Jornal do empreendedor
São Paulo, terça-feira, 26 de junho de 2012
ESPECIAL AUTOMAÇÃO COMERCIAL
Começa hoje no Expo Center Norte a 14ª edição da Autocom,o maior evento de automação comercial da América
Latina. Além das novidades em produtose serviços, o evento vai discutir a profissionalização
do setor e as relações entre os fabricantese o canal, um tema que gera muita polêmica.
Vitrine de tecnologias
Inteligênciana gestão é
uma dasprincipais
tendênciashoje novarejo
A loja maistecnológicado mundoestá no
Brasil: é aBillabong deAlphaville.
Novageração debalanças:impressão
de código debarras comvalidade.
Varejistas apostamem mobilidade para
atrair clientes eaumentar as vendas
Tecnologiasanalisam o
comportamento dosconsumidores
Paul
o Pa
mpo
lin/H
ype
terça-feira, 26 de junho de 20126 -.ESPECIAL DIÁRIO DO COMÉRCIO
O código debarras aindatem muito a
evoluirO DataBar permite carregar mais
informações do que o códigoconvencional; e os códigos
bidimensionais, de maiorcapacidade, já estão no mercado
QR Code: opapel da GS1 énormatizar,dar as regrasdeidentificação,para que oconsumidortenha acesso adadosconfiáveis.
Divulgação
Um dos destaquesda Filizola na Au-tocom é a balan-ça Platina, que
imprime a etiqueta com a datade validade do produto no có-digo de barras, além de outrasinformações, como o nome doproduto, o valor, peso, preçopor quilo e a data que ele foiembalado. Quando o clientepassar pelo caixa, caso a vali-dade esteja vencida, o siste-ma emitirá um alerta. A solu-ção atende as exigências doCódigo de Defesa do Consumi-dor, que prevê penas duraspara os estabelecimentos quevenderem produtos fora doprazo. Esta etiqueta com pra-
Os símbolos do GS1 DataBarsão capazes de carregar maisinformações do que o códigod e b a r r a s c o n v e n c i o n a l(EAN/UPC). Por isso, possibili-tam uma grande oportunida-de de codificação de itens emdiversos segmentos. O de fru-tas legumes e vegetais (FLV) eo de itens de pesos variáveis(carne, aves, peixes, padaria,embutidos, frios), por exem-plo, serão beneficiados.
Va nt a g e n s
Outro fator sensível é o ta-manho dos produtos e das em-balagens. Itens como cosmé-ticos, componentes eletrôni-cos e telecomunicações, fer-ragens, joias, entre outros,dificultam a identificação de-vido à falta de espaço para im-pressão dos códigos de bar-ras. O código GS1 DataBarpossibilitará a identificaçãode produtos com espaço limi-tado, com melhor desempe-nho de leitura e capacidade deincluir informações adicio-nais, como números de série elote e vencimento. Isso garan-te a melhor rastreabilidade doproduto. O código GS1 Data-Bar não irá substituir os códi-gos EAN/UPC, eles são com-plementares e cada um terásua aplicação específica.
Para Flávia Ponte Costa, as-sessora de soluções de negó-cios da GS1 Brasil, entidadeque está apoiando a Autocom2012, apesar de já ter 30 anosno Brasil, o código de barrasainda está em evolução. "O có-digo de barras tem evoluído aolongo do tempo e o DataBar éuma dessas evoluções, umanovidade que começa a serusada no mercado. Além daidentificação do produto, épossível colocar dados variá-veis, como data de validade,que hoje é crítico para o vare-jo, para que o consumidor nãoreceba um produto com datade validade vencida, e o nú-mero do lote, permitindo a ras-
treabilidade", explica.No dia 27, durante o Con-
gresso da Autocom, a GS1 faráuma palestra sobre rastreabili-dade de medicamentos. "Issoé feito por meio de um outro ti-po de código de barras, chama-do DataMatrix, específico paramedicamentos. Trata-se deum código bidimensional, emque é possível colocar lote e va-lidade. Ele é bem pequeno,sendo possível colocá-lo emuma pílula de remédio", co-menta Flávia. Segundo ela, ouso desse código garante ummaior nível de segurança. "Emum hospital, a enfermeira faráa leitura da pulseira do pacien-te e do medicamento que eleirá tomar, evitando enganos,que podem ser fatais", diz.
Flávia comenta que o Data-Matrix é muito parecido com oQR Code, muito usado em pu-blicidade e marketing – ele in-clusive está sendo incorpora-do ao portfólio de códigos daGS1, que é um órgão padroni-zador e dará regras ao QR Co-de. "Hoje, qualquer um pode irao um site especializado eacessar um QR Code Genera-tor e gerar um código. O pro-cesso é muito fácil. A GS1 en-tra na história estabelecendoregras para que se tenha con-fiabilidade na informação –precisará ter a identificaçãodo produto, a URL, etc. – paraque se garanta que aquelas in-formações que o usuário estálendo o leve para o site corre-to", explica. "Imagine alguémcom alergia e que leia no códi-go que o alimento não contémglúten, mas na verdade eletem, pois alguém colocou umainformação errada. O nossopapel é normatizar, dar as re-gras de identificação, para
que o consumidor tenha aces-so a dados confiáveis".
