarketing, fornecimento de talões de cheques, correlO
eletrônico ) . o ambiente postal deve considerar os clientes, os
funcionários, a concorrência, o governo, a tecnologia e os fornecedores
como variáveis interligáveis e decisivas na estrutura em geral.
Os principais produtos e serviços da ECT são:
.filatelia (selo e blocos comemorativos de eventos históricos e aspectos da
cultura brasileira)�
• serviços de mala direta (carta, cartão-resposta, devolução garantida,
envelope encomenda resposta, porte pago, reembolso postal)�
.produtos (aerogramas nacional e internacional, aerograma social, caixa de
encomenda, comprovante de franqueamento - CF, coupon-réponse -
cupões respostas internacionais, griffe correios, envelope EMS, envelope
pré-franqueado de primeiro porte, envelope SEDEX e SEDEX Estadual
pré-franqueado, etiqueta de franqueamento para registro nacional, guia
postal brasileiro - GPB, justificação eleitoral, mensagem social tipo
cartão, telegrama pré-taxado simples ou urgente�
• serviços de encomendas (colis postaux - exportação, surface air l(fted -
SAL, petit paquet - envio de amostras, express mail service - SEM,
63
..... '"
" ,;
, I
encomenda normal, serviço de encomenda expressa - SEDEX a cobrar
ou estadual pré-franqueado);
• serviços executados através de contratos especiais com despesa da empresa
contratante e convênios com despesa dos usuários (requerimento de
passaporte, venda de ficha telefônica, cadastro geral de empregados e
desempregados - CAGED, recebimento de carnês);
. serviço de malotes (serviço de correspondência agrupada - SERCA
convencional, expressão ou de compensação integrada);
• serviços postais (caixa postal, guia postal brasileiro, franqueamento
autorizado de cartas - FAC, franqueamento mecanizado, servIço de
atualização de endereços - SATE, serviço especial de entrega de
documentos - SEED, vales nacional e internacional, aviso de
recebimento - AR, posta restante, registro, valor declarado, registro para
entrega ao próprio destinatário - mão própria - MP);
• serviços telemáticos (cabina pública de telex, fax post, fax post
internacional a bordo, telégrafo restante, telegrama fonado, pré-datado e
radiomarítimo, telexograma, endereço telegráfico registrado, pedido de
confirmação de entrega de mensagem telegráfica - PC);
• serviços de utilidade pública (achados e perdidos, serviços de atendimento
ao usuário - SAU, taxas e multas do serviço militar);
64
• serviços e informações via internet.
A ECT tem como responsabilidade pública a prestação
de seus serviços e a apresentação de seus produtos de forma eficiente e
eficaz, mediante um bom atendimento ao público dentro de seu setor de
necessidade pública que é os correios, telégrafos e transporte. Sua
responsabilidade é prestar esses serviços quando requisitada e de forma
eficiente à sociedade, mantendo a boa qualidade. A responsabilidade
social é a integração do território nacional, permitindo a comunicação
entre os diversos locais. Neste setor, foi criada a Agência de Correio
Satélite - ACS, que é uma unidade de atendimento voltada para as
necessidades da população onde não há agência própria, sendo a
permissão dada às Prefeituras Municipais para atender o público com os
serviços básicos. Também há a Caixa Postal Comunitária, para locais de
difícil acesso aos carteiros ou pontos de venda dos correios.
Segundo Paulo Machado Belém Filho ( 1992), ligado
ao planejamento dos Correios, a elaboração do projeto ECT -2000,
visando maior desempenho dos correios na década de 90, frente ao
conceito de qualidade e à percepção do cliente, apresenta alguns atributos
65
que são essenciais aos serviços dos Correios para uma boa apresentação e
posicionamento da empresa no mercado, segundo métodos desenvolvidos
por Parasuramam, Zeithalm e Berry, tais como: confiabilidade (execução .
no prazo estabelecido), receptividade (presteza dos empregados em
executar o serviço), competência (conhecimento; pelos empregados, dos
serviços prestados), acesso (localização das instalações e comodidade na
prestação dos serviços), cortesia (polidez, respeito), comunicação
(manter os clientes informados em linguagem de fácil compreensão),
credibilidade (consideração aos reais interesses dos clientes), segurança
(ausência de risco, sigilo), compreensão/conhecimento do usuário
(conhecimento dos anseios dos clientes) e tangibilidade (instalações,
design, unifonnes).
Assim sendo, o gerenciamento e as decisões . da
organização devem se balizar, quanto à alocação de recursos, neste
conjunto de atributos, para alcançar um padrão alto de qualidade na
empresa, entendida como a adequabilidade ao uso, maximizando os
recursos disponíveis, tendo como prioridade o cliente.
66
A ECT tem por missão prestar serviços de correIOS
convenCIOnaIS e avançados, transporte de encomendas e atendimentos
especiais, de forma empresarial, com competitividade e lucratividade, de
acordo com a qualidade exigida pelos diversos segmentos de mercado,
bem como atrair, desenvolver e motivar- pessoas para garantir a -
excelência desses serviços.
Ainda segundo Paulo M. Belém Filho ( 1 992), tendo
por base a missão da ECT, foram estabelecidas áreas de negócios,
responsáveis pelo design dos produtos e pela lucratividade dos serviços;
as agências foram transfonnadas em áreas de vendas, desvinculando-as �
do conceito operacional; os clientes foram enfatizados com a
apresentação dos projetos de rastreamento de objetos (utilizando código
de barras) e automação de agências (ganhos de produtividade) e; para :.�:
facilidade de acesso e resposta imediata à demanda e à concorrência,
houve a implantação de uma rede de franquia em conjunto com a
iniciativa privada.
4.2 - A Franquia na ECT
67
Apesar da diversificação de serviços e produtos que (;
ECT promoveu, os recursos para o crescimento da rede eram escassos
Para conciliar as possibilidades de aumento da rede de atendimento corr
os poucos recursos para investimentos, surgiu o sistema de franquia a firr
de atingir novos mercados e produtos, sem afetar a prestação dos serviçm
-
básicos, mediante a força da marca, o baixo preço da franquia e ::
credibilidade da empresa.
A ECT, objetivando o aumento do número de postos dt
atendimento e a ampliação/divulgação de seus serviços aos clientes
associou-se à iniciativa privada dando início ao sistema de franquia par�
maior "comodidade ao cidadão". Através de autorização dos Correios é
terceiros, mediante acordo, contratos e requisitos pré-estabelecidos, (
permitida a exploração de serviços em unidades de atendimento
denominadas "Agência de Correio Franqueada" (ACF) . Lançada en
1 989 em Porto Alegre, RS, a rede cresceu rapidamente, chegando en
1 992 a ter l .443 unidades franqueadas, ocupando neste ano o primein
lugar no ranking de número de unidades franqueadas no Brasil . Em 1 (
anos a ECT abriu 203 agências com recursos próprios, enquanto que en
68
dois anos aproximadamente, abriu 1 700 agências com recursos de
terceiros .
o franqueado deve ser pessoa jurídica, pOSSUIr
estabelecimento comercial e assumir a estrutura dos serviços, mediante
investimentos na instalação de guichês, equipamentos e funcionários.
Cabe à ECT oferecer descontos na aquisição de selos/produtos e na
prestação de serviços postais, dar apoio na operacionalização das
atividades, dar treinamento aos funcionários do franqueado e efetuar
controle sobre o desenvolvimento e os resultados obtidos . Exigindo
qualidade, eficiência, segurança e pontualidade, a ECT determina a área
mínima de 1 2 metros quadrados, equipamentos apropriados, logomarca
em local visível, pessoal qualificado e de boa conduta.
A ECT visa elevar os padrões de qualidade, satisfazer
os clientes, ampliar produtos e serviços e, portanto, tornar-se mais
competitiva. O sistema de franquia dos Correios permite oferecer melhor
atendimento ao cidadão quanto à questão de acesso, proporcionar maior
concorrência, ampliar seus produtos/serviços, conquistar novos nichos de
mercado, ter contato com a iniciativa privada. Assim, a ECT tem por
69
objetivos a concentração de investimentos em questões logísticas,
tecnológicas e de gestão do sistema de franquia, a criação de barreira à
entrada de possíveis concorrentes, o trabalho do poder público em
conjunto com a iniciativa privada, o maior aproveitamento dos recursos
conquistados e disponíveis.
Para se habilitar à franquia, o indivíduo deve
apresentar os seguintes documentos :
• Registro da Junta Comercial (se pessoa jurídica individual) ou ato
contitutivo, Estatuto ou contrato social (se sociedade);
. comprovante de inscrição no cadastro geral de contribuintes (CGC);
• cópia de procuração se os responsáveis não constarem do contrato social;
. layout das instalações e equipamentos;
• certidão negativa de protestos da pessoa jurídica;
• certidão negativa comprovando pedido de falência, concordata ou de
execução patrimonial .
Os critérios a serem verificados são: transporte regular,
equidistante no mínimo 1 km de outra agência do Correio, de fácil acesso
ao público, andar térreo, imóvel próprio do candidato ou locado (se
70
titular do contrato de locação), exclusividade de produtos e servIços
ECT. A taxa inicial de franquia corresponde a dez mil vezes o primeiro
porte de carta simples, conforme tarifa postal interna vigente.
Alguns princípios éticos devem ser observados pelo
franqueado da ECT, a fim de conservar a imagem e credibilidade da
organização, que seguem:
-não admitir no quadro de pessoal ex-servidores demitidos por má conduta
ou funcionários da ECT;
- não cometer concorrência predatória;
- não comercializar produtos e serviços diferentes daqueles previamente
estabelecidos;
- efetuar recolhimento dos devidos encargos já definidos;
- adquirir selos/produtos postais somente da ECT;
-não utilizar selos ilegalmente alterados;
-não cobrar preços diferentes dos praticados pela ECT;
- não devassar correspondência ou apossar-se indevidamente;
-não conceder descontos a terceiros;
- não violar segredo profissional referente ao sigilo de correspondência;
7 1
-não promover ou violar o monopólio da União sobre o serviço postal e
telegrama através de contrabando postal;
-não suprimir carimbo ou reutilizar selos;
-respeitar os horários de abertura e fechamento da agência;
- colaborar com a fiscalização da ECT quanto aos serviços executados;
-não fazer publicidade externa ou interna antes da aprovação do material
pela ECT;
- comunicar à ECT os funcionários envolvidos em ato i lícito que implique
em ação junto ao órgão de segurança competente;
-não permitir propaganda política na agência;
-oferecer aos clientes confiabilidade, receptividade, competência, cortesia,
comunicação, credibilidade, segurança e compreensão e conhecimento do
usuário.
A agência franqueada deve apresentar execução do
sefVlço dentro do prazo estabelecido e conhecimento adequado dos
servIços prestados e produtos dos Correios, de forma a atender
eficazmente os seus clientes .
72
A ECT, diante da utilização do sistema de franquia, a
fim de alcançar a qualidade dos serviços e aproveitar os recursos, deve
considerar algumas posições estratégicas, que são: visão gerencial,
desenvolvimento de nicho de mercado, apoio da cúpula administrativa,
conhecimento do negócio, priorízação do cliente, uso de tecnologia e
base operacional, inovação, valorização de pessoal, treinamento,
incentivos e padrões de qualidade estabelecidos.
Em 1 993 a concessão de novas franquias foi
interrompida para reavaliação e reestruturação do sistema que teve
crescimento muito rápido. Áreas do interior precisavam ser atendidas e o
limite de agências deveria ser 2 mil unidades em todo o Brasil . Com o
aumento dos pontos de venda, surgiu a concorrência entre as unidades de
atendimento, sejam próprias ou franqueadas . Assim, facilidades
nasceram para os clientes por parte das lojas franqueadas, tais como:
coleta de obj etos no estabelecimento do cliente para aqueles que postam
grande volume, prazo para pagamento das postagens, repasse do
beneficio da ECT para acerto de contas das franqueadas de duas vezes
por mês .
73
A escolha, da ECT, pelo sistema de franquia para a
expansão de sua rede de atendimento com pouco investimento, diz -
respeito às imperfeições do mercado de capitais, à manutenção do
monopólio dos serviços postais e ao poder de mercado no caminho da
privatização. Os incentivos para essa escolha trata do gerenciamento,
haja vista que a dispersão física das operações acompanha a redução dos
custos de monitoramento, e os custos do fator trabalho, seleção e
treinamento de novos gerentes também são reduzidos, a marca é
disseminada e a qualidade é preservada. Portanto, o sistema de franquia,
através da estratégia de expansão, gerenciamento e avaliação, pode
significar uma maior grau de eficácia e efetividade dos serviços para o
público. A empresa pública como franqueadora tem tendência a repassar
ao consumidor final os resultados positivos conquistados, pois tem
também seu aspecto social a cumprir com a sociedade.
A ECT utiliza e necessita usar o marketing, não só pela
sua importância em capacitar a atuação e a influência no mercado, apesar
de alguns setores serem monopólios, mas também por uma questão de
imagem do serviço público que realiza e até de sua função social
entendida como a integração do país.
74
4.3 - Considerações Gerais
Em 1 998, o quadro da ECT é de 1 . 576 agências
franqueadas, 5 .302 agências próprias e 37 agências filatélicas . Já chegou
a ter 1.691 franqueados em - 1 992, mas está suspensa a seleção de
franqueados e uma reestruturação pela consultoria ligada ao correio
canadense está em andamento. Uma forma de aumentar o número de
franquias sem saturar o mercado é a conversão de unidades próprias em
franqueadas. A empresa é uma grande estrutura que cobre todo o país.
Por dia a ECT trata e entrega 1 6,7 milhões de objetos. São mais de
80 .000 empregados em 23 Diretorias Regionais e Administração Central
em Brasília, abrangendo 1 1 .000 pontos de atendimento, 24.000 caixas de
coleta, 7 .000 veículos, 37 aviões ligados a 200 países, 5 .000 embarcações
e 25 .000 carteiros.
