FICHA PARA A IDENTIFICAÇÃO DA PRODUÇÃO DIDÁTICO-PEDAGÓGICA
Título: A poesia lúdica e a formação de leitores
Autora:
Rosana Aparecida de Araújo
Disciplina/Área:
Língua Portuguesa
Escola de Implementação do Projeto e sua localização:
Escola Estadual Dr. Antenor P. dos Santos Ensino Fundamental. Avenida Visconde do Rio Branco nº. 2257
Município da Escola: Iporã – Paraná
Núcleo Regional de Educação:
Umuarama
Professora Orientadora: Roselene de Fatima Coito
Instituição de Ensino Superior:
Universidade Estadual de Maringá
Relação Interdisciplinar:
Resumo:
A linguagem poética apresentada por meio de ritmos, versos, rimas, entonação e gestos vêm sensibilizar e abrir horizontes para uma leitura de forma lúdica e agradável, visto que, dado ao farto material utilizado pelo professor em suas práticas tornam suas aulas interessantes, motivadoras e reflexiva. Diante dessa variedade de instrumentos e mobilidades de interesse, espera-se junto aos professores dos anos iniciais do ensino fundamental, que seja esse o caminho do despertar da leitura para o processo de aprendizagem. Dessa forma, espera-se que a escola como um todo, possa ver e compreender que poesia lúdica é um texto com uma estética específica e variada que desperta o olhar para o cotidiano de cada um. Espera-se que no desenvolver desse projeto, confirme a concepção de que para experienciar poesia é um ato que pode ser coletivo-professor e alunos-e que, ao mesmo tempo, seja uma atividade de descobertas da língua, do som e da vida.
Palavra-chave: Poesia, Língua, Motivação
Formato do Material: Unidade Didática Pedagógica
Público Alvo: Alunos do 6º. ano
APRESENTAÇÃO
Formar leitores é um compromisso que perpassa nosso fazer pedagógico,
apesar das dificuldades que o professor pode encontrar para despertar em seus
alunos este gosto e suas potencialidades.
A leitura deve e pode ser ensinada como qualquer outro conteúdo, e, para
tanto, é necessário método, estratégias e organização das aulas.
Nas práticas de ensino vivenciadas, percebemos existir caminhos que levam
estes alunos a ler por prazer, ampliando os seus horizontes de expectativas. Através
do texto poético, estaremos não apenas colocando em foco o conteúdo estruturante
da língua portuguesa, mas também resgatando e ampliando a experiência do aluno
com a poesia e seu ludismo, de maneira que eles se sintam motivados a estas
atividades, as quais podem contribuir com outras disciplinas. Com isso, o objetivo
desse projeto é encontrar caminhos que despertem o interesse do leitor, de forma
significativa, num diálogo com poetas para o poético, tanto no diálogo com os
poetas como consigo mesmo. Este projeto focalizará o sexto ano do Ensino
Fundamental.
É comum perceber alunos chegando ao final do Ensino Médio com
dificuldades referentes à distinção entre poema, poesia, personificação, autor e foco
narrativo, eu - lírico, elementos estes essenciais nos textos literários.
Muitos acreditam que a poesia é algo muito difícil e distante deles, pois não
percebem que vivenciam a poesia desde as brincadeiras de criança, como as
parlendas, as canções de ninar,versos aprendidos com pais e avós.
Diante desta realidade observada em sala de aula, acreditamos ser
pertinente o trabalho com este gênero textual lúdico, no início do 6º ano, para que
nos anos seguintes este aluno desenvolva a prática da leitura superando, assim, as
dificuldades na oralidade e na escrita em todas as disciplinas. Esta superação pode
levá-lo a ler mais eficientemente, descobrindo que a leitura é fruição, é gosto e não
apenas obrigação. Também, pode-se descobrir, neste gênero, a denúncia, a
mensagem de amor ou ódio, o encantamento ou desencantamento do eu - lírico com
a vida e com o mundo.
De acordo com as DCs,(2008 pg.72), lemos:
O ensino da prática de leitura requer um professor que”além de posicionar-se como um leitor assíduo, crítico e competente, entenda realmente a complexidade do ato de ler” ( Silva, 2002, p.22). Para a seleção dos textos é importante avaliar o contexto da sala de aula, as experiências de leitura dos alunos, os horizontes de expectativas deles e a s sugestões sobre textos que gostariam de ler, para, então,oferecer textos cada vez mais complexos , que possibilitem ampliar as leituras dos educandos.
Ao professor cabe o papel de provocador deste estado, o de mediador de
caminhos para essa leitura , a fim de que a criança possa, depois, nela se aventurar
sozinha. Trata-se de uma vivência de aproximação ao meio poético. A poesia não
deve ser ensinada, mas vivida. Por isso, a prática de leitura deve ser uma constante
na vida do professor também. Neste sentido, a interação entre professor e aluno
auxiliando na confecção dos materiais oferecidos e nos suportes, também é
importante, para que haja mais motivação à leitura, à compreensão e à interpretação
do texto poético.
À representação disso, assegura Solé:
Ler é compreender e que compreender é, sobretudo um processo de construção de significados sobre texto que pretendemos compreender. É um processo que envolve ativamente o leitor, à medida que a compreensão que realiza não deriva de recitação do conteúdo em questão. Por isso é imprescindível o leitor encontrar sentido no fato de conhecer o que vai ler e para isso tem de conhecer o que vai ler e para que fará isso. Quando essas condições se encontram presentes em algum grau, e se o texto permitir, podemos afirmar que também em algum grau, o leitor poderá compreendê-lo (Solé, 1998, p.44, 45)
Desta forma, para tornar o aluno motivado, levarei as tipologias: poema
descritivo, narrativo e dissertativo, cuja intenção é tornar clara a compreensão deste
gênero e sua relação com a palavra tendo em vista que a criança tem potencial para
o texto poético.
