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ESTATUTO DO DESARMAMENTO

Lcio Valente ([email protected])

ESTATUTO DO DESARMAMENTO (LEI 10.826/2003)

O que arma de fogo? Bom, segundo o Decreto 3.665/00 arma qualquer objeto que tem por objetivo causar dano, permanente ou no, a seres vivos e coisas. As armas podem ser classificadas em: a) Arma branca: artefato cortante ou perfurante, normalmente constitudo por pea em lmina ou oblonga (arredondada). Podemos citar como exemplos: facas, espadas, bastes etc. Obs.: espingarda de chumbinho pode ser considera arma branca. As armas brancas no so objeto da presente lei. Mas, portar arma branca configura infrao penal? Sim. Apesar de no ser abrangida pelo Estatuto do Desarmamento, a Lei de Contravenes Penais, em seu art. 19, assim descreve: Art. 19. Trazer consigo arma fora de casa ou de dependncia desta, sem licena da autoridade: Pena priso simples, de quinze dias a seis meses, ou multa, de duzentos mil ris a trs contos de ris, ou ambas cumulativamente. A arma a que se refere a lei de contravenes s pode ser a branca, uma vez que armas de fogo so objeto da Lei 10.826/03. Assim, portar soco ingls, faca, nunchako etc. podem configurar contraveno penal caso no haja justificao para tal (ex.: um lenhador pode portar machados, um escoteiro pode portar canivetes etc.) b) Arma de fogo: arma que arremessa projteis empregando a fora expansiva dos gases gerados pela combusto de um propelente confinado em uma cmara que, normalmente, est solidria a um cano que tem a funo de propiciar continuidade combusto do propelente, alm de direo e estabilidade ao projtil (ex.: revlveres, pistolas, garruchas, fuzil, canhes etc.).

c) arma de uso permitido: aquela cuja utilizao autorizada a pessoas fsicas, bem como a pessoas jurdicas, de acordo com as normas do Comando do Exrcito e nas condies previstas na Lei no 10.826, de 2003 (Decreto 5.123/04). Podemos citar como armas de uso permitido as armas de fogo curtas, de repetio ou semi-automticas (nem todas), como por exemplo, os calibres .22 LR, .25 Auto, .32 Auto, .32 S&W, .38 SPL e .380 Auto. d) arma de uso restrito: aquela de uso exclusivo das Foras Armadas, de instituies de segurana pblica e de pessoas fsicas e jurdicas habilitadas, devidamente autorizadas pelo Comando do Exrcito, de acordo com legislao especfica (Decreto 5.123/04). So de uso restrito as armas, munies, acessrios e equipamentos iguais ou que possuam alguma caracterstica no que diz respeito aos empregos ttico, estratgico e tcnico do material blico usado pelas Foras Armadas nacionais e por foras policiais. Exemplo: pistola automtica de qualquer calibre, fuzis etc. e) Acessrio de arma de fogo: artefato que, acoplado a uma arma, possibilita a melhoria do desempenho do atirador, a modificao de um efeito secundrio do tiro ou a modificao do aspecto visual da arma (ex.: mira laser). f) Munio: artefato completo, pronto para carregamento e disparo de uma arma, cujo efeito desejado pode ser: destruio, iluminao ou ocultamento do alvo; efeito moral sobre pessoal; exerccio; manejo; outros efeitos especiais; Obs.: a chamada bala de borracha pode ser considerada munio para efeitos desta lei. Quais bens jurdicos so protegidos pelo Estatuto de Desarmamento? Bom pessoal, a lei procura proteger a incolumidade pblica, quer dizer, a garantia da segurana de todos ns contra possveis atos perigosos praticados por terceiros. Afirma-se que os crimes previstos no Estatuto so classificados como crimes de perigo. O que significa isso? Os crimes de perigo so aqueles que ficam configurados com a simples possibilidade do dano. No se exige efetiva leso a bem jurdico. Por exemplo, o crime previsto no art. 130 do Cdigo Penal, assim descreve: Expor algum, por meio de relaes sexuais ou qualquer ato libidinoso, a contgio de molstia venrea, de que sabe ou deve saber que est contaminado. Veja que a lei exige apenas que a vtima seja exposta ao perigo. Nesse passo, mesmo que a vtima no pegue a doena o crime estar configurado. Se Jos, portador de cancro mole 1, mantm relaes sexuais com Maria sem alert-la de tal situao, responder pelo crime, mesmo que Maria no pegue a doena. Os crimes de perigo subdividem-se em:

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O cancro mole, lcera mole venrea ou cancroide uma doena sexualmente transmissvel (DST), causada pela bactria Haemophilus ducreyi (fonte: Wikipdia).

a) crime de perigo concreto, quando o perigo precisa ficar demonstrado (ex.: o art. 130 do CP acima); b) crime de perigo abstrato, no qual o perigo se presume (ex.: o crime de quadrilha ou bando configurado mesmo que no se tenha iniciado qualquer outro crime). c) crime de perigo individual, em que apenas uma pessoa ou um grupo de pessoas determinadas so colocadas em perigo (ex.: periclitao vida ou sade de outrem, art. 132 do CP). Art. 132 - Expor a vida ou a sade de outrem a perigo direto e iminente. d) crime de perigo comum, que so aqueles que colocam toda a comunidade em perigo (ex.: CP, art. 254, Inundao). Os crimes previstos no Estatuto so, em geral, de perigo abstrato e de perigo comum, pois no precisa ficar demonstrado que andar armado na rua ou disparar arma de fogo em via pblica, como exemplos, algo perigoso. Isso se presume. Com o Estatuto o legislador procurou coibir a prtica de crimes em seu estgio embrionrio, antes que se tornam efetivamente danosos. Os crimes de perigo so muito importantes nesse sentido. De tal modo, consegue-se ampliar a proteo vida, ao patrimnio, integridade fsica etc. No entanto, sem a devida fiscalizao estatal de nossas fronteiras, o Estatuto tem sido enfraquecido pela facilidade com que criminosos conseguem importar armas de fogo, mesmo aquelas de uso restrito s Foras Armadas. Muitas vezes at armas que nem mesmo as Foras Armadas esto autorizadas a utilizar, como armas qumicas. A reduo da criminalidade organizada no pas passa, necessariamente, pelo maior controle de nossas fronteiras. Difcil trabalho, diga-se, pelas propores continentais de nosso pas. Mais a frente vou falar de importante discusso no mbito do STF sobre a natureza do porte de arma desmuniciada (se de perigo concreto ou abstrato).

A quem compete o julgamento dos crimes cometidos neste Estatuto? A competncia para julgamento dos delitos do Estatuto do Desarmamento da Justia Comum Estadual, em regra. O nico crime capaz de invocar a competncia da Justia Federal seria o trfico internacional de armas (art. 18). Valente, e se a arma for de uso restrito s Foras Armadas, no levaria a competncia para a Justia Federal? No. Veja, a propsito, o que diz o STJ:

A apreenso de armas de uso restrito ou proibido no tm o condo de deslocar a competncia para a Justia Federal, se no evidenciado a prtica de delitos que violem bens jurdicos tutelados pelo artigo 109, inciso IV da Constituio Federal (STJ, HC 160.547/SP, DJe 25/10/2010). O Estatuto admite a comercializao de brinquedo, rplicas e simulacros de arma de fogo? No. Conforme o disposto no art. 26 do Estatuto so vedadas a fabricao, a venda, a comercializao e a importao de brinquedos, rplicas e simulacros de arma de fogo, que com estas se possam confundir. Esta ltima parte (que com estas se possam confundir) importante, no est proibida a venda de qualquer brinquedo, mas somente aquele que possa se confundir com uma arma de fogo. Isso porque esses instrumentos so muito utilizados para a prtica de roubos. Assim, no se preocupe com a Bazuca da Super Xuxa contra o Baixo Astral, porque ela no poder ser confundida com uma arma de fogo verdadeira. Mas cuidado! O Estatuto no repete a besteira que fez a revogada lei de armas anterior (Lei 9437/97) que considerava CRIME portar arma de brinquedo. Nesse sentido, as armas de brinquedo e simulacros no so objeto de CRIMES pela nova lei, mas esto administrativamente vedadas por ela.

