Faculdade de Economia
Universidade de Coimbra
Europa e os Migrantes do Século XXI
Lara Durães
Coimbra, 2012
Faculdade de Economia
Universidade de Coimbra
Europa e os Migrantes do Século XXI
Trabalho realizado no âmbito da unidade curricular de
Fontes de Informação Sociológica
Docente: Paulo Peixoto
Ano lectivo: 2012-2013
Imagem da capa: Fotopedia, 2012
http://www.fotopedia.com/items/flickr-7163682354
Lara Durães
Coimbra, 2012
Índice
1. Introdução ........................................................................................... 1
2. Estado das Artes ................................................................................... 2
2.1. O que é migração ............................................................................. 2
2.2. Legislação imigratória vigente em Portugal .......................................... 5
2.3. A ilusão da emigração e os Principais Países de destino da população
portuguesa ............................................................................................ 6
3. Descrição detalhada da pesquisa ........................................................... 10
4. Avaliação de página de Internet ............................................................ 12
5. Ficha de leitura ................................................................................... 14
6. Conclusão .......................................................................................... 19
7. Referências bibliográficas ..................................................................... 20
Anexo I
Texto de suporte da ficha de leitura
Anexo II
Página da Internet avaliada
Anexo III
Avaliação da página da Internet
Europa e os Migrantes do Século XXI
1
1. Introdução
Este trabalho foi realizado como elemento de avaliação contínua no
âmbito da cadeira de Fontes de Informação Sociológica, cujo docente é o
professor Paulo Peixoto. Esta cadeira pertence à Licenciatura de Sociologia da
Faculdade de Economia da Universidade de Coimbra.
Existiam temas gerais interessantes e pertinentes para a elaboração do
trabalho. O tema que mais se tornou apelativo à elaboração do trabalho foi o
tema que abrangia ”A Europa e os migrantes no século XXI“. Ao início tornou-se
difícil a escolha, e só decidi a partir dos textos a desenvolver para os temas. O
tema sobre o qual se vai desenvolver o meu trabalho será sobre os fluxos
migratórios. Sobre como os movimentos migratórios podem afectar a vida de
uma sociedade e sua constituição, podendo através destes movimentos
construir sociedades variadas.
Este tema tem uma elevada abrangência, o que dificultou a escolha de
subtemas mais específicos para me cingir. Considero que esta divisão se torna
pertinente para uma melhor compreensão do tema principal. Pretendo
expressar-me e referenciar todas fontes utilizadas de forma a facilitar a leitura e
pesquisa suplementar do meu trabalho. Achei pertinente em fase inicial abordar
um tema mais específico, abordar em que consiste a migração, o que é
migração; Legislação imigratória vigente em Portugal e a ilusão da emigração e
os Principais Países de destino da população portuguesa. Estes subtemas acho
que demonstram perspectivas que explicam bem em que incide o trabalho.
Noutra parte do trabalho realizo a descrição detalhada da pesquisa, onde
abordo cada passo que deu origem ao trabalho final e a avaliação da página da
Internet. A página foi escolhida tendo em conta a pertinência da informação e o
seu uso ao longo do trabalho. Para proceder à respectiva avaliação de
acessibilidade desta página da Internet, utilizei algumas ferramentas de
avaliação, tais como: Wave e DaSilva.
Na parte final encontra-se a conclusão, as referências bibliográficas e os
anexos.
Europa e os Migrantes do Século XXI
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2. Estado das Artes
2.1. O que é migração
«A tua casa pode substituir o mundo,
mas o mundo nunca poderá substituir a tua casa.»
Provérbio alemão
Como já vem sido entendido ao longo dos tempos, é considerada
migração os movimentos que as pessoas executam de uma região para outra.