A base da transformação da ECT está na atenção
voltada às estratégias competitivas, aos canais de distribuição, aos
programas de qualidade e ao sistema de franqui� para atuar eficazmente
no atendimento aos serviços monopolizados (correspondência através de
75
cartas, telegramas, etc . ) e não monopolizados (entrega de documentos,
Impressos, encomendas, prestação de sefV1ços, courier, etc .) .
Basicamente, as atividades se encerram em recebimento, seleção e envio
e distribuição. A infra-estrutura logística da empresa cobre todo o país
atualmente, demonstrando o potencial da empresa. Através do Serviço de
-
Atendimento ao Usuário - SAU (telefone 1 59), são recebidas e
encaminhadas as reclamações ao setor respectivo, além de orientação
para quaisquer dúvidas. Caso alguma agência apresente muitas
reclamações, são realizadas inspeções, além das usuais, pela Gerência de
Auditoria e Inspeção. A ECT soluciona essas reclamações com base no
Código de Defesa e Proteção ao Consumidor, na legislação postal
brasileira e internacional da União Postal Universal (da ONU).
Geralmente o prazo para a solução dos problemas é de 1 0 dias, podendo
haver indenização em caso de extravio com responsabilidade.
A ECT foi a pnmelra empresa estatal brasileira a
utilizar o sistema de franquia, demonstrando a possibilidade de sucesso e
a viabilidade de privatizar áreas dentro de uma organização pública,
principalmente em serviços, mantendo-se o controle do poder público,
além de pennitir o acesso ao mercado de pequenos empresários.
76
o sistema de franquia trouxe vantagens para a ECT,
que são: padrões mais rígidos, maior flexibilidade, facilidade de contato
direto com o mercado, menores riscos legais e trabalhistas, melhoria da
qualidade e da credibilidade, rapidez na ocupação de nichos de mercado,
expansão da rede de atendimento sem grandes investimentos, apesar dos
aumentos dos custos de controle e gerência, da perda de controle direto
das atividades das agências, entre outras. As queixas mais frequentes dos
franqueados em relação à ECT são: excessiva burocracia, postura
autoritária na tomada de decisões, resistência corporativa de empregados
dos correios, saturação do mercado, concorrência e tabela de
remuneração inversamente proporcional ao faturamento. A ECT enfrenta
problemas com os franqueados, como desrespeito às taxas, falta de ética
e inadimplência. Apesar dos atritos na relação, as agências franqueadas
trouxeram uma melhoria no atendimento ao público através de
inovações, isenções de taxas e prazo maior de pagamento para clientes
preferenciais.
Basicamente os franqueados de cada região respondem
a uma gerência de atendimento, no total de vinte e três, regidas por um
77
contrato de terceira geração com vigência de cmco anos. Não há o
conceito de território exclusivo, mas a distância entre as unidades deve _.
ser de mil metros. As agências podem ser de três tipos (pequeno, médio
ou grande porte com quatro, oito e doze guichês respectivamente). A
maioria das franquias está na região Sudeste, de onde provêm 70% do
faturamento da ECT. As unidades franqueadas representam 250/0 da rede
de agências e geram um terço de tudo o que a ECT fatura atualmente,
apesar de 90 unidades terem sido fechadas em 1 995, 26,7% mais que as
7 1 do ano anterior, devido aos problemas de fonnatação do sistema pelas
irregularidades operacionais e financeiras ocorridas.
Uma reestruturação está sendo feita, demonstrando a
importância de se manter e desenvolver o sistema de franquia, a fim de
continuar prestando atendimento ao público, com qualidade e tecnologia,
numa estrutura de organização pública que visa o mercado, a
competitividade e a integração do território nacional com lucratividade.
A franquia possibilitou o alcance do estágio atual dos correios, através de
menores investimentos e incentivo aos pequenos empresários, gerando
empregos. Apesar dos problemas existentes, mas passíveis de correção,
pode-se dizer que a experiência da ECT com o sistema de franquia é um
78
sucesso, por todas as metas alcançadas, coragem na inovação e exemplo
para outras organizações públicas encontrarem seus caminhos de parceria
com a iniciativa privada e, se modernizarem.
79
CAPÍTULO V - A ORGANIZAÇÃO PÚBLICA E A INICIA TIV A
PRIVADA
5. 1 - Licitação
Licitação compreende um procedimento administrativo
unilateral visando a seleção da proposta e/ou do contratante mais
vantajoso para a realização de determinado serviço, obra, compra,
alienação, locação, concessão ou permissão para a Administração Pública.
É um procedimento administrativo vinculado, por estar ligado à norma
legal e às suas especificações� é discricionário, por apresentar a
possibilidade de liberdade na escolha, mediante o cumprimento dos
requisitos legais. A licitação confere ao vencedor a expectativa de direito
e, não propriamente o direito ao contrato administrativo, pois a
Administração não fica obrigada a celebrar o contrato após concluída a
licitação.
A Constituição Federal de 1 988 declarou claramente a
competência da União para legislar normas gerais da licitação, cabendo
aos Estados e Municípios adequá-las à sua realidade (art.22, inciso 80
XXVII). A Lei Federal no . 8 .666 de 2 l .06 .93 veio regulamentar o artigo
37, inciso XXI da Constituição, instituindo nonnas para licitações e
contratos da Administração Pública. Posterionnente, foi alterada pelas leis
8883/94 e 9032/95 e vigora atualmente. O objeto imediato da licitação é
a concorrência, entendida como a competição viabilizada pela licitação
para fins da Administração Pública no Direito Administrativo.
A licitação, basicamente, apresenta duas fases:
habilitação (demonstração dos atributos e aptidões) e julgamento
(apuração da melhor proposta), tendo em vista assegurar a igualdade de
condições, já estipuladas previamente, a todos os concorrentes, nos
tennos da lei, mediante qualificação técnica e econômica para garantia do
cumprimento das obrigações, atendendo às exigências públicas: proteção
aos interesses e recursos públicos procurando a proposta mais satisfatória,
respeito ao princípio da isonomia, da impessoalidade e da probidade
administrativa.
A Administração Pública, tem como base os seguintes
princípios do Direito Administrativo: interesse público, supremacia do
interesse público (prevalece sobre o individual), legalidade (confonne a
81
lei), moralidade, impessoalidade, publicidade (divulgação dos atos
públicos, exceto nos casos de segurança nacional, investigações policiais, '
processos cíveis em segredo de justiça, etc), fmalidade (objetivo da lei),
indisponibilidade (não se pode deixar de aplicar a lei), continuidade,
autotutela (a Administração pode comgrr seus atos ), motivação
(fundamentos de fato e de direito), razoabilidade, proporcionalidade,
igualdade, controle judicial, hierarquia, poder-dever (conforme a lei),
especialidade (para as autarquias com funções criadas) .
A lei atual sobre licitação trata dos princípios, dos
fundamentos, das diretrizes e dos critérios básicos que terão de existir
para tomar possível o processo a ser aplicado uniformemente no país,
independentemente da região ou da localidade. São normas gerais a serem
aplicadas em conformidade à legislação específica de cada local.
Visa combater a corrupção que ocorria na Administração Pública, mas
diminui a liberdade de atuação do administrador no processo licitatório .
A licitação, a fim de igualar as oportunidades dos
interessados em contratar com o Poder Público, mediante normas
preestabelecidas pela Administração, VIsa, como procedimento
82
administrativo, selecionar a proposta mais vantajosa para o contrato a que
tinha interesse. A proposta mais vantajosa não é necessariamente a de
melhor preço, visto que a esfera técnica é de vital importância em diversos
casos. Porém, a absoluta igualdade entre os interessados deve ser
garantida.
A lei nO.8 .666 de 2 1 .6 .93 abrange a Administração
direta, ou seja, as autarquias, fundações públicas, empresas públicas,
sociedades de economia mista e demais entidades direta ou indiretamente
controladas pela União, Estados, Distrito Federal e Municípios. Estes,
excluindo-se a União, podem utilizar a legislação anterior desde que seus
dispositivos não entrem em conflito com a atual lei, na medida em que não
forem editadas novas leis de adaptação à vigente.
A doutrina vigente não é uniforme quanto aos
princípios que regem a licitação. O artigo 37 da CF/88 estabelece os
princípios da legalidade, moralidade, impessoalidade, publicidade e
eficiência (EC no. 1 9 de 5 .6 .98) como sustentáculos na atuação da
Administração Pública de forma permanente e obrigatória. De qualquer
83
maneira, todos os princípios devem promover o interesse público sobre o
particular de fonna a haver uma sociedade mais transparente e honesta.
A lei 8666/93, em seu artigo 30., dispõe que as
licitações devem ser processadas e julgadas confonne os princípios
abaixo:
1 ) legalidade: observância dos dispositivos legais. A lei disciplina todas as
fases da licitação, inclusive a participação popular no controle da
legalidade do procedimento;
2) impessoalidade: tratamento neutro a todos os licitantes, ou seja,
igualdade de todos perante a Administração;
3) igualdade: tratamento isonômico aos que participam do processo e
oportunidades de mesma abrangência competitiva;
4) moralidade/probidade administrativa: conforme padrões éticos, bons
costumes, princípios de justiça e de equidade e comportamento honesto de
parte a parte, devendo reger todas as relações jurídicas;
5) publicidade: atos, termos e motivações das decisões devem ser
expostos ao conhecimento de quaisquer interessados pela imprensa oficial,
de fonna compreensível para o acesso à população em geral;
84
6) vinculação ao instrumento convocatório: respeito estrito às regras
estabelecidas para o certame (art.4 l ), tanto a Administração quanto aos
licitantes, sob pena de nulidade do procedimento�
7) julgamento objetivo: decisão isenta, na medida do possível, de
sentimentos ou impressões da comissão julgadora no que se conceme à
qualidade, técnica, rendimento e preço.
Pode-se ainda acrescentar a estes princípios:
8) adjudicação compulsória: atribuição do objeto licitatório ao legítimo
vencedor, uma vez concluído o processo, a não ser que este desista do
contrato ou não o finne no prazo prefixado�
9) ampla defesa: em qualquer procedimento administrativo são observados
a ampla defesa e o contraditório (art. 87).
Sendo assim, entende-se que os princípios básicos da
licitação senam a competitividade (essência), isonomia, publicidade,
respeito às condições prefixadas no edital e possibilidade do disputante
fiscalizar o atendimento dos princípios anteriores. Evidente que a licitação
está subordinada a todos os demais princípios informativos do direito
administrativo. Vários autores diferem quanto ao número de princípios da 85
licitação, sendo que a razão principal refere-se, ao desdobramento destes
princípios. Os mais citados, porém, são: da livre concorrência (e da
publicidade), da igualdade (e da estrita obediência ao edital) .
O objeto da licitação, ou seja, o motivo pela qual a
licitação irá ocorrer, deve ser convenientemente definido no edital ou
convite, de forma clara e suscinta. Pode se referir a uma obra, serviço,
compra, alienação, locação, concessão ou permissão.
Obra abrange construção (realização de algo novo
empregando subsídios materiais e humanos para fins genéricos),
edificação (construção destinada à habitação, trabalho, culto ou
recreação), reforma (melhoramento nas construções) e ampliação
(aumento da capacidade de construção).
"Serviço, para fins de licitação, é toda atividade prestada à Administração
para atendimento de suas necessidades ou de seus administrados mediante
remuneração da própria entidade contratante. O serviço, como objeto de
licitação, tanto pode destinar-se ao público como ao próprio Poder
86
Público" segundo Hely Lopes Meirelles (Licitação e Contrato
Administrativo, 1 0a. ed, Revista dos Tribunais, SP, 1 99 1 , p. 5 1 ) .
Os serviços podem ser comuns, técnicos profissionais
( exige habilitação ), técnicos profissionais especializados ( dispensam
licitação quando o contrato se baseia no reconhecimento de notória
especialização), e de engenharia. Englobam trabalhos artísticos para a
realização de obras de arte ou artes-aplicadas, menores ou utilitárias
(Propriedade Industrial).
Na licitação para compra deve ser especificado o
objeto a ser adquirido, a qualidade e a quantidade a ser comprada e as
condiçÕes para a aquisição.
Alienação é a transferência da propriedade de um bem
através de venda, permuta, doação, dação em pagamento, investidura,
cessão ou concessão de domínio. É necessário ser feita uma avaliação
prévia para a Administração conhecer o valor e decidir da conveniência do
negócio . Para imóveis também é preciso autorização legislativa e
concorrência.
87
As locações da União, dos Estados, dos Municípios, de
suas autarquias e fundações públicas continuam reguladas pelo Código
Civil e por leis especiais, tendo a locação de imóveis públicos, portanto, o
regime juódico-administrativo contratual.
A concessão pode ser de serviço, obra ou uso de bem
público mediante contrato administrativo, bilateral, comutativo e
remunerado. As permissões que não eram anteriormente de caráter
contratual, submetem, agora, como as concessões, sempre à licitação e
passaram a ter natureza contratual.
As modalidades da licitação são: concorrência, tomada
de preços, convite, concurso e leilão (art. 22 da lei) . Os tipos são: de
menor preço, de melhor técnica, de técnica e preço e de preço-base, e
devem constar do edital .
Concorrência geralmente refere-se aos contratos de
grande valor, participando interessados conforme o edital. É obrigatória
para a compra ou a alienação de imóveis, concessão de uso, de serviço ou
88
de obra pública e licitação internacional. Tem por características a
universalidade, a ampla publicidade, a habilitação preliminar, o
julgamento por comissão. É admitida a participação internacional de
concorrentes, o consórcio entre sociedades e a pré-qualificação das
empresas (verificação prévia da idoneidade jurídica, técnica e financeira
de finnas ou consórcios para participarem de determinadas e futuras
concorrências de um mesmo empreendimento) .
A concorrência internacional permite que empresas
naCIonaIS e estrangeiras participem isoladas ou em consórcio com
empresas brasileiras no processo licitatório. O consórcio de empresas
representa a associação de organizações para ter condições de competir e
prover técnica, capital, trabalho e know-how à Administração.