Isso significa que a Estrela, por exemplo, no pode produzir brinquedos dessa natureza. Como fica, ento, a situao do roubo praticado mediante arma de brinquedo? O crime de roubo pode ter a pena aumentada, caso seja praticado com uso de arma (CP, art. 157, 2, I). At o ano de 2001 estava vigente a Smula n 174 do STJ que preceituava que no crime de roubo, a intimidao feita com arma de brinquedo autoriza o aumento de pena. Entretanto, a referida Smula foi cancelada. Com o cancelamento, os tribunais passaram a rever a posio anterior. Hoje h duas posies a respeito: 1) MINORITRIA: O revlver de brinquedo instrumento hbil a tornar circunstanciado o roubo pelo emprego de arma, mxime quando a sua aparncia no permite constatar-se, de logo, que se trata de artefato desprovido de mecanismo apto a produzir disparo de projtil. A vtima, durante a evoluo dos fatos, no pode avaliar a lesividade do instrumento que lhe apontado: se de brinquedo ou no, a arma apavora-a igualmente; alm disso, a presuno a de que o objeto seja verdadeiro, pois legtimo supor que, se no o fosse, no seria empregado em atividade to arriscada. 2) MAJORITRIA: Com o cancelamento da Smula n. 174 do Superior Tribunal de Justia, a simples atemorizao da vtima pelo emprego da arma (de brinquedo) no mais se mostra suficiente para configurar a majorante, dada a ausncia de incremento no risco ao bem jurdico, servindo, apenas, a caracterizar a grave ameaa, j inerente ao crime de roubo (STJ, HC 87.630/SP, DJe 14/12/2009).

Em resumo, a posio majoritria hoje a de que o emprego de arma de brinquedo CONFIGURA a grave ameaa para ou roubo, mas no pode aumentar a pena pelo emprego de arma, pelo simples fato de no ser arma de fogo e sim brinquedo. O SINARM O Estatuto criou o Sistema Nacional de Armas Sinarm, institudo no Ministrio da Justia, no mbito da Polcia Federal, com circunscrio em todo o territrio nacional. Ao Sinarm compete identificar as caractersticas e a propriedade de armas de fogo, mediante cadastro; cadastrar as armas de fogo produzidas, importadas e vendidas no Pas; cadastrar as autorizaes de porte de arma de fogo e as renovaes expedidas pela Polcia Federal etc. O Registro de Arma de Fogo O cidado comum poder obter arma de fogo de uso permitido, desde que obtenha o respectivo registro. O certificado de registro de arma de fogo ser expedido pela Polcia Federal e ser precedido de autorizao do Sinarm. Observao: quem emite o certificado do registro? A PF. E quem autoriza a emisso do certificado? O Sinarm.

( UPENET - 2010 - SERES - PE - Agente Penitencirio) O registro de arma de fogo e a expedio do porte de arma respectivo so de competncia do Poder Executivo estadual. Errado

O Estatuto exige requisitos rigorosos para aquele que pretenda possuir uma arma de fogo: CARION 25, T? 1- Capacidade tcnica: o candidato deve se submeter a curso de manuseio de arma de fogo; 2- Aptido psicolgica: o candidato deve se submeter a exame psicolgico; 3- Residncia fixa; 4- Idoneidade: com a apresentao de certides de antecedentes criminais fornecidas pela Justia Federal, Estadual, Militar e Eleitoral e de no estar respondendo a inqurito policial ou a processo criminal; 5- Ocupao lcita: ser que concurseiro ocupao lcita? Hehe

6- Necessidade: o candidato dever demonstrar que precisa da arma para sua defesa pessoal ou de seu patrimnio; 7- A idade mnima para aquisio de arma de fogo de 25 anos de idade; 8- Taxa: R$ 60,00; 9- Autorizao do Sinarm. Observaes: a) O Sinarm expedir autorizao de compra de arma de fogo aps atendidos os requisitos anteriormente estabelecidos, em nome do requerente e para a arma indicada, sendo intransfervel esta autorizao; b) aquisio de munio somente poder ser feita no calibre correspondente arma registrada; c) O certificado de Registro de Arma de Fogo, com validade em todo o territrio nacional, autoriza o seu proprietrio a manter a arma de fogo exclusivamente no interior de sua residncia ou domiclio, ou dependncia desses, ou, ainda, no seu local de trabalho, desde que seja ele o titular ou o responsvel legal pelo estabelecimento ou empresa. Entretanto, a lei permite que a Polcia Federal emita Certificado para o porte da arma de fogo em via pblica, desde de que o requerente cumpra todos os requisitos acima, alm de demonstrar que precisa, de fato, portar a arma em via pblica.

Posse irregular de Arma de Fogo de Uso Permitido (art. 12) Art. 12. Possuir ou manter sob sua guarda arma de fogo, acessrio ou munio, de uso permitido, em desacordo com determinao legal ou regulamentar, no interior de sua residncia ou dependncia desta, ou, ainda no seu local de trabalho, desde que seja o titular ou o responsvel legal do estabelecimento ou empresa. Pena deteno, de 1 (um) a 3 (trs) anos, e multa.

A lei trata de forma diferente a POSSE e o PORTE de arma de fogo. A posse ocorre no interior da residncia ou domiclio, ou dependncia desses, ou, ainda, no local de trabalho, desde que seja o titular ou o responsvel legal pelo estabelecimento ou empresa. O Porte de arma ocorre em local diverso daqueles acima. Veja, a propsito, o posicionamento do STJ a respeito: No se pode confundir posse de arma de fogo com o porte de arma de fogo. Com o advento do Estatuto do Desarmamento, tais condutas restaram bem delineadas. A posse consiste em manter no interior de residncia (ou dependncia desta) ou no local de trabalho a arma de fogo. O porte, por sua vez, pressupe que a arma de fogo esteja fora da residncia ou local de trabalho (STJ, REsp 1179276/GO, DJe 04/10/2010).

( CESPE - 2009 - PC - PB ) A Lei n. 10.826/2003 - Estatuto do Desarmamento - determinou que os possuidores e os proprietrios de armas de fogo no-registradas deveriam, sob pena de responsabilidade penal, no prazo de 180 dias aps a publicao da lei, solicitar o seu registro, apresentando nota fiscal de compra ou a comprovao da origem lcita da posse ou entreg-las Polcia Federal. Houve a prorrogao do prazo por duas vezes - Lei n. 10.884/2004 e Lei n. 11.118/2005 - at a edio da Lei n. 11.191/2005, que estipulou o termo final para o dia 23/10/2005.