Esta pode ser interna ou externa. Segundo o Instituto Nacional de Estatística,
migração é a “deslocação de uma pessoa através de um determinado limite
espacial, com intenção de mudar de residência de forma temporária ou
permanente. A migração subdivide-se em migração internacional (migração
entre países) e migração interna (migração no interior de um país).” (ALEA,
s.d). Não podendo deixar de citar quem afirma, que “definir conceitos nesta
temática torna-se uma tarefa relevante, contudo delicada, uma vez que a
complexidade do fenómeno migratório, a sua multiplicidade de formas e a
própria evolução, leva a que seja necessário ter em conta uma reflexão
aprofundada e contínua.” (Castro F. V., 2008.a, p. 23). Como salienta Fátima
Velez de Castro, citada, existem outros autores que se perfilam na mesma linha
de pensamento do Instituto Nacional de Estatística. Entre eles são citados
Jackson e Pailhé. (Jackson; Pailhé apud Castro F. V., 2008)
Em relação aos conceitos que se relacionam com migração, estes têm
uma grande variedade e podem ser interpretados de diferentes formas, mais
aprofundadas, e levando em conta a linha de pensamento de cada autor. De
forma mais genérica, pode-se ter conceitos globais, que facilitem e expliquem
de forma sucinta os termos em questão. “Na legislação portuguesa há um
conjunto de conceitos claros, como são os que respeitam: à migração sazonal
Europa e os Migrantes do Século XXI
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ou não duradoura; migração de retorno ou regresso; migração para estudo
(incluindo o intercâmbio de estudantes, formação não remunerada e
voluntariado); migração para o exercício de actividades de investigação e
desenvolvimento (I&D) e de investigação e desenvolvimento tecnológico
(I&DT); e/ou migração temporária, bem como um outro conjunto de conceitos
mais fluidos respeitantes à “circularidade” migratória ou migração circular.”
(SEF, 2010, p. 12). O que mesmo sendo um conjunto de conceitos claros, não
ficam independentes a refutações e várias opiniões divergentes.
Durante a minha pesquisa, deparei-me com um gráfico que considerei
bastante importante no tema em questão. Considero que nos transmite, com
grande eficácia, a sua realidade em relação à emigração.
Fig. 1 - Emigração por Tipo, 2002
Fonte: (INE, 2003.a)
Lara Durães
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Em relação à emigração, podemos ainda agrupá-la em diferentes tipos.
Dos quais, vou referir os que achei mais relevantes.
Fig.2 - Emigração por Grau de Instrução, 2002
Fonte: (INE, 2003.b)
Fig.3 - Emigração por Nacionalidade, 2002
Fonte: (INE, 2003.c)
Europa e os Migrantes do Século XXI
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2.2. Legislação imigratória vigente em Portugal
A legislação vigente, data de 25 de Fevereiro de 2003 e constitui o
Decreto-Lei 34/2003. Como principal objectivos são citados: “promoção da
imigração legal em conformidade com as possibilidades reais do País, integração
efectiva dos imigrantes e combate firme à imigração ilegal” 1. Esta legislação foi
criada com vista a diminuir a ilegalidade em Portugal e a promover a legalidade.
A imigração clandestina, ao contrário do pensamento de várias pessoas é
bastante importante. No nosso quotidiano somos confrontados ou podemos ter
acesso a dados, maioritariamente estatísticos, que nos informam sobre a
dimensão do fenómeno da imigração clandestina. Dados esses que não podem
ter em linha de conta os imigrantes clandestinos/ilegais, por eles serem, como o
próprio nome indica, clandestinos. Como por exemplo, gráficos como o exposto
na figura 4, que indica a População estrangeira em Portugal entre 1980-
2008.
Fig.4 - População estrangeira em Portugal entre 1980-2008
Fonte: (INE, 2003.d)
1 Decreto de Lei, N. 34/2003 de 25 de Fevereiro de 2003. Obtido em Novembro de 2012, de Portal Serviço de
Estrangeiros e Fronteiras: http://www.sef.pt/portal/v10/PT/aspx/legislacao/legislacao_detalhe.aspx?id_linha=4198
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Alguns autores consideram a imigração clandestina como sendo um
fenómeno que resulta essencialmente da escassez de estudos.
De acordo com a legislação vigente, para ser um imigrante legal deve ser
portador de documentos válidos. Para terem acesso aos vistos pretendidos, têm
de se deslocar às embaixadas ou consulados portugueses. Os vistos, só
proporcionam uma entrada temporária no país e para o fim definido. Outra das
consequências da legislação é o regime de quotas de imigração. O regime de
quotas “é um instrumento legal que permite, plurianualmente, fixar o número
máximo de imigrantes que Portugal deve acolher, em função das necessidades
de mão-de-obra e da capacidade de integração de cada região” (Santos C. A.,
2007.a, p. 37). Segundo outras fontes, mas ainda referente ao regime de cotas,
afirmam que este se tende a generalizar. “A maioria está a estabelecer um
sistema de "quotas", assim como a estabelecer um processo de selecção dos
imigrantes, nomeadamente através de prestação de "provas" pelos candidatos
(conhecimento da língua, da cultura, etc).” (Fontes, s.d.a).