A concorrência de menor preço VIsa a vantagem
econômica e é a regra. A concorrência de melhor técnica refere-se às
obras, serviços e fornecimentos mais complexos e específicos, havendo
limite máximo de preço. A concorrência de técnica e preço conjuga
aspectos de qualidade, preço, rendimento e prazo com requisitos mínimos
89
de técnica. Na concorrência de preço-base é estabelecido o limite de
variação admissível acima e abaixo do preço inicial fixado.
A concorrência abrange as seguintes fases: edital,
habilitação dos concorrentes, exame e classificação das propostas,
homologação e adjudicação.
Tomada de preços trata dos contratos de valor inferior
ao estabelecido para a concorrência, mediante a qualificação dos
interessados previamente cadastrados, observada a necessária habilitação.
É obrigatória para as contratações de obras, serviços e compras, dentro
dos limites acordados pela Administração.
Convite é para as contratações de pequeno valor, sejam
obras, sefVlços ou compras, havendo pelo menos três interessados
qualificados. A convocação se faz por escrito, por meio da carta-convite.
Concurso é para a escolha de trabalho técnico ou
artístico, geralmente para a seleção de projetos, atribuindo-se ou não
prêmios. Exaure-se com a classificação dos trabalhos e o pagamento dos
90
prêmios, não conferindo qualquer direito a contrato com a Administração.
Em caso de projeto, o vencedor autoriza a execução pela Administração
quando julgar conveniente. A execução do projeto será objeto de nova
licitação, através de concorrência, convite ou tomada de preços.
Leilao é utilizado, geralmente, para a venda de bens
móveis e semoventes, mas nada impede que, mediante previsão em lei
especial, possam bens imóveis ser alienados sob essa modalidade. Pode
ser comum (leiloeiro oficial) e administrativo (servidor público para a
venda de mercadorias apreendidas como contrabando, ou abandonadas
nas alfândegas) . Os bens devem ser previamente avaliados com o preço
mínimo no edital, descrição, identificação, quantidade e localização.
A Constituição F ederal eXige licitação para os
contratos de obras, serviços, compras e alienações e para concessão e
permissão de serviços públicos. A lei no. 8 .666, art. 20., confirma a
exigência de licitação também para locações e serviços, inclusive de
publicidade.
91
A licitação pública é obrigatória para as pessoas de
direito público de capacidade política e para as entidades das
administrações indiretas ou fundacionais (autarquias, empresas públicas,
sociedades de economia mista e fundações governamentais), conforme o -
artigo 37, caput e inciso XXI da Carta Magna e os artigos 1 0 e 1 1 9 da lei
no. 8 .666 .
Somente a lei pode desobrigar a Administração, quer
autorizando a dispensa de licitação, quando exigível, quer permitindo a
substituição de uma modalidade por outra.
A dispensa pode se dar em razão de pequeno valor
(custo do controle do dispêndio é superior ao próprio dispêndio); de
situações excepcionais (urgência na celebração do contrato ou, quando a
realização do contrato contraria o interesse público ou, quando
particulares não tiverem nenhum interesse no objeto do contrato); do
objeto e da pessoa. A licitação deserta é aquela em que não há
interessados e nova realização de procedimento licitatório seria prejudicial
à Administração, mantendo-se todas as condições do instrumento
convocatório anterior na contratação direta. A licitação é fracassada
92
qua ndo há interessados, mas em decorrê ncia da inabilitação ou
desclassificação não há selecionado.
Há plena distinção e ntre licitação dispensada,
d ispensável, inexi gível e vedada . A licitação é dispensada pela própria lei
para alienação, concessão, locação ou permissão de uso de be ns imóveis,
dação em pagamento, pe nnuta, investidura, venda de ações em bolsa e
venda de títulos, doação , venda de bens e venda de materiais e
quipame ntos .
A licitação é dispensável, para as obras, ser viços de
engenharia e as compras de pequeno valor; guerra, grave perturbação da
ordem e cal amidade p ública; casos de emergência; complementação de
obra, ser viço ou compra; desinteresse pela licitação (falta de habilidade ou
ausê ncia de licitante ); contratação com concessionário; propostas com
preços excessivos ; produtos pa dro nizados ; intervenção no domí nio
econômico; contratos com entidade estatal, autárquica e paraestatal (desde
que não haja participação de p articulares nem de empresas privadas que
poss am fornecer os bens ou serviços ).
93
Na dispensa há a possibilidade de competição que
justifique a licitação, em que a lei faculta a dispensa, inserida na -,
competência discricionária da Administração. Na inexigibilidade, não há
possibilidade de competição, já que só existe um objeto ou uma pessoa
que atenda às necessidades da Administração, tomando a licitação
inviável.
Por último, a licitação é vedada quando houver
possibilidade de comprometimento da segurança nacional ou, nos casos
de rescisão, quando houver partes remanescentes, do ajuste. Aqui não se
trata de complemento de obra, serviço ou compra, de contrato já
executado, quando se cabe dispensa; mas sim de obra, serviço ou compra
"não concluída" pelo contratado, em que, mediante rescisão do contrato,
pode-se atribuir a outrem as mesmas condições e preço da licitação
vencida.
A licitação apresenta os seguintes atos: edital ou
convite de convocação, recebimento da documentação e propostas,
habilitação dos licitantes, julgamento das propostas, adjudicação e
homologação; podendo ainda ocorrer a anulação ou revogação.
94
o edital é nulo quando omisso ou com erros nos pontos
essenclélls, ou quando apresente condições discriminatórias ou
preferenciais. A impugnação se dá administrativamente antes da entrega
das propostas ou por via judicial após esta · data. A divulgação é
obrigatória nos casos de concorrência e tomada de preços. Pode, o edital�
ser divulgado na íntegra ou resumido.
o edital deve ter por conteúdo o preâmbulo, o texto e o
fecho. O preâmbulo trata da introdução, apresentando a licitação e
identificando o órgão promotor. O texto define as condições, o objeto, o
julgamento e a formalização do contrato. O fecho trata das considerações
finais de divulgação. O convite é o edital simplificado sem a publicidade
deste para as licitações de pequeno valor.
A documentação é a comprovação da capacidade
jurídica, da regularidade fiscal, da capacidade técnica e da idoneidade
financeira dos interessados na habilitação para a licitação. As propostas
são ofertas apresentadas pelos licitantes para a execução do objeto da
licitação, especificando o modo de realização, preço, forma e condições 95
requisitadas pelo edital. A proposta vincula o proponente aos termos da
licitação, _mas não obriga a Administração a contratar. Tudo o que for
oferecido além do estipulado pelo edital é desconsiderado e o que faltar
conduz à desclassificação.
Habilitação ou qualificação do candidato é o
reconhecimento dos requisitos legais de possibilidade de participação do
processo licitatório.
A qualificação é pela regularidade com o Fisco,
capacidade jurídica, condições técnicas para executar o objeto da
licitação, e idoneidade financeira para assumir os encargos do contrato.
Capacidade jurídica é a aptidão efetiva para o exercício de direitos e
obrigações, com responsabilidade por seus atos. Capacidade técnica são
os requisitos profissionais necessários e pode ser genérica (registro
profissional), específica (equipamento e pessoal adequados e atestados de
desempenho anterior) e operativa (equipamento e pessoal disponíveis).
Idoneidade financeira á a capacidade de satisfação dos encargos
econômicos, apresentando demonstrações contábeis, último exercício
financeiro e certidões negativas.
96
Assim, a habilitação é o reconhecimento que os
requisitos cobrados pela licitacao são encontrados nos candidatos . É a
qualificação dos proponentes. Já a classificação ordena as propostas e
pode rejeitar a proposta já habilitada por defeito fonnal.
No julgamento se confrontam as propostas,
classificando os proponentes e escolhendo o vencedor, confonne os
critérios fixados pela Administração, referentes a qualidade, preço,
rendimento, condições de pagamento, prazos e outros descritos no edital
ou convite.
No exame das propostas, verifica-se a regularidade
fonnal, ou seja, se a fonna e o conteúdo estão dentro das especificações
do edital. A desclassificação da proposta é a eliminação desta por não
atender às exigências fonnais do edital. Há uma faixa de admissibilidade
de erro de cálculo de até 0,1 da estimativa oficial. A inexequibilidade
conduz à desclassificação quando há preços zero ou excessivamente
baixos, prazos impraticáveis ou condições irrealizáveis.
97
Atendendo às exigências fonnais do edital de fonna
exequível, as propostas são julgadas e classificadas pelo mérito, confonne
as vantagens que apresentem, mediante critérios técnicos e objetivos
estabelecidos pela Administração no edital ou convite. As vantagens
podem ser econômicas (preço), técnicas ( eficiência, durabilidade,
rapidez, rentabilidade, adequação), técnicas e de preços (técnica
satisfatória e preço mais vantajoso) e de preço-base (variações
admissíveis frente a um preço inicial) confonne o tipo de licitação. A
classificação (apreciação das ofertas) deve conter justificativas objetivas,
com quadro comparativo se possível, de acordo com os critérios
existentes para o julgamento quantitativo e qualitativo das vantagens. O
resultado do julgamento deve ser publicado em conformidade com o tipo
de licitação, critério preestabelecido e fatores indicados na convocação.
Em caso de empate, deve-se levar em conta os fatores de preferência
contidos no edital e, se omisso, a Comissão de Julgamento deve
desempatar justificando os motivos para tal. Persistindo o empate, será
feito o sorteio.
Homologação é o ato em que a autoridade competente
delibera por último sobre o julgamento, confinnando a classificação das
98
propostas e a adjudicação do objeto ao vencedor da licitação. É a
aprovação do procedimento por autoridade superior através do exame dos
atos. Se houver vicio de ilegalidade, anulará ou saneará o procedimento.
Se estiver em ordem, homologará. Pode também revogar por razões de
interesse público demonstradas.
Adjudicação é o ato constitutivo do licitante a contratar
com a Administração no momento da homologação, a impedir a
contratação com terceiros ou a obter indenização dos prejuízos causados
por conduta ilícita da Administração. É a confirmação do direito ao
contrato pela Administração. Mas o exercício pode ficar suspenso até a
formalização do contrato pela Administração. O direito subjetivo
individual fica subordinado ao interesse público.
Os efeitos da adjudicação são: vinculação do
adjudicatário aos encargos do edital e da proposta, direito de contratar
com a Administração, sujeição às penalidades do edital ou perda das
garantias. Senão assinar o contrato no prazo e nas condições
estabelecidas, fica impedida a Administração de contratar com qualquer
outro o objeto da licitação. Feita a adjudicação, a Administração
99
convocará o adjudicatário para assinar o contrato, devendo fazê-lo no
prazo de 60 dias da data da entrega das propostas. Ultrapassado este
prazo, ficam os licitantes liberados dos compromissos assumidos.
Anulação é a invalidação da licitação ou do julgamento
por ilegalidade, enquanto revogação é por interesse público, ambas
justificadas, de competência de autoridade superior ou da Comissão (para
o caso de anulação), e com direito a defesa. Revogação é privativa da
Administração, enquanto a anulação pode ser pela Administração ou pelo
Poder Judiciário.
A anulação pode ser feita em qualquer fase, desde que
justificada, ou seja, apresentada a ilegalidade. Sem justa causa, é inválida.
Ela opera efeitos ex tune, ou seja, retroage às origens do ato anulado, pois
se era ilegal, não produziu efeitos jurídicos válidos, nem gerou direitos e
obrigações entre as partes. Os terceiros de boa-fé serão indenizados de
eventuais prejuízos da anulação. Porém, se o despacho nulatório é nulo
por falta de justa causa ou desvio ou abuso de poder, a parte prejudicada
pode obter administrativa ou judicialmente a declaração de nulidade e,
restabelecendo o ato ou o procedimento, ter o direito de receber o objeto
1 00
da adjudicação ou a indenização dos prejuízos. A anulação dá-se de oficio
ou por provocação de terceiros, mediante parecer escrito e devidamente
fundamentado. Pode ser parcial, atingindo determinado ato.
A revogação retrata a oportunidade e a conveniência
administrativa, devendo também ser justificada ou, na expressão - da lei,
motivada e por interesse público. Pode ocorrer em qualquer fase, desde
que imposta por interesse público. Opera efeitos ex nunc, isto é, a partir
da decisão revocatória, pois o ato era legal e válido até então. Pode
resultar em obrigação de indenizar o adjudicatário que for prejudicado.
Sem justa causa é arbitrária e nula. Na revogação é todo o procedimento
que se está revogando.
O recurso administrativo trata da revisão interna dos
atos e decisões da Administração, apreciando a legalidade e o mérito por
autoridade superior. Seus efeitos são suspensivos para habilitação ou não,
e devolutivos.
Os cnrnes relacionados ao procedimento licitatório,
com penas de detenção e multa ou perda do cargo, emprego ou mandato
1 01
eletivo, são : violação do sigilo de proposta de concorrência� impedimento,
perturbação ou fraude de concorrência. Continuam impunes os atos contra
a lisura das tomadas de preços e dos convites.
A Lei no. 8 .666, entre os seus objetivos, procurou
reduzir a fraude, regulamentando todo o processo licitatório e,
consequentemente, diminuindo a autonomia ,ou melhor, a
discricionariedade do administrador público. Com isso, acarretou atraso e
aumento de custos dos processos de compra nas esferas estaduais e
conseguintes. A tendência nacional atual é a descentralização da tomada
de decisões, deixando ao governo central a regulamentação, a fiscalização
e o monitoramento, dando autonomia ao administrador para negociar e
contratar melhores serviços e preços . Porém, a lei, apesar de bem escrita e
detalhada, não permite maior versatibilidade e liberdade de ação pelo
administrador. Ela, no intuito de preservar os interesses públicos e a
igualdade entre os participantes da licitação, por vezes provoca uma
demora acentuada para a contratação, o que atualmente é vital para a
sobrevivência e a competitividade no mercado.
1 02
A lei tem por base o passado recente de licitações de
grandes obras de engenharia. O detalhismo acaba prejudicando a ·
objetividade e clareza do edital . Assim, processos mais simples e
rotineiros da Administração Pública como compras de detenninados bens
de pronta entrega ou serviços simples de conserto ou manutenção, sofrem
com a minuciosidade, centralização e demora decorrente do processo
atual da lei .