Assinale a opo correta acerca do estatuto mencionado no texto acima. a) O porte consiste em manter no interior de residncia, ou dependncia desta, ou no local de trabalho a arma de fogo. b) A posse pressupe que a arma de fogo esteja fora da residncia ou do local de trabalho. c) As condutas delituosas relacionadas ao porte e posse de arma de fogo foram abarcadas pela denominada abolitio criminis temporria, prevista na Lei n. 10.826/2003. d) O porte de arma, segundo o Estatuto do Desarmamento, pode ser concedido queles a quem a instituio ou a corporao autorize a utilizao em razo do exerccio de sua atividade. Assim, um delegado de polcia que esteja aposentado no tem direito ao porte de armas; o pretendido direito deve ser pleiteado nos moldes previstos pela legislao para os particulares em geral. e) A objetividade jurdica dos crimes de porte e posse de arma de fogo, tipificados na Lei n. 10.826/2003, restringese incolumidade pessoal.

GABARITO: D E se o sujeito guarda a arma na casa de terceiros? No caso, o agente pratica o crime de PORTE, pois a arma no est em sua residncia. Transportar a arma dentro do veculo configura posse ou porte? Trata-se de porte de arma de fogo, mesmo que o veculo seja utilizado para o trabalho. Veja o que diz o STJ: O ENCONTRO DA ARMA DENTRO DE UM CAMINHO NO CONFIGURA ENCONTRO DENTRO DA RESIDNCIA CAMINHO QUE MERO INSTRUMENTO DE TRABALHO. ORDEM DENEGADA.

Se o delito de posse de arma de fogo e ocorreu dentro do prazo da vacatio legis indireta, a pena deve ser extinta, mas tal causa de extino no se estende ao porte de arma de fogo encontrada dentro do caminho que o paciente dirigia. O conceito de residncia no se confunde com o de veculo-caminho, pois este mero instrumento de trabalho. Ordem denegada (STJ, HC 116.052/MG, DJe 09/12/2008). Abolitio Criminis Temporria Com o advento do Estatuto do Desarmamento, criou-se a possibilidade em seus art. 30 e 32, de possuidores de arma de fogo em situao irregular, sem registro entregar as armas Polcia Federal, ocasio em que nada lhe seria questionado e, alm disso, receberia uma indenizao. Art. 30. Os possuidores e proprietrios de arma de fogo de uso permitido ainda no registrada devero solicitar seu registro at o dia 31 de dezembro de 2008, mediante apresentao de documento de identificao pessoal e comprovante de residncia fixa, acompanhados de nota fiscal de compra ou comprovao da origem lcita da posse, pelos meios de prova admitidos em direito, ou declarao firmada na qual constem as caractersticas da arma e a sua condio de proprietrio, ficando este dispensado do pagamento de taxas e do cumprimento das demais exigncias constantes dos incisos I a III do caput do art. 4o desta Lei. Este prazo foi prorrogado, posteriormente para dezembro de 2009 (Lei 11.922/09). Art. 32. Os possuidores e proprietrios de arma de fogo podero entreg-la, espontaneamente, mediante recibo, e, presumindo-se de boa-f, sero indenizados, na forma do regulamento, ficando extinta a punibilidade de eventual posse irregular da referida arma. Muito bem. Ocorre que os Tribunais passaram a entender que pelo fato de a lei ter estabelecido prazo para que os possuidores entregassem armas, mesmo que a possussem ilicitamente, pois se presumia que at o final do prazo eles teriam a boa-f em entreg-la Polcia Federal, no estava vigente o art. 12 do Estatuto agora estudado. Ora, se ele poderia manter a arma em sua residncia at o final do prazo, como prend-lo por isso? Assim, todos aqueles que, at 31 de dezembro de 2009, possussem arma de uso permitido sem registro, no poderiam sofrer qualquer consequncia penal, pois que a lei lhes dava oportunidade para que regularizassem suas situaes. Legal! Mas ocorreu o seguinte: Jos da Silva foi preso por posse irregular de arma de fogo, pois possua um revlver sem registro em sua casa. O fato ocorreu no ano de 1999, quando era vigente a Lei 9437/97 (antiga lei de armas). O Advogado de Jos impetrou Habeas Corpus em seu favor, com a alegao de que o Estatuto do Desarmamento, ao criar o prazo para entrega de armas, criou situao de abolitio criminis. Ora, se o crime deixou de existir, trata-se de lei nova que deve retroagir para beneficiar Jos, uma vez que a lei nova mais benfica deve sempre retroagir para beneficiar o ru.

Muito bem. O fato foi objeto de julgamento no STF: A Turma indeferiu habeas corpus em que se pretendia o reconhecimento da extino da punibilidade com fundamento na supervenincia de norma penal descriminalizante. No caso, o paciente fora condenado pela prtica do crime de posse ilegal de arma de fogo de uso restrito (Lei 9.437/97, art. 10, 2), em decorrncia do fato de a polcia, em cumprimento a mandado de busca e apreenso, haver encontrado uma pistola em sua residncia. A impetrao sustentava que durante a vacatio legis do Estatuto do Desarmamento, que revogou a citada Lei 9.437/97, fora criada situao peculiar relativamente aplicao da norma penal, haja vista que concedido prazo (Lei 10.826/2003, artigos 30 e 32) aos proprietrios e possuidores de armas de fogo, de uso permitido ou restrito, para que regularizassem a situao dessas ou efetivassem a sua entrega autoridade competente, de modo a caracterizar o instituto da abolitio criminis. Entendeu-se que a vacatio legis especial prevista nos artigos 30 e 32 da Lei 10.826/2003, no obstante tenha tornado atpica a posse ilegal de arma de fogo havida no curso do prazo que assinalou, no subtraiu a ilicitude penal da conduta que j era prevista no art. 10, 2, da Lei 9.437/97 e continuou incriminada, com mais rigor, no art. 16 da Lei 10.826/2003. Ausente, assim, estaria o pressuposto fundamental para que se tivesse como caracterizada a abolitio criminis. Ademais, ressaltou-se que o prazo estabelecido nos mencionados dispositivos expressaria o carter transitrio da atipicidade por ele indiretamente criada. No ponto, enfatizou-se que se trataria de norma temporria que no teria fora retroativa, no podendo configurar, pois, abolitio criminis em relao aos ilcitos cometidos em data anterior. HC 90995/SP, rel. Min. Menezes Direito, 12.2.2008. (HC-90995)

Em resumo, o STF entendeu que a atipicidade s vale para os fatos cometidos durante a lei nova (Estatuto do Desarmamento) e no deve retroagir para fatos anteriores, pois a natureza da norma temporria e no definitiva, ou seja, o crime no foi abolido, mas sim teve sua tipicidade temporariamente suspensa. O STJ, em posio atual, acompanha o entendimento do STF: A Lei 10.826/03 no aboliu o crime de porte ilegal de arma de fogo e munies, anteriormente regulado pelo art. 10 da Lei 9.437/97, prevendo-o, expressamente, agora nos arts. 12, 14 e 16, inclusive com alterao da pena mxima para maior, inexistente, assim, a abolitio criminis do referido delito (HC 142.359/SP, DJe 22/02/2010) Outra informao importante: Como falei acima, o prazo para entrega de arma que terminaria no fim do ano de 2008 foi prorrogado para o fim de 2009. Na verdade, quando a lei foi publicada (em 2003), o prazo s valia para aquele ano, mas foi reiteradamente prorrogado at dezembro de 2009.