De acordo com Huizinga, ( 2005, pg.136):
Em sua função original de fator das culturas primitivas a poesia nasceu durante o jogo e enquanto jogo sagrado, sem dúvida, mas sempre, mesmo em seu caráter sacra, nos limites da extravagância, da alegria e do divertimento.
Ainda, Huizinga comenta (2005,p.140):
O que importa aqui não é que esse costume tenha ou não chegado a possuir alguma importância prática para a vida quotidiana, e sim que o espírito humano tenha inúmeras vezes visto, neste motivo lúdico, que é
aparentado tanto ao enigma “fatal” .Quanto à forma aposta, uma maneira de exprimir, e talvez resolver, os intricados problemas da vida, e a arte poética sem visar diretamente um efeito estético, tenha encontrado neste jogo o mais fértil solo para seu desenvolvimento.
A partir desta citação de Huizinga, que trata da poesia enquanto motivo
lúdico do cotidiano , voltaremos nossa atenção à formação de leitores competentes.
Ao nos depararmos com alunos do 6º ano, percebemos que estes já trazem
uma história como leitores, que pode ter sido positiva ou negativa. Neste sentido, o
professor deve tentar conhecer um pouco desta história e assim direcionar melhor o
trabalho de formar leitores.
É importante levarmos em conta a faixa etária destes leitores, em especial
do sétimo ao nono ano, quando entram de fato na adolescência, e volta-se para um
universo diferente do da escola interessando-se pouco, ou quase nada pelos livros
ou pela literatura sugeridos pelo professor.
Se observarmos o currículo oficial das escolas, vemos que se faz necessária
uma mudança na concepção do ato de ler, pois os livros hoje não estão tendo tanta
importância para o educando. Ao refletirmos sobre essa possível contradição e
constatando nossa realidade hoje, podemos dizer que, a leitura, principalmente a
literária, não é um hábito muito praticado nas escolas em geral, por motivos que vão
desde a situação financeira da maioria do povo brasileiro, que, apesar da elevação
da renda não tem a cultura da leitura, até o pouco valor que se atribui ao livro, que
direta ou indiretamente, é fator determinante de uma parte da cultura.
Segundo as Diretrizes Curriculares, (2008,p.48):
É tarefa da escola possibilitar que seus alunos participem de diferentes práticas sociais, que utilizem a leitura, a escrita e a oralidade, com a finalidade de inseri-las nas diversas esferas de interação. Se a escola desconsiderar esse papel, o sujeito ficará à margem dos novos letramentos, não conseguindo se constituir no âmbito de uma sociedade letrada.
Hoje, o livro parece ter sido substituído não só pelos meios de comunicação
de massa, que transformam o leitor em potencial em telespectador passivo, mas
também por outros meios tecnológicos, que apesar da interação não promovem, em
sua maioria, a reflexão.
Apesar de estarmos no século XXI, na escola a leitura ainda é uma
imposição que serve para avaliação semestral e não elemento de reflexão, fruição e
interação com a língua e com livro. É uma leitura para fazer provas e nem questiona
o valor do livrão que lhe é imposto; também não tem “estímulo” nem dentro nem fora
da escola.
É sabido que o leitor que interpreta, vai descobrindo o prazer do ler e
percebe que o texto poético o enriquece como estudante, como estudioso e como
ser humano, assim, adquire uma maior frequência do hábito de leitura.
Por isso, a nossa proposta envolverá alunos com idade entre 10 e 12 anos,
no contra turno. Acreditamos ser pertinente o contra turno, pelo fato de receber
alunos irão por vontade própria. Serão oferecidas oficinas, as quais, nos primeiros
momentos, visarão a interação, a descontração e depois disso a intelecção.
Antes, porém, deixarei claro que a poesia nada mais é do que uma espécie
de canção sem música. Uma canção em que a música vem dos sons das palavras.
Mas não é só isso. Poesia é uma maneira específica de dizer as coisas, de contar
uma história.
Para conseguir esse resultado, o poeta escolhe e arruma as palavras de um
modo diferente, para chamar a atenção de quem lê, e, também, de quem escreve.
No decorrer dos trabalhos, pretendemos iniciar caminhos através dos quais
nossos alunos, muitas vezes, não têm conhecimento, como é o caso da leitura
online no portal do professor. Neste portal há como indicar fontes de leitura na
sessão alunos. Nesta sessão, há leituras voltadas a cada faixa etária e com
multiplicidade de gênero. Além do portal, outros dispositivos serão utilizados:
biblioteca , TV pen-drive e laboratório de informática.
RESULTADOS ESPERADOS
Esperamos que nossos educando, professores e comunidade escolar
interajam e percebam mudanças significativas nestes leitores/alunos, que
certamente ampliarão seus horizontes: linguísticos, sonoros, visuais e culturais. Para
tanto, traçamos um pequeno roteiro de orientação, qual seja:
- localize informações explícitas no texto;
- localize informações implícitas no texto;
- posicione-se argumentativamente;
- anote palavras desconhecidas
- identifique a idéia principal do texto;
- identifique o tema;
- deduza os sentidos das palavras e/ou expressões a partir do
contexto;
- organize a sequência de sua fala;
- respeite os turnos de fala;
- analise os argumentos dos colegas de classe em suas apresentações
- participe ativamente dos diálogos, relatos e discussões.
UNIDADE DIDÁTICA
Brincando com a poesia
Para que haja interação e pensando no aspecto crítico da leitura, no estudo
do gênero poesias lúdicas optamos pelo Método da Estética da Recepção.
