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Introdução.......................................................................03
...e todos por um.............................................................04
Redes sociais: as armas usadas....................................05
Quando o virtual revoluciona o real.................................11
Aplicabilidade..................................................................12
Plataformas.....................................................................12
Metodologia....................................................................13
Ficha técnica...................................................................13
Índice
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Tunísia – um país marcado por grandes manifestações populares desde a sua independência em 1956 mostrou que
soube lutar também por sua liberdade em 2010.
E então você pode pensar: mas o que a Tunísia tem a ver com a crise política no Egito? Tudo.
Desde a década de 80, o país esteve nas mãos do ditador Ben Ali. Grande parte do mundo não tinha conhecimento da
opressão exercida sobre os tunisianos, já que a mídia internacional não veiculava informações específicas sobre as
violações aos direitos humanos aplicadas por Ben Ali, não possibilitando ao mundo qualquer forma de intimidação às
O ESTOPIM
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ações. Além do mais, a Tunísia sempre foi vista como um país totalmente integrado à ordem neoliberal, e muitas
vezes, o país era escolhido como destino preferido de turistas americanos e europeus.
Em 17 De Dezembro de 2010, Mohamed Buazizi, um vendedor ambulante de Ben Aros, teve sua mercadoria
confiscada pela polícia tunisiana e num ato de revolta e protesto incendiou seu próprio corpo. O fato desencadeou
muitas outras manifestações, algumas individuais e outras massivas, as quais sofreram inicialmente terríveis
repressões. O resultado tão surpreendente quanto almejado desta busca por liberdade e dignidade pela população,
resultou na derrubada de Ben Ali e seu ciclo de 23 anos de terrorismo, violência e fraudes.
A revolução chamou a atenção do mundo inteiro e despertou países vizinhos suprimidos pelo mesmo regime ditatorial,
incentivando-os a lutar por seus direitos – assim, chegamos ao Egito.
A seguir vamos entender a crise política do Egito que desestruturou o governo e objetiva, assim como na Tunísia, a
queda de um regime opressor de três décadas.
...e todos por um
Antes deste contexto, talvez pudéssemos pensar que o mundo tivesse deixado de acreditar no poder das massas e no
que uma sociedade unida em prol de um mesmo propósito é capaz de conquistar.
Hosni Mubarak governou o Egito com mãos de ferro desde 1981, porém, mantinha uma estratégia menos explícita que
Ben Ali: consentia a existência de uma tímida e inoperante oposição para criar a ilusão de permanência de uma
corrente democrática no país. Acreditando na habitual postura submissa da população, Mubarak não imaginava que
impulsionados pelos acontecimentos na Tunísia, milhares de jovens se uniriam e sairiam às ruas para exigir o fim de
um governo opressor que completa três décadas.
O governo do Egito tentou proibir manifestações, mas a atitude repressora apenas fomentou ainda mais a ânsia da
população em expressar sua revolta. As ações mais violentas começaram no dia 24 de Janeiro e, a partir daí, uma
grande batalha foi vista pelo mundo: bombas, gás lacrimogêneo, tiros, confrontos diretos com a polícia, pessoas
ateando fogo em seus próprios corpos, dentre tantas outras formas desesperadas de protesto, anunciavam momentos
que surpreenderiam cidadãos de todos os continentes. Essas cenas marcaram os primeiros episódios desta guerra que
exigia, além da renúncia de Mubarak, reformas sociais e econômicas imediatas no país.
Em ação de repressão extrema, no dia 28 de Janeiro, o governo do Egito interrompeu o acesso à internet e bloqueou o
sinal de telefones celulares horas antes de um novo ataque dos manifestantes. Isto porque as redes sociais,
principalmente Twitter e Facebook, foram ferramentas de articulação fundamentais e extremamente exploradas na
organização das manifestações.
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O primeiro grito de guerra anunciado, aliás, foi online. Promovido por milhares de jovens que, aliando a motivação dos
recentes acontecimentos na Tunísia à insatisfação com o regime autoritário exercido por Mubarak e às possibilidades
que a realidade virtual proporcionava - uma conexão imediata e massiva – viram a chance de se libertar - “se a Tunísia
conseguiu, nós também somos capazes”.