Ao se analisar as diversas leis e medias provisrias que alteraram o prazo inicial para a entrega ou regularizao das armas, percebe-se que houve perodos de em que no havia regra sobre a matria. Isso porque o prazo anterior terminou, mas a lei que prorrogou o prazo no havia sido ainda editada. Como exemplo, podemos citar o perodo compreendido entre 31 de dezembro de 2008 (quando terminou o prazo) e 14 de abril de 2009 (quando o prazo foi prorrogado). Como ficaria a situao de pessoa que fosse flagrada possuindo arma de fogo nesse perodo entre as duas leis (ex.: no dia 10 de abril de 2009)? O STJ se posicionou a respeito, tendo afirmado que durante o interregno em que no havia lei que autorizava a entrega da arma, o crime poderia ser cometido normalmente. Isso porque a norma de carter temporrio e somente tendo efeito em relao a fatos ocorridos durante sua vigncia (STJ, RHC 22.668-RS, 02/09/2008). A denominada abolitio criminis temporria aplicas-se tanto posso como ao porte? No. Segundo posicionamento pacfico no STF e STJ, aplica-se somente posse de arma de fogo. ( CESPE - 2009 - MPE-RN - Promotor de Justia / Direito Penal / Lei n 10.826-2003 - Estatuto do Desarmamento; Lei n 11.340-2006 Lei Maria da Penha; Lei n 11.343-2006 - Lei de Drogas; ) O Estatuto do Desarmamento trouxe a previso de regra que operou a abolitio criminis temporria para o delito de porte de arma de fogo, durante o prazo nele previsto. Gabarito: ERRADO

Consoante iterativa jurisprudncia desta Corte, as disposies trazidas tanto na redao original dos arts. 30 e 32 da Lei de Armas quanto nas sucessivas prorrogaes que se seguiram dizem respeito somente ao delito de posse ilegal de arma, no sendo aplicveis ao crime de porte ilegal de arma (STJ, HC 74.393/SP, DJe 25/10/2010)

E aplica-se tanto para a posse de arma de uso permitido e restrito? considerada atpica a conduta relacionada ao crime de posse de arma de fogo, seja de uso permitido ou de uso restrito, incidindo a chamada abolitio criminis temporria nas duas hipteses, se praticada no perodo compreendido entre 23 de dezembro de 2003 a 23 de outubro de 2005. Contudo, este termo final foi prorrogado at 31 de dezembro de 2008 somente para os possuidores de arma de fogo de uso permitido (art. 12), nos termos da Medida Provisria n 417, de 31 de janeiro de 2008, que estabeleceu nova redao aos arts. 30 a 32 da Lei n 10.826/03,

no mais albergando o delito previsto no art. 16 do Estatuto - posse de arma de uso proibido ou restrito (STJ, HC 158.279/SP, DJe 16/11/2010). Entendeu? No incio (de 2003 a 2005) a abolitio temporria abrangia a posse de arma de fogo de uso permito (art. 12) e de uso restrito (art. 16). A prorrogao at 2008, entretanto, s ocorreu para armas de uso permitido. Cuidado! O PORTE, seja de arma de uso permitido ou restrito, nunca foi abrangido pelo benefcio. entendimento desta Corte de Justia que somente as condutas delituosas relacionadas posse de arma de fogo foram abarcadas pela denominada abolitio criminis temporria, prevista nos arts. 30, 31 e 32 da Lei 10.826/03, no sendo possvel estender o benefcio para o crime de porte ilegal de arma de fogo com a numerao raspada (STJ, HC 158.279/SP, DJe 16/11/2010). Arma de fogo e prova pericial A arma de fogo, ao ser apreendida, deve ser submetida percia? Sim. Os peritos devem atestar que a arma apta a efetuar disparos, atreves de um exame de eficincia da arma. Todavia, caso o exame pericial no seja possvel, a prova poder ser suprida por outros elementos. Se a arma for totalmente inapta a efetuar disparos ser considerada obsoleta, no havendo que falar em registro, e, por consequncia, em crime de posse irregular de arma de fogo. Sem a percia no tem como se determinar a eficcia da arma para disparos. Mas, vamos supor que a arma no tenha sido objeto de percia e tenha sido extraviada. Entretanto, uma testemunha viu ao agente efetuando disparos com a arma. Como eu disse, a prova testemunhal poder suprir a prova pericial. Veja o posicionamento dos tribunais: O STJ entende desnecessria a apreenso: 1 Nos termos do art. 167 do Cdigo de Processo Penal, o laudo pericial pode ser suprido pela prova testemunhal diante do desaparecimento dos vestgios, como na espcie, em que no houve a apreenso da arma de fogo. 2. Nesse contexto, a ausncia de percia na arma, quando impossibilitada sua realizao, no afasta a causa especial de aumento prevista no inciso I do 2. do art. 157 do Cdigo Penal (roubo com emprego de arma), desde que existentes outros meios aptos a comprovar o seu efetivo emprego na ao delituosa (STJ, HC 124.846/DF, DJe 06/12/2010) As duas Turmas do STF uniformizaram o entendimento no sentido da desnecessidade da apreenso da arma: desnecessria a apreenso e a percia da arma de fogo para caracterizar a majorante prevista no art. 157, 2, I, do CP, se por outros meios for comprovado seu emprego na prtica criminosa. A 2 Turma, em homenagem aos princpios da segurana jurdica e da colegialidade, e para evitar decises dspares entre as Turmas, deliberou acompanhar essa orientao, formalizada pelo Plenrio no julgamento do HC 96099/RS (DJe de 5.6.2009) e, em

conseqncia, indeferiu habeas corpus em que sustentada a necessidade de apreenso e percia de arma de fogo para fins de verificao da sua potencialidade lesiva e conseqente incidncia da referida causa de aumento. Consignou-se que tal entendimento j vinha sendo adotado pela 1 Turma e que a 2 Turma teria, em casos anlogos, sufragado tese em sentido diametralmente oposto aps a prolao do citado paradigma. Os Ministros Gilmar Mendes, relator, e Celso de Mello ressalvaram sua convico pessoal. (STF, HC 103046/RJ, 19.10.2010)

Omisso de cautela (art. 13) Art. 13. Deixar de observar as cautelas necessrias para impedir que menor de 18 (dezoito) anos ou pessoa portadora de deficincia mental se apodere de arma de fogo que esteja sob sua posse ou que seja de sua propriedade. Pena deteno, de 1 (um) a 2 (dois) anos, e multa. Pargrafo nico. Nas mesmas penas incorrem o proprietrio ou diretor responsvel de empresa de segurana e transporte de valores que deixarem de registrar ocorrncia policial e de comunicar Polcia Federal perda, furto, roubo ou outras formas de extravio de arma de fogo, acessrio ou munio que estejam sob sua guarda, nas primeiras 24 (vinte quatro) horas depois de ocorrido o ato. O possuidor de arma de fogo deve ser muito diligente na sua guarda, pois a quebra do dever de cuidado pode permitir que menor de idade ou pessoa com doena mental se apodere da arma de fogo. Trata-se, portanto, de crime culposo. E se o menor ou doente mental se apoderar de arma de fogo e efetuar disparo acidental, matando um coleguinha? Nesse caso, quem se omitiu na cautela da arma de fogo dever responder pelo homicdio culposo, pois deu causa ao resultado morte por sua negligncia. O crime do Estatuto ficar, portanto, absorvido pelo crime de homicdio culposo. Jos, policial militar, se omitiu na cautela da munio de sua arma de fogo, permitindo que seu filho Juquinha se apoderasse do objeto. Jos cometeu o crime? No. Perceba que o artigo fala somente em arma de fogo, no citando munio ou acessrio de arma. E se Jos entregar dolosamente arma, acessrio ou munio dolosamente para Juquinha? Responder pelo crime previsto no art. 16, pargrafo nico, V, do Estatuto e no pelo artigo estudado. A consumao do crime ocorrer com a mera omisso da cautela, no sendo possvel a tentativa.