A principal preocupação da lei é evitar a corrupção e o
cartel pelo administrador. Assim, foi tirada grande parte da capacidade
deste administrador de tomar decisões no processo licitatório, e foi
incentivada a compra sempre pelo menor preço, acarretando, por vezes,
um custo maior com a aquisição de um bem ou serviço com qualidade
inferior. A lei tenta preservar o interesse público e coloca regras bastante
detalhadas no processo, o que por vezes facilita o trabalho administrativo,
mas dependendo do objeto, da quantidade e até do órgão, não é válido o
custo requerido para tal licitação. Portanto, novas fonnas de fiscalização
devem ser criadas, dando ao administrador o poder de utilizar o bom
senso e o conhecimento de suas necessidades e da sua população,
mantendo o rigor necessário que a lei nos apresenta.
1 03
5.2 - Privatização
A intervenção estatal na economIa sempre teve um
papel importante, pois a base paternalista imperava nos diversos setores
da indústria e dos serviços . A empresa estatal desempenhou um papel
fundamental no processo de industrialização e desenvolvimento do país,.
através de alocação de recursos financeiros e humanos, além da função
de planificação e regulação nos setores da sociedade. O incentivo do
Estado não foi apenas para a infra-estrutura e indústria do país, mas
também para o fortalecimento do setor privado. Foi principalmente a
partir dos anos 30 que o Estado deveria intervir na economia para a
correção de possíveis desníveis na área privada. Nos anos 40 e 50
grandes empresas estatais surgiram nos setores de mineração, siderurgia,
petróleo e eletricidade. Esses setores tomaram-se monopólios e símbolos
da autonomia do país. Nos anos 60 cresceram as empresas que passaram
. a ter capital estatal, pois o Estado passou a assumir as empresas privadas
que estavam em dificuldades financeiras.
Até 1 967 as empresas estatais eram criadas para gerar
uma infra-estrutura e uma produção de Insumos básicos, pois a
104
tecnologia, os investimentos e o pouco retorno não interessavam ao setor
privado. Após a Reforma Administrativa de 67, as empresas estatais
criaram subsidiárias lucrativas e competiam nas áreas de celulose,
alumínio, transporte, entre outras . Finalmente, num terceiro momento, as
empresas estatais absorveram as empresas privadas, evitando falências e
-
o desemprego.
Na década de 70, a atuação das empresas estatais na
economIa era enorme, mas sem estrutura e controle por parte das
autoridades centrais competentes. Havia também uma competição mais
acirrada entre as multinacionais, as empresas estatais e as privadas
nacionais para os recursos disponíveis, cada vez mais escassos, devido a
desaceleração do crescimento do país por volta de 1 978 . Em 1 979, com o
Programa Nacional de Desburocratização (decreto no. 83 .740/79) e com
a Secretaria Especial de Controle das Empresas Estatais - Sest, houve a
primeira tentativa de controle da expansão das empresas estatais na
econoffila.
"Em seu pnmerro censo, a Sest identificou 505
instituições sob controle público federal, sendo cerca de metade delas
105
(268) empresas estatais. Como evidência do processo caótico de
formação de estatais na década de 70, é interessante observar que apenas
40 dessas empresas estatais haviam sido criadas por lei . Das outras 228,
exatamente um terço eram empresas que haviam pertencido ao setor
privado e tinham sido assumidas pelo setor público quando em processo
de falência." (IPEA no. 230, 1 991 , p. 1 3) .
Com o crescimento das críticas sobre a presença
exceSSIva do Estado na economia, foi criada, em 1 98 1 , no Governo
Figueiredo, o programa formal de privatização pela Comissão Especial
de Desestatização, mas pouco foi feito neste período, apesar dos
objetivos de fortalecimento do setor privado, de limitação da criação de
novas empresas estatais e do fechamento ou transferência para o setor
privado das empresas estatais que não mais justificassem o controle do
setor público. Isto se deveu principalmente à falta de comprometimento
político, à recessão com alta inflação e às baixas taxas de investimentos,
à restrição dos potenciais compradores (apenas brasileiros) e ao controle
dos preços exercido pelo governo. O modelo de privatização foi baseado
na venda de ativos e na transferência de controle acionário através de
concorrência pública ou venda direta, ignorando-se o leilão em Bolsa.
106
Neste período, 1 98 1 /84, 20 empresas foram transferidas para o setor
privado.
No Governo Sarney ( 1 985/89), o setor público piorou
financeiramente devido aos empréstimos externos contraídos em 1 982 e,
confirmou-se a ineficiência das empresas estatais pelo constante socorro
federal e pelos critérios políticos para a escolha dos dirigentes,
independentemente do desempenho econômico-financeiro das empresas.
Externamente, a Europa e o Leste Europeu estavam num processo geral
de privatização. Grupos de funcionários que recebiam salários acima do
mercado, fornecedores que vendiam com lucros, clientes que obtiam bens
e serviços com preços subsidiados, dirigentes sem comprometimento
com bons resultados, e políticos com interesses pessoais nas empresas,
dificultaram o avanço da privatização, mesmo com os vários decretos
presidenciais e projetos de lei implantados .
Neste período o processo de privatização no seu
contexto operacional levava em média 1 80 dias, incluindo as licitações
para a contratação de empresa de consultoria e auditoria, constituição da
Comissão de Privatização interna, publicação do edital de pré-
107
qualificação, leilão público, liquidação financeira e publicação do edital
de encerramento da privatização. Muitas vezes as empresas eram
reestruturadas, principalmente no setor financeiro, para alcançar preços
melhores por ação ou boas condições operacionais, mas sempre visando a
garantia de que o novo controlador fosse domiciliado no país e que o
capital estrangeiro fosse de caráter minoritário com controle do sócio
nacional. Mas neste período, as empresas pequenas e médias de setores
com predominância privada ou com · · necessidade de saneamento
financeiro é que fizeram parte do processo de privatização. Iniciou-se a
transferência do controle acionário através de leilão em Bolsa.
No início do Governo Collor em 1 990, foi estipulado
um Programa Nacional de Desestatização ampliando as reformas com
uma política industrial de competitividade, visando a modernização . do
Estado através da pesquisa, do financiamento público, da abertura às
importações, da eliminação das barreiras não-tarifárias e da redução das
tarifas, incluindo também as grandes empresas estatais . O objetivo era
direcionar o Estado para as atividades de educação, saúde e segurança. A
meta de privatização referia-se à compra da dívida pública e a não
configuração de monopólios no mercado, principalmente nos setores
108
estratégicos. Em 1 99 1 , a Usiminas foi privatizada através de leilão como
grande conquista do Governo neste processo de privatização, tendo como
compradores os fundos de pensão, a CVRD e o consórcio Bozano
Simonsen e, posteriormente, os empregados . A privatização foi realizada,
até então, nos setores de siderurgia, petroquímica e fertilizantes, onde não
existiam impedimentos legais à alienação dos ativos . A participação,
como agentes compradores, dos fundos de pensão e das instituições
financeiras marcaram o escopo da privatização, sendo pequena a
presença do capital estrangeiro e do público, principalmente até 1994.
A favor da privatização estão as idéias de que:
• as empresas privadas tem mais eficiência, através da competitividade de
mercado, gerando mais lucros;
• há melhoria das contas públicas com a redução do déficit público, se
houver lucratividade futura da empresa, descontados os juros pagos pelo
Estado no pagamento da dívid� se estes forem menor que o preço de
venda ao setor privado;
• os investimentos futuros seriam maiores dos que os atuais das empresas
estatais;
109
• Estado estaria mais voltado para as funções referentes aos setores da saúde
e educação e a todo o processo de regulamentação dos problemas
macroeconômicos.
Mas é evidente que a privatização não é a solução para
os problemas de todo o setor público, havendo a necessidade de cautela,
pois a redefinição da presença reguladora e produtiva do Estado na
economia não tem por resposta apenas a privatização, mas todo um
processo de reestruturação do papel do Estado na sociedade.
o conceito de privatização é bastante amplo pois pode
abranger desde a concessão de serviços públicos ao setor privado, à
transferência de ativos e capital do Estado a terceiros, sejam estes
fornecedores, investidores, funcionários ou concorrentes . Visa o
crescimento e a revitalização da empresa restringida pelo esgotamento de
possibilidade de endividamento e pela falta de recursos para manter ou
aumentar os investimentos necessários para a competitividade requerida
neste estágio atual de globalização.
l IO
A privatização tem por objetivo a competição, os
ganhos de eficiência e eficácia gerencial e econômica, a geração de
receita para o Tesouro através da venda de ações e a redistribuição de
renda e poder. Segundo Donahue ( 1 989), há pagamentos privados e
coletivos para os bens e serviços oferecidos pelos setores privado e
público . A atividade é totalmente privada quando o pagamento individual
se dá pelo bem ofertado pelo setor privado, como um livro de editora
comprado pelo leitor sem a participação direta do Estado. Há o caso do
pagamento individual para o serviço público, como por exemplo, os
Correios. O pagamento coletivo para o serviço público refere-se às
atividades de policiamento ou manutenção das ruas, entre outras.
Pagamentos coletivos para serviços privados diz respeito às empreitadas
de obras públicas. Neste caso, pode ocorrer maior ineficiência e
corrupção.
A privatização pode gerar receitas públicas adicionais
quando acopladas aos beneficios de maior eficiência, competitividade,
competência gerencial, alocação de investimentos, acesso a novas
tecnologias e menores pressões trabalhistas. A obtenção imediata de
divisas, a geração de empregos e receitas fiscais futuras, a liquidação de
1 1 1
dívida externa, o aumento do desenvolvimento industrial, o estímulo ao
investimento estrangeiro e a maior eficiência das operações, são fatores ·
que propiciam vantagens e oportunidades quando a privatização for a
escolha, proporcionando a idéia de livre mercado e o comprometimento
do Governo em não competir com o setor privado . .
As razões da privatização diferem nos países, conforme
o processo histórico, cultural e político, a conjuntura econômica, nacional
e internacional e como a economia é afetada por estes fatores. Mas, as
principais razões para este processo podem ser a necessidade de ajustes
nas finanças públicas com o fim dos subsídios, a possibilidade de
fornecer novas condições ao aumento de investimento produtivo, a
insatisfação com o desempenho das empresas estatais com pouca
flexibilidade, as divergências estruturais de oferta e demanda no
mercado, a liberação de recursos humanos e financeiros para outras áreas
prioritárias e a descaracterização do objetivo inicial da constituição da
empresa estatal, conforme dispõe David C. Moreira ( 1 987) . Assim, a
privatização faz parte do objetivo de ampla reforma do setor público, da
modernização do Estado, da otimização dos processos decisórios e do
uso dos recursos 'disponíveis, a fim de que o Estado tenha atuação
1 12
vinculada à orientação, ao planejamento, ao controle e à avaliação da
economia macroeconômica.
As empresas estatais apresentam problemas crônicos
-
de incapacidade financeira, situação geralmente falimentar, intervenção
na fixação de preços e tarifas, vácuos tecnológicos e ameaça de
sucateamento das instalações, ineficiência operacional e baixa
produtividade, falta de efetividade organizacional, mal aproveitamento
do seu patrimônio e de seus recursos naturais e humanos, falta de
treinamento e reciclagem, excesso de órgãos de assessona,
corporativismo, entre outros. Criadas para atender às necessidades sociais
e prestar serviços satisfatoriamente, suas diretrizes de ação foram sendo
transfiguradas ao longo do tempo pelas mudanças da administração,
reivindicações da sociedade e questões políticas.
o plano de privatização deve ir além do processo
efetivo de privatizar. Deve considerar as condições pré-existentes e
manter uma atuação de preservação e ajuste após a privatização, com
capacidade para constantes investimentos, haja visto que o processo tem
efeitos a curto e longo prazo. O ambiente econômico deve ser favorável à
1 13
propriedade privada, à competição e aos investimentos, possibilitando o
fluxo de capitais, e havendo perspectivas de produção sem proteções
tarifárias exacerbadas. Assim, a reestruturação do sistema tributário e das
leis são necessárias para dar condições fiscais e legais para o processo se
efetivar de forma mais transparente e rápida. A oposição do empregados
das empresas estatais com sindicatos fortes, o pouco desenvolvimento do
país, a debilidade do mercado de capitais, o pouco incentivo em
privatizar as empresas lucrativas, a oposição de políticos e dirigentes
estatais, as barreiras institucionais no que tange à regulamentação, a
necessidade de restruturação financeira, o financiamento do déficit
público, o estabelecimento do preço vinculado ao valor da empresa, entre
outros fatores, dificultam o processo de privatização, apesar de que cada
empresa estatal necessita de um processo específico, com diretrizes e
procedimentos vinculados às características do negócio, dentro das fases
de implementação do programa e dos processos de privatização e de sua
monitoração, além das leis e regulamentos aplicáveis.
A preparação para a privatização fundamenta-se na
produtividade, na análise de investimentos, comercial, financeira e de
1 14
recursos humanos e na gestão estatal . As modalidades para o processo de
pri vatização são:
- transferência de todas as ações representativas do capital, ou seja, alienação
total das ações;
- transferência do controle acionário mediante a venda integral ou de parte
das ações representativas do capital votante;
-pulverização do capital social, usualmente utilizada em empresas de grande
porte com transparência de resultados e bom desempenho. A lei brasileira
que trata do programa de privatização estabelece que o Estado pode
deter, conforme razões que justifiquem, ações de classe especial dando
lhe o poder de veto mediante o estatuto social da empresa;
- transferência de controle para Administradores e Funcionários;
- venda ou cessão de direitos de subscrição;
- abertura de capital ;
- incorporação, fusão ou cisão de empresas estatais com privadas e,
finalmente,
- desativação e liquidação quando não há a possibilidade de continuidade do
negócio da empresa.