Redes sociais: as armas mais poderosas
As guerras, manifestações e revoluções são sempre protagonizadas por armas, bombas e muitas mortes. Além dos
confrontos violentos, este episódio no Egito teve sua atenção também voltada para outra ferramenta importante: as
mídias sociais. Amplamente utilizadas na organização dos protestos (inclusive com alguns online por meio do
Facebook) e divulgação simultânea para o mundo dos acontecimentos e ideias, o Twitter e o Facebook chegaram a ter
seu acesso inoperante em todo o país.
Porém, os usuários conseguiram encontrar aberturas no bloqueio, possibilitando a continuidade da comunicação do
Egito com o mundo. O governo se viu ameaçado com tanta articulação e abrangência sem conseguir exercer controle
sobre esses meios, já que os manifestantes utilizavam as redes para marcar os locais e horários dos protestos, além
das incontáveis trocas de informações entre manifestantes e jornalistas presentes, relatando ao mundo a proporção
das revoltas.
É o poder da web se fortalecendo em prol da sociedade em antigos cenários, através de novas peças. A projeção das
redes foi muito além do entretenimento e convívio social – as mídias sociais representaram um fator imprescindível
para marcar este momento de mudança e reconstrução do país.
Vejamos abaixo exemplos de interações no Twitter e Facebook, durante o período de 03 a 07 de fevereiro, envolvendo
as palavras-chave Egito, Mubarak, Tunísia e Oriente Médio:
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Podemos detectar nas citações opiniões individuais, interações entre os usuários e replicação de citações de terceiros
ou de notícias e publicações de veículos de comunicação. Na maioria das opiniões, é possível identificar uma carga
emocional bastante grande se referindo.
Os resultados confirmam um forte ativismo nas redes nesta questão e prova disso foi a permanência do termo Egito
nos Trend Topics do Brasil por aproximadamente duas semanas.
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A seguir, vamos observar alguns gráficos que nos trazem a idéia de dimensão deste contexto de mobilização nas redes
sociais.
Interações por palavras-chave por período – plataforma postX
No período envolvido, temos Egito e Mubarak com volume de interações disparado à frente de Oriente Médio e
Tunísia, trazendo inclusive a linha gráfica bastante similar. Isso se deve aos termos seguirem a mesma proporção de
citação, estando diretamente atrelados, como em muitos casos onde os posts envolveram as duas palavras juntas,
como nos mostra o exemplo abaixo:
O pico do dia 04 teve diversos motivos, como a primeira morte de um jornalista durante os conflitos e mais uma das
tentativas do governo de bloquear as linhas telefônicas e internet do país.
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Interações por mídia social por data – plataforma postX
Este gráfico confirma que realmente a maior parte do volume das interações do período nas redes sociais
foram originadas pelo Twitter, assim como o Facebook e Blogs acompanharam a linha gráfica de picos.
O Youtube foi outro canal utilizado pelos internautas para postar vídeos em tempo real com cenas chocantes
dos conflitos, que apesar de não terem gerado número de comentários comparados ao Twitter ou Facebook,
foram acessados por milhares de pessoas em todo o mundo, que acompanhavam e torciam por um desfecho
positivo dos protestos.
Uma observação relevante a se fazer é o volume significativo de interações em blogs. Muitos dos posts e
comentários envolvem assuntos como a posição dos EUA perante esta situação no Oriente Médio e a renúncia
de Mubarak, conforme exemplo abaixo:
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Interações por palavras-chave – plataforma postX
Neste gráfico conseguimos visualizar em porcentagem o volume de interações para cada palavra-chave. Assim
conseguimos perceber que a diferença entre o volume de citações contendo o termo Egito e o termo Mubarak é
de praticamente 20% - denotando a relação direta do confronto com as ações do governo atribuídas ao ditador.