( VUNESP - 2008 - DPE - MS - Defensor Pblico ) Com relao aos crimes definidos na Lei n. 10.826/03, no admite a figura do artigo 14, II, do Cdigo Penal, o de a) omisso de cautela (art. 13, caput). b) comrcio ilegal de arma de fogo (art. 17, caput). c) trfico internacional de arma de fogo (art. 18). d) produzir munio sem autorizao legal (art. 16, pargrafo nico, VI). GABARITO:A

O pargrafo nico dispe que responder nas mesmas penas do crime de omisso de cautela o proprietrio ou diretor responsvel de empresa de segurana e transporte de valores que deixarem de registrar ocorrncia policial e de comunicar Polcia Federal perda, furto, roubou ou qualquer forma de extravio de arma de fogo, acessrio ou munio que estejam sob sua guarda, nas primeiras 24 horas depois de ocorrido o fato. Esse crime descrito no pargrafo nico no existia na lei anterior, motivo pelo qual no pode retroagir para abranger fatos ocorridos antes de sua vigncia. Porte ilegal de arma de fogo de uso permitido (art. 14) Portar, deter, adquirir, fornecer, receber, ter em depsito, transportar, ceder, ainda que gratuitamente, emprestar, remeter, empregar, manter sob guarda ou ocultar arma de fogo, acessrio ou munio, de uso permitido, sem autorizao e em desacordo com determinao legal ou regulamentar: Pena recluso, de 2 (dois) a 4 (quatro) anos, e multa. Pargrafo nico. O crime previsto neste artigo inafianvel, salvo quando a arma de fogo estiver registrada em nome do agente. (Este pargrafo nico no tem mais aplicao: Vide Adin 3.112-1)

( TJ-SC - 2009 - TJ-SC) Ceder, gratuitamente, arma de fogo, acessrio ou munio, de uso permitido, sem autorizao e em desacordo com determinao legal ou regulamentar, no tipifica a conduta penal de que trata o art. 14 do Estatuto do Desarmamento. Gabarito: Errado

Ao contrrio do art. 12 (posse irregular), o presente crime trata do porte ilegal de arma de uso permitido. Conforme eu j expliquei, o porte refere-se conduta de trazer consigo (em via pblica, por exemplo) a arma de fogo. Entretanto, o artigo traz diversos verbos que tambm configuram o crime (determ adquirir, ter em depsito etc.). Com a prtica de qualquer dos verbos, o crime estar configurado. Caso o agente pratique mais de uma conduta em um mesmo contexto, responder por apenas um crime (ex.: adquiri e depois porta a arma de fogo de uso permitido). Como j falei em relao posse, a arma deve ser apta a efetuar disparos, pois arma obsoleta, quebrada ou danificada no configura o crime. O exame pericial ser necessrio, mas caso no seja possvel pode ser suprido por prova testemunhal. E se a arma estiver desmontada? Se a arma estiver com todas as peas e, portanto, apta a ser prontamente montada e utilizada, o crime estar configurado. Veja, a propsito, deciso do STJ a respeito: Tratando-se de transporte de arma de fogo, desmuniciada e desmontada, armazenada em sacola, na carroceria de caminhonete, comprovadamente apta a efetuar disparos, no h falar em atipicidade tendo em conta redao abrangente do art. 14 do Estatuto do Desarmamento (STJ, HC n 56.358/2007)

Portar arma desmuniciada configura crime?

Existe discusso bastante acalorada a respeito. Basicamente, existem trs posies: a) o crime de perigo concreto, por isso deve ser demonstrado o perigo. Nesse sentido, a 6 Turma do STJ: No delito de porte ilegal de arma de fogo, mesmo comprovado por laudo pericial que a arma se encontrava apta a realizar disparos, encontrando-se desmuniciada, atpica a conduta, por ausncia de ofensa ao princpio da lesividade (STJ, HC 99.510/RJ, DJe 29/11/2010).

b) o crime de perigo abstrato e a situao de a arma estar desmuniciada ou no irrelevante, pois o perigo se presume. Nesse sentido, a 5 Turma do STJ e 1 Turma do STF: O simples fato de portar arma de fogo de uso permitido viola o previsto no artigo 14 da Lei 10.826/03, por se tratar de delito de mera conduta ou de perigo abstrato, cujo objeto imediato a segurana coletiva. , desse modo, irrelevante que o artefato blico esteja desmuniciado (STJ, DJe 25/10/2010).

Para a configurao do delito de porte ilegal de arma de fogo irrelevante o fato de a arma encontrar-se desmuniciada e de o agente no ter a pronta disponibilidade de munio. Com base nesse entendimento, a Turma desproveu recurso ordinrio em habeas corpus interposto por condenado pela prtica do crime de porte ilegal de arma de fogo (Lei 9.437/97, art. 10), no qual se alegava a atipicidade do porte de revlver desmuniciado ante a ausncia de leso ao bem jurdico penalmente protegido. Assentou-se que a objetividade jurdica da norma penal transcende a mera proteo da incolumidade pessoal para alcanar a tutela da liberdade individual e do corpo social como um todo, asseguradas ambas pelo incremento dos nveis de segurana coletiva que a lei propicia. Enfatizouse, destarte, que se mostraria irrelevante, no caso, cogitar-se da eficcia da arma para configurao do tipo penal em comento isto , se ela estaria, ou no, municiada ou se a munio estaria, ou no, ao alcance das mos , porque a hiptese seria de crime de perigo abstrato para cuja caracterizao desimporta o resultado concreto da ao. STF, RHC 90197/DF, rel. Min. Ricardo Lewandowski, 9.6.2009. (RHC-90197) C) Em princpio o porte de arma desmuniciada no crime, mas se a munio estiver ao alcance do agente (ex.: no bolso, no porta-luvas etc.) , o crime estar configurado. Nesse sentido a 2 Turma do STF: A 2 Turma retomou julgamento de habeas corpus em que denunciado pela suposta prtica do crime de porte ilegal de arma de fogo de uso permitido pleiteia o trancamento de ao penal v. Informativo 601. Em voto-vista, o Min. Celso de Mello dissentiu do relator, para conceder a ordem em parte. Inicialmente, reconheceu a posio majoritria da Turma no sentido de que, para a configurao do crime em comento, seria irrelevante o fato de a arma se encontrar municiada ou desmuniciada. No obstante, aduziu ser necessrio que a arma estivesse devidamente municiada ou que, ao menos, tivesse o agente acesso livre e imediato munio para que houvesse a tipicidade delitiva. Por fim, reputou que o prazo para registro de arma de fogo, ocorrido poca dos fatos, configuraria abolitio criminis aplicvel apenas aos casos de posse, e no de porte ilegal de arma de fogo, como na espcie. Aps o voto no Min. Ayres Britto, que acompanhava o relator, pediu vista dos autos o Min. Gilmar Mendes. HC 96759/CE, rel. Min. Joaquim Barbosa, 7.12.2010. (HC-96759) Entretanto, pense comigo: se a lei pune o mero porte de munio sem arma, como no punir quem porta a arma sem munio, no mesmo? O crime de porte de arma de uso permitido inafianvel? No. O porte de arma de fogo de uso permitido afianvel, devendo o aluno observar que o pargrafo nico do art. 14 foi revogado por ADIN. ( UPENET - 2010 - SERES - PE - Agente Penitencirio / Direito Penal / Lei n 10.826-2003 - Estatuto do Desarmamento; ) Segundo o entendimento do Supremo Tribunal Federal, o crime de porte ilegal de arma de fogo de uso permitido afianvel pela Autoridade Judiciria. Correto