1 15
As formas de privatização podem ser: a desestatização,
a desregulamentação (diminuição da intervenção estatal na economia),
subcontratação (transferência de gestão de serviço). A privatização · pode
ocorrer através de contratos como a concessão, a terceirização e a
franquia.
A privatização por gestão é o estabelecimento de
contrato de administração privada ou de arrendamento para melhoria da
efetividade gerencial, vinculada à atuação do Estado, ou seja, não há a
ruptura total com o controle estatal . Pode-se dizer que seria uma franquia
financeira associada à concessão, envolvendo serviços de infra-estrutura
com base na arrecadação de fundos como pedágios. Assim, pelo
financiamento, instalação e funcionamento dos serviços, a empresa
detém o direito de operar a estrutura implantada por prazo determinado,
ao final do que a concessão reverte ao Estado ou é renovada com bases
competitivas, como forma de franquia. Muito utilizada para criação e
manutenção de infra-estrutura que requer alto investimento e que,
atualmente o Estado não pode arcar financeira ou tecnologicamente, mas
que tem o controle e a avaliação do serviço em graus diversos, conforme
o contrato inicial.· Os contratos de gestão devem apresentar metas e
1 1 6
objetivos que a empresa se obriga a cumprir como forma de manter a
autonomia decisória na própria gestão de suas atividades, trazendo
transparência dos custos e beneficios, pois o governo é forçado, para
negociar o contrato e fiscalizar a sua implementação, a definir suas
políticas setoriais e adquirir pessoal técnico qualificado; e a empresa
deverá incorporar objetivos públicos em conformidade com a
racionalização de seus procedimentos na gestão do negócio.
A privatízação, através da gestão de concessão,
possibilita a delimitação do mercado com as respectivas competências do
Estado e do setor privado, de acordo com a oferta e o atendimento da
demanda dos serviços públicos, com a determinação do processo de
financiamento da produção dos bens e serviços e, com as condições de
prestação dos serviços em ambiente competitivo ou não. Setores de
telecomunicações, transporte e eletricidade são atraentes para a
participação privada. O incentivo se dá pela desregulamentação pelo
governo para a operação privada e pela colaboração política e boa
vontade para se implantar a privatização, visando menores custos e maior
qualidade de atendimento e serviço.
1 17
A extensão do processo de privatização depende muito
da revisão constitucional e da elaboração de legislação específica. O
Estado deve criar condições em que possa manter a avaliação e o
direcionamento das empresas estratégicas dentro da ordem de prioridades
do país, independentemente se são privatizadas ou não, pois os interesses
de atendimento ao público com preços razoáveis devem ser mantidos,
junto com maiores e melhores serviços, mediante investimentos já
preestabelecidos. As empresas privadas, basicamente, visam satisfazer a
demanda dos consumidores em preço, prazo e qualidade e, gerar lucros,
através da produtividade e da criatividade, dentro da competição no
mercado. Já a empresa estatal, geralmente, apresenta-se com perdas e
qualidade irregular decorrentes da falta de competição, do não risco de
falência e da constante intervenção política. A reestruturaçao do Estado,
através da privatização, deve visar o desenvolvimento e o crescimento
econômico auto-sustentado, resgatando a dívida social acumulada, nas
questões de educação, habitação e saúde. Assim, além da privatização
definitiva, é possível que investimentos em serviços de utilidade pública
sejam franqueados ao setor privado, ajudando até a intermediar o
processo de privatização e modernização do Estado.
1 18
A franquia pode ser um instrumento do governo para
atingir os objetivos econômicos e sociais, visto que precisará,
principalmente, da classe média (funcionários públicos, estudantes,
profissionais liberais, donas de casa, mIcro, pequenos e médios
empresários) que é o termômetro da opinião pública e o sustentáculo do
sistema de franquia, para criar novos postos de trabalho e diminuir os
investimentos estrangeiros diretos, através da expansão de novos
negócios nas áreas comercial e de serviços. Assim, a privatização por
meio do franchising é uma alternativa, com menores custos e
manutenção da supervisão, para a privatização com qualidade e expansão
acelerada e sustentada dos pontos de venda ou do atendimento para a
prestação dos serviços ao consumidor final .
A empresa pública que optar pela franquia, será para a
sua atividade ligada ao público, e terá de se estruturar fisica, operacional
e culturalmente, mediante uma gestão participativa, haja vista que a
relação com as unidades próprias e seus empregados é totalmente diversa
da relação com os empresários autônomos subordinados ao sistema de
franquia. Esta nova relação requer mudanças em diversos setores da
empresa ligados ao funcionamento correto da franquia.
1 19
5.3 - Terceirização
Basicamente terceirização é a passagem de áreas de
produção para outras empresas, reduzindo o quadro de funcionários, os
custos fixos e operacionais e aumentando a produtividade. Assim, tudo 0 -
que não for atividade essencial do negócio, pode ser terceirizado. É
comum alguns serviços serem terceirizados, tais como: limpeza,
segurança, transporte, alimentação, conservação, processamento de
dados, serviços jurídicos, médicos, gráficos, projeto e engenharia, etc . .
Desta forma, o Estado pode e tem se beneficiado com a terceirização.
No setor privado, os próprios franqueadores
terceirizam suas atividades de apoio, com exceção da comercialização,
que é entregue aos franqueados, principalmente nas redes de fast food.
A franquia adotada na ECT não deixa de ser uma forma de terceirização,
analisando superficialmente, haja vista que, no entanto, inúmeros pontos
de venda existem para a atividade essencial de venda de produtos e
atendimento ao consumidor.
120
A terceirização traz inúmeras vantagens para a
empresa, conforme dispõe Luiz Felizardo Barroso (Frachising e Direito.
São Paulo, Atlas, 1 997, p. 1 45-149), que são:
e concentração nas atividade fins e na estratégia do negócio, l iberando-se dos
problemas operacionais;
emaior agilidade, pois se dedica a um número menor de atividades;
emaior flexibilidade à produção, com demandas atípicas contratadas
externamente;
emaior especialização, com a adoção de tecnologias avançadas;
emaior qualidade, já que a substituiçao é rápida e sem burocracia, dos
serviços e produtos malfeitos;
e redução dos custos fixos, pois há menos disperdício nas etapas de produção
e nas áreas;
e distribuição de renda, pois o lucro de uma empresa é difundido pela cadeia
de fornecedores e distribuidores;
e liberação de espaço dentro das fábricas;
e vínculo mais sólido com a parceria empresarial;
e benefícios fiscais com a transferência dos encargos trabalhistas para outras
empresas independentes.
121
Os sindicatos em geral alegam que a terceirização
acarreta perda de emprego, redução de salários, fracionamento das bases
sindicais, perda de poder político e de beneficios sociais.
No entanto, se feita conforme um plano bem estruturado e planejado,
fornecendo treinamento, condições de trabalho futuro e até
financiamento, as grandes empresas podem criar parcerias com pequenos
empresários que minimizem os riscos existentes . Estes riscos podem ser:
choque cultural entre as empresas, conflitos sindicais, escolha de
parceiros e fornecedores inadequados, resistência interna, dependência
total e falta de transparência nas informações gerenciais.
A terceirização não pode ser apenas um fator de
redução de custos, mas uma relação contínua e duradoura entre a
empresa maIOr e os pequenos empresários, com todos os riscos e as
vantagens inerentes a este processo.
A terceirização também atinge o sistema de franquia,
não apenas nas atividades de apoio, mas também na área de seleção.
Algumas empresas franqueadoras, em busca de franqueados, estão se
utilizando de empresas especializadas para descobrir e selecionar
122
, -
franqueados com perfil ideal, cabendo sempre a escolha à franqueadora.
A supervisão e o suporte da franquia não devem ser terceirizados . Assim
sendo, o franqueador pode se concentrar na atividade principal do
( negócio, ganhando tempo na seleção dos candidatos e atendendo aqueles
que realmente têm o perfil desejado, capital e crédito, dentro das
condições preestabelecidas. Para os candidatos é vantagem porque terá
contato com profissionais experientes de seleção e recrutamento, não
perdendo tempo com entrevistas desnecessárias. As empresas de
consultoria que formatam o negócio das franqueadoras, são as mais bem
preparadas para a atividade de seleção de forma terceirizada.
123
CAPÍTULO VI - CONCLUSÃO
o sistema de franquia, basicamente, é uma idéia
simples e original, mas que atinge diversas atividades no mercado de
fonna complexa. Tem crescido muito no país e no mundo, como uma
fonna alternativa ao sistema padrão de atuação de pequenas e médias -
empresas . Possibilita o crescimento de uma rede de negócios de
qualidade atingir diferentes consumidores em territórios diversos.
Também dá maior acesso, para os consumidores, aos produtos e serviços
de marca e qualidade reconhecidas e estabelecidas no mercado.
Quando um franqueador pretende entrar em um novo
país, deve dispor de uma das cinco estratégias para iniciar o seu negócio,
a saber: estabelecer um master franqueado, joint venture, licenciamento,
investimento direto ou exportação, levando em consideração os aspectos
do país como estabilidade política, controles monetários, regras
governamentais, entre outros. No licenciamento, não há controle sobre o
negócio licenciado, apenas interferência, se sua marca está sendo
utilizada por uma categoria de produtos que possa depreciar a sua marca
124
e, há, ainda, o recebimento de royalties . Já na franquia, há controle do
negócio e da licença da marca.
o sistema de franquia pode adaptar-se a quase todos os
ramos de negócios e de serviços que têm interesse em expandir suas
-
atividades . No entanto, esse sistema não resolve problemas de
subcapitalização, venda de estoque encalhado com produtos de difícil
comercialização ou falta de recursos humanos e financeiros, necessários
à expansão de um negócio e à estruturação de um plano de sistema de
franquias. Para a franquia ter êxito, é preciso que o negócio tenha
rentabilidade suficiente para gerar lucratividade para os franqueados,
marca forte, investimentos compatíveis com a rentabilidade esperada,
produto/serviço diferenciado no mercado, pontos de comercialização de
fácil padronização, tecnologia e técnicas administrativas eficazes com
facilidade para transferência ao franqueado.
o mercado de franquia abrange, por um lado,
pequenas e médias empresas que visam expandir e manter a qualidade de
produtos e serviços sem custos altos e, por outro, pessoas que almejam
125
abrir um negócio próprio, mas não dispõem de conhecimento e
experiência para tal.
o sistema de franquia, com sua estrutura e
desenvolvimento, abre um mercado em potencial aos serviços ligados às
empresas públicas que tem contato com o consumidor final e, às
empresas financeiras e bancárias, que tem pela frente um mercado de
rentabilidade, segurança, e menores riscos para assessorar.
A ECT é, sem dúvida, um exemplo e uma experiência
valiosa de como uma organização pública direcionada ao consumidor em
geral, presente em todo o país, adaptou, implantou e aumentou a sua rede
de pontos de venda através do sistema de franquia, criando novos
produtos e serviços e melhorando a qualidade. É evidente que mudanças
contínuas e eventuais reestruturações são necessárias, até porque o
mercado está globalizado e em constante transformação. Mas isto de
forma alguma tira o mérito e o interesse por este estudo, até porque,
demonstra a seriedade e a maturidade do sistema de franquia e o interesse
em mantê-lo e desenvolvê-lo para continuar uma empresa inovadora,
com grande impacto nacional e atendimento eficaz ao consumidor,
1 26
mesmo mantendo-se como uma organização pública com missão social
paralela.
Em 1 998, segundo o Guia de Oportunidades em
Franchising do Instituto Franchising, os Correios dispunham de 5 .356
unidades próprias e 1 .6 1 9 unidades franqueadas, mantendo-se na
liderança dos maiores franqueadores, conforme o número de unidades
franqueadas . Numa análise comparativa do desempenho de unidades
próprias e franqueadas dos Correios, os usuários percebem maior rapidez
e boa vontade no trato dos seus problemas nas unidades franqueadas. Nas
operações de grande volume de postagem, as franqueadas assumem
custos da operação e coleta de correspondência no local para conquistar e
manter os clientes, o que gera uma relação mais estreita e de confiança
entre a ECT e o consumidor (Vanderley Faria Leite. A adoção do sistema
de franquia nos Correios do BrasiL .Rio de Janeiro, UFRJ/Coppead,
1 996, p. 1 89).
Apesar da forte concorrência que a Internet tem feito e
venha a fazer frente aos serviços dos Correios, como forma alternativa de
comunicação e transferência de dados, segundo o jornal O Globo de
127
28 . 1 2 .98, o volume de mensagens enviadas no [mal do ano foi 14%
maior que o mesmo período de 1 997, o que equivale a 1 6,7 milhões de
cartões. Isto demonstra que a ECT abrange todo o Brasil e realmente tem
e executa a sua função social.
o sistema de franquia apresenta vantagens e
desvantagens, de acordo com o perfil, as características, os objetivos e a
intenção do futuro franqueado e franqueador. É um sistema flexível,
descentralizado, de baixo nível hierárquico e que dá ao pequeno
empresário acesso a marca forte, tecnologia, credibilidade, presença na
mídia, preços melhores junto aos fornecedores, maior competitividade e
modernização em geral. Para o franqueado r permite a expansão rápida,
com baixos investimentos e riscos, pessoas motivadas e um
monitoramento ágil do mercado. O sistema vem amadurecendo e se
profissionalizando, absorvendo mão-de-obra e utilizando técnicas
atualizadas de gestão. A estabilidade econômica e o amparo legal
ajudaram ao sistema chegar a este estágio. Mas a má seleção de
franqueados, a falta de divulgação de informações corretas sobre a
franquia, a adesão de muitas pessoas despreparadas, a falta de uma
política de financiamento específica, a prestação das obrigações
128
tributárias, o pagamento de royalties e a falta de comprometimento dos
franqueadores não dando o suporte adequado, acarretam riscos ao bom
funcionamento do sistema, além da alta taxa de juros, desfavorável ao
consumo.
As organizações públicas representam a manifestação
do Estado, no exercício do poder político, para atender às necessidade
reais da população no que se refere aos serviços básicos e essenciais. São
produtos de respostas políticas a problemas estruturais . Atualmente, a
principal crítica às organizações públicas é a sua efetividade, ou seja, o
que realmente deve ser tutelado pelo Estado para ser considerado
prioritário e os resultados da administração dessas organizações públicas.