Considera-se, na maioria dos casos de ilegalidade, a expiração dos vistos
adquiridos por curto prazo de tempo. Segundo Clara Almeida Santos, há a
existência de casos que utilizam documentos falsos para entrar no país. Em
Portugal, devido à limitada fronteira marítima, tem poucos casos de imigrantes
ilegais que chegam de barco. Sendo a chegada de avião mais comum.
2.3. A ilusão da emigração e os Principais Países de destino da população
portuguesa
Quando ouvimos falar de emigração, associamos quase que
automaticamente a emigração à busca de uma vida melhor. Perante a crise que
atravessa o país ainda mais força tem a busca de países/lugares que nos
possam proporcionar uma melhor qualidade de vida, nomeadamente a nível
económico. Por outro lado, existem autores, como o Professor Umberto Melotti,
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da Faculdade de Sociologia da Universidade de Roma La Sapienza, que na sua
participação no seminário “Sociedade e Cultura Política – Debates
Contemporâneos” transmitindo a sua perspectiva sobre a migração na Europa
contemporânea, afirmou que a “migração deve ser vista não apenas como um
fenómeno económico ou social, mas principalmente como um fenómeno
político.” (ORIUNDI, 2012).
A partir da emigração, surge a construção de uma vida nova longe de
tudo o que por definição era o nosso quotidiano. Não se pode interpretar a
emigração, na minha opinião, como por exemplo a entrada na Universidade. É
certo que, com a entrada nesta, quem tem de sair de sua casa oficial sente um
pouco de dificuldade, mas nada que se compare ao mudar completamente de
bases. Isso acontece no caso da emigração, em que as pessoas têm de, na
teoria, começar a “vida do 0”, alicerçar novo rumo para a sua vida.
Um dos motivos de migrações que contribui para uma quantidade de
emigrantes crescente, é a reunificação familiar. Na procura, em geral de uma
qualidade superior de vida, normalmente, o “chefe de família” migra. No
entanto, nem sempre fica separado da família, e em certos casos, após ter
estabilizado a sua vida no local de emigração, junta a família e passam a
construir uma vida nesse local. A emigração não se trata de mudança apenas a
nível geográfico, mas também e sobretudo a nível emocional e social.
No domínio em que os emigrantes são mais enganados é a nível do
trabalho. Os imigrantes, com a saída do país, pretendem adquirir uma maior
comodidade e visam ser recebidos como membros da sociedade, com o devido
respeito. Facto este que não sucede em todos os casos desta forma. E estes,
passam a ser alvo de grandes crueldades e vários tipos de discriminações, como
por exemplo racismo e a xenofobia.
“Em toda a parte não deixam de ser estrangeiros. A lógica da
sua recepção é sempre a mesma: serão bem recebidos se escasseia a
mão-de-obra, mas indesejáveis se o desemprego estiver em
crescimento. As condições de acolhimento torna-se frequentemente
num autêntico pesadelo. Sentem todo o peso da discriminação nos
salários, mas também no contacto com as comunidades locais.”
(Fontes, s.d.b).
Carlos Fontes debruçou-se sobre este tema, daí apresentar
posteriormente alguns casos que ele citou para demonstrar os “dramas da
Emigração Portuguesa na União Europeia”.
Fig. 5 - Dramas da Emigração Portuguesa na União Europeia
Fonte: (Fontes, 2004)
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Especificando agora um pouco as preferências dos países de emigração da
população, apresento, de forma sucinta e esquematizada, a informação
adquirida ao longo da pesquisa.
Países Número de habitantes Número de emigrantes
Portugueses
Estados Unidos da América 300 milhões 1150000
Brasil 185405000 700000 mil
França 60876136 550000
Suíça 7.6 milhões 152000
Alemanha 82.5 milhões 132000
Quadro 1 – Principais Países de Emigração Portuguesa
Fonte: (Turma 4.º, 2009)
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3. Descrição detalhada da pesquisa
O método de pesquisa utilizado no trabalho baseou-se inicialmente na
pesquisa na Internet. Com a pesquisa, obtive bastante informação, da qual
muita não era pertinente. Com a introdução no motor de pesquisa do tema de
trabalho (Europa e os Migrantes do século XXI), obtive 2.700.00 resultados.
Quando me deparei com este nível tão elevado, coloquei a expressão exacta à
qual obtive apenas 1 resultado. Esta diferença de resultados levou-me à
utilização de operadores boleanos, para especificar o pretendido, mas sem a
utilização da expressão exacta visto que esta não me apresentava variedade
de resultados.