( CESPE - 2009 - DPF - Escrivo da Polcia Federal) Segundo expressa disposio da lei pertinente ao assunto, o crime de porte de arma de fogo de uso permitido inafianvel, salvo quando a arma de fogo estiver registrada em nome do agente. Gabarito: Errado

Portar munio sem a arma crime? Como expliquei acima, a lei fala em arma de fogo, acessrio ou munio. Mas, o STF tem discutido a constitucionalidade do porte de munio e acessrio. O fato est em debate no HC n 90.075, que ainda no foi julgado at o fechamento desta aula. O processo est com a Ministra Ellen Gracie para proferimento de voto. De qualquer sorte, na sua prova mais seguro marcar que a conduta de portar munio crime, pois ainda no existe deciso definitiva do STF em outro sentido. Observo, ainda, que tanto o STF, quanto o STJ tem julgados no sentido da tipicidade da conduta de portar munio Disparo de arma de fogo (art. 15) Disparar arma de fogo ou acionar munio em lugar habitado ou em suas adjacncias, em via pblica ou em direo a ela, desde que essa conduta no tenha como finalidade a prtica de outro crime: Pena recluso, de 2 (dois) a 4 (quatro) anos, e multa. Pargrafo nico. O crime previsto neste artigo inafianvel. (pargrafo sem aplicabilidade: Vide Adin 3.112-1) O crime pune a conduta de disparar arma de fogo ou acionar munio desde que, claro, esse disparo no seja meio para outro crime (ex.: disparo de arma com inteno de matar, s responde por homicdio). Exemplo comum da prtica do crime, ocorre quando o sujeito efetua disparos de arma de fogo para cima para comemorar vitria de seu time de futebol. O disparo de arma de fogo absorve o crime de porte de arma? Sim. No caso, o agente responder apenas pelo disparo, caso o porte seja meio para o disparo (ex.: portou a arma somente para efetuar o disparo). Trata-se do princpio da consuno, em que o crime meio absorvido pelo crime fim. Ao contrrio, se o agente porta a arma e eventualmente efetua um disparo, responder pelos dois crimes. Veja, a propsito o posicionamento do STJ:

No que diz respeito aplicao do princpio da consuno, certo que a absoro do delito de porte de arma de fogo pelo de disparo depende da anlise do contexto ftico em que se deram as condutas no caso concreto. Na hiptese vertente, no h nos autos a cpia da denncia oferecida em desfavor do paciente - pea imprescindvel para o deslinde da questo - motivo pelo qual no h como se aferir se os delitos cometidos foram autnomos ou qual seria o nexo de dependncia entre as condutas de porte e disparo de arma de fogo (STJ, HC 113.752/SP, DJe 16/11/2010)

Posse ou porte ilegal de arma de fogo de uso restrito (art. 16) Possuir, deter, portar, adquirir, fornecer, receber, ter em depsito, transportar, ceder, ainda que gratuitamente, emprestar, remeter, empregar, manter sob sua guarda ou ocultar arma de fogo, acessrio ou munio de uso proibido ou restrito, sem autorizao e em desacordo com determinao legal ou regulamentar: Pena recluso, de 3 (trs) a 6 (seis) anos, e multa. Pargrafo nico. Nas mesmas penas incorre quem: I suprimir ou alterar marca, numerao ou qualquer sinal de identificao de arma de fogo ou artefato; II modificar as caractersticas de arma de fogo, de forma a torn-la equivalente a arma de fogo de uso proibido ou restrito ou para fins de dificultar ou de qualquer modo induzir a erro autoridade policial, perito ou juiz; III possuir, detiver, fabricar ou empregar artefato explosivo ou incendirio, sem autorizao ou em desacordo com determinao legal ou regulamentar; IV portar, possuir, adquirir, transportar ou fornecer arma de fogo com numerao, marca ou qualquer outro sinal de identificao raspado, suprimido ou adulterado; V vender, entregar ou fornecer, ainda que gratuitamente, arma de fogo, acessrio, munio ou explosivo a criana ou adolescente; e VI produzir, recarregar ou reciclar, sem autorizao legal, ou adulterar, de qualquer forma, munio ou explosivo.

Tudo que expliquei sobre a posse e porte de arma de uso permitido aplicam-se ao presente crime. Observe apenas que o art. 16 trata de armas, acessrios ou munies de uso restrito ou proibido.

Observaes: a) b) c) d) A arma de fogo com nmero de identificao raspada sempre sempre de uso proibido, mesmo que o O STF e STJ tm posies no sentido de que porte de arma de numerao raspada, municiada ou no, O inciso V revogou o art. 242 do ECA. Caso o agente seja encontrado com vrias armas responder por apenas um crime. Se uma delas estiver

calibre seja permitido (ex.: revlver .38 com numerao raspadas arma de uso proibido); configura crime;

com numerao raspada, dever responder por este, por ser mais grave. ( CESPE - 2009 - PC - RN - Delegado de Polcia / Direito Penal / Lei n 10.826-2003 - Estatuto do Desarmamento; ) Em 17/2/2005, Vitor foi surpreendido, em atitude suspeita, dentro de um veculo estacionado na via pblica, por policiais militares, que lograram xito em encontrar em poder do mesmo duas armas de fogo, sem autorizao e em desacordo com determinao legal, as quais eram de sua propriedade, sendo um revlver Taurus, calibre 38, com numerao de srie raspada, e uma garrucha, marca Rossi, calibre 22.

De acordo com a situao hipottica acima, com o Estatuto do Desarmamento e com a jurisprudncia do STF, assinale a opo correta. a) Vitor praticou a conduta de portar arma de fogo com numerao suprimida. b) A conduta de ser proprietrio de arma de fogo no foi abolida, temporariamente, pelo Estatuto do Desarmamento. c) A posse pressupe que a arma de fogo esteja fora da residncia ou local de trabalho. d) Vitor praticou a conduta de possuir arma de fogo. e) A conduta de portar arma de fogo foi abolida, temporariamente, pelo Estatuto do Desarmamento. GABARITO: 1-A

Comrcio ilegal de arma de fogo (art. 17) Adquirir, alugar, receber, transportar, conduzir, ocultar, ter em depsito, desmontar, montar, remontar, adulterar, vender, expor venda, ou de qualquer forma utilizar, em proveito prprio ou alheio, no exerccio de atividade comercial ou industrial, arma de fogo, acessrio ou munio, sem autorizao ou em desacordo com determinao legal ou regulamentar: Pena recluso, de 4 (quatro) a 8 (oito) anos, e multa.