Isto se dá pela estrutura pesada, às vezes arcaica e muito burocrática em
que se encontram. No entanto, em todo o mundo a tendência é reverter
este quadro através de alternativas de terceirização, privatização,
reestruturação, modernização, licitação e, a franquia pode ser usada
como instrumento em quaisquer desses processos na conjunção da
iniciativa privada às empresas públicas e sociedades de economia mista.
A tendência nacional atual é a descentralização da tomada de decisões,
deixando ao governo central a regulamentação, a fiscalização e o
129
monitoramento, e dando autonomia ao administrador para negocIar e
contratar melhores serviços e preços.
130
A N EXO I
Resu mo: F ranquia X Negócio I ndependente
COI�"lJ() vlAA F F..c.NCHl5E
IN.C!ANOO Ut\: " h,J J (' i O IN�t:PE N � '- "� E
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C O M E RCLAL C.1d. t: IV'J..:· t. v.:,.. t...l· ·",, ' r�:" I.. ��v iT.,a ' u r ; " .Irot: � • .
CONHECI·
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TREJNA· M E Nt O
C IoO OI �t' re"X.a� Ot w t rUf t ... � C'�lllt:·� con' ,t'cerr . : ' : '�· · 't· QÇoerêf t:tT tOl..lt: t: Cf:!. ... hu ;-, ;e!o !.t- liJr .... �.v e\. �"t,(;.r � '" r·.:� f I'()t:nl,flC.G:T, � or. c ""I';' � ci r,u"cc r\á .. C: r-.,,) 'Ci:
----------Te-rêI ô.:el:ac.ao :'Iu:JIoc..a c....)ir- ".t':(·:..�,li 0t: It-n,r''':- ;-.t'I é: I :> :
g t a r lÔe S b6nehc.l� H 8 r� U:.Le�er o DtOV\J i C v_ s e 'V,e o pOU.UIF � reovt.óc:'c:. rr.a� :>rel I t p.assa I! conour� : � . a : e �i: c)f com J e H � l �rv.:r.a Of' I r a r.crll I
,: ta..: � o ;:>uOhe!
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T reH'\amenlQ Que pVOe a�' i C n�OCIC � oa�eaQc· no pe' um DfotlS5.1Of\a1 � muaança de 1 1 14 00 DropneUrlO J.. élomlnlS
carreira para IOtroa, .e p'op"'e�- ! I f�ac !.&mprt' oe�noefe Oê no ôe um �.o pf()pflO e r\à ! c.apac .aaOt: .I"IO,,,.ou31 ab6or�A..: oe n.::N iJ:! It'C'X'.400�' \
I O NEGOCIO Nõ l rc;,",'.:r\.cSc o r-OodgVcIO nas , C()/'l)ttça peaúenc· e IeQuer
C OMPLE T O Cf: (omolete 18rnDO pare 08Sdnv otvef . ne· C 8'$ S ltanoc Of! s u ;x::.r.e e1 ttr· "".
puBuC ID.t.. 1 /"'0';1'\(:1:)$ na: roncl'S � l r oc rr..a . 1 O piOOr .e ta f lo :Hl trOCrf"\a I n l e
DE E II OO� Dele t ranC hrSOI DfomüçOes I g f a l:nenlS t o r.-..a terlal dt·
P�OMOC t...O lo::: a:� c l ' a �'e� do f rancrllsee ! ;:of:rlOe de c n. a c � c e V'OOUC�O I e on': SuD�l1.e e OOOIÚ 00 f ranc:"\.· i como �mDém �õ S6JéC�C oe I s o I i M1oI4.
----------Ir------ -r- . SUPRI·
M E N T O
OESENVOL·
M E N T O DE
PRODUTO
LOCALIZA-
CÃO
RESOLUC�O DE PROBLEMAS
PROPRIE· DA DE
! O I t o ncn:sor e �ue'TI esPtcdlca I L.r,,,e Obra es pe c d lcal 05 ma· 1 0 ma'.".: ,uen!" ·canoo fo,ne ,.r ... " p.r • • 101' mas com ceoo'., • ' . " a s s ' ndO OeHon I pr.r. norrr ... lmenl • • em O.s·
10� pOI ... OIumt-S compra dOS contos
O I ra nc"rsor s e e n c a r r e g a r a do I Procu ra ra responCler com ra·
desenvot .... . mt:ntO O. pro<SulO. pldez a s l/ocas Que o merca·
mas precrsa OE: lempo pa ra Im· 00 e1rgH. mas o s recursos
planta· lo no mercaoo para o oesenvOI\-lmento dos
prooutos serao escess�
o tranchlsor devera seleC Iona r LJvre para tornar a melhor ou
e Indicar I localrzaçAo olsporivet prOf escolha de locahzaçao;
mais aoeQuaOi. apoio ex lerno poderá $er ob-hdo ma, por um alto custo.
O franch1SOl. Quando requertdo. Exis ... . ru6a dosponfvol. ma. prestari o apoIo; assessores VI, 1'\10 a.r� prevenhva.
sitam os f r,nchlsees com t� QU�nc� par. li resoluçlo de prc> blemas.
Tem hmllaçOes pari vender O T olal liberd_ de vonda do
�gOClo; O franchtSOf ter. dat· M\jOcio. la pfeferenca.al na compra.
1 3 1
A N EXO 2
Lei n ° 8 . 9 5 5 , de 1 5 de Dez embro de 1 9 94
D I SPÕE S O B RE O CONTRATO D E :=R--\ !\ Q U IA E M P RESARIAL (FRAN CI HSING) E DÁ OUTZ--\S P ROVIDÊN CIAS
( ) PrCSI( ! t.: n l e da Repu b l l ca
IC:1ço sabcr que o Congrcsso NaCional dccrela e
l 'U sa nCiono a segu l l1 l e l e i :
'\ 1 1 l ° ) (ls con lralOS de rr;l I1qUla e mpresan;: d
�,io d isc i p l i nados p o r CS la l e I .
,'l I t . 2 " ) F r a n q U i a e m p resa n a l c t ) S I S l e m <l
I h' l o q U :1 1 u m rra n q u e a d o r c e d e �o rra n ,
q u e a d o () d l re 1 l 0 d e u s o d e 1 1 1 ;. lr c a o u
p a l e n l r , :l sso c l ad o a o d l re i l o d e d l s l n b u l ç a o
(' x c l u s l \':1 o u s e m i - e x c l u s i v a d e p ro d u LOs o u
�e r v l ços c , e v e n lu a l m e n le , l a m be m ao d i re i
t O d e u s o d e l e c n o l og l a d e I m p l a n la ç :i o c
a d m t n l � l ração de n e g ó c I o o u S I S l e m a o p e ra
C i o n a l d e sc n vo l v i d o s o u d e l id o s p e l o rra n
y u c a d o r , m e d i a n l e re m u n e ração d l re l a o u
I n d i re l a , se m q u c , n o e n t a n l O , f.l q u e C I
r a c l ú l z a d o v í n c u l o e m p re g a l í c l O ,
A n , 3° ) Sempre que o rra n q u eador lIver I n le
resse n a implantação d e siSlema d e rranqula
e mpresanal deverá romecer ao inleressado em
lomar-se rranqueado u ma Circular de Ofena
de Franqu ia, por escrito e em linguagem clara
e acessíve l , con tendo o briga toriamente as
seguinles informações:
I - histórico resumido, forma sacie lá ria e
nome completo ou razão social do fran
queado r e de todas a s empresas a q u e esteja
diretamente ligado, bem como os respec
tivos nomes de fantasia e endereços;
II - balanços e demo,nstrações financeiras da
empresa franqueadora relativos aos dois últi
mos exercícios:
1 3 2
: 1 1 I I H l ll:l(,.:I0 preCIsa de todas as pendênCias
' u d l c l a l <; cm que eSlepm envolVidos o fran
J u cador, as l' l l I p resas contro l adoras e l i t u lares
..:,' I 1l J rcas, !la l e n les e d i re i t os aUloralS re
.1 1 1 \'0' .1 o peraçã o , e seus subrranqueadores,
: U c s l I ll l 1ando espeC i ficamente () SISlema da ' ; ,l l I Cl U I<l o u que possam d l l'C lamenle vir a
: :1 1" ''' l h i l l t : 1 1 o l u nclon;\ meTllo da rranqula :
, \ u eSt' l l (,.ao d e t a l hada da I ra n q u l a , des-
: I Ç .i O �eral do l1egoclo (' da� � t l \' ldJdes que ,,' r:i l l dese m pe n hadas pelo rra nqueado;
\ pl'1 'l d do " franqueado Ide: d " 110 que se re
: . I C .I , ' x pc r ll .' nC l a a n t e nor , I l Ive l de escolan
-Í.1dc c OU I I'3S caractcnSllCIS que deve ler,
' hngatona o u p re ferenCIal m e n t e ;
\ ' 1 ' requIsi t oS q u a n l o ao envolV I Il1 e n lo d l re
: 0 d o rranqueado na operação e na a d m i n iS
t ração do negó c i o :
\ ' 1 1 - espeCI ficações quanto a o :
3 J l o t a i eSl l mado d o I I1vesl imento I l1 lc ia l ne
cessa no à aqu iSIção , implantação e entrada
em operação da franquia;
b) valor da taxa i nicial de [[liação ou laxa de
rran q U la e de caução; e
c ) va l o r estimado das instalações, equipa
men tos e do estoque inicial e suas condições
de pagamento;
VlIl - i n formações claras quanto a laxas pe
riódicas e outros valores a serem pagos pelo
franqueado ao franqueador ou a terceiros por
este indicados, detalhando as respectivas ba
ses de cálculo e o que as mesmas remuneram
ou o fim a_ que se destinam, indicando, es-
peciflca m c m e , o segUln te :
a) rem u neraçãl1 periódica pelo uso do SIS
tema, da m a rca < lU em lroca dos servIços efe
t iv:1 m e n te [J restados pe lo franqueauor a o
fr:1 n q u eadu ( roval lies ) ;
b ) a l ugue l d e equipamentos o u po nto
comerCIa l ; c) laxa de p u b l i c idade ou semelhan te .
- d) segu ro mlnlmo; e
e ) o U lros \'alores deVIdos ao fra nque3dnr ou
a le rce iros q u e a e le sepm ligados;
IX - re lação cOIl1[J leta de todos os I ra n lj u c a dos , su b franq ueados e su bíranquouores da l"Cde. bem como dos que se desl igaram n ()� ulumos doze meses. com nome. endereço e
le ldone ;
\ - em re lação ao lerntÓno. uc\'e �cr espec I
ficado o segu l ll le :
a) se é gara n l 1da a o fr;lIl q u eado exclu!> I\' ldadc
ou pre fercnC la sobre de lenm nado te rn lóf lO de a l uação e , caso [JOSI U V O , e 111 que ( o n u lções o laz: e
b) possibil idade de o franq ueJdo rea l izar
ve ndas ou p restar servIços fora d e seu ler
fltOriO ou rea l izar expo rtações:
X I - i n fo rm ações c l a ras e detalhadas q u a n t o
à obrigação do franqu eado d e adqumr quais
quer bens, serviços o u i nsumos necessáflos a
i m p lantação , operação ou admlll istração de
sua franquia, apenas de fornecedo res IIldica
dos e aprovados pelo franqueado r, oferecen
do ao franqueado re lação completa desses
fornecedores;
XII - indicação do que é efetivamente ofere
cido ao franqueado pelo franqueador no que se refere a:
a) supervisão de rede;
b) serviços de orientação e outros prestados
ao franqueado;
c) treinamento do franqueado, especificando
duração, conteúdo e custos;
d) treinamento dos funcionários do franqueado;
1 3 3
c ) ma nua Is de fra nlj u l :1 :
f) auxi lio n a a n á l ise e ('scolha do ponto onde
será i nsta l a da a fr3nqu la: e
g) layo u t e padrões arqul letôn lcos nas Insta
lações d o fra n qu c'auo:
X I I I - situação [Jeran te o I ns l 1 tu to NacIOnal
de Propnedade I ndusma l - I N P I , das ma rcas
Oll paten tes , cujo uso estara sendo a u t o fl zado
[Je l o fran q u eador ;
\ I V - S i tuação do franquead o . após a e .'\ ['l l ração do c o n t ra t o d e franqu i a , em relação a : a ) k now-how ou segredo de I Ild ústna a que
\'e n ha a t e r acesso e m funçao da franqUIa : e
\) ) I mpla ntação de a u v idade co ncorre n te ua 3 1 1 v l dade do fr;lIl queauor:
\ \' - mouelo cio c o n t ra to pad rão e , se for °
caso . também do pre-con trato padrão de
fra n q U i a a d o t ad o pe lo fra n q u eador, co m
I C .'\ l O c o m p let o , inc lUSive dos respect i vos
.I I l C X O S e p razo de val idade .
A n . 4U) A Ci rc u lar de O fe rta de F ranqUIa de
v e ra ser e n tre gu e ao candida t o a franqueado
\lO m l Il l mo l O (dez) dias an tes da aSSlllatura
do c o n t r a to ou pré-contrato de franquia ou
a i nda do paga m e n t o de qualquer lIpO de taxa
pe l o fran q u e a d o ao fra nqueador ou à empresa
ou pessoa ligada a este.
Parãgrafo ú n ic o . Na hipó tese do não-cumpri
mento d o d isposto no capuc deste artigo, o
franqueado poderá arguir a anulabilidade do
eon trato e exigir devolução de todas as quan
tias que já houver pago ao franqueado r ou a
teree iros por ele indicados a título de taxa de
filiação e royalties, devidamente corrigidas ,
pela variação da remuneração básica dos
depósitos de poupança mais perdas e danos.