Esse método forma, portanto a base metodológica das atividades propostas
na elaboração do material didático. O método recepcional, organizado por Bordini e
Aguiar, atende às expectativas de ensino de literatura proposta nas DCEs de Língua
Portuguesa e Literatura (2008), para a recepção de textos na busca por ampliar o
horizonte do leitor (aluno). Tal método é, portanto, a base metodológica das
atividades propostas na elaboração do Material Didático visando à recepção de
textos na busca por ampliar os possíveis horizontes do aluno. Acreditamos que o
aluno redescobre, por intermédio de leituras e produção textual, neste caso, textos
poéticos, para uma nova percepção de mundo. Esperamos que nossos alunos
participem, de forma assídua e que, no decorrer destes momentos, se sensibilizem
ao fazer lúdico e estético do poético. Para tanto, nos respaldaremos na proposta das
autoras citadas, que propõem um método que se divide em cinco etapas:
-Determinação do método de expectativas.
-Atendimento do horizonte de expectativas.
-Ruptura do horizonte de expectativas.
-Questionamento do horizonte de expectativas.
-Ampliação do horizonte de expectativas.
Assim, a partir destas etapas desenhadas pelas autoras, propomos aos
educando o redescobrimento, por meio da leitura e produção de textos poéticos, de
uma nova percepção de mundo. Queremos desmistificar o ato de ler e escrever o
gênero poesia, pois, na maioria das vezes, não é bem explorado no meio escolar.
Desenvolvimento das atividades
As atividades serão desenvolvidas da seguinte forma:
Inicialmente farei uma sondagem sobre o conhecimento que os alunos têm
sobre poemas e poesias;
Após esta sondagem, indicarei três autores poéticos: Roseane Murray,
Vinícius de Morais e Cecília Meireles.
De posse dessas obras, apresentarei as três tipologias de texto poético,
quais sejam: a descritiva, a narrativa e a dissertativa.
Poema Descritivo
O poema “O trem” de Roseane Murray descreve de forma bem
descontraída, momentos da viagem de uma menina no interior de um trem.
Nesta descontração poética, a oralidade e a escrita estarão sendo
analisadas. Em seguida, será proposta uma redefinição da nomenclatura relativa
aos gêneros literários e também uma redefinição da classificação dos poemas para
deixar claro que ambos integram o campo do discurso poético.
Tendo em vista que, descrição é o tipo de texto em que se relatam as
características de uma pessoa, de um objeto ou de uma situação qualquer, inscritos
num certo momento do tempo. Também, o texto descritivo não relata, como o
narrativo, as transformações de estado que vão ocorrendo progressivamente com
pessoas, coisas, mas as propriedades e aspectos desses elementos num certo
estado, considerado como se estivesse parado no tempo.
Os fatos reproduzidos numa descrição, neste tipo de texto, se dão todos
simultaneamente; então, existe relação de anterioridade. Percebe-se que a
disposição dos enunciados descritivos pode ser alterada, sem que se corra o risco
de mudar nenhuma sequência cronológica.
Critérios para classificação
- Simultaneidade1 dos fatos: aparente desordenação do tempo; ausência da
linearidade.
- Ausência de causalidade;
- Predomínio da caracterização sobre a ação;
- Tradução dos seres apresentados por recursos morfológicos (substantivos,
adjetivos) capazes de evocar a imagem de objetos.
- Possibilidade de representação gráfica através de cena (s) de estado.
. Critérios de classificação.
Poema de caráter descritivo
O trem
Roseana Murray
Vai que vai, vem que vem,
Faz o balanço do trem.
A menina, com o nariz
achatado na vidraça,
Enlaça a paisagem com o seu
olhar encantado.
Vem também, vem também,
Faz o balanço do trem.
Na bolsa a menina leva
1 Ângela Maria dos Santos Maia e Roberto Lima-Poesia é brincar com as palavras (2002,
p. 16)
Pérolas coloridas, girassóis e
Margaridas,
Anões de voz fina e afinadas
Flautas mágicas.
Você vem, você vem,
Faz o balanço do trem.
É que a bolsa é cheia de
Sonhos,
Alegres e tristonhos,
E ninguém sabe para onde leva
A menina
Balançando no coração do trem.
vai que vem, vai que vem,
vem também, vem também,
você vem, você vem,
Faz o balanço do trem.
Neste poema 2 vê-se uma série de caracterizações da menina e dos objetos
que a circuncidam (“nariz achatado”, “olhar encantado”, “pérolas coloridas”, “voz
fina”, afinadas flautas mágicas). A autora já inicia com regularidade rítmica a partir
do uso da fricativa labiodental |V|, que, unida ao estribilho 3 “Faz o barulho do trem”
criando ecos e ressonância para o leitor, como se este estivesse diante ou dentro
de um trem.
2 2Vê-se uma série de classificação, (2002,p.24) Poesia é brincar com as palavras –ed.
Edufal ,Ângela Maria dos SantosMaia e Roberto Maria dos Santos Maia e Roberto Santos.
3 „”Faz o barulho do trem”, (2002,p.25) Poesia é brincar com as palavras –ed. Edufal ,
Ângela Maria dos Santos Maia e Roberto Santos.
A linguagem4 usada pela autora retrata bem, de um modo geral, o universo
da criança que sempre se entusiasma diante das coisas novas.
No limite, o poema traduz a evocação de uma experiência extraída desse
mundo.
Poema de caráter Narrativo
Segundo a tradição dos estudos literários, o gênero da poesia pode ser
apreciado de variadas espécies e formas.