Pargrafo nico. Equipara-se atividade comercial ou industrial, para efeito deste artigo, qualquer forma de prestao de servios, fabricao ou comrcio irregular ou clandestino, inclusive o exercido em residncia. Na antiga Lei de armas, no havia diferena para o grande comerciante de armas para o Z Povinho que vendia uma arma de fogo em uma feira da cidade. Com o advento do Estatuto, essas condutas tornaram-se bem mais graves para aquele que comercializa arma de fogo, acessrio ou munio na atividade comercial ou industrial, mesmo que seja clandestino ou residencial. Trfico internacional de arma de fogo (art. 18) Importar, exportar, favorecer a entrada ou sada do territrio nacional, a qualquer ttulo, de arma de fogo, acessrio ou munio, sem autorizao da autoridade competente: Pena recluso de 4 (quatro) a 8 (oito) anos, e multa. Este o nico crime que originariamente de competncia da Justia Federal. Aumento de pena Importante apontar que o art. 20 do Estatuto estabelece que a pena dos arts. 14, 15, 16, 17 e 18 ser aumentada em se forem cometidos por: Integrantes das Foras Armadas; integrantes de rgos referidos nos incisos do caput do art. 144 da Constituio Federal; os integrantes das guardas municipais das capitais dos Estados e dos Municpios com mais de 500.000 integrantes das guardas municipais dos Municpios com mais de 50.000 (cinqenta mil) e menos de agentes operacionais da Agncia Brasileira de Inteligncia e os agentes do Departamento de Segurana integrantes dos rgos policiais referidos no art. 51, IV, e no art. 52, XIII, da Constituio Federal; integrantes do quadro efetivo dos agentes e guardas prisionais, os integrantes das escoltas de presos e as empresas de segurana privada e de transporte de valores constitudas, nos termos desta Lei; integrantes das entidades de desporto legalmente constitudas, cujas atividades esportivas demandem o integrantes das Carreiras de Auditoria da Receita Federal do Brasil e de Auditoria-Fiscal do Trabalho, empregados das empresas de segurana privada e de transporte de valores. responsvel porentidades desportivas legalmente autorizadas para prtica de tiro.

(quinhentos mil) habitantes, nas condies estabelecidas no regulamento desta Lei; 500.000 (quinhentos mil) habitantes, quando em servio;(Redao dada pela Lei n 10.867, de 2004) do Gabinete de Segurana Institucional da Presidncia da Repblica;

guardas porturias;

uso de armas de fogo, na forma do regulamento desta Lei, observando-se, no que couber, a legislao ambiental. cargos de Auditor-Fiscal e Analista Tributrio. (Redao dada pela Lei n 11.501, de 2007)

OBSERVAO FINAL: O ART. 21 QUE CONSIDERAVA OS ART. 16, 17 e 18 INCONSTITUCIONAIS, FOI AFASTADO POR DECISO EM ADIN DO STF. AO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE. LEI 10.826/2003. ESTATUTO DO DESARMAMENTO. INCONSTITUCIONALIDADE FORMAL AFASTADA. INVASO DA COMPETNCIA RESIDUAL DOS ESTADOS. INOCORRNCIA. DIREITO DE PROPRIEDADE. INTROMISSO DO ESTADO NA ESFERA PRIVADA DESCARACTERIZADA. PREDOMINNCIA DO INTERESSE PBLICO RECONHECIDA. OBRIGAO DE RENOVAO PERIDICA DO REGISTRO DAS ARMAS DE FOGO. DIREITO DE PROPRIEDADE, ATO JURDICO PERFEITO E DIREITO ADQUIRIDO ALEGADAMENTE VIOLADOS. ASSERTIVA IMPROCEDENTE. LESO AOS PRINCPIOS CONSTITUCIONAIS DA PRESUNO DE INOCNCIA E DO DEVIDO PROCESSO LEGAL. AFRONTA TAMBM AO PRINCPIO DA RAZOABILIDADE. ARGUMENTOS NO ACOLHIDOS. FIXAO DE IDADE MNIMA PARA A AQUISIO DE ARMA DE FOGO. POSSIBILIDADE. REALIZAO DE REFERENDO. INCOMPETNCIA DO CONGRESSO NACIONAL. PREJUDICIALIDADE. AO JULGADA PARCIALMENTE PROCEDENTE QUANTO PROIBIO DO ESTABELECIMENTO DE FIANA E LIBERDADE PROVISRIA. I - Dispositivos impugnados que constituem mera reproduo de normas constantes da Lei 9.437/1997, de iniciativa do Executivo, revogada pela Lei 10.826/2003, ou so consentneos com o que nela se dispunha, ou, ainda, consubstanciam preceitos que guardam afinidade lgica, em uma relao de pertinncia, com a Lei 9.437/1997 ou com o PL 1.073/1999, ambos encaminhados ao Congresso Nacional pela Presidncia da Repblica, razo pela qual no se caracteriza a alegada inconstitucionalidade formal. II - Invaso de competncia residual dos Estados para legislar sobre segurana pblica inocorrente, pois cabe Unio legislar sobre matrias de predominante interesse geral. III - O direito do proprietrio percepo de justa e adequada indenizao, reconhecida no diploma legal impugnado, afasta a alegada violao ao art. 5, XXII, da Constituio Federal, bem como ao ato jurdico perfeito e ao direito adquirido. IV - A proibio de estabelecimento de fiana para os delitos de porte ilegal de arma de fogo de uso permitido e de disparo de arma de fogo, mostra-se desarrazoada, porquanto so crimes de mera conduta, que no se equiparam aos crimes que acarretam leso ou ameaa de leso vida ou propriedade. V - Insusceptibilidade de liberdade provisria quanto aos delitos elencados nos arts. 16, 17 e 18. Inconstitucionalidade reconhecida, visto que o texto magno no autoriza a priso ex lege, em face dos princpios da presuno de inocncia e da obrigatoriedade de fundamentao dos mandados de priso pela autoridade judiciria competente. VI - Identificao das armas e munies, de modo a permitir o rastreamento dos respectivos fabricantes e adquirentes, medida que no se mostra irrazovel. VII - A idade mnima para aquisio de arma de fogo pode ser estabelecida por meio de lei ordinria, como se tem admitido em outras hipteses. VIII - Prejudicado o exame da inconstitucionalidade formal e material do art. 35, tendo em conta a realizao de referendo. IX - Ao julgada procedente, em parte, para declarar a inconstitucionalidade dos pargrafos nicos dos artigos 14 e 15 e do artigo 21 da Lei 10.826, de 22 de dezembro de 2003.

( EJEF - 2009 - TJ-MG ) Sobre o Estatuto do Desarmamento - Lei n. 10.826, de 2003, marque a alternativa CORRETA. a) No julgamento da ADI 3112, o STF entendeu pela constitucionalidade do art. 21 da Lei n 10.826, de 2003, que veda a concesso de liberdade provisria aos crimes dos seus artigos 16, 17 e 18 (respectivamente: posse ou porte ilegal de arma de fogo de uso restrito; comrcio ilegal de arma de fogo; e trfico internacional de arma de fogo). b) Tambm no julgamento da ADI 3112, o STF considerou constitucionais os pargrafos nicos dos artigos 14 e 15 da Lei n 10.826, de 2003, que estabelecem a inafianabilidade dos delitos neles previstos (porte ilegal de arma de fogo de uso permitido e disparo de arma de fogo, respectivamente). c) Com a entrada em vigor da Lei n 10.826, de 2003, o crime previsto em seu art. 12 (posse irregular de arma de fogo de uso permitido) teve, inicialmente, sua aplicao afetada por sucessivas medidas provisrias, cujo contedo foi considerado pela jurisprudncia como espcie de abolitio criminis temporrio. d) O crime de posse ilegal de arma de fogo de uso permitido, tipificado no art. 12 da Lei n 10.826, de 2003, com pena privativa de liberdade, abstratamente cominada em deteno de 01 a 03 anos, no comporta a substituio por pena restritiva de direitos, consoante as regras do art. 44 do CP, em face da violncia intrinsecamente ligada ao comrcio e utilizao de armas de fogo em nosso pas. GABARITO:C

FIM DA AULA.