Posteriormente, acedi aos catálogos bibliográficos para encontrar livros
que abordassem a temática do trabalho. Comecei por pesquisar no Catálogo
Bibliográfico da Faculdade de Economia. Como descritores de pesquisa,
inicialmente utilizei: Europa e os migrantes do século XXI. Com este descritor,
não encontrei nenhum livro. Introduzindo novo descritor: Migrações do século
XXI, já pode aceder a uma tese. Ainda sem informação suficiente, coloquei um
descritor de carácter mais abrangente: Migrações, que me proporcionou uma
mais ampla de informação. A muita desta informação pude aceder em suporte
digital, o que me facilitou o acesso, como, por exemplo ao estudo de (Healy,
2011). Recorri também a relatórios disponíveis online sobre a minha temática,
como por exemplo o relatório de Fátima Velez Castro (Castro F. V., 2008.b). De
forma a especificar a minha temática, dividi-a em 3 subtemas: Migração,
Legislação imigratória vigente em Portugal e A ilusão da emigração e os
Principais países de destino da população portuguesa. De seguida, recolhi
informações sobre o conceito de migração. Achei pertinente abordar
inicialmente o conceito sobre qual todo o trabalho iria incidir.
Como fonte para referenciar as citações introduzidas ao longo do texto,
utilizei a página da cadeira. (Peixoto, 2012)
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Em suma, o método de pesquisa foi bastante simples, mas considerei
eficaz visto que me proporcionou a informação necessária para a finalização do
trabalho.
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4. Avaliação de página de Internet
A página da Web que achei pertinente avaliar foi o ACIDI (Alto
Comissariado para a Imigração e Diálogo Intercultural). Durante o trabalho,
utilizei vários dados fornecidos por este site. A ACIDI possui vários tipos de
informações importantes, quer a nível informativo, de serviços e de legislação.
Possui também uma agenda de eventos que facilita a divulgação dos mesmos. A
língua oficial é o Português, mas também possui a opção de língua para Inglês,
o que se torna disponível para um grupo mais abrangente de pessoas. Esta
página Web encontra-se disponível em http://www.acidi.gov.pt/.
O autor desta página não está identificado explicitamente na página, mas
esta encontra-se associada ao Governo de Portugal e FEINPT (Fundo Europeu
para a Integração de Nacionais de Países Terceiros). Embora o autor não seja
referido, considero a página com grande grau de autenticidade e fiabilidade
devido às associações anteriormente referidas. O url é curto e remete-nos para
a credibilidade deste associado à extensão GOV.
Para facilitar o acesso às informações existentes na página, podemos ter
acesso a um motor de busca interno e contém uma estrutura que facilita a
navegação. Possui links apoiados com imagens que nos direccionam para a
informação que queremos obter, e existe um vasto número de ligações internas.
As ligações encontram-se activas, excepto o link que acede ao tema de
Sociedades Ciganas, que se encontra indisponível. Existe um pequeno espaço
direccionado para a publicidade, que chama a atenção para actividades acerca
do tema central da página, mas não interfere na leitura do resto da página.
Ao longo da pesquisa deparei-me com várias fontes algumas fontes
sobre este tema, e perante a informação que recolhi e a da página, estas são
coincidentes. O discurso utilizado é claro e a sua divisão em subtemas torna-se
mais objectivo. Esta página não referencia muitas outras páginas.
Europa e os Migrantes do Século XXI
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Em relação ao grafismo, a sua estética é atractiva, mas possui défices de
acessibilidade visual (representados por um olho em fundo amarelo, na
avaliação feita pela ferramenta de avaliação Wave). Relativamente à avaliação
em específico, foram avaliadas através do DaSilva e do Wave. Foram
encontrados respectivamente, 24 erros, 487 avisos e 23 erros de acessibilidade.