Aqui o termo narrativo não se refere a esse rótulo encontrado nos manuais
de teoria literária, mas se refere posteriormente a um tipo de poesia. Em outras
palavra ele não propõe uma redefinição da nomenclatura como gêneros literários
mas, a um tipo diferente de texto que se encontra no interior da personificação de
certos poemas que muitas vezes independentemente pertença ou não a este ou
àquele gênero, unem se ao campo geral da discursividade poética.
O narrativo se destaca por relatar as mudanças progressivas de estado que
acontecem com as pessoas e as coisas ao mesmo tempo. Ele deixa claro os
episódios e os relatos que de forma organizada estão dispostos de modo que
sempre entre eles perceba-se uma relação de anterioridade ou posterioridade.
Perceba no texto:
O gato
Vinícius de Moraes
Com um lindo salto
leve e seguro
O gato passa
Do chão ao muro
4 A linguagem usada pela autora ,(2002,p.27) Poesia é brincar com as palavras- ed. Edufal,
Ângela Maria dos Santos Maia e Roberto dos Santos.
Logo mudando
De opinião
Passa de novo
Do muro ao chão
E pisa e passa
Cuidadoso, de mansinho
Pega e corre silencioso
Atrás de um pobre passarinho
E logo pára
Como assombrado
Depois dispara
Pula de lado
Se num novelo
Fica enroscado
Ouriça o pêlo, mal-humorado
Um preguiçoso é o que ele é
E gosta muito de cafuné
Com um lindo salto
Leve e seguro
O gato passa
Do chão ao muro
Logo mudando
De opinião
Passa de novo
Do muro ao chão
E pisa e passa
Cuidadoso, de mansinho
Pega e corre, silencioso
Atrás de um pobre passarinho
E logo para
Como assombrado
Depois dispara
Pula de lado
E quando à noite vem a fadiga
Toma seu banho
Passando a língua pela barriga.
Por se tratar5 de poema narrativo, esse fator deve ser considerado quanto à
sua capacidade de ordenar , marcar sequências e atribuir sentido ao texto . A cena
focaliza um gato que se move em várias direções (“do chão ao muro”) e em tempos
distintos (“o gato passa “,” logo mudando”, “passa de novo”) .
Para criar esse efeito de movimento, o poeta se utiliza de advérbios como
”logo”, “de novo”, “depois”, “de súbito”,”assim como”, „logo”, “de novo”, “depois”,
“súbito”, assim como a conjunção “e”, que indica continuidade de sequência , num
tom peculiar à linguagem infantil, que se serve ordinariamente desse recurso
gramatical para conferir a agilidade, mudança de plano narrativo ao discurso.
Com a presença de rimas alternadas, postas no poema com irregularidade,
a aparente sinuosidade dos ecos ritmados cria ou limita, no plano da expressão
sonora a própria sonoridade do movimento felino. Percebe-se o efeito musical
provocado pelas palavras “salto”, „seguro”, „passa”, e „chão”.
A mobilidade dos sons6 , a irregularidade da forma poemática, a sinuosidade
ótica que simula o movimento do gato são, enfim , recursos expressivos que imitam,
na superfície do texto, os diversos momentos nos quais se dá o plano das
sequências, confirmando- se a classificação desse poema em poema narrativo.
Acompanhando7 a tradicional classificação da composição escrita em
“descritivos”, “narrativos” e dissertativos“, propomos também para o poema esse
rótulo.
O poema narrativo, como aqui se entende, é aquele que, sem perder o ritmo
de uma cena na apresentação de um ser ou na apresentação de um estado afetivo,
torna importantes esses elementos (que seriam primordiais no poema narrativo e no
poema descritivo) para destacar um juízo ou na discussão de efeitos e valores.
5 “Por tratar-se de um poema narrativo” (2002. P 25)Poesia é brincar com as palavras – ed Edufal.
Angela Maria dos Santos Maia e Roberto Santos.
6 A mobilidade dos sons, (2002,p.40) Poesia é brincar com as palavras- ed. Edufal, Ângela Maria dos
Santos Maia e Roberto dos Santos
7 7Acompanhando a tradicional classificação, (2002,p.44) Poesia é brincar com as palavras- ed.
Edufal, Ângela Maria dos Santos Maia e Roberto dos Santos.
Chácara do Chico Bolacha
Cecília Meirelles
Na chácara do Chico Bolacha
o que se procura
nunca se acha!
Quando chove muito,
O Chico brinca de barco,
Porque a chácara vira charco.
Quando não chove nada,
Chico trabalha com a enxada
e logo se machuca
E fica de mão inchada.
Por isso, com o Chico Bolacha,
O que se procura
nunca se acha.
Dizem que na chácara do Chico
só tem mesmo chuchu
e um cachorrinho coxo
que se chama Caxambu.
Outras coisas, ninguém procure,
porque não acha.
Coitado do Chico Bolacha!
Uma das classificações deste é a ausência do fator temporal como a
apresentação dos fatos ou ações e objetos;
Apresentação de conceitos, juízos e argumentos;
DESENVOLVIMENTO DAS ATIVIDADES
[... na poesia, o aprendizado possível se produz pela própria estrutura do poema, que seduz e estimula o leitor fisicamente pelos ritmos e efeitos acústicos e intelectual e afetivamente pelas apresentações ou vivências que suscita (BORDINI, 1989. p. 63).
Assim como faz a música, o jogo lúdico produzido a partir das rimas e do
ritmo, na poesia, precisa dar prazer. A criança tem de perceber que está diante de
uma organização especial da linguagem. Assim Bordini, Averbuck(1993) enfatizam
que os poemas infantis devem permitir que as crianças brinquem com sua
sonoridade, aliterações, repetições de fonemas, rimas, mesmo sem ter domínio do
seu significado.