Etiqueta inteligente
Outra área em que a GS1atua é a de identificação porradiofrequência, tecnologiaconhecida pela sigla RFID. Háalguns anos, se falava que atecnologia iria revolucionar ovarejo, que os consumidoresiriam colocar os produtos nocarrinho dos supermercado,passar por um portal de ante-nas, que leriam as etiquetasde identificação, e em segun-dos saberiam o total a pagar,diminuindo as filas. "A tecno-logia de radiofrequência émais cara que a do código debarras, que já está massifica-da. O RFID pode ser visto comouma evolução do código debarras, já que as informaçõescontidas neste passam a sergravadas no chip de radiofre-quência, adicionado com ou-tros tipos dei n f o r m a-ções", expli-car Flávia. Se-gundo ela, es-sa tecnologiaestá mais for-te hoje no se-t o r t ê x t i l ." E x i s t e md u a s l o j a sq u e e s t ã ou s a n d o oRFID e outraste cno logi asd e p o n t a ,uma é a Me-m o v e , d oG r u p o V a l-dac, que setornou um ca-se internacio-nal, e a Billa-bong. O Gru-po Valdac di-vu lgou queirá implantareste sistemaem outras duas marcas, a Si-berian e a Crawford". Apesarde a tecnologia ser mais cara,uma peça de roupa tem um va-lor agregado maior do que umalimento, por isso, o investi-mento se justifica. "E na áreatêxtil, o controle de estoquetambém é mais complexo,pois envolve uma grade maior
de informações, como tama-nho, cor, etc., e a reposição émais elaborada. O uso do RFIDtraz muitos benefícios. O Exér-cito e a Aeronáutica brasilei-ros estão usando essa tecno-logia para controlar a área deuniformes", diz Flávia.
No médio prazo, o código debarras e o RFID vão conviver. Ocódigo de barras é uma tecno-logia muito barata e ainda temmais a evoluir, principalmentena parte de gerenciamento dedados variáveis. Hoje, ele estámuito voltado para a identifi-cação de um produto, que é oque se vê no supermercado.Agora, o código vem sendousado para o gerenciamentode outras atividades, princi-palmente no que se refere àrastreabilidade. No setor têx-til, o código pode comportar,por exemplo, a composição dotecido; em produtos eletrôni-cos, o número de série do equi-pamento. "Existem muito pro-
O Exército e aAeronáutica
usam o RFID naárea de
uniformes
FLÁVIA PONTE CO S TA
2014data limite para que ovarejo adote o GS1
DataBar, quearmazena data de
validade e número dolote do produto
jetos pilotos de RFID e anda-mento. À medida que a tecno-logia vai barateando, fica maisfácil a sua adoção", diz Flávia.
Tudo conectado
O desenvolvimento do RFIDé importante para uma tecno-logia que vem sendo pesqui-sada no mundo todo, chama-da Internet das Coisas (Inter-net of Things). "Na internetdas coisas estão envolvidasnanotecnologia, sistemas e oRFID, pois são as coisas, ou ob-jetos, se comunicando. A GS1participa de um grupo, a IoT eas reuniões ocorrem aqui naGS1 Brasil", comenta Flávia.Trata-se de uma novação eque ainda depende de algu-mas evoluções técnicas. Ascoisas estarão conectadas eestabelecendo relações, inte-ragindo entre si – a geladeiraavisando o usuário de que estáfaltando leite no momentoque ele estiver no supermer-cado, por exemplo. ( C . O. )
zo de validade sechama GS1 Da-
taBar. O traba-lho de disse-minação docódigo estásendo fe i topela GS1 Bra-
sil desde 2010,com prazo até
2014 para adoçãoplena pela cadeia de abas-
tecimento. O prazo privilegiaprincipalmente varejistas, pa-r a q u e p o s s a m a d a p t a rsoftwares, leitores e coleto-res, a fim de decodificar e pro-cessar informações do novocódigo, como lote e validade.
Paulo Pampolin/Hype
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terça-feira, 26 de junho de 201212 -.ESPECIAL DIÁRIO DO COMÉRCIO
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O mundo nunca viunada igual
A Vip-Systems transformou a loja da Billabong na mais inteligente do mundo eque reúne as últimas tecnologias em interatividade, controle e gestão
Paul
o Pa
mpo
lin/H
ype
No mundointeiro não
existe uma lojacom todas essas
tecnologias
REGIANE RE LVA ROMANO
A Vip-Systems
doou todo o
sistema para a
loja da Billabong,
incluindo
hardwares,
softwares,
serviços e equipes
de profissionais
para a
implantação.