A acessibilidade desta página encontra-se limitada pelos vários défices
encontrados, que são descritos (Dasilva) e demonstrados (Wave). (Avaliações
da página da Internet - Anexo III)
Lara Durães
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5. Ficha de leitura
Título da publicação: Imagens de mulheres imigrantes na imprensa
portuguesa – análise do ano 2003
Local onde se encontra:
http://www.oi.acidi.gov.pt/docs/Col_Teses/14_CAS.pdf
Referência bibliográfica: SANTOS, Maria Clara Moreira Taborda de Almeida,
1977- “Imagens de mulheres imigrantes na imprensa portuguesa - análise do
ano 2003”. Página consultada em dia 22 de Outubro de 2012, acedida em
http://www.oi.acidi.gov.pt/docs/Col_Teses/14_CAS.pdf
Data de publicação: Novembro 2007
Nº de páginas: 138
Páginas: 17-44; 27 páginas
Data de leitura: Outubro de 2012
Área cientifica: Ciências Sociais
Sub-área cientifica: Migrações, Etnicidade e Racismo
Europa e os Migrantes do Século XXI
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Autora: Maria Clara Moreira Taborda de Almeida Santos
Local de edição e editora: Lisboa: ACIDI (Alto Comissariado para a Imigração
e Diálogo Intercultural)
Assunto: Estudos sobre migrações
Palavras-chave: migração, fluxos migratórios, mercado laboral, cidadania,
reunificação familiar
Resumo/ Argumento: Clara de Almeida Santos, através desta tese, consegue
mostrar-nos a visão de vários autores, e cita os estudos/perspectivas teóricas
por eles apresentados. A autora, associa a referências histórico-culturais, os
factos relativos a migrações num contexto global. Com base nos estudos, e
dados estatisticos de várias fontes reconhecidas, são-nos demonstradas as
conclusões sobre o tema em questão.
Estrutura
Introdução:
A autora, Prof. Doutora Maria Clara Moreira Taborda de Almeida Santos, é
Doutorada em Ciências da Comunicação (2006-2010), possui Mestrado em
Comunicação e Jornalismo (2002-2004) e Licenciada em Jornalismo (1995-
2000), pela Universidade de Coimbra. (DeGóis, 2010)
É actualmente professora auxiliar no Departamento de Filosofia,
Comunicação e Informação da Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra.
Jornalista de formação e directora da UCV – televisão Web da Universidade de
Coimbra. (Universidade de Coimbra, s.d)
Lara Durães
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Este texto, é uma tese da autora. O estudo referente a esta tese, utilizou,
na sua maioria dados relativos às migrações que têm Portugal como destino.
Desenvolvimento/ Síntese:
Com este trabalho, Clara Almeida Santos, pretende enquadrar o
tratamento que a imprensa dá ao fenómeno das migrações, e a tudo o que a
eles diz respeito. Pretende também mostrar o significado dos números, que
apresentam um universo de especificidades relativamente aos períodos
anteriores. Na medida que avançamos na leitura, deparamo-nos cada vez mais
dados que apontam para diferentes perspectivas em estudo. Para uma melhor
percepção, a autora, dividiu o texto em dois tópicos principais, sendo eles: Ser
imigrante; Portugal, País de migração.
É abordada no texto, a dramatização da presença dos imigrantes,
sobretudo no discurso político. Pois, traz como consequência um aumento
exponencial. Como principal factor que leva à migração, é considerado o
mercado laboral. Dentro dos motivos, é citado que “a migração varia, em
termos de volume e de composição, consoante o grau de diversidade das áreas
dentro de determinado território, conforme a variedade das pessoas, com as
flutuações da economia.” (Santos C. A., 2007.b, p. 22). São também
considerados factores exógenos que influenciam as migrações, e respectivas
teorias que os sustentam. Segundo Jonas Widgren, “o maior fluxo de migração
se registou entre 1845 e 1924, com 50 milhões de pessoas (na sua maioria
europeus) a movimentar-se.” (Santos C. A., 2007.c, p. 23). O reagrupamento
familiar, potencia a chegada de vagas de imigração. A língua é um factor de
grande influência nestes processos de “mudança do conhecido para o
conhecido”. Para combater a ilegalidade nas migrações são promovidas épocas
de legalização. Mais restritamente ao sexo feminino, estas são consideradas
cada vez mais importantes nas migrações. Como principal factor de migração
contínua sendo o mercado laboral. Mas, no caso feminino, mais direccionado
para serviços a empresas e hotelaria. Por outro lado, os homens serão mais
direccionados para a construção civil, e hotelaria. Para finalizar, é-nos também
Europa e os Migrantes do Século XXI
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demonstrado a influência que os media tem na transmissão de certas
mensagens.
Pontos fracos e fortes do documento:
Um dos pontos que considero forte no documento é quando a autora
afirma que a fase de consideração da cidadania e dos direitos políticos
outorgados aos imigrantes, representava já algum reconhecimento da
consolidação da imigração. Considero também, quando a autora afirma que
Portugal apesar de ser considerado anti-racista, é seriamente marcado por
atitudes racistas. Após estas afirmações, a autora consegue pôr o leitor a
reflectir e tomar a sua posição perante tais afirmações. Um dos pontos que
considero mais fraco é relativamente à abordagem de um “quinto período”.