Art. 5°) (VETADO)
An. 6°) O contrato de franquia deve ser sempre
escrito e assinado na presença de 2 (duas) testemu
nhas e terá validade independentemente de ser le-
vado a regIStro perante canono ou org;l ( ) publ ico :\ n . r ) A sanção prevista no p3 ra g ! a ro unlco
Jo a r t +0 desta Lei a p l i ca-s e , I J m be l 1 1 , :.to f r a n
clueado r q u e v e i c u l a r i n fo rm açõcs f;l lsas na
sua C i rcular de O fe na de f - ra nq u l a . s e m p rc
J u izo das sanções penais ç a b ivels .
An. 8°) O d isposto nesta Lei a p l i c 3 - se aos 5 1 S
l e m3S de franquia I nsta lados e operados no
l e rrI torio nacio n a l .
:\ n . 9 ° ) Para o s fi n s desta Le i . o I C l m o I r , l l 1 (j l1 ead o r. quando u l i l lzado e m q u :d q l1 l ' 1 de se us d ISpOS l l iVOS. se rve ta mbem p a ra d C � l g n a r o s u b fr a n q u e a d o r . d a m e s m a I n r m a q u e
a s d isposições q u e s e refiram ..l O 1 1 :.ln q u c a d n
a p l icam -se ao 5 u b fr3nqu eado
An. 10°) Esta LeI e n t ra em v i gor 60 ( sessenta )
d ias após sua publ icação.
A n . 1 1 °) Revogam -se as d l �po�lções e m ( o n
I rá ri o .
BrasilIa, 1 5 de dc=embro de 1 99 + . I 7 )U da
I ndependência e 1 060 da Repu bl ic.l
I ta mar Franco
Ciro Ferreira Gomes
Elcio Á lvares
1 34
A N EXO 3
MO DELO GENÉRICO D E D E C ONTRATO PADRÃO D E FRANQUIA
[a s e r cc /ebrado com a pessoa física do Ca) FR/\NQUEAOO r.·1. ) J
Pelo p �,:sCnle Inst ru mento parucul:1r, de um lado X.:YZ FR.A[\;CH I S I N t I L i\·\ d .1 U U I r' l r u IZ\nte slmplesmentc desIgnada F RANQ E.'\DORA. com sede em Z\ Rua :1" . Illscrl lJ
no CG( sal) Ll n" . neste aLO devldamente representad::; na lorm:1 JL �,: u � , ln l ;'J t L) �l1ual e . ue out ro iJdo. 0\ :1 ) j r\ .I ) . . . . . . . (nome completo da pessoa ilSICl dOI J ) F I .·\:'-; t .' l 1::\Dl)( .-\ i l . d:J.qul
por dl.lnte sImp lesmen te deslgnado(a) FRANQUEADO(A) , . l. n:J.cIOnal It1Jc.h- I \ ,,:sl :1clú C lv! l ) . pOrl:J.Ucln a ! d a Ccdula d e Idenl\dade R G n° . . . . . . . . e Inscnlo\a) no CPF sob \J n')
sldentc e uom\cl ! tado( a) à Rua o 0 . 0 o nO na CIdade de . [� IJ d() de reso l\"Cm celebrar um Cclntr:1tO de FranqUia, nos seguintes termos e COndll l)l:�
PREM ISSAS Tendo .:m V1Sta que:
re -
1 - A FRA.NQUEADORA desenvolveu um Sistema de lmplantaç:1o, Operaçao e Gest.io de
( lnsenr lqUl o upo de negócIo) e deCIdiu conceder franqUIas a terce I ros d Ispostos a operar l: admin
istrar uma untdade XYZ, conforme esse sistema;
2- .-\ FRANQUE!\DORA e detentora legmma da marca À'YZ ,
3- OCA) FRANQUE<\DOCA) teve aprovada sua solicitação para Instalar, operar c administrar, pelo
sIstema de franqUIa e de acordo com os padrões estabelecidos pela FRANQUEADORA , um
(upo de negóclO)XYZ;
4- OCA) FRANQUEADO(A) concluiu satisfatonamente o tremamento IntClal que lhe fOI mmlstrado
pela eqUIpe da FRANQUEADORA;
5- OCA) FRANQUEADO(A) já obteve a posse legitima de um ponto comemal , SiLO à Rua o o o o o o o o o , nU
" " ' no Município de . . . . . . . . , Estado de . . . . . . . , que a FRANQUEADORA considera adequado á insta-
lação de uma unidade XYZ: e
6- Foram preenchidos todos os demais pré-requisitos estipulados entre as partes:
Fica estipulado entre as partes o quanto segue:
cLÁUSULA I ') Pelo presente instrumento particular, a FRANQUEADORA concede ao(á) FRAN
QUEADO(A) uma franquia para que oCa) mesmo(a) implante, opere e administre, por sua conta e
1 3 5
nsco . um I U DO de negoclO l :'�l'Z �ao longo deste .IJ U�lC designad o ' J Ír::m quIJ ' yuc ,;cr:1 de-
:;Ignado pelJ marca mista XYZ e sera Instalado no mUnlC l ;JIO de
: rIS . Pl.;a . c: tc ) . EstJUO de . . j Rua
P:\.R..l..GR..l..FO PRI M E I RO O local aprovado pela FRANQUE . .l.. DOR.A pa r:1 ,I : í l 5Wb.;JO ua l íanqUla
some n te poder:i ser a l terJd o , seJ3 por que motl\'O for. ;nedwnte JUlOn:aC\l) da ;nc�ma FRAN· · Ql!EADORA PA RAGR.-\FO SEGUN DO OCA) FRANQUEADO(A) se ob nga c se com prome t e J Cllll l l n uar residin
do no � l u nlc l plO lmde sera I nstalada a franquia e tambem a ope r:i · la e J gere n u a · i a pessoa lmente ,
' :nquant () " I gorar II p rese nte contrato .
CL.l.. USL' L\ 2' ) Os prod u tos , equ ipamentos . utensl l ios. moveis. obJC tos dc uccorJl.;jo c Insumos
aue 0 1 .1 ) FRA N Q U EADO(A) devera adquinr para a insla lação . ope raç:io c 3esl ão da I ranqUla de
v e r a o segu i r as espeuflcações di tadas pela FRANQUEA.DOR..l.. e s e r adq u l n dos dC'$ lornecedores
expressamente l lcenclaaos ou autanzados pela mesma .
C L.l..U S L L-\ Y) Todos os ônus . encargos, cusws e despesas necessanos a . ou decorrentes da. I nsta
laça0 . o pe ração . manutenção e admimstração da franqUia correrão por conta exclUSiva doCa) FRAN
QUEADO( A ) . que deverã observar as normas ditadas pela FRANQUE.'\DORA e o d isposw na le·
gls lação e m V1g0r.
P.'\RkGRAFO PRIMEIRO: É vedado ao(á) FRANQUEADO(A) proceder a yualsquer a lterações na
sua franqUia sem a previa autonzação expressa e por escmo da FRANQl! EADORA, ressalvadas
apenas as pequenas obras, reparos e substituições que se façam necessa nos em decorrênCia de
danos ou de uso , de forma a manter as instalações da franqUia sempre em perfe itas condições de
segurança, de higiene , este t lca e conservação, de acordo com os padrões ditados pela
FRANQUEADORA e com a legislação em vigor.
PARÁGRAFO SEGUN DO OCA) FRANQUEADO(A) será oCa) único(a) responsãvel pela obtenção
de todas as licenças ou alvarãs que se façam necessários à realização das obras eJou a instalação e
ao funcionamento da franquia, correndo por sua conta exclusiva os custos, despesas e encargos a
tanto necessános ou disso decorrentes.
cu..USULA 4') OCA) FRANQUEADO(A) somente iniciará a instalação da franquia após a
aprovação, pela FRA N QUEADORA, do projew final de decoração e proj ew executivo.
cLÁUSULA sa) A fraqquia deverã ser instalada, operada e administrada pelo(a) FRANQUEADO(A)
de acordo com o chamado "SISTEMA XYZ", desenvolvido pela FRANQUEADORA, o qual abrange
esquemas de arquitetura, decoração e combinações de cores par", prédios, fachadas e áreas inter-
1 36
nas. Inrelros L disposiçãO de move is . mstalações e eqUlpJmenLC� \ - uvou t " ) p:1rJ frJnq ulas uue
< lperem Ôlli) :lquela m:l rca , espeCl flcações e padrões pJra J -.:omer-: I:1 I I:JCJo de ccn05 produ tos L :1
preslacão de determmados serviços e também métodos de com ro le de estoque . de operação e de
escntu ração . Jlém de onentação , padrões e normas ace rCJ de práucJs e pol i ucas comerCiaiS e o p e ra
CionaiS e O U l ros processos e atlV1dades diretameme l igados a <)pe:-Jcão Je uma franq U ia XYZ
CL-\LSLL\ D") OS conheClmemos , diretrizes e normas �asiCos Q u e compm:m o chamado
'SiSTE'vIA \.lZ' encomram -se slstematizados e consolidados e m :VL�.'-il.j:-\IS Ljlle J FR . . \i"QLT--\DOR.--\
ileSte alO cm rcga aO( :1) FRANQUE'I.DO(A) em COMOD.--\TO
CL\LSLL\ �") Esses manuais poderão . a cnténo da FR.--\NQl'E:-\DO R.-\. � L r a qUJ iqller momemo a l te rados . se m p re que ela, FRANQUEADORA, j ulgar ISSO conveniente
CL-\USUL\ 8'\ OCA) FRA N QUEADO(A) desde logo se obriga e se compromete J cumpnr a nsca
- e a fazer com que seus funcionários ou prepostos tambem cumprJm . tDdas as de termmações . dl retnzes e espeCi ficações comidas nos citados manuais. ou em suas slIbseq uemes Jl terações .
CL-i.USLL--\ ',l3) O(A) FRAN QUEADO(A) reconhece e confi rma que a FR.-\NQUEADORA é a un lca
propnetana e J I l lu lar exclusiva de todos os direitos sobre os manua is que lhe são emregues em
comodato .
Cu\USUL\ l O') O(A) FRANQUEADOCA) desde logo automJ a FRANQUEADORA a , sempre que
esta J ulgar conveniente, realizar todas as inspeções e venficações que considerar necessánas para
constatar se J franqUia está instalada e funcionando de acordo com seus padrões, comprometendo
se a acatar de pronto as recomendações que lhe sejam feitas pela FRANQUEADORA como resulta
do dessas inspeções e verificações.
cLAUSULA l ia) É obrigação doCa) FRANQUEADO(A) utilizar, a título precário e apenas em conexão
com as atividades autorizadas pela FRANQUEADORA que venha a desempenhar na franquia,
enquanto V1gorar a Franquia que ora lhe é concedida, a marca mista XiZ.
Cu\USULA 1 2a) OCA) FRANQUEADOCA) reconhece os direitos da FRANQUEADORA com relação
à marca XiZ e a quaisquer outras marcas de que a mesma seja titular ou licenciada e que venham
a ser utilizadas na operação da franquia, pelo que não poderá ele(a) , FRANQUEADO(A) , durante
a vigência deste Contrato de Franquia ou mesmo após seu término, alegar que tenha sido criado,
em seu benefício, qualquer direito de titularidade ou propriedade com relação a essas marcas.
1 3 7
l:L\L'5LL-\ I Y� E vedada a ull l !=acao. pe !ol a) FRV-';QLE-\DOL-\ ) . de: Q ua lque r das marcas de aue
c uelenLOr:1 . )u l Jcenc:ada J FR:\N Q LT.-\ DO RA. ,lU UJ d.::nomln..ldu - , lc u l de:51a p3 r�1 (OmDOr :\
JenomlnJcj..:> sOCIal ue qualquer empresa .
LL.\. L S L L-\ l -+" � CO ll lO condlçlo para que eS le aJusle: (onu nue: \'1 ".( \ 1'..11 l e ..:> . ,1\ .1 ) r:R/. ' ; ( �U.: .\DL)' . \ i e . semp re que a FR .. \NQU EADO RA assIm o eXIgIr, lambem llS l u nC I o l 1anos JO( ..1 ) FR,\N O L E . .I.-00( ,1. ) , de ve rão se su bmeler aos lremame mos e reCIclagens que :J F RA 0: l �U E.-\D( ) R.-\ . .l se:u c me rm ,
j ulgar necessanos.
CL\LSUL-\ 1 5" ) 0(,1.) FRANQL E.-\DO(Al se ob n ga . 1 mall ler L J \!,a r:1 n l 1 r que: �LUS lunc lon:Jnos e
D re posLOs l :l lnbem malllenham o mais absoluLO slg! I o (om rc lacÍll , \ 1 11l1a e qU:J lquer I l 1 I L) rmaçill ,I
rcspello da I m p blllacão, ope ração ou adm lnislração de U llla I ranq u l a :\YZ Lonl 1dos nos m..1 n U..1iS da ! r:l l1qUla , ou que venham a receber durame os [remamelllos ou rCllc la\o.!.e ns Je que p:Hl l c l pare m , ( lU
, l inda q u e . Ix) r qualquer mOlivo ou fo nna . c hegue as SU..1S m,10S ,1 q ua lLj ue r l e mpo
CL-\L8JL-\ 1 6") Como reLnbuição pelos dirCllos que ora lhe são conkndos e pela lecnoiogl:1 Je :lluação
Ljue J3 lhe 101 lransfenda e pela oriemação que eslã recebendo no que se refere J I mplantação de sua
franLjUla \"{Z. ola) FRA,NQUEADO(A) paga neste ala à FRANQLJL-\DO R:\. J Ululo de t axa m lCIal de
franqUia, II \'alor de R$ . . . . . . . . . . . . (. . . . colocar aqui o \'alor por extenso l . ,ma\'és de cheque nom1l1al.