Aloja mais inteli-gente do mundof i ca no B ras i l ,mais precisamen-
te no Shopping Iguatemi de Al-phaville, em Barueri, regiãometropolitana de São Paulo.Trata-se de uma loja de 100 m²da Billabong, uma marca aus-traliana especializada em mo-da sportware. O sistema foi im-plementado pela Vip-Systemse a sua CIO (Chief InformationOfficer), Regiane Relva Roma-no, foi premiada no começo domês, na Itália, no evento IDWorld Internacional Congress2012. O objetivo do evento édemonstrar tecnologias inova-doras de identificação, segu-rança, biometria e mobilidade.O evento reúne pesquisadorese desenvolvedores da área pa-ra compartilhamento de expe-riências, conhecimentos,ideias e inovações nos mais va-riados setores da sociedade.
R e co n h e c i m e nto
"Ganhamos o prêmio por in-dicação de um ministro da Ale-manha. A gente fala que é a lojamais inteligente da América La-tina, mas na realidade no mun-do inteiro não existe uma lojaque utilize os conceitos que nósempregamos. Em outras lojashá apenas uma ou outra tecno-logia empregada, uma usaRFID, outra o provador inteli-gente, mas nenhuma integroutodas essas tecnologias em ummesmo local", diz Regiane. Elaconta que o case também ga-nhou destaque na última Cebit,em março na Alemanha, consi-derada a maior feira de tecnolo-gia do mundo. "Eles ficaram im-pressionados com a tecnologiae surpresos pelo fato de que noBrasil existe uma loja com tan-tos recursos tecnológicos, ain-da mais desenvolvido por umaempresa pequena como a Vip-Systems".
A história da implementaçãodeste sistema na Billabong é
curiosa, pois partiu de uma ne-cessidade acadêmica e não seesperava a repercussão que te-ve. "Eu precisava fazer a imple-mentação de diversas tecnolo-gias para a tese do meu douto-
rado. Eu procurei uma loja queaceitasse ser o estudo de caso",conta Regiane. A Vip-Systemsdoou todo o sistema para a loja,incluindo hardwares, softwa-res, serviços e equipes de pro-fissionais. "Fizemos a imple-mentação em 15 dias, mas a so-lução vem sendo desenvolvidahá 12 anos. Após a implanta-ção, de agosto a dezembro doano passado, eu fiz as mediçõese comprovei a minha tese doimpacto positivo que a tecnolo-gia traz para o varejo", diz.
Apesar do pouco tempo, asinovações tecnológicas não pa-ram. O catálogo eletrônico, queincorpora a tecnologia NUI (Na-
tural User Interface), que reco-nhece o movimento da mão daspessoas por meio de uma web-cam, de forma que o clientepossa folhear virtualmente umcatálogo, será substituída peloo Knect, da Microsoft, usado novideogame Xbox e que reco-nhece o movimento corporal dousuário. "O sistema que usa-mos hoje é ideal para pequenosvarejistas, já que a webcamcusta R$ 40. O Knect é bemmais sofisticado e é indicadopara o grande varejo", comentaa executiva.
Quem pensa que loja inteli-gente é só para grandes redes,Regiane afirma que, se este
mesmo sistema da Billabongfosse implantado em outra lojahoje, o custo ficaria em torno deR$ 50 mil. "Não é um valor alto eo retorno é imediato, o varejogasta muito mais que isso com-prando ferramentas separada-mente. Estamos em fase de ne-gociação com duas redes gran-des do varejo, mas o que estános surpreendendo é o interes-se de pequenos varejistas, queestão percebendo que essa so-lução também é para eles, queestão investindo em tecnologiaaté para poderem competircom os grandes. E fazer a im-plementação em uma loja pe-quena é mais fácil e barato do
que em uma grande rede".A inteligência da loja da Billa-
bong começa com o uso de eti-quetas RFID (identificação porradiofrequência) em todas aspeças. Dessa forma, foi desen-volvida a Arara Inteligente, quepossibilita a consulta a qual-quer momento do inventário,quantas e quais peças estão ex-postas, se estão no lugar corre-to e se a arara precisa ser rea-bastecida.
Parafernália tecnológica
Outra aplicação é o Inventá-rio Inteligente/Gestão de AtivosInteligente, que permite, pórmeio de software e coletores dedados RFID fazer todo o inven-tário da loja, um trabalho quemanualmente levaria dias eque agora se faz em minutos.
O Provador Inteligente foi de-senvolvido pensando na intera-tividade, no entretenimento ena venda cruzada de produtosdentro do provador. Quando ocliente entra no provador, aspeças são identificadas e exibi-das em um monitor touchscre-en. O sistema sugere produtosque combinam com as peçasescolhidas, permite a consultade tamanhos e cores disponí-veis, traz detalhes do produto econsulta de preços.
Também dentro do provadorestá o Espelho Interativo, quepermite ao cliente tirar uma fo-to e arrastar virtualmente a rou-pa ou acessório para o seu cor-po, ajustando o tamanho. Aimagem final ainda pode serenviada para o Facebook.
O sistema antifurto implan-tado tem como base as etique-tas RFID. Quando o cliente pas-sa no caixa e faz o pagamento,essa informação é gravada naprópria etiqueta. ( C . O. )