O texto poético faz trocadilho com, joga com as palavras, ordena-as dando
sentido de maneira harmoniosa e injeta mistério em cada uma delas, de tal modo
que cada imagem passa a encerrar a solução de um enigma.
As rimas pobres ou ricas precisam estar adequadamente empregadas no
poema. Seu uso vai depender do efeito que o poeta quer alcançar uma vez que
este está intimamente ligado à harmonia dos sons e das palavras.
O ritmo, por sua vez, dá cadência e musicalidade ao texto e o efeito que
provoca vai depender exclusivamente do modo como o poema é composto. No
entanto, é preciso ter clareza que rima e ritmo não constituem o todo da poesia.
Também Coelho diz:
Poesia é arte, é a beleza descoberta em alguma coisa ou em nós: é um sentido especial que o mundo adquire de repente; é uma força peculiar de atenção que, com simplicidade e verdade, vai até a raiz das coisas para revela-las de uma nova maneira (COELHO, 1982,p.154).
ATIVIDADE 1
TRABALHANDO EM DUPLAS
Abaixo há um poema divertido de Sérgio Caparelli. Está incompleto.
Em duplas, troquem ideias para saber qual a palavra ideal para completar os
versos (dica: ela sempre rimará com a última palavra do verso anterior). Depois
passem a limpo o poema e complete no caderno.
Para melhor conhecimento e interação, entregarei a cada aluno uma cópia
do poema “Eu juro que vi” a fim de que eles, após a leitura, complete-o dando
sequência e sentido a cada estrofe.
Eu vi uma arara vermelha
com pitangas nas ---------------------.
Eu vi uma cobra jararaca
engolindo inteira uma-------------.
Eu vi uma onça pintada
se coçando com a ---------------.
Eu vi o senhor Juvenal
comendo açúcar com -------------------.
Eu vi um dromedário
fazendo tricô no --------------.
Eu vi no mar a baleia
dançando com a ------------------.
Eu vi uma cabra braba
dizendo -------------------.
OBS: Enfatizar aos alunos a importância da rima, a sequência das idéias no
contexto.Em seguida, os alunos trocarão os textos para verificar a forma como cada
um usou a rima, e, logo após, far-se-á uma leitura individual e em grupo para
perceber o ritmo e a rima presentes no poema.
ATIVIDADE 2
Fazer uma leitura silenciosa das quadras e em seguida ler procurando
completá-las percebendo o ritmo, a sonoridade , a rima dando sentido cada estrofe.
QUADRAS POÉTICAS
Verifiquei sua bolsa,
Tudo limpinho, arrumado,
O caderno está em ordem
O lápis bem ----------------.
Ao meio dia, de novo,
Eis a mamãe preocupada ,
Só quando chego da escola
É que fica -------------------.
Guarde a bolsa e lave as mãos,
ela fala com carinho
E agora vamos comer
Que o almoço está ---------.
No instante em que precisares,
Uma rua atravessar,
Olhem bem para os dois lados
Para depois ------------------
Uma criança com fósforo,
É um perigo no lar,
Portanto jamais o deixe,
Onde ela os possa ----------
Cigarros e paus de fósforo,
Depois de serem usados,
Olhem bem onde os atira:
Veja se estão -------------.
Se um dia te dispuseres,
A praticar alguma arte,
Nunca te esqueçam crianças,
Que deus está em toda -------------
Sempre tratei os meus livros,
Com todo amor e cuidado,
Não quero que ninguém diga
Que eu sou uma ------------------.
Sou criança de palavra,
Sempre sustento o que digo:
Quem maltrata os animais
Nunca será ---------------.
Os passarinhos, colegas,
Eu falo bem a verdade,
Nasceram para viver
Em completa --------------
Quando o aluno compreende,
Que é seu direito estudar,
Passa a ter nesse instante.
O dever de -----------------.
Minha vida de criança,
Nossa escola iluminou,
Com as letras do alfabeto
Que a professora ----------------.
Perdoa-nos professora
Por todas as nossas faltas,
Porque não é por maldade,
Que as crianças são --------------------.
Autor desconhecido
Depois de concluída a atividade, será feita uma leitura individual e depois
uma coletiva, a fim de que os alunos percebam o que é ritmo, verso, estrofe e rima.
Com essa atividade os alunos ficarão mais à vontade e poderão discutir entre eles a
possibilidade de criar versos para serem lidos na sala.
ATIVIDADE 3
A classe será dividida em grupos onde cada grupo receberá uma tarefa a ser
desenvolvida. Nessa tarefa constam palavras classificadas como substantivos,
verbos e adjetivos, relacionados à família, ao meio ambiente e à escola.
Cada equipe terá trinta minutos para elaborar poemas com ou sem rimas, e
apresentar à sala após o termino do tempo.
Esta atividade visa envolver os alunos numa produção em que poderão
perceber que poema nasce das palavras. Ao término, cada equipe apresentará sua
produção.
ATIVIDADE 4
Vídeo com apresentação de poesias e ou poemas declamados ou lidos na TV
pen drive.
Comentário sobre a postura, entonação, ritmo e detalhes importantes na
declamação de poemas.
ATIVIDADE 5
Visita ao laboratório de informática para um reconhecimento do portal Dia a
Dia da Educação. Deixar claro que este é um dos caminhos por onde os alunos
devem navegar, buscar informações importantes sobre qualquer assunto, e,
inclusive, para quem não gosta de ler na biblioteca, o portal disponibiliza ambientes
onde o aluno poderá fazer leituras online sobre qualquer assunto, como poemas e
poesias ou qualquer tipo de literatura jogos educativos e interatividade.