CL-\ U S U L.-\ 1 7 ' ) I ndependente mente da laxa mlcla l de franqUIa a que se re l e re J cbusula a nt e
n o r, o\. a ) F RA N Q U EA DO(A) se ob riga a pagar a F RA N Q U EA D O RA , em cOlll ra paruda p e l o uso
(o n l l nuado d a marca X"YZ, pela orientação e t re i name n to que conllnuara a receber, pelo acesso
( o n l lnuado JO " k now-how" acumulado pela F RA N Q U EADO RA . pelo a p o I o e c() nsu l to na de
campo , pelo uso dos sistemas de operação e gerenclamenLO de franqu ias XYZ desenvolVi dos
pela FRA N QU EA D O RA e por lOdos os demais beneficios q ue lhe possam decorre r do fa lO de
Integrar a rede XYZ , o equivalente a . . . . % ( . . porcento) do faturamento que auferi r em sua
franquia em cada mês considerado .
PARÁGRAFO PRIME[RO: Para apuração da remuneração mensal vamivel devida por lorça do dis
posto no "caput" e tambem para pennitir o monitoramento eficaz, pela FRANQUEADOR.A, do desem
penho da franquia e da rede como um todo, oCa) FRANQUEADO(A) enV1ará quinzenalmente a sede
da FRANQUEADORA relatórios detalhados do movimento ocorrido na semana imediatamente ante
rior (segunda a domingo) , de acordo com modelo fornecido pela FRANQUEADORA.
PARÁGRAFO SEGU N D O : A remuneração a que se refere esta cláusula será paga nos escritórios
da FRA N QU EADORA, ou onde esta indicar, ate o dia 5 (cinco) de cada mês seguinte àquele a
que se refere , contra recibo.
[ 3 8
P.-\RAGR.-\FO TERCEIRO . Qualquer atraso no pag:l:-:-.c- : l lú do I'a l , ) r mens:.lI J que O' rdc ;e esta
c lausu b sUje i tara o FRAi\iqUEADO(.\) a mu lta de I ,' C . Jc [)ur cento) �l)bre ,1 ':;:: ! u r !e':1(lo . sem
p rej UI:o rara o J i re l to da FR.\NQLL\DOR.\ de L C i·.5 : . : L �:H J U l c) ll1a t lcamC!l tC rc ,:c :nc 'mdú 'l ixe · sente aj uste . por cu lpa exc1usi\'a do(J.) FRA ·QLE.-\C'C \ ,
CLAUSUL-\ 1 8") OCA) FMNQUEADO(A) se obnga .: �L dJm p romc t c a coll l n hUlr me nsa lmente para
o FUN DO COOPEMTIVO DE PROP:\GANDA E \I..\r:.r-.:!:T I:\J C ; da reoe de I ranqulas \YZ com % porcemo) do ratu ramemo bruto que aufe n r na ', nu .: parur O J ) I r:mq u l;J no nl\'S 'llnslderado.
r.<\RAGRAFO ÚN ICO' O I'a lo r p reVlsto no "CJpUt ' s.: � .. : :��l\..!(\ !)c i c) \ ,l l FR, \ : '! < ) l.' E: :\DCH ,-\ ) , , l l e o dia
\ 5 ( qumze) de cada mês su bsequen te aquele a que se �� ! L re
CLAUSUL\ 1 9') Toda a pu bl iCIdade e promoçjo da R :: =' E \YZ segU i rão J rlSLJ c)$ padrões e espeu ricações dllados pela FRANQUE.l\DORA, que devera .lo rol·ar p rev1 amen tc . POR ESCRITO, toda e
qualque r açáo promoCIonal ou publ icitána que ou FR.-\ N Q L! E:\DO( .-\ l p retenda prallCl.r por
t n lciallva prõpria , seja Iso ladamente , ou em conj un to -:,)m OUtros franqueados Ja rede .
Cu..USUL\ 20') OCA ) FRANQUEADO(A) declara ex:: ressame nte reconhecer que rOI se leCIonado
para íirmar este instrumento tendo em Vlsta as suas qu::dldades e GlraCtenSl lcas pessoais e que, em
consequência, o presente aj uste ê celebrado "intUllO pe ,sonae " , pe lo que elel a ) , FR.-\NQUEADO(A)
não poderá ceder ou transrerir, no todo ou em parte . .:l qualque r titulo e J quem quer que sep , os
d ireitos eJou as obrigações que lhe decorram deste inStrumen t o , ou de q UJ lq ue r aditamento ao
mesmo que venha a ser celebrado entre as panes. s:;h'o Ju tonzaçjo . expressa e por eSCnlO, da
FRANQUEADORA.
CL<\USULA 2 1') OCa) FRANQUEADO(A) está desde logo aUlonzado(a ) , por razões meramente
Íicals, a transferir o exercício dos direitos, obrigações e mteresses que lhe resultam deste instru
mento para Sociedade Limitada cuj o controle e gerênCIa detivos estarão sempre nas mãos da
pessoa física do (a) FRANQUEADO(A) .
PARÁGRAFO ÚNICO: Enquanto vigorar o presente ajuste, toda e qualquer alteração do contrato
social da empresa referida no parágrafo anterior que imp l ique em qualquer modificações no respec
tivo quadro de sócios ou na distribuição das cotas em que se divide o capital social , alteração de
sua gerência, liquidação , encerramento ou transformação em S/A, dependerá de prêvia e expressa
anuência da FRANQUEADORA, sempre por escrito, ricando consignado que, em qualquer
hipótese, o presente contrato de franquia somente continuará vigorando, salvo autorização escrita
1 39
l I .1 FR\N< �UEADOR.-\. se at a ) ora FRANQU E:\ DO(A) . pessoa íI5k .1 . (Onll n U a l' detendo II ':l' n t rc le L ,I :1dm I nISUação del1VOS da otada SOCIedade,
I L-\L�UL-\ 2 2 ' \ TL,d.l � qua lque r al1\ldade desenvohlda na re5('«(I I\'a t l .l l1Qll l .l �Lra J� i ll le l ra
rl'SponsabI i ldade dOla) FR.ANQUEADO(A) . que [esponderj Indl\·ldua lmente . perante os Pode res
Públ Icos e pe ran te quaIsquer terceIros. por lodas as O b n gações C i\' I S , .AdmInISlrat lvas, Pena Is .
rrabalhlSlJS. PrevldenC lánas . SOCIais ou Tn buljnas que assu mIr, ,)U a que por qua lquer lorma ()U
1]l0tl\'O \'enha ;) dar GIUsa. bem como as que sejam I ne rentes .10 , , 'li decorre ntes do) propno
iunClOnamento ou operacão da franquia,
l�L-\L.:SULA 2 3') O presente contrato vIgora pelo p razo 'e meses a contar da presente dala.
podendo esse pra:o ser prorrogado. de comum acordo entre as panes, pelo pra:o adICIonai de ,
,colocar aqUI por e x t e nsu o número de meses _ _ , ) meses a conta� de seu termIno. nos mesmos ter-
1 1 105 e condições dos contralOS de franquta que então estejJm sendo ce leb rados pela F RA N
QU E.ADORA c o m t e rcmos . desde que , a critério da FRANQ\}E,ADORA , o\ a ) FRANQUEADO(A)
lenha operado e ad m In Istrado a franquia. ao longo de todo o pe!1odo InICIai de vlgénCla . de acor
Jo com os pad rões e nonnas estabelecidos pela F RANQUEADORA. tendo cumpndo Inte Iramente
LOdos os lennos do presente contrato de franqu ia ,
CLAUSULA 24�) Enquanto Vlgorar o presente Contrato de FranqU Ia , o\ a) FR.ANQUE.ADO(A), seu
cõnjuge . seus dependentes e seus funclOnános e prepostos não poderão. �m hIpótese alguma, dedicar
se. direta ou Indire tamente . a qualquer atiVldade conflitante com a operação e admln tslração da fran
qUia a que se refere o presente ajuste, ou que possa ser considerada concorrénCla a uma untdade XYZ llU a própna franqueadora ,
PARÁGRAFO ÚN ICO: Fica também vedada ao(á) FRANQUEADO(A) . a seu cônjuge e a seus
dependentes a participação, direta ou indireta, seja a que título ror, ao longo dos 1 2 (doze) meses
subseqüentes ao término, resilição ou rescisão, seja por que mOllvo for. do presente Contrato de
FranqUIa, em empresa ou empreendimento que pratique qualquer atl\1dade que possa ser classifi
cada como concorrênCIa ás franquias XYZ
cLÁUSULA 25') Na hipótese de falecimento ou incapacidade temporána ou permanente doCa) FRAN
QUEADO(A) , os direitos e obrigações que lhe resultam deste instrumento poderão, a critério exclusivo
da FRANQUEADORA, ser transferidos para os herdeiros ou sucessores legítimos daquele, desde que:
a) Ao menos um deles, pessoa física, se comprometa a se dedicar, em tempo integra l , á operação e
administração da franquia;
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b l Essa pes�üa fislca sep conslderaci:l � pC : J FRANQL; E.-\DO RA . apt:.l .: \ 'apa: de adm i n istrar e ope
rar J fr:lI1lju la de acordo com os paCr0es _� �abe lcc!dus pe la FR...-\ . · l � l T.\I)( ")R . \ cn t:10 em \l gor : e
( l Essa pessua, juntamente com os t:':e !1l l.J I S dema is hcrcic lro� ..: SUC":SS, l IT::' k.�llImos �ê for o caso.
Sê obngue J celebrar, com a FR..-\l\:QL'::.:',DORA, co ntrato de Fr.1nlj ula nos mesmos termos t:
cond ições do Contrato- Padrão Ul l l l::ldo ;Je b FRANQL' E.-\DORA .1 êpOC:l como parte do seu
sistema de F ranqU ia .
CL-\L'SL'L\ 26J ) Consllluem causa pa ra �ôCISjO aUl lll ll a l lC;] do p rese I l te a )US i e . ror culpa dot a )
FR..-\N QL'E:\DO(A) :
1 - ) () descumpnmento, pelo( a ) FRA"l�LT-\DO( '-\ ) . de: -l ll J l u u e r d�ls , lausulas elo p resente inst ru
mento, n o lOdo o u em pa rte :
2 - ) a constataçào de que o,a) FR..-\NQLL.l.DO(A l 10rnCle'J J FR..-\ N Q LIE.-\DO Rr\ Informações falsas
ou Inexa tas ao longo do processo da respecllva se leçJo.
3-) a decretação da Insolvência dota) FR..-\ :\ Q U E.-\DO( .-\ l .
-f-) a falênCia ou o defenmento de requenmento d e concord:lt�l fOlmulado pela pessoa Jundlca consumida
pelola) FRANQUE-\DO(A) para exercer os direitos t: obngal,:ões ljue lhe resu ltam do presente contrato:
5 - ) a remada ou afastamento do contro le e da gerênCia dellvos dessa SOC iedade . sep voluntana
mente ou não, da pessoa fíSica dot a) c)ra FR..<\NQUEADO('-\ l . c
6-) o fato dOla) FR..A..NQUEADO(A) detxar de reSidir no \llunlclplo onde sera Instalada sua franqUia,
ficando consignado que em todas essas hlpoteses a reSCisão sera automauca e não dependerá de
qua lquer medida ou provldêncla, J udiCial ou extraJudicia l .
PARAGRAfO UNICO: Na hipótese de reSCisão do presente ajuste por força do disposto em qualquer das
alíneas desta clausula, oCa) FRANQUE-\DO(A) não tera direito a reembo lso . seJ3 no todo ou em pane,
de qualquer valor pago ã FRANQUEADORA. nem tampouco a Indenização de qualquer espécie .
CLÁUSUL<\ 273) Na hipótese de términO. reSilição ou reSCisão do p resente contrato , seja a que títu
lo ou por que motivo for, ou por culpa de quem quer que seja , oCa) FRANQUEADO(A) se absterã
de imediato utilizar a marca XYZ e quaisquer outras marcas e sinais distintiVOS de que a FAAN
QUEADOAA seja titular ou licenciada legitima.
CLÁUSULA 28') Toda e qualquer instrução, recomendação ou autorização comunicada pela FAAN
QUEADOAA ao(à) FAANQUEADO(A) será formalizada por escrito, de nada valendo qualquer
comunicação ou estipulação verbal entre as panes.
cLÁUSULA 293) O não exercício, pela FAANQUEADOAA, no todo ou em pane. de qualquer dos
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di reitos e facu ldades que lhe são assegurados no prese n t e I n s t ru m e n t o scra considerado mera libera
l idade. não consutuindo, de forma a lgu ma . nO\'açjo \lU JlleraçJo das (o: ldlções ora paCluJdas, nem
tampouco renúncia a qualquer direno ou !Jcu ldade
cLÁUSULA 30') I ndependentemente de qualquer OU lrJ penal idade ou consequênCla prevlsla na
Le1 ou em qualquer das c lãusubs do prese nte cont rJ l O . ou do pra;:o accomdo desde o mlclo dJ vigênCIa desle, ficJ estipulada a mulla de RS \'a lor po r c.\lenSO . . . ), p:lra J pane que
m fnnglr, no lodo ou parcialmente. qua lque r das (IJusu ias do m e , m o , reservando - se a pane
I nocente o dire i LO de , simullaneamente, cons1dcr3 - lo J U l o m :l l l C l m e n t c rescmd ldo e de haver. por
Jçjo própna, as perdas e danos que efeuv;:meme snírc r, e m decorrénc1a do madl111 p lemenLO da ,1U lra pane, naquilo em que excedam a mulw ora eSl l p u l:1da
CU\USlJLA 3 1 ') Ressalvadas as exceções aqUi cxpressameI1 l e rXl(luadas , o presente ContralO ê cele
brado em carãler irrevogável e I rrelral:ive l , obngando dS pa n e s c seus sucessores a qualquer lÍ[ulo,
hcando eteno o foro de " ' , com expressa renunCIa , 1 ljuJlquer oUlro , por mais pnvdeglado que
sej a , como compelente para dirimir eventuais dÚ\1das ou (omro\'erslas que dele possam se onginar.
E, por assim se acharem J uslas e contraladas, as panes il rmam o presente InSlrumentO em 03 ( lrês)
\'Ias de Igual leor, na presença das duas lesle m unhas ao rmal JS5madas
" ' , (dalJ da assinatura)
FRANQUEADORA
FRA N QU EA,DO(A)
TESTEMUN HAS
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