Neste período, ao contrário das explicações anteriores, não assenta em dados
estatísticos, mas sim probabilísticos.
Conclusão:
Em forma de conclusão são-nos apresentados dados que problematizam a
permanência de estrangeiros ilegais. Por outro lado, associam a percentagem
prisional ao número de estrangeiros, que em parte não estão legalizados. Este
tipo de afirmação, faz suscitar juízos como de que imigrantes são os principais
causadores do vandalismo. A autora, baseia-se, durante o texto, em dados
concretos, ou seja, estudos estatísticos.
Autores/ Personagens/ escolas de pensamento
Principais Autores Citados ou eventuais identificados no texto:
Appleyard, Foner, Rumbaut, Gold, D’Almeida, Ghatak, Sassoon, Marios
Nikolinakos, Alejandro Portes, Alain Taurrius, F. L. Machado, Baganha, Marques,
Esteves, Garcia, Cónim, Carrillo, Stephen Castles, Mark J. Miller, Kymlicka,
Lara Durães
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Bastenier, Dasselto, Cohen, Martiniello, Bauböck, John Solomos, Maria Beatriz
Rocha – Trindade, Ribeiro, Jackson, Castels, Davidson, Both, Solé, Wallace,
Ramalho, Appadurai, Jórsef Böröcz, Everett Lee, Cádima, Figueiredo, Góis
Referências histórico-culturais: Final do Bloco Soviético, final da 2ª Guerra
Mundial, décadas de 60/70, formação da União Europeia, Revolução de 1974,
Queda do Muro de Berlim, Guerra Fria, Acordo de Schengen.
Recursos de estilo e linguagem: Tende a referir-se a dados estatísticos.
Conceitos: Uma das maiores problemáticas do texto cinge-se na ilegalidade de
imigrantes. Como temas, a autora cita alguns como: Legislação vigente,
enquadramento estatístico da imigração nos nossos dias, Tipologia das
migrações, tendências actuais, a imigração em Portugal em números , Mulheres
imigrantes e mercado laboral, valores e atitudes face aos imigrantes, mercado
laboral, teorias e polémicas, entre outros.
Europa e os Migrantes do Século XXI
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6. Conclusão
Concluido o trabalho, adquiri informações sobre este tema que acho
pertinentes, como por exemplo as influências que as migrações podem ter na
sociedade. Deste modo, penso que a elaboração destes trabalhos aprofundam
os nossos conhecimentos sobre áreas que são bastante interessantes.
Depois da elaboração deste trabalho, apercebi-me da escassez de
informação que tinha acerca deste. Como a maior parte da população, o nosso
conhecimento é bastante superficial o que dificulta escrever sobre o assunto.
Conforme referi na pesquisa detalhada, a informação ou se tornava escassa, ou
se tornava demasiada. O que se revelou ainda mais pertinente a delimitação do
tema. Com a delimitação do tema foi mais fácil tratar e articular o tema
principal.
Posso concluir que os movimentos migratórios trazem vantagens, mas
também desvantagens para a população em geral. Não podem apenas ser
tomado em linha de conta aquilo que proporciona uma melhor vida a quem
imigra, mas também as complicações que daí podem resultar.
A página da internet avaliada, foi escolhida pela sua pertinência em
relação ao tema. Foi dificil a escolha do site, e da informação que melhor se
adequaria ao trabalho. Para a avaliação, não recorri à ferramenta de avaliação
proposta pelo docente da cadeira, devido a não conseguir obter resultados. No
meu parecer o trabalho foi enriquecedor, pois permitiu-me uma abordagem
mais profunda de assuntos que desconhecia a complexidade, e de como realizar
a avaliação de uma página da Internet.
Lara Durães
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7. Referências bibliográficas
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Europa e os Migrantes do Século XXI
23
Anexo I
Santos, Clara Almeida (2007), “Imagens de mulheres imigrantes na imprensa
portuguesa - análise do ano 2003”, Dissertação de Mestrado em Comunicação e
Jornalismo, p: 17-44. Lisboa: Alto-Comissariado para a Imigração e Diálogo
Intercultural.
Europa e os Migrantes do Século XXI
27
URL: http://www.acessobrasil.org.br/dasilva/aval.do
Lara Durães
28
Wave
URL:
http://wave.webaim.org/report?url=http%3A%2F%2Fwww.acidi.gov.pt%2F&js
=2