Aproveitando essa visita, levá-los a pesquisar o que é poema, poesia e qual
a diferença entre ambos, o que é ritmo, rima, estrofe e verso. Os alunos farão
anotações e estas serão discutidas em sala após o retorno.
ATIVIDADE 6
Poesia não pode ser confundida com jogo de palavras, como o faz tão bem
a linguagem da propaganda .É isso é aquilo. Como diria Cecília Meirelles “é jogo de
ideias”.
E para que este jogo de ideias fique claro, trabalharei o poema de caráter
descritivo, que é o tipo de texto em que se relatam as características de uma
pessoa, de um objeto ou de uma situação qualquer, escritos num certo momento
estático do tempo.
Assim, recorremos à reconceituação dessa classificação proposta por José
Luiz Fiorin e Francisco Platão Savioli, que se baseiam precipuamente no
entendimento do fator tempo, pelo qual se organizam os significados do texto.
POEMA DE CARÁTER DESCRITIVO
O TREM
Roseana Murray
Vai que vai, vem que vem,
Faz o balanço do trem.
A menina, com o nariz
achatado na vidraça,
Enlaça a passagem com seu
olhar encantado.
Vem também, vem também,
Faz o balanço do trem.
Na bolsa a menina leva...
O poema capta um momento de uma menina no interior de um trem que se
desloca.
Leitura individual e coletiva. Em seguida responda as questões.
1- Qual o objeto descrito no texto?
2- Onde este trem representa estar? Por que?
3- Quais palavras representam os efeitos de movimentos?
4- O que se percebe na última estrofe?
5- Esse poema é classificado como descritivo. Deixe claro como isso acontece no
poema.
6- A autora inicia o poema utilizando uma espécie de regularidade rítmica. O que
podemos imaginar ao lermos esta estrofe?.
7- Percebe-se, no poema, algumas características da menina. Cite algumas.
8- Quem é a autora do poema?
9- Na bolsa que a menina leva, o que a poeta descreve?
10- Encontre duas oposições entre as ideias e sentimentos apresentadas no poema.
11- No verso “A menina Balançando no coração do trem”. Explique o que você
entendeu nesta estrofe.
12- Qual o título do poema?
13- Este é composto por versos e estrofes. Quantos? ____ e ____.
14- Descreva com suas palavras como você imagina este trem.
ATIVIDADE 007
POEMA DE CARÁTER NARRATIVO
O texto narrativo é aquele que relata as mudanças progressivas de estado
que vão ocorrendo com as pessoas e as coisas através do tempo. Nesse tipo de
texto, os episódios e os relatos estão organizados numa disposição tal que entre
eles existe sempre uma relação de anterioridade ou de posterioridade.
O GATO
Vinícius de Moraes
Com um lindo salto
leve e seguro
O gato passa
Do chão ao muro
Logo mudando
De opinião
Passa de novo
Do muro ao chão
E pisa e passa
Cuidadoso, de mansinho
Pega e corre silencioso
Atrás de um pobre passarinho
E logo pára
Como assombrado
Depois dispara
Pula de lado
Se num novelo
Fica enroscado
Ouriça o pêlo, mal-humorado
Um preguiçoso é o que ele é
E gosta muito de cafuné
Com um lindo salto
Leve e seguro
O gato passa
Do chão ao muro
Logo mudando
De opinião
Passa de novo
Do muro ao chão
E pisa e passa...
INTERPRETAÇÃO
Refletindo sobre o texto: - Assinale a opção verdadeira.
1-O personagem principal do texto apresenta características próprias que são:
( )cuidadoso e manhoso.
( )vaidoso e carente.
( )bravo e intolerante.
( )sossegado e descontrolado.
2- “Cada vez que saltava o gato sentia-se:
( )inseguro, indeciso. ( ) desanimado, triste.
( )leve, seguro. ( ) desequilibrado, calmo.
3-A ideia apresentada no texto quando diz: “Do chão ao muro e do muro ao chão”.
Dá a ideia de que:
( )fazia movimentos rotatórios ( )queria ficar na mesma posição.
( )de ida e de volta , ( vai e vem). ( )nenhuma das alternativas.
4-Quando um gato está “passando a língua na barriga”, significa que ele está:
( )querendo passear. ( )tomando banho para ficar limpo
( )fazendo cócegas em si mesmo. ( )fazendo um charme.
5-Observe e leia: “E quando a noite, vem a fadiga.” Substitua este termo fadiga
por um sinônimo.
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6-O que o poeta quis dizer no verso: “ouriça o pelo mal- humorado”.
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7. Crie um poema narrativo em que envolva um animal de estimação.
ATIVIDADE 008
POEMA DE CARÁTER DISSERTATIVO
O que seria um poema dissertativo? É aquele que, sem perder o ritmo de
uma cena na apresentação de um ser ou na apresentação de um estado afetivo,
torna interessante esses sentimentos que seriam primordiais no poema narrativo e
no poema descritivo para destacar um juízo ou a descrição, objetivos e valores.
O poema A chácara do Chico Bolacha que analisaremos a seguir de autoria
de Cecília Meireles, apresenta uma chácara muito bagunçada na qual tudo que se
procura nada se acha. E isso acontece devido à falta de organização do seu dono, o
Chico Bolacha.
Observe, ao ler o poema, que os fatos concretos que aparecem servem, tão
somente para exemplificar ou justificar o que já foi dito. Isso ocorre com clareza na
segunda, terceira e quinta estrofes, respectivamente.
Leia a seguir e analise o poema.