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Partindo para o mérito qualitativo, abaixo seguem exemplos de interações capturadas no período e classificadas como
positivas por demonstrarem apoio ao Egito:
O virtual revolucionando o real
Nos últimos cinco anos, aproximadamente 20 grupos de jovens egípcios revolucionários surgiram no Facebook. As
discussões giravam sempre em torno do modo como iniciariam uma guerra contra o governo, qual seria o melhor
momento de ação e quais as estratégias a serem adotadas. Finalmente, movidos pelas ações na Tunísia, o fato se
concretizou no dia 25 de Janeiro, quando todos estes grupos se fundiram nas ruas impulsionando também uma grande
parcela da população.
Paciência é uma virtude, mas estes jovens confirmaram que ela tem limites. Assim, a população egípcia se viu farta de
sofrer com o desemprego, corrupção, violência policial, impotência política e muitos outros agravantes que vieram à
tona neste momento pedindo o fim da atuação de mais de 30 anos do ditador Mubarak.
Os conflitos foram muito bem organizados - todos os protestos tinham data e locais estrategicamente planejados para
início e fim - bairros lotados com muitas ruas laterais à estrada principal. Manifestantes se reuniam com muita rapidez e
também se dispersavam com mais agilidade ainda. Desta forma, mantinham as forças armadas em suas mãos e não
davam trégua aos policiais.
Acordos foram feitos com restaurantes próximos ao acampamento armado e ao redor da cidade, vários grupos de
jovens ativistas montaram unidades de saúde improvisadas para atender aos feridos.
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Todos estes fatores de mobilização foram conhecidos pelo mundo da forma mais rápida e direta que já se tinha visto,
graças às redes sociais. Antes escolhidas para simples reuniões de grupos para manter contatos ou fazer novos
amigos, hoje as redes alcançaram um posição muito mais importante e respeitável. Quem diria Twitter e Facebook a
serviço da sociedade, representando as principais ferramentas na organização de um processo de democratização de
um país.
Mubarak realmente não poderia suportar a crise e enfim, cede a pressão popular encerrando a ditadura enrustida do
Egito, que esteve com os dias contados desde 25 de janeiro. A população, antes submissa aos olhos do mundo, festeja
agora nas ruas do Cairo demonstrando que conhece bem seus direitos e é capaz de lutar com veemência por todos
eles.
Aplicabilidade do estudo:
A partir deste estudo pudemos perceber o quanto é importante monitorar a repercussão das mídias sociais, pois
atualmente a chamada Era Digital possibilita muito mais do que a discussão de assuntos cotidianos nas redes, ela é
capaz inclusive de promover verdadeiras revoluções, como visto.
Isto pode ser aplicado a empresas, marcas ou personalidades que desejam saber e identificar qual o buzz e relevância
gerada nas mídias sociais a partir destas interações.
Através da qualificação e quantificação das informações é possível mensurar o quanto a repercussão é positiva ou
negativa para a imagem avaliada.
Plataformas Utilizadas:
Plataforma postX – Através do monitoramento das mídias sociais foi possível compreender os processos de
mobilização via redes sociais e sua amplitude. O volume de interações, as mídias mais usadas e as motivações dos
internautas puderam ser expostas de maneira clara e objetiva. Também por meio do postX pudemos perceber o quanto
os veículos de comunicação estão cada vez mais imersos nas redes sociais, devido ao volume de replicações destes
conteúdos pelos internautas, provando que a integração digital é uma realidade.
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Metodologia de pesquisa
As mídias sociais representam uma área movimentada para qualquer debate, principalmente na área política. Para
analisar o buzz gerado pelo internauta, realizamos um monitoramento de 5 dias nas mídias sociais envolvendo as
palavras-chave de referência. Utilizando a plataforma postX como ferramenta de rastreamento, conseguimos uma
cobertura do Twitter, YouTube, Facebook, Blogs e Fóruns.
Os dados coletados para este estudo de apresentação são quantitativos, revelando em porcentagens o quanto as
palavras-chave tiveram repercussão nas mídias sociais.
Ficha Técnica:
postX
Palavras-chave: Egito, Mubarak, Tunísia e Oriente Médio
Período monitorado: 03/02/2011 a 07/02/2011
Total de interações: 24.241
Twitter: 18.043
Facebook: 4.596
Fóruns: 215
Blogs: 1039
YouTube: 348
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Esse estudo foi desenvolvido pela MITI Inteligência.
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