Pontos para memorizao:

12(art. 18).

O bem jurdico protegido pelo Estatuto a incolumidade pblica; A competncia para julgamento dos delitos do Estatuto do Desarmamento da Justia Comum Estadual,

em regra. O nico crime capaz de invocar a competncia da Justia Federal seria o trfico internacional de armas 3A lei no criminalizou a posse ou porte de arma de brinquedo, mas a indstria nacional no pode produzila ou comercializ-la. 4Emprego de arma de brinquedo CONFIGURA a grave ameaa para ou roubo, mas no pode aumentar a pena pelo emprego de arma, pelo simples fato de no ser arma de fogo e sim brinquedo. 5O certificado de registro de arma de fogo ser expedido pela Polcia Federal e ser precedido de

autorizao do Sinarm. 6Memorize o CARION 25, TA. 7A posse ocorre no interior da residncia ou domiclio, ou dependncia desses, ou, ainda, no local de trabalho, desde que seja o titular ou o responsvel legal pelo estabelecimento ou empresa. O Porte de arma ocorre em local diverso daqueles acima. 8Abolitio temporria: s vale para as condutas praticadas durante o prazo em que se poderia entregar a arma. 9Abolitio temporria: no se aplica ao porte, somente posse. 10A percia pode ser substituda por prova testemunhal.

Questes 2011 (fonte: questoesdeconcursos.com.br)

1 - Q197594 ( Prova: MPE-SP - 2011 - MPE-SP - Promotor de Justia) No crime de comrcio ilegal de arma de fogo, a natureza jurdica do fato de ser a arma ou munio de uso proibido ou restrito constitui: a) circunstncia agravante genrica. b) circunstncia judicial. c) causa especial de aumento de pena. d) circunstncia qualificadora. e) circunstncia agravante especfica. 2 - Q190319 ( Prova: FUNDEP - 2011 - MPE-MG - Promotor de Justia) Z Carabina possua em sua casa um revlver calibre 38 registrado, embora no tivesse autorizao para portar arma de fogo. Certo dia, aps efetuar a manuteno (limpeza etc.) da arma e munici-la com (05) cinco cartuchos, deixou-a sobre a mesa da sala, local onde passaram a brincar seus filhos e alguns colegas, todos menores, com idade mdia de 08 (oito) anos. O filho mais velho, de 09 (nove) anos de idade, apoderou-se da arma e passou a apont-la na direo dos amigos, dizendo que era da polcia. Nesse momento, Z Carabina ingressou na sala, tomando a arma do filho e evitando o que poderia ser uma tragdia. Considerando a hiptese narrada, CORRETO afirmar que Z Carabina praticou a) o crime de perigo para a vida ou sade de outrem, porm com a atenuante do arrependimento eficaz. b) o crime de porte ilegal de arma de fogo de uso permitido. c) um crime omissivo prprio. d) um fato atpico. 3 - Q142806 ( Prova: CESPE - 2011 - TJ-PB - Juiz) Em relao aos crimes de lavagem de dinheiro, de tortura e de trnsito, bem como aos delitos previstos no Estatuto do Desarmamento (Lei n. 10.826/2003) e corrupo de menores, assinale a opo correta. a) De acordo com a jurisprudncia do STJ, o crime de embriaguez ao volante delito de perigo abstrato, e no, de perigo concreto indeterminado, bastando, assim, para a caracterizao do crime, o ato de dirigir embriagado, sem necessidade de comprovao de a conduta revelar-se perigosa para terceiros. b) Segundo entendimento do STJ, o mero porte de arma de fogo de uso permitido no configura crime, por se tratar de delito de perigo concreto, sendo necessria a comprovao de o artefato blico estar municiado. c) O objeto jurdico tutelado pelo tipo que prev o delito de corrupo de menores a proteo concreta da moralidade do menor, cuidando-se, assim, de crime material. d) De acordo com a majoritria jurisprudncia do STJ, a apurao do crime de lavagem de dinheiro depende do processamento e da condenao pela prtica de crime antecedente. e) A perda do cargo pblico efeito automtico e obrigatrio da condenao de agente pblico pela prtica do crime de tortura, sendo, inclusive, prescindvel a fundamentao.

ATENO:

Esta

questo

foi

anulada

pela

banca

que

organizou

o

concurso.")

4 - Q133856 ( Prova: PUC-PR - 2011 - TJ-RO - Juiz) Alm das disposies expressas no Cdigo Penal, existem inmeras legislaes penais extravagantes, as quais disciplinam uma srie de condutas delituosas e suas respectivas sanes. A esse respeito, assinale a nica alternativa CORRETA. a) No crime de trfico ilcito de substncia entorpecente, previsto no artigo 33, caput da Lei n. 11.343/2006, as penas podero ser reduzidas de um sexto a dois teros, desde que o agente seja primrio, de bons antecedentes, no se dedique s atividades criminosas nem integre organizao criminosa. b) A pena por crime previsto na Lei n. 8.072/1990 ser cumprida inicialmente em regime fechado, sendo permitida a progresso de regime aos condenados reincidentes aps o cumprimento de 2/5 da pena aplicada. c) Ao agente condenado com sentena transitada em julgado pela prtica de crime de responsabilidade de Prefeito Municipal no acarreta a perda de cargo e a inabilitao, pelo prazo de 5 (cinco) anos, para o exerccio de cargo ou funo pblica, eletivo ou de nomeao. d) Comete o crime de disparo de arma de fogo (artigo 15 da Lei n. 10.826/2003), o agente que disparar arma de fogo ou aciona munio em lugar habitado ou em suas adjacncias, em via pblica ou em direo a ela, independentemente dessa conduta ter como finalidade a prtica de outro crime. e) A conduta de omitir sinais ostensivos sobre a nocividade ou periculosidade de produtos, nas embalagens, nos invlucros, recipientes ou publicidades no constitui crime segundo disciplina a Lei n. 8.078/1990. 5 - Q84829 ( Prova: CESPE - 2011 - PC-ES - Escrivo de Polcia) Com relao legislao especial, julgue o item que se segue. De acordo com entendimento do Superior Tribunal de Justia, o simples fato de portar arma de fogo de uso permitido com numerao raspada viola o previsto no art. 16, da Lei n. 10.826/2003, por se tratar de delito de mera conduta ou de perigo abstrato, cujo objeto imediato a segurana coletiva. ( ) Certo ( ) Errado

6 - Q84828 ( Prova: CESPE - 2011 - PC-ES - Escrivo de Polcia - Especficos / Direito Penal / Lei n 10.826-2003 Estatuto do Desarmamento; ) As armas de fogo apreendidas aps a elaborao do laudo pericial e sua juntada aos autos, quando no mais interessarem persecuo penal, sero encaminhadas pelo juiz competente Secretaria de Segurana Pblica do respectivo estado, no prazo mximo de 48 horas, para destruio ou doao aos rgos de segurana pblica ou s Foras Armadas, na forma da lei. ( ) Certo ( ) Errado

GABARITOS: 1-C 2-C 3-E 4-A 5-C 6-E