A CHÁCARA DO CHICO BOLACHA
Cecília Meireles
Na chácara do Chico Bolacha
o que se procura
nunca se acha.
Quando chove muito,
O Chico brinca de barco,
Porque a chácara vira charco.
Quando não chove nada,
Chico trabalha com a enxada
e logo se machuca
e fica de mão inchada.
Por isso com o Chico Bolacha,
o que se procura
nunca se acha.
Dizem que na chácara do Chico
Só tem mesmo chuchu
E um cachorrinho coxo
que ...
Essa poesia foi escrita em 1964. Além de muito criativa, ensina-nos a
ortografia as palavras, diferenciando “x” do “ch”, regra que costuma ser fonte de
dúvidas para os aprendizes que se iniciam nos mistérios da escrita. Uma das
maneiras, e, talvez, a mais eficaz, de aprender a ortografia é ler.
PARA ENTENDER MELHOR O TEXTO
1- Pesquise no dicionário o significado destas palavras:
a) charco
b) coxo
c)chácara
2- Qual o título do texto?
3- De quem é a chácara?
4- Do que Chico brinca quando chove?
5- O que ele faz quando não chove?
6- O que tem na chácara do Chico Bolacha?
7- Pesquise no texto palavra com X e com CH
8- Represente, em desenho, como você imagina ser a chácara do Chico Bolacha.
9- Racha cuca: Resolva o caça-palavras:
1-Homem cujo nome é um alimento:
2-Localidade, terreno nos arredores das cidades (zona rural).
3-Ferramenta usada na roça para capinar o mato.
4-Acontece quando torcemos o pé ou a mão e dói muito.
5-Acontece quando levamos um grande tombo.
6-Meio de transporte utilizado nos rios por pescadores.
7-Alimento recomendado para controlar a pressão e é servido como salada.
C H I C O B O L A C H A
ATIVIDADE 9
Versos, rimas ritmos. Conhecer a poesia é se aventurar em um mundo cheio
de sons, cores, palavras, emoções e muito mais. É exercitar a própria sensibilidade
e perceber a forma mais rica e viva, as pessoas e as coisas ao redor.
Pensando no gênero poesia lúdica, cada aluno pesquisará em casa, com os
pais, poema e poesias e trarão para serem selecionados pelos colegas de cada
equipe, onde organizaremos da seguinte forma:
A classe será dividida em equipes.
Cada equipe ficará responsável por selecionar os poemas mais
interessantes e criativos, além de analisá-los se é de caráter narrativo, descritivo ou
dissertativo.
ELABORAÇÃO DOS TEXTOS
Junto aos colegas de equipe, relembre os recursos de linguagem poética
estudados.
Os alunos farão exercícios de livre associação de idéias a partir de palavras
relacionadas ao tema definido pelo grupo. Um diz uma palavra que vier a
cabeça, o colega diz outra, fazendo uma rápida associação mental.
Relacionar as palavras pelo som. Procure perceber a sonoridade das
palavras identificando os sons que chamam atenção, sons fortes, fracos
abertos, fechados “claros”, “escuros”, etc.
A partir de uma palavra ou palavras dita por um aluno, o seguinte dará a
seqüência dizendo outra palavra dando sequência ao verso.
Após alguns exercícios de aquecimento, a equipe deve se dividir em duplas
ou trios e escrever o poema.
Depois de prontos, leem em voz alta os poemas para a equipe, para que
todos possam orientar uma reescritura do poema.
Reescrevam os textos. Se necessário, considerem a possibilidade de
trabalhar recursos de linguagem não explorados na primeira versão dos
poemas.
SELEÇÃO DOS POEMAS
Escolher alguns poemas de que tenham gostado dentre os que escreveram e
trouxeram. Cada dupla ou trio seleciona um poema.
Poderá pensar num desenho ou planejar uma figura que ilustre cada poema.
PREPARAÇÃO DO VARAL
Definir o tipo ou tamanho e a cor do papel que vai construir um varal.
Ao recortar o papel, poderá optar por um formato que tenha algo a ver com o
poema.
Passar o texto a limpo no papel, prevendo o espaço para a ilustração e
escolhendo um tipo e tamanho de letra adequado para ser lido a distância.
Fazer a ilustração do texto.
Estender o varal numa cordinha ou barbante ou fio de náilon - prendendo-o no
espaço definido.
Afixar no varal os poemas com prendedores de roupa.
Estender o varal no local combinado com o professor.
Prever um tempo durante a aula, para declamar alguns poemas que foram
expostos.
Preparar a sala para recepcionar alunos de outras séries para visitarem o local
onde se fará uma apresentação com a exposição de poemas escritos, livros
poéticos, sites interessantes.
Programar visita a biblioteca da escola para que os alunos conheçam os livros
de autores poéticos , bem como sua biografia , percebendo o farto material
disponível para todos.
Em visita já programada também fazer o mesmo na biblioteca municipal da
cidade.
Conhecer diferentes formas de se fazer leitura on line de qualquer obra no portal
do professor (Dia- a dia da Educação).
ATIVIDADE 10
Para memorizar:
Poema é uma composição literária em verso, com intenção poética. O
assunto e a forma do poema podem; variar muito. Assim também o contexto de
produção dos poemas é diversificado: podemos escrever um poema para
homenagear alguém, fazer parte de uma coletânea, compor uma propaganda ou até
para dizer a nós mesmos algo que sentimos ou pensamos; enfim, para registrar um
momento importante para nós.
LEIA ESTE POEMA E, EM SEGUIDA, TENTE MEMORIZÁ-LO. PERCEBA O
RITMO, AS RIMAS E A SONORIDADE.
A CHUVA
Sérgio Caparelli
A cuva caindo
a chuva na calha
a chuva no zinco
escorre e gargalha
A chuva caindo
a chuva na praça
a chuva na escola
caindo se agasta ...
Tigres no quintal. Porto Alegre: Kuarup, 1997.
1-Entendendo o texto:
a- Você pode imaginar quais lugares a chuva cai?Cite-os.
b- Será que o som da chuva caindo em todos os lugares é sempre o mesmo?
Explique:
c- O ritmo do poema pode estar associado a:
( ) o barulho da calha. ( ) o barulho do zinco. ( ) o barulho da chuva.
d- Reescreva o poema substituindo a palavra chuva por vento ou por fogo.
ATIVIDADE 11
Ler o poema de Alcides Buss, do livro Poesia fora da estante: Projeto, 1999.
Depois de algumas leituras deixarei livre para quem quiser declamar para a sala.
Fio de fala
Alcides Buss
A faca corta.
A faca fala.
A faca fala.
no seu FA...
A faca corta
no seu Ca...
A faca fala
quando corta.
A faça corta
quando fala.
__Você afia
o fio da fala?
Como a nave
corta o o ar,
como o vento
corta a face
e o remédio
corta a dor,
a fala também
corta caminho
pro amor!
Interagindo com o texto:
1-O que você entende com o título Fio de fala?
2-Nas primeiras estrofes se repetem dois sons. Quais são eles e que letras
são representadas por eles?
3-O poema se utilizou de palavras para dizer que a faca corta. Que outro
recurso foi usado parar provar que a faca realmente corta?
ATIVIDADES 12
E para finalizar, faremos uma visita à biblioteca municipal, pois muitos
alunos não têm conhecimento das coletâneas que essa biblioteca oferece.
Lá receberão informações de uma funcionária que esclarecerá quais
procedimentos deverão seguir para emprestar qualquer livro e ler sem problema.
E para finalizar, como disse o poeta José Paulo Paes:
Poesia
É brincar com as palavras
Como se brinca
com a bola, papagaio, pião.”
[...]
Vamos brincar de poesia?
(“Convite” “José Paulo Paes”).
Espero que o ao final deste trabalho, os alunos possam realizar uma leitura
de textos poéticos com maior conhecimento e prazer. Que estes textos sejam a
motivação de outras novas/velhas leituras. Então será proposto o seguinte roteiro:
- localize informações explícitas e implícitas no texto;
- posicione-se de forma argumentativa;
- amplie horizontes de expectativas;
- amplie seu léxico;
- perceba o ambiente no qual circula o gênero poemas;
- identifique a idéia principal do texto;
- análise as intenções do autor;
- identifique o tema;
- deduza os sentidos das palavras e/ou expressões a partir do
contexto;
- organize a seqüência de sua fala;
- respeite os turnos de fala;
- analise os argumentos dos colegas de classe em suas
apresentações;
- participe ativamente dos diálogos, relatos, discussões.
CRITÉRIOS DE AVALIAÇÃO
Os critérios de avaliação se darão ao longo do desenvolvimento de cada
atividade trabalhada, de acordo com o que fora desenvolvido de modo contínuo e
permanente.
AVALIAÇÃO
Dar-se-á após a conclusão das atividades propostas no decorrer da
implementação do projeto na escola, com apresentações, declamação de
poemas, jogral e exposição em sala de textos e poemas selecionados de autores
diversos, sendo alguns de caráter lúdico; serão propostas encenações
envolvendo a arte literária, dramatizações todas relacionadas ao tema
desenvolvido no decorrer das atividades do projeto. Já a atividade final, “o varal
de poemas”, será a avaliação geral e final da implementação do projeto na
escola, seguida de relato dos participantes - alunos, professores funcionários e
demais alunos da escola, visitantes e relatório final dos resultados obtidos pela
professora (PDE).
REFERÊNCIAS
AGUIAR, Vera Teixeira de & BORDINI, Maria da Glória. Literatura e Formação do Leitor: alternativas metodológicas. Porto Alegre; Hucitec ,1999.
BANDEIRA, Manuel. Trem de ferro. In: Poesia completa e prosa. Rio de Janeiro, Nova Agillar, 1990.p.236-237. Bordini, Maria da Glória. Poesia Infantil. São Paulo, ed. Ática, 1991
BUSS, Alcides. Poesia fora da estante. Porto Alegre: Projeto, 1999.
CAPARELLI, Sérgio. Tigres no quintal. Porto Alegre: Kuarup, 1997.
DELMANTO, Dileta & CASTRO, Maria da Conceição. Ideias & linguagens, 6º. ano, São Paulo: ed. Saraiva, 2009, p.164 e 165.
HUIZINGA, Jonhan, Homo ludens: o jogo como elemento da cultura. 5ª.ed. São Paulo:Perspectiva,2005. Livro, Projeto ARARIBÁ, 5ªsérie. Organizadora: Editora Moderna. Obra coletiva concebida, desenvolvida e produzida pela ed. Moderna 1ªedição, São Paulo, 2006. p.233,236 e 237.
MEIRELES, Cecília. A chácara do Chico Bolacha. In: Ou isto ou aquilo. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1987.
MURRAY, Roseana, O trem. In. Farde de Carinho. Rio de Janeiro: Civilização brasileira, 1997.
PAES, José Paulo. Convite. In Maria Ângela, Maria dos Santos e Lima Roberto Santos, Poesia é brincar com as palavras. ed. Edufal,2002. PARANÁ, Secretaria de Estado da Educação, DCEs da Língua Portuguesa, Curitiba: SEED, 2008.
PONDÉ, Glória. A arte de fazer artes. Rio de Janeiro: ed. Nórdica LTD